UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI
ANSELMO RODRIGO DE LIMA
DANIELA KUNZENDORFF AURELIANO VALENTIM
MARCOS CUNHA TEIXEIRA
ROGÉRIO VASCONCELOS
“REÚSO DE ÁGUA EM INDÚSTRIAS DE AUTOPEÇAS.”
SÃO PAULO
2011
2
ANSELMO RODRIGO DE LIMA
DANIELA KUNZENDORFF AURELIANO VALENTIM
MARCOS CUNHA TEIXEIRA
ROGÉRIO VASCONCELOS
“REÚSO DE ÁGUA EM INDÚSTRIAS DE AUTOPEÇAS.”
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado como exigência parcial
para a obtenção do título de Graduação
do Curso de Engenharia Civil da
Universidade Anhembi Morumbi
SÃO PAULO
2011
3
ANSELMO RODRIGO DE LIMA
DANIELA KUNZENDORFF AURELIANO VALENTIM
MARCOS CUNHA TEIXEIRA
ROGÉRIO VASCONCELOS
“REÚSO DE ÁGUA EM INDÚSTRIAS DE AUTOPEÇAS.”
SÃO PAULO
2011
4
Orientador: Prof. Me. Maurício Costa Cabral da Silva
Trabalho____________ em: São Paulo de _______________de 2011.
______________________________________________
Nome do Orientador
______________________________________________
Nome do professor da banca
Comentários:_________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
SÃO PAULO
2011
5
AGRADECIMENTOS
Agradecemos ao professor Maurício Costa Cabral por toda a orientação dada, ao
professor Wilson S. Iyomasa por toda a orientação geral de suma importância à
qualidade do trabalho de Monografia.
Agradecemos ao Sr. Neurides da empresa Ahlstrom por todo o material fornecido
que contribuiu em peso à elaboração desta pesquisa.
Agradecemos ao Sr. José Maria da Fire Systems que também nos auxiliou quanto
às informações e projetos do sistema de combate ao incêndio.
6
RESUMO
Trata-se da verificação da viabilidade econômico-financeira de um sistema que visa
o máximo aproveitamento de água de reúso. Inicialmente faz-se a captação de água
do Rio Capivari que após tratamento específico, esta, é conduzida aos processos de
produção da fábrica. Após a produção, o efluente gerado recebe o tratamento da
ETE e em seguida é redistribuído, sendo que parte, após receber o tratamento da
ETA volta à produção fabril; outra parte é destinada a manter o nível da reserva de
incêndio e o excedente tratado retorna ao Rio Capivari.
Palavras Chave: Reúso, tratamento de esgoto industrial
7
ABSTRACT
It is the verification of the economic viability of a system that aims at maximum
utilizationof reuse water. Initially it is the watershed of the Rio Capivari that after
treatment, this is conducted to factory production processes. After production,
the effluent of the Preceives treatment and is then redistributed, as follows: part
after ETA treatment plantback into production, another part is intended to maintain
the level of reserves and surplus fire treaty returns to Rio Capivari.
Key Words: Reuse, industrial wastewater treatment
8
LISTA DE FIGURAS
Figura 2.3.1 A situação da água no mundo - Fonte: http://www.uniagua.org.br/
Figura 2.3.2 Distribuição dos Recursos Hídricos no Mundo Fonte: http://
http://www.uniagua.org.br/
Figura 2.4.1 Distribuição
http://www.uniagua.org.br/
dos
Recursos
Hídricos
no
Brasil
-
Fonte:
Figura 2.6.1 – Detalhes construtivos das cisternas - Fonte: IRPAA (2008)
Figura 2.6.3 Desenho esquemático Reciclador de água - Pat req. N. 220906493347
Figura 6.2.1 Imagem Aérea da Ahlstrom - Fonte: Ahlstrom, 2011
Figura 6.3.1 Implantação da Fábrica Ahlstrom - Fonte: Ahlstrom (2011)
Figura 6.3.1.1 Estação de tratamento de água - Fonte: Ahlstrom (2011)
Figura 6.3.1.2 Adição química na ETA - Fonte: Ahlstrom (2011)
Figura 6.3.1.3 Aspiração do depósito de lodo - ETA - Fonte: Ahlstrom (2011)
Figura 6.3.1.4 Depósito de lodo - Fonte: Ahlstrom (2011)
Figura 6.3.1.5 Prensa de lodo - Fonte: Ahlstrom (2011)
Figura 6.3.1.6 Estação de tratamento de esgoto - Fonte: Ahlstrom (2011)
Figura 6.3.1.7 Estação de tratamento de esgoto - Fonte: Ahlstrom (2011)
Figura 6.3.1.8 Poço de captação de água tratada - Fonte: Ahlstrom (2011)
Figura 6.3.1.1.1 Captação de água (bomba submersa) - Fonte: Ahlstrom (2011)
9
Figura 6.3.2.1 Piscina Exposta (Reserva de Incêndio) - Fonte: Fire Systems (2010)
Figura 6.3.2.2 Lago (Reserva de Incêndio) - Fonte: Fire Systems (2010)
Figura 6.3.2.3 Casa de Bombas - Fonte: Fire Systems (2010)
Figura 6.3.2.4 Equipamentos Hidromecânicos - Fonte: Fire Systems (2010)
Figura 6.3.2.3 Equipamentos hidromecânicos - Fonte: Fire Systems (2010)
Figura 7.1.3.1 Medidores de Vazão – Fonte: Ahlstrom (2011)
Figura 7.1.3.2 Vazão de Saída – Fonte: Ahlstrom (2011)
Figura 7.1.3.3. Teste Cone Imhoff – (CI) – Fonte: Ahlstrom (2011)
Figura 7.1.3.4 Teste Cone Imhoff – (CI) - Fonte: Ahlstrom (2011)
Figura 7.1.3.5 AOX – Saída do Efluente Final ETE – Lagoa (Ano 2010) – Fonte:
Ahlstrom (2011)
Gráfico 7.1.4.1 Indicador de Desempenho – Ano 2010
10
LISTA DE TABELAS
Tabela 2.3.1 Evolução do uso da água no mundo
Tabela 2.3.2 Consumo Médio de Água no Mundo
Tabela 2.3.3 Disponibilidade de Água por Habitante/Região (x1000m3)
Tabela 2.3.4 Disponibilidade de Água por Habitante/ Região
Tabela 2.5.1.1 Padrão microbiológico de potabilidade da água para consumo
humano
Tabela 2.5.1.2 Padrão de turbidez para água pós-filtração ou pré-desinfeção
Tabela 2.5.1.3 Padrões de radioatividade para água potável
Tabela 2.5.1.4 Parâmetros de aceitação para consumo humano
Tabela 2.5.1.5 Distribuição do consumo de água por tipo de atividade industrial
Tabela 2.5.1.6 Requisitos de Qualidade da Água para Usos Industriais
Tabela 2.5.1.7 Padrão de Qualidade e recomendado para água de resfriamento e
geração de vapor
Tabela 2.5.1.8 Dados de Qualidade da água para uso na Indústria Farmacêutica
Tabela 2.5.2.1 Tipos de poluentes de origem antrópica
Tabela 2.6.3.1 Quadro Comparativo de consumo de água
Tabela 2.7.1 Consumo de água por tipo de indústria
Tabela 7.1.3.1 IAP – Índice de Qualidade de água bruta para fins de abastecimento
público – Rio Capivari (2010)
Tabela 7.1.3.2 IVA – Índice de Qualidade de água bruta para proteção da vida
aquática – Rio Capivari (2010)
Tabela 7.1.3.3 – Médias de qualidade da principais variáveis, ano 2010 e período
2005 a 2009 – Rio Capivari
Tabela 7.1.3.4 – Porcentagens de resultados não conformes com os padrões de
qualidade – ano 2010 e período 2005 a 2009 – Rio Capivari
Tabela 7.1.3.5 – pH Medido – Saída do efluente ETE – Ano 2010
11
Tabela 7.1.3.6 – pH Medido – Saída do efluente ETE – Ano 2011
Tabela 7.1.3.7 – Temperatura Medida – Saída do efluente ETE – Ano 2010
Tabela 7.1.3.8 – Temperatura Medida – Saída do efluente ETE – Ano 2011
Tabela 7.1.3.9 – OD Medido – Saída do efluente ETE – Ano 2010
Tabela 7.1.3.10 – OD Medido – Saída do efluente ETE – Ano 2011
Tabela 7.1.3.11 – Cone In OFF – Saída do efluente ETE – Ano 2010
Tabela 7.1.3.12 – Cone In OFF – Saída do efluente ETE – Ano 2011
Tabela 7.1.3.13 – Fenol – Saída do efluente ETE – Ano 2010
Tabela 7.1.3.14 – Fenol – Saída do efluente ETE – Ano 2011
Tabela 7.1.3.15 – Condutividade – Saída do efluente ETE – Ano 2010
Tabela 7.1.3.16 – Condutividade – Saída do efluente ETE – Ano 2011
Tabela 7.1.3.17 – TSS – Saída do efluente ETE – Ano 2010
Tabela 7.1.3.18 – TSS – Saída do efluente ETE – Ano 2011
Tabela 7.1.3.19 – DBO – Saída do efluente ETE – Ano 2010
Tabela 7.1.3.20 – DBO – Saída do efluente ETE – Ano 2011
Tabela 7.1.3.21 – DQO – Saída do efluente ETE – Ano 2010
Tabela 7.1.3.22 – DQO – Saída do efluente ETE – Ano 2011
Tabela 7.1.3.23 – Fósforo – Saída do efluente ETE – Ano 2010
Tabela 7.1.3.24 – Fósforo – Saída do efluente ETE – Ano 2011
Tabela 7.1.3.25 – N. Inorgânico – Saída do efluente ETE – Ano 2010
Tabela 7.1.3.26 – N. Inorgânico – Saída do efluente ETE – Ano 2011
Tabela 7.1.3.27 – Surfactantes – Saída do efluente ETE – Ano 2010
Tabela 7.1.3.28 – Surfactantes – Saída do efluente ETE – Ano 2011
Tabela 7.1.3.29 – Manganês – Saída do efluente ETE – Ano 2010
Tabela 7.1.3.30 – Manganês – Saída do efluente ETE – Ano 2011
12
Tabela 7.1.3.31 – Níquel – Saída do efluente ETE – Ano 2010
Tabela 7.1.3.32 – Níquel – Saída do efluente ETE – Ano 2011
Tabela 7.1.3.33 – Cromo – Saída do efluente ETE – Ano 2010
Tabela 7.1.3.34 – Cromo – Saída do efluente ETE – Ano 2011
Tabela 7.1.3.35 - Hg – Saída do Efluente Final ETE – Ano 2010
Tabela 7.1.3.36 - Hg – Saída do Efluente Final ETE – Ano 2011
Tabela 7.1.3.37 - AOX – Saída do Efluente Final ETE – Ano 2010
Tabela 7.1.4.1 – Consumo Referente ao Ano 2010
13
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
CONAMA –
CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE
CETESB -
COMPANHIA
AMBIENTAL
DAEE -
DEPARTAMENTO DE ÁGUAS E ENERGIA ELÉTRICA
NFPA-
NATIONAL FIRE PROTECTION
PNUMA -
PROGRAMA
AMBIENTE
DE
DAS
TECNOLOGIA
NAÇÕES
DE
UNIDAS
SANEAMENTO
PARA
O
MEIO
CTCC-
CENTRO DE TÉCNICAS DE CONSTRUÇÃO CIVIL
IBGE-
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA
OMS-
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE
PURA-
PROGRAMA DE USO RACIONAL DE ÁGUA
IAP -
ÍNDICE DE QUALIDADE DE ÁGUA BRUTA PARA FINS DE
ABASTECIMENTO PÚBLICO
IVA -
ÍNDICE
DE
PROTEÇÃO
DA
VIDA
AQUÁTICA
14
SUMÁRIO
p.
1
INTRODUÇÃO ............................................................................... 17
1.1 OBJETIVOS ................................................................................... 19
1.1.1 Objetivo Geral ............................................................................ 19
1.1.2 Objetivo Específico: .................................................................. 19
1.2 JUSTIFICATIVA............................................................................. 20
1.3 ABRANGÊNCIA ............................................................................ 22
1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO ...................................................... 23
2
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .......................................................... 25
2.1 SOBRE O REÚSO DE ÁGUA ........................................................ 25
2.2 ESCASSEZ DA ÁGUA NO BRASIL .............................................. 27
2.3 ESCASSEZ DA ÁGUA NO MUNDO .............................................. 28
2.4 DISPONIBILIDADE HÍDRICA NO BRASIL.................................... 30
2.5 QUALIDADE DA ÁGUA ................................................................ 36
2.5.1 Padrões de Potabilidade ........................................................... 36
2.5.2 Contaminação da Água ............................................................. 44
2.6 DIFERENÇA
ENTRE
APROVEITAMENTO,
REÚSO
E
RECICLAGEM DE ÁGUA .................................................................... 46
2.6.1 Aproveitamento de Água Pluvial .............................................. 46
15
2.6.2 Reúso de Água .......................................................................... 48
2.6.3 Reciclagem de Água ................................................................. 51
2.7 CONSUMO DE ÁGUA NAS INDÚSTRIAS .................................... 53
2.8 TRATAMENTO DE EFLUENTES .................................................. 54
2.9 CONCEPÇÃO GERAL DO SISTEMA – TRATAMENTO DO
ESGOTO EM INDÚSTRIA DE AUTOPEÇAS: ..................................... 55
2.10
SISTEMA DE COMBATE AO INCÊNDIO - CONCEPÇÃO ...... 57
2.10.1
2.11
O funcionamento do sistema ............................................. 58
NORMAS TÉCNICAS .............................................................. 60
3
MÉTODO DE TRABALHO ............................................................. 65
4
MATERIAIS E FERRAMENTAS .................................................... 66
5
ESTUDO DE CASO: INFORMAÇÕES GERAIS DA EMPRESA ... 68
5.1 IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA ................................................... 68
5.2 HISTÓRICO DA EMPRESA ........................................................... 68
5.3 COLETA DE DADOS DE CAMPO:................................................ 69
5.3.1 Estação de tratamento de água e Estação de tratamento de efluentes ....... 70
5.3.2 Sistema de Combate a Incêndio ......................................................................... 77
5.3.3 Reúso nos Processos de Produção ................................................................... 81
6
COMPILAÇÃO DE DADOS E DISCUSSÃO .................................. 84
6.1
Avaliação do consumo de água na Ahlstrom ......................... 84
6.1.1 Fontes de água ...................................................................................................... 84
6.1.2 Tratamento empregado ........................................................................................ 84
16
7
CARACTERÍSTICAS DO CORPO RECEPTOR E DO EFLUENTE
TRATADO ............................................................................................ 85
7.1.1 Água obtida pós-tratamento ETE ...................................................................... 109
8
RESULTADOS ..............................................................................112
8.1
Caracterização da água obtida pós-tratamento ETE .............112
8.2
Funcionamento do sistema de combate a incêndio e sua
proficiência quanto ao consumo de água .......................................116
8.3
Análise da viabilidade técnica do empreendimento quanto ao
reúso ..................................................................................................118
9
CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES .......................................120
REFERÊNCIAS ...................................................................................123
ANEXOS .............................................................................................124
17
1
INTRODUÇÃO
Incansáveis histórias e relatos sobre a escassez de água no mundo, assim como a
proliferação de doenças pela da água de má qualidade indicam a necessidade cada
vez mais eminente de planos de gestão de recursos hídricos mais adequados,
inovadores e perspicazes. Apenas 2,5% (WETZEL,1983), deste bem natural no
planeta, é passível para o consumo humano. Esse recurso é sem dúvida
indispensável para uma boa qualidade de vida, e cada vez mais de difícil acesso à
população de baixa renda.
Dados divulgados pela Cetesb (1983) mostram que 35% da população mundial não
têm acesso a água tratada e que dez milhões de pessoas morrem a cada ano em
decorrência de doenças intestinais transmitidas por água contaminada. Sabe-se que
o setor de agricultura tem grande responsabilidade no consumo de água potável,
onde o consumo de um hectare de irrigação de arroz por inundação equivale à
quantidade de água utilizada por 800 pessoas (TUCCI,1986).
Atitudes
de
conscientização
que
demonstram
a
preocupação
com
o
desenvolvimento sustentável são necessárias para que se possa evitar um aumento
da taxa de mortalidade, considerando a contabilização das mortes pela falta ou
utilização da água de procedência duvidosa. Um ser humano pode sobreviver um
mês sem alimento, mas não sobrevive uma semana sem água. Por meio de uma
consciência pró-ativa e cada vez mais preocupada com o futuro, cada nação vem se
preparando cada vez mais para a valorização e preservação deste recurso, tendo
pelo fato de que é bem mais econômico preservar os mananciais do que tratar água
contaminada.
O aproveitamento de água proveniente de ETE é uma opção que pode se mostrar
muito atrativa para a minimização dos efeitos da escassez de água no mundo e
inclusive dos custos com a utilização de água tratada advinda da rede pública. Tal
indicativo mostra que esta linha de raciocínio é uma das inúmeras soluções que
podem ser adotadas por indústrias de diversos segmentos, que, conforme exigido
pela Cetesb, já tratam seus resíduos antes de lançar a água já tratada aos córregos
18
e rios adjacentes. Se essas indústrias reutilizarem o recurso hídrico devidamente
tratado em atividades não potáveis, inclusive o abastecimento da reserva de
incêndio, a devolução do excedente ao meio, será consideravelmente menor, o que
de fato contribuirá para um crescimento econômico e sustentável de qualquer tipo de
comunidade/sociedade local.
O presente estudo consiste na análise de um sistema que aproveita a água de
reúso, em atividades não potáveis e inclusive o abastecimento da reserva de
incêndio.
19
1.1 OBJETIVOS
1.1.1
Objetivo Geral
Conscientizar sobre a importância da redução dos impactos ambientais, dando
enfoque no problema da escassez de água no Brasil e no mundo.
Incentivar a busca de soluções alternativas de economia de água.
Incentivar a pesquisa de aprimoramento de outros métodos de aplicação do
reúso de água.
1.1.2
Objetivo Específico:
Análise da eficiência do sistema implantado na empresa multinacional Ahlstrom
(objeto do estudo de caso), situada na cidade de Louveira, que tem a finalidade de:
Verificação da viabilidade técnica e econômico-financeira do sistema que
reaproveita água de reúso, tratada na ETE para fins não potáveis e ainda
abastece a reserva de incêndio, objetivando reduzir os custos que impactam na
produção, e retornando ao meio ambiente, a menor quantidade possível de água
tratada.
20
1.2 JUSTIFICATIVA
A História mundial das nações acusa um cenário constante de guerras por diversos
motivos. Como exemplo destes, pode-se citar a Corrida Armamentista e a luta pela
posse de áreas petrolíferas.
Atualmente fala-se muito da pouca disponibilidade de recursos naturais elementares
para a sobrevivência humana e cogita-se que após o petróleo, a posse de reservas
naturais de água potável será o pivô de novos confrontos. De fato, o problema da
escassez de água no mundo requer cuidados vigentes para evitar o agravamento
crítico de uma situação futura previsível, considerando o quadro atual.
Além disso, é preciso pensar que preservar um recurso natural como a água gera
muito menos custos do que tratar uma determinada demanda e torná-la potável,
fator este primordial para levantar questões essenciais como a racionalização e a
reciclagem do recurso.
Empresas como a CETESB, por exemplo, incentivam atitudes sustentáveis por meio
de publicações na internet. São os denominados “Casos de Sucesso”, relatos
divulgados por empresas que praticam a PCS – Produção e Consumo Sustentáveis.
A prática da PCS conforme orienta a CETESB resulta em uma série de
benefícios como:
• Redução dos custos de produção, conseqüentemente aumentando a
produtividade e a rentabilidade do negócio;
• Uso racional da água, energia e das matérias primas, obtendo-se o
máximo aproveitamento de cada recurso;
• Aumento positivo e significativo da imagem da corporativa, respaldando
ações mais eficientes de marketing;
21
• Redução impactante da produção de efluentes e resíduos oriundos do
processo de produção, bem como menor desembolso necessário com o
seu tratamento e destinação final.
• Diminuição dos custos relativos à seguradora.
Dentre os casos de sucesso publicados no site relevante a este estudo de caso,
pode-se citar a Indústria Química 3M do Brasil Ltda. – Fábrica de Sumaré, que em
2001 implantou o reuso de efluente tratado na fábrica, através do investimento de
R$ 40.000 em reformas para adequação da Estação de Tratamento de Efluentes.
Por meio do trabalho executado nesta fábrica, foi possível reduzir a captação de
água em aproximadamente 97.600m3/ano.
Tratando-se de uma opção inovadora, o interesse principal neste trabalho é tentar
comprovar a funcionalidade, capacidade e limitações de um sistema que se utiliza de
água tratada proveniente de Estação de Tratamento de Esgoto, para abastecer
parcialmente a produção fabril, bem como o sistema de combate ao incêndio
indispensável a um grande nicho de indústrias que promovem atividades especificas
e que vislumbram a inserção do conceito desenvolvimento sustentável em seu
contexto ético.
22
1.3 ABRANGÊNCIA
O enfoque principal do trabalho é estudar a viabilidade da utilização de água tratada
em ETE em um sistema amplo que aproveita esta água em diferentes áreas, como
por exemplo a produção fabril e o sistema de combate ao incêndio por sistema fixo
de “sprinklers” e de espuma, sendo que o volume excedente é lançado no rio
Capivari.
A multinacional Ahlstrom Louveira Ltda., objeto do estudo de caso, situada no
município de Louveira, possui em suas dependências, por exigência da Cetesb um
sistema de tratamento de água que contempla Estação de Tratamento de Água e
Estação de Tratamento de Esgotos, de forma a atender as demandas de consumo
existentes.
Englobar o sistema de combate ao incêndio somente foi possível porque,
anteriormente à construção deste, já existiam as Estações de Tratamento de Água e
de Esgoto.
A concepção da Estação de Tratamento de Água e de Esgoto, bem como a
concepção do sistema de combate ao incêndio serão brevemente abordados no
decorrer do estudo.
23
1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO
Inicialmente no item Exemplo de Reúso de Água, serão tratadas experiências
anteriores que compreendem o tema desta pesquisa de modo a ampliar a visão das
possibilidades existentes quando se trata de sustentabilidade ambiental.
Após contemplar tamanha versatilidade do reúso, é importante ressaltar questões
cruciais que levam a sociedade a explorar formas alternativas de consumir água,
pensando assim, em desenvolvimento sustentável. Esses tópicos, de severa
importância, serão cuidadosamente levantados de forma subsequente nos itens 2.2
a 2.4; com ênfase na situação industrial da cidade de São Paulo atentando ao setor
industrial.
Para compreender melhor o cerne da questão é imprescindível que se aborde os
Padrões de Potabilidade e a qualidade da água, dando enfoque na qualidade de
água utilizada no ramo industrial.
A água utilizada no sistema de incêndio implantado é provinda de uma Estação de
tratamento de Esgotos. No item 2.6 será abordado O Tratamento de esgoto,
passando pela concepção do sistema e etapas do tratamento, de forma que o leitor
possa assimilar por completo a idéia do reaproveitamento.
Para um melhor entendimento teórico, o item 2.7 descreve especialmente as
diferenças que à primeira vista parecem sutis (para quem não conhece muito sobre
o assunto), mas que sem dúvida são bem diferentes quando se trata da origem da
água. O trabalho em questão mostra também exemplos específicos de cada caso.
O estudo de caso neste trabalho consiste na análise de uma das muitas aplicações
que podem ser dadas ao reúso de água, a saber, em um sistema de combate ao
incêndio, portanto é importante que se compreenda oque é um sistema de incêndio
bem como a sua concepção, temas estes que são tratados no item 2.8.
24
Tendo o leitor, todo o embasamento teórico disponibilizado anteriormente, é o
momento oportuno para descrever especificamente da água de reúso no sistema de
combate ao incêndio, onde haverá o embasamento em literatura disponível de forma
a sustentar a viabilidade da prática da engenharia (item 2.8.2).
O item 2.9 vai abranger, de modo geral, as normas técnicas vigentes que sustentam
a exequibilidade desta modalidade de reúso de água, incluindo comentários.
O estudo de caso apresenta informações gerais da empresa a partir do item 6.
Os dados coletados referem-se principalmente aos índices de qualidade da água
durante as etapas de tratamento conforme é ilustrado pelo item 6.3.
As análises realizadas contemplaram valores balizadores sugeridos por legislação
vigente.
25
2
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 SOBRE O REÚSO DE ÁGUA
A revolução industrial. O mundo é inércia, uma vez em movimento, em mudança,
continua sempre mudando. São meros princípios físicos.
A Revolução Industrial foi um dos processos históricos mais significativos no que se
refere às mudanças impactáveis em nível mundial. E por falar em mudanças, podese dizer que o contexto histórico atual remete a civilização para um tipo peculiar de
metamorfose: a mudança do pensamento.
Junto com a Revolução Industrial vê-se também o descaso com os recursos
naturais, essenciais à sobrevivência. A preocupação com avanços tecnológicos, a
corrida armamentista, ditadura, inúmeros eram os aspectos que influenciaram a vida
cotidiana da época. Entretanto idéias como a reciclagem do lixo, da água ou a
utilização de outros recursos naturais de maneira inteligente, eram preocupações
que se tornariam relevantes apenas tempos depois.
A conscientização ecológica é o tema que predomina significativamente na
atualidade. Ao se analisar a preocupação com o meio ambiente, um conceito
fundamental pode ser categoricamente vislumbrado: desenvolvimento sustentável.
E como citar “desenvolvimento sustentável” e “preocupação com o meio ambiente”
sem ao menos se lembrar de um dos recursos naturais fundamentais à manutenção
da vida.
Atualmente não há como se pensar em vida sem remeter ao recurso água. Uma vez
em que há uma contínua mudança de pensamento na economia dos recursos
naturais, a preocupação com a escassez da água é mais do que evidente. Apenas
2,5% de água no planeta é digna de ser considerada potável e passível de consumo
humano. E é exatamente aí que entram os recursos e avanços tecnológicos, a
iniciativa privada, o poder público quanto aos mecanismos legislativos, à população
26
e principalmente o incentivo às iniciações de trabalhos científicos e pesquisas
tecnológicas
no
empenho
da
descoberta
de
soluções
mitigadoras
que
principalmente amenizem os efeitos para que se garanta a conscientização da
economia e também a demanda do próprio recurso, em condições viáveis às futuras
gerações.
Para citar alguns exemplos destaca-se o trabalho do engenheiro químico Marcelio
Fonseca, atuando como superintendente da empresa Haztec, ele participou no
desenvolvimento de tecnologia para transformar cinco tipos de efluentes, sendo eles
1) resíduos das indústrias têxtil, 2) automobilística, 3) química, 4) mananciais
contaminados e 5) chorume (ESTADO,2011).
Por volta do ano 2000, desenvolveu projetos na área têxtil, que tratavam dos
efluentes de malharia (produção de tecidos de malha), que resultava no
fornecimento de água de reúso para a produção do jeans. A partir dai, começou a
reaproveitar os efluentes de outros setores de forma direta, quando o próprio resíduo
da atividade é tratado e de forma indireta, quando o efluente é despejado em algum
manancial e posteriormente é captado e reaproveitado.
Desenvolveu também um projeto para o reúso de chorume no aterro de Nova
Iguaçu, onde a água produzida vai para atividades “menos nobres”, como, limpeza
de vias, peças e caminhões.
De acordo com Marcelio (2011), destaca ainda outras aplicações da água de reúso,
como, água de resfriamento, água de processos industriais, rega de jardins, lavagem
de pátios, etc. De acordo com o engenheiro as possibilidades do reúso são infinitas
e é evidente a existência de perdas, no reaproveitamento industrial por exemplo, de
acordo com ele, nunca será possível abastecer toda a fábrica com água de reúso,
mas que o numero esta em 70% de aproveitamento, e isso é bem significativo em
termos de redução de impacto ao meio ambiente.
27
2.2 ESCASSEZ DA ÁGUA NO BRASIL
A água é necessária em todos os aspectos da vida no planeta. Atualmente no
mundo, aproximadamente 1,7 milhões de pessoas sofrem com a escassez da água.
A causa principal para que exista uma crise a nível mundial se refere ao fato de que
apenas 0,003% da água no mundo, passível de consumo humano, é uma reserva
constante. Em contrapartida a densidade demográfica no planeta se torna cada vez
mais densa, e o lixo produzido por essa massificação é cada vez mais abundante
oque, como consequência, acarreta em uma quantidade de água menor para
consumo da população, pela contaminação sofrida.
Diversas são as substâncias tóxicas geradas nas diferentes atividades humanas.
Nas práticas agrícolas, por exemplo, o uso sem controle de agrotóxicos representa
um grande perigo ao meio ambiente e à saúde humana.
A AGENDA 21, em seu capítulo 18, refere-se à proteção da qualidade e do
abastecimento dos recursos hídricos, mostrando que:
“A escassez generalizada, a destruição gradual e o agravamento da
poluição dos recursos hídricos em muitas regiões do mundo, ao lado
da implantação progressiva de atividades incompatíveis, exigem o
planejamento e manejo integrados desses recursos. Essa integração
deve cobrir todos os tipos de massas inter-relacionadas de água
doce, incluindo tanto águas de superfície como subterrâneas, e levar
devidamente
qualitativos.
em
consideração
Deve-se
desenvolvimento
dos
reconhecer
recursos
os
o
aspectos
caráter
hídricos
quantitativos
multi-setorial
no
contexto
e
do
do
desenvolvimento sócio-econômico, bem como os interesses múltiplos
na utilização desses recursos para o abastecimento de água potável
e saneamento, agricultura, indústria, desenvolvimento urbano,
geração de energia hidroelétrica, pesqueiros de águas interiores,
transporte, recreação, manejo de terras baixas e planícies e outras
atividades. Os planos racionais de utilização da água para o
desenvolvimento de fontes de suprimento de água subterrâneas ou
de superfície e de outras fontes potenciais têm de contar com o apoio
de medidas concomitantes de conservação e minimização do
28
desperdício. No entanto, deve-se dar prioridade às medidas de
prevenção e controle de enchentes, bem como ao controle de
sedimentação, onde necessário” (AGENDA 21, 2001).
2.3 ESCASSEZ DA ÁGUA NO MUNDO
A água limpa e tratada, imune à mortalidade infantil e à proliferação de doenças,
está cada vez mais cara. Os países situados em regiões áridas e semiáridas como
os do Oriente Médio, já enfrentam a crise da água há muitos anos, mas a percepção
de uma crise mundial só agora está alcançando a consciência internacional.
A figura 2.3.1 trata brevemente da situação mundial quanto às regiões onde há
indícios importantes da deficiência de água.
Figura 2.3.1 A situação da água no mundo
Fonte: http://www.uniagua.org.br/
29
O crescimento inveterado da população e o consumo não pensado de água,
tendendo ao desperdício também são fatores que contribuem para a escassez do
recurso hídrico, que cresce muito com o decorrer do ano, conforme é constatado nas
tabelas 2.3.1, 2.3.2, 2.3.3 e 2.3.4, a seguir:
Tabela 2.3.1 Evolução do uso da água no mundo
Ano
Habitantes
1940
2,3 x 10
1990
5,3 x 10
Uso da Água m³
9
400
9
800
Fonte: http:// http://www.uniagua.org.br/
Tabela 2.3.2 Consumo Médio de Água no Mundo
Grupo de Renda
Utilização Anual m³/hab.
Baixa
386
Média
453
Alta
1.167
Fonte: http:// http://www.uniagua.org.br/
3
Tabela 2.3.3 Disponibilidade de Água por Habitante/Região (x1000m )
Região
Ano
1950
1960
1970
1980
2000
Africa
20,6
16,5
12,7
9,4
5,1
Ásia
9,6
7,9
6,1
5,1
3,3
América Latina
105
80,2
61,7
48,8
28,3
Europa
5,9
5,4
4,9
4,4
4,1
América do Norte
37,2
30,2
25,2
21,3
17,5
TOTAL
178,3
140,2
110,6
89
58,3
Fonte: http:// http://www.uniagua.org.br/
Tabela 2.3.4 Disponibilidade de Água por Habitante/ Região
Países com mais água per capita
Países com menos água per capita
Guiana Francesa
812.121 m³
Kuait
10 m³
Islândia
609.319 m³
Emirados Árabes
58 m³
Guiana
316.689 m³
Unidos
66 m³
Suriname
292.566 m³
Bahamas
94 m³
Congo
275.679 m³
Qatar
103 m³
Papua Nova Guiné
166.563 m³
Maldivas
113 m³
Gabão
133.333 m³
Líbia
118 m³
Ilhas Salomão
100.000 m³
Arábia Saudita
129 m³
Canadá
94.353 m³
Malta
149 m³
Cingapura
179 m³
Nova Zelândia
86.554 m³
Fonte: http:// http://www.uniagua.org.br/
30
A figura 2.3.2 demonstra os percentuais de água distribuídos no mundo de acordo
com a sua utilização:
Figura 2.3.2 Distribuição dos Recursos Hídricos no Mundo
Fonte: http:// http://www.uniagua.org.br/
Na agricultura, durante os processos de evaporação e percolação, 60% da água
utilizada no processo de irrigação é perdida. Estima-se que 6,3 bilhões de pessoas
poderiam ser abastecidas com a economia de 10% da água destinada à agricultura
no mundo.
Na década de 80 intensificaram-se planejamentos voltados para melhoria da
qualidade da água em longo prazo, a fim de evitar conflitos de utilização da água e
chamar a atenção para o valor ambiental e inclusive conseqüentemente o valor
social da conservação da água.
2.4 DISPONIBILIDADE HÍDRICA NO BRASIL
A falta de água, no geral, tem relação com o volume hídrico e a totalidade de
habitantes, levando-se em conta uma determinada região. Se esta área tem sua
distribuição espacial de forma desigual com o número de habitantes, qualquer
aumento
de
demanda
demográfica,
disponibilizada para consumo.
compromete
a
quantidade
de
água
31
Portanto a quantidade disponível de água e a sua divisão entre os habitantes de um
mesmo lugar são referências indicativas da progressiva escassez deste recurso,
refletida em algumas regiões do Brasil.
Histórico
Somente no ano de 1997, foi criada uma política nacional de recursos hídricos com
da Lei das Águas. Fundamentada na utilização da água para diversos fins,
priorizando em caso de escassez o consumo humano. Para implantação deste
mecanismo, instrumentos foram implantados, com destaque para dois itens
(CAUBET, 2004):
- Plano de Recursos Hídricos: Basicamente estabelece critérios para se conduzir os
recursos hídricos do país ou do estado, por meio de um plano de conservação,
recuperação e utilização da água em suas respectivas bacias. Isto posto, o Conselho
Nacional de Recursos Hídricos aprovou a partir de 2006 o Plano Nacional, atribuindo
aos estados a gerência de seus planos;
- Cobrança pelo uso da água: Funciona como um instrumento educador,
incentivando por meio do custo a racionalização da utilização da água ao mesmo
tempo em que arrecada verba para aplicação no Plano de Recursos Hídricos;
O Brasil também pode contar com outro valioso recurso, trata-se das águas
subterrâneas. O Aquífero Guarani, maior manancial de água doce transnacional do
mundo, tem sua maior área estabelecida no Brasil, contribuindo para a formação de
uma reserva de 112 mil km². Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE, 2000) revelam que dentre os municípios nacionais, 16% são atendidos por
água subterrânea (BOSCARDIN, BORGUETT e FILHO, 2008).
Assim como os rios, a má utilização apresenta riscos aos mananciais subterrâneos,
como contaminações oriundas de fossas, esgotos e lixões mal instalados.
No mundo, o Brasil é uma exceção no volume de água distribuído por pessoa, se
aproximando a 19 vezes superior ao valor mínimo estabelecido pela Organização
das Nações Unidas (ONU), ou seja, 1700 m³/s por habitante (no ano). Isso não
32
significa que toda a população receberá a mesma qualidade, quantidade e
regularidade da água.
O Brasil possui uma área de 8.547.403,5 km², ou seja, a quinta maior extensão
territorial do mundo. Ocupando 47,7% da América do Sul e tem sua localização nas
partes mais baixas do globo, lhe caracterizando como um país tropical (REBOUÇAS,
1997).
O país recebe sobre seu território uma pluviometria entre 1000 e 3000 mm/ano, e
apesar de riquíssimo em quantidade de água doce, o abastecimento é precário,
mesmo na região norte onde os rios descartam mais 70% de suas águas, conforme
cita o referido autor.
Outro fato pertinente é o favorecimento da geografia dos rios à geração de energia
elétrica. O livro número III do Código Nacional de Águas, de 1934, trata do conjunto
de recursos hidrelétricos do país.
Entretanto, os rios recebem muito esgoto não tratado. A Organização Mundial de
Saúde (OMS) demonstra que um dólar investido no saneamento básico, acarreta
uma diminuição de cinco dólares em despesas hospitalares. A Organização das
Nações Unidas (ONU) estima que 50% dos rios do planeta estejam poluídos,
principalmente, por esgotos domésticos, resíduos industriais e agrotóxicos
(REBOUÇAS, 1997).
De acordo com censo (IBGE,2000) mais de 80% da população brasileira vivem em
zonas urbanas. Contudo, cerca de 64% do esgoto doméstico não é coletado para
tratamento e, o mais grave é que perto de 7% da população não tem acesso à água
limpa para o consumo e 24% recebem água de qualidade duvidosa ou vivem num
constante rodízio no fornecimento, como menciona o autor citado.
Na contramão, as redes de distribuição têm uma perda de 40% a 60% da água em
suas tubulações durante a distribuição.
33
A pouca vontade política para a resolução desta questão é notória. As regiões com
áreas hidrográficas privilegiadas possuem o mesmo drama no saneamento básico
de regiões com áreas hidrográficas carentes, perpetuando o grave problema da
saúde pública no Brasil.
O PURA (Programa de Uso Racional da Água), aplicado na região metropolitana de
São Paulo em uma parceria da Sabesp e em conjunto com a USP, demonstra
atitudes cotidianas que muito contribuem para o desperdício, como:
- banhos prolongados;
- utilização de jatos de mangueira para limpeza de carros e calçadas;
- água tratada para irrigação de gramados
- água potável utilizada em torres de resfriamento de sistema de ar condicionado,
etc.
No Brasil, cerca de 63% da água é destinada para a agricultura, destacando os
métodos de irrigação conhecidos como Pivô Central e Aspersão Convencional, que
além de consumirem uma grande quantidade de água, exigem um alto consumo de
energia elétrica. A figura 2.4.1 apresenta a distribuição dos recursos hídricos nas
regiões brasileiras.
80
Superficie
População
68
70
Recursos Hidricos
43
50
45
60
29
40
18
11
3
6
7
7
6
10
7
20
15
16
19
30
0
Norte
Centro Oeste
Sul
Sudeste
Nordeste
Figura 2.4.1 Distribuição dos Recursos Hídricos no Brasil
Fonte: http://www.uniagua.org.br/
34
De acordo com Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), para se
padronizar o abastecimento de água e o tratamento de esgoto, custaria ao Brasil em
um prazo de 10 anos, um investimento de R$ 100 bilhões.
Conforme reportagem exibida pelo Globo Repórter (2005), diante da escassez que
ameaça o mundo, a ONU propôs que o Aquífero Guarani fosse transformado em
patrimônio da humanidade e que suas águas fossem consideradas reserva intocada,
para que no futuro fosse usada por toda a população do planeta.
Hoje os quatro países do MERCOSUL – Mercado Comum do Sul têm que se unir
para defender esse patrimônio. São necessários critérios que devem ser
estabelecidos para que o aquífero seja bem utilizado: de maneira racional e de
forma que as futuras gerações possam usufruir desse benefício.
Conforme Cetesb (2006), “menos da metade da população tem acesso à água
potável, a irrigação corresponde a 73% do consumo de água, 21% a indústria e
apenas 6% destina-se ao consumo doméstico”. Nos últimos 50 anos, a degradação
da qualidade de água potável aumentou em níveis alarmantes. Apesar de o Brasil
concentrar 13% da água doce no planeta, a escassez eminente já é palco de
algumas regiões, como o sudoeste do país.
Nesse contexto, o grande desafio para a sociedade brasileira, é modificar o atual
pensamento, historicamente estabelecido, de que a expansão da oferta mediante a
construção de grandes obras é a única solução para os problemas de falta da água.
A expansão da oferta no Brasil tem sido a única resposta em face da escassez de
água e da necessidade de atender às crescentes demandas. Portanto, a riqueza
deriva da combinação do conhecimento de como aprender a usar água,
competência em alcançar eficiência no fornecimento e no uso, e tecnologia
utilizando equipamentos cada vez mais eficientes no combate aos desperdícios.
35
A cidade de São Paulo
A cidade de São Paulo, a segunda maior da América Latina e uma das maiores do
mundo é um exemplo de problema a níveis alarmantes, no que se refere à escassez
de água, onde períodos de racionamento já se apresentam desde a década de 80.
Nos primórdios de sua história, São Paulo utilizava-se de fontes naturais que
brotavam dos declives dos morros e da margem esquerda do Anhangabaú.
Segundo Faria (2004), o primeiro chafariz para o abastecimento público de São
Paulo foi construído pelos padres franciscanos em meados do século XVIII. Os
religiosos mandaram construir uma fonte de pedra para uso privado e outra para uso
público na baixada do Anhangabaú, próximo à atual Praça das Bandeiras. Em 1791
o governador Bernardo José de Lorena (1788-1797) mandou fazer a análise da
qualidade das águas provindas das diversas nascentes de uso público da cidade de
São Paulo, naquela que foi a primeira tentativa racional de controlar o abastecimento
público de água da cidade.
Segundo Affonso de Freitas, de 1793 a 1860 nada foi feito para melhorar o escasso
fornecimento de água à população que sentiu drasticamente a escassez do líquido,
tendo que recorrer às águas suspeitas do Tamanduateí.
Conclui-se que desde os primórdios de sua existência, a futura megalópole, São
Paulo, sofria não só com a escassez do recurso hídrico, mas com a qualidade da
própria água fornecida, uma vez que não havia estrutura compatível com a demanda
populacional que crescia cada vez mais, de forma exorbitante.
A oferta gratuita de recursos naturais, oferecida pela natureza e a crença de sua
capacidade ilimitada de recuperação frente às ações exploratórias, contribuíram para
uma postura descomprometida com a proteção e o equilíbrio ecológico. A vida
cotidiana de cada cidadão mostra claramente o quanto despreocupados estão os
que não possuem, em quase a sua totalidade, consciência e ética adequadas à
situação atual, onde todo o tipo de economia, quando se trata de água que, além de
ser necessária é muito mais do que bem vinda.
36
2.5 QUALIDADE DA ÁGUA
“... Considerando que a saúde e o bem-estar humano, bem como o equilíbrio
ecológico aquático, não devem ser afetados como conseqüência da deterioração da
qualidade das águas...” (CONAMA, 1986).
Conforme Branco (1993), a água possui várias qualidades que são características
dela, enquanto substância. Dependendo do local e da origem, ela pode apresentar
características variáveis.
A termologia “qualidade da água” é embasada em parâmetros medidores de suas
características em função do uso ao qual se destina.
Segundo Branco (1993), existem muitas substâncias que não podem estar presentes
excessivamente na água, mas não para torná-la nociva, há níveis de tolerância que
devem ser respeitados. Esse histórico de substâncias nocivas que devem atender a
um padrão de tolerância cresce à medida que se criam novas substâncias ou na
medida em que exista a constatação de novas descobertas a respeito de suas
propriedades fisiológicas.
2.5.1
Padrões de Potabilidade
A portaria nº 1469 do Ministério da Saúde, aprovada em 29/12/2000 que substitui a
Portaria nº 36/GM de 19/01/1990, define os parâmetros de potabilidade da água
para consumo humano e sugere principalmente que os padrões físicos,
microbiológicos, químicos e radioativos não excedam a um determinado limite,
maléficos á saúde do ser humano. É relevante citar este normativo porque o país
ainda sofre carência de literatura adequada não só para o aproveitamento de águas
pluviais, mas como também para reúso e reciclagem do recurso. E sendo um
normativo bem fundamentado, a Portaria nº 1469 pode servir como inspiração para
elaboração de novas literaturas, uma vez que admite como verdadeiros os limites de
parâmetros conhecidos e mensuráveis, tornando efetivamente viáveis os estudos e a
37
criação de novas tecnologias que incentivam a economia saudável da água
disponível, que pode ser aproveitada ou reaproveitada.
Algumas das principais tabelas desta Portaria, indicativas da potabilidade da água
adequada ao consumo humano:
A Tabela 2.5.1.1 mostra os padrões microbiológicos de potabilidade da água,
indicando os parâmetros viáveis para a água de consumo humano e para a água
tratada no sistema de distribuição (reservatório e rede). Estes parâmetros são
mensurados através do índice VMP (valor máximo permitido).
Tabela 2.5.1.1 Padrão microbiológico de potabilidade da água para consumo humano
(1)
PARÂMETRO
Água para consumo humano
VMP
(2)
Escherichia coli ou coliformes termotolerantes
(3)
Ausência em 100ml
Água na saída do tratamento
Coliformes totais
Ausência em 100ml
Água no sistema de distribuição (reservatórios e rede)
Escherichia coli ou coliformes termotolerantes
Coliformes totais
(3)
Ausência em 100ml
Sistemas que analisam 40 ou mais
amostras por mês:
Ausência em 100ml em 95% das amostras
examinadas no mês;
Sistemas que analisam menos de 40
amostras por mês:
Apenas uma amostra poderá apresentar
mensalmente resultado positivo em 100ml
Notas: (1) Valor máximo permitido
(2) Água para consumo humano em toda e qualquer situação, incluindo fontes individuais.
como poços, minas, nascentes, dentre outras.
(3) a detecção de Escherichia coli deve ser preferencialmente adotada.
Fonte: TSUTIYA, 2004
O índice de turbidez contempla a presença de partículas sólidas suspensas na água,
podendo ser de tamanhos variados. Essas partículas promovem a dispersão e
absorção da luz, dando à água uma aparência nebulosa, indesejável e de alta
38
periculosidade.
A Tabela 2.5.1.2 informa o padrão de turbidez para água pós-
filtração ou pré-desinfecção.
Tabela 2.5.1.2 Padrão de turbidez para água pós-filtração ou pré-desinfeção
(1)
TRATAMENTO DA ÁGUA
VMP
(2)
Desinfecção (água subterrânea)
1,0 UT em 95% das amostras
Filtração rápida (tratamento completo ou filtração direta)
1,0 UT
Filtração Lenta
2,0 UT em 95% das amostras
(2)
(2)
Notas: (1) Valor máximo permitido
(2) Unidade de turbidez
Fonte: TSUTIYA, 2004
A tabela 2.5.1.3 informa os padrões de radioatividade alfa e beta para que a água
seja considerada potável, tal verificação é imprescindível devido à nocividade da
radiação.
Tabela 2.5.1.3 Padrão de radioatividade para água potável
(1)
PARÂMETRO
UNIDADE
VMP
Radioatividade Alfa global
Bq/L
0,1
(2)
Radiatividade Beta global
Bq/L
1,0
(2)
Notas: (1) Valor máximo permitido
(2) Se os valores encontrados forem superiores aos VMP, deverá ser feita a identificação dos
radionuclideos presentes e a medida das concentrações respectivas. Nesses casos,
deverão ser aplicados, para os radionuclideos encontrados, os valores estabelecidos pela
legislação pertinente da Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN, para se concluir
sobre a potabilidade da água.
Fonte: TSUTIYA, 2004
A tabela 2.5.1.4 informa outros índices de potabilidade que devem ser verificados,
em função de sua nocividade à saúde humana, todos mensuráveis em miligramas
por litro (MG/l) ou unidade de turbidez (ut).
39
Tabela 2.5.1.4 Parâmetro de aceitação para consumo humano
PARÂMETRO
UNIDADE
VMP
Alumínio
mg/L
0,2
Amônia (como NH3)
mg/L
1,5
Cloreto
mg/L
250
Cor Aparente
uH
15
Dureza
mg/L
500
Etilbenzeno
mg/L
0,2
Ferro
mg/L
0,3
Manganês
mg/L
0,1
Monoclorobenzeno
mg/L
0,12
Odor
-
Não objetivável
Gosto
-
Não objetivável
Sódio
mg/L
200
Sólidos Dissolvidos Totais
mg/L
1.000
Sulfato
mg/L
250
Sulfeto de hidrogênio
mg/L
0,05
Surfactantes
mg/L
0,5
Tolueno
mg/L
0,17
Turbidez
UT
5
Zinco
mg/L
5
Xileno
mg/L
0,3
Fonte: TSUTIYA, 2004
De acordo com TSUTIYA (2004), além dos muitos indicativos sugeridos pela norma,
recomenda-se:
• Que no sistema de distribuição, o pH da água seja mantido na faixa de 0,6 a
9,5.
• Que o teor máximo de cloro residual livre, em qualquer ponto de
abastecimento, seja de 2,0 mg/l.
• Que sejam realizados testes para detecção de odor e gosto em amostras de
água coletadas na saída do tratamento e na rede de distribuição.
Em cumprimento à Resolução (SMA,1988), a Cetesb iniciou, a partir de 1998, o
desenvolvimento de dois novos índices de qualidade de água: o IAP (Índice de
Qualidade de Água Bruta para fins de Abastecimento Público) e o IVA (Índice de
40
Proteção da Vida Aquática). Uma vez em que se destacam, dentre os usos mais
nobres, o abastecimento público e a preservação do equilíbrio das comunidades
aquáticas, esses dois índices específicos irão compor, em conjunto com o índice de
balneabilidade, o IBQA (Índice Básico de Qualidade das Águas), que quando
aplicados na rede de monitoramento permitirão uma abordagem mais completa e
fidedigna da qualidade das águas, fornecendo um instrumento importante para o
controle e gerenciamento dos recursos hídricos.
A qualidade das águas que deve ser observada, necessária ao desenvolvimento no
setor industrial depende de dois fatores: ramo de atividade e capacidade de
produção.
Conforme Hespanhol e Gonçalves(2006), é o ramo de atividade da indústria que
determina as características da água a ser utilizada, enquanto que o seu “porte”, que
está associado à sua capacidade de produção, determina qual a quantidade
necessária que satisfaça a demanda requerida nos diferentes tipos de atividades.
Uma mesma indústria pode trabalhar com diferentes níveis de qualidade de água.
A Tabela 2.5.1.5, pode servir como referência para apresentar dados internacionais
de distribuição do consumo de água na indústria por tipo de atividade, uma vez em
que o mundo, em termos de tecnologia, globalização e diversidade, está em
constante mudança.
41
Tabela 2.5.1.5 Distribuição do Consumo de Água por tipo de atividade industrial
Distribuição do Consumo de Água (%)
Segmento Industrial
Resfriamento
sem Contato
Processo e
Atividades Afins
Uso Sanitário e
Outros
Carne Enlatada
42
46
12
Abatimento e limpeza de aves
12
77
12
Laticínios
53
27
19
Frutas e vegetais enlatados
19
67
13
Frutas e vegetais congelados
19
72
8
Moagem de milho a úmido
36
63
1
Açúcar de cana de açúcar
30
69
1
Açúcar de beterraba
31
67
2
Bebidas maltadas
72
13
15
Indústria têxtil
57
37
6
Serrarias
58
36
6
Fabrica de celulose e papel
18
80
1
Cloro e Álcalis
85
14
1
Gases Industriais
86
13
1
Pigmentos inorgânicos
41
58
1
Produtos químicos inorgânicos
83
16
1
Materiais plásticos e resinas
93
7
*
Borracha sintética
83
17
*
Fibras de celulose sintéticas
69
30
1
Fibras orgânicas não celulósicas
94
6
*
Tintas e pigmentos
79
17
4
Produtos químicos orgânicos
91
9
1
Fertilizantes nitrogenados
92
8
*
Fertilizantes fosfatados
71
28
1
Negro de fumo
57
38
6
Refinaria de petróleo
95
5
*
Pneus
81
16
3
Cimento
82
17
1
Aço
56
43
1
Fundição de ferro e aço
34
58
8
Cobre primário
52
46
2
Alumínio primário
72
26
2
Automóveis
28
69
3
(*)Valor Inferior a 0,5% do volume total de água consumido
Fonte: Van Der Leeden; Troise and Todd, 1990
Segundo Hespanhol e Gonçalves (2006), de acordo com o tipo de aplicação, o grau
de exigência pode variar de maneira significativa, conforme também cita o manual.
42
Existem muitas aplicações que exigem um nível maior de parâmetros que devem ser
observados de forma a não comprometer o processo, ao qual se destina, produto ou
sistema a ser inserida
As tabelas subsequentes, 2.5.1.6 a 2.5.1.8, mostram mais alguns parâmetros
indicativos, pois muitos deles são referências de indústrias no exterior, mas que são
muito úteis em uma primeira avaliação.
Tabela 2.5.1.6 Requisitos de Qualidade da Água para Usos Industriais
Parâmetros (mg/l, execeto quando especificado o valor)
Industria e Processo
Têxtil
Engomagem
Lavagem
Branqueamento
Tingimento
Papel e Celulose
Processo Mecânico
Processo Químico
Não Branqueado
Branqueado
Produtos Químicos
Cloro e álcali
Carvão de alcartrão
Compostos organicos
Compostos inorgânicos
Plásticos e resinas
Borracha sintética
Produtos Farmacéuticos
Sabão e detergentes
Tintas
Madeira e reisinas
Fertilizantes
Explosivos
Petróleo
Ferro e Aço
Laminação a quente
Laminação a frio
Diversas
Frutas e vegetais enlatados
Refrigerantes
Curtimento de Couro
Cimento
Cor(UH)
Alcalinidade(C
Cloreto
aCO3)
5
5
5
5
Dureza
(CACO3)
Ferro
PH(unidad
Sulfato
es)
SDT
Sólidos
Suspensos
25
25
25
25
0,3
0,1
0,1
0,1
0,05
0,01
0,01
0,01
6,5 - 10,0
3,0 - 10,5
2,0 - 10,5
3,5 - 10,0
100
100
100
100
5
5
5
5
0,3
0,1
6,0 - 10
Manganês Nitrato
30
1000
30
10
200
200
100
100
1
1
0,5
0,05
6,0 - 10
6,0 - 10
30
25
30
0
0
0
40
30
500
50
30
300
140
180
170
250
0
0
0
130
150
900
250
150
350
0,1
0,1
0,1
0,1
0,005
0,005
0,005
0,1
0,1
0,3
0,2
0,1
1
0,1
0,1
0,1
0,1
0,005
0,005
0,005
0,1
0,1
0,2
0,2
0,1
6,0 - 8,5
6,5 - 8,3
6,5 - 8,7
6,5 - 7,5
7,5 - 8,5
7,5 - 8,5
7,5 - 8,5
10
5
5
5
2
2
2
5
5
200
10
8
80
50
125
70
1
2
2
50
100
200
175
100
0
0
0
5
5
2
6,5
6,5 -8,0
6,5 - 8,5
6,8
6,0 - 9,0
10
10
200
75
90
0
0
0
150
125
100
150
150
400
250
425
1
2
2
300
270
1000
300
200
1000
5,0 - 9,0
5,0 - 9,0
5
10
5
250
85
400
250
250
250
250
150
0,2
0,3
50
25
10
5
5
5
2
2
2
10
10
30
10
5
10
Sílica
Cálcio
Magnésio
50
50
20
20
12
12
40
50
50
60
0
0
0
30
37
100
40
20
75
8
14
12
25
0
0
0
12
15
50
20
10
30
0,02
0,05
0,02
50
25
20
10
0,2
0,05
10
6,5 -8,5
250
500
10
50
0,5
0
6,0 - 8,0
6,5 - 8,5
250
600
500
35
100
60
Fonte: Nemerow and Dasgupta (1991 apud Hespanhol e Gonçalves, s/d p. 25
Bicarbo
nado
100
60
128
210
0,1
0,5
0,5
60
125
250
210
120
43
Tabela 2.5.1.7 Padrão de Qualidade e recomendado para água de resfriamento e geração de vapor
Geração de Vapor
Parâmetro*
Água de
resfriamento
Cloretos
Caldeira de Baixa
pressão (<10 bar)
Caldeira de Média
pressão (10 a 50
Bar)
Caldeira de Alta
Pressão(> 50 Bar)
500
+
+
+
Sólidos Dissolvidos Totais
500
700
500
200
Dureza
650
350
1
0,07
Alcalinidade
350
350
100
40
PH
6,9 a 9,0
7,0 a 10,0
8,2 a 10,0
82, a 9
DQO
75
5
5
1
Sólidos Suspensos Totais
100
10
5
0,5
Turbidez
50
x
x
x
DBO
25
x
x
x
Compostos Orgânicos++
1
1
1
0,5
Nitrogênio Amoniacal
1
0,1
0,1
0,1
Fosfato
4
x
x
x
Sílica
50
30
10
0,7
Alumínio
0,1
5
0,1
0,01
Cálcio
50
+
0,1
0,01
Magnésio
0,5
+
0,25
0,01
Bicarbonato
24
170
120
48
Sulfato
200
+
+
+
Cobre
x
0,5
0,05
0,05
Zinco
Substancia Extraída em
Tetracloreto de Carbono
Sulfeto de Hidrogênio
x
+
0,01
0,01
x
1
1
0,5
x
+
+
+
Oxigênio Dissolvido
x
2,5
0,007
0,0007
* Limites recomendados em mg/l, exceto para ph e turbidez que são expressos em unidade e UT , respectivamente
(+)Aceito como recebido, caso sejam atendidos outros valores limites
(++) Substancias ativa ao azul e metileno
Fonte: Crook (1996 apud Hespanhol e Gonçalves, s/d p. 26)
44
Tabela 2.5.1.8 Dados de Qualidade da água para uso na Industria Farmacêutica
Parâmetro
Água Purificada
Água para injetáveis
ph
5a7
5a7
Estagio 1: < 1,3_ S/cm
Condutividade Elétrica
Estagio 2: < 2,1_ S/cm
Estagio 3: valor associado à medida do ph
Carbono Orgânico Total*
500 partes por bilhão(ppb)
Bactérias **
100 UFC/ml
10UFC/ml
Endotoxinas
..
<0,25 EU
* Pode-se utilizar o teste para substancias oxidáveis em substituição a este parâmetro
** Somente como recomendação
2.5.2
Contaminação da Água
As fontes de poluição dos recursos hídricos são as mais variadas possíveis, elas vão
de lançamentos de esgoto doméstico a complexos resíduos industriais. A Tabela
2.5.2.1 apresenta as principais fontes de poluição hídrica antrópica.
Tabela 2.5.2.1: Tipos de poluentes de origem antrópica (ação humana) e suas principais fontes.
Tipo de Poluente
Material Orgânico
Nutrientes
Organismos
Patogênicos
Sólidos Suspensos
Sais
Metais Tóxicos
Materiais Orgânicos
Tóxicos
Temperatura
Fonte: Bárbara (2006).
Fontes Pontuais
Esgoto
Esgoto
Doméstico
Industrial
x
x
x
x
Fontes Difusas
Escoamento
Escoamento
Agrícola
Urbano
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
O crescimento industrial desordenado gera a liberação de compostos indesejáveis
ao meio ambiente, causando danos à flora e a fauna Cotta (2006). Na América do
Norte animais que têm a água como seu habitat têm cinco vezes mais probabilidade
de serem extintos, do que animais que vivem na Terra (BARLOW ; CLARKE, 2003).
O mal de Minamata na década de 50 provocou a morte de um grande número de
pessoas por envenenamento severo causado por resíduos de mercúrio associados
45
ao efluente de uma indústria produtora de Acetaldeído e PVC (Poli cloreto de vinila),
e que lançava seus efluentes na Baía de Minamata no Japão (BRAGA ; BIDONE,
2000).
No estado de Minas Gerais no mês de março de 2006, um vazamento de 400
milhões de litros de resíduos de tratamento de bauxita atingiram o rio Muriaé,
provocando a suspensão do abastecimento de água no município de Lage do
Muriaé. Em 10 de janeiro de 2007 a mesma barragem rompeu novamente, um dia
após este acidente, a turbidez da água do rio Muriaé teve 71.000 Unidade de
Turbidez (UNT), sendo que o padrão máximo do CONAMA para rios como o Muriaé
é de 100 UNT.
Somente cinco dias após o acidente, quando a turbidez estava em 779 UNT o
tratamento da água para consumo humano e o abastecimento público de água pode
ser normalizado (FOLHA DE SÃO PAULO, 2007).
Acidentes como estes expõem não só a vulnerabilidade dos sistemas de
abastecimento público, que sem plano de segurança da água não têm opção senão
a de suspenderem o abastecimento das cidades, mas a fragilidade do sistema de
gerenciamento hídrico como um todo.
46
2.6 DIFERENÇA ENTRE APROVEITAMENTO, REÚSO E
RECICLAGEM DE ÁGUA
Estes três conceitos podem ser facilmente confundidos, porém são termos que
tratam de diferentes métodos com fim muito próximo, que é a redução do consumo
de água, visando sustentabilidade e soluções para regiões onde há escassez de
água.
Sustentabilidade está ligada a utilização dos recursos pela nossa geração, sem
comprometer as gerações futuras, todos os termos deste item estão interligados,
porém são métodos distintos. Todos visam aplicações conscientes e de grande
responsabilidade na utilização da água, para sua conservação e distribuição
homogênea para que nossa geração toda desfrute dela, sem privar a utilização
deste recurso fundamental pelas futuras gerações.
O método de aproveitamento de água está mais ligado à capitação de água pluvial e
utilização em diversos fins, também os métodos de captação de água pluvial visam
redução de alagamentos nos grandes centros urbanos, devido a seus elevados
índices de impermeabilização. Já o método de reúso de água, visa à captação de
resíduos oriundos de determinados processos, para citar dois, destaca-se efluentes
industriais e esgotos sanitários, e reutilização em diversos fins também. Em relação
ao método de reciclagem de água, ocorre a captação igual ao reúso de água,
porém, com a finalidade de reutilizar a água tratada, no mesmo processo que gerou
os resíduos captados.
2.6.1
Aproveitamento de Água Pluvial
A utilização da água da chuva não é uma inovação dos dias atuais. Na América
Latina as técnicas de aproveitamento da água de chuva já eram utilizadas por povos
pré-colombianos na Península de Iucatã, no México (GNADLINGER,2000).
47
Em Berlin, na Alemanha, como parte de um projeto chamado “Belss-LuedeckeStrasse”, foi implantado um sistema que capta a água da chuva de telhados com
área de aproximadamente 7.000 m² e descarrega em uma rede pública de coleta de
água da chuva. Essa rede transfere a água a uma cisterna, com capacidade de 160
m³, junto com a água da chuva vinda de ruas, estacionamentos e calçadas (que
representam uma área de 4.200m²). A água é tratada e utilizada para descarga de
sanitários e irrigação de jardins. Uma simulação feita para 10 anos estimou uma
economia de água potável através da utilização de água da chuva de cerca de 2.430
m³ por ano (UNEP, 2002).
No Brasil, o primeiro relato de aproveitamento da água de chuva é provavelmente
um sistema construído na Ilha Fernando de Noronha, pelo exército norte-americano
em 1943 (GHANAYEM, 2001 apud PETERS, 2006).
Atualmente existem poucos relatos de captação da água da chuva para fins de
reaproveitamento no Brasil, em vista da disponibilidade relativamente grande de
outras fontes de abastecimento. O aproveitamento de águas pluviais tem sido
praticado em maior escala principalmente na região Nordeste, devido ao problema
da escassez hídrica, característico de parte da região. Em julho de 2003, teve início
o Programa de Formação e Mobilização Social para a Convivência com o Semi
Árido: um Milhão de Cisternas Rurais - P1MC, com o objetivo beneficiar cerca de 5
milhões de pessoas na região semi-árida, com água potável, através da construção
de cisternas. Cada cisterna tem capacidade para armazenar 16 mil litros de água da
chuva, captados dos telhados através de calhas. As cisternas são confeccionadas
com placas pré-moldadas de concreto ou com camadas sucessivas de argamassa
armada com tela de arame galvanizado. São construídas por pedreiros das próprias
localidades treinados pelo programa e pelas famílias beneficiadas pela cisterna. A
Figura 2.6.1 mostra detalhes das cisternas.
48
Figura 2.6.1 – Detalhes construtivos das cisternas.
Fonte: IRPAA (2008)
Algumas indústrias também têm adotado sistemas de utilização de água de chuva. O
uso desta se mostra viável em muitas aplicações industriais, visto que a maioria das
indústrias possui grandes áreas de telhado para servirem como superfícies de
captação, além de proporcionar uma economia significativa de água tratada. Em
2006 a Copebrás, indústria de Cubatão da área de fertilizantes agrícolas, lançou um
projeto para captar a água das chuvas que caiam sobre os telhados e ruas internas
da empresa, para reaproveitamento no processo produtivo de suas unidades
industriais. O empreendimento foi projetado para armazenar 2 milhões de litros
d'água.
Outros exemplos de empreendimentos que adotaram a prática de aproveitamento de
águas pluviais são o Estádio João Havelange e o Aeroporto Santos Dumont no Rio
de Janeiro, o Ginásio de esportes Univille em Joinville e o Supermercado Big em
Esteio (BELLA CALHA, 2006a). Em algumas cidades brasileiras como São Paulo,
Rio de Janeiro e Curitiba o armazenamento de água da chuva é previsto em lei e
tem sido usado com o objetivo de retardar o escoamento superficial. A retenção das
águas pluviais contribui para o controle de inundações, que ocorrem quando há
precipitações intensas, em função dos altos índices de impermeabilização destas
áreas.
2.6.2
Reúso de Água
Muitos efluentes produzidos em grande quantidade apresentam características
favoráveis para o seu reúso na agricultura, como os efluentes domésticos
49
(FRIEDMAN et al., 2007), suínos (ADELI; VARCO; ROWE, 2003) e de indústrias de
produção de alimentos em geral.
Estudos efetuados em diversos países demonstram que a produtividade agrícola
aumenta significativamente em áreas fertirrigadas com águas residuárias, desde que
estas sejam adequadamente manejadas. Estas podem ser aplicadas na produção
de grandes culturas (milho, sorgo, trigo etc.), frutas e hortaliças e madeira em
reflorestamento.
O uso de águas residuárias para irrigação tem diversos aspectos positivos. A
principal vantagem reside na recuperação de um recurso da maior importância na
agricultura – a água, além disso, seu uso na agricultura fornece nutrientes às
plantas, melhorando seu crescimento e minimizando custos com a adição de
nutrientes como nitrogênio, fósforo e potássio por meio de fertilizantes químicos
(WANG; HUANG, 2008).
A estimativa do valor dos nutrientes presentes nos efluentes de lagoas de
estabilização na Jordânia é de 75 dólares por 1000 m3 (AL-NAKSHABANDI et al.,
1997), sendo que esses resíduos tratados são como adubos naturais para a
produção de alimentos, promovendo um aumento de renda nesta atividade e
favorecendo a geração de empregos.
Os macro e micronutrientes em águas residuárias tratadas geralmente estão em
concentrações que podem ser benéficas ao crescimento das plantas, podendo ser
prejudicial, caso sejam erroneamente aplicados, devido à possibilidade de
espalhamento de doenças infecciosas e de nutrientes no meio ambiente
(PARANYCHIANAKIS et al., 2006). Além disso, sais presentes nestes resíduos
como sódio e cloro podem elevar a condutividade elétrica, associada a efeitos
maléficos no crescimento de plantas por meio de distúrbios nutritivos e à toxicidade
dos íons.
Airoldi (2007) apresenta alguns efeitos negativos da utilização de águas residuárias
na irrigação:
50
•
Poluição, principalmente por nitrato em águas utilizadas para
abastecimento público. Níveis de nitrato em água potável superiores a
90 mg L-1 podem causar metamoglobinemia em crianças;
•
Acúmulo de contaminantes no solo, que pode levar à sua salinização
ou criar ambiente propício para a proliferação de vetores transmissores
de doenças;
•
Uma alta concentração de nitrogênio no efluente pode comprometer
culturas susceptíveis a ele;
•
Alguns íons específicos como sódio e cloretos apresentam toxicidade a
determinadas culturas.
GONÇALVES et al. (2006) mencionam que águas residuárias com elevadas
concentrações de sólidos em suspensão podem acarretar problemas, desde a
captação até a sua distribuição no solo pelos equipamentos de irrigação, que podem
sofrer corrosão e apresentar entupimentos, acarretando diminuição de sua vida útil,
alterações na vazão e baixas uniformidades de distribuição de água no solo, sendo
que na irrigação localizada essa aplicação pode ser mais vantajosa, caso haja
alguma forma de tratamento e filtração.
KIZILOGLU et al. (2008) descrevem que a água residuária tratada pode ser utilizada
como uma alternativa à escassez de recursos hídricos, especialmente em regiões
áridas e semiáridas, pois atende à qualidade que os consumidores procuram nos
alimentos. Entretanto, o seu uso contínuo traz algumas questões sobre a fertilidade
do solo e a proteção da cadeia alimentar. Contaminação com metais pesados
deverão ser investigados, a fim de determinar os efeitos residuais dos efluentes
antes de utilizá-las para a recuperação de terras e, como adubo.
MELO et al. (2005) trabalharam com água residuária da mandioca (manipueira),
sendo que com a aplicação de doses crescentes, houve um aumento exponencial de
nutrientes no solo como o potássio, fósforo, cálcio, alumínio, sódio e magnésio, além
do crescimento linear dos valores de condutividade elétrica.
51
AL-ABSI, AL-NASIR e MAHADEEN (2008) estudaram a viabilidade de aplicação de
água residuária têxtil tratada sobre a cultura de azeitonas e os resultados mostraram
que esta pode ser usada como fonte de água e nutrientes, havendo, no entanto, a
necessidade de um monitoramento contínuo da qualidade desta água e dos níveis
tóxicos de cobre, ferro e sódio dentro das folhas, a fim de corrigir as concentrações
tóxicas e deficientes.
2.6.3
Reciclagem de Água
Por definição reciclagem é o termo geralmente utilizado para descrever o
reaproveitamento de materiais já utilizados como matéria-prima para um novo
produto.
Costa (2009), criador de um reciclador de água, descreve bem este conceito em seu
aparelho desenvolvido para consultório de dentistas.
De acordo com ele o Reciclador de Água é um dos equipamentos mais esperados
pela classe odontológica. O profissional dentista passaria a trabalhar o lado
ecológico reciclando a própria água que utiliza na cuspideira do consultório. Trata-se
de um conjunto de filtros que acoplados a saída de esgoto da cuspideira faz a
filtragem e purificação da água utilizada que contêm resíduos e detritos podendo ou
não estar contaminados. Esse expurgo é originado pelo procedimento odontológico
que passará pela filtragem e sendo depositada no reservatório que poderá ser de 5
ou 10 litros para reúso. Nosso reciclador de água é composto de 5 filtros, 1
reservatório de água e uma conexão para a cuspideira que conta com um sensor de
presença que é ativado com a aproximação do paciente que ao se levantar para
cuspir aciona a entrada de água utilizando um pequeno conjunto de bombas
elétricas para bombear a água do reservatório até a cuspideira. Este processo de
limpeza da cuspideira utiliza cerca de 1,5 a 2,5 litros d´àgua. O que economizará
100% do consumo diário de água que ficariam escorrendo sem uso. Abaixo vemos
um desenho esquemático do Reciclador de Água na figura 2.7.3.1
52
Figura 2.6.3 Desenho esquemático Reciclador de água
Pat req. N. 220906493347
Costa revela ainda que é extremamente prático e funcional, este sistema foi
desenvolvido dentro dos mais modernos requisitos de alta tecnologia, visando
atender as mais exigentes normas e especificações técnicas de qualidade,
segurança e higiene. O seu uso permite o atendimento odontológico com eficiência e
produtividade, além de um enorme diferencial, pois possui mobilidade a baixo custo.
A mobilidade é um benefício, pois até então era uma palavra extinta do consultório
dentário. Com a chegada desse equipamento o profissional poderá mudar seu
equipamento de lugar a qualquer tempo, sem necessidade de obras de infraestrutura (instalações hidráulicas) em seu local de trabalho. Além disso ajuda na
diminuição de gastos com contas de água, que poderá ser investido em outros
equipamentos e investimentos pessoais e profissionais.
Costa destaca alguns benefícios que este equipamento trará ao profissional dentista
na tabela 2.6.3.1, conforme segue:
53
Tabela 2.6.3.1 QUADRO COMPARATIVO DE CONSUMO DE ÁGUA
Descrição
Quantidades
Desperdício de água de um consultório odontológico
700 litros/dia
Consumo de água recomendado pela OMS per capita
110 litros/dia
Consumo de água apurado em pesquisas RJ/SP/ES per capita
220 litros/dia
Desperdício pela falta de manutenção nas redes dedistribuição das
principais capitais brasileiras
2,5 milhões litros/dia
Desperdício causado por 140.000 consultórios odontológicos existentes no
país
14.000.000 litros
1,5 a 2,5 litros
Uso por atendimento com reciclador de água
6 bilhões litros/dia
Desperdício de água causado pelo povo brasileiro
Fonte: Costa (2009)
Diante deste dados verifica-se que a economia diária de água potável seria de
98.000.000 litros que poderia ser utilizado para consumo nas residências de todo o
país.
2.7 CONSUMO DE ÁGUA NAS INDÚSTRIAS
Muitas empresas brasileiras procuram otimizar o uso da água, minimizando a
geração de efluentes através de procedimentos que buscam uma melhor eficiência
produtiva e ambiental.
Para a indústria não sofrer com o aumento nos custos de produção e não repassar
para o produto final foi necessário considerar novas opções em autonomia no
abastecimento
de
água,
na
racionalização
do
seu
consumo
e
no
seu
reaproveitamento máximo, o que tornou o reúso do efluente cada vez mais em
evidência:
“A prática do reúso em sistemas industriais proporciona benefícios
ambientais significativos, pois permite que um volume maior de água
permaneça disponível para outros usos. Em certas condições, pode
reduzir a poluição hídrica por meio da minimização da descarga de
efluentes. Existem também benefícios econômicos, uma vez que a
54
empresa não acrescenta a seus produtos os custos relativos à
cobrança pelo uso da água.” (Hespanhol, 2006, p.7).
A tabela 2.7.1 informa o consumo de água por tipo de indústria, observa-se que a
indústria têxtil apresenta o maior consumo em contra partida as indústrias de
laticínios e saboarias possuem um menor consumo.
Tabela 2.7.1 Consumo de Água por tipo de indústria
Tipo de indústria
Consumo
Laminação de aço
85 m³ por t de aço
Refinação de petróleo
290 m³ por barril refinado
Indústria têxtil
1.000 m³ por t de tecido
Couros (curtumes)
55 m³ por t de couro
Papel
250 m³ por t de papel
Saboarias
2 m³ por t de sabão
Usinas de açúcar
75 m³ por t de açúcar
Fábrica de conservas
20 m³ por t de conserva
Laticínios
2 m³ por t de produto
Cervejaria
20 m³ por m³ de cerveja
Lavanderia
10 m³ por t de roupa
Matadouros
Fonte: Barth,1987
3 m³ por animal abatido
2.8 TRATAMENTO DE EFLUENTES
O Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) estabelece os diferentes tipos
de tratamento a ser aplicado, conforme o corpo destas águas servidas. Normalmente
o efluente industrial, em função de seu potencial poluidor, exige um tratamento mais
refinado, tendo conseqüentemente, um custo mais alto.
O princípio da idéia é lançar na natureza o esgoto tratado de modo a não alterar as
características biológicas, físicas e químicas do rio. Sendo que em alguns casos, a
bacia hidrográfica é definida como Classe Especial, onde não é permitido o
lançamento de esgoto, ainda que tratado.
55
Para o tratamento do efluente residencial, o processo é dividido em quatro etapas:
(1) - Nível preliminar: Corresponde á remoção de materiais suspensos com a
utilização filtros em formatos de grades ou peneiras, a fim de facilitar o fluxo do
efluente ou danos nos mecanismos das ETE´s.
(2) - Tratamento primário: Corresponde a remoção de materiais dissolvidos através
da decantação, todo material é acumulado no decantado e removido de uma única
vez para seguir o processo;
(3) - Tratamento secundário: Corresponde a remoção de matéria orgânica através de
microorganismos que desta se alimentarão, transformando-a em água e gás
carbônico.
(4) - Pós-tratamento: Corresponde a remoção de organismos patogênicos, ou seja,
aqueles que apresentam riscos a saúde humana.
No caso do esgoto produzido pelas indústrias, é responsabilidade da própria
empresa fiscalizar á qualidade do esgoto enviados à ETE. Para casos específicos
onde o esgoto possui alta quantidade de substâncias tóxicas ou requer um
tratamento diferenciado ao disponível na ETE, cabe á empresa desenvolver sua
própria ETE para tratamento deste esgoto.
2.9 CONCEPÇÃO GERAL DO SISTEMA – TRATAMENTO DO ESGOTO EM
INDÚSTRIA DE AUTOPEÇAS:
A indústria utiliza a água para as mais diferentes finalidades. No decorrer destes
processos, resíduos industriais contaminam a água, dando origem ao esgoto
industrial.
O efluente industrial, não tratado e lançado nos rios, promove a alteração nos corpos
receptores, originando a degradação.
56
O local onde a indústria está instalada é determinante para a definição do grau de
controle a ser adotado. Existem bacias hidrográficas classificadas como especial,
não sendo possível o lançamento de qualquer tipo de esgoto, ainda que tratado.
Nesta condição será necessária a construção de tubulações para o lançamento do
esgoto em outra bacia que esteja apta a receber este tipo de efluente, o que
acarretará um custo mais alto.
Em síntese, é de total responsabilidade da indústria o programa de tratamento a
serem adotados, sempre considerando critérios como aspecto visual, ruídos, etc.
Uma Estação de Tratamento de Esgotos padrão pode ser considerada como
simplesmente aquela que pode receber visitas.
Etapas de tratamento
O esgoto que chega a ETE é bombeado até o gradeamento, impedindo que
materiais sólidos passem para o restante do sistema e em seguida nas caixas de
desarenação é retirada a areia que vem junto com o esgoto.
Nos decantadores primários os sólidos em suspensão que apresentam maior
densidade se depositam no fundo formando o lodo primário. Nessa fase o processo
se divide em dois caminhos: Por um é tratado o lodo, por outro a parte líquida.
Tratamento do lodo:
Esse lodo ainda contém uma grande quantidade de água, por isso, passa por um
processo para reduzir o seu volume, esse processo é chamado Adensamento.
O Adensamento pode ser feito por gravidade ou flotação. No adensamento por
gravidade o lodo é acumulado no fundo do tanque. No adensamento por flotação o
ar é injetado por meio de uma câmara de alta pressão, quando a solução é
despressurizada, o ar dissolvido forma micro bolhas e se dirigem para cima
arrastando dentro dela os flocos de lodo que são removidos na superfície.
O lodo já adensado segue para os digestores onde se processa uma degradação
biológica, que produza um gás metano. Então ele sai dos digestores, passa pelos
57
tanques de acumulação e é colocado dentro de gigantescas prensas para serem
compactados em forma de placas e depositados em aterros sanitários. Parte deste
lodo está sendo utilizado em fase experimental para aplicação em áreas de
reflorestamento como insumo agrícola.
Tratamento da parte líquida:
No tanque de arenação é feita a injeção de ar que agita o esgoto e ainda neste
instante, ocorre a remoção da matéria orgânica por meio de reações bioquímicas
realizadas por bactérias anaeróbias.
Estes microorganismos repetem o que ocorre na natureza, porém, de maneira
acelerada. Nos decantadores secundários observar-se a remoção de 90% das
impurezas.
Esta água não é potável, mas já está pronta para ser devolvida para a natureza. Em
alguns casos parte desta água vai para os rios e a outra parte é fornecida para a
limpeza de ruas, rega de jardins e fins industriais, ou seja, é a chamada Água de
Reúso.
2.10 SISTEMA DE COMBATE AO INCÊNDIO - CONCEPÇÃO
O Sistema de Combate ao Incêndio deve ter o seu projeto embasado em critérios
específicos estipulados pela legislação vigente, outorgada por órgãos fiscalizadores
competentes. Na sua concepção, o objetivo principal é eliminar de maneira rápida o
foco de incêndio visando o menor prejuízo possível, atendendo as características
técnicas e funcionais do ambiente a ser protegido.
De acordo com a necessidade, podem ser adotadas tecnologias diferenciadas,
porém de forma mais usual, utilizam-se os extintores, o Sistema de sprinklers,
hidrantes, dentre outros.
A norma também prevê a instalação de um sistema detector de fumaça e alarme,
tornando o sistema mais eficaz, evitando que uma possível causa torne-se
efetivamente um incêndio.
58
Os profissionais habilitados, da “Brigada de Incêndio” podem interagir ainda com os
extintores, poupando assim os sistemas de maior proporção e evitando danos
maiores, contribuindo também com a orientação da população que habita o local,
quando houver focos de incêndio.
A disposição dos equipamentos e usuários, em um determinado ambiente, é fator
importante no projeto e na instalação. Além da escolha da tecnologia a ser aplicada.
Por exemplo, os sprinklers, por serem basicamente bicos injetores de água, tornamse nocivos aos equipamentos eletrônicos. Os extintores, por exemplo, podem ser de
água, espuma ou gás carbônico. Assim, se utilizados de forma inadequada, poderão
ser ineficazes ou até prejudiciais.
Em construções de grandes alturas ou de grandes dimensões devido a imposições
legais, existe a necessidade de instalar uma Central de Bombagem que pressurize a
água para o sistema de uma Rede de Incêndio Armada (RIA) ou uma Rede
Automática do Serviço de Incêndio (RASI) para garantir as condições de vazão e
pressão em situações de emergência.
A inexistência de uma norma portuguesa específica que imponha parâmetros de
fabricação, instalação, periodicidades de inspeção, ensaio e requisitos básicos de
manutenção, faz com que muitas das vezes estes equipamentos sejam fabricados
de acordo com normas estrangeiras, nomeadamente a norma espanhola
CEPREVEN – Centro Nacional de Prevención de Danõs y Pérdidas, ou a americana
NFPA- National Fire Protection Association, deixando todo o restante processo num
vazio de responsabilidade.
2.10.1
O funcionamento do sistema
O sistema combate a incêndio é compreendido dos sistemas de hidrantes, do
sistema de chuveiros automáticos e do sistema de proteção por extintores de
incêndio, incluindo a alimentação da rede dos sistemas de hidrantes e de chuveiros
automáticos.
59
As pressões mínimas necessárias para cada sistema são garantidas pelo sistema de
bombas centrífugas dispostas junto ao reservatório.
Sprinklers
Composto por um conjunto de equipamentos distribuídos ao longo de uma rede
hidráulica que utiliza como agente extintor a água pressurizada garantindo que o
combate ao foco de incêndio seja feito de maneira rápida, eficaz e automática. O
sistema de sprinklers pode ser aplicado em edificações verticais, horizontais,
comerciais, industriais, que necessitem de proteção automática e eficaz.
Os bicos de sprinklers são instalados a partir das redes de alimentação que
interligam o sistema de sprinklers à casa de bombas. O sistema tem a sua infraestrutura hidráulica construída com tubulações de aço carbono preta ou galvanizada
e conexões CL10 com rosca BSP.
Para o monitoramento da rede, são instalados em determinados pontos estratégicos
chaves de fluxo para sinalização na central de alarme de incêndio, garantindo que o
sistema seja supervisionado 24 horas por dia mediante sistemas eletrônicos de
segurança de alta tecnologia (SMH, 2011).
Hidrantes
Para proteção manual contra incêndio nas edificações verticais, horizontais,
comerciais, industriais deve ser adotado o sistema de combate incêndio por hidrante.
O sistema é composto por armários metálicos, mangueiras de incêndio e demais
equipamentos, distribuídos ao longo de uma rede hidráulica utilizando como agente
extintor água pressurizada com jato sólido ou neblina. Cada ponto de hidrante é
provido de um abrigo para mangueiras de incêndio, esguicho de jato sólido, chaves
storz, válvula globo angular no diâmetro de 2/12 com 45° e tampão storz. O sistema
de hidrante é constituído por redes de tubulações fixas, onde serão distribuídos os
pontos de hidrantes.
60
Os pontos de hidrante são instalados a partir da prumada geral de incêndio
exclusiva para este fim. A alimentação e pressurização do sistema de hidrante são
realizadas por meio de um conjunto moto bomba totalmente automatizado e
interligado a uma reserva de água exclusiva, onde a tubulação é conectada de forma
permanente.
2.11 NORMAS TÉCNICAS
A complexidade organizacional social humana produziu significativas alterações na
qualidade da água (TUNDISI, 2006).
A Lei das Águas (Lei nº 9.433/97) prevê a cobrança pelo seu uso e institui:
• Implantação dos comitês de bacias e o gerenciamento por bacias
hidrográficas;
• Cobrança pela utilização do recurso hídrico;
• Designação de recursos às atividades de gestão das bacias hidrográficas;
• Implantação da política Nacional de Recursos Hídricos e do Sistema
Nacional de Gerenciamento destes;
Sendo este último item, embasado em 6 princípios, conforme segue:
1)
O recurso água é um bem público, portanto se estende a toda a população;
2)
Entretanto a água é um bem finito e que deve ser valorado financeiramente;
3)
A gestão da água deve abranger múltiplas aplicações;
4)
Nos casos de escassez crítica, o atendimento primordial deve ser o
suprimento das necessidades humanas;
5)
Cada bacia hidrográfica representa uma Unidade Territorial, para questões
de gerenciamento;
6)
Toda a comunidade deve participar da gestão dos recursos hídricos.
61
Como referência de aplicabilidade benéfica da Lei das Águas, pode-se citar a
cobrança pela utilização das águas extraídas da bacia do Rio Paraíba do Sul,
com início em março de 2003. A meta objetivada era a de incentivar a utilização
da água de maneira racional e também gerar reserva financeira para preservar e
recuperar os mananciais oriundos da região (TUNDISI, 2006).
A Lei 9.984/2000 institui a Agência Nacional das Águas (ANA). Ao inseri-la no
Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos e classifica-la como
órgão de competência federal e responsável pela implementação da política a ser
adotada bem como a coordenação do sistema, ampliou a sua composição,
dando ao ANA autonomia para implantar de forma conjunta com os Comitês de
Bacia Hidrográfica, a cobrança pela utilização dos recursos hídricos gerenciados
pela União (art. 33 da Lei 9.433/97).
Por intermédio da Lei nº 12.183 de 29 de dezembro de 2005, o Governo do
Estado de São Paulo implementou a cobrança pelo uso do recurso água e, a
partir de 1º de janeiro do ano 2006, a cobrança pode abranger os usuários das
cidades e industriais. Os demais ficaram sujeitos ao pagamento pela utilização da
água somente a partir de 1º de janeiro de 2010 (MATSUMURA, 2007).
Os dispositivos para o cumprimento da Lei nº 12.183 foram regulamentados pelo
Decreto Estadual 50.667 de 30 de março de 2005 e somente em 29 de fevereiro
do ano 2006, por meio do Decreto Estadual nº 51.449 é que os valores cobrados
pela utilização dos recursos hídricos dentro da cidade de São Paulo, nas bacias
dos Rios Piracibaca, Capivari e Jundiai, foram definitivamente estabelecidos.
No que se refere ao pagamento pela utilização da água de domínio da cidade de
São Paulo, no ano de 2006 a Companhia de Saneamento Básico do Estado de
São Paulo apresentou em seu balanço, um valor a ser pago que excedia a marca
dos R$ 6,5 milhões.
A multinacional Rhodia, localizada em Paulínia, é a maior indústria pagadora com
valores superiores a R$ 496 mil (AGÊNCIA PCJ, 2007).
62
Segundo a Resolução nº 54, de 28 de novembro de 2005, estabelecedora de
critérios gerais para o reúso de água potável, tem-se que:
Conforme o artigo 3º, parágrafos I e IV:
A presente resolução abrange o reúso direto não potável de água que tenham
finalidades urbanas, tais como: irrigação paisagística, lavagem de autos e
logradouros públicos, edificações, combate ao incêndio e construção civil. Temse ainda que a resolução também abrange o reúso com finalidades industriais,
em atividades de produção.
O artigo. 6º especifica que os planos de Recursos Hídricos, conforme disposto no
artigo 7º , inciso IV, da Lei no 9.433, de 1997, deverão compreender, dentre as
alternativas observadas e analisadas, no que se refere à utilização de águas de
reúso, os seus efeitos sobre a disponibilidade hídrica da região.
Tem-se ainda, conforme o artigo 9º, a importância de informar ao órgão
competente, gestor dos recursos hídricos, com a finalidade de cadastrar as
atividades contribuintes implantadas na região, pelo menos:
1)
Dados de identificação do produtor, distribuidor e/ou usuário;
2)
Geografia da origem da fonte e destinação final da água de reúso;
3)
Especificação da finalidade da produção e do reúso de água;
4)
Vazão e volume diário de água produzida, distribuída ou utilizada.
O artigo 10º cita que os programas de conscientização e capacitação social
quanto à importância do desenvolvimento sustentàvel e a insersão do reúso em
seu contexto, inclusive os aspectos sanitários e ambientais, devem ser
incentivados.
As Estações de Tratamento de Esgoto devem atender os critérios definidos na
legislação vigente de forma que seja possível o lançamento da água tratada
(produto final) no corpo hídrico receptor:
63
As resoluções CONAMA 357/2005 e CONAMA 397/2008, do Ministério do Meio
Ambiente, bem como algumas legislações estaduais, tais como o Decreto Estadual
8468/1997, fornece orientações sobre:
O padrão de qualidade de corpos da água;
O padrão de lançamento de efluentes no corpo receptor;
A NBR 10897 traz orientações sobre sistemas de proteção contra incêndio por
chuveiros automáticos e estabele alguns critérios de forma a atender esse tipo de
instalação. Quando se trata da questão do reúso, algumas questões abordadas
nessa norme, merecem especial atenção, tais como:
O item B.1.3.7 orienta que em situações onde a sucção da bomba de incêndio for
feita por reservatórios que são alimentados por fontes de água tais como açudes,
represas, rios e lagos, as dimensões adotadas devem ser observadas, conforme
as indicadas nas figuras B.2.a, B.2.b, B.2.c e Tabela B.2 (anexo a).
No anexo B, item B.1.1.1 tem-se que todo o sistema de chuveiros automáticos
deve possuir pelo menos um abastecimento de água que seja exclusivo ao
combate a incêndio e que funcione de maneira automática. Os mesmos podem
ser oriundos de:
a)
Reservatório elevado;
b)
Reservatório que tenha o fundo elevado ou ao nível do solo, piscinas,
açudes, represas, rios, lagos e lagoas, com uma ou mais bombas de incêndio
em funcionamento;
c)
Tanque de pressão.
Em abastecimentos por reservatórios, a capacidade efetiva deve compreender
um volume de água para o sistema de chuveiros automáticos de maneira que o
ponto de tomada da água fique no fundo do reservatório a uma determinada
altura que seja suficiente para fornecer as vazões e pressões mínimas requeridas
nas válvulas de governo e alarme, inclusive nos “spinklers” que estão em um
posicionamento menos favorável, conforme especificado no item B.1.2.1.
64
Se a fonte de fornecimento de água atender outras finalidades, a tomada de
água deve ser posicionada em um nível mais elevado ou nas laterais, de modo a
atender sempre, a capacidade efetiva para os chuveiros automáticos, de acordo
com o previsto no item B.1.2.2.
A água, antes de entrar na câmara de decantação, deve ter passado por uma
grade aramada ou placa de metal perfurada, com a resistência necessária que
suporte a pressão exercida pela água em casos de obstrução e que tenha
aberturas de no mínimo 150 mm2 para cada L/min da vazão “Q”, segundo as
orientações fornecidas no item B.1.3.13.
As grades, devem ser previstas aos pares, para ser possível a manutenção e
limpeza sem prejudicar o processo (item B.1.3.14).
O item B.1.3.18 sugere que, as aberturas do ralo devem impedir a passagem de
uma esfera de DN 25mm, na entrada do conduto de alimentação que deve estar
submersa, pelo menos um diâmetro abaixo do menor nível conhecido da fonte
abastecedora (açude, represa, rio, lago ou lagoa).
65
3
MÉTODO DE TRABALHO
A elaboração da presente pesquisa teve como base a consulta a diferentes tipos de
materiais, para obter uma visão global do tema proposto, procurando não fugir das
particularidades inseridas, mesmo que brevemente comentadas.
O trabalho foi divido em pesquisa bibliográfica, visita técnica e estudo de caso,
contendo informações específicas e documentação fotográfica.
Atentando às atualidades, algumas informações foram consultadas em sites
específicos, artigos técnico-científicos, simpósios, teses de mestrado e livros.
Em função da análise objetivada no estudo de caso, foram coletadas informações do
empreendimento: dados técnicos, fotos e entrevistas.
Especial atenção foi dada às normas técnicas vigentes, de maneira a observar os
fatores de segurança, uma vez em que atualmente não há normas específicas
brasileiras que tratam do assunto reúso de água em indústrias.
Na análise do estudo de caso, foram observados dados históricos de projetos
implantados por empresa especializada, com a finalidade de se obter uma conclusão
mais próxima do real, no que se refere à viabilidade técnica-econômica do
empreendimento.
Os parâmetros físico-químicos foram analisados por meio de gráficos de paretto,
onde se pode observar a linha de percentual acumulado para cada item que tem por
objetivo evidenciar as médias mensais que não seguiram um padrão, que
representam os meses onde pode ter ocorrido algum tipo de problema.
66
4
MATERIAIS E FERRAMENTAS
Este trabalho teve embasamento em um estudo de caso de uma indústria de autopeças.
A tratativa diferenciada do reúso de água oriunda de ETE consiste em sua utilização
no sistema de combate a incêndio, dentre outras finalidades que também foram
estudadas, sendo a pesquisa desenvolvida conforme a seqüência a seguir:
1) Revisão bibliográfica embasada em histórico de pesquisas anteriores tratadas em
trabalhos de mestrado, conferências, livros, bem como artigos técnico-científicos, no
que se refere ao reúso de agua, tratamento de efluentes e sistema de combate ao
incêndio.
2) Obtenção, por meio da empresa executora da empreitada, de informações
respectivas a critérios de projetos com base nas regulamentações e normas
existentes no mercado, a saber:
•
NFPA 13 – Standard for the Installation of Sprinkler Systems
•
NFPA 30 – Flammable and Combustible Liquids Code
•
NFPA 231C – Rack Storage of Materials
•
NB 1135 – Proteção Contra Incêndio por Chuveiro Automático
•
Circular SUSEP Nº 006 de 16/03/92
3) Obtenção por meio da empresa objeto do estudo de caso, informações
respectivas a critérios balisadores de controle de qualidade, bem como medições
quantitativas e qualitativas dos índices físico-químicos que atentam para as
seguintes normas vigentes:
•
Resolução Conama 20 (18 de junho de 1986)
•
Resolução Conama nº 357 (17 de março de 2005)
•
Decreto Estadual nº 8468 (8 de setembro de 1976)
•
Decreto nº 518 (25 de março de 2004)
67
3) Avaliação da documentação disponível na empresa tida como estudo de caso
(plantas, manuais de operação, instruções de trabalho, relatórios de desempenho
industrial, manuais técnicos, dentre outros).
4) Entrevista com a equipe da manutenção, engenharia para compilação e análise
das informações técnicas obtidas.
5) Descrição da ficha técnica da empresa, bem como a situação atual no que se
refere à utilização do sistema, concomitantemente com as práticas de reúso
adotadas atualmente pela empresa.
6) Verificação da viabilidade econômico-financeira do empreendimento bem como as
vantagens e desvantagens técnicas em comparação com outras soluções
convencionais, no quesito combate a incêndio.
7) Conclusão da pesquisa incluindo propostas de melhorias, quando convenientes,
enquanto do funcionamento do sistema a nível global e levantamento de questões
relevantes e ambientalmente importantes para futuras pesquisas.
68
5
ESTUDO DE CASO: INFORMAÇÕES GERAIS DA EMPRESA
5.1 IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA
Ahlstrom Brasil Indústria e Comércio de Papéis Especiais Ltda.
Fábricas/Escritórios: Jacareí, Louveira e Paulínia.
A Ahlstrom opera de modo ativo em diversas frentes de negócios. A empresa deu
início às suas atividades no ano de 1851 nas áreas de silvicultura, serraria e usina
de papel.
Produtos:
Papéis especiais para filtragem (Unidade Louveira), Papéis especiais para rótulos e
etiquetas (Unidade Jacareí), TNT (tecidos não tecidos) e Wipes (Unidade Paulínia).
5.2 HISTÓRICO DA EMPRESA
A Ahlstrom é uma empresa que produz materiais de alta performance e que se
associa com diversas frentes de negócios no mundo inteiro. A figura 6.2.1 mostra
uma imagem aérea da fábrica, localizada na cidade de Louveira:
Figura 6.2.1 Imagem Aérea da Ahlstrom
Fonte: Ahlstrom, 2011
69
5.3 COLETA DE DADOS DE CAMPO:
Em entrevista com a equipe de manutenção pode-se registrar que há 10 anos, a
empresa consumia uma grande quantidade de água da rede pública.
Com o avanço da tecnologia e o rigor cada vez mais característico quanto aos
cuidados com os corpos receptores de água, oriundo de órgãos fiscalizadores como
a CETESB, por exemplo, a empresa passou por algumas mudanças.
Por meio de outorga concedida a um baixo custo anual, a Ahlstrom passou a captar
água do rio Capivari, objetivando o seu reúso na produção.
Todavia, sendo Louveira uma cidade desprovida de tratamento sanitário, estes
mesmos órgãos fiscalizadores, passaram a exigir que as empresas locais
dispusessem de meios para tratar de maneira adequada os seus efluentes gerados,
antes de lançá-los nos Rios, de modo que não os prejudicasse qualitativamente.
Incluindo neste processo, o controle qualitativo através da concessão de outorga de
lançamento de efluente no corpo receptor.
Objetivando o atendimento a estes órgãos, a empresa em questão, construiu uma
Estação de Tratamento de Esgoto e uma Estação de Tratamento de Água, inserindo
desta forma, o consumo de água de reúso em seu processo fabril. Após a
implantação destes módulos, o consumo de água diminui drasticamente. Sendo
possível hoje, o aproveitamento de 20% de água de reúso.
A figura 6.3.1 a seguir, ilustra de maneira didática, a implantação geral da fábrica.
70
Figura 6.3.1 Implantação da Fábrica Ahlstrom
Fonte: Ahlstrom (2011)
5.3.1 Estação de tratamento de água e Estação de tratamento de efluentes
A Ahlstrom de Louveira atua de modo complexo no que se refere ao beneficiamento
de materiais e ao processamento de seu produto para venda. O fluxograma
contemplado na figura nº 5.3.2 a seguir ilustra a sequência do processo, onde o
reuso encontra-se inserido.
Figura 5.3.2 Fluxograma
Fonte: Ahlstrom (2011)
Inicialmente a água captada é conduzida até a ETA – Estação de Tratamento de
Água, onde se realiza um processo de coagulação, floculação e filtração (filtro
composto de brita, areia e carvão ativado) e em seguida faz-se a adição de sulfato
de alumínio e cal.
71
As Figuras 5.3.1.1 a 5.3.1.3 ilustram a Estação de Tratamento de Água onde é
realizada a adição química no processo de tratamento e o depósito de lodo
(proveniente da água do rio), ao fundo dos tanques sendo aspirado por meio de
bomba submersa.
Figura 5.3.1.1 Estação de Tratamento de Água
Fonte: Ahlstrom (2011)
Figura 5.3.1.2 Adição Química na ETA
Fonte: Ahlstrom (2011)
72
Figura 5.3.1.3 Aspiração do depósito de lodo - ETA
Fonte: Ahlstrom (2011)
Durante o tratamento, o resíduo contido na água do rio é extraído. O mesmo é
classificado pela CETESB como classe II (lodo, lama – conforme é ilustrado na
figura 5.3.1.4), e também tem o seu destino: após extração por meio de bomba
submersa, o lodo é prensado e encaminhado para aterro sanitário específico (Figura
5.3.1.5).
Figura 5.3.1.4 Depósito de Lodo
Fonte: Ahlstrom (2011)
73
Figura 5.3.1.5 Prensa de Lodo
Fonte: Ahlstrom (2011)
A Estação de Tratamento de Água opera atualmente a uma vazão de Q= 20 a 22
m³/hora. A água obtida transita por um poço de captação e, em seguida, é inserida
no processo de produção.
A sua manutenção é realizada anualmente, na parada da fábrica em dezembro (que
ocorre durante um período de 10 dias). A ETA é esvaziada e todo o lodo contido no
fundo dos tanques é removido.
Tendo a água recebido o tratamento adequado, a mesma é inserida na produção
fabril.
Após passar pela máquina de papel (engrossador), o efluente gerado, composto por
fibras de celulose, é encaminhado para a ETE – Estação de Tratamento de Esgotos.
E a maior demanda de efluentes provém desta máquina de papel, com vazão de
consumo a Q= 20m3/h.
O tratamento na ETE ocorre basicamente por meio de decantação das fibras. As
figuras 5.3.1.6 e 5.3.1.7 a seguir, ilustram a ETE em atividade:
74
Figura 5.3.1.6 Estação de Tratamento de Esgoto
Fonte: Ahlstrom (2011)
Figura 5.3.1.7 Estação de Tratamento de Esgoto
Fonte: Ahlstrom (2011)
A manutenção dos decantadores da ETE é feita periodicamente, variando a cada 2
ou 3 meses, onde a água passa por um filtro prensa que faz a retirada das fibras de
celulose que o equipamento engrossador não retém durante o processo.
Inerente à ETE principal, a empresa possui uma Estação de Tratamento de Esgotos
de menor porte, que realiza o tratamento biológico do efluente gerado não envolvido
nos processos de produção (bacias sanitárias, uso doméstico em geral).
O efluente tratado é encaminhado ao poço de captação de água tratada antes de ser
lançado no rio Capivari, tornando possível a medição dos índices físicos e químicos,
inclusive a DBO (demanda bioquímica de oxigênio), atendendo assim, os
75
parâmetros exigidos pela CETESB que, para lançamento de efluente tratado no Rio
Capivari, é de DBO= 5 mg/l.
Após o tratamento na ETE principal, a água vai para o mesmo reservatório (Figura
5.3.1.8), que também recebe o efluente tratado na ETE secundária e que é o
responsável pelo reenvio de parte da água para:
•
A reserva de incêndio;
•
Rio Capivari (excedente de vazão).
Figura 5.3.1.8 Poço de Captação de Água Tratada
Fonte: Ahlstrom (2011)
5.3.1.1 Corpo receptor
O rio Capivari está localizado no estado de São Paulo e é afluente norte do Rio
Tietê.
Sua nascente, na cidade de Jundiaí, em uma fazenda particular de nome Boa Vista
bem próxima da rodovia estadual SP-360. Ao longo de seu percurso, o rio vai
recebendo afluentes das cidades vizinhas, passando inicialmente por Campinas e
Piracicaba.
Estas cidades vão lançando no rio, resíduos industriais e dejetos, além de assorear
e poluir com o cultivo de cana e outras culturas. Seqüencialmente, o rio passa por
76
Monte Mor e Capivari, desaguando no Rio Tietê, não muito longe da cidade de
Laranjal Paulista.
Os seus afluentes são: Ribeirão Água Choca, Forquilha, do Agostinho ou da
Samambaia, Palmeiras (nascente). São Luiz, Santa Cruz (nascente), São Roque e
Arroio do Ribeirão e os Córregos São Francisco, Engenho Velho (nascente), do
Mombuca, do Bonfim, Bairro Frio, da Posse, Bate Carga (nascente), do Ticiano
(nascente), São Roque, do Carmo, do Fonseca e Rio Acima (nascente).
Na entrevista com a equipe de manutenção pode-se ressaltar um ponto importante
que se refere ao nível de água do Rio Capivari bem como a sua vazão em outrora,
que eram mais elevados, sendo possível a captação de água por meio de canaleta e
em função do assoreamento e do lançamento indevido de efluentes não tratados,
além da poluição indevida do Rio, o NA diminuiu e a empresa, para continuar
captando água, instalou uma bomba de sucção protegida por tela, exatamente no
centro do leito, conforme é mostrado na figura 5.3.1.1.1 a seguir:
Figura 5.3.1.1.1 Captação de Água (Bomba Submersa)
Fonte: Ahlstrom (2011)
77
5.3.2 Sistema de Combate a Incêndio
O sistema de combate ao incêndio foi composto de sistemas Fixos de Sprinklers e
de injeção de Espuma mecânica resistente a solventes polares (ARC) na dosagem
de 6% de extrato (fornecido e conduzido por tanque diafragma vertical), distribuídos
equitativamente nas áreas determinadas, dentre elas o depósito de resinas, de
maneira a atender a legislação vigente.
O dique periférico que margeia a piscina foi construído objetivando a garantia da
lâmina de água necessária para manter o sistema em regime de sucção positiva na
ocorrência de um incêndio, bem como a demanda de água necessária ao combate,
em qualquer período.
A reserva de incêndio foi executada como uma piscina exposta e revestida com
manta polimérica adequada, com volume equivale a V= 1.000m3, conforme ilustram
as figuras 5.3.2.1 e 5.3.2.2.
Figura 5.3.2.1 Piscina Exposta (Reserva de Incêndio)
Fonte: FIRE SYSTEMS (2010)
78
Figura 5.3.2.2 Lago (Reserva de Incêndio)
Fonte: FIRE SYSTEMS (2010)
A manutenção da reserva de incêndio é realizada durante a parada programada de
cada ano, em dezembro. A lagoa é esvaziada e, se for necessário, o lodo
depositado no fundo é completamente removido.
Sendo a região de Louveira, proprietária de um histórico de enchentes, o dique foi
alteado em 300 mm, evitando assim a contaminação e o contato com as águas
servidas. A casa de bombas é semi-enterrada (Cota de piso a 1500 mm abaixo do
nível da Fábrica) e por essa razão, inclusive em função do histórico de enchentes, a
construção de uma área coberta adjunta à casa de bombas, foi necessária. Tendo
esta, a cota de nível de igual valor ao piso da Fábrica, alocando de maneira segura,
todos os painéis dos conjuntos moto-bombas e tanque de óleo, conforme é ilustrado
nas figuras 5.3.2.2 e 5.3.2.3, a seguir:
79
Figura 5.3.2.2 Casa de Bombas
Fonte: FIRE SYSTEMS (2010)
Figura 5.3.2.3 Equipamentos hidromecânicos
Fonte: FIRE SYSTEMS (2010)
Pensando em evitar a aspiração, pela bomba de incêndio, de uma possível camada
de lodo, uma vez que a reserva foi construída a céu aberto, acoplado a este
reservatório, foi executado um sistema de decantação contendo adufa dupla
(permitindo a sua manutenção sem esvaziamento do lago), telas de filtragem,
decantador e poços de captação, sendo que a sua construção foi embasada por
legislação Brasileira e Européia e dimensionado de acordo com a vazão nominal do
conjunto moto bomba diesel.
80
Através dos bicos projetores de média velocidade, a água é lançada de maneira
pulverizada sobre o foco de incêndio, diluindo o elemento combustível, criando
assim, uma mistura química inofensiva, sem força de queima ou de explosão.
Havendo ignição de gases, o sistema atua focado no aumento de temperatura, oque
diminui o risco de ruptura dos equipamentos.
Para cada tanque, consta a instalação de um conjunto de válvulas do tipo dilúvio,
proporcionando combate ao incêndio de maneira independente.
O sistema, que é formado por uma malha de Proteção, com Projetores de Média
Velocidade do tipo MV estrategicamente dispostos, atendendo desta forma as
exigências da NFPA-15, garantem uma densidade de 0,25 US GPM / FT2 (10,2 LPM
/ M2), sobre a Área total de cada Tanque.
Para atender a Norma do C.B.E.S.P , foram instalados 02 anéis de nebulização,
sendo um acima e outro abaixo da Linha do equador, espaçando os projetores em
no máximo 1,80 m, individualmente em cada um dos 02 ( Dois ) tanques horizontais
existentes.
Este Sistema automatizado, possui um conjunto de válvulas de controle do tipo
Dilúvio e uma rede de Detecção constituída de Sprinklers Automáticos , com
temperatura de fusão de 79°C ( Graus Centígrados ), para cada um dos 02 (Dois)
tanques horizontais.
Num princípio de incêndio, o sistema também poderá ser desarmado manualmente
através do Acionamento da Válvula de Abertura Rápida, localizada no conjunto de
válvula dilúvio, que provocará o desarme da Rede, descarregando água através de
todos os Projetores sob forma de chuva profusa.
81
5.3.3 Reúso nos Processos de Produção
Por meio de entrevista concedida e documentação fornecida, verificou-se que
anteriormente o consumo médio mensal de água na produção era de
aproximadamente 2.000 m3/mês.
Com a captação de água bruta do rio Capivari e a implantação da ETE, a empresa
faz a implantação da política de reúso.
Inicialmente não havia controle interno detalhado para as atividades da empresa, no
que se refere às aplicações da água reutilizada. E, da água captada do corpo
receptor, cerca de 80% de sua vazão mensal era direcionada à reserva de incêndio,
sendo que o excedente tratado extravasava para o Rio Capivari.
Ao longo do tempo, a equipe de manutenção verificou a presença significativa de
sólidos sedimentáveis, sendo necessário o aprimoramento do sistema que
inicialmente se deu pelo aumento da gama de ensaios realizados inclusive os de
controle interno que, além de proporcionarem a garantia de atendimento ás
exigências ambientais, permitem um controle mais aprimorado e garantido do
produto final.
A presença de sólidos suspensos também acarretou na suspensão temporária de
fornecimento de água de reuso à reserva de incêndio sendo o excedente tratado,
lançado diretamente no rio (fato este que será abordado de maneira mais ampla
posteriormente).
O consumo de água passou então, a ser de Q= 600 m3/mês. E a produção da
fábrica aumentou de 250 ton/mês para 900 ton/mês, sendo que os equipamentos
funcionam 24 horas por dia.
Hoje, cerca de 20% da água consumida na empresa provém do reúso, que é
praticamente 100% empregada no processo produtivo.
Ao se colocar em escala percentual a utilização da água de reuso, verifica-se que:
82
•
Do volume total captado do rio, cerca de 20% da água é reutilizada.
Dentro dos 20% de água de reuso:
•
15,04% correspondem ao volume empregado na produção fabril;
•
3,56% correspondem ao volume que vai para a reserva de incêndio, sendo
que o excedente extravasa para o Rio Capivari;
•
1,40% correspondem ao volume de água que é empregado nas caldeiras,
parte integrante do processo produtivo.
A atividade produtiva que demanda maior consumo de água está situada no setor de
preparação de massa, onde o produto é formulado no equipamento Pulper.
Este equipamento funciona como uma espécie de liquidificador e é o responsável
pela desagregação das placas de celulose, que por sua vez voltam ao estado
líquido, na proporção de 95% de água e 5% de celulose, dando consistência à
mistura, formando a massa.
O Pulper recebe a celulose em fardos de 200 kg. Após a formação da massa de
celulose, a mesma é transferida para o processo por bomba.
O tanque tem um volume de 12 m3 e, por hora são produzidas 02 cargas de
celulose, oque corresponde a 1.600 kg de matéria prima processada.
Como se trata de fabricação de papéis especiais destinados à produção de autopeças, é primordial que o produto final tenha o mais perfeito acabamento.
Para tanto, a água aparece novamente no interim do processo, desempenhando um
importante papel na limpeza das telas, que ocorre com a utilização de um tipo de
“chuveiro”, evitando assim a deformação do papel e a presença de furos.
O efluente oriundo da produção, após ser tratado na ETE vai para um reservatório
específico, antes de ser reenviado para o processo. Nesse ínterim, ensaios são
83
necessários para se verificar os parâmetros químicos e biológicos da água tratada
obtida.
Em função da grande quantidade de fibras envolvida no processo, o principal teste
realizado é o da verificação de sólidos em sedimentáveis, o cone in off.
Com o aumento de produção, tendo em vista de que o tratamento da ETE é
basicamente por meio de decantação, a empresa começou a encontrar algumas
barreiras para o reúso dessa água, justamente em função da grande demanda de
sólidos em suspensão.
Como solução adotada, visando inclusive um maior aumento na produção da fábrica,
a empresa deverá investir em um engrossador de maior potência, que elimina menor
quantidade de resíduos a serem tratados posteriormente na ETE.
Parte da água de reuso, também é destinada ao abastecimento das caldeiras que
complementam o processo de produção. As caldeiras são responsáveis pelo
resfriamento dos cilindros que prensam o papel auxiliando na secagem e na
uniformização da espessura, por meio do calor. Por estarem aquecidos, estes
cilindros só podem ser resfriados por meio do vapor de água, do contrario seriam
danificados com ruptura do material.
Após a chegada ao poço de captação de água tratada, o volume destinado às
caldeiras precisa passar pela desmineralização que a torna pura, não alterando a
qualidade final do produto.
Os cátions são removidos no primeiro tanque, por meio da passagem de água pela
resina catiônica, que é fortemente ácida em ciclo hidrogênico.
Essa água agora ácida (rica em cátion H+) passa por outro tanque contendo resina
aniônica, com a função de remover os ânions existentes, gás carbônico e sílica
dissolvidos, substituindo pela hidroxila, formando novamente a molécula de água
que pode agora, ser utilizada nas caldeiras.
84
6 COMPILAÇÃO DE DADOS E DISCUSSÃO
6.1 Avaliação do consumo de água na Ahlstrom
Atualmente a fábrica utiliza 4 (quatro) fontes diferentes de captação de água para
consumo:
6.1.1 Fontes de água
As fontes das águas de consumo são:
• Rede pública – para consumo humano, refinaria e banheiros;
• Rio Capivari, que após tratamento na ETA, a água é inserida nos processos
de produção industrial.
• Reúso – Após tratamento em ETE, a água obtida, após passar pela ETA, é
inserida novamente nos processos de produção e combate ao incêndio,
complementando o ciclo.
• 02 poços semi-artesianos com vazão de 6m3/h que auxiliam no processo de
produção (caldeiras).
6.1.2 Tratamento empregado
Tratamento empregado na ETE:
O efluente a ser tratado na Estação de Tratamento de Esgoto vem do processo
produtivo e contém em sua composição, basicamente fibras de celulose. Portanto o
processo de tratamento se dá basicamente por meio de sedimentação da fibra.
Os tanques de decantação são retangulares e o efluente pode transitar
vagarosamente através deles, permitindo a separação dos sólidos em suspensão,
em função das diferentes densidades existentes entre a água e a fibra.
Destinação da celulose – O excedente decantado da fibra fica depositado ao fundo
do tanque. A empresa faz o beneficiamento deste material, coletando-o e
prensando-o, para eliminar o excesso de água, formando assim, espécies de
85
“blocos” de papel.
Este subproduto é vendido para indústrias de papelão que
fabricam papéis de 2ª linha.
7 CARACTERÍSTICAS DO CORPO RECEPTOR E DO EFLUENTE
TRATADO
Corpo Receptor: Rio Capivari
A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo – CETESB disponibiliza em seu
site, estudos sobre os índices IAP e IVA, sendo respectivamente Índice de qualidade
de água bruta para fins de abastecimento público e para proteção da vida aquática.
Os Índices de qualidade de água bruta, conforme a CETESB orienta, são uma
combinação da curva média de variação de 9 parâmetros de qualidade da água
(Coliformes fecais, pH, DBO, Nitrogênio Total, Fósforo Total, Temperatura, Turbidez,
Resíduo Total e Oxigênio dissolvido).
As tabelas 7.1.3.1 e 7.1.3.2 a seguir, informam os índices de IAP e IVA tanto para
águas superficiais, quanto para águas subterrâneas para a Bacia do Rio Capivari,
compreendendo o período que vai de 1996 a 2011.
Tabela 7.1.3.1 IAP – Índice de qualidade de água bruta para fins de abastecimento público – Rio Capivari (2010)
Código do Ponto
JAN
FEV
MAR
ABR
MAI
JUN
JUL
AGO
SET
OUT
NOV
DEZ
Média
CPIV 02130
-
-
-
-
-
58
-
62
-
-
-
46
55
CPIV 02200
-
-
-
-
-
30
-
-
-
21
-
43
31
CPIV 02900
-
-
-
-
-
64
-
-
-
53
-
41
53
Fonte: www.cetesb.sp.gov.br
Para fins de abastecimento público, os 3 pontos observados resultam em uma média
ponderada de 46,33, o que, conforme os parâmetros estipulados pela CETESB, no
cálculo de índice de qualidade da água, indica situação regular.
Ao se observar isoladamente o ponto CPIV 02200 tem-se que na média anual de
2010, a qualidade da água registrada naquele ponto, indica situação ruim. Porém no
decorrer do ano 2010, verifica-se que a menor qualidade registrada para este ponto
86
foi de IAP= 21 em outubro, tornando baixa a sua média final, indicativo de má
qualidade.
Tabela 7.1.3.2 IVA – Índice de qualidade de água para proteção da vida aquática – Rio Capivari (2010)
Código do Ponto
JAN
FEV
MAR
ABR
MAI
JUN
JUL
AGO
SET
OUT
NOV
DEZ
Média
CPIV 02130
-
6,4
-
3,2
-
3,2
-
3,2
-
5,2
-
5,2
4,4
CPIV 02160
-
-
-
8,6
-
8,6
-
-
-
8,6
-
8,6
8,6
CPIV 02200
-
-
-
12,2
-
8,6
-
12,2
-
12,2
-
-
12,2
CPIV 02900
-
6,2
-
4,2
-
5,2
-
6,4
-
5,2
-
5,2
5,4
Fonte: www.cetesb.sp.gov.br
Para proteção da vida aquática, em 2010, dos 4 pontos observados, 2 apresentaram
qualidade péssima, com IVA > 8, sendo que o ponto CPIV 02160 manteve a sua
medição constante com média a 8,6 e o ponto CPIV 02200, apenas em jun/10,
registrou uma baixa em sua pontuação, sendo que nos demais períodos a sua
medição também se manteve constante a 12,2, indicativo de sua média final para
2010, que também apresentou péssima qualidade.
Através do Relatório de Qualidade das Águas Superficiais, é possível acompanhar a
evolução dos parâmetros físico-químico e biológicos das praias, oceanos e rios e
reservatórios, podendo-se mensurar o grau de poluição e principalmente a atenção e
o cuidado que devem ser tomados para cada caso.
O Rio Capivari apresenta 8 pontos de amostragem em redes básicas, conforme
indicado na tabela 20, pg. 62 do Relatório de Qualidade das Águas Superficiais,
2010.
Na avaliação por município, os rios pertencentes à UGRHI 5 que receberam especial
atenção, foram somente os que apresentaram estresse hídrico e compartilhamento
dos recursos hídricos, sendo que, a região de Louveira não se enquadra nesta
categoria e portanto apresenta apenas 1 ponto de amostragem, conforme
especificado na tabela 21 deste mesmo relatório.
Para fins de análise estatística, serão apresentadas a seguir, variáveis qualitativas
específicas, incluindo a sua média anual com periodicidade compreendendo os anos
87
de 2005 a 2009, comparativamente com as médias anuais de 2010, conforme é
indicado na tabela 7.1.3.3:
Média 05-09
3,09
-
-
-
-
-
-
7,4E+4
1,1E+3
-
-
1,38
-
-
-
Média 2010
Clorofila
Termotolerantes
Média 05-09
1,8E+4
1,8E+4
7,2E+5
5,7E+3
5,4E+4
7,8E+4
1,6E+3
3,1E+4
0,900
0,453
2,8E+4
1,2E+5
7,4E+3
7,0E+5
1,6E+4
1,6E+4
Média 05-09
Coliformes
Fósforo Total
Média 05-09
0,427
0,427
0,717
0,592
1,043
0,500
0,783
1,128
0,35
0,35
0,933
1,467
0,783
10,2
10,2
1,083
11,9
19,0
6,3
14,0
9,2
2,5
5,5
9,8
3,1
2,4
4,8
2,5
3,1
2,53
2,22
3,2
5,51
4,17
3,45
5,65
7,83
0,95
3,16
7,33
1,50
0,82
1,38
1,43
0,83
54
156
0,63
95
118
120
191
222
302
CPIV 02900
275
155
346
263
332
CPIV 02700
264
CPIV 02200
360
CPIV 02160
364
5
Média 05-09
DBO
Média 05-09
2,4
2,4
21,5
7,1
Média 05-09
2,2
2,2
26,2
6,7
Média 05-09
7,1
7,1
2,9
5,9
6,8
2,7
7,0
7,4
Média 2010
OD
Amoniacal
Média 2010
0,50
0,32
3,17
2,24
Nitrogênio
Média 2010
0,24
0,84
3,28
2,35
Nitrato
Média 2010
0,67
1,77
0,75
1,82
Média 2010
0,57
1,40
0,50
0,87
Média 2010
49
64
113
95
Média 2010
59
135
Média 05-09
Turbidez
Condutividade
Média 2010
71
70
127
218
175
161
CPIV 02130
211
CPIV 02100
116
CPIV 02060
224
CPIV 02030
206
Nome do Ponto
UGRHI
Tabela 7.1.3.3 – Médias de Qualidade das Principais variáveis, ano 2010 e período 2005 a 2009 - Rio Capivari
Fonte:CETESB, 2010
A tabela 7.1.3.4 irá mostrar as porcentagens dos índices qualitativos que tiveram
resultados de NÃO CONFORMIDADE. Os parâmetros avaliados foram Cádmio
Total, Chumbo Total, Cobre Dissolvido, Mercúrio Total, Níquel Total, Zinco Total e
Toxicidade (Ecotoxicológico com Ceriodaphnia dúbia). Cabe enfatizar que, a
presença de substâncias como Alumínio e Ferro dissolvidos, bem como o Manganês
Total são indicativos de processos erosivos, enquanto que a toxicidade avalia a
presença indireta de substâncias tóxicas. Já a presença de Cianobactérias pode ser
indicativa de toxinas liberadas para o meio aquático.
88
Cobre Dissolvido
%NC 2010
%NC 05-09
0
0
0
24
0
20
17
15
8
10
38
17
Ferro Dissolvido
%NC 2010
%NC 05-09
50
32
%NC 05-09
100
83
25
83
100
38
43
67
Alumínio
%NC 2010
Dissolvido
70
32
de Cianobactérias
%NC 05-09
100
83
42
83
100
-
67
Número de Células
%NC 2010
-
-
-
-
-
%NC 2010
-
-
0
0
0
9
0
9
0
0
14
0
0
0
%NC 05-09
Chumbo Total
Mercúrio Total
%NC 2010
%NC 05-09
10
3
17
50
0
17
17
4
5
33
Cádmio Total
%NC 2010
%NC 05-09
0
8
%NC 05-09
0
0
17
0
0
10
0
Ensaio Ecotoxic. c/
%NC 2010
Ceriodapnhia dubia
0
50
25
50
40
3
33
Zinco Total
%NC 2010
%NC 05-09
0
0
33
0
8
0
0
3
10
0
%NC 05-09
10
3
0
CPIV02900
0
0
100
0
0
0
%NC 2010
Níquel Total
Manganês Total
%NC 2010
%NC 05-09
60
97
50
100
CPIV02200
100
CPIV02160
100
5
CPIV02130
100
RIO CAPIVARI
CPIV02060
100
Nome do Ponto
100
Corpo Hídrico
UGRHI
Tabela 7.1.3.4 – Porcentagens de resultados não conformes com os padrões de qualidade - ano 2010 e período 2005 a 2009 – Rio Capivari
Fonte:CETESB, 2010
Por meio de dados fornecidos pela Alhstrom, foi possível fazer o tratamento de
dados relacionados às características do efluente lançado ao Rio, bem como de todo
o processo.
Mas inicialmente é necessário explanar a rotina sistemática de ensaios que a
empresa sofre.
A CETESB, tendo como base a Resolução CONAMA nº 357, de 17 de março de
2.005, classifica o Rio Capivari, conforme o artigo 2º, parágrafo II:
•
Corpo receptor de água salobra classe 1 (que possui águas com salinidade
superior a 0,5‰ e inferior a 30‰).
Portanto, o parâmetro de referência quantitativa dos índices analisados deve atender
inclusive, ao artigo 21 desta resolução.
89
As aferições para realização dos ensaios, de forma geral, acontecem em
periodicidades semanais, mensais, bimensais e trimensais.
Os valores balizadores são de acordo com a finalidade da água, sendo as
exigências observadas de conformidade com os padrões da CETESB e atendendo à
legislação vigente:
•
CONAMA 357/05 – Artigo 21;
•
Decreto Estadual 8468/76 – Artigo 18;
•
Decreto Estadual 518/2004
Os pontos de coleta de amostras são respectivamente:
•
Entrada de efluente no tratamento;
•
Saída do efluente após o tratamento na Estação Elevatória de Esgoto;
•
Saída do efluente final para a reserva de incêndio;
•
Rio Capivari;
•
Controle Interno.
Sendo que a análise de controle interno ocorre em função de parâmetros
balizadores qualitativos da empresa que influenciam na qualidade do produto final e
por questões de sigilo industrial não puderam ser divulgados.
Os ensaios realizados semanalmente são de:
•
Controle Interno da Ahlstrom (CI);
•
Fiscalização CETESB (FC).
Os pontos de coleta são:
•
Entrada de Efluente no tratamento (CI);
•
Saída do Efluente – ETE (FC);
•
Saída do Efluente Final – Lagoa (FC);
•
Rio Capivari (CI);
•
Tratamento de Água na ETA (CI).
As análises qualitativas são referentes aos seguintes parâmetros:
90
•
pH (alcalinidade);
•
ºC (temperatura);
•
µS (condutividade);
•
TSS (mg/l – sólidos suspensos totais);
•
OD (mg/l - oxigênio dissolvido);
•
DBO (mg/l – demanda bioquímica de oxigênio);
•
DQO (mg/l – demanda química de oxigênio).
Para a saída do efluente na ETE e na Lagoa (reserva de incêndio), ainda são
realizados ensaios qualitativos de:
•
Sólidos em suspensão - cone in off (ml/l);
•
Fenol (mg/l);
Os ensaios realizados mensalmente são de:
•
Controle Interno da Ahlstrom (CI);
•
Fiscalização CETESB (FC).
Os pontos de coleta são:
•
Saída do Efluente – ETE (FC);
•
Saída do Efluente Final – Lagoa (FC);
As análises qualitativas são referentes aos seguintes parâmetros:
•
DQO (mg/l – demanda química de oxigênio);
•
P (mg/l – fósforo);
•
N Inorg (mg/l – nutrientes inorgânicos);
•
Surfactantes (mg/l)
•
Mn (mg/l – manganês);
•
Ni (mg/l – nitrogênio);
•
Cr (mg/l – cromo);
•
Hg (mg/l – mercúrio)
•
Coliformes Fecais
Os ensaios realizados bimensalmente são de:
91
•
Fiscalização CETESB (FC).
Os pontos de coleta são:
•
Saída do Efluente – ETE (FC);
As análises qualitativas são referentes aos seguintes parâmetros:
•
DBO Biológico + Efluente (mg/l – demanda bioquímica de oxigênio).
Os ensaios realizados trimestralmente são de:
•
Controle em Laboratório Externo (LE).
Os pontos de coleta são:
•
Saída do Efluente Final – LAGOA (LE);
As análises qualitativas são referentes aos seguintes parâmetros:
•
AOX (compostos orgânicos halogenados).
As análises, que no geral foram executadas por meio de diagramas de paretto e
gráficos de tendência, tiveram como base os valores aferidos nos anos de 2010 e
2011 até o mês de setembro.
Tratando-se das características do efluente tratado a ser lançado no rio, o ponto
relevante cujos valores devem ser analisados é o da Saída do Efluente Final –
Lagoa. Isso por que, a água que extravasa para o rio é o excedente não
aproveitado pela reserva de incêndio bem como os processos de produção.
O excedente de vazão, após tratamento retorna ao Rio Capivari, cuja medição de
vazão aferida em Agosto de 2011 foi de Q= 2,69 m3/h, conforme mostram as figuras
7.1.3.1 e 7.1.3.2, a seguir:
92
Figura 7.1.3.1 Medidores de Vazão
Fonte: AHLSTROM (2011)
Figura 7.1.3.2 Vazão de Saída – Rio Capivari
Fonte: AHLSTROM (2011)
No que se refere aos parâmetros qualitativos, a água neste ponto apresentou as
seguintes características (conforme as tabelas 7.1.3.5 a 7.1.3.37):
93
Alcalinidade (pH)
Tabela 7.1.3.5 – pH Medido – Saída do Efluente Final ETE – Ano 2010
Mês
Fevereiro
Novembro
Outubro
Setembro
Março
Agosto
Dezembro
Junho
Abril
Julho
Maio
pH Medido
6,93
6,90
6,82
6,82
6,77
6,72
6,70
6,67
6,60
6,58
6,45
pH Medido
(% Acum.)
9,4%
18,7%
27,9%
37,1%
46,3%
55,4%
64,4%
73,5%
82,4%
91,3%
100,0%
Fonte Alhstrom (2011)
Tabela 7.1.3.6 – pH Medido – Saída do Efluente Final ETE – Ano 2011
Mês
pH Medido
Maio
Julho
Setembro
Fevereiro
Janeiro
Agosto
Abril
Junho
Março
7,0
6,6
6,6
6,5
6,5
6,4
6,4
6,3
6,2
pH Medido
(% Acum.)
11,9%
23,2%
34,5%
45,5%
56,6%
67,6%
78,5%
89,3%
100,0%
Fonte Alhstrom (2011)
É importante ressaltar que tratando-se de paretto, as medições estão dispostas em
ordem decrescente de valores e que, em 2010, no mês de janeiro as aferições não
aconteceram devido à parada programada e à necessidade de manutenção.
Parâmetro balizador
No que se refere à análise de alcalinidade da água, o Decreto 8468 de 1976, cita na
Seção II – Dos Padrões de Emissão, artigo 18, parágrafo I que o índice de pH deve
estar compreendido entre 5,0 e 9,0 inteiros.
94
Temperatura (º C)
Tabela 7.1.3.7 – Temperatura Medida – Saída do Efluente Final ETE – Ano 2010
Mês
Março
Fevereiro
Abril
Maio
Julho
Novembro
Junho
Agosto
Dezembro
Setembro
Outubro
T Medida (ºC)
24,95
24,23
23,65
23,45
22,76
22,55
22,38
22,10
21,83
21,28
21,20
T Medida (%
Acum.)
10,0%
19,6%
29,1%
38,5%
47,5%
56,6%
65,5%
74,3%
83,0%
91,5%
100,0%
Fonte Alhstrom (2011)
Tabela 7.1.3.8 – Temperatura Medida – Saída do Efluente Final ETE – Ano 2011
Mês
Fevereiro
Maio
Março
Abril
Julho
Setembro
Agosto
Junho
Janeiro
T Medida
(º C)
27,0
25,9
25,5
25,3
25,3
25,3
24,6
24,1
24,0
T Medida (%
Acum.)
11,9%
23,3%
34,5%
45,7%
56,9%
68,0%
78,8%
89,4%
100,0%
Fonte Alhstrom (2011)
Parâmetro balizador
Quanto à análise de temperatura, o Decreto 8468 de 1976, cita na Seção II – Dos
Padrões de Emissão, artigo 18, parágrafo II que a temperatura deve ser inferior a
40º C (quarenta graus Celsius).
95
Oxigênio Dissolvido
Tabela 7.1.3.9 – OD Medido – Saída do Efluente Final ETE – Ano 2010
Mês
Março
Fevereiro
Abril
Julho
Junho
Maio
Novembro
Setembro
Agosto
Outubro
Dezembro
OD Medido
(mg/l)
7,10
6,74
6,15
6,14
6,10
6,00
5,95
5,94
5,90
5,90
5,87
OD Medido
(% Acum.)
10,5%
20,4%
29,5%
38,5%
47,5%
56,4%
65,2%
73,9%
82,6%
91,3%
100,0%
Fonte Alhstrom (2011)
Tabela 7.1.3.10 – OD Medido – Saída do Efluente Final ETE – Ano 2011
Mês
Abril
Maio
Fevereiro
Janeiro
Junho
Março
Julho
Agosto
Setembro
OD Medido
(mg/l)
6,1
6,1
6,0
5,9
5,8
5,8
5,4
4,2
2,8
OD Medido
(% Acum.)
12,7%
25,4%
37,8%
50,2%
62,3%
74,4%
85,6%
94,2%
100,0%
Fonte Alhstrom (2011)
Parâmetro balizador
Quanto ao oxigênio dissolvido, a Resolução CONAMA nº 357 de 2005, cita na Seção
IV – Das Águas Salobras, artigo 21, parágrafo I - item C, que a demanda de oxigênio
dissolvido não pode ser inferior a 5 mg/l em qualquer amostra.
Sólidos Cone in off
No ano 2010, a Estação de Tratamento de Água – ETA captou um total de
160.589,00 m3 de água do Rio Capivari, a uma média de 18,60 m3/h. Em 2011,
somente no mês de Agosto, o volume foi de 16.370,00 m3 . Atualmente é possível o
reuso de 20% do total captado, sendo que no ano de 2010, o percentual médio foi
de 8,83%, o que representou um volume de 1.182,08 m3.
96
A água tratada passa pelo ensaio, freqüentemente executado, chamado cone in
OFF, que faz a análise dos sólidos sedimentáveis, conforme mostra a figura 7.1.3.3
e 7.1.3.4, a seguir:
Figura 7.1.3.3 Teste Cone Imhoff – (CI)
Fonte: AHLSTROM (2011)
Figura 7.1.3.4 Teste Cone Imhoff – (CI)
Fonte: AHLSTROM (2011)
97
Os valores apresentados foram:
Tabela 7.1.3.11 – Cone In OFF – Saída do Efluente Final ETE – Ano 2010
Sólidos –
Valor Medido
(ml/l)
0,03
0,10
0,20
0,10
0,05
0,00
0,00
0,02
0,00
0,00
0,00
Mês
Fevereiro
Março
Abril
Maio
Junho
Julho
Agosto
Setembro
Outubro
Novembro
Dezembro
Sólidos –
Valor Medido
(% acum.)
6,6%
26,5%
66,2%
86,1%
96,0%
96,0%
96,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
Fonte Alhstrom (2011)
Tabela 7.1.3.12 – Cone In OFF – Saída do Efluente Final ETE – Ano 2011
Mês
Julho
Maio
Janeiro
Agosto
Junho
Fevereiro
Março
Abril
Setembro
Sólidos –
Valor Medido
(ml/l)
3,76
0,3
0,2
0,2
0,1
0,1
0,1
0,1
0,0
Sólidos –
Valor Medido
(% Acum.)
80,3%
85,6%
88,8%
92,0%
94,7%
96,8%
98,9%
100,0%
100,0%
Fonte Alhstrom (2011)
Parâmetros balizadores
Segundo a Norma Brasileira NBR 9896 de 1993, no que se refere à descrição do
ensaio, trata-se de um recipiente cônico graduado, utilizado para medição dos
sólidos em decantação em uma amostra de água, no decorrer de um intervalo
padrão de tempo. O volume de sólidos decantáveis, no geral, é apresentado em ml/l,
durante o período de tempo de 1 hora.
Para sólidos sedimentáveis, o Decreto 8468 de 1976, cita na Seção II – Dos
Padrões de Emissão, artigo 18, parágrafo III que a concentração pode ser de no
máximo 1,0 ml/l, sendo o ensaio, executado conforme a NBR 9896/93.
98
Fenol
Tabela 7.1.3.13 – Fenol – Saída do Efluente Final ETE – Ano 2010
Mês
Dezembro
Fevereiro
Novembro
Setembro
Março
Julho
Agosto
Abril
Maio
Junho
Outubro
Fenol Medido
(mg/l)
0,09
0,07
0,05
0,03
0,03
0,02
0,02
0,01
0,01
0,01
0,00
Fenol
Medido
(% Acum.)
27,3%
48,6%
64,3%
72,8%
80,4%
86,1%
91,5%
95,5%
97,7%
99,2%
100,0%
Fonte Alhstrom (2011)
Tabela 7.1.3.14 – Fenol – Saída do Efluente Final ETE – Ano 2011
Mês
Janeiro
Março
Fevereiro
Maio
Julho
Agosto
Junho
Setembro
Abril
Fenol
Medido
(mg/l)
0,062
0,051
0,029
0,024
0,021
0,020
0,019
0,015
0,015
Fenol
Medido
(% Acum.)
24,31%
44,30%
55,57%
65,08%
73,11%
81,05%
88,30%
94,32%
100,00%
Fonte Alhstrom (2011)
Parâmetro balizador
Para a substância Fenol, o Decreto 8468 de 1976, cita na Seção II – Dos Padrões
de Emissão, artigo 18, parágrafo VI – letra K, que a concentração deste pode ser no
máximo de 0,5 mg/l.
Condutividade
Uma água considerada pura ou destilada, sem a presença de íons não produz
corrente e não oxida.
99
Por questões de sigilo, a empresa não pode divulgar os parâmetros de
condutividade do efluente, ao ser lançado no rio.
Porém a Tabela 2.5.1.8, disposta nesta bibliografia, ilustra que a água para uso na
indústria farmacêutica deve no máximo ter a sua condutividade mantida no estágio
1, com valores menores que 1,3 S/cm. E de acordo com o manual da FIRJAM
(2006), que ilustra um exemplo de controle de condutividade durante o processo de
lavagem de equipamentos de grande porte, essa variável pode ser validada a partir
do momento em que se mantém a sua estabilidade, onde no caso da lavagem de
peças, ocorreu com valores inferiores a 230 (µS).
Tabela 7.1.3.15 – Condutividade – Saída do Efluente Final ETE – Ano 2010
Mês
Março
Fevereiro
Abril
Novembro
Dezembro
Outubro
Setembro
Agosto
Maio
Junho
Julho
Condutividade
Medida (µS)
490,25
464,67
460,00
434,75
416,33
415,50
402,20
389,00
370,00
292,75
285,60
Condutividade
Medida
(% Acum.)
11,1%
21,6%
32,0%
41,8%
51,3%
60,7%
69,8%
78,5%
86,9%
93,5%
100,0%
Fonte Alhstrom (2011)
Tabela 7.1.3.16 – Condutividade – Saída do Efluente Final ETE – Ano 2011
Mês
Condutividade
Medida (µS)
Janeiro
Setembro
Junho
Agosto
Maio
Julho
499,50
413,33
395,00
353,25
334,50
180,65
Condutividade
Medida
(% Acum.)
22,95%
41,95%
60,10%
76,33%
91,70%
100,00%
Fonte Alhstrom (2011)
Sólidos Suspensos Totais
A determinação de sólidos suspensos é grande indicativo de poluição da água,
inclusive no que diz respeito a doenças como a cólera. A empresa também não pode
divulgar os parâmetros.
100
Tabela 7.1.3.17 – TSS – Saída do Efluente Final ETE – Ano 2010
Mês
Agosto
Dezembro
Setembro
Novembro
Outubro
Março
Junho
Maio
Abril
Julho
Fevereiro
TSS Medido
(mg/l)
23,00
18,33
17,60
17,50
16,25
14,50
12,75
10,25
10,00
10,00
6,00
TSS Medido
(% Acum.)
14,7%
26,5%
37,7%
48,9%
59,3%
68,6%
76,8%
83,4%
89,8%
96,2%
100,0%
Fonte Alhstrom (2011)
Tabela 7.1.3.18 – TSS – Saída do Efluente Final ETE – Ano 2011
Mês
Setembro
Junho
Agosto
Março
Maio
Julho
Abril
Fevereiro
Janeiro
TSS
Medido
(mg/l)
54,000
32,000
26,250
17,800
16,500
15,250
14,000
13,500
10,000
TSS Medido
(% Acum.)
27,09%
43,15%
56,32%
65,25%
73,53%
81,18%
88,21%
94,98%
100,00%
Fonte Alhstrom (2011)
Demanda Bioquímica de Oxigênio
Tabela 7.1.3.19 – DBO – Saída do Efluente Final ETE – Ano 2010
Mês
Janeiro
Dezembro
Novembro
Março
Junho
Agosto
Setembro
Outubro
Fevereiro
Maio
Julho
Abril
Fonte Alhstrom (2011)
DBO
DBO Medida
Medida
(% Acum.)
(mg/l)
39,50
15,0%
23,97
24,1%
22,48
32,6%
22,03
40,9%
21,55
49,1%
21,50
57,2%
21,44
65,4%
19,95
72,9%
19,53
80,3%
18,15
87,2%
16,92
93,6%
16,85
100,0%
101
Tabela 7.1.3.20 – DBO – Saída do Efluente Final ETE – Ano 2011
Mês
Janeiro
Fevereiro
Março
Abril
Maio
Junho
julho
agosto
setembro
DBO
Medida
(mg/l)
19,05
15,17
8,38
15,90
16,32
71,13
71,10
46,75
45,17
DBO Medida (%
Acum.)
6,17%
11,08%
13,79%
18,93%
24,22%
47,24%
70,25%
85,38%
100,00%
Fonte Alhstrom (2011)
Parâmetro balizador
Para a DBO, o Decreto 8468 de 1976, cita na Seção II – Dos Padrões de Emissão,
artigo 18, parágrafo V, que a concentração deste pode ser no máximo de 60 mg/l
(DBO 5 dias – 20º C) ou com redução de 80% para efluentes residuários oriundos de
sistemas de tratamento.
Controle Interno
Os índices físico-químicos contemplados a seguir, estão intimamente ligados com o
processo industrial e por essa razão, os seus parâmetros balizadores não puderam
ser revelados.
Demanda Química de Oxigênio
Tabela 7.1.3.21 – DQO – Saída do Efluente Final ETE – Ano 2010
Mês
Janeiro
Setembro
Agosto
Maio
Dezembro
Novembro
Junho
abril
outubro
março
julho
fevereiro
Fonte Alhstrom (2011)
DQO
Medida
(mg/l)
213,00
189,00
180,75
172,50
156,67
153,50
152,50
147,00
145,50
140,75
69,60
64,67
DQO
Medida
(% Acum.)
11,9%
22,5%
32,6%
42,3%
51,1%
59,7%
68,2%
76,4%
84,6%
92,5%
96,4%
100,0%
102
Tabela 7.1.3.22 – DQO – Saída do Efluente Final ETE – Ano 2011
Mês
Janeiro
Fevereiro
Maio
Agosto
Julho
Abril
Março
Junho
Setembro
DQO
Medida
(mg/l)
155,50
150,50
146,25
124,75
122,25
119,00
70,60
60,50
49,50
DQO Medida
(% Acum.)
15,57%
30,64%
45,28%
57,77%
70,01%
81,92%
88,99%
95,04%
100,00%
Fonte Alhstrom (2011)
Fósforo
Tabela 7.1.3.23 – Fósforo – Saída do Efluente Final ETE – Ano 2010
Mês
Abril
Janeiro
Junho
Maio
Março
Fevereiro
Agosto
Julho
Setembro
Novembro
Dezembro
Outubro
P
Medido
(mg/l)
0,7
0,6
0,5
0,4
0,3
0,2
0,08
0,06
0,05
0,03
0,02
0,00
P Medido
(% Acum.)
23,8%
44,2%
61,2%
74,8%
85,0%
91,8%
94,6%
96,6%
98,3%
99,3%
100,0%
100,0%
Fonte Alhstrom (2011)
Tabela 7.1.3.24 – Fósforo – Saída do Efluente Final ETE – Ano 2011
Mês
Agosto
Junho
Julho
Janeiro
Março
Fevereiro
Abril
Maio
Setembro
Fonte Alhstrom (2011)
P Medido
(mg/l)
0,23
0,14
0,09
0,08
0,05
0,00
0,00
0,00
0,00
P Medido
(% Acum.)
38,98%
62,71%
77,97%
91,53%
100,00%
100,00%
100,00%
100,00%
100,00%
103
N. Inorgânico
Tabela 7.1.3.25 – N. Inorg. – Saída do Efluente Final ETE – Ano 2010
Mês
Fevereiro
Janeiro
Março
Abril
Maio
Junho
Julho
Setembro
Novembro
Dezembro
Agosto
Outubro
N.
Inorg.
(mg/l)
1,10
1,00
0,90
0,50
0,30
0,20
0,20
0,10
0,10
0,10
0,00
0,00
N. Inorg.
(% Acum.)
24,4%
46,7%
66,7%
77,8%
84,4%
88,9%
93,3%
95,6%
97,8%
100,0%
100,0%
100,0%
Tabela 7.1.3.26 – N. Inorg. – Saída do Efluente Final ETE – Ano 2011
Mês
Maio
Julho
Junho
Agosto
Abril
Setembro
Março
Fevereiro
Janeiro
N. Inorg.
(mg/l)
2,10
1,80
1,60
1,30
1,00
0,70
0,60
0,30
0,20
N. Inorg.
(% Acum.)
21,88%
40,63%
57,29%
70,83%
81,25%
88,54%
94,79%
97,92%
100,00%
Fonte Alhstrom (2011)
Surfactantes
Tabela 7.1.3.27 – Surfactantes – Saída do Efluente Final ETE – Ano 2010
Mês
Dezembro
Março
Agosto
Maio
Junho
Abril
Novembro
Julho
Setembro
Outubro
Janeiro
Fevereiro
Fonte Alhstrom (2011)
Surfactantes
(mg/l)
0,347
0,325
0,325
0,32
0,259
0,248
0,235
0,227
0,214
0,127
0,125
0,082
Surfactantes
(% Acum.)
12,24%
23,71%
35,18%
46,47%
55,61%
64,36%
72,65%
80,66%
88,21%
92,70%
97,11%
100,00%
104
Tabela 7.1.3.28 – Surfactantes – Saída do Efluente Final ETE – Ano 2011
Mês
Março
Maio
Janeiro
Fevereiro
Abril
Agosto
Julho
Setembro
Junho
Surfactantes
(mg/l)
0,457
0,457
0,347
0,247
0,247
0,122
0,121
0,119
0,108
Surfactantes (%
Acum.)
20,5%
41,1%
56,7%
67,8%
78,9%
84,4%
89,8%
95,1%
100,0%
Fonte Alhstrom (2011)
Manganês
Tabela 7.1.3.29 – Mn – Saída do Efluente Final ETE – Ano 2010
Mês
Novembro
Dezembro
Outubro
Julho
Agosto
Março
Setembro
Junho
Maio
Abril
Mn Medido
(mg/l)
0,26
0,19
0,12
0,09
0,07
0,06
0,06
0,04
0,03
0,02
Mn Medido
(% Acum.)
27,8%
48,1%
61,0%
70,3%
77,4%
83,7%
90,1%
94,5%
97,8%
100,0%
Fonte Alhstrom (2011)
Tabela 7.1.3.30 – Mn – Saída do Efluente Final ETE – Ano 2011
Mês
Abril
Maio
Junho
Fevereiro
Julho
Janeiro
Março
Agosto
Setembro
Fonte Alhstrom (2011)
Mn
Medido
(mg/l)
0,2
0,1
0,1
0,1
0,1
0,1
0,1
0,0
0,0
Mn Medido
(% Acum.)
19,95%
37,48%
51,84%
63,91%
75,86%
86,91%
93,77%
100,00%
100,00%
105
Parâmetro balizador
Para a substância Manganês, o Decreto 8468 de 1976, cita na Seção II – Dos
Padrões de Emissão, artigo 18, parágrafo VI – letra n, que a concentração deste
pode ser no máximo de 1 mg/l (Mn 2+).
Níquel
Tabela 7.1.3.31 –Ni – Saída do Efluente Final ETE – Ano 2010
Mês
Março
Abril
Maio
Junho
Julho
Agosto
Setembro
Outubro
Novembro
Dezembro
Ni Medido
(mg/l)
0,00
0,01
0,02
0,01
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
Ni Medido
(% Acum.)
6,98%
34,88%
74,42%
100,00%
100,00%
100,00%
100,00%
100,00%
100,00%
100,00%
Fonte Alhstrom (2011)
Tabela 7.1.3.32 –Ni – Saída do Efluente Final ETE – Ano 2011
Mês
Junho
Julho
Janeiro
Fevereiro
Março
Abril
Maio
Agosto
Setembro
Ni Medido
(mg/l)
0,06
0,02
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
Ni Medido (%
Acum.)
75,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
Fonte Alhstrom (2011)
Parâmetro balizador
Para a substância Níquel, o Decreto 8468 de 1976, cita na Seção II – Dos Padrões
de Emissão, artigo 18, parágrafo VI – letra p, que a concentração deste pode ser no
máximo de 2,0 mg/l.
106
Cromo
Tabela 7.1.3.33 Cr – Saída do Efluente Final ETE – Ano 2010
Mês
Março
Maio
Julho
Abril
Junho
Agosto
setembro
Outubro
Novembro
Dezembro
Cr Medido
(mg/l)
0,09
0,01
0,01
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
Cr Medido
(% Acum.)
81,8%
90,9%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
Fonte Alhstrom (2011)
Tabela 7.1.3.34 Cr – Saída do Efluente Final ETE – Ano 2010
Mês
Junho
Julho
Agosto
Setembro
Janeiro
Fevereiro
Março
Abril
Maio
Cr Medido
(mg/l)
0,04
0,03
0,02
0,01
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
Cr Medido (%
Acum.)
40,00%
70,00%
90,00%
100,00%
100,00%
100,00%
100,00%
100,00%
100,00%
Fonte Alhstrom (2011)
Parâmetro balizador
Para a substância Cromo, o Decreto 8468 de 1976, cita na Seção II – Dos Padrões
de Emissão, artigo 18, parágrafo VI – letra i, que a concentração deste pode ser no
máximo de 5,0 mg/l.
107
Mercúrio
Tabela 7.1.3.35 - Hg – Saída do Efluente Final ETE – Ano 2010
Mês
Março
Abril
Maio
Junho
Julho
Agosto
Setembro
Outubro
Novembro
Dezembro
Hg Medido
(mg/l)
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
Hg Medido
(% Acum.)
0,0%
0,0%
0,0%
0,0%
0,0%
0,0%
0,0%
0,0%
0,0%
0,0%
Fonte Alhstrom (2011)
Tabela 7.1.3.36 - Hg – Saída do Efluente Final ETE – Ano 2011
Mês
Janeiro
Fevereiro
Março
Abril
Maio
Junho
Julho
Agosto
Setembro
Hg Medido
(mg/l)
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
Hg Medido
(% Acum.)
0,0%
0,0%
0,0%
0,0%
0,0%
0,0%
0,0%
0,0%
0,0%
Fonte Alhstrom (2011)
Parâmetro balizador
Para a substância Mercúrio, o Decreto 8468 de 1976, cita na Seção II – Dos Padrões
de Emissão, artigo 18, parágrafo VI – letra o, que a concentração deste pode ser no
máximo de 0,01 mg/l.
Compostos Orgânicos Halogenados
Sendo a produção de papel para constituição do produto final, principal fonte
geradora de poluentes, em 2010, a empresa o controle de AOX, onde os valores são
apresentados (em ordem decrescente de concentração) na tabela 7.1.3.37 e gráfico
7.1.3.5 a seguir:
108
Tabela 7.1.3.37 - AOX – Saída do Efluente Final ETE – Ano 2010
Mês
Maio
Outubro
Julho
Janeiro
Fevereiro
Março
Abril
Junho
Agosto
Setembro
Novembro
Dezembro
AOX Medido
2,389
2,200
2,147
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
AOX Medido
(% Acum.)
35,5%
68,1%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
Fonte Alhstrom (2011)
Figura 7.1.3.5 AOX – Saída do Efluente Final – Lagoa (Ano 2010)
Fonte: AHLSTROM (2011)
Como parâmetro definido pelo Laboratório Externo, tem-se a não detecção desta
substância em quaisquer que seja a concentração.
O gráfico enfatiza que as medições decorrentes dos meses de maio, outubro e julho
em 2010, representaram 100% dos valores aferidos durante aquele ano, em
Laboratório Externo e que estão acima do permitido, com base no critério balizador
(Figura 7.1.3.5).
109
Em 2011, em função da necessidade de manutenção na reserva de incêndio, o
controle de AOX deixou de ser realizado até a normalização da situação.
Coliformes Fecais
As aferições de coliformes fecais são realizadas mensalmente, objetivando o
atendimento à portaria MS nº 518 de 2004 do Ministério da Saúde. E os resultados
apresentados são de presença ausente, no período compreendido entre janeiro de
2010 a setembro de 2011.
7.1.1 Água obtida pós-tratamento ETE
Antes de analisar a qualidade da água obtida após o tratamento na estação
elevatória de esgotos, é importante observar alguns dados relevantes e indicadores
de desempenho do sistema, visto como um todo. Para tanto, deve-se ater os olhos
ao início do processo, que acontece na captação de água bruta do rio Capivari e no
seu tratamento pela Estação Elevatória de Água, bem como o retorno (em volume)
da água tratada destinada ao reúso:
Em 2010, a entrada de água na ETA ocorreu a um volume médio V= 13.382,42 m3,
a uma vazão média de Q= 18,88 m3/h. O gráfico 7.1.4.1, a seguir, informa o
desempenho de captação de água direcionada à ETA.
Cabe ressaltar que o seu melhor desempenho ocorreu em Junho/2010, com volume
igual a 15.439,00m3, trabalhando com vazão de Q= 21,40 m3/h.
Em contrapartida, o menor desempenho de captação ocorreu no mês de
Dezembro/2010 com volume captado de V= 8.948,00 m3, e vazão de operação Q=
17,80 m3/h.
A variação de vazão para captação de água entre os dois extremos foi de 3,60 m3/h,
oque corresponde a 16,82%, quando comparada à vazão de pico e a 19,07 %
quando comparada à vazão média anual de 2010.
110
Os
meses
correspondentes
aos
menores
volumes
são
respectivamente,
considerando a ordem de grandeza: abril, janeiro e dezembro.
Gráfico 7.1.4.1 Indicador de Desempenho – Ano 2010
Considerando o consumo de água para reuso, em 2010, a empresa conseguiu fazer
o aproveitamento de V= 14.703,00 m3, o que resulta em um volume médio mensal
de reuso igual a V= 1.225,25 m3. O melhor desempenho do sistema para reuso
ocorreu no mês de Maio/2010, onde o aproveitamento conquistado foi de 20,40%,
quando comparado ao volume total captado.
Em contrapartida, o menor desempenho de reuso no sistema, ocorreu em
Dezembro/2010, com reaproveitamento de apenas 2,20% do volume total captado.
Os meses de menor desempenho para reuso de água, conforme ilustrado pelo
gráfico, são respectivamente janeiro, novembro e dezembro.
A tabela 7.1.4.1 a seguir, informa de maneira mais detalhada, os valores de
desempenho em 2010.
111
Tabela 7.1.4.1 – Consumo Referente ao Ano 2010
Consumo Referente ao Ano 2010
Mês
Água
-
ETA
(m³)
Consumo de Água Retorno reuso (m3)
ENTRADA DO RIO CAPIVARI
TOTAL
(m³)
MÉDIA (m³/h)
TOTAL (m³)
MÉDIA
(%)
Janeiro
11.586,00
17,50
518,00
4,00
Fevereiro
12.343,00
18,40
1.443,00
12,00
Março
12.611,00
17,00
1.606,00
13,40
Abril
11.845,00
16,50
2.232,00
18,00
Maio
15.006,00
20,20
1.940,00
20,40
Junho
15.439,00
21,40
1.674,00
10,40
Julho
14.806,00
19,90
1.623,00
10,30
Agosto
15.019,00
20,20
1.492,00
9,50
Setembro
13.397,00
18,60
863,00
6,60
Outubro
14.890,00
18,60
641,00
4,30
Novembro
14.699,00
20,40
448,00
2,70
Dezembro
8.948,00
17,80
223,00
2,20
Fonte:Ahlstrom, 2011
112
8 RESULTADOS
8.1 Caracterização da água obtida pós-tratamento ETE
No que se refere à qualidade da água obtida após o tratamento na Estação
Elevatória de Esgoto, serão realizadas análises conforme as tabelas dispostas no
item 7 deste trabalho.
Começando pelo pH, verifica-se que em 2011 a variação foi linear e mantida dentro
dos valores permitidos com oscilações de média mensal obtida, entre 6 e 7 (tabela
7.1.3.6), o que também ocorre em 2010 (tabela 7.1.3.5).
Quanto ao parâmetro temperatura em 2011, a variação também foi linear e dentro do
limite esperado, com oscilações entre 24 e 30ºC (tabela 7.1.3.8), repetindo o mesmo
padrão de comportamento do ano 2010 (tabela 7.1.3.7).
Para oxigênio dissolvido, em 2010, as aferições resultaram em médias acima do
permitido e dentro do valor mínimo esperado (tabela 7.1.3.9). Isso não ocorre em
2011, pois apresenta cerca de 18% das médias mensais com valores abaixo do
mínimo permitido, correspondendo aos meses de agosto e setembro, sendo que
este último mês teve média mensal 44% inferior ao valor mínimo (tabela 7.1.3.10).
No que se refere ao parâmetro - Sólidos – ensaio cone in OFF, em 2010, as médias
mensais estiveram dentro do esperado variando de forma linear, com exceção dos
meses de outubro e novembro, que representaram aproximadamente 35% das
médias mensais aferidas no ano em questão. Já para 2011, as medições ocorrem
abaixo do valor máximo permitido, com exceção do mês de julho, onde a média
mensal foi de quase 4 ml/l, representando praticamente 90% das médias mensais
totais para este ano (tabelas 7.1.3.11 e 7.1.3.12).
As tabelas 7.1.3.13 e 7.1.3.14 demonstram as médias mensais para a substância
fenol. Tem-se que as maiores medições neste ano ocorreram durante os meses de
abril e maio (em 2010), representando aproximadamente 40% do total de medições
113
e em 2011, os meses foram respectivamente janeiro e março, representando
aproximadamente 45% do total de aferições, mas ainda assim estiveram bem abaixo
do mínimo permitido.
Em 2010, a variação do parâmetro condutividade ocorreu praticamente de forma
linear (tabela 7.1.3.15). Em 2011 (tabela 7.1.3.16) pode-se observar que o mês de
janeiro/2011 foi o mais representativo em termos de concentração e sozinho,
correspondeu a aproximadamente 23% da soma das médias mensais. Contrastante
a esse mês julho/2011 foi o período de menor concentração, representando
aproximadamente 8% do total das aferições.
Para sólidos suspensos totais (TSS) tem-se que em 2010, o valor médio máximo
obtido foi de 25,5 mg/l (tabela 7.1.3.17). Comparando-a à tabela 7.1.3.18, pode-se
observar grande elevação da concentração principalmente no mês de setembro/
2011, que representou aproximadamente 28% dos totais medidos em 2011,
contrastando com o mês de janeiro que teve a média de concentração a 10 mg/l, o
equivalente a cerca de 5% dos totais medidos.
No que se refere ao parâmetro DBO, observa-se que em 2010, com exceção da
média obtida em janeiro (representando 15% das médias mensais no ano em
questão), os demais meses apresentam valores que ocorrem dentro de um padrão,
não menos que 16 mg/l e não mais que 24 mg/l. Também observa-se que apesar da
média representativa em janeiro, absolutamente nenhum mês do ano 2010, gerou
medições acima do valor máximo permitido (tabela 7.1.3.19).
Em 2011, representado pela tabela 7.1.3.20, a variação não foi linear, sendo que as
médias de concentrações mais representativas são respectivamente as dos meses
de junho a setembro que desempenharam médias mensais com valores acima do
máximo permitido – 60mg/l.
Em 2010 (tabela 7.1.3.21) a concentração de DQO, com exceção dos meses de
fevereiro e julho, ocorreu em médias mensais consideravelmente elevadas, quando
comparadas ao ano 2011 (tabela 7.1.3.22). Excetuando-se os dois referidos meses,
as medições apresentaram médias acima de 140 mg/l, o equivalente a cerca de 90%
114
dos valores obtidos naquele ano. Em 2011, a maior concentração ocorreu em
janeiro/2011, onde a média mensal aferida foi cerca de 16% em relação à somatória
das medições.
Contrastando com janeiro/2011, a menor média mensal ocorreu durante o mês de
setembro, onde a concentração total foi de DQO= 49,5 mg/l em 2011, (tabela
7.1.3.22), sendo que em 2010 este mês apresentou média acima de 185 mg/l.
No que se refere à concentração da substância fósforo a tabela VII da Resolução
CONAMA 357, orienta que a concentração máxima da substância fósforo total para
águas salobras é de 0,124 mg/l.
Tendo este limite como parâmetro balisador, observam-se na tabela 7.1.3.23 que as
médias mensais aferidas em junho e agosto estiveram acima do valor máximo
permitido, representando mais de 60% da somatória das medições em 2011. Em
2010 a situação foi mais intensa, com mais de 90% das médias aferidas acima deste
parâmetro, apresentando concentrações a partir de 0,2 mg/l, conforme mostra a
tabela 7.1.3.24.
Em N. Inorg. As concentrações médias em 2010 mais significativas obtiveram
valores acima de 0,90 mg/l, representando mais de 65% dos valores medidos são
dos respectivos meses de fevereiro, janeiro e março/2010 (tabela 7.1.3.25).
No que se refere ao ano de 2011, as concentrações de N. Inorg. aumentaram
consideravelmente (mais de 100% em maio/2011), tendo como aferições médias
representativas os meses de maio, julho, julho e agosto/2011 (cerca de 70% do total
medido em 2011), conforme é mostrado na tabela 7.1.3.26.
As concentrações do parâmetro surfactantes obtiveram média máxima de 0, 347
(mês de dezembro – ano 2010), conforme é mostrado na tabela 7.1.3.27.
Em contrapartida o mês de fevereiro obteve a menor média mensal naquele ano,
sendo cerca de 77% inferior ao mês de dezembro. Em 2011, os meses de março e
115
maio respectivamente, apontaram médias mensais acima do valor máximo medido
em 2010. As suas concentrações foram acima de 0,40 mg/l, representando 40% do
total aferido (tabela 7.1.3.28).
Quanto à substância manganês, tanto para o ano de 2010, como para 2011, as
concentrações medidas estiveram bem abaixo do valor máximo permitido (tabelas
7.1.3.29 e 7.1.3.30) e a variação das médias foi praticamente linear, em ordem de
grandeza nos dois anos.
A substância níquel, tanto para o ano de 2010 como para 2011, apresentou também
concentrações bem abaixo do valor máximo permitido (tabelas 7.1.3.31 e 7.1.3.32).
A substância cromo, tanto para o ano de 2010 como para 2011, apresentou também
concentrações bem abaixo do valor máximo permitido (tabelas 7.1.3.33 e 7.1.3.34).
As médias mensais para mercúrio não foram representativas para ambos os anos
(2010 e 2011), conforme mostram as tabelas 7.1.3.35 e 7.1.3.36.
Finalmente, quanto ao indicador DBO Biológico + Efluente, em ambos os anos de
aferições, as médias obtidas não ultrapassaram o valor máximo permitido.
Pode-se observar também, de acordo com a linha de percentual acumulado que os
valores mais representativos em ambos os anos foram relativos às medições com
concentração acima de 40, sendo que em 2010, os meses que indicaram tais
valores são respectivamente julho, janeiro e março representando juntos cerca de
60% do total medido.
Em 2011, o único mês com concentração considerável foi março, sendo que este
sozinho apresentou cerca de 40% de importância em relação ao total medido.
116
8.2 Funcionamento do sistema de combate a incêndio e sua
proficiência quanto ao consumo de água
Em função da escassez de regulamentações e legislação vigente para aplicações ao
sistema de combate ao incêndio, não existem muitos parâmetros para avaliação
qualitativa da água visando a sua aplicação a esta finalidade.
Dentre os poucos parâmetros disponíveis, a NFPA 15 orienta que a água a ser
aplicada no sistema de combate ao incêndio não deve conter em sua composição,
substâncias que apresentem diâmetros iguais ou superiores a Ø 6,3mm, para não
haver obstrução dos bicos de sprinklers, e embora não exista a necessidade de
utilização de água potável, a mesma deve qualidade viável a esta finalidade: não
apresentar substâncias nocivas à saúde humana ou que prejudiquem quimicamente
o patrimônio protegido pelo sistema.
Adotando-se a boa prática da engenharia pode-se levar em consideração as
legislações vigentes, como por exemplo as adotadas pela CETESB, como a
resolução CONAMA nº 357. Sendo assim, de porte desses balizadores, os critérios
de verificação qualitativa da água para incêndio podem ser considerados em função
dos valores máximos permitidos (previstos no artigo 21 da Resolução CONAMA nº
357 e no artigo 18 do Decreto 8468/76), para este caso.
Tendo este parâmetro como ponto de partida, a situação dos sólidos em suspensão
será a primeira analisada.
De acordo com entrevista concedida pelo funcionário responsável pela manutenção
da fábrica, Sr. Neurides, foi relatado que:
Na lagoa (reserva de incêndio), a fábrica detectou o depósito de fibras celulose. Com
o tempo o depósito vai aumentando, o que gera odor característico por conta da
decomposição da fibra.
117
Cabe ressaltar que a reserva de incêndio foi construída em formato de lagoa a céu
aberto e, além desta finalidade, o espaço também é utilizado como área de lazer e, o
grande acúmulo de sólidos suspensos, ao decorrer do tempo, sofre decomposição, o
que gera odor desagradável, inviabilizando as práticas de lazer naquele espaço.
Diante desta variável, embora a mesma não prejudique o funcionamento do sistema
de combate ao incêndio, a empresa interrompeu o fornecimento de água de reúso
para a reserva de incêndio, até que se faça a troca do engrossador, diminuindo
assim a quantidade de sólidos em suspensão presentes no processo.
Essa situação pode ser confirmada no gráfico 8.1.8, onde a água, após receber o
tratamento na ETE, apresentou em julho, média de concentração igual a 3,76 ml/l de
sólidos suspensos em 2011.
Tomando por base os normativos observados na questão do reuso, pode-se
observar também em 2011 que, a demanda de concentração para oxigênio
dissolvido foi acima do máximo valor permitido para os meses de abril, maio,
fevereiro, janeiro, junho, março e julho, tendo os respectivos valores, conforme está
indicado na tabela 7.3.1.10: 6,1 mg/l, 6,1mg/l, 6,0 mg/l, 5,9 mg/l, 5,8 mg/l, 5,8 mg/l e
5,4 mg/l.
É importante relatar que quando avaliado de forma isolada, os níveis de oxigênio
dissolvido, podem não ser um bom indicativo do grau de poluição, pois a
concentração saturada deste elemento também ocorre em águas eutrofizadas (que
apresentam níveis superiores a 10 mg/l).
Esse tipo de situação é comumente encontrada em lagoas que apresentam baixas
vazões, onde a saturação de OD ajuda na formação de crosta verde junto à
superfície da água e sendo este elemento, contribuinte da decomposição de matéria
orgânica, a presença de mal cheiro também é contemplada.
Em paralelo ao índice de OD quanto ao grau de importância, tem-se o parâmetro
DBO. Nos meses de junho e julho de 2011, conforme é mostrado no gráfico 8.1.16, a
118
concentração de DBO média foi acima de 70 mg/l e acima do valor máximo
permitido.
Valores elevados de DBO podem ser prejudiciais por indicarem a presença de
microflora sendo também um fator físico-químico responsável pela produção de odor
desagradável, além de obstruir filtros de areia que são utilizados nas ETA’s.
A relevância desses parâmetros para o sistema se deve ao fato de que quando
concentrações elevadas de DBO e OD são observadas na reserva de incêndio, que
opera à baixas vazões, não estando o sistema em atividade, pode ocorrer a
deposição de material orgânico e, tendo em vista que o sistema de combate ao
incêndio irá atuar em uma situação eventual, esses tipos de concentrações ao longo
do tempo, além de contribuírem com o odor, podem formar crostas de componentes
orgânicos que de certo modo, vão interferir negativamente no sistema, contribuindo
com as perdas de carga e prejudicando o cálculo hidráulico idealizado para o
sistema. Mas é claro que esta situação precisa ser melhor analisada, uma vez que a
demanda de legislação disponível para esse tipo de uso é escassa.
Também é importante salientar que embora apenas 3,56% da água de reuso é
destinada para o combate ao incêndio; se for considerado o funcionamento perfeito
de todo o sistema de reuso, a água que extravasa para o rio Capivari, deverá
transitar pelo lago (reserva de incêndio).
Ao levar esta variável em consideração, as condições físico-químicas da água para
lançamento no corpo receptor também devem ser contempladas.
8.3 Análise da viabilidade técnica do empreendimento quanto ao reúso
A empresa detectou por indicações de diversos fatores, a grande presença de
sólidos em suspensão o que possibilita um menor aproveitamento da água de reúso
no processo (sendo possível apenas 20%).
Recentemente houve manutenção corretiva no sistema e o reuso voltou a operar no
dia 19/09/2011, com capacidade de aproveitamento média de 15%.
119
Considerando as dificuldades encontradas no sistema, por conta da concentração
relevante de sólidos em suspensão, como solução adotada, a empresa irá adquirir
um novo equipamento (engrossador) que deverá atender a demanda atual e futura.
A produção da fábrica hoje é de 24 ton/dia e a meta, após instalação do
equipamento, é de 32 ton/dia.
Quanto ao problema de sólidos suspensos na reserva de incêndio, pode-se pensar
na biorremediação, por meio da criação de algum espécime aquática que se
alimenta de matéria orgânica de modo que ocorra a redução desses componentes
prejudiciais na reserva de incêndio, inclusive no lançamento de efluente tratado ao
corpo receptor.
É elementar que exista a necessidade de ensaios específicos que deverão
determinar a espécie animal mais que seja apropriada caso esta solução venha a
ser adotada.
Também existe a vantagem da prática ecologicamente correta que contribui
positivamente para a imagem profissional da empresa e, desde que a implantação
desta solução não venha acarretar grandes custos, pode-se pensar no
beneficiamento desta atividade específica (desde que possível), como por exemplo,
a venda da produção de peixes do lago ou até mesmo a prática pesqueira.
120
9 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
Conclui-se nesta pesquisa que o sistema implantado trouxe melhorias significativas
á empresa, no que se refere à redução do consumo de água, sendo esta, fonte de
grande importância ao processo produtivo.
O processo de produção fabril utiliza 20m3/dia, onde cerca de 20% da água
consegue ser reutilizada na fábrica com as seguintes porcentagens de consumo:
•
15,04% correspondem ao volume empregado na produção fabril;
•
3,56% correspondem ao volume que vai para a reserva de incêndio, sendo
que o excedente extravasa para o Rio Capivari;
•
1,40% correspondem ao volume de água que é empregado nas caldeiras,
parte integrante do processo produtivo.
Foi constatado que no ano de 2011 houve grande aumento de sólidos suspensos
em locais não esperados que de fato fossem prejudiciais ao sistema como um todo.
Houve em julho, saturação do sistema, onde a substância em questão obteve
concentração de 3,76 ml/l, gerando a necessidade de manutenção e limpeza da
estação de tratamento de esgoto.
Não foi possível realizar a análise da viabilidade financeira, pois a fábrica não pode
disponibilizar algumas informações principalmente porque em questões de
sustentabilidade o sistema é viável, inclusive por transmitir uma imagem positiva da
empresa que carrega a bandeira de ecologicamente correta.
Mas quanto a termos financeiros, devido à concentração de sólidos suspensos e à
necessidade recorrente de manutenções periódicas, o sistema ainda não se pagou,
não sendo possível avaliá-lo nesse sentido em função deste fato.
O engrossador de papel que a empresa possui, principal responsável pelo efluente
gerado que é tratado na ETE, é obsoleto (ano de fabricação 1978) e também é co
responsável pela eficiência do sistema.
121
Tratando-se de um equipamento ultrapassado, durante o processo de mistura das
fibras de celulose, o equipamento não consegue aglutiná-las perfeitamente liberando
muita fibra no sistema de tratamento, saturando-o em função da sua concentração
que acontece em níveis elevados ao permitido pela norma (1ml para cada litro).
Esse fato também se torna negativo, uma vez que as fibras perdidas no sistema de
tratamento são a matéria-prima que poderia ser utilizada na fabricação de mais
papel para a produção dos filtros (autopeças).
No que se refere à capacidade de produção em função da água utilizada, a Ahlstrom
tem como referência a sua filial nos Estados Unidos: com um equipamento mais
moderno, esta filial consegue produzir uma tonelada de papel (material base para o
filtro - autopeça) utilizando apenas 10m3 de água. Já a fábrica de Louveira
consegue obter a mesma produção utilizando 20m3 de água.
Houve melhora na capacidade produtiva, porém a meta almejada ainda não foi
alcançada.
Espera-se que ocorram avanços positivos com as ações que já estão sendo
planejadas pela empresa: troca do equipamento engrossador de papel, que deverá
aperfeiçoar o processo de produção e diminuir a concentração dos sólidos
suspensos.
Excetuando-se a concentração desta substância, no geral o sistema implantado
atende a necessidade da fábrica.
Outro ponto importante é que, após a constatação do problema de concentração de
fibras no sistema, a empresa estudou a viabilidade de investir em melhorias na
capacidade da estação de tratamento de esgotos, inclusive modificando o processo
de tratamento, inserindo adições químicas, sistema de filtragem, dentro outros.
Porém o custo desta implantação seria relativamente alto, não sendo aprovado pela
matriz. Ocorre que quando se trata de investimentos com enfoque em
sustentabilidade, o custo deve ser justificado como, por exemplo, através das
melhoras realizadas com o investimento, haverá aumento da produção e, portanto,
122
mais rentabilidade e maior vantagem serão atribuídas à empresa e seus acionistas.
Do contrário, tal investimento corre o risco de não ser aprovado.
Resumindo, a compra do engrossador de papel foi0 a melhor opção em termos de
viabilidade técnica-financeira, inclusive por representar um menor custo de
investimento.
Recomenda-se que a empresa faça a aquisição de um novo engrossador de papel,
conforme já está programado, para melhoria do processo na diminuição da
concentração dos sólidos.
Foi sugerido que a empresa verifique a possibilidade de biorremediação na lagoa de
incêndio para diminuir as concentrações existentes de matéria orgânica, pois a
espécie animal selecionada deve se alimentar desses componentes contribuindo
assim na melhoria da qualidade de água.
123
REFERÊNCIAS
NUNES, J. A. Tratamento físico-químico de águas residuárias industriais. 4 ed.
Aracaju: Editora Andrade Nunes, 2004. 298 p.
OLIVEIRA, N. S. Avaliação Do Desempenho Da Estação De Tratamento De
Efluentes Da Klabin Papéis Monte Alegre (Telemâco Borba- Pr). Irati-PR. 2006.
81p.
SPERLING, M. V. Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de águas
residuárias. 2° ed. Belo Horizonte: Departamento de Engenharia Sanitária e
Ambiental- DESA da Universidade Federal de Minas Gerais-UFMG. 1996. 243 p.
SPERLING, M. V. Lagoas de estabilização. 1° ed. Belo Horizonte: Departamento
de Engenharia Sanitária e Ambiental-DESA da Universidade Federal de Minas
Gerais- UFMG.2002. 196p.
ENGENHARIA
CIVIL
NA
INTERNET.
Disponivel
em
:
<www.engenhariacivil.com/sistemas-combate-incendio-edificios> Acesso em 17 mai.
2011
ESTAÇÃO
DE
TRATAMENTO
DE
ÁGUA
PARA
REÚSO
<http://www.alfamec.com.br/ambientais-agua/sistemas/estacao-de-tratamento-deagua-para-reuso.asp> Acesso em 18 mai. 2011
SISTEMA DE COMBATE AO INCÊNDIO <http://www.smh.com.br/?pg=sistemahidraulico-combate-incendio> Acesso em 23 mai. 2011.
O
PROBLEMA
DA
ESCASSEZ
DA
ÁGUA
NO
MUNDO
<http://www.cetesb.sp.gov.br/agua/%C3%81guas-Superficiais/37-O-Problema-daEscassez-de-%C3%81gua--no-Mundo> Acesso em 05 abril. 2011.
BRASIL,CONAMA. Resolução n° 357 de 17 de março de 2005. Dispõe sobre a
classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento,
bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes.
Brasília.2005
Portaria 518 – Controle e Vigilância da Qualidade de Água para Consumo
Humano e seu Padrão de Potabilidade, Ministério da Saúde, 25/03/2004.
REBOUÇAS, a.c. 1999. Àguas doces no Brasil – capital ecológico, uso e
conservação. Capítulo 1. São Paulo, Escrituras Editora, 1999, pg. 1-59.
SABESP – Cia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo, disponível em
http://www.sabesp.com.br> , acesso em 24 de abril de 2011.
124
ANEXOS
ANEXO A - TRATAMENTO DE ÁGUA 2010
ANEXO B – TRATAMENTO DE ÁGUA 2011
ANEXO C – INDICADOR DE DESEMPENHO 2010
ANEXO D – INDICADOR DE DESEMPENHO 2011
ANEXO E – PLANTA DE IMPLANTAÇÃO
Análise bimensal
Análise
2010
Análise mensal
Análise semanal
Análise Trimensal
Saída de Efluente - ETE
Entrada de Efluente no Tratamento
Controle interno
Data
Hora
pH
°C
Condutividade
µS
Resultados Especificados
01até 03/01/10
08/01/10
15/01/10
22/01/10
25/01/10
03/02/10
10/02/10
18/02/10
26/02/10
04/03/10
11/03/10
18/03/10
25/03/10
08/04/10
16/04/10
23/04/10
30/04/10
06/05/10
14/05/10
21/05/10
27/05/10
02/06/10
10/06/10
27/06/10
23/06/10
01/07/10
08/07/10
15/07/10
22/07/10
29/07/10
03/08/10
10/08/10
18/08/10
24/08/10
02/09/10
10/09/10
15/09/10
23/09/10
30/09/10
07/10/10
15/10/10
20/10/10
26/10/10
05/11/10
09/11/10
15/11/10
24/11/10
03/12/10
10/12/10
17/12/10
10:00
10:00
10:00
09:00
10:30
11:00
09:30
12:00
10:30
14:00
10:00
14:00
10:00
12:00
10:00
09:30
08:30
10:00
14:00
10:00
12:00
14:00
10:00
09:00
14:00
10:00
11:00
10:00
10:00
09:30
10:00
14:00
10:00
11:00
13:00
10:00
09:00
09:00
10:00
09:00
09:00
10:00
12:00
14:00
09:00
10:00
11:00
14:00
10:00
PARADA PROGRAMADA
TSS
OD
mg/l mg/l
DBO
DQO
mg/l
mg/l
5,0 - 9,0
7,5
8,0
6,6
7,3
6,9
6,9
6,5
6,8
6,7
7,0
7,4
8,0
7,5
7,0
6,5
6,8
6,8
6,5
6,5
7,0
6,7
7,0
6,9
7,6
6,8
7,6
8,1
8,4
8,6
8,4
7,6
7,4
7,0
7,5
7,4
7,5
7,9
8,0
7,6
7,0
7,8
8,0
8,0
8,2
7,5
7,6
7,0
7,0
7,1
33,0
32,0
34,0
33,5
35,5
34,2
31,3
35,8
33,1
34,6
32,6
34,0
33,4
32,2
31,0
31,2
29,8
26,7
29,0
28,6
27,8
28,5
29,0
29,6
28,4
29,8
31,2
29,6
28,7
27,6
29,5
26,8
27,9
28,9
29,6
28,4
30,0
30,0
28,9
29,2
27,9
29,8
28,6
31,5
30,2
31,2
30,5
28,6
31,2
510
479
534
546
411
481
431
542
560
456
519
523
524
459
514
528
337
400
433
310
397
298
311
356
208
216
321
490
530
493
502
510
529
621
567
549
604
534
527
631
547
658
621
579
631
598
625
579
538
89
75
101
94
106
223
214
289
329
243
322
231
196
225
210
256
215
179
214
89
122
98
87
71
79
49
46
68
61
79
86
87
91
88
89
105
121
76
100
104
94
102
115
89
93
101
105
107
87
--------------------------------------------------------7,9
5,6
6,7
7,4
6,5
7,0
7,3
8,0
7,4
6,2
6,8
6,7
7,1
6,8
6,5
7,0
7,1
6,9
7,0
6,3
6,9
7,2
6,8
7,1
7,3
7,8
7,0
7,1
6,8
7,2
7,0
7,2
7,0
7,0
6,8
6,7
6,9
6,9
6,7
6,5
6,8
6,3
74,6
50,8
9,4
8,0
15,4
35,2
25,3
24,9
31,2
19,2
16,6
18,0
18,1
15,6
21,0
18,0
16,8
14,7
17,7
15,0
23,6
22,9
24,8
24,7
20,9
21,9
22,9
21,8
20,8
21,6
22,0
21,9
24,0
23,4
22,8
23,7
24,5
24,0
23,5
28,6
26,7
27,6
26,8
27,6
31,5
235,0
226
133
108
181,0
240,0
213,0
210,0
246
243
198
234
159,0
145,0
125,0
140,0
168
210
153
158
92,0
87,0
99,0
102,0
100,0
125
128
129
141
154,0
156,0
128,0
137,0
163,0
134
146
159
164
185,0
196,0
149,0
127,0
159
175
215
pH
°C
OD
mg/l
5,0 - 9,0
< 40
> 5,0
8468./.357 8468./.357 8468./.357
6,7
7,0
7,5
7,8
6,8
7,0
7,8
7,0
5,5
6,5
7,0
5,7
6,3
6,5
6,8
7,0
6,6
6,6
6,8
5,9
6,3
7,1
6,8
6,9
7,2
7,0
6,8
7,5
7,9
7,5
6,7
7,0
7,5
6,5
6,8
6,7
7,0
6,9
6,4
6,5
6,9
6,5
6,0
6,7
6,4
6,5
6,4
5,8
6,1
29,0
27,0
31,0
30.5
36,2
29,2
28,2
20,9
29,1
23,4
28,6
26,8
26,4
28,1
25,4
24,9
27,0
25,8
25,3
24,3
26,3
29,5
28,7
24,6
27,8
27,8
28,9
26,7
25,8
26,7
27,2
26,7
25,8
26,7
28,4
28,8
27,6
26,8
25,7
24,8
24,9
26,8
27,4
25,8
26,8
25,4
28,7
29,5
26,7
--------------------------------------------------------6,4
6,4
6,8
7,1
6,2
6,4
6,7
6,4
6,5
6,3
6,4
6,2
5,8
6,2
6,7
6,1
6,8
6,2
6,5
6,5
6,7
6,4
6,8
6,4
6,3
6,7
7,0
6,8
6,4
6,5
6,6
6,4
6,0
6,0
6,0
5,8
6,2
5,8
6,0
5,8
5,8
5,9
Coliformes
Saída de Efluente Final - LAGOA
Artigo 18. Decreto Estadual 8468/76
Artigo 21. Conama 357/05
Artigo 18. Decreto Estadual 8468/76
Artigo 21. Conama 357/05
Sólidos
Fenol
cone in off
ml/l
mg/l
< 1,0
< 0,5
8468./.357 8468./.357
0,1
0,0
0,1
0,1
0,3
0,0
0,0
0,0
0,1
0,0
0,0
0,2
0,0
0,1
0,0
0,0
0,1
0,1
0,0
0,0
0,1
0,0
0,1
0,2
0,2
0,0
0,2
0,0
0,0
0,1
0,3
0,1
0,0
0,0
0,1
0,1
0,2
0,3
0,4
0,0
0,5
0,0
0,2
0,3
0,2
0,2
0,0
0,2
0,1
0,002
0,000
0,012
0,035
0,055
0,130
0,025
0,040
0,036
0,043
0,000
0,025
0,125
0,000
0,021
0,217
0,034
0,142
0,000
0,091
0,067
0,019
0,015
0,000
0,023
0,000
0,000
0,025
0,018
0,000
0,025
0,000
0,124
0,000
0,000
0,125
0,025
0,018
0,000
0,000
0,025
0,000
0,015
0,037
0,029
0,012
0,000
0,000
0,017
Condutividade
TSS
DBO
DQO
P
µS
mg/l
mg/l
mg/l
mg/l
Controle interno
476
470
479
489
403
626
556
539
516
643
453
513
437
405
452
402
456
345
408
328
320
268
329
299
281
218
357
500
512
495
519
521
516
518
523
531
498
483
468
458
437
438
502
510
476
428
357
421
457
10,0
15,0
18,0
19,0
26,0
6,0
12,0
6,0
21,0
8,0
10,0
9,0
11,0
10,0
8,0
9,0
11,0
14,0
8,0
6,0
7,0
10,0
12,0
8,0
11,0
7,0
11,0
15,0
19,0
21,0
17,0
20,0
21,0
18,0
21,0
17,0
23,0
34,0
31,0
22,0
24,0
25,0
27,0
21,0
20,0
21,0
20,0
28,0
26,0
N
Inor.
mg/l
Surfactant
es
mg/l
Controle Interno
< 60 ou red.80%
Mn
Ni
Cr
Mg
mg/l
mg/l
mg/l
mg/l
< 1,0
< 2,0
< 0,5
< 0,01
DBO
Biológico +
Efluente
< 60 ou red.80%
8468.
pH
5,0 - 9,0
8468./.357
°C
OD
mg/l
< 40
> 5,0
8468./.357 8468./.357
Sólidos
Fenol
cone in off
ml/l
mg/l
< 1,0
< 0,5
8468./.357 8468./.357
Condutividade
TSS
DBO
DQO
P
µS
mg/l
mg/l
mg/l
mg/l
Controle interno
N
Inor.
mg/l
Surfactant
es
mg/l
Controle Interno
< 60 ou red.80%
Mn
Ni
Cr
Mg
mg/l
mg/l
mg/l
mg/l
< 1,0
< 2,0
< 0,5
< 0,01
LB. Externo
ND (não detectavel)
36,4
12,6
9,6
25,4
18,9
22,4
21,4
18,5
14,8
15,6
18,5
22,0
16,0
15,0
19,6
18,3
17,2
34,2
16,5
14,2
16,2
17,1
18,2
18,9
20,2
21,7
21,0
23,1
21,4
20,8
26,7
15,8
22,5
25,7
14,9
19,0
20,2
16,7
23,6
24,5
25,1
23,4
21,7
26,8
213
96
61
37
190
88
151
134
121
124
116
227
257
157
141
135
112
129
268
101
43
49
58
100
98
135
187
190
211
187
189
193
201
175
197
101
156
128
147
159
160
148
159
136
175
Água Encanada
Água Tratada
Água Fornecedor
Fornecedor
1,0
0,20
1,1
0,082
0,30
0,9
0,325
0,000
0,003
0,00
0,00
0,70
0,5
0,248
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0,00
0,00
0,40
0,3
0,320
0,066
0,014
0,00
0,00
43,80
28,50
0,50
0,2
0,259
0,06
0,2
0,227
0,075
0,000
0,000
0,000
0,04
0,00
51,00
0,00
0,08
0,0
0,325
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0,000
0,00
0,00
0,05
0,1
0,214
0,065
0,000
0,00
0,00
0,00
0,0
0,127
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0,000
0,00
0,00
0,03
0,1
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0,00
0,00
0,02
0,1
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0,000
0,00
0,00
37,90
38,30
6,7
7,1
7,0
6,6
6,9
7,4
6,2
6,5
6,5
6,7
6,7
6,8
6,2
6,5
6,3
6,9
6,7
6,3
6,8
6,1
6,4
6,8
6,7
6,9
6,8
6,5
6,8
6,8
7,0
7,2
6,7
6,8
6,4
6,7
6,8
7,0
6,8
6,9
7,0
7,0
6,7
6,9
7,0
6,2
25,6
25,2
21,9
26,2
25,4
24,6
23,6
24,5
23,5
23,8
22,8
25,6
21,8
23,5
22,9
21,9
22,5
22,7
22,4
22,6
21,9
22,1
24,3
22,9
24,9
21,7
20,9
20,9
21,6
21,8
20,9
21,4
20,7
20,1
21,5
21,9
21,3
22,5
23,0
22,6
22,1
21,5
23,2
20,8
----------------6,7
6,4
7,1
7,2
7,0
6,8
6,0
5,9
5,9
5,8
6,2
5,9
6,1
5,9
6,2
6,2
6,1
6,0
6,1
6,5
6,0
6,1
5,9
6,0
5,8
5,9
6,0
6,1
5,9
5,7
6,0
6,0
6,0
5,8
5,8
5,9
6,0
6,0
5,9
5,8
5,8
6,0
0,1
0,0
0,0
0,3
0,0
0,0
0,1
0,3
0,1
0,2
0,2
0,1
0,0
0,2
0,1
0,0
0,1
0,1
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,1
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,130
0,045
0,035
0,025
0,043
0,000
0,032
0,000
0,000
0,052
0,000
0,000
0,000
0,015
0,014
0,019
0,001
0,000
0,000
0,022
0,011
0,015
0,026
0,019
0,012
0,015
0,025
0,020
0,000
0,000
0,015
0,125
0,000
0,010
0,000
0,000
0,000
0,013
0,012
0,180
0,000
0,000
0,149
0,120
445
500
449
572
435
457
497
536
475
408
421
487
254
413
326
256
278
311
326
253
248
256
320
351
417
319
400
420
468
387
357
432
367
427
329
483
423
410
397
420
512
450
432
367
8,0
10,0
0,0
15,0
15,0
12,0
16,0
13,0
8,0
9,0
10,0
11,0
8,0
14,0
8,0
10,0
11,0
16,0
14,0
8,0
6,0
9,0
12,0
15,0
28,0
25,0
19,0
20,0
21,0
18,0
18,0
17,0
14,0
16,0
15,0
19,0
15,0
17,0
15,0
21,0
17,0
15,0
19,0
21,0
22,3
9,4
8,9
19,9
12,6
12,5
14,8
22,4
12,3
16,6
16,2
18,1
8,3
17,2
18,2
14,3
15,3
19,5
18,5
16,3
19,2
18,6
21,2
22,3
26,7
23,5
24,8
21,5
24,3
22,9
23,5
23,7
22,8
25,6
20,4
21,2
24,3
25,3
21,2
20,5
22,1
22,0
23,8
24,2
100
67
37
103
75
125
149
197
185
197
178
194
114
118
127
111
125
103
98
67
63
71
89
103
198
187
200
187
189
186
197
153
134
148
125
135
169
203
149
137
149
175
180
193
0,30
0,0
0,228
0,059
0,003
0,09
Ausente
Ausente
Ausente
6,0 - 9,0
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
7,0
6,7
7,0
6,3
7,2
7,2
7,2
6,3
5,9
6,0
7,0
7,5
6,5
7,0
8,3
7,4
7,4
7,3
7,0
8,0
7,5
7,8
7,9
6,8
6,8
7,5
7,4
8,0
8,2
8,0
7,4
7,0
7,6
8,0
8,2
7,4
8,6
7,4
7,5
8,0
8,1
8,0
7,9
7,8
7,9
7,5
8,0
8,1
7,6
0,00
0,10
0,0
0,214
0,021
0,012
0,00
0,00
0,20
0,0
0,145
0,030
0,017
0,01
0,00
0,50
0,1
0,255
0,042
0,011
0,00
0,00
0,11
0,1
0,312
0,087
0,000
2,389
0,01
0,00
2,147
0,06
0,1
0,300
0,067
0,000
0,00
0,00
0,10
0,2
0,234
0,059
0,000
0,00
0,00
0,00
0,1
0,125
0,120
0,000
0,00
0,00
0,12
0,2
0,329
0,260
0,000
0,00
0,00
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
0,07
0,1
0,415
0,190
0,000
0,00
0,00
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
2,200
pH
Ausente
45,90
0,60
Tratamento de água
Controle interno
AOX
0,125
39,5
Rio
Decreto estadual 518/2004
Laboratório externo
Análise mensal
°C
Surfactantes
OD
mg/l
mg/l
mg/l
< 500
21,3
22,7
21,6
21,7
25,0
26,1
23,9
20,2
21,2
23,0
22,3
23,4
22,1
22,1
21,2
20,8
21,2
22,7
21,9
21,8
23,8
22,8
24,7
21,6
20,9
21,4
20,8
21,2
22,0
21,2
20,8
21,2
21,5
20,5
21,0
21,3
20,8
19,8
21,1
22,5
23,4
22,5
21,3
23,2
20,3
21,3
20,8
21,0
20,6
Controle interno
TSS
145
98
85
64
62
25
329
329
153
167
245
278
267
258
274
189
234
258
258
295
325
326
389
319
327
258
325
245
289
358
458
510
489
523
549
523
562
503
498
503
489
510
479
439
459
520
429
482
506
0,325
0,435
0,325
0,128
0,267
0,325
0,430
0,500
0,349
0,245
0,327
0,432
0,215
0,125
0,368
0,254
0,243
0,357
0,247
0,368
0,215
0,412
0,235
0,128
0,297
0,127
0,248
0,259
0,267
0,287
0,347
0,410
0,319
0,259
0,245
0,357
0,215
0,233
0,234
0,269
0,480
0,249
0,359
0,426
0,354
0,245
0,325
0,347
0,298
pH
> 5,0
6,0 - 7,0
--------------------------------------------------------7,4
8,2
7,5
8
7
7,5
8,2
8,5
7,4
7,8
7,1
7,5
7,2
7
7,1
7,2
7,3
7,5
7,1
7
8,1
8,4
8,1
8
7,9
8,1
8,0
7,8
7,6
7,8
8,1
8,1
8
7,6
8,1
8,1
8,1
7,8
7,9
8
8,1
7,6
7,0
6,4
6,5
6,4
6,7
6,7
6,8
6,2
6,3
6,5
7,0
6,8
6,7
7,0
6,3
6,4
6,4
6,1
6,7
6,8
6,7
6,5
6,3
6,8
6,7
7,0
7,2
6,9
6,7
6,9
6,7
6,3
6,5
6,4
6,8
6,4
6,7
6,4
6,8
6,5
6,4
6,5
6,6
6,8
6,7
6,4
6,5
6,3
6,2
Condutividade
OD
µS
mg/l
°C
> 5,0
230
168
210
238
222
219
217
207
219
235
213
267
241
211
231
189
164
158
175
251
216
249
273
246
237
222
245
268
249
267
213
215
278
215
235
234
249
213
219
200
289
289
149
125
135
198
157
163
149
--------------------------------------------------------8,9
8,1
9,0
8,6
9,00
8,2
9,4
9,6
8,7
7,8
8,2
8,0
9,00
8,4
8,6
8,5
9,0
7,8
7,4
7,9
8,1
7,7
8,1
7,8
8
7,8
7,2
7,3
7,0
7,4
7,8
7,2
7
7,2
7,5
7,6
8,1
7,3
7,0
6,8
6,8
6,5
20,0
20,1
20,5
21,1
22,6
22,1
20,2
20,0
20,9
21,3
22,4
21,6
22,0
21,5
20,3
21,4
20,4
21,1
21,8
20,8
21,2
21,3
20,6
20,8
21,9
22,4
21,1
22,3
22,8
22,7
21,9
22,2
22,4
21,2
21,5
20,6
20,4
20,8
19,8
21,2
20,8
21,3
20,3
21,0
21,4
20,8
20,1
21,0
20,8
Análise bimensal
Análise
2011
Análise mensal
Análise semanal
Análise Trimensal
Artigo 18. Decreto Estadual 8468/76
Artigo 21. Conama 357/05
Controle interno
Data
Hora
pH
°C
Condutividade
TSS
µS
mg/l
Coliformes
Saída de Efluente - ETE
Entrada de Efluente no Tratamento
Sólidos
OD
cone in off
mg/l
ml/l
DBO
DQO
mg/l
mg/l
Resultados Especificados 5,0 - 9,0
Decreto estadual 518/2004
Laboratório externo
Análise mensal
Sólidos
Fenol
cone in off
mg/l
ml/l
mg/l
5,0 - 9,0
< 40
> 5,0
< 1,0
< 0,5
8468./.357 8468./.357 8468./.357 8468./.357 8468./.357
pH
°C
OD
Condutividade
TSS
DBO
DQO
P
µS
mg/l
mg/l
mg/l
mg/l
Controle interno
N
Inor.
mg/l
Surfactant
Mn
es
mg/l
mg/l
Controle Interno
< 60 ou red.80%
Ni
Cr
Hg
mg/l
mg/l
mg/l
< 1,0
< 2,0
< 0,5 < 0,01
0,087
0,000
0,00
DBO
Biológico +
Efluente
< 60 ou red.80%
8468.
Água Encanada
Água Tratada
Água Consumo
humano
Fornecedor
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
pH
Rio
Tratamento de água
Controle interno
Controle interno
°C
6,0 - 9,0
TSS
Surfactantes
OD
mg/l
mg/l
mg/l
< 500
pH
Condutividade
OD
µS
mg/l
> 5,0 6,0 - 7,0
°C
> 5,0
PARADA PROGRAMADA
08/01/11
PARADA
28/01/11
04/02/11
10/02/11
16/02/11
23/02/11
02/03/11
11/03/11
17/03/11
25/03/11
31/03/11
06/04/11
14/04/11
19/04/11
29/04/11
05/05/11
09/05/11
19/05/11
26/05/11
02/06/11
10/06/11
15/06/11
22/06/11
01/07/11
08/07/11
14/07/11
21/07/11
28/07/11
04/08/11
11/08/11
19/08/11
25/08/11
01/09/11
08/09/11
15/09/11
22/09/11
29/09/11
14:00
6,8
29,0
357
35
6,1
25,4
158,0
6,1
24,3
5,8
0,2
0,000
489
8,0
19,2
147
11:00
15:00
11:00
09:00
10:00
10:00
11:00
12:00
15:00
14:00
10:00
14:00
10:00
09:00
08:30
09:00
10:00
09.00
09.00
09.00
11:30
09:20
10:00
09:30
09:30
10:20
09:30
10:55
09:30
09:20
09:40
10:50
09.45
09:20
7,0
7,1
6,5
5,9
6,0
6,5
7,0
7,2
7,0
6,3
6,9
6,8
6,7
7,0
7,0
7,9
6,8
6,4
8,0
5,2
6,7
7,0
7,0
3,8
6,7
7,0
6,7
7,1
7,1
6,1
6,9
7,3
7,7
7,4
31,0
30,0
32,0
30,0
32,2
31,2
29,0
31,0
31,0
30,0
31,2
29,6
29,9
31,1
32,2
31,5
29,8
25,6
27,3
26,3
24,5
29,2
26,0
26,7
23,2
26,7
25,7
23,8
23,7
22,2
30,0
27,0
26,3
27,1
459
---------------------------------------268
359
425
359
422
321
627
359
142,3
330,0
---------293
336
353
366
429,0
396,0
395,0
41
55
56
62
52
47
55
68
42
39
53
57
54
59
69
67
72
56
87
94
39
32
0
38
47
15
41
9
24
37
33
14
71
1
6,4
6,1
5,9
6,2
6,1
5,8
6
6
6,1
5,9
6
6,1
6,2
6,8
6,9
6,7
5,9
6,2
6,4
6,1
6
6,0
6,6
6,7
6,4
5,8
5,9
6,1
5,7
6,1
5,4
5,2
5,9
5,9
23,5
22,5
21,2
18,5
17,2
14,3
18,0
18,9
19,2
23,7
22,6
22,8
21,7
20,9
23,2
23,5
24,8
19,0
10,7
15,8
------------------------------82,5
---87,3
168,0
185,0
159,0
175,0
145,0
127,0
135,0
149,0
156,0
125,0
168,0
178,0
198,0
159,0
168,0
176,0
198,0
145,0
53,0
30,0
115,0
77,0
80,0
45,0
166,0
154,0
176,0
30,0
130,0
---314,0
---285,0
6,8
6,5
7,2
5,9
6,3
6,2
6,0
6,2
6,5
6,3
6,2
6,5
6,1
6,7
6,8
7,2
7,3
6,5
6,8
6,3
6,3
5,9
6,9
6,6
6,4
6,5
6,7
6,7
6,3
6,6
6,0
6,6
6,6
6,5
23,7
28,5
27,6
26,5
25,4
26,2
25,0
25,3
24,6
26,5
25,0
24,6
25,9
25,8
26,7
28,0
24,9
23,9
23,8
26,1
19,8
26,5
24,7
25,4
25,1
26,1
25,0
20,1
24,3
27,2
26,6
23,8
26,5
25,6
6,0
5,8
6
6
6,1
5,5
6
5,8
5,7
5,9
6
6,2
6,2
5,9
6,3
6,1
5,8
6,1
5,6
5,8
6,3
5,6
5,6
5,1
5,0
5,7
5,0
6,5
4,4
2,7
3,0
3,2
2,4
2,7
0,1
0,2
0,1
0,1
0,0
0,0
0,0
0,2
0,2
0,1
0,0
0,0
0,1
0,1
0,2
0,3
0,3
0,2
0,0
0,2
0,3
0,0
0,0
1,5
17,0
0,0
0,3
0,0
0,6
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,124
0,000
0,000
0,000
0,115
0,147
0,000
0,025
0,035
0,048
0,000
0,000
0,000
0,058
0,015
0,027
0,047
0,008
0,013
0,033
0,012
0,016
0,027
0,022
0,006
0,027
0,034
0,019
0,032
0,009
0,021
0,018
0,013
0,015
510
---------------------------------------325
452
325
236
241
467
444
428
215,0
146,3
---------325
329
357
402
396
417,0
427,0
12,0
10,0
11,0
15,0
18,0
14,0
15,0
20,0
19,0
21,0
5,0
17,0
15,0
19,0
21,0
17,0
13,0
15,0
6,0
51,0
56,0
15,0
24,0
14,0
0,0
23,0
5,0
15,0
22,0
43,0
25,0
42,0
61,0
54,0
18,9
17,5
15,5
14,5
13,2
11,0
10,0
8,7
5,8
6,4
11,2
13,4
12,5
26,5
11,4
11,9
25,0
17,0
9,8
11,0
70,3
193,5
71,1
160,1
197,4
70,5
59,3
44,2
82,0
30,8
30,0
54,2
36,2
164
160
158
149
135
144
86
56
30
37
125
100
98
153
157
162
178
88
32
20
60
130
52
69
190
178
158
78
142
97
182
57
42
50
8
0,08
0,2
0,347
0,00
29,50
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
0,00
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
0,04
0,00
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
0,002
0,03
0,00
0,049
0,000
0,02
0,00
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
0,035
0,000
0,01
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
0,00
0,3
0,247
0,095
0,000
0,00
0,00
0,05
0,6
0,457
0,054
0,000
0,00
0,00
0,00
1,0
0,247
0,157
0,000
0,00
0,00
0,00
2,1
0,457
0,138
0,000
0,00
0,14
1,6
0,108
0,113
0,006
0,09
1,8
0,121
0,094
0,23
1,3
0,122
0,7
0,119
53,80
38,70
7,0
19,5
485
0,287
8,1
7,0
147
6,3
21,4
8,0
8,5
7,6
7,5
7,4
7,6
7,0
7,6
8,0
7,9
8,0
7,6
7,5
7,9
7,6
7,5
7,2
7,4
7,2
10,3
7,3
9,8
7,2
7,1
7,2
7,3
7,3
7,3
7,3
7,2
7,3
7,3
7,2
7,3
20,3
21,2
20,0
20,2
21,6
21,4
20,8
21,5
21,7
22,6
23,0
22,4
22,5
21,0
23,5
22,9
21,0
18,8
16,0
15,5
16,6
17,3
17,9
17,0
16,9
18,9
17,3
16,8
21,1
19,4
19,7
17,1
21,5
21,8
500
258
298
305
402
167
205
209
301
357
349
325
367
349
359
325
459
30
65
208
61
76
37
59
21
47
26
11
11
49
11
44
38
14
0,324
0,257
0,249
0,301
0,284
0,167
0,145
0,167
0,137
0,167
0,168
0,268
0,359
0,268
0,297
0,269
0,167
0,256
0,324
0,000
0,162
0,107
0,117
0,225
0,090
0,142
0,132
0,220
0,207
0,184
0,217
0,226
0,206
0,161
8,3
8
8,1
7,5
7,4
7
8,1
7,6
8,2
7,5
7,0
7,6
7,0
6,8
7,2
6,9
7,0
7,7
7,2
8,1
7,2
7,3
7,0
6,9
7,0
4,8
6,1
6,7
5,3
4,9
5,7
6,1
5,7
5,3
6,5
6,3
6,5
6,4
6,8
6,1
6,2
6,3
6,0
6,0
7,0
6,8
6,9
7,0
7,0
6,2
6,8
7,0
6,7
6,5
6,4
6,6
6,7
6,4
6,4
6,5
6,5
6,6
6,7
6,5
6,4
6,4
6,5
6,8
127
---------------------------------------228
201
209
228
202
234
237
212
106
107
---------210
225
245
230
281
233
268
6,2
6
6,1
5,9
6,3
6,4
6,0
6,1
6,5
6,8
7,0
7,9
7,1
7,2
7,5
8,2
7,4
8,2
8,2
8,1
8,0
7,9
8,2
8,4
8,0
7,2
7,3
7,8
6,8
6,5
6,7
6,8
6,6
6,8
20,7
21,2
20,5
21,0
21,6
21,7
20,0
21,2
22,3
21,4
23,2
22,5
22,4
23,5
24,5
21,4
20,9
17,3
16,7
15,2
16,0
16,8
20,2
16,8
16,9
19,2
17,8
17,0
21,2
20,2
19,9
17,9
22,5
21,4
INDICADOR DE DESEMPENHO - 2010
(ANEXO C)
Consumo - Água Retorno
REUSO ( m³)
Mês
Água - ETA ( m³)
ENTRADA DO RIO
CAPIVARI
TOTAL
(m³)
MÉDIA
(m³/h)
Consumo
reuso/
captação
%
TOTAL (m³)
MÉDIA
(%)
Janeiro
11.586,00
17,50
518,00
4,00
Fevereiro
12.343,00
18,40
1.443,00
12,00
Março
12.611,00
17,00
1.606,00
13,40
Abril
11.845,00
16,50
2.232,00
18,00
Maio
15.006,00
20,20
1.940,00
20,40
Junho
15.439,00
21,40
1.674,00
10,40
Julho
14.806,00
19,90
1.623,00
10,30
Agosto
15.019,00
20,20
1.492,00
9,50
Setembro
13.397,00
18,60
863,00
6,60
Outubro
14.890,00
18,60
641,00
4,30
Novembro
14.699,00
20,40
448,00
2,70
Dezembro
8.948,00
17,80
223,00
2,20
INDICADOR DE DESEMPENHO - CONSUMO DE ÁGUA - ANO 2011 (ANEXO D)
MARÇO
ABRIL
MAIO
JUNHO
Consumo - Água
Retorno REUSO ( m³)
Água - ETA ( m³)
ENTRADA DO RIO CAPIVARI
Água - ETA ( m³)
ENTRADA DO RIO CAPIVARI
Água - ETA ( m³)
ENTRADA DO RIO CAPIVARI
Água - ETA ( m³)
ENTRADA DO RIO CAPIVARI
Recuperaç
ão de àgua
Consumo
Leitura
( M³ )
Consumo
(m³/dia)
Dia
Consumo
(m³/dia)
m³/h
Leitura
( M³ )
Consumo
(m³/dia)
m³/h
Leitura
( M³ )
Consumo
(m³/dia)
Média consumo
Mês anterior
TOTAL MÊS
(m³)
MÉDIA DIA
(m³/h)
Média
consumo Mês
anterior
TOTAL
MÊS (m³)
MÉDIA DIA
(m³/h)
Média
consumo Mês
anterior
TOTAL MÊS
(m³)
1
2
1.788,0
776,0
776,0
824,0
32,3
34,3
19.229,0
466,0
776,0
450,0
32,3
18,8
13.052,0
385,0
3
4
5
6
1.600,0
2.363,0
2.987,0
3.520,0
763,0
624,0
533,0
634,0
31,8
26,0
22,2
26,4
916,0
1.412,0
2.017,0
2.566,0
496,0
605,0
549,0
459,0
20,7
25,2
22,9
19,1
7
8
9
4.154,0
4.909,0
5.665,0
755,0
756,0
728,0
31,5
31,5
30,3
3.025,0
3.439,0
3.964,0
414,0
525,0
497,0
10
11
12
13
6.393,0
7.132,0
7.733,0
8.339,0
739,0
601,0
606,0
695,0
30,8
25,0
25,3
29,0
4.461,0
4.946,0
5.528,0
6.061,0
14
15
16
17
9.034,0
9.631,0
10.229,0
10.977,0
597,0
598,0
748,0
798,0
24,9
24,9
31,2
33,3
18
19
20
21
11.775,0
12.542,0
13.317,0
13.943,0
767,0
775,0
626,0
541,0
22
23
24
25
14.484,0
15.092,0
15.628,0
16.160,0
26
27
28
29
30
31
1
MÉDIAS MENSAIS
Leitura
( M³ )
m³/h
Leitura
( M³ )
Consumo
(m³/dia)
MÉDIA
DIA (m³/h)
Média
consumo
Mês
anterior
TOTAL
MÊS (m³)
385,0
437,0
16,0
18,2
13.875,0
468,0
468,0
556,0
822,0
1.234,0
1.681,0
2.071,0
412,0
447,0
390,0
496,0
17,2
18,6
16,3
20,7
1.024,0
1.545,0
2.088,0
2.630,0
17,3
21,9
20,7
2.567,0
3.101,0
3.450,0
534,0
349,0
419,0
22,3
14,5
17,5
485,0
582,0
533,0
545,0
20,2
24,3
22,2
22,7
3.869,0
4.260,0
4.658,0
5.051,0
391,0
398,0
393,0
474,0
6.606,0
7.016,0
7.630,0
8.153,0
410,0
614,0
523,0
504,0
17,1
25,6
21,8
21,0
5.525,0
5.999,0
6.361,0
6.741,0
32,0
32,3
26,1
22,5
8.657,0
9.200,0
9.730,0
10.237,0
543,0
530,0
507,0
0,0
22,6
22,1
21,1
0,0
608,0
536,0
532,0
445,0
25,3
22,3
22,2
18,5
10.237,0
10.237,0
10.237,0
10.393,0
0,0
0,0
156,0
300,0
16.605,0
17.083,0
17.533,0
17.990,0
478,0
450,0
457,0
317,0
19,9
18,8
19,0
13,2
10.693,0
11.419,0
11.814,0
12.239,0
18.307,0
18.745,0
19.229,0
438,0
484,0
18,3
20,2
12.675,0
13.052,0
TOTAL MÊS
(m³)
19.229,0
JULHO
AGOSTO
Água - ETA ( m³)
ENTRADA DO RIO CAPIVARI
Água - ETA ( m³)
ENTRADA DO RIO CAPIVARI
RELAÇÃO
reuso/
captação
%
Leitura
( M³ )
Consumo
(m³/dia)
m³/h
Média
consumo
Mês
anterior
TOTAL
MÊS (m³)
MÉDIA
DIA (m³/h)
460,0
19,5
23,2
15.075,0
0,0
0,0
766,0
521,0
543,0
542,0
556,0
21,7
22,6
22,6
23,2
766,0
1.330,0
1.950,0
2.628,0
3.186,0
3.702,0
4.080,0
516,0
378,0
390,0
21,5
15,8
16,3
16,3
16,6
16,4
19,8
4.470,0
4.470,0
4.470,0
4.470,0
0,0
0,0
0,0
1.823,0
0,0
0,0
0,0
76,0
474,0
362,0
380,0
478,0
19,8
15,1
15,8
19,9
6.293,0
6.749,0
7.424,0
7.978,0
456,0
675,0
554,0
512,0
19,0
28,1
23,1
21,3
2.217,0
2.304,0
2.404,0
2.456,0
2.274,0
2.364,0
2.456,0
2.532,0
7.219,0
7.695,0
8.233,0
8.729,0
476,0
538,0
496,0
516,0
19,8
22,4
20,7
21,5
8.490,0
8.975,0
9.352,0
9.815,0
485,0
377,0
463,0
591,0
20,2
15,7
19,3
24,6
2.532,0
2.662,0
2.662,0
3.015,0
0,0
0,0
6,5
12,5
9.245,0
9.762,0
10.303,0
10.733,0
517,0
541,0
430,0
419,0
21,5
22,5
17,9
17,5
10.406,0
10.936,0
11.543,0
12.458,0
530,0
607,0
915,0
0,0
22,1
25,3
38,1
0,0
726,0
395,0
425,0
436,0
30,3
16,5
17,7
18,2
11.152,0
11.603,0
12.028,0
12.433,0
451,0
425,0
405,0
491,0
18,8
17,7
16,9
20,5
12.458,0
13.090,0
13.684,0
14.159,0
632,0
594,0
475,0
478,0
377,0
15,7
12.924,0
13.408,0
13.875,0
484,0
467,0
20,2
19,5
14.637,0
15.075,0
MÉDIA DIA
(m³/h)
TOTAL
MÊS (m³)
MÉDIA DIA
(m³/h)
TOTAL MÊS
(m³)
25,8
13.052,0
18,6
13.875,0
460,0
Leitura
( M³ )
Consumo
(m³/dia)
m³/h
TOTAL
MÊS (m³)
MÉDIA
DIA (m³/h)
18,6
Média
consumo
Mês
anterior
460,0
18,6
0,0
31,9
16.974,0
668,0
668,0
713,0
27,8
29,7
564,0
620,0
678,0
732,0
23,5
25,8
28,3
30,5
1.381,0
2.043,0
2.680,0
3.142,0
662,0
637,0
462,0
407,0
27,6
26,5
19,3
17,0
3.360,0
3.991,0
4.631,0
631,0
640,0
513,0
26,3
26,7
21,4
3.549,0
3.955,0
4.406,0
406,0
451,0
487,0
16,9
18,8
20,3
5.144,0
5.596,0
6.067,0
6.573,0
452,0
471,0
506,0
590,0
18,8
19,6
21,1
24,6
4.893,0
5.523,0
6.102,0
6.664,0
630,0
579,0
562,0
565,0
26,3
24,1
23,4
23,5
7.163,0
7.744,0
8.323,0
8.880,0
581,0
579,0
557,0
550,0
24,2
24,1
23,2
22,9
7.229,0
7.829,0
8.702,0
8.993,0
600,0
873,0
291,0
542,0
25,0
36,4
12,1
22,6
130,0 9.430,0
353,0 10.054,0
10.772,0
11.280,0
624,0
718,0
508,0
456,0
26,0
29,9
21,2
19,0
9.535,0
10.140,0
10.680,0
11.142,0
605,0
540,0
462,0
517,0
25,2
22,5
19,3
21,5
11.736,0
12.166,0
12.535,0
12.924,0
430,0
369,0
389,0
395,0
17,9
15,4
16,2
16,5
11.659,0
12.181,0
12.674,0
13.099,0
522,0
493,0
425,0
475,0
21,8
20,5
17,7
19,8
26,3
24,8
19,8
19,9
13.319,0
13.820,0
14.412,0
15.070,0
501,0
592,0
658,0
665,0
20,9
24,7
27,4
27,7
13.574,0
13.966,0
14.415,0
14.849,0
392,0
449,0
434,0
525,0
16,3
18,7
18,1
21,9
438,0
18,3
15.735,0
16.200,0
16.974,0
465,0
774,0
19,4
15.374,0
15.870,0
16.370,0
496,0
500,0
20,7
20,8
MÉDIA
DIA (m³/h)
TOTAL
MÊS (m³)
MÉDIA
DIA (m³/h)
TOTAL
MÊS (m³)
MÉDIA
DIA (m³/h)
TOTAL
MÊS (m³)
MÉDIA
DIA (m³/h)
18,6
15.075,0
20,9
16.974,0
22,5
16.379,0
22,0
460,0
m³/h
TOTAL MÉDIA DIA
MÊS (m³)
(%)
MÉDIA
DIA (m³/h)
460,0
Medição Hidromêtro Poço
Artesiano, ( Lagoa de Incêndio )
2.209,1
7,9
57,0
60,0
52,0
76,0
3.015,0
TOTAL MÉDIA DIA
MÊS (m³)
(%)
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