ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA Expeça-se REQUERIMENTO Número /XI ( .ª) PERGUNTA Número /XI ( .ª) Publique-se / / O Secretário da Mesa Assunto: Situação das urgências do Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio (Hospitais de Portimão e Lagos) Destinatário: Ministra da Saúde Ex.mo Sr. Presidente da Assembleia da República: No dia 1 de Julho de 2010, o jornal Correio da Manhã, na página 23, pela mão da jornalista Cristina Serra, noticiou a existência de uma situação deveras preocupante nas urgências dos Hospitais de Portimão e Lagos, que integram o Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio, nela se dizendo que “…só um clínico assegura a urgência nas especialidades de Medicina Interna, Cirurgia e Ortopedia”, tudo em nome da necessidade de “reduzir a despesa”. O mesmo periódico dava conta também do veemente protesto da Ordem dos Médicos, considerando a situação “grave” e “irresponsável”, tendo inclusivamente esta organização – pela voz do Presidente do respetivo Conselho Distrital do Algarve – apelado ao boicote por parte dos profissionais, aconselhando os clínicos a recusar “…praticar os actos médicos se não estiverem reunidas as condições necessárias à actividade”. ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA O conteúdo desta notícia, a ser verdadeira, é de uma gravidade extrema, sobretudo numa altura do ano em que a região do Algarve, que tem uma população fixa de 500 000 pessoas, normalmente triplica em número de pessoas residentes, devido à sua forte sazonalidade. Mas como se isso não bastasse, o Algarve ainda fica mais atormentado pelas naturais exigências que uma região eminentemente turística coloca em países do 1º Mundo, em que o turismo de todas as idades – e com particular incidência o turismo sénior – não pode prescindir de um elevado padrão de qualidade nos cuidados de saúde, sendo este hoje um dos fatores determinantes na escolha dos destinos turísticos que pretendam manter a sua excelência, como obviamente desejamos que seja o caso do Algarve. Em face do exposto, e ao abrigo das normais e dos princípios constitucionais, legais e regimentais aplicáveis, esperando-se uma resposta obrigatoriamente dada no prazo máximo de 30 dias (art. 229º, nº 3, do Regimento da Assembleia da República), perguntam os Deputados signatários, através de V. Exª., à Ministra da Saúde do XVIII Governo Constitucional, o seguinte: 1) É verdadeiro o conteúdo da referida notícia do jornal Correio da Manhã? 2) Sendo a resposta afirmativa, quais as medidas urgentes a tomar para reforçar os clínicos das mencionadas urgências dos Hospitais de Portimão e Lagos? 3) Tomando em consideração a forte sazonalidade turística do Algarve, qual o motivo para a repetição de problemas em cada novo período estival, sendo certo que hoje o turismo de qualidade não pode prescindir de uma idêntica qualidade nos cuidados de saúde a oferecer, sem sobressaltos e sem incertezas no número de profissionais que nele prestam atividade, bem como nos ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA equipamentos e tecnologias colocadas à sua disposição para o exercício dessa atividade de proteção da saúde? Palácio de São Bento, 15 de Julho de 2010. Os Deputados à Assembleia da República: Jorge Bacelar Gouveia Clara Carneiro