UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI ANSELMO RODRIGO DE LIMA DANIELA KUNZENDORFF AURELIANO VALENTIM MARCOS CUNHA TEIXEIRA ROGÉRIO VASCONCELOS “REÚSO DE ÁGUA EM INDÚSTRIAS DE AUTOPEÇAS.” SÃO PAULO 2011 2 ANSELMO RODRIGO DE LIMA DANIELA KUNZENDORFF AURELIANO VALENTIM MARCOS CUNHA TEIXEIRA ROGÉRIO VASCONCELOS “REÚSO DE ÁGUA EM INDÚSTRIAS DE AUTOPEÇAS.” Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência parcial para a obtenção do título de Graduação do Curso de Engenharia Civil da Universidade Anhembi Morumbi SÃO PAULO 2011 3 ANSELMO RODRIGO DE LIMA DANIELA KUNZENDORFF AURELIANO VALENTIM MARCOS CUNHA TEIXEIRA ROGÉRIO VASCONCELOS “REÚSO DE ÁGUA EM INDÚSTRIAS DE AUTOPEÇAS.” SÃO PAULO 2011 4 Orientador: Prof. Me. Maurício Costa Cabral da Silva Trabalho____________ em: São Paulo de _______________de 2011. ______________________________________________ Nome do Orientador ______________________________________________ Nome do professor da banca Comentários:_________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ SÃO PAULO 2011 5 AGRADECIMENTOS Agradecemos ao professor Maurício Costa Cabral por toda a orientação dada, ao professor Wilson S. Iyomasa por toda a orientação geral de suma importância à qualidade do trabalho de Monografia. Agradecemos ao Sr. Neurides da empresa Ahlstrom por todo o material fornecido que contribuiu em peso à elaboração desta pesquisa. Agradecemos ao Sr. José Maria da Fire Systems que também nos auxiliou quanto às informações e projetos do sistema de combate ao incêndio. 6 RESUMO Trata-se da verificação da viabilidade econômico-financeira de um sistema que visa o máximo aproveitamento de água de reúso. Inicialmente faz-se a captação de água do Rio Capivari que após tratamento específico, esta, é conduzida aos processos de produção da fábrica. Após a produção, o efluente gerado recebe o tratamento da ETE e em seguida é redistribuído, sendo que parte, após receber o tratamento da ETA volta à produção fabril; outra parte é destinada a manter o nível da reserva de incêndio e o excedente tratado retorna ao Rio Capivari. Palavras Chave: Reúso, tratamento de esgoto industrial 7 ABSTRACT It is the verification of the economic viability of a system that aims at maximum utilizationof reuse water. Initially it is the watershed of the Rio Capivari that after treatment, this is conducted to factory production processes. After production, the effluent of the Preceives treatment and is then redistributed, as follows: part after ETA treatment plantback into production, another part is intended to maintain the level of reserves and surplus fire treaty returns to Rio Capivari. Key Words: Reuse, industrial wastewater treatment 8 LISTA DE FIGURAS Figura 2.3.1 A situação da água no mundo - Fonte: http://www.uniagua.org.br/ Figura 2.3.2 Distribuição dos Recursos Hídricos no Mundo Fonte: http:// http://www.uniagua.org.br/ Figura 2.4.1 Distribuição http://www.uniagua.org.br/ dos Recursos Hídricos no Brasil - Fonte: Figura 2.6.1 – Detalhes construtivos das cisternas - Fonte: IRPAA (2008) Figura 2.6.3 Desenho esquemático Reciclador de água - Pat req. N. 220906493347 Figura 6.2.1 Imagem Aérea da Ahlstrom - Fonte: Ahlstrom, 2011 Figura 6.3.1 Implantação da Fábrica Ahlstrom - Fonte: Ahlstrom (2011) Figura 6.3.1.1 Estação de tratamento de água - Fonte: Ahlstrom (2011) Figura 6.3.1.2 Adição química na ETA - Fonte: Ahlstrom (2011) Figura 6.3.1.3 Aspiração do depósito de lodo - ETA - Fonte: Ahlstrom (2011) Figura 6.3.1.4 Depósito de lodo - Fonte: Ahlstrom (2011) Figura 6.3.1.5 Prensa de lodo - Fonte: Ahlstrom (2011) Figura 6.3.1.6 Estação de tratamento de esgoto - Fonte: Ahlstrom (2011) Figura 6.3.1.7 Estação de tratamento de esgoto - Fonte: Ahlstrom (2011) Figura 6.3.1.8 Poço de captação de água tratada - Fonte: Ahlstrom (2011) Figura 6.3.1.1.1 Captação de água (bomba submersa) - Fonte: Ahlstrom (2011) 9 Figura 6.3.2.1 Piscina Exposta (Reserva de Incêndio) - Fonte: Fire Systems (2010) Figura 6.3.2.2 Lago (Reserva de Incêndio) - Fonte: Fire Systems (2010) Figura 6.3.2.3 Casa de Bombas - Fonte: Fire Systems (2010) Figura 6.3.2.4 Equipamentos Hidromecânicos - Fonte: Fire Systems (2010) Figura 6.3.2.3 Equipamentos hidromecânicos - Fonte: Fire Systems (2010) Figura 7.1.3.1 Medidores de Vazão – Fonte: Ahlstrom (2011) Figura 7.1.3.2 Vazão de Saída – Fonte: Ahlstrom (2011) Figura 7.1.3.3. Teste Cone Imhoff – (CI) – Fonte: Ahlstrom (2011) Figura 7.1.3.4 Teste Cone Imhoff – (CI) - Fonte: Ahlstrom (2011) Figura 7.1.3.5 AOX – Saída do Efluente Final ETE – Lagoa (Ano 2010) – Fonte: Ahlstrom (2011) Gráfico 7.1.4.1 Indicador de Desempenho – Ano 2010 10 LISTA DE TABELAS Tabela 2.3.1 Evolução do uso da água no mundo Tabela 2.3.2 Consumo Médio de Água no Mundo Tabela 2.3.3 Disponibilidade de Água por Habitante/Região (x1000m3) Tabela 2.3.4 Disponibilidade de Água por Habitante/ Região Tabela 2.5.1.1 Padrão microbiológico de potabilidade da água para consumo humano Tabela 2.5.1.2 Padrão de turbidez para água pós-filtração ou pré-desinfeção Tabela 2.5.1.3 Padrões de radioatividade para água potável Tabela 2.5.1.4 Parâmetros de aceitação para consumo humano Tabela 2.5.1.5 Distribuição do consumo de água por tipo de atividade industrial Tabela 2.5.1.6 Requisitos de Qualidade da Água para Usos Industriais Tabela 2.5.1.7 Padrão de Qualidade e recomendado para água de resfriamento e geração de vapor Tabela 2.5.1.8 Dados de Qualidade da água para uso na Indústria Farmacêutica Tabela 2.5.2.1 Tipos de poluentes de origem antrópica Tabela 2.6.3.1 Quadro Comparativo de consumo de água Tabela 2.7.1 Consumo de água por tipo de indústria Tabela 7.1.3.1 IAP – Índice de Qualidade de água bruta para fins de abastecimento público – Rio Capivari (2010) Tabela 7.1.3.2 IVA – Índice de Qualidade de água bruta para proteção da vida aquática – Rio Capivari (2010) Tabela 7.1.3.3 – Médias de qualidade da principais variáveis, ano 2010 e período 2005 a 2009 – Rio Capivari Tabela 7.1.3.4 – Porcentagens de resultados não conformes com os padrões de qualidade – ano 2010 e período 2005 a 2009 – Rio Capivari Tabela 7.1.3.5 – pH Medido – Saída do efluente ETE – Ano 2010 11 Tabela 7.1.3.6 – pH Medido – Saída do efluente ETE – Ano 2011 Tabela 7.1.3.7 – Temperatura Medida – Saída do efluente ETE – Ano 2010 Tabela 7.1.3.8 – Temperatura Medida – Saída do efluente ETE – Ano 2011 Tabela 7.1.3.9 – OD Medido – Saída do efluente ETE – Ano 2010 Tabela 7.1.3.10 – OD Medido – Saída do efluente ETE – Ano 2011 Tabela 7.1.3.11 – Cone In OFF – Saída do efluente ETE – Ano 2010 Tabela 7.1.3.12 – Cone In OFF – Saída do efluente ETE – Ano 2011 Tabela 7.1.3.13 – Fenol – Saída do efluente ETE – Ano 2010 Tabela 7.1.3.14 – Fenol – Saída do efluente ETE – Ano 2011 Tabela 7.1.3.15 – Condutividade – Saída do efluente ETE – Ano 2010 Tabela 7.1.3.16 – Condutividade – Saída do efluente ETE – Ano 2011 Tabela 7.1.3.17 – TSS – Saída do efluente ETE – Ano 2010 Tabela 7.1.3.18 – TSS – Saída do efluente ETE – Ano 2011 Tabela 7.1.3.19 – DBO – Saída do efluente ETE – Ano 2010 Tabela 7.1.3.20 – DBO – Saída do efluente ETE – Ano 2011 Tabela 7.1.3.21 – DQO – Saída do efluente ETE – Ano 2010 Tabela 7.1.3.22 – DQO – Saída do efluente ETE – Ano 2011 Tabela 7.1.3.23 – Fósforo – Saída do efluente ETE – Ano 2010 Tabela 7.1.3.24 – Fósforo – Saída do efluente ETE – Ano 2011 Tabela 7.1.3.25 – N. Inorgânico – Saída do efluente ETE – Ano 2010 Tabela 7.1.3.26 – N. Inorgânico – Saída do efluente ETE – Ano 2011 Tabela 7.1.3.27 – Surfactantes – Saída do efluente ETE – Ano 2010 Tabela 7.1.3.28 – Surfactantes – Saída do efluente ETE – Ano 2011 Tabela 7.1.3.29 – Manganês – Saída do efluente ETE – Ano 2010 Tabela 7.1.3.30 – Manganês – Saída do efluente ETE – Ano 2011 12 Tabela 7.1.3.31 – Níquel – Saída do efluente ETE – Ano 2010 Tabela 7.1.3.32 – Níquel – Saída do efluente ETE – Ano 2011 Tabela 7.1.3.33 – Cromo – Saída do efluente ETE – Ano 2010 Tabela 7.1.3.34 – Cromo – Saída do efluente ETE – Ano 2011 Tabela 7.1.3.35 - Hg – Saída do Efluente Final ETE – Ano 2010 Tabela 7.1.3.36 - Hg – Saída do Efluente Final ETE – Ano 2011 Tabela 7.1.3.37 - AOX – Saída do Efluente Final ETE – Ano 2010 Tabela 7.1.4.1 – Consumo Referente ao Ano 2010 13 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS CONAMA – CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE CETESB - COMPANHIA AMBIENTAL DAEE - DEPARTAMENTO DE ÁGUAS E ENERGIA ELÉTRICA NFPA- NATIONAL FIRE PROTECTION PNUMA - PROGRAMA AMBIENTE DE DAS TECNOLOGIA NAÇÕES DE UNIDAS SANEAMENTO PARA O MEIO CTCC- CENTRO DE TÉCNICAS DE CONSTRUÇÃO CIVIL IBGE- INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA OMS- ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE PURA- PROGRAMA DE USO RACIONAL DE ÁGUA IAP - ÍNDICE DE QUALIDADE DE ÁGUA BRUTA PARA FINS DE ABASTECIMENTO PÚBLICO IVA - ÍNDICE DE PROTEÇÃO DA VIDA AQUÁTICA 14 SUMÁRIO p. 1 INTRODUÇÃO ............................................................................... 17 1.1 OBJETIVOS ................................................................................... 19 1.1.1 Objetivo Geral ............................................................................ 19 1.1.2 Objetivo Específico: .................................................................. 19 1.2 JUSTIFICATIVA............................................................................. 20 1.3 ABRANGÊNCIA ............................................................................ 22 1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO ...................................................... 23 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .......................................................... 25 2.1 SOBRE O REÚSO DE ÁGUA ........................................................ 25 2.2 ESCASSEZ DA ÁGUA NO BRASIL .............................................. 27 2.3 ESCASSEZ DA ÁGUA NO MUNDO .............................................. 28 2.4 DISPONIBILIDADE HÍDRICA NO BRASIL.................................... 30 2.5 QUALIDADE DA ÁGUA ................................................................ 36 2.5.1 Padrões de Potabilidade ........................................................... 36 2.5.2 Contaminação da Água ............................................................. 44 2.6 DIFERENÇA ENTRE APROVEITAMENTO, REÚSO E RECICLAGEM DE ÁGUA .................................................................... 46 2.6.1 Aproveitamento de Água Pluvial .............................................. 46 15 2.6.2 Reúso de Água .......................................................................... 48 2.6.3 Reciclagem de Água ................................................................. 51 2.7 CONSUMO DE ÁGUA NAS INDÚSTRIAS .................................... 53 2.8 TRATAMENTO DE EFLUENTES .................................................. 54 2.9 CONCEPÇÃO GERAL DO SISTEMA – TRATAMENTO DO ESGOTO EM INDÚSTRIA DE AUTOPEÇAS: ..................................... 55 2.10 SISTEMA DE COMBATE AO INCÊNDIO - CONCEPÇÃO ...... 57 2.10.1 2.11 O funcionamento do sistema ............................................. 58 NORMAS TÉCNICAS .............................................................. 60 3 MÉTODO DE TRABALHO ............................................................. 65 4 MATERIAIS E FERRAMENTAS .................................................... 66 5 ESTUDO DE CASO: INFORMAÇÕES GERAIS DA EMPRESA ... 68 5.1 IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA ................................................... 68 5.2 HISTÓRICO DA EMPRESA ........................................................... 68 5.3 COLETA DE DADOS DE CAMPO:................................................ 69 5.3.1 Estação de tratamento de água e Estação de tratamento de efluentes ....... 70 5.3.2 Sistema de Combate a Incêndio ......................................................................... 77 5.3.3 Reúso nos Processos de Produção ................................................................... 81 6 COMPILAÇÃO DE DADOS E DISCUSSÃO .................................. 84 6.1 Avaliação do consumo de água na Ahlstrom ......................... 84 6.1.1 Fontes de água ...................................................................................................... 84 6.1.2 Tratamento empregado ........................................................................................ 84 16 7 CARACTERÍSTICAS DO CORPO RECEPTOR E DO EFLUENTE TRATADO ............................................................................................ 85 7.1.1 Água obtida pós-tratamento ETE ...................................................................... 109 8 RESULTADOS ..............................................................................112 8.1 Caracterização da água obtida pós-tratamento ETE .............112 8.2 Funcionamento do sistema de combate a incêndio e sua proficiência quanto ao consumo de água .......................................116 8.3 Análise da viabilidade técnica do empreendimento quanto ao reúso ..................................................................................................118 9 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES .......................................120 REFERÊNCIAS ...................................................................................123 ANEXOS .............................................................................................124 17 1 INTRODUÇÃO Incansáveis histórias e relatos sobre a escassez de água no mundo, assim como a proliferação de doenças pela da água de má qualidade indicam a necessidade cada vez mais eminente de planos de gestão de recursos hídricos mais adequados, inovadores e perspicazes. Apenas 2,5% (WETZEL,1983), deste bem natural no planeta, é passível para o consumo humano. Esse recurso é sem dúvida indispensável para uma boa qualidade de vida, e cada vez mais de difícil acesso à população de baixa renda. Dados divulgados pela Cetesb (1983) mostram que 35% da população mundial não têm acesso a água tratada e que dez milhões de pessoas morrem a cada ano em decorrência de doenças intestinais transmitidas por água contaminada. Sabe-se que o setor de agricultura tem grande responsabilidade no consumo de água potável, onde o consumo de um hectare de irrigação de arroz por inundação equivale à quantidade de água utilizada por 800 pessoas (TUCCI,1986). Atitudes de conscientização que demonstram a preocupação com o desenvolvimento sustentável são necessárias para que se possa evitar um aumento da taxa de mortalidade, considerando a contabilização das mortes pela falta ou utilização da água de procedência duvidosa. Um ser humano pode sobreviver um mês sem alimento, mas não sobrevive uma semana sem água. Por meio de uma consciência pró-ativa e cada vez mais preocupada com o futuro, cada nação vem se preparando cada vez mais para a valorização e preservação deste recurso, tendo pelo fato de que é bem mais econômico preservar os mananciais do que tratar água contaminada. O aproveitamento de água proveniente de ETE é uma opção que pode se mostrar muito atrativa para a minimização dos efeitos da escassez de água no mundo e inclusive dos custos com a utilização de água tratada advinda da rede pública. Tal indicativo mostra que esta linha de raciocínio é uma das inúmeras soluções que podem ser adotadas por indústrias de diversos segmentos, que, conforme exigido pela Cetesb, já tratam seus resíduos antes de lançar a água já tratada aos córregos 18 e rios adjacentes. Se essas indústrias reutilizarem o recurso hídrico devidamente tratado em atividades não potáveis, inclusive o abastecimento da reserva de incêndio, a devolução do excedente ao meio, será consideravelmente menor, o que de fato contribuirá para um crescimento econômico e sustentável de qualquer tipo de comunidade/sociedade local. O presente estudo consiste na análise de um sistema que aproveita a água de reúso, em atividades não potáveis e inclusive o abastecimento da reserva de incêndio. 19 1.1 OBJETIVOS 1.1.1 Objetivo Geral Conscientizar sobre a importância da redução dos impactos ambientais, dando enfoque no problema da escassez de água no Brasil e no mundo. Incentivar a busca de soluções alternativas de economia de água. Incentivar a pesquisa de aprimoramento de outros métodos de aplicação do reúso de água. 1.1.2 Objetivo Específico: Análise da eficiência do sistema implantado na empresa multinacional Ahlstrom (objeto do estudo de caso), situada na cidade de Louveira, que tem a finalidade de: Verificação da viabilidade técnica e econômico-financeira do sistema que reaproveita água de reúso, tratada na ETE para fins não potáveis e ainda abastece a reserva de incêndio, objetivando reduzir os custos que impactam na produção, e retornando ao meio ambiente, a menor quantidade possível de água tratada. 20 1.2 JUSTIFICATIVA A História mundial das nações acusa um cenário constante de guerras por diversos motivos. Como exemplo destes, pode-se citar a Corrida Armamentista e a luta pela posse de áreas petrolíferas. Atualmente fala-se muito da pouca disponibilidade de recursos naturais elementares para a sobrevivência humana e cogita-se que após o petróleo, a posse de reservas naturais de água potável será o pivô de novos confrontos. De fato, o problema da escassez de água no mundo requer cuidados vigentes para evitar o agravamento crítico de uma situação futura previsível, considerando o quadro atual. Além disso, é preciso pensar que preservar um recurso natural como a água gera muito menos custos do que tratar uma determinada demanda e torná-la potável, fator este primordial para levantar questões essenciais como a racionalização e a reciclagem do recurso. Empresas como a CETESB, por exemplo, incentivam atitudes sustentáveis por meio de publicações na internet. São os denominados “Casos de Sucesso”, relatos divulgados por empresas que praticam a PCS – Produção e Consumo Sustentáveis. A prática da PCS conforme orienta a CETESB resulta em uma série de benefícios como: • Redução dos custos de produção, conseqüentemente aumentando a produtividade e a rentabilidade do negócio; • Uso racional da água, energia e das matérias primas, obtendo-se o máximo aproveitamento de cada recurso; • Aumento positivo e significativo da imagem da corporativa, respaldando ações mais eficientes de marketing; 21 • Redução impactante da produção de efluentes e resíduos oriundos do processo de produção, bem como menor desembolso necessário com o seu tratamento e destinação final. • Diminuição dos custos relativos à seguradora. Dentre os casos de sucesso publicados no site relevante a este estudo de caso, pode-se citar a Indústria Química 3M do Brasil Ltda. – Fábrica de Sumaré, que em 2001 implantou o reuso de efluente tratado na fábrica, através do investimento de R$ 40.000 em reformas para adequação da Estação de Tratamento de Efluentes. Por meio do trabalho executado nesta fábrica, foi possível reduzir a captação de água em aproximadamente 97.600m3/ano. Tratando-se de uma opção inovadora, o interesse principal neste trabalho é tentar comprovar a funcionalidade, capacidade e limitações de um sistema que se utiliza de água tratada proveniente de Estação de Tratamento de Esgoto, para abastecer parcialmente a produção fabril, bem como o sistema de combate ao incêndio indispensável a um grande nicho de indústrias que promovem atividades especificas e que vislumbram a inserção do conceito desenvolvimento sustentável em seu contexto ético. 22 1.3 ABRANGÊNCIA O enfoque principal do trabalho é estudar a viabilidade da utilização de água tratada em ETE em um sistema amplo que aproveita esta água em diferentes áreas, como por exemplo a produção fabril e o sistema de combate ao incêndio por sistema fixo de “sprinklers” e de espuma, sendo que o volume excedente é lançado no rio Capivari. A multinacional Ahlstrom Louveira Ltda., objeto do estudo de caso, situada no município de Louveira, possui em suas dependências, por exigência da Cetesb um sistema de tratamento de água que contempla Estação de Tratamento de Água e Estação de Tratamento de Esgotos, de forma a atender as demandas de consumo existentes. Englobar o sistema de combate ao incêndio somente foi possível porque, anteriormente à construção deste, já existiam as Estações de Tratamento de Água e de Esgoto. A concepção da Estação de Tratamento de Água e de Esgoto, bem como a concepção do sistema de combate ao incêndio serão brevemente abordados no decorrer do estudo. 23 1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO Inicialmente no item Exemplo de Reúso de Água, serão tratadas experiências anteriores que compreendem o tema desta pesquisa de modo a ampliar a visão das possibilidades existentes quando se trata de sustentabilidade ambiental. Após contemplar tamanha versatilidade do reúso, é importante ressaltar questões cruciais que levam a sociedade a explorar formas alternativas de consumir água, pensando assim, em desenvolvimento sustentável. Esses tópicos, de severa importância, serão cuidadosamente levantados de forma subsequente nos itens 2.2 a 2.4; com ênfase na situação industrial da cidade de São Paulo atentando ao setor industrial. Para compreender melhor o cerne da questão é imprescindível que se aborde os Padrões de Potabilidade e a qualidade da água, dando enfoque na qualidade de água utilizada no ramo industrial. A água utilizada no sistema de incêndio implantado é provinda de uma Estação de tratamento de Esgotos. No item 2.6 será abordado O Tratamento de esgoto, passando pela concepção do sistema e etapas do tratamento, de forma que o leitor possa assimilar por completo a idéia do reaproveitamento. Para um melhor entendimento teórico, o item 2.7 descreve especialmente as diferenças que à primeira vista parecem sutis (para quem não conhece muito sobre o assunto), mas que sem dúvida são bem diferentes quando se trata da origem da água. O trabalho em questão mostra também exemplos específicos de cada caso. O estudo de caso neste trabalho consiste na análise de uma das muitas aplicações que podem ser dadas ao reúso de água, a saber, em um sistema de combate ao incêndio, portanto é importante que se compreenda oque é um sistema de incêndio bem como a sua concepção, temas estes que são tratados no item 2.8. 24 Tendo o leitor, todo o embasamento teórico disponibilizado anteriormente, é o momento oportuno para descrever especificamente da água de reúso no sistema de combate ao incêndio, onde haverá o embasamento em literatura disponível de forma a sustentar a viabilidade da prática da engenharia (item 2.8.2). O item 2.9 vai abranger, de modo geral, as normas técnicas vigentes que sustentam a exequibilidade desta modalidade de reúso de água, incluindo comentários. O estudo de caso apresenta informações gerais da empresa a partir do item 6. Os dados coletados referem-se principalmente aos índices de qualidade da água durante as etapas de tratamento conforme é ilustrado pelo item 6.3. As análises realizadas contemplaram valores balizadores sugeridos por legislação vigente. 25 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1 SOBRE O REÚSO DE ÁGUA A revolução industrial. O mundo é inércia, uma vez em movimento, em mudança, continua sempre mudando. São meros princípios físicos. A Revolução Industrial foi um dos processos históricos mais significativos no que se refere às mudanças impactáveis em nível mundial. E por falar em mudanças, podese dizer que o contexto histórico atual remete a civilização para um tipo peculiar de metamorfose: a mudança do pensamento. Junto com a Revolução Industrial vê-se também o descaso com os recursos naturais, essenciais à sobrevivência. A preocupação com avanços tecnológicos, a corrida armamentista, ditadura, inúmeros eram os aspectos que influenciaram a vida cotidiana da época. Entretanto idéias como a reciclagem do lixo, da água ou a utilização de outros recursos naturais de maneira inteligente, eram preocupações que se tornariam relevantes apenas tempos depois. A conscientização ecológica é o tema que predomina significativamente na atualidade. Ao se analisar a preocupação com o meio ambiente, um conceito fundamental pode ser categoricamente vislumbrado: desenvolvimento sustentável. E como citar “desenvolvimento sustentável” e “preocupação com o meio ambiente” sem ao menos se lembrar de um dos recursos naturais fundamentais à manutenção da vida. Atualmente não há como se pensar em vida sem remeter ao recurso água. Uma vez em que há uma contínua mudança de pensamento na economia dos recursos naturais, a preocupação com a escassez da água é mais do que evidente. Apenas 2,5% de água no planeta é digna de ser considerada potável e passível de consumo humano. E é exatamente aí que entram os recursos e avanços tecnológicos, a iniciativa privada, o poder público quanto aos mecanismos legislativos, à população 26 e principalmente o incentivo às iniciações de trabalhos científicos e pesquisas tecnológicas no empenho da descoberta de soluções mitigadoras que principalmente amenizem os efeitos para que se garanta a conscientização da economia e também a demanda do próprio recurso, em condições viáveis às futuras gerações. Para citar alguns exemplos destaca-se o trabalho do engenheiro químico Marcelio Fonseca, atuando como superintendente da empresa Haztec, ele participou no desenvolvimento de tecnologia para transformar cinco tipos de efluentes, sendo eles 1) resíduos das indústrias têxtil, 2) automobilística, 3) química, 4) mananciais contaminados e 5) chorume (ESTADO,2011). Por volta do ano 2000, desenvolveu projetos na área têxtil, que tratavam dos efluentes de malharia (produção de tecidos de malha), que resultava no fornecimento de água de reúso para a produção do jeans. A partir dai, começou a reaproveitar os efluentes de outros setores de forma direta, quando o próprio resíduo da atividade é tratado e de forma indireta, quando o efluente é despejado em algum manancial e posteriormente é captado e reaproveitado. Desenvolveu também um projeto para o reúso de chorume no aterro de Nova Iguaçu, onde a água produzida vai para atividades “menos nobres”, como, limpeza de vias, peças e caminhões. De acordo com Marcelio (2011), destaca ainda outras aplicações da água de reúso, como, água de resfriamento, água de processos industriais, rega de jardins, lavagem de pátios, etc. De acordo com o engenheiro as possibilidades do reúso são infinitas e é evidente a existência de perdas, no reaproveitamento industrial por exemplo, de acordo com ele, nunca será possível abastecer toda a fábrica com água de reúso, mas que o numero esta em 70% de aproveitamento, e isso é bem significativo em termos de redução de impacto ao meio ambiente. 27 2.2 ESCASSEZ DA ÁGUA NO BRASIL A água é necessária em todos os aspectos da vida no planeta. Atualmente no mundo, aproximadamente 1,7 milhões de pessoas sofrem com a escassez da água. A causa principal para que exista uma crise a nível mundial se refere ao fato de que apenas 0,003% da água no mundo, passível de consumo humano, é uma reserva constante. Em contrapartida a densidade demográfica no planeta se torna cada vez mais densa, e o lixo produzido por essa massificação é cada vez mais abundante oque, como consequência, acarreta em uma quantidade de água menor para consumo da população, pela contaminação sofrida. Diversas são as substâncias tóxicas geradas nas diferentes atividades humanas. Nas práticas agrícolas, por exemplo, o uso sem controle de agrotóxicos representa um grande perigo ao meio ambiente e à saúde humana. A AGENDA 21, em seu capítulo 18, refere-se à proteção da qualidade e do abastecimento dos recursos hídricos, mostrando que: “A escassez generalizada, a destruição gradual e o agravamento da poluição dos recursos hídricos em muitas regiões do mundo, ao lado da implantação progressiva de atividades incompatíveis, exigem o planejamento e manejo integrados desses recursos. Essa integração deve cobrir todos os tipos de massas inter-relacionadas de água doce, incluindo tanto águas de superfície como subterrâneas, e levar devidamente qualitativos. em consideração Deve-se desenvolvimento dos reconhecer recursos os o aspectos caráter hídricos quantitativos multi-setorial no contexto e do do desenvolvimento sócio-econômico, bem como os interesses múltiplos na utilização desses recursos para o abastecimento de água potável e saneamento, agricultura, indústria, desenvolvimento urbano, geração de energia hidroelétrica, pesqueiros de águas interiores, transporte, recreação, manejo de terras baixas e planícies e outras atividades. Os planos racionais de utilização da água para o desenvolvimento de fontes de suprimento de água subterrâneas ou de superfície e de outras fontes potenciais têm de contar com o apoio de medidas concomitantes de conservação e minimização do 28 desperdício. No entanto, deve-se dar prioridade às medidas de prevenção e controle de enchentes, bem como ao controle de sedimentação, onde necessário” (AGENDA 21, 2001). 2.3 ESCASSEZ DA ÁGUA NO MUNDO A água limpa e tratada, imune à mortalidade infantil e à proliferação de doenças, está cada vez mais cara. Os países situados em regiões áridas e semiáridas como os do Oriente Médio, já enfrentam a crise da água há muitos anos, mas a percepção de uma crise mundial só agora está alcançando a consciência internacional. A figura 2.3.1 trata brevemente da situação mundial quanto às regiões onde há indícios importantes da deficiência de água. Figura 2.3.1 A situação da água no mundo Fonte: http://www.uniagua.org.br/ 29 O crescimento inveterado da população e o consumo não pensado de água, tendendo ao desperdício também são fatores que contribuem para a escassez do recurso hídrico, que cresce muito com o decorrer do ano, conforme é constatado nas tabelas 2.3.1, 2.3.2, 2.3.3 e 2.3.4, a seguir: Tabela 2.3.1 Evolução do uso da água no mundo Ano Habitantes 1940 2,3 x 10 1990 5,3 x 10 Uso da Água m³ 9 400 9 800 Fonte: http:// http://www.uniagua.org.br/ Tabela 2.3.2 Consumo Médio de Água no Mundo Grupo de Renda Utilização Anual m³/hab. Baixa 386 Média 453 Alta 1.167 Fonte: http:// http://www.uniagua.org.br/ 3 Tabela 2.3.3 Disponibilidade de Água por Habitante/Região (x1000m ) Região Ano 1950 1960 1970 1980 2000 Africa 20,6 16,5 12,7 9,4 5,1 Ásia 9,6 7,9 6,1 5,1 3,3 América Latina 105 80,2 61,7 48,8 28,3 Europa 5,9 5,4 4,9 4,4 4,1 América do Norte 37,2 30,2 25,2 21,3 17,5 TOTAL 178,3 140,2 110,6 89 58,3 Fonte: http:// http://www.uniagua.org.br/ Tabela 2.3.4 Disponibilidade de Água por Habitante/ Região Países com mais água per capita Países com menos água per capita Guiana Francesa 812.121 m³ Kuait 10 m³ Islândia 609.319 m³ Emirados Árabes 58 m³ Guiana 316.689 m³ Unidos 66 m³ Suriname 292.566 m³ Bahamas 94 m³ Congo 275.679 m³ Qatar 103 m³ Papua Nova Guiné 166.563 m³ Maldivas 113 m³ Gabão 133.333 m³ Líbia 118 m³ Ilhas Salomão 100.000 m³ Arábia Saudita 129 m³ Canadá 94.353 m³ Malta 149 m³ Cingapura 179 m³ Nova Zelândia 86.554 m³ Fonte: http:// http://www.uniagua.org.br/ 30 A figura 2.3.2 demonstra os percentuais de água distribuídos no mundo de acordo com a sua utilização: Figura 2.3.2 Distribuição dos Recursos Hídricos no Mundo Fonte: http:// http://www.uniagua.org.br/ Na agricultura, durante os processos de evaporação e percolação, 60% da água utilizada no processo de irrigação é perdida. Estima-se que 6,3 bilhões de pessoas poderiam ser abastecidas com a economia de 10% da água destinada à agricultura no mundo. Na década de 80 intensificaram-se planejamentos voltados para melhoria da qualidade da água em longo prazo, a fim de evitar conflitos de utilização da água e chamar a atenção para o valor ambiental e inclusive conseqüentemente o valor social da conservação da água. 2.4 DISPONIBILIDADE HÍDRICA NO BRASIL A falta de água, no geral, tem relação com o volume hídrico e a totalidade de habitantes, levando-se em conta uma determinada região. Se esta área tem sua distribuição espacial de forma desigual com o número de habitantes, qualquer aumento de demanda demográfica, disponibilizada para consumo. compromete a quantidade de água 31 Portanto a quantidade disponível de água e a sua divisão entre os habitantes de um mesmo lugar são referências indicativas da progressiva escassez deste recurso, refletida em algumas regiões do Brasil. Histórico Somente no ano de 1997, foi criada uma política nacional de recursos hídricos com da Lei das Águas. Fundamentada na utilização da água para diversos fins, priorizando em caso de escassez o consumo humano. Para implantação deste mecanismo, instrumentos foram implantados, com destaque para dois itens (CAUBET, 2004): - Plano de Recursos Hídricos: Basicamente estabelece critérios para se conduzir os recursos hídricos do país ou do estado, por meio de um plano de conservação, recuperação e utilização da água em suas respectivas bacias. Isto posto, o Conselho Nacional de Recursos Hídricos aprovou a partir de 2006 o Plano Nacional, atribuindo aos estados a gerência de seus planos; - Cobrança pelo uso da água: Funciona como um instrumento educador, incentivando por meio do custo a racionalização da utilização da água ao mesmo tempo em que arrecada verba para aplicação no Plano de Recursos Hídricos; O Brasil também pode contar com outro valioso recurso, trata-se das águas subterrâneas. O Aquífero Guarani, maior manancial de água doce transnacional do mundo, tem sua maior área estabelecida no Brasil, contribuindo para a formação de uma reserva de 112 mil km². Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2000) revelam que dentre os municípios nacionais, 16% são atendidos por água subterrânea (BOSCARDIN, BORGUETT e FILHO, 2008). Assim como os rios, a má utilização apresenta riscos aos mananciais subterrâneos, como contaminações oriundas de fossas, esgotos e lixões mal instalados. No mundo, o Brasil é uma exceção no volume de água distribuído por pessoa, se aproximando a 19 vezes superior ao valor mínimo estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU), ou seja, 1700 m³/s por habitante (no ano). Isso não 32 significa que toda a população receberá a mesma qualidade, quantidade e regularidade da água. O Brasil possui uma área de 8.547.403,5 km², ou seja, a quinta maior extensão territorial do mundo. Ocupando 47,7% da América do Sul e tem sua localização nas partes mais baixas do globo, lhe caracterizando como um país tropical (REBOUÇAS, 1997). O país recebe sobre seu território uma pluviometria entre 1000 e 3000 mm/ano, e apesar de riquíssimo em quantidade de água doce, o abastecimento é precário, mesmo na região norte onde os rios descartam mais 70% de suas águas, conforme cita o referido autor. Outro fato pertinente é o favorecimento da geografia dos rios à geração de energia elétrica. O livro número III do Código Nacional de Águas, de 1934, trata do conjunto de recursos hidrelétricos do país. Entretanto, os rios recebem muito esgoto não tratado. A Organização Mundial de Saúde (OMS) demonstra que um dólar investido no saneamento básico, acarreta uma diminuição de cinco dólares em despesas hospitalares. A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que 50% dos rios do planeta estejam poluídos, principalmente, por esgotos domésticos, resíduos industriais e agrotóxicos (REBOUÇAS, 1997). De acordo com censo (IBGE,2000) mais de 80% da população brasileira vivem em zonas urbanas. Contudo, cerca de 64% do esgoto doméstico não é coletado para tratamento e, o mais grave é que perto de 7% da população não tem acesso à água limpa para o consumo e 24% recebem água de qualidade duvidosa ou vivem num constante rodízio no fornecimento, como menciona o autor citado. Na contramão, as redes de distribuição têm uma perda de 40% a 60% da água em suas tubulações durante a distribuição. 33 A pouca vontade política para a resolução desta questão é notória. As regiões com áreas hidrográficas privilegiadas possuem o mesmo drama no saneamento básico de regiões com áreas hidrográficas carentes, perpetuando o grave problema da saúde pública no Brasil. O PURA (Programa de Uso Racional da Água), aplicado na região metropolitana de São Paulo em uma parceria da Sabesp e em conjunto com a USP, demonstra atitudes cotidianas que muito contribuem para o desperdício, como: - banhos prolongados; - utilização de jatos de mangueira para limpeza de carros e calçadas; - água tratada para irrigação de gramados - água potável utilizada em torres de resfriamento de sistema de ar condicionado, etc. No Brasil, cerca de 63% da água é destinada para a agricultura, destacando os métodos de irrigação conhecidos como Pivô Central e Aspersão Convencional, que além de consumirem uma grande quantidade de água, exigem um alto consumo de energia elétrica. A figura 2.4.1 apresenta a distribuição dos recursos hídricos nas regiões brasileiras. 80 Superficie População 68 70 Recursos Hidricos 43 50 45 60 29 40 18 11 3 6 7 7 6 10 7 20 15 16 19 30 0 Norte Centro Oeste Sul Sudeste Nordeste Figura 2.4.1 Distribuição dos Recursos Hídricos no Brasil Fonte: http://www.uniagua.org.br/ 34 De acordo com Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), para se padronizar o abastecimento de água e o tratamento de esgoto, custaria ao Brasil em um prazo de 10 anos, um investimento de R$ 100 bilhões. Conforme reportagem exibida pelo Globo Repórter (2005), diante da escassez que ameaça o mundo, a ONU propôs que o Aquífero Guarani fosse transformado em patrimônio da humanidade e que suas águas fossem consideradas reserva intocada, para que no futuro fosse usada por toda a população do planeta. Hoje os quatro países do MERCOSUL – Mercado Comum do Sul têm que se unir para defender esse patrimônio. São necessários critérios que devem ser estabelecidos para que o aquífero seja bem utilizado: de maneira racional e de forma que as futuras gerações possam usufruir desse benefício. Conforme Cetesb (2006), “menos da metade da população tem acesso à água potável, a irrigação corresponde a 73% do consumo de água, 21% a indústria e apenas 6% destina-se ao consumo doméstico”. Nos últimos 50 anos, a degradação da qualidade de água potável aumentou em níveis alarmantes. Apesar de o Brasil concentrar 13% da água doce no planeta, a escassez eminente já é palco de algumas regiões, como o sudoeste do país. Nesse contexto, o grande desafio para a sociedade brasileira, é modificar o atual pensamento, historicamente estabelecido, de que a expansão da oferta mediante a construção de grandes obras é a única solução para os problemas de falta da água. A expansão da oferta no Brasil tem sido a única resposta em face da escassez de água e da necessidade de atender às crescentes demandas. Portanto, a riqueza deriva da combinação do conhecimento de como aprender a usar água, competência em alcançar eficiência no fornecimento e no uso, e tecnologia utilizando equipamentos cada vez mais eficientes no combate aos desperdícios. 35 A cidade de São Paulo A cidade de São Paulo, a segunda maior da América Latina e uma das maiores do mundo é um exemplo de problema a níveis alarmantes, no que se refere à escassez de água, onde períodos de racionamento já se apresentam desde a década de 80. Nos primórdios de sua história, São Paulo utilizava-se de fontes naturais que brotavam dos declives dos morros e da margem esquerda do Anhangabaú. Segundo Faria (2004), o primeiro chafariz para o abastecimento público de São Paulo foi construído pelos padres franciscanos em meados do século XVIII. Os religiosos mandaram construir uma fonte de pedra para uso privado e outra para uso público na baixada do Anhangabaú, próximo à atual Praça das Bandeiras. Em 1791 o governador Bernardo José de Lorena (1788-1797) mandou fazer a análise da qualidade das águas provindas das diversas nascentes de uso público da cidade de São Paulo, naquela que foi a primeira tentativa racional de controlar o abastecimento público de água da cidade. Segundo Affonso de Freitas, de 1793 a 1860 nada foi feito para melhorar o escasso fornecimento de água à população que sentiu drasticamente a escassez do líquido, tendo que recorrer às águas suspeitas do Tamanduateí. Conclui-se que desde os primórdios de sua existência, a futura megalópole, São Paulo, sofria não só com a escassez do recurso hídrico, mas com a qualidade da própria água fornecida, uma vez que não havia estrutura compatível com a demanda populacional que crescia cada vez mais, de forma exorbitante. A oferta gratuita de recursos naturais, oferecida pela natureza e a crença de sua capacidade ilimitada de recuperação frente às ações exploratórias, contribuíram para uma postura descomprometida com a proteção e o equilíbrio ecológico. A vida cotidiana de cada cidadão mostra claramente o quanto despreocupados estão os que não possuem, em quase a sua totalidade, consciência e ética adequadas à situação atual, onde todo o tipo de economia, quando se trata de água que, além de ser necessária é muito mais do que bem vinda. 36 2.5 QUALIDADE DA ÁGUA “... Considerando que a saúde e o bem-estar humano, bem como o equilíbrio ecológico aquático, não devem ser afetados como conseqüência da deterioração da qualidade das águas...” (CONAMA, 1986). Conforme Branco (1993), a água possui várias qualidades que são características dela, enquanto substância. Dependendo do local e da origem, ela pode apresentar características variáveis. A termologia “qualidade da água” é embasada em parâmetros medidores de suas características em função do uso ao qual se destina. Segundo Branco (1993), existem muitas substâncias que não podem estar presentes excessivamente na água, mas não para torná-la nociva, há níveis de tolerância que devem ser respeitados. Esse histórico de substâncias nocivas que devem atender a um padrão de tolerância cresce à medida que se criam novas substâncias ou na medida em que exista a constatação de novas descobertas a respeito de suas propriedades fisiológicas. 2.5.1 Padrões de Potabilidade A portaria nº 1469 do Ministério da Saúde, aprovada em 29/12/2000 que substitui a Portaria nº 36/GM de 19/01/1990, define os parâmetros de potabilidade da água para consumo humano e sugere principalmente que os padrões físicos, microbiológicos, químicos e radioativos não excedam a um determinado limite, maléficos á saúde do ser humano. É relevante citar este normativo porque o país ainda sofre carência de literatura adequada não só para o aproveitamento de águas pluviais, mas como também para reúso e reciclagem do recurso. E sendo um normativo bem fundamentado, a Portaria nº 1469 pode servir como inspiração para elaboração de novas literaturas, uma vez que admite como verdadeiros os limites de parâmetros conhecidos e mensuráveis, tornando efetivamente viáveis os estudos e a 37 criação de novas tecnologias que incentivam a economia saudável da água disponível, que pode ser aproveitada ou reaproveitada. Algumas das principais tabelas desta Portaria, indicativas da potabilidade da água adequada ao consumo humano: A Tabela 2.5.1.1 mostra os padrões microbiológicos de potabilidade da água, indicando os parâmetros viáveis para a água de consumo humano e para a água tratada no sistema de distribuição (reservatório e rede). Estes parâmetros são mensurados através do índice VMP (valor máximo permitido). Tabela 2.5.1.1 Padrão microbiológico de potabilidade da água para consumo humano (1) PARÂMETRO Água para consumo humano VMP (2) Escherichia coli ou coliformes termotolerantes (3) Ausência em 100ml Água na saída do tratamento Coliformes totais Ausência em 100ml Água no sistema de distribuição (reservatórios e rede) Escherichia coli ou coliformes termotolerantes Coliformes totais (3) Ausência em 100ml Sistemas que analisam 40 ou mais amostras por mês: Ausência em 100ml em 95% das amostras examinadas no mês; Sistemas que analisam menos de 40 amostras por mês: Apenas uma amostra poderá apresentar mensalmente resultado positivo em 100ml Notas: (1) Valor máximo permitido (2) Água para consumo humano em toda e qualquer situação, incluindo fontes individuais. como poços, minas, nascentes, dentre outras. (3) a detecção de Escherichia coli deve ser preferencialmente adotada. Fonte: TSUTIYA, 2004 O índice de turbidez contempla a presença de partículas sólidas suspensas na água, podendo ser de tamanhos variados. Essas partículas promovem a dispersão e absorção da luz, dando à água uma aparência nebulosa, indesejável e de alta 38 periculosidade. A Tabela 2.5.1.2 informa o padrão de turbidez para água pós- filtração ou pré-desinfecção. Tabela 2.5.1.2 Padrão de turbidez para água pós-filtração ou pré-desinfeção (1) TRATAMENTO DA ÁGUA VMP (2) Desinfecção (água subterrânea) 1,0 UT em 95% das amostras Filtração rápida (tratamento completo ou filtração direta) 1,0 UT Filtração Lenta 2,0 UT em 95% das amostras (2) (2) Notas: (1) Valor máximo permitido (2) Unidade de turbidez Fonte: TSUTIYA, 2004 A tabela 2.5.1.3 informa os padrões de radioatividade alfa e beta para que a água seja considerada potável, tal verificação é imprescindível devido à nocividade da radiação. Tabela 2.5.1.3 Padrão de radioatividade para água potável (1) PARÂMETRO UNIDADE VMP Radioatividade Alfa global Bq/L 0,1 (2) Radiatividade Beta global Bq/L 1,0 (2) Notas: (1) Valor máximo permitido (2) Se os valores encontrados forem superiores aos VMP, deverá ser feita a identificação dos radionuclideos presentes e a medida das concentrações respectivas. Nesses casos, deverão ser aplicados, para os radionuclideos encontrados, os valores estabelecidos pela legislação pertinente da Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN, para se concluir sobre a potabilidade da água. Fonte: TSUTIYA, 2004 A tabela 2.5.1.4 informa outros índices de potabilidade que devem ser verificados, em função de sua nocividade à saúde humana, todos mensuráveis em miligramas por litro (MG/l) ou unidade de turbidez (ut). 39 Tabela 2.5.1.4 Parâmetro de aceitação para consumo humano PARÂMETRO UNIDADE VMP Alumínio mg/L 0,2 Amônia (como NH3) mg/L 1,5 Cloreto mg/L 250 Cor Aparente uH 15 Dureza mg/L 500 Etilbenzeno mg/L 0,2 Ferro mg/L 0,3 Manganês mg/L 0,1 Monoclorobenzeno mg/L 0,12 Odor - Não objetivável Gosto - Não objetivável Sódio mg/L 200 Sólidos Dissolvidos Totais mg/L 1.000 Sulfato mg/L 250 Sulfeto de hidrogênio mg/L 0,05 Surfactantes mg/L 0,5 Tolueno mg/L 0,17 Turbidez UT 5 Zinco mg/L 5 Xileno mg/L 0,3 Fonte: TSUTIYA, 2004 De acordo com TSUTIYA (2004), além dos muitos indicativos sugeridos pela norma, recomenda-se: • Que no sistema de distribuição, o pH da água seja mantido na faixa de 0,6 a 9,5. • Que o teor máximo de cloro residual livre, em qualquer ponto de abastecimento, seja de 2,0 mg/l. • Que sejam realizados testes para detecção de odor e gosto em amostras de água coletadas na saída do tratamento e na rede de distribuição. Em cumprimento à Resolução (SMA,1988), a Cetesb iniciou, a partir de 1998, o desenvolvimento de dois novos índices de qualidade de água: o IAP (Índice de Qualidade de Água Bruta para fins de Abastecimento Público) e o IVA (Índice de 40 Proteção da Vida Aquática). Uma vez em que se destacam, dentre os usos mais nobres, o abastecimento público e a preservação do equilíbrio das comunidades aquáticas, esses dois índices específicos irão compor, em conjunto com o índice de balneabilidade, o IBQA (Índice Básico de Qualidade das Águas), que quando aplicados na rede de monitoramento permitirão uma abordagem mais completa e fidedigna da qualidade das águas, fornecendo um instrumento importante para o controle e gerenciamento dos recursos hídricos. A qualidade das águas que deve ser observada, necessária ao desenvolvimento no setor industrial depende de dois fatores: ramo de atividade e capacidade de produção. Conforme Hespanhol e Gonçalves(2006), é o ramo de atividade da indústria que determina as características da água a ser utilizada, enquanto que o seu “porte”, que está associado à sua capacidade de produção, determina qual a quantidade necessária que satisfaça a demanda requerida nos diferentes tipos de atividades. Uma mesma indústria pode trabalhar com diferentes níveis de qualidade de água. A Tabela 2.5.1.5, pode servir como referência para apresentar dados internacionais de distribuição do consumo de água na indústria por tipo de atividade, uma vez em que o mundo, em termos de tecnologia, globalização e diversidade, está em constante mudança. 41 Tabela 2.5.1.5 Distribuição do Consumo de Água por tipo de atividade industrial Distribuição do Consumo de Água (%) Segmento Industrial Resfriamento sem Contato Processo e Atividades Afins Uso Sanitário e Outros Carne Enlatada 42 46 12 Abatimento e limpeza de aves 12 77 12 Laticínios 53 27 19 Frutas e vegetais enlatados 19 67 13 Frutas e vegetais congelados 19 72 8 Moagem de milho a úmido 36 63 1 Açúcar de cana de açúcar 30 69 1 Açúcar de beterraba 31 67 2 Bebidas maltadas 72 13 15 Indústria têxtil 57 37 6 Serrarias 58 36 6 Fabrica de celulose e papel 18 80 1 Cloro e Álcalis 85 14 1 Gases Industriais 86 13 1 Pigmentos inorgânicos 41 58 1 Produtos químicos inorgânicos 83 16 1 Materiais plásticos e resinas 93 7 * Borracha sintética 83 17 * Fibras de celulose sintéticas 69 30 1 Fibras orgânicas não celulósicas 94 6 * Tintas e pigmentos 79 17 4 Produtos químicos orgânicos 91 9 1 Fertilizantes nitrogenados 92 8 * Fertilizantes fosfatados 71 28 1 Negro de fumo 57 38 6 Refinaria de petróleo 95 5 * Pneus 81 16 3 Cimento 82 17 1 Aço 56 43 1 Fundição de ferro e aço 34 58 8 Cobre primário 52 46 2 Alumínio primário 72 26 2 Automóveis 28 69 3 (*)Valor Inferior a 0,5% do volume total de água consumido Fonte: Van Der Leeden; Troise and Todd, 1990 Segundo Hespanhol e Gonçalves (2006), de acordo com o tipo de aplicação, o grau de exigência pode variar de maneira significativa, conforme também cita o manual. 42 Existem muitas aplicações que exigem um nível maior de parâmetros que devem ser observados de forma a não comprometer o processo, ao qual se destina, produto ou sistema a ser inserida As tabelas subsequentes, 2.5.1.6 a 2.5.1.8, mostram mais alguns parâmetros indicativos, pois muitos deles são referências de indústrias no exterior, mas que são muito úteis em uma primeira avaliação. Tabela 2.5.1.6 Requisitos de Qualidade da Água para Usos Industriais Parâmetros (mg/l, execeto quando especificado o valor) Industria e Processo Têxtil Engomagem Lavagem Branqueamento Tingimento Papel e Celulose Processo Mecânico Processo Químico Não Branqueado Branqueado Produtos Químicos Cloro e álcali Carvão de alcartrão Compostos organicos Compostos inorgânicos Plásticos e resinas Borracha sintética Produtos Farmacéuticos Sabão e detergentes Tintas Madeira e reisinas Fertilizantes Explosivos Petróleo Ferro e Aço Laminação a quente Laminação a frio Diversas Frutas e vegetais enlatados Refrigerantes Curtimento de Couro Cimento Cor(UH) Alcalinidade(C Cloreto aCO3) 5 5 5 5 Dureza (CACO3) Ferro PH(unidad Sulfato es) SDT Sólidos Suspensos 25 25 25 25 0,3 0,1 0,1 0,1 0,05 0,01 0,01 0,01 6,5 - 10,0 3,0 - 10,5 2,0 - 10,5 3,5 - 10,0 100 100 100 100 5 5 5 5 0,3 0,1 6,0 - 10 Manganês Nitrato 30 1000 30 10 200 200 100 100 1 1 0,5 0,05 6,0 - 10 6,0 - 10 30 25 30 0 0 0 40 30 500 50 30 300 140 180 170 250 0 0 0 130 150 900 250 150 350 0,1 0,1 0,1 0,1 0,005 0,005 0,005 0,1 0,1 0,3 0,2 0,1 1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,005 0,005 0,005 0,1 0,1 0,2 0,2 0,1 6,0 - 8,5 6,5 - 8,3 6,5 - 8,7 6,5 - 7,5 7,5 - 8,5 7,5 - 8,5 7,5 - 8,5 10 5 5 5 2 2 2 5 5 200 10 8 80 50 125 70 1 2 2 50 100 200 175 100 0 0 0 5 5 2 6,5 6,5 -8,0 6,5 - 8,5 6,8 6,0 - 9,0 10 10 200 75 90 0 0 0 150 125 100 150 150 400 250 425 1 2 2 300 270 1000 300 200 1000 5,0 - 9,0 5,0 - 9,0 5 10 5 250 85 400 250 250 250 250 150 0,2 0,3 50 25 10 5 5 5 2 2 2 10 10 30 10 5 10 Sílica Cálcio Magnésio 50 50 20 20 12 12 40 50 50 60 0 0 0 30 37 100 40 20 75 8 14 12 25 0 0 0 12 15 50 20 10 30 0,02 0,05 0,02 50 25 20 10 0,2 0,05 10 6,5 -8,5 250 500 10 50 0,5 0 6,0 - 8,0 6,5 - 8,5 250 600 500 35 100 60 Fonte: Nemerow and Dasgupta (1991 apud Hespanhol e Gonçalves, s/d p. 25 Bicarbo nado 100 60 128 210 0,1 0,5 0,5 60 125 250 210 120 43 Tabela 2.5.1.7 Padrão de Qualidade e recomendado para água de resfriamento e geração de vapor Geração de Vapor Parâmetro* Água de resfriamento Cloretos Caldeira de Baixa pressão (<10 bar) Caldeira de Média pressão (10 a 50 Bar) Caldeira de Alta Pressão(> 50 Bar) 500 + + + Sólidos Dissolvidos Totais 500 700 500 200 Dureza 650 350 1 0,07 Alcalinidade 350 350 100 40 PH 6,9 a 9,0 7,0 a 10,0 8,2 a 10,0 82, a 9 DQO 75 5 5 1 Sólidos Suspensos Totais 100 10 5 0,5 Turbidez 50 x x x DBO 25 x x x Compostos Orgânicos++ 1 1 1 0,5 Nitrogênio Amoniacal 1 0,1 0,1 0,1 Fosfato 4 x x x Sílica 50 30 10 0,7 Alumínio 0,1 5 0,1 0,01 Cálcio 50 + 0,1 0,01 Magnésio 0,5 + 0,25 0,01 Bicarbonato 24 170 120 48 Sulfato 200 + + + Cobre x 0,5 0,05 0,05 Zinco Substancia Extraída em Tetracloreto de Carbono Sulfeto de Hidrogênio x + 0,01 0,01 x 1 1 0,5 x + + + Oxigênio Dissolvido x 2,5 0,007 0,0007 * Limites recomendados em mg/l, exceto para ph e turbidez que são expressos em unidade e UT , respectivamente (+)Aceito como recebido, caso sejam atendidos outros valores limites (++) Substancias ativa ao azul e metileno Fonte: Crook (1996 apud Hespanhol e Gonçalves, s/d p. 26) 44 Tabela 2.5.1.8 Dados de Qualidade da água para uso na Industria Farmacêutica Parâmetro Água Purificada Água para injetáveis ph 5a7 5a7 Estagio 1: < 1,3_ S/cm Condutividade Elétrica Estagio 2: < 2,1_ S/cm Estagio 3: valor associado à medida do ph Carbono Orgânico Total* 500 partes por bilhão(ppb) Bactérias ** 100 UFC/ml 10UFC/ml Endotoxinas .. <0,25 EU * Pode-se utilizar o teste para substancias oxidáveis em substituição a este parâmetro ** Somente como recomendação 2.5.2 Contaminação da Água As fontes de poluição dos recursos hídricos são as mais variadas possíveis, elas vão de lançamentos de esgoto doméstico a complexos resíduos industriais. A Tabela 2.5.2.1 apresenta as principais fontes de poluição hídrica antrópica. Tabela 2.5.2.1: Tipos de poluentes de origem antrópica (ação humana) e suas principais fontes. Tipo de Poluente Material Orgânico Nutrientes Organismos Patogênicos Sólidos Suspensos Sais Metais Tóxicos Materiais Orgânicos Tóxicos Temperatura Fonte: Bárbara (2006). Fontes Pontuais Esgoto Esgoto Doméstico Industrial x x x x Fontes Difusas Escoamento Escoamento Agrícola Urbano x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x O crescimento industrial desordenado gera a liberação de compostos indesejáveis ao meio ambiente, causando danos à flora e a fauna Cotta (2006). Na América do Norte animais que têm a água como seu habitat têm cinco vezes mais probabilidade de serem extintos, do que animais que vivem na Terra (BARLOW ; CLARKE, 2003). O mal de Minamata na década de 50 provocou a morte de um grande número de pessoas por envenenamento severo causado por resíduos de mercúrio associados 45 ao efluente de uma indústria produtora de Acetaldeído e PVC (Poli cloreto de vinila), e que lançava seus efluentes na Baía de Minamata no Japão (BRAGA ; BIDONE, 2000). No estado de Minas Gerais no mês de março de 2006, um vazamento de 400 milhões de litros de resíduos de tratamento de bauxita atingiram o rio Muriaé, provocando a suspensão do abastecimento de água no município de Lage do Muriaé. Em 10 de janeiro de 2007 a mesma barragem rompeu novamente, um dia após este acidente, a turbidez da água do rio Muriaé teve 71.000 Unidade de Turbidez (UNT), sendo que o padrão máximo do CONAMA para rios como o Muriaé é de 100 UNT. Somente cinco dias após o acidente, quando a turbidez estava em 779 UNT o tratamento da água para consumo humano e o abastecimento público de água pode ser normalizado (FOLHA DE SÃO PAULO, 2007). Acidentes como estes expõem não só a vulnerabilidade dos sistemas de abastecimento público, que sem plano de segurança da água não têm opção senão a de suspenderem o abastecimento das cidades, mas a fragilidade do sistema de gerenciamento hídrico como um todo. 46 2.6 DIFERENÇA ENTRE APROVEITAMENTO, REÚSO E RECICLAGEM DE ÁGUA Estes três conceitos podem ser facilmente confundidos, porém são termos que tratam de diferentes métodos com fim muito próximo, que é a redução do consumo de água, visando sustentabilidade e soluções para regiões onde há escassez de água. Sustentabilidade está ligada a utilização dos recursos pela nossa geração, sem comprometer as gerações futuras, todos os termos deste item estão interligados, porém são métodos distintos. Todos visam aplicações conscientes e de grande responsabilidade na utilização da água, para sua conservação e distribuição homogênea para que nossa geração toda desfrute dela, sem privar a utilização deste recurso fundamental pelas futuras gerações. O método de aproveitamento de água está mais ligado à capitação de água pluvial e utilização em diversos fins, também os métodos de captação de água pluvial visam redução de alagamentos nos grandes centros urbanos, devido a seus elevados índices de impermeabilização. Já o método de reúso de água, visa à captação de resíduos oriundos de determinados processos, para citar dois, destaca-se efluentes industriais e esgotos sanitários, e reutilização em diversos fins também. Em relação ao método de reciclagem de água, ocorre a captação igual ao reúso de água, porém, com a finalidade de reutilizar a água tratada, no mesmo processo que gerou os resíduos captados. 2.6.1 Aproveitamento de Água Pluvial A utilização da água da chuva não é uma inovação dos dias atuais. Na América Latina as técnicas de aproveitamento da água de chuva já eram utilizadas por povos pré-colombianos na Península de Iucatã, no México (GNADLINGER,2000). 47 Em Berlin, na Alemanha, como parte de um projeto chamado “Belss-LuedeckeStrasse”, foi implantado um sistema que capta a água da chuva de telhados com área de aproximadamente 7.000 m² e descarrega em uma rede pública de coleta de água da chuva. Essa rede transfere a água a uma cisterna, com capacidade de 160 m³, junto com a água da chuva vinda de ruas, estacionamentos e calçadas (que representam uma área de 4.200m²). A água é tratada e utilizada para descarga de sanitários e irrigação de jardins. Uma simulação feita para 10 anos estimou uma economia de água potável através da utilização de água da chuva de cerca de 2.430 m³ por ano (UNEP, 2002). No Brasil, o primeiro relato de aproveitamento da água de chuva é provavelmente um sistema construído na Ilha Fernando de Noronha, pelo exército norte-americano em 1943 (GHANAYEM, 2001 apud PETERS, 2006). Atualmente existem poucos relatos de captação da água da chuva para fins de reaproveitamento no Brasil, em vista da disponibilidade relativamente grande de outras fontes de abastecimento. O aproveitamento de águas pluviais tem sido praticado em maior escala principalmente na região Nordeste, devido ao problema da escassez hídrica, característico de parte da região. Em julho de 2003, teve início o Programa de Formação e Mobilização Social para a Convivência com o Semi Árido: um Milhão de Cisternas Rurais - P1MC, com o objetivo beneficiar cerca de 5 milhões de pessoas na região semi-árida, com água potável, através da construção de cisternas. Cada cisterna tem capacidade para armazenar 16 mil litros de água da chuva, captados dos telhados através de calhas. As cisternas são confeccionadas com placas pré-moldadas de concreto ou com camadas sucessivas de argamassa armada com tela de arame galvanizado. São construídas por pedreiros das próprias localidades treinados pelo programa e pelas famílias beneficiadas pela cisterna. A Figura 2.6.1 mostra detalhes das cisternas. 48 Figura 2.6.1 – Detalhes construtivos das cisternas. Fonte: IRPAA (2008) Algumas indústrias também têm adotado sistemas de utilização de água de chuva. O uso desta se mostra viável em muitas aplicações industriais, visto que a maioria das indústrias possui grandes áreas de telhado para servirem como superfícies de captação, além de proporcionar uma economia significativa de água tratada. Em 2006 a Copebrás, indústria de Cubatão da área de fertilizantes agrícolas, lançou um projeto para captar a água das chuvas que caiam sobre os telhados e ruas internas da empresa, para reaproveitamento no processo produtivo de suas unidades industriais. O empreendimento foi projetado para armazenar 2 milhões de litros d'água. Outros exemplos de empreendimentos que adotaram a prática de aproveitamento de águas pluviais são o Estádio João Havelange e o Aeroporto Santos Dumont no Rio de Janeiro, o Ginásio de esportes Univille em Joinville e o Supermercado Big em Esteio (BELLA CALHA, 2006a). Em algumas cidades brasileiras como São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba o armazenamento de água da chuva é previsto em lei e tem sido usado com o objetivo de retardar o escoamento superficial. A retenção das águas pluviais contribui para o controle de inundações, que ocorrem quando há precipitações intensas, em função dos altos índices de impermeabilização destas áreas. 2.6.2 Reúso de Água Muitos efluentes produzidos em grande quantidade apresentam características favoráveis para o seu reúso na agricultura, como os efluentes domésticos 49 (FRIEDMAN et al., 2007), suínos (ADELI; VARCO; ROWE, 2003) e de indústrias de produção de alimentos em geral. Estudos efetuados em diversos países demonstram que a produtividade agrícola aumenta significativamente em áreas fertirrigadas com águas residuárias, desde que estas sejam adequadamente manejadas. Estas podem ser aplicadas na produção de grandes culturas (milho, sorgo, trigo etc.), frutas e hortaliças e madeira em reflorestamento. O uso de águas residuárias para irrigação tem diversos aspectos positivos. A principal vantagem reside na recuperação de um recurso da maior importância na agricultura – a água, além disso, seu uso na agricultura fornece nutrientes às plantas, melhorando seu crescimento e minimizando custos com a adição de nutrientes como nitrogênio, fósforo e potássio por meio de fertilizantes químicos (WANG; HUANG, 2008). A estimativa do valor dos nutrientes presentes nos efluentes de lagoas de estabilização na Jordânia é de 75 dólares por 1000 m3 (AL-NAKSHABANDI et al., 1997), sendo que esses resíduos tratados são como adubos naturais para a produção de alimentos, promovendo um aumento de renda nesta atividade e favorecendo a geração de empregos. Os macro e micronutrientes em águas residuárias tratadas geralmente estão em concentrações que podem ser benéficas ao crescimento das plantas, podendo ser prejudicial, caso sejam erroneamente aplicados, devido à possibilidade de espalhamento de doenças infecciosas e de nutrientes no meio ambiente (PARANYCHIANAKIS et al., 2006). Além disso, sais presentes nestes resíduos como sódio e cloro podem elevar a condutividade elétrica, associada a efeitos maléficos no crescimento de plantas por meio de distúrbios nutritivos e à toxicidade dos íons. Airoldi (2007) apresenta alguns efeitos negativos da utilização de águas residuárias na irrigação: 50 • Poluição, principalmente por nitrato em águas utilizadas para abastecimento público. Níveis de nitrato em água potável superiores a 90 mg L-1 podem causar metamoglobinemia em crianças; • Acúmulo de contaminantes no solo, que pode levar à sua salinização ou criar ambiente propício para a proliferação de vetores transmissores de doenças; • Uma alta concentração de nitrogênio no efluente pode comprometer culturas susceptíveis a ele; • Alguns íons específicos como sódio e cloretos apresentam toxicidade a determinadas culturas. GONÇALVES et al. (2006) mencionam que águas residuárias com elevadas concentrações de sólidos em suspensão podem acarretar problemas, desde a captação até a sua distribuição no solo pelos equipamentos de irrigação, que podem sofrer corrosão e apresentar entupimentos, acarretando diminuição de sua vida útil, alterações na vazão e baixas uniformidades de distribuição de água no solo, sendo que na irrigação localizada essa aplicação pode ser mais vantajosa, caso haja alguma forma de tratamento e filtração. KIZILOGLU et al. (2008) descrevem que a água residuária tratada pode ser utilizada como uma alternativa à escassez de recursos hídricos, especialmente em regiões áridas e semiáridas, pois atende à qualidade que os consumidores procuram nos alimentos. Entretanto, o seu uso contínuo traz algumas questões sobre a fertilidade do solo e a proteção da cadeia alimentar. Contaminação com metais pesados deverão ser investigados, a fim de determinar os efeitos residuais dos efluentes antes de utilizá-las para a recuperação de terras e, como adubo. MELO et al. (2005) trabalharam com água residuária da mandioca (manipueira), sendo que com a aplicação de doses crescentes, houve um aumento exponencial de nutrientes no solo como o potássio, fósforo, cálcio, alumínio, sódio e magnésio, além do crescimento linear dos valores de condutividade elétrica. 51 AL-ABSI, AL-NASIR e MAHADEEN (2008) estudaram a viabilidade de aplicação de água residuária têxtil tratada sobre a cultura de azeitonas e os resultados mostraram que esta pode ser usada como fonte de água e nutrientes, havendo, no entanto, a necessidade de um monitoramento contínuo da qualidade desta água e dos níveis tóxicos de cobre, ferro e sódio dentro das folhas, a fim de corrigir as concentrações tóxicas e deficientes. 2.6.3 Reciclagem de Água Por definição reciclagem é o termo geralmente utilizado para descrever o reaproveitamento de materiais já utilizados como matéria-prima para um novo produto. Costa (2009), criador de um reciclador de água, descreve bem este conceito em seu aparelho desenvolvido para consultório de dentistas. De acordo com ele o Reciclador de Água é um dos equipamentos mais esperados pela classe odontológica. O profissional dentista passaria a trabalhar o lado ecológico reciclando a própria água que utiliza na cuspideira do consultório. Trata-se de um conjunto de filtros que acoplados a saída de esgoto da cuspideira faz a filtragem e purificação da água utilizada que contêm resíduos e detritos podendo ou não estar contaminados. Esse expurgo é originado pelo procedimento odontológico que passará pela filtragem e sendo depositada no reservatório que poderá ser de 5 ou 10 litros para reúso. Nosso reciclador de água é composto de 5 filtros, 1 reservatório de água e uma conexão para a cuspideira que conta com um sensor de presença que é ativado com a aproximação do paciente que ao se levantar para cuspir aciona a entrada de água utilizando um pequeno conjunto de bombas elétricas para bombear a água do reservatório até a cuspideira. Este processo de limpeza da cuspideira utiliza cerca de 1,5 a 2,5 litros d´àgua. O que economizará 100% do consumo diário de água que ficariam escorrendo sem uso. Abaixo vemos um desenho esquemático do Reciclador de Água na figura 2.7.3.1 52 Figura 2.6.3 Desenho esquemático Reciclador de água Pat req. N. 220906493347 Costa revela ainda que é extremamente prático e funcional, este sistema foi desenvolvido dentro dos mais modernos requisitos de alta tecnologia, visando atender as mais exigentes normas e especificações técnicas de qualidade, segurança e higiene. O seu uso permite o atendimento odontológico com eficiência e produtividade, além de um enorme diferencial, pois possui mobilidade a baixo custo. A mobilidade é um benefício, pois até então era uma palavra extinta do consultório dentário. Com a chegada desse equipamento o profissional poderá mudar seu equipamento de lugar a qualquer tempo, sem necessidade de obras de infraestrutura (instalações hidráulicas) em seu local de trabalho. Além disso ajuda na diminuição de gastos com contas de água, que poderá ser investido em outros equipamentos e investimentos pessoais e profissionais. Costa destaca alguns benefícios que este equipamento trará ao profissional dentista na tabela 2.6.3.1, conforme segue: 53 Tabela 2.6.3.1 QUADRO COMPARATIVO DE CONSUMO DE ÁGUA Descrição Quantidades Desperdício de água de um consultório odontológico 700 litros/dia Consumo de água recomendado pela OMS per capita 110 litros/dia Consumo de água apurado em pesquisas RJ/SP/ES per capita 220 litros/dia Desperdício pela falta de manutenção nas redes dedistribuição das principais capitais brasileiras 2,5 milhões litros/dia Desperdício causado por 140.000 consultórios odontológicos existentes no país 14.000.000 litros 1,5 a 2,5 litros Uso por atendimento com reciclador de água 6 bilhões litros/dia Desperdício de água causado pelo povo brasileiro Fonte: Costa (2009) Diante deste dados verifica-se que a economia diária de água potável seria de 98.000.000 litros que poderia ser utilizado para consumo nas residências de todo o país. 2.7 CONSUMO DE ÁGUA NAS INDÚSTRIAS Muitas empresas brasileiras procuram otimizar o uso da água, minimizando a geração de efluentes através de procedimentos que buscam uma melhor eficiência produtiva e ambiental. Para a indústria não sofrer com o aumento nos custos de produção e não repassar para o produto final foi necessário considerar novas opções em autonomia no abastecimento de água, na racionalização do seu consumo e no seu reaproveitamento máximo, o que tornou o reúso do efluente cada vez mais em evidência: “A prática do reúso em sistemas industriais proporciona benefícios ambientais significativos, pois permite que um volume maior de água permaneça disponível para outros usos. Em certas condições, pode reduzir a poluição hídrica por meio da minimização da descarga de efluentes. Existem também benefícios econômicos, uma vez que a 54 empresa não acrescenta a seus produtos os custos relativos à cobrança pelo uso da água.” (Hespanhol, 2006, p.7). A tabela 2.7.1 informa o consumo de água por tipo de indústria, observa-se que a indústria têxtil apresenta o maior consumo em contra partida as indústrias de laticínios e saboarias possuem um menor consumo. Tabela 2.7.1 Consumo de Água por tipo de indústria Tipo de indústria Consumo Laminação de aço 85 m³ por t de aço Refinação de petróleo 290 m³ por barril refinado Indústria têxtil 1.000 m³ por t de tecido Couros (curtumes) 55 m³ por t de couro Papel 250 m³ por t de papel Saboarias 2 m³ por t de sabão Usinas de açúcar 75 m³ por t de açúcar Fábrica de conservas 20 m³ por t de conserva Laticínios 2 m³ por t de produto Cervejaria 20 m³ por m³ de cerveja Lavanderia 10 m³ por t de roupa Matadouros Fonte: Barth,1987 3 m³ por animal abatido 2.8 TRATAMENTO DE EFLUENTES O Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) estabelece os diferentes tipos de tratamento a ser aplicado, conforme o corpo destas águas servidas. Normalmente o efluente industrial, em função de seu potencial poluidor, exige um tratamento mais refinado, tendo conseqüentemente, um custo mais alto. O princípio da idéia é lançar na natureza o esgoto tratado de modo a não alterar as características biológicas, físicas e químicas do rio. Sendo que em alguns casos, a bacia hidrográfica é definida como Classe Especial, onde não é permitido o lançamento de esgoto, ainda que tratado. 55 Para o tratamento do efluente residencial, o processo é dividido em quatro etapas: (1) - Nível preliminar: Corresponde á remoção de materiais suspensos com a utilização filtros em formatos de grades ou peneiras, a fim de facilitar o fluxo do efluente ou danos nos mecanismos das ETE´s. (2) - Tratamento primário: Corresponde a remoção de materiais dissolvidos através da decantação, todo material é acumulado no decantado e removido de uma única vez para seguir o processo; (3) - Tratamento secundário: Corresponde a remoção de matéria orgânica através de microorganismos que desta se alimentarão, transformando-a em água e gás carbônico. (4) - Pós-tratamento: Corresponde a remoção de organismos patogênicos, ou seja, aqueles que apresentam riscos a saúde humana. No caso do esgoto produzido pelas indústrias, é responsabilidade da própria empresa fiscalizar á qualidade do esgoto enviados à ETE. Para casos específicos onde o esgoto possui alta quantidade de substâncias tóxicas ou requer um tratamento diferenciado ao disponível na ETE, cabe á empresa desenvolver sua própria ETE para tratamento deste esgoto. 2.9 CONCEPÇÃO GERAL DO SISTEMA – TRATAMENTO DO ESGOTO EM INDÚSTRIA DE AUTOPEÇAS: A indústria utiliza a água para as mais diferentes finalidades. No decorrer destes processos, resíduos industriais contaminam a água, dando origem ao esgoto industrial. O efluente industrial, não tratado e lançado nos rios, promove a alteração nos corpos receptores, originando a degradação. 56 O local onde a indústria está instalada é determinante para a definição do grau de controle a ser adotado. Existem bacias hidrográficas classificadas como especial, não sendo possível o lançamento de qualquer tipo de esgoto, ainda que tratado. Nesta condição será necessária a construção de tubulações para o lançamento do esgoto em outra bacia que esteja apta a receber este tipo de efluente, o que acarretará um custo mais alto. Em síntese, é de total responsabilidade da indústria o programa de tratamento a serem adotados, sempre considerando critérios como aspecto visual, ruídos, etc. Uma Estação de Tratamento de Esgotos padrão pode ser considerada como simplesmente aquela que pode receber visitas. Etapas de tratamento O esgoto que chega a ETE é bombeado até o gradeamento, impedindo que materiais sólidos passem para o restante do sistema e em seguida nas caixas de desarenação é retirada a areia que vem junto com o esgoto. Nos decantadores primários os sólidos em suspensão que apresentam maior densidade se depositam no fundo formando o lodo primário. Nessa fase o processo se divide em dois caminhos: Por um é tratado o lodo, por outro a parte líquida. Tratamento do lodo: Esse lodo ainda contém uma grande quantidade de água, por isso, passa por um processo para reduzir o seu volume, esse processo é chamado Adensamento. O Adensamento pode ser feito por gravidade ou flotação. No adensamento por gravidade o lodo é acumulado no fundo do tanque. No adensamento por flotação o ar é injetado por meio de uma câmara de alta pressão, quando a solução é despressurizada, o ar dissolvido forma micro bolhas e se dirigem para cima arrastando dentro dela os flocos de lodo que são removidos na superfície. O lodo já adensado segue para os digestores onde se processa uma degradação biológica, que produza um gás metano. Então ele sai dos digestores, passa pelos 57 tanques de acumulação e é colocado dentro de gigantescas prensas para serem compactados em forma de placas e depositados em aterros sanitários. Parte deste lodo está sendo utilizado em fase experimental para aplicação em áreas de reflorestamento como insumo agrícola. Tratamento da parte líquida: No tanque de arenação é feita a injeção de ar que agita o esgoto e ainda neste instante, ocorre a remoção da matéria orgânica por meio de reações bioquímicas realizadas por bactérias anaeróbias. Estes microorganismos repetem o que ocorre na natureza, porém, de maneira acelerada. Nos decantadores secundários observar-se a remoção de 90% das impurezas. Esta água não é potável, mas já está pronta para ser devolvida para a natureza. Em alguns casos parte desta água vai para os rios e a outra parte é fornecida para a limpeza de ruas, rega de jardins e fins industriais, ou seja, é a chamada Água de Reúso. 2.10 SISTEMA DE COMBATE AO INCÊNDIO - CONCEPÇÃO O Sistema de Combate ao Incêndio deve ter o seu projeto embasado em critérios específicos estipulados pela legislação vigente, outorgada por órgãos fiscalizadores competentes. Na sua concepção, o objetivo principal é eliminar de maneira rápida o foco de incêndio visando o menor prejuízo possível, atendendo as características técnicas e funcionais do ambiente a ser protegido. De acordo com a necessidade, podem ser adotadas tecnologias diferenciadas, porém de forma mais usual, utilizam-se os extintores, o Sistema de sprinklers, hidrantes, dentre outros. A norma também prevê a instalação de um sistema detector de fumaça e alarme, tornando o sistema mais eficaz, evitando que uma possível causa torne-se efetivamente um incêndio. 58 Os profissionais habilitados, da “Brigada de Incêndio” podem interagir ainda com os extintores, poupando assim os sistemas de maior proporção e evitando danos maiores, contribuindo também com a orientação da população que habita o local, quando houver focos de incêndio. A disposição dos equipamentos e usuários, em um determinado ambiente, é fator importante no projeto e na instalação. Além da escolha da tecnologia a ser aplicada. Por exemplo, os sprinklers, por serem basicamente bicos injetores de água, tornamse nocivos aos equipamentos eletrônicos. Os extintores, por exemplo, podem ser de água, espuma ou gás carbônico. Assim, se utilizados de forma inadequada, poderão ser ineficazes ou até prejudiciais. Em construções de grandes alturas ou de grandes dimensões devido a imposições legais, existe a necessidade de instalar uma Central de Bombagem que pressurize a água para o sistema de uma Rede de Incêndio Armada (RIA) ou uma Rede Automática do Serviço de Incêndio (RASI) para garantir as condições de vazão e pressão em situações de emergência. A inexistência de uma norma portuguesa específica que imponha parâmetros de fabricação, instalação, periodicidades de inspeção, ensaio e requisitos básicos de manutenção, faz com que muitas das vezes estes equipamentos sejam fabricados de acordo com normas estrangeiras, nomeadamente a norma espanhola CEPREVEN – Centro Nacional de Prevención de Danõs y Pérdidas, ou a americana NFPA- National Fire Protection Association, deixando todo o restante processo num vazio de responsabilidade. 2.10.1 O funcionamento do sistema O sistema combate a incêndio é compreendido dos sistemas de hidrantes, do sistema de chuveiros automáticos e do sistema de proteção por extintores de incêndio, incluindo a alimentação da rede dos sistemas de hidrantes e de chuveiros automáticos. 59 As pressões mínimas necessárias para cada sistema são garantidas pelo sistema de bombas centrífugas dispostas junto ao reservatório. Sprinklers Composto por um conjunto de equipamentos distribuídos ao longo de uma rede hidráulica que utiliza como agente extintor a água pressurizada garantindo que o combate ao foco de incêndio seja feito de maneira rápida, eficaz e automática. O sistema de sprinklers pode ser aplicado em edificações verticais, horizontais, comerciais, industriais, que necessitem de proteção automática e eficaz. Os bicos de sprinklers são instalados a partir das redes de alimentação que interligam o sistema de sprinklers à casa de bombas. O sistema tem a sua infraestrutura hidráulica construída com tubulações de aço carbono preta ou galvanizada e conexões CL10 com rosca BSP. Para o monitoramento da rede, são instalados em determinados pontos estratégicos chaves de fluxo para sinalização na central de alarme de incêndio, garantindo que o sistema seja supervisionado 24 horas por dia mediante sistemas eletrônicos de segurança de alta tecnologia (SMH, 2011). Hidrantes Para proteção manual contra incêndio nas edificações verticais, horizontais, comerciais, industriais deve ser adotado o sistema de combate incêndio por hidrante. O sistema é composto por armários metálicos, mangueiras de incêndio e demais equipamentos, distribuídos ao longo de uma rede hidráulica utilizando como agente extintor água pressurizada com jato sólido ou neblina. Cada ponto de hidrante é provido de um abrigo para mangueiras de incêndio, esguicho de jato sólido, chaves storz, válvula globo angular no diâmetro de 2/12 com 45° e tampão storz. O sistema de hidrante é constituído por redes de tubulações fixas, onde serão distribuídos os pontos de hidrantes. 60 Os pontos de hidrante são instalados a partir da prumada geral de incêndio exclusiva para este fim. A alimentação e pressurização do sistema de hidrante são realizadas por meio de um conjunto moto bomba totalmente automatizado e interligado a uma reserva de água exclusiva, onde a tubulação é conectada de forma permanente. 2.11 NORMAS TÉCNICAS A complexidade organizacional social humana produziu significativas alterações na qualidade da água (TUNDISI, 2006). A Lei das Águas (Lei nº 9.433/97) prevê a cobrança pelo seu uso e institui: • Implantação dos comitês de bacias e o gerenciamento por bacias hidrográficas; • Cobrança pela utilização do recurso hídrico; • Designação de recursos às atividades de gestão das bacias hidrográficas; • Implantação da política Nacional de Recursos Hídricos e do Sistema Nacional de Gerenciamento destes; Sendo este último item, embasado em 6 princípios, conforme segue: 1) O recurso água é um bem público, portanto se estende a toda a população; 2) Entretanto a água é um bem finito e que deve ser valorado financeiramente; 3) A gestão da água deve abranger múltiplas aplicações; 4) Nos casos de escassez crítica, o atendimento primordial deve ser o suprimento das necessidades humanas; 5) Cada bacia hidrográfica representa uma Unidade Territorial, para questões de gerenciamento; 6) Toda a comunidade deve participar da gestão dos recursos hídricos. 61 Como referência de aplicabilidade benéfica da Lei das Águas, pode-se citar a cobrança pela utilização das águas extraídas da bacia do Rio Paraíba do Sul, com início em março de 2003. A meta objetivada era a de incentivar a utilização da água de maneira racional e também gerar reserva financeira para preservar e recuperar os mananciais oriundos da região (TUNDISI, 2006). A Lei 9.984/2000 institui a Agência Nacional das Águas (ANA). Ao inseri-la no Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos e classifica-la como órgão de competência federal e responsável pela implementação da política a ser adotada bem como a coordenação do sistema, ampliou a sua composição, dando ao ANA autonomia para implantar de forma conjunta com os Comitês de Bacia Hidrográfica, a cobrança pela utilização dos recursos hídricos gerenciados pela União (art. 33 da Lei 9.433/97). Por intermédio da Lei nº 12.183 de 29 de dezembro de 2005, o Governo do Estado de São Paulo implementou a cobrança pelo uso do recurso água e, a partir de 1º de janeiro do ano 2006, a cobrança pode abranger os usuários das cidades e industriais. Os demais ficaram sujeitos ao pagamento pela utilização da água somente a partir de 1º de janeiro de 2010 (MATSUMURA, 2007). Os dispositivos para o cumprimento da Lei nº 12.183 foram regulamentados pelo Decreto Estadual 50.667 de 30 de março de 2005 e somente em 29 de fevereiro do ano 2006, por meio do Decreto Estadual nº 51.449 é que os valores cobrados pela utilização dos recursos hídricos dentro da cidade de São Paulo, nas bacias dos Rios Piracibaca, Capivari e Jundiai, foram definitivamente estabelecidos. No que se refere ao pagamento pela utilização da água de domínio da cidade de São Paulo, no ano de 2006 a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo apresentou em seu balanço, um valor a ser pago que excedia a marca dos R$ 6,5 milhões. A multinacional Rhodia, localizada em Paulínia, é a maior indústria pagadora com valores superiores a R$ 496 mil (AGÊNCIA PCJ, 2007). 62 Segundo a Resolução nº 54, de 28 de novembro de 2005, estabelecedora de critérios gerais para o reúso de água potável, tem-se que: Conforme o artigo 3º, parágrafos I e IV: A presente resolução abrange o reúso direto não potável de água que tenham finalidades urbanas, tais como: irrigação paisagística, lavagem de autos e logradouros públicos, edificações, combate ao incêndio e construção civil. Temse ainda que a resolução também abrange o reúso com finalidades industriais, em atividades de produção. O artigo. 6º especifica que os planos de Recursos Hídricos, conforme disposto no artigo 7º , inciso IV, da Lei no 9.433, de 1997, deverão compreender, dentre as alternativas observadas e analisadas, no que se refere à utilização de águas de reúso, os seus efeitos sobre a disponibilidade hídrica da região. Tem-se ainda, conforme o artigo 9º, a importância de informar ao órgão competente, gestor dos recursos hídricos, com a finalidade de cadastrar as atividades contribuintes implantadas na região, pelo menos: 1) Dados de identificação do produtor, distribuidor e/ou usuário; 2) Geografia da origem da fonte e destinação final da água de reúso; 3) Especificação da finalidade da produção e do reúso de água; 4) Vazão e volume diário de água produzida, distribuída ou utilizada. O artigo 10º cita que os programas de conscientização e capacitação social quanto à importância do desenvolvimento sustentàvel e a insersão do reúso em seu contexto, inclusive os aspectos sanitários e ambientais, devem ser incentivados. As Estações de Tratamento de Esgoto devem atender os critérios definidos na legislação vigente de forma que seja possível o lançamento da água tratada (produto final) no corpo hídrico receptor: 63 As resoluções CONAMA 357/2005 e CONAMA 397/2008, do Ministério do Meio Ambiente, bem como algumas legislações estaduais, tais como o Decreto Estadual 8468/1997, fornece orientações sobre: O padrão de qualidade de corpos da água; O padrão de lançamento de efluentes no corpo receptor; A NBR 10897 traz orientações sobre sistemas de proteção contra incêndio por chuveiros automáticos e estabele alguns critérios de forma a atender esse tipo de instalação. Quando se trata da questão do reúso, algumas questões abordadas nessa norme, merecem especial atenção, tais como: O item B.1.3.7 orienta que em situações onde a sucção da bomba de incêndio for feita por reservatórios que são alimentados por fontes de água tais como açudes, represas, rios e lagos, as dimensões adotadas devem ser observadas, conforme as indicadas nas figuras B.2.a, B.2.b, B.2.c e Tabela B.2 (anexo a). No anexo B, item B.1.1.1 tem-se que todo o sistema de chuveiros automáticos deve possuir pelo menos um abastecimento de água que seja exclusivo ao combate a incêndio e que funcione de maneira automática. Os mesmos podem ser oriundos de: a) Reservatório elevado; b) Reservatório que tenha o fundo elevado ou ao nível do solo, piscinas, açudes, represas, rios, lagos e lagoas, com uma ou mais bombas de incêndio em funcionamento; c) Tanque de pressão. Em abastecimentos por reservatórios, a capacidade efetiva deve compreender um volume de água para o sistema de chuveiros automáticos de maneira que o ponto de tomada da água fique no fundo do reservatório a uma determinada altura que seja suficiente para fornecer as vazões e pressões mínimas requeridas nas válvulas de governo e alarme, inclusive nos “spinklers” que estão em um posicionamento menos favorável, conforme especificado no item B.1.2.1. 64 Se a fonte de fornecimento de água atender outras finalidades, a tomada de água deve ser posicionada em um nível mais elevado ou nas laterais, de modo a atender sempre, a capacidade efetiva para os chuveiros automáticos, de acordo com o previsto no item B.1.2.2. A água, antes de entrar na câmara de decantação, deve ter passado por uma grade aramada ou placa de metal perfurada, com a resistência necessária que suporte a pressão exercida pela água em casos de obstrução e que tenha aberturas de no mínimo 150 mm2 para cada L/min da vazão “Q”, segundo as orientações fornecidas no item B.1.3.13. As grades, devem ser previstas aos pares, para ser possível a manutenção e limpeza sem prejudicar o processo (item B.1.3.14). O item B.1.3.18 sugere que, as aberturas do ralo devem impedir a passagem de uma esfera de DN 25mm, na entrada do conduto de alimentação que deve estar submersa, pelo menos um diâmetro abaixo do menor nível conhecido da fonte abastecedora (açude, represa, rio, lago ou lagoa). 65 3 MÉTODO DE TRABALHO A elaboração da presente pesquisa teve como base a consulta a diferentes tipos de materiais, para obter uma visão global do tema proposto, procurando não fugir das particularidades inseridas, mesmo que brevemente comentadas. O trabalho foi divido em pesquisa bibliográfica, visita técnica e estudo de caso, contendo informações específicas e documentação fotográfica. Atentando às atualidades, algumas informações foram consultadas em sites específicos, artigos técnico-científicos, simpósios, teses de mestrado e livros. Em função da análise objetivada no estudo de caso, foram coletadas informações do empreendimento: dados técnicos, fotos e entrevistas. Especial atenção foi dada às normas técnicas vigentes, de maneira a observar os fatores de segurança, uma vez em que atualmente não há normas específicas brasileiras que tratam do assunto reúso de água em indústrias. Na análise do estudo de caso, foram observados dados históricos de projetos implantados por empresa especializada, com a finalidade de se obter uma conclusão mais próxima do real, no que se refere à viabilidade técnica-econômica do empreendimento. Os parâmetros físico-químicos foram analisados por meio de gráficos de paretto, onde se pode observar a linha de percentual acumulado para cada item que tem por objetivo evidenciar as médias mensais que não seguiram um padrão, que representam os meses onde pode ter ocorrido algum tipo de problema. 66 4 MATERIAIS E FERRAMENTAS Este trabalho teve embasamento em um estudo de caso de uma indústria de autopeças. A tratativa diferenciada do reúso de água oriunda de ETE consiste em sua utilização no sistema de combate a incêndio, dentre outras finalidades que também foram estudadas, sendo a pesquisa desenvolvida conforme a seqüência a seguir: 1) Revisão bibliográfica embasada em histórico de pesquisas anteriores tratadas em trabalhos de mestrado, conferências, livros, bem como artigos técnico-científicos, no que se refere ao reúso de agua, tratamento de efluentes e sistema de combate ao incêndio. 2) Obtenção, por meio da empresa executora da empreitada, de informações respectivas a critérios de projetos com base nas regulamentações e normas existentes no mercado, a saber: • NFPA 13 – Standard for the Installation of Sprinkler Systems • NFPA 30 – Flammable and Combustible Liquids Code • NFPA 231C – Rack Storage of Materials • NB 1135 – Proteção Contra Incêndio por Chuveiro Automático • Circular SUSEP Nº 006 de 16/03/92 3) Obtenção por meio da empresa objeto do estudo de caso, informações respectivas a critérios balisadores de controle de qualidade, bem como medições quantitativas e qualitativas dos índices físico-químicos que atentam para as seguintes normas vigentes: • Resolução Conama 20 (18 de junho de 1986) • Resolução Conama nº 357 (17 de março de 2005) • Decreto Estadual nº 8468 (8 de setembro de 1976) • Decreto nº 518 (25 de março de 2004) 67 3) Avaliação da documentação disponível na empresa tida como estudo de caso (plantas, manuais de operação, instruções de trabalho, relatórios de desempenho industrial, manuais técnicos, dentre outros). 4) Entrevista com a equipe da manutenção, engenharia para compilação e análise das informações técnicas obtidas. 5) Descrição da ficha técnica da empresa, bem como a situação atual no que se refere à utilização do sistema, concomitantemente com as práticas de reúso adotadas atualmente pela empresa. 6) Verificação da viabilidade econômico-financeira do empreendimento bem como as vantagens e desvantagens técnicas em comparação com outras soluções convencionais, no quesito combate a incêndio. 7) Conclusão da pesquisa incluindo propostas de melhorias, quando convenientes, enquanto do funcionamento do sistema a nível global e levantamento de questões relevantes e ambientalmente importantes para futuras pesquisas. 68 5 ESTUDO DE CASO: INFORMAÇÕES GERAIS DA EMPRESA 5.1 IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA Ahlstrom Brasil Indústria e Comércio de Papéis Especiais Ltda. Fábricas/Escritórios: Jacareí, Louveira e Paulínia. A Ahlstrom opera de modo ativo em diversas frentes de negócios. A empresa deu início às suas atividades no ano de 1851 nas áreas de silvicultura, serraria e usina de papel. Produtos: Papéis especiais para filtragem (Unidade Louveira), Papéis especiais para rótulos e etiquetas (Unidade Jacareí), TNT (tecidos não tecidos) e Wipes (Unidade Paulínia). 5.2 HISTÓRICO DA EMPRESA A Ahlstrom é uma empresa que produz materiais de alta performance e que se associa com diversas frentes de negócios no mundo inteiro. A figura 6.2.1 mostra uma imagem aérea da fábrica, localizada na cidade de Louveira: Figura 6.2.1 Imagem Aérea da Ahlstrom Fonte: Ahlstrom, 2011 69 5.3 COLETA DE DADOS DE CAMPO: Em entrevista com a equipe de manutenção pode-se registrar que há 10 anos, a empresa consumia uma grande quantidade de água da rede pública. Com o avanço da tecnologia e o rigor cada vez mais característico quanto aos cuidados com os corpos receptores de água, oriundo de órgãos fiscalizadores como a CETESB, por exemplo, a empresa passou por algumas mudanças. Por meio de outorga concedida a um baixo custo anual, a Ahlstrom passou a captar água do rio Capivari, objetivando o seu reúso na produção. Todavia, sendo Louveira uma cidade desprovida de tratamento sanitário, estes mesmos órgãos fiscalizadores, passaram a exigir que as empresas locais dispusessem de meios para tratar de maneira adequada os seus efluentes gerados, antes de lançá-los nos Rios, de modo que não os prejudicasse qualitativamente. Incluindo neste processo, o controle qualitativo através da concessão de outorga de lançamento de efluente no corpo receptor. Objetivando o atendimento a estes órgãos, a empresa em questão, construiu uma Estação de Tratamento de Esgoto e uma Estação de Tratamento de Água, inserindo desta forma, o consumo de água de reúso em seu processo fabril. Após a implantação destes módulos, o consumo de água diminui drasticamente. Sendo possível hoje, o aproveitamento de 20% de água de reúso. A figura 6.3.1 a seguir, ilustra de maneira didática, a implantação geral da fábrica. 70 Figura 6.3.1 Implantação da Fábrica Ahlstrom Fonte: Ahlstrom (2011) 5.3.1 Estação de tratamento de água e Estação de tratamento de efluentes A Ahlstrom de Louveira atua de modo complexo no que se refere ao beneficiamento de materiais e ao processamento de seu produto para venda. O fluxograma contemplado na figura nº 5.3.2 a seguir ilustra a sequência do processo, onde o reuso encontra-se inserido. Figura 5.3.2 Fluxograma Fonte: Ahlstrom (2011) Inicialmente a água captada é conduzida até a ETA – Estação de Tratamento de Água, onde se realiza um processo de coagulação, floculação e filtração (filtro composto de brita, areia e carvão ativado) e em seguida faz-se a adição de sulfato de alumínio e cal. 71 As Figuras 5.3.1.1 a 5.3.1.3 ilustram a Estação de Tratamento de Água onde é realizada a adição química no processo de tratamento e o depósito de lodo (proveniente da água do rio), ao fundo dos tanques sendo aspirado por meio de bomba submersa. Figura 5.3.1.1 Estação de Tratamento de Água Fonte: Ahlstrom (2011) Figura 5.3.1.2 Adição Química na ETA Fonte: Ahlstrom (2011) 72 Figura 5.3.1.3 Aspiração do depósito de lodo - ETA Fonte: Ahlstrom (2011) Durante o tratamento, o resíduo contido na água do rio é extraído. O mesmo é classificado pela CETESB como classe II (lodo, lama – conforme é ilustrado na figura 5.3.1.4), e também tem o seu destino: após extração por meio de bomba submersa, o lodo é prensado e encaminhado para aterro sanitário específico (Figura 5.3.1.5). Figura 5.3.1.4 Depósito de Lodo Fonte: Ahlstrom (2011) 73 Figura 5.3.1.5 Prensa de Lodo Fonte: Ahlstrom (2011) A Estação de Tratamento de Água opera atualmente a uma vazão de Q= 20 a 22 m³/hora. A água obtida transita por um poço de captação e, em seguida, é inserida no processo de produção. A sua manutenção é realizada anualmente, na parada da fábrica em dezembro (que ocorre durante um período de 10 dias). A ETA é esvaziada e todo o lodo contido no fundo dos tanques é removido. Tendo a água recebido o tratamento adequado, a mesma é inserida na produção fabril. Após passar pela máquina de papel (engrossador), o efluente gerado, composto por fibras de celulose, é encaminhado para a ETE – Estação de Tratamento de Esgotos. E a maior demanda de efluentes provém desta máquina de papel, com vazão de consumo a Q= 20m3/h. O tratamento na ETE ocorre basicamente por meio de decantação das fibras. As figuras 5.3.1.6 e 5.3.1.7 a seguir, ilustram a ETE em atividade: 74 Figura 5.3.1.6 Estação de Tratamento de Esgoto Fonte: Ahlstrom (2011) Figura 5.3.1.7 Estação de Tratamento de Esgoto Fonte: Ahlstrom (2011) A manutenção dos decantadores da ETE é feita periodicamente, variando a cada 2 ou 3 meses, onde a água passa por um filtro prensa que faz a retirada das fibras de celulose que o equipamento engrossador não retém durante o processo. Inerente à ETE principal, a empresa possui uma Estação de Tratamento de Esgotos de menor porte, que realiza o tratamento biológico do efluente gerado não envolvido nos processos de produção (bacias sanitárias, uso doméstico em geral). O efluente tratado é encaminhado ao poço de captação de água tratada antes de ser lançado no rio Capivari, tornando possível a medição dos índices físicos e químicos, inclusive a DBO (demanda bioquímica de oxigênio), atendendo assim, os 75 parâmetros exigidos pela CETESB que, para lançamento de efluente tratado no Rio Capivari, é de DBO= 5 mg/l. Após o tratamento na ETE principal, a água vai para o mesmo reservatório (Figura 5.3.1.8), que também recebe o efluente tratado na ETE secundária e que é o responsável pelo reenvio de parte da água para: • A reserva de incêndio; • Rio Capivari (excedente de vazão). Figura 5.3.1.8 Poço de Captação de Água Tratada Fonte: Ahlstrom (2011) 5.3.1.1 Corpo receptor O rio Capivari está localizado no estado de São Paulo e é afluente norte do Rio Tietê. Sua nascente, na cidade de Jundiaí, em uma fazenda particular de nome Boa Vista bem próxima da rodovia estadual SP-360. Ao longo de seu percurso, o rio vai recebendo afluentes das cidades vizinhas, passando inicialmente por Campinas e Piracicaba. Estas cidades vão lançando no rio, resíduos industriais e dejetos, além de assorear e poluir com o cultivo de cana e outras culturas. Seqüencialmente, o rio passa por 76 Monte Mor e Capivari, desaguando no Rio Tietê, não muito longe da cidade de Laranjal Paulista. Os seus afluentes são: Ribeirão Água Choca, Forquilha, do Agostinho ou da Samambaia, Palmeiras (nascente). São Luiz, Santa Cruz (nascente), São Roque e Arroio do Ribeirão e os Córregos São Francisco, Engenho Velho (nascente), do Mombuca, do Bonfim, Bairro Frio, da Posse, Bate Carga (nascente), do Ticiano (nascente), São Roque, do Carmo, do Fonseca e Rio Acima (nascente). Na entrevista com a equipe de manutenção pode-se ressaltar um ponto importante que se refere ao nível de água do Rio Capivari bem como a sua vazão em outrora, que eram mais elevados, sendo possível a captação de água por meio de canaleta e em função do assoreamento e do lançamento indevido de efluentes não tratados, além da poluição indevida do Rio, o NA diminuiu e a empresa, para continuar captando água, instalou uma bomba de sucção protegida por tela, exatamente no centro do leito, conforme é mostrado na figura 5.3.1.1.1 a seguir: Figura 5.3.1.1.1 Captação de Água (Bomba Submersa) Fonte: Ahlstrom (2011) 77 5.3.2 Sistema de Combate a Incêndio O sistema de combate ao incêndio foi composto de sistemas Fixos de Sprinklers e de injeção de Espuma mecânica resistente a solventes polares (ARC) na dosagem de 6% de extrato (fornecido e conduzido por tanque diafragma vertical), distribuídos equitativamente nas áreas determinadas, dentre elas o depósito de resinas, de maneira a atender a legislação vigente. O dique periférico que margeia a piscina foi construído objetivando a garantia da lâmina de água necessária para manter o sistema em regime de sucção positiva na ocorrência de um incêndio, bem como a demanda de água necessária ao combate, em qualquer período. A reserva de incêndio foi executada como uma piscina exposta e revestida com manta polimérica adequada, com volume equivale a V= 1.000m3, conforme ilustram as figuras 5.3.2.1 e 5.3.2.2. Figura 5.3.2.1 Piscina Exposta (Reserva de Incêndio) Fonte: FIRE SYSTEMS (2010) 78 Figura 5.3.2.2 Lago (Reserva de Incêndio) Fonte: FIRE SYSTEMS (2010) A manutenção da reserva de incêndio é realizada durante a parada programada de cada ano, em dezembro. A lagoa é esvaziada e, se for necessário, o lodo depositado no fundo é completamente removido. Sendo a região de Louveira, proprietária de um histórico de enchentes, o dique foi alteado em 300 mm, evitando assim a contaminação e o contato com as águas servidas. A casa de bombas é semi-enterrada (Cota de piso a 1500 mm abaixo do nível da Fábrica) e por essa razão, inclusive em função do histórico de enchentes, a construção de uma área coberta adjunta à casa de bombas, foi necessária. Tendo esta, a cota de nível de igual valor ao piso da Fábrica, alocando de maneira segura, todos os painéis dos conjuntos moto-bombas e tanque de óleo, conforme é ilustrado nas figuras 5.3.2.2 e 5.3.2.3, a seguir: 79 Figura 5.3.2.2 Casa de Bombas Fonte: FIRE SYSTEMS (2010) Figura 5.3.2.3 Equipamentos hidromecânicos Fonte: FIRE SYSTEMS (2010) Pensando em evitar a aspiração, pela bomba de incêndio, de uma possível camada de lodo, uma vez que a reserva foi construída a céu aberto, acoplado a este reservatório, foi executado um sistema de decantação contendo adufa dupla (permitindo a sua manutenção sem esvaziamento do lago), telas de filtragem, decantador e poços de captação, sendo que a sua construção foi embasada por legislação Brasileira e Européia e dimensionado de acordo com a vazão nominal do conjunto moto bomba diesel. 80 Através dos bicos projetores de média velocidade, a água é lançada de maneira pulverizada sobre o foco de incêndio, diluindo o elemento combustível, criando assim, uma mistura química inofensiva, sem força de queima ou de explosão. Havendo ignição de gases, o sistema atua focado no aumento de temperatura, oque diminui o risco de ruptura dos equipamentos. Para cada tanque, consta a instalação de um conjunto de válvulas do tipo dilúvio, proporcionando combate ao incêndio de maneira independente. O sistema, que é formado por uma malha de Proteção, com Projetores de Média Velocidade do tipo MV estrategicamente dispostos, atendendo desta forma as exigências da NFPA-15, garantem uma densidade de 0,25 US GPM / FT2 (10,2 LPM / M2), sobre a Área total de cada Tanque. Para atender a Norma do C.B.E.S.P , foram instalados 02 anéis de nebulização, sendo um acima e outro abaixo da Linha do equador, espaçando os projetores em no máximo 1,80 m, individualmente em cada um dos 02 ( Dois ) tanques horizontais existentes. Este Sistema automatizado, possui um conjunto de válvulas de controle do tipo Dilúvio e uma rede de Detecção constituída de Sprinklers Automáticos , com temperatura de fusão de 79°C ( Graus Centígrados ), para cada um dos 02 (Dois) tanques horizontais. Num princípio de incêndio, o sistema também poderá ser desarmado manualmente através do Acionamento da Válvula de Abertura Rápida, localizada no conjunto de válvula dilúvio, que provocará o desarme da Rede, descarregando água através de todos os Projetores sob forma de chuva profusa. 81 5.3.3 Reúso nos Processos de Produção Por meio de entrevista concedida e documentação fornecida, verificou-se que anteriormente o consumo médio mensal de água na produção era de aproximadamente 2.000 m3/mês. Com a captação de água bruta do rio Capivari e a implantação da ETE, a empresa faz a implantação da política de reúso. Inicialmente não havia controle interno detalhado para as atividades da empresa, no que se refere às aplicações da água reutilizada. E, da água captada do corpo receptor, cerca de 80% de sua vazão mensal era direcionada à reserva de incêndio, sendo que o excedente tratado extravasava para o Rio Capivari. Ao longo do tempo, a equipe de manutenção verificou a presença significativa de sólidos sedimentáveis, sendo necessário o aprimoramento do sistema que inicialmente se deu pelo aumento da gama de ensaios realizados inclusive os de controle interno que, além de proporcionarem a garantia de atendimento ás exigências ambientais, permitem um controle mais aprimorado e garantido do produto final. A presença de sólidos suspensos também acarretou na suspensão temporária de fornecimento de água de reuso à reserva de incêndio sendo o excedente tratado, lançado diretamente no rio (fato este que será abordado de maneira mais ampla posteriormente). O consumo de água passou então, a ser de Q= 600 m3/mês. E a produção da fábrica aumentou de 250 ton/mês para 900 ton/mês, sendo que os equipamentos funcionam 24 horas por dia. Hoje, cerca de 20% da água consumida na empresa provém do reúso, que é praticamente 100% empregada no processo produtivo. Ao se colocar em escala percentual a utilização da água de reuso, verifica-se que: 82 • Do volume total captado do rio, cerca de 20% da água é reutilizada. Dentro dos 20% de água de reuso: • 15,04% correspondem ao volume empregado na produção fabril; • 3,56% correspondem ao volume que vai para a reserva de incêndio, sendo que o excedente extravasa para o Rio Capivari; • 1,40% correspondem ao volume de água que é empregado nas caldeiras, parte integrante do processo produtivo. A atividade produtiva que demanda maior consumo de água está situada no setor de preparação de massa, onde o produto é formulado no equipamento Pulper. Este equipamento funciona como uma espécie de liquidificador e é o responsável pela desagregação das placas de celulose, que por sua vez voltam ao estado líquido, na proporção de 95% de água e 5% de celulose, dando consistência à mistura, formando a massa. O Pulper recebe a celulose em fardos de 200 kg. Após a formação da massa de celulose, a mesma é transferida para o processo por bomba. O tanque tem um volume de 12 m3 e, por hora são produzidas 02 cargas de celulose, oque corresponde a 1.600 kg de matéria prima processada. Como se trata de fabricação de papéis especiais destinados à produção de autopeças, é primordial que o produto final tenha o mais perfeito acabamento. Para tanto, a água aparece novamente no interim do processo, desempenhando um importante papel na limpeza das telas, que ocorre com a utilização de um tipo de “chuveiro”, evitando assim a deformação do papel e a presença de furos. O efluente oriundo da produção, após ser tratado na ETE vai para um reservatório específico, antes de ser reenviado para o processo. Nesse ínterim, ensaios são 83 necessários para se verificar os parâmetros químicos e biológicos da água tratada obtida. Em função da grande quantidade de fibras envolvida no processo, o principal teste realizado é o da verificação de sólidos em sedimentáveis, o cone in off. Com o aumento de produção, tendo em vista de que o tratamento da ETE é basicamente por meio de decantação, a empresa começou a encontrar algumas barreiras para o reúso dessa água, justamente em função da grande demanda de sólidos em suspensão. Como solução adotada, visando inclusive um maior aumento na produção da fábrica, a empresa deverá investir em um engrossador de maior potência, que elimina menor quantidade de resíduos a serem tratados posteriormente na ETE. Parte da água de reuso, também é destinada ao abastecimento das caldeiras que complementam o processo de produção. As caldeiras são responsáveis pelo resfriamento dos cilindros que prensam o papel auxiliando na secagem e na uniformização da espessura, por meio do calor. Por estarem aquecidos, estes cilindros só podem ser resfriados por meio do vapor de água, do contrario seriam danificados com ruptura do material. Após a chegada ao poço de captação de água tratada, o volume destinado às caldeiras precisa passar pela desmineralização que a torna pura, não alterando a qualidade final do produto. Os cátions são removidos no primeiro tanque, por meio da passagem de água pela resina catiônica, que é fortemente ácida em ciclo hidrogênico. Essa água agora ácida (rica em cátion H+) passa por outro tanque contendo resina aniônica, com a função de remover os ânions existentes, gás carbônico e sílica dissolvidos, substituindo pela hidroxila, formando novamente a molécula de água que pode agora, ser utilizada nas caldeiras. 84 6 COMPILAÇÃO DE DADOS E DISCUSSÃO 6.1 Avaliação do consumo de água na Ahlstrom Atualmente a fábrica utiliza 4 (quatro) fontes diferentes de captação de água para consumo: 6.1.1 Fontes de água As fontes das águas de consumo são: • Rede pública – para consumo humano, refinaria e banheiros; • Rio Capivari, que após tratamento na ETA, a água é inserida nos processos de produção industrial. • Reúso – Após tratamento em ETE, a água obtida, após passar pela ETA, é inserida novamente nos processos de produção e combate ao incêndio, complementando o ciclo. • 02 poços semi-artesianos com vazão de 6m3/h que auxiliam no processo de produção (caldeiras). 6.1.2 Tratamento empregado Tratamento empregado na ETE: O efluente a ser tratado na Estação de Tratamento de Esgoto vem do processo produtivo e contém em sua composição, basicamente fibras de celulose. Portanto o processo de tratamento se dá basicamente por meio de sedimentação da fibra. Os tanques de decantação são retangulares e o efluente pode transitar vagarosamente através deles, permitindo a separação dos sólidos em suspensão, em função das diferentes densidades existentes entre a água e a fibra. Destinação da celulose – O excedente decantado da fibra fica depositado ao fundo do tanque. A empresa faz o beneficiamento deste material, coletando-o e prensando-o, para eliminar o excesso de água, formando assim, espécies de 85 “blocos” de papel. Este subproduto é vendido para indústrias de papelão que fabricam papéis de 2ª linha. 7 CARACTERÍSTICAS DO CORPO RECEPTOR E DO EFLUENTE TRATADO Corpo Receptor: Rio Capivari A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo – CETESB disponibiliza em seu site, estudos sobre os índices IAP e IVA, sendo respectivamente Índice de qualidade de água bruta para fins de abastecimento público e para proteção da vida aquática. Os Índices de qualidade de água bruta, conforme a CETESB orienta, são uma combinação da curva média de variação de 9 parâmetros de qualidade da água (Coliformes fecais, pH, DBO, Nitrogênio Total, Fósforo Total, Temperatura, Turbidez, Resíduo Total e Oxigênio dissolvido). As tabelas 7.1.3.1 e 7.1.3.2 a seguir, informam os índices de IAP e IVA tanto para águas superficiais, quanto para águas subterrâneas para a Bacia do Rio Capivari, compreendendo o período que vai de 1996 a 2011. Tabela 7.1.3.1 IAP – Índice de qualidade de água bruta para fins de abastecimento público – Rio Capivari (2010) Código do Ponto JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Média CPIV 02130 - - - - - 58 - 62 - - - 46 55 CPIV 02200 - - - - - 30 - - - 21 - 43 31 CPIV 02900 - - - - - 64 - - - 53 - 41 53 Fonte: www.cetesb.sp.gov.br Para fins de abastecimento público, os 3 pontos observados resultam em uma média ponderada de 46,33, o que, conforme os parâmetros estipulados pela CETESB, no cálculo de índice de qualidade da água, indica situação regular. Ao se observar isoladamente o ponto CPIV 02200 tem-se que na média anual de 2010, a qualidade da água registrada naquele ponto, indica situação ruim. Porém no decorrer do ano 2010, verifica-se que a menor qualidade registrada para este ponto 86 foi de IAP= 21 em outubro, tornando baixa a sua média final, indicativo de má qualidade. Tabela 7.1.3.2 IVA – Índice de qualidade de água para proteção da vida aquática – Rio Capivari (2010) Código do Ponto JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Média CPIV 02130 - 6,4 - 3,2 - 3,2 - 3,2 - 5,2 - 5,2 4,4 CPIV 02160 - - - 8,6 - 8,6 - - - 8,6 - 8,6 8,6 CPIV 02200 - - - 12,2 - 8,6 - 12,2 - 12,2 - - 12,2 CPIV 02900 - 6,2 - 4,2 - 5,2 - 6,4 - 5,2 - 5,2 5,4 Fonte: www.cetesb.sp.gov.br Para proteção da vida aquática, em 2010, dos 4 pontos observados, 2 apresentaram qualidade péssima, com IVA > 8, sendo que o ponto CPIV 02160 manteve a sua medição constante com média a 8,6 e o ponto CPIV 02200, apenas em jun/10, registrou uma baixa em sua pontuação, sendo que nos demais períodos a sua medição também se manteve constante a 12,2, indicativo de sua média final para 2010, que também apresentou péssima qualidade. Através do Relatório de Qualidade das Águas Superficiais, é possível acompanhar a evolução dos parâmetros físico-químico e biológicos das praias, oceanos e rios e reservatórios, podendo-se mensurar o grau de poluição e principalmente a atenção e o cuidado que devem ser tomados para cada caso. O Rio Capivari apresenta 8 pontos de amostragem em redes básicas, conforme indicado na tabela 20, pg. 62 do Relatório de Qualidade das Águas Superficiais, 2010. Na avaliação por município, os rios pertencentes à UGRHI 5 que receberam especial atenção, foram somente os que apresentaram estresse hídrico e compartilhamento dos recursos hídricos, sendo que, a região de Louveira não se enquadra nesta categoria e portanto apresenta apenas 1 ponto de amostragem, conforme especificado na tabela 21 deste mesmo relatório. Para fins de análise estatística, serão apresentadas a seguir, variáveis qualitativas específicas, incluindo a sua média anual com periodicidade compreendendo os anos 87 de 2005 a 2009, comparativamente com as médias anuais de 2010, conforme é indicado na tabela 7.1.3.3: Média 05-09 3,09 - - - - - - 7,4E+4 1,1E+3 - - 1,38 - - - Média 2010 Clorofila Termotolerantes Média 05-09 1,8E+4 1,8E+4 7,2E+5 5,7E+3 5,4E+4 7,8E+4 1,6E+3 3,1E+4 0,900 0,453 2,8E+4 1,2E+5 7,4E+3 7,0E+5 1,6E+4 1,6E+4 Média 05-09 Coliformes Fósforo Total Média 05-09 0,427 0,427 0,717 0,592 1,043 0,500 0,783 1,128 0,35 0,35 0,933 1,467 0,783 10,2 10,2 1,083 11,9 19,0 6,3 14,0 9,2 2,5 5,5 9,8 3,1 2,4 4,8 2,5 3,1 2,53 2,22 3,2 5,51 4,17 3,45 5,65 7,83 0,95 3,16 7,33 1,50 0,82 1,38 1,43 0,83 54 156 0,63 95 118 120 191 222 302 CPIV 02900 275 155 346 263 332 CPIV 02700 264 CPIV 02200 360 CPIV 02160 364 5 Média 05-09 DBO Média 05-09 2,4 2,4 21,5 7,1 Média 05-09 2,2 2,2 26,2 6,7 Média 05-09 7,1 7,1 2,9 5,9 6,8 2,7 7,0 7,4 Média 2010 OD Amoniacal Média 2010 0,50 0,32 3,17 2,24 Nitrogênio Média 2010 0,24 0,84 3,28 2,35 Nitrato Média 2010 0,67 1,77 0,75 1,82 Média 2010 0,57 1,40 0,50 0,87 Média 2010 49 64 113 95 Média 2010 59 135 Média 05-09 Turbidez Condutividade Média 2010 71 70 127 218 175 161 CPIV 02130 211 CPIV 02100 116 CPIV 02060 224 CPIV 02030 206 Nome do Ponto UGRHI Tabela 7.1.3.3 – Médias de Qualidade das Principais variáveis, ano 2010 e período 2005 a 2009 - Rio Capivari Fonte:CETESB, 2010 A tabela 7.1.3.4 irá mostrar as porcentagens dos índices qualitativos que tiveram resultados de NÃO CONFORMIDADE. Os parâmetros avaliados foram Cádmio Total, Chumbo Total, Cobre Dissolvido, Mercúrio Total, Níquel Total, Zinco Total e Toxicidade (Ecotoxicológico com Ceriodaphnia dúbia). Cabe enfatizar que, a presença de substâncias como Alumínio e Ferro dissolvidos, bem como o Manganês Total são indicativos de processos erosivos, enquanto que a toxicidade avalia a presença indireta de substâncias tóxicas. Já a presença de Cianobactérias pode ser indicativa de toxinas liberadas para o meio aquático. 88 Cobre Dissolvido %NC 2010 %NC 05-09 0 0 0 24 0 20 17 15 8 10 38 17 Ferro Dissolvido %NC 2010 %NC 05-09 50 32 %NC 05-09 100 83 25 83 100 38 43 67 Alumínio %NC 2010 Dissolvido 70 32 de Cianobactérias %NC 05-09 100 83 42 83 100 - 67 Número de Células %NC 2010 - - - - - %NC 2010 - - 0 0 0 9 0 9 0 0 14 0 0 0 %NC 05-09 Chumbo Total Mercúrio Total %NC 2010 %NC 05-09 10 3 17 50 0 17 17 4 5 33 Cádmio Total %NC 2010 %NC 05-09 0 8 %NC 05-09 0 0 17 0 0 10 0 Ensaio Ecotoxic. c/ %NC 2010 Ceriodapnhia dubia 0 50 25 50 40 3 33 Zinco Total %NC 2010 %NC 05-09 0 0 33 0 8 0 0 3 10 0 %NC 05-09 10 3 0 CPIV02900 0 0 100 0 0 0 %NC 2010 Níquel Total Manganês Total %NC 2010 %NC 05-09 60 97 50 100 CPIV02200 100 CPIV02160 100 5 CPIV02130 100 RIO CAPIVARI CPIV02060 100 Nome do Ponto 100 Corpo Hídrico UGRHI Tabela 7.1.3.4 – Porcentagens de resultados não conformes com os padrões de qualidade - ano 2010 e período 2005 a 2009 – Rio Capivari Fonte:CETESB, 2010 Por meio de dados fornecidos pela Alhstrom, foi possível fazer o tratamento de dados relacionados às características do efluente lançado ao Rio, bem como de todo o processo. Mas inicialmente é necessário explanar a rotina sistemática de ensaios que a empresa sofre. A CETESB, tendo como base a Resolução CONAMA nº 357, de 17 de março de 2.005, classifica o Rio Capivari, conforme o artigo 2º, parágrafo II: • Corpo receptor de água salobra classe 1 (que possui águas com salinidade superior a 0,5‰ e inferior a 30‰). Portanto, o parâmetro de referência quantitativa dos índices analisados deve atender inclusive, ao artigo 21 desta resolução. 89 As aferições para realização dos ensaios, de forma geral, acontecem em periodicidades semanais, mensais, bimensais e trimensais. Os valores balizadores são de acordo com a finalidade da água, sendo as exigências observadas de conformidade com os padrões da CETESB e atendendo à legislação vigente: • CONAMA 357/05 – Artigo 21; • Decreto Estadual 8468/76 – Artigo 18; • Decreto Estadual 518/2004 Os pontos de coleta de amostras são respectivamente: • Entrada de efluente no tratamento; • Saída do efluente após o tratamento na Estação Elevatória de Esgoto; • Saída do efluente final para a reserva de incêndio; • Rio Capivari; • Controle Interno. Sendo que a análise de controle interno ocorre em função de parâmetros balizadores qualitativos da empresa que influenciam na qualidade do produto final e por questões de sigilo industrial não puderam ser divulgados. Os ensaios realizados semanalmente são de: • Controle Interno da Ahlstrom (CI); • Fiscalização CETESB (FC). Os pontos de coleta são: • Entrada de Efluente no tratamento (CI); • Saída do Efluente – ETE (FC); • Saída do Efluente Final – Lagoa (FC); • Rio Capivari (CI); • Tratamento de Água na ETA (CI). As análises qualitativas são referentes aos seguintes parâmetros: 90 • pH (alcalinidade); • ºC (temperatura); • µS (condutividade); • TSS (mg/l – sólidos suspensos totais); • OD (mg/l - oxigênio dissolvido); • DBO (mg/l – demanda bioquímica de oxigênio); • DQO (mg/l – demanda química de oxigênio). Para a saída do efluente na ETE e na Lagoa (reserva de incêndio), ainda são realizados ensaios qualitativos de: • Sólidos em suspensão - cone in off (ml/l); • Fenol (mg/l); Os ensaios realizados mensalmente são de: • Controle Interno da Ahlstrom (CI); • Fiscalização CETESB (FC). Os pontos de coleta são: • Saída do Efluente – ETE (FC); • Saída do Efluente Final – Lagoa (FC); As análises qualitativas são referentes aos seguintes parâmetros: • DQO (mg/l – demanda química de oxigênio); • P (mg/l – fósforo); • N Inorg (mg/l – nutrientes inorgânicos); • Surfactantes (mg/l) • Mn (mg/l – manganês); • Ni (mg/l – nitrogênio); • Cr (mg/l – cromo); • Hg (mg/l – mercúrio) • Coliformes Fecais Os ensaios realizados bimensalmente são de: 91 • Fiscalização CETESB (FC). Os pontos de coleta são: • Saída do Efluente – ETE (FC); As análises qualitativas são referentes aos seguintes parâmetros: • DBO Biológico + Efluente (mg/l – demanda bioquímica de oxigênio). Os ensaios realizados trimestralmente são de: • Controle em Laboratório Externo (LE). Os pontos de coleta são: • Saída do Efluente Final – LAGOA (LE); As análises qualitativas são referentes aos seguintes parâmetros: • AOX (compostos orgânicos halogenados). As análises, que no geral foram executadas por meio de diagramas de paretto e gráficos de tendência, tiveram como base os valores aferidos nos anos de 2010 e 2011 até o mês de setembro. Tratando-se das características do efluente tratado a ser lançado no rio, o ponto relevante cujos valores devem ser analisados é o da Saída do Efluente Final – Lagoa. Isso por que, a água que extravasa para o rio é o excedente não aproveitado pela reserva de incêndio bem como os processos de produção. O excedente de vazão, após tratamento retorna ao Rio Capivari, cuja medição de vazão aferida em Agosto de 2011 foi de Q= 2,69 m3/h, conforme mostram as figuras 7.1.3.1 e 7.1.3.2, a seguir: 92 Figura 7.1.3.1 Medidores de Vazão Fonte: AHLSTROM (2011) Figura 7.1.3.2 Vazão de Saída – Rio Capivari Fonte: AHLSTROM (2011) No que se refere aos parâmetros qualitativos, a água neste ponto apresentou as seguintes características (conforme as tabelas 7.1.3.5 a 7.1.3.37): 93 Alcalinidade (pH) Tabela 7.1.3.5 – pH Medido – Saída do Efluente Final ETE – Ano 2010 Mês Fevereiro Novembro Outubro Setembro Março Agosto Dezembro Junho Abril Julho Maio pH Medido 6,93 6,90 6,82 6,82 6,77 6,72 6,70 6,67 6,60 6,58 6,45 pH Medido (% Acum.) 9,4% 18,7% 27,9% 37,1% 46,3% 55,4% 64,4% 73,5% 82,4% 91,3% 100,0% Fonte Alhstrom (2011) Tabela 7.1.3.6 – pH Medido – Saída do Efluente Final ETE – Ano 2011 Mês pH Medido Maio Julho Setembro Fevereiro Janeiro Agosto Abril Junho Março 7,0 6,6 6,6 6,5 6,5 6,4 6,4 6,3 6,2 pH Medido (% Acum.) 11,9% 23,2% 34,5% 45,5% 56,6% 67,6% 78,5% 89,3% 100,0% Fonte Alhstrom (2011) É importante ressaltar que tratando-se de paretto, as medições estão dispostas em ordem decrescente de valores e que, em 2010, no mês de janeiro as aferições não aconteceram devido à parada programada e à necessidade de manutenção. Parâmetro balizador No que se refere à análise de alcalinidade da água, o Decreto 8468 de 1976, cita na Seção II – Dos Padrões de Emissão, artigo 18, parágrafo I que o índice de pH deve estar compreendido entre 5,0 e 9,0 inteiros. 94 Temperatura (º C) Tabela 7.1.3.7 – Temperatura Medida – Saída do Efluente Final ETE – Ano 2010 Mês Março Fevereiro Abril Maio Julho Novembro Junho Agosto Dezembro Setembro Outubro T Medida (ºC) 24,95 24,23 23,65 23,45 22,76 22,55 22,38 22,10 21,83 21,28 21,20 T Medida (% Acum.) 10,0% 19,6% 29,1% 38,5% 47,5% 56,6% 65,5% 74,3% 83,0% 91,5% 100,0% Fonte Alhstrom (2011) Tabela 7.1.3.8 – Temperatura Medida – Saída do Efluente Final ETE – Ano 2011 Mês Fevereiro Maio Março Abril Julho Setembro Agosto Junho Janeiro T Medida (º C) 27,0 25,9 25,5 25,3 25,3 25,3 24,6 24,1 24,0 T Medida (% Acum.) 11,9% 23,3% 34,5% 45,7% 56,9% 68,0% 78,8% 89,4% 100,0% Fonte Alhstrom (2011) Parâmetro balizador Quanto à análise de temperatura, o Decreto 8468 de 1976, cita na Seção II – Dos Padrões de Emissão, artigo 18, parágrafo II que a temperatura deve ser inferior a 40º C (quarenta graus Celsius). 95 Oxigênio Dissolvido Tabela 7.1.3.9 – OD Medido – Saída do Efluente Final ETE – Ano 2010 Mês Março Fevereiro Abril Julho Junho Maio Novembro Setembro Agosto Outubro Dezembro OD Medido (mg/l) 7,10 6,74 6,15 6,14 6,10 6,00 5,95 5,94 5,90 5,90 5,87 OD Medido (% Acum.) 10,5% 20,4% 29,5% 38,5% 47,5% 56,4% 65,2% 73,9% 82,6% 91,3% 100,0% Fonte Alhstrom (2011) Tabela 7.1.3.10 – OD Medido – Saída do Efluente Final ETE – Ano 2011 Mês Abril Maio Fevereiro Janeiro Junho Março Julho Agosto Setembro OD Medido (mg/l) 6,1 6,1 6,0 5,9 5,8 5,8 5,4 4,2 2,8 OD Medido (% Acum.) 12,7% 25,4% 37,8% 50,2% 62,3% 74,4% 85,6% 94,2% 100,0% Fonte Alhstrom (2011) Parâmetro balizador Quanto ao oxigênio dissolvido, a Resolução CONAMA nº 357 de 2005, cita na Seção IV – Das Águas Salobras, artigo 21, parágrafo I - item C, que a demanda de oxigênio dissolvido não pode ser inferior a 5 mg/l em qualquer amostra. Sólidos Cone in off No ano 2010, a Estação de Tratamento de Água – ETA captou um total de 160.589,00 m3 de água do Rio Capivari, a uma média de 18,60 m3/h. Em 2011, somente no mês de Agosto, o volume foi de 16.370,00 m3 . Atualmente é possível o reuso de 20% do total captado, sendo que no ano de 2010, o percentual médio foi de 8,83%, o que representou um volume de 1.182,08 m3. 96 A água tratada passa pelo ensaio, freqüentemente executado, chamado cone in OFF, que faz a análise dos sólidos sedimentáveis, conforme mostra a figura 7.1.3.3 e 7.1.3.4, a seguir: Figura 7.1.3.3 Teste Cone Imhoff – (CI) Fonte: AHLSTROM (2011) Figura 7.1.3.4 Teste Cone Imhoff – (CI) Fonte: AHLSTROM (2011) 97 Os valores apresentados foram: Tabela 7.1.3.11 – Cone In OFF – Saída do Efluente Final ETE – Ano 2010 Sólidos – Valor Medido (ml/l) 0,03 0,10 0,20 0,10 0,05 0,00 0,00 0,02 0,00 0,00 0,00 Mês Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Sólidos – Valor Medido (% acum.) 6,6% 26,5% 66,2% 86,1% 96,0% 96,0% 96,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% Fonte Alhstrom (2011) Tabela 7.1.3.12 – Cone In OFF – Saída do Efluente Final ETE – Ano 2011 Mês Julho Maio Janeiro Agosto Junho Fevereiro Março Abril Setembro Sólidos – Valor Medido (ml/l) 3,76 0,3 0,2 0,2 0,1 0,1 0,1 0,1 0,0 Sólidos – Valor Medido (% Acum.) 80,3% 85,6% 88,8% 92,0% 94,7% 96,8% 98,9% 100,0% 100,0% Fonte Alhstrom (2011) Parâmetros balizadores Segundo a Norma Brasileira NBR 9896 de 1993, no que se refere à descrição do ensaio, trata-se de um recipiente cônico graduado, utilizado para medição dos sólidos em decantação em uma amostra de água, no decorrer de um intervalo padrão de tempo. O volume de sólidos decantáveis, no geral, é apresentado em ml/l, durante o período de tempo de 1 hora. Para sólidos sedimentáveis, o Decreto 8468 de 1976, cita na Seção II – Dos Padrões de Emissão, artigo 18, parágrafo III que a concentração pode ser de no máximo 1,0 ml/l, sendo o ensaio, executado conforme a NBR 9896/93. 98 Fenol Tabela 7.1.3.13 – Fenol – Saída do Efluente Final ETE – Ano 2010 Mês Dezembro Fevereiro Novembro Setembro Março Julho Agosto Abril Maio Junho Outubro Fenol Medido (mg/l) 0,09 0,07 0,05 0,03 0,03 0,02 0,02 0,01 0,01 0,01 0,00 Fenol Medido (% Acum.) 27,3% 48,6% 64,3% 72,8% 80,4% 86,1% 91,5% 95,5% 97,7% 99,2% 100,0% Fonte Alhstrom (2011) Tabela 7.1.3.14 – Fenol – Saída do Efluente Final ETE – Ano 2011 Mês Janeiro Março Fevereiro Maio Julho Agosto Junho Setembro Abril Fenol Medido (mg/l) 0,062 0,051 0,029 0,024 0,021 0,020 0,019 0,015 0,015 Fenol Medido (% Acum.) 24,31% 44,30% 55,57% 65,08% 73,11% 81,05% 88,30% 94,32% 100,00% Fonte Alhstrom (2011) Parâmetro balizador Para a substância Fenol, o Decreto 8468 de 1976, cita na Seção II – Dos Padrões de Emissão, artigo 18, parágrafo VI – letra K, que a concentração deste pode ser no máximo de 0,5 mg/l. Condutividade Uma água considerada pura ou destilada, sem a presença de íons não produz corrente e não oxida. 99 Por questões de sigilo, a empresa não pode divulgar os parâmetros de condutividade do efluente, ao ser lançado no rio. Porém a Tabela 2.5.1.8, disposta nesta bibliografia, ilustra que a água para uso na indústria farmacêutica deve no máximo ter a sua condutividade mantida no estágio 1, com valores menores que 1,3 S/cm. E de acordo com o manual da FIRJAM (2006), que ilustra um exemplo de controle de condutividade durante o processo de lavagem de equipamentos de grande porte, essa variável pode ser validada a partir do momento em que se mantém a sua estabilidade, onde no caso da lavagem de peças, ocorreu com valores inferiores a 230 (µS). Tabela 7.1.3.15 – Condutividade – Saída do Efluente Final ETE – Ano 2010 Mês Março Fevereiro Abril Novembro Dezembro Outubro Setembro Agosto Maio Junho Julho Condutividade Medida (µS) 490,25 464,67 460,00 434,75 416,33 415,50 402,20 389,00 370,00 292,75 285,60 Condutividade Medida (% Acum.) 11,1% 21,6% 32,0% 41,8% 51,3% 60,7% 69,8% 78,5% 86,9% 93,5% 100,0% Fonte Alhstrom (2011) Tabela 7.1.3.16 – Condutividade – Saída do Efluente Final ETE – Ano 2011 Mês Condutividade Medida (µS) Janeiro Setembro Junho Agosto Maio Julho 499,50 413,33 395,00 353,25 334,50 180,65 Condutividade Medida (% Acum.) 22,95% 41,95% 60,10% 76,33% 91,70% 100,00% Fonte Alhstrom (2011) Sólidos Suspensos Totais A determinação de sólidos suspensos é grande indicativo de poluição da água, inclusive no que diz respeito a doenças como a cólera. A empresa também não pode divulgar os parâmetros. 100 Tabela 7.1.3.17 – TSS – Saída do Efluente Final ETE – Ano 2010 Mês Agosto Dezembro Setembro Novembro Outubro Março Junho Maio Abril Julho Fevereiro TSS Medido (mg/l) 23,00 18,33 17,60 17,50 16,25 14,50 12,75 10,25 10,00 10,00 6,00 TSS Medido (% Acum.) 14,7% 26,5% 37,7% 48,9% 59,3% 68,6% 76,8% 83,4% 89,8% 96,2% 100,0% Fonte Alhstrom (2011) Tabela 7.1.3.18 – TSS – Saída do Efluente Final ETE – Ano 2011 Mês Setembro Junho Agosto Março Maio Julho Abril Fevereiro Janeiro TSS Medido (mg/l) 54,000 32,000 26,250 17,800 16,500 15,250 14,000 13,500 10,000 TSS Medido (% Acum.) 27,09% 43,15% 56,32% 65,25% 73,53% 81,18% 88,21% 94,98% 100,00% Fonte Alhstrom (2011) Demanda Bioquímica de Oxigênio Tabela 7.1.3.19 – DBO – Saída do Efluente Final ETE – Ano 2010 Mês Janeiro Dezembro Novembro Março Junho Agosto Setembro Outubro Fevereiro Maio Julho Abril Fonte Alhstrom (2011) DBO DBO Medida Medida (% Acum.) (mg/l) 39,50 15,0% 23,97 24,1% 22,48 32,6% 22,03 40,9% 21,55 49,1% 21,50 57,2% 21,44 65,4% 19,95 72,9% 19,53 80,3% 18,15 87,2% 16,92 93,6% 16,85 100,0% 101 Tabela 7.1.3.20 – DBO – Saída do Efluente Final ETE – Ano 2011 Mês Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho julho agosto setembro DBO Medida (mg/l) 19,05 15,17 8,38 15,90 16,32 71,13 71,10 46,75 45,17 DBO Medida (% Acum.) 6,17% 11,08% 13,79% 18,93% 24,22% 47,24% 70,25% 85,38% 100,00% Fonte Alhstrom (2011) Parâmetro balizador Para a DBO, o Decreto 8468 de 1976, cita na Seção II – Dos Padrões de Emissão, artigo 18, parágrafo V, que a concentração deste pode ser no máximo de 60 mg/l (DBO 5 dias – 20º C) ou com redução de 80% para efluentes residuários oriundos de sistemas de tratamento. Controle Interno Os índices físico-químicos contemplados a seguir, estão intimamente ligados com o processo industrial e por essa razão, os seus parâmetros balizadores não puderam ser revelados. Demanda Química de Oxigênio Tabela 7.1.3.21 – DQO – Saída do Efluente Final ETE – Ano 2010 Mês Janeiro Setembro Agosto Maio Dezembro Novembro Junho abril outubro março julho fevereiro Fonte Alhstrom (2011) DQO Medida (mg/l) 213,00 189,00 180,75 172,50 156,67 153,50 152,50 147,00 145,50 140,75 69,60 64,67 DQO Medida (% Acum.) 11,9% 22,5% 32,6% 42,3% 51,1% 59,7% 68,2% 76,4% 84,6% 92,5% 96,4% 100,0% 102 Tabela 7.1.3.22 – DQO – Saída do Efluente Final ETE – Ano 2011 Mês Janeiro Fevereiro Maio Agosto Julho Abril Março Junho Setembro DQO Medida (mg/l) 155,50 150,50 146,25 124,75 122,25 119,00 70,60 60,50 49,50 DQO Medida (% Acum.) 15,57% 30,64% 45,28% 57,77% 70,01% 81,92% 88,99% 95,04% 100,00% Fonte Alhstrom (2011) Fósforo Tabela 7.1.3.23 – Fósforo – Saída do Efluente Final ETE – Ano 2010 Mês Abril Janeiro Junho Maio Março Fevereiro Agosto Julho Setembro Novembro Dezembro Outubro P Medido (mg/l) 0,7 0,6 0,5 0,4 0,3 0,2 0,08 0,06 0,05 0,03 0,02 0,00 P Medido (% Acum.) 23,8% 44,2% 61,2% 74,8% 85,0% 91,8% 94,6% 96,6% 98,3% 99,3% 100,0% 100,0% Fonte Alhstrom (2011) Tabela 7.1.3.24 – Fósforo – Saída do Efluente Final ETE – Ano 2011 Mês Agosto Junho Julho Janeiro Março Fevereiro Abril Maio Setembro Fonte Alhstrom (2011) P Medido (mg/l) 0,23 0,14 0,09 0,08 0,05 0,00 0,00 0,00 0,00 P Medido (% Acum.) 38,98% 62,71% 77,97% 91,53% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 103 N. Inorgânico Tabela 7.1.3.25 – N. Inorg. – Saída do Efluente Final ETE – Ano 2010 Mês Fevereiro Janeiro Março Abril Maio Junho Julho Setembro Novembro Dezembro Agosto Outubro N. Inorg. (mg/l) 1,10 1,00 0,90 0,50 0,30 0,20 0,20 0,10 0,10 0,10 0,00 0,00 N. Inorg. (% Acum.) 24,4% 46,7% 66,7% 77,8% 84,4% 88,9% 93,3% 95,6% 97,8% 100,0% 100,0% 100,0% Tabela 7.1.3.26 – N. Inorg. – Saída do Efluente Final ETE – Ano 2011 Mês Maio Julho Junho Agosto Abril Setembro Março Fevereiro Janeiro N. Inorg. (mg/l) 2,10 1,80 1,60 1,30 1,00 0,70 0,60 0,30 0,20 N. Inorg. (% Acum.) 21,88% 40,63% 57,29% 70,83% 81,25% 88,54% 94,79% 97,92% 100,00% Fonte Alhstrom (2011) Surfactantes Tabela 7.1.3.27 – Surfactantes – Saída do Efluente Final ETE – Ano 2010 Mês Dezembro Março Agosto Maio Junho Abril Novembro Julho Setembro Outubro Janeiro Fevereiro Fonte Alhstrom (2011) Surfactantes (mg/l) 0,347 0,325 0,325 0,32 0,259 0,248 0,235 0,227 0,214 0,127 0,125 0,082 Surfactantes (% Acum.) 12,24% 23,71% 35,18% 46,47% 55,61% 64,36% 72,65% 80,66% 88,21% 92,70% 97,11% 100,00% 104 Tabela 7.1.3.28 – Surfactantes – Saída do Efluente Final ETE – Ano 2011 Mês Março Maio Janeiro Fevereiro Abril Agosto Julho Setembro Junho Surfactantes (mg/l) 0,457 0,457 0,347 0,247 0,247 0,122 0,121 0,119 0,108 Surfactantes (% Acum.) 20,5% 41,1% 56,7% 67,8% 78,9% 84,4% 89,8% 95,1% 100,0% Fonte Alhstrom (2011) Manganês Tabela 7.1.3.29 – Mn – Saída do Efluente Final ETE – Ano 2010 Mês Novembro Dezembro Outubro Julho Agosto Março Setembro Junho Maio Abril Mn Medido (mg/l) 0,26 0,19 0,12 0,09 0,07 0,06 0,06 0,04 0,03 0,02 Mn Medido (% Acum.) 27,8% 48,1% 61,0% 70,3% 77,4% 83,7% 90,1% 94,5% 97,8% 100,0% Fonte Alhstrom (2011) Tabela 7.1.3.30 – Mn – Saída do Efluente Final ETE – Ano 2011 Mês Abril Maio Junho Fevereiro Julho Janeiro Março Agosto Setembro Fonte Alhstrom (2011) Mn Medido (mg/l) 0,2 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,0 0,0 Mn Medido (% Acum.) 19,95% 37,48% 51,84% 63,91% 75,86% 86,91% 93,77% 100,00% 100,00% 105 Parâmetro balizador Para a substância Manganês, o Decreto 8468 de 1976, cita na Seção II – Dos Padrões de Emissão, artigo 18, parágrafo VI – letra n, que a concentração deste pode ser no máximo de 1 mg/l (Mn 2+). Níquel Tabela 7.1.3.31 –Ni – Saída do Efluente Final ETE – Ano 2010 Mês Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Ni Medido (mg/l) 0,00 0,01 0,02 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Ni Medido (% Acum.) 6,98% 34,88% 74,42% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% Fonte Alhstrom (2011) Tabela 7.1.3.32 –Ni – Saída do Efluente Final ETE – Ano 2011 Mês Junho Julho Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Agosto Setembro Ni Medido (mg/l) 0,06 0,02 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Ni Medido (% Acum.) 75,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% Fonte Alhstrom (2011) Parâmetro balizador Para a substância Níquel, o Decreto 8468 de 1976, cita na Seção II – Dos Padrões de Emissão, artigo 18, parágrafo VI – letra p, que a concentração deste pode ser no máximo de 2,0 mg/l. 106 Cromo Tabela 7.1.3.33 Cr – Saída do Efluente Final ETE – Ano 2010 Mês Março Maio Julho Abril Junho Agosto setembro Outubro Novembro Dezembro Cr Medido (mg/l) 0,09 0,01 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Cr Medido (% Acum.) 81,8% 90,9% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% Fonte Alhstrom (2011) Tabela 7.1.3.34 Cr – Saída do Efluente Final ETE – Ano 2010 Mês Junho Julho Agosto Setembro Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Cr Medido (mg/l) 0,04 0,03 0,02 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Cr Medido (% Acum.) 40,00% 70,00% 90,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% Fonte Alhstrom (2011) Parâmetro balizador Para a substância Cromo, o Decreto 8468 de 1976, cita na Seção II – Dos Padrões de Emissão, artigo 18, parágrafo VI – letra i, que a concentração deste pode ser no máximo de 5,0 mg/l. 107 Mercúrio Tabela 7.1.3.35 - Hg – Saída do Efluente Final ETE – Ano 2010 Mês Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Hg Medido (mg/l) 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Hg Medido (% Acum.) 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% Fonte Alhstrom (2011) Tabela 7.1.3.36 - Hg – Saída do Efluente Final ETE – Ano 2011 Mês Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Hg Medido (mg/l) 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Hg Medido (% Acum.) 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% Fonte Alhstrom (2011) Parâmetro balizador Para a substância Mercúrio, o Decreto 8468 de 1976, cita na Seção II – Dos Padrões de Emissão, artigo 18, parágrafo VI – letra o, que a concentração deste pode ser no máximo de 0,01 mg/l. Compostos Orgânicos Halogenados Sendo a produção de papel para constituição do produto final, principal fonte geradora de poluentes, em 2010, a empresa o controle de AOX, onde os valores são apresentados (em ordem decrescente de concentração) na tabela 7.1.3.37 e gráfico 7.1.3.5 a seguir: 108 Tabela 7.1.3.37 - AOX – Saída do Efluente Final ETE – Ano 2010 Mês Maio Outubro Julho Janeiro Fevereiro Março Abril Junho Agosto Setembro Novembro Dezembro AOX Medido 2,389 2,200 2,147 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 AOX Medido (% Acum.) 35,5% 68,1% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% Fonte Alhstrom (2011) Figura 7.1.3.5 AOX – Saída do Efluente Final – Lagoa (Ano 2010) Fonte: AHLSTROM (2011) Como parâmetro definido pelo Laboratório Externo, tem-se a não detecção desta substância em quaisquer que seja a concentração. O gráfico enfatiza que as medições decorrentes dos meses de maio, outubro e julho em 2010, representaram 100% dos valores aferidos durante aquele ano, em Laboratório Externo e que estão acima do permitido, com base no critério balizador (Figura 7.1.3.5). 109 Em 2011, em função da necessidade de manutenção na reserva de incêndio, o controle de AOX deixou de ser realizado até a normalização da situação. Coliformes Fecais As aferições de coliformes fecais são realizadas mensalmente, objetivando o atendimento à portaria MS nº 518 de 2004 do Ministério da Saúde. E os resultados apresentados são de presença ausente, no período compreendido entre janeiro de 2010 a setembro de 2011. 7.1.1 Água obtida pós-tratamento ETE Antes de analisar a qualidade da água obtida após o tratamento na estação elevatória de esgotos, é importante observar alguns dados relevantes e indicadores de desempenho do sistema, visto como um todo. Para tanto, deve-se ater os olhos ao início do processo, que acontece na captação de água bruta do rio Capivari e no seu tratamento pela Estação Elevatória de Água, bem como o retorno (em volume) da água tratada destinada ao reúso: Em 2010, a entrada de água na ETA ocorreu a um volume médio V= 13.382,42 m3, a uma vazão média de Q= 18,88 m3/h. O gráfico 7.1.4.1, a seguir, informa o desempenho de captação de água direcionada à ETA. Cabe ressaltar que o seu melhor desempenho ocorreu em Junho/2010, com volume igual a 15.439,00m3, trabalhando com vazão de Q= 21,40 m3/h. Em contrapartida, o menor desempenho de captação ocorreu no mês de Dezembro/2010 com volume captado de V= 8.948,00 m3, e vazão de operação Q= 17,80 m3/h. A variação de vazão para captação de água entre os dois extremos foi de 3,60 m3/h, oque corresponde a 16,82%, quando comparada à vazão de pico e a 19,07 % quando comparada à vazão média anual de 2010. 110 Os meses correspondentes aos menores volumes são respectivamente, considerando a ordem de grandeza: abril, janeiro e dezembro. Gráfico 7.1.4.1 Indicador de Desempenho – Ano 2010 Considerando o consumo de água para reuso, em 2010, a empresa conseguiu fazer o aproveitamento de V= 14.703,00 m3, o que resulta em um volume médio mensal de reuso igual a V= 1.225,25 m3. O melhor desempenho do sistema para reuso ocorreu no mês de Maio/2010, onde o aproveitamento conquistado foi de 20,40%, quando comparado ao volume total captado. Em contrapartida, o menor desempenho de reuso no sistema, ocorreu em Dezembro/2010, com reaproveitamento de apenas 2,20% do volume total captado. Os meses de menor desempenho para reuso de água, conforme ilustrado pelo gráfico, são respectivamente janeiro, novembro e dezembro. A tabela 7.1.4.1 a seguir, informa de maneira mais detalhada, os valores de desempenho em 2010. 111 Tabela 7.1.4.1 – Consumo Referente ao Ano 2010 Consumo Referente ao Ano 2010 Mês Água - ETA (m³) Consumo de Água Retorno reuso (m3) ENTRADA DO RIO CAPIVARI TOTAL (m³) MÉDIA (m³/h) TOTAL (m³) MÉDIA (%) Janeiro 11.586,00 17,50 518,00 4,00 Fevereiro 12.343,00 18,40 1.443,00 12,00 Março 12.611,00 17,00 1.606,00 13,40 Abril 11.845,00 16,50 2.232,00 18,00 Maio 15.006,00 20,20 1.940,00 20,40 Junho 15.439,00 21,40 1.674,00 10,40 Julho 14.806,00 19,90 1.623,00 10,30 Agosto 15.019,00 20,20 1.492,00 9,50 Setembro 13.397,00 18,60 863,00 6,60 Outubro 14.890,00 18,60 641,00 4,30 Novembro 14.699,00 20,40 448,00 2,70 Dezembro 8.948,00 17,80 223,00 2,20 Fonte:Ahlstrom, 2011 112 8 RESULTADOS 8.1 Caracterização da água obtida pós-tratamento ETE No que se refere à qualidade da água obtida após o tratamento na Estação Elevatória de Esgoto, serão realizadas análises conforme as tabelas dispostas no item 7 deste trabalho. Começando pelo pH, verifica-se que em 2011 a variação foi linear e mantida dentro dos valores permitidos com oscilações de média mensal obtida, entre 6 e 7 (tabela 7.1.3.6), o que também ocorre em 2010 (tabela 7.1.3.5). Quanto ao parâmetro temperatura em 2011, a variação também foi linear e dentro do limite esperado, com oscilações entre 24 e 30ºC (tabela 7.1.3.8), repetindo o mesmo padrão de comportamento do ano 2010 (tabela 7.1.3.7). Para oxigênio dissolvido, em 2010, as aferições resultaram em médias acima do permitido e dentro do valor mínimo esperado (tabela 7.1.3.9). Isso não ocorre em 2011, pois apresenta cerca de 18% das médias mensais com valores abaixo do mínimo permitido, correspondendo aos meses de agosto e setembro, sendo que este último mês teve média mensal 44% inferior ao valor mínimo (tabela 7.1.3.10). No que se refere ao parâmetro - Sólidos – ensaio cone in OFF, em 2010, as médias mensais estiveram dentro do esperado variando de forma linear, com exceção dos meses de outubro e novembro, que representaram aproximadamente 35% das médias mensais aferidas no ano em questão. Já para 2011, as medições ocorrem abaixo do valor máximo permitido, com exceção do mês de julho, onde a média mensal foi de quase 4 ml/l, representando praticamente 90% das médias mensais totais para este ano (tabelas 7.1.3.11 e 7.1.3.12). As tabelas 7.1.3.13 e 7.1.3.14 demonstram as médias mensais para a substância fenol. Tem-se que as maiores medições neste ano ocorreram durante os meses de abril e maio (em 2010), representando aproximadamente 40% do total de medições 113 e em 2011, os meses foram respectivamente janeiro e março, representando aproximadamente 45% do total de aferições, mas ainda assim estiveram bem abaixo do mínimo permitido. Em 2010, a variação do parâmetro condutividade ocorreu praticamente de forma linear (tabela 7.1.3.15). Em 2011 (tabela 7.1.3.16) pode-se observar que o mês de janeiro/2011 foi o mais representativo em termos de concentração e sozinho, correspondeu a aproximadamente 23% da soma das médias mensais. Contrastante a esse mês julho/2011 foi o período de menor concentração, representando aproximadamente 8% do total das aferições. Para sólidos suspensos totais (TSS) tem-se que em 2010, o valor médio máximo obtido foi de 25,5 mg/l (tabela 7.1.3.17). Comparando-a à tabela 7.1.3.18, pode-se observar grande elevação da concentração principalmente no mês de setembro/ 2011, que representou aproximadamente 28% dos totais medidos em 2011, contrastando com o mês de janeiro que teve a média de concentração a 10 mg/l, o equivalente a cerca de 5% dos totais medidos. No que se refere ao parâmetro DBO, observa-se que em 2010, com exceção da média obtida em janeiro (representando 15% das médias mensais no ano em questão), os demais meses apresentam valores que ocorrem dentro de um padrão, não menos que 16 mg/l e não mais que 24 mg/l. Também observa-se que apesar da média representativa em janeiro, absolutamente nenhum mês do ano 2010, gerou medições acima do valor máximo permitido (tabela 7.1.3.19). Em 2011, representado pela tabela 7.1.3.20, a variação não foi linear, sendo que as médias de concentrações mais representativas são respectivamente as dos meses de junho a setembro que desempenharam médias mensais com valores acima do máximo permitido – 60mg/l. Em 2010 (tabela 7.1.3.21) a concentração de DQO, com exceção dos meses de fevereiro e julho, ocorreu em médias mensais consideravelmente elevadas, quando comparadas ao ano 2011 (tabela 7.1.3.22). Excetuando-se os dois referidos meses, as medições apresentaram médias acima de 140 mg/l, o equivalente a cerca de 90% 114 dos valores obtidos naquele ano. Em 2011, a maior concentração ocorreu em janeiro/2011, onde a média mensal aferida foi cerca de 16% em relação à somatória das medições. Contrastando com janeiro/2011, a menor média mensal ocorreu durante o mês de setembro, onde a concentração total foi de DQO= 49,5 mg/l em 2011, (tabela 7.1.3.22), sendo que em 2010 este mês apresentou média acima de 185 mg/l. No que se refere à concentração da substância fósforo a tabela VII da Resolução CONAMA 357, orienta que a concentração máxima da substância fósforo total para águas salobras é de 0,124 mg/l. Tendo este limite como parâmetro balisador, observam-se na tabela 7.1.3.23 que as médias mensais aferidas em junho e agosto estiveram acima do valor máximo permitido, representando mais de 60% da somatória das medições em 2011. Em 2010 a situação foi mais intensa, com mais de 90% das médias aferidas acima deste parâmetro, apresentando concentrações a partir de 0,2 mg/l, conforme mostra a tabela 7.1.3.24. Em N. Inorg. As concentrações médias em 2010 mais significativas obtiveram valores acima de 0,90 mg/l, representando mais de 65% dos valores medidos são dos respectivos meses de fevereiro, janeiro e março/2010 (tabela 7.1.3.25). No que se refere ao ano de 2011, as concentrações de N. Inorg. aumentaram consideravelmente (mais de 100% em maio/2011), tendo como aferições médias representativas os meses de maio, julho, julho e agosto/2011 (cerca de 70% do total medido em 2011), conforme é mostrado na tabela 7.1.3.26. As concentrações do parâmetro surfactantes obtiveram média máxima de 0, 347 (mês de dezembro – ano 2010), conforme é mostrado na tabela 7.1.3.27. Em contrapartida o mês de fevereiro obteve a menor média mensal naquele ano, sendo cerca de 77% inferior ao mês de dezembro. Em 2011, os meses de março e 115 maio respectivamente, apontaram médias mensais acima do valor máximo medido em 2010. As suas concentrações foram acima de 0,40 mg/l, representando 40% do total aferido (tabela 7.1.3.28). Quanto à substância manganês, tanto para o ano de 2010, como para 2011, as concentrações medidas estiveram bem abaixo do valor máximo permitido (tabelas 7.1.3.29 e 7.1.3.30) e a variação das médias foi praticamente linear, em ordem de grandeza nos dois anos. A substância níquel, tanto para o ano de 2010 como para 2011, apresentou também concentrações bem abaixo do valor máximo permitido (tabelas 7.1.3.31 e 7.1.3.32). A substância cromo, tanto para o ano de 2010 como para 2011, apresentou também concentrações bem abaixo do valor máximo permitido (tabelas 7.1.3.33 e 7.1.3.34). As médias mensais para mercúrio não foram representativas para ambos os anos (2010 e 2011), conforme mostram as tabelas 7.1.3.35 e 7.1.3.36. Finalmente, quanto ao indicador DBO Biológico + Efluente, em ambos os anos de aferições, as médias obtidas não ultrapassaram o valor máximo permitido. Pode-se observar também, de acordo com a linha de percentual acumulado que os valores mais representativos em ambos os anos foram relativos às medições com concentração acima de 40, sendo que em 2010, os meses que indicaram tais valores são respectivamente julho, janeiro e março representando juntos cerca de 60% do total medido. Em 2011, o único mês com concentração considerável foi março, sendo que este sozinho apresentou cerca de 40% de importância em relação ao total medido. 116 8.2 Funcionamento do sistema de combate a incêndio e sua proficiência quanto ao consumo de água Em função da escassez de regulamentações e legislação vigente para aplicações ao sistema de combate ao incêndio, não existem muitos parâmetros para avaliação qualitativa da água visando a sua aplicação a esta finalidade. Dentre os poucos parâmetros disponíveis, a NFPA 15 orienta que a água a ser aplicada no sistema de combate ao incêndio não deve conter em sua composição, substâncias que apresentem diâmetros iguais ou superiores a Ø 6,3mm, para não haver obstrução dos bicos de sprinklers, e embora não exista a necessidade de utilização de água potável, a mesma deve qualidade viável a esta finalidade: não apresentar substâncias nocivas à saúde humana ou que prejudiquem quimicamente o patrimônio protegido pelo sistema. Adotando-se a boa prática da engenharia pode-se levar em consideração as legislações vigentes, como por exemplo as adotadas pela CETESB, como a resolução CONAMA nº 357. Sendo assim, de porte desses balizadores, os critérios de verificação qualitativa da água para incêndio podem ser considerados em função dos valores máximos permitidos (previstos no artigo 21 da Resolução CONAMA nº 357 e no artigo 18 do Decreto 8468/76), para este caso. Tendo este parâmetro como ponto de partida, a situação dos sólidos em suspensão será a primeira analisada. De acordo com entrevista concedida pelo funcionário responsável pela manutenção da fábrica, Sr. Neurides, foi relatado que: Na lagoa (reserva de incêndio), a fábrica detectou o depósito de fibras celulose. Com o tempo o depósito vai aumentando, o que gera odor característico por conta da decomposição da fibra. 117 Cabe ressaltar que a reserva de incêndio foi construída em formato de lagoa a céu aberto e, além desta finalidade, o espaço também é utilizado como área de lazer e, o grande acúmulo de sólidos suspensos, ao decorrer do tempo, sofre decomposição, o que gera odor desagradável, inviabilizando as práticas de lazer naquele espaço. Diante desta variável, embora a mesma não prejudique o funcionamento do sistema de combate ao incêndio, a empresa interrompeu o fornecimento de água de reúso para a reserva de incêndio, até que se faça a troca do engrossador, diminuindo assim a quantidade de sólidos em suspensão presentes no processo. Essa situação pode ser confirmada no gráfico 8.1.8, onde a água, após receber o tratamento na ETE, apresentou em julho, média de concentração igual a 3,76 ml/l de sólidos suspensos em 2011. Tomando por base os normativos observados na questão do reuso, pode-se observar também em 2011 que, a demanda de concentração para oxigênio dissolvido foi acima do máximo valor permitido para os meses de abril, maio, fevereiro, janeiro, junho, março e julho, tendo os respectivos valores, conforme está indicado na tabela 7.3.1.10: 6,1 mg/l, 6,1mg/l, 6,0 mg/l, 5,9 mg/l, 5,8 mg/l, 5,8 mg/l e 5,4 mg/l. É importante relatar que quando avaliado de forma isolada, os níveis de oxigênio dissolvido, podem não ser um bom indicativo do grau de poluição, pois a concentração saturada deste elemento também ocorre em águas eutrofizadas (que apresentam níveis superiores a 10 mg/l). Esse tipo de situação é comumente encontrada em lagoas que apresentam baixas vazões, onde a saturação de OD ajuda na formação de crosta verde junto à superfície da água e sendo este elemento, contribuinte da decomposição de matéria orgânica, a presença de mal cheiro também é contemplada. Em paralelo ao índice de OD quanto ao grau de importância, tem-se o parâmetro DBO. Nos meses de junho e julho de 2011, conforme é mostrado no gráfico 8.1.16, a 118 concentração de DBO média foi acima de 70 mg/l e acima do valor máximo permitido. Valores elevados de DBO podem ser prejudiciais por indicarem a presença de microflora sendo também um fator físico-químico responsável pela produção de odor desagradável, além de obstruir filtros de areia que são utilizados nas ETA’s. A relevância desses parâmetros para o sistema se deve ao fato de que quando concentrações elevadas de DBO e OD são observadas na reserva de incêndio, que opera à baixas vazões, não estando o sistema em atividade, pode ocorrer a deposição de material orgânico e, tendo em vista que o sistema de combate ao incêndio irá atuar em uma situação eventual, esses tipos de concentrações ao longo do tempo, além de contribuírem com o odor, podem formar crostas de componentes orgânicos que de certo modo, vão interferir negativamente no sistema, contribuindo com as perdas de carga e prejudicando o cálculo hidráulico idealizado para o sistema. Mas é claro que esta situação precisa ser melhor analisada, uma vez que a demanda de legislação disponível para esse tipo de uso é escassa. Também é importante salientar que embora apenas 3,56% da água de reuso é destinada para o combate ao incêndio; se for considerado o funcionamento perfeito de todo o sistema de reuso, a água que extravasa para o rio Capivari, deverá transitar pelo lago (reserva de incêndio). Ao levar esta variável em consideração, as condições físico-químicas da água para lançamento no corpo receptor também devem ser contempladas. 8.3 Análise da viabilidade técnica do empreendimento quanto ao reúso A empresa detectou por indicações de diversos fatores, a grande presença de sólidos em suspensão o que possibilita um menor aproveitamento da água de reúso no processo (sendo possível apenas 20%). Recentemente houve manutenção corretiva no sistema e o reuso voltou a operar no dia 19/09/2011, com capacidade de aproveitamento média de 15%. 119 Considerando as dificuldades encontradas no sistema, por conta da concentração relevante de sólidos em suspensão, como solução adotada, a empresa irá adquirir um novo equipamento (engrossador) que deverá atender a demanda atual e futura. A produção da fábrica hoje é de 24 ton/dia e a meta, após instalação do equipamento, é de 32 ton/dia. Quanto ao problema de sólidos suspensos na reserva de incêndio, pode-se pensar na biorremediação, por meio da criação de algum espécime aquática que se alimenta de matéria orgânica de modo que ocorra a redução desses componentes prejudiciais na reserva de incêndio, inclusive no lançamento de efluente tratado ao corpo receptor. É elementar que exista a necessidade de ensaios específicos que deverão determinar a espécie animal mais que seja apropriada caso esta solução venha a ser adotada. Também existe a vantagem da prática ecologicamente correta que contribui positivamente para a imagem profissional da empresa e, desde que a implantação desta solução não venha acarretar grandes custos, pode-se pensar no beneficiamento desta atividade específica (desde que possível), como por exemplo, a venda da produção de peixes do lago ou até mesmo a prática pesqueira. 120 9 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES Conclui-se nesta pesquisa que o sistema implantado trouxe melhorias significativas á empresa, no que se refere à redução do consumo de água, sendo esta, fonte de grande importância ao processo produtivo. O processo de produção fabril utiliza 20m3/dia, onde cerca de 20% da água consegue ser reutilizada na fábrica com as seguintes porcentagens de consumo: • 15,04% correspondem ao volume empregado na produção fabril; • 3,56% correspondem ao volume que vai para a reserva de incêndio, sendo que o excedente extravasa para o Rio Capivari; • 1,40% correspondem ao volume de água que é empregado nas caldeiras, parte integrante do processo produtivo. Foi constatado que no ano de 2011 houve grande aumento de sólidos suspensos em locais não esperados que de fato fossem prejudiciais ao sistema como um todo. Houve em julho, saturação do sistema, onde a substância em questão obteve concentração de 3,76 ml/l, gerando a necessidade de manutenção e limpeza da estação de tratamento de esgoto. Não foi possível realizar a análise da viabilidade financeira, pois a fábrica não pode disponibilizar algumas informações principalmente porque em questões de sustentabilidade o sistema é viável, inclusive por transmitir uma imagem positiva da empresa que carrega a bandeira de ecologicamente correta. Mas quanto a termos financeiros, devido à concentração de sólidos suspensos e à necessidade recorrente de manutenções periódicas, o sistema ainda não se pagou, não sendo possível avaliá-lo nesse sentido em função deste fato. O engrossador de papel que a empresa possui, principal responsável pelo efluente gerado que é tratado na ETE, é obsoleto (ano de fabricação 1978) e também é co responsável pela eficiência do sistema. 121 Tratando-se de um equipamento ultrapassado, durante o processo de mistura das fibras de celulose, o equipamento não consegue aglutiná-las perfeitamente liberando muita fibra no sistema de tratamento, saturando-o em função da sua concentração que acontece em níveis elevados ao permitido pela norma (1ml para cada litro). Esse fato também se torna negativo, uma vez que as fibras perdidas no sistema de tratamento são a matéria-prima que poderia ser utilizada na fabricação de mais papel para a produção dos filtros (autopeças). No que se refere à capacidade de produção em função da água utilizada, a Ahlstrom tem como referência a sua filial nos Estados Unidos: com um equipamento mais moderno, esta filial consegue produzir uma tonelada de papel (material base para o filtro - autopeça) utilizando apenas 10m3 de água. Já a fábrica de Louveira consegue obter a mesma produção utilizando 20m3 de água. Houve melhora na capacidade produtiva, porém a meta almejada ainda não foi alcançada. Espera-se que ocorram avanços positivos com as ações que já estão sendo planejadas pela empresa: troca do equipamento engrossador de papel, que deverá aperfeiçoar o processo de produção e diminuir a concentração dos sólidos suspensos. Excetuando-se a concentração desta substância, no geral o sistema implantado atende a necessidade da fábrica. Outro ponto importante é que, após a constatação do problema de concentração de fibras no sistema, a empresa estudou a viabilidade de investir em melhorias na capacidade da estação de tratamento de esgotos, inclusive modificando o processo de tratamento, inserindo adições químicas, sistema de filtragem, dentro outros. Porém o custo desta implantação seria relativamente alto, não sendo aprovado pela matriz. Ocorre que quando se trata de investimentos com enfoque em sustentabilidade, o custo deve ser justificado como, por exemplo, através das melhoras realizadas com o investimento, haverá aumento da produção e, portanto, 122 mais rentabilidade e maior vantagem serão atribuídas à empresa e seus acionistas. Do contrário, tal investimento corre o risco de não ser aprovado. Resumindo, a compra do engrossador de papel foi0 a melhor opção em termos de viabilidade técnica-financeira, inclusive por representar um menor custo de investimento. Recomenda-se que a empresa faça a aquisição de um novo engrossador de papel, conforme já está programado, para melhoria do processo na diminuição da concentração dos sólidos. Foi sugerido que a empresa verifique a possibilidade de biorremediação na lagoa de incêndio para diminuir as concentrações existentes de matéria orgânica, pois a espécie animal selecionada deve se alimentar desses componentes contribuindo assim na melhoria da qualidade de água. 123 REFERÊNCIAS NUNES, J. A. Tratamento físico-químico de águas residuárias industriais. 4 ed. Aracaju: Editora Andrade Nunes, 2004. 298 p. OLIVEIRA, N. S. Avaliação Do Desempenho Da Estação De Tratamento De Efluentes Da Klabin Papéis Monte Alegre (Telemâco Borba- Pr). Irati-PR. 2006. 81p. SPERLING, M. V. Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de águas residuárias. 2° ed. Belo Horizonte: Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental- DESA da Universidade Federal de Minas Gerais-UFMG. 1996. 243 p. SPERLING, M. V. Lagoas de estabilização. 1° ed. Belo Horizonte: Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental-DESA da Universidade Federal de Minas Gerais- UFMG.2002. 196p. ENGENHARIA CIVIL NA INTERNET. Disponivel em : <www.engenhariacivil.com/sistemas-combate-incendio-edificios> Acesso em 17 mai. 2011 ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA PARA REÚSO <http://www.alfamec.com.br/ambientais-agua/sistemas/estacao-de-tratamento-deagua-para-reuso.asp> Acesso em 18 mai. 2011 SISTEMA DE COMBATE AO INCÊNDIO <http://www.smh.com.br/?pg=sistemahidraulico-combate-incendio> Acesso em 23 mai. 2011. O PROBLEMA DA ESCASSEZ DA ÁGUA NO MUNDO <http://www.cetesb.sp.gov.br/agua/%C3%81guas-Superficiais/37-O-Problema-daEscassez-de-%C3%81gua--no-Mundo> Acesso em 05 abril. 2011. BRASIL,CONAMA. Resolução n° 357 de 17 de março de 2005. Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes. Brasília.2005 Portaria 518 – Controle e Vigilância da Qualidade de Água para Consumo Humano e seu Padrão de Potabilidade, Ministério da Saúde, 25/03/2004. REBOUÇAS, a.c. 1999. Àguas doces no Brasil – capital ecológico, uso e conservação. Capítulo 1. São Paulo, Escrituras Editora, 1999, pg. 1-59. SABESP – Cia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo, disponível em http://www.sabesp.com.br> , acesso em 24 de abril de 2011. 124 ANEXOS ANEXO A - TRATAMENTO DE ÁGUA 2010 ANEXO B – TRATAMENTO DE ÁGUA 2011 ANEXO C – INDICADOR DE DESEMPENHO 2010 ANEXO D – INDICADOR DE DESEMPENHO 2011 ANEXO E – PLANTA DE IMPLANTAÇÃO Análise bimensal Análise 2010 Análise mensal Análise semanal Análise Trimensal Saída de Efluente - ETE Entrada de Efluente no Tratamento Controle interno Data Hora pH °C Condutividade µS Resultados Especificados 01até 03/01/10 08/01/10 15/01/10 22/01/10 25/01/10 03/02/10 10/02/10 18/02/10 26/02/10 04/03/10 11/03/10 18/03/10 25/03/10 08/04/10 16/04/10 23/04/10 30/04/10 06/05/10 14/05/10 21/05/10 27/05/10 02/06/10 10/06/10 27/06/10 23/06/10 01/07/10 08/07/10 15/07/10 22/07/10 29/07/10 03/08/10 10/08/10 18/08/10 24/08/10 02/09/10 10/09/10 15/09/10 23/09/10 30/09/10 07/10/10 15/10/10 20/10/10 26/10/10 05/11/10 09/11/10 15/11/10 24/11/10 03/12/10 10/12/10 17/12/10 10:00 10:00 10:00 09:00 10:30 11:00 09:30 12:00 10:30 14:00 10:00 14:00 10:00 12:00 10:00 09:30 08:30 10:00 14:00 10:00 12:00 14:00 10:00 09:00 14:00 10:00 11:00 10:00 10:00 09:30 10:00 14:00 10:00 11:00 13:00 10:00 09:00 09:00 10:00 09:00 09:00 10:00 12:00 14:00 09:00 10:00 11:00 14:00 10:00 PARADA PROGRAMADA TSS OD mg/l mg/l DBO DQO mg/l mg/l 5,0 - 9,0 7,5 8,0 6,6 7,3 6,9 6,9 6,5 6,8 6,7 7,0 7,4 8,0 7,5 7,0 6,5 6,8 6,8 6,5 6,5 7,0 6,7 7,0 6,9 7,6 6,8 7,6 8,1 8,4 8,6 8,4 7,6 7,4 7,0 7,5 7,4 7,5 7,9 8,0 7,6 7,0 7,8 8,0 8,0 8,2 7,5 7,6 7,0 7,0 7,1 33,0 32,0 34,0 33,5 35,5 34,2 31,3 35,8 33,1 34,6 32,6 34,0 33,4 32,2 31,0 31,2 29,8 26,7 29,0 28,6 27,8 28,5 29,0 29,6 28,4 29,8 31,2 29,6 28,7 27,6 29,5 26,8 27,9 28,9 29,6 28,4 30,0 30,0 28,9 29,2 27,9 29,8 28,6 31,5 30,2 31,2 30,5 28,6 31,2 510 479 534 546 411 481 431 542 560 456 519 523 524 459 514 528 337 400 433 310 397 298 311 356 208 216 321 490 530 493 502 510 529 621 567 549 604 534 527 631 547 658 621 579 631 598 625 579 538 89 75 101 94 106 223 214 289 329 243 322 231 196 225 210 256 215 179 214 89 122 98 87 71 79 49 46 68 61 79 86 87 91 88 89 105 121 76 100 104 94 102 115 89 93 101 105 107 87 --------------------------------------------------------7,9 5,6 6,7 7,4 6,5 7,0 7,3 8,0 7,4 6,2 6,8 6,7 7,1 6,8 6,5 7,0 7,1 6,9 7,0 6,3 6,9 7,2 6,8 7,1 7,3 7,8 7,0 7,1 6,8 7,2 7,0 7,2 7,0 7,0 6,8 6,7 6,9 6,9 6,7 6,5 6,8 6,3 74,6 50,8 9,4 8,0 15,4 35,2 25,3 24,9 31,2 19,2 16,6 18,0 18,1 15,6 21,0 18,0 16,8 14,7 17,7 15,0 23,6 22,9 24,8 24,7 20,9 21,9 22,9 21,8 20,8 21,6 22,0 21,9 24,0 23,4 22,8 23,7 24,5 24,0 23,5 28,6 26,7 27,6 26,8 27,6 31,5 235,0 226 133 108 181,0 240,0 213,0 210,0 246 243 198 234 159,0 145,0 125,0 140,0 168 210 153 158 92,0 87,0 99,0 102,0 100,0 125 128 129 141 154,0 156,0 128,0 137,0 163,0 134 146 159 164 185,0 196,0 149,0 127,0 159 175 215 pH °C OD mg/l 5,0 - 9,0 < 40 > 5,0 8468./.357 8468./.357 8468./.357 6,7 7,0 7,5 7,8 6,8 7,0 7,8 7,0 5,5 6,5 7,0 5,7 6,3 6,5 6,8 7,0 6,6 6,6 6,8 5,9 6,3 7,1 6,8 6,9 7,2 7,0 6,8 7,5 7,9 7,5 6,7 7,0 7,5 6,5 6,8 6,7 7,0 6,9 6,4 6,5 6,9 6,5 6,0 6,7 6,4 6,5 6,4 5,8 6,1 29,0 27,0 31,0 30.5 36,2 29,2 28,2 20,9 29,1 23,4 28,6 26,8 26,4 28,1 25,4 24,9 27,0 25,8 25,3 24,3 26,3 29,5 28,7 24,6 27,8 27,8 28,9 26,7 25,8 26,7 27,2 26,7 25,8 26,7 28,4 28,8 27,6 26,8 25,7 24,8 24,9 26,8 27,4 25,8 26,8 25,4 28,7 29,5 26,7 --------------------------------------------------------6,4 6,4 6,8 7,1 6,2 6,4 6,7 6,4 6,5 6,3 6,4 6,2 5,8 6,2 6,7 6,1 6,8 6,2 6,5 6,5 6,7 6,4 6,8 6,4 6,3 6,7 7,0 6,8 6,4 6,5 6,6 6,4 6,0 6,0 6,0 5,8 6,2 5,8 6,0 5,8 5,8 5,9 Coliformes Saída de Efluente Final - LAGOA Artigo 18. Decreto Estadual 8468/76 Artigo 21. Conama 357/05 Artigo 18. Decreto Estadual 8468/76 Artigo 21. Conama 357/05 Sólidos Fenol cone in off ml/l mg/l < 1,0 < 0,5 8468./.357 8468./.357 0,1 0,0 0,1 0,1 0,3 0,0 0,0 0,0 0,1 0,0 0,0 0,2 0,0 0,1 0,0 0,0 0,1 0,1 0,0 0,0 0,1 0,0 0,1 0,2 0,2 0,0 0,2 0,0 0,0 0,1 0,3 0,1 0,0 0,0 0,1 0,1 0,2 0,3 0,4 0,0 0,5 0,0 0,2 0,3 0,2 0,2 0,0 0,2 0,1 0,002 0,000 0,012 0,035 0,055 0,130 0,025 0,040 0,036 0,043 0,000 0,025 0,125 0,000 0,021 0,217 0,034 0,142 0,000 0,091 0,067 0,019 0,015 0,000 0,023 0,000 0,000 0,025 0,018 0,000 0,025 0,000 0,124 0,000 0,000 0,125 0,025 0,018 0,000 0,000 0,025 0,000 0,015 0,037 0,029 0,012 0,000 0,000 0,017 Condutividade TSS DBO DQO P µS mg/l mg/l mg/l mg/l Controle interno 476 470 479 489 403 626 556 539 516 643 453 513 437 405 452 402 456 345 408 328 320 268 329 299 281 218 357 500 512 495 519 521 516 518 523 531 498 483 468 458 437 438 502 510 476 428 357 421 457 10,0 15,0 18,0 19,0 26,0 6,0 12,0 6,0 21,0 8,0 10,0 9,0 11,0 10,0 8,0 9,0 11,0 14,0 8,0 6,0 7,0 10,0 12,0 8,0 11,0 7,0 11,0 15,0 19,0 21,0 17,0 20,0 21,0 18,0 21,0 17,0 23,0 34,0 31,0 22,0 24,0 25,0 27,0 21,0 20,0 21,0 20,0 28,0 26,0 N Inor. mg/l Surfactant es mg/l Controle Interno < 60 ou red.80% Mn Ni Cr Mg mg/l mg/l mg/l mg/l < 1,0 < 2,0 < 0,5 < 0,01 DBO Biológico + Efluente < 60 ou red.80% 8468. pH 5,0 - 9,0 8468./.357 °C OD mg/l < 40 > 5,0 8468./.357 8468./.357 Sólidos Fenol cone in off ml/l mg/l < 1,0 < 0,5 8468./.357 8468./.357 Condutividade TSS DBO DQO P µS mg/l mg/l mg/l mg/l Controle interno N Inor. mg/l Surfactant es mg/l Controle Interno < 60 ou red.80% Mn Ni Cr Mg mg/l mg/l mg/l mg/l < 1,0 < 2,0 < 0,5 < 0,01 LB. Externo ND (não detectavel) 36,4 12,6 9,6 25,4 18,9 22,4 21,4 18,5 14,8 15,6 18,5 22,0 16,0 15,0 19,6 18,3 17,2 34,2 16,5 14,2 16,2 17,1 18,2 18,9 20,2 21,7 21,0 23,1 21,4 20,8 26,7 15,8 22,5 25,7 14,9 19,0 20,2 16,7 23,6 24,5 25,1 23,4 21,7 26,8 213 96 61 37 190 88 151 134 121 124 116 227 257 157 141 135 112 129 268 101 43 49 58 100 98 135 187 190 211 187 189 193 201 175 197 101 156 128 147 159 160 148 159 136 175 Água Encanada Água Tratada Água Fornecedor Fornecedor 1,0 0,20 1,1 0,082 0,30 0,9 0,325 0,000 0,003 0,00 0,00 0,70 0,5 0,248 0,021 0,008 0,00 0,00 0,40 0,3 0,320 0,066 0,014 0,00 0,00 43,80 28,50 0,50 0,2 0,259 0,06 0,2 0,227 0,075 0,000 0,000 0,000 0,04 0,00 51,00 0,00 0,08 0,0 0,325 0,055 0,000 0,00 0,00 0,05 0,1 0,214 0,065 0,000 0,00 0,00 0,00 0,0 0,127 0,028 0,000 0,00 0,00 0,03 0,1 0,235 0,023 0,000 0,00 0,00 0,02 0,1 0,347 0,038 0,000 0,00 0,00 37,90 38,30 6,7 7,1 7,0 6,6 6,9 7,4 6,2 6,5 6,5 6,7 6,7 6,8 6,2 6,5 6,3 6,9 6,7 6,3 6,8 6,1 6,4 6,8 6,7 6,9 6,8 6,5 6,8 6,8 7,0 7,2 6,7 6,8 6,4 6,7 6,8 7,0 6,8 6,9 7,0 7,0 6,7 6,9 7,0 6,2 25,6 25,2 21,9 26,2 25,4 24,6 23,6 24,5 23,5 23,8 22,8 25,6 21,8 23,5 22,9 21,9 22,5 22,7 22,4 22,6 21,9 22,1 24,3 22,9 24,9 21,7 20,9 20,9 21,6 21,8 20,9 21,4 20,7 20,1 21,5 21,9 21,3 22,5 23,0 22,6 22,1 21,5 23,2 20,8 ----------------6,7 6,4 7,1 7,2 7,0 6,8 6,0 5,9 5,9 5,8 6,2 5,9 6,1 5,9 6,2 6,2 6,1 6,0 6,1 6,5 6,0 6,1 5,9 6,0 5,8 5,9 6,0 6,1 5,9 5,7 6,0 6,0 6,0 5,8 5,8 5,9 6,0 6,0 5,9 5,8 5,8 6,0 0,1 0,0 0,0 0,3 0,0 0,0 0,1 0,3 0,1 0,2 0,2 0,1 0,0 0,2 0,1 0,0 0,1 0,1 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,1 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,130 0,045 0,035 0,025 0,043 0,000 0,032 0,000 0,000 0,052 0,000 0,000 0,000 0,015 0,014 0,019 0,001 0,000 0,000 0,022 0,011 0,015 0,026 0,019 0,012 0,015 0,025 0,020 0,000 0,000 0,015 0,125 0,000 0,010 0,000 0,000 0,000 0,013 0,012 0,180 0,000 0,000 0,149 0,120 445 500 449 572 435 457 497 536 475 408 421 487 254 413 326 256 278 311 326 253 248 256 320 351 417 319 400 420 468 387 357 432 367 427 329 483 423 410 397 420 512 450 432 367 8,0 10,0 0,0 15,0 15,0 12,0 16,0 13,0 8,0 9,0 10,0 11,0 8,0 14,0 8,0 10,0 11,0 16,0 14,0 8,0 6,0 9,0 12,0 15,0 28,0 25,0 19,0 20,0 21,0 18,0 18,0 17,0 14,0 16,0 15,0 19,0 15,0 17,0 15,0 21,0 17,0 15,0 19,0 21,0 22,3 9,4 8,9 19,9 12,6 12,5 14,8 22,4 12,3 16,6 16,2 18,1 8,3 17,2 18,2 14,3 15,3 19,5 18,5 16,3 19,2 18,6 21,2 22,3 26,7 23,5 24,8 21,5 24,3 22,9 23,5 23,7 22,8 25,6 20,4 21,2 24,3 25,3 21,2 20,5 22,1 22,0 23,8 24,2 100 67 37 103 75 125 149 197 185 197 178 194 114 118 127 111 125 103 98 67 63 71 89 103 198 187 200 187 189 186 197 153 134 148 125 135 169 203 149 137 149 175 180 193 0,30 0,0 0,228 0,059 0,003 0,09 Ausente Ausente Ausente 6,0 - 9,0 Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente 7,0 6,7 7,0 6,3 7,2 7,2 7,2 6,3 5,9 6,0 7,0 7,5 6,5 7,0 8,3 7,4 7,4 7,3 7,0 8,0 7,5 7,8 7,9 6,8 6,8 7,5 7,4 8,0 8,2 8,0 7,4 7,0 7,6 8,0 8,2 7,4 8,6 7,4 7,5 8,0 8,1 8,0 7,9 7,8 7,9 7,5 8,0 8,1 7,6 0,00 0,10 0,0 0,214 0,021 0,012 0,00 0,00 0,20 0,0 0,145 0,030 0,017 0,01 0,00 0,50 0,1 0,255 0,042 0,011 0,00 0,00 0,11 0,1 0,312 0,087 0,000 2,389 0,01 0,00 2,147 0,06 0,1 0,300 0,067 0,000 0,00 0,00 0,10 0,2 0,234 0,059 0,000 0,00 0,00 0,00 0,1 0,125 0,120 0,000 0,00 0,00 0,12 0,2 0,329 0,260 0,000 0,00 0,00 Ausente Ausente Ausente Ausente 0,07 0,1 0,415 0,190 0,000 0,00 0,00 Ausente Ausente Ausente Ausente 2,200 pH Ausente 45,90 0,60 Tratamento de água Controle interno AOX 0,125 39,5 Rio Decreto estadual 518/2004 Laboratório externo Análise mensal °C Surfactantes OD mg/l mg/l mg/l < 500 21,3 22,7 21,6 21,7 25,0 26,1 23,9 20,2 21,2 23,0 22,3 23,4 22,1 22,1 21,2 20,8 21,2 22,7 21,9 21,8 23,8 22,8 24,7 21,6 20,9 21,4 20,8 21,2 22,0 21,2 20,8 21,2 21,5 20,5 21,0 21,3 20,8 19,8 21,1 22,5 23,4 22,5 21,3 23,2 20,3 21,3 20,8 21,0 20,6 Controle interno TSS 145 98 85 64 62 25 329 329 153 167 245 278 267 258 274 189 234 258 258 295 325 326 389 319 327 258 325 245 289 358 458 510 489 523 549 523 562 503 498 503 489 510 479 439 459 520 429 482 506 0,325 0,435 0,325 0,128 0,267 0,325 0,430 0,500 0,349 0,245 0,327 0,432 0,215 0,125 0,368 0,254 0,243 0,357 0,247 0,368 0,215 0,412 0,235 0,128 0,297 0,127 0,248 0,259 0,267 0,287 0,347 0,410 0,319 0,259 0,245 0,357 0,215 0,233 0,234 0,269 0,480 0,249 0,359 0,426 0,354 0,245 0,325 0,347 0,298 pH > 5,0 6,0 - 7,0 --------------------------------------------------------7,4 8,2 7,5 8 7 7,5 8,2 8,5 7,4 7,8 7,1 7,5 7,2 7 7,1 7,2 7,3 7,5 7,1 7 8,1 8,4 8,1 8 7,9 8,1 8,0 7,8 7,6 7,8 8,1 8,1 8 7,6 8,1 8,1 8,1 7,8 7,9 8 8,1 7,6 7,0 6,4 6,5 6,4 6,7 6,7 6,8 6,2 6,3 6,5 7,0 6,8 6,7 7,0 6,3 6,4 6,4 6,1 6,7 6,8 6,7 6,5 6,3 6,8 6,7 7,0 7,2 6,9 6,7 6,9 6,7 6,3 6,5 6,4 6,8 6,4 6,7 6,4 6,8 6,5 6,4 6,5 6,6 6,8 6,7 6,4 6,5 6,3 6,2 Condutividade OD µS mg/l °C > 5,0 230 168 210 238 222 219 217 207 219 235 213 267 241 211 231 189 164 158 175 251 216 249 273 246 237 222 245 268 249 267 213 215 278 215 235 234 249 213 219 200 289 289 149 125 135 198 157 163 149 --------------------------------------------------------8,9 8,1 9,0 8,6 9,00 8,2 9,4 9,6 8,7 7,8 8,2 8,0 9,00 8,4 8,6 8,5 9,0 7,8 7,4 7,9 8,1 7,7 8,1 7,8 8 7,8 7,2 7,3 7,0 7,4 7,8 7,2 7 7,2 7,5 7,6 8,1 7,3 7,0 6,8 6,8 6,5 20,0 20,1 20,5 21,1 22,6 22,1 20,2 20,0 20,9 21,3 22,4 21,6 22,0 21,5 20,3 21,4 20,4 21,1 21,8 20,8 21,2 21,3 20,6 20,8 21,9 22,4 21,1 22,3 22,8 22,7 21,9 22,2 22,4 21,2 21,5 20,6 20,4 20,8 19,8 21,2 20,8 21,3 20,3 21,0 21,4 20,8 20,1 21,0 20,8 Análise bimensal Análise 2011 Análise mensal Análise semanal Análise Trimensal Artigo 18. Decreto Estadual 8468/76 Artigo 21. Conama 357/05 Controle interno Data Hora pH °C Condutividade TSS µS mg/l Coliformes Saída de Efluente - ETE Entrada de Efluente no Tratamento Sólidos OD cone in off mg/l ml/l DBO DQO mg/l mg/l Resultados Especificados 5,0 - 9,0 Decreto estadual 518/2004 Laboratório externo Análise mensal Sólidos Fenol cone in off mg/l ml/l mg/l 5,0 - 9,0 < 40 > 5,0 < 1,0 < 0,5 8468./.357 8468./.357 8468./.357 8468./.357 8468./.357 pH °C OD Condutividade TSS DBO DQO P µS mg/l mg/l mg/l mg/l Controle interno N Inor. mg/l Surfactant Mn es mg/l mg/l Controle Interno < 60 ou red.80% Ni Cr Hg mg/l mg/l mg/l < 1,0 < 2,0 < 0,5 < 0,01 0,087 0,000 0,00 DBO Biológico + Efluente < 60 ou red.80% 8468. Água Encanada Água Tratada Água Consumo humano Fornecedor Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente pH Rio Tratamento de água Controle interno Controle interno °C 6,0 - 9,0 TSS Surfactantes OD mg/l mg/l mg/l < 500 pH Condutividade OD µS mg/l > 5,0 6,0 - 7,0 °C > 5,0 PARADA PROGRAMADA 08/01/11 PARADA 28/01/11 04/02/11 10/02/11 16/02/11 23/02/11 02/03/11 11/03/11 17/03/11 25/03/11 31/03/11 06/04/11 14/04/11 19/04/11 29/04/11 05/05/11 09/05/11 19/05/11 26/05/11 02/06/11 10/06/11 15/06/11 22/06/11 01/07/11 08/07/11 14/07/11 21/07/11 28/07/11 04/08/11 11/08/11 19/08/11 25/08/11 01/09/11 08/09/11 15/09/11 22/09/11 29/09/11 14:00 6,8 29,0 357 35 6,1 25,4 158,0 6,1 24,3 5,8 0,2 0,000 489 8,0 19,2 147 11:00 15:00 11:00 09:00 10:00 10:00 11:00 12:00 15:00 14:00 10:00 14:00 10:00 09:00 08:30 09:00 10:00 09.00 09.00 09.00 11:30 09:20 10:00 09:30 09:30 10:20 09:30 10:55 09:30 09:20 09:40 10:50 09.45 09:20 7,0 7,1 6,5 5,9 6,0 6,5 7,0 7,2 7,0 6,3 6,9 6,8 6,7 7,0 7,0 7,9 6,8 6,4 8,0 5,2 6,7 7,0 7,0 3,8 6,7 7,0 6,7 7,1 7,1 6,1 6,9 7,3 7,7 7,4 31,0 30,0 32,0 30,0 32,2 31,2 29,0 31,0 31,0 30,0 31,2 29,6 29,9 31,1 32,2 31,5 29,8 25,6 27,3 26,3 24,5 29,2 26,0 26,7 23,2 26,7 25,7 23,8 23,7 22,2 30,0 27,0 26,3 27,1 459 ---------------------------------------268 359 425 359 422 321 627 359 142,3 330,0 ---------293 336 353 366 429,0 396,0 395,0 41 55 56 62 52 47 55 68 42 39 53 57 54 59 69 67 72 56 87 94 39 32 0 38 47 15 41 9 24 37 33 14 71 1 6,4 6,1 5,9 6,2 6,1 5,8 6 6 6,1 5,9 6 6,1 6,2 6,8 6,9 6,7 5,9 6,2 6,4 6,1 6 6,0 6,6 6,7 6,4 5,8 5,9 6,1 5,7 6,1 5,4 5,2 5,9 5,9 23,5 22,5 21,2 18,5 17,2 14,3 18,0 18,9 19,2 23,7 22,6 22,8 21,7 20,9 23,2 23,5 24,8 19,0 10,7 15,8 ------------------------------82,5 ---87,3 168,0 185,0 159,0 175,0 145,0 127,0 135,0 149,0 156,0 125,0 168,0 178,0 198,0 159,0 168,0 176,0 198,0 145,0 53,0 30,0 115,0 77,0 80,0 45,0 166,0 154,0 176,0 30,0 130,0 ---314,0 ---285,0 6,8 6,5 7,2 5,9 6,3 6,2 6,0 6,2 6,5 6,3 6,2 6,5 6,1 6,7 6,8 7,2 7,3 6,5 6,8 6,3 6,3 5,9 6,9 6,6 6,4 6,5 6,7 6,7 6,3 6,6 6,0 6,6 6,6 6,5 23,7 28,5 27,6 26,5 25,4 26,2 25,0 25,3 24,6 26,5 25,0 24,6 25,9 25,8 26,7 28,0 24,9 23,9 23,8 26,1 19,8 26,5 24,7 25,4 25,1 26,1 25,0 20,1 24,3 27,2 26,6 23,8 26,5 25,6 6,0 5,8 6 6 6,1 5,5 6 5,8 5,7 5,9 6 6,2 6,2 5,9 6,3 6,1 5,8 6,1 5,6 5,8 6,3 5,6 5,6 5,1 5,0 5,7 5,0 6,5 4,4 2,7 3,0 3,2 2,4 2,7 0,1 0,2 0,1 0,1 0,0 0,0 0,0 0,2 0,2 0,1 0,0 0,0 0,1 0,1 0,2 0,3 0,3 0,2 0,0 0,2 0,3 0,0 0,0 1,5 17,0 0,0 0,3 0,0 0,6 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,124 0,000 0,000 0,000 0,115 0,147 0,000 0,025 0,035 0,048 0,000 0,000 0,000 0,058 0,015 0,027 0,047 0,008 0,013 0,033 0,012 0,016 0,027 0,022 0,006 0,027 0,034 0,019 0,032 0,009 0,021 0,018 0,013 0,015 510 ---------------------------------------325 452 325 236 241 467 444 428 215,0 146,3 ---------325 329 357 402 396 417,0 427,0 12,0 10,0 11,0 15,0 18,0 14,0 15,0 20,0 19,0 21,0 5,0 17,0 15,0 19,0 21,0 17,0 13,0 15,0 6,0 51,0 56,0 15,0 24,0 14,0 0,0 23,0 5,0 15,0 22,0 43,0 25,0 42,0 61,0 54,0 18,9 17,5 15,5 14,5 13,2 11,0 10,0 8,7 5,8 6,4 11,2 13,4 12,5 26,5 11,4 11,9 25,0 17,0 9,8 11,0 70,3 193,5 71,1 160,1 197,4 70,5 59,3 44,2 82,0 30,8 30,0 54,2 36,2 164 160 158 149 135 144 86 56 30 37 125 100 98 153 157 162 178 88 32 20 60 130 52 69 190 178 158 78 142 97 182 57 42 50 8 0,08 0,2 0,347 0,00 29,50 Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente 0,00 Ausente Ausente Ausente Ausente 0,04 0,00 Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente 0,002 0,03 0,00 0,049 0,000 0,02 0,00 Ausente Ausente Ausente Ausente 0,035 0,000 0,01 Ausente Ausente Ausente Ausente 0,00 0,3 0,247 0,095 0,000 0,00 0,00 0,05 0,6 0,457 0,054 0,000 0,00 0,00 0,00 1,0 0,247 0,157 0,000 0,00 0,00 0,00 2,1 0,457 0,138 0,000 0,00 0,14 1,6 0,108 0,113 0,006 0,09 1,8 0,121 0,094 0,23 1,3 0,122 0,7 0,119 53,80 38,70 7,0 19,5 485 0,287 8,1 7,0 147 6,3 21,4 8,0 8,5 7,6 7,5 7,4 7,6 7,0 7,6 8,0 7,9 8,0 7,6 7,5 7,9 7,6 7,5 7,2 7,4 7,2 10,3 7,3 9,8 7,2 7,1 7,2 7,3 7,3 7,3 7,3 7,2 7,3 7,3 7,2 7,3 20,3 21,2 20,0 20,2 21,6 21,4 20,8 21,5 21,7 22,6 23,0 22,4 22,5 21,0 23,5 22,9 21,0 18,8 16,0 15,5 16,6 17,3 17,9 17,0 16,9 18,9 17,3 16,8 21,1 19,4 19,7 17,1 21,5 21,8 500 258 298 305 402 167 205 209 301 357 349 325 367 349 359 325 459 30 65 208 61 76 37 59 21 47 26 11 11 49 11 44 38 14 0,324 0,257 0,249 0,301 0,284 0,167 0,145 0,167 0,137 0,167 0,168 0,268 0,359 0,268 0,297 0,269 0,167 0,256 0,324 0,000 0,162 0,107 0,117 0,225 0,090 0,142 0,132 0,220 0,207 0,184 0,217 0,226 0,206 0,161 8,3 8 8,1 7,5 7,4 7 8,1 7,6 8,2 7,5 7,0 7,6 7,0 6,8 7,2 6,9 7,0 7,7 7,2 8,1 7,2 7,3 7,0 6,9 7,0 4,8 6,1 6,7 5,3 4,9 5,7 6,1 5,7 5,3 6,5 6,3 6,5 6,4 6,8 6,1 6,2 6,3 6,0 6,0 7,0 6,8 6,9 7,0 7,0 6,2 6,8 7,0 6,7 6,5 6,4 6,6 6,7 6,4 6,4 6,5 6,5 6,6 6,7 6,5 6,4 6,4 6,5 6,8 127 ---------------------------------------228 201 209 228 202 234 237 212 106 107 ---------210 225 245 230 281 233 268 6,2 6 6,1 5,9 6,3 6,4 6,0 6,1 6,5 6,8 7,0 7,9 7,1 7,2 7,5 8,2 7,4 8,2 8,2 8,1 8,0 7,9 8,2 8,4 8,0 7,2 7,3 7,8 6,8 6,5 6,7 6,8 6,6 6,8 20,7 21,2 20,5 21,0 21,6 21,7 20,0 21,2 22,3 21,4 23,2 22,5 22,4 23,5 24,5 21,4 20,9 17,3 16,7 15,2 16,0 16,8 20,2 16,8 16,9 19,2 17,8 17,0 21,2 20,2 19,9 17,9 22,5 21,4 INDICADOR DE DESEMPENHO - 2010 (ANEXO C) Consumo - Água Retorno REUSO ( m³) Mês Água - ETA ( m³) ENTRADA DO RIO CAPIVARI TOTAL (m³) MÉDIA (m³/h) Consumo reuso/ captação % TOTAL (m³) MÉDIA (%) Janeiro 11.586,00 17,50 518,00 4,00 Fevereiro 12.343,00 18,40 1.443,00 12,00 Março 12.611,00 17,00 1.606,00 13,40 Abril 11.845,00 16,50 2.232,00 18,00 Maio 15.006,00 20,20 1.940,00 20,40 Junho 15.439,00 21,40 1.674,00 10,40 Julho 14.806,00 19,90 1.623,00 10,30 Agosto 15.019,00 20,20 1.492,00 9,50 Setembro 13.397,00 18,60 863,00 6,60 Outubro 14.890,00 18,60 641,00 4,30 Novembro 14.699,00 20,40 448,00 2,70 Dezembro 8.948,00 17,80 223,00 2,20 INDICADOR DE DESEMPENHO - CONSUMO DE ÁGUA - ANO 2011 (ANEXO D) MARÇO ABRIL MAIO JUNHO Consumo - Água Retorno REUSO ( m³) Água - ETA ( m³) ENTRADA DO RIO CAPIVARI Água - ETA ( m³) ENTRADA DO RIO CAPIVARI Água - ETA ( m³) ENTRADA DO RIO CAPIVARI Água - ETA ( m³) ENTRADA DO RIO CAPIVARI Recuperaç ão de àgua Consumo Leitura ( M³ ) Consumo (m³/dia) Dia Consumo (m³/dia) m³/h Leitura ( M³ ) Consumo (m³/dia) m³/h Leitura ( M³ ) Consumo (m³/dia) Média consumo Mês anterior TOTAL MÊS (m³) MÉDIA DIA (m³/h) Média consumo Mês anterior TOTAL MÊS (m³) MÉDIA DIA (m³/h) Média consumo Mês anterior TOTAL MÊS (m³) 1 2 1.788,0 776,0 776,0 824,0 32,3 34,3 19.229,0 466,0 776,0 450,0 32,3 18,8 13.052,0 385,0 3 4 5 6 1.600,0 2.363,0 2.987,0 3.520,0 763,0 624,0 533,0 634,0 31,8 26,0 22,2 26,4 916,0 1.412,0 2.017,0 2.566,0 496,0 605,0 549,0 459,0 20,7 25,2 22,9 19,1 7 8 9 4.154,0 4.909,0 5.665,0 755,0 756,0 728,0 31,5 31,5 30,3 3.025,0 3.439,0 3.964,0 414,0 525,0 497,0 10 11 12 13 6.393,0 7.132,0 7.733,0 8.339,0 739,0 601,0 606,0 695,0 30,8 25,0 25,3 29,0 4.461,0 4.946,0 5.528,0 6.061,0 14 15 16 17 9.034,0 9.631,0 10.229,0 10.977,0 597,0 598,0 748,0 798,0 24,9 24,9 31,2 33,3 18 19 20 21 11.775,0 12.542,0 13.317,0 13.943,0 767,0 775,0 626,0 541,0 22 23 24 25 14.484,0 15.092,0 15.628,0 16.160,0 26 27 28 29 30 31 1 MÉDIAS MENSAIS Leitura ( M³ ) m³/h Leitura ( M³ ) Consumo (m³/dia) MÉDIA DIA (m³/h) Média consumo Mês anterior TOTAL MÊS (m³) 385,0 437,0 16,0 18,2 13.875,0 468,0 468,0 556,0 822,0 1.234,0 1.681,0 2.071,0 412,0 447,0 390,0 496,0 17,2 18,6 16,3 20,7 1.024,0 1.545,0 2.088,0 2.630,0 17,3 21,9 20,7 2.567,0 3.101,0 3.450,0 534,0 349,0 419,0 22,3 14,5 17,5 485,0 582,0 533,0 545,0 20,2 24,3 22,2 22,7 3.869,0 4.260,0 4.658,0 5.051,0 391,0 398,0 393,0 474,0 6.606,0 7.016,0 7.630,0 8.153,0 410,0 614,0 523,0 504,0 17,1 25,6 21,8 21,0 5.525,0 5.999,0 6.361,0 6.741,0 32,0 32,3 26,1 22,5 8.657,0 9.200,0 9.730,0 10.237,0 543,0 530,0 507,0 0,0 22,6 22,1 21,1 0,0 608,0 536,0 532,0 445,0 25,3 22,3 22,2 18,5 10.237,0 10.237,0 10.237,0 10.393,0 0,0 0,0 156,0 300,0 16.605,0 17.083,0 17.533,0 17.990,0 478,0 450,0 457,0 317,0 19,9 18,8 19,0 13,2 10.693,0 11.419,0 11.814,0 12.239,0 18.307,0 18.745,0 19.229,0 438,0 484,0 18,3 20,2 12.675,0 13.052,0 TOTAL MÊS (m³) 19.229,0 JULHO AGOSTO Água - ETA ( m³) ENTRADA DO RIO CAPIVARI Água - ETA ( m³) ENTRADA DO RIO CAPIVARI RELAÇÃO reuso/ captação % Leitura ( M³ ) Consumo (m³/dia) m³/h Média consumo Mês anterior TOTAL MÊS (m³) MÉDIA DIA (m³/h) 460,0 19,5 23,2 15.075,0 0,0 0,0 766,0 521,0 543,0 542,0 556,0 21,7 22,6 22,6 23,2 766,0 1.330,0 1.950,0 2.628,0 3.186,0 3.702,0 4.080,0 516,0 378,0 390,0 21,5 15,8 16,3 16,3 16,6 16,4 19,8 4.470,0 4.470,0 4.470,0 4.470,0 0,0 0,0 0,0 1.823,0 0,0 0,0 0,0 76,0 474,0 362,0 380,0 478,0 19,8 15,1 15,8 19,9 6.293,0 6.749,0 7.424,0 7.978,0 456,0 675,0 554,0 512,0 19,0 28,1 23,1 21,3 2.217,0 2.304,0 2.404,0 2.456,0 2.274,0 2.364,0 2.456,0 2.532,0 7.219,0 7.695,0 8.233,0 8.729,0 476,0 538,0 496,0 516,0 19,8 22,4 20,7 21,5 8.490,0 8.975,0 9.352,0 9.815,0 485,0 377,0 463,0 591,0 20,2 15,7 19,3 24,6 2.532,0 2.662,0 2.662,0 3.015,0 0,0 0,0 6,5 12,5 9.245,0 9.762,0 10.303,0 10.733,0 517,0 541,0 430,0 419,0 21,5 22,5 17,9 17,5 10.406,0 10.936,0 11.543,0 12.458,0 530,0 607,0 915,0 0,0 22,1 25,3 38,1 0,0 726,0 395,0 425,0 436,0 30,3 16,5 17,7 18,2 11.152,0 11.603,0 12.028,0 12.433,0 451,0 425,0 405,0 491,0 18,8 17,7 16,9 20,5 12.458,0 13.090,0 13.684,0 14.159,0 632,0 594,0 475,0 478,0 377,0 15,7 12.924,0 13.408,0 13.875,0 484,0 467,0 20,2 19,5 14.637,0 15.075,0 MÉDIA DIA (m³/h) TOTAL MÊS (m³) MÉDIA DIA (m³/h) TOTAL MÊS (m³) 25,8 13.052,0 18,6 13.875,0 460,0 Leitura ( M³ ) Consumo (m³/dia) m³/h TOTAL MÊS (m³) MÉDIA DIA (m³/h) 18,6 Média consumo Mês anterior 460,0 18,6 0,0 31,9 16.974,0 668,0 668,0 713,0 27,8 29,7 564,0 620,0 678,0 732,0 23,5 25,8 28,3 30,5 1.381,0 2.043,0 2.680,0 3.142,0 662,0 637,0 462,0 407,0 27,6 26,5 19,3 17,0 3.360,0 3.991,0 4.631,0 631,0 640,0 513,0 26,3 26,7 21,4 3.549,0 3.955,0 4.406,0 406,0 451,0 487,0 16,9 18,8 20,3 5.144,0 5.596,0 6.067,0 6.573,0 452,0 471,0 506,0 590,0 18,8 19,6 21,1 24,6 4.893,0 5.523,0 6.102,0 6.664,0 630,0 579,0 562,0 565,0 26,3 24,1 23,4 23,5 7.163,0 7.744,0 8.323,0 8.880,0 581,0 579,0 557,0 550,0 24,2 24,1 23,2 22,9 7.229,0 7.829,0 8.702,0 8.993,0 600,0 873,0 291,0 542,0 25,0 36,4 12,1 22,6 130,0 9.430,0 353,0 10.054,0 10.772,0 11.280,0 624,0 718,0 508,0 456,0 26,0 29,9 21,2 19,0 9.535,0 10.140,0 10.680,0 11.142,0 605,0 540,0 462,0 517,0 25,2 22,5 19,3 21,5 11.736,0 12.166,0 12.535,0 12.924,0 430,0 369,0 389,0 395,0 17,9 15,4 16,2 16,5 11.659,0 12.181,0 12.674,0 13.099,0 522,0 493,0 425,0 475,0 21,8 20,5 17,7 19,8 26,3 24,8 19,8 19,9 13.319,0 13.820,0 14.412,0 15.070,0 501,0 592,0 658,0 665,0 20,9 24,7 27,4 27,7 13.574,0 13.966,0 14.415,0 14.849,0 392,0 449,0 434,0 525,0 16,3 18,7 18,1 21,9 438,0 18,3 15.735,0 16.200,0 16.974,0 465,0 774,0 19,4 15.374,0 15.870,0 16.370,0 496,0 500,0 20,7 20,8 MÉDIA DIA (m³/h) TOTAL MÊS (m³) MÉDIA DIA (m³/h) TOTAL MÊS (m³) MÉDIA DIA (m³/h) TOTAL MÊS (m³) MÉDIA DIA (m³/h) 18,6 15.075,0 20,9 16.974,0 22,5 16.379,0 22,0 460,0 m³/h TOTAL MÉDIA DIA MÊS (m³) (%) MÉDIA DIA (m³/h) 460,0 Medição Hidromêtro Poço Artesiano, ( Lagoa de Incêndio ) 2.209,1 7,9 57,0 60,0 52,0 76,0 3.015,0 TOTAL MÉDIA DIA MÊS (m³) (%)