1 Quaresma e Páscoa 2015 DO CORAÇÃO DE DEUS AO CORAÇÃO DA FAMÍLIA E DO MUNDO Propostas para a vivência em família de uma Quaresma com Páscoa Sempre em comunhão com a nossa Diocese de Lisboa, queremos viver uma “Quaresma com Páscoa” (EG 6). Para isso, somos convidados a abrir o coração à alegria do evangelho e acolher o desafio para, em família e em comunidade, sairmos de nós mesmos, das nossas seguranças e egoísmos, e, de coração aberto, acolhermos o outro. Chamada de atenção ao pároco e aos paroquianos da UP Peço encarecidamente aos meus paroquianos, aos servidores pastorais, que oiçam bem palavras do Papa Francisco, quando, na nossa comunidade, tanto lutei por ter abertas as portas da Igreja (agora também aos domingos) e quando desafiei a acompanhar as famílias mais pobres, como expressões de «uma Igreja em saída». Leiam e digam-me se eu estou ou não «cheio de razão»: QUATRO DESAFIOS PARA A PASTORAL URBANA 1. O primeiro é mudar a mentalidade pastoral: não se trata de uma ‘pastoral relativista’, que perde o horizonte evangélico, mas ter a coragem de fazer uma pastoral evangelizadora audaz e sem temores de anunciar a Boa Nova de Cristo, consciente da pluralidade cultural e religiosa que existe nas grandes cidades. 2. O segundo é o diálogo com a multiculturalidade, procurando conhecer os imaginários e símbolos que identificam os inúmeros grupos que compõem a metrópole. 3. O terceiro desafio é valorizar a religiosidade popular. “Não tenho dúvidas de que na fé de homens e mulheres humildes há um potencial enorme para a evangelização das áreas urbanas”, disse o Papa. 4. Por fim, a partilha do Evangelho com os pobres urbanos. “Na cidade, o futuro dos pobres é mais pobreza”. “A Igreja não pode ignorar seu grito nem entrar no jogo dos sistemas injustos, mesquinhos e interesseiros que tentam torná-los invisíveis”. 2 DUAS PROPOSTAS 1. Portas abertas Diante desses desafios, o Papa Francisco apresenta duas propostas, para que a pastoral urbana seja mais do que ação, mas também presença, conteúdo e gestos. A primeira delas é “sair para encontrar Deus que habita nas cidades e nos pobres”. Isso requer uma verdadeira transformação eclesial, uma mudança de mentalidade: não esperar que os outros venham ao nosso encontro, mas buscá-los, facilitar o encontro com o Senhor. O Papa continua: “Tornar acessível o sacramento do Batismo. Igrejas abertas. Secretarias com horários para as pessoas que trabalham. Catequeses aptas nos conteúdos e nos horários da cidade”. Neste sentido, durante a II Semana SYN, de 22 de fevereiro a 1 de março, teremos as nossas igrejas abertas das 10:00 às 22:00. Convidamos a todos a assegurar um dos tempos para a sua oração invididual ou comunitária, permitindo assim que o espaço da igreja esteja vigiado e seguro. 2. Testemunho de misericórdia e ternura junto dos pobres A segunda proposta é fazer da Igreja uma Igreja samaritana. “Trata-se de uma mudança no significado do testemunho”. “Com o testemunho, podemos incidir nos núcleos mais profundos. O testemunho concreto de misericórdia e ternura nas periferias existenciais e pobres atua diretamente nos imaginários sociais, gerando orientação e sentido para a vida da cidade. Pensemos nisto e não arranjemos desculpas. Avancemos por caminhos de renovação e de comunhão! 3 DINÂMICA QUARESMAL Do coração de Deus ao coração da família e do mundo é uma proposta elaborada em conjunto pelo Departamento da Pastoral Familiar e pelo Departamento da Catequese do Patriarcado de Lisboa com o intuito de ajudar as famílias e as comunidades cristãs a viverem o tempo da Quaresma e da Páscoa. No espírito da caminhada sinodal procura-se que as famílias ensaiem experiências que as integrem no «sonho missionário de chegar a todos» a partir da experiência que fazem do amor de Deus e do testemunho que são chamadas a dar desse amor. A partir do segundo e terceiro capítulos da Evangelii Gaudium, que aprofundam a dimensão comunitária e nos desafiam ao anúncio do Evangelho, pretende-se com esta caminhada aprofundar e fortalecer a dimensão comunitária da família, ou seja, cuidar das relações entre os membros da família e da família com a comunidade que a envolve. da Quaresma à Páscoa Semana Tema Símbolo Atividade Cinzas Penitência Mealheiro Participar na imposição das cinzas I Semana Caminho Areia e pedras Oração em família II Semana Transfiguração Veste branca Partilha de fotos do batismo III Semana Templo Bíblia Confissão IV Semana Luz Vela Amigo secreto São José Pai Oração Oração antes da refeição V Semana Grão de trigo Trigo ou farinha Fazer um pão e oferecer Ramos Ramos Ramos Fazer os ramos 5ª Santa Exemplo Cálice Participar na Ceia do Senhor 6ª Santa Cruz Cruz Participar na Paixão do Senhor Páscoa Água Jarro de água Fazer postal e oferecer da Páscoa ao Pentecostes Semana Páscoa Tema Símbolo Água Jarro de água A família 1ª cruz florida A comunidade paroquial 2ª cruz florida Entregar a cruz a uma família da comunidade cristã As periferias 3ª cruz florida Oferecer a cruz a alguém que não conhece o amor de Jesus ou que precise de redescobrir esse amor II Semana III Semana Atividade Fazer postal e oferecer Entregar a acruz a alguém no âmbito da sua família alargada (avós, primos, tios, etc.) IV Semana V Semana VI Semana Ascensão Pentecostes 4 I. DA QUARESMA À OITAVA DA PÁSCOA 1. Na celebração litúrgica: o canto da cruz Os símbolos e as palavras-chave de cada Domingo podem estar também presentes em cada Igreja onde se criará um espaço para os colocar. Assim se expressará a relação entre o caminho feito em família e em comunidade. Exemplificando: no primeiro domingo coloca-se a palavra caminho e o símbolo correspondente, as pedras. Podem colocar-se junto a uma cruz grande que ficará exposta na Igreja durante todo o tempo da Quaresma e no tempo Pascal. Na Páscoa, a cruz deve estar florida ao gosto de cada comunidade. Desejamos que esta proposta nos ajude a todos a vencer as crises dos compromissos comunitários e a fortalecer-nos no anúncio do Evangelho. 2. Em família: um lugar de oração Procura-se que cada família viva o tempo da quaresma em torno de um espaço de oração criado em casa no qual se vão colocando símbolos referentes à liturgia de cada Domingo, os quais servem de auxílio à experiência da oração e à realização de gestos concretos que surgem como resposta à Palavra de Deus escutada. Em cada semana da Quaresma haverá uma proposta para oração em família, um símbolo que irá enriquecendo o lugar de oração e um desafio/ atividade para a família. No tempo Pascal propõe-se três atividades de missão em torno da Cruz florida. Além disso, apresentam-se também propostas para a vivência do dia do Pai (19 de março) e para o dia da mãe (03 de maio). 3. Nos grupos pastorais e nos grupos de Catequese: acompanhar os desafios Os grupos pastorais, especialmente aqueles que reúnem semanalmente, e os grupos de catequese, podem valer-se das sugestões oferecidas para estes âmbitos, começando ou concluindo os seus encontros com a proposta disponibilizada. 5 II. NO TEMPO PASCAL: DA PÁSCOA AO PENTECOSTES Atividades de missão em torno da cruz florida Durante o Tempo Pascal, cada família é convidada a desenvolver um projeto de missão. No espírito do terceiro capítulo da Exortação Apostólica a Alegria do Evangelho, as famílias são chamadas a anunciar aos outros a alegre mensagem da ressurreição de Jesus. A missão desenvolve-se em torno da construção de três cruzes floridas que cada família irá entregar a outras pessoas, fazendo o anúncio da alegria pascal e proporcionando um momento fraterno e de pregação informal da Palavra de Deus. Dia de Páscoa Quando chegar o dia de Páscoa, a cruz florida deve ser colocada na porta de entrada da casa, para receber a visita pascal. 1ª cruz (3 primeiras semanas da Páscoa) Assim, nas três primeiras semanas a seguir à Páscoa, cada família prepara uma Cruz florida para entregar a alguém no âmbito da sua família alargada (avós, primos, tios etc.). Preparam o momento da visita, ou indo a casa desses familiares, ou convidando-os a ir a sua casa. Num breve momento de oração em que se pode ler um texto do Evangelho e falar da alegria da Páscoa, oferecem uma Cruz florida. 2ª cruz (da 4ª semana à Ascensão) Durante as restantes semanas da Páscoa até à Ascensão, cada família prepara outra Cruz florida para entregar a uma família da comunidade cristã. Pode escolher-se um momento comunitário para o fazer, talvez uma das celebrações de Domingo. 3ª cruz (Última semana do Tempo Pascal) Na última semana do Tempo Pascal, desde a Ascensão ao Pentecostes, cada família é convidada a fazer uma outra cruz florida e a oferecê-la a alguém que não conhece o amor de Jesus ou que precise de redescobrir esse amor. Cada família pensa numa pessoa ou situação onde a cruz possa ser sinal de esperança e de alegria. Escolhe um momento e local determinado a visitar (pobres/ necessitados/ doentes/ desanimados/ sem abrigo/ instituição etc.) e leva-lhe a Cruz florida, proporcionando um momento fraterno de partilha de vida e de anúncio do amor de Deus manifestado na Páscoa de Jesus e no dom do Espírito Santo. Se se optar por visitar uma instituição poderão participar várias famílias. Nota: Nos grupos pastorais e nos grupos de Catequese, tentar acompanhar os desafios. Reiteramos as indicações que sugerimos a respeito do tempo da quaresma à Páscoa. 6 III. OUTRAS INICIATIVAS ESPECÍFICAS DA UP 1. Oração: Iniciativa “24 horas para o Senhor” Na sua mensagem para a Quaresma, o Papa expressa o desejo de que se celebre em toda a Igreja a iniciativa “24 horas para o Senhor”. Assim iremos fazer nas igrejas de Nova Oeiras e de São Julião da Barra. Estejamos atentos às propostas que vão ser lançadas e tentemos participar, segundo os nossos horários, num dos momentos desse tempo maior de oração. 2. Conversão e sacramento da Reconciliação “Se humildemente pedirmos a graça de Deus e aceitarmos os limites das nossas possibilidades, então confiaremos nas possibilidades infinitas que tem de reserva o amor de Deus” (Papa Francisco, Mensagem para a Quaresma 2015). Neste sentido somos desafiados a celebrar o sacramento da Reconciliação”. Para a comunidade, em geral, e para os catequizandos do 8º, 9º e 10º ano, será na quarta, 25 de março, às às 21:00, em Nova Oeiras, e no dia 26, também às 21:00. Haverá também confissões para as crianças da catequese das duas paróquias, numa celebração em conjunto, no dia 7 de março, às 10:00, na igreja de São Julião da Barra. 3. “Ilhas de misericórdia no oceano da indiferença” Durante a quaresma, far-se-á uma recolha semanal de bens essenciais, para melhorar o cabaz que iremos oferecer às famílias carenciadas nesta Páscoa. Além do mais, esses bens ajudarão a fazer um encontro festivo, lanche-convívio, que gostaríamos de realizar na Paróquia, com as famílias carenciadas e a disponibilizar um kit alimentar mais rico aos «semabrigo», no dia do aniversário da duas paróquias da UP (14 de abril), em pleno tempo pascal, de modo que se concretize a ideia do Papa Francisco de que, na comunidade, “tudo é para todos”. Ao Grupo de Jovens será pedido que anime esta festa, organizada pelo grupo da pastoral socio-caritativa. Lembra-nos o Santo Padre que “a Quaresma é um tempo propício para mostrar este interesse pelo outro, através de um sinal – mesmo pequeno, mas concreto – da nossa participação na humanidade que temos em comum.” 4. Via Sacra da Catequese Sendo já tradição entre nós, também este ano teremos a Via Sacra com as crianças das três paróquias de Oeiras. Este ano organiza a paróquia de São Julião da Barra. Será no dia 15 de março, às 16:00. Desta vez, a concentração será no descampado junto à Rua Rosa Mota (na Quinta dos Lombos, por trás do Solinca) e termina na igreja paroquial. 7 5. Via Sacra Vicarial Passando pelas 13 paróquias da Vigararia de Oeiras, a Via Sacra Vicarial acontece este ano no dia 1 de março, às 16:00, e estará sob a responsabilidade da paróquia de Barcarena. “Quando a Igreja terrena reza, instaura-se reciprocamente uma comunhão de serviços e bens que chega até à presença de Deus”, recorda-nos o Papa Francisco na mensagem para a Quaresma. 6. Contributo Paroquial e Renúncia Quaresmal No tempo quaresmal, iremos ser interpelados, de novo, a reforçar o “fundo paroquial” com o nosso contributo paroquial, necessário ao provimento das despesas da comunidade e das obras realizadas e a realizar. Além disso, na Quaresma todos são convidados a oferecer a sua renúncia penitencial que, este ano, destina-se a apoiar as instituições sociais diocesanas, designadamente as que acompanham os mais novos, como a Casa do Gaiato de Lisboa, ou pessoas sem-abrigo e fragilizadas, como a Comunidade Vida e Paz. Também assim, trata-se de traduzir do modo mais concreto a misericórdia, que é a alma da Quaresma. 7. II Semana SYN De 22 de fevereiro a 1 de março, realizaremos, na Zona Interparoquial de Oeiras (ZIO), a segunda “Semana Syn” como forma de viver mais intensamente o ritmo da nossa caminhada sinodal. Esta semana mobiliza as três paróquias de Oeiras. Durante essa semana, a igreja estará aberta para adoração e haverá vários momentos de oração ao longo do dia. Destacamos também, no dia 27, às 21h30, a conferência da Irmã Núria Frau, São Julião. No sábado teremos outro momento forte com um concerto na igreja matriz de Oeiras, às 21:30, que reúne os cantores das três paróquias. A semana termina com um convite a dar testemunho e a viver em missão. Queremos viver e anunciar a alegria do Evangelho. 8. Outras iniciativas Recordamos ainda outras iniciativas, que marcarão a nossa caminhada, para “uma quaresma com Páscoa”: Catequeses quaresmais na Sé, pelo Sr. Patriarca, aos domingos à tarde. Promessas dos Escuteiros do agrupamento 797 (22 de fevereiro) e do agrupamneto 1354 (14 de março). Ritos de preparação, para o Batismo com catecúmenos (crianças e adultos); Festas da Catequese Encontro dos Conselhos Pastorais das três paróquias de Oeiras, no dia 27 de março, às 21:00 Visita da imagem da Mãe Peregrina de Schoenstatt nos dias 19 e 20 de março Concerto mariano como o coro Christus Ensemble, no dia 20 de março, às 21:30 Limpeza das igrejas, no dia 30 de março, pelas 10:00. “Nesta Quaresma desejo rezar convosco a Cristo: «Fazei o nosso coração semelhante ao vosso» (Súplica das Ladainhas ao Sagrado Coração de Jesus). Teremos assim um coração forte e misericordioso, vigilante e generoso, que não se deixa fechar em si mesmo nem cai na vertigem da globalização da indiferença” (Papa Francisco, Mensagem para a Quaresma).