Z
E
B
U
G Ê
N
I
O
D
o
mal
Zebu
Gênio
Do
mal
SEXTINA DA IMAGEM ANTERIOR
Séculos passaram-se e teu nome, Zebu,
Corre os córregos, o breu dos céus e o gênio
De tua chama escarlate toma pelas mãos o mal
Em divina gratidão; com a dor de ser perverso,
Persistes no mesmo rumo perpétuo
Que os anjos te deram; e glorificam-se do
Que te deram nas graças do
Firmamento que te exortou em nosso perpétuo
Bem-sofrer, que aos poucos se compadece do oxi-gênio
Que nos tiras, porque não és o mal
Para o que te criou, como todo ser perverso
Que é bendito entre os seus malditos, Zebu!
Teu Reino é de um aquém-perpétuo.
Ninguém ainda te ousou perverter o mal
Por outras subvertidas privações que do
Homem e de suas gentes vêm, ó gênio.
Submerso em subterrâneos, outro espectro-Zebu
Não há abaixo ou acima de ti, perverso!
Para cobra(r)-nos o veneno perverso,
Não secaram as fontes do
Teu ópio, do teu ócio perpétuo.
Ódio nosso de cada dia, Zebu,
Nos tiras hoje e nos pões amanhã teu gênio:
Em ti não peca o erro de ser mal.
A morte em ti é aberta, o mal
Em ti é o meio pelo qual fecha-se a vida, Zebu.
Se por ti há outro mais perverso
A não sofrer por tua vida, perpétuo
Faz-se o mal a cursar a lida do
Homem, ao cruzar vida e morte em teu gênio.
Aqui, Zebu, te fiz esta resina, fumaça do gênio
Que em ti se acha clara ou oculta, perverso,
E mais se infinda em muitas outras faces-Zebu,
Para conceder-nos o resto do
Teu Reino, aqui dividido, ventre do mal
Que resiste ao bem no tempo-perpétuo.
LOGORRÉIA-LOGOGRÍFICA
rói mói rói mói
rói mói rói mói
rói mói rói mói
braskilovoskovsk
todos os Srs.
KKKKKKKKKK
WWWWWWW
YYYYYYYYYY
do meu léxico.
O som — que rota?
A lógica — em que porta?
Este poema é imitação de C- A - M - Õ - E - S
CORTINA
COR
A
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P
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C
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M
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M
I
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A..., ...
A...,...
POE
POEMA ESTÁTICO
Não o Cr
isto
Não o Hit
ler
Não o exagero
Fr
eu
Nem a lucidez de
He
gel
Mas o ser humano
Não o pássaro
Não a árvore
Não o homem
Nem o minério
dia
no
tudo
pela
cu
ltura
tudo
pela
cu
latra
tudo
pela
cloaca
Gosto de vê-las, letras
Indomadas
Inúmeras
ALFA
BETA
ítaca
Como as vêem analfabetos
Despovoadas
Sim
A sílababêbadadagente
silabada gente
6
12
6
A palavra que alguns escondem
algumalgoritmo
la
go
e. e. cummings
a palavra diz
a sílaba muda, a que
corpo e leito
s—e—p—a—r—a————te
a primeira palavra, lavra-condão
o primeiro verso, o primeiro universo-lava
sem palavras
atrai-nos
na proporção igual
dos corpos
Chega a ser um sol
as
m
sun
e
to
e
t
u
e
u
Vestiste as
B
O
R
B
R OL E T R A S
R
O
U
P
A L A V R AS
S
Vejo-te agora
Com minha letra
E um gafanhoto
No verde da
Impetraram-te os absurdos .
Eu...vejo-te...
Em cada um deles

Folha,
gafanhoto
em prontidão.
POESIA
I
Pão, homem, sonho: resumo.
Minha aldeia!
Meu obelisco titânico.
— Meu amor é monstro:
Oclusa sombra revolta em oceanos,
Ocasionando, por vezes, o assombro:
Náufrago—orgasmo—organdi—organismo—langui.
Equissonancial meu bombo...
Aqui não há pontes, seu Fulano!
A poesia eclode...
(A!cor!de!)
Até nada partir-se.
II
A você, o meu grito.
—A ninguém mais.
Bateram-me palmas
Bateram-me portas
Abdiquei dos sais que me saem?!
—Do ente que me esvai
No golfo do ventre mãe-pai.
Bateram-me pálpebras
Bateram-me fotos
Esternutatoriamente.
PROBLEMÁTICA-SEMÂNTICA
O Português-Gramática,
A Gramática como um problema de português.
Os verbos que não conjuguei
Somam-se à minha problemática.
A métrica que se fez emplasto
implante
macro
Resumo do
cromo
micro
ssoma
Hematopoemas
Hematopoéticos
Células e éteres ao largo:
O português rococó aloja-se no gargalo do lápis,
Aborta o ovo em que vivemos ocos
Em ocas, canaletas e esgotos — zum de elétrons: dialetos maias!
Mordo o seio do mundo: o estoco, a ova oval e feia da obra: moribundo povo .
Morro no meio feito miolo: —Se lobo ou homem: se fera, lobisomem!
E me preocupo com essa sociedade sem-vergonha.
Com as damas do lixo, cujas filhas vivem na zona.
Com o cio desse animal irreal que mora dentro dos homens.
O poema-lobisomem embrenha-se no matagal de ideogramas.
Encaverna-se Pithecanthropus Erectus, e, a—cu—a-do
pelos trustes polidos bacanas,
bate à porta dos
anal—fa-be-tos.
CIBERNÉTICA
Ó virgens
Ó núpcias
O rei mandou chamar!
Querem nos replantar homens
Em fazendas eletrônicas.
Querem do homem algo
Que querem estabelecido.
Não querem surpresas em suas guerras,
Mas nas guelras o oxigênio bélico
Dos peixes de ferro e barbatanas atômicas
Que é de praxe de brocha de bruxo.
Ó signos
OK
A robótica está-aí.
A onça comeu nossos cérebros
Com suas engrenagens.
A morte
É inconstitucional.
A vida
Também.
Querem nossos filhos tele micro óticos
Para alcançar a transístor-flor.
Estão suspensos os jardins do penso
E implantadas as máquinas em novo senso de proveta.
Querem compor diagramas em nosso diafragma.
As vozes muda da fala da comunicação mente a mente.
Querem o sexo
Por correspondência,
Correspondendo às expectativas;
Nossos corações refrigerados
Por frias emoções;
Querem-nos humanos
Bichos-de-pelúcia.
Querem a vida multiplicada
em milhões de congêneres
por gêmeos cosmonautas,
cruzados a anos-luz de distância,
mamulengando marionetes.
Querem-nos urbanos bicho-da-seda
de lógicos metabolismos soft-ware.
Querem a dieta das máquinas
Equilibrada e dominical.
Querem trabalhar a fábrica
Atrapalhando os meninos.
Querem nossas faces românticas
Esfaceladas
Piratas de pau.
Querem a menstruação
De monstruosíssimos óvulos codificados,
Gerados do infinito caos.
Ó virgens
Ó núpcias
O rei mandou chamar.
O reino ruiu.
“E o rato roeu a rosca da raça humana?!”
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gênio