TV a Cabo: Detecção de Vazamento de Sinais na Rede Este tutorial tem por objetivo abordar os aspectos teóricos e práticos da detecção de vazamento de sinais de Radiofreqüência nas redes de TV a Cabo. Esse tema é especialmente relevante, quando se considera a necessidade das operadoras atenderem as normas existentes para as suas redes, e este tutorial procura descrever um procedimento de detecção de vazamento de sinais de RF. Gianfranco Muncinelli Engenheiro Eletricista pela Universidade Federal de Santa Catarina, em 1995. Recebeu o título de Especialista em Engenharia Elétrica, concentração em Concepção e Análise de Dispositivos Eletromagnéticos, na mesma Universidade, em 1999. Especialista em Moderna Gestão Empresarial, também pela Universidade Federal de Santa Catarina, em 2000. Especialista em Telecomunicações pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná em 2002. Mestre em Ciências pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (ex CEFET-PR), área de concentração em Telemática, cujo tema da dissertação foi “Aplicação do Método das Linhas de Transmissão (TLM) no Estudo de Distúrbios Não Contínuos em Linhas Digitais Assimétricas de Assinante (ADSL)”, em 2006. Trabalhou na NET Florianópolis, operadora de TV a Cabo, com aspectos técnicos relacionados à TV a Cabo e Cable Modem. Trabalhou na Brasil Telecom no início da implantação de sistemas ADSL em Curitiba, PR, na operação da planta. Ainda em Curitiba, atuou como Coordenador do Centro de Operação e Manutenção de Comunicação de Dados (falha, desempenho, configuração e segurança) de redes de Comunicação de Dados (IP, determinísticas, frame relay, X-25 e internet) do Paraná. Atualmente continua na Brasil Telecom como Coordenador do Grupo de Suporte Nível 1 (First Call Resolution) de clientes Corporativos de Comunicação de Dados, no Centro Nacional de Operação, em Florianópolis, SC. É Professor Titular na UnC – Fundação Universidade do Contestado, ministrando aulas para Engenharia de Telecomunicações e Instrutor III no Centro de Tecnologia em Automação e Informática - CTAI/SENAI, ministrando aulas para a Especialização em Redes Corporativas: Gerência, Segurança e Convergência IP e para a Graduação em Tecnologia em Sistemas de Telecomunicações. Publicou diversos artigos, relacionados a TV a Cabo, ADSL, Teoria da Informação e Comunicação de Dados, em revistas especializadas nacionais e em conferências de âmbito nacional e internacional. Interesses: Comunicação de Dados, Teoria da Informação, ADSL, Cable Modem, TV a Cabo, ITIL, Project Management e Gestão de Empresas de Telecomunicação. 1 Categoria: TV por Assinatura Nível: Introdutório Enfoque: Técnico Duração: 15 minutos Publicado em: 30/07/2007 2 Vazamento de Sinais em CATV: Introdução As empresas de TV a Cabo construíram suas redes híbridas de fibra e coaxial (HFC) tendo em mente a utilização das mesmas para novos serviços. Se no início o sinal trafegava de forma unidirecional, no sentido do headend (cabeçal na norma brasileira) para o assinante, hoje, para tornar possível o tráfego destes serviços, o canal de retorno deve estar ativado, onde o sinal transita também no sentido assinante para o headend. A rede funciona de forma bidirecional. Dos diversos aspectos técnicos de infra-estrutura para a implantação desta tecnologia, destaca-se a detecção de vazamento na rede. O vazamento de sinal indica também uma possível porta de entrada para os sinais externos; ou seja, se há vazamento, pode haver ingresso. Sabe-se que a maioria dos ingressos (de ruído) terá seus efeitos sentidos em maior intensidade na banda de retorno (de 4 MHz a 45 MHz), chegando a níveis que podem inviabilizar o tráfego de sinais. As causas do vazamento de sinal estão relacionadas com a alta variabilidade dos processos de construção e instalação de redes de CATV, além de fatores relacionados com o envelhecimento da rede e mesmo aos ocupantes dos postes. Portanto, um programa que aborde a questão de maneira inteligente pode representar ganhos múltiplos, inclusive com prolongamento da vida útil da rede. Assim, a discussão sobre o vazamento de sinal tem uma relação direta com a disponibilização de serviços banda larga, ponto nevrálgico na evolução do setor. A proposta do presente trabalho é atingir um público composto por profissionais de nível técnico de TV a Cabo, ou interessados em implantação ou gerenciamento da atividade, auxiliando em alguns aspectos teóricos, mas, principalmente, trazendo informações práticas para a implantação de um programa de detecção de vazamento de sinal em redes de TV a Cabo. 3 Vazamento de Sinais em CATV: Normas O vazamento de sinal, também chamado de ingresso, ocorre quando sinais de rádio freqüência (doravante chamaremos RF) escapam da rede de CATV e irradiam-se para o meio ambiente. Em abril de 1977, devido a preocupações relacionadas à segurança do tráfego aéreo, a FCC (Federal Communications Comission) estabeleceu a legislação atinente ao vazamento de sinal em freqüências de aeronavegação. As regras sofreram modificações em março de 1985 exigindo a inclusão dos sinais de offset na banda aeronáutica e para o esclarecimento do método CLI (Cumulative Leakage Index) pelo qual os sistemas de cabo seriam medidos para efeito de FCC. A Norma Brasileira, (Norma No 13/96 – Ver 97 – Serviço de TV a Cabo), de 14 de abril de 1997, prevê em seu item 8.2.11 os níveis de irradiação a serem respeitados pelas operadoras. Tabela 1: Níveis de irradiação – Norma Brasileira. Faixa de Freqüência (MHz) Valores Máximos Distância Até 54 e acima de 216 23,5 dBµV/m 15 µV/m 30 m Acima de 54 até 216 26,0 dBµV/m 20 µV/m 3m Ainda, o item 8.4.3.8 prevê que os testes relativos aos requisitos estabelecidos no item 8.2.11, nas faixas de freqüências do serviço de radionavegação aeronáutica (108 - 137 MHz, 328,6 - 335,4 MHz e 960 - 1000 MHz), deverão ser realizados de três em três meses, abrangendo sempre, no mínimo, 75% da rede. Ou seja, de três em três meses as operadoras de cabo devem executar medições para detecção de vazamento de sinal em pelo menos 75% de sua rede, em níveis menores que 20µV/m, a 3 metros da rede e 15µV/m, a 30 metros, para as freqüências contidas na tabela 1. Desde que o monitoramento do vazamento de sinal foi solicitado pelas agências reguladoras, esta prática provou também ser um excelente método de manutenção preventiva disponível para o corpo técnico de CATV. A experiência tem mostrado que um acompanhamento constante e a execução de reparos para evitar o problema do vazamento, melhoram de sobremaneira a performance do sistema e reduzem o número de manutenções corretivas. A manutenção preventiva tem outros benefícios associados, tais como: incremento do tempo de vida útil dos equipamentos, maior taxa de satisfação do assinante, menor quantidade de chamadas de serviço, redução das despesas com manutenção corretiva e maior confiabilidade de rede. Apesar das regras de detecção de vazamento terem sido criadas para garantir a segurança do tráfego aéreo, a abordagem do presente artigo é direcionada para a manutenção preventiva e corretiva, visando a garantia da operação do sistema de TV a Cabo no que diz respeito ao sinal de TV propriamente dito, como a operação dos serviços em banda larga. 4 5 Vazamento de Sinais em CATV: Fontes de Sinal Podemos classificar em quatro as causa de vazamento: cabo coaxial (cabo quebrado, malha deformada, cabo amassado); conectores (tipo ou tamanho errado, corroídos/oxidados, mal executados); dispositivos passivos (portas de tap corroídas, encapsulamentos com defeito, sem blindagem) e dispositivos ativos (falhas na conexão, módulos internos mal apertados, defeitos de blindagem). Estes itens são normalmente fiscalizados durante o período de construção das redes, mas podem passar despercebidos pelo ritmo normalmente acelerado dos trabalhos. A maioria das fontes de vazamento de sinal está relacionada com os cabos da instalação interna do assinante (chamados de cabos drop), mas seus efeitos são reduzidos, devido ao fato do nível de sinal ser muito baixo (menor que 10dBmV), sendo que os efeitos são percebidos mais fortemente no sistema troncal e de distribuição da rede externa de CATV, onde os níveis são maiores (entre 10 dBmV e 48dBmV). A rápida atuação na correção destes vazamentos melhora sensivelmente a performance geral do sistema, uni e bidirecionalmente. Vazamento na Instalação do Assinante Entende-se por instalação do assinante o trecho compreendido entre a derivação da rede (tap) e o decodificador (ou conversor). Geralmente utiliza-se nestas instalações cabos coaxiais cujo condutor externo é uma malha. Sabe-se que o sinal no cabo coaxial está em modo diferencial, tem sentidos diferentes nos condutores externo e interno, e que justamente por este motivo não há campo elétrico resultante deste movimento de cargas elétricas, ou seja, não há campo elétrico resultante. Porém, um dos mecanismos causadores de fuga em cabos com condutor externo constituído de malha é justamente o fato do condutor externo ser uma malha. No transporte, estocagem ou manuseio do cabo de forma incorreta pode haver deformações na malha externa, ocasionando vazamento quando o cabo for utilizado. Uma das maneiras de evitar o problema de manuseio incorreto do cabo é investir em treinamento e conscientização do pessoal técnico, almoxarifes e instaladores. Além disso, as operadoras de cabo adotam formas de controle de qualidade dos padrões de instalação, visando identificar problemas de ocasionados durante o processo de instalação que venham a gerar vazamentos, tais como cabos que passam por cantos agudos, cabos amassados, preparação incorreta do cabo para conectorização e conectores mal crimpados. Aparelhos de TV e vídeo-cassete com blindagens ineficientes também são fontes de vazamento. Outra fonte de vazamento é a existência de ligações clandestinas. Estas instalações normalmente são realizadas por pessoal não habilitado, com materiais de qualidade duvidosa e ferramentas não adequadas, onde facilitando a localização da fuga de sinal. 6 É desnecessário dizer que o assinante que se encontra na condição acima não permite a entrada dos técnicos para o conserto. Neste caso, são instalados filtros que impedem o ingresso de sinal no sentido casa do assinante para a rede. Vazamento na Rede Externa No caso dos cabos de rede, o condutor externo é maciço, ou seja, o condutor externo quebrará quando submetido a esforços, e, devido aos níveis de sinal na rede serem mais elevados do que na instalação do assinante, o vazamento terá intensidade maior. A construção da rede externa deve ser bem supervisionada, pois o manuseio incorreto do cabo no lançamento ou na conectorização pode provocar fraturas, ou mesmo “dobraduras”, que causarão vazamento de sinal. Todas as conexões entre cabo e os aparelhos de rede (amplificadores, divisores, insertores de potências e taps) deve ser feita com extremo cuidado pelo mesmo motivo. Se a conexão problemática for próxima a saída de amplificadores, onde o nível de sinal é alto, o problema é ainda maior. A figura 1 mostra com detalhes a diferença de níveis na saída de um amplificador típico. A pendente (ou “tilt”, como encontrado na literatura) é intencional, para compensar a perda elétrica do material condutor. Figura 1: Nível de sinal na saída de um amplificador troncal típico. Mesmo depois da construção, o perfeito fechamento dos encapsulamentos de amplificadores, divisores, insertores de potência e taps deve ser respeitado, pois pode gerar vazamentos. Geralmente, depois da rede vistoriada uma ou duas vezes, a tendência é que problemas de vazamento na rede externa venham a ser cada vez mais raros. Porém, com a dinâmica das ruas envolvendo freqüentes trocas de postes, atividades das ocupantes nos postes, vibração produzida pelo trânsito e vento, nota-se a necessidade da auditoria sistemática visando manutenção preventiva. 7 Vazamento de Sinais em CATV: Detecção Programa de Detecção de Vazamento O objetivo básico de um Programa de Detecção de Vazamento de Sinal em Redes de CATV é, partindo de um cronograma pré-estabelecido, revisar toda a rede de cabos coaxiais, procurando pontos de fuga que, quando encontrados, devem ser prontamente consertados. Desta forma, o sistema estará sendo prevenido contra interferências (ingresso) e mantendo-se os padrões da agência reguladora. O procedimento padrão é a utilização de um aparelho de medida de vazamento de sinal, preferencialmente com antena externa veicular, antena portátil e sistema de tagging. A antena externa veicular é fundamental para uma maior rapidez com cobertura de maior área no processo, pois o equipamento é acoplado em um veículo e ajustado com sensibilidade para captar níveis de vazamento conforme a norma (em relação à distância da rede e intensidade). Dessa forma, o operador trafega paralelamente à rede, procurando vazamentos, só parando o veículo quando encontra uma ocorrência. A antena portátil é usada quando é necessária uma busca mais elaborada, executando-se triangulações para encontrar a fuga, pois existem reflexões do meio que podem atrapalhar a leitura do medidor. Quando encontrado o vazamento, o operador repara ou providencia para que seja reparado posteriormente. O local e o nível medido são registrados para futura análise e comprovação junto à agência fiscalizadora. Quando se tem vários sistemas de TV a Cabo operando na mesma área, ou quando se quer distinguir o vazamento vindo da rede de TV a Cabo de outros tipos de ruído é necessário o uso de um sistema de tagging. O sistema de tagging consiste de um emissor de sinais localizado no headend, que modula um pequeno sinal em uma portadora de vídeo em uma freqüência pré-estabelecida (normalmente na faixa de FM) e conhecida pelo equipamento de medida. O medidor reconhece esta freqüência e consegue identificar se vazamento é originado pela rede da operadora ou vêm de outra fonte. Este sinal não é percebido pelo assinante. O programa deve ser repetido continuamente. Um dos motivos é a necessidade de atendimento aos requisitos da Norma Brasileira. Outro motivo é a imprevisibilidade dos fenômenos que podem causar o vazamento de sinal. Localização de Vazamentos O mapeamento e localização de pontos de vazamento de sinal às vezes podem ser vistos mais como uma arte de que como uma ciência. As condições do ambiente e as estruturas que cercam a rede de CATV podem dificultar a localização de uma fuga de sinal. O entendimento de como a fuga de sinal é afetada por estas condições irá minimizar o tempo gasto procurando sinais de vazamento. Correntes de fuga de sinal em RF podem ser transmitidas por distâncias consideráveis por meio de vários materiais condutores que se encontrem nas proximidades do ponto de vazamento. O sinal irradiado pode refletir em estruturas metálicas próximas, dificultando a localização do ponto de fuga (a fuga de sinal pode 8 vir de apenas um ponto, mas devido à reflexão pode induzir a procura de mais um ponto). Um Pouco Sobre Antenas A antena dipolo portátil usada para detecção de vazamento é basicamente uma antena dipolo de meia-onda, sendo o seu comprimento metade do comprimento de onda a ser medido. Seu uso foi disseminado pela facilidade de recepção. O padrão de emissão/recebimento de uma antena dipolo é determinado por sua capacidade de recepção ou irradiação quando sintonizada ou apontada em determinada direção. O padrão de uma antena dipolo lembra o número oito, com o plano de máxima irradiação perpendicular ao centro do dipolo. Esta característica faz deste tipo de antena um tipo ideal para a localização de fugas de sinal, pois é possível apontá-la para diferentes direções, procurando a fonte do vazamento. Figura 2: Padrão de irradiação de Antena Dipolo. Fonte: Trilithic Broadband Instruments Catalog. Um item importante a ser observado é o comprimento dos elementos das antenas (portátil e da viatura) e a sua relação com a freqüência a ser sintonizada/medida. Para antenas dipolo de meia onda, o comprimento total da antena deve ser: L = 936 / (3,28 * F(MHz)) (em metros) Lembrando sempre que o comprimento deve ser dividido por dois, para se obter o tamanho de cada elemento da antena. Normalmente os fabricantes oferecem a antena portátil de forma que os elementos sejam retráteis. Dessa forma, é necessária uma checagem do comprimento a cada vez que um elemento seja estendido. Na procura da fuga com a antena portátil, o procedimento consiste em rotacionar a antena verificando o que o mostrador do instrumento de medida indica. Quando identificado o pico do valor da fuga medido, é nesta direção que a investigação será acentuada. Para confirmar a direção, rotaciona-se repetidas vezes. 9 Figura 3: Triangulação para localização de fugas. Fonte: Trilithic Broadband Instruments Catalog. Algumas Dicas Práticas Em busca com o veículo, aconselha-se a calibrar a antena do mesmo, comparando os resultados obtidos com a antena portátil, levando sempre em consideração a polarização. No caso de antenas com elementos retráteis, o uso de fita adesiva para marcar o comprimento correto é aconselhável. É importante que a distância mantida entre o veículo e os cabos seja o mais constante possível. Em caso de desvio, é preferível que essa distância seja menor do que maior que a distância que foi ajustada no equipamento de medida. Disparos falsos do medidor de vazamento podem ocorrer em presença de interferência eletromagnética, e são um incômodo no trabalho de detecção de vazamento, causando perda de tempo e esforço de localização, além de esconder fontes reais de vazamento. Cuidado extra deve ser tomado na proximidade de motores, transformadores de potência, anúncios luminosos de néon e ruídos de redes de força. O próprio veículo se estiver com a sua parte elétrica em más condições, pode ser fonte de interferência. 10 Vazamento de Sinais em CATV: Registro e Análise Algumas correntes de pensamento defendem a idéia de registrar todas as ocorrências para posterior conserto. Existe quem defenda cronogramas de conserto, criando prioridades para níveis diferentes de vazamento, como por exemplo vazamentos maiores que 150 µV/m são consertados imediatamente; vazamentos de 50 µV/m a 150 µV/m são consertados em 24 horas e vazamentos menores que 50 µV/m são consertados em até duas semanas. Porém, existem mais benefícios no conserto imediato da fuga, sendo que o próprio operador deve ser habilitado para tanto. Evidentemente, que um técnico sozinho não conseguirá trocar 500m de cabo quebrado e, neste tipo de ocorrência, o conserto é posterior. Aconselha-se a fazer um teste com o detector de vazamento após cada conserto gerado por um vazamento prévio; pois é possível que um vazamento maior mascare vazamentos menores. Além disso, é comum ter uma localização errônea, consertar um determinado ponto, mas o vazamento estar vindo de outro ponto diferente. Adicionalmente, pensando em sistemas bidirecionais, é possível que um dos assinantes nem consiga conexão dependendo do ponto de vazamento/ingresso (por exemplo, na entrada de um amplificador de retorno, que irá amplificar o ruído que ingressa), então o conserto deve ser o mais breve possível. Tabela 2: Evolução dos ciclos de detecção de vazamento. Tipo de Falha Localização Ciclo 1 Ciclo 2 Ciclo 3 Ciclo 4 Ciclo 5 Cabo Drop com Problema Instalação do assinante 30% 14% 38% 22% 27% Conector Frouxo Instalação do assinante 21% 16% 12% 23% 8% Conexão Oxidada Instalação do assinante 0% 1% 0% 0% 0% Conexão sem Isolação Instalação do assinante 1% 1% 0% 0% 0% Ligação Clandestina Instalação do assinante 44% 61% 47% 53% 62% Cabo de Rede com Problema Rede externa 1% 1% 1% 0% 1% Conector de Rede Rede externa 0% 2% 0% 1% 1% Eletrônico Mal Fechado Rede externa 1% 3% 1% 1% 0% A tabela 2 exemplifica alguns dos eventos que podem apresentar vazamento de sinal. Os números mostram a evolução de um programa de detecção de vazamento, ficando clara a afirmação de que a maior parte dos eventos de fuga de sinal é encontrada nas instalações dos assinantes. 11 Vazamento de Sinais em CATV: Considerações Finais Não é raro o próprio assinante funcionar como um alerta de que está havendo ingresso na rede. Reclamações freqüentes de assinantes da mesma área sobre uma interferência em um ou mais canais do meio da banda certamente está associada a um vazamento Problemas próximos ao canal 18 (145,25 MHz) usualmente vêm de interferência de radioamadores; nos canais 19 (151,25 MHz), 20 (157,25 MHz) e 21 (163,25 MHz) podem vir de rádios trunking. Nestas horas não é razoável apontar o dedo para o vizinho radioamador e dizer que ele é o culpado, tem-se que detectar o local de vazamento/ingresso e consertá-lo o mais rapidamente possível. É necessário determinar se o problema é no sistema de CATV ou no aparelho de TV ou videocassete do assinante. A operadora é responsável por sua rede, mas não pela performance de aparelhos de TV ou videocassetes antigos. Muitas vezes é necessário conectar uma TV diferente na residência do assinante para mostrar o efeito descrito. Deve ficar claro que a detecção de vazamento não é o único meio de identificar a presença de ingresso na rede de CATV. O ingresso pode ser investigado por meio de análise espectral dos sinais de retorno para o headend. Esta análise pode ser eficiente para detecção e classificação do ingresso, porém não é eficiente para localização do ponto de ingresso. Pode-se afirmar que a maioria dos problemas encontrados na primeira vez em que se realiza um programa de detecção de vazamento de sinal encontra-se na rede externa. Conforme o programa vai evoluindo, este número se reduz. Os principais problemas encontrados são cabos quebrados, conectores mal executados, taps e amplificadores mal fechados. Dessa forma, a maioria dos eventos de vazamento é encontrada nas instalações dos assinantes, tais como conectores crimpados com alicate universal, malha fora do conector, conectores oxidados pelo tempo ou por falta de isolação, cabo drop oxidado ou quebrado pela má instalação ou ação das intempéries. Além desse aspecto, o controle de fuga de sinal mostra-se ser uma excelente ferramenta auxiliar nos procedimentos de detecção de fraudes (ligações clandestinas). A monitoração de níveis de fuga pode ser classificada como um programa de manutenção preventiva que tem desdobramentos benéficos na qualidade de imagem recebida pelo assinante e na disponibilidade da rede, pensando-se apenas em termos de transmissão de sinal de TV. Estendendo este raciocínio para redes bidirecionais, já operando com novos serviços de banda larga, é um procedimento fundamental na qualidade e confiabilidade do serviço fornecido aos assinantes. Referências [1] Harms, Rudolf E.. Alternative Approaches to Radiated Emission and Immunity Measurements. ITEM Magazine 1998. [2] Hranac, Ron. Establishing a Preventive Maintenance Program. Communications Technology, November 1995 (Part 1), December 1995 (Part 2). 12 [3] Hranac, Ron. Signal Leakage & Harmful Interferences: A Ham Radio Perspective. Communications Technology, July, 2000. [4] Hranac, Ron. The World of RFI. Communications Technology, March 1999. [5] NCTA Papers. Detecting Signal Leakage Part I, II, III, IV and IV. Communications Technology August, September, October, November and December, 1999. [6] Neumann, Trav. The Hair Dryer vs. The Return Path. Communications Technology, May 1999. [7] Palle, Bob; Nikoo, Emily; Newton, Teri. How to Comply With the New FCC Signal Leakage Rules. Private Cable & Wireless Cable, July 1999. [8] Schneider, Raymond J.. Utilizing Ingress as a Plant Maintenance Strategy. 1998 NCTA Technical Papers. [9] Smith, Chester L.. Energy Leakage from LANs. ITEM Magazine 1997. [10] Trilithic Broadband Instruments Catalog; Leakage Equipment Applications. [11] Wavetek Wandel Goltermann. Monitoring and Measuring RF Signal Leakage. Wavetek Wandel Goltermann, Manual do Usuário. 13 Vazamento de Sinais em CATV: Teste seu Entendimento 1. Quando ocorre o vazamento de sinais de em redes de TV a cabo? Ocorre quando sinais de rádio freqüência escapam da rede de TV a cabo e irradiam-se para o meio ambiente. Ocorre quando sinais de rádio freqüência escapam da rede de Energia Elétrica e irradiam-se para o meio ambiente. Ocorre quando sinais de rádio freqüência ingressam na rede de Energia Elétrica e no meio ambiente. Ocorre quando sinais de rádio freqüência escapam da rede de TV a cabo e causam fadiga na rede. 2. Assinale a alternativa que representa uma causa de vazamento de sinal na rede de TV a Cabo: Cabo coaxial (cabo quebrado, malha deformada, cabo amassado). Conectores (tipo ou tamanho errado, corroídos/oxidados, mal executados). Dispositivos passivos (portas de tap corroídas, encapsulamentos com defeito, sem blindagem). Dispositivos ativos (falhas na conexão, módulos internos mal apertados, defeitos de blindagem). Todas as alternativas anteriores. 3. Qual é o procedimento padrão para detectar um vazamento de sinal numa rede de TV a Cabo? É a utilização de um aparelho de medida de vazamento de sinal, preferencialmente do tipo celular com antena portátil e sistema de tagging. É a utilização de um aparelho de medida de vazamento de sinal, preferencialmente com antena externa veicular, antena portátil e sistema de tagging. É a utilização de um osciloscópio, preferencialmente com antena externa, antena portátil e sistema de impressão. É a utilização de um aparelho de medida de vazamento de luz infravermelha, preferencialmente com detector externo veicular, detector portátil e sistema de tagging. 14