Universidade do Vale do Paraíba
Faculdade de Engenharia,
Arquitetura e Urbanismo
Romulo Francisco Soares
USO DE LÂMPADAS DE DESCARGA DE ALTA
INTENSIDADE EM PROJETOS ILUMINAÇÃO PÚBLICA.
São José dos Campos, SP
2012
1
2
APRESENTAR SISTEMA DE USO DE LÂMPADAS DE DESCARGA DE ALTA
INTENSIDADE PARA PROJETOS DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA.
Trabalho de Conclusão de Curso de Engenharia Elétrica/
Eletrônica da Universidade do Vale do Paraíba
Orientador: ProfºDr. José Ricardo AbaldeGuede
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ROMULO FRANCISCO SOARES
APRESENTAR SISTEMA DE USO DE LÂMPADAS DE DESCARGA DE ALTA
INTENSIDADE PARA PROJETOS DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA.
Trabalho de Conclusão de Curso de Engenharia Elétrica/
Eletrônica da Universidade do Vale do Paraíba
Foi analisado e aprovado com grau: Engenheiro Eletricista/Eletrônico.
São José dos Campos, desde.
__________________________________________________
DrAlderico Rodrigues De Paula Junior
Coordenador do Curso
________________________________________________
Dr Jair Candido de Melo
Reitor / Professor
_________________________________________________
Dr José Ricardo Abalde Guede
Coordenador TCC / Orientador
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5
“Deus criou o mundo redondo para que ele desse voltas, permitindo você estar em cima e
outro dia em baixo, por isso aproveite quando estiver em cima”
(Desconhecido)
6
Á Deus,
Aos meus pais, João e Isabel,
Aos meus filhos João P., Isabela, Lucas e Maria C.
E a minha esposa Ana Claudia.
7
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a DEUS, pelo dom da inteligência e pelo privilégio que ele me deu de
estar concluindo este curso. A minha família principalmente minha esposa, que me
acompanhou e me apoio para que eu chegasse até esta etapa de minha vida e por me ensinar
que com dedicação e competência, podemos transformar nossos sonhos em realidade. Aos
meus pais, pelo incentivo que sempre deram. Aos meus filhos que se abdicaram do meu
tempo para que eu pudesse estudar. Aos meus colegas de trabalho que me ajudaram a estudar,
fazer trabalhos e pesquisas. Aos meus colegas de classe e demais formandos pela amizade e
companheirismo e por me acompanhar durante esta importantíssima fase de minha vida. A
todos os professores do curso de Engenharia Elétrica pela dedicação, entusiasmo
demonstrado, responsáveis diretamente ou indiretamente pela minha formação como
engenheiro eletricista. A todos os professores que passaram pela minha vida e me
transmitiram conhecimentos grandiosos contribuindo para a construção de quem eu sou hoje.
Aos meus amigos, que sempre incentivaram meus sonhos e estiveram sempre ao meu lado. A
todas as pessoas que por motivo de esquecimento não foram citadas anteriormente, vou
deixando neste espaço minhas sinceras desculpas.
8
Sumário
1. Resumo ............................................................................................................................ 12
1.2 Palavras-Chave ................................................................................................... 12
1.3 Abstract .............................................................................................................. 13
1.4 Keywords ........................................................................................................... 13
2.Introdução ......................................................................................................................... 14
2.1 Apresentações dos componentes de um sistema de iluminação ............................ 14
2.2 Discutir os principais requisitos que devem ser observados na iluminação de cada
tipo de logradouro público ........................................................................................ 14
2.3 Listar e discutir as atividades referentes à manutenção e qualidade dos serviços de
iluminação pública.................................................................................................... 14
3. Definição de iluminação Pública ...................................................................................... 15
3.1 Informações luminotécnicas....................................................................................... 15
3.1.1 Fluxo Luminoso (Ø) ........................................................................................ 15
3.1.2 Intensidade luminosa (I)................................................................................... 16
3.1.3 Iluminância (E). ............................................................................................... 16
3.1.4 Eficiência Luminosa (η) ................................................................................... 17
3.1.5 Temperatura de Cor (T) ................................................................................... 18
3.1.6 Índice de Reprodução de Cores (IRC) .............................................................. 18
3. 1.7 Refletância (ρ) ................................................................................................ 19
3.2 Níveis luminotécnicos ............................................................................................... 20
3.2.1 Iluminância média mínima (horizontal) ............................................................ 20
3.2.2 Iluminância máxima e iluminância mínima ...................................................... 20
3.2.3 Fator de uniformidade de iluminância (U) ........................................................ 20
4. Classificação das Vias ...................................................................................................... 21
4.1.1 Vias rurais........................................................................................................ 22
4.1.2 Vias urbanas .................................................................................................... 22
4.1.3 Vias secundárias .............................................................................................. 22
4.1.4 Vias locais ....................................................................................................... 22
4.1.5 Vias normais .................................................................................................... 22
4.1.6 Vias de ligação................................................................................................. 22
4.1.7 Vias principais ................................................................................................. 22
4.1.8 Vias coletoras .................................................................................................. 22
9
4.1.9 Vias arteriais .................................................................................................... 22
5. Componentes do Sistema de Iluminação Pública .............................................................. 23
5.1.1 Lapada de vapor de sódio de alta pressão ......................................................... 23
5.1.2 Lâmpadas Multi vapores Metálicos .................................................................. 24
5.1.3 Comparativo entre os tipos de lâmpadas ........................................................... 25
5.1.4 Alternativas na substituição das lâmpadas ........................................................ 26
5.2 Equipamentos Auxiliares .................................................................................... 27
5.2.1 Reator .............................................................................................................. 27
5.2.2 Ignitor .............................................................................................................. 28
5.2.3 Luminárias ....................................................................................................... 28
5.2.3.1 Grau de Proteção das Luminárias ............................................................. 28
5.2.4 Postes ou braços de sustentação da luminária ................................................... 39
6. Comandos dos Sistemas de Iluminação Pública ................................................................ 30
6.1.1 Conjunto relé foto elétrico e tomada ................................................................. 31
6.1.2 Conjunto Relé Foto elétrico e Contator ............................................................ 32
7. Como projetar iluminação publica .................................................................................... 33
7.1.1 Levantamento de informações de campo .......................................................... 33
7.1.2 Altura de montagem e espaçamento entre postes .............................................. 33
7.1.3 Disposição dos postes ...................................................................................... 34
8. Cálculos Luminotecnicos ................................................................................................. 34
9. Medições práticas ............................................................................................................. 35
10. Projeto de iluminação de bairro ...................................................................................... 37
10.1 Descritivo ........................................................................................................... 38
10.2 Detalhamentos das Informações .......................................................................... 38
10.3 Definições do Posicionamento dos Postes ........................................................... 39
10.4 Definições do Espaçamento e Altura das Luminárias .......................................... 39
10.5 Tipo de Lâmpada ................................................................................................ 40
10.6 Tipo de Acionamento do Sistema........................................................................ 40
10.7 Carga .................................................................................................................. 42
11.Conclusão ....................................................................................................................... 46
12. Referências bibliográfica ................................................................................................ 47
10
Imagens
Figura 01 – Índice de reprodução de cor – Comparativo ....................................................... 19
Figura 02 – Tipos de Vias .................................................................................................... 21
Figura 03 – Lâmpada tubular de Descarga Vapor de sódio – Desenho estrutural .................. 24
Figura 04 – Reator de Lâmpada descarga externo e interno .................................................. 27
Figura 05-Instalações postes com rede subterrânea ............................................................... 30
Figura 06 - Instalações de braços em rede aérea ................................................................... 31
Figura 07 - Luminária com relé foto elétrico para acionamento individua ............................. 31
Figura 08 - Esquema de ligação para relé foto elétrico individual ......................................... 32
Figura 09 - Diagrama elétrico da caixa de comando ............................................................. 32
Figura 10 – Formulário de Medições fotométricas de vias Públicas ...................................... 36
Figura 11 – Foto do condomínio industrial a ser realizado projeto luminotécnico ................. 37
Figura 12 – Foto via satélite do condomínio ......................................................................... 38
Figura 13 – Sistema Unilateral ............................................................................................. 39
Figura 14 – Sistema Canteiro Central ................................................................................... 39
Figura 15 – Sistema Comando em Grupo ............................................................................. 41
Figura 16 – Divisão de Área................................................................................................. 42
Figura 17 – Diagrama multifilar ........................................................................................... 44
Tabelas
Tabela 01 - Quadro Comparativo entre os Tipos de Lâmpadas ............................................. 25
Tabela 02 - Alternativas de Substituição de Lâmpadas ......................................................... 26
Tabela 03 - Graus de proteção contra penetração de objetos sólidos estranhos indicados pelo
primeiro numeral característico ............................................................................................ 28
Tabela 04 - Graus de proteção contra a penetração de água indicados pelo segundo numeral
característico ........................................................................................................................ 29
Tabela 05 - Comparativo do tipo de comando com seus acionamentos e locais a serem
instalados ............................................................................................................................. 31
11
1. Resumo
Com a regulamentação normativa nº 414/2010 da ANEEL, a revisão da norma NBR
5101, e a entrada de novas tecnologias no mercado, a iluminação pública do país passa por
mudanças significativas. E este trabalho deverá abordar os principais conceitos de iluminação
como IRC (Índice de Reprodução de Cor), Iluminância Média, Lúmens, Fluxo Luminoso e
Temperatura de Cor e outros conceitos que para o projetista será de suma importância, sendo
o conhecimento das vias bem como capacidade e tipo de fluxo sendo de pessoas e ou
veículos, onde a partir daí é que começa as definições de tipos de lâmpadas, altura de
luminárias e espaçamento dos postes. Antes mesmo de se iniciar um projeto, deverá estar bem
conceituado estes parâmetros para que o projeto esteja de acordo com as normas, outro ponto
bastante importante será o conhecimento de todos os principais itens que compõem um
sistema de iluminação pública. Estes itens ganham bastante importância, logo depois de
definido o tipo de via, pois ganham especificações como tipo de lâmpada para vias sendo
vapor de sódio e praças sendo vapor metálico. As luminárias recebem papel importante para
proteção destas lâmpadas que estarão super aquecidas, e os postes com seus espaçamentos
que são definidos de acordo com a altura das luminárias e o tipo de distribuição como, por
exemplo, um sistema do tipo unilateral ou central. Assim com estas definições já tomadas, e o
projeto também já efetivado, outro ponto bastante importante é o de medição para
comprovação de o sistema estar de acordo com a norma vigente e aquilo que foi mencionado
no item cálculos luminotécnicos. E como parte final deste trabalho, será abordada um projeto
fictício de um condomínio de microempresas para efetivação de todos os itens abordados.
1.2 Palavras-chave
Iluminação pública, lâmpada de descarga, vias, Plano de instalação e manutenção em
dispositivos de iluminação.
12
1.3 Abstract
With the normative regulation No 414/2010 of ANEEL, the NBR review of 5101, and
the entry of new technologies on the market, the lighting of the country is going through
significant changes. And this work should address the key lighting concepts as CRI (Color
Rendering Index) Average Illuminance, Lumens, Luminous Flux and Color Temperature and
other concepts for which the designer will be of paramount importance, and knowledge of the
pathways and capacity and type of flow being of people and vehicles or where it is from there
that get the definitions of types of lamps, luminaires height and spacing of the posts. Before
you even start a project, you should be well regarded these parameters so that the project
complies with the standards, another very important point is the knowledge of all major items
that make up a system of street lighting. These items make a lot of importance, just after the
track type defined as earning specifications as lamp type for roads and sodium vapor and
metal halide and squares. The luminaires receive important role in protecting these lamps are
super heated, and the posts with their spacings which are defined according to the height of
the fixtures and the distribution type, for example, a system of the type unilateral or central.
So with these settings already taken, and the project has already accomplished, another
important point is the measurement for proving the system comply with the rule and what was
mentioned in item luminotécnicos calculations. And as the final part of this work, a dummy
project will be addressed in a condo for micro realization of all items discussed.
1.4 Keywords
Lighting, discharge lamp roads, installation and maintenance plan for lighting.
13
2.Introdução
Será apresentado neste trabalho, um estudo realizado sob iluminação pública, tecnologias
existentes e projetos de logradouros. O estudo tem como finalidade aprofundar em um item
pouco comentado, porém de bastante importância em termos de segurança na vida de pessoas
comuns, no caso de vias sendo públicas, e funcionários nos caso de iluminação externa de
empresas. Nesta tratativa, será abordado desde os tópicos de como começar um projeto até
seu elemento final como a Lâmpada de descarga, passando por tipos de vias, tipos de postes,
luminárias e sistemas de acionamento da malha luminosa.
2.1 Apresentações dos principais componentes de um sistema de iluminação: serão
pesquisados e apresentados os componentes necessários para um bom funcionamento de um
sistema de iluminação pública e suas características técnicas, abordagem fundamental para a
definição de padrões técnicos mínimos que nortearão a escolha correta dos componentes a
serem aplicados, com o objetivo de reduzir o consumo de energia elétrica através de
equipamentos eficientes. Esta pesquisa será realizada principalmente através de consulta aos
catálogos e sites dos principais fabricantes e fornecedores de componentes, consultas a
normas ABNT e normas de concessionárias de energia elétrica.
2.2 Discutir os principais requisitos que devem ser observados na iluminação de cada
tipo de logradouro público: serão pesquisados e discutidos de forma breve, os principais
fatores e os critérios luminotécnicos mínimos recomendados pelas normas para cada tipo de
logradouro. A pesquisa será realizada através de consulta a ABNT (Associação Brasileira de
Normas Técnicas), além de consultas a empresas de fornecimento de energia elétrica, entre
outras fontes. Neste ponto, deverão ser levados em consideração vários fatores como idade de
usuários, tipo de atividade, tipo de logradouro, redução de energia elétrica e segurança. Ao
elaborar um projeto, será discutido que se deve utilizar a energia elétrica de forma correta,
proporcionando os níveis mínimos recomendados.
2.3 Listar e discutir as atividades referentes à manutenção e qualidade dos serviços de
iluminação publica: esta abordagem tratará uma breve conclusão dos capítulos anteriores e
pesquisas realizadas para apresentar uma gestão de iluminação pública a fim de direcionar
uma melhor forma de utilização dos equipamentos, manutenção do sistema e redução do uso
de energia elétrica.
14
3. Definição de iluminação Pública
Conforme a Resolução nº 456 ANEEL (200, p 4), art 2º, Inciso XXIV , a iluminação
pública é definida como sendo o “serviço que tem por objetivo prover de luz, ou claridade
artificial, os logradouros públicos no período noturno ou nos escurecimentos diurnos
ocasionais, inclusive aqueles que necessitam de iluminação permanente no período diurno.”
Porém a Resolução nº 414 ANEEL (2010, p 5), Art. 2º, Inciso XXXIX, passou a definir
a iluminação pública como sendo o “serviço público que tem por objetivo exclusivo prover de
claridade os logradouros públicos, de forma periódica, continua ou eventual.”
3.1 Informações luminotécnicas
Para entender um pouco mais de alguns aspectos na escolha da lâmpada ideal, deverá
aplicar um breve entendimento sobre alguns conceitos técnicos. Estes conceitos técnicos serão
bastante importantes, pois definirão com mais exatidão o modelo a ser utilizado pelo
projetista sendo que para cada tipo de projeto, um tipo de lâmpada será escolhido. Logo, para
realizar uma iluminação adequada a uma atividade é essencial saber como a iluminação se
processa. Os conceitos auxiliarão na escolha do tipo de luminária e da lâmpada mais
adequados ao ambiente a ser iluminado.
3.1.1 Fluxo Luminoso (Ø)
O fluxo luminoso é uma das unidades fundamentais em engenharia de iluminação, dada
como a quantidade total de luz emitida por uma fonte luminosa em todas as direções do
espaço sua unidade de medida é o lúmen.
O lúmen é a quantidade de luz irradiada através de uma abertura de 1m² em uma esfera
de 1m de raio. Como referência, considera-se que uma fonte luminosa uniforme de
intensidade de 1 candela emite 12,56 lumens, ou seja, 4πR lúmens, sendo 1 lúmen para cada
área de 1m² na superfície dessa esfera.
15
3.1.2 Intensidade luminosa (I)
É a quantidade de luz que uma fonte emite em uma determinada direção. O seu valor
está diretamente relacionado à direção dessa fonte de luz, pois se pode perceber que fontes
luminosas normalmente não emitem a mesma quantidade de luz em todas as direções. A sua
unidade é dada em Candela (cd) ou em algumas situações candela/1000 lumens, e é avaliada
utilizando-se como fonte de luz um corpo negro aquecido a temperatura de solidificação da
platina, que é de 1.773°C, à pressão constante de 101.32513N/m2, e cuja intensidade
luminosa incide perpendicularmente sobre uma área plana igual a1/600.000 m².
3.1.3 Iluminância (E)
Também conhecida como nível de iluminamento, é definida como o fluxo luminoso que
incide sobre uma superfície situada a certa distância da fonte, ou seja, é a quantidade de luz
que está chegando a um ponto. A unidade de medida da Iluminância é expressa em lux e pode
ser medida através de um aparelho chamado luxímetro. A equação a serve para a realização
do cálculo de Iluminância.
E=Ø
S
Onde:
Ø = fluxo Luminoso, em lúmens.
S = área da superfície iluminada, em m².
E = Iluminância, em lux.
Como as fontes luminosas não apresentam uma distribuição uniforme, a Iluminância
não será a mesma em todos os pontos do recinto sendo considerada na prática a Iluminância
média. A NBR 5413, que trata da Iluminância de interiores, define os níveis mínimos de
Iluminância média para um determinado recinto em função das tarefas a ser executadas no
local, de forma que seja obtido um conforto visual.
16
Esse conforto depende também da Iluminância no restante do ambiente, que não deve
ser inferior a 1/10 da adotada para o campo de trabalho, mesmo que haja recomendações para
valor menor. Recomenda-se ainda que a Iluminância de qualquer ponto do plano de trabalho
não seja inferior a 70% da Iluminância média. A Iluminância pode ser medida através de um
luxímetro. A norma NBR 5382 determina como devem ser feitas as mediações em ambientes
internos para a determinação de sua Iluminância média. Convém ressaltar que o olho humano
distingue luminância e não Iluminância. Entretanto, devido à prática, foi consagrada a medida
de Iluminância para determinar se a iluminação está adequada ao funcionamento de um
determinado ambiente.
3.1.4 Eficiência Luminosa (η)
As lâmpadas não se diferenciam apenas pelo fluxo luminoso emitido, mas também pelas
potências consumidas. Uma das formas de fazer uma análise da eficiência de uma lâmpada é
descobrindo a relação entre a quantidade de lúmens emitidos e a potência consumida. Essa
relação é denominada eficiência luminosa e pode ser determinada através da equação abaixo:
η=Ø
P
Onde:
η = eficiência Luminosa, em lúmen/Watt.
Ø = fluxo Luminoso, em lúmen.
P = potência consumida, em Watt.
Em um projeto luminotécnico procura-se utilizar lâmpadas de melhor eficiência
luminosa, desde que essas possuam todas as outras características compatíveis com o
ambiente a ser iluminado. A eficiência luminosa também é levada em consideração quando se
executa uma análise de custo-benefício, visto que o custo inicial da aquisição da luminária e
lâmpada pode ser restituído no decorrer de sua vida útil devido à economia de energia
elétrica.
17
3.1.5 Temperatura de Cor (T)
É a característica que indica a aparência da cor da luz. As lâmpadas mais amareladas
possuem baixa temperatura de cor, cerca de 3000K. Já as lâmpadas com aparência tendendo
ao azul violeta são de alta temperatura de cor, sendo superior a 6000K. Na prática, as
lâmpadas com baixa temperatura de cor, também chamadas de lâmpadas quentes, são
associadas ao nascer e ao pôr do sol. São relacionadas, portanto, com atividades do início e
fim do dia. Esse tipo de iluminação torna o ambiente mais aconchegante, sendo utilizada em
ambientes como quartos e salas de estar. As lâmpadas com alta temperatura de cor, também
chamadas de lâmpadas frias, são associadas à iluminação do meio dia, sendo relacionadas por
isso, a períodos de maior produção. Esse tipo de iluminação é utilizado em ambientes onde se
deseja estimular alguma atividade, como por exemplo, escritórios e cozinha. Na Europa já
existem escritórios que utilizam uma composição de lâmpadas halógenas e fluorescentes. Elas
funcionam simultaneamente pela manhã. O dimmer diminui gradativamente a halógenas até
ficar somente a luz branca. No final do dia, a halógena volta a funcionar. Esse procedimento
proporciona ao usuário a sensação do decorrer do dia e por isso uma sensação de conforto,
melhorando assim o seu rendimento profissional.
3.1.6 Índice de Reprodução de Cores (IRC)
A tonalidade da cor apresentada por objetos sob luz natural nem sempre é igual ao tom
apresentado sob uma iluminação artificial. Dessa forma, adotou-se uma escala. Essa escala
relaciona a fidelidade das cores apresentadas por um objeto iluminado por uma fonte
luminosa qualquer em relação à cor apresentada sob a luz natural. Tal relação Foi denominada
Índice de Reprodução de Cores (IRC). Quanto mais alto o IRC de uma lâmpada, mais similar
à natural a cor vai parecer aos olhos humanos. Lâmpadas de IRC máximo, ou seja, 100%,
normalmente apresentam alto consumo de energia, baixa eficiência luminosa e grande
dissipação de calor. A figura 1 mostra frutas iluminadas, respectivamente, por uma lâmpada
de IRC de100% e 40%.
18
Figura 01 – Índice de reprodução de cor - Comparativo
Pode-se observar, na ilustração à direita, que as frutas iluminadas com a lâmpada de
IRC de 40% apresentam uma reprodução de cor alterada em relação à iluminada pela lâmpada
de IRC 100%. Ambientes como salas de cirurgia e de análise de pacientes necessitam de uma
reprodução de cor muito próxima do real, tornando o IRC fundamental na escolha do tipo de
lâmpada a ser implementada.
3.1.7 Refletância (ρ)
Parte do fluxo luminoso que incidem sobre uma superfície é absorvido, parte sofre
refração e uma terceira parcela é refletida. A relação entre o fluxo luminoso incidente sobre a
superfície e o fluxo luminoso refletido é conhecida como refletância. A refletância de uma
superfície pode ser determinada de acordo com a equação a seguir:
ρ = φ refletido
φ incidente
Onde:
ρ = Refletância
φ refletido = fluxo luminoso refletido
φ incidente = fluxo luminoso incidente
19
O valor da refletância das superfícies de um ambiente está diretamente relacionado com
a cor das suas superfícies e do tipo de material que eles são compostos. Quanto maior a
refletância das superfícies de determinado ambiente, melhor será a distribuição do fluxo
luminoso e conseqüentemente maior será a Iluminância no recinto.
3.2 Níveis luminotécnicos
Os níveis luminotécnicos adotados pela NBR 5101 sobre vias de tráfego motorizado
serão apresentados nos parâmetros a seguir:
3.2.1 Iluminância média mínima (horizontal): é obtida pelo cálculo da média aritmética das
medidas de iluminância em cada ponto da malha fotométrica (no plano horizontal e no nível
do piso).
3.2.2 Iluminância máxima e iluminância mínima: São respectivamente o maior e o menor
valor de iluminância encontrados na medição fotométrica. A normal atual ainda estabelece
que o menor valor encontrado deva ser superior a 1 lux.
3.2.3 Fator de uniformidade de iluminância (U): Razão entre a iluminância mínima e a
média em um plano especificado.
U = Emín
Eméd
Onde :
E min = iluminância mínima
E méd = iluminância média
Quanto mais o fator de uniformidade se aproximar de 1, mais uniforme será a
iluminação da via. Os níveis de iluminância média e os fatores de uniformidade necessários á
iluminação de vias públicas estão detalhados na NBR 5101.
20
4. Classificação das Vias
Principal ponto de segurança de pessoas e veículos, a iluminação pública é um tema
bastante conhecido, mas pouco apreciado e comentado entre os projetos luminotécnicos. Para
projetos deste porte, é de suma importância se ter o conhecimento na distinção de tipos de
vias, como ruas e avenidas. Com bases no Código de Trânsito Brasileiro, publicado em 1997e
na NBR 5101 que normatiza as formas de utilização e inspeção e medição da iluminação
pública, poderemos classificar a via que se pretende iluminar da seguinte forma:
Figura 02 – Tipos de Vias
21
4.1.1 Vias rurais: Via mais conhecida como estradas de rodagem, que nem sempre apresenta,
exclusivamente, tráfego motorizado.
4.1.2 Vias urbanas: Aquela caracterizada pela existência de construções às suas margens,
com presença de tráfego motorizado e de pedestres em maior ou menor escala. Ruas,
avenidas, vielas ou caminhos e similares abertos à circulação pública, situados na área urbana,
caracterizados principalmente por possuírem imóveis edificados ao longo de sua extensão.
Esta última poderá ter mais sub definições por conta do tipo de via, seja ela coletora arterial
ou principal, a seguir veremos mais destes tipos de vias e suas classificações.
4.1.3 Vias secundárias: Avenidas e ruas com ou sem calçamento, onde há construções, e o
trânsito de veículos e pedestres não é intenso.
4.1.4 Vias locais: Vias que permitem acesso às propriedades rurais, com grande acesso e
pequeno volume de tráfego.
4.1.5 Vias normais: Avenidas e ruas asfaltadas ou calçadas, onde há predominância de
construções residenciais, trânsito de veículos (não tão intenso) e trânsito de pedestres.
4.1.6 Vias de ligação: Ligações de centros urbanos e suburbanos, porém não pertencentes à
classe das vias rurais. Geralmente, só tem importância para tráfego local.
4.1.7 Vias principais: Avenidas e ruas asfaltadas ou calçadas, onde há predominância de
construções comerciais, assim como trânsito de pedestres e de veículos.
4.1.8 Vias coletoras: Vias exclusivamente para tráfego motorizado, que se caracterizam por
um volume de tráfego inferior e que dão acesso ao tráfego superior.
4.1.9 Vias arteriais: Vias exclusivas para tráfego motorizado, que se caracterizam por grande
volume e pouco acesso de tráfego, várias pistas, cruzamentos em dois planos, escoamento
contínuo, elevada velocidade de operação e estacionamento proibido na pista. Geralmente,
não existe o ofuscamento pelo tráfego oposto nem construções ao longo da via.
22
O sistema arterial serve mais especificamente grandes geradoras de tráfego e viagens de
longas distâncias. Mas, ocasionalmente, pode servir de tráfego local.
5. Componentes do Sistema de Iluminação Pública
Para projetos de um sistema eficiente, deve se obedecer a diversos critérios qualitativos
para atender as necessidades visuais, utilizando de tecnologia disponível no mercado.
Para atender esta última definição, devem-se escolher corretamente os dispositivos a
serem instalados. Assim neste capítulo serão apresentados um a um dos componentes de um
sistema eficiente de iluminação pública.
5.1.1 Lâmpada de vapor de sódio de alta pressão
Lâmpada de vapor de sódio é um tipo de lâmpada de descarga em meio gasoso que
utiliza um plasma de vapor de sódio para produzir luz. Onde contém elementos químicos
adicionais como o mercúrio. Em conseqüência produzem uma luminosidade rosada quando
são acesas, evoluindo para uma luz mais suave alaranjada. Alguns modelos que usam esta
tecnologia produzem no início uma luz azulada, por conta do mercúrio antes do sódio se
aquecer por completo. Nestas lâmpadas a principal fonte de luz é a emissão espectral do sódio
elementar. A largura de banda da emissão é substancialmente alargada pela ressonância
induzida pela alta pressão de vapor no interior da lâmpada e pelas emissões do mercúrio. Em
conseqüência a luz perde o mono cromatismo, permitindo uma boa distinção das cores dos
objetos iluminados. As lâmpadas precisam de equipamentos auxiliares para o processo de
descarga, e controle de corrente. Algumas características das lâmpadas são:
 Alta eficiência luminosa: 86 a 150 lm/w;
 Longa vida mediana : 18.000 a 32.000 horas;
 Uso obrigatório de equipamentos auxiliares;
 Tempo de reacendimento: mínimo 30s;
 Tempo de acendimento: 3 a 6 minutos;
 Boa resistência a choques, vibrações e interpéres;
 Depreciação do fluxo luminoso com alto fator de manutenção do fluxo luminoso;
 Índice de reprodução de cor –IRC varia entre 22 a 25 considerado médio.
23
Figura 03 – Lâmpada tubular de Descarga Vapor de sódio – Desenho estrutural
Considerando sua alta eficiência luminosa e vida útil, estas lâmpadas são indicadas para
uso na iluminação de vias públicas, e calçadões, devendo ser considerada como 1ª opção em
novos projetos e ou reformas.
5.1.2 Lâmpadas Multivapores Metálicos.
Com o mesmo princípio de funcionamento da anterior, a multivapor metálico, pode ser
consideradas mais eficientes em termos de reprodução de cor. Sendo suas características a
seguir:
 Longa vida útil: 8.000 á 12.000 horas;
 Razoável eficiência luminosa: 72 a 80 lm/w:
 Tempo de acendimento: 1,5 a 2 minutos;
24
 Depreciação do fluxo luminoso ocorre de maneira mais acentuada comparada a
anterior;
 IRC elevado: 65 a 85.
Devido a suas características de boa reprodução de cor, variedade de temperatura de
cor, são recomendadas para iluminação de centros de esporte, praças, áreas verdes, etc.
5.1.3 Comparativo entre os tipos de lâmpadas
A tabela 01 apresenta as principais características das lâmpadas geralmente utilizadas e
os respectivos valores de perdas nos reatores. Esta tabela apresenta os valores médios de
referência com base em informações de vários fabricantes. A partir de uma analise entre as
características das lâmpadas apresentadas para uso de iluminação pública, conclui-se que a as
lâmpadas de vapor de sódio são as mais indicadas considerando sua alta eficiência luminosa e
vida útil, reduzindo tempo de manutenção.
Tabela 01 - Quadro Comparativo entre os Tipos de Lâmpadas
Lâmpadas
Fluxo Lumninoso
Eficiência
(lm)
Luminosa (lm/w)
Tipo
Potência
MVM
70W
5.000
MVM
150W
MVM
Via Mediana
Perdas nos Reatores (w)
Horas
Anos
Convencional Eletrônicos
72
8.000
1,8
13
-
11.000
73
8.000
1,8
12
-
250W
20.000
72
12.000
2,7
25
-
MVM
400W
38.000
80
12.000
2,7
35
-
VSAP
70W
5.600
80
16.000
3,7
15
-
VSAP
100W
9.500
95
24.000
5,5
15
-
VSAP
150W
14.000
94
24.000
5,5
20
17
VSAP
250W
26.000
104
24.000
5,5
25
24
VSAP
350W
34.000
97
14.000
3,2
40
-
VSAP
400W
48.000
120
24.000
5,5
40
-
VSAP
600W
90.000
150
32.000
6
50
-
25
5.1.4 Alternativas na substituição das lâmpadas
A tabela 02 apresenta alternativas mais freqüentes de substituição de lâmpadas na
iluminação pública, visando a eficientização do sistema. Estas possibilidades são obtidas
através de simples comparação de fluxo luminoso unitário de cada tipo de lâmpada,
garantindo que o fluxo emitido pela lâmpada a ser instalada seja igual ou superior a
substituída. Porém, estas alternativas só poderão ser aplicadas nos logradouros em que a
iluminação pública apresentar parâmetros em conformidade com a ABNT.
Tabela 02 - Alternativa de Substituição de Lâmpadas
Lâmpada Existente
Alternativas de Lâmpada Eficiente
2x Fluor. 40w
VSAP 70w
Fluor. 110w
VSAP 70w
Halógena 400w
VSAP 150W
Halógena 500w
VSAP 150W
Halógena 1000w
VSAP 250w
Halógena 1500w
VSAP 400w
Incadescente100w a 300w
VSAP 70w
Incadescente500w
VSAP 100w
Incadescente1000w
VSAP 150w
Mista 160w
VSAP 70W
Mista 250w
VSAP 70W
Mista 500w
VSAP 150w
VM 80w
VSAP 70w
VM 125w
VSAP 100w
VM 250w
VSAP 150w
VM 400w
VSAP 250w
VM 700w
VSAP 400w
VSAP 350w
VSAP 400w
26
5.2 Equipamentos Auxiliares
5.2.1 Reator
O reator é um equipamento auxiliar, ligado a rede e a lâmpada de descarga, com a
finalidade de controlar e estabilizar a corrente e a tensão de seu funcionamento, caso
contrário, as lâmpadas se destruiriam rapidamente. As características do reator devem ser
adequadas aos requisitos da lâmpada. Devem ter fator de potência elevado para diminuir as
perdas. Os reatores eletromagnéticos geralmente necessitam de correção de seus baixos
valores de fator de potência através de um capacitor. Os capacitores não afetam as condições
da lâmpada, porém, modificam as condições da rede.
Figura 04 – Reator de Lâmpada descarga externo e interno
Os reatores, se não especificados corretamente, podem reduzir a vida de uma lâmpada
em até 50% e a produção luminosa em até 30%. Logo, alguns cuidados devem ser tomados
nas fases de especificação, compra e instalação dos reatores utilizados na iluminação pública,
entre eles:
 O reator deve ser compatível com a potência da lâmpada, com a tensão e a
freqüência da rede;
 Utilizar sempre reatores com alto fator de potência, com o objetivo de aumentar a
vida útil da lâmpada;
 O reator deve ser compatível com o local a ser instalado;
 Exigir todos os ensaios de tipo e de recebimento especificados pela ABNT.
27
5.2.2 Ignitor
O ignitor é um componente que tem a função de produzir descarga inicial ás lâmpadas
multivapores metálicos e sódio, da ordem de 0,7kv a 40 kv sobre a tensão da lâmpada
provocando seu acendimento. Após este estágio, o ignitor pára sua produção dos pulsos
automaticamente, e para aumento de sua vida útil, a lâmpada deverá ser trocada
imediatamente quando a mesma se queima evitando que o ignitor fique energizado por
tempos maiores que o recomendado pelo fabricante.
5.2.3 Luminárias
Este equipamento tem várias funções importantes para o projeto de iluminação pública,
uma delas sendo a de proteger a lâmpada contra chuvas, pedras e poeiras, e também responde
por alojar o corpo ótico onde se potencializa o fluxo luminoso da lâmpada.
5.2.3.1 Grau de Proteção das Luminárias
Outro tipo de classificação das luminárias é o quanto ela protege a lâmpada contra
partículas como pó, areia, e água. Este grau é indicado pela sigla IP(Ingress Protection) com
mais dois algarismos, sendo o 1º definindo como o tipo de proteção contra corpos e poeiras e
o 2º sendo o tipo de vedação a água. Abaixo segue as tabela 03 e 04 que estabelece os graus
de proteção contra corpos e vedação respectivamente:
Tabela 03 - Graus de proteção contra penetração de objetos sólidos estranhos indicados pelo primeiro
numeral característico
Numeral
Descrição do grau de proteção
0
Não Protegido
1
Protegido contra objetos sólidos de 50mm e maior
2
Protegido contra objetos sólidos de 12mm e maior
3
Protegido contra objetos sólidos de 2,5mm e maior
4
Protegido contra objetos sólidos de 1,0mm e maior
5
Protegido contra poeira
6
Totalmente Protegido contra poeira
28
Uma luminária com grau de proteção IP 66, por exemplo, é protegida contra penetração
de pó e contra jatos d’agua. Quanto maior o número, maior a proteção oferecida pelo
equipamento.
Tabela 04 - Graus de proteção contra a penetração de água indicados pelo segundo numeral
característico
Numeral
Descrição do grau de proteção
0
Não Protegido
1
Protegido contra gotas d'agua caindo verticalmente
2
Protegido contra gotas d'agua caindo verticalmente
com invólucro inclinado até 15º
3
Protegido contra asperção d'agua
4
Protegido contra projeção d'agua
5
Protegido contra jatos d'agua
6
Protegido contra jatos potentes d'agua
7
Protegido contra efeitos imersão temporária em água
8
Protegido contra efeitos imersão contínuo em água
5.2.4 Postes ou braços de sustentação da luminária
Normalmente, a iluminação pública é instalada em postes da rede local. Porém em
projetos recentes, a iluminação pública com rede subterrânea, utiliza-se postes de aço ou
concreto desenvolvidos para este propósito. Sendo projetados somente para sustentação da
luminária, assim reduzindo material na sua fabricação gerando menos custo. Já para projetos
antigos, as luminárias são presas por braços ligados aos postes da concessionária e conectados
a rede elétrica ao ar livre, estes exemplos serão mostrados a seguir nas figuras 05 e 06.
29
Figura 05-Instalações postes com rede subterrânea.
Figura 06 - Instalações de braços em rede aérea.
6. Comandos dos Sistemas de Iluminação Pública
Os comandos têm como finalidade o acendimento e o desligamento automatizado do
sistema de iluminação, podendo ser individual ou em grupo. Como sendo dois tipos de
comandos, existem dois padrões a ser seguido para listagem de materiais, o primeiro sendo
individual, será necessário um relé foto elétrico para cada luminária fazendo com que o
sistema fique ligado cem por cento do tempo, até mesmo diurno. Já o segundo, acionamento
em grupo, o procedimento muda se atentando a tabela 05:
30
Tabela 05 - Comparativo do tipo de comando com seus acionamentos e locais a serem instalados.
Corrente
Tipo de Comando
Locais para instalação
Até 10A
Relé foto elétrico e tomada 10A
Iluminação convencional
10A á 50A
Maior 50A
Relé foto elétrico e chave
magnética 50A
Caixa de comando, relé foto
elétrico, contator e disjuntor
Praças e parques
Viadutos e rodovias
6.1.1 Conjunto relé foto elétrico e tomada
Este tipo de acionamento individual segue com uma simples ligação elétrica, onde o
equipamento é ligado na rede a um relé foto elétrico comum a tomada individual ficando
energizado todo o tempo diurno e noturno como segue na figura, e seu esquema de ligação na
figura 07:
Figura 07- Luminária com relé foto elétrico para acionamento individual.
31
Figura 08 - Esquema de ligação para relé foto elétrico individual.
6.1.2 Conjunto Relé Foto elétrico e Contator – Caixa de comando
O conjunto de rele foto elétrico e contator, é um sistema bastante conhecido para
sistemas de iluminação de rodovias e complexos viários, onde um contator de 50A é
responsável por alimentar toda a linha de carga. Um relé irá comandar seu acionamento e
desligamento, fazendo sua automação.
Figura 09 - Diagrama elétrico da caixa de comando
32
7. Como projetar iluminação pública.
Neste capítulo será apresentado um projeto luminotécnico de uma via ou de um local
específico e assim demonstrar todas suas particularidades como tipo de lâmpada, tipo de
luminária, manutenção e bem como economia gerada por conta de substituição por outras
tecnologias. Hoje em dia, emprega-se muito o uso de luminárias a base de LED, porém com o
alto custo de produção, esta tecnologia passa a ser cara e de difícil retorno para seu instalador.
Por isso partimos para outros tipos de tecnologias, sendo as lâmpadas de alta pressão que
detém uma eficiência luminosa boa, sua reprodução de cor é elevada e sua durabilidade
ultrapassa às 10.000 horas de utilização sendo uma dos principais modelos de lâmpadas.
O critério para elaboração do projeto de iluminação pública deve seguir a cronologia
das etapas em que o projetista não poderá deixar de lado.
7.1.1 Levantamento de informações de campo
Esta fase pode ser classificada como preliminar no processo de elaboração do projeto de
iluminação, pois será através dela que obteremos os dados básicos mais importantes para se
atingir um resultado final satisfatório. Tendo em vista essa idéia, o responsável pelo
levantamento deve estar munido da planta da região, indicando as informações mínimas
como:
 Tipo de Via;
 Tipo de atividade;
7.1.2 Altura de montagem e espaçamento entre postes
As seguintes regras práticas podem ser utilizadas para definição da altura de montagem
e espaçamento entre os postes.
Hm > L
E >3.Hm
33
Sendo:
Hm = altura de montagem da luminária;
L = Largura da pista mais acostamento;
E = espaçamento entre postes.
Na escolha da altura dos postes que influenciará a altura final de montagem das
luminárias, os seguintes pontos devem ser observados:
 Evitar efeito “Zebramento”, normalmente provocado pela utilização de lâmpadas de
fluxo luminoso elevado em baixas alturas de montagem;
 Prever as características do local, tais como volume de tráfego e pessoas, visando
minimizar os períodos de manutenção;
7.1.3 Disposição dos postes
Os tipos de disposição dos postes de iluminação são:
 Bilateral alternado: utilizado quando a largura da pista medir entre 1,0 e 1,6 vezes a
altura de montagem da luminária;
 Central: Utilizado quando a largura da pista for superior a 1,6 vezes a altura de
montagem da luminária;
 Unilateral: utilizado quando a largura da pista for igual ou menor a altura de
montagem da luminária;
 Bilateral frente a frente: utilizado quando a largura da pista for superior a 1,6 vezes a
altura da montagem da luminária.
8. Cálculos Luminotécnicos
O passo final para a realização de um projeto de iluminação pública eficiente é a
realização dos cálculos luminotécnicos com o objetivo de aperfeiçoar o sistema projetado para
se ter os valores mínimos exigidos na NBR. No Brasil, o cálculo de uma instalação é
34
realizado levando em consideração os valores de iluminância, produzida ao nível da superfície
da via, dada em Lux (lx).
Os cálculos luminotécnicos para projetos de iluminação pública podem ser realizados
com o auxilio de programas específicos, ou aplicação direta por métodos como o método
ponto a ponto, curva isolux do fabricante ou método de fator de utilização.
9. Medições práticas
Na prática os resultados obtidos nos cálculos luminotécnicos, independentemente do
tipo de cálculo, deverão coincidir com os dados coletados em campo. E para estes dados
serem comprobatórios, deve se atestar e certificar os aparelhos de medição, aplicar a medição
longe de prédios ou árvores e onde não contenha tráfego no exato momento da leitura.
Na figura abaixo, segue um exemplo prático onde foi realizada uma medição de uma
via, com a finalidade de medição para realização de testes em uma empresa para que sejam
possíveis estudos de melhoria na eficiência luminosa de seus equipamentos.
35
Figura 10 – Formulário de Medições fotométricas de vias Públicas
Neste caso os pontos de medição adicionados devem ser declarados a partir da equação
abaixo descrita, esta equação necessita de poucas informações como distância entre
luminárias e quantidade de pontos em que o observador irá precisar caso queira uma leitura
mais precisa ou somente demonstrativa.
36
D=S
N
Onde:
D = distância longitudinal dos pontos;
S = vão entre as luminárias;
N = quantidade de pontos a serem medidos.
10. Projeto de iluminação de bairro
Objetivo principal deste capítulo será de realizar um projeto luminotécnico de um condomínio
industrial conforme segue na figura 11 e 12.
Figura 11 – Foto do condomínio industrial a ser realizado projeto luminotécnico.
37
Figura 12 – Foto via satélite do condomínio.
10.1 Descritivo
Área: 734.412,14 m²;
Quantidade de ruas: 13 ruas;
Vias Coletoras: 11 ruas de 100 m cada e largura de 2,70m;
Vias Principais: 2 de 2.000m cada e largura de 7,00m.
10.2 Detalhamentos das informações
As vias coletoras deverão ser consideradas como tráfego de veículos e pessoas baixo e as vias
principais também como tráfego baixo. Com as definições do tipo de trafego, já há
possibilidade de se definir o tipo de Lâmpada, espaçamento de postes, tipo de disposição dos
postes, altura das luminárias, tipo de acionamento do sistema.
38
10.3 Definições do posicionamento dos postes
Para as vias coletoras deverá ser obedecido o sistema unilateral de postes para quando a
largura da rua não exceder a distância máxima de 10m.
Figura 13 – Sistema unilateral
Para as vias principais deverão ser especificados o sistema de posicionamento de luminárias
do tipo canteiro central com uma luminária para cada lado.
Figura 14 – Sistema Canteiro Central
10.4 Definições do espaçamento dos postes e altura das luminárias
Conforme a NBR 5101, a altura das luminárias de vias coletoras deverá ser de no máximo 7
metros e de vias principais deverão ser de 12 metros.
Para se definir o espaçamento dos postes, segue fórmula abaixo onde será preciso conhecer a
altura da luminária, onde o espaçamento dos postes é 3 vezes maior que a altura de montagem
da luminária.
39
E = 3x Hm
Onde:
E = Espaçamento dos postes;
Hm = altura de montagem (sendo maior que a largura da via).
Para vias coletoras:
E = 3x7,0 m
E = 21,0 m
Para vias Principais:
E = 3x12,0 m
E = 36,0 m
10.5 Tipos de Lâmpada
A norma NBR 5101 define que as lâmpadas de vias coletoras deverão ser de Vapor de sódio
de 100w e para as vias principais deverão ser de 400w. A marca da lâmpada deverá ser de
preferência do comprador devendo ser observado que o tipo da lâmpada deverá ser tubular e
não elipsoidal.
10.6 Tipos de acionamento do sistema
O tipo de acionamento deverá ser de um único modelo, podendo se ter dois conjuntos de
acionamento por conta das distâncias dos centros de caga. Na figura 17 será demonstrado o
desenho do comando de acionamento do sistema de iluminação em grupo que adotará um
contator de potência e uma fotocélula para automatizar o sistema. Os demais valores de
potência de contator e bitola de cabos estarão no capítulo 10.7.
40
Figura 15 – Sistema Comando em Grupo.
41
10.7 Cargas do sistema
As cargas do projeto estão divididas em duas partes, uma sendo da parte norte e a outra parte
sul. Na figura 18, será detalhado como esta divisão ficará denotada.
Figura 16 – Divisão da área.
Conforme o descritivo do projeto, sendo cada via coletora de 100m de comprimento e
tomando como base o espaçamento entre postes conforme o capítulo 10.3 de 21 metros de
distância de um poste ao outro, teremos:
Q = D x Plâmpada
E
42
Onde:
Q = Carga do sistema em Watts;
D = Distancia das vias;
E = Espaçamento entre postes;
P = Potência da lâmpada.
Para Vias Coletoras:
Q = 100m x 100w
21m
Q = 476,19 w / via
Sendo um total de 11 vias coletoras, teremos: 5.238 w. Nesta conta poderemos adotar mais
uma via sendo uma principal que cortará o trecho considerado Norte, ficando conforme a
seguir:
Via Principal:
Q = 2000m x 400w
36m
Q = 22.222 w
Este Valor deverá ser multiplicado por dois conforme o tipo da disposição dos postes adotado
no início do projeto para vias principais. Somando a carga das vias coletoras e o resultado da
carga da via principal que corta a região central, teremos um total de 49.682w.
Esta Carga deverá ser acondicionada em um painel do tipo QDLE (Quadro de Distribuição de
Luz Externa) com as seguintes características:
43
  
Figura 17 – Diagrama multifilar.
Já no caso da região da face Sul, teremos uma conta mais simples, sendo uma via principal
multiplicada por dois por se tratar de uma via principal com disposição dupla de postes
conforme exemplo anterior. Este segundo painel ficará com a menor carga do terreno
44
aguardando futuras instalações e ampliações. O total da carga ficará sendo de 44.000w e terá a
mesma configuração do painel anterior. Os painéis deverão estar de acordo com a NR-10,
dispondo de:

Placas de poliuretano anti chama como barreira contra toques acidentais;

Dispositivos de Travamentos de fontes de energia para serviços de manutenção;

Diagrama Unifilar;

Cores de Cabos PE ou PNE sendo verde ou verde/amarelo;

Portas aterradas;

Cadeados e/ou trancas para os painéis.
As luminárias deverão ser fixadas em postes de aço galvanizado e total a alimentação dos
lotes deverá ser subterrânea juntamente com a distribuição da iluminação externa.
Para cada via coletora devera adotar um circuito, obtendo os valores a seguir:
Face Norte:
11 Vias de 476 w
11 circuitos de Dj de 10 A
Cabos de 2,5mm² EPR
1 Dj principal de 130 A
Face Sul:
16 Vias reservas
16 circuitos de Dj de 10 A
1 Dj principal de 130 A
45
11 Conclusão
Com este trabalho, entende-se que para um aproveitamento melhor de seu sistema de
iluminação pública, o projetista deverá estar sempre atento ás novas tecnologias quanto aos
equipamentos que não param de ser modificados. Tais modificações se dão por uma simples
ideologia, a busca incessante por maiores lucros, redução de poluentes no meio ambiente e
busca por qualidade na entrega de iluminação artificial. Os fabricantes por meio de novos
materiais proporcionam maior iluminação com cada vez menos potência instalada. Quanto ao
meio ambiente, os novos equipamentos estão sendo desenvolvidos
para terem menor
quantidade de materiais nocivos a natureza e ao homem, contendo os chamados “metais”, as
lâmpadas feitas antes com total inserção de mercúrio, material altamente perigoso, hoje são
feitas com misturas de sódio e outros metais não tão perigosos assim. Outro ponto observado
é a maior durabilidade e confiabilidade do material, fazendo com que os gastos com
manutenção sejam cada vez menores pelo maior tempo de vida de seus equipamentos como as
lâmpadas e suas proteções, como as luminárias. E por fim conclui-se que por quanto maior for
à pesquisa, o projetista conseguirá satisfazer dentro das normas e regulamentos de empresas
concessionárias, os níveis mínimos de iluminação com maior tempo de vida útil e cada vez
menos energia elétrica com equipamentos que emanam maior fluxo luminoso com menos
potência, onde no mundo atual, esta seja a maior preocupação de governantes, empresários e
simples cidadãos.
46
12 Referência bibliográfica
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pública versão corrigida: 1998.(Capítulo 3, 10)
(02)ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS. NBR IEC 60529: Graus de
proteção para invólucros de equipamentos elétricos (códigos IP) – versão corrigida 2: 2011.
(Capítulo 5, 10)
(03)ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS. NBR 5123: Relé fotoelétrico
e tomada para iluminação – Especificação e método de ensaio. 1998. (Capítulo 5)
(04)ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS. NBR 5461: Iluminação –
Terminologia. 1991. (Capítulo 3)
(05)ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS. NBR 13593: Reator e ignitor
para lâmpada a vapor de sódio a alta pessão. 1996. (Capítulo 5)
(06)AGENCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA. (Capítulo 3)
(07)COMPANHIA PAULISTA DE FORÇA E LUZ. Iluminação Pública – Luminária
Integrada. Doc. 2807 versão 2.2 de 25/02/2008. (Capítulo 5)
(08)GRUPO EDP – BANDEIRANTE DE ENRGIA. Norma Setorial Técnica Nº 8.05.01 –
Iluminação Pública Sistema Sódio. Versão 01 / 2003. (Capítulo 5, 10)
(09)COMPANHIA PARANAENSE DE ENERGIA. Manual de Iluminação Pública. Versão
fev 2012. (Capítulo 4, 9, 10)
(10)COMPANHIA PAULISTA DE FORÇA E LUZ. Iluminação Pública – Projeto. Doc.
3670 versão 1.5 de 25/09/2006. (Capítulo 4, 6, 7, 10)
(11)COMPANHIA ENERGETICA DE GOIÁS. Iluminação Pública – Critérios de projetos de
iluminação Pública. Versão Nov/2006. (Capítulo 4, 6, 7, 10)
(12)COMPANHIAENERGETICA DO CEARÁ.Iluminação Pública.Norma Técnica NT –
007/2007 R-02. Set/2007. (Capítulo 4, 6, 7, 10)
(13)INSTALAÇÕES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS. João Mamede Filho - 6ª Edição Editora
LTC. (Capítulo 8, 9, 10)
47
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