LEILÃO DE TRANSMISSÃO 3˚ Leilão de Transmissão de 2014 Participação Vedada Introdução O 3º Leilão de Transmissão de 2014 ocorreu nesta terça-feira, dia 18 de novembro. No certame, somente 4 lotes receberam oferta de um total de 9 lotes disponíveis e o deságio médio foi de 12,9%. As empresas vencedoras foram Eletrosul, Elecnor, Copel, Celg e Isolux. Metodologia Neste leilão, foi realizado um novo procedimento chamado Competição Cruzada especificamente para o Lote A, que é composto de quatro Sublotes (A1, A2, A3 e A4), e poderia ser comercializado como um único produto ou de forma fragmentada. A disputa do Lote A foi iniciada com a entrega de cinco envelopes, simultaneamente, contendo o lance ou a manifestação de não interesse em apresentar proposta financeira para o Lote A e para cada um dos Sublotes A1 a A4. Após a abertura dos envelopes, o diretor do leilão verificou se constavam propostas válidas. Caso houvesse propostas válidas para o Lote A e não houvesse propostas válidas para os Sublotes, o Lote A seria leiloado pelo procedimento tradicional, previsto para os Lotes B a I (explicado posteriormente). Caso houvesse propostas válidas para os Sublotes e não houvesse propostas válidas para o Lote A, os Sublotes seriam leiloados individualmente pelo procedimento tradicional. Caso houvesse propostas válidas tanto para o Lote A quanto para todos os Sublotes seria estabelecido um parâmetro chamado Valor de Corte Geral, cuja função é definir se ocorreria Competição Cruzada entre o Lote A e os Sublotes. Para estabelecer o Valor de Corte Geral seria utilizada como referência a menor oferta entre o Lote A e a soma das menores ofertas para os Sublotes, e seriam acrescentados 5% a esse valor para definir o parâmetro. Caso a menor proposta tivesse sido para o Lote A e a soma das menores propostas para os Sublotes estivesse acima do Valor de Corte Geral, o Lote A seria leiloado pelo procedimento tradicional. Caso a menor proposta tivesse sido para a soma dos Sublotes e a menor proposta do Lote A estivesse acima do Valor de Corte Geral, os Sublotes seriam leiloados individualmente pelo procedimento tradicional. Caso a menor proposta para o Lote A e a soma das menores propostas dos Sublotes fossem inferiores ou iguais ao Valor de Corte Geral, então haveria Competição Cruzada entre o Lote A e os Sublotes. Para determinar quais proponentes participariam da Competição Cruzada seria utilizado um parâmetro chamado Valor de Corte Específico, definido para o Lote A e para cada Sublote, que seria 5% superior à menor oferta dada para cada um individualmente. Assim, poderiam prosseguir na Competição Cruzada aquelas proponentes que tivessem feito ofertas menores ou iguais ao Valor de Corte Específico do respectivo Lote ou Sublote. A Competição Cruzada seria realizada em viva-voz e a cada rodada, entre as quais poderiam ser fixados intervalos mínimos de valores de decréscimo, seria dada publicidade ao valor da menor proposta para o Lote A, da menor proposta para cada Sublote, e da soma das menores propostas para os Sublotes. O leilão se encerraria quando não houvesse mais lances. Caso ao final do leilão, a menor oferta para o Lote A fosse inferior ou igual ao somatório das menores ofertas dos Sublotes, seria vencedora a proponente que deu o menor lance no Lote A. Caso o somatório das menores ofertas dos Sublotes fosse menor que a oferta do Lote A, seriam declaradas vencedoras as proponentes que deram os menores lances em cada um dos Sublotes. O Procedimento tradicional, pelo qual foram leiloados os Lotes B a I decorreu de modo em que todos os proponentes habilitados para o respectivo lote foram obrigados a entregar um envelope lacrado ao Diretor do leilão, contendo uma proposta financeira ou uma manifestação de não interesse. Caso não houvesse lances iguais ou menores, ao valor do menor lance acrescido de 5%, seria declarada vencedora a proponente com a menor oferta em envelope fechado. Caso contrário, a disputa seguiria para os lances em viva-voz que se encerraria quando não houvesse mais lances. Caso houvesse empate, o vencedor seria definido por sorteio. O deságio do 3º Leilão de Transmissão de 2014 foi 12,9%. Este valor se deve ao deságio da Eletrosul de 14 % no lote A, que representou quase 90% da RAP total do certame. Retirando este lote da amostra, o deságio médio cai para 2,2%. As empresas que apresentem tempo médio de atraso superior a 6 meses em empreendimentos de transmissão nos últimos 3 anos e que no mesmo período tenham recebido 3 ou mais penalidades por atraso na execução das obras de transmissão e não possuem Certificado de Descumprimento Total do Termo de Compromisso de Ajuste de Conduta (TAC) foram vedadas a participarem da disputa com participação acima de 49% na SPE ou consórcio investido. Desse modo, empresas que apresentaram restrição no certame anterior e que já são recorrentes em participação vedada foram novamente proibidas: CHESF (647 dias em atraso em média; 13 multas), ELETRONORTE (381; 3); IESUL (1.287;3) e CEEE-GT (842;5). A subsidiária da Eletrobrás, Furnas que aparecia entre os proibidos no último certame, reduziu seu número de multas e pôde novamente participar de forma integral. Resultados R$MM RAP TETO R$MM RAP VENCEDORA R$MM 450 400 DESÁGIO SEM LANCE 14,0 % 350 Este número resulta da baixa competitividade observada no certame. Do total de 9 lotes, 5 não receberam 300 250 nenhuma oferta e dos quatro lotes que tiveram lance, todos obtiveram somente um único lance. 200 150 100 50 3,6 % 0,6 % 0,3 % 0 A Após sua ausência entre os vencedores do último Leilão de Transmissão, o Grupo Eletrobrás voltou a ser vencedor neste certame. O Grupo arrematou o principal lote entre os disputados através de sua empresa subsidiária Eletrosul e confirmou a tendência prevista na análise da Thymos Energia do último leilão de voltar a participar ativamente nos certames de transmissão. A presença da Eletrobrás na expansão da rede de transmissão é importante no desenvolvimento do sistema elétrico e sua presença ativa nos próximos leilões continua sendo esperada. B C D O total da RAP negociada no leilão foi de 376,8 R$MM, com deságio médio de 12,9%. Este desconto foi semelhante ao observado no segundo leilão de 2014, com 13% e inferior ao primeiro, de 38%. Por outro lado, foi superior aos dois últimos de 2013, que apresentaram deságios de 7,2% e 5,6%. O lote A foi arrematado pela Eletrosul com deságio de 14%, pela RAP vencedora de 336 R$MM. Este lote foi o maior comercializado no leilão com 2.218 km e 7 SE. Havia a possibilidade do lote A ser comercializado em sublotes, porém foi arrematado em conjunto. E F G H I O lote E obteve o consórcio Paraíso como vencedor, composto pela Eletrosul (24,5%), Copel GT (24,5%) e Elecnor (51%). A RAP vencedora foi a proposta de 22 R$MM, que apresentou deságio de 3,6% em relação a RAP teto. Entretanto, logo após o resultado do lote, a Copel GT declinou da participação no consórcio, o que é previsto no contrato, após reavaliação do retorno do investimento. A saída do consórcio só poderá ser realizada após a assinatura do contrato de concessão. A Celg GT foi a vencedora do lote F, que apresentou um deságio de apenas 0,3% e levou a RAP final para 1,6 R$MM. O lote B, que não obteve nenhuma proposta, apresentava RAP teto de 65,3 R$MM. Seu objetivo é reforçar o atendimento das cargas no Tramo Oeste do estado do Paraná. O lote G, que possuía RAP teto de 28,8 R$MM, também não recebeu propostas cujo objetivo é reforçar o suprimento de energia elétrica às cargas de Palmas. Também não houve disputa para o lote C, que possuía RAP teto de 165,7 R$MM. Este lote tem como objetivo reforçar a integração dos aproveitamentos hidrelétricos da bacia do rio Teles Pires. Parte deste lote já havia entrado em disputa no 1º certame de 2014, o que mostra que apesar da nova tentativa, não foi observada atratividade econômica por parte dos investidores. O lote H foi arrematado pela Isolux, cuja RAP vencedora foi de 17,2 R$MM com um deságio de 0,6% em relação a RAP teto. A empresa vai construir a linha Jurupari-Laranjal do Jari, em 230 kV, entre o Pará e Amazonas como reforço para o escoamento de energia da UHE Santo Antônio do Jari, Ferreira Gomes e Cachoeira Caldeirão. O lote D foi outro que encerrou o leilão sem ofertas. A RAP teto de 52,5 R$MM não foi suficientemente atrativa para os proponentes. Seu objetivo é atender cargas da CEMIG, escoar energia proveniente de PCHs e eliminar restrições na Rede Básica de Fronteira da SE Ipatinga 1. O lote D era composto por lotes já participantes em certames de 2013 e 2014, que continuaram sem receber proposta. Thymos Energia Consultoria Av. Nações Unidas, 11.633 – 19º andar – CEP: 04578-000 – São Paulo O lote I também não obteve proposta. Tinha como RAP teto o valor de 5,2 R$MM. O objetivo deste lote é o reforço para atender ao crescimento de carga na região sudeste do Pará. As empresas Abengoa e Alupar, que já tiveram participações expressivas em outros certames, estavam habilitadas na disputa em quase todos os lotes (com exceção do lote B), entretanto, não apresentaram proposta em nenhum. Os lotes não negociados neste certame devem ter suas RAP revistas, para voltar nos próximos certames com maior atratividade. LOTE Descrição Região LT (km) SE Entrada em Operação Comercial RAP TETO R$MM A1 SE 525/230/138 kV Capivari do Sul LT 525 kV Capivari do Sul - Gravataí LT 230 kV Capivari do Sul - Viamão 3 LT 525 kV Guaíba 3 - Capivari do Sul RS 326 1 mar-18 78,5 - Viabilizar a conexão de futuros parques eólicos no estado do Rio Grande do Sul 32,7 - Viabilizar a conexão de futuros parques eólicos no estado do Rio Grande do Sul. - Alivia o carregamento das transformações 230/69kV da região central de Porto Alegre garantindo o atendimento adequado a esta região com a necessária confiabilidade. - Novo ponto de atendimento da Região Norte do RS. Alivia carregamento das subestações Nova Prata 2 e Santa Marta. - Integração da nova SE Vila Maria ao Sistema Interligado Nacional. A2 SE 230 kV Osório3 LT 230 kV Osório 3 - Gravataí 3 SE 230/69 kV Porto Alegre 1 (Isolada a SF6) LT 230 kV Porto Alegre 8- Porto Alegre 1 (Subterrânea) LT 230 kV Porto Alegre 12 - Porto Alegre 1 (Subterrânea) SE 230/138 kV Vila Maria RS 78 2 mar-18 RAP VENCEDORA R$MM 336 A3 A4 B C D SE 230 kV Livramento 3 - Comp. Síncrono SE 230 kV Maçambará 3 LT 230 kV Livramento 3 – Alegrete 2 LT 230 kV Livramento 3 – Santa Maria 3 LT 230 kV Livramento 3 – Cerro Chato LT 230 kV Livramento 3 – Maçambará 3 SE 525/230 kV Guaíba 3 LT 525 kV Guaíba 3 - Gravataí LT 230 kV Guaíba 2— Guaíba 3 C1 e C2 LT 525 kV Santa Vitória do Palmar - Marmeleiro C2 LT 525 kV Povo Novo - Guaíba 3 C2 LT 525 kV Marmeleiro - Povo Novo C2 LT 525 kV Nova Santa Rita — Guaíba 3 C2 LT 525 kV Candiota 2 - Guaíba 3, CD SE 525/230 kV Candiota 2 LT 230 kV Xingu - Altamira, C1 LT 230 kV Altamira - Transamazônica, C2 LT 230 kV Transamazônica - Tapajós, C1 SE 230/138 kV Tapajós SE Tapajós - compensador síncrono SE Rurópolis - compensador síncrono LT 500 kV Paranaíta – Cláudia, C3 LT 500 kV Cláudia – Paranatinga, C3 LT 500 kV Paranatinga – Ribeirãozinho C3 LT 500 kV Paranatinga – Canarana, CS SE 230/138 kV Canarana SE 500/230 kV Paranatinga SE 500/138 kV Paranaíta SE 500/230 kV Itabira 5 SE 230/69 kV João Monlevade 4 SE 230/138 kV Janaúba 3 SE 230/138 kV Braúnas SE 230/69 kV Timóteo 2 LT 230 kV Itabira 5 – Itabira 2 C2 LT 230 kV Irapé - Janaúba 3 C1 LT 230 kV Irapé - Araçuaí 2 C2 DESÁGIO 14,0% Justificativa RS 606 2 mar-18 63,2 - Viabilizar a conexão de futuros parques eólicos no estado do Rio Grande do Sul. RS 1.208 2 mar-18 216,2 - Viabilizar a conexão de futuros parques eólicos no estado do Rio Grande do Sul. PA 436 3 set-18 65,3 MT 1.267 3 mar-18 165,7 - - - - Reforço necessário para atendimento às cargas no Tramo Oeste do estado do Pará. - - Reforço necessário para integração dos aproveitamentos hidrelétricos da bacia do rio Teles Pires. - Esgotamento do sistema de transmissão de atendimento à CEMAT via Barra do Peixe (Região do Baixo Araguaia). MG 212 5 mar-18 52,5 - - - Reforço Estrutural para atendimento ao Critério N-1. - Modernização da Usina de Salto Grande e escoamento de PCH´s. - Atendimento de cargas da CEMIG D e eliminação de restrições na Rede Básica de Fronteira da SE Ipatinga 1. E LT 230 kV Campo Grande 2 - Paraíso 2 - C2 LT 230 kV Paraíso 2 - Chapadão - C2 SE 230/138 kV Paraíso 2 MS 265 1 set-17 e mar-18 22,8 22 3,62% - Agregar confiabilidade no atendimento elétrico ao mercado da ENERSUL e viabilizar o escoamento do potencial de PCHs da região nordeste do estado do Mato Grosso do Sul. F LT 230 kV Itumbiara - Paranaíba - C2 GO/MG 11 - set-17 1,65 1,6 0,32% - Manter o nível de tensão dentro dos limites para o atendimento ao critério N-1. G LT 500 kV Miracema - Lajeado, C2 LT 230 kV Lajeado - Palmas, C1 e C2 SE 230/138 kV Palmas TO 150 1 set-17 28,7 - - H LT 230 kV Jurupari - Laranjal do Jari C3 PA/AM 105 - set-18 17,2 17,2 0,60% I SE 230/138 kV Onça Puma PA - 1 set-17 5,2 - - TOTAL - - 4.664 21 - 750 376,8 Thymos Energia Consultoria Av. Nações Unidas, 11.633 – 19º andar – CEP: 04578-000 – São Paulo www.thymosenergia.com.br - Reforço necessário para o suprimento de energia elétrica às cargas de Palmas, com atendimento ao critério (N-1). - Reforço necessário para o escoamento da energia das UHE Santo Antônio do Jari, Ferreira Gomes e Cachoeira Caldeirão. - Reforço necessário para atender ao crescimento de carga na Região Sudeste do Pará. -