[Digite texto] PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO Enfermagem AUTO PERCEPÇÃO DE SAÚDE DOS HOMENS IDOSOS USUÁRIOS DO CENTRO DE SAÚDE Nº 01 DE PLANALTINA-DF Autores: Carla Maria dos Anjos da Silva Carvalho Ana Maria Leite Ferreira Orientadora: Profª Msc. Neuza Moreira de Matos. CARLA MARIA DOS ANJOS DA SILVA CARVALHO ANA MARIA LEITE FERREIRA AUTOPERCEPÇÃO DE SAÚDE DOS HOMENS IDOSOS USUÁRIOS DO CENTRO DE SAUDE Nº 01 DE PLANALTINA-DF Monografia apresentada ao curso de graduação em Enfermagem da Universidade Católica de Brasília, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Enfermagem. Orientadora: Profª Msc. Neuza Moreira de Matos. Brasília 2009 CARVALHO, Carla Maria dos Anjos e FERREIRA, Ana Maria Leite. AUTOPERCEPÇÃO DE SAÚDE DOS HOMENS IDOSOS USUÁRIOS DO CENTRO DE SAÚDE Nº 01 DE PLANALTINADF – Universidade Católica de Brasília – UCB, 2009. Trabalho apresentado à Universidade Católica de Brasília – UCB, para Graduação de Enfermagem. Orientadora. Profª. Neuza Moreira de Matos. Monografia de autoria de Carla Maria dos Anjos da Silva Carvalho e Ana Maria Leite Ferreira intitulada Autopercepção de saúde dos homens idosos usuário do Centro de Saúde nº 01 de Planaltina-DF, apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharelado em Enfermagem da Universidade Católica de Brasília, em 2 de dezembro de 2009, defendida e aprovada pela banca examinadora abaixo assinada: ______________________________________________ Profª. Msc. Neuza Moreira de Matos Docente Graduação em Enfermagem – UCB ______________________________________________ Prof. Msc. Rosane Pescador Docente Graduação em Enfermagem – UCB ______________________________________________ Prof. Msc. Vanessa Rezende Nogueira Cruvinel Docente Graduação em Enfermagem – UCB Brasília 2009 DEDICATÓRIA Dedicamos este trabalho em primeiro lugar a Deus, que nos sustenta e dá força para prosseguirmos. As nossas famílias que vivem conosco as nossas batalhas. E aos nossos mestres nossos sinceros agradecimentos. AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus por não me deixar desistir. À orientadora, Profª Neuza Moreira de Matos pelo seu esforço em nos fazer melhores com sua dedicação e competência. Aos idosos participantes da pesquisa e aos funcionários do Centro de Saúde nº 01 pela colaboração. Aos amigos e familiares pelo apoio e compreensão. A Clara, minha filha, que faz tudo valer à pena. Ao meu esposo, Rodrigo, pela paciência e apoio. Por fim agradecemos a todos aqueles que diretamente ou indiretamente contribuíram para conclusão deste passo em minha vida. Carla Maria dos Anjos da Silva. A DEUS pelo dom da vida e graça da sabedoria, onde nos permitiu participar da vida acadêmica, e à nossas mães, pelo apoio e incentivo que nos foi dado. Aos Professores da Universidade Católica - UCB do Curso de Enfermagem, que tanto contribuíram para nossos conhecimentos acadêmicos, em especial a nossa Professora Orientadora, Enfermeira Neuza Moreira de Matos. Ana Maria Leite Ferreira Saber Viver Não sei... Se a vida é curta Ou longa demais pra nós, Mas sei que nada do que vivemos Tem sentido, se não tocamos o coração das pessoas. Muitas vezes basta ser: Colo que acolhe, Braço que envolve, Palavra que conforta, Silêncio que respeita, Alegria que contagia, Lágrima que corre, Olhar que acaricia, Desejo que sacia, Amor que promove. E isso não é coisa de outro mundo, É o que dá sentido à vida. É o que faz com que ela Não seja nem curta, Nem longa demais, Mas que seja intensa, Verdadeira, pura... Enquanto durar Cora Coralina RESUMO O envelhecimento populacional é um fenômeno universal. Assim, o setor saúde tem de estar preparado para enfrentar o incremento do número de casos, em um grupo populacional de características específicas, o sexo masculino. Neste contexto, as características comportamentais do homem o colocam num grupo de risco para agravos da saúde a partir dos 60 anos, necessitando de uma atenção maior. Objetivo geral: Analisar como os homens idosos usuários dos serviços do Centro de Saúde 01 de Planaltina-DF percebem sua saúde na velhice. Objetivos específicos: Conhecer o perfil socioeconômico e demográfico dos sujeitos da pesquisa; conhecer a percepção do homem idoso em relação à qualidade de vida na velhice; identificar Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) mais prevalentes nos sujeitos da pesquisa e os fatores que contribuíram para agravos dessas patologias; e construir um banner informativo sobre como promover um envelhecimento saudável. Metodologia: foram entrevistados 18 idosos usuários do Centro de Saúde nº 01 de Planaltina-DF, que responderam dois questionários, um sobre dados socioeconômicos demográficos e estilo de vida e o WHOQOL-bref, um instrumento de avaliação de qualidade de vida da OMS. Utilizou se o programa Microsoft Excel e o SPSS para tabulação dos dados. Resultados: os 18 homens idosos tinham entre 60 e 79 anos de idade, de maioria casados, entre 1ª e 4ª série do ensino fundamental, com renda de até 2 salários mínimos, moravam com esposa e/ou filhos em casa própria, praticam exercício físicos regularmente, não consomem bebida alcoólica, não costumavam ir ao médico (78%) rotineiramente na visa adulta, 56% tem pelo menos uma doença crônica e uma avaliação positiva de qualidade de vida com índice de 68,62%. Atribuem-se os valores positivos de qualidade de vida e saúde o fato da maioria praticar exercícios físicos regulares, manutenção da autonomia e independência funcional, bem como a rede de apoio social. Conclusão: é preciso que haja ações integradas que favoreçam a capacidade funcional e a autonomia do idoso, baseada na abordagem dos principais fatores determinantes da autopercepção da saúde que podem contribuir significativamente para a promoção da saúde e do bem estar e, conseqüentemente, para a qualidade de vida dos idosos. Por conseguinte, há necessidade de um atendimento diferencial a essa clientela, não só ao homem idoso, mas aos homens de todas as idades de forma a criar ao longo do tempo uma cultura de autocuidado e neste sentido a educação em saúde se torna primordial, na qual o papel da enfermagem é fundamental. Palavras Chave: idoso, qualidade de vida, percepção de saúde. ABSTRACT Population aging is a universal phenomenon. Thus, the health sector must be prepared to face the increase in the number of cases in a population of specific characteristics, the male sex. In this context, the behavioral characteristics of man lay in a group at risk for worsening health after 60 years, requiring greater attention. General Objective: To analyze how elderly men users of the services of the Health Center 01of DF -Planaltina perceive their health in old age. Specific Objectives: To understand the socioeconomic and demographic profile of the research subjects; know the old man's perception about the quality of life in old age; identify Chronic Noncommunicable Diseases (NCDs) more prevalent in the research subjects and the factors that contributed to injuries these pathologies, and build a banner information about how to promote healthy aging. Methods: We interviewed 18 elderly users of the Health Center 01, DF-Planaltina who answered two questionnaires, one on socio-demographic data and lifestyle and WHOQOL-bref, an instrument for assessing quality of life of WHO. Used the program Microsoft Excel and SPSS for data tabulation. Results: 18 elderly men aged 60 to 79 years of age, are married, between 1st and 4th grade education, with income up to 2 minimum wages, living with wife and or children in their own homes, practicing physical exercise regularly do not consume alcohol, do not usually go to the doctor (78%) routinely seeks adult, 56% have at least one chronic disease and a positive assessment of quality of life index with 68.62%. Are assigned positive values of quality of life and health of the fact that most exercising regularly, maintaining the autonomy and functional independence and the social support network. Conclusion: there must be integrated actions to promote functional capacity and independence of older people, based on the approach of the main determinants of self-perceived health may contribute significantly to promoting health and well-being and, consequently, the quality of life of the elderly. Therefore, there is a need for differential treatment to these clients, not just the old man, but men of all ages to create over time a culture of care and in this sense health education becomes paramount in the role of nursing is essential. Keywords: elderly, quality of life, perception of health. LISTA DE ILUSTRAÇÕES 1. TABELAS 1.1. Tabela 01: Dados socioeconômicos demográficos segundo a faixa etária................. 37 1.2. Tabela 02: Hábitos de fumar e consumo de bebida alcoólica..................................... 38 1.3. Tabela 03: Número de internações................................................................... 39 1.4. Tabela 04: Rede social de apoio e arranjo familiar.............................................. 39 1.5. Tabela 05: Prática de exercícios físicos e estilo de vida....................................... 40 1.6. Tabela 06: Número de patologias e comportamento de autocuidado..................... 40 1.7. Tabela 07: Avaliação da velhice segunda a faixa etária....................................... 41 1.8. Tabela 08: Estatística descritiva e escores de domínios de qualidade de vida........... 42 2. GRÁFICOS 2.1. Gráfico 01: Autopercepção de saúde dos 18 homens idosos usuários do Centro de Saúde nº 01 de Planaltina-DF.............................................................................................. 38 2.2. Gráfico 02: Escores de domínios de qualidade de vida dos 18 homens idosos usuários do Centro de Saúde nº 01 de Planaltina-DF........................................................... 43 2.3. Gráfico 03: Aspectos gerais que influenciam a qualidade de vida dos 18 homens idosos usuários do Centro de Saúde nº 01 de Planaltina-DF............................................... 44 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO...................................................................................................... 13 1.1. Objetivo................................................................................................................. 14 1.1.1Objetivo Geral..................................................................................................... 14 1.1.2 Objetivos Específicos........................................................................................... 14 1.2. Justificativa........................................................................................................ 15 1.3 Hipóteses da pesquisa............................................................................................ 18 2. REFERENCIAL TEÓRICO............................................................................................ 19 2.1. Autopercepção de saúde...................................................................................... 19 2.2. Doenças Crônicas não Transmissíveis..................................................................... 23 2.3. Qualidade de vida.............................................................................................. 27 3. MATERIAL E MÉTODO.................................................................................... 32 3.1. Classificação da pesquisa......................................................................................... 32 3.2. Participantes da Pesquisa.......................................................................................... 32 3.3. Local da pesquisa................................................................................................ 33 3.4 Critérios de inclusão e exclusão.............................................................................. 33 3.5. Instrumentos de coleta de dados................................................................................. 33 3.6. Analise dos resultados.............................................................................................. 35 3.7. Aspectos éticos da pesquisa.............................................................................................. 35 4. APRESENTAÇAO DOS RESULTADOS............................................................... 36 4.1. Apresentação do Campo....................................................................................... 36 4.2. Apresentação de dados sócio-econômico demográficos........................................... 37 4.3. Apresentação de dados sobre estilo de vida..................................................................... 38 4.4. Apresentação de dados sobre qualidade de vida............................................................. 41 5. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS...................................................................... 45 6. CONTRIBUIÇÃO DA PESQUISA...................................................................... 49 7. CONCLUSÃO....................................................................................................... 50 8. REFRÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................... 51 9.ANEXOS.............................................................................................................................. 59 A- Questionário socioeconômico demográfico e estilo de vida.............................................. 59 B- Questionário de qualidade de vida, WHOQOL-bref.......................................................... 61 C- Banner................................................................................................................................. 63 D- Termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE)........................................................ 64 E- Carta de aprovação.............................................................................................................. 65 13 1- INTRODUÇÃO O impacto provocado pelo aumento da população mundial tem trazido importantes questões ao setor saúde, principalmente a crescente população de idosos, fato este, também observado em nosso país. Neste contexto é preciso se preocupar com a saúde da população masculina no sentido de que os homens, comparados às mulheres, cuidam menos da sua saúde no decorrer de sua vida o que acarreta maiores agravos durante a velhice (LAURENTI, et al. 2005). É consenso que o homem vive menos, não só no Brasil, como em todo mundo. É quase consensual que a mulher é mais avessa ao risco e, talvez por esse motivo, demande mais ações preventivas de saúde, quer dizer, consuma mais serviços de saúde preventivos (LAURENTI, 2005, p.37). Não adianta oferecer serviços de saúde destinados ao homem se este não for educado para o cuidado. Além dos programas de saúde é necessário que o homem tenha consciência do seu papel como promotor de sua saúde. Gomes et al. (2007), relata em seu estudo sobre porque os homens buscam menos os serviços de saúde do que as mulheres, que a representação do cuidar como tarefa feminina, as questões relacionadas ao trabalho, à dificuldade de acesso aos serviços e a falta de unidades especificamente voltadas para a saúde do homem são os principais motivos expressos pelos sujeitos para a pouca procura pelos serviços de saúde. Concluindo que, dentre outros aspectos, que o imaginário social que vê o homem como ser invulnerável acaba contribuindo para que ele se cuide menos e se exponha mais as situações de risco. É necessário se pensar em políticas de prevenção de agravos a saúde na velhice, e este estudo possibilitará conhecer o que o homem pensa da sua saúde podendo-se inferir onde se deve e como se devem aplicar mudanças nos serviços de saúde para promover a saúde dos idosos e ensinar os adultos a envelhecer com qualidade de vida. Assim sendo, o presente estudo tem por objetivo analisar a autopercepção de saúde do homem idoso e sua qualidade de vida no envelhecimento, conhecer quais fatores são determinantes para essa percepção e como a velhice e seus agravos, como por exemplo, as doenças crônicas afetam a qualidade de vida na velhice destes homens. 14 1.1- OBJETIVO 1.1.1- Objetivo geral: Analisar como os homens idosos usuários do Centro de Saúde 01 de Planaltina-DF percebem sua saúde na velhice. 1.1.2- Objetivos específicos: 1. Conhecer o perfil socioeconômico e demográfico dos homens idosos atendidos no Centro de Saúde nº. 01 de Planaltina-DF; 2. Identificar Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) mais prevalentes nos sujeitos da pesquisa e os fatores que contribuíram para agravos dessas patologias; 3. Conhecer a percepção do homem idoso em relação à qualidade de vida na velhice,e 4. Construir um banner informativo sobre como promover um envelhecimento saudável. 15 1.2- JUSTIFICATIVA O fenômeno do envelhecimento da população mundial não é assunto novo. China, Japão e países da Europa e da América do Norte já convivem há muito tempo com um grande contingente de idosos e com todos os problemas associados ao envelhecimento, como aposentadorias e doenças próprias da velhice. Isto tem como conseqüência altos custos para o Estado, e, portanto, requer políticas sérias e consistentes a respeito (GARRIDO e MENEZES, 2002, p. 3-6). É fato bastante conhecido a melhora significativa das condições de saúde no país, a redução dos níveis da fecundidade e da mortalidade e seu impacto sobre a estrutura etária. A redução da fração jovem da população e a ampliação absoluta e relativa da população idosa produzem conseqüências de várias ordens — demográficas, socioeconômicas, políticas públicas de saúde e etc. Uma das mais importantes dizem respeito às demandas de saúde. Deste ponto de vista, surgem novos problemas ligados ao envelhecimento, destacando- se as conseqüências das doenças crônicas (LAURENTI et al., 2005, p. 37). Assim, o setor saúde tem de estar preparado para enfrentar o incremento do número de casos, em um grupo populacional de características específicas. Neste contexto, as características comportamentais e de sexo do homem o coloca num grupo de risco para agravos da saúde a partir dos 60 anos de idade, necessitando de uma atenção maior (GOMES et al., 2007, p. 569). É também fundamental alcançar uma melhoria da qualidade de vida daqueles que já envelheceram ou que estão envelhecendo (ALVES, 2004, p. 02). O presente estudo tem sua relevância para a sociedade por que chama a atenção para uma realidade que todos conhecem, mas que não teve muita atenção ate então. As diferenças entre homens e mulheres sempre foram muito discutidas antropologicamente, mas algumas diferenças merecem uma maior atenção para que a sociedade possa se desenvolver por completo buscando cada vez mais a melhoria da qualidade de vida. Vários estudos constatam que os homens, em geral, padecem mais de condições severas e crônicas de saúde do que as mulheres e também morrem mais do que elas pelas principais causas de morte (VERAS, 1999; RAMOS, 2003; NUNES, 2004; GOMES, 2007). Entretanto, apesar de as taxas masculinas assumirem um peso significativo nos perfis de morbimortalidade, observa-se que a presença de homens nos serviços de atenção primária à saúde é menor do que a das mulheres (LAURENTI et al., 2005; FIGUEIREDO, 2005). Há autores que associam esse fato à própria socialização dos homens, em que o cuidado não é visto como 16 uma prática masculina. Há de se comentar, também que os homens são cercados de preconceito quanto a sua masculinidade, assim exames de rastreamento e prevenção como o de próstata, por exemplo, são vistos como um ataque a sua masculinidade (GOMES, 2007; VERAS, 2003). O aumento crescente de idosos, associado à maior longevidade, exige que o Estado disponibilize recursos e invista consistentemente na tecnologia dos procedimentos diagnósticos e terapêuticos das doenças crônicas, o que onera bastante o sistema de saúde. Essa condição reforça a importância da divulgação da prevenção em todos os níveis de atenção à saúde do idoso, uma vez que esse tipo de ação contribui para o controle das condições crônicas, acarretando menores custos e sendo muito mais eficazes para a promoção e a manutenção da saúde do idoso (ALVES, 2004, p. 63). Acrescentam-se aos problemas de saúde, os benefícios e pensões da seguridade social a que todo o idoso tem direito (CAMACHO, 2002, p.04). Quanto à previdência social, os gastos com pensões e aposentadorias também aumentarão com o número elevado de idosos que estarão incapacitados para o trabalho (NUNES, 2004; CAMACHO, 2002), se as atuais receitas e despesas governamentais per capita continuarem constantes, a diferença entre receitas e despesas expandir-se-á velozmente, com o risco de tornar insustentável o débito fiscal. (WONG et al., 2006 p.16). A população idosa é a que proporcionalmente consome mais serviços de saúde. (VERAS, 2003, p. 708). Segundo Wong (2006, p. 21) a demanda por cuidados de saúde relacionada à população idosa é diferente daquela apresentada pelo resto da sociedade, devido à incapacidade e ao processo degenerativo, que requerem grandes gastos em equipamentos, medicamentos e recursos humanos capacitados. A magnitude do aumento dos custos da assistência à saúde, em função do envelhecimento da população, advém, em parte, da proporção de idosos com problemas crônicos (ou seja, com necessidades permanentes de atenção à saúde). A estratégia de prevenção e promoção da saúde tem de levar em conta a mudança comportamental, em toda a população, tendo em mente as diferenças de gênero em relação ao hábito de fumar, ao alcoolismo, ao tipo de dieta, ao ambiente de trabalho, à atividade física, ao peso corporal, entre outros. Fica bastante claro que a presença de muitas doenças que afetam a população, muitas vezes mais acentuadamente a masculina, tem mecanismos bastante conhecidos e aceitos cientificamente; o difícil, muitas vezes, é como incorporá-los à prática diária (LAURENTI et al., 2005, p. 44-45). Diante dos motivos já citados este projeto de pesquisa contribui muito para reflexões de como a sociedade poderá lidar e se adaptar ao novo perfil da população brasileira, 17 conhecendo a percepção do homem de sua própria saúde enquanto determinante para uma boa qualidade de vida na velhice (ALVES e RODRIGUES, 2005, p. 334) pode-se planejar ações para melhor atender as necessidades desse contingente populacional e os problemas que virão poderão ser mais bem solucionados. 18 1.3- HIPÓTESES DA PESQUISA Alguns estudos afirmam que a pouca procura por serviços de saúde, não engajamento em programas existentes ou a falta destes específicos para o homem adulto, as doenças específicas do homem e principalmente o estilo de vida são os determinantes da saúde do homem. O que em comparação com as mulheres faz do homem mais vulnerável a cronicidade de algumas doenças e a outros agravos na velhice. Diante dessas informações, questiona-se: Qual a percepção do homem sobre seu envelhecimento e qualidade de vida? Para esta indagação propõem-se as seguintes hipóteses: O idoso tem buscado qualidade de vida utilizando os recursos disponíveis oferecidos pelos serviços de saúde Alem do tratamento medicamentoso o idoso esta inserido em grupos de convivência e tratamentos alternativos Os homens idosos possuem particularidades de gênero e estilo de vida que são empecilhos a utilização adequada dos serviços de saúde. Os homens idosos possuem mais DCNT porque cuidam menos da saúde e não têm comportamento preventivo. 19 2- REFERÊNCIAL TEÓRICO 2.1- AUTOPERCEPÇÃO DE SAÚDE A Organização Mundial da Saúde classifica cronologicamente como idosa as pessoas com mais de 65 anos de idade em países desenvolvidos e com mais de 60 anos de idade em países em desenvolvimento. No Brasil o Estatuto do Idoso classifica como idoso às pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) define saúde como “estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não somente a ausência de enfermidade ou invalidez” (BUSS & FILHO, 2007, p.88). A referência à ausência de enfermidade ou invalidez é componente essencial deste conceito de saúde e dele não deve ser separado sob pena de reduzi-lo à total utopia (JUNIOR, 2004, p. 15). O conceito de saúde reflete a conjuntura social, econômica, política e cultural. Ou seja: saúde não representa a mesma coisa para todas as pessoas. Dependerá da época, do lugar, da classe social, de valores individuais, de concepções científicas, religiosas, filosóficas (SCLIAR, 2007, p.30). A autopercepção refere-se à imagem que o indivíduo tem de si mesmo, (de si para consigo), é fundamental para avaliar o poder, o comportamento, as emoções, as qualidades, limites, fragilidades entre outros de cada individuo. É uma função importante para a auto avaliação geral. No que se refere à saúde a autopercepção é a avaliação subjetiva do indivíduo sobre seu estado real de saúde, sendo essa avaliação feita de modo global levando em consideração os fatores inerentes determinantes do estado de saúde (NEGRI et al., 2004; LIMA-COSTA, 2004; ALVES E RODRIGUES, 2005). A autopercepção do estado de saúde é muitas vezes também designada por autoavaliação do estado de saúde ou auto-apreciação do estado de saúde. Enquanto indicador subjetivo complementa indicadores do estado de saúde mais objetivos como a mortalidade e a morbidade (BRASIL, 2005, p. 19). À auto-percepção do estado de saúde é reconhecida, assim, grande importância porque mede a percepção subjetiva do estado físico e mental, é independente das interpretações médicas dos sintomas e é também um importante preditor da mortalidade bem como da utilização dos serviços de saúde (PINHEIRO et al., 2002, p. 695696). Pessoas com pior percepção do estado de saúde têm maior risco de morte (por todas as causas) em comparação com as que relatam saúde excelente (CAETANO et al., 2008, p. 13). Auto-percepção de saúde vem sendo utilizada em vários estudos (LEBRÃO E DUARTE, 2003; BRASIL 2005; BRASIL 2007; ALVES E RODRIGUES, 2005), sendo 20 considerada um método confiável, capaz de expressar vários aspectos da saúde física, cognitiva e emocional dos indivíduos (CAETANO et al., 2006, p. 13). No entanto, deve ser interpretado com cautela porque a percepção da saúde refere-se a um julgamento subjetivo que não pode ser determinado por outra pessoa (LIMA-COSTA et al., 2004, p.828). A satisfação com a vida ou senso de bem-estar subjetivo depende da avaliação que o indivíduo faz sobre suas capacidades, das condições ambientais e da sua qualidade de vida a partir de critérios pessoais combinados com os valores e expectativas da sociedade naquele momento (NERI, 2001, p.441). Quando o outro define o envelhecimento e a velhice, percebese que o preconceito é uma característica marcante e são utilizados estereótipos negativos sobre a velhice. Conhecer a visão do idoso a respeito do envelhecimento e da velhice é importante para se construir representações positivas dessa fase, visto que muitos estudos realizados mostraram que os idosos não se sentem enquadrados nos estereótipos que os outros formulam sobre a velhice (JARDIM et al., 2006, p.26). Enquanto indicador utilizado na monitorização da saúde e da qualidade de vida, a auto percepção do estado de saúde não deverá ser dissociada das questões da escolaridade (anos completados com aproveitamento) e do gênero nem do tipo de inquérito ou do contexto sociocultural. A escolaridade tem um papel importante na distinção entre os indivíduos, pois é um recurso que condiciona a saúde: pessoas com níveis de escolaridade mais altos aderem melhor a medidas de prevenção da doença e promoção da saúde e corrigem com maior frequência os seus hábitos e estilos de vida menos saudáveis. A escolaridade — enquanto capital cultural dos indivíduos — possui assim um importante potencial de explicação para as diferenças na maneira como as pessoas percebem o seu próprio estado de saúde. Aos diferentes níveis de escolaridade estão associados diferentes valores, normas, hábitos e atitudes, que contribuem, assim, para a explicação da maneira como cada pessoa percebe o seu estado de saúde. (VINTÉM, 2008. p. 6-7 e 14). O gênero afigura-se também como fator importante na maneira como cada pessoa aprecia o seu próprio estado de saúde, ou seja, os resultados apresentados indicam que há uma tendência para as mulheres subestimarem a apreciação positiva da sua saúde, contrariamente aos homens, os quais tendem a privilegiar essa mesma apreciação positiva (VINTÉM, 2008. p. 14) No estudo de Cupertino et al. (2007), na diferença encontrada nas relações entre gênero e categorias, observou-se predominância de homens apontando a categoria 21 estabilidade financeira e as mulheres apontando a categoria não guardar mágoas. Diz que pode ser explicado pela influência do contexto sócio-histórico da amostra estudada, no qual o homem tinha o papel de sustentação econômica da família, enquanto o aspecto afetivo e emocional eram mais compatíveis com o papel social desempenhado pela mulher que era a mãe e dona-de-casa, demonstrando desta forma, a maior preocupação da mulher em estar melhor engajada, emocionalmente, no seu contexto de vida. Ressalta ainda a tendência de que as mulheres apontam em maior proporção as categorias saúde emocional e ter fé/espiritualidade do que os homens, o que demonstra que a mulher tende a uma maior preocupação com o bem-estar emocional do que os homens. Talvez elas visualizem o equilíbrio desses aspectos como essenciais para um bem-estar pessoal, enquanto os homens vislumbrem o bem-estar por meio de outros fatores, como uma adequada estabilidade financeira. Alves et al. (2007) diz que a presença de doenças crônicas associada ao sexo é a mais forte determinante da auto-percepção de saúde entre os idosos, que a capacidade funcional demonstra também uma grande força explicativa, e em relação a este, à medida que o grau de dependência aumenta maior é a chance de o idoso auto perceber a sua saúde como ruim. Também afirma que os principais fatores determinantes da auto-percepção de saúde podem contribuir significativamente para a promoção da saúde e do bem-estar e, conseqüentemente, para a qualidade de vida dos idosos. A presença de doença pode prejudicar a percepção da saúde e qualidade de vida dos idosos. Contudo, esses mesmos indivíduos podem ser considerados saudáveis, mesmo que tenham doenças crônicas degenerativas, mas controlada (ALEXANDRE et al., 2009, p. 617). Ocorrem alterações abrangentes nos diversos sistemas do organismo, na velhice. Aliadas a isso, acontecem, na vida do idoso, situações de impacto que podem influenciar na organização e no estilo de sua vida, podendo isso repercutir na maneira como ele percebe sua qualidade de vida. Compreender as situações de impacto na vida dos idosos sob o ponto de vista deles permite-se programar intervenções adequadas (SILVEIRA e FARO, 2008, p. 56). Mudar do conceito de saúde para o de bem-estar é o principal fator determinante de bons cuidados de enfermagem na saúde do idoso. O bem-estar representa uma atitude quanto à saúde, e implica uma relação estreita entre as dimensões humanas: físicas, emotivas, mentais, espirituais, sociais ou culturais. O termo bem-estar corresponde à realidade do viver das pessoas. Portanto, o entendimento de bem-estar no cuidado de seres humanos implica a mudança da enfermagem para o modelo de cuidar humanístico e a sua conseqüente saída do modelo biomédico de classificação de doença e saúde (SANTANA e SANTOS, 2005, p.203). 22 No estudo de Jóia et al. (2007) a satisfação com a vida foi relacionada ao conforto domiciliar, a acordar bem pela manhã, a ter três ou mais refeições diárias, a não sensação de solidão, não ser diabético e valorizar o lazer como qualidade de vida. Verificaram que a satisfação com a vida esteve relacionada à descrição positiva do casamento, boas condições familiares, boa convivência social e familiar e à relação entre as aspirações e realizações. Esses autores concluíram que o principal determinante da percepção de alta satisfação com a vida é um relacionamento social estável. Já o estudo de Lima-Costa (2004) sobre a estrutura de auto-avaliação de saúde entre idosos da cidade de Bambuí com o objetivo de determinar os fatores associados à autoavaliação da saúde na população idosa mostrou, em seus resultados, a existência de associações entre auto-avaliação da saúde e rede social de apoio, situação socioeconômica, condições de saúde destacando-se a saúde mental, incluindo sintomas depressivos, acesso e uso de serviços de saúde, visitas a médicos e hospitalizações. Resume-se, então, que os principais fatores determinantes da autopercepção da saúde são: renda, escolaridade, capacidade funcional, autonomia, morbidade, acesso e uso de serviços de saúde e rede de apoio social. Essa estrutura multidimensional da auto-avaliação da saúde em idosos, compreendendo estes determinantes assemelha-se à definição de saúde como “bem estar físico, mental e social”, adotada pela Organização Mundial de Saúde (LIMA-COSTA, 2004; JÓIA, 2007; CAETANO. et al., 2006). 23 2.2-DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS A crescente evolução tecnológica na assistência à saúde, bem como o processo de transição demográfico-epidemiológica que vem ocorrendo no país nas últimas décadas, tem influenciado de maneira significativa o perfil nosológico da população brasileira (MARTINS et al., 1996, p. 06). O Brasil, seguindo a tendência mundial, tem passado pelos processos de transição demográfica, epidemiológica e nutricional desde a década de 60 (MALTA et al., 2006, p.47). Destaca-se a queda da mortalidade e da fecundidade e o aumento do número de idosos, particularmente, o grupo com mais de 80 anos. De 1980 a 2000, a população de idosos cresceu 107%, enquanto a população até 14 anos cresceu apenas 14%. Nos próximos 20 anos, projeções apontam para a duplicação da população idosa no Brasil, de 8 para 15% (BRASIL, 2005, p. 06). O envelhecimento está associado ao aumento da incidência e prevalência de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT). A Organização Mundial da Saúde (OMS) define como doenças crônicas as doenças cardiovasculares (cerebrovasculares, isquêmicas), as neoplasias, as doenças respiratórias crônicas e diabetes mellitus. Também inclui nesse rol aquelas doenças que contribuem para o sofrimento dos indivíduos, das famílias e da sociedade, tais como as desordens mentais e neurológicas, as doenças bucais, ósseas e articulares, as desordens genéticas e as patologias oculares e auditivas. Considera-se que todas elas requerem contínua atenção e esforços de um grande conjunto de equipamentos de políticas públicas e das pessoas em geral (BRASIL, 2005, p.13). As DCNT respondem pela maior parcela dos óbitos no país e de despesas com assistência hospitalar no SUS, totalizando cerca de 75% dos gastos com atenção à saúde (CHAIMOWICZ, 1997; MALTA et al., 2006; BRASIL, 2009). As DCNT e a pobreza criam um círculo vicioso nos países de renda média e baixa, uma vez que impactam negativamente em seu desenvolvimento macroeconômico. As DCNT são responsáveis pelo maior custo econômico para as famílias, o sistema de saúde e a sociedade. Tais custos ocorrem tanto de forma direta (custos relacionados a internações, medicamentos, tratamentos ambulatoriais) como indireta (perda de produção associada a essas doenças, aposentadorias precoces, entre outras questões). Esses custos serão aumentados na próxima década se não forem implementadas intervenções efetivas (VERAS, 1997). As DCNT causas importantes de morte no Brasil, principalmente nos grandes centros urbanos (REGO et al., 1990, p. 278). Anteriormente, no início do século passado, às doenças 24 infecciosas eram as que mais levavam ao óbito, cerca de 50%, enquanto que hoje, com as melhorias de condições sócio-econômico-culturais, a mortalidade é preponderantemente conseqüência das DCNT (BRASIL, 2009). Este rápido aumento da morbi-mortalidade por DCNT vem afetando o desenvolvimento social e econômicos de vários países alem da qualidade de vida de milhões de pessoas em nosso país (BRASILIA, 2006, p. 23). Assim, em 2004, as DCNT representaram mais de 62% do total de óbitos do país, sendo maior nas Regiões Sul e Sudeste (BRASILIA, 2006, p. 26). Caracterizam-se por ter uma etiologia múltipla, muitos fatores de risco, longos períodos de latência, curso prolongado, origem não infecciosa e, também, por sua associação a deficiências e incapacidades funcionais. A etiologia múltipla dessas doenças não permite que elas possuam causas claramente definidas. No entanto, as investigações biomédicas tornaram possível identificar diversos fatores de risco. Os fatores de risco podem ser classificados em “não modificáveis” (sexo, idade e herança genética) e “comportamentais” ou “modificáveis” (tabagismo, alimentação, inatividade física, consumo de álcool e outras drogas). Os fatores de risco comportamentais são potencializados pelos fatores condicionantes socioeconômicos, culturais e ambientais (BRASIL, 2005, p. 18). Os fatores de risco modificáveis tendem a pesar mais na saúde do homem que, comparados às mulheres, cuidam menos da sua saúde no decorrer de sua vida o que acarreta maiores agravos durante a velhice (LAURENTI et al. 2005). Além do gênero, o estilo de vida determina algumas doenças na vida do homem, sendo um grupo de risco para muitas doenças não transmissíveis como doenças cardíacas, câncer de próstata, doenças pulmonares e outras (ALEXANDRE et al., 2009, p. 615). Estudos mostram que os homens procuram menos os serviços de saúde do que as mulheres são menos atentos ao aparecimento de sintomas e não têm um conhecimento tão bom sobre as doenças como as mulheres (VERAS, 1987; COURTENAY, 2000; PINHEIRO et al., 2002; RAMOS, 2003; BRAZ, 2005; LAURENTI et al, 2005), o que, além dos fatores ligados a diferenças biológicas e comportamentais, faz do homem um grupo de risco para os agravos das DCNT. Pinheiro et al. (2002) em seu estudo sobre gênero, morbidade e acesso aos serviços de saúde, relata que as mulheres buscam mais serviços para realização de exames de rotina e prevenção (40,3% mulheres e 28,4% homens), enquanto os homens procuram serviços de saúde dominantemente por motivo de doença (36,3% homens e 33,4% mulheres), diz também que as diferenças de gênero no risco de adoecer variam de acordo com o estilo de vida (fumo, 25 álcool, estresse, trabalho), fatores genéticos ou hormonais, como a biologia (maior vulnerabilidade masculina, mesmo na fase intra-uterina). Waldman (2000), diz que: “os homens a partir dos 60 anos de idade, embora as mulheres sejam mais numerosas nesta faixa etária, a freqüência total de internações do grupo masculino é mais elevada do que a de mulheres e que esse fato ratifica a idéia de que os homens não apenas morrem mais cedo que as mulheres, mas também adoecem proporcionalmente mais que estas. Essa constatação mostra uma reversão do observado na idade adulta, em que as internações de mulheres são sempre mais freqüentes”. Pode-se supor que as mulheres, de modo geral, possuem um comportamento mais preventivo, buscando atenção à saúde em idades mais jovens, ao contrário do homem, que parece ter uma menor preocupação com a prevenção. Em outras palavras, podemos afirmar que quanto aos padrões de morbidade ao envelhecer o homem é o sexo frágil (ALEXANDRE et al., 2009, p. 615). Outros estudos constatam que os homens, em geral, padecem mais de condições severas e crônicas de saúde do que as mulheres e também morrem mais e mais cedo do que elas pelas principais causas de morte (VERAS, 1999; COURTNAY, 2000; BRAZ, 2005; GOMES et al., 2007). Braz (2005), diz que há um desfavorecimento significativo em termos de saúde em relação aos homens pelos mesmos motivos citados anteriormente: procura por serviços de saúde, comportamento negligente com relação à saúde e também internam-se mais gravemente e procuram a emergência quando já não suportam mais a doença. Também diz que a construção da subjetividade masculina é complexa e árdua porque é baseada em contraposição a não ser mulher, homossexual ou criança. O menino cresce e é educado para ser forte e proteger. Isso o coloca numa posição de vulnerabilidade física e psíquica já que não pode admitir que possa ser frágil ou que possa adoecer, o que o torna susceptível a riscos de agravamento de uma doença que poderia ser evitado (BRAZ, 2005, p.102-103). Courtenay (2000) demonstra em sua pesquisa que as mulheres nos Estados Unidos adotam crenças saudáveis e práticas de saúde pessoal mais do que os homens. Os dados sugerem que esta distinção representa, em grande parte pelo fato de que as mulheres sofrem menos severas condições crônicas e vivem quase sete anos mais que os homens. Esta distinção pode ser entendida como estando entre as muitas diferenças esperadas entre homens e mulheres. Se os homens querem demonstrar os ideais dominantes da masculinidade, tal como definido na sociedade norte-americana, eles devem estar de acordo com as definições culturais de crenças e comportamentos masculinos e ativamente rejeitar o que é feminino. Isto 26 inclui comportamento saudáveis de auto cuidado como fazer exames de rotina e comer alimentos saudáveis. Diante das características do ser homem é necessário que os serviços de saúde ensinem o homem a se cuidar, embora atualmente, mesmo em meio aos preconceitos, alguns homens explicitam que se cuidam, os metrossexuais. O auto cuidado ainda é melhor opção para prevenir um inchaço na demanda dos serviços de saúde (BRASIL, 2005, p 26). A estratégia de prevenção e promoção da saúde tem de levar em conta a mudança comportamental, em toda a população, tendo em mente as diferenças de gênero em relação ao hábito de fumar, ao alcoolismo, ao tipo de dieta, ao ambiente de trabalho, à atividade física, ao peso corporal, entre outros. O aspecto comportamental influi significantemente na saúde humana, sendo que a expressão estilo de vida vem sendo cada vez mais utilizada, e o estilo do homem, sob várias óticas, se diferencia daquele da mulher (COURTNAY, 2000, p. 1397). A promoção da saúde é tão importante para os idosos quanto para outros grupos etários. Apesar de 80% das pessoas com mais de 60 anos de idade apresentar uma ou mais doenças crônicas e aproximadamente 50% exibirem limitação em suas atividades, os idosos como grupo experimentam ganhos significativos a partir da promoção da saúde (MINAYO, 2002, p. 206). A velhice por si não é uma doença e precisa ser compreendida durante o transcorrer da vida, com seus ganhos e perda, com doenças crônicas ou não. É possível seu desenvolvimento pleno quer com alguma limitação, quer sem (VAROTO, 2004, p.113). É preciso um esforço maior para compreender as necessidades das pessoas quando algum tipo de obstáculo impede sua participação mais efetiva em programas/grupos, conhecendo quem são os atores envolvidos, quais suas necessidades e interesses, buscando novas tendências de cuidado. 27 Portanto, a prevenção e controle das DCNT e seus fatores de risco são fundamentais para evitar o crescimento epidêmico dessas doenças e suas conseqüências para a qualidade de vida e a sistema de saúde no país (BRASIL, 2005, p. 06). 27 2.3-QUALIDADE DE VIDA A longevidade do homem é uma realidade incontestável. A cada nova época, vive-se mais, prolonga-se o tempo da existência ao máximo (COSTA, 2003, p.03). Diante disso, nos últimos anos, o envelhecimento tem sido estudado sobre várias óticas não apenas relacionados às questões de saúde como também sobre o impacto nas relações sociais, arranjos familiares, despesas do SUS e previdência social e, afetada não apenas pelo próprio processo de envelhecimento e doenças, a qualidade de vida (RAMOS, 1995; LIMA-COSTA, 2004; FELICIANO, 2004; SEIDL & ZANNON, 2004; GARCIA, 2005; LAURENTI, 2005; ALEXANDRE, 2009). A introdução do conceito de qualidade de vida (QV) como medida de desfecho em saúde surgiu a partir da década de 1970, no contexto do progresso da medicina. Este trouxe um prolongamento na expectativa de vida, na medida em que doenças anteriormente letais (por exemplo, infecções) passaram a ser curáveis ou a ter, pelo menos, controle dos sintomas ou retardo no seu curso natural. Assim, esse prolongamento se dá à custa do convívio com formas abrandadas ou assintomáticas das doenças. Passou a ser de grande importância, então, dispor de maneiras de mensurar a forma como as pessoas vivem esses anos a mais (PANZINI et al, 2007, p.106). A velhice é um período da vida com alta prevalência de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), limitações físicas, perdas cognitivas, sintomas depressivos, declínio sensorial, acidentes e isolamento social (RAMOS, 2003, p.796). O envelhecimento é associado a um processo biológico de declínio das capacidades físicas, relacionado a novas fragilidades psicológicas e comportamentais. Então, o estar saudável deixa de ser relacionado com a idade cronológica e passa a ser entendido como a capacidade do organismo de responder às necessidades da vida cotidiana, a capacidade e motivação física e psicológica para continuar na busca de novos objetivos e conquistas pessoais e familiares (NUNES, 2004, p.431). O envelhecimento tem sido associado a uma prevalência aumentada de doenças crônicas, incapacidade e morte (COSTA et al, 2003, p. 37), sendo visto pela sociedade como um aspecto negativo, desconhecido por parte da população em geral, trazendo situações que impossibilitam o desenvolvimento de oportunidades de viver uma velhice com mais qualidade de vida (SILVA et al, 2007, p. 113). Um idoso com uma ou mais doenças crônicas pode ser considerado um idoso saudável, se comparado com um idoso com as mesmas doenças, porém sem controle destas, 28 com seqüelas decorrentes e incapacidades associadas. Assim, o conceito clássico de saúde da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostra-se inadequado para descrever o universo de saúde dos idosos, já que a ausência de doenças é privilégio de poucos, e o completo bem-estar pode ser atingido por muitos, independentemente da presença ou não de doenças. Assim, se o idoso tem uma ou mais doenças crônicas, usa medicamentos e mantém seus problemas sob vigilância, isto pesará com menor intensidade sobre sua vida, ao contrário daqueles que apresentam comprometimento de sua capacidade funcional e dependem de alguém para executar algumas atividades da vida diária (FELICIANO et al, 2004, p.1582). Envelhecimento saudável, dentro dessa nova ótica, passa a ser resultante da interação multidimensional entre saúde física, saúde mental, independência na vida diária, integração social, suporte familiar e independência econômica (RAMOS, 2003, p.794). O envelhecimento não começa subitamente aos sessenta anos, mas consiste no acúmulo e interação de processos bio-psico-sócio-culturais durante toda a vida que podem constituir fatores de adoecimento ou promotores de saúde e de bem estar (GARCIA, et al., 2005, p.538). A Organização Mundial de Saúde (OMS) reconhece que modificações nos vários sistemas do corpo humano levam a uma alteração no bem - estar físico, com conseqüências sobre a qualidade de vida do indivíduo. Sendo assim, torna-se importante o cuidado com o corpo, como forma de atingir o envelhecimento saudável (MENEZES, 2007, p.594). O Grupo de Avaliação da Qualidade de Vida (QV) da Divisão de Saúde Mental da OMS (Grupo WHOQOL) propôs que as percepções de padrão de vida (indicadores globais das características relevantes do modo de viver das sociedades e indivíduos, em termos socioeconômicos, demográficos e de cuidados básicos de saúde disponíveis) e qualidade de vida (que se baseia em parâmetros que se referem à “percepção subjetiva dos aspectos importantes da vida de uma pessoa, os quais podem ou não coincidir com indicadores de padrão de vida”) se originam na cultura à qual a pessoa pertence. Por isso, a questão cultural é fundamental na QV, já que diferentes culturas tendem a priorizar diferentes aspectos (PANZINI et al, 2007, p. 107). A partir de uma perspectiva transcultural, esse grupo definiu qualidade de vida como “a percepção do indivíduo de sua posição na vida no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações” (WHOQOL Group, 1995, p. 1450). A QV é um conceito intensamente marcado pela subjetividade, envolvendo todos os componentes essenciais da condição humana, quer seja físico, psicológico, social, cultural ou espiritual (MARTINS et al, 1996, p. 7). Pode-se, então, segundo Campos (2007), avaliar a QV sob dois aspectos: objetivo e subjetivo. O aspecto objetivo é possível de ser aferido, 29 através das condições de saúde física, remuneração, habitação, e também, por meio daqueles indicadores observáveis e mensuráveis. Já a subjetividade da QV busca os sentimentos humanos, as percepções qualitativas das experiências vividas. O termo QV é usado em vários setores da sociedade e campos de estudos: saúde, filosofia, política, cidadania, religião, cultura, entre outros. Porém os seus conceitos são diversos. QV é um “conjunto harmonioso e equilibrado de realizações em todos os níveis, como: saúde, trabalho, lazer, sexo, família e desenvolvimento espiritual” (RAMOS, 1995, p. ). Alguns autores definem QV como sendo: a “valoração subjetiva que o paciente faz de diferentes aspectos de sua vida, em relação ao seu estado de saúde”(GUITERAS & BAYÉS, 1993, p. 179); “os aspectos da vida de uma pessoa que são afetados por mudanças no seu estado de saúde, e que são significativos para a sua qualidade de vida”(CLEARY et al. 1995, p. 91) e o “valor atribuído à duração da vida, modificado pelos prejuízos, estados funcionais e oportunidades sociais que são influenciados por doença, dano, tratamento ou políticas de saúde” (EBRAHIM, 1995, p. 1384), os quais relacionam o conceito de QV ao estado de saúde. Segundo Spilker (1996) os pesquisadores e estudiosos do assunto trabalham a QV englobando campos distintos como estado físico e habilidades funcionais, estado psicológico e bem-estar, interações sociais, fatores e estados econômicos e/ou vocacionais, estado espiritual e/ou religioso. E que, alguns autores, em seus estudos ou pesquisas, avaliam apenas determinados campos considerados pertinentes ao que se vai pesquisar; dessa forma, algumas investigações deveriam ser distinguidas entre si, já que poucas avaliam todos os campos que envolvem qualidade de vida. Spilker refere ainda que o conceito apresenta três níveis: (1) avaliação total do bemestar, (2) domínio global (físico, psicológico, econômico, espiritual e social) e (3) componentes de cada domínio. Para Spilker todos estes componentes podem ser avaliados por testes e escalas em conjunto ou isoladamente. Os instrumentos de mensuração da qualidade de vida relacionada à saúde tendem a manter o caráter multidimensional e avaliam ainda a percepção geral da QV, embora a ênfase habitualmente recaia sobre sintomas, incapacidades ou limitações ocasionadas por enfermidade (SEIDL & ZANNON, 2004, p. 583). Tentando sintetizar a complexidade da noção de qualidade de vida e de sua relatividade vis-à-vis as diferentes culturas e realidades sociais, diversos instrumentos têm sido construídos. Entre os primeiros, talvez o mais conhecido e difundido seja o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), elaborado pelo Programa das Nações Unidas para o 30 Desenvolvimento (PNUD). O IDH foi criado com a intenção de deslocar o debate sobre desenvolvimento de aspectos puramente econômicos – como nível de renda, produto interno bruto e nível de emprego – para aspectos de natureza social e também cultural. Embutida nesse indicador encontra-se a concepção de que renda, saúde e educação são três elementos fundamentais da qualidade de vida de uma população (MINAYO et al., 2000, p.10). Na década de 70 houve uma proliferação de instrumentos de avaliação de qualidade de vida e afins, a maioria desenvolvida nos Estados Unidos com um crescente interesse em traduzí-los para aplicação em outros países. A constatação de que não havia nenhum instrumento que avaliasse qualidade de vida dentro de uma perspectiva transcultural motivou a Organização Mundial da Saúde a desenvolver um instrumento com estas características. O resultado foi a elaboração do WHOQOL-100, um instrumento de avaliação de qualidade de vida composto por 100 itens (WHOQOL GROUP, 1995, p.1435). Assim, o WHOQOL-100 baseia-se nos pressupostos de que qualidade de vida é uma construção subjetiva (percepção do indivíduo em questão), multidimensional e composta por elementos positivos (por exemplo, mobilidade) e negativos (dor) (MINAYO et al, 2000, p. 09). Diversos instrumentos têm sido propostos, sendo administrados por entrevistadores ou auto-administráveis. Os instrumentos de medida de qualidade de vida podem ser divididos em dois grupos: genéricos e específicos. Os instrumentos genéricos são utilizados na avaliação da QV da população em geral. Em relação ao campo de aplicação, usam-se questionários de base populacional sem especificar enfermidades, sendo mais apropriadas a estudos epidemiológicos, planejamento e avaliação do sistema de saúde. Os mais freqüentemente utilizados no mundo são: Sickness Impact Profile (SIP), Nottingham Health Profile (NHP), McMaster Health Index Questionnaire (MHIQ), Rand Health Insurance Study (Rand HIS), The Medical Outcomes Study 36-Item Short Form Health Survey (SF-36), Avaliação da Qualidade de Vida da Organização Mundial da Saúde (WHOQOL-100), entre outros (CAMPOS & NETO, 2008, p. 235). Nesta pesquisa optou-se por utilizar o WHOQOL-bref, uma versão abreviada do WHOQOL-100. Este instrumento é composto por quatro domínios e engloba 02 questões gerais acerca da qualidade de vida e 24 subdomínios (facetas). O primeiro domínio é o físico e suas facetas são: dor e desconforto; energia e fadiga; sono e repouso; mobilidade; atividades da vida cotidiana; dependência de medicação ou de tratamentos; e capacidade de trabalho. O segundo é o psicológico, caracterizado pelos sentimentos positivos; pensar, aprender, memória e concentração; auto-estima; imagem corporal e aparência; sentimentos negativos; e 31 espiritualidade/ religião/crenças pessoais. O terceiro refere-se às relações sociais e engloba as relações pessoais; suporte social; e atividade sexual. E o quarto domínio diz respeito ao meio ambiente, abrangendo a segurança física e proteção; ambiente no lar; recursos financeiros; cuidados com a saúde e sociais (disponibilidade e qualidade); oportunidades de adquirir novas informações e habilidades; participação e oportunidades de recreação/lazer; ambiente físico (poluição, ruídos, trânsito, clima); e transporte (FLECK et al., 2000). Os instrumentos específicos são capazes de avaliar de forma individual e específica determinados aspectos da qualidade de vida, proporcionando uma maior capacidade de detecção de melhora ou piora do aspecto específico em estudo. Sua principal característica é seu potencial de ser sensível às alterações, ou seja, a capacidade que possui de detectar alterações após uma determinada intervenção. Podem ser específicos para uma determinada função (capacidade física, sono, função sexual), para uma determinada população (idosos, jovens), para uma determinada alteração (dor). Pode-se citar como instrumento específico o TAPQOL (Preschool children Quality of Life), American Rheumatism Association (ARA) Functional Class, Katz Activities of Daily Living (ADL) Instruments, Functional Status Index (FSI), Stanford Health Assessment Questionnaire (HAQ), Arthritis Impact Measurement Scales (AIMS) etc (CICONELLI, 2003, p. 10). Tendo em vista a variabilidade do conceito de qualidade de vida e sua subjetividade, com o propósito de se orientar as políticas para um envelhecimento bem sucedido, parece imprescindível conhecer o que, para a maioria dos idosos, está relacionado ao bem estar, à felicidade, à realização pessoal, enfim, à qualidade de vida nessa faixa etária (VECCHIA, et al., 2005 p.247). O envelhecimento assume um caráter de experiência heterogênea e o modo de envelhecer pode ou não garantir o envelhecimento saudável e satisfatório, que, na verdade, depende da maneira como cada indivíduo organiza e vivencia seu curso de vida, das circunstâncias históricas culturais, dos fatores patológicos que podem interferir na sua saúde e dos fatores genéticos e ambientais (COSTA, 2003, p. 20). O envelhecer ativamente está relacionado a uma percepção satisfatória que os indivíduos têm a respeito de sua posição na vida dentro um contexto cultural e sistema de valores nos quais ele vive, bem como aos seus objetivos, expectativas e normas sociais. Qualidade de vida representa em um indivíduo respostas objetivas (físico) e mentais (subjetiva) fatores que contribuem para uma vida "normal", permeado com a satisfação pessoal, auto-estima, comparações com outras pessoas, experiências anteriores, financeira situação, o estado geral de saúde física e emocional (ALEXANDRE et al., 2009, p.615). 32 3- METODOLOGIA 3.1– Classificação da Pesquisa Esta é uma pesquisa social, quantitativo e qualitativo, orientada de acordo com o método descritivo. A pesquisa social, compreendida por Minayo (2007) como sendo os vários tipos de investigação que tratam do ser humano em sociedade, de suas relações e instituições, de sua história e de sua produção simbólica, de base quanti-qualitativa, que de acordo com Mays e Pope (2006, p.15), em vez de as abordagens qualitativas e quantitativas serem vistas como opostos metodológicos, cada uma pode ser vista como complementar a outra, uma vez que a atenção à saúde lida com pessoas, e as pessoas são, em geral, mais complexas do que o sujeito das ciências naturais, há um conjunto de questões sobre a interação humana – e sobre como as pessoas interpretam a interação – que pode vir a exigir respostas antes que os profissionais de saúde tentem quantificar comportamentos ou eventos. O método descritivo, segundo Freitas et al. (2000, p. 106) pretende identificar quais situações/eventos, atitudes ou opiniões manifestas em uma população, descreve a distribuição de algum fenômeno na população ou entre os subgrupos desta, ou, ainda faz uma comparação. A pesquisa qualitativa explora as compreensões subjetivas das pessoas a respeito de sua vida diária (MAYS & POPE, 2006, p. 17). Tenta interpretar os fenômenos sociais (interações, comportamentos, etc.) em termos dos sentimentos que as pessoas dão; em função disso, é comumente referida como pesquisa interpretativa (MAYS & POPE, 2006, p. 13). A abordagem quantitativa tem como campo de práticas e objetivos a compreensão dos dados, dos indicadores e das tendências observadas na realidade, classificando e transformando-os em variáveis interpretativas (MINAYO; SANCHES, 1993, p. 247). 3.2– Participantes da pesquisa Participaram da pesquisa 18 idosos do gênero masculino que comparecerem ao Centro de Saúde nº. 01 de Planaltina-DF para a utilização dos seus serviços no mês de outubro de 2009, tendo estes concordado e assinado o termo de consentimento livre e esclarecido. 33 3.3 – Local da pesquisa A coleta de foi realizada nas dependências do Centro de Saúde 01 enquanto os idosos esperavam para serem atendidos em qualquer dos serviços oferecidos: curativos, troca de receitas, consultas etc.. 3.4 – Critérios de inclusão e exclusão Foram incluídos na pesquisa os homens idosos a partir de 60 anos usuários do Centro de Saúde nº 01 de Planaltina- DF. Foram excluídos da pesquisa os indivíduos com idade inferior a 60 anos e os idosos com incapacidade de responderem por si mesmo. 3.5 – Instrumentos de coleta de dados A coleta de dados foi feita através de: 1. Entrevista individual com o idoso por meio da utilização do roteiro semiestruturado com perguntas relacionadas ao perfil socioeconômico e demográfico, bem como informações sobre estado de saúde, freqüência da procura por serviços de saúde e Doenças Crônicas não Transmissíveis (Anexo A); 2. Instrumento de Avaliação de Qualidade de Vida da OMS (WHOQOL-bref) (Anexo B). A coleta de dados foi realizada por meio de entrevista semi-estruturada, que combina perguntas abertas (menos direcionadas) e fechadas (direcionadas ou estruturadas), em que o entrevistado tem a possibilidade de discorrer sobre o tema em questão sem se prender a indagação formulada (MINAYO, 2007, p. 261). A entrevista como fonte de informação fornece dados secundários e primários de duas 34 naturezas: (a) fatos que o pesquisador poderia conseguir por meio de outras fontes como censos, estatísticas, registros civis, atestados de óbitos e outros; (b) e os que se referem diretamente ao individuo entrevistado. São informações que tratam da reflexão do próprio sujeito sobre a realidade que vivencia e que os cientistas sociais costumam denominar “subjetivos” e só podem ser conseguidos com a contribuição da pessoa (MINAYO, 2007, p. 262). A constatação de que não havia nenhum instrumento que avaliasse qualidade de vida dentro de uma perspectiva transcultural motivou a Organização Mundial da Saúde a desenvolver um instrumento com estas características. O WHOQOL-100 é um instrumento que possui seis domínios (psicológico, físico, nível de independência, relações sociais, ambiente e espiritualidade). Cada domínio é constituído por facetas que são avaliadas por quatro questões. Assim, o Instrumento é composto por 24 facetas específicas e uma faceta geral que inclui questões de avaliação global de qualidade de vida (FLECK et al., 1999, p. 200). A necessidade de instrumentos curtos que demandem pouco tempo para seu preenchimento, mas com características psicométricas satisfatórias, fez com que o Grupo de Qualidade de Vida da OMS desenvolvesse uma versão abreviada do WHOQOL-100, o WHOQOL-bref (THE WHOQOL GROUP, 1998, p. 553). O WHOQOL-bref consta de 26 questões, sendo duas questões gerais de qualidade de vida e as demais 24 representam cada uma das 24 facetas que compõe o instrumento original (Tabela 1). Assim, diferente do WHOQOL-100 em que cada uma das 24 facetas é avaliada a partir de 4 questões, no WHOQOL-bref cada faceta é avaliada por apenas uma questão (FLECK et al, 2000, p.179). Ao preservar cada uma das 24 facetas do instrumento original (o WHOQOL-100),35 a versão abreviada preservou a abrangência do construto “qualidade de vida” incluindo itens não só referentes a aspectos físicos e psicológicos, mas também relativos ao meio ambiente e relações sociais (FLECK et al, 2000, p.182). A versão abreviada WHOQOL-100 mostrou-se uma alternativa útil para as situações em que a versão longa é de difícil aplicabilidade como em estudos epidemiológicos e/ou com utilização de múltiplos instrumentos de avaliação (FLECK et al, 2000, p.182). 3.6– Análise dos dados A análise dos dados foi realizada da seguinte forma: a. Apresentação, por meio de tabelas confeccionadas no Microsoft Office Excel 2003, das características socioeconômicas- demográficas e os dados referentes à qualidade de vida. b. Tabulação dos dados e apresentação dos gráficos no programa Microsoft Office Excel 2003, para apresentação da incidência de Doenças Crônicas não Transmissíveis prevalentes nestes idosos; c. Utilização do programa SPSS (Statistical Package for the Social Sciences - pacote estatístico para as ciências sociais) para efetuação dos cálculos estatísticos da pesquisa. Este programa teve a sua primeira versão em 1968 e é um dos programas de análise estatística mais utilizado nas ciências sociais. 3.7- Aspectos éticos da pesquisa O projeto de pesquisa foi aprovado mediante o parecer nº 207/2009 (ANEXO E) após seguir as orientações do Comitê de Ética em Pesquisa da Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde (FEPECS) baseado na resolução CNS nº 196/96, que fornece as diretrizes da pesquisa envolvendo seres humanos no Brasil. 36 4- APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS 4.1- APRESENTAÇÃO DO CAMPO A coleta de dados foi realizada no Centro de saúde nº 1 de Planaltina que fica próximo ao Hospital Regional de Planaltina na Área Especial entre vias NS1/WL4 – Planaltina-DF. Construído com a colaboração dos Ministérios da Previdência e Assistência Social e da Saúde foi inaugurado em 20.10.81 com sistema de atenção primária a saúde. Possui os ambulatórios de pediatria, clínica médica, ginecologia, pré-natal, planejamento familiar, grupos de hipertensos, diabéticos e idosos, tisiologia, hanseníase, DST/AIDS e odontologia. Funciona de 2ª a 6ª feira das 7h às 18h, tendo como área de abrangência: Vila Buritis (quadras 3 a 6), Arapoanga, Vale do Amanhecer, Buritis IV (quadra 23 a 26), Área Rural (Santos Dumont, Taquara, Pipiripau, Retiro do Meio, Cerâmicas Reunidas Dom Bosco, Rajadinha, São José, Rio Preto, Barra Alta, São Gonçalo, Estandislau, Setor de Chácaras Mestre D’armas, Córrego do Atoleiro). Possui 58 funcionários: 1 Assistente social, 1 Auxiliar de Serviço social, 2 porteiros, 5 agentes de saúde, 4 AOSD (Enfermagem), 2 AOSD (Patologia Clínica), 1 ASOD (serviço geral), 17 Auxiliar de Enfermagem, 6 enfermeiras, 1 farmacêutica bioquímica, 2 médicos clínicos, 2 pediatras, 2 ginecologistas, 5 odontotológos e 7 técnicos administrativos. Em setembro de 2009 foram realizados 3680 atendimentos. Houve um aumento nos atendimentos de Pediatria e Clínica Médica devido a Cobertura da Gripe Suína. Além dos programas de saúde como o de atendimento a saúde da criança neste centro de saúde também há o Programa de Assistência Integral a Saúde do Idoso - PAISC. O PAISC existe a pelo menos dez anos e conta com atendimento ambulatorial de clínica médica feito pela Drª Ana Lucia de Souza Miranda que é coordenadora do programa. Também dispõe de atividades como automassagem todos os dias a partir das 07h, terapia ocupacional, cursos, passeios, reuniões, grupos de diabéticos e hipertensos, bazar permanente dos trabalhos feito pelo grupo CSP01 4ª feira 08h às 12h no Hospital Regional de Planaltina e palestras mensais sobre temas diversos, também possui visitas médicas domiciliares aos idosos acamados, Ambulatório de Apoio ao Cuidador do Acamado (entrevistas e trocas de receitas) e fisioterapia em casa na terças, quintas e sexta-feira à tarde. 37 4.2- APRESENTAÇÃO DOS DADOS SOCIOECONÔMICOS DEMOGRÁFICOS Foram entrevistados 18 homens idosos com idades ente 60 e 79 anos de idade, 67% eram idosos jovens com menos de 70 anos dos quais 41% eram casados, 42% eram solteiros, 50% estudaram entre a 1ª e a 4ª série do ensino fundamental e 58% tem uma renda de até dois salários mínimos. A maioria, 75% destes homens moram com a esposa e/ou filhos e em casa própria (83%). Dos idosos mais velhos (33%), 67% eram casados e 33% viúvos; 50% cursaram entre a 1ª e a 4ª série do ensino fundamental e todos eram aposentados com renda de até dois salários mínimos. 83% destes idosos moram com esposa e/ ou filhos e todos moram em casa própria (Tabela 01). Tabela 01- Dados socioeconômico demográficos segundo a faixa etária. Características <70 anos >70 anos n Situação conjugal Casado Solteiro Divorciado Viúvo Escolaridade Analfabeto 1ª a 4ª serie 8ª serie Ensino médio Não respondeu Ocupação Aposentado Trabalha Outro Renda 1 a 2 salários 3 a 4 salários Não tem Arranjo familiar Moram com esposa e/ou filhos Moram com irmãos Mora sozinho Tipo de moradia Própria Outro Total % 12 06 18 05 05 02 - 04 02 09 05 02 02 50 28 11 11 01 06 03 01 01 03 03 01 09 03 01 04 05 50 17 06 22 04 06 02 06 - 10 06 02 56 33 11 07 02 03 06 - 13 02 03 72 11 17 09 02 01 05 01 - 14 03 01 78 17 05 10 02 06 16 02 89 11 Fonte: Idosos usuários do Centro de Saúde nº 01 de Planaltina-DF, outubro de 2009. 38 4.3- APRESENTAÇAO DOS DADOS SOBRE ESTILO DE VIDA Quanto às questões relativas ao estado de saúde e estilo de vida, 39% disseram ter a saúde boa, 33% média, 22% ruim e 6% disseram que a saúde é muito boa (Gráfico 01). Quanto ao consumo de bebida alcoólica, 28% dos entrevistados em eventos sociais, e 78% não consome bebida alcoólica 61% dos idosos fumam ou já fumaram sendo que 55% por período entre 10 e 20 anos, 18% por mais de 30 anos e 39% nunca fumaram (Tabela 2). Tabela 02- Hábitos de fumar e consumo de bebida alcoólica. Fuma ou já fumou? Sim Quanto tempo Entre 10 e 20 anos Entre 20 e 30 anos Mais de 30 anos Não Consome bebida alcoólica? Sim Não N % 11 61 06 03 02 07 55 27 18 39 05 13 28 72 Fonte: Idosos usuários do Centro de Saúde nº 01 de Planaltina-DF, outubro de 2009. 39 Quanto às internações hospitalares, 28% estiveram internados entre 2 e 6 vezes nos últimos 12 meses e 33% entre 4 e vezes, 78% procuraram por tratamento médico nos últimos 12 meses e 28% ficaram internados mais de duas vezes nos últimos quatro anos (Tabela 3). Tabela 03- Número de internações Esteve internado em um hospital neste ultimo ano? Sim Não Nos últimos 12 meses, quantas vezes você procurou o médico ou uma clínica para tratamento? Nenhuma vez 1 vez 2 ou 3 vezes 4-6 vezes Mais do que 6 vezes Nos últimos quatro anos você esteve internado mais de duas vezes? Sim Não n % 05 13 28 72 02 02 05 06 03 11 11 28 33 17 05 13 28 72 Fonte: Idosos usuários do Centro de Saúde nº 01 de Planaltina-DF, outubro de 2009. 94 % disseram ter um amigo ou parente que possa cuidar dele caso um dia chegue a precisar (Tabela 4). Tabela 04- Rede social de apoio e arranjo familiar. Existe algum amigo, parente ou vizinho que poderia tomar conta de você por alguns dias se você precisar? Sim Não Arranjo familiar Mora com esposa e filhos Moram com a esposa Moram com os filhos Moram com irmãos Mora sozinho n % 17 01 94 06 07 04 03 03 01 39 22 17 17 05 Fonte: Idosos usuários do Centro de Saúde nº 01 de Planaltina-DF, outubro de 2009. A maioria dos idosos (72%) disse que seu estilo de vida faz bem a saúde, (56%) praticam exercícios físicos regularmente (Tabela 5). 40 Tabela 05- Pratica de exercícios físicos e estilo de vida. n Pratica exercícios físicos? Sim 10 Não 08 Seu estilo de vida faz bem a sua saúde? Sim 13 Não 01 Não respondeu 04 % 56 44 72 06 22 Fonte: Idosos usuários do Centro de Saúde nº 01 de Planaltina-DF, outubro de 2009. Com relação ao número de patologias crônicas 56% dos entrevistados têm pelo menos uma doença crônica, 22% têm de duas três doenças crônicas, sendo a mais prevalente a hipertensão (56%). Dos idosos maiores de 70 anos 100% deles possuem pelo menos uma patologia crônica. Dos idosos que disseram não ter nenhuma doença (22%), todos eram idosos jovens com menos de 70 anos. Quanto ao tempo de diagnóstico, 21% descobriram a doença a mais de dez anos, 29% entre um e cinco anos e 29% não sabem dizer quando. 57% dos entrevistados portadores de doenças crônicas fazem acompanhamento médico de rotina desde que descobriram a doença, enquanto que 36% deles não responderam ao questionamento. 78% dos entrevistados disseram que na vida adulta não costumavam ir ao médico rotineiramente, só buscavam os serviços de saúde em caso de doença (Tabela 06). Tabela 06- Número de patologias e comportamento de auto cuidado. n Número de patologias crônicas Uma 10 Duas 03 Três 01 Nenhuma 04 Quando foi diagnosticada (descoberta) a doença?* Menos de 1 ano 02 Entre 1 e 5 anos 04 Entre 5 e 10 anos 01 Mais de 10 anos 03 Não sabe 04 Desde que descobriu tem feito acompanhamento médico?* Sim 08 Não 01 Não respondeu 05 Na sua vida adulta costumava ir ao médico rotineiramente ou apenas quando ficava doente? Rotineiramente 04 Quando ficava doente 14 % 56 17 05 22 14 29 07 21 29 57 07 36 22 78 Fonte: Idosos usuários do Centro de Saúde nº 01 de Planaltina-DF, outubro de 2009. *Questões respondidas apenas pelos 14 homens idosos que disseram ter alguma doença crônica. 41 Quanto à avaliação da velhice 22% dos homens idosos entrevistados disseram que sua velhice será ou está sendo muito boa ou ótima, os quais todos eram idosos jovens com menos de 70 anos e 11% disseram estar sendo ruim, sendo estes, maiores de 70 anos. Em geral a maioria (61%) disse que a velhice será ou esta sendo boa (Tabela 05). Tabela 07- Avaliação da velhice segundo a faixa etária. Idade <70 Como você acha que será (ou está sendo) sua velhice? Ótimo/muito boa 04 Bom 08 Ruim Não respondeu/silencio Total 12 >70 % 03 02 01 06 22 61 11 06 100 Fonte: Idosos usuários do Centro de Saúde nº 01 de Planaltina-DF, outubro de 2009. 4.4- APRESENTAÇÃO DOS DADOS SOBRE QUALIDADE DE VIDA No que se refere aos escores de qualidade de vida, eles são uma escala positiva (quanto maior o escore, melhor a qualidade de vida), e não existem pontos de corte que determinem um escore abaixo ou acima do qual se possa avaliar a qualidade de vida como “ruim” ou “boa”. As questões possuem respostas com numeração de um a cinco onde: 1=0%, 2=25%, 3=50%, 4=75% e 5=100%. De maneira geral, foram obtidos escores satisfatórios de qualidade de vida subjetiva, visto que estão mais próximos de cinco (100%). O desvio padrão da amostra refere-se a média dos valores de cada resposta. As respostas a pergunta referente à primeira questão, “Como você avaliaria sua qualidade de vida?” obteve uma média de 3,66 (68,62%) de avaliação positiva comparado ao escore máximo (5=100%), com um desvio padrão de 0,48 para a média de respostas às questões. A satisfação com saúde, questão 2, obteve pontuação semelhante à avaliação de qualidade de vida com uma média de 3,5 (65,62%) com desvio padrão de 0,7 para a média de respostas às questões. As outras questões relacionadas aos domínios físico, social, ambiental e psicológico não tiveram variações significativas, obtendo uma média total de 3,64 (72,8%), a questão de escore mais baixo foi à questão pertencente ao domínio social na qual se pergunta: “Você tem dinheiro suficiente para satisfazer suas necessidades?” em que a resposta média foi de 2,52 equivalentes a 50,5%. A questão com pontuação mais elevada para a avaliação da 42 qualidade de vida foi do domínio social com a pergunta “Quão satisfeito você está com o apoio que recebe de seus amigos?” com média de 4,22, equivalentes a 84% (Tabela 08). Tabela 08- Estatística descritiva. Valores dos domínios de qualidade de vida. Questões/domínios Média s CV Valor Valor mínimo máximo Amplitude 01 Global 3,6 0,48 13,22 3 4 1 02 Global 3,5 0,70 20,20 2 4 2 03 Físico 3,83 1,09 28,64 2 5 3 04 Físico 3,5 1,15 32,86 2 5 3 05 Psicológico 3,44 1,14 33,35 1 5 4 06 Psicológico 4 0,48 12,12 3 5 2 07 Psicológico 3,72 0,66 17,97 2 5 3 08 Ambiente 3,88 0,41 12,12 2 4 2 09 Ambiente 3,05 1,25 41,20 1 5 4 10 Físico 3,83 0,71 18,44 2 5 3 11 Psicológico 4 0,73 18,25 3 5 2 12 Social 2,52 1,00 39,82 1 4 3 13 Social 3,44 0,78 22,75 1 4 3 14 Ambiente 3,11 1,07 34,66 1 4 3 15 Físico 3,88 1,07 27,73 2 5 3 16 Físico 3,61 0,97 27,09 1 5 4 17 Físico 3,88 0,90 23,14 1 5 4 18 Físico 3,64 0,86 23,62 2 5 3 19 Social 4 0,65 16,36 2 5 3 20 Social 3,77 1,16 30,86 1 5 4 21 Social 3,70 0,91 24,81 2 5 3 22 Social 4,22 0,54 12,98 3 5 2 23 Ambiente 4,11 0,47 11,46 3 5 2 24 Ambiente 3,66 0,85 22,91 2 5 3 25 Ambiente 3,05 1,25 41,20 1 5 4 26 Psicológico 3,77 1,26 33,42 1 5 4 CV- Coeficiente de variação s - desvio padrão Fonte: Idosos usuários do Centro de Saúde nº 01 de Planaltina-DF, outubro de 2009. 43 Quanto à pontuação dos domínios, as relações sociais obtiveram uma pontuação média de 70,22%, domínio ambiental 58,51%, domínio psicológico 59,69%, domínio físico 50% e nível de independência 56,48% (Gráfico 2). . As facetas do questionário de qualidade de vida avaliaram alguns fatores que determinam a qualidade de vida. Do ponto de vista do avaliado o índice geral de qualidade de vida foi de 72%. As menores pontuações foram para dependência de medicação ou de tratamentos e para dor e desconforto, respectivamente, 37,5% e 39,58%. As questões com maiores pontuações foram ambiente no lar 77,78%, suporte social 77,78%, relações pessoais 73,15%, mobilidade 72,22% e auto-estima 75,83% (Gráfico 03). 44 45 5- DISCUSSÃO DOS RESULTADOS Observou-se que a autopercepção do estado saúde dos homens idosos entrevistados está diretamente relacionada com o comportamento preventivo e rede apoio social destes homens. Mesmo aqueles idosos com mais de uma doença disseram ter uma saúde boa. A prática de exercícios físicos, a rede de apoio social se mostra importante ao homem idoso pelo fato de muitos dependerem de cuidados básicos como alimentar-se e tomar medicação na hora certa, cuidados com a higiene de modo geral, ter companhia e outros cuidados que a companheira e ou a família presta ao idoso afeta diretamente seu estado de saúde contribuindo para manutenção do estado de saúde e diminuir o número de enfermidades agudas e seus agravos. O uso dos serviços de saúde de forma rotineira na idade adulta também contribuiu para uma percepção de positiva de estado de saúde destes homens. Infere-se dos dados da pesquisa que a demanda de procura por serviços de saúde aumenta conforme os homens vão envelhecendo, isto se dá porque segundo a maioria afirma só procuravam os serviços de saúde quando estava muito doente a ponto de não agüentar mais (78% dos entrevistados). O mesmo número de entrevistados também afirma que procuraram duas vezes ou mais por tratamento médico nos últimos 12 meses. Observa-se que no decorrer dos anos além do declínio fisiológico ocasionado pelo envelhecimento, agregado ao estilo de vida e hábitos comportamentais relacionados a um auto cuidado deficiente, a propensão genética, de gênero/sexo de algumas doenças, estes homens passam a apresentar doenças crônicas com episódios agudos o que explica a maior procura por serviços de saúde depois dos 60 anos. Sobre isso, Braz (2005) diz que os homens internam-se mais gravemente e procuram a emergência quando já não suportam mais a doença o que leva ao maior número de mortes entre homens idosos do que em mulheres. Alguns estudos afirmam a relação direta da renda e escolaridade com a percepção da saúde em que os idosos com menor renda e poucos anos de estudo procuram menos os serviços de saúde e tendem a ter uma autopercepção negativa do estado de saúde e conseqüentemente da qualidade de vida (CAETANO, 2006; ALEXANDRE, 2009; VERAS, 2005). Caetano (2006) diz que a percepção do estado de saúde apresenta uma relação direta com a renda: quanto maior o poder aquisitivo, maior a proporção dos que declaram sua saúde como boa/muito boa e vice-versa. No entanto, no estudo de Gomes (2007), os entrevistados homens de baixa renda e homens de alta renda responderam por que as mulheres procuravam mais os serviços de saúde que os homens umas das respostas de ambos os grupos foi devido à 49 46 falta de tempo, isto é, os homens de famílias pobres tinham que trabalhar para dar o sustento as suas famílias, mesmo doentes, indo ao médico somente quando já não agüentavam mais e os que detinham um poder aquisitivo maior tinham que trabalhar para manter seu nível de vida e com o envolvimento na carreira profissional deixava tudo para depois, até a saúde. Os outros motivos incluíam medo de descobrirem algo grave, preservar sua masculinidade e falta de adequação dos serviços públicos ao atendimento do homem. Neste estudo alguns dos entrevistados disseram que não procuravam os serviços de saúde nem mesmo quando a enfermidade estava insuportável, procuravam farmácias, praticavam automedicação e uso remédios caseiros. Foi observado também este receio de descobrir que alguma coisa ia mal, nas falas de alguns entrevistados, principalmente sobre doenças incapacitantes. A maioria dos idosos entrevistados (56%) possuía pelo menos uma doença crônica sendo que todos os idosos maiores de 70 anos possuíam alguma doença crônica. Ramos (2003) confirma em seu estudo que 90% dos idosos tinham pelo menos uma doença crônica sendo a mais prevalente a hipertensão arterial, como observado neste trabalho. Rego et al. (1990) e Lima-Costa (2004) dizem ainda que, a hipertensão arterial é a de maior prevalência dentre as várias doenças que acometem o idoso é potencialmente danosa ao sujeito velho e que também é uma das doenças que mais se relaciona com mortalidade e morbidade e apresenta um risco mais acentuado em homens do que em mulheres, cerca de duas vezes mais. Isso se torna importante quando o idoso sofre algum agravo incapacitante como, por exemplo, o AVC, onde se torna essencialmente importante a presença de um cuidador que, na maioria das vezes é alguém da família, ter alguém com quem contar é se torna um fator importante para a manutenção da saúde e qualidade de vida. Alguns dos entrevistados, ao responderem as questões sobre acesso aos serviços de saúde (questão 24 do WHOQOL-bref), disseram que o serviço de saúde público é bom e que estavam satisfeitos com o atendimento, ouros já disseram que o atendimento não era tão bom que muitas vezes faltam remédios e marcar alguns tipos de exames eram muito difíceis e pagar por um serviço particular é muito dispendioso. Lima-Costa (2004) diz que a renda se mostra um fator importante para a manutenção da saúde, o papel de mantenedor da família obriga o homem a ter um comportamento negligente, porque ele vai estar sempre preocupado com o trabalho, e trabalhando a vida passa e com a chegada da velhice começam a aparecer as doenças. As pessoas com alta renda têm maior condição de acesso aos serviços de saúde com maior facilidade e de boa qualidade, acesso a serviços de saúde de melhor qualidade, medicamentos e tratamentos mais eficazes, além de boa alimentação e lazer. No entanto, neste estudo, da maioria dos idosos dos entrevistados (72%) com renda de até dois salários mínimos 47 sendo que 45% dos idosos declararam saúde como ótima ou boa e uma média de 3,66 (68,62%) de índice de qualidade de vida. A maioria dos idosos entrevistados que disseram que o seu estilo de vida faz bem a sua saúde e atribuem isto ao fato de praticarem exercícios físicos regularmente e entre estes a grande maioria disse ter boa saúde. Os dados do presente trabalho revelaram que os indivíduos sedentários apresentaram escores ligeiramente menores de saúde percebida. Notase que a prática de exercício físico contribui para um bom funcionamento fisiológico e controle de doenças. Os estudos de Laurenti (2005) e Cupertino (2007) dizem que um dos indicadores ou o principal indicador de qualidade de vida na velhice bem como uma autoavaliação positiva da saúde é a autonomia e manutenção da força física o e a prática de exercício físico contribui significativamente para isso. Neste estudo não houve nenhum idoso com comprometimento das atividades da vida diária o que contribui para respostas positivas quanto à qualidade de vida. Chaimowicz (1997) diz que as questões da capacidade funcional e autonomia do idoso podem ser mais importantes que a prática regular de atividade física – mesmo se iniciada após os 65 anos – contribui para maior longevidade, redução das taxas gerais de mortalidade, melhora da capacidade fisiológica em portadores de doenças crônicas, redução do número de medicamentos prescritos, prevenção do declínio cognitivo, manutenção de status funcional mais elevado, redução da freqüência de quedas e incidência de fraturas e benefícios psicológicos, como melhora da auto-estima. Como destaca Néri (2001), quanto mais ativo o idoso, maior sua satisfação com a vida e, conseqüentemente, melhor sua qualidade de vida. Ainda com relação às respostas sobre estilo de vida pode-se observar que não há um comportamento de prevenção nas falas de alguns idosos como: “faz bem porque não sinto nada”, “não me sinto prejudicado pelo estilo de vida”, “sim porque me sinto bem”, “sou tranqüilo, o que tenho que fazer eu faço”. Estes idosos constituem um grupo de risco para agravos de saúde, pois se mostram acomodados com seu estado de saúde e provavelmente é resistente a educação em saúde, pois só se preocupam em fazer alguma coisa quando há alguma doença instalada. Em uma escala variando de 1 a 5, na qual quanto mais perto de cinco maior a qualidade de vida, os idosos participantes deste estudo obtiveram índices satisfatórios. Nenhum dos homens idosos disse que sua qualidade de vida é ruim ou muito ruim, nem mesmo aqueles com mais de uma doença crônica ou que disseram estar insatisfeitos com a saúde. 48 A qualidade de vida, neste estudo, mostrou-se fortemente relacionada com a autonomia e com a rede social de apoio dos entrevistados. Neste estudo a convivência familiar e ter amigos com quem contar mostrou-se significativo. No entanto, Alves e Rodrigues (2005) dizem que o idoso que mora sozinho avalia a sua saúde mais positivamente em relação àqueles que moram acompanhados, também abordam que é possível que idosos com duas ou três doenças crônicas possam se considerar saudáveis, quando tais doenças estão controladas. No estudo de Pereira (2006), ao analisar a contribuição dos diferentes domínios na qualidade de vida global, observou que os domínios diferiram a respeito da contribuição individual na qualidade de vida global: o domínio que mais contribuiu na qualidade de vida global foi o físico, seguido do ambiental e do psicológico; o social não teve contribuição estatisticamente significativa. Santos et al. (2002) aponta que a qualidade de vida do idoso compreende a consideração de diversos critérios de natureza biológica, psicológica e socioestrutural, pois vários elementos são apontados como determinantes ou indicadores de bem-estar na velhice: longevidade, saúde biológica, saúde mental, satisfação, controle cognitivo, competência social, produtividade, eficácia cognitiva, status social, continuidade de papéis familiares e ocupacionais e continuidade de relações informais com amigos. A rede de apoio social também pode ser motivo de índice de qualidade baixo devido à presença de conflitos intergeracionais. Os valores, as prioridades variam conforme a idade e a época em que se vive e as diferenças no modo de vivenciar os acontecimentos do dia a dia podem gerar conflitos. A diferença de idades, a incompreensão e a intolerância dos mais jovens quanto às mudanças ocorridas no indivíduo devido ao processo de envelhecimento podem contribuir para uma velhice sem qualidade de vida. Ramos (2002) diz que “a deterioração da saúde pode ser causada não somente por um ‘processo natural’, mas também por uma falta ou qualidade de relações sociais e vice-versa”. No estudo de Vecchia (2005) um dos perfis identificados entre os idosos foi o que prioriza a questão afetiva e a família; mencionaram situações referentes a relacionamentos interpessoais, equilíbrio emocional e boa saúde como importantes para qualidade de vida. Percebe-se que a avaliação da qualidade de vida pode muitas vezes ser difícil de ser mensurada por que engloba vários aspectos da vida do indivíduo não ser analisado apenas um tipo de domínio. Acreditamos que essa auto avaliação poder ter diferentes respostas no decorrer da vida da pessoa, por exemplo, uma pessoa pode estar passando por crise aguda de alguma doença e naquele momento ele afirma que não tem boa qualidade de vida por causa da doença, algum tempo depois de estabilizada ou curada a doença a pessoa volta a sua vida 49 normal e passa a ter uma avaliação positiva para qualidade de vida e saúde, assim também é aquele indivíduo que esta com problemas na família ou que está desempregado depois de passado o problema o indivíduo passa a ter uma avaliação diferente da que tinha antes. Assim sendo, a avaliação de qualidade de vida varia conforme a capacidade de enfrentamento do individuo, a relação com meio, tanto físico como social e com o seu sistema de valores que vai dizer a que ponto certo tipos de acontecimentos são importantes de modo que venham afetar sua qualidade de vida, principalmente os fatos que afetam a masculinidade o homem. Martins (1997) resumo isso dizendo que as características mais importantes do envelhecimento humano são, pois, a sua individualidade e diversidade, e estas características apresentam reflexos bem acentuados no estado de saúde. 6- CONTRIBUIÇÃO DA PESQUISA Conforme levantamento feito junto a coordenação do PAISI (Programa de Assistência Integral a Saúde do Idoso), os homens idosos inscritos neste programa não participam das atividades oferecidas pelo programa. Diante disso, foi elaborado um banner com dicas para um envelhecimento saudável que será entregue a coordenação do PAISI do Centro de Saúde nº 01 de Planaltina-DF (ANEXO C). 50 7- CONCLUSÃO Concluímos que os homens idosos usuários do Centro de Saúde nº 01 de Planaltina tem uma boa percepção de seu estado de saúde e uma boa qualidade de vida e que o perfil dos usuários de centro de saúde 01 é de idosos jovens, casados, baixa escolaridade e renda e moravam com esposa e/ou filhos em casa própria. 61% ex-tabagista, 78% procuram mais de duas vezes os serviços de saúde no ultimo ano. A DCNT mais prevalente nos sujeitos da pesquisa foi à hipertensão. A maior influencia na percepção positiva de saúde e qualidade de vida foi a rede de apoio social, auto estima e mobilidade. A menor influência na percepção positiva de saúde qualidade de vida foi dor e de desconforto, dependência de medicação e tratamentos, recursos financeiros. Para se alcançar um envelhecimento saudável é preciso que haja ações integradas que favoreçam a capacidade funcional e a autonomia do idoso, baseada na abordagem dos principais fatores determinantes da autopercepção da saúde como renda, escolaridade, capacidade funcional, morbidade, etc. mudar a perspectiva de avaliação da saúde para o olhar do próprio idoso, isto é, acolher o homem idoso de forma global de modo que todos os fatores que determinam essa percepção sejam levados em conta no momento de programar alguma ação de cuidado, nas orientações, tratamentos, etc., para que haja um “empoderamento” do indivíduo sobre sua pessoa, não mais como um sujeito paciente, mas como promotor ativo de sua saúde e qualidade de vida. Por conseguinte, há necessidade de um atendimento diferencial a essa clientela, não só ao homem idoso, mas aos homens de todas as idades de forma a criar ao longo do tempo uma cultura de auto cuidado e neste sentido a educação em saúde se torna primordial. Sendo assim, o cuidar do homem idoso em seu processo de envelhecimento requer do profissional de saúde conhecimentos sob esta perspectiva. Compreender que o processo de envelhecimento é diferente para os homens necessitando de uma abordagem adequada, preparando-o desde a vida adulta para um envelhecimento fisiológico saudável e com qualidade de vida. Enfim, são necessárias ações integradas em que todos os profissionais de saúde estejam envolvidos na promoção, manutenção e reabilitação da saúde dos idosos bem como na preparação dos indivíduos de todas as faixas etárias para a velhice saudável, desde os níveis de atenção primária a saúde e, a grande chave para essa conquista é a educação em saúde, na qual o papel da enfermagem é fundamental. 51 Ao enfermeiro cabe fazer as consultas de enfermagem, neste momento deve ser feita a avaliação do estado de saúde do idoso de forma integral, investigar o que realmente está interferindo no estado de saúde e/ou doença deste idoso. Abordando todos os determinantes de saúde e sempre ensinar o auto cuidado de forma a promover a responsabilidade pessoal que cada cliente deve ter por sua saúde. 8- REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS 1. ALEXANDRE, T.S. et al. Quality of life in active elderly. Rev Saúde Pública 2009;43(4):613-21. 2. ALVES, L.C. Determinantes da autopercepção de saúde dos idosos do município de São Paulo, 1999/2000 [dissertação de mestrado]. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais, Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional; 2004. 3. ALVES, Luciana Correia et al . A influência das doenças crônicas na capacidade funcional dos idosos do Município de São Paulo, Brasil. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 23, n. 8, Aug. 2007 . 4. ALVES, L.S; RODRIGUES, RN. Determinantes da autopercepção de saúde entre idosos do município de são Paulo, Brasil. Revista Panamericana de Saúde Pública, 2005; 17(5/6): 333-41. 5. BRASIL. Ministério da Saúde. 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Quanto tempo:_______ 7. Consome bebida alcoólica? Há quanto tempo___ (b) não (a) sim Com que freqüência? 8. Pratica exercícios físicos? (a) Sim Com que freqüência?___ 9. Tem alguma destas doenças? (a) Hipertensão, (b) Diabetes, (c) Doenças respiratórias (d) Doenças cardiovasculares? (b) não (b) Não (e) Osteoarticulares (artrite, osteoporose, etc.) (f) Prostatismo (g) Outras. Quais?____________ Caso não tenha alguma das doenças citadas na questão anterior, passar para a questão 12. 10. Quando foi diagnosticada (descoberta) a doença? 11. Desde que descobriu tem feito acompanhamento médico? (a) sim (b) não 12. Na sua vida adulta costumava ir ao médico rotineiramente ou apenas quando ficava doente? 13. O seu estilo de vida faz bem a sua saúde? Por quê? 14. Como você acha que será (ou esta sendo) sua velhice? ANEXO B INSTRUÇÕES Este questionário é sobre como você se sente a respeito de sua qualidade de vida, saúde e outras áreas de sua vida. Por favor, responda a todas as questões. Se você não tem certeza sobre que resposta dar em uma questão, por favor, escolha entre as alternativas a que lhe parece mais apropriada. Esta, muitas vezes, poderá ser sua primeira escolha. Por favor, tenha em mente seus valores, aspirações, prazeres e preocupações. Nós estamos perguntando o que você acha de sua vida, tomando como referência as duas últimas semanas. Por favor, leia cada questão, veja o que você acha e circule no número que lhe parece a melhor resposta. 1 2 Como você avaliaria sua qualidade de vida? Quão satisfeito você está com a sua saúde? Muito ruim 1 Ruim 2 Nem ruim nem boa 3 Boa Muito boa 4 5 Muito insatisfeito Insatisfeito Nem satisfeito nem insatisfeito Satisfeito Muito satisfeito 1 2 3 4 5 As questões seguintes são sobre o quanto você tem sentido algumas coisas nas últimas duas semanas. 3 4 5 6 7 8 9 Em que medida você acha que sua dor (física) impede você de fazer o que você precisa? O quanto você precisa de algum tratamento médico para levar sua vida diária? O quanto você aproveita a vida? Em que medida você acha que a sua vida tem sentido? O quanto você consegue se concentrar? Quão seguro você se sente em sua vida diária? Quão saudável é o seu ambiente físico (clima, barulho, poluição, atrativos)? Nada Muito pouco Mais ou menos Bastante Extremamente 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 1 2 2 3 3 4 4 5 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 As questões seguintes perguntam sobre quão completamente você tem sentido ou é capaz de fazer certas coisas nestas últimas duas semanas. Nada Muito pouco Médio Muito Completamente 10 11 12 13 14 Você tem energia suficiente para seu dia-a-dia? Você é capaz de aceitar sua aparência física? Você tem dinheiro suficiente para satisfazer suas necessidades? Quão disponíveis para você estão às informações que precisa no seu dia-a-dia? Em que medida você tem oportunidades de atividade de lazer? 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 As questões seguintes perguntam sobre quão bem ou satisfeito você se sentiu a respeito de vários aspectos de sua vida nas últimas duas semanas. Muito Ruim Nem ruim nem Bom Muito bom ruim bom 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 Quão bem você é capaz de se locomover? Quão satisfeito você está com o seu sono? Quão satisfeito você está com sua capacidade de desempenhar as atividades do seu dia-a-dia? Quão satisfeito você está com sua capacidade para o trabalho? Quão satisfeito você está consigo mesmo? Quão satisfeito você está com suas relações pessoais (amigos, parentes, conhecidos, colegas)? Quão satisfeito você está com sua vida sexual? Quão satisfeito você está com o apoio que você recebe de seus amigos? Quão satisfeito você está com as condições do local onde mora? Quão satisfeito você está com o seu acesso aos serviços de saúde? Quão satisfeito você está com o seu meio de transporte? 1 2 3 4 5 Muito insatisfeito Insatisfeito Nem satisfeito nem insatisfeito Satisfeito Muito Satisfeito 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 A questão seguinte refere-se à com que freqüência você sentiu ou experimentou certas coisas nas últimas duas semanas. 26 Com que freqüência você tem sentimentos negativos tais como mau humor, desespero, ansiedade, depressão? Nunca Algumas vezes Freqüentemente Muito freqüentemente Sempre 1 2 3 4 5 OBRIGADO PELA SUA COLABORAÇÃO! ANEXO C - BANNER DICAS PARA UM ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL Foi realizada neste estabelecimento de saúde a pesquisa intitulada autopercepção de saúde dos homens idosos usuários do Centro de Saúde nº 01 de Planaltina-DF. Foi observado que a maioria dos idosos que praticam exercícios físicos regularmente, que tem amigos e familiares com quem contar tem uma percepção positiva de saúde, isto é dizem que ter uma saúde boa. Assim sendo, sugerimos as seguintes atividades como fonte de lazer, socialização, promoção e manutenção da autonomia e independência funcional. - Ter convívio social e familiar: sair com amigos, passear com os netos, namorar, jogar - Fazer caminhada - Manter peso saudável; - Evitar cigarro e bebida alcoólica para prevenções de doenças; - Fazer exercícios para manter memória; -Ter alimentação saudável - Automassagem todos os dias a partir das 07h no círculo em frente ao CEMA; - Ginástica: 2ª, 4ª e 6ª feira - Terapia Ocupacional: cursos, reuniões e passeios do CSP 01 4ª feira das 4h às 17h, na cabana; - Palestras mensais uma vez ao mês conforme cronograma; - Dançar: Forró dos idosos, acontece na Casa do Idoso todos os sábados em frente a praçinha abaixo da Igreja Matriz de São Sebastião no Setor Tradicional - Parque da Água Mineral aberta de terça a domingo e feriados o acesso aos idosos é gratuito. ANEXO D Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE O Senhor está sendo convidada a participar do projeto: Autopercepção de saúde na velhice dos homens idosos usuários do Centro de Saúde 01 de Planaltina-DF. O nosso objetivo geral é: Saber como você percebe sua saúde na velhice, e os objetivos específicos são: conhecer seu perfil socioeconômico e demográfico; conhecer sua percepção em relação à qualidade de vida na velhice; identificar Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) mais prevalentes nos sujeitos da pesquisa e o que contribui para o agravo dessas doenças e, construir um banner informativo sobre como promover um envelhecimento saudável. O senhor receberá todos os esclarecimentos necessários antes e no decorrer da pesquisa e lhe asseguramos que seu nome não aparecerá sendo mantido o mais rigoroso sigilo através da omissão total de quaisquer informações que permitam identificá-lo. A sua participação será através de um questionário que você deverá responder na sala de espera para consulta desta unidade de saúde com um tempo estimado para seu preenchimento de: 10 minutos. Não existe obrigatoriamente, um tempo pré-determinado, para responder o questionário. Sendo respeitado o tempo de cada um para respondê-lo. Informamos que a Senhor pode se recusar a responder qualquer questão que lhe traga constrangimento, podendo desistir de participar da pesquisa em qualquer momento sem nenhum prejuízo para o senhor no seu entendimento. Os resultados da pesquisa serão divulgados aqui no Centro de Saúde nº. 01 e para todo o Hospital Regional de Planaltina podendo inclusive ser publicados posteriormente. Os dados e materiais utilizados na pesquisa ficarão sobre a guarda das pesquisadoras. Se o Senhor tiver qualquer dúvida em relação à pesquisa, por favor, telefone para: Carla Maria dos Anjos da Silva, telefone: 8183-4900, no horário comercial; Ana Maria Leite Ferreira, telefone: 8570-8847 no horário comercial ou para Neuza Moreira de Matos, telefone: 3357-2921, no horário comercial. Este projeto foi Aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da SES/DF. Qualquer dúvida com relação à assinatura do TCLE ou os direitos do sujeito da pesquisa podem ser obtidos através do telefone: (61) 3325-4955. Este documento foi elaborado em duas vias, uma ficará com o pesquisador responsável e a outra com o sujeito da pesquisa. ______________________________________________ Nome / assinatura do pesquisado ____________________________________________ Pesquisador Responsável – Neuza Moreira de Matos Nome e assinatura ____________________________________________ Carla Maria dos Anjos da Silva e Ana Maria Leite Ferreira Nome e assinatura Brasília, ___ de __________de _________ GOVERNO DO DISTRITI FEDERAL SECRETARIA DE ESTADO DE SAUDE COMITE DE ETICA E PESQUISA PARECER Nº 207/2009 PROTOCOLO Nº DO PROJETO: 215/09- Autopercepção de saúde na velhice dos homens idoso usuário de Centro de Saúde -01 de Planaltina-DF, Instituição pesquisada: Secretaria de Saúde do Distrito Federal/SES-DF. Área temática especial: Grupo III (não pertence a área temática especial), Validade do parecer: 21/08/2011 Tendo como base a resolução 196/96 CNS/MS, que dispõe sobre as diretrizes e normas regulamentadoras m pesquisa envolvendo seres humanos, assim como as suas resoluções complementares, o Comitê de Ética e Pesquisa da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal, após apreciação ética, manifesta-se pela APROVAÇAO DO PROJETO. Esclarecemos que o pesquisador deverá observar as responsabilidades que lhe são atribuídas na Resolução 196/96 CNS/MS, inciso IX. 1 e IX.2, em relação ao desenvolvimento do projeto. Ressaltamos a necessidade de encaminhar o relatório parcial e final, alem de notificações de eventos adversos quando pertinentes. Brasília, 21 de agosto de 2009. Atenciosamente. Maria Rita Carvalho Garbi Novaes Comitê de ética e pesquisa SES/DF Coordenadora Ângela Maria/CEP/SES/DF Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde -SES Comitê de Ética em Pesquisa Fone: 3325-4955 – fone/fax: 3326-0119- e-mail: [email protected] SMHN Q. 501- Bloco “A” – Brasília-DF - CEP.: 70.710-904 BRASILIA- PATRIMONIO CULTURAL DA HUMANIDADE