FACULDADE DE TECNOLOGIA ZONA LESTE FATEC - ZL DANIEL CARLOS DE OLIVEIRA Análise dos indicadores de desempenho da área de logística da empresa DUCOCO Alimentos S/A – estudo de caso São Paulo 2010 2 FACULDADE DE TECNOLOGIA DA ZONA LESTE FATEC - ZL DANIEL CARLOS DE OLIVEIRA Análise dos indicadores de desempenho da área de logística da empresa DUCOCO Alimentos S/A – estudo de caso Monografia Apresentada ao curso de Tecnologia em Logística e Transportes da Faculdade de Tecnologia da Zona Leste, sob orientação do Professor Dr. Lincoln Nogueira Marcellos como requisito parcial para obter o Título de Tecnólogo em Logística e Transportes. OLIVEIRA, Daniel Carlos de Oliveira Análise dos indicadores de desempenho da área de logística da empresa DUCOCO Alimentos S/A – estudo de caso / Daniel Carlos de Oliveira – Faculdade de Tecnologia da Zona Leste, São Paulo, 2010 125 p. Orientador: Dr. Lincoln Nogueira Marcellos Trabalho de Conclusão de Curso – Faculdade de Tecnologia da Zona Leste 1. Análise. 2. Indicadores. 3. Logística OLIVEIRA, Daniel Carlos de, Análise dos indicadores de desempenho da área de logística da empresa DUCOCO Alimentos S/A – estudo de caso, 125 páginas, Trabalho de Conclusão de Curso – Faculdade de Tecnologia da Zona Leste, São Paulo - 2010 Monografia Apresentada ao curso de Tecnologia em Logística e Transportes da Faculdade de Tecnologia da Zona Leste como requisito parcial para obter o Título de Tecnólogo em Logística e Transportes. Aprovado em: 10/06/2010 Banca Examinadora Prof. Me. Lincoln Nogueira Marcellos Instituição: Fatec - ZL Julgamento: Assinatura: ______________ Prof. Dra. Marly Cavalcanti Instituição: Fatec - ZL Julgamento: Assinatura: ______________ Prof. Me. Antonio Tadeu Pellison Instituição: FREA Julgamento: Assinatura: ______________ São Paulo, 10 de Junho de 2010. 5 O único lugar aonde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário. Albert Einstein Agradecimentos Agradeço primeiramente a Deus por ter me iluminado e me dado força em mais uma trajetória da minha vida. A minha esposa Karen, que sem o esforço dela nada do que está escrito aqui estaria escrito tão bem como está, obrigado minha revisora particular, pela paciência, compreensão e acima de tudo por acreditar nos meus sonhos, te amo. A minha filhinha Maria Eduarda, que nem sempre teve a paciência necessária nos momentos de pesquisa, mas que ainda sonho em vê-la em uma bancada de doutores em alguma universidade de renome. Aos amigos de sala José Mauro (Maurão), Luiz (VÔ), e Francisco (Chicão), Emerson, Anderson, pelas discussões e bate papos que tão me fizeram crescer profissionalmente, continuamos a sonhar isso é só o começo. A minha família, que independente se sabem ou não a grandiosidade de uma graduação, entendem que não pararei por aqui, e me exigem sempre mais. Ao meu orientador Dr. Lincoln Nogueira Marcellos, infelizmente só o conheci no último semestre do curso, mas logo que assisti a sua primeira aula sabia que agregaria muito em suas aulas, e claro nessa pesquisa. A Ducoco Alimentos, por passarem as informações necessárias, sendo uma escola do mundo profissional. Enfim, a todos que de alguma maneira contribuíram de alguma maneira com a concepção desse trabalho. 7 OLIVEIRA, Daniel Carlos de, Análise dos indicadores de desempenho da área de logística da empresa DUCOCO Alimentos S/A – estudo de caso, 125 páginas, Trabalho de Conclusão de Curso – Faculdade de Tecnologia da Zona Leste, São Paulo - 2010 Resumo Esta pesquisa visa comparar os indicadores de desempenho da empresa Ducoco Alimentos dos anos de 2008 e 2009, com o intuito de verificar se existe alguma correlação entre a melhoria do nível de serviço e o aumento do faturamento da empresa nestes anos. A primeira parte da pesquisa trata-se de um levantamento sobre princípios teóricos e conceitos sobre a área de logística em geral, e mais especificamente indicadores de desempenho, a segunda parte da pesquisa consiste em um estudo de caso como forma de estudar a utilização dos indicadores da área de logística de maneira prática. Palavras Chaves: Indicadores de desempenho, Logística, Comparação, Nível de Serviço, Faturamento. 8 OLIVEIRA, Daniel Carlos de, Análise dos indicadores de desempenho da área de logística da empresa DUCOCO Alimentos S/A – estudo de caso, 125 páginas, Trabalho de Conclusão de Curso – Faculdade de Tecnologia da Zona Leste, São Paulo - 2010 Abstract This research aims to compare the performance indicators of the company Ducoco Food of the years 2008 and 2009 in order to check whether there is any correlation between the improved level of service and increased sales of the company over the years. The first part of this research is a survey of theoretical principles and concepts of logistics in general and more specific performance indicators, the second part of the research is a case study as a way to investigate the use of indicators of logistics in a practical way. Keywords: Performance Indicators, Logistics, Comparison, Service Level, Billing 9 Índice de Tabelas Tabela 1 - Exemplos de indicadores de desempenho................................................................. 44 Tabela 2 - Evolução da produção de coco no estado do Ceará .................................................. 72 Tabela 3 - Ranking de produção de coco .................................................................................... 73 Tabela 4 - Ranking produção de coco na América do Sul ........................................................... 73 Tabela 5 - Exportação de coco (1999 a 2001)............................................................................. 74 Tabela 6 - Variação do preço (1996 a 1999) ............................................................................... 75 Tabela 7 - Variação de preço do coco verde (cento) em Fortaleza e São Paulo......................... 75 Tabela 8 - Faturamento Novembro/2008................................................................................... 80 Tabela 9 - Análise Faturamento Nov/08 X Nível de Serviço ....................................................... 83 Tabela 10 - Desempenho Transportadores ................................................................................ 87 Tabela 11 - Ineficiência 2004 ...................................................................................................... 94 Tabela 12 - Ineficiência 2005 ...................................................................................................... 95 Tabela 13 - Variação 2004-2005 ................................................................................................. 95 Tabela 14 - Custos gerais logísticos 2007/2008 .......................................................................... 96 Tabela 15 - Custos gerais logísticos 2010.................................................................................... 97 Tabela 16 - Custo distribuição 2008............................................................................................ 98 Tabela 17 - Custo distribuição 2010............................................................................................ 98 Tabela 18 - Devoluções 2006-2008 e 2009/2010 ..................................................................... 104 10 Índice de Ilustrações Figura 1 - Cadeia de Suprimentos Bens de Consumo ................................................................. 21 Figura 2 - Figura esquemática dos componentes de um sistema logístico ................................ 23 Figura 3 - Representação da relação entre as áreas funcionais com o conceito de Logística Integrada..................................................................................................................................... 24 Figura 4 - Modal rodoviário, utilizado pela empresa Ducoco Alimentos.................................... 30 Figura 5 - Matriz de transportes de cargas no Brasil .................................................................. 31 Figura 6 - Matriz de Transportes nos Estados Unidos da América ............................................. 31 Figura 7 - Operação de Armazenagem da Ducoco Alimentos no Operador Mclane.................. 34 Figura 8 - Custo do transporte de carga no Brasil - 2004 ........................................................... 36 Figura 9 - Custos Logísticos no Brasil - 2004 ............................................................................... 37 Figura 10 - Custos logísticos em relação ao PIB .......................................................................... 37 Figura 11 - Controle de Pedidos OTD.......................................................................................... 40 Figura 12 - Medidas de desempenho ......................................................................................... 45 Figura 13 - Modelo de Excelência Logística de Bowersox e Closs .............................................. 51 Figura 14 - Processo de auditoria do serviço logístico................................................................ 54 Figura 15 - Fábrica Linhares/ES................................................................................................... 59 Figura 16 - Fábrica Itapipoca – CE ............................................................................................... 59 Figura 17 - Fazendas: sete ao todo todas na região do Ceará. ................................................... 60 Figura 18 - COCO Ralado Menina e Leite de COCO Menina ....................................................... 61 Figura 19 - Produtos da Marca Frutop........................................................................................ 62 Figura 20 - Produtos derivado de coco da Marca DUCOCO........................................................ 63 Figura 21 - Água de COCO DUCOCO antiga e nova Embalagem ................................................. 63 Figura 22 - Cadeia Sustentável DUCOCO .................................................................................... 64 Figura 23 - Organograma da Organização .................................................................................. 68 Figura 24 - Organograma Logística Ducoco ................................................................................ 69 11 Figura 25 - Mapa de distribuição no Brasil ................................................................................. 77 Figura 26 - Faturamento diário X Planejado (2009).................................................................... 77 Figura 27 - Faturamento por região............................................................................................ 78 Figura 28 - Faturamento por região, evidenciando São Paulo ................................................... 78 Figura 29 - Faturamento por região (por Notas Fiscais) ............................................................. 79 Figura 30 - Faturamento Novembro/ 2008................................................................................. 79 Figura 31 - Frete/Empresa .......................................................................................................... 80 Figura 32 - Crescimento Faturamento Ducoco Alimentos.......................................................... 81 Figura 33 - Margem de Contribuição Ducoco ............................................................................. 81 Figura 34 - Vendas de água de coco Ducoco .............................................................................. 82 Figura 35 - Vendas leite de coco Ducoco .................................................................................... 82 Figura 36 - Faturamento 01/11 a 09/11/08................................................................................ 84 Figura 37 - Faturamento 24/11 a 30/11/08................................................................................ 84 Figura 38 - Performance das Entregas ....................................................................................... 85 Figura 39 - Nível de serviço 2005 ................................................................................................ 88 Figura 40 - Nível de Atendimento – Clientes especiais............................................................... 89 Figura 41 - Nível de serviço total ................................................................................................ 90 Figura 42 - Desempenho 2009 e 2010 no prazo ......................................................................... 91 Figura 43 - Desempenho 2009 e 2010 prazo D+2....................................................................... 92 Figura 44 - Desempenho 2009 e 2010 prazo D+6....................................................................... 93 Figura 45 - Ineficiência 2004 ....................................................................................................... 94 Figura 46 - Ineficiência 2005 ....................................................................................................... 95 Figura 47 - Custo frete por tonelada 2008.................................................................................. 99 Figura 48 - Custo frete por tonelada 2009/2010 ........................................................................ 99 Figura 49 - Transferências ES X SP – Custos 2008..................................................................... 100 Figura 50 - Transferências ES X SP – Custos 2009/2010 ........................................................... 101 Figura 51 - Custo Ociosidade – ES x SP 2008 ............................................................................ 102 12 Figura 52 - Custo Ociosidade – ES x SP 2009/2010................................................................... 102 Figura 53 - Nível devolução 2009.............................................................................................. 104 Figura 54 - Faturamento X Devolução 2009/2010.................................................................... 105 13 Sumário CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO 15 CAPÍTULO 2 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 19 2.1 - Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos (Supply Chain Management) 19 2.2 - Logística 2.2.1 - História da Logística 21 25 2.3 - Transporte 29 2.4 - Armazenagem 32 2.5 - Custos Logísticos 2.5.1 - Custos Diretos 2.5.2 - Custos Indiretos 2.5.3 - Custos Fixos 2.5.4 - Custos Variáveis 35 38 38 38 38 2.6 - Indicadores de desempenho (Key performance Indicators) 39 2.7 - Bowersox e Closs 2.7.1 - Medidas Internas de Desempenho 2.7.2 - Medidas Externas de Desempenho 2.7.3 - Medindo a Cadeia de Suprimentos 2.7.4 - Sistema Ideal de Mensuração 44 46 47 48 50 2.8 - Christopher 2.8.1 - Benchmarking 2.8.5 - Custos 51 52 56 CAPÍTULO 3 - ESTUDO DE CASO 58 3.1 - Ducoco Alimentos – 25 anos 58 3.2 - Missão da Ducoco Alimentos 60 3.3 - Visão da Ducoco Alimentos 60 3.4 - Setores econômicos da DUCOCO Alimentos 61 3.5 - Sustentabilidade 64 3.6 - Por dentro da DUCOCO Alimentos 65 3.7 - Por dentro da TI da Ducoco Alimentos 66 14 3.8 - Supply Chain e o Departamento de Logística 67 3.9 - Organograma da empresa 3.9.1 - Organograma Logístico DUCOCO – São Paulo 68 69 3.10 - Indicadores Externos do Mercado de COCO 69 3.10.1 - Produção dos Frutos 3.10.2 - O cultivo de Coco no Mundo 69 72 3.11 - Indicadores Logísticos da DUCOCO Alimentos 3.11.2 - Indicador Nível de Serviço – Qualidade nas entregas 3.11.3 - Indicadores de Custos – Devolução- Custos 75 76 94 CONCLUSÕES 107 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS 110 ANEXO – A 113 ANEXO –B 114 ANEXO – C 115 ANEXO – D 116 ANEXO - E 117 ANEXO – F 120 ANEXO – G 121 15 Capítulo 1 - Introdução A utilização de indicadores de desempenhos nas empresas não é uma ferramenta desenvolvida recentemente, a utilização dessa ferramenta se deu primeiramente nas áreas de manufaturas, com o objetivo de controle de atividades e acompanhamento da produção. No dias de hoje os indicadores de desempenho são utilizados praticamente em todas as áreas das companhias, sendo neste trabalho abordado os indicadores de desempenho da área de logística. Toda empresa deve possuir indicadores que lhe transmitam como está a empresa não somente em termos econômicos, mas sim em termos de qualidade de prestação de serviço, ou mesmo na questão de gerenciamento e controle do seu poder competitivo. Isso se dá pelo fato de muitas das chamadas formas de controle e processos de gestão foram modificados ao longo dos anos, com as mudanças tecnológicas, gerenciais e, claro, organizacionais. Ainda existem organizações que continuam com medições não atualizadas, sempre com enfoques contábeis, ou econômicos, visando sempre uma redução de custo e controle de gastos. Hoje as corporações necessitam rever seus indicadores para que, dessa maneira, possa se observar mais do que fatores financeiros, e sim incluir fatores como qualidade, tempo, nível de serviço, dentre outras. . Ana Cristina de Faria em seu livro Gestão de Custos Logísticos (2008, p. 156) relata que, os indicadores de desempenho, bem como sua forma de comunicação, servem para dar perspicácia direta aos elementos essenciais do processo de gestão, o que é, particularmente, importante na Logística, onde um bom controle requer medidas que relacionem tempo, lugar, quantidade, qualidade e custos. Já para o presidente da consultoria Tirgerlog, Marco Antonio Oliveira Neves, KPIs são "veículos de comunicação". Permitem que os executivos do alto escalão comuniquem a missão e visão da empresa aos mais baixos níveis hierárquicos, envolvendo diretamente todos os colaboradores na realização dos objetivos estratégicos da empresa. 16 Nas duas definições acima sobre indicadores de desempenho, os autores concordam a respeito de que indicadores são formas de comunicação, e que são elementos essenciais a gestão de qualquer área e empresa. Já Bowersox e Closs (2001, p. 560): “Avaliar e controlar o desempenho são duas tarefas necessárias para destinar e monitorar recursos”, corroborando com o tema Christopher (1997), afirma que a procura por uma vantagem competitiva sustentável e defensável tem se tornado a preocupação de todo gerente alerta para as realidades do mercado, ou seja, as empresas têm procurado diferenciar-se da concorrência por meio da vantagem competitiva, seja ela no âmbito dos custos ou na vantagem de valor (valores percebidos menos custos percebidos) para seus clientes. Indicadores de desempenho logístico são parâmetros de desempenho que representa um conjunto de informações necessárias para o processo decisório estratégico na área de logística. Estes indicadores evidenciam e identificam os pontos críticos que prejudicam ou comprometem o desempenho da atividade logística, servindo de apoio à implementação e gestão do processo de melhoria e mudança organizacional (BOWERSOX E CLOSS, 2001). Por fim, essa pesquisa se oriundou da inquietação do autor em relação ao tema indicadores de desempenho, entendo-se que o autor já trabalhou e trabalha diretamente com esses dentro da empresa em estudo, dessa maneira quis-se entender a real importância desses indicadores para a empresa como um todo e não somente para a área de logística e identificar se os indicadores conseguem transmitir algo, sua principal função segundo os autores acima dentro da gestão atual da empresa. A problemática aqui exposta refere-se em verificar a relação dos indicadores de desempenho da empresa em estudo mais especificamente dos anos de 2008 e 2009 e compará-los com o aumento do faturamento da empresa nestes anos, para que, dessa forma, possa se observar se os indicadores como nível de serviço e custos estão realmente influenciando o faturamento da empresa, ou seja: 17 O que motivou o aumento de faturamento da empresa nos anos de 2008 para 2009 com base nos indicadores logísticos da empresa? O objetivo geral trata-se de comparar os indicadores logísticos da empresa Ducoco alimentos nos anos de 2008 e 2009 e verificar a relação desses indicadores com o aumento do faturamento da empresa nos respectivos anos. Para isso, é necessário atentar-se aos objetivos específicos, que são: • Verificar quais foram os indicadores logísticos que influenciaram o aumento do faturamento da empresa nos anos de 2008 para 2009. • Verificar se houve outra explicação para o crescimento do faturamento da empresa nos anos de 2008 e 2009. • Verificar a utilidade desses indicadores de forma prática. A Hipótese levantada é que nos anos de 2008 para 2009 houve aumento no nível de serviços logísticos prestados pela empresa Ducoco alimentos, e esses aumentos influenciaram o aumento do faturamento da empresa nesses anos. Neste tópico será demonstrada a forma utilizada pelo autor para serem feitas as pesquisas, ou métodos utilizados para que se consiga chegar ao objetivo da dissertação. A metodologia a ser utilizada nesta pesquisa será a de pesquisa exploratória o qual será explorado o assunto indicador de desempenho na área de Logística na empresa Ducoco Alimentos, elaborando uma comparação dos indicadores logísticos dos anos de 2008 e 2009 com o aumento do faturamento da empresa nesses anos, como a título acadêmico, segue o que o site da Unicamp relata sobre pesquisa: Fazer pesquisa é defender uma idéia, fundamentando-a com bibliografias. Conforme o assunto consultar através de questionários pessoas relacionadas ao mesmo para mostrar através de gráficos as análises e interpretação dos resultados obtidos com a pesquisa. Pois se observa que a pesquisa não é neutra, baseando-se em coleta, análise e interpretação dos dados. É neste tratamento de investigação dos pensamentos e ações que se busca um determinado conhecimento. (UNICAMP, 2007) 18 A metodologia a ser utilizada, se baseará em comparar os indicadores logísticos utilizados pela empresa Ducoco Alimentos nos anos de 2008 e 2009, e verificar a relação desses indicadores com o aumento do faturamento da empresa nos respectivos anos. A primeira parte da dissertação se concentra em situar o leitor sobre os principais conceitos logísticos, nos quais está envolvido o conceito de indicador de desempenho especificamente na área de logística. Os autores Marconi e Lakatos (2007), relatam o que seria, na concepção deles, monografia. Segue: “[...] um estudo sobre um tema específico ou particular de suficiente valor representativo e que obedece a rigorosa metodologia. Investiga determinado assunto não só em profundidade, mas em todos os seus ângulos e aspectos, dependendo dos fins a que se destina.” (MARCONI; LAKATOS, 2007, p. 58) Após o excerto acima, a pesquisa ou o método a ser utilizado será o de hipotéticoindutivo, pois, inicia-se com uma hipótese escrita em capítulos acima, com o objetivo da constatação se realmente a hipótese proposta é valida ou não com o fim da pesquisa. A presente pesquisa terá como base teórica ou restrição teórica os autores Bowersox e Christopher já reconhecidos por escreverem sobre o tema. Alguns autores ou teorias não serão citados na pesquisa, isso se deve ao fato do objetivo do autor da pesquisa, bem como o tempo disposto a escrita dessa dissertação, não sendo capaz de abordar todas as teorias a respeito do tema. Foram utilizados como referenciais teóricos livros, teses, artigos, estudos e por fim o estudo de caso da empresa Ducoco alimentos a qual é o tema central dessa pesquisa. 19 Capítulo 2 - Fundamentação Teórica Neste capítulo será desenvolvido através das referencias bibliográficas, as definições que são de grande importância para que toda a pesquisa possa ser entendida e desenvolvida com o rigor acadêmico exigido, tendo definições sobre o que é Logística, Transporte, Armazenagem, Cadeia de Suprimento e Custos Logísticos, Indicadores de Desempenho e por fim se aprofundar sobre os autores específicos de indicadores de desempenho na área de logística e qual sua importância, para dar suporte a discussão aqui proposta. 2.1 - Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos (Supply Chain Management) Um dos conceitos mais utilizados nos últimos tempos, o termo Supply Chain Management é um conceito desenvolvido recentemente. Nota-se que o termo ainda é novidade nas maiorias das empresas brasileiras, não sendo compreendido por grande parte das companhias de pequeno e médio porte. Em contrapartida, têm-se empresas multinacionais instaladas em nosso país com o conceito muito bem desenvolvido e setores estruturados, isso se dá pelo fato de a logística ter seu desenvolvimento em outros países que não o Brasil. Como origem, entretanto, o gerenciamento da cadeia de suprimentos é algo que deve ser explorado por todas as empresas que quiserem fazer parte do mercado na entrada deste século. Na grande maioria, os autores seguem a mesma idéia a respeito da definição do termo, como se pode observar na definição de Ballou (2006) “SCM abrange a todas as atividades relacionadas com o fluxo e transformação de mercadorias desde o estágio da matéria-prima (extração) até o usuário final, bem com os respectivos fluxos de informação. O gerenciamento da cadeia de suprimentos é a integração dessas atividades mediante relacionamentos aperfeiçoados na cadeia de suprimentos, com o objetivo de conquistar uma vantagem competitiva sustentável”. 20 Contribuindo com a definição acima se tem a seguir como surgiu o conceito de Supply Chain Management segundo o site Supply Chain Online (2006): Foi a partir dos anos 70, do último século, que surgiram novas forças gerando transformações no atual mundo dos negócios. Os consumidores se tornaram cada vez mais exigentes (consumerismo, advento da internet e maior disponibilidade e exposição às informações sobre empresas, produtos e serviços), requerendo respostas rápidas das empresas em torno de questões básicas, como redução de custo dos produtos ou agilidade operacional. Houve uma contínua evolução tecnológica, em algumas situações, até saltos, provocando mudanças drásticas dos parâmetros mercadológicos - e mesmo com o atual quadro de contenção de despesas em tecnologia da informação, as empresas não podem ficar à margem dessa evolução. E existem novos desafios econômicos e geopolíticos, além de mudanças na estrutura das indústrias. Nesse cenário, a gestão das redes de valor das corporações passa a ser uma determinante das transformações que as organizações estão enfrentando. (SUPPLY CHAIN ONLINE, 2005) Já para Christopher, ao definir cadeia de suprimentos expressa: O conceito de gerenciamento logístico integrado é o meio pelo qual os fluxos de informações e materiais entre a fonte e o usuário são coordenados e gerenciados como um sistema. A lógica entre cada fase do processo, à medida que os materiais e produtos se deslocam em direção ao cliente, é baseada nos princípios da otimização. Em outras palavras, o objetivo é a maximização do serviço ao cliente, ao mesmo tempo em que se minimizam os custos e se reduzem os ativos detidos no fluxo logístico. (CHRISTOPHER; 1997 p. 10) Contribuindo para a discussão o Supply Chain Council expressa: “A cadeia de suprimento abrange todo o esforço envolvido na produção e entrega de um produto acabado ou serviço, do fornecedor do fornecedor ao cliente do cliente”. Entretanto, como forma de base para a presente pesquisa, a definição a ser tida como correta será a definição de Supply Chain Management que foi adotada pelo Fórum de SCM realizado na Ohio State University: SCM é a integração dos processos industriais e comerciais, partindo do consumidor final e indo até os fornecedores iniciais, gerando produtos, serviços e informações que agreguem valor para o cliente. (Ohio State University, 2009) 21 A figura abaixo retirada do artigo de Cesar Lavalle (Pesquisa Benchmark-Serviço ao cliente-2006 ILOS/Coppead) mostra como se estabelece a cadeia de suprimentos de uma empresa de bens de consumo, a figura foi colocada justamente por se tratar do tipo de empresa que será usada no estudo de caso mais adiante, nota-se que a parte mais crítica dita pelo autor está entre a relação do varejo com a Indústria, a empresa a ser estudada se enquadra na vertente de indústria. Figura 1 - Cadeia de Suprimentos Bens de Consumo Fonte: Cesar Lavalle (Pesquisa Benchmark-Serviço ao cliente-2006 ILOS/Coppead) Por fim, o conceito de Supply Chain Management é algo real para empresas e acadêmicos, e cada vez mais a concorrência exigirá das empresas artifícios para ganhar mercado e conquistar e manter clientes, dessa maneira a competição entre cadeias e não mais entre empresas se dará de forma gradual, eliminando primeiramente as empresas que não se atentarem sobre essa importância da integração entre as partes. 2.2 - Logística A logística nos dias atuais começou a ser notada como sendo algo estratégico para as empresas,tempos atrás, mal se sabia o que era a logística e principalmente quais os benefícios que a logística poderia trazer a uma organização. A logística começou a ser utilizada desde a antiguidade, entretanto, pouco se sabia ou se entendia que ações como 22 transporte de mercadorias ou armazenagem de suprimentos estariam compondo uma das partes da logística. Sob o prisma acadêmico, a logística foi examinada pela primeira vez por John Crowell em 1901, no Report of the Industrial Commission on the Distribution of Farm Products, onde foi tratado dos custos e fatores que afetavam a distribuição de produtos agrícolas. Em 1916, Arch Shaw abordou os aspectos estratégicos da logística, no seu An Approach to Business Problems. Ainda no mesmo ano, L. D. H. Weld apresentou os conceitos de utilidade de marketing (momento, lugar e posse) e de canais de distribuição Tigerlog consultoria. Já para Ronald Ballou logística pode ser entendida como sendo todo um processo de informações e atividades com a finalidade de prestar serviços adequados aos clientes com um baixo custo, como pode se observar em suas próprias palavras: A logística empresarial trata de todas as atividades de movimentação e armazenagem, que facilitam o fluxo de produtos desde o ponto de aquisição da matéria-prima até o ponto de consumo final, assim como dos fluxos de informação que colocam os produtos em movimento, com o propósito de providenciar níveis de serviço adequados aos clientes a um custo razoável. (BALLOU; 1993, p.24) Abaixo temos uma representação dos processos definidos por Ballou como sendo a composição do que é logística, observa-se que há uma divisão em dois aspectos, o que ele chama de fonte de suprimentos, composto pelas atividades de administração de material, transportes de insumos, manutenção de estoque, processamento de pedidos, aquisição entende-se compras, embalagem protetora, armazenagem, manuseio de matérias e manutenção de informações. Já o outro aspecto, consiste no que diz respeito a todo processo que começa nas plantas e operações, com término já no cliente final; esta outra etapa é constituída pelas mesmas atividades, o que as diferencia, é que uma está no começo do processo ou da cadeia, e a outra está no fim da cadeia ou do processo. 23 Figura 2 - Figura esquemática dos componentes de um sistema logístico Fonte: BALLOU, Ronald H. Logística Empresarial. São Paulo: Atlas, 1995. Para Martin Christopher o processo do que é logística é um processo mais amplo, onde também se observa a relação dos processos já citados por Ballou com o mix de marketing ou canais de marketing. Para Martin Christopher, logística é o processo de gerenciamento estratégico da compra, do transporte e da armazenagem de matérias-primas, partes e produtos acabados (além dos fluxos de informações relacionados) por parte da organização e seus canais de marketing, de tal modo que a lucratividade atual e futura seja maximizada mediante a entrega de encomendas com o menor custo associado. Observa-se na figura abaixo, a representação da definição do que é logística para Martin Christopher, mostrando a relação da logística, mas especificamente do serviço ao cliente com o mix ou um dos 4 Ps do marketing, neste caso a praça, onde os processos se interligam no fim da cadeia, a praça interfere no atendimento ao cliente e vice e versa. 24 Figura 3 - Representação da relação entre as áreas funcionais com o conceito de Logística Integrada Novos conceitos vêm sendo discutidos e modificados com relação à logística, por se tratar de um tema que esta sendo debatido cada vez mais nos dias de hoje. Outra definição do que é logística é encontrada no site do Conselho Internacional de Supply Chain, onde ele nos diz que: “Logística é a parte do processo de gerenciamento da cadeia de suprimentos que planeja, programa e controla o eficiente e efetivo, fluxo para frente e reverso de produtos, sua armazenagem, serviços e informações relacionadas, entre o ponto de origem e o ponto de consumo, com o objetivo de atender às necessidades dos clientes”. Council of Supply Chain Management Professionals (CSCMP) Neste projeto o termo que será aceito como referencia será o do Council of Supply Chain Management Professionals (CSCMP), por se tratar de um conselho formado por profissionais tanto do mercado, quanto acadêmicos, e por se tratar de uma pesquisa na qual estará envolvida tanto com pontos acadêmicos e práticos, não sendo somente uma pesquisa empírica, entende-se que uma definição formada por um conselho formado por ambos os profissionais fique mais próximo com os objetivos dessa dissertação 25 2.2.1 - História da Logística Como se observa nas definições acima a logística não é algo novo, o termo logística, academicamente falando, foi estudado pela primeira vez no ano de 1901, como já citado acima, entretanto têm-se dados de que a logística é algo mais antigo do que os relatos acadêmicos, trata-se de uma palavra ou processo que já havia sido utilizado em tempos passados, em meio a guerras ou reinados. Entende-se que a palavra logística é de origem francesa segundo o termo logistique, e foi concebida com a criação do Marechal de Logis que havia sido responsável pelo abastecimento do exercito francês. Isso é comprovado segundo o site da Tigerlog Consultoria, no qual relata esse momento da história: Por volta de 1.670, um conselheiro do Rei Luís XIV sugeriu a criação de uma nova estrutura de suporte para solucionar os crescentes problemas administrativos experimentados com o novo exército desenvolvido a partir do caos medieval. Foi criada a posição de “Marechal General de Logis”, cujo título se originou do verbo francês “loger”, que significar alojar. Entre seus deveres estavam a responsabilidade pelo planejamento das marchas, seleção dos campos e regulamentação do transporte e fornecimento. (TIGERLOG, 2008) Outra vertente, segundo o mesmo site da Tigerlog, relata que a palavra logística pode ter origem grega, logistikos, ou do latim, logisticus, e sua origem deu-se com o rei macedônico Alexandre o Grande, com suas conquistas, na qual o motivo de suas vitórias é dado a conceitos logísticos empregados por ele, segue abaixo excerto sobre esse momento da história encontrado no site da Tigerlog Consultoria: Uma das grandes lendas na Logística, que inspirou outros grandes líderes como Júlio César e Napoleão e que até hoje inspira as grandes empresas, foi Alexandre o Grande, da Macedônia. Seu império alcançou diversos países, incluindo a Grécia, Pérsia e Índia. Nascido em 356 a.C., aos 16 anos já era general do exército macedônico e aos 20 anos, com a morte de seu pai, assumiu o trono. Seu império durou apenas 13 anos, até a sua morte em 323 a.C., aos 33 anos. Seu sucesso não foi um acidente. Ele foi capaz de superar os exércitos inimigos e expandir seu reinado graças a fatores como: Inclusão da logística em seu planejamento estratégico Detalhado conhecimento dos exércitos inimigos, dos terrenos de batalha e dos períodos de fortes intempéries. Inovadora incorporação de novas tecnologias de armamentos Desenvolvimento de alianças Manutenção de um simples ponto de controle. Era ela quem centralizava todas as decisões; era o 26 ponto central de controle, gerenciando o sistema logístico e incorporando-o ao plano estratégico. (TIGERLOG, 2008) Continuando com o mesmo pensamento, o site Tigerlog Consultoria ainda relata a história da logística conforme alguns aspectos ao decorrer dos anos até chegarmos aos dias atuais, no qual a logística já é estudada com afinco nas universidades do mundo inteiro, e profissionais são formados e especializados neste assunto. Veja, segundo o site da Tigerlog Consultoria (2008), como foi a evolução da logística no decorrer dos anos: • 1.901 - A logística é examinada pela primeira vez sob o prisma acadêmico no início do século XX através de um artigo de John Crowell, no artigo Report of the Industrial Commission on the Distribution of Farm Products, tratando dos custos e fatores que afetavam a distribuição dos produtos agrícolas; • 1.916 - Arch Shaw em seu artigo An Approach to Business Problems aborda os aspectos estratégicos da logística; no mesmo ano, L.D.H. Weld introduziu os conceitos de utilidade de marketing (momento, lugar, posse) e de canais de distribuição. • 1.927 - Ralph Borsodi, em sua obra The Distribution Age define o termo logística conforme utilizado hoje. • 1.941 - 1.945 - Com a 2ª Guerra Mundial a logística tem um impulso em evolução e refinamento. • Década de 50: as empresas começam a enfatizar a satisfação do Cliente no lucro. Serviço ao Cliente torna-se mais tarde a pedra fundamental da administração da logística. • 1.956 - artigo publicado pela Harvard Business School introduz o conceito de análise de custo total na área de logística. • Início dos anos 60: a Michigan State University e a The Ohio State University são as primeiras faculdades a ministrar cursos de graduação em Logística, devidamente reconhecidos pelo Governo americano. • 1.963 - Criado o National Council of Physical Distribution Management, mais tarde mudado para Council of Logistics Management, primeira organização a congregar profissionais de logística em todas as áreas com o propósito de educação e treinamento. 27 • 1.976 - é publicado um estudo do CLM identificando os componentes do custo de manutenção dos estoques e apresentando uma metodologia para o seu cálculo. • 1.978 - a consultoria A . T . Kearney e o CLM publicam estudo denominado Measuring Productivity in Physical Distribution, a primeira avaliação completa do estado da arte da atividade de serviço ao Cliente nas empresas americanas. • Anos 70 e 80: implementação de diversas técnicas em logística como MRP, Kanban, JIT, etc., mostrando a eficácia das práticas logísticas e a necessidade do relacionamento entre Logística, Marketing, Produção e outras funções empresariais. • Década 80: grande aumento na utilização de computadores na administração da logística • Artigo publicado por Graham Sharman, intitulado The Rediscovery of Logistics aponta a necessidade de a alta administração reconhecer a importância da administração logística. • Década 90: formação de mercados globais (MCE, NAFTA, Mercosul, etc.) Já com relação aos avanços da logística no Brasil, o mesmo site nos mostra que é algo novo e por isso ainda seja um termo desconhecidos por muitos. Observa-se a evolução da logística nos país somente a partir da década de 70, com a criação de institutos sobre o assunto como o IMAM. Segue excerto do site da Tigerlog Consultoria que nos relata a história da logística no Brasil na década de 70: ANOS 70 Desconhecimento do termo e da abrangência da logística; informática ainda era um mistério e de domínio restrito; iniciativas no setor automobilístico, principalmente nos setores de movimentação e armazenagem de peças e componentes em função da complexidade de um automóvel que envolvia mais de 20.000 diferentes SKUs;fora do segmento automobilístico, o setor de energia elétrica definia normas para embalagem, armazenagem e transporte de materiais;em 1.977 são criadas a ABAM - Associação Brasileira de Administração de Materiais e a ABMM Associação Brasileira de Movimentação de Materiais, que não se relacionavam e nada tinham de sinérgico;em 1.979 é 28 criado o IMAM - Instituto de Movimentação Armazenagem de Materiais. (TIGERLOG, 2007) e Já nos anos 80, o Brasil começa a engatinhar no que diz a respeito à logística, é criado nesta época a ASLOG, outra associação sobre logística, e a ABRAS cria o PBR, o pallet padrão que é utilizado até os dias de hoje nas organizações. Segue excerto sobre esse momento da história no Brasil segundo o site da Tigerlog Consultoria: ANOS 80 Em 1.980 surge o primeiro grupo de Estudos de Logística, criando as primeiras definições e diretrizes para diferenciar Transportes de Distribuição e de Logística;em 1.982 é trazido do Japão o primeiro sistema moderno de logística integrada, o JIT - Just in Time e o KANBAN, desenvolvidos pela Toyota;em 1.984 é criado o primeiro Grupo de Benchmarking em Logística;em 1.984 a ABRAS - Associação Brasileira de Supermercados cria um departamento de logística para discutir e analisar as relações entre Fornecedores e Supermercados;é criado o Pálete Padrão Brasileiro, conhecido como PBR e o projeto do Veículo Urbano de Carga;em 1.988 é criada a ASLOG Associação Brasileira de Logística;instalação do primeiro Operador Logístico no Brasil (Brasildock’s). (TIGERLOG, 2007) Por fim, os anos 90 para o Brasil é o ano que a economia se estabiliza e começa o processo de entrada de grandes operadores logísticos multinacionais para o país, fazendo com que dessa maneira tenha uma evolução rápida sobe o assunto, permanecendo até os dias atuais. Segue excerto do site da Tigerlog Consultoria que relata esse momento: ANOS 90 Estabilização da economia a partir de 1.994 com o plano Real e foco na administração dos custos; evolução da microinformática e da Tecnologia de Informação, com o desenvolvimento de software para o gerenciamento de armazéns como o WMS - Warehouse Management System, códigos de barras e sistemas para Roteirizarão de Entregas; entrada de 06 novos operadores logísticos internacionais (Ryder, Danzas, Penske, TNT, McLane, Exel) e desenvolvimento de mais de 50 empresas nacionais; ERP / ECR/EDI/DOT. (TIGERLOG, 2007) 29 2.3 - Transporte Nesta etapa será descrito algumas definições de transporte, sendo esse um dos pontos mais importantes dentro de uma cadeia de suprimentos, estando envolvido em quase todos os fluxos, sendo uma das partes que representam mais gastos as empresas. Há pouco tempo, transporte era sinônimo de logística para a maioria das pessoas, mas com a sua popularização é sabido que transporte é somente uma das partes de todo o processo logístico envolvido no processo de supply chain. Alguns autores contemporâneos já definem transporte enquadrando neste novo conceito chamado de supply chain, como por exemplo, Bowersox e Closs (2001, p. 40) que definem o transporte da seguinte maneira: “[...] é a área operacional da logística que posiciona geograficamente o estoque”. Continuando no mesmo pensamento, Bowersox e Closs (2001) diz que o transporte possui duas funções principais que são elas: movimentação de produtos, ou seja, movimentação de produtos de um determinado local de origem até o seu destino; e estocagem de produtos, pois, mesmo que temporária, não deixa de ser uma função do transporte Já Lambert et al. (1998) defende que o transporte é um grande impactador nos custos da empresa daí sua importância para qualquer empresa. Para Lambert: “O transporte é uma das áreas mais importantes do gerenciamento da logística, devido ao seu impacto nos níveis de serviço ao cliente e na estrutura de custo da empresa”. Abaixo temos ilustração do modal mais utilizado para transporte na empresa Ducoco Alimentos e também no país, no caso o modal rodoviário. 30 Figura 4 - Modal rodoviário, utilizado pela empresa Ducoco Alimentos Fonte: http://transportes.fotopages.com Atualmente estão sendo desenvolvidos novos conceitos sobre transporte, como o que podemos chamar de Distribuição Lean, segundo Zylstra: “A Distribuição Enxuta é a extensão natural para empresas que usam práticas enxutas dentro das suas próprias operações ou que tenham clientes que adotem a filosofia enxuta.” (ZYLSTRA; 2008, p. 63) Este conceito ainda está sendo desenvolvido, entretanto, como se percebe, já é uma tentativa de trazer conceitos sempre utilizados em manufaturas ou no processo de produção, para a nova realidade do transporte, que está sendo cada vez mais importante na redução de custos nesta área. A tentativa do autor é trazer o pensamento enxuto, até então, sempre utilizado na produção para o resto da cadeia, não será novidade se esse conceito começar a ser aplicado também em outras etapas da cadeia. Na figura abaixo temos matriz de transportes no Brasil durante o ano de 2000. Nota-se que o modal rodoviário era o mais utilizado pelo país e mesmo após dez anos ainda continua-se com uma matriz praticamente sem mudanças, sendo o modal rodoviário o mais significativo no Brasil. Com o Projeto de Aceleração do Crescimento do atual 31 governo há perspectivas de que a matriz se torne mais igualitária em relação aos outros modais. Figura 5 - Matriz de transportes de cargas no Brasil Fonte: Antaq Já na figura abaixo temos a matriz de transportes dos Estados Unidos da América como forma de comparação, nota-se que o modal mais utilizado é ferroviário, diferentemente do Brasil. Evidencia-se também que a matriz dos EUA é muito mais coerente e justa em relação aos demais modais do que no Brasil. Figura 6 - Matriz de Transportes nos Estados Unidos da América Fonte: Porto Gente 32 2.4 - Armazenagem Nesta etapa serão expostos alguns conceitos e definições de armazenagem, mais um ponto importante que deve ser compreendido para dar prosseguimento na pesquisa. A armazenagem será uma das partes que será avaliada através dos indicadores que serão vistos ao longo da pesquisa. A armazenagem é um processo ou uma atividade, pela qual se guardam coisas. A história nos mostra que o feito de armazenar é algo mais antigo do que imaginamos. Segundo o site Companhia de Armazéns e Silos de Minas Gerais, o termo armazenar pode ter sido utilizado pela primeira vez no Egito, descrito na Bíblia Sagrada, como se pode ver no excerto abaixo: O Museu Britânico preserva até hoje um papiro com uma história do Egito, em que se conta sobre a fome que sobreviria ao país. Seriam sete anos de grandes safras, boas produções de grãos, haveria fartura e sobrariam mantimentos. Mas haveria, a seguir, outros sete anos, estes de miséria e fome, sem produção de alimentos. O livro de Gênesis, Capítulo 41, parte do Antigo Testamento da Bíblia Sagrada, também registra a história egípcia que envolveu o hebreu José, nos idos dos anos 1700 a.C. (CASEMG, 2008) Continuando no mesmo pensamento, segue trechos da Bíblia Sagrada a qual reforça o pensamento explicito acima no qual se fala de processos de armazenagens, produção e safras, antes mesmo de Cristo, nos mostrando como a armazenagem é algo mais antigo do que imaginamos. V.29 - “E eis que vêm sete anos, e haverá grande fartura em toda a terra do Egito”. V.30 - “E depois deles levantar-se-ão sete anos de fome, e toda aquela fartura será esquecida na terra do Egito, e a fome consumirá a terra”; V.35 - “E ajuntem toda a comida destes bons anos, que vêm, e amontoem trigo debaixo da mão de Faraó, para mantimento nas cidades, e o guardem”. V.36 - “Assim será o mantimento para provimento da terra, para os sete anos de fome, que haverá na terra do Egito; para que a terra não pereça de fome”. 33 Segundo o mesmo site, esta nova teoria ainda é pouco conhecida no meio acadêmico, porém deve ser levado em consideração devido às escritas acima. Observe o que o site Companhia de Armazéns e Silos de Minas Gerais nos fala sobre a pesquisa: O fato nos interessa, pois se trata de uma experiência de 3.700 anos atrás, em que uma nação implanta um programa extraordinário de produção, experimentando sete super safras e armazenando os excedentes para, findo o período, abrindo os depósitos e silos, retirar os grãos, especialmente trigo, em boas condições para o provimento, “para que a terra (o povo) não pereça de fome”. (CASEMG, 2008) Já no meio acadêmico um das principais definições a respeito do conceito de armazenagem é tido por Ballou (1993, p.85), que diz que a armazenagem “é parte da logística responsável pela guarda temporária de produtos em geral (acabados, matérias primas, insumos, componentes e etc)” Contudo no meio profissional, o site do SEBRAE, órgão de grande importância na comunidade profissional, define que os termos "armazenagem" e "estocagem" são freqüentemente usados para identificar coisas semelhantes. Mas, alguns preferem distinguir os dois, referindo-se à guarda de produtos acabados como "armazenagem" e à guarda de matérias-primas como "estocagem". Tem-se na foto abaixo um exemplo de armazenagem utilizadas nos dias de hoje em operadores logísticos. A foto mostra a armazenagem da Ducoco Alimentos, feito pelo operador logístico Mclane. 34 Figura 7 - Operação de Armazenagem da Ducoco Alimentos no Operador Mclane Fonte: Arquivo Particular do autor. Continuando com as definições a respeito da armazenagem, Bowersox e Closs (2001) definem a armazenagem como sendo a parte da logística responsável pela guarda temporária de produtos em geral (acabados, matérias-primas, insumos, componentes, etc), muito semelhante ou idêntica a definição feita anos atrás por Ballou. Por fim, para fins de pesquisa, a definição a ser levada como base para a presente dissertação será de Bowersox e Closs, por se tratar de uma definição mais próxima dos objetivos do autor. 35 2.5 - Custos Logísticos Nesta etapa será feitos alguns levantamentos referentes aos custos logísticos, bem como algumas definições sendo esse também um ponto importante que será relacionado aos indicadores de desempenho, foco deste projeto. Como se sabe um dos principais focos da logística atualmente é a redução de custos com o aumento do nível de serviço prestado, o chamado trade-off, o que não é uma tarefa fácil. Para que isso aconteça, é necessário um conhecimento pleno sobre os principais custos envolvidos nas atividades logísticas. Segundo Mauricio Lima pesquisador do ILOS/Coppead ele mostra em seu artigo Custos logísticos – uma visão gerencial, que o preço está passando a ser um qualificador, e o nível de serviço um diferenciador perante o mercado. Continuando no mesmo raciocínio, ele mostra que os problemas afetam a rentabilidade da empresa quando são identificados tardiamente, ou seja, quando não se tem conhecimento de suas causas e não conseguimos prevê-las, a solução para este problema, segundo o artigo, é que as empresas precisam de indicadores de custos logísticos como ferramenta de medição e controle de gastos, visando sempre não ter problemas críticos no futuro e perder o mínimo de dinheiro possível. Isso só é possível se a empresa possuir indicadores de custos eficientes e claros, que consigam prever como anda as finanças da empresa e como a empresa absorve o custo, por exemplo, de uma melhoria no nível de serviço, seguindo a premissa de que houve um trade-off. Os custos logísticos podem ser definidos de várias maneiras para Ana Cristina de Faria em seu livro sobre Custos Logísticos (2008, p. 126) nos diz que: “Os Custos Logísticos são os custos de planejar, programar e controlar todo o inventário de entrada (inbound), em processo e de saída (outbound), desde o ponto de origem até o ponto de consumo.” Partindo dessa premissa, temos a seguir três figuras que mostram o panorama geral dos custos logísticos utilizados nas empresas no ano de 2004, não havendo mudanças significativas até o momento atual da economia. As figuras mostram os custos relacionados aos modais utilizados e como a seleção de modal influencia o custo logístico da empresa. Mostram também os custos separados por atividades logísticas, 36 demonstrando quais as atividades logísticas que geram mais custos às empresas. O último, que na verdade é um gráfico, relaciona os custos logísticos com o PIB do país e os compara com os Estados Unidos, deixando claro as diferenças entre os dois países com relação aos custos das atividades logísticas. Na figura abaixo temos a demonstração da importância dos custos referentes somente aos modais de transportes utilizados no ano de 2004. Observa-se que o custo do modal rodoviário é o mais significativo em decorrências dos demais. Isso se deve por ser o modal mais utilizado no país. Figura 8 - Custo do transporte de carga no Brasil - 2004 Fonte: Custos Logísticos na Indústria Brasileira (Mauricio Lima- ILOS/Coppead) Na figura seguinte temos os custos logísticos no Brasil, separados por atividades. Notase claramente que o custo com transporte é o mais influente no custo total logístico. Em seguida, temos o custo de estoque, que representa 3,9% dos custos totais da logística. Partindo desse principio, as empresas atualmente tendem a focar em projetos de redução de custos nessas duas áreas, pois, como se percebe, as duas equivalem a quase 90% dos custos logísticos atuais. 37 Figura 9 - Custos Logísticos no Brasil - 2004 Fonte: Custos Logísticos na Indústria Brasileira (Mauricio Lima- ILOS/Coppead) Por fim, o gráfico a seguir nos relaciona os custos das atividades logísticas com os PIBs de dois países, Estados Unidos e Brasil. Observa-se que o custo logístico do EUA é maior em relação ao do Brasil, ou representa maior fração em comparação ao PIB do país, em torno de 12%, já o Brasil apresenta o custo logístico em comparação ao PIB em torno de 8%. Atente-se que os custos com transporte e estoque continuam sendo os mais significantes nos dois países. Figura 10 - Custos logísticos em relação ao PIB Fonte: Custos Logísticos na Indústria Brasileira (Mauricio Lima- ILOS/Coppead) 38 Após ser mostrada nas figuras anteriores a importância dos custos logísticos nas empresas e nos países, falaremos agora sobre quais são as classificações de custos existentes hoje nas bancadas acadêmicas. 2.5.1 - Custos Diretos Os custos logísticos diretos são aqueles relacionados diretamente ao produto, que podem ser incorporado ao produto, conforme definição a seguir: “São aqueles que podem ser apropriados diretamente ao produto ou serviço (desde que haja uma medida de consumo)” (MARTINS; ELISEU, 2003; 48). 2.5.2 - Custos Indiretos Já os custos indiretos, são aqueles que não podem ser absorvidos diretamente ao produto ou serviço, como por exemplo, tecnologia da informação aplicada durante todo um processo logístico. 2.5.3 - Custos Fixos Custos fixos, como o próprio nome diz, são os custos que estão todo mês na conta da logística na empresa, são custos constantes, como por exemplo, custos com aluguel de armazém, empilhadeiras. Segue definição como complemento do pensamento: “São aqueles necessários ao funcionamento normal da empresa (podem ser repetitivos ou não repetitivos)” (MARTINS; ELISEU, 2003; p. 50). 2.5.4 - Custos Variáveis Por fim, os custos considerados variáveis são os que variam de acordo com a demanda, ou a utilização do processo, por exemplo, volume transportado, pallets descarregados. 39 2.6 - Indicadores de desempenho (Key performance Indicators) Esta parte da pesquisa demonstrará algumas definições sobre indicadores de desempenho, bem como exemplos de indicadores que serão ponto de início para o estudo de caso que será desenvolvido. Como já dito anteriormente, os indicadores de desempenho começaram a ser utilizados primeiramente na área de produção ou manufatura, após a verificação de sua importância e sua grande capacidade de auxilio a gestão. Atualmente, os indicadores são utilizados praticamente em todos os setores das empresas e em todos os processos que é necessário ou possível medir e controlar atividades como forma de prever eventuais riscos. Outro ponto a ser apontado a respeito dos indicadores é que através deles as empresas podem pensar de maneira estratégica, podendo mudar planos e metas ou mesmo criá-las com base em indicadores. Ou seja, o indicador de desempenho tem como principal função medir e comparar o resultado com padrões já estabelecidos, as chamadas metas, que existem em quase todas as empresas. Abaixo temos um exemplo de indicador que reflete o nível de serviço realizado, comparando-os com a meta e as variações que podem ser inferior e superior. 40 Figura 11 - Controle de Pedidos OTD Fonte: (ÂNGELO; B; LIVIA: Indicadores de Desempenho Logístico) Segundo o site da Tigerlog Consultoria (2009), segue alguns exemplos de indicadores de desempenho que as empresas devem ou podem utilizar. Indicador de Descrição Cálculo Melhores Práticas Desempenho DESEMPENHO NO ATENDIMENTO DO PEDIDO DO CLIENTE Pedido Perfeito ou Calcula a taxa de pedidos % Acuracidade no Em torno de 70%. Perfect Order sem erros em cada Registro do Pedido x Measurement estágio do pedido do % Acuracidade na Cliente. Deve considerar Separação x % cada etapa na "vida" de Entregas no Prazo x % um pedido. Entregas sem Danos x % Pedidos Faturados Corretamente % de Pedidos Corresponde às entregas Entregas Perfeitas / Para grupos de Completos e no realizadas dentro do Total de Entregas Clientes A, o índice Prazo ou % OTIF prazo e atendendo as Realizadas varia de 90 % a - On Time in Full quantidades e 95%; no geral especificações do pedido. atinge valores próximos de 75%. % de Entregas no Desmembramento da Entregas no prazo / Variam de 95% a Prazo ou On Time OTIF; mede % de Total de Entregas 98 % Delivery entregas realizadas no Realizadas prazo acordado com o Cliente. Taxa de Desmembramento da Pedidos integralmente 99,5 % Atendimento do OTIF; mede % de atendidos / Total de 41 Pedido ou Order Fill Rate pedidos atendidos na Pedidos Expedidos quantidade e especificações solicitadas pelo Cliente. Tempo de Ciclo Tempo decorrido entre a Data da Entrega Menos de 24 horas do Pedido ou realização do pedido por menos a Data da para localidades Order Cycle Time um Cliente e a data de Realização do Pedido mais próximas ou entrega. Alguns até um limite de consideram como data 350 km. final a data de disponibilização do pedido na doca de expedição. DESEMPENHO NA GESTÃO DOS ESTOQUES Dock to Stock Tempo da mercadoria da Tempo da doca ao 2 horas ou 99,9 % Time doca de recebimento até estoque ou no mesmo dia. a sua armazenagem disponibilização do física. Outros consideram item para venda da doca até a sua armazenagem física e o seu registro nos sistemas de controle de estoques e disponibilização para venda. Acuracidade do Corresponde à diferença Estoque Físico Atual No Brasil, 95 %. Inventário ou entre o estoque físico e a por SKU / Estoque No Japão atingem Inventory informação contábil de Contábil ou Estoque 99,95 % e nos EUA Accuracy estoques. Reportado no Sistema entre 99,75 % a 99,95%. Stock outs Quantificação das vendas Receita não Realizada Variável. perdidas em função da devido à indisponibilidade do item Indisponibilidade do solicitado. Item em Estoque (R$) % Estoque Corresponde ao estoque Estoque Indisponível Variável. Indisponível para indisponível para venda (R$) / Estoque Total Venda em função de danos (R$) decorrentes da movimentação armazenagem, vencimento da data de validade ou obsolescência. 42 Utilização da Capacidade de Estocagem ou Storage Utilization Mede a utilização volumétrica ou do número de posições para estocagem disponíveis em um armazém. Visibilidade dos Estoques ou Inventory Visibility Mede o tempo para disponibilização dos estoques dos materiais recém recebidos nos sistemas da empresa. Ocupação Média em m³ ou Posições de Armazenagem Ocupadas / Capacidade Total de Armazenagem em m³ ou Número de Posições Data / Hora do Registro da Informação de Recebimento do Material nos Sistemas da Empresa - Data / Hora do Recebimento Físico PRODUTIVIDADE DO ARMAZÉM Pedidos por Hora Mede a quantidade de Pedidos Separados / ou Orders per pedidos separados e Embalados / Total de Hour embalados / Horas Trabalhadas no acondicionados por hora. Armazém Também pode ser medido em linhas ou itens. Custo por Pedido Rateio dos custos Custo Total do ou Cost per Order operacionais do armazém Armazém / Total de pela quantidade de Pedidos Expedidos pedidos expedidos. Revela a participação dos Custo Total do Custos de Movimentação e custos operacionais de Armazém / Venda um armazém nas vendas Total Armazenagem como um % das de uma empresa. Vendas ou Warehousing Cost as % of Sales Tempo Médio de Mede o tempo de Hora de Saída da Carga / Descarga permanência dos veículos Doca - Hora de de transporte nas docas Entrada na Doca de recebimento e expedição. Tempo Médio de Além do tempo em doca, Hora de Saída da Permanência do mede tempos manobra, Portaria - Hora de Veículo de trânsito interno, Entrada na Portaria Transporte ou autorização da Portaria, Truck Turnaround vistorias, etc. Time Utilização dos Mede a utilização dos Horas em Operação / Equipamentos de equipamentos de Horas Disponíveis Estar acima de 100 % é um péssimo indicador, pois provavelmente indica que corredores ou outras áreas inadequadas para estocagem estão sendo utilizadas. Máximo de 2 horas. Variam conforme o tipo de negócio. Variam conforme o tipo de negócio. Variam conforme o tipo de negócio. Variam conforme tipo de veículo, carga e condições operacionais. Variam conforme procedimentos da empresa. Em uso intensivo, com operador 43 Movimentação movimentação para Uso disponíveis em uma operação de movimentação e armazenagem. DESEMPENHO EM TRANSPORTES Custos de Mostra a participação dos Custo Total de Transporte como custos de transportes nas Transportes (R$) / um % das Vendas vendas totais da empresa. Vendas Totais (R$) ou Freight Costs as % of Sales Custo do Frete por Revela o custo do frete Custo Total de Unidade Expedida por unidade expedida. Transporte (R$) / ou Freight Cost Pode também ser Total de Unidades per Unit Shipped calculado por modal de Expedidas transporte. dedicado, mínimo de 95 %. Coletas no Prazo ou On Time Pickups Calcula o % de coletas realizadas dentro do prazo acordado. Coletas no prazo / Total de coletas Variam de 95 % a 98 %. Utilização da Capacidade de Carga de Caminhões ou Truckload Capacity Utilized Avalia a utilização da capacidade de carga dos veículos de transporte utilizados. Carga Total Expedida / Capacidade Teórica Total dos Veículos Utilizados Depende de diversas variáveis, mas as melhores práticas estão ao redor de 85 %. Avarias no Transporte ou Damages Mede a participação das Avarias no Transporte Variável. avarias em transporte no (R$) / Total Expedido total expedido. (R$) Não Conformidades em Transportes Mede a participação do custo extra de frete decorrente de re-entregas, devoluções, atrasos, etc por motivos diversos no custo total de transporte. Variam conforme o tipo de negócio. Variam conforme o tipo de negócio. Custo Adicional de Variável. Frete com Não Conformidades (R$) / Custo Total de Transporte (R$) 44 Acuracidade no Conhecimento de Frete ou Freight Bill Accuracy Mínimo de 98,5 %. Mede a participação dos Erros na Cobrança erros verificados no (R$) / Custo Total de conhecimento de frete em Transporte (R$) relação aos custos totais de transportes. Tabela 1 - Exemplos de indicadores de desempenho Fonte: Tigerlog Consultoria Como se pode perceber, há inúmeros indicadores de desempenho sugeridos pelos autores. Cabem as gerências das corporações sabê-los utilizá-los, para que dessa maneira, os indicadores não virem somente números sem valor para a gestão. Cabe ao gestor também a definição de quais indicadores utilizarem em cada organização levando em consideração aspectos particulares e realidades distintas de cada empresa, ou seja, os indicadores mudarão de empresa para empresa, mas, seu modo de utilização e interpretação continuará os mesmo independentes da organização que seja implantado. 2.7 - Bowersox e Closs Para Bowersox e Closs (2001, p. 560): “Avaliar e controlar o desempenho são duas tarefas necessárias para destinar e monitorar recursos”. Como a logística influencia na obtenção de vantagem competitiva, é muito importante ter alta precisão nessas atividades, já que é cada vez menor a diferença entre as operações rentáveis e não rentáveis. Como se observa nas palavras de Bowersox e Closs, atualmente é cada vez mais importante medir, controlar e direcionar recursos, se tratando de logística é ainda mais importante devido à quantidade de variáveis que existem hoje, fazendo com que fique dificultoso saber se sua operação esta rentável ou não. As medidas de desempenho podem ser divididas em dois tipos, as medidas de atividades e as medidas de processos. As medidas de atividades são as que se referem as atividades individualmente, como por exemplo tempo de descarga, homem/hora. Já as medidas de desempenho de processos são as que medem a satisfação do cliente, por 45 exemplo. Isso fica mais explicito no livro de BOWERSOX E CLOSS, e com suas próprias palavras as definindo: Porém, apesar de essas medidas avaliarem o desempenho de atividades primárias, elas não avaliam a satisfação do cliente. Para isso, é necessário utilizar as medidas baseadas em processo, que consideram a satisfação do cliente que toda a cadeia de suprimentos proporciona. Um exemplo, nesse caso, é examinar a qualidade total do serviço (BOWERSOX; CLOSS, 2001, p. 98). Na figura abaixo, está demonstrada as medidas de desempenho por atividades e por processos, já explicadas no parágrafo anterior. Figura 12 - Medidas de desempenho Fonte: (BOWERSOX E CLOSS, 2001). Continuando no mesmo pensamento, BOWERSOX E CLOSS, também nos fala que existem mais dois tipos de medidas de desempenho, as internas e as externas, que serão expostas a seguir. 46 2.7.1 - Medidas Internas de Desempenho Conforme verificado, essas medidas são feitas internamente nas empresas, a qual se compara as atividades e processos monitorados com metas ou períodos anteriores. Segundo BOWERSOX E CLOSS (2001), as medidas internas são classificadas em categorias, a saber: Custo: O desempenho é medido em termos de valores totais, como uma porcentagem das vendas, ou como um custo por unidade de volume. Algumas medidas típicas de custos logísticos podem ser: análise do custo total, custo unitário, custo como percentual das vendas, frete de suprimentos e de entrega, custos do depósito, custos administrativos, custo de processamento de pedidos e mão-de-obra direta. (BOWERSOX; CLOSS, 2001, p. 102) Como se verá na empresa em estudo, a categoria custo será representada pelo valor por Kg, ou frete/kg. Serviço ao Cliente: Essas medidas avaliam a capacidade da organização de satisfazer a seus clientes. Exemplos de medidas de serviço ao cliente: erros de expedição, entregas no prazo, pedidos pendentes, tempo de ciclo, feedback do cliente, pesquisas junto ao cliente, feedback da equipe de vendas. (BOWERSOX; CLOSS, 2001, p. 102) Como se verá na empresa em estudo, as medidas do serviço ao cliente utilizada são: erros de expedição, entregas no prazo, pedidos pendentes, dentre outros. Medidas de Produtividade: A produtividade é uma relação entre o resultado produzido e a quantidade de recursos utilizados para gerar esses resultados. Essas medidas podem ser facilmente avaliáveis se o sistema possuir resultados e recursos facilmente mensuráveis. Caso contrário, a situação torna-se mais difícil. Exemplos de medidas de produtividade são: unidades expedidas por funcionário, comparação com padrões históricos, programas de metas, índice de produtividade. (BOWERSOX; CLOSS, 2001, p. 102) . A pesquisa não contemplará as medidas de produtividade. Mensuração dos Ativos: Essas medidas concentram-se na utilização de investimentos em instalações e equipamentos, e na aplicação do capital de giro em estoque para atingir metas logísticas. Como as instalações podem representar uma grande parcela dos ativos da empresa, torna-se importante medi-los. Exemplos: custos de manutenção de estoque, obsolescência de estoque, retorno do patrimônio líquido, retorno do investimento. (BOWERSOX; CLOSS, 2001, p. 103) 47 A pesquisa não contemplará a mensuração de ativos, devido ao foco da pesquisa e ao acesso a informação na empresa em estudo. Qualidade: São as avaliações orientadas para o processo, determinam o desempenho de um conjunto de atividades no lugar de uma atividade individual. Exemplos: índice de avarias, valor das avarias, número de solicitações de crédito, número de devoluções, custo das mercadorias devolvidas. (BOWERSOX; CLOSS, 2001, p. 103) A pesquisa contemplará as medidas com relação à qualidade, que serão: índice de avarias, valor das avarias, número de devoluções, custo das mercadorias devolvidas, dentre outras. 2.7.2 - Medidas Externas de Desempenho As medidas externas de desempenho segundo os autores BOWERSOX e CLOSS (2001) são as medidas com foco no cliente. A seguir serão expostas as considerações dos autores a respeito dessas medidas: Mensuração da percepção do cliente: devem-se avaliar regularmente as percepções do cliente. Essa avaliação pode ser feita através de pesquisas A patrocinadas pela empresa, por um conjunto de empresas do setor, ou pelo acompanhamento sistemático dos pedidos. O cliente deve ser avaliado com relação às suas percepções quanto à disponibilidade, ao tempo de ciclo, à disponibilidade de informação, à resolução de problemas e ao apoio ao produto. (BOWERSOX; CLOSS, 2001, p. 106) Atualmente na empresa que será base de estudo, não se pratica a mensuração da percepção do cliente. Benchmarking das Melhores Práticas: utilizam-se medidas, práticas e processos de uma organização comparável. A avaliação identifica medidas de desempenho-chave e, procura controlar níveis de desempenho atuais e históricos. As empresas estão utilizando combinações de três métodos de benchmarking: através de dados logísticos tornados disponíveis por consultores, periódicos e pesquisas universitárias; através de benchmarking particular com empresas que não concorrem entre si diretamente; e através de alianças de organizações que compartilham sistematicamente dados de 48 benchmarking em bases regulares. (BOWERSOX; CLOSS, 2001, p. 106) A empresa base de estudo utiliza sua base de indicadores atuais como forma de Benchmarking da AMBEV, ou seja, os atuais indicadores utilizados são parecidos ou tem como base os da AMBEV, isso se deve ao fato de a gerência da área ter vindo da empresa citada. 2.7.3 - Medindo a Cadeia de Suprimentos Muitas outras formas de medições e controle vêm sendo desenvolvidas, como por exemplo, a medição integrada, ou seja, medir o processo como um todo, não somente a parte que o compõe. Até o momento falou somente de medições da área de logística especificamente, todavia, para ter foco na eficácia, é necessária a utilização de medidas que possuam uma perspectiva integrada, que deve ser compatível entre funções da empresa e entre empresas do canal. Foi desenvolvida uma estrutura integrada que incorpora quatro tipos de medidas e monitora resultados e diagnósticos. Cada medida é monitorada com base no resultado, que se concentram no que foi atingido em todos os processos; e com base no diagnóstico, que se concentram em atividades específicas dentro do processo. (Bowersox e Closs, 2001). Abaixo temos as medidas citadas pelos autores acima: Tempo: medem a capacidade da empresa de responder às demandas dos clientes. Uma avaliação eficaz do desempenho do tempo necessita que todo o processo seja avaliado sob a perspectiva do cliente, além da segmentação nos elementos individuais. Como exemplos podem ser citados as medidas de tempo do ciclo de pedido, tempo do ciclo de compras, tempo de resposta da cadeia de suprimento e realização do plano de produção. Ativo: Essas medidas concentram-se principalmente nos níveis de vendas que podem ser obtidos com determinado nível de ativos. Podese definir o desempenho do ativo pela proporção entre as vendas e o ativo total sendo que essa medida é influenciada pelo grau de utilização e pela parcela do ativo realizado em curto prazo. 49 Custos: medem as despesas totais da cadeia de suprimentos, A principal medida é orientada para a produtividade dos recursos humanos com base no valor agregado por funcionário. Qualidade/ Satisfação do Cliente: medem a capacidade da empresa de fornecer satisfação total ao cliente. Exemplos dessas medidas são: atendimento perfeito do pedido, satisfação do cliente e qualidade do produto. (BOWERSOX; CLOSS, 2001, p. 115) Continuando no mesmo pensamento de Bowersox e Closs, os indicadores dividem-se por níveis que se pode assimilar aos níveis hierárquicos. Para Bowersox e Closs (2001), um sistema ideal de avaliação de desempenho possui três características que fornecem o direcionamento correto no tempo certo para a gerência, visto que tem como objetivo assegurar que toda operação está dentro de parâmetros estabelecidos. Segundo Bowersox e Closs (2001) existem alguns tipos ou níveis de indicadores que são subdivididos em direcionamento, variação, decisão e Política, que estão expressos abaixo: Direcionamento: neste nível, a avaliação e o fluxo de informação dizem respeito à execução do plano operacional. São gerados documentos de transação que sinalizam uma necessidade e documentos de ação que identificam as etapas necessárias para atingir os objetivos. Esses documentos formam vários relatórios de status, que resumem atividades individuais e a capacidade de atender às exigências das transações esperadas. Variação: este nível diz respeito aos desvios acumulados em relação ao desempenho planejado. A apuração da variação resulta na identificação de tendências que podem ser transformadas em problemas, mas podendo, a princípio, aparecer como uma exceção ao desempenho esperado no nível de direcionamento. Decisão: neste nível, as exceções ou problemas que ocorreram nos níveis anteriores dão suporte a uma reavaliação do plano operacional original. A variedade de informação é bem menor, e é nesse nível que uma mudança formal no plano operacional pode ser considerada, exigindo a adição de novos recursos. Não deve envolver mudanças nos objetivos do sistema, mas pode haver despesas adicionais para que os objetivos sejam alcançados, considerando as conseqüências totais para o sistema. Política: este último nível envolve uma mudança nos objetivos, incluindo todos os níveis de gerência no campo de interesse. Uma avaliação do sistema planejado e o custo total de execução são exigidos na formulação de novas políticas, e de qualquer ponto da empresa pode haver solicitações de revisões na política, não somente na área logística. (BOWERSOX; CLOSS, 2001, p. 121) 50 Estes são os níveis que, segundo os autores, devem existir dentro da organização para que se possa medir de forma correta as diferentes etapas e níveis de processos. Nota-se, que dessa maneira pode-se medir toda operação de forma ordenada por hierarquia, e cabe a gerência da área coordenar e tomar decisões com base nesses indicadores. 2.7.4 - Sistema Ideal de Mensuração Para Bowersox e Closs, existem algumas características que definem para os autores o que forma um sistema ideal de mensuração. Essas características citadas por eles são sintetizadas nos três aspectos a seguir: a) trade off entre custo e serviço, b) geração de relatórios dinâmicos baseados em exceção e em c) informações obtidas em tempo real A seguir temos em detalhes, segundo os autores, o que compõe cada característica: Trade-off de custo/serviço: a dificuldade em coletar certos dados e gerenciar relações de causa e efeito faz com que os relatórios mostrem as despesas logísticas somente para um determinado período de tempo, não refletindo os trade-offs de custo/serviço, essenciais às decisões de geração de receita. Os custos devem estar sincronizados com as receitas para que os executivos possam ter uma visão correta do desempenho de seu sistema logístico. Se as atividades planejadas geram custos que podem ser relacionados às vendas futuras, então é possível conciliar os custos com as receitas correspondentes. Relatórios dinâmicos baseados em informações obtidas em tempo real: geralmente, os relatórios logísticos operacionais fornecem a situação de atividades importantes, como a posição do estoque, os custos de transporte, o custo de armazenagem e outras medidas para um único período. Esses relatórios fornecem estatísticas para serem comparadas com períodos anteriores e determinar se o desempenho está de acordo com o planejado, mas são deficientes, pois também deveriam projetar tendências adversas antes que elas saiam de controle. Assim, os relatórios deveriam possuir capacidade de diagnosticar para projetar a direção que as tendências operacionais estão tomando e propor ações corretivas. 51 Relatórios baseados em exceção: a natureza abrangente e detalhada da logística fazem com que a gerência direcione a atenção para as exceções dos resultados esperados. Estes relatórios auxiliam os responsáveis a encontrar atividades que exigem mais atenção, e dessa maneira, tratá-las de forma mais aprofundada. Após as definições acima, temos na figura abaixo a representação do modelo de excelência em logística desenvolvido por Bowersox e Closs. Atente-se para o item medição de desempenho, que evidencia a importância de sistemas de medição de desempenho como forma de se formar um modelo de excelência em logística, foco na medição por processos e não por atividades. Figura 13 - Modelo de Excelência Logística de Bowersox e Closs Fonte: Bowersox e Closs, 1997. 2.8 - Christopher Continuando o tema a respeito de indicadores de desempenho, ou medição de desempenho, iremos a partir de agora conhecer o que Martin Christopher diz sobre o tema em seu livro Logístico e Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos de 1997. 52 Christopher aborda o tema medição de desempenho através de dois vieses, um sobre o foco do benchmarking, e o outro sobre a medição de custos. Discorreremos sobre essas duas partes nas linhas que seguirão. 2.8.1 - Benchmarking Para Christopher, a abordagem de Benchmarking deve ser abordada em aspectos que são: O cliente deve ser a principal referência para a medição, sendo as suas observações de fundamental importância para o desempenho; O desempenho da empresa deve ser comparado com o “melhor da classe”, e não somente com o seu concorrente imediato; Não devem ser medidos e comparados somente os produtos da empresa, mas os processos que os produzem. As idéias acima são chamadas pelo autor como Benchmarking Competitivo, que é a medição contínua dos processos e compará-los sempre com as melhores práticas do mercado. A seguir teremos os tipos de Benchmarking que o autor designa como importante, que são Benchmarking do serviço logístico, Benchmarking do fornecedor e do distribuidor e Benchmarking do processo Logístico. 2.8.4.1 - Benchmarking - Fornecedor e Distribuidor O processo de benchmarking revela as lacunas de desempenho, proporciona aos gerentes uma agenda para ação. Os programas de benchmarking bem sucedidos permitem o desenvolvimento de estratégias logísticas baseadas nas necessidades dos serviços ao cliente e asseguram que os processos empregados sejam de ponta. Para as 53 empresas que se comprometem firmemente com a filosofia do benchmarking, a “melhoria contínua” é um modo de vida, não apenas um clichê (Christopher, 1997). Nota-se claramente a importância dada pelo autor à questão da melhoria continua como forma de cultura empresarial, não as tornando somente algo filosofado, ou seja, não colocado em prática todos os dias, observa-se também a questão do bom relacionamento com os fornecedores e concorrentes como forma de melhorar o desempenho global e obter redução de custos, e clara melhoria no nível de serviço. É importante incluir os fornecedores e os distribuidores de uma organização no seu processo de benchmarking, já que o desempenho da cadeia de suprimentos está comprometidamente ligado com a qualidade desses relacionamentos (CHRISTOPHER, 1997). Neste excerto o autor mostra que o processo de Benchmarking deve ser algo por inteiro não somente determinados processos. Nesta etapa, o autor relata a importância de se incluir os fornecedores e distribuidores no processo de melhoria contínua, pois, esses interferem na qualidade do serviço. 2.8.4.2 - Benchmarking - Processo Logístico A filosofia fundamental desse benchmarking é o reconhecimento da importância da melhoria contínua, controlando o processo e não somente confiando na inspeção do resultado. Considerando que o processo seja o “fluxo de distribuição”, que inicia com os fornecedores, passa pela empresa, pelos intermediários e termina no cliente final, a satisfação do cliente no fim do fluxo depende de tudo o que ocorre no decorrer do processo (CHRISTOPHER, 1997). Vê-se a ênfase do autor com relação ao processo de melhoria contínua em todos os processos da cadeia e do processo de Benchmarking, e mostra que não se deve contar apenas com a inspeção do processo, mas, com o controle proativo do processo, como forma de prevenção de falhas. 54 2.8.4.3 - Benchmarking - Serviço Logístico Neste benchmarking, o autor enfatiza a questão da medição de desempenho com relação a seus concorrentes como forma de se encontrar gaps entre os processos, a fim de se conseguir vantagem competitiva contra os concorrentes. Têm-se, a seguir, os passos definidos pelo autor de como elaborar um benchmarking do Serviço Logístico, que está esquematizado mais simplificadamente na figura abaixo. Figura 14 - Processo de auditoria do serviço logístico Fonte: Christopher (1997) Passo 1. Definir a arena competitiva. A empresa deve saber com quem está sendo comparada pelos clientes em termos potenciais e reais, e definir com quem ela quer ser comparada. Isso pode ser alcançado através de discussões em grupo “direcionadas”, ou entrevistas individuais com clientes, que ajudem a descobrir a qualidade do serviço percebida e desejada pelo comprador. 55 Passo 2. Determinar as questões relativas ao serviço. Para desenvolver uma estratégia de serviço é imprescindível conversar com os clientes, para realizar um desempenho consistente com o nível exigido em aspectos críticos para ele. Isso pode ser feito através de entrevistas com uma pequena amostra de clientes, em que eles fazem uma definição para os componentes dos serviços. O resultado fornece um menu dos componentes do serviço, para, a partir deles, formarem um pacote de serviços, personalizados, de acordo com as diferentes necessidades dos segmentos do mercado. Passo 3. Estabelecer as dimensões-chave. Depois de formada uma lista dos componentes do serviço, é preciso identificar os mais importantes para o cliente, podendo ser dividido por segmentos de clientes, já que eles podem ter diferentes prioridades de serviço. Essa identificação pode ser feita através da técnica da “Análise do Trade-off”, que foi desenvolvida por pesquisadores do mercado e está baseada no princípio de que em toda decisão de compra geralmente é preciso ceder em um lado para ganhar em outro. É feita uma pesquisa junto aos clientes para identificar as prioridades dos serviços, considerando cada aspecto do serviço em relação a outro. Passo 4. Identificar a posição da empresa em componentes-chave do serviço, em relação aos concorrentes. Depois de identificar os componentes do serviço ao cliente e sua importância relativa, é preciso saber como os clientes classificam esses componentes em relação aos concorrentes. Isso pode ser feito através de questionários, em que o entrevistado classifica o desempenho de diferentes empresas de acordo com os componentes de serviço identificados no passo 1. Com o resultado a empresa pode construir perfis de serviço em relação a cada concorrente. 56 Passo 5. Comparar o desempenho dos serviços e as prioridades indicadas pelo cliente. Com os dados obtidos, é possível fazer uma comparação entre as dimensões importantes do serviço e como é visto o desempenho da empresa nessas dimensões. Com essa análise, a empresa pode saber onde precisa agir para melhorar o seu desempenho. 2.8.5 - Custos Para Christopher (1997), o principal problema no desenvolvimento de um sistema adequado de custeio orientado para a logística é a questão do enfoque, que deve ser nos custos. O sistema deve refletir o fluxo de materiais, identificando os custos resultantes do fornecimento de serviço ao cliente, possibilitando uma análise separada de custos e receitas, por tipo de cliente e por segmento de mercado ou canal de distribuição. Nota-se que o autor enfatiza no enfoque dos custos logísticos baseados na análise separada de cada etapa da cadeia, para que dessa forma no final do processo obtenha-se o custo total, mas também se tenha o custo separado por partes da cadeia e processos. Isso se dá pelo fato de que hoje existe falta de informações sobre custos, ou seja, os métodos adotados pelas empresas não detalha cada parte do processo de forma que se possa identificar qual o processo que está consumindo mais receita da empresa. Por isso, Christopher (1997, p. 59) propõe que se trabalhe com o conceito de análise do custo total, onde “[...] o custo deve ser visto em termos incrementais – a variação nos custos totais causada pela mudança no sistema”. Christopher mostra em seu livro um tipo de medição que ele chama de “custeio da missão” que ele define como: “Um conjunto de metas de serviço ao cliente a serem alcançadas pelo sistema, dentro de um contexto produto/mercado” Christopher (1997, p. 61). Christopher (1997) faz alguns paralelos entre o custeio baseado em atividade e a idéia de custeio da missão, sendo que este último procura identificar os únicos custos que são 57 formados a partir de estratégias de serviço específicas de logística/cliente destinadas a determinados mercados-alvo. O autor define quatro estágios para programar um processo eficaz de custeio da missão: A. Definir o segmento de serviço ao cliente; B. Identificar fatores que causem variações nos custos dos serviços; C. Identificar as fontes específicas utilizadas para apoiar segmentos de clientes; e, D. Atribuir os custos da atividade por tipo ou segmento de cliente. Nota-se que o método criado por ele é similar ao método do custeio por atividade, entretanto, todo o processo de medição é feito com base no planejamento estratégico da cadeia de suprimentos com foco no cliente final. 58 Capítulo 3 - Estudo de Caso Nesta etapa será apresentada a empresa de forma estrutural, o qual engloba história, filiais, departamentos, mercado, produtos, como forma de situar o leitor a respeito do mercado de atuação e perfil da empresa estudada, na segunda etapa, será adentrado o estudo sobre os indicadores utilizados na empresa e sua correlação com o faturamento da empresa. 3.1 - Ducoco Alimentos – 25 anos Nasceu a partir de uma plantação de coco no interior do Ceará, em 1982. Nessa época, os frutos eram processados e transformados em coco ralado e leite de coco e vendidos somente para grandes indústrias do Brasil, como matéria-prima para a fabricação de produtos, como chocolates e sorvetes. Três anos mais tarde, criou-se a marca Ducoco, com o objetivo de oferecer os produtos diretamente ao consumidor final. Era o início de uma longa parceria entre a empresa e os consumidores. Desde então, procurou-se sempre estreitar este relacionamento, investindo em qualidade e inovações. Em 1997, adquiriu a marca Menina, também de derivados de coco, aumentando o volume de vendas e o tamanho das fazendas. No ano seguinte, exploraram novos segmentos e começaram a produzir sobremesas semiprontas e achocolatado em pó, sob as marcas Frutop e Chomax, respectivamente. E foi dessa forma que se tornou uma empresa de alimentos e mudou-se o nome de Ducoco para Ducoco Alimentos. Atendem também o mercado externo, principalmente Estado Unidos, Portugal, Alemanha, Itália, Espanha e Camarões, sendo o nosso principal produto exportado a Água de Coco, seguida do Leite de coco, Coco Ralado, Achocolatado e Gelatina. Em 2004, foram a primeira empresa brasileira a receber a certificação da categoria Água de Coco pela FDA (Food and Drugs Administration), agência que regulamenta, controla e fiscaliza a entrada e o uso dos produtos no mercado americano. 59 Hoje, a estrutura conta com 7 fazendas, 2 fábricas, 3 centros de distribuição, 4 marcas e 105 produtos. Possui com mais de 1.700 colaboradores. Figura 15 - Fábrica Linhares/ES Figura 16 - Fábrica Itapipoca – CE Localizadas no estado do Ceará, as sete fazendas - 10 mil hectares de terras, sendo 4 mil de área produtiva - produzem anualmente 28 milhões de frutos que são retirados de cerca de 330 mil coqueiros híbridos, e geram 580 empregos diretos. 60 Comprometidos com a sustentabilidade de processos, investiram na utilização integral do fruto coco, sua principal matéria-prima. Figura 17 - Fazendas: sete ao todo todas na região do Ceará. 3.2 - Missão da Ducoco Alimentos Se tornar referencia na fabricação e comercialização de produtos derivados de coco, e superar as expectativas dos colaboradores e clientes. 3.3 - Visão da Ducoco Alimentos Um mundo de talentos comprovados, produzindo produtos de qualidade, gerando vantagens competitivas únicas aos nossos clientes, capacitando a sociedade a superar seus desafios vitais e criando valor de forma sustentável. 61 3.4 - Setores econômicos da DUCOCO Alimentos Os números da Ducoco Alimentos impressionam. Iniciada a partir de uma pequena plantação de coqueiros, em 1982, a empresa possui sete fazendas — somando 10 mil hectares de terras com 330 mil coqueiros híbridos plantados, só no Ceará. Possui três centros de distribuição (SP, CE e ES). A fábrica cearense tem área total de 12.800 m², emprega diretamente 640 pessoas e, indiretamente, 1.920 trabalhadores. Sua capacidade produtiva chega a 90 milhões de cocos processados por ano; 12 milhões de litros de água de coco/ano e 5,4 milhões de litros/ano de leite de coco. Com 1.702 colaboradores distribuídos pelas fazendas, pelas duas fábricas e escritórios, produz, além de derivados de coco, linhas de sobremesas, achocolatados e refrescos em pó, sob as marcas Ducoco, Frutop, Chomax e Menina. São 127 produtos em seu portfólio. Figura 18 - COCO Ralado Menina e Leite de COCO Menina 62 Figura 19 - Produtos da Marca Frutop 63 Figura 20 - Produtos derivado de coco da Marca DUCOCO Figura 21 - Água de COCO DUCOCO antiga e nova Embalagem 64 A Ducoco atende ao mercado externo desde 2000, quando fez sua primeira exportação, para Portugal. É uma das maiores exportadoras de água de coco do País, comercializando hoje para 24 nações e destinando cerca de 10% da produção do líquido ao mercado internacional. Só para o mercado norte-americano, negocia um milhão de litros de água de coco. 3.5 - Sustentabilidade Responsabilidade ambiental também é uma preocupação da Ducoco Alimentos. A empresa, que detém sete fazendas no Ceará, onde são colhidos 28 milhões de cocos por ano, utiliza todas as camadas do fruto em sua cadeia produtiva. A casca dura, também chamada de endocarpo, é aproveitada como combustível nas caldeiras, gerando o vapor necessário para o funcionamento da fábrica. Já a casca de “fora do coco” ou mesocarpo, é utilizada como fonte de nutrientes para o solo, para melhorar a qualidade das plantações da empresa. Figura 22 - Cadeia Sustentável DUCOCO 65 A polpa e a água são matérias-primas para a produção do leite de coco e do coco ralado e da Água Ducoco em caixinha, respectivamente. Desta forma, a Ducoco Alimentos aproveita todo o fruto, evitando desperdício e o descarte de material na natureza Além do cuidado com o meio ambiente, a Ducoco Alimentos também se preocupa com o desenvolvimento de seus colaboradores. Em parceria com o Governo Federal, a empresa programou em suas fazendas um programa de alfabetização adulta, que beneficia mais de 120 funcionários. “Nossas fazendas estão próximas a locais carentes e temos o dever social de contribuir com as comunidades onde estamos instalados. Com este projeto, plantamos uma semente que dará muitos frutos no futuro e impulsionará, inclusive, o desenvolvimento da nossa empresa”, comenta o presidente. Boa parte da plantação (aproximadamente 100 mil coqueiros) é fertirrigada por meio de uma tecnologia importada de Israel que consiste em microaspersores que irrigam cada coqueiro individualmente e automatiza o sistema de fértil irrigação garantindo uma uniformidade na dosagem de água e nutrientes. Essa área foi a primeira no Brasil a utilizar esse método de irrigação (1999), que elevou a produção de 60 para 139 frutos por planta/ ano. 3.6 - Por dentro da DUCOCO Alimentos A Ducoco alimentos possui em torno de 1700 funcionários desde suas fazendas até o fim da cadeia que seria o ponto de vendas. O setor de Rh é centralizado todo na sede da empresa na capital paulista sendo administrado pelo gerente de do setor Carlos Pereira que está a seis anos na empresa. A política de recrutamento da empresa é feita via site da própria empresa, possui também política de recrutamento interno divulgando as vagas na intranet. O recrutamento é feito em três fases: entrevista com gestor do RH, entrevista com gestor da área solicitante e entrevista com diretor. 66 Com relação aos benefícios, os funcionários têm direito a assistência médica de primeira linha extensiva à família, convênio odontológico, vale refeição de R$14 ao dia, convênio farmácia, vale transporte sem desconto em folha, empréstimo consignado para compra de imóveis e auto, PLR, bolsa parcial para educação, compra de produtos da empresa com desconto em folha. O funcionamento da sede é das 08:00 ás 17:30, de segunda a sexta. O ponto é feito através de biometria, trabalhando com política de banco de horas, podendo fazer até duas horas extras por dia. Todo ano são feitas premiações aos funcionários antigos da empresa, sendo que existem cinco funcionários com mais de dez anos de serviços prestados. O turn over da empresa é por volta de três anos. 3.7 - Por dentro da TI da Ducoco Alimentos A parte de tecnologia da informação da empresa está centralizada na sede, contando com cinco analistas e um gerente responsáveis pela área de TI em âmbito nacional. A empresa optou em utilizar um sistema próprio, com base de dados Oracle, devido a flexibilidade que esse tipo de sistema oferece Oracle é basicamente uma ferramenta cliente/servidor para a gestão de Bases de Dados. É um produto vendido a nível mundial, embora a grande potência que tem e seu elevado preço fazem com que só se veja em empresas muito grandes e multinacionais, por norma geral. No desenvolvimento de páginas web acontece o mesmo: como é um sistema muito caro não está tão espalhado como outras bases de dados, por exemplo, Access, MySQL, SQL Server, etc. Utilizam-se também tecnologias atuais, como a troca eletrônica de dados, EDI. A sigla abrevia "Electronic Data Interchange", ou, em português, Intercâmbio Eletrônico de Dados. 67 A idéia por trás do EDI é relativamente simples, muitas empresas utilizam computadores para organizar os processos comerciais e administrativos ou ainda para editar textos e documentos, a maioria das informações é introduzida no computador manualmente, através de digitação. Quando as empresas se comunicam, por exemplo, para encomendar mercadorias ou cobrar os clientes, porque, ao invés de datilografar um formulário em papel e enviá-lo por fax para seu parceiro, não transferir eletronicamente essas informações diretamente do computador da empresa para os computadores de seus clientes, fornecedores, bancos e outros. Empresas diferentes têm necessidades, processos, formas, sistemas de computadores, softwares e sofisticação técnica diferentes. Ao programar o EDI, é preciso levar em conta questões como sua integração como os processos internos da empresa e a maneira de trocar os dados de acordo com as necessidades dos parceiros. Para que os documentos eletrônicos e os dados fluam harmoniosamente entre as empresas e sejam corretamente interpretados, é preciso que sejam respeitadas certas regras. Essas regras definem o conteúdo de informação, isto é, os dados dos documentos, e a forma como eles são transmitidos. 3.8 - Supply Chain e o Departamento de Logística O setor de logística da empresa é centralizado na sede. É formado por um gerente, oito analistas, sendo quatro responsáveis por custome servicer e os outros quatro por negociação e pagamento de fretes. A empresa possui três CDs, localizados em Linhares (ES), Itapipoca (CE) e Barueri (SP), que está ligado a sede paulista. A área é responsável pelo controle das transferências de produtos entre as unidades, controle de operações, abastecimento de insumos para as fábricas, gestão de custos, atendimento ao cliente, relacionamento com transportadoras, gestão de operadores logísticos, análise de indicadores de desempenho da área. 68 3.9 - Organograma da empresa Finalidade, o que define e nos mostra: 1-Como as áreas da empresa estão dispostas; 2- Hierarquias; 3- Relações de comunicação existentes entre as áreas; 4- Divisões de trabalho; 5- Delegação de autoridade e responsabilidade Figura 23 - Organograma da Organização Fonte: Organização (2009) 69 3.9.1 - Organograma Logístico DUCOCO – São Paulo Figura 24 - Organograma Logística Ducoco 3.10 - Indicadores Externos do Mercado de COCO Nesta parte da pesquisa será mostrado através de indicadores quantitativos como anda o mercado de coco no Brasil e no mundo como ele é formado, quais são suas limitações e quais são suas características. 3.10.1 - Produção dos Frutos Segundo Raimundo Eduardo Silveira Fontenele em seu artigo CULTURA DO COCO NO BRASIL: CARACTERIZAÇÃO DO MERCADO ATUAL E PERSPECTIVAS FUTURAS, ele relata como anda o mercado de coco no Brasil e suas principais características: 70 No Brasil, o cultivo do coco se desenvolve principalmente ao longo do litoral, sendo encontrado em áreas desde o Estado do Pará até o Espírito Santo. As estatísticas atuais demonstram que o Brasil possui mais de 266 mil hectares implantados com a cultura, praticamente em quase todas as Unidades da Federação. Em 2000, conforme dados do IBGE, a Bahia figurava como o maior produtor brasileiro, com 402.937 mil frutos, seguido pelo Ceará, com produção de 193.729 frutos e o Pará, com 154.957 mil frutos colhidos. Nesse mesmo ano, três estados nordestinos (Bahia, Ceará e Sergipe) chegaram a concentrar juntos, 52,9% da produção nacional de coco, evidenciando, portanto, o destaque da Região Nordeste nesse segmento agrícola. Ocupando importante colocação no cenário nacional da produção de coco, o Ceará se destaca como o segundo produtor do País, conforme comentado anteriormente. Em 2000, a produção de coco no Estado do Ceará atingiu 193.729 mil frutos, perfazendo cerca de 21,0% da produção nordestina. (FONTENELE, 2005, p. 24) Como se observa, o estado do Ceará, local onde está instalada grande parte das fazendas da DUCOCO Alimentos, está entre um dos principais produtores de coco do Brasil, sendo um dos estados mais representativos nesta produção. Nota-se também que o mercado de coco na região nordeste do país é uma forte arma para a economia local como forma de geração de empregos e geração de riqueza para a região. Na Tabela abaixo se mostra a cultura do coco na região Nordeste do Brasil. Tabela 2: Cultura do coco na região Nordeste Fonte: CULTURA DO COCO NO BRASIL: CARACTERIZAÇÃO DO MERCADO ATUAL E PERSPECTIVAS FUTURAS Um dos motivadores do crescimento de plantio de coco no Brasil diz respeito ao crescimento na comercialização da água de coco, não somente no Brasil, mas no mundo todo. Segundo Raimundo Eduardo Silveira Fontenele em seu artigo CULTURA DO 71 COCO NO BRASIL: CARACTERIZAÇÃO DO MERCADO ATUAL E PERSPECTIVAS FUTURAS: A expansão acelerada da cultura do coco no Brasil, nos últimos anos decorre, sobretudo, do incremento da comercialização do coco verde para atender o crescente mercado da água-de-coco. Este mercado passou a ganhar espaço como alternativa para os produtores que se descapitalizaram mediante o aumento das importações de coco ralado. Informações do Ministério da Integração Regional demonstram que em 2000, a área plantada com coqueiro anão no Brasil chegou a 57.000 ha, deste total 57,9% correspondia a áreas com plantios em formação, 36,8% com plantios em fase de produção crescente e 5,3% com plantios em plena produção. No período 1990/2000 o volume produzido cresceu a uma taxa média anual de 3,8%, acréscimo este incentivado, principalmente pelo aumento da produtividade, já que a área plantada apresentou um crescimento anual de apenas 0,5%. Esse aumento da produtividade tem como justificativa a maior atuação da pesquisa e experimentação através da difusão de tecnologias de manejo dos cultivos. No cenário municipal, em 2000, destacou-se como maior produtor o município de Trairi (37,7 milhões de frutos), no Norte Cearense, seguindo-se os municípios de Itarema e Acaraú, no Noroeste Cearense, com volumes produzidos de 22,5 milhões de frutos, cada. (FONTENELE, 2005, p. 27) Como se observa, não é somente o crescimento no consumo da água de coco que influenciou o aumento da produção dos cocos no nordeste brasileiro, mas também o avanço tecnológico no que diz respeito ao plantio e colheita do fruto, tornando-se dessa forma mais ágil o processo primário. Na tabela abaixo, se mostra a evolução em dez anos da produção de coco no estado do Ceará entre os anos de 1990 a 2000. Houve um crescimento enorme em todos os aspectos, tanto em produção quanto área colhida e produtividade. O estado foi onde se originou a empresa DUCOCO Alimentos. 72 Tabela 2 - Evolução da produção de coco no estado do Ceará Fonte: CULTURA DO COCO NO BRASIL: CARACTERIZAÇÃO DO MERCADO ATUAL E PERSPECTIVAS FUTURAS 3.10.2 - O cultivo de Coco no Mundo O cultivo de coco não é algo praticado somente no Brasil. No mundo, o Brasil é apenas um dos fornecedores do fruto, os maiores produtores mundiais são os países asiáticos, principalmente, as Filipinas, a Indonésia e a Índia. Em 1992, o maior produtor chegou a deter 30,0% da produção total dos dez maiores produtores de coco do mundo. Considerando-se os três maiores produtores, o volume produzido por estes chega a representar 83,0% do total (Raimundo Eduardo Silveira Fontenele em seu artigo CULTURA DO COCO NO BRASIL: CARACTERIZAÇÃO DO MERCADO ATUAL E PERSPECTIVAS FUTURAS). Observa-se na tabela abaixo que por mais que o Brasil produza elevado grau de coco, o mercado ainda é dominado pelos países asiáticos como Indonésia e Filipinas. Na América Latina, o país ainda perde para o México sendo o segundo produtor de coco em produtividade e produção. 73 Tabela 3 - Ranking de produção de coco Fonte: CULTURA DO COCO NO BRASIL: CARACTERIZAÇÃO DO MERCADO ATUAL E PERSPECTIVAS FUTURAS O Brasil ocupa atualmente em termos de produção o sexto lugar no planeta, correspondendo somente a 8% do total produzido no mundo. Entretanto, no âmbito América Latina, o Brasil tem uma posição de destaque com relação aos outros países comparando-se a produção, como se observa na tabela abaixo o ranking de produção de coco entre os países da America Latina. Tabela 4 - Ranking produção de coco na América do Sul Fonte: CULTURA DO COCO NO BRASIL: CARACTERIZAÇÃO DO MERCADO ATUAL E PERSPECTIVAS FUTURAS Segundo Raimundo Eduardo Silveira Fontenele no mesmo artigo, dados divulgados em matéria apresentada no IV Encontro dos Produtores de Coco – 2000, com relação ao aumento do consumo de água-de-coco envasada, se têm observado um crescimento de 20,0% ao ano, e, mesmo tendo atingido a expressiva marca de 100 milhões de litros em 1997, ainda não atende a demanda. Isso sem contar a série de novos produtos que a indústria lança no mercado, como frapês e outras preparações combinadas com frutas e refrescos. Indicadores da Associação Brasileira dos Produtores de Coco mostram que a 74 água-de-coco representa hoje 1,5% do mercado de refrigerantes, fato este que está levando algumas indústrias de refrigerantes e outras bebidas envasadas a desenvolverem tecnologias para atingir também esse grupo de clientes. Isso se comprova com a recente compra da SOCOCO, uma das maiores empresas do setor ser comprada pela Pepsico, empresa produtora de refrigerantes como Pepsi, e insistências tentativas de compra da DUCOCO pela empresa americana Coca Cola, mas sem sucesso até o momento. Outro fato que se comprova é com relação à importação de coco ralado pelo Brasil, mais especificamente a empresa em estudo DUCOCO Alimentos também faz uso dessa prática, importando coco ralado de países da Indonésia e cocos verdes também para suprir a demanda de água de coco interna. Em contrapartida as exportações de coco do Brasil aumentaram devido à grande divulgação da água de coco como alimento natural e a proliferação e conscientização das pessoas por alimentos mais nutritivos. Observa-se na tabela abaixo o crescimento das exportações de coco no país nos anos de 1999 a 2001. Tabela 5 - Exportação de coco (1999 a 2001) Fonte: CULTURA DO COCO NO BRASIL: CARACTERIZAÇÃO DO MERCADO ATUAL E PERSPECTIVAS FUTURAS Já com relação ao preço do produto ao produtor do fruto, esse sofreu grandes impactos com o aumento não somente do mercado interno, mas também com o advento do mercado externo, fazendo com que o preço caísse, pois muitas empresas, incluindo a Ducoco Alimentos, começaram a importar boa parte do mercado externo. Nota-se na tabela abaixo a variação de preço ao nível do produtor em relação ao coco verde nos 75 anos de 1996 a 1999, sendo o Ceará o estado com o menor preço, onde este localizado uma das Fábricas da empresa DUCOCO. Tabela 6 - Variação do preço (1996 a 1999) Fonte: CULTURA DO COCO NO BRASIL: CARACTERIZAÇÃO DO MERCADO ATUAL E PERSPECTIVAS FUTURAS Já na tabela abaixo, tem-se a variação de preços entre o mercado consumidor, no caso São Paulo, e o estado produtor representado pela cidade de Fortaleza. Nota-se a grande variação do preço do cento do coco verde nos anos de 1995 a 2001, sendo mais que o dobro o valor do cento no estado consumidor. Tabela 7 - Variação de preço do coco verde (cento) em Fortaleza e São Paulo Fonte: CULTURA DO COCO NO BRASIL: CARACTERIZAÇÃO DO MERCADO ATUAL E PERSPECTIVAS FUTURAS 3.11 - Indicadores Logísticos da DUCOCO Alimentos Após se verificar como é formado e quais as características do mercado de coco no Brasil e no mundo, tem-se agora como base os indicadores logísticos da empresa Ducoco Alimentos, como forma de análise pura da relação logística da empresa versus o mercado em crescimento, fazendo com que dessa forma se crie um comparativo e possa se chegar a alguma conclusão com referência ao crescimento de faturamento da empresa 76 nos anos de 1998 a 1999, como forma de se justificar o crescimento do faturamento, ou através da logística por meio dos indicadores ou por fatores externos que independem do sucesso logístico. Esta parte da pesquisa se baseará em análises quantitativas de alguns indicadores logísticos da empresa DUCOCO Alimentos como verificação de melhoria no serviço prestado ao consumidor final, alguns indicadores ficarão de fora da pesquisa, entretanto os mais importantes e significativos para a pesquisa serão demonstrados. 3.11.2 - Indicador Nível de Serviço – Qualidade nas entregas Nesta fase serão demonstrados alguns indicadores logísticos com referência ao nível de serviço prestado pela empresa em estudo, abaixo será demonstrada como se delineia o faturamento da empresa dentro dos meses. Nos gráficos a seguir é demonstrado que a ultima semana é onde se concentra a maior porcentagem de faturamento da empresa, sendo as primeiras semanas não muito significativas com relação ao faturamento mensal, essa grande concentração de faturamento na ultima semana do mês se dá pela característica principal do mercado consumidor da empresa que são os grandes varejos e atacadistas que abastecem suas lojas sempre no final do mês para manter o mês seguinte. No Mapa abaixo segue como é feito a distribuição nível Brasil da empresa DUCOCO Alimentos de acordo com suas Filiais. 77 Figura 25 - Mapa de distribuição no Brasil Fonte: Logística DUCOCO Alimentos No gráfico abaixo é demonstrado o faturamento diário versus o planejado correspondente ao ano de 2009. O crescimento é alavancado conforme a proximidade com o final do mês. Figura 26 - Faturamento diário X Planejado (2009) Fonte: Logística DUCOCO Alimentos Neste gráfico se mostra o faturamento em Tonelada da empresa separado por filial no ano de 2005, demonstrando que São Paulo corresponde a praticamente 50% do faturamento da empresa sendo seguido pela Filial do Ceará e Linhares. 78 EVOLUÇÃO VOLUME FATURADO POR REGIÃO - TON LÍQUIDA SP CE ES 100% 80% 60% 50% 44% 42% 40% 45% 42% 46% 38% 34% 14% 20% 40% 16% 13% 12% 45% 15% 0% JAN/05 FEV/05 MAR/05 ABR/05 MAI/05 Figura 27 - Faturamento por região Fonte: Logística DUCOCO Alimentos No gráfico abaixo se demonstra a mesma situação anterior, São Paulo representando grande parte do faturamento da empresa. VOLUME FATURADO POR REGIÃO - TON LÍQUIDA CE 822,1 40% ES SP 314,7 15% 913,8 45% Figura 28 - Faturamento por região, evidenciando São Paulo Fonte: Logística DUCOCO Alimentos 79 O gráfico abaixo reforça que São Paulo representa grande parte do faturamento da empresa até os dias atuais, observe em relação às quantidades de notas fiscais emitidas. Janeiro / 2010 600 500 428 400 300 240 258 227 200 139 127 111 113 98 88 100 18 37 12 5 0 5/1 34 21 5 24 21 18 6/1 7/1 8/1 11/1 50 37 31 27 4 10 75 55 3 3 12/1 13/1 19 14/1 ITAPIPOCA 19 18/1 42 131 110 107 52 45 47 46 69 9 0 15/1 19/1 LINHARES 15 20/1 108 67 3 0 21/1 22/1 63 65 89 11 14 3 11 25/1 26/1 27/1 20 26 22 28/1 29/1 30/1 BARUERI Figura 29 - Faturamento por região (por Notas Fiscais) Fonte: Logística DUCOCO Alimentos Nota-se primeiramente no gráfico abaixo como se delineia o faturamento da empresa dentro dos meses, como observado anteriormente. Figura 30 - Faturamento Novembro/ 2008 Fonte: Logística DUCOCO Alimentos 80 Faturamento Nov / 08 % 1ª Semana 01/11/08 a 09/11/08 951.880 7,1% 2ª Semana 10/11/08 a 16/11/08 2.050.981 15,3% 3ª Semana 17/11/08 a 23/11/08 2.124.714 15,8% 4ª Semana 24/11/08 a 30/11/08 8.317.920 61,9% 13.445.496 100,0% Total Nov/08 Tabela 8 - Faturamento Novembro/2008 Fonte: Fonte: Logística DUCOCO Alimentos No gráfico abaixo se mostra o faturamento da empresa em toneladas expedidas, dividida pelo tipo de consumidor. Ao todo são três tipos, exportação, mercado (referente a consumidores finais) e venda para empresas como composição de produtos produzidos por elas (exemplo Nestlê, Kopenhagen etc). Figura 31 - Frete/Empresa Fonte: Fonte: Logística DUCOCO Alimentos 81 No gráfico abaixo é demonstrado o crescimento do faturamento da empresa em relação aos anos anteriores, evidenciando que algo estava acontecendo e ainda acontece no mercado de coco no Brasil e especificamente na empresa. Figura 32 - Crescimento Faturamento Ducoco Alimentos Fonte: Fonte: Logística DUCOCO Alimentos No gráfico a seguir é demonstrado o avanço na margem de contribuição da empresa, demonstrando novamente que os negócios estavam indo bem. Entende-se aumento na margem como maior lucratividade. Figura 33 - Margem de Contribuição Ducoco Fonte: Logística DUCOCO Alimentos 82 No gráfico que segue trata-se do avanço das vendas relacionadas somente ao carro chefe da empresa, água de coco, para o mercado interno. Figura 34 - Vendas de água de coco Ducoco Fonte: Fonte: Logística DUCOCO Alimentos Já neste gráfico é demonstrado o crescimento também do leite de coco, outro produto significativo nas vendas da empresa. Figura 35 - Vendas leite de coco Ducoco Fonte: Fonte: Logística DUCOCO Alimentos Tem-se agora nas próximas tabelas a análise faturamento versus nível de serviço do ano de 2008, nota se que nas primeiras semanas, devido ao volume ser menor, o nível de serviço tende a ser maior com indicadores acima de 80%. Já nas ultimas semanas, devido ao grande volume e o tipo de cliente atendido a dificuldade encontrada pelos transportadores são maiores, pois, trata-se de clientes varejistas e grandes redes que só 83 atendem pedidos via agenda e conseqüentemente tem maior poder de barganha, fazendo com que os fornecedores entreguem da maneira que eles desejam. Faturamento 01/11/08 a 09/11/08 Prev. Entrega 340.782 85% 17/11 a 23/11 427.216 394.108 92% 24/11 a 30/11 99.176 97.417 98% 01/12 a 07/12 18.260 18.260 100% 08/12 a 14/12 6.230 - 0% 939 939 100% Total 951.880 851.507 89% 07/11 a 16/11 111.226 30.308 27% 17/11 a 23/11 1.146.036 996.812 87% 24/11 a 30/11 726.432 668.097 92% 01/12 a 07/12 66.094 64.338 97% 15/12 a 21/12 1.194 1.194 100% 2.050.981 1.760.749 86% 17/11 a 23/11 309.665 163.856 53% 24/11 a 30/11 1.240.298 988.635 80% 01/12 a 07/12 483.509 364.945 75% 08/12 a 14/12 70.250 53.634 76% 15/12 a 21/12 20.992 20.992 100% 2.124.714 1.592.062 75% 24/11 a 30/11 538.326 375.644 70% 01/12 a 07/12 3.534.050 2.292.910 65% 08/12 a 14/12 3.079.721 2.245.042 73% 15/12 a 21/12 908.407 422.307 46% 22/12 a 28/12 170.434 62.091 36% 29/12 a 04/01 61.416 33.166 54% 05/01 a 31/01 25.566 1.668 7% 8.317.920 5.432.828 65% 13.445.496 9.637.145 72% Total 24/11/08 a 30/11/08 % No Prazo 400.059 Total 17/11/08 a 23/11/08 No Prazo 07/11 a 16/11 22/12 a 28/12 10/11/08 a 16/11/08 Gross (R$) Total Total Nov/08 Tabela 9 - Análise Faturamento Nov/08 X Nível de Serviço Fonte: Logística DUCOCO Alimentos Nota-se, nos dois gráficos abaixo, a comparação dos níveis de serviço entre a primeira semana do mês com o fechamento do mês, mostrando a variação no nível de serviço em decorrência do período do mês. 84 Figura 36 - Faturamento 01/11 a 09/11/08 Fonte: Logística DUCOCO Alimentos Figura 37 - Faturamento 24/11 a 30/11/08 Fonte: Logística DUCOCO Alimentos No gráfico abaixo é demonstrado o nível de serviço no decorrer dos meses de 2008 em comparativo ao ultimo mês de 2007, já nota-se uma melhoria no nível de serviço no decorrer do ano de 2007 para 2008. 85 Figura 38 - Performance das Entregas Fonte: Logística DUCOCO Alimentos Com relação ao nível de serviço, esse é calculado através das performances dos transportadores que prestam serviço a DUCOCO Alimentos nos anos de 2008 a 2009. Nesses anos somavam-se ao todo em torno de 20 prestadores de serviços, atualmente a empresa conta com 10 a 12 fornecedores de transportes, isso ocorreu devido à nova gestão de centralização da área de transporte da empresa e, claro, o melhor nível de serviço atingido com menor quantidade de fornecedor e menor custo. 86 Na Tabela abaixo é mostrado novamente o indicador de desempenho dos transportadores que conseqüentemente transmite o nível de serviço prestado aos clientes. Nesta tabela, encontra-se o nível de serviço separado por região e transportadores, servindo de base para análise dos fornecedores e reuniões mensais. Desempenho Transportador Dezembro 2008 1. Região Norte Transportadora UF No Prazo Até D+2 Atraso Total NS % ND (D+2)% ALIANÇA NAVEGAÇÃO E LOGÍSTICA AM 24 1 15 40 60% 63% TRANSPACIFICO TRANSPORTES AC 0 0 0 0 TRANSPACIFICO TRANSPORTES RO 5 0 17 22 23% 23% 5 0 17 22 23% 23% TRANSPACIFICO TRANSPORTES - Total TRANSPORTES BERTOLINI LTDA AP 11 0 3 14 79% 79% TRANSPORTES BERTOLINI LTDA PA 23 1 3 27 85% 89% TRANSPORTES BERTOLINI LTDA RR 0 0 0 0 TRANSPORTES BERTOLINI LTDA – Total 34 1 6 41 83% 85% Total NORTE 63 2 38 103 61% 63% 2. Região Nordeste Transportadora UF No Prazo Até D+2 Atraso Total NS % ND (D+2)% MASTER LOGISTICA & SERVICOS LTDA CE 68 4 7 79 86% 91% TRANSPORTADORA BELMOK LTDA. BA 2 0 0 2 100% 100% MODO LOGISTICA LTDA AL 2 0 2 4 50% 50% MODO LOGISTICA LTDA BA 93 16 39 148 63% 74% MODO LOGISTICA LTDA PE 8 1 5 14 57% 64% MODO LOGISTICA LTDA SE MODO LOGISTICA LTDA Total 0 0 0 0 103 17 46 166 62% 72% TERMACO TERM MAR CONT SERV AC MA 6 0 1 7 86% 86% TERMACO TERM MAR CONT SERV AC PB 5 5 3 13 38% 77% TERMACO TERM MAR CONT SERV AC PI 13 0 3 16 81% 81% TERMACO TERM MAR CONT SERV AC RN 4 0 2 6 67% 67% TERMACO TERM MAR CONT SERV AC Total 28 5 9 42 67% 79% Total NORDESTE 201 26 62 289 70% 79% 3. Região Centro Oeste Transportadora UF No Prazo Até D+2 > D+2 Total NS % ND (D+2)% RAPIDO 900 DE TRANSP. RODOV. L DF 38 22 29 89 43% 67% RAPIDO 900 DE TRANSP. RODOV. L GO 31 4 6 41 76% 85% RAPIDO 900 DE TRANSP. RODOV. L TO 6 0 0 6 100% 100% 75 26 35 136 55% 74% 0 0 0 0 RAPIDO 900 DE TRANSP. RODOV. L Total REC -TRANSP. LTDA GO 87 RAPIDO TRANSPAULO LTDA. MS 7 5 6 18 39% 67% RAPIDO TRANSPAULO LTDA. MT 18 6 10 34 53% 71% RAPIDO TRANSPAULO LTDA. Total 25 11 16 52 48% 69% Total CENTRO OESTE 100 37 51 188 53% 73% 4. Região Sudeste Transportadora UF No Prazo Até D+2 > D+2 Total NS % ND (D+2)% EXATO TRANSPS LTDA SP 234 42 221 497 47% 56% EXPRESSO MARANATA LTDA SP 42 1 0 43 98% 100% MOSCA LOGÍSTICA LTDA. SP 249 62 216 527 47% 59% R D R TRANSPORTES LTDA SP 42 6 20 68 62% 71% INTERAX TRANSPORTE E LOGÍSTICA LTDA. SP 0 0 0 0 REC -TRANSP. LTDA MG 180 100 60 340 53% 82% RAPIDO 900 DE TRANSP. RODOV. L RJ 65 104 163 332 20% 51% TRANSPORTADORA BELMOK LTDA. SP 1 0 4 7 20% 20% LIPPAUS LOGÍSTICA LTDA. ES 41 32 6 79 52% 92% LIPPAUS LOGÍSTICA LTDA. SP 5 0 0 5 100% 100% LIPPAUS LOGÍSTICA LTDA. Total 46 32 6 84 55% 93% Total SUDESTE 859 347 690 1.898 45% 64% 5. Região SuL Transportadora UF No Prazo Até D+2 > D+2 Total NS % ND (D+2)% EXPRESSO CONVENTOS LTDA RS 178 26 36 240 74% 85% EXPRESSO CONVENTOS LTDA SC 54 20 66 140 39% 53% 232 46 102 380 61% 73% 96 34 62 192 50% 68% 328 80 164 572 57% 71% 1.551 492 1.005 3.050 51% 67% EXPRESSO CONVENTOS LTDA Total TRANSPORTADORA MINUANO LTDA Total Sul Total Geral PR Tabela 10 - Desempenho Transportadores Fonte: Logística DUCOCO Alimentos Observa-se na medição acima, que o nível de serviço geral do mês de dezembro de 2008 não correspondia ao ideal indicado pela empresa que corresponde ao target de 98%. 88 No gráfico abaixo, segue como comparação o indicador do ano de 2005, referente ao nível de serviço. 70% 60% 65% 56% 65% 56% 60% 47% 50% 56% 46% 50% 40% 46% 39% 46% 31% 30% 26% 33% 33% 21% 20% 15% 10% OUT/04 NOV/04 % FAT DuCÔCO DEZ/04 JAN/05 % ENTREGA DuCÔCO Figura 39 - Nível de serviço 2005 Fonte: Logística DUCOCO Alimentos FEV/05 MAR/05 % NÍVEL ATENDIMENTO 89 No gráfico abaixo, se mostra o nível de serviço da empresa em clientes especiais no ano de 2005, nota-se que em grandes redes, como no exemplo Nestlé e Pão de Açúcar, os níveis de serviço exigidos são acima de 80% no mínimo. Figura 40 - Nível de Atendimento – Clientes especiais Fonte: Logística DUCOCO Alimentos 90 Abaixo outro gráfico referente ao ano de 2008 que corresponde ao nível de serviço total Brasil, separados por prazos que são medidos, começando pelo prazo correto, depois o prazo mais dois dias de atraso, o prazo mais Três a Cinco dias de atraso e assim sucessivamente. Figura 41 - Nível de serviço total Fonte: Logística DUCOCO Alimentos Nota-se que o único prazo que sofre significativas alterações é o da cor verde correspondente a entrega no prazo, os demais não sofrem grandes alterações devido serem mais fáceis de atingir, bem como, tratar-se de uma forma de não prejudicar o fornecedor de transporte, não considerando somente as entregas no prazo e sim abrindo o leque de avaliação para que se observe a fundo a evolução desse. 91 Já na tabela abaixo se mostra o indicador de qualidade de desempenho do ano de 2010 em comparação a 2009 mostrando que o ano de 2009 já apresentava melhorias significativas em relação ao ano anterior mostrado nos gráficos acima. Figura 42 - Desempenho 2009 e 2010 no prazo Fonte: Logística DUCOCO Alimentos 92 No gráfico abaixo segue desempenho comparativo do prazo D + 2 dos anos de 2010 e 2009 se comparados aos gráficos acima se vê também uma melhora em relação ao anos de 2008 inclusive neste prazo. Figura 43 - Desempenho 2009 e 2010 prazo D+2 Fonte: Logística DUCOCO Alimentos 93 Nota-se que no ano de 2009 a meta do prazo D + 6 foi atingida e mantida a partir do mês de junho. Figura 44 - Desempenho 2009 e 2010 prazo D+6 Fonte: Logística DUCOCO Alimentos 94 3.11.3 - Indicadores de Custos – Devolução- Custos Nesta parte da análise serão demonstrados indicadores referentes a custos logísticos da empresa DUCOCO Alimentos, esses indicadores englobam desde controle de devolução calculado diariamente em valores reais, e por fim os custos puros que englobam custos de distribuição, custos de transferências, custos de armazenagem e custos totais. Nas tabelas e gráficos a seguir, é demonstrado às composições dos custos logísticos da empresa. Observa-se que no ano de 2004 e 2005, os custos com fretes de devoluções eram os mais significantes, seguido por reentregas e diárias (estadias de caminhões em clientes). INEFICIÊNCIA 2004 DuCÔCO FRETE R$ REAL FRETE R$/ KG REAL 25.903,67 0,014 Reentregas 10.540,67 41% 0,006 43% Devolução 14.711,33 57% 0,008 57% Diária 651,67 3% 0,000 1% MENINA 19.101,67 0,023 Reentregas 6.690,00 35% 0,008 35% Devolução 8.354,33 44% 0,010 43% Diária 4.057,33 21% 0,005 22% Tabela 11 - Ineficiência 2004 Fonte: Logística DUCOCO Alimentos Diária 3% Devo lução 57% Figura 45 - Ineficiência 2004 Fonte: Logística DUCOCO Alimentos Reentregas 41% 95 IN E F IC IÊ N C IA 200 5 FRETE R$ R E AL DuCÔ CO F R E T E R $/ K G % R E AL 5.190,00 29% 0,003 30% 11.418,33 1.238,00 64% 7% 0,006 0,001 60% 10% 1 7.8 46 ,33 R eentregas D evolução D iária M E N IN A % 0,01 0 7.8 36 ,00 0,00 9 R eentregas 2.367,00 30% 0,003 33% D evolução 2.677,33 34% 0,003 33% D iária 2.791,67 36% 0,003 33% Tabela 12 - Ineficiência 2005 Fonte: Logística DUCOCO Alimentos Diária 7% Reentregas 29% Devo lução 64% Figura 46 - Ineficiência 2005 Fonte: Logística DUCOCO Alimentos V A R IA Ç Ã O - 2 0 0 4 / 2 0 0 5 DuCÔ CO M E N IN A -3 1 % -5 9 % Tabela 13 - Variação 2004-2005 Fonte: Logística DUCOCO Alimentos Nesta época a Ducoco ainda estava em processo de transição, pois havia acabado de comprar a marca Menina, atualmente os indicadores não medem mais separadamente por marcas e sim agrupados pelo grupo Ducoco. 96 Abaixo, temos os custos gerais logísticos da empresa. Comparando-se o ano de 2007 a 2008, observa-se um aumento geral nos custos em relação á esse anos. Total Arma zena gem (1) Total Armazenagem Média 2.007 2.008 0,84 126,68 0,84 126,68 Ago 132,59 132,59 Set 139,53 139,53 Out 135,92 135,92 ORÇADO 115,00 115,00 Devol uções Reentrega Di á ri a s Inefi ci ênci a (2) Mul ta s Atra s o Entrega s 13,70 13,38 1,21 -7,87 0,00 18,31 1,60 8,60 10,91 1,83 29,27 9,24 5,74 22,78 0,39 9,93 11,26 5,45 24,36 0,01 15,10 11,20 3,00 18,00 0,00 11,75 15,07 4,32 12,18 0,23 -3,35 3,87 1,32 -5,82 0,23 18,20 5,68 6,82 14,31 1,62 nov/08 REAL VAR. R$ 156,42 41,42 156,42 41,42 VAR. % 36% 36% -22% 35% 44% -32% 0% Total Frete Ineficiência 20,42 46,64 41,26 67,41 51,01 47,30 43,54 -3,76 -8% Pa l eti za çã o Ca pa ta zi a Cros s Docki ng 16,67 2,72 7,38 14,59 3,82 11,05 18,03 13,06 2,38 19,84 2,00 0,00 12,21 2,04 0,34 20,00 2,00 0,00 26,02 2,49 0,00 6,02 0,49 0,00 30% 24% 0% Total Serviços 26,77 18,83 33,46 21,84 14,59 22,00 28,51 6,51 30% Total 48,03 192,15 207,31 228,78 201,52 184,30 228,47 44,17 24% (1) Ref. Média de 2008 - A partir de Maio (2) Ref. Média de 2007 -Valor contabilizado errado. Tabela 14 - Custos gerais logísticos 2007/2008 Fonte: Logística DUCOCO Alimentos 97 Abaixo temos como forma de comparação os custos gerais logísticos no ano de 2010. Veja que, se comparado a 2007 e 2008, houve também um aumento geral nos custos, isso se deve ao fato de a empresa estar faturando mais nesse ano desde 2009, fazendo com que haja mais entregas e mais clientes para entregar. Dessa maneira, observa-se variação também no orçamento da empresa. 2010 jan/10 P1/P2 Real Dif Jan. P1 REAL VAR. R$ VAR. % 21.155,58 1.403,00 1.341,29 156,48 19.814,29 1.246,52 1.341,29 156,48 1.826,47 120,92 1.341,29 156,48 485,18 (35,56) -27% 29% 1.403,00 241,14 1.161,86 156,48 120,92 156,48 (35,56) 29% 144,00 13,73 -130,27 13,73 12,00 13,73 (1,73) 14% Reentrega 96,00 2,68 -93,32 2,68 8,00 2,68 5,32 -67% Diárias 72,00 2,02 -69,98 2,02 6,00 2,02 3,98 -66% Ineficiência 60,00 7,13 -52,87 7,13 5,00 7,13 (2,13) 43% 372,00 25,57 -346,44 25,57 31,00 25,57 5,44 -18% Paletização 180,00 20,63 -159,37 20,63 15,00 20,63 (5,63) 38% Operação Pallet ( operador ) 420,00 3,21 -416,79 3,21 35,00 3,21 31,79 0% 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 100% 24,00 0,00 (24,00) 0,00 2,00 0,00 2,00 100% 24,00 2,86 -21,14 18,00 4,12 -13,88 2,86 4,12 2,00 1,50 2,86 4,12 (0,86) (2,62) 43% 0% 666,00 30,83 -635,17 30,83 55,50 30,83 24,67 -44% 2.441,00 297,54 (2.143,47) 212,87 207,42 212,87 (5,46) 3% Armazenagem Ton. Armazenagem Vlr. Total Armazenagem Devoluções Total Frete Ineficiência Fretes Inativos Entregas fora do prazo(multa / debitos de Capatazia Cross Docking Total Serviços Total Tabela 15 - Custos gerais logísticos 2010 Fonte: Logística DUCOCO Alimentos 98 Abaixo temos a tabela aberta do ano de 2008 com relação aos custos que correspondem a distribuição mais mercado. Em seguida temos a planilha do ano de 2010 para comparação, observa-se novamente aumento nos custos em relação aos anos anteriores. jun/08 Valor Frete Kg Ton. Custo Distribuição Grupo Volumes Exportação Volumes Óleo de Coco+Torta Cliente retira Total Volumes Exp + Óleo 2.233,0 508,653 Ton. jul/08 Valor Frete Kg Ton. ago/08 Valor Frete Kg Ton. set/08 Valor Frete Kg Ton. 0,228 2.616,0 655,442 0,251 2.507,3 552,132 0,220 2.706,8 621,876 271,8 40,7 74,4 387,0 243,5 77,8 123,8 445,1 136,9 141,0 203,3 481,2 328,5 106,0 434,5 0,230 3.114,9 65,7 90,2 114,7 270,6 Custo Distribuição Líquido 1.798,4 508,65 0,283 2.229,0 655,44 0,294 2.062,2 552,13 0,268 2.225,6 621,88 0,279 2.844,3 Distribuição CD SP Distribuição CD Linhares Distribuição CD Itapipoca Frete Distribuição Grupo 870,5 241,841 850,9 260,112 35,7 6,70 1.757,1 508,65 0,278 1.132,4 283,329 0,306 1.092,5 363,509 0,188 45,8 8,60 0,289 2.270,7 655,44 0,250 1.104,7 267,61 0,302 934,0 261,19 0,188 97,7 23,33 0,289 2.136,4 552,13 0,242 1.303,0 315,306 0,280 918,5 276,994 0,239 148,5 29,58 0,258 2.370,0 621,88 0,242 1.427,5 0,302 1.176,6 0,199 201,6 0,262 2.805,8 Transferência - ES x SP Transferência - ES x CE 870,5 166,18 0 0 0,191 1.132,4 215,158 0 0 0 0,190 1.104,7 172,778 0 52,7 15,39 0,156 1.303,0 207,177 0,292 13,4 2,85 0,159 1.427,5 0,212 73,6 Frete Mercado SP Frete Mercado CE 870,5 408,02 35,7 6,70 0,469 1.132,4 498,49 0,188 45,8 8,60 0,440 1.104,7 440,39 0,188 97,7 38,72 0,399 1.303,0 522,48 0,396 148,5 32,43 0,401 1.427,5 0,218 201,6 0,384 2.270,7 25% 0,383 2.136,4 25% 0,347 2.370,0 13% 0,351 2.805,8 14% Frete Mercado Grupo % variação s/abril 1.757,1 674,8 870,6 740,3 831,9 Tabela 16 - Custo distribuição 2008 Fonte: Logística DUCOCO Alimentos P2 1.826,5 Distribuição CD SP Distribuição CD Linhares 999,3 Distribuição CD Itapipoca 326,5 Frete Distribuição Grupo 3.152,3 Ton. Real. 1.341,3 1.052,8 301,6 2.695,7 Dif. 485 -54 25 457 P2 376,8 254,0 85,9 716,7 Valor Real. 237,4 276,9 74,1 588,4 Dif. 139,3 -22,9 11,8 128,3 P2 0,206 0,254 0,263 0,227 Frete Kg Real. 0,177 0,263 0,246 0,218 1.498,9 Transferência - ES x SP Transferência - ES x CE 111,3 Transferência - CE x ES 1.212,6 Frete Transferência Grupo2.822,9 1.289,1 82,8 1.112,9 2.484,8 210 29 100 338 203,9 26,2 166,1 396,1 174,2 19,2 153,4 346,8 29,6 7,0 12,8 49,3 0,136 0,235 0,137 0,140 0,135 0,232 0,138 0,140 -0,001 -0,003 0,001 (0,001) -1,1 -0,3 0,9 -1,9 Total 5.180,5 795 1112,8 935,2 177,6 0,186 0,181 (0,006) -26,3 5.975,2 Tabela 17 - Custo distribuição 2010 Fonte: Logística DUCOCO Alimento Dif. Ganho/ Perda -0,029 -39,3 0,009 9,3 -0,017 -5,3 (0,009) -24,4 99 Abaixo, temos gráfico representativo do frete por tonelada no ano de 2008 e na seqüência o do ano de 2010 para comparação. Custos Frete - R$ / ton 400 384 383 367 375 347 351 350 325 306 300 313 346 308 301 289 285 289 275 258 262 257 250 jan/08 fev/08 mar/08 abr/08 Frete Distribuição mai/08 Frete Distr/Transf . Figura 47 - Custo frete por tonelada 2008 Fonte: Logística DUCOCO Alimentos Figura 48 - Custo frete por tonelada 2009/2010 Fonte: Logística DUCOCO Alimentos jun/08 jul/08 ago/08 set/08 out/08 100 Fazendo - se uma comparação entre os gráficos que mostram os anos desde 2007 até 2010, observa-se que os custos com distribuição diminuíram no decorrer dos anos, isso significa eficiência logística. Abaixo, temos os gastos com os fretes de transferências entre unidades. Observa-se no gráfico abaixo o ano de 2008 com os custos de transferências entre Espírito Santo para São Paulo. 250 225 200 191 190 186 175 156 159 133 133 159 150 125 133 133 133 127 100 mai/08 jun/08 jul/08 custo real Figura 49 - Transferências ES X SP – Custos 2008 Fonte: Logística DUCOCO Alimento ago/08 custo padrão set/08 out/08 101 Observa-se novamente redução se compararmos os dois gráficos com relação aos custos de transferências entre unidades levando em consideração somente as Transferências do Espírito Santo para São Paulo. O ano de 2008 apresentava o custo por tonelada em torno de 0,150 e em 2009 os valores ficaram em torno de 0,125. Figura 50 - Transferências ES X SP – Custos 2009/2010 Fonte: Logística DUCOCO Alimento 102 Abaixo, temos os custos com ociosidade nos carregamentos de transferências entre as unidades do Espírito Santo para São Paulo, ou seja, se os carregamentos ocorrerão de forma correta utilizando totalmente a carreta não restando nenhum espaço, pois, esse espaço ocioso, no fim das contas, representará perda de eficiência Logística. 80.000 70.000 60.000 50.000 40.000 30.000 20.000 10.000 - 67.656 53.550 54.288 53.243 30.812 7.544 7.028 7.943 3.970 72 54 52 56 Mai J un J ul A go K g/ veíc ulo 29.599 V alor 5.113 4.227 53 82 S et O ut Nr. V eic ulos Figura 51 - Custo Ociosidade – ES x SP 2008 Fonte: Logística DUCOCO Alimentos 10.000 9.468 5.000 62 52 48 54 60 49 39 49 Mar Abr Mai Jun Jul Ago 63 67 67 54 Set Out Nov Dez Jan. (5.389) Fev (2.174) (5.646) (5.000) (8.034) 50 (10.000) (8.311) (10.117) (14.829) (12.745) (15.000) (15.649) (16.731) (20.000) 2009 Figura 52 - Custo Ociosidade – ES x SP 2009/2010 Fonte: Logística DUCOCO Alimentos 2010 (16.715) (17.850) 103 Novamente, faz-se a comparativa entre os gráficos e observa-se que houve redução nos custos com ociosidade nas transferências entre as unidades de São Paulo e Linhares, dessa forma, entende-se que os carregamentos estão sendo feitos de maneira correta reduzindo os custos e preenchendo de maneira correta toda a carreta de transferência. A partir de agora, os indicadores que se seguem refere-se às devoluções da empresa, ou seja, produtos que estão por vir para empresa. Existem dois tipos de devolução, que são: • Materiais impróprios para consumo - estragado, vencido, avariado. • Materiais Próprios para Consumo – Erro no pedido, cliente não pediu produto, faturamento duplicado etc. Na tabela abaixo, se mostra o indicador referente à devolução abaixo, tem-se as devoluções desde ano de 2006 até 2008 e comparados com o faturamento em cada mês, ou seja, quanto em porcentagem do faturamento da empresa é devolução. Mês JAN. FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ 2006 % 0,29% 0,23% 0,34% 0,23% 0,29% 0,47% 0,28% 0,25% 0,41% 0,48% 0,31% 0,32% 0,33% 2006 % Devoluções 2009 -2010 JAN. 0,29% FEV 0,23% MAR 0,34% ABR 0,23% MAI 0,29% JUN 0,47% JUL 0,28% AGO 0,25% SET 0,41% OUT 0,48% NOV 0,31% DEZ 0,32% 0,33% Mês 2007 % 0,34% 0,20% 0,28% 0,15% 0,82% 0,54% 0,27% 0,66% 0,22% 0,37% 0,29% 0,28% 0,37% 2008 % 0,64% 0,23% 0,61% 0,31% 0,27% 0,56% 0,60% 0,39% 0,52% 0,38% 2007 % 0,34% 0,20% 0,28% 0,15% 0,82% 0,54% 0,27% 0,66% 0,22% 0,37% 0,29% 0,28% 0,37% 2008 % 0,64% 0,23% 0,61% 0,31% 0,27% 0,56% 0,60% 0,39% 0,52% 0,38% Mês JAN. FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ 0,45% 0,45% Mês JAN. FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Fat_Bruto (R$) 11.288.393 11.129.770 10.437.692 10.003.734 11.648.231 10.040.665 11.312.945 10.829.414 12.473.676 14.585.000 Devoluções (R$) 71.703 25.177 63.569 30.570 30.922 56.657 68.031 42.532 64.270 54.781 113.749.520 508.212 Fat_Bruto (R$) 11.288.393 11.129.770 10.437.692 10.003.734 11.648.231 10.040.665 11.312.945 10.829.414 12.473.676 14.585.000 Devoluções (R$) 71.703 25.177 63.569 30.570 30.922 56.657 68.031 42.532 64.270 54.781 113.749.520 508.212 104 2.009 Mês JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ R$ (mil) 76 88 102 131 155 94 54 76 60 78 84 75 2.010 R$ (mil) 220 Tabela 18 - Devoluções 2006-2008 e 2009/2010 Fonte: Logística DUCOCO Alimento Se comparadas as duas tabelas, nota-se que houve aumento no valor de devolução em trânsito para a empresa, mostrando ineficiência logística, ou algum problema relacionado aos clientes, pois, devolução trata-se de, em sua grande parte, problemas logísticos ou comerciais com clientes. Abaixo, temos o gráfico representando a evolução do nível de devolução no ano de 2009. Verifica-se a variação para menor em relação ao mês anterior, o fechamento do ano de 2009, como se observou anteriormente, não foi bom em relação a esse indicador. Figura 53 - Nível devolução 2009 Fonte: Logística DUCOCO Alimentos 105 Abaixo, temos o gráfico finalizado do ano de 2009 da relação faturamento versus devoluções. Nota-se que, em média, 2% do faturamento se torna devolução. Logo após, o gráfico atual do indicador devolução versus faturamento. Observa-se crescimento no percentual da devolução em relação ao valor faturado, demonstrando um crescimento no nível de devolução, inclusive no ano de 2010. Figura 54 - Faturamento X Devolução 2009/2010 Fonte: Logística DUCOCO Alimento 106 Nota-se que um dos grandes problemas enfrentado pela empresa há anos se trata do nível de devolução, os indicadores sempre apresentaram números elevados e acima do target estabelecido pela empresa, que é de apenas 1% de devolução referente ao faturado mês. 107 Conclusões A presente pesquisa se propôs a estudar os indicadores de desempenho da área de logística da empresa Ducoco Alimentos, através da comparação dos indicadores externos e internos, bem como verificar os reais motivos do alavancamento do faturamento da empresa nos anos de 2008 a 2009. Diante do exposto chega-se a conclusão de que o objetivo da pesquisa foi atingido de acordo com o que foi estabelecido nos objetivos gerais e específicos. A avaliação dos indicadores, tantos externos quanto internos, mostrou à empresa que houve significante melhoria na área da logística, entretanto, não somente a melhoria interna, mas o mercado de coco no Brasil vem apresentando grande avanço no decorrer dos anos, sendo assim, o aumento nas vendas foi de uma maneira geral ocorrida em todo o mercado, comprovada através dos artigos, nos anexos dessa pesquisa, que demonstram a movimentação do mercado nos anos aqui estudado. Constatou-se que a logística influenciou o aumento das vendas da empresa nos respectivos anos. Contudo, não se chega à conclusão se realmente a logística foi o diferencial naqueles anos, pois, como o mercado como um todo estava aquecido, entende-se que, independente do processo ter sido melhorado, o aumento das vendas independeria do sucesso logístico. Primeiramente, foi feito uma revisão teórica a respeito dos conceitos relacionados ao mundo logístico, passando por etapas como transporte, armazenagem, custos, Supply Chain e por fim indicadores de desempenho logísticos (KPIS Na segunda etapa, foi feito o estudo de caso da empresa Ducoco Alimentos como forma de verificação prática da utilização dos indicadores como forma de avaliação e gestão, cabendo-se ao estudo dos indicadores da companhia de uma maneira geral. chegando-se a conclusão que indicadores como custos e nível de serviço já seriam o suficiente para avaliar de forma concisa como se delineou a logística nos últimos anos da empresa versus o faturamento da companhia, muitos dos indicadores operacionais usados na logística da empresa encontram-se na parte de apêndices dessa pesquisa. 108 Houve-se, não somente foco na em bases teóricas tradicionais, mas, também, se utilizou materiais de artigos e consultorias especializadas no assunto, a fim de que, dessa maneira, se conseguisse chegar o mais próximo possível das teorias versus a prática do tema. Os indicadores que foram utilizados relacionados à empresa foram conseguidos pelo próprio autor por ser um funcionário da empresa em estudo, sendo assim, números reais e confidencias a companhia, somente liberados porque foi entendido por parte dessa que se tratava somente de utilização acadêmica dos números, não apresentando perigo com relação as informações aqui expostas. Esses indicadores foram conseguidos no decorrer dos anos de 2009 e 2010 período a qual foi desenrolada toda a pesquisa. Um dos pontos que mais se chama atenção na pesquisa é de que o mercado de coco não sofreu impacto no ano de 2009, sendo um ano em que houve uma crise mundial devido à quebra de bancos nos Estados Unidos, fazendo uma sugestão para pesquisas futuras, tendo como foco o estudo comparativo do impacto da crise de 2009 na indústria do coco mundial, não se fechando somente ao universo brasileiro, mas, estudando o mercado de maneira genérica, a fim de constatar se houve impacto em alguma parte do mundo no mercado de coco. Outro ponto que ficou evidenciado foi o aumento contínuo do nível de devolução da empresa em estudo, sendo um dos indicadores mais problemáticos atualmente na empresa, fazendo com que despertasse no autor o desejo de entender os reais motivos que fazem com que esse indicador esteja subindo de maneira agressiva, e verificar se isso ocorre em todo o mercado de coco ou somente na empresa em estudo. Outra sugestão aqui deixada é que essa pesquisa sirva de referencia como benchmarking para outros estudos a respeito de indicadores logísticos na área do varejo, e bens de consumo, mas principalmente em empresas do mesmo setor. Cabe aqui ainda salientar a importância ocorrida no ano de 2006 para a empresa, no qual foi transferida a Fábrica da cidade de São Paulo para Linhares no Espírito Santo, devido a um incentivo fiscal. Diante do ocorrido, cabe aqui reforçar mais uma possibilidade de estudo sobre o tema, entender em termos de custos, se foi vantajoso 109 para a empresa a mudança de estado da fábrica, para que dessa maneira se tenha algum referencial a respeito de incentivos fiscais na indústria de coco. Nos anexos dessa pesquisa, encontra-se um artigo relatando a época em que foi mudada a Fábrica da empresa e suas conseqüências. Continuando no mesmo pensamento, deixa-se aqui mais uma idéia de pesquisa futura, que é ampliar a avaliação dos indicadores para os outros elos da cadeia do coco, fazendo com que dessa forma se consiga enxergar toda a cadeia do coco, desde a extração da matéria prima, até o serviço de devolução, tentando, assim, encontrar algum ganho que seja possível na cadeia como um todo. 110 Referencias Bibliográficas ANGELO, Lívia B. Indicadores de Desempenho Logístico. Florianópolis: GELOGUFSC, 2005. BALLOU, Ronald. H. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos. Porto Alegre: Bookman, 2001. ________________. Logística Empresarial. São Paulo: Atlas, 1995. BASTOS, Isabela Deschamps. Avaliação de Desempenho Logístico no Serviço de Transporte Rodoviário de Cargas – Um Estudo de Casos no Setor de Revestimentos Cerâmicos. Florianópolis: UFSC, 2003. BOWERSOX, Donald J.e CLOSS, David J. Logística Empresarial: O Processo de Integração da Cadeia de Suprimento. São Paulo: Atlas, 2001. 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Ribeirão Preto: Sociedade Brasileira de Economia e Sociologia Rural, 2005. GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002. ILOS COPPEAD. Disponível em: http://www.ilos.com.br/site/index.php?option=com_content&task=blogcategory&id=4 &Itemid=279. Acesso em 15 nov. 2009. LAMBERT, Douglas M.; STOCK, James R.; VANTINE, José Geraldo. Administração Estratégica da Logística. São Paulo: Vantine Consultoria, 1998 MARCONI, M.A.;LAKATOS, E.M. Metodologia Cientifica. 3º Ed.São Paulo: Atlas 2007. MARTINS, Elizeu – Contabilidade de Custos – Atlas - 2003 . NEVES, Marco Antônio Oliveira. Dez características de um bom KPI. Disponível em: http://www.tigerlog.com.br/logistica/docs/art031.asp. Acesso em 20 nov. 2009. Indicadores de Desempenho em Logística. Disponível em: http://www.guiadotrc.com.br/logistica/indicadores_desempenho_logistica.asp. Acesso em 20 nov. 2009. PUC-RJ. Disponível em: www.puc-rio.br/. Acesso em 29 nov. 2009. REY, Maria Fernanda. 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R$ SEMANAL Adriano 181,00 193,00 Distribuição Linhares R$ SEMANAL Adriano 259,00 238,00 Distribuição Itapipoca R$ SEMANAL Adriano 238,00 271,00 Distribuição Barueri R$ SEMANAL Adriano 195,00 223,00 Transferencia CE x ES R$ SEMANAL Adriano 143,00 145,00 Transferencia ES x CE R$ SEMANAL Adriano 220,00 230,00 Transferencia ES x SP R$ SEMANAL Adriano 130,00 140,00 Nivel de Serviço % SEMANAL Adriano 96% 94% Itapipoca % SEMANAL Adriano 95% 94% Linhares % SEMANAL Adriano 88% 94% Barueri % SEMANAL Adriano 97% 94% Custos Logísticos R$ SEMANAL Adriano Custos de Distribuição R$ SEMANAL Adriano Devolução Transportadora > 10 Dias Unid DIARIO Adriano 25 - Debito Transportadora > 30 Dias Unid SEMANAL Adriano 158 - Faturas Vencidas Unid DIARIO Adriano - - Baixas diárias R$ DIARIO Adriano R$ R$ 153.029,00 591.619,98 GOL R$ 77.148,00 R$ 152.000,00 114 ANEXO –B DuCôco transfere fábrica de São Paulo para o Espírito Santo da Folha Online A empresa de alimentação DuCôco, uma das líderes na fabricação de derivados de coco, vai transferir sua unidade de Santo Amaro (zona sul da capital) para a cidade de Linhares, no Espírito Santo. A produção em São Paulo, que envolve gelatinas, funciona até o dia 2 de outubro. A unidade tem 150 funcionários, sendo metade da produção e a outra de administração, que permanecerá em São Paulo, na região da avenida Paulista. Os trabalhadores da produção poderão optar entre o PDV (programa de demissão voluntária) ou a transferência com a empresa. O gerente de RH da DuCôco, Carlos Eduardo Pereira, disse que a empresa está formatando um pacote de auxílios para quem quiser se desligar ou preferir se mudar com a empresa. Segundo Carlos Augusto Gomes, diretor do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Alimentação, a assembléia que decidirá sobre o PDV ou transferência será realizada na manha desta terça-feira. Entre os motivos para a mudança de Estado, segundo Pereira, está a isenção fiscal concedida por Linhares e proximidade geográfica com a outra unidade da empresa, em Itapipoca, no interior do Ceará. A DuCôco tem 24 anos de existência e 1.500 funcionários em todo o país. 115 ANEXO – C Brasil Alimentos OnLine n°299 - 21/5/2007 ALIMENTOS Ducoco investe R$ 25 milhões em unidade no ES A Ducoco investirá R$ 25 milhões na construção de uma fábrica no município de Linhares (ES). Além de recursos próprios, a companhia contará com financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do Banco do Nordeste (BNB). A Ducoco informa que substituirá a produção que era feita na unidade de São Paulo. Na capital paulista, a companhia produzia achocolatados, refrescos em pó, gelatinas, pudins, mousses e misturas para bolo. A novidade na fábrica capixaba será a produção de gelatinas direcionadas para o público infantil, com menor quantidade de açúcar. Para o verão de 2008, a Ducoco prepara o lançamento de água de coco com polpa de frutas, que já é produzida para o mercado externo. 116 ANEXO – D Ducoco investe em modernização Com exportação para 24 países, a Ducoco aposta em modernização para garantir sua presença no mercado. A companhia, que completa 25 anos em novembro, possui unidades fabris no Ceará e Espírito Santo e é uma das maiores exportadoras de água de coco do País 24 Set 2007 - 00h35min A Ducoco Alimentos, empresa que possui sete fazendas e duas unidades fabris no Ceará (Itapipoca) e Espírito Santo (Linhares), completa 25 anos em novembro com o desafio de iniciar uma nova etapa. Para tanto está investindo em mudanças estruturais e apostando em um completo processo de modernização, inovação e desenvolvimento. A companhia distribui seus produtos em todo o território nacional e atende o mercado externo, sendo uma das maiores exportadoras de água de coco do País. A Ducoco foi a primeira empresa no Brasil a ser certificada pela FDA (Food and Drugs Administration), dos Estados Unidos (EUA). Atualmente, exporta para 24 países, entre eles EUA, Japão, Portugal, Espanha, Alemanha, Irlanda, Uruguai, Argentina, Áustria, Austrália, Canadá, Venezuela e Itália. A fábrica de Linhares, no Espírito Santo, que vai começar a operar com a capacidade total em novembro, faz parte do processo de mudança na estrutura organizacional da empresa. Esta nova fase inclui a criação de um conselho administrativo e de diretorias, como a de marketing, com a participação de renomados executivos do mercado. Atualmente, a empresa tem uma forte participação no mercado nacional em produtos derivados de coco (40%), de água de coco (20%) e de misturas e sobremesas (23%). O volume de produção da Ducoco Alimentos é de seis milhões de litros de água de coco por ano e de 8,4 milhões de litros de leite de coco por ano. Também produz sete milhões de quilos de coco ralado, além de cinco milhões de quilos de misturas e sobremesas anualmente. A Ducoco, fundada em 1982 a partir de uma pequena plantação de coqueiros, tem uma atuação cada vez mais abrangente no ramo de alimentos. Além de produtos derivados do coco, produz linhas completas de sobremesas e refrescos em pó, com as marcas DuCOCO, Menina e Frutop. A fábrica de Itapipoca concentra todo o processamento de matéria prima e a produção de água de coco. Na planta localizada em Linhares, estão centralizadas as linhas de produção Ducoco, Menina e Frutop, além da finalização de todo processo industrial. Com um processo que se inicia no controle agrícola de suas plantações, a companhia informa que age em favor das comunidades onde está inserida por meio de ações pautadas na sustentabilidade do meio ambiente. Dentro da categoria de derivados de coco, a Ducoco oferece diferentes opções de coco ralado e leite de coco, além de água de coco, por meio das marcas Ducoco e Menina. A Frutop atua na categoria de sobremesas e bebidas semiprontas com o objetivo de levar praticidade para a rotina do consumidor. Com uma grande variedade de sabores, a marca assina produtos como gelatina, pudim, flan, maria-mole, mousse, sagu, quindim, brigadeirão, manjar, refresco, achocolatado, milk shake, entre outros. 117 ANEXO - E Ducoco Alimentos apresenta novidades na feira APAS - Gastronomia & Negócios por Redação Nesta edição da APAS, a Ducoco Alimentos anuncia importantes lançamentos da marca Frutop, com novidades na linha de sobremesas semiprontas e nas embalagens dos refrescos em pó, além da revitalização das embalagens do coco ralado Ducoco e achocolatado Chomax A ampliação da linha de sobremesas Delícias em Família, da marca Frutop, conta com o lançamento de Flans com calda pronta e de misturas para bolos especiais. A inédita linha de Flans (em tamanho grande) surge como uma opção de sobremesa leve com apresentação sofisticada. A calda pronta também é um diferencial do produto frente às opções já existentes no mercado. São três sabores disponíveis: leite condensado com calda de morango, três leites (leite de coco, leite condensado e creme de leite) com calda de frutas vermelhas e chocolate com calda de mashmallow (chocomallow). Já a linha de bolos especiais vem acompanhada de forminhas de papel, que possibilita prepará-los e servi-los em seis porções individuais. São produtos livres de aditivos, o que os torna fiéis à receita caseira. As opções são Bombocado e Petit Gateau, que também pode ser preparado como brownie. A linha Delícias em Família é composta por sobremesas práticas para servir à mesa e traz consigo a ideia de reunir a família e os amigos em momentos de confraternização. Além dos lançamentos, integram o portfólio Pudim de Leite com calda de caramelo, Manjar de Coco com calda de ameixa, Brigadeirão, Quindim, Mousse e Sagu. “As sobremesas semiprontas refletem uma forte tendência de mercado, quando, devido 118 à escassez de tempo, consumidores de todos os perfis precisam de praticidade na cozinha. Por conta disso investimos na ampliação dessa linha”, afirma Marcos Rosa, Presidente da Ducoco Alimentos. Os refrescos em pó da marca Frutop, assim como a linha de coco ralado da Ducoco e o achocolatado Chomax, ganharam nova roupagem, ficando mais modernos e sofisticados. As embalagens do Coco Ralado e Flocos de Coco trazem mais uma novidade ao consumidor: receitas exclusivas que ajudam a sofisticar a utilização do produto. “Desde o ano passado temos investido fortemente na revitalização das marcas da Ducoco Alimentos, e as novidades anunciadas hoje estão de acordo com o objetivo da empresa de se modernizar e atrair os consumidores com um amplo portfólio de produtos”, afirma Rosa. Água de Coco Em abril, a Ducoco Alimentos ampliou a sua linha de água de coco, com investimentos na ordem de R$3 milhões, possibilitando a entrada do formato de 1L, e também revitalizou as embalagens. Com esse lançamento, a empresa, que já contava com os formatos de 200ml e 330ml, passou a atender também o consumo dentro do lar. Como estratégia da empresa, o projeto gráfico das novas embalagens teve como objetivo desmistificar o conceito de que o consumo da água de coco está vinculado apenas à praia e ao verão, uma vez que a bebida já foi incorporada ao dia-a-dia dos consumidores por conta de seus benefícios nutricionais. O novo layout traz a imagem de um coco que acabou de ser cortado, ressaltando um de seus principais atributos: a refrescância. O nome do produto foi alterado para Água Ducoco, o que facilita a identificação da marca. A linha conta com grafismos em tons de verde, que remetem à natureza e envolvem toda a embalagem. Além disso, foram desenvolvidos ícones para destacar os principais benefícios do produto: Alto índice de Potássio e Zero Gordura. Sustentabilidade Responsabilidade ambiental também é uma preocupação da Ducoco Alimentos. A 119 empresa, que detém sete fazendas no Ceará, onde são colhidos 28 milhões de cocos por ano, utiliza todas as camadas do fruto em sua cadeia produtiva. A casca dura, também chamada de endocarpo, é aproveitada como combustível nas caldeiras, gerando o vapor necessário para o funcionamento da fábrica. Já a casca de “fora do coco” ou mesocarpo, é utilizada como fonte de nutrientes para o solo, para melhorar a qualidade das plantações da empresa. A polpa e a água são matérias-primas para a produção do leite de coco e do coco ralado e da Água Ducoco em caixinha, respectivamente. Desta forma, a Ducoco Alimentos aproveita todo o fruto, evitando desperdício e o descarte de material na natureza. Além do cuidado com o meio ambiente, a Ducoco Alimentos também se preocupa com o desenvolvimento de seus colaboradores. Em parceria com o Governo Federal, a empresa implementou em suas fazendas um programa de alfabetização adulta, que beneficia mais de 120 funcionários. “Nossas fazendas estão próximas a locais carentes e temos o dever social de contribuir com as comunidades onde estamos instalados. Com este projeto, plantamos uma semente que dará muitos frutos no futuro e impulsionará, inclusive, o desenvolvimento da nossa empresa”, comenta o presidente. 120 ANEXO – F Ducoco renova linha de gelatinas Frutop Além de mais saudável, nova gelatina possui embalagem divertida e estréia Frutopolino, o mascote que veio do espaço. São Paulo, 20 de setembro de 2007 – Pensando na saúde e bemestar de toda a família, a Ducoco Alimentos acaba de revitalizar sua linha de gelatinas da Frutop. O novo produto chega ao mercado com o conceito de “Doçura Equilibrada”, que faz dele mais saudável por não possuir quantidades excessivas de açúcar, porém mantém seu sabor destacado. A redução da quantidade de açúcar beneficia diretamente crianças e adultos que, com a ingestão do alimento com menor índice glicêmico, estarão menos suscetíveis a doenças como obesidade, diabetes, aumento da pressão arterial e colesterol. “A Ducoco acredita que uma boa alimentação está diretamente relacionada à qualidade de vida. Foi orientada por esse conceito que a marca Frutop passou por um processo de renovação, que buscou oferecer produtos relacionados ao bem-estar e à saúde que a alimentação correta proporciona”, afirma José Fontelles, Diretor Comercial da Ducoco. A embalagem também foi reformulada e está muito mais bonita e divertida, com a presença do Frutopolino. Jogos e passatempos conduzidos pelo simpático mascote que veio do espaço no verso do produto farão a alegria da criançada. “Frutopolino trouxe, além de muitas brincadeiras, o exclusivo sabor maçã-verde, mais um diferencial da nova gelatina Frutop”, brinca o Diretor. “Outra grande novidade é o sache da gelatina, que agora ‘conversa’ com o consumidor, trazendo dicas e esclarecimentos sobre saúde e qualidade de vida”, conta. Além do novo sabor maçã-verde, a gelatina Frutop vem nos sabores já tradicionais: framboesa, maracujá, morango, limão, abacaxi, cereja, frutas vermelhas e uva. Recomendada para pessoas de todas as idades, principalmente crianças, atletas e idosos, as gelatinas são uma forma prática, saborosa e saudável de preparar sobremesas, mousses, marshmallows, caramelos, tortas e o que mais a imaginação permitir. 121 ANEXO – G Salgados No próximo ano, a empresa se prepara para lançar uma linha de pratos salgados semiprontos, a exemplo do que já faz com as sobremesas, um segmento ainda novo que vem crescendo bastante. "Queremos ser uma reconhecidos como uma empresa de alimentos, não só de um produto específico. Por isso mudamos a razão social para Ducoco Alimentos", disse Rosa. "Temos interesse em produzir tudo o que tem nas prateleiras próximas dos nossos produtos. Estamos abertos a esses tipos de ampliações ou aquisições."Enquanto as primeiras linhas salgadas não começam, a Ducoco colhe agora o impulso deixado pelos investimentos que foram feitos nos últimos dois anos. Foram R$ 30 milhões aplicados na expansão de sua área agrícola, lançamento de produtos e melhorias em suas duas fábricas, localizadas em Itapipoca (CE) e Linhares (ES). Com isso, teve um ganho de 40% na capacidade de produção e já acumulou até abril um crescimento de 30% nas vendas, comparadas ao mesmo período de um ano antes. "Estamos começando a recolher o aumento que tínhamos programado com os investimentos feitos. Até 2006, tínhamos um potencial de vendas maior do que a nossa capacidade", afirmou o presidente da Ducoco. Segundo o executivo, o setor de alimentos sempre sofre impactos menores da economia, "seja para crescer, seja para cair. Fizemos um planejamento bem ousado e realmente não sentimos a crise", disse. Entre as inovações estão embalagens, um plano de fortalecimento das marcas, além das opções de água de coco em garrafa de um litro (antes 122 eram vendidas apenas em caixinhas individuais), flan semipronto e outras variações de sobremesas em pó. Planos Para 2009, o crescimento estimado pela empresa é de 28%, o que elevará sua receita dos atuais R$ 140 milhões, registrados em 2008, para R$ 180 milhões até o final deste ano. Verão movido a água de coco No canudinho, gelada no fruto verde, ela é um item obrigatório do verão nas praias brasileiras. Cada vez mais pedida no corre-corre da vida urbana, também desce gostosa no copo, na garrafa ou na caixinha cartonada, apresentações indispensáveis para a disputa de igual para igual com os refrigerantes. Embora seja uma gota no mar das bebidas não-alcoólicas, com menos de 2% do mercado, a água de coco conquista novos paladares ano a ano. Seu consumo in natura provoca, porém, efeito colateral sobre o meio ambiente: mesmo com ações de reciclagem, toneladas de cascas são jogadas nas ruas dos grandes centros e das cidades litorâneas. O plantio e a produção de coco só têm feito aumentar no Brasil, seja a sede, seja para gerar outros produtos. Adubada pelos ganhos de produtividade, a colheita mais do que dobrou em uma década, atesta o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De 967 milhões de cocos em 1997, colhidos em 231 mil hectares, o país saltou para 1,98 bilhões em 2006, em 290 mil hectares, cultivados por 224 mil agricultores de todos os portes. Do total de frutos, 70% são tirados verdes do coqueiro-anão, especialmente para aproveitamento da água. Os outros 30% são das variedades gigante e híbrida 123 – a primeira, com mais polpa, destinada à obtenção de leite e coco ralado; a segunda, de água e, depois, leite. Originária do sudeste asiático, a Cocos nucifera espalha-se por terras intertropicais de quase cem países, com mais de 11 milhões de hectares plantados. A Ásia concentra 80% da produção, que superou 55 milhões de toneladas em 2006. Indonésia, Filipinas e Índia respondem por 70% da oferta global. O coqueiro é fonte de sustento para milhões de asiáticos, substituindo a soja no óleo de cozinha e recebendo polpudos subsídios. Quarto no ranking, com 6% da colheita mundial, o Brasil ostenta um mercado sem igual para o fruto jovem do coqueiro-anão – graças ao sucesso da água, o país é o maior produtor de coco verde do planeta. Nos outros países, o forte é o coco maduro e seco das variedades gigante e híbrida. "Coco verde é coisa do Brasil. Nos anos 1990, o hábito de tomar a água se irradiou das praias do Rio de Janeiro para os outros estados. Hoje, o país todo a consome", diz o químico Philippe Mayer, gerente de projetos da empresa carioca Coco Verde, que manufatura produtos com a fibra do fruto. Há 12 anos pesquisando as utilidades do coco, ele visitou vários países produtores e não viu nada igual. O avanço da bebida sobre o paladar nacional, observa, foi impulsionado por fatores como a facilidade da oferta, típica da agricultura tropical, e a crescente valorização dos alimentos naturais.