e u e s t u d e i n a pucr s
EXTRA
O “cara” do
Grêmio
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Carlos Alberto Carvalho Filho,
o Beto Carvalho, ingressa numa nova
fase profissional aos 51 anos. Agora é o
“cara” do Marketing do Grêmio. Diplomado em Engenharia Civil pela PUCRS
em 1985, inscrição no Crea/RS 53.437,
nunca fez um projeto sequer. Recém-formado, decidiu dar voz à sua vocação
como homem de vendas e se tornou um
palestrante de sucesso Brasil afora. Gago
devido a um sequestro relâmpago sofrido
aos cinco anos, ao longo da maturidade
criou um estilo próprio de falar, gesticular e se expressar que atrai públicos
de diversas profissões. Soma quase 500
apresentações – algumas para até mil
pessoas, desde 2004, – e vendeu
100 mil exemplares apenas do
primeiro livro, A azeitona da
empada, de 2007, sem falar
em outros dois sucessos
editoriais: A cereja do bolo
(2009) e Você é o cara
Veja o vídeo em
www.pucrs.br/revista
ou use o QR Code.
Beto Carvalho e sua
história de superação
(2011). Hoje a gagueira é mais um estilo: “É uma forma de dar uma trancada e
soltar. Um símbolo da minha luta e para
mostrar que a gente pode tudo na vida se
tiver foco e apostar naquilo que se gosta”.
No palco, Beto Carvalho conta a sua
história de superação e estimula os ouvintes a valorizarem os seus dons para
fazerem a diferença na vida. Filho dos
comunicativos Carlos Alberto (jornalista e presidente do Conselho Gestor
da ­UNI­­­­TV, canal universitário de Porto
Alegre) e Aclair Carvalho (professora),
deixou de lado as influências e optou
pela Engenharia. Imaginava que precisaria falar pouco. “Do sequestro, ficou um
trauma grande e a partir dali fiquei
muito gago. O episódio marcou
a minha vida, a ponto de querer falar e não conseguir e me
sentir inferior. Até que me formei em Engenharia e decidi
enfrentar isso. Fui trabalhar
em algo que precisava muito da
fala. Passei a dar a ela uma cor especial, a me expressar com
a minha alma, a colocar
para fora o sentimento,
e isso, na minha ótica,
foi o que me deu uma
determinada marca.”
De diploma na
mão, o primeiro emprego veio como vendedor de copiadoras.
No início, antes de bater nas portas certas,
fazia treinos em lugares
onde não comercializaria o produto. “Lá pelas
10 e meia da manhã,
depois de ir a dois açougues, estava
bem aquecido e, daí, ia visitar escolas
e empresas”, conta Beto. Atuou por
menos de sete anos na Xerox, tempo
suficiente para aprender a ser um vendedor diferente: gago e com um amplo
vocabulário.
Do curso de Engenharia herdou uma
postura mais racional diante das questões. “A ideia para mim precisa ter lógica. Sabe como faço meus livros? Numa
só página, construo um fluxograma,
com início, meio e fim. Sei onde começo e aonde vou chegar. Se eu não tivesse
feito Engenharia, seria um cara maluco.
A área me dá um pouco de pés no chão.”
Na PUCRS, fez ainda especialização em
Gestão Empresarial e Mestrado em Administração e Negócios e foi professor da
especialização em Marketing.
No Grêmio, vai trabalhar com a paixão dos torcedores no momento histórico de transferência para a Arena. “No
mar­keting empresarial, você lida com
um produto que, por mais que tente dar
a ele e dá a emoção da própria compra,
não tem esse lastro emocional como
a questão do futebol”, compara Beto,
que foi também diretor de Marketing
do Banco Matone. Com os novos compromissos – chega a se dedicar 14 horas
por dia para o clube –, teve de diminuir
o número de palestras (ministrava a
média de seis a oito por mês). Até os
15 anos, jogou nas categorias de base
do time de coração como meia direita.
Tem dois filhos: Felipe cursa Psicologia na PUCRS e Juliana se diplomou,
também pela Universidade em Arquitetura. Por questão de saúde, passou a
correr todos os dias de cinco a sete quilômetros. “Além de perder peso, dá uma
oxigenação muito grande na vida.” Ele
e a mulher Mirela gostam de ir ao cinema e sair com casais amigos, muitos
deles ex-colegas da Engenharia. Na
edição on-line da revista, Beto dá dicas de como ser “o cara”. 3
PUCRS INFORMAÇÃO Nº 164 4 maio-junho/2013 4
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