A AVALIAÇÃO DE MEIO TERMO DO NAF TERRITÓRIO DA GRANDE DOURADOS [email protected] APRESENTACAO ORAL-Ciência, Pesquisa e Transferência de Tecnologia GUSTAVO BITTENCOURT MACHADO; EDNA MARIA DA SILVA. UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA, SALVADOR - BA - BRASIL. A Avaliação de Meio Termo do NAF Território da Grande Dourados Resumo No presente artigo, apresentam-se resultados da Avaliação de Meio Termo do Núcleo Piloto de Informação e Gestão Tecnológica para a Agricultura Familiar (NAF), do Território da Grande Dourados, estado do Mato Grosso do Sul, do Componente 3, do Programa Agrofuturo, executado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) e instituições parceiras e financiado por esta empresa, a União Federal e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), com base em indicadores qualiquantitativos que tratam de questões de natureza econômica, tecnológica, social e institucional, segundo dois eixos de avaliação Governança das instituições participantes do NAF e Geração e transferência de tecnologias para os agricultores familiares. Faz-se uma comparação desse NAF com os de outras regiões/territórios do Brasil, decorrentes da Avaliação de Meio Termo. Abstract This paper presents the results of Mid-Term Appraisal of Information and Technological Management for Family Agriculture (NAF), in the Grande Dourados Territory, State of Mato Grosso do Sul, about the Component 3 of Agrofuturo Program, executed by Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), the Federal Union and the Interamerican Development Bank (BID), based on qualitative and quantitative indicators, which consider questions about economic, technological, social and institutional natures, according to two axis of appraisal Governance of the NAF’s participative institutions and Generation and transfer of technologies for the small farmers. It is did a comparison between this NAF and those of other regions/territories of Brazil, in consequence of the Mid Term Appraisal. Palavras-chave: gestão tecnológica, agricultura familiar, território, governança, avaliação de políticas públicas Key-word: technological management, family agriculture, territory, governance, public policies appraisal Introdução No presente texto apresentam-se os resultados da Avaliação de Meio Termo do Núcleo Piloto de Informação e Gestão Tecnológica para a Agricultura Familiar (NAF), do Território da Grande Dourados, estado do Mato Grosso do Sul, do Componente 3, do Programa Agrofuturo, executado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) e instituições parceiras e financiado por esta empresa, a União Federal e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), com base em indicadores qualiquantitativos que tratam de questões de natureza econômica, tecnológica, social e institucional, segundo dois eixos de avaliação Governança das instituições participantes do NAF e Geração e transferência de tecnologias para os agricultores familiares. Faz-se uma comparação desse NAF com os de outras regiões/territórios do Brasil, decorrentes da Avaliação de Meio Termo. Esta Avaliação também foi realizada nos NAFs dos Territórios do Nordeste Paraense (PA), Sisal (BA) e Mata Sul (PE). Diante do avaliado e percebido durante as entrevistas com os respectivos NAFs e visitas às comunidades rurais, pode-se estabelecer uma tipologia dos Núcleos-piloto em duas categorias: NAF tipicamente público-estatal e NAF tipicamente público-social. O NAF tipicamente público-estatal consiste em um Núcleo, não exclusivo, mas predominantemente estruturado e institucionalizado por instituições do Estado, que lhe dão certo dinamismo, nas três esferas de Poder: federal, estadual e municipal. O adjetivo “público” deve-se à composição onde se observa a participação de instituições estatais e organizações da sociedade civil. “Estatal” em virtude de as diretrizes e ações do Núcleo serem estabelecidas, não somente de direito, mas, de fato, pelas instituições estatais, com pouca ou quase inexistente participação de organizações da sociedade civil no processo participativo e deliberativo das ações. Encontram-se, nesse caso, o NAF do Território do Nordeste Paraense (PA) e o NAF do Território da Mata Sul (PE). O NAF tipicamente público-social é aquele em que atuam instituições do Estado, em suas três esferas, e organizações da sociedade civil, também representantes de movimentos sociais. Disso decorre a adjetivação “público”. O adjetivo “social” decorre da situação real de as ações do NAF estarem sendo discutidas e executadas, numa relação horizontal, conjuntamente, entre as instituições estatais e as organizações da sociedade civil, em uma repartição de competências e atividades. Encontram-se, nessa situação, o NAF do Território da Grande Dourados (MS) e o NAF do Território do Sisal (BA). Salienta-se que são as condições históricas e atuais da formação social desses territórios, através das instituições representativas de classes, grupos e categorias sociais que efetivamente compõem o NAF que norteiam a sua classificação em núcleo tipicamente público-estatal ou núcleo tipicamente público-social. Quanto à compreensão do conceito e objetivos do Programa Agrofuturo, estão apreendidos pela equipe técnica da EMBRAPA e representantes da EMATER de forma plena. Ainda parcialmente por Secretários Municipais de Agricultura e instituições de ATER e ATES, prestadoras de assistência técnica aos assentamentos de reforma agrária do INCRA. Tácita e empiricamente pelos representantes das associações dos agricultores familiares e, como de se esperar, a grande maioria dos agricultores familiares ainda não apreendeu o conceito do Programa Agrofuturo/Núcleo, em seu Componente 3, apesar de terem conhecimento das ações em curso, em suas comunidades e no Território, o que revela limites, mas certo nível de conhecimento. Tendo como base o projeto original entende-se que os NAFs foram criados como alternativa capaz de catalisar os esforços institucionais e dos agricultores, em prol do fortalecimento da agricultura familiar na área de abrangência do Núcleo que é o Território no qual se localiza. Bem como uma alternativa de se vincular às organizações que têm mandato nacional e regional e possam aportar diferentes modalidades de apoio à sua atuação. Os Núcleos são concebidos como instrumento de convergência de várias organizações, visando ao atendimento dos agricultores familiares numa perspectiva de resgate e geração de conhecimentos que respeitem e compreendam a sua dinâmica, mas também, como espaço de aprendizagem para uma convivência construtiva entre técnicos de diferentes saberes e desses técnicos com os agricultores. (...) Os Núcleos serão “escritórios” sediados em base física préexistente – eventualmente cedida por uma das organizações parceiras, como por exemplo, prefeitura municipal ou qualquer outra organização de âmbito local, que tenha as condições necessárias ao atendimento das necessidades básicas da equipe do Núcleo. (...) Os Núcleos devem contribuir para socializar os conhecimentos disponíveis, identificar demandas, sobretudo de P&D e tecnologia de gestão, para a agricultura familiar, favorecer o intercâmbio entre o saber técnico e o saber popular e estimular e favorecer a construção de conhecimentos na perspectiva dos anseios dos agricultores familiares. (EMBRAPA, 2007)1. O objetivo geral do NAF definido no projeto original (EMBRAPA, 2007) é “desenvolver arranjos institucionais piloto, como alternativa capaz de catalisar os esforços das organizações públicas, privadas e não governamentais, com vistas a incrementar o desenvolvimento tecnológico e de gestão da agricultura familiar, contribuindo assim para sua viabilização econômica e social”. Partindo-se desse objetivo pode-se afirmar, de um modo geral, que os NAFs vêm cumprindo a sua missão. Considerando os Territórios visitados, identifica-se que as estratégias, a gestão e articulação das instituições, a utilização, a adaptação e a validação de metodologias participativas, bem como o aprendizado resultante dos intercâmbios entre técnicos e técnicos, entre técnicos e agricultores, são produtos suficientes para justificar a consolidação dos NAFs e possivelmente a sua disseminação para outros territórios. Com a criação dos Núcleos desenvolveu-se mecanismos que potencializaram as atuações das organizações parceiras formais e informais, ou seja, ampliaram-se e potencializaram-se as ações nos Territórios, sobretudo, qualificando os técnicos, os multiplicadores para o apoio à agricultura familiar na solução de seus principais pontos de estrangulamento, tais como: baixa produtividade, tecnologias inadequadas às necessidades dos agricultores, EMPRESA Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA). Núcleo Piloto de Informação e Gestão Tecnológica para a Agricultura Familiar (Projeto Original), 2007. níveis de informações insuficientes, baixa capacidade de gestão, baixo nível de valor agregado aos produtos, condições desvantajosas de comercialização e utilização inadequada de recursos naturais, dentre outros. Faz-se necessário dizer que esses problemas não foram resolvidos para os Territórios, como um todo, mas que os NAFs vêm trabalhando nessa direção e pontualmente para alguns APLs já se obtiveram resultados significativos. Analisando os objetivos específicos definidos no projeto original, abaixo relacionados, pode-se afirmar que os Núcleos vêm cumprindo suas missões específicas, algumas com resultados mais positivos que outras, no que se refere: a) promover a melhoria da socialização e a efetividade de conhecimentos que impulsionem a agricultura familiar, aí incluídas as áreas de produção, agroindustrialização, gestão, mercado e comercialização; b) estimular e qualificar as organizações participantes para que a identificação de demandas e as ações de pesquisa, de transferência de tecnologia e de apoio ao desenvolvimento se dêem com base na participação direta dos atores locais, sobretudo dos agricultores, além de constituir um espaço para articulação de competências e para a construção de conhecimentos que integrem o saber popular e técnico; c) articular ações junto às organizações envolvidas, de forma sistemática e eficiente, com vistas a apoiar a gestão do agronegócio associativo inovativo da agricultura familiar. (EMBRAPA, 2006). Especificamente no que se refere a sistematizar e disponibilizar, adequadamente, conhecimentos e tecnologias necessárias ao fortalecimento da agricultura familiar, identificou-se que os Núcleos não atingiram os resultados esperados e ainda estão em fase de construção no processo. No projeto estava definido que “às ações dos Núcleos somadas aos demais componentes do Agrofuturo, em especial o de Financiamento de P&D em áreas estratégicas, devem contribuir para a melhoria do atendimento das necessidades dos agricultores familiares, em termos de acesso aos conhecimentos disponíveis e geração e/ou adequação de conhecimentos que possam oferecer soluções a esses agricultores”. Especialmente essa integração das ações internas aos componentes do Agrofuturo não foram identificadas. As relações internas na EMBRAPA foram apontadas como dificuldades para a gestão dos NAFs. Em visitas aos quatro Territórios percebe-se que os parceiros entrevistados vêem o NAF como um elemento agregador das instituições e que potencializa as ações territoriais. Ainda não se percebe uma autonomia financeira para a continuidade do Núcleo sem aportes externos de recursos, mas identifica-se a percepção dos parceiros quanto à necessidade de outras parcerias, que possam contribuir com o desenvolvimento dos projetos locais. Podem-se comparar as recomendações do Relatório de Linha de Base, de 2007, com a situação atual dos Núcleos, ou seja, se as recomendações foram aceitas e implantadas. Os quadros abaixo apresentam a situação dos NAFs do Território do Nordeste Paraense, Território da Grande Dourados, Território do Sisal e Território da Mata Sul. O Território da Grande Dourados - MS abrange uma área de 21.329,50 Km² e é composto por 12 municípios. Como pode ser observado na Tabela 1, entre os municípios os que apresentam maior extensão em área são Dourados com 4.096,9 Km2 e Nova Alvorada do Sul com 4.029,9 Km2. A população total do Território é de 318.244 habitantes, dos quais 53.201 vivem na área rural, o que corresponde a 16,72% do total, os municípios que apresentam maior população total são: Dourados com 164.949 habitantes e Rio Brilhante com 22.640. Os que apresentam maior percentual da população concentrada na zona rural são Jateí e Dourandina com 67,86% e 42,88% respectivamente. O território possui 6.078 agricultores familiares, 1.872 famílias assentadas, 2.132 famílias acampadas, 2 comunidades quilombolas e 7 terras indígenas. Seu IDH médio é 0,76. Análise dos eixos de avaliação no Território da Grande Dourados (MS) Governança das instituições participantes do NAF O NAF do Território da Grande Dourados (MS) é caracterizado pela coordenação e execução de ações por instituições públicas. Consiste em um Núcleo cujas ações são coordenadas e executadas entre instituções estatais, como EMBRAPA, AGRAER, e instituições sociais, como a APOMS, ADT-GD, AAPIRB, COAMS. O NAF estrutura-se e consolida-se pela presença atuante de instituições estatais e instituições da sociedade civil que lhe dão dinamismo, nas três esferas de Poder: federal, estadual e municipal. Trata-se de um Núcleo tipicamente público-social. Como já mencionado, o adjetivo “público” devese à composição do NAF, onde se observa, de fato, e não de direito, a participação atuante de instituições estatais e organizações da sociedade civil. “social” em virtude de as diretrizes e ações do NAF serem estabelecidas conjuntamente, por instituições do Estado e organizações da sociedade civil no processo participativo e deliberativo das ações. No Território da Grande Dourados, visitaram-se as experiências das unidades de produção familiares, onde o Programa Agrofuturo, em seu Componente 3, vem atuando. Esses sistemas de produção são considerados Unidades de Referência (URs). Fez-se a Avaliação de Meio Termo com a participação de instituições parceiras e instituições que apóiam e compartilham com as atividades do NAF do Território, no qual as ações são sincronizadas, há convergência de esforços e otimização de recursos. O NAF vem cumprindo a sua função de apoio às ações territoriais através de capacitação dos multiplicadores, melhoramento de produtos, transferência de tecnologias, troca de informações entre as instituições e entre essas e os agricultores familiares, visitas às experiências locais, regionais e fora do estado de Mato Grosso do Sul e aplicação de metodologias participativas. Como pode se observar no Diagrama 4, entre as instituições com mais proximidade com o NAF, destacam-se, em grau de importância: 1 – EMBRAPA, AGRAER, APOMS, EFA, MDA, ADT-GT; 2 – CPT, SEBRAE, UEMS (Cursos de Geografia e Curso Superior de Tecnologia em Agroecologia), UFGD; 3 – AAPIRB, Prefeituras Municipais de Glória de Dourados, Rio Brilhante, Nova Alvorada, Jateí, Vicentina, Iaporã, Juti, Dourados; 4 – STRs, Banco do Brasil; 5 – As prefeituras de Caarapoã e Fátima do Sul estão mais distantes. Entre essas há instituições listadas como integrantes do NAF que pouco participam ou que estão ausentes das discussões, o INCRA e o IBAMA não participam das ações do NAF. Vale ressaltar que a presença do INCRA nos projetos de assentamento se dá apenas através das prestadoras de serviço em ATER e ATES. As prefeituras de Caarapoã e Fátima do Sul também não participam das ações do Núcleo. As instituições que participam do NAF estão parcialmente integradas em suas ações conjuntas: EMBRAPA, AGRAER, APOMS, ADT-GT, EFA, Universidades e SEBRAE. São parceiros fortes e têm excelentes participações e ações conjuntas. A competição entre as entidades parceiras do NAF vem diminuindo à medida que se fortalece a articulação institucional, sendo que o SEBRAE se engajou bastante no NAF no último ano. A APOMS faz a gestão dos recursos de custeio do Território e a COAMS é mantenedora de uma Escola Família Agrícola (EFA). Além dessas instituições existem outras que participam das discussões no Núcleo: Sindicatos dos Trabalhadores e Trabladoras Rurais (STTRs), MDA, Cooperativas, AAPIRB, APROLEITE e grupos informais de artesanatos. Além desses grupos, há outros grupos informais como o de mulheres, de açúcar mascavo, de produção orgânica. O Conselho Estadual no Território da Cidadania se reúne na cidade de Campo Grande uma vez por mês. A articulação no Território se fortaleceu com a chegada do Programa Agrofuturo. A Associação de Produtores Orgânicos de Mato Grosso do Sul (APOMS) surgiu no município de Glória de Dourados, em 1998, a partir de um grupo de 14 produtores e foi formalizada em 2000. Em 2003, a partir dos intercâmbios, torna-se uma rede. Em 2006, ganha mais apoio das entidades. Como uma rede de agricultores agroecológicos, possui 9 núcleos regionais com 200 famílias. No Território, possui 3 núcleos regionais com 80 famílias. A APOMS2 é responsável pela rastreabilidade e certificação de processos. Vem organizando agricultores, promovendo cursos e palestras, demonstrando a importância e benefícios de transformar pequenas propriedades rurais de monoculturas em arranjos economicamente viáveis, socialmente justos e ambientalmente sustentáveis. Há uma evolução do NAF na consolidação das articulações e na execução das suas ações e na potencialização e viabilização das ações das instituições parceiras. Identifica-se a apropriação das atividades em transferência de conhecimento e tecnologias das instituições parceiras pelo Agrofuturo/NAF. O Núcleo dialoga com projetos e programas desenvolvidos no Território da Grande Dourados, apropriando-se das ações e disseminando o conhecimento entre os parceiros. 2 Os produtos credenciados pela APOMS recebem selo de origem, que atestam a qualidade orgânica de forma participativa da Rede de Agroecologia. No verso das embalagens são registradas informações sobre a rastreabilidade dos produtos, identificação do produtor, localidade do plantio e dados legais obrigatórios (validade, tabela nutricional, registros, telefone e endereço). O CIAT foi incorporado pelo colegiado do Território, e está em processo de evolução para a constituição da Agência de Desenvolvimento Territorial da Grande Dourados (ADTGD), já reconhecida pela SDT do MDA. A integração NAF-CIAT foi considerada excelente, pois as ações deliberadas pelo CIAT tornam-se ações executadas pelo Núcleo. Quanto à integração NAF-colegiado territorial, há harmonia e sincronia entre as deliberações do colegiado territorial, que são executadas pelo Núcleo, assim como as ações de planejamento e execução do NAF orientam as deliberações do colegiado territorial. Segundo a representante do SEBRAE, há uma grande articulação entre o colegiado territorial e o Programa Agrofuturo. Atualmente a ADT-GD é uma instância técnica executiva de planejamento e conta com 90% dos parceiros do colegiado territorial. Inicialmente o articulador era vinculado a APOMS, mas como a APOMS está fazendo a gestão dos recursos do Território, foi escolhido outro articulador. Assim pode-se afirmar que há uma evolução das articulações e uma convergência das ações no Território. No que se refere à participação de instituições de apoio ao Núcleo, identificaram-se ações de permanente acompanhamento dessas instituições: a Comissão Pastoral da Terra (CPT), Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS) com o Laboratório de Estudos Territoriais, Universidade Federal de Grande Dourados (UFGD), Escola Família Agrícola, AAPIRB, CMDRs, APROLEITE. Os Poderes Públicos locais participam eventualmente das ações do Programa Agrofuturo. Há participação ativa das Prefeituras dos municípios de Rio Brilhante, Glória de Dourados, Nova Alvorada e Vicentina. As demandas sociais são incorporadas às ações do Núcleo eventualmente quando solicitadas pelas comunidades locais. Entre as demandas sociais, foram atendidas as seguintes: recuperação de nascentes, URs, viveiros, viagens técnicas e intercâmbios. Os multiplicadores estão integrados às ações do NAF, executando permanentemente atividades de interação em tecnologia e gestão junto aos agricultores familiares. As instituições formam parcerias de apoio de formas variadas e algumas a formam contribuindo com recursos financeiros; outras com pessoal e também juntam esforços para executar as ações no Território, embora ainda exista alguma competição no controle de despesas e participação institucional efetiva das instituições públicas. O fortalecimento da articulação no Território pode ser observado através do uso de equipamentos coletivos implantados, tais como, a utilização em parceria coletiva do viveiro, do veículo micro-ônibus, unidade de beneficiamento de café, central de envasamento do mel e a máquina de sachê. O articulador do Território declarou que o Programa Agrofuturo fortaleceu a articulação no Território, potencializou muitas ações, “um parceiro que surgiu na hora exata”. (...) “O Agrofuturo e o Programa Território da Cidadania são essenciais para o desenvolvimento no Território”. Inicialmente houve demora nas articulações, posteriormente houve um processo desencadeado pelo NAF que forçou o desenvolvimento de outras ações não pensadas a partir das demandas sociais. As instituições trabalham em conjunto, há uma convergência de esforços para executar as ações do Território da Cidadania. Desse programa governamental, o Território aplicou 100% dos recursos liberados. Como pontos positivos em relação à articulação, podem-se citar o Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável (PTDRS), que foi elaborado de forma participativa no Território, o fortalecimento da gestão social, das redes sociais de cooperativas, o que implicou dinamização econômica do Território. Outros resultados obtidos foram os arranjos institucionais; racionalização dos recursos naturais; fortalecimento de organizações sociais; aumento do preço dos produtos; a existência do empório da agricultura familiar; difusão de informações e conhecimento, ações na cadeia produtiva do leite e agroindústria do leite, da fruticultura e do mel; o fortalecimento da cadeia da agroecologia; criação do Curso Superior de Tecnologia em Agroecologia; constituição da cooperativa de comercialização solidária; fortalecimento da cadeia produtiva do mel e da cadeia produtiva da piscicultura. A parceria com as instituições trouxe mais dinamismo nas atividades desenvolvidas no Território e foram realizados DRS em três municípios pelo Banco do Brasil. A APOMS, em parceria com o Agrofuturo potencializou diversas ações: Unidades de Referência (URs), viagens, intercâmbios, cursos técnicos, formação de multiplicadores em tecnologias diversas, cursos para agricultores, dias de campo, feira de sementes crioulas, atividades de recuperação de nascentes. A AGRAER, empresa estatal de assistência técnica e extensão rural, realizou levantamento das demandas no Território, coordenou diversas ações e potencializou juntamente com o Programa Agrofuturo outras ações. A UFGD trouxe grande contribuição tanto para o meio ambiente, quanto para o desenvolvimento econômico das famílias. Ações informais de cooperação dos agentes econômicos no Território a partir do Núcleo tiveram resultados positivos: empórios da agricultura familiar, grupos informais de fabricação de doces, artesanatos e açúcar mascavo, produção e comercialização do mel pela cooperativa AARPIB para a CONAB. Além disso, identificou-se que já existe uma data marcada para a oficialização da cooperativa de comercialização solidária e da associação das mulheres que fazem artesanato e fabricam doces e licores. Na avaliação conjunta do Núcleo pelos parceiros e de acordo com entrevista individual com o coordenador do NAF, existe articulação entre P&D da EMBRAPA com o NAF, sobretudo com os pesquisadores em agroecologia, como por exemplo, pesquisas em SAFs, germinação de sementes, desenvolvimento de plantas (Universidade Federal de Grande Dourados – UFGD/ EMBRAPA), piscicultura, novas técnicas de produção de mudas, com o envolvimento de professores e pesquisadores das universidades. As demandas em agroecologia transformaram-se em projetos de pesquisa na EMBRAPA Agropecuária Oeste. Os demais projetos de P&D afins ao Programa Agrofuturo, voltados à agricultura familiar, foram apropriados pelo Núcleo. Mesmo assim, ainda não há um engajamento da Unidade em conhecer as demandas dos agricultores familiares e internalizá-las institucionalmente nas atividades programáticas, surgindo novos projetos de P&D. Além disso, os critérios de promoção baseiam-se em diretrizes gerais da EMBRAPA e não contemplam as ações do Programa Agrofuturo. As áreas prioritárias de ação do NAF são as seguintes: cadeia produtiva do leite; agroecologia e apicultura, fortalecimento da organização social; foco ambiental e cadeia produtiva da piscicultura. O Núcleo Gestor no Território da Grande Dourados é constituído da AGRAER, APOMS, EMBRAPA CPAO, EMBRAPA SNT, MDA, Pref. De Dourados e SEBRAE, além de outras instituições de apoio. Para nortear as ações do NAF, foi adotada a seguinte metodologia: reuniões, cursos, seminários, oficinas de trabalho/workshops, demonstrações de métodos, dias de campo, intercâmbios (intra e interestadual), URs para transferência de tecnologias e processos, consultorias grupais, visitas técnicas, feiras/semanas da agricultura familiar, mostras de tecnologias e processos e empórios de produtos da agricultura familiar, executando ações como difusão e promoção tecnológica, promoção de pesquisa e de gestão tenológica, apoio à gestão do agronegócio e agência de informação para a agricultura familiar nas grandes áreas de atuação do projeto. Tendo como base os relatórios técnicos do NAF pode-se mostrar de forma resumida as ações relazidas no Territórios Isistematizadas por área), os projetos encaminhados e aprovados, os pontos positivos e negativos, bem como as ações sugeridas pela equipe técnica que compõe o NAF (sistematizadas por semestre). As ações foram organizadas em grandes áreas para facilitar a gestão e a avaliação do andamento e dos impactos resultantes, da seguinte forma: ações voltadas à cadeia produtiva do leite, ações voltadas à agroecologia e apicultura; ações com foco ambiental e ações voltadas ao fortalecimento da organização social. Tabela 1 Ações voltadas à cadeia produtiva do leite Ações Unidades referências Cursos para técnicos Cursos para produtores Intercâmbios interestaduais Dia de campo Seminário Visitas técnicas/reuniões/intercâmbios no estado Projetos de pesquisa e desenvolvimento Quantidade 7 03 01 02 01 01 17 3 Participantes --34 46 75 200 88 320 --- Fonte: PADOVAN, Milton, 20093. 3 PADOVAN, Milton. Projeto: Núcleos Piloto de Informação e Gestão Tecnológica para a Agricultura Familiar. EMBRAPA, 2009. Tabela 2 Ações voltadas à agroecologia e apicultura Ações Unidades-referência Cursos para técnicos e professores de escolas agrotécnicas Curso para agricultores e estudantes de escolas agrotécnicas Intercâmbio interestadual Dias de campo Seminário Visitas técnicas/Oficinas Projetos de pesquisa e desenvolvimento Quantidade 10 02 11 10 04 01 16 04 Participantes -42 284 43 361 296 330 --- Fonte: PADOVAN, Milton, 2009. Tabela 3 Ações com foco ambiental Ações Unidades-referência Cursos (frutos do cerrado) Demonstração de métodos (idem) Encontro/seminário Oficinas Apoio a viveiros de mudas Projetos de pesquisa e desenvolvimento Quantidade 02 05 01 01 03 03 03 Participantes --128 21 41 134 ----- Fonte: PADOVAN, Milton, 2009. Tabela 4 Ações de fortalecimento da organização social Ações Cursos teórico-práticos Intercâmbios interestaduais Intercâmbios no estado Mostra de tecnologias Semana/feira da agricultura familiar Seminários Workshops Reuniões/oficinas (árvore do conhecimento) Empórios de produtos da agricultura Familiar Cooperativa de Comercialização Solidária Ações que fortalecem o agronegócio inovativo na AF Escola Família Agrícola no território Curso Superior em tecnologia em agroecologia Centro territorial de envasamento de mel Unidade de beneficiamento de café Projetos de pesquisa e desenvolvimento Quantidade 12 04 02 02 04 03 04 02 Participantes 271 122 58 686 3710 318 898 38 04 52 42 01 01 01 01 12 --102 50 ------- Fonte: PADOVAN, Milton, 2009. Entre os projetos aprovados ou encaminhados aos macroprogramas ou outras fontes de financiamento no segundo semestre de 2007, mencionam-se os seguintes: Macroprograma 1: Agricultura Orgânica, com 11 (onze) atividades de pesquisa sob a responsabilidade da EMBRAPA Agropecuária Oeste, com vigência de quatro anos, tendo como instituições parceiras a AGRAER, APOMS, UFGD e UNIDERP. Macroprograma 4: Apoio Tecnológico e Metodológico à consolidação da Rede de Agroecologia do Mato Grosso do Sul, com vigência de três anos, com a participação da CEPORG – MS, AGRAER, CEPAF, EFA-ITAQ, APOMS, UFGD eCPT. Entre os projetos aprovados ou encaminhados aos macroprogramas ou outras fontes de financiamento no primeiro semestre de 2008, mencionam-se os seguintes: Projeto “Sistema Participativo de Garantias” - SPGs, na Rede de Agroecologia MS, que foi elaborado com a participação de diferentes parceiros e submetido ao MDA – Secretaria da Agricultura Familiar, o qual se encontra sob análise, executado por instituições parceiras como a APOMS, CECAF, Embrapa CPAO, ADT-GD e AGRAER. O arranjo com ADT-GD tem resultado em otimização dos recursos e racionalização dos esforços conjuntos. Entre os projetos aprovados ou encaminhados aos macroprogramas ou outras fontes de financiamento no segundo semestre de 2008, mencionam-se os seguintes: Macroprograma 1: transição agroecológica - construção participativa do conhecimento para a sustentabilidade, com vigência de 4 anos, com a participação das seguintes instituições parceiras: CEPOrg-MS, AGRAER, SECAF, EFA-ITAQ, EFAR APOMS, UFGD e CPT. Entre as atividades de pesquisa, destacam-se as seguintes: 1. Sistematização de experiências em unidades de produção em transição agroecológica no Mato Grosso do Sul; 2. Efeito do pré-cultivo e consórcios de adubos verdes no desempenho da cana-de-açúcar, em sistema sob transição agroecológica em Mato Grosso do Sul; 3. Produção de vermicompostos a partir de diferentes materiais orgânicos utilizados pelos agricultores em Mato Grosso do Sul; 4. Avaliação de plantas medicinais para controle da mosca-dos-chifres; 5. Avaliação participativa da evolução de sistema agroflorestal na região central de Mato Grosso do Sul; 6. Redesenho de sistemas produtivos em unidades de pesquisa participativa sob princípios de base ecológica no Mato Grosso do Sul; 7. Transição Plantio Direto - Agroecologia: sucessão de culturas; 8. Estudos de viabilidade de substratos orgânicos em uso pelos agricultores para produção de mudas de hortaliças. Salienta-se no Macroprograma 3, da EMBRAPA, o projeto que trata de prospecção de plantas medicinais no controle de carrapatos em bovinos mediante parcerias entre AGRAER, EFA-ITAQ, EFAR, APOMS, UFGD e Associação de Agricultores Familiares do Assentamento Lagoa Grande. As principais dificuldades apontadas pela Coordenação para a realização e alcance de objetivos são: • Internalização lenta sobre o Programa Agrofuturo pelos diferentes atores envolvidos; • Equipe reduzida para as gestões e a execução das ações junto ao público alvo – a maioria dos parceiros formais não disponibilizou técnicos para a equipe executiva; • Burocracia para a utilização dos recursos financeiros - conflitante com as características e a dinâmica das ações do projeto; • Falta de tradição no desenvolvimento de ações interinstitucionais, especialmente em projetos dessa natureza; • Repasse de recursos tardiamente (dois primeiros anos) e parte substancial oriundos de fonte que inviabiliza sua utilização (fonte 2.250). Os resultados obtidos foram os seguintes: • Arranjos institucionais para atividades de interesses comuns, resultando em racionalização de recursos e melhor atendimento à agricultura familiar; • Formação de multiplicadores a partir das capacitações contínuas (acesso às informações, tecnologias e processos); • Melhorias na agregação de valor, bem como na qualidade de vários produtos para o mercado, viabilizado a partir dos arranjos para os empórios; • Canal para relações entre produtores e clientes (Empório da Agricultura Familiar) – Cooperativa de Comercialização Solidária; • Avanços na utilização de produtos do Cerrado, aliado a processos de restauração ambiental; • Subsídios para a elaboração de projetos de P&D a partir de demandas prioritárias captação de recursos e viabilização de pesquisas; • Maior oferta de tecnologias e processos para a agricultura familiar; • Disponibilização de algumas tecnologias apropriadas à agricultura familiar, através de Unidades-Referência (instrumento à extensão rural) e demais ferramentas utilizadas; • Avanços na adoção de tecnologias adequadas à realidade predominante dos agricultures familiares e melhoria da produtividade; • Avanços em arranjos organizacionais (grupos informais de produção e comercialização, Cooperativas, Associações de Produtores, Rede de Agroecologia MS); • Fortalecimento do agronegócio inovativo na agricultura familiar no território e, consequentemente, melhoria de renda; • Conquista da EFAR para o Território da Grande Dourados; • Aprovação do Curso de Tecnologia em Agroecologia na UEMS, numa unidade sediada no território. É possível verificar ainda algumas restrições em relação ao Componente 3 do Agrofuturo (NAF, nos seguintes aspectos: a) o Componente 3, do Agrofuturo, é considerado ainda um apêndice da EMBRAPA, b) c) d) e) f) g) h) i) j) embora se reconheça a sua importância; o Componente 3, do Agrofuturo, está fora do Sistema EMBRAPA de Gestão; os órgãos de gestão ficam à margem da execução do Programa, sem atribuição institucional de acompanhamento do Programa; o Componente 3, do Agrofuturo, não se sujeita à Avaliação dos Comitês Técnicos; as demandas sociais do NAF não estão claras e precisas para se transformarem em projetos de pesquisa; reconhece-se, como missão da EMBRAPA, a geração do conhecimento e transferência de tecnologias; necessidade de integrar o Componente 3, do Agrofuturo, ao Sistema EMBRAPA de Gestão; os relatórios são encaminhados diretamente à Assessoria das Relações Nacionais (ARN), sem antes serem encaminhados ao Comitê Técnico-científico e à Unidade; o relacionamento inter-institucional com o BID não está evidente e esclarecida às Unidades da EMBRAPA; mudanças freqüentes na Coordenação com o 3º coordenador; o Setor de Transferência de Tecnologia da EMBRAPA Agropecuária Oeste não foi envolvido, desde a origem, nas ações do Programa. A Agência de Informação não foi desenvolvida e quanto à sistematização de informações pela Agência (website, portal), entende-se que as informações sobre o Território não foram sistematizadas pelo Núcleo, mas a estrutura da árvore do conhecimento foi desenvolvida e validada em duas reuniões. O coordenador do NAF participou da oficina de trabalho para a construção da árvore do conhecimento, mas ainda é necessário validar a linguagem, pois os textos elaborados não foram validados pelo NAF. No Território, encontram-se sistemas de produção compostos por mandioca, milho, feijão, café, soja, gergelim, hortaliças, fruticultura, apicultura, piscicultura, pecuária bovina, produção de leite e exploração florestal. Para alguns parceiros, a cadeia do leite é a mais importante e recebeu mais atenção. O NAF, articulado com o colegiado territorial, definiu as prioridades: cadeia produtiva do leite, agroecologia, apicultura, fortalecimento da organização social, foco ambiental. A cadeia produtiva da piscicultura (não foi eleita como prioritária no Núcleo), mas foi eleita como prioridade no Território através da ADT-GD, que é capitaneada pelo MDA e há sinalização de aporte financeiro à cadeia proveniente de diversos ministérios. No ambiente federal, criou-se um comitê para avaliar o processo de estruturação de quatro cadeias produtivas e no Território, a piscicultura foi a escolhida. Pode-se afirmar que a construção do plano de ações do Território da Grande Dourados e do Programa Agrofuturo foi discutido conjuntamente, em que participaram 36 pessoas, assim como muitas ações foram executadas também em conjunto com diversas instituições: viagem para conhecer a cadeia produtiva do leite: financiamento do PROINFE Custeio e Programa Agrofuturo; em agroecologia, foram realizados cursos de capacitação, atividades de comercialização nas feiras locais, entre outras. Além dessas ações, podem-se citar, como resultado das ações do NAF, a instalação do Laboratório de Estudos Territoriais na UEMS, vinculado ao Curso de Geografia; a previsão de certificação do café orgânico em março de 2010; aumento de oferta de técnicos capacitados em Agroecologia; a EMBRAPA intensificou suas atividades de pesquisa para a agricultura familiar e as URs com impactos positivos está trazendo mudanças para o agricultor familiar. A partir das ações do NAF, implantou-se a EFA no Território da Grande Dourados, em que o NAF, juntamente com a UFGD, vem desenvolvendo ações de recomposição florestal em nascentes e policultivos. A EFA constitui-se no espaço adequado para a formação de jovens rurais como agentes comunitários locais, inseridos nas equipes de transferência e socialização de tecnologias. Podem-se elencar algumas situações que norteiam a realidade do NAF no Território da Grande Dourados: a) o colegiado territorial não tem personalidade jurídica; a agência ainda informal dá suporte ao colegiado, mas ao se formalizar a agência territorial como agência de direito privado, não se executam ações de investimentos com recursos públicos, permanecendo a dependência dos municípios; b) pesquisa e Transferência de Tecnologia na EMBRAPA são setores que precisam se articular e dialogar com o Núcleo; c) uma contribuição institucional da EMBRAPA seria vincular o atendimento da demanda vinda do Território à promoção do pesquisador; d) é necessário fazer a adaptações para atender às demandas do Território; e) o Programa Agrofuturo, em seu Componente 3, não foi elaborado com a participação da EMBRAPA Agropecuária Oeste e instituições locais; f) há necessidade de mais entendimento das instituições parceiras sobre os objetivos do Programa a fim de esclarecimentos sobre a aplicação dos recursos financeiros do Programa em seu Componente 3; g) necessidade de chamamento das instituições que assinaram oficialmente a parceria no Agrofuturo, Componente 3; h) a parceria não tem sido predominantemente institucional, uma vez que a representação é pessoal; i) a inovação, nas URs, é pactuada com o agricultor segundo a situação concreta do sistema de produção; j) equipe reduzida da EMBRAPA e entidades parceiras; l) acúmulo de atividades no atual coordenador do NAF, que as executa sozinho. Não há equipe na execução do NAF no Território da Grande Dourados; m) um profissional para fazer a coordenação institucional e outro responsável pela execução operacional; n) não tem havido o envolvimento da EMBRAPA Agropecuária Oeste e de seus pesquisadores nas ações do NAF/Agrofuturo. O engajamento dos pesquisadores é pontual mediante oficinas de transferência de tecnologias; o) o Núcleo solicita pesquisadores de outras Unidades da EMBRAPA, quando necessário, e de profissionais das instituições parceiras; p) inserção, nos próximos POAs de ações voltadas para discussão e formalização da agência territorial de desenvolvimento com controle social, de direito público ou de direito privado, incorporando a metodologia do NAF/Agrofuturo. Ainda não está definida a personalidade jurídica da ADT-GD (o colegiado territorial). Está em processo de discussão. Segundo relatos, o Núcleo foi o “fermento da ADT-GD. O Núcleo contribuiu com as discussões para a elaboração da ADT”. O Programa Agrofuturo contribuiu para impulsionar outras ações no Território da Grande Dourados. A comparação entre os quadros-resumos de 2007 e 2009 mostra a evolução das ações do NAF nas parcerias constituídas, nas articulações no Território da Grande Dourados, e na difusão do conhecimento e da tecnologia para os multiplicadores e agricultores familiares. Chama-se a atenção para a criação das Unidades de Referências na propriedade dos agricultores familiares, que passa a constituir um local de aprendizagem e de difusão do conhecimento e das tecnologias desenvolvidas. Salienta-se a articulação com a Escola Família Agrícola para a capacitação e acompanhamento das atividades dos alunos técnicos em agropecuária que são filhos de assentados de reforma agrária, podendo vir a dar suporte à formação de agentes comunitários locais. Em decorrência das articulações do NAF, a EFA deslocou-se para o Território da Grande Dourados. Além disso, menciona-se a constituição do Laboratório de Estudos Territoriais, da UEMS, como espaço de estudos, pesquisas, observação, elaboração e discussão das políticas territoriais da Grande Dourados, em apoio às ações do NAF. Na mesma Universidade, destaca-se o início do Curso Superior de Tecnologia em Agroecologia, da Unidade Universitária de Glória de Dourados – Pólo Tecnológico da UEMS, seguindo a Pedagogia da Alternância, desenvolvida em dois grandes tempos: o Tempo Escola (TE) e o Tempo Comunidade (TC). Salienta-se que o Laboratório de Estudos Territoriais – LET-GD, pode contribuir para fornecer dados e informações para manutenção da árvore do conhecimento, da Agência de Informações. Pode-se identificar maior discussão em torno das políticas territoriais, maior conectividade entre as instituições envolvidas, avanço na priorização das demandas, comprometimento dos diversos parceiros na construção dos arranjos produtivos locais. Entre 2007 e 2009, o NAF Grande Dourados passa de uma situação de desarticulação das instituições a uma situação de articulação crescente. O número de instituições parceiras cresceu significativamente, embora algumas parcerias sejam informais. Em 2007 existiam 9 instituições parceiras; em 2009, foram identificadas 14 instituições parceiras. Geração e transferência de tecnologias para os agricultores familiares Identificam-se inovações decorrentes das ações do NAF, tais como: novas estratégias de geração de valor, comercialização de produtos, desenvolvimento de novas técnicas de produção, assim como estratégias de mobilização social e de metodologias participativas, bem como novas tecnologias de produtos, processos ou serviços foram gerados em interação com os agricultores familiares ou transferidos a eles e assimilados por coletivos sociais ou comunidades rurais, a partir das ações desencadeadas pelo NAF. De uma forma geral, pode-se afirmar que há no Território avanços significativos, entre os quais, caminha-se para a formação da cooperativa de comercialização solidária, para a certificação do café orgânico, na pedagogia da alternância. Tem-se um grande potencial de formação de multiplicadores com o Curso Superior de Tecnologia em Agroecologia que será iniciado com 50 alunos. Outro avanço do NAF se refere à construção da Unidade de Referência (UR) a partir da realidade do produtor. No que se refere ao processo produtivo há inovações tecnológicas com impactos positivos nos sistemas de produção familiares. Criaram-se as Unidades de Referências (URs) nas propriedades dos agricultores, ou seja, desenvolvem-se tecnologias a partir da realidade dos produtores, que passam a ser multiplicadores das tecnologias adaptadas a partir da sua realidade. Segundo Padovan (2009)4, ao analisar os objetivos do Programa “Núcleos Piloto de Informação e Gestão Tecnológica para a Agricultura Familiar”, foi proposta a implementação de algo “inovador” concernente à “transferência de tecnologias”, baseado no conceito de Unidades-Referência (URs), diferentemente do conceito UnidadesDemonstração (UD). A concepção das URs no Território da Grande Dourados surgiu a partir da adaptação de um projeto que o IAPAR desenvolve no Paraná, em conjunto com a EMATER, desde 1998, que visa trabalhar a pesquisa e desenvolvimento em propriedades rurais, chamado “Redes de Referência para a Agricultura Familiar”. E este já é uma adaptação da experiência do Institut de l’Elevage da França. (PADOVAN, 2009). No Território da Grande Dourados, planejaram-se as URs, prioritariamente, em propriedades de agricultores familiares (tradicionais e em assentamentos da reforma agrária) e na Escola Família Agrícola. Segundo Padovan (2009), a concepção de cada UR parte da “realidade do agricultor”, sem “maquiar ou enfeitar”, respeitando sua cultura, expectativa, sua idoneidade, capacidade de interagir, pré-disposição em estar socializando com outras pessoas e que tenha um perfil inovador (variando desde inovações bem incipientes a níveis elevados de inovação). A partir daí, parceiros do projeto interagem com o agricultor e sua família para a caracterização de determinada unidade de produção, como Unidade de Referência, a qual é acompanhada tecnicamente e em aspectos de gestão, para, conjuntamente, poder socializar a outros agricultores, técnicos e demais atores interessados. Esses atores das Unidades de Referência passam a participar mais ativamente de cursos, oficinas, intercâmbios, entre outras atividades desenvolvidas no âmbito do Componente 3 do Programa Agrofuturo para aprimorar ainda mais as técnicas e os processos em curso. (PADOVAN, 2009). Adicionalmente, o projeto viabiliza algum material de consumo (insumo, por exemplo), ou outros materiais, dependendo da necessidade da UR, porém sempre aportes modestos em algo que represente melhorias tecnológicas ou de processos, para auxiliar que a UR se torne ainda mais inovadora, mas com o cuidado de mantê-la bem acessível à realidade predominante dos agricultores familiares do território. (PADOVAN, 2009). Como discorre Padovan (2009), ao optar pelas URs no Território, estabeleceram-se alguns objetivos, os quais são perseguidos continuamente, onde estas unidades exercem papeis multifuncionais, sendo: transferência de tecnologias e processos, a partir da realidade do 4 PADOVAN, Milton Parron. Unidades-referência (URs) no Território da Grande Dourados. Dourados (MS), 2009. agricultor, bem como a construção de conhecimentos de forma participativa. Várias atividades e eventos são realizados, tendo como base as URs: cursos, oficinas práticas, reuniões, visitas técnicas interativas e intercâmbios, visando desempenhar as multifunções supracitadas. Especificamente em relação à cadeia produtiva do leite, entrevistaram-se dois agricultores, beneficiários do Programa e ao mesmo tempo multiplicadores, pois recebem visitas constantemente e explicam todo o processo da produção. Os agricultores têm níveis de organização da gestão e técnicas de trabalhos diferentes. Um é mais tecnificado e mais organizado na gestão da produção, por ser técnico agrícola possui mais conhecimentos técnicos e os aplica na sua propriedade. Está em uma fase mais avançada de capitalização. Podem-se identificar impactos significativos na cadeia produtiva da apicultura com a Central de Envasamento de Mel, na recuperação de áreas degradadas com SAFs na cadeia produtiva do leite, mediante inovações no manejo de pasto e tecnologias de alimentos para produção de doces e em agroecologias. Quanto à diferenciação de produtos/serviços a partir do Programa Agrofuturo foram apontadas mais de duas inovações: aumento do valor dos produtos fabricados a partir dos frutos do Cerrado (doce, licores, conservas), confecção de artesanato. Consolidação de um Grupo Técnico de Assistência Técnica (SECAF); embalagem de café orgânico tipo arábica - APOMS. Identifica-se a participação ativa do SEBRAE no Núcleo, e as atividades são orientadas com o objetivo de que os resultados alcancem o agricultor “que é o público alvo”. Como já mencionado, o SEBRAE tem três projetos em parcerias na área de apicultura, piscicultura e produção agroecológica. Atua nas áreas de transferência de tecnologias, capacitação, inovação em processo e mercado. No que se refere à gestão do agronegócio inovativo o SEBRAE é um dos principais parceiros, assim como na articulação voltada ao fortalecimento da cadeia produtiva da piscicultura. Identificou-se que, a partir das ações do Núcleo, houve o surgimento de novas atividades econômicas em outras cadeias produtivas, no Território, tais como: agroindústria do leite, de frutos do Cerrado, processamento de goiaba, apicultura com mel em sachê e derivados. Está sendo estruturada a cadeia produtiva da piscicultura, a partir de ações do NAF, com recursos do Programa Territórios da Cidadania, do Governo Federal. Houve ações de aperfeiçoamento para os agricultores familiares com resultados significativos através de cursos e oficinas sobre produção de leite, embalagem de café, apicultura e mel em sachê, SAFs, sobre o cultivo de mandioca, cursos de enxertia com umbu-gigante e caprinovinocultura. Foram identificadas tecnologias sociais incorporadas com impactos econômicos e sociais ainda reduzidos. Mencionam-se, entre elas, as URs, a produção de leite em sistemas semiconfinados, os SAFs e as tecnologias de alimentos com mel em sachê. Nas visitas às URs nos municípios de Nova Alvorada do Sul e Rio Brilhante, identificaram-se resultados significativos. No município de Nova Alvorada do Sul, 99 filhos de assentados da reforma agrária, futuros técnicos em agropecuária, com financiamento do PRONERA, desenvolvem importantes trabalhos de capacitação e multiplicação do conhecimento para os assentados e agricultores familiares através do método da pedagogia da alternância, que é utilizado na EFA. Entre as principais atividades, podem-se citar banco de sementes nas comunidades feijão de porco, feijão gandu; produção orgânica de hortaliças para produzir também no verão, recuperação da vegetação ciliar, recuperação das nascentes, viveiro de mudas e adubação verde. Quanto à utilização de frutos do Cerrado, houve uma melhora na transferência de tecnologia, sendo que a troca de experiência entre os agricultores é permanente; ampliouse a visão agroecológica dos agricultores, havendo capacitação em educação ambiental; melhorou a participação dos agricultores nas discussões da comunidade. Hoje o Território é considerado referência para outros Territórios do Estado do Mato Grosso do Sul. Os multiplicadores interagem com os agricultores em um processo de saber-fazer de criação e transferência de tecnologias e através das URs, sendo que os agricultores tornamse multiplicadores. Também há interação entre os agricultores familiares, que trocam experiências, informações e tecnologias entre si de forma autônoma e independentemente de demandados proveniente do Núcleo, por exemplo, através das URs e participação em feiras e visitas. Quanto aos problemas ambientais, a ação do NAF resultou em impactos positivos significativos: processos agroecológicos, recuperação de áreas degradadas (áreas de Preservação Permanente – APPs e Reserva Legal), incluindo reflorestamento de matas ciliares. Ações voltadas para a Agroecologia constituem-se em uma demanda social para o NAF e vinculam-se aos objetivos do Programa Agrofuturo. A partir das ações do Núcleo, o nível médio de renda no Território cresceu para alguns produtos; o crescimento foi acima de 20%, na renda para os seguintes produtos: frutos do Cerrado, leite/queijo, mel. Também se constatou redução dos custos unitários médios de produção, entre 5% e 10%, na produção de leite, nos policultivos mediante processos agroecológicos. Foi identificado aumento da produtividade do trabalho com incorporação da força de trabalho familiar em diversas atividades. Houve crescimento da demanda de curto prazo acima de 10% e até 15% para os frutos do Cerrado, café e leite. Especificamente para o mel, o crescimento tende a ser maior que 20%. A demanda de longo prazo apresenta também uma tendência de aumento crescente para o leite, café orgânico, goiaba e mel, própolis e cera. Os fluxos de comercialização das mercadorias ocorrem predominantemente nos mercados local (principalmente) e regional, alguns produtos são comercializados nacionalmente, mas isso ocorre eventualmente. Houve acesso a financiamentos de longo prazo para investimento (inovação tecnológica) de ordenhadeiras, aquisição de vacas, máquina de envasamento de mel e equipamentos na agroindústria do leite. Foi identificado aumento da participação de agricultores familiares no NAF entre 5% e 10%. Isso se deu em decorrência das visitas desses agricultores às URs. Considerações finais No presente texto, apresentam-se os resultados da Avaliação de Meio Termo do NAF do Território da Grande Dourados, com ênfase na idéia de governança entre as instituições participantes do NAF e na geração e transferência de tecnologias no âmbito do Componente 3, do Programa Agrofuturo. Salienta-se ainda que tem havido permanentes ações destinadas à participação das mulheres nas ações de formação, capacitação e inovação tecnológica e de gestão nos sistemas produtivos chefiados por mulheres, como no grupo informal dos frutos do Cerrado para fabricação de doces, no artesanato com fibra de bananeira e palha de milho; fabricação de requeijão e mel; no manejo e colheita da goiaba e a participação de ações diretas e indiretas do Movimento das Mulheres Camponesas (MMC) no NAF. Há poucas ações destinadas à participação de grupos quilombolas ou indígenas nas ações de formação, capacitação e inovação tecnológica e de gestão nos sistemas produtivos, sendo que a participação desses grupos sociais é eventual nas oficinas e intercâmbios sobre a utilização de biofertilizantes, como os grupos de artesanato indígena nos Empórios da Agricultura Familiar. No Território existem 4.520 indígenas que formam oito comunidades e existem também duas comunidades quilombolas. É evidente a necessidade de o NAF atuar com esses grupos sociais. Entre as considerações relativas ao funcionamento do NAF no território, elencam-se as seguintes: a) b) c) d) e) f) g) h) i) a formação dos SAFs está sendo realizada em parceria com a Universidade; as URs precisam ser implantadas em comunidades indígenas; o reflorestamento precisa ser ampliado para abranger todo o Território; necessidade de orientação para o comércio, demanda dos agricultores que fazem artesanato; como desafios do Agrofuturo, a necessidade de viabilização da certificação participativa e a comercialização com a cooperativa; o Agrofuturo facilitou as ações da AGRAER, empresa de assistência técnica e extensão rural, no Território da Grande Dourados; o colegiado territorial adotou o conceito de cadeia produtiva para as ações do Agrofuturo, baseado em APL; formação da equipe do NAF com pesquisadores, um analista e agentes comunitários locais mediante distribuição de atribuições: um responsável pela articulação institucional; outro responsável pela execução operacional; um ou mais pesquisadores para a realização dos estudos e orientações sobre as ações do NAF com o apoio de agentes comunitários locais responsáveis pela transferência ou socialização de conhecimentos diretamente nas comunidades rurais e sistemas de produção familiares; a partir de projetos de pesquisa voltados para a difusão da metodologia do NAF, a EMBRAPA pode conceder bolsas de pesquisa a estudantes da EFA ou a agentes comunitários locais; Salienta-se que uma alternativa para remuneração dos agentes comunitários locais nas ações de transferência e socialização de tecnologias consiste no envolvimento de instituições dos governos estaduais voltadas à promoção do desenvolvimento econômico e social no Programa Agrofuturo, Componente 3, que contratariam esses agentes mediante contratos de trabalho temporários. Os recursos financeiros para essa contratação poderiam provir do MDA, como instituição formalmente parceira do Agrofuturo, nesse Componente, que seriam repassados a uma dessas instituições estaduais, executora dos contratos e, portanto, também parceira do Programa. A experiência dos NAFs em quatro territórios rurais brasileiros se apresenta como uma alternativa exitosa de gestão tecnológica para a agricultura familiar, como uma estratégia de convergência das ações de pesquisa e extensão tecnológica, como em contínuo processo diante da pluralidade e diversidade de situações que norteiam essa categoria de agricultores em virtude da complexidade de seus sistemas de produção e atividades e o envolvimento do ambiente familiar nos processos produtivos. Nos NAFs também experimentam-se metodologias de gestão, negociação e de governança que indicam várias possibilidades de formação, no futuro e segundo os interesses regionais, mesmo que contraditórios, de agências territoriais de desenvolvimento a fim de articular as políticas públicas no território, executar projetos territoriais e implementar ações de gestão tecnológica. Da mesma forma, nos NAF, abre-se a possibilidade de experimentar metodologias de formação do servidor comunitário, do agente local de desenvolvimento, nas comunidades rurais onde o Programa Agrofuturo atua. Referências ALTIERI, Miguel. La agroecologia y el desarrollo rural, sostenible en America Latina. Disponível em www.redecapa.org.br. Acesso em 10.11.2008. ALTIERI, Miguel. La agricultura moderna: impactos ecológicos y la posibilidad de una verdadera agricultura sustentable. Disponível em www.redecapa.org.br. Acesso em 10.11.2008. ALTIERI, Miguel, NICHOLLS, Clara. 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