ATLETISMO SE APRENDE NA ESCOLA: OFICINAS PEDAGÓGICAS Sara Quenzer MATTHIESEN1 Adriano Percival CALVO2 Resumo: Este artigo é parte do trabalho desenvolvido pelo Núcleo de Ensino da UNESP – 2004 intitulado “ Atletismo s e apr ende na e scola: Of icinas Pedagógicas”. Durante o ano de 2004 nos preparamos e realizamos uma série de eventos destinados ao trabalho com o at letismo, s obretudo na f orma de of icinas pedagógicas, m esas-redondas, e xibição de f ilmes e apr esentação de pes quisas e r elatos de ex periência e m torno desta modalidade es portiva. Destinada, prioritariamente, a pr ofessores de E ducação F ísica da R ede P ública de E nsino, a s o ficinas, r ealizadas e m d iferentes datas, c ontaram também com a participação de alunos de graduação e, portanto, futuros profissionais da Educação Física, num total aproximado de 70 inscritos ao longo das atividades que ocorreram e m d iferentes datas e per íodos ao l ongo de 2004 . O s r esultados deste projeto f oram s urpreendentes, s obretudo pel o env olvimento do s participantes, manifestados na participação ef etiva na s oficinas q ue, em linhas g erais, tr abalharam com c orridas, s altos, a rremessos e l ançamentos, c om base e m o rientações e sugestões didático-pedagógicas, inclusive, com a utilização de m ateriais alternativos, de forma a contribuir para o seu aprimoramento profissional e difusão do atletismo. Palavras-chave: atletismo; escola; ensino; oficinas pedagógicas. INTRODUÇÃO Ainda que c onsiderado c omo u m dos c onteúdos cl ássicos da E ducação F ísica, o atletismo é ai nda m uito pouc o di fundido nas e scolas b rasileiras. E ssa f oi a no ssa i ntrodução ao convite de 2003 q uando propusemos a confecção de u m material didático-pedagógico no c ampo do atletismo cujo mérito reconhecido levou ao apoio do Núcleo de Ensino da UNESP/PROGRAD. Apesar dos r esultados e q ualidade do m aterial c onfeccionado3, a af irmação i nicial permanece, para t risteza g eral, i nalterada. O a tletismo c ontinua s endo pouc o c onhecido, pouco trabalhado e pouc o estudado; ainda que 2004 seja um daqueles anos que se destaca por ser um “ano olímpico”, época em que certamente o at letismo tem maior evidência. Contudo, a faceta do atletismo realçada é aq uela dos grandes nomes, marcas e r ecordes que, com o apoio da m ídia, transformam os atletas em verdadeiros super-homens. Mas, será apenas esse o conhecimento a ser veiculado pelo atletismo? 1 Coordenadora do projeto Bolsista – GEPPA – Grupo de Estudos e Pesquisa em Atletismo do Departamento de Educação Física da UNESP/Rio Claro. 3 Este t rabalho s erá l ançado c omo livro, de ac ordo c om a s eguinte r eferência: M ATTHIESEN, S . Q . ( Org.). Atletismo s e apr ende na escola. Jundiaí: Fontoura, 2004. 2 611 Diante o c aderno di dático c onfeccionado pel o N úcleo de E nsino e m 2003, verificamos q ue não . A inda q ue e sse s eja o m ais co mum, observamos cl aramente q ue ex istem outras possibilidades de conhecimento dessa modalidade. O trabalho com crianças, sobretudo no campo e scolar é u m bom c omeço par a o ens ino des ta m odalidade q ue env olve hab ilidades motoras por e las u tilizadas co tidianamente. N ão po r outro m otivo, p ropusemos co mo par te do material e laborado e m 2003, u ma série de j ogos pré-desportivos envolvendo a s habilidades motoras básicas de marchar, correr, saltar, lançar e arremessar � principais neste campo � as quais p rocuraram t raduzir, numa linguagem c orporal, o s ignificado do at letismo s em, c ontudo, perder a dimensão de s ua especificidade técnica e no rmativa que faz do atletismo a m odalidade esportiva que é. Nosso intuito foi motivar o profissional de Educação Física a bu scar, por meio de atividades r ecreativas q ue m esclem um conhecimento g eral sobre as habilidades motoras e u m conhecimento es pecífico ac erca da s p rovas o ficiais, aproximar s eus p róprios a lunos do universo do atletismo, levando-as a vivenciá-lo por meio do pr óprio corpo, promovendo-lhe uma base para um aprofundamento t écnico futuro. A preocupação básica do m aterial didático foi, portanto, uma introdução g eral ao ens ino do at letismo par a c rianças, l embrando q ue es tas não dev em s er tomadas como meras receitas de êxito rápido, mas compreendidas como uma orientação para a elaboração de nov as atividades c ondizentes co m o espaço f ísico, turma e obj etivos da realidade de trabalho de cada profissional. Portanto, a idéia do material produzido foi fornecer ao profissional de E ducação F ísica i nteressado no t rabalho c om o A tletismo al gumas su gestões e or ientações pautadas na ex periência de ano s de t rabalho c om o ens ino do at letismo, r egistrando, a lém de exercícios capazes de contribuir para o desenvolvimento de cada uma de suas provas, indicações bibliográficas q ue po ssam c ontribuir para o apr ofundamento nes te c ampo. N esse s entido, procuramos registrar algumas idéias e sugestões partindo de r eferências existentes na área e de nossas próprias elaborações, as quais consideramos serem capazes de orientá-lo em sua própria criação sem, contudo, aprisionar-lhe as idéias restringindo sua capacidade criativa. Logo, o caderno didático produzido como parte das atividades do GEPPA – Grupo de Estudos Pedagógicos e Pesquisa em Atletismo teve como resultado a el aboração de m aterial de ens ino de f undamental im portância par a a ár ea, s obretudo s e c onsiderarmos t rês a spectos: proporcionou uma atualização bibliográfica considerando-se que a concentração da publicação de livros de at letismo é pr ópria da s décadas de 70 e 80 ; a mpliou a s possibilidades de ens ino do atletismo tendo e m v ista a g ama de at ividades q ue of erece e m t odas as p rovas, a lgo bas tante incomum na área q ue normalmente prioriza o t rabalho com corridas e saltos, em detrimento dos arremessos, l ançamentos, m archa at lética e pr ovas co mbinadas; a lém do q ue é ex tremamente rico em orientações didático-pedagógicas já que confeccionado com o intuito de m otivar a prática 612 do atletismo escolar preenchendo uma grande lacuna da bibliografia na ár ea cuja pr edominância técnica, de t reinamento e no rmativa não explora a s e specificidades do t rabalho di dático- pedagógico, isto é, do ensino do atletismo para crianças. De reconhecido valor por todos aqueles que tomaram contato com ele até então, o caderno di dático pr oduzido nec essitava de um a ut ilização e di vulgação c ondizentes c om a s ua qualidade. N ão po r outro m otivo e obj etivando da r p rosseguimento ao pr ojeto “ Atletismo s e aprende na escola”, cujos frutos foram inestimáveis,4 a coordenadora e três dos colaboradores do projeto colocaram em prática, no ano de 2004, os ensinamentos construídos com tanto entusiasmo e empenho em 2003. A idéia principal foi que as 58 páginas do caderno didático confeccionado em 2003 s ervissem c omo es topim para a di scussão do at letismo no c ampo e scolar de m odo a promover um contato com os professores da rede pública de ens ino e al unos de graduação com este conhecimento, estimulando-os a colocá-lo em prática; divulgando o m aterial que elaboramos fazendo com que este saísse do papel , universalizando-se como parte do c onteúdo das aulas de Educação Física. Se e m 2003 o obj etivo do pr ojeto es teve c entrado na c onfecção do m aterial, e m 2004 procuramos difundi-lo, colocando-o em prática, cumprindo com o papel da Universidade de difusão do c onhecimento. N o c aso es pecífico des te m aterial, a am pla pes quisa r ealizada no campo do atletismo deve ser socializada da mais ampla maneira possível. Se são várias as frentes que pr etendemos a tuar, a pr oposta des te pr ojeto f oi t razer o s p rofissionais da E ducação F ísica, interessados no trabalho c om o at letismo, para dent ro da Universidade, p romovendo u m intercâmbio de m odo a i nterferir na r ealidade da s aulas de E ducação F ísica, d ireta ou indiretamente, a lém de incitar s eus p rofissionais a par ticiparem dos e ventos p romovidos pelo GEPPA no âmbito do ensino, da pesquisa e da extensão universitária. O PROJETO PROPRIAMENTE DITO Não há nov idade no f ato de q ue há neg ligências e m re lação ao ens ino da Educação F ísica no âm bito e scolar, e m e special, no q ue di z r espeito a t ransmissão de determinados c onteúdos. I sso, i nevitavelmente, f az co m q ue o A tletismo, na m aioria da s v ezes excluído de sse c ampo educ acional, se f aça c onhecer por meio de u m saber televisivo, f ruto das curtas e quase inexistentes reportagens e informações veiculadas pela mídia brasileira. 4 Cabe ressaltar que al ém do c aderno di dático de 58 páginas, o projeto, em 2003, foi responsável por diversas outras atividades, tais como: apresentação de t rabalho e m diversos eventos ci entíficos; o rganização do ev ento “ Conversas co m quem gosta de at letismo”; elaboração de caderno de resumos do evento; organização de exposição de imagens etc. 613 Nesse s entido, o i ntuito de sse pr ojeto não poder ia s er outro q ue não di fundir u m material de ensino destinado à maior difusão do atletismo no âmbito escolar, demonstrando que as dificuldades c oncernentes ao es paço f ísico, a tividades e m ateriais, s ão f acilmente s uperadas quando se utiliza a criatividade no desenvolvimento do ensino neste campo. Para t anto, o pr ojeto pr ocurou, entre out ras co isas: e stabelecer u m c ontato c om responsáveis pelos p rofessores de E ducação F ísica da R ede de E nsino, e m e special, à queles vinculados à Diretoria de E nsino de Li meira par a a apr esentação da pr oposta da s o ficinas pedagógicas f acilitando a apr oximação c om o s p rofessores; r ealizar pesquisa bi bliográfica no campo do at letismo at ualizando o B anco de dado s e xistentes na UNESP – Rio Claro; p lanejar, divulgar e ex ecutar u ma am pla e di versificada pr ogramação no c ampo do at letismo, pautada, sobretudo, nas o rientações p resentes no c aderno di dático “ Atletismo s e apr ende na e scola” produzido em 2003. As atividades que integraram o evento denominado “Conversas com quem gosta de atletismo III” o correram ao l ongo do s egundo s emestre de 2004 obedec endo a di nâmica de oficinas pedagógicas, com uma carga horária variável, entre 2 e 6 horas. Desenvolvidas nas i nstalações do D epartamento de E ducação do I nstituto de Biociências da UNESP – Rio Claro, a s o ficinas t iveram, no g eral, c erca de 70 i nscritos, q ue circularam entre a s d iversas p ropostas de at ividades i mplementadas. E m linhas g erais, ti nham como obj etivo f ornecer orientações básicas aos p rofessores de E ducação F ísica, p rocurando orientá-los na introdução da s cr ianças no uni verso de m ovimentos p róprios do at letismo, desmistificando as dificuldades de ensino que, aparentemente, lhe parecem inerentes. Assim, por meio de atividades recreativas que mesclam um conhecimento geral sobre as habilidades motoras e um conhecimento específico sobre provas particulares dessa modalidade esportiva, procuramos delinear o rientações d idáticas q ue po ssam c ontribuir para a apr oximação da s cr ianças desse conhecimento, vivenciando-o por meio do próprio corpo. Ainda que maiores detalhes possam ser observados na leitura dos Anais do evento “Conversas co m q uem g osta de at letismo III”,5 mencionaremos a s eguir a pr ogramação desenvolvida em 2004. Realizada entre os dias 19 de ag osto e 10 de setembro e no di a 03 de dezembro de 2004, no anfiteatro da bi blioteca da UNESP – Rio Claro sob a c oordenação de S ara Quenzer Matthiesen a ex posição de i magens intitulada “ Movimentos comoventes II” demonstrou a bel eza dos movimentos do atletismo. Sinônimo de força e velocidade, beleza e rendimento, o Atletismo, 5 CONVERSAS COM QUEM GOSTA DE ATLETISMO III. Anais ... Rio Claro: UNESP, 2004. 614 rico em movimentos que se valem das habilidades de correr, marchar, saltar, arremessar e lançar, aguçam nossa s ensibilidade, comovendo-nos. B asta u m s imples o lhar, porém a tento, para a cristalização de m ilésimos de segundos, que eternizam imagens, muitas vezes, despercebidas de momentos de ação e graça, provocando nossos sentidos. Esse foi o teor da exposição que reuniu uma série de imagens sobre o atletismo, inclusive paraolímpico. A apresentação des tas i magens a u m g rupo t ão di versificado, j á q ue ex posta e m local de g rande c irculação, c ontribuiu par a q ue v árias pessoas entrassem e m c ontato c om particularidades do atletismo, talvez, jamais vistas. Nessa mesma perspectiva de “ provocação dos sentidos” ao mesmo tempo em que se aprimora os conhecimentos, realizamos duas sessões de vídeo projetando os seguintes filmes: “100 anos de glória olímpica”, no dia 26 de ag osto e “ Carruagens de fogo”, no dia 05 de outubro. Com 113 minutos, o primeiro filme retratou parte da história dos Jogos Olímpicos da Antiguidade e da E ra M oderna, r egistrando i magens r eais, depoimentos de at letas de di versos e sportes, e m especial, do atletismo em suas diferentes provas. Com 123 minutos, o segundo filme, cuja versão original é Chariots of fire de 1981, retratou a hi stória real de um missionário escocês e um judeu que par ticiparam c omo c orredores nos Jo gos O límpicos de 1924 . A mbos o s f ilmes c ontribuíram para a di vulgação de imagens reais e pouco conhecidas da história do atletismo, gerando amplas reflexões acerca da possibilidade de difusão desta modalidade esportiva. Dando início às oficinas pedagógicas, realizamos no dia 23 de setembro uma mesaredonda para a discussão do tema “Atletismo se aprende na escola: possibilidades e dificuldades” da q ual participaram a S uraya C ristina D arido q ue abor dou t emas r elacionados aos Jo gos Olímpicos, tais como: os anabolizantes, o desempenho do Brasil, etc e sua possível discussão no âmbito das aulas de Educação Física e a Sara Quenzer Matthiesen que procurou pontuar, ponto a ponto, as dificuldades e po ssibilidades de s uperação da s m esmas para s e viabilizar o ens ino do atletismo no contexto escolar. A idéia básica discutida com os participantes foi a de que o atletismo é um esporte bom, bonito e barato, além de ser facilmente adequado para o ensino em diferentes instâncias. Aplicando essa perspectiva teórica em termos práticos, realizamos nos dias 24 e 28 de s etembro dua s o ficinas pedagógicas v oltadas à di fusão do atletismo. A p rimeira, intitulada “Introdução ao at letismo e m aulas de E ducação F ísica”, c ujos palestrantes f oram S ara Q uenzer Matthiesen, Flórence Rosana Faganello, Adriano Percival Calvo e A ugusto César Lima e S ilva foi voltada à universitários e pr ofessores da r ede púb lica i nteressados no t rabalho c om o at letismo. Com base e m d iferentes a tividades r egistradas no c aderno di dático “ Atletismo s e apr ende na escola” p roporcionamos aos participantes a lgumas a tividades passíveis de s erem ensinadas no 615 campo da s co rridas, s altos, a rremessos e l ançamentos. N ão di ferente di sso, a s egunda of icina teve como objetivo proporcionar, às 70 crianças presentes na pista da Unesp, uma oportunidade – talvez única – de v ivência dent ro da s d iferentes p rovas do at letismo. P ara a r ealização de u m trabalho c om e sta am plitude, f oram v ários o s s eus co laboradores: F lórence R osana F aganello, Adriano P ercival Ca lvo, A ugusto C ésar L ima e Silva, E duardo E ugênio de T oledo, Maria J oana Duarte Caetano, Michelle Harumi Matsushita, Yumi Sasa, Bruna Carvalho, Roberto Bacchi e Sara Quenzer Matthiesen. De f orma m ais e specífica, i sto é , p rocurando u m aprofundamento dent ro de c ada uma da s g randes m odalidades do at letismo r ealizamos o ficinas m ais e specíficas, c ujos t emas destacaremos a seguir: “Iniciação aos saltos em aulas de Educação Física”, ministrada no dia 29 de setembro de 2004 po r Sara Quenzer Matthiesen e Augusto César Lima e Silva; “Introdução ao trabalho com corridas”, realizada no di a 26 de outubro por S ara Quenzer Matthiesen e F lórence Rosana F aganello; “Introdução aos a rremessos e l ançamentos e m aulas de E ducação F ísica” ministrada por Sara Quenzer Matthiesen e por Adriano Percival Calvo no dia 10 de novembro. É interessante destacar que estas três oficinas foram ministradas pela organizadora e pel os e x-bolsistas do P rojeto do N úcleo de E nsino des envolvido e m 2003 c om o obj etivo de divulgar o c aderno di dático i ntitulado “ Atletismo s e apr ende na e scola”’.6 Nesse s entido, ta is oficinas t iveram c omo obj etivo pr incipal a di vulgação de at ividades e specíficas v oltadas a c ada uma da s p rovas do at letismo. C om i sso, p rocuramos desmistificar, por e xemplo, a i déia de q ue apenas a lgumas p rovas podem s er ensinadas no c ampo e scolar e de q ue é es tritamente necessária a ut ilização de m ateriais e specíficos. E m outros t ermos procuramos demonstrar, por meio das atividades propostas, diferentes possibilidade de ensino do atletismo no campo escolar. Com e sse m esmo obj etivo e pr ocurando c riar s ituações p lausíveis para o ens ino efetivo do at letismo na e scola, Ir ene C onceição R angel desenvolveu, no di a 22 de outubro, a Oficina P edagógica i ntitulada “ Jogos e m ateriais a lternativos para o ens ino do at letismo”. N essa oportunidade os participantes da of icina confeccionaram seus próprios implementos – tais como: dardos, discos, bastões – utilizando materiais alternativos, tais como: jornal, cola caseira e m eias de s eda. A ssim, c om base na c riação de m ateriais adaptados para o ens ino do at letismo e de atividades voltadas ao desenvolvimento de j ogos cooperativos e pré-desportivos, os participantes puderam vivenciar diferentes atividades a partir das quais puderam pensar a sua própria realidade escolar. Também c om o i ntuito de difundir o at letismo, r ealizamos nos d ias 24 e 26 de novembro a Oficina pedagógica: “Organização de competição de atletismo: provas de campo” que 6 Ao participarem de cinco oficinas, os inscritos recebiam um caderno didático. 616 contou com a participação de Sara Quenzer Matthiesen, Augusto César Lima e Silva e F lórence Rosana F aganello. C om base na di scussão da s p rincipais r egras para o des envolvimento de provas de c ampo do at letismo, o s participantes p repararam-se par a a r ealização do “IX F estival Universitário de A tletismo: provas de c ampo” destinado a al unos de g raduação e pós -graduação da UNESP – Rio Claro, cuja arbitragem ocorreu em um clima de grande motivação. Numa perspectiva mais técnica, mas visando a di fusão de pr ovas mais conhecidas da popul ação e m g eral, a inda q ue ex tremamente t écnicas, r ealizamos no di a 03 de dez embro oficina pedag ógica i ntitulada “ Preparação de v elocistas e ba rreiristas no at letismo” p roferida po r Marysol G audenzi, té cnica da s eleção br asileira e pau lista di versas v ezes. N essa oc asião pudemos desfrutar dos c onhecimentos t eóricos e pr áticos de um a da s r econhecidas f iguras do atletismo brasileiro que nos brindou com orientações técnicas para a elaboração de t reinamentos sem perder de vista orientações pedagógicas fundamentais para o ensino do atletismo, sobretudo com crianças. Coroando esse evento que está em sua 3ª edição, os membros do GEPPA – Grupo de Estudos e Pesquisa em Atletismo realizaram uma sessão de pôs ter cujo intuito foi divulgar os trabalhos científicos e relatos de experiências dos projetos desenvolvidos na UNESP/Rio Claro nos últimos anos. A i nserção de ssa per spectiva de pes quisa num evento como esse f oi f undamental para a am pliação do s c onhecimentos de t odos o s participantes q ue puder am c onhecer o s trabalhos mencionados a seguir: “ Atletismo se aprende na e scola: o projeto do N úcleo de E nsino da UNESP – Rio Claro” de Sara Quenzer Matthiesen, Adriano Percival Calvo, Augusto César Lima e S ilva, F lórence R osana F aganello; “ O a tletismo c omo c onteúdo da E ducação F ísica e scolar: pesquisa com universitários da UNESP/Rio Claro matriculados na disciplina de “Fundamentos do atletismo” de Adriano P ercival Ca lvo, Sara Q uenzer Matthiesen; “ Conversas com quem gosta de atletismo I e II” de Sara Quenzer Matthiesen e R oberto Bachi; “ Atletismo para crianças e jovens: relato do P rojeto de ex tensão desenvolvido na UNESP-Rio Claro” de Flórence Rosana Faganello, Augusto César de Lima e S ilva e S ara Quenzer Matthiesen; “Atletismo para jovens e adultos” de Flórence R osana F aganello e A ugusto C ésar de Li ma e S ilva; “ Relembrando o F estival Universitário de A tletismo: p rovas de pi sta e c ampo da UNESP-Rio Claro de S ara Q uenzer Matthiesen e Augusto César Lima e Silva; “Memórias do salto triplo: registro de uma “história que não s e c onta” de S ara Q uenzer M atthiesen e A ugusto C ésar Lima e S ilva; “ Atletismo paraolímpico” de Márcio Alves e Sara Quenzer Matthiesen; “Os métodos de treinamentos ‘antigos’ de c orridas de f undo f oram descartados absolutamente na at ualidade?” de Y umi S asa e S ara Quenzer Matthiesen. 617 CONSIDERAÇÕES FINAIS Tão motivados quanto no início do projeto, verificamos o quanto a certeza de que o atletismo deveria ser ensinado na escola é algo passível de ser realizado. Ainda que a s d ificuldades de es paço f ísico, m aterial adequado, m otivação profissional, entre outras coisas, não deva ser ignorado, é preciso reforçar as facilidades inerentes à s ua po ssibilidade de ens ino na e scola. O u s eja, c omo di ssemos anteriormente: o at letismo é bom, bonito e barato! Talvez, por isso, as justificativas de que ele não possa ser ensinado por este ou aq uele m otivo c aiam por t erra, j á q ue é po ssível adequar o es paço f ísico de ac ordo c om a s necessidades existentes; é po ssível p roduzir materiais alternativos para o seu ensino; é possível motivar o s p rofissionais da ár ea de E ducação F ísica t al q ual o f izemos co m a r ealização da s oficinas pedagógicas. Aliás, é pr eciso obs ervar q ue a par ticipação do s p rofessores da R ede P ública de ensino superou nossas expectativas. Ou seja, com o apoio da Diretoria de E nsino de Li meira, os professores participaram a tivamente da s o ficinas, deram s ugestões i mportantes para o prosseguimento des te t rabalho al ém de c omeçarem a i mplementá-lo e m s ua pr ópria r ealidade profissional. Este, c ertamente, f oi o pont o m ais g ratificante no des envolvimento des te pr ojeto cujo objetivo primeiro foi incentivar o professor de Educação Física da Rede Pública ao ensino do atletismo dent ro de s ua pr ópria r ealidade escolar, consolidando essa mesma perspectiva no q ue diz respeito aos graduando, futuros profissionais da área, participantes deste projeto. Somente s uperando a s i númeras barreiras e xistentes é q ue c onseguiremos contribuir com a difusão deste esporte, contribuindo para que, cada vez mais, ele faça parte do dia a dia das quadras esportivas e da prática pedagógica do professor de Educação Física, sobretudo, no campo escolar. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CONVERSAS COM QUEM GOSTA DE ATLETISMO III. Anais... Rio Claro: UNESP, 2004. MATTHIESEN, S. Q. (Org.). Atletismo se aprende na escola. Rio Claro: UNESP, 2003. 58p. _____. Atletismo se aprende na escola. Jundiaí: Fontoura, 2004. 618