Roteiro de Relatório – Refrigeração – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori INTRODUÇÃO: Forma Geral dos Relatórios É muito desejável que seja um caderno grande (formato A4) pautada com folhas enumeradas ou com folhas enumeradas e quadriculadas, do tipo contabilidade, de capa dura preta, brochura. Chamaremos de Caderno de Laboratório, individual. No verso deste caderno você pode fazer o rascunho a lápis. Na parte enumerada fará o relatório com a seguinte estruturação: No mínimo, para cada experimento o Caderno de Laboratório deve sempre conter: 1. Título do experimento data de realização e colaboradores. Nome do autor. 2. Objetivos do experimento; 3. Roteiro dos procedimentos experimentais; 4. Esquema do aparato utilizado; 5. Descrição dos principais instrumentos; 6. Dados medidos; 7. Cálculos; 8. Gráficos; 9. Resultados e conclusões. O formato de apresentação destes 9 itens não é rígido. O mais indicado é usar um formato seqüencial, anotando-se à medida que o experimento evolui. Referências: 1. G.L. Squires, "Practical Physics" (Cambridge University Press, 1991), capítulo 10, pp. 139-146; e D.W. Preston, "Experiments in Physics" (John Wiley & Sons, 1985), pp. 2-3. 2. C. H. de Brito Cruz, H. L. Fragnito, Guia para Física Experimental Caderno de Laboratório, Gráficos e Erros, Instituto de Física, Unicamp, IFGW1997. 3. D.W. Preston, "Experiments in Physics" (John Wiley & Sons, 1985), pp. 21-32; G.L. 4. C.E. Hennies, W.O.N. Guimarães e J.A. Roversi, "Problemas Experimentais em Física" 3ª edição, (Editora da Unicamp, 1989), capítulo V, pp.168-187. Relatório IV – 20 Bimestre Disciplina: Física 2 Título: Refrigeração 1. Teoria: Ciclo de Refrigeração e Gases Refrigerantes Fluidos Refrigerantes O Freon pode ser definido como diversos tipos de gases a base clorofluorcarbonos. Estes são conhecidos como CFCs. É marca registrada da empresa norte americana Du Pont, apontada por muitos como a principal causadora de danos atmosféricos, danos à saúde da humanidade e danos contra os seres vivos e portanto contra o Planeta Terra nas últimas décadas. O Freon ainda é utilizado comercialmente pela indústria de refrigeradores, eletrônica, mecânica entre outras. Histórico do Freon Entre os anos 1800 até 1929 os gases utilizados para fins de refrigeração eram tóxicos. Estes eram: a amônia (NH3), cloreto de metil (CH3Cl), e dióxido de enxofre (SO2). No século XX, na década de 1920, ocorreram muitos acidentes fatais em função de vazamento de cloreto de metil em refrigeradores industriais e até mesmo residenciais. Muitas empresas e proprietários de equipamentos de refrigeração começaram a deixar seus refrigeradores ao ar livre para prevenir possíveis vazamentos. Devido aos grandes prejuízos e processos judiciais contra as indústrias de refrigeração, estas iniciaram um esforço conjunto para resolver o problema. Os descobridores Em 1926, Thomas Midgley, Jr. E Charles Franklin Kettering inventaram uma combinação de gases que foi chamada de Freon. Os CFCs são um grupo de alifático de combinações orgânicas que contêm o carbono, flúor, e, em muitos casos, outros halógenos (especialmente cloro) e hidrogênio. São incolores, inodoros, não inflamáveis, não são corrosivos ou líquidos. Thomas Midgley foi escolhido por Charles Franklin Kettering para dirigir a pesquisa dos CFCs. A empresa Frigidaire obteve a primeira patente para a fórmula para gases de refrigeração no dia 31 de dezembro de 1928. A união das empresas Em 1930 a General Motors e a DuPont formaram a Kinetic Chemical Company para produzir o Freon. Em 1935 a Frigidaire e seus concorrentes já tinham comercializado em torno de 8 milhões de refrigeradores novos nos Estados Unidos. Em 1932, a Carrier Engineering Corporation usou o Freon na primeira unidade de ar condicionado. Fabricado pela empresa DuPont durante anos os CFCs foram usados e liberados livremente na atmosfera sem conhecimento dos danos que estavam causando para a humanidade e para o Planeta Terra, pois eram gases considerados seguros e estáveis. O clorofluorcarbonetos ou Clorofluorcarbono(CFC) são um grupo de hidrocarbonetos halogenados usados em aerosóis, gases para refrigeradores, solventes e extintores de incêndio. 1 1 Roteiro de Relatório – Refrigeração – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori São derivados dos hidrocarbonetos saturados obtidos mediante a substituicão de átomos de hidrogênio por átomos de cloro e flúor. Exemplos de CFC são: CFCl3 (CFC-11) CF2Cl2 (CFC-12) C2F3Cl3 (CFC-113) C2F4Cl2(CFC-114) C2F5Cl (CFC-115) Camada de ozônio Quando começou a ser ultilizado, o freon, o mais conhecido CFC, parecia a solução perfeita aos problemas da refrigeração, por não se dividir e não causar danos ao seres vivos, muito melhor que o produto anteriormente ultilizado, a amônia. Porém, atualmente descobriu-se que os CFCs sofrem fotólise quando submetidos à radiação UV, ultravioleta, dividindo-se na altura da camada de ozônio onde a presença desse raios são constantes: F Cl | Luz U.V. | Cl - C - Cl ---------> Cl - C. .Cl | | Cl Cl O Radical Livre Cloro que se forma, logo reage com o Ozônio, o decompondo em O 2 (Oxigênio Gasoso) e OCl (Monóxido de Cloro): Cl + O3 -> O2 + OCl O OCl então pode reagir com outra molécula de O3, formando duas moléculas de O2 e deixando o Radical Livre Cl pronto para repetir o ciclo reacional: OCl + O3 -> 2 O2 + Cl Em Resumo: Cl + Luz 2 O3 ----------> 3 O2 O Ciclo prossegue até que o cloro se ligue a uma substância diferente de O3 que forme uma substância resistente à fotólise ou uma substância mais densa (que leve o Cl da camada de ozônio para uma mais baixa): (O2). Esse fenômeno causa a destruição na camada de ozônio, o que aumenta a entrada de raios UV na atmosfera causando grandes problemas como o câncer de pele, catarata, diminuição do fitoplâncton e redução das colheitas. Protocolo de Montreal A restauração da camada de ozônio ocorre naturalmente, porém de forma lenta, e o ritmo da destruição atual não permite a plena restauração. O Protocolo de Montreal foi firmado pela maioria dos países do mundo com o objetivo de, aos poucos, extinguir a produção destas substâncias, através da substituição por outras menos nocivas. Alternativas Existem atualmente vários projetos para diminuir a ultilização dos CFCs, mas eles têm sido dificultados pelo seu uso principalmente na refrigeração. Uma das alternativas tem sido os Hidroclorofluorcarbonetos (HCFC), haloalcanos em que nem todos os hidrogênios foram substituidos por cloro ou fluor. Seu impacto ambiental tem sido avaliado como sendo de apenas 10% do dos CFC. Outra alternativa são os Hidrofluorcarbonetos (HFC) que não contém cloro e são ainda menos prejudiciais ao meio ambiente. Ciclo de Refrigeração Conceitos: Ciclo realizado no sentido oposto ao de um motor.(Absorção de calor a uma temperatura baixa), rejeição de uma quantidade de calor maior a uma temperatura mais elevada e por fim realização de uma quantidade líquida de trabalho sobre o sistema. Esse dispositivo que executa esse ciclo recebe o nome de refrigerador e o sistema que está sendo submetido ao ciclo chama-se refrigerante. A figura 1 ilustra o ciclo de refrigeração básico e as figuras 2 (a) e (b) o esquema de um refrigerador. Figura 1 - Ciclo de refrigeração: 2 Figura 2 – (a) (b) Várias empresas usam na construção de frigoríficos práticos desde -900 C até 12 K. A companhia Philips da Holanda tem ocupado o primeiro lugar no projeto de instalações industriais. Outras na área: North American Philips, Hughes Aircraft e Malaker Laboratories. Gases utilizados: CCl2F2 (vaporiza-se –6,70C, 2.46 Kpa) (Cloro flúor Carbono) (Freon 12). Amônia e dióxido de enxofre (NH4) No condensador, a substância refrigerante se encontra a uma pressão elevada e a uma temperatura tão baixa quanto seja possível obter com ar ou com água de 2 Roteiro de Relatório – Refrigeração – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori resfriamento. Quando um fluido atravessa adiabaticamente uma abertura estreita, (válvula agulha), desde uma região de pressão alta constante a uma região de pressão baixa, ele experimenta um processo de estrangulação, ou expansão Joule-Thomson, ou JouleKelvin, produzindo sempre esfriamento e vaporização parcial. No evaporador, o fluido vaporiza-se completamente o calor de vaporização é fornecido pelos materiais a serem refrigerados. O vapor é então comprimido adiabaticamente, aumentando com isso sua temperatura. No condensador, o vapor é resfriado até que se condense e fique completamente liquefeito. O ciclo de refrigeração básico: Consiste de 2 adiabáticas e 2 isobáricas. Figura 3 – Diagrama PV de um ciclo básico de refrigeração. QH TH QC TC Processo / Estado (PiViTi) b c Processo de estrangulação (queda de temperatura e pressão) c d Vaporização isobárica e isotérmica, na qual é absorvido pelo refrigerante o calor QC à temperatura TC, refrigerando com isso as substâncias do reservatório frio. d a Compressão adiabática do vapor até uma temperatura superior à temperatura TH do condensador. a b Esfriamento isobárico e condensação a TH Etapa W U Q CV (TC TH ) CV (TC TH ) 0 b c Pc(Vd – Vc) QC c d C ( T T ) 0 CV (TH TC ) d a V C H Pa(Vb – Va) QH a b Resumindo, a refrigeração consiste na manutenção de um sistema de temperatura inferior ao do meio ambiente. Considerando que a tendência natural do calor e passar do corpo quente para o corpo frio, para se manter um sistema refrigerado, é necessário criar-se um fluxo de calor em sentido contrario, o que exige, de acordo com o segundo principio do termo dinâmico, dispêndio de energia. Essa energia pode ser mecânica, calorífica ou mesmo elétrica. A quantidade de calor a ser retirado do sistema a ser refrigerado, na unidade de tempo, recebe o nome de potencia frigorífica ou carga térmica de refrigeração a qual e medida em frigorias por hora (fg/h). Teoricamente qualquer fenômeno físico ou químico de naturezas endotérmicas pode ser aproveitado para produção do frio. Entre os processos endotérmicos usados na refrigeração ,podemos citar a refrigeração mecânica por meio de vapores. Entre as principais aplicações podemos citar: Indústria de alimentos; fabricação de gelo;indústria da construção; a metalurgia; indústria química; o condicionamento do ar para a indústria; o condicionamento do ar para o conforto; a medicina; a pesquisa; etc. O processo de refrigeração mecânica por meio de vapores consiste na produção continua do liquido frigorífico, o qual, por vaporização, fornece a desejada retirada de calor do meio a resfriar e o processo mais adotado atualmente, tanto na técnica da refrigeração industrial como do conforto. Para se conseguir a vaporização de um líquido, é necessária que a tensão de seu vapor (função da temperatura), seja superior a pressão a que está submetido o fluido em vaporização assim, quanto mais baixa for a pressão, mais baixa poderá ser a temperatura conseguida no meio a refrigerar. Por outro lado, para que vaporização seja continua, o fluido vaporizado deve ser novamente condensado , isso se consegue , fazendo-se a vaporização em recinto fechado (evaporador), condensando-se novamente. Assim o líquido obtido na condensação, pode ser colocado novamente à pressão de vaporização com sua temperatura compatível de refrigeração através das válvulas de expansão, desta forma voltando-se a ser vaporizado. Podemos então concluir, que uma instalação de refrigeração mecânica por meio de um vapor nada mais é do que um conjunto de elementos ligados em circuito fechado, destinado a liquefazer o fluído refrigerante e possibilitar a sua vaporização contínua em condições de pressão adequadas. Desta forma em uma instalação de refrigeração mecânica por meio de vapores devera dispor essencialmente dos seguintes elementos. A. Compressor B. Condensador C. Evaporador D. Válvula de expansão Uma instalação de refrigeração pode também funcionar como uma fonte de calor e para isso conseguimos da seguinte forma, normalmente invertendose o ciclo de funcionamento da instalação , obrigando-se o evaporador a funcionar como condensador e vise-versa , diz-se que a maquina frigorífica produz frio no ciclo direto e calor no ciclo reverso. Esta inversão de ciclo de refrigeração e utilizada em pequenas instalações de condicionamento de ar, e suas inversões de ciclos são obtidas por meio de válvulas de quatro vias comandadas eletricamente chamadas eletro válvulas. Fluídos Refrigerantes - Detalhes Fluídos refrigerantes como vulgarmente são chamados, são as substancias empregadas como veículos térmicos na realização dos ciclos de refrigeração. 3 3 Roteiro de Relatório – Refrigeração – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori Atualmente, os mais usados são; A amônia (NH3), para as grandes instalações industriais; O freon 12 (dicloro difluormetano), nos refrigeradores domésticos e comerciais, pequenas instalações de refrigeração industrial, nas grandes instalações de ar condicionado que utilizam compressores alternativos. O freon 22 (monocloro difluormetano), em compressores alternativos nas instalações de refrigeração industrial de pequeno porte e com temperaturas medias , nos condicionadores de ar de janela , condicionadores de ar tipo compacto e mesmo em instalações de ar condicionado de grande porte ; O freon 114 (dicloro tetrafluormetano), nas pequenas instalações que adotam compressores rotativos; O freon 11 (tricloro monofluormetano), e o freon 113 (tricloro trifluormetano), nas grandes instalações de ar condicionado que adotam compressores centrífugos. Os fluidos frigorígenos são escolhidos atendendo as seguintes considerações; a) Bom rendimento na produção do frio; b) Pressão de condensação não muito elevada, nem pressão de vaporização abaixo da pressão atmosférica, para as temperaturas de funcionamento a que se destina. c) Terem um volume a deslocar compatível com o tipo de compressor adotado; d) Serem quimicamente inerte , ininflamável e atóxico; e) Possibilitarem sua identificação em caso de fugas; f) Serem de baixo custo. Elementos da instalação de refrigeração Condensadores Os condensadores das instalações de refrigeração têm por finalidade esfriar e condensar o fluído proveniente da compressão, rejeitando o seu calor para o meio externo. Os condensadores podem transferir o seu calor, para o ar, para a água, ou mesmo para o ar em contato com a água. Os condensadores de ar são geralmente serpentinas aletadas, por onde circulas o ar, naturalmente (refrigeradores domésticos )ou forcados por meio de um ventilador.a elevação da temperatura do ar e da ordem de 10 a 15ºC atingindo a temperatura de condensação , para uma temperatura ambiente de 30 a 35ºC, valores da ordem de 45 a 55ºC .essa temperatura relativamente elevada , reduz o rendimento da instalação , razão pela qual a condensação a ar é usada só em pequenas instalações . O condensador recebe vapor superaquecido do compressor. O vapor resfria ate a temperatura de saturação corresponde e condensa. Na falta de outra indicação pode-se considerar titulo zero, na saída do condensador, mas é comum o liquido saturado se resfriar um pouco, saindo um liquido ligeiramente sub-resfriado. Embora possa ser sensível a queda de pressão devido a perda de carga, em geral se considera o condensador trabalhando em pressão constante, em temperatura maior que a da fonte quente para que o fluido possa ceder Q S . 4 Compressores Os compressores adotados na compressão mecânica por meio de vapores podem ser tanto alternativos como rotativos. Os alternativos são geralmente de êmbolo embora sejam adotados também para pequenas unidades os compressores de membranas (tipo eletromagnético). Entre os rotativos volumétricos são usuais os compressores de palheta ou de engrenagens e, excepcionalmente, os de pendulo, enquanto que, entre os turbo compressores, são adotados em refrigeração normalmente os compressores centrífugos de 1 a 8 estágios . A escolha do tipo de compressor depende essencialmente das temperaturas T f temperatura de vaporização (fonte fria) e T q temperatura de condensação (fonte quente) escolhidas. Para a produção do frio, T f é escolhida para a finalidade a que se destina ófrio, enquanto Tq deve ser superior à temperatura do meio para o qual se pretende transferir calor. Para a produção do calor, T q é escolhida para a finalidade a que se destina ó calor (geralmente 30 a 40ºC), enquanto Tf deve ser inferior à temperatura do meio do qual se pretende retirar calor. (Observação: no inverno, esse valor pode ser bastante baixo). Há um aumento da pressão do vapor. Com o aumento da pressão, a temperatura do vapor aumenta. O compressor consome W C . 4 Roteiro de Relatório – Refrigeração – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori Filtro e Válvula de Expansão Avaliando termodinamicamente o podemos obter algumas relações interessantes: 1- potência de compressão N .(h1 m C 2- Calor .(h3 m 3- Calor no condensador - evaporador - h2 a ) absorvido Q B – h2a ) rejeitado Q a ciclo, no .(h1 h4 ) C m ( C também é chamada Capacidade Frigorífica, medida geralmente em Toneladas de Refrigeração: 1TR = 3516,8 W = 12000 BTU/h , que é a taxa de refrigeração necessária para se produzir 1 tonelada de gelo em 1 dia ) 5 A válvula de expansão recebe líquido, saturado ou ligeiramente sub-resfriado. Ao passar pelo estrangulamento, ocorre uma queda de pressão (perda de carga) elevada, forçando o líquido a entrar em ebulição, com conseqüente remoção de calor do meio, para promover esta evaporação. Este processo é isoentálpico. Observações: Grandeza Pressão Evaporadores Recebe uma mistura de líquido e vapor saturado, em temperatura menor que a fonte fria, retirando calor desta. O líquido se vaporiza, removendo calor do meio, se transformando em vapor saturado (com título 1) ou levemente superaquecido. A pressão no evaporador é quase constante, pois em função da circulação do líquido há uma perda de carga nos dutos. A temperatura também tende a ser constante, exceto na saída do evaporador, quando pode haver um pequeno superaquecimento. Unidade (SI) Pascal Pa = N/m2 Potência Watt 1W=1J/s Joule Energia 1J = 1N.1m Outras Unidades 1 torr = 133.33Pa 1 bar = 105Pa 1mbar = 102Pa 1atm = 1.013 . 105Pa 1 lb/in2 = 6895 Pa 1btu/h=0.293W 1hp = 746W 1 btu = 1052J = 252cal 1cal = 4.2J Entalpia: Grandeza que se relaciona com a energia interna total de um sistema. Unidade: Joule. H U PV Entropia: A variação de entropia de um sistema numa mudança de estado é uma grandeza definida por: T2 S1 2 dQ T T1 S2 S1 Unidade: Joule/Kelvin (J/K). Coeficiente de performance do refrigerador de Carnot (Ciclo de Carnot Invertido): Kp QC QH TC QC TH TC QC WCiclo 5 Roteiro de Relatório – Refrigeração – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori 2. Objetivos: 2.1 Aplicar os conceitos e conclusões da termodinâmica para compreender o funcionamento de um sistema de refrigeração. 2.2 Compreender a função de cada um dos componentes de um sistema de refrigeração, tanto doméstico quanto de maior porte. Material Utilizado Módulo de Refrigeração. expansão do líquido refrigerante, foram colocados 3 tipos de expansão: a. Expansão em tubo capilar – o mais utilizado e de menor custo para sistemas de pequeno porte, tal como refrigeradores residenciais, bebedouros, condicionadores de ar, etc. Faz uma elevada queda de pressão no líquido, forçando sua ebulição no evaporador. Não consegue controlar precisamente a condição de evaporação. b. Válvula de expansão pressostática (também chamada expansão automática) – Mantém constante a pressão de sucção do compressor, e assim tende a manter constante também a temperatura do evaporador. 6 Bancada de ensaios de refrigeração No laboratório, além dos 4 equipamentos básicos citados, há outros que permitem um funcionamento mais eficiente do sistema. E outros para uma avaliação comparativa com sistemas mais sofisticados de refrigeração, ou com aplicações específicas. Filtro – Durante a montagem do sistema, todo o ar e umidade do sistema devem ser removidos. O processo usual é a evacuação através de uma bomba de vácuo de capacidade elevada. Recomenda-se valores de no mínimo 0,05 mbar. Mesmo assim, sempre há uma certa umidade nas linhas que não se consegue remover. Se esta umidade atingir a válvula de expansão, poderá entupi-la em função do seu congelamento, Para isto, há um filtro que, durante o funcionamento do sistema, irá remover esta umidade através de uma substância higroscópica, até a sua remoção. É aceitável um pequeno grau de umidade, principalmente em grandes equipamentos, desde que não interfira com o funcionamento do equipamento. Há também substâncias que irão remover compostos ácidos resultantes da degradação do óleo do compressor. Além disto, há um filtro para segurar partículas finas, tais como resíduos sólidos soltos nas linhas durante a montagem do sistema. Visores de líquido – Há 4 visores em locais estratégicos. Permite ao aluno visualizar o vapor após o compressor, o líquido após o condensador, o líquido em ebulição após as válvulas de expansão e o vapor após o evaporador. É comum e normal visualizarmos um pouco de óleo do compressor junto do líquido refrigerante, pois sempre ocorre arraste durante o processo de compressão. Válvulas de expansão - Para permitir ao aluno ensaiar com os métodos mais utilizados para c.Válvula de expansão termostática – é a mais eficiente, pois mantém o evaporador cheio de líquido, melhorando muito a troca térmica do líquido em ebulição com a tubulação do evaporador. Caso a vazão de líquido esteja acima da necessária, parte do refrigerante ainda líquido irá em direção ao compressor, esfriando a linha. Para evitar este inconveniente, há um bulbo que faz a realimentação na válvula, fechando-a para evitar perdas de energia e danos no compressor. Ao fechar a válvula, o líquido excedente evapora, e logo a temperatura do bulbo irá subir, reabrindo a válvula. Este processo é contínuo e automático. Sensores de temperatura e pressão – para permitir uma leitura rápida e precisa nos 4 pontos principais do ciclo de refrigeração. Cuidado!!! Como a compressão do vapor faz aumentar a sua temperatura, os dutos de saída são isolados. Como o sensor também é sensível à vibração, foi colocado a uma certa distância do compressor. O fluido refrigerante utilizado no sistema é o R-134a (Número ASHRAE), pois está presente na maioria dos sistemas de pequeno porte. Este refrigerante possui diversas denominações, dependendo do fabricante: SUVA 134a, KLEA 134a, HFC 134a, VT1505, FORANE 134a, RECLIN 134a, etc. e possui a seguinte fórmula química: CH2F-CF3. Há vários outros tipos de gases refrigerantes de diversos fabricantes diferentes, com suas respectivas denominações, como pode ser visto abaixo: 6 Roteiro de Relatório – Refrigeração – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori Arcton -Imperial Chemicals; Forane -Elf Atochem Freon, Suva;Du Pont; Frigen, Reclin – Hoechst Genetron; Allied Signal Halon; ASP International Isceon RhonePoulenc Isotron Pennsylvania Salt Kaltron; Joh. A. Benckiser; Ucon Union Carbide Procedimento Experimental Ligar módulo de refrigeração. Estabilização:Logo após ligar o sistema, e antes de efetuar alguma medição, os alunos devem observar que leva um certo tempo até que as temperaturas entrem em equilíbrio. Enquanto isto, devem identificar os vários elementos que compõe o sistema, relembrando sua finalidade. As pressões são mostradas de 2 formas diferentes: 1- Manômetros – 1 para alta pressão (descarga do compressor) e 1 para baixa pressão (sucção do compressor). Todos referenciados à pressão atmosférica local. 2- Transmissor de pressão absoluta – 1 para alta pressão (descarga do compressor) e 1 para baixa pressão (sucção do compressor). Referenciados à pressão zero absoulta. As indicações no painel são em bar absoluto (bara). As temperaturas são mostradas para os seguintes pontos: 1- Entrada do evaporador: T1 2- Saída do evaporador: T2 3- Entrada do condensador: T3 4- Saída do condensador: T4 Além da Temperatura ambiente:Tamb Observar as temperaturas indicadas, as pressões do gás refrigerante em cada instante de tempo. Verifique em que parte do módulo ocorre a condensação e em qual parte ocorre a evaporação do gás refrigerante. Anote as temperaturas. Efetuar as medições de temperatura e pressão para avaliar os diferentes tipos de expansão: a- Expansão com tubo capilar. b- Expansão com válvula pressostática c- Expansão com válvula termostática Esperar até que o sistema entre em equilíbrio para cada uma das expansões, antes de realizar as medições. i T1 (K) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 T1 (0C) T2 (0C) T3 (0C) T4 (0C) T3 (K) T4 (K) ( ) ( ) 7 Ti i 1 T N Devio padrão populacional: N 2 Ti T i 1 T N Erro associado à média: T T N Apresentação do resultado com 2 algarismos significativos para o erro associado à média: T T T Gráficos: (T1 , P), (T1 , P), (T3 , P), (T4 , P) e regressões lineares. y P B x A BT A Faça a regressão linear utilizando o modo reg de regressão nas calculadoras, obtendo assim os parâmetros A(coeficiente linear) , B(coeficiente angular) e coeficiente de correlação r. N N N yi i 1 a x xi i 1 N N N yi xi i 1 i 1 x xi i 1 i 1 n n xi yi i 1 i 1 2 xi i 1 2 n xi i 1 n xi2 2 N 2 i N n xi yi i 1 N r2 i 1 2 N 2 i N b xi i 1 N i 1 N xi yi xi2 ) ( N N P P ) Análise dos dados Experimentais obtidos Média: i 1 P P ( 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Dados Experimentais obtidos i T2 (K) yi / n i 1 n i 1 2 n yi2 /n yi /n i 1 7 Roteiro de Relatório – Refrigeração – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori (T, P) A B r (coeficiente linear) (Coeficiente angular) (correlação) Conclusões O grupo deve fazer e apresentar no relatório uma análise crítica e sucinta do ensaio: O que ocorreu dificuldades encontradas confiabilidade dos valores medidos e calculados deficiências do equipamento e nos procedimentos etc. Apêndice: Modo Estatístico das calculadoras. Casio fx-82MS Shift 2 2= Shift 2 3= A Dá o coeficiente angular B Dá a correlação r Série HP Recursos estatísticos: Σx, Σx2, Σy, Σy2, Σxy Desvio padrão de amostra, média 8 Desvio padrão de população Regressão linear Combinações, permutações Média ponderada Editar, gravar, nomear, listar Ajuste de curva ( LIN, LOG, EXP, POW ) Plotagem de dados estatísticos Testes de hipóteses Intervalos de confiança Comando Função Entra no modo estatístico Single-var Edit population sample chk Entra no modo de edição. Escolha a coluna que inserirá os dados Dpp Dpa Marque para mostrar o valor Entra no modo de ajuste de curvas Fit data Edit Comando on Mode 2 Shift CLR 1 = Dado 1 M+ Shift 2 Shift 2 1 = Shift 2 2 = Shift 2 3 = Shift CLR 3 = Mode 3 x1,y1 M+ Exemplo: 1.879EXP(-)5,2.456EXP4 M+ Shift 2 1 = Shift 2 2 = Shift 2 3 = Shift 2 1 = Shift 2 2 = Shift 2 3 = Shift 2 1= Função Liga Entra no modo sd (statistical data) Limpa memórias Inseri dado 1 Entra no s-var Dá a média Dá o DPP Dá o DPA Limpa tudo Entra no modo reg 1 (regressão linear) Inseri ponto (x1,y1) Insere o ponto (1.879.10-5, 2.46.104) Dá a média de y Dá o DPP de y Dá o DPA de y Dá a média de x Dá o DPP de x Dá o DPA de x Dá o coeficiente linear Insira os dados (x,y) nas colunas 1 e 2, por exemplo Valeu, carinha ? Referências: 1. STOECKER, W. F. e JONES, J. W., "Refrigeração e Ar Condicionado", McGraw-Hill, 1985. 2. COSTA, E. C., "Refrigeração", Editora Edgard Blücher Ltda, 1982. 3. GOSNEY, W. B., "Principles of Refrigeration", Cambridge University Press, 1982. 4. STOECKER, W. F. e JABARDO, J. M. S., "Refrigeração Industrial", Editora Edgard Blücher Ltda, 2001. 5. ANELLI, G., Manual Prático do Mecânico e do Técnico de Refrigeração. 8 Roteiro de Relatório – Refrigeração – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori 6. ASRHAE (Americam Society of Heating, Refrigerating and Air-Conditioning), "Fundamentals Handbook", 1993. 7. DOSSAT, R. J., "Princípios de Refrigeração", Hemus, 1980. 8. CREDER, H., "Instalações de Ar Condicionado", 5a. edição, LTC - Livros Técnicos e Científicos Editora S. A., 1996. 9 9