A QUÍMICA DA ÁGUA A POLARIDADE DA ÁGUA A água tem uma estrutura molecular simples. Ela é composta de um átomo de oxigênio e dois átomos de hidrogênio. Cada átomo de hidrogênio liga-se covalentemente ao átomo de oxigênio, compartilhando com ele um par de elétrons. O oxigênio também tem um par de elétrons não compartilhados. Assim, há 4 pares de elétrons em torno do átomo de oxigênio, dois deles envolvidos nas ligações covalentes com o hidrogênio e dois pares não-compartilhados no outro lado do átomo de oxigênio. O átomo de oxigênio é mais "eletronegativo" que o átomo de hidrogênio, ou seja, tem mais "afinidade" pelos elétrons. ]a água é uma molécula "polar", o que quer dizer que ela tem uma distribuição desigual da densidade de elétrons. A água tem uma carga negativa parcial ( ) junto ao átomo de oxigênio, por causa dos pares de elétrons não-compartilhados, e tem cargas positivas parciais ( ) junto aos átomos de hidrogênio. Uma atração eletrostática entre as cargas positivas parciais dos átomos de hidrogênio e a carga negativa parcial do átomo de oxigênio resulta na formação de uma ligação (ou "ponte" de hidrogênio, como mostrado na ilustração. A habilidade dos íons e de certas moléculas de se dissolver na água é devida à polaridade. Por exemplo, na ilustração abaixo o cloreto de sódio está mostrado na sua forma cristalina e também dissolvido em água. Várias propriedades peculiares da água são devidas às pontes de hidrogênio. Por exemplo, o gelo flutua porque as ligações hidrogênio mantêm as moléculas de água mais afastadas no sólido do que no líquido, onde há uma ligação hidrogênio a menos por molécula. Também são devidas às ligações hidrogênio as propriedades físicas singulares da água, que incluem um elevado calor de vaporização, uma forte tensão superficial, um alto calor específico e propriedades solventes quase universais. O efeito hidrofóbico, ou seja, a exclusão de compostos contendo carbono e hidrogênio (compostos apolares), é outra propriedade da água causada pelas ligações hidrogênio. O efeito hidrofóbico é particularmente importante na formação das membranas celulares. A melhor descrição desse efeito é dizer que a água "comprime" as moléculas apolares mantendo-as juntas. Ácidos e Bases, Ionização da Água Ácidos liberam H+ Bases aceitam H+ O pH de uma solução é definido como o logaritmo negativo da concentração de íons hidrogênio. • em pH 7,0 a solução é neutra • em valores inferiores de pH (1-6), a solução é ácida • em valores superiores de pH (8-14), a solução é básica • • QUÍMICA DA ÁGUA SUBTERRÂNEA As características químicas das águas subterrâneas refletem os meios por onde percolam, guardando uma estreita relação com os tipos de rochas drenados e com os produtos das atividades humanas adquiridos ao longo de seu trajeto. Em áreas industrializadas encontra-se uma forte marca das atividades humanas na qualidade química das águas. Esta relação é em particular marcante onde predominam os aqüíferos do tipo fissural, passíveis de serem facilmente influenciados pelas atividades humanas. Nas proximidades dos grandes centros urbanos temos problemas associados às seguintes descargas de poluentes: efluentes líquidos industriais e domésticos, vazamentos de depósitos de combustíveis, chorumes provenientes de depósitos de lixo doméstico, descargas gasosas e de material particulado lançado na atmosfera pelas indústrias e veículos. Nas áreas onde se desenvolve algum tipo de agricultura, a química da água pode estar fortemente influenciada pelos produtos químicos utilizados: inseticidas, herbicidas, adubos químicos, cálcario, entre outros. Água e Saúde Existem padrões muito bem conhecidos de relacionamento entre a incidência de moléstias no homem e nos animais, com a abundância ou deficiência de elementos maiores, menores e traços no meio ambiente, particularmente nas águas. Exemplos são: a relação entre o bócio (hipertrofia da tireóide) e a deficiência em iodo; anemias severas, nanismo e hiperpigmentação da pele e a deficiência em zinco; fluorose esqueletal e dentária e excesso de flúor; maior incidência de cáries dentárias e deficiência em flúor; anencefalia e mercúrio; inapetência e selênio. Outras correlações com aceitação controversa ocorrem, como por exemplo, entre a dureza da água e algumas moléstias cardiovasculares; entre o chumbo e a esclerose múltipla, entre o cádmio e a hipertensão e arteriosclerose; entre uma gama ampla de elementos e diversos tipos de câncer. Contudo estes relacionamentos são possíveis quando as manifestações clínicas são evidentes por estarmos diante de exposições anormais a produtos resultantes de atividades humanas. Muitas vezes o desequilíbrio em elementos traços se manifesta em debilitações subclínicas, sendo de difícil diagnose. Contudo, os relacionamentos entre o teor dos elementos e substâncias químicas, e a saúde do homem e dos animais podem ser dificultados por questões relativas à mobilidade e à dispersão destes elementos e substâncias, governadas pelos princípios da geoquímica e da dinâmica das águas superficiais e subterrâneas. Fatores como o pH, tipo e abundância de argilo-minerais, teor de matéria orgânica, hidróxidos de ferro, manganês e alumínio, reatividade química, gradientes hidráulicos, porosidade e permeabilidade necessitam ser considerados nestes tipos de estudo. Muitas vezes os efeitos tóxicos de uma substância se manifestam distante de sua introdução no meio ambiente, podendo se dar em áreas pontuais ou ao longo de estruturas geológicas lineares, como falhas. Em alguns casos, o produto da degradação de uma substância é mais tóxico e mais persistentes no solo do que a substância original. Na medida em que hoje tem-se como ideal a ser atingido o uso auto sustentado do meio ambiente, torna-se extremamente importante que um grande número de perguntas tenham respostas satisfatórias, o que só se conseguirá com investimentos em pesquisas técnicas e científicas. É de se salientar que, neste particular, muito do conhecimento desenvolvido em países ricos não se aplica diretamente ao nosso caso, em virtude de diversas diferenças de climas, solos e coberturas vegetais. Devido à sua estrutura molecular dipolar a água é um forte solvente (solvente universal). Nas águas naturais este poder de dissolução é muito aumentado pela presença de ácido carbônico, formado pelo gás carbônico dissolvido, e ácidos orgânicos, principalmente húmicos, produzidos pela atividade dos seres vivos ao nível do solo. Num país tropical como o Brasil a abundância de água (umidade) e seu conteúdo em ácidos se coloca como o principal responsável pelo intemperismo das rochas, dando origem a mantos de decomposição (regolito) com espessura de dezenas de metros. Todas as águas naturais possuem, em graus distintos, um conjunto de sais em solução, sendo que as águas subterrâneas possuem, em geral, teores mais elevados dos que as águas superficiais, por estarem intimamente expostas aos materiais solúveis presentes no solo e nas rochas. A quantidade e tipo de sais presentes na água subterrânea dependerá do meio percolado, do tipo e velocidade do fluxo subterrâneo, da fonte de recarga do aqüífero e do clima da região. Em áreas com alto índice pluviométrico a recarga constante dos aqüíferos permite uma maior renovação das águas subterrâneas, com a conseqüente diluição dos sais em solução. Diferentemente, em climas áridos a pequena precipitação leva a uma salinização na superfície do solo através da evaporação da água que sobe por capilaridade. Por ocasião das chuvas mais intensas os sais mais solúveis são carreados para as partes mais profundas do aqüífero aumentando sua salinidade. Isto é o que acontece no Nordeste Brasileiro, onde , em muitas áreas, o problema consiste muito mais na salinização excessiva da água do que na inexistência da mesma. Propriedades Físicas Temperatura: As águas subterrâneas têm uma amplitude térmica pequena, isto é, sua temperatura não é influenciada pelas mudanças da temperatura atmosférica. Exceções são os aqüíferos freáticos pouco profundos. Em profundidades maiores a temperatura da água é influenciada pelo grau geotérmico local ( em média 1ºC a cada 30 m). No aqüífero Botucatu (Guarani) são comuns temperaturas de 40 a 50ºC em sua partes mais profundas. Em regiões vulcânicas ou de falhamentos profundos águas aquecidas podem aflorar na superfície dando origem às fontes termais. Cor A cor de uma água é conseqüência de substâncias dissolvidas. Quando pura, e em grandes volumes, a água é azulada. Quando rica em ferro, é arroxeada. Quando rica em manganês, é negra e, quando rica em ácidos húmicos, é amarelada. A medida da cor de uma água é feita pela comparação com soluções conhecidas de platina-cobalto ou com discos de vidro corados calibrados com a solução de platina-cobalto. Uma unidade de cor corresponde àquela produzida por 1mg/L de platina, na forma de íon cloroplatinado. Especial cuidado deve ser tomado na anotação do pH em que foi realizada a medida, pois sua intensidade aumenta com o pH. Da mesma forma a cor é influenciada por matérias sólidas em suspensão (turbidez), que devem ser eliminadas antes da medida. Para águas relativamente límpidas a determinação pode ser feita sem a preocupação com a turbidez. Neste caso a cor obtida é referida como sendo aparente. Em geral as águas subterrâneas apresentam valores de cor inferiores a 5mg de platina. Para ser potável uma água não deve apresentar nenhuma cor de considerável intensidade. Segundo a OMS o índice máximo permitido deve ser 20mg Pt/L. Odor e sabor Odor e sabor são duas sensações que se manifestam conjuntamente, o que torna difícil sua separação. O odor e o sabor de uma água dependem dos sais e gases dissolvidos. Como o paladar humano tem sensibilidade distinta para os diversos sais, poucos miligramas por litro de alguns sais ( ferro e cobre por exemplo) é detectável, enquanto que várias centenas de miligramas de cloreto de sódio não é apercebida. Em geral as águas subterrâneas são desprovidas de odor. Algumas fontes termais podem exalar cheiro de ovo podre devido ao seu conteúdo de H2S (gás sulfídrico). Da mesma maneira águas que percolam matérias orgânicas em decomposição (turfa por exemplo) podem apresentar H2S. Cloreto de sódio (NaCl) Salgado Sulfato de Sódio ( Na2 SO4) Ligeiramente salgado Bicarbonato de Sódio (Na H CO3) Ligeiramente salgado a doce Carbonato de Sódio (Na2 CO3) Amargo e salgado Cloreto de Cálcio (Ca Cl2) Fortemente amargo Sulfato de Cálcio (Ca SO4) Ligeiramente amargo Sulfato de Magnésio (Mg SO4) Ligeiramente amargo em saturação Cloreto de Magnésio (MgCl2) Amargo e doce Gás Carbônico (CO2) Adstringente, picante Turbidez É a medida da dificuldade de um feixe de luz atravessar uma certa quantidade de água. A turbidez é causada por matérias sólidas em suspensão (silte, argila, colóides, matéria orgânica, etc.). A turbidez é medida através do turbidímetro, comparando-se o espalhamento de um feixe de luz ao passar pela amostra com o espalhamento de um feixe de igual intensidade ao passar por uma suspensão padrão. Quanto maior o espalhamento maior será a turbidez. Os valores são expressos em Unidade Nefelométrica de Turbidez (UNT). A cor da água interfere negativamente na medida da turbidez devido à sua propriedade de absorver luz . Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), o limite máximo de turbidez em água potável deve ser 5 UNT. As águas subterrâneas normalmente não apresentam problemas devido ao excesso de turbidez. Em alguns casos, águas ricas em íons Fe, podem apresentar uma elevação de sua turbidez quando entram em contato com o oxigênio do ar. Sólidos em Suspensão: Corresponde à carga sólida em suspensão e que pode ser separada por simples filtração ou mesmo decantação. As águas subterrâneas em geral não possuem sólidos em suspensão e quando um poço está produzindo água com significativo teor de sólidos em suspensão é geralmente como conseqüência de mal dimensionamento do filtro ou do pré-filtro ou completação insuficiente do aqüífero ao redor do filtro. Em aqüíferos cársticos e fissurais as aberturas das fendas podem permitir a passagem das partículas mais finas (argila, silte) aumentando assim o conteúdo em sólidos em suspensão. Condutividade Elétrica Os sais dissolvidos e ionizados presentes na água transformam-na num eletrólito capaz de conduzir a corrente elétrica. Como há uma relação de proporcionalidade entre o teor de sais dissolvidos e a condutividade elétrica, podemos estimar o teor de sais pela medida de condutividade de uma água. A medida é feita através de condutivímetro e a unidade usada é o MHO (inverso de OHM, unidade de resistência). Como a condutividade aumenta com a temperatura, usa-se 25ºC como temperatura padrão, sendo necessário fazer a correção da medida em função da temperatura se o condutivímetro não o fizer automaticamente. Para as águas subterrâneas as medidas de condutividade são dadas em microMHO/cm. OBS: No Sistema Internacional de Unidades, adotado pelo Brasil, a unidade de condutância é siemens, abreviando-se S (maiúsculo). Para as águas subterrâneas o correto seria nos referirmos a microsiemens por centímetro (µS/cm). Dureza A dureza é definida como a dificuldade de uma água em dissolver (fazer espuma) sabão pelo efeito do cálcio, magnésio e outros elementos como Fe, Mn, Cu, Ba etc. Águas duras são inconvenientes porque o sabão não limpa eficientemente, aumentando seu consumo, e deixando uma película insolúvel sobre a pele, pias, banheiras e azulejos do banheiro. A dureza pode ser expressa como dureza temporária, permanente e total. Dureza temporária ou de carbonatos: É devida aos íons de cálcio e de magnésio que sob aquecimento se combinam com íons bicarbonato e carbonatos, podendo ser eliminada por fervura. Em caldeiras e tubulações por onde passa água quente (chuveiro elétrico por exemplo) os sais formados devido à dureza temporária se precipitam formando crostas e criando uma série de problemas, como o entupimento. Dureza permanente: É devida aos íons de cálcio e magnésio que se combinam com sulfato, cloretos, nitratos e outros, dando origem a compostos solúveis que não podem ser retirados pelo aquecimento. Dureza total: É a soma da dureza temporária com a permanente. A dureza é expressa em miligrama por litro (mg/L) ou miliequivalente por litro (meq/L) de CaCO3 (carbonato de cálcio) independentemente dos íons que a estejam causando. Alcalinidade: É a medida total das substâncias presentes numa água, capazes de neutralizarem ácidos. Em outras palavras, é a quantidade de substâncias presentes numa água e que atuam como tampão. Se numa água quimicamente pura (pH=7) for adicionada pequena quantidade de um ácido fraco seu pH mudará instantaneamente. Numa água com certa alcalinidade a adição de uma pequena quantidade de ácido fraco não provocará a elevação de seu pH, porque os íons presentes irão neutralizar o ácido. Em águas subterrâneas a alcalinidade é devida principalmente aos carbonatos e bicarbonatos e, secundariamente, aos íons hidróxidos, silicatos, boratos, fosfatos e amônia. Alcalinidade total é a soma da alcalinidade produzida por todos estes íons presentes numa água. Águas que percolam rochas calcárias (calcita = CaCO3) geralmente possuem alcalinidade elevada. Granitos e gnaisses, rochas comuns em muitos estados brasileiros, possuem poucos minerais que contribuem para a alcalinidade das água subterrâneas. A alcalinidade total de uma água é expressa em mg/L de CaCO3. pH: É a medida da concentração de íons H+ na água. O balanço dos íons hidrogênio e hidróxido (OH-) determina quão ácida ou básica ela é. Na água quimicamente pura os íons H+ estão em equilíbrio com os íons OH- e seu pH é neutro, ou seja, igual a 7. Os principais fatores que determinam o pH da água são o gás carbônico dissolvido e a alcalinidade. O pH das águas subterrâneas varia geralmente entre 5,5 e 8,5. Sólidos Totais Dissolvidos (STD): É a soma dos teores de todos os constituintes minerais presentes na água. Como dito anteriormente, a medida de Condutividade elétrica, multiplicada por um fator que varia entre 0,55 e 0,75, fornece uma boa estimativa do STD de uma água subterrânea. Segundo o padrão de potabilidade da OMS, o limite máximo permissível de STD na água é de 1000 mg/L. Principais Constituintes Iônicos: Como já foi dito, as águas subterrâneas tendem a ser mais ricas em sais dissolvidos do que as águas superficiais. As quantidades presentes refletem não somente os substratos rochosos percolados mas variam também em função do comportamento geoquímico dos compostos químicos envolvidos. Como há sensíveis variações nas composições químicas das rochas, é de se esperar uma certa relação entre sua composição da água e das rochas preponderantes na área. É necessário, contudo, frisar que o comportamento geoquímico dos compostos e elementos é o fator preponderante na sua distribuição nas águas. Desta forma o sódio e o potássio, dois elementos que ocorrem com concentrações muito próximas na crosta continental (vide tabela) participam em quantidades sensivelmente diferentes nas águas subterrâneas. Composição Média da Crosta Continental SiO2 61,9 % Bário (Ba) 425mg/L TiO2 0,8 % Estrôncio (Sr) 375mg/L Al2O3 15,6 % Zircônio (Zr) 165mg/L Fe2O3 2,6 % Cobre (Cu) 55mg/L FeO 3,9 % Escândio (Sc) 22mg/L MnO 0,1 % Chumbo (Pb) 12,5mg/L MgO 3,1 % Urânio (U) 2,7mg/L CaO 5,7 % Mercúrio (Hg) 0,08mg/L Na2O 3,1 % Prata (Ag) 0,07mg/L K2O 2,9 % Ouro (Au) 0,004mg/L P2O5 0,3 % ATMÓSFERA Formação A atmosfera é a envoltura gasosa que rodeia a Terra. Começou a formar se faz uns 4600 milhões de anos com o nascimento da Terra. A maior parte da atmosfera primitiva se perderia no espaço, mas novos gases e vapor de água foram-se liberando das rochas que formam nosso planeta. A atmosfera das primeiras épocas da historia da Terra estaria formada por vapor de água, dióxido de carbono (CO2) e nitrogênio, junto a muito pequenas quantidades de hidrógenio (H2) e monóxido de carbono, mas com ausência de oxigênio. Era uma atmosfera ligeiramente redutora até que a atividade fotossintética dos seres vivos introduz oxigênio e ozônio (a partir de uns 2500 ou 2000 milhões de anos) e faz uns 1000 milhões de anos a atmosfera chegou a ter uma composição similar à atual. Também agora os seres vivos seguem desempenhando um papel fundamental no funcionamento da atmosfera. As plantas e outros organismos fotossintéticos tomam CO2 do ar e devolvem O2, enquanto que a respiração dos animais e a queima de florestas ou combustíveis realizam o efeito contrario: retiram O2 e devolvem CO2 à atmosfera. Composição. Os gases fundamentais que formam a atmosfera são: Gases % (em vol.) Nitrogênio 78,084 Oxígenio 20,946 Argón 0,934 CO2 0,033 Outros gases de interesse presentes na atmosfera são: vapor de água, o ozônio e diferentes óxidos de nitrogênio, enxofre, etc. Também tem partículas de pó em suspensão como, por exemplo, partículas inorgânicas, pequenos organismos, NaCl do mar, etc. Muitas vezes estas partículas podem servir de núcleos de condensação na formação de neblina (poluentes ou fumaça) muito contaminantes. Materiais sólidos na atmosfera (Partículas/cm3) 1000 Alto mar 1000 Alta montanha (más de 2000 m) 6000 Cerros (hasta 1000 m) 10 000 Campos cultivados 35 000 Cida pequena 150 000 Metrópoles Os vulcões e a atividade humana são responsáveis da emissão para a atmosfera de diferentes gases e partículas contaminantes que tem una grande influencia nas mudanças climáticas e o funcionamento dos ecossistemas. Figura 3-1 > Cúpula de po sobre uma cidade Os componentes da atmosfera se encontram concentrados perto da superfície, comprimidos pela atração da gravidade e, conforme aumenta à altura a densidade da atmosfera diminui com grande rapidez. Nos 5,5 kilometros mais próximos da superfície se encontram a metade da massa total e antes dos 15 kilometros de altura está o 95% de toda a matéria atmosférica. A mistura de gases que chamamos ar mantém a proporção de seus distintos componentes quase invariáveis ate os 80 km, ainda que cada vez mais enrarecido (menos denso) conforme vamos ascendendo. A partir dos 80 km a composição se faz mais variável. Estrutura Dada as diferentes características da atmosfera ela se divide em: Troposfera: que abranger até um limite superior chamado de tropopausa que se encontra aos 9 km nos pólos e aos 18 km no equador. Nela se produzem importantes movimentos verticais e horizontais das massas de ar (ventos) tem relativa abundancia de água, por sua cercania á hidrosfera. Por todo isto é a zona das nuvens e os fenômenos climáticos: Chuvas, ventos, mudança de temperatura, etc. É a camada de mais interesse para a ecologia. Na troposfera a temperatura vai diminuindo conforme vá subindo, até chegar a -70ºC em seu limite superior. A estratosfera começa a partir da tropopausa e chega até um limite superior chamado estratopausa que se situa aos 50 kilometros de altitude. Nesta camada a temperatura muda sua tendência e vá aumentando até chegar a ser ao redor de 0ºC na estratopausa. Quase não tem movimento em direção vertical do ar, mas os ventos horizontais chegam a atingir frequentemente os 200 km/hora, facilitando que qualquer substancia que chega à estratosfera se difunda por todo o globo com rapidez, é o que acontece com os CFC, que destroem o ozônio. Nesta parte da atmosfera, entre os 30 e os 50 kilometros, se encontra o ozônio que tão importante papel desempenha na absorção das radiações de onda curta. . A ionosfera e a magnetosfera se encontram a partir da estratopausa. Nelas o ar está tão enrarecido que sua densidade é muito baixa. São os lugares onde se produzem as auroras boreais em onde se refletem as ondas de radio, mas seu funcionamento afeta muito pouco aos seres vivos. Figura 3-2 > Estructura de la atmósfera Pressao atmosférica A pressao diminui rápidamente com a altura, mas ademáis tem diferenças de pressao entre umas zonas da troposfera e outras que tem grande interése desde o ponto de vista climatológico. Son as denominadas zonas de altas pressoes, quando a pressao reduzida ao nivel do mar e a 0ºC, é maior de 1.013 milibares ou zonas de baixas pressoes e o valor é menor que esse número. Em meteorología se trabalha com pressoes reduzidas ao nivel do mar e a 0ºC para igualarem dados que se tomam à diferentes alturas e com diferentes temperaturas para assim poder fazer comparacoes. O ar se movimenta das áreas de máis pressao para as de meno, formando se de esta forma os ventos. Se llaman isobaras as línhas que unem os pontos de igual pressao. Os mapas de isobaras sao usados pelos meteorólogos para as prediçoes do tempo. Água na atmosfera A atmosfera contem água na forma de: • Vapor que se comporta como um gás • Pequenas gotículas líquidas (nuvens) • Cristalitos de gelo (nuvens) Água contida na atmosfera • • • • Contem uns 12 000 km3 de água Entre 0 y 1 800 m está a metade da água Evaporam se (e liquidificam) uns 500 000 km3/ano Evaporação potencial em l/m2/ano: - em oceanos: 940 mm/ano - em continentes: 200-6000 mm/ano Umidade Uma massa de ar não pode conter uma quantidade ilimitada de vapor de água. Tem um limite a partir do qual o excesso de vapor se liquidifica em gotículas. Este limite depende da temperatura, pois o ar quente é capais de conter maior quantidade de vapor de água que o ar frio. Assim, por exemplo, 1 m3 de ar a 0ºC pode chegar a conter como máximo 4,85 gramas de vapor de água, enquanto que 1 m3 de ar a 25ºC pode conter 23,05 gramas de vapor de água. Se em 1 m3 de ar a 0ºC tentarmos introduzir mais de 4,85 gramas de vapor de água, por exemplo, 5 gramas, só 4,85 permanecerão como vapor e os 0,15 gramas restantes se converterão em água. Com estas idéias se podem entender os seguintes conceitos muito usados nas ciências atmosféricas: umedade de saturação.- È a quantidade máxima de vapor de agua que pode conter um metro cúbico de ar em condicoes determinadas de pressao e temperatura. Umidade de saturação do vapor de agua no ar Temperatura ºC Saturação g · m-3 0.89 - 20 2.16 -10 4.85 0 9.40 10 17.30 20 30.37 30 51.17 40 Umidade absoluta.- É a quantidade de vapor de agua por metro cúbico que contem o ar que se esteja analizando. Umidade relativa.- É a relação entre a quantidade de vapor de agua contido realmente no ar analizado (humedad absoluta) e que podería chegar a conter si estivesse saturado (Umedade de saturação). Se expresa em porcentagem. Assím, por exemplo, uma Umdade relativa normal junto ao mar pode ser de 90% o que significa que o ar contem o 90% de vapor de agua que pode admitir, enquanto um valor normal em uma zona seca pode ser de 30%. O vapor que se encontra na atmósfera procede da evaporação da agua dos océanos, dos rios, lagoas e dos solos úmidos. Que se evapore máis ou menos depende da temperatura e do nivel de saturação do ar , pois um ar cuja umidad relativa é baixa pode admitir muitoo vapor de agua procedente da evaporação, enquanto que um ar próximo à saturação ja nao admitirá vapor de agua por muito elevada que seja a temperatura. O conceito de evapotranspiração é especialmente interesante em ecología pois se refere ao conjunto del vapor de agua enviado à atmósfera en uma superficie, e é a soma do que se evapora diretamente do solo, das plantas e outros seres vivos que emiten para a atmósfera sua transpiração. Tabla 2.1. Características de la atmósfera en distintas alturas. Promedios válidos para As latitudes templadas Altura (m) 0 1000 2000 3000 4000 5000 10000 15000 Pressão (milibares) 1013 898,6 794,8 700,9 616,2 540 264,1 120,3 Densidade(g · dm-3) 1,226 1,112 1,007 0,910 0,820 0,736 0,413 0,194 Temperatura(ºC) 15 8,5 2 -4,5 -11 -17,5 -50 -56,5 Distribuição da água na Terra Quase a totalidade da água se encontra nos mares e oceanos em forma de água salgada. Das águas doces a maior parte está n forma de gelo e em águas subterrâneas. A água situada sobre os continentes e na atmosfera estão quantidades proporcionalmente menores, ainda que sua importância biológica é grande. Distribuição da água Água líquida oceânica 1322·106 km3 Água sólida oceânica 26·106 km3 Epicontinentais 225 000 km3 Na atmosfera 12 000 km3 2-8 ·106 km3 Águas subterrâneas O tempo médio que una molécula de água permanece nas distintas etapas do ciclo é: Na atmosfera Nos rios Em lagos Em aqüíferos subterrâneos Em oceanos 9-10 dias 12-20 dias 1-100 anos 300 anos 3 000 anos Como é lógico estes tempos médios de permanência vão a ter uma grande influencia na persistência da contaminação nos ecossistemas aquáticos. Si se contamina um rio, no decorrer de poucos dias ou semanas pode ficar limpo, pelo próprio arrasto dos contaminantes para o mar, onde se diluiriam em grandes quantidades de água. Mas si se contamina um aqüífero subterrâneo o problema persistirá durante dezenas o cento de anos. CICLO DA ÁGUA A água é uma substância vital para a biosfera. tropicais podem causar estratificação térmica relativamente resistente à ação do vento. Cerca de 70% da superfície da Terra é coberta por água. As grandes massas de água estão nos oceanos onde se acham em contínuo movimento. As correntes marítimas são cruciais para o estabelecimento dos padrões globais de circulação atmosférica e do clima (Figura 6.2). setas Figura 6.2: Principais correntes oceânicas da biosfera. Correntes quentes com vermelhas e frias com setas azuis. A estratificação térmica em lagos e mares é muito importante, pois implica numa estratificação química e muitas vezes numa estratificação biológica. Naturalmente, tal característica implica em importantes conseqüências para todos os demais ciclos biogeoquímicos em ambiente aquático. A água está em contínuo movimento nos continentes. As fontes de água nos continentes são alimentadas pela água das chuvas que volta ao mar via escoamento superficial ou subterrâneo. Os rios exercem considerável influência sobre a paisagem terrestre. A foto, a seguir, ilustra o Córrego Carioca, município de Itabirito, onde podese ver claramente a formação vegetal mais densa junto à uma das margens. Na outra margem (lado esquerdo), vê-se a influência antrópica, através de pastos destinados a pecuária. A água tem ainda uma alta viscosidade, que decresce com o aumento da temperatura. Esta viscosidade possibilita a existência de uma comunidade biológica que vive acima e abaixo da zona ar-água. Os detergentes alteram drasticamente a tensão superficial da água. Outra importante característica da água são os seus elevados calores latentes de evaporação (Lv = 590 cal.g-1) e fusão (Lf = 80 cal.g-1). Deste modo a água 'exige' o aporte de grandes quantidades de energia para trocar o seu estado físico, conferindo-lhe uma elevada inércia térmica que resulta numa 'demora' em aquecimento e resfriamento. Estas propriedades são extremamente importantes no estabelecimento das características climáticas. Diferenças de temperaturas causam diferenças na densidade da água que aliada à ação dos ventos geram as correntes oceânicas (Figura 3). Existem tanto correntes frias quanto correntes quentes. As correntes frias trazem águas ricas de nutrientes incrementando a produção biológica nas áreas sob a sua influência. No entanto, essas correntes causam também grande aridez nas faixas continentais que são por elas banhadas, graças a pouca evaporação associada às correntes frias. As correntes quentes, ao contrário, mantém a estratificação da coluna d'água e, com isto, impede a fertilização continuada das águas superficiais. Deste modo, suas águas são pobres em termos de produção biológica. As correntes quentes, por outro lado, amenizam o clima na faixa continental sob sua influência trazendo chuvas e amenizando o inverno nas altas latitudes. O clima da Inglaterra, por exemplo, é muito amenizado pela corrente quente Gulf Stream (Corrente do Golfo). A água pura exibe uma absorção diferencial da luz. Ondas menos energéticas de comprimento longo (vermelho) são absorvidas nos primeiros metros abaixo da superfície. Outros fatores que intervém no processo são a turbides (sol. em suspensão) e a cor (subst. dissolvidas) que também diminuem a penetração de luz. A Biosfera pode ser definida em termos de disponibilidade de água: é a região do planeta onde há um suprimento de energia externa e água no estado líquido. O ciclo da água é caracterizado por um depósito atmosférico pequeno porém extremamente dinâmico, sendo inclusive responsável pela caracterização dos diversos climas terrestrres. As reservas de água nos continentes são alimentadas pela precipitação atmosférica (chuvas, neves e granizos), uma vez que chove proporcionalmente mais nos continentes se comparados às áreas oceânicas. Grandes regiões do planeta tais como o vale do Mississipi (USA), Europa e Amazônia oriental recebe a maior parte de precipitações através de massas de ar oriundas dos oceanos. O volume total de água da biosfera é de cerca de 1,5 bilhões de quilômetros cúbicos. Esta água está distribuída de modo muito desigual pela superfície da Terra cuja superfície total é de 512 milhões de Km² . A maior parte da água está no mar (97%). Os 3% restantes são constituídos por água doce (a maior parte em geleiras). O depósito de águas subterrâneas é muito maior do que o de águas superficiais. Rios e lagos contribuem muito pouco para o total de água doce existente (Figura 6.3), mas eles são essenciais para a renovação do ciclo já que o tempo de renovação médio das águas superficiais é pequeno (ao redor de 1 ano). Outro fator que influencia a distribuição mundial das águas é a latitude principalmente alterando os totais pluviométricos. Figura 6.3: Esquema do ciclo da água Segundo o esquema acima, os oceanos estão exportando água para os continentes. Isso se dá pela penetração de ar úmido a partir dos oceanos.