MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE INSTITUTO INTERAMERICANO DE APOIO A AGRICULTURA SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS HÍDRICOS DE SERGIPE PAE-SERGIPE PROGRAMA DE AÇÃO ESTADUAL DE COMBATE A DESERTIFICAÇÃO PAE FINAL Consultora: Ana Tres Cruz Contrato Nº 110295 Aracaju, Janeiro de 2011 Identificação Consultor(a) / Autor(a): Ana Tres Cruz Número do Contrato: 110295 Nome do Projeto: PAN Desertificação Oficial/Coordenador Técnico Responsável: Gertjan B. Beekman PAE-SERGIPE Data /Local: Aracaju 08 de Abril de 2011 Classificação Temas Prioritários do IICA Agroenergia e Biocombustíveis Sanidade Agropecuária Biotecnologia e Biosegurança Tecnologia e Inovação Comércio e Agronegócio Agroindustria Rural Desenvolvimento Rural X Recursos Naturais Agricultura Orgânica x Comunicação e Gestão do Conhecimento Outros: Modernização Institucional X Políticas e Comércio x COMBATE A DESERTIFICAÇÃO Palavras-Chave: COMBATE À DESERTIFICAÇÃO –PAE-SERGIPE Resumo Título do Produto: Produto H: Elaboração do Documento Interinstitucional do Programa de Ação Estadual de Prevenção e Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca do Estado de Sergipe; (PAE-SE), fruto do processo participativo de construção e do material técnico elaborado. Deverá conter Cronograma de Ações para o primeiro ano, ou primeira fase do PAE-SE, definido de forma conjunta pelos diversos atores participantes em todas as etapas de elaboração do PAE-SE; Produto I: Coordenação do Seminário de apresentação e entrega pública do PAE-SE Subtítulo do Produto: Resumo do Produto: O Produto H é a Sistematização num documento a ser publicado do trabalho dos 5 consultores e das Oficinas participativas para elaborar o Programa de Combate à Desertificação Já o Produto I é a realização da ultima oficina de aprovação e entrega do PAE.. Qual Objetivo Primário do Produto? Elaborar o documento PAE-SE consolidado e sistematizado com as informações dos consultores temáticos e das oficinas. 2 PAE-SERGIPE Que Problemas o Produto deve Resolver? Este Produto deve apresentar uma serie de objetivos, estratégias e ações para o combate à desertificação no Estado de Sergipe. Como se Logrou Resolver os Problemas e Atingir os Objetivos? O principal problema é falta de tempo, pois trata-se de produtos que devem ser cuidadosamente pensados e consultados. Foi resolvido com uma ampliação do prazo de execução do contrato. Quais Resultados mais Relevantes? O PAE-SE foi finalizado. O Que se Deve Fazer com o Produto para Potencializar o seu Uso? Publicá-lo e apresentá-lo à sociedade civil, e as instituições, complementá-lo com suas contribuições e divulgá-lo de forma que todos se apropriem do conteúdo do mesmo. PAE-SERGIPE SUMARIO SUMARIO..................................................................................................................................3 SIGLAS...................................................................................................................................... 4 INDICE DE FIGURAS.............................................................................................................7 INDICE DE QUADROS........................................................................................................... 8 INDICE DE TABELAS.............................................................................................................9 1.METODOLOGIA..................................................................................................................10 2. COMBATE À DESERTIFICAÇÃO....................................................................................11 3.COMBATE A DESERTIFICAÇÃO NO ESTADO DE SERGIPE.....................................12 4.POLITICAS, PROGRAMAS E PROJETOS DE COMBATE A DESERTIFICAÇÃO.....44 5.OBJETIVOS, ESTRATÉGIAS E AÇÕES PARA O COMBATE Á DESERTIFICAÇÃO 72 6.GESTÃO................................................................................................................................84 7.MECANISMOS ORIENTADOS PARA GARANTIR A EFETIVA IMPLEMENTAÇÃO DO PAE-SE .............................................................................................................................84 8.MONITORAMENTO........................................................................................................... 91 9.CRONOGRAMA DE IMPLEMENTAÇÃO DAS AÇÕES..................................................97 10.CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................... 109 11.BIBLIOGRAFIA...............................................................................................................110 PAE-SERGIPE SIGLAS ACRANE – Associação Cultural Raízes Nordestinas AF: Agricultor Familiar AGENDHA – Assessoria e Gestão em Estudos da Natureza, Desenvolvimento Humano e Agroecologia AMASE: Associação Mão no Arado AMIS – Ação para o Microcrédito em Sergipe ANA - Agência Nacional de Águas APL - Arranjo Produtivo Local ASA - Articulação no Semiárido Brasileiro ASD: Áreas Susceptíveis a Desertificação ASSOCENE - Associação de Orientação às Cooperativas do Nordeste ATER - Assistência Técnica e Extensão Rural BANESE – Banco do Estado de Sergipe BNB: Banco do Nordeste CadÚnico - Cadastro Único para Programas Sociais CDJBC: Centro Dom José Brandão de Castro CHESF - Companhia Hidro Elétrica do São Francisco CIRAD - Centro de cooperação internacional em pesquisa agronômica para o desenvolvimento CODEVASF: Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaiba CODISE - Companhia de Desenvolvimento Industrial e de Recursos Minerais de Sergipe. COHIDRO: Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe CONAB: Companhia Nacional de Abastecimento COOPEAGRIU - Cooperativa dos Pecuaristas e Agricultores União DAP - Declaração de Aptidão ao PRONAF DAPAA - Declaração de Aptidão ao Programa de Aquisição de Alimentos DIEESE: Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos DNOCS – Departamento Nacional de Obras Contra as Secas DRS – Desenvolvimento Rural Sustentável. EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária EMDAGRO: Empresa de Desenvolvimento Agropecuária de Sergipe FAPISE – Federação Apícola de Sergipe FCO: Fundo Constitucional de Financiamento do Centro Oeste FETASE - Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Sergipe FIDA - Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola FNE: Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste FNO: Fundo Constitucional de Financiamento do Norte FUNDECI - Fundo de Desenvolvimento Científico e Tecnológico GEF - Global Environment Facility GEMA – Instituto de Integração Sócio-Produtiva e Gestão do Macro Ambiente 5 PAE-SERGIPE GTI: Grupo de Trabalho Interministerial IATEC - Instituto de Ação para Organização de Produtores e Assistência Técnica a Comunidades Rurais IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ICODERUS - Instituto de Cooperação para o Desenvolvimento Rural Sustentável IDEB: Índice de Desenvolvimento Educacional Brasileiro IDF: Índice de Desenvolvimento Familiar IDH: Índice de Desenvolvimento Humano IICA: Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura INCRA: Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária INEP: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais IPEA: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada ITPS – Instituto de Tecnologia e Pesquisa de Sergipe JBIC - Banco do Japão para Cooperação Internacional MAPA: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento MDA/SAF – Ministério de Desenvolvimento Agrário / Secretaria de Agricultura Familiar MDA: Ministério do Desenvolvimento Agrário MDS: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome MEC: Ministério da Educação MI: Ministério da Integração Nacional MIN - Ministério da Integração Nacional MMA: Ministério do Meio Ambiente MME: Ministério das Minas e Energia MST – Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra NTS – Núcleo de Tecnologia Social ONG – Organização Não Governamental ONU – Organização das Nações Unidas OSCIP – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público P1MC - Programa de Formação e Mobilização Social para a Convivência com o Semi-Árido: Um Milhão de Cisternas Rurais PAA: Programa de Aquisição de Alimentos PAE - SE - Programa de Ação Estadual de Prevenção e Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca de Sergipe. PAIS – Produção Agroecológica Integrada e Sustentável PAN - BRASIL - Programa de Ação Nacional de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca PAPP - Programa de Apoio ao Pequeno Produtor Rural PCPR – Programa de Combate à Pobreza Rural PDHC: Projeto Dom Helder Câmara PDRI - Programas de Desenvolvimento Rural Integrado PEA: População Economicamente Ativa 6 PAE-SERGIPE PETROBRÁS - Petróleo Brasileiro S.A. PIB: Produto Interno Bruto PNPB: Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel PNUD: Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento POLONORDESTE - Programa de Desenvolvimento de Áreas Integradas do Nordeste PPA: Plano Plurianual PRÓ-ÁGUA - Programa Nacional de Desenvolvimento dos Recursos Hídricos PROINFA - Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica PRONAF - Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar PRONESE - Empresa de Desenvolvimento Sustentável do Estado de Sergipe PRÓ-SERTÃO - Projeto de Apoio às Famílias de Baixa Renda da Região Semi-Árida de Sergipe SAGI: Secretaria de Avaliação da Gestão e Informação SEAGRI - Secretaria de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário SASAC - Sociedade de Apoio Sócio Ambientalista e Cultural SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Sergipe SEIDES: Secretaria Estadual de Inclusão, Assistência e do Desenvolvimento Social SEMARH: Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos SENAI – Serviço nacional de Aprendizagem Industrial SEPLAN: Secretaria de Planejamento SRH – Secretaria de Recursos Hídricos SUDENE – Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste UC's - Unidades de Conservação da Natureza UFS - Universidade Federal de Sergipe UNITRABALHO - Rede Interuniversitária de Estudos e Pesquisas sobre o Trabalho 7 PAE-SERGIPE INDICE DE FIGURAS 8 PAE-SERGIPE INDICE DE QUADROS 9 PAE-SERGIPE INDICE DE TABELAS 10 PAE-SERGIPE 1. METODOLOGIA Este documento foi realizado de forma participativa refletir, na medida do possível, as necessidades ambientais e demandas sociais para o Combate à desertificação e mitigação dos efeitos da Seca no Estado de Sergipe e especificamente nas suas áreas suscetíveis à desertificação – ASD- localizadas no Alto Sertão. Para isto, tiveram-se como referencia o Programa Nacional de Combate à desertificação –PAN-Brasil- e outros Programas Estaduais já realizados. A elaboração começou com a realização de um diagnóstico e avaliação sobre a situação de Sergipe e especificamente das suas ASD abordando temas vinculados com os 4 eixos temáticos estabelecidos no PAN-Brasil: 1− Combate a Pobreza e a Desigualdade; 2− Ampliação Sustentável da Capacidade Produtiva; 3- Preservação, Conservação e Manejo Sustentável de Recursos Naturais; e 4- Gestão Democrática e Fortalecimento Institucional. Posteriormente se fez um levantamento e avaliação das Políticas, Programas e Projetos vinculados com os eixos temáticos de forma que se formo um panorama abrangente sobre a situação real em relação aos processos de desertificação e os mecanismos existentes para combatê-los. Com isto como base foi realizada uma oficina interna com os consultores e a Secretária. A finalidade desta oficina era o de elaborar o esquema inicial que servisse de base e insumos para as oficinas. Seguindo a metodologia “marco lógico” foi elaborado o PAE- Preliminar, contando com 5 objetivos vinculados aos eixos temáticos. Esta primeira oficina interna tencionava conseguir umas diretrizes que evitassem que o Programa de Combate à desertificação final fosse um programa de desenvolvimento do estado, já que não é a finalidade deste documento, pois como foi colocado anteriormente dentro dos eixos temáticos esta incluído, entre outros, o combate à pobreza e a desigualdade. As oficinas regionais foram realizadas em 4 municípios diferentes: Canindé, Porto da Folha, Poço Redondo e Gararu. Foram divididas em 4 temas diferentes. Na primeira oficina para complementar as estratégias e ações, os participantes foram divididos em 4 grupos temáticos, (correspondendo cada um dos grupos aos eixos temáticos) o trabalho em grupos seguiu a metodologia “marco lógico”. Uma vez definidas as ações e estratégias, na segunda oficina se levou todo à plenária, de forma a ter as contribuições de todos os participantes sobre todos os temas. Nesta oficina ficou definido o esquema final do PAE-SE. A terceira 11 PAE-SERGIPE oficina foi para definir quem gestionaria e de quem faria o monitoramento de cada uma das ações, para isto voltou a ser usado a metodologia de divisão em grupos e posterior plenária. Depois da terceira oficina, houve um trabalho de sistematização das ações e elaboração de breves textos justificando a ação e explicando a finalidade das mesmas contidas no ponto 5 deste relatório. Uma vez realizado isto na quarta oficina, realizada em Gararu, foi apresentado o PAE final para validação do mesmo junto à sociedade Civil. O ultimo seminário foi realizado em Aracajú, junto as instituições que formarão parte da Comissão Estadual de Combate à desertificação, com as atribuições de gerenciar e monitorar a efetiva implementação do PAE. Para monitorar a implementação das ações se apresenta, no ponto 8, o plano de monitoramento desde dois pontos de vista, monitoramento de desempenho e monitoramento de impacto. Para elaborar os indicadores, a equipe teve como finalidade a de apresentar um sistema que fosse facilmente mensurável e entendível. Finalmente, no ponto 9 se apresenta um breve cronograma contendo as prioridades para os próximos 4 anos. Estas prioridades são de 3 classes: as definidas pela sociedade civil, as definidas pela ausência de mecanismos implementando as ações e as definidas como prioritárias pela equipe. Caberá à Comissão Estadual definir quais são as prioritárias baseando-se na conjuntura estadual, federal e municipal. Com todo isto, apresentamos a seguir o Programa de Combate à desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca do Estado de Sergipe, a ser coordenado pela Secretaria Estadual de Combate à Desertificação. 12 PAE-SERGIPE 2. COMBATE À DESERTIFICAÇÃO 2.1 ANTECEDENTES INSTITUCIONAIS DA DESERTIFICAÇÃO Historicamente, a discussão sobre a desertificação intensificou-se com a ocorrência de dois grandes eventos. O primeiro, a grande seca que assolou o meio-oeste americano na década de 1930, fenômeno pelo qual ficou conhecido como “Dust Bowl”, onde a intensa degradação dos solos afetou uma área de cerca de 380 mil quilômetros quadrados, fazendo com que a “desertificação” fosse introduzida na agenda da academia. Foi a partir deste evento, que se passou a estudar e compreender melhor os processos que levam a desertificação. Inclusive, suas relações com os modelos de sobrexploração dos recursos naturais (LIMA,2006). O segundo acontecimento importante, que chamou a atenção para o flagelo do fenômeno da desertificação, foi a grande seca que assolou o Sahel africano, na década de 1970, e que provocou a morte de mais de 500 mil de pessoas em um dos maiores movimentos migratórios já registrados. Isto fez com que a comunidade internacional reconhecesse o impacto econômico, social e ambiental do problema, estabelecendo um programa mundial de ação para combatê-lo. Assim, o tema é tratado pela primeira vez na Conferência sobre Desenvolvimento Humano, em Estocolmo, no ano de 1972 (BRASIL, 2010). A conscientização de que o crescimento econômico estava se dando às custas da apropriação dos recursos naturais e da própria qualidade de vida das populações, leva a Organização das Nações Unidas - ONU, a organizar uma conferência especifica sobre o tema: a Primeira Conferência sobre Desertificação, que aconteceu na cidade de Nairóbi, Quênia, em 1977. Neste evento, chegam-se à conclusão de uma urgente necessidade de implantar e implementar políticas especificas de combate à desertiticação para as terras secas do mundo (semiáridas, áridas, hiperáridas, sub-úmidas secas), tanto por suas características ambientais quanto sociecônomicas (BRASIL, 2010). Apesar dos resultados moderados sobre as ações da implantação dessas políticas para as regiões afetadas pela desertificação, ou seja, para reversão da degradação, o consequente crescimento dos problemas em todo o mundo, fez com que o tema fosse incluido na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento CNUMAD, no Rio de Janeiro, em 1992, a qual ficou conhecida como ECO - 92 (BRASIL, 2010). 13 PAE-SERGIPE 2.2 O MARCO INSTITUCIONAL NO BRASIL O Brasil conferiu novos destaques ao assunto em 1992, com a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento - ECO-92. O sucesso da ECO-92, no tocante às medidas de combate à desertificação, foi em grande parte resultado da Conferência Internacional sobre Impactos de Variações Climáticas e Desenvolvimento Sustentável em Regiões Semi-Áridas - ICID, realizada em Fortaleza, Ceará, em 1992 (PERNAMBUCO,2009). Os desdobramentos após a ECO-92 foram significativos, principalmente com o processo de adesão dos países à Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca - UNCCD. A Convenção já está em vigor desde 26 de dezembro de 1996 e foi assinada por mais de 190 países. No caso do Brasil, isso aconteceu em 1994, mas a Convenção só foi aprovada por ato do Congresso Nacional Brasileiro em 1997, passando então a ter efeito legal. Em 1997, é realizada a Conferência Nacional e Seminário Latino-Americano sobre Desertificação - CONSLAD, com a participação conjunta da sociedade civil e de órgãos governamentais dos países envolvidos, com o objetivo de fortalecer o processo de negociação da Convenção, assim como de contribuir para a formulação de uma estratégia nacional para o combate a desertificação e a seca. Ficou formalizado o compromisso para a elaboração de um Plano Nacional de Combate à Desertificação - PNCD (PERNAMBUCO, 2009). Para tanto, o governo brasileiro estabeleceu uma Cooperação Técnica com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento - PNUD. A cooperação (BRA-93/36) permitiu a elaboração das diretrizes para a Política Nacional de Combate à Desertificação PNCD, aprovada pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente - CONAMA, sob a Resolução 238/1997, e o desenvolvimento de estudos que culminaram com a identificação dos Núcleos de Desertificação do Brasil: Núcleo de Gilbués, no sul do Estado do Piauí; o Núcleo de Irauçuba, no Estado do Ceará; e Núcleo de Cabrobó, no Estado de Pernambuco, e o Núcleo do Seridó, entre os Estados do Rio Grande do Norte e Paraíba (BRASIL,1988). Após a III Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação - COP 3, no ano de 1999, em Recife, até o ano de 2003, as questões referentes à desertificação no Brasil ficaram restritas a ações de um grupo da sociedade civil do Nordeste Brasileiro (LIMA, 2006). 14 PAE-SERGIPE Com a elaboração de um programa para a construção de tanques para captação de água de chuva, destinado a atender a um milhão de famílias do semiárido brasileiro, realizado pela Articulação no Semiárido - ASA, o Governo Brasileiro absorve esta proposta e com o apoio de outras instituições o Programa de Formação e Mobilização Social para a Convivência com o Semi-Arido: Um Milhão de Cisternas Rurais - P1MC, elaborado de acordo com os objetivos e premissas da Convenção das Nações Unidas de Combate a Desertificação - UNCCD, passa a ser a mais forte ação governamental e da sociedade civil voltada exclusivamente para o combate à desertificaçao no Brasil (ANDRADE e QUEIROZ, 2009). 2.3 PROGRAMA DE AÇÃO NACIONAL DE COMBATE À DESERTIFICAÇÃO – PAN BRASIL A elaboração do Programa de Ação Nacional de Combate à Desertificação - PANBrasil, ocorreu no período de 2003 a 2004, com um conjunto de ações que mobilizaram instituições governamentais das esferas federal e estaduais, além de instituições da sociedade civil organizada que possuem Áreas Suscetíveis à Desertificação - ASD’s. Teve o seu desenho de elaboração pautado nas discussões de eixos temáticos, por meio de reuniões nos estados e em eventos regionais para consolidação do documento. Além disso, também se fundamentou num conjunto de políticas nacionais, visando à construção de pactos com ênfase no conceito da transversalidade, de forma que o tema “combate à desertificação” estivesse na pauta política e institucional dos diversos segmentos públicos e sociais do semiárido e/ou com atuação nesse espaço geográfico (BRASIL, 2004). O Programa foi lançado oficialmente em agosto de 2004, tendo como objetivo geral o estabelecimento de diretrizes e instrumentos legais e institucionais orientados para aperfeiçoar a formulação de políticas públicas e investimentos privados nas ASD’s, dando prioridade a implementação de ações nas áreas consideradas em situação muito grave, visando o desenvolvimento sustentável. Os programas e ações propostos estão articulados em torno de quatro eixos temáticos: I. Eixo Temático 1 - Redução da Pobreza e da Desigualdade; II. Eixo Temático 2 - Ampliação Sustentável da Capacidade Produtiva; III. Eixo Temático 3 - Conservação, Preservação e Manejo Sustentável dos Recursos Naturais e, IV. Eixo Temático 4 - Gestão Democrática e Fortalecimento Institucional. 15 PAE-SERGIPE Devido a restrições administrativas e operacionais no âmbito federal, ainda faz-se necessário uma melhor definição do arranjo institucional para avançar na implementação do PAN-Brasil, com um melhor funcionamento da gestão contida no programa. Esse breve histórico permite traçar um perfil das iniciativas tanto de ordem legal e institucional do país, como da sociedade civil. Todas de fundamental importância para a elaboração dos Programas de Ação Estadual - PAE’s). 16 PAE-SERGIPE 3. COMBATE A DESERTIFICAÇÃO NO ESTADO DE SERGIPE 3.1 CONTEXTO Sergipe possui 75 municípios e está dividido, conforme planejamento territorial do Estado, em oito territórios: Grande Aracaju, Baixo São Francisco, Leste, Alto Sertão, Médio Sertão, Agreste Central, Centro Sul e Sul. O Território do Alto Sertão, objeto de avaliação desse Produto, abrange uma área de 4.908,20 km² e é composta de sete municípios Canindé do São Francisco, Gararu, Monte Alegre de Sergipe, Nossa Senhora de Lourdes, Nossa Senhora da Glória, Poço Redondo e Porto da Folha e que compõe parte do semiárido brasileiro. A população total do Território é de 137.926 habitantes, dos quais 74.478 vivem na área rural, o que corresponde a 55,45% do total. Nessa área estão situados 12.833 agricultores familiares (AF), 3.564 famílias assentadas de reforma agrária. O Programa de Ação Nacional de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca, PAN – BRASIL configura-se como instrumento norteador para a implementação do Programa Estadual de Combate à Desertificação, o PAE-SE, que visa ações articuladas no controle e no combate à desertificação, bem como para a ampliação dos acordos sociais envolvendo os mais diversos segmentos da sociedade. A desertificação por ser um fenômeno complexo e que envolve uma percepção multidisciplinar possui várias definições que variam de acordo com o enfoque adotado, desde o biocêntrico ao antropocêntrico. A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro em 1992, a Agenda 21 e o Programa Nacional de Combate a Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca – PAN BRASIL, definem a desertificação como processo de degradação natural das terras nas zonas áridas, semiáridas e subúmidas secas, resultante da incidência de vários fatores ambientais incluindo variações climáticas que por sua vez é potencializado pelas atividades humanas. Este processo deteriora as condições ambientais, afetando consequentemente as condições de vida da população que habita a região (BRASIL, 2004). A desertificação engloba a biogeografia local como um todo, ou seja, a degradação dos solos, dos recursos hídricos e da biodiversidade, resultantes de fatores climáticos e atividades antrópicas (UNITED NATIONS, 1994). 17 PAE-SERGIPE A desertificação foi formalmente identificada no semiárido do nordeste brasileiro a partir dos anos 70. Após estudos mais detalhados sobre o tema surgiram novos conceitos referentes ao fenômeno da desertificação que variam de acordo com enfoque adotado, ou seja, desde o socioeconômico ao ambiental. Para evitar confusão em relação a algumas definições, faz-se necessária a princípio distinção de alguns conceitos (SZILAGYI, 2007): Desertização: trata-se de fenômenos socioeconômicos de crescente abandono de um território, província ou região pela população que nela habita, reduzindo a densidade demográfica; Desertificação Edáfica: é o empobrecimento geral do ecossistema devido à redução da biomassa; Arenização: definida como retrabalhamento de depósitos areníticos pouco ou nada consolidados, dificultando nessas áreas a fixação da vegetação devido à mobilidade de sedimentos; Desertificação Biológica: corresponde à perda de regeneração dos ecossistemas resultando em rarefação da fauna e redução da superfície coberta por vegetação ocasionando empobrecimento do solo e salinização, tendo homem como agente causador de tal ação; Sahelização: que nada mais é que diferentes grau de desaparecimento do estrato arbóreo do ecossistema; Aridização: é a intensificação do índice de aridez (IA) na região semiárida. A desertificação e o fenômeno da seca estão interligados. No Brasil, a grande maioria das terras susceptíveis à desertificação encontra-se nas regiões semiáridas, subúmidas secas do Nordeste. A seca é um fenômeno climático caracterizado pela distribuição irregular das chuvas por um período de tempo longo que provoca desequilíbrio hidrológico, onde a evapotranspiração ultrapassa por um período de tempo a precipitação das chuvas. As secas não ocorrem de forma uniforme ao longo dos espaços semiáridos do Nordeste. Pode haver anos de seca total, com efeitos observados em todas as áreas da 18 PAE-SERGIPE região semiárida, e anos de seca parcial, em que os problemas da seca são verificados apenas em algumas áreas dos estados do Nordeste. As secas podem ser ocasionais (devidas à sazonalidade ou às variações interanuais das chuvas), ou secas severas de longos períodos que podem ser causadas ou agravadas pela influência humana sobre o meio ambiente (redução da cobertura vegetal, mudança do efeito de albedo, mudanças climáticas locais, efeito estufa, etc.) (BRASIL, 2004). O Programa de Ação Nacional de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca (PAN – BRASIL) adota o critério da Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca – UNCCD, da qual o Brasil é signatário desde 1997 e considera como zonas áridas, semiáridas e subúmidas secas todas as áreas afetadas ou suscetíveis a processos de desertificação com Índice de Aridez entre 0, 05 e 0, 65. O índice de aridez (IA) é à base de classificação climática de Thorntwaite (1941). O qual é calculado pela razão entre a precipitação pluviométrica e a evapotranspiração. O Quadro 1, a seguir, apresenta a classificação da susceptibilidade à desertificação, em função do índice de aridez QUADRO . CLASSIFICAÇÃO DA SUSCEPTIBILIDADE À DESERTIFICAÇÃO, EM FUNÇÃO DO ÍNDICE DE ARIDEZ ÍNDICE DE ARIDEZ SUSCEPTIBILIDADE À DESERTIFICAÇÃO 0, 05 a 0, 20 Muito Alta 0, 21 a 0, 50 Alta 0, 51 a 0, 65 Moderada Fonte: Adaptado Brasil, 2004 A SEGUIR, A Figura . Incidência de Secas no Nordeste, apresenta a incidência do fenômeno das secas no Nordeste, de acordo com o PAN – BRASIL. Segundo a mesma, no Alto Sertão sergipano a taxa de seca varia entre 61 e 80%. Com o intuito de delimitar espacialmente a influência da seca na região nordestina, criou-se o Polígono das Secas pela Lei Nº 175, de 07 de janeiro de 1936. Essa região possuía uma superfície geográfica de 672.281, 98 km², correspondentes a 43, 2% da área total do Nordeste delimitado pelo IBGE (1.557.767 km²). 19 PAE-SERGIPE Em substituição a delimitação do antigo Polígono das Secas foi criada a Lei Federal N° 7.827, de 27 de setembro de 1989, que demarca a nova região semiárida oficial brasileira. Para essa nova delimitação adotaram-se três critérios técnicos: A média anual de precipitação pluviométrica inferior a 800 mm; Índice de aridez de até 0, 5; calculado pelo balanço hídrico que relaciona a precipitação e a evapotranspiração potencial no período entre 1961 e 1990; Risco de seca ser maior que 60% tendo por referência o período de seca entre 1970 e 1990 (MI/MMA/MCT, 2005 apud BRASIL, 2004). FIGURA . INCIDÊNCIA DE SECAS NO NORDESTE FONTE: BRASIL, 2004 20 PAE-SERGIPE FIGURA . NOVA DELIMITAÇÃO DO SEMIÁRIDO Fonte: PAN – BRASIL (MMA/SRH, 2004) De acordo com Programa de Ação Nacional de Combate a Desertificação e Mitigação dos efeitos da Seca, o PAN – BRASIL, as áreas susceptíveis a desertificação cobrem uma superfície de 1.340.862 km2 abrangendo um total de 1.488 municípios nos noves Estados do Nordeste (entre eles Sergipe), além do norte de Minas Gerais e do norte 21 PAE-SERGIPE do Espírito Santo (BRASIL, 2004). O espaço objeto da atuação do PAN – BRASIL, caracterizado como Áreas Susceptíveis à Desertificação – ASD – são descritos a seguir: Núcleos de Desertificação; Áreas Semiáridas e Subúmidas Secas; Áreas do Entorno das Áreas Semiáridas e Subúmidas Secas; Novas Áreas Sujeitas a Processos de Desertificação; Características Principais das Áreas Susceptíveis à Desertificação – ASD; Relação das ASD com o Bioma Caatinga, o Polígono das Secas e a Região Semiárida do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE). 3.2 ANÁLISES DAS ÁREAS SUSCETÍVEIS À DESERTIFICAÇÃO EM SERGIPE Sergipe geograficamente situa-se na parte Oriental do Nordeste brasileiro, e tem a sua porção semiárida expandida ao Noroeste, Oeste e Sudoeste do Estado, totalizando uma área de 10.982 km², que equivale a 49, 81% do território sergipano (ADEMA, 2000). De acordo com o levantamento realizado pelo PAN – BRASIL (Erro: Origem da referência não encontrada), elaborado pelo Ministério do Meio Ambiente, o estado de Sergipe, quanto as ASD’s classifica-se em: Áreas Semiáridas: composta por 6 (seis) municípios: Canindé de São Francisco, Gararu, Monte Alegre de Sergipe, Nossa Senhora da Glória, Poço Redondo e Porto da Folha; Áreas Subúmidas Secas: composta por 28 (vinte e oito) municípios: Amparo de São Francisco, Aquidabã, Canhoba, Capela, Carira, Cedro de São João, Cumbe, Feira Nova, Frei Paulo, Gracho Cardoso, Itabi, Japoatã, Malhada dos Bois, Muribeca, Neópolis, Nossa Senhora Aparecida, Nossa Senhora das Dores, Nossa Senhora de Lourdes, Pinhão, Poço Verde, Propriá, Riachão do Dantas, Ribeirópolis, São Francisco, São Miguel do Aleixo, Simão Dias, Telha e Tobias Barreto; Áreas do Entorno das Áreas Semiáridas: composta por 14 municípios: Brejo Grande, Campo do Brito, Ilha das Flores, Itabaiana, Itabaianinha, Lagarto, Macambira, Malhador, Moita Bonita, Pacatuba, Pedra Mole, Santana do São Francisco, São Domingos e Tomar do Geru. FIGURA . ÁREAS SUSCEPTÍVEIS A DESERTIFICAÇÃO 22 PAE-SERGIPE Fonte: PAN – BRASIL (MMA/SRH, 2004) 23 PAE-SERGIPE Em relação às áreas afetadas pelo processo de desertificação em Sergipe seguindo a à metodologia adotada pelo PAN–BRASIL, que por sua vez foi formulada pelo Instituto Desert, tem em seu território a seguinte classificação: Muito grave (abrange os municípios do Alto Sertão sergipano); Moderada. O Estado de Sergipe segundo a UNCCD (1997) apud SEMARH (2010) é considerado área frágil com três zonas: 1) Uma estreita faixa litorânea sem riscos de desertificação; 2) Uma faixa central abrangendo todo o Estado de Norte a Sul, com riscos de ocorrência do processo de desertificação; 3) Uma faixa do sertão semiárida, com riscos elevados de desertificação (envolve o território sergipano denominado Alto Sertão). O território do Alto Sertão Sergipano, correspondente à Microrregião Sergipana do Sertão do São Francisco que corresponde à numa área geográfica de 490.068,6 há. É formada pelos municípios de Canindé do São Francisco, Nossa Senhora da Glória, Poço Redondo, Monte Alegre, Gararu, Nossa Senhora de Lourdes e Porto da Folha, região que de acordo com o PAN – BRASIL, é área do estado mais afetada pelo processo de desertificação, sendo classificada de acordo com os indicadores adotados pelo PAN – BRASIL como Muito Grave. Assim o Programa de Ação Estadual de Prevenção e Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca no Estado de Sergipe – PAE – SE tem como ponto focal os municípios do Alto Sertão que estão em estágio mais avançado no processo de desertificação e consequentemente de degradação ambiental. A Erro: Origem da referência não encontrada delimita as Áreas afetadas por Processo de Desertificação. O território sergipano do Alto Sertão classifica-se como região com avançado processo de desertificação. FIGURA . ÁREAS AFETADAS POR PROCESSO DE DESERTIFICAÇÃO Fonte: PAN – BRASIL (MMA/SRH, 2004) 24 PAE-SERGIPE A Figura 5 apresenta a localização geográfica dos municípios que compõe o Alto Sertão sergipano. FIGURA . SERGIPE: TERRITÓRIO DO ALTO SERTÃO SERGIPANO - 2010 Fonte: Atlas Digital, SRH, 2004. 25 PAE-SERGIPE 3.3 ÂMBITO FÍSICO-AMBIENTAL Os próximos tópicos abordarão as características ambientais (solo, geologia, geomorfologia, hidrologia, hidrogeologia, clima, fauna e flora) dos municípios do Alto Sertão que são o foco de ação do Programa de Ação Estadual de Prevenção e Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca no Estado de Sergipe – PAE – SE. 3.3.1 Solos, Aptidão Agrícola e Suscetibilidade à Erosão O solo possui vários conceitos a depender da área a qual o estuda. Segundo a Pedologia o solo é uma massa natural inconsolidada que compõe a superfície da Terra, resultante da ação climática sobre as rochas, sendo influenciada pelo tipo de relevo e origem das rochas, constituindo um recurso natural vital e limitável e facilmente destruído (PHILLIPPI JR, 2005). O uso e o manejo inadequado dos solos são apontados como as principais causas de origem antrópica relacionadas com a desertificação. A degradação do solo é um processo que reduz a capacidade atual ou potencial do solo para produzir bens ou serviços. Tal degradação é em muitos casos irreversível, visto que os processos de formação além de regeneração são processos geológicos lentos (SOMBROEK & SENE, 1993). Em Sergipe especificamente nos municípios do Alto Sertão, os tipos de solos são classificados como: Bruno não Cálcico, Planosol, Regosol Distrófico e Litólicos Eutróficos, Podzólico Vermelho-Amarelo Equivalente Eutrófico. Segundo Franco (1983) as principais características desses tipos solos são: Bruno não cálcico: classe de solo mineral, não hidromórfico, geralmente com horizonte A fraco e com horizonte B avermelhado eutrófico e com capacidade de troca catiônica (CTC) > 27 cmol.kg-1 de argila (Ta), com erosão laminar intensa; Planosol: solo de baixa permeabilidade pouco profundo susceptível a erosão, neutro e moderadamente alcalino com elevada percentagem de minerais primários facilmente decomponíveis; Regosol: caracteriza-se por solos arenosos com cascalho levemente ou muito profundos, muito friáveis de texturas muito leves, drenagem acentuada, com sequência de horizontes A, C, formadas a partir de arenitos, sendo normalmente ácidos e com fertilidade aparente muito baixa, situados logo acima da rocha, predominante em Sergipe; 26 PAE-SERGIPE Litólicos: esses solos são originados de diferentes materiais de origem, rasos, solos muitos susceptíveis a erosão, apresentando como principais limitações a rochosidade, a pedregosidade e o relevo acentuado. São áreas com restrições à ocupação antrópica; Podzólico Vermelho-Amarelo Equivalente Eutrófico: solos com B textural, não hidromorfos em geral com atividade baixa de argila, minerais primários em fácil decomposição que constitui reservas para as plantas, solos de média e alta fertilidade natural, comumente profundo; Distrófico: Solo em que a porcentagem de saturação por bases (V) é inferior a 50%. São solos de fertilidade média ou baixa; Eutrófico: solo em que a porcentagem de saturação por bases (V) é superior a 50%. São solos de fertilidade alta. Segundo o mesmo autor, a aptidão agrícola dos solos encontrados no Alto Sertão Sergipano é: Solo Bruno não Cálcico: neste solo cultiva-se milho, feijão, algodão capins forrageiros, capim Buffel e capim sempre-verde; Planosol: neste solo cultiva-se milho, feijão, mandioca e capim sempre-verde; Regosol: neste solo cultiva-se milho, feijão, algodão, capins forrageiros, capim Buffel e capim sempre-verde; Litólicos: neste solo cultiva-se milho, feijão, algodão, palma, forrageira e capim sempre-verde e pangola; Podzólico Vermelho-Amarelo: neste solo cultiva-se milho, feijão, algodão, mandioca fumo e cana-de-açúcar. O Quadro , a seguir, apresenta os tipos de solo em cada município do Alto Sertão. 27 PAE-SERGIPE QUADRO . TIPOS DE SOLO EM CADA MUNICÍPIO DO ALTO SERTÃO MUNICÍPIO SOLO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO APTIDÃO DO SOLO Canindé do São Francisco Bruno não Cálcico, Planosol, Rego Sol Distrófico e Litólicos Eutróficos. Pecuária extensiva, agricultura de subsistência e agricultura irrigada com problemas de salinização. Pastagem natural e aptidão regular para lavoura irrigada com manejo adequado. Gararu Litólicos Eutróficos, Podzólico Vermelho-Amarelo Equivalente Eutrófico e Planosol. Pecuária extensiva e agricultura de subsistência Pastagem nativa e lavoura com irrigação Nossa Senhora de Glória Podzólico Vermelho Amarelo Equivalente Eutrófico, Litólicos Eutróficos e Planosol Pastagem plantada e agricultura de subsistência com produção de grãos Regular para lavoura Nossa Senhora de Lourdes Litólicos Eutróficos, Monte Alegre Litólicos Eutróficos, Regosol Distrófico, Planosol e Podzólico Vermelho Amarelo Equivalente Eutrófico Agricultura de subsistência e pastagem extensiva Pastagem natural e plantada, e regular para lavoura Poço Redondo Planosol, Regosol Distrófico, Bruno não Cálcico e Litólico Eutróficos, Porto da Folha Litólicos, Eutróficos, Regosol Distróficos, Planosol, Podzólico Vermelho Amarelo Equivalente Eutrófico, Pecuária extensiva e agricultura de subsistência Pastagem nativa e lavoura com irrigação Fonte: SEPLANTEC, 1997 28 PAE-SERGIPE Entre alguns fatores que colaboram na ocorrência da degradação dos solos e consequentemente no fenômeno da desertificação podemos destacar: Mudanças climáticas (alteração do regime pluviométrico); Derrubada e/ou queimada da cobertura vegetal; Destruição dos estoques de frutas e sementes, impedindo a germinação de plantas nativas; Destruição de agentes polinizantes, em virtude da prática crescente da utilização de pesticidas; Vasconcelos Sobrinho (1978) apud Oliveira et al. (2007), destaca que atividades humanas sem o devido cuidado no uso e ocupação do solo são indicadores para o surgimento do processo de desertificação. A seguir são citados alguns desses indicadores que por sua vez podem ser transportados para realidade dos municípios do Alto Sertão sergipano: Densidade demográfica: afeta a qualidade dos solos e disponibilidade de águas: No Alto Sertão o crescimento da população, surgimento dos assentamentos rurais, aumento dos pequenos agricultores, os latifúndios, transformaram a região que anteriormente possuía vazios demográficos em local povoado e consequentemente exercem cada vez mais pressão no solo e no uso dos recursos naturais; Sistema fundiário: exclui o pequeno agricultor do processo produtivo nacional. Os municípios do Alto Sertão, especialmente Poço Redondo e Canindé do São Francisco, possuem assentamentos e acampamentos do Movimento Sem Terra (MST); Mineração: causa sobrecarga no ambiente e desenvolvimento de atividades agrícolas secundárias, desordenada e irracional. É o caso de Cerâmicas nos municípios do Alto Sertão, causando desmatamento (madeira para fornos); Irrigação: sistemas mal administrados provocam profundas alterações no padrão hidrológico, na quantidade e qualidade dos recursos hídricos, nas propriedades físicoquímicas dos solos – alcalinização e salinização (afetam a fauna, flora e as condições de vida do agricultor). O fenômeno da salinização ocorre nos perímetros irrigados, como no Projeto Nova Califórnia, Projeto Jacaré-Curituba; Tempo de ocupação: indica a intensidade de uso dos recursos naturais. 29 PAE-SERGIPE A prática durante décadas da pecuária extensiva com pastoreio excessivo, acrescidos com o crescimento da agricultura, aumento da população nos municípios do Alto Sertão sem o manejo adequado dos recursos naturais, exercem maior depleção dos mesmos; Pecuarização: em substituição às atividades agrícolas. No Alto Sertão tem-se a criação de ovinocultura, bovinocultura, caprinocultura, apicultura, que são importantes fontes de renda para população. Em algumas áreas de alguns municípios do Alto Sertão constitui-se em alternativa econômica devido à impossibilidade de praticar a agricultura (topografia do terreno desfavorável e baixa fertilidade do solo). Perda de fertilidade: redução na produção agrícola, desemprego e êxodo rural. No Alto Sertão ocorre devido à erosão, pastoreio excessivo, salinização, desertificação. Expansão de áreas agrícolas: utilizando uma agricultura de larga escala comercial, mecanizada e de alta capacidade de devastação. No Alto Sertão o uso de tecnologias principalmente nos perímetros irrigados com uso de tratores e adubos, pesticidas e/ou herbicidas sem o manejo adequado, degradam o solo. No Alto Sertão sergipano algumas atividades humanas, sem o devido cuidado no uso e ocupação do solo, que contribuem para o surgimento do processo de desertificação podem ser destacadas, tais como: No município de Canindé do São Francisco, a mecanização da agricultura compromete a qualidade solo. Os perímetros irrigados sofrem problemas de salinização. Na área de abrangência do Projeto Jacaré- Curituba no município de Poço Redondo, o uso inadequado do solo e a demasiada irrigação por inundação dos solos, gera impactos ambientais, como o aparecimento de canais de escoamento e drenagem, o surgimento de sulcos e erosões laminar no solo e o desmoronamento de taludes de córregos. O excesso de água da irrigação por inundação no solo provoca degradação, pois como predominam solos rasos e forte evaporação no perímetro do projeto Jacaré Cutituba, favorece um acúmulo de sais na camada superficial, proporcionando que estes solos se salinizem com facilidade. A falta de eficácia da assistência técnica e da capacitação aos agricultores, ocasiona a salinização perda de fertilidade dos solos, evidente nos perímetros irrigados no Alto Sertão. 30 PAE-SERGIPE A salinização é um grande depredador do solo e segundo Drumond et al. (2000),Os fatores climáticos também ajudam na depredação do solo, através da concentração de precipitação de chuva em curto período o que ocasiona a erosão do solo e a lixiviação, trazendo prejuízos para as terras férteis ou através da alteração do regime de chuvas causando secas prolongadas, mortandade da fauna e flora e trazendo prejuízos a agricultura e extrativismo nos municípios do Alto Sertão. O solo do Alto Sertão sergipano além de aptidão natural para o plantio de culturas de subsistência possui vocação natural para pastagem. Daí o Alto Sertão mantém a sua economia baseada na pecuária e no cultivo de lavouras temporárias. De acordo com o INCRA (2006), são constatadas degradação do solo nas seguintes regiões do Alto Sertão: Bacia do rio Curituba: (Canindé do São Francisco) que possui pastagens naturais, com presença de caatinga densa e baixa, com águas superficiais, porém apresenta solos pobres e susceptíveis a degradação com a retirada da cobertura vegetal. A pecuária de leite, associada à de corte e lavouras de subsistência são as principais atividades produtivas; Bacia do rio Jacaré: (Poço Redondo) apresenta um avançado grau de deterioração ambiental, com alguns pontos em desertificação com total ausência vegetal e processo de arenização, com solos fortemente degradados, com afloramentos rochosos e carência de água, com fortes restrições para agricultura e carga animal (pecuária); Na região sudeste a noroeste do município de Gararu: com solos fortemente degradados, com afloramentos rochosos, topografia fortemente ondulada, com carência de água e restrições para agricultura e pecuária; Zona da Bacia Leiteira: está localizada na sub-bacia do rio Capivara na sub- bacia do rio campos Novos, abrangendo os municípios de Monte Alegre de Sergipe, Nossa Senhora da Glória, Porto da Folha e Gararu. A área de Topografia Suave a Moderada, subzona que se caracteriza por solos degradados com fortes restrições a agricultura e esgotados pelo intensivo pastoreio; Zona do Perímetro Irrigado: atualmente, estes perímetros irrigados se encontram localizados na sub-bacia do rio da Onça. A falta de eficácia da assistência técnica e da capacitação se reflete na perda de fertilidade e na salinização dos solos, bem como nos problemas com pragas, nematóides e moscas da fruta. 31 PAE-SERGIPE Nas regiões que possuem assentamentos rurais, localizados nas sub-bacias dos municípios do Alto Sertão, as principais características do solo bem como seu estado de degradação de acordo com Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária são (INCRA, 2006): a) Sub-bacia: Rio das Oncas, Rio Capivara e Rio Gararu; Municípios: de Canindé do São Francisco a Gararu (Zona Ribeirinha do São Francisco); Assentamentos: Monte Santo, Monte Santo I, Cajueiro, José Unaldo de Oliveira; Solos rasos e propensos a erosão; Áreas com alta pedregosidade; Solos com consistência dura a extremamente dura quando secos; Faixas de solos com drenagem moderada a imperfeita; Solos com fertilidade natural, com elevadas taxas de potássio (K+); Manejo indiscriminado dos solos e conseqüente degradação ambiental. b) Sub-bacia: Rio Curituba, Rio Jacaré; Municípios: Poço Redondo, Canindé do São Francisco, Gararu (Zona Sequeiro Degradado); Assentamentos: Queimada Grande, Novo Mulungu, São José de Nazaré, Cuiabá, Maria Bonita I, Caldeirão, Novo Paraíso, Boa Esperança, João Pedro Teixeira, Modelo, Florestan Fernandes, Mandacaru, Nova Vida, Santa Maria, Santa Rita, Maria Vitoria; Solos com fertilidade natural, com elevadas taxas de potássio; Taxa elevada de evaporação; Solos rasos e propensos a erosão; Faixas de solos com drenagem moderada a imperfeita; Solos com consistência dura a extremamente dura quando secos; Áreas com elevada pedregosidade; Lençol freático profundo; Manejo indiscriminado dos solos e conseqüente degradação ambiental; Água salobra. c) Sub-bacia: Rio Capivara, Rio Campos Novos; Municípios: Monte Alegre, Nossa Senhora da Glória, Porto da Folha, Gararu; Assentamentos: União dos Conselheiros, São Raimundo, Nossa Senhora da Glória, Nossa Senhora da Boa Hora, João do Vale, Paulo Freire, Arrastador, Cachoeirinha; Solos com fertilidade natural, com elevadas taxas de potássio; 32 PAE-SERGIPE Solos rasos e propensos a erosão; Alguns apresentam solos em boas condições, permitindo a mecanização; Faixas de solos com drenagem moderada a imperfeita; Solos com consistência dura a extremamente dura quando secos; Áreas com elevada pedregosidade; Lençol freático profundo. 3.3.2 Geologia e Geomorfologia do Alto Sertão Os municípios do Alto Sertão sergipano em geral são formados pelos domínios neoproterozóico a mesoproterozóico da Faixa de Dobramentos Sergipana e Domínios metassedimentos do Grupo Macururé. De acordo com Bonfim et al. (2002), as características geológicas por município são: Canindé do São Francisco: Em 90% do território do município predomina o domínio neo a mesoproterozóico da Faixa de Dobramentos Sergipana. Neste domínio, as litologias predominantes incluem granitóides, gabros, gnaisses, migmatitos, anfibolitos, xistos, metamafitos/ultramafitos, quartzitos, filitos, mármores e metaconglomerados. Em pequenas faixas nos extremos NW, W e SW, afloram sedimentos paleozóicos da Bacia do Tucano Norte, relacionados às formações Curituba (arenitos, folhelhos, calcários e diamictitos), Santa Brígida (arenitos, folhelhos, carbonatos e silexitos) e Tacaratu (arenitos finos a conglomeráticos e conglomerados); Gararu: Predomina o domínio neo a mesoproterozóico da Faixa de Dobramentos Sergipana. Cerca de 85% do território do município é dominado por micaxistos granatíferos com lentes de quartzito milonitizado, relacionados ao Grupo Macururé. Pequenos corpos granodioríticos e quartzo-monzonitos com freqüentes autólitos máficos, do tipo Glória, ocorrem associados aos micaxistos; Nossa Senhora da Glória: Predominam os domínios neo e mesoproterozóico da Faixa de Dobramentos Sergipana. Mais de 80% do território é ocupado por litótipos do Grupo Macururé, representado em sua maior parte por micaxistos granatíferos seguidos de metarritmitos, metavulcanitos, metagrauvacas, metarenitos finos e metassiltitos maciços. Associados ao 33 PAE-SERGIPE Grupo Macururé, ocorrem por toda a região, corpos de granitos, granodioritos e monzonitos do tipo Glória; Nossa Senhora de Lourdes: Predominam na área metassedimentos do Grupo Macururé, representados por micaxistos granatíferos com lentes de quartzito milonitizado, metagrauvacas e metarenitos finos. A estas rochas associam-se granitóides tipo Glória (granitos e granodioritos leucocráticos) e tipo Propriá (biotita granitos porfiriticos); Monte Alegre: Observa-se um predomínio de rochas neo a mesoproterozóicas da Faixa de Dobramentos Sergipana, representada por litótipos do Grupo Macururé (micaxistos granatíferos, metarritmitos finos, metavulcanitos, metagrauvacas, metarenitos finos e metassiltitos maciços). Corpos esparsos de granitos, granodioritos e quartzo-monzonitos do tipo Glória, ocorrem associados ao Grupo Macururé por toda a área do município, mormente na sua parte centro-leste; Poço Redondo: Está representado predominantemente por litótipos dos domínios neoproterozóico e mesoproterozóico da Faixa de Dobramentos Sergipana. No extremo norte, ao longo do Rio São Francisco, ocorrem pequenas manchas de depósitos aluvionares. Na porção norte afloram leucogranitos (Granitóides tipo Xingo), dioritos, granitos e monzonitos (Granitóides tipo Curralinho), ortognaisses graníticos (Granitóides tipo Garrote), e gabros, microgabros, diabásios, troctolitos e ultramafitos da Suíte Intrusiva Canindé; Porto da Folha: A área do município está quase totalmente englobada nos domínios neoproterozóico e mesoproterozóico da Faixa de Dobramentos Sergipana. Na porção centro-sul da região, ocorrem micaxistos granatíferos com lentes de quartzito e metarritmitos finos com lentes de metavulcanitos (Grupo Macururé), granitos/granodioritos do tipo Glória e metarritmitos, metavulcanitos, metabasitos e mármores (Unidade Monte Azul/Complexo Marancó). No centro-norte da área, afloram migmatitos, anfibolitos, paragnaisses e biotita-xistos do Complexo Migmatítico de Poço Redondo; metabasaltos, metatufos, metavulcanitos, quartzitos e rochas calcossilicáticas do Complexo Canindé; dioritos, granitos, monzonitos do tipo Curralinho; sienitos e monzonitos do tipo Serra do Catu; biotita-granodioritos/ 34 PAE-SERGIPE monzonitos do tipo Propriá e gabros, diabásios, troctolitos, leucogabros e ultramafitos da Suíte Intrusiva Canindé. No extremo norte, observam-se pequenas manchas de aluviões e coluviões relacionadas às Formações Superficiais Continentais. A Figura ilustra a formação geológica do estado de Sergipe. FIGURA . FORMAÇÃO GEOLÓGICA DE SERGIPE Fonte: Ministério de Minas e Energia, 1997 3.2.1.1 Relevo No Alto Sertão predominam os relevos planos e suave ondulado, característicos da unidade morfológica Pediplano Sertanejo, ocorrendo, também, relevo ondulado e ondulado forte na zona de entalhe do rio São Francisco e nas áreas de drenagem de seus afluentes. Ocorrem de modo tópico, elevações decorrentes de áreas residuais do planalto no sudoeste da Serra Negra - ponto mais alto do estado, com 742 m de altitude, localizado no município de Poço Redondo, além da Serra da Guia, com 646 m de altitude (INCRA, 2006). De acordo com a SEPLANTEC (1997) a Geomorfologia Alto Sertão Sergipano caracteriza-se por: Relevo de superfície Pediplanada e Dissecada, com Colinas e aprofundamento de drenagem muito fraco; Superfície Pediplanada e Pediplano Sertanejo, contendo relevos dissecados em colinas e cristas com interflúvios tabulares; Formas tabular e de colina, com aprofundamento de drenagem muito fraca a fraca; Destacam-se algumas elevações residuais como as serras Intâs, Tabanga, Melancia e Negra a maior elevação do estado. Abaixo segue o Quadro 3 e as Figuras 6 e 7 com a classificação geológica e geomorfológica dos municípios alta sertão sergipano. 35 PAE-SERGIPE QUADRO . GEOLOGIA E GEOMORFOLOGIA DOS MUNICÍPIOS DO ALTO SERTÃO MUNICÍPIO GEOLOGIA GEOMORFOLOGIA Canindé Domínio neo a mesoproterozóico da Faixa de Dobramentos Sergipana Forma de relevo é de superfície Pediplanada e Dissecada, com Colinas e aprofundamento de drenagem muito fraco, Gararu Domínio Neo a Mesoproterozóico da Faixa de Dobramentos Sergipana Formas tabular e de colina, com aprofundamento de drenagem de muito fraca a fraca. Nossa Senhora da Glória Domínio neo e mesoproterozóico da Faixa de Dobramentos Sergipana Pediplanada e dissecada, com formas do tipo colina e tabuleiros, e aprofundamento de drenagem muito fraco. Nossa Senhora de Lourdes Domínios metassedimentos do Grupo Macururé Dissecadas dos tipos colina e tabular, Monte Alegre Domínio neo a mesoproterozóicas da Faixa de Dobramentos Sergipana Pediplanada e também dissecado com formas de colina, e aprofundamento de drenagem de muito fraca a fraca Poço Redondo Domínio neo neoproterozóico e mesoproterozóico da Faixa de Dobramentos Sergipana. Colinas e tabuleiros, com aprofundamento de drenagem de muito fraca a fraca. Porto da Folha Domínios neoproterozóico e mesoproterozóico da Faixa de Dobramentos Sergipana Superfície Pediplanada e Pediplano Sertanejo, contendo relevos dissecados em colinas e cristas com interflúvios tabulares. Fonte: SEPLANTEC, 1997 36 PAE-SERGIPE FIGURA . FORMAÇÃO GEOMORFOLÓGICA DO ESTADO DE SERGIPE Fonte: SEMARH, 2009 3.3.3 Recursos Hídricos Superficiais No Estado de Sergipe existem 06 (seis) Bacias Hidrográficas, que são as do rio São Francisco, Vaza Barris, Real, Japaratuba, Sergipe e Piauí (Figura 8). Os rios São Francisco, Vaza Barris e Real são rios federais, pois banham mais de um Estado. Já os rios Japaratuba, Sergipe e Piauí são rios estaduais, pois suas bacias hidrográficas estão dentro do Estado de Sergipe (SERGIPE, 2009). FIGURA . BACIAS HIDROGRÁFICAS DE SERGIPE Fonte: SEMARH/SE, 2009 Em relação a seus recursos hídricos, o semiárido sergipano possui um grande déficit hídrico. Destacam os tributários das Bacias dos Rios São Francisco, Sergipe, Vaza Barris, Piauí e Real. Sua hidrografia é formada por cursos d’água intermitentes e irregulares, de nascentes em áreas desprovidas de Cobertura Vegetal e de Precipitações Pluviométricas Anuais capazes de alimentá-los perenemente (ADEMA, 2000). As bacias hidrográficas apresentam as seguintes características (SEPLANTEC, 2004): 1) Bacia do Rio São Francisco: O rio São Francisco tem 2.700 km de extensão e nasce na Serra da Canastra em Minas Gerais, escoando no sentido sul-norte pela Bahia e Pernambuco, quando altera seu curso para sudeste, chegando ao Oceano Atlântico entre Alagoas e Sergipe. Em Sergipe seu curso alcança a extensão de 236 km e serve de divisa com o estado de Alagoas. A Bacia Hidrográfica do São Francisco tem 634.781 km 2 de área (8% do país). Em Sergipe abrange uma área de 7.289, 86 km2 com potencialidade de água superfície de 37 PAE-SERGIPE 40.335 (hm3 /ano) com vazão média de 1.780 m3/s1 (SEMARH, 2010). A bacia hidrográfica abrange sete unidades da federação: Bahia, Minas Gerais, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Distrito Federal e Goiás. É a maior bacia hidrográfica de Sergipe, sendo responsável pelo fornecimento de água para grande parte do estado. Em Aracaju é responsável pelo abastecimento de 70% da cidade. 2) Bacia do Vaza-Barris: A bacia hidrográfica do rio Vaza-Barris apresenta uma área de 16.229 km², dos quais cerca de 85% se encontra em solo baiano. No Estado de Sergipe a bacia do Vaza-Barris é de 2.559 km², que corresponde a 11, 6% do território estadual. A área da bacia encontra-se bastante impactada, por efeito das secas prolongadas e da redução significativa da cobertura vegetal. A despeito de expressiva bacia hidrográfica do rio Vaza Barris é um rio de regime intermitente, tornando-se perene apenas em parte do território sergipano. Seus principais afluentes são os rios: Salgado e Traíras, ambos tributários da margem esquerda. 3) Bacia do Japaratuba: Esta bacia possui uma área de 1700 km² e o rio principal tem uma extensão de aproximadamente 135 km. A bacia é composta das sub-bacias dos rios Japaratuba, Siriri e Japaratuba-Mirim. Da área total da bacia o 63% pertencem à região semiárida. De acordo com SEPLANTEC (2004), do volume total consumido na área da bacia do rio Japaratuba 32% (68.800 m³/mês) são oriundos de águas superficiais 67% (110.704 m³/mês) são provenientes de água subterrânea. O potencial hídrico da bacia é baixo se comparado com o de outras bacias e tem sido bastante afetado pelos vários usos da terra. 4) Bacia do Rio Sergipe: A Bacia do rio Sergipe possui aproximadamente 210 km desde sua nascente até o mar, drena o 7% do Estado, o que representa 3.673 km², abrangendo vinte e seis municípios sergipanos. É a maior, mais importante e mais povoada bacia de domínio estadual, onde se encontra a maior concentração industrial, e também o maior índice degradação e de problemas ambientais. Seus principais afluentes pela margem esquerda são os rios Pomonga, Parnamirim, Ganhamoroba e Cagado, e pela margem direita os rios Poxim, Sal, Contiguiba, Jacarecica, Morcego, Jacoca, Campanha, Laje e Melancia. Em relação ao uso do solo há predomínio de pastagens evidenciando a pecuária como responsável pelo desmatamento indiscriminado na região. 38 PAE-SERGIPE 5) Bacia do Rio Piauí A Bacia do rio Piauí apresenta três climas predominantes: Litoral Úmido, Agreste e Semiárido, este último apenas em sua porção noroeste, a qual se insere no Polígono das Secas. Existe grande variabilidade de cobertura vegetal na bacia, com campos limpos e sujos, capoeira, caatinga, cerrado, higrófilas, vestígios de mata e mata. Esta bacia abrange terras dos municípios de Lagarto, Estância, Riachão do Dantas, Salgado, Boquim, Aruá, Itabaianinha, Simão Dias, Santa Luzia do Itanhy, Pedrinhas, Indiaroba, Umbaúba, Itaporanga d'Ajuda, Tobias Barreto e Poço Verde. As atividades de maior importância socioeconômica na bacia são: agricultura, com a produção de laranja, limão, maracujá, mandioca, mamão, tangerina, milho, feijão e coco; pecuária, destacando-se as criações de bovinos, ovinos, suínos, equinos e galináceos; e mineração, com a exploração de argilas, areia, brita, cal, granito e águas minerais (SERGIPE, 2004). 6) Bacia do Rio Real O rio Real nasce na Serra do Tubarão na Bahia e serve de limite entre Sergipe e Bahia. Esse rio tem sua foz junto com o Rio Piauí no Estuário do Mangue Seco. No estado possui uma área de 2.558 km² e vazão média de 20, 46 m³.s -1, abrangendo os municípios da região sul de Sergipe. Os Quadros 6 e 7 demonstram a área, vazão média e a demanda hídrica do estado de Sergipe. QUADRO . ÁREA E VAZÃO MÉDIA DAS BACIAS HIDROGRÁFICAS DE SERGIPE BACIA HIDROGRÁFICA ÁREA (KM²) VAZÃO MÉDIA (M3.S-1) São Francisco Japaratuba Sergipe Vaza Barris Piauí Real 7.276 1.722 3.673 2.559 4, 262 2.558 1.780 10, 60 13, 84 15, 64 22, 92 20, 46 FONTE: SEMARH, 2009 QUADRO . DEMANDA HÍDRICA EM SERGIPE 39 PAE-SERGIPE BACIA H IDROGRÁFICA São Francisco Japaratuba Sergipe Vaza Barris Piauí Real TOTAL ABASTECIMENTO P31, ÚBLICO 19 13, 50 144, 30 23, 44 39, 54 15, 72 267, 69 AGRICULTURA INDUSTRIAL 5324, 70 151, 28 402, 97 260, 11 228, 38 6.367, 44 8, 22 18, 57 164, 55 20, 70 24, 52 0, 82 237, 38 Fonte: SEMARH, 2009 Os municípios do Alto Sertão estão inseridos na bacia hidrográfica do São Francisco (Canindé do São Francisco, Porto da Folha, Poço Redondo, Monte Alegre, Gararu, Nossa Senhora de Lourdes e Nossa Senhora de Glória) e na bacia hidrográfica do Rio Sergipe (Nossa Senhora de Glória). Segundo o INCRA (2006) dentre as sub bacias do Rio São Francisco dos municípios do Alto Sertão destaca-se o rio Capivara, Gararu, Cachorros, Jacaré, Marraquinho, Curituba, Canhoba, Campos Novos, Mocambo e riacho Lajedinho. A região do Sertão do Baixo São Francisco Sergipano tem 4.952, 9 km², representa 20, 3% do território sergipano e formado por cinco sub bacias do rio São Francisco que abrange seis municípios sergipanos, - Canindé do São Francisco, Poço Redondo, Porto da Folha e Monte Alegre de Sergipe - e, parcialmente, Nossa Senhora da Glória e Gararu (INCRA, 2006). QUADRO : ÁREA DAS SUB-BACIAS DO RIO SÃO FRANCISCO E MUNICÍPIOS QUE ABRANGEM SUB BACIA MUNICÍPIOS ÁREA Curituba Canindé do São Francisco 679, 9 km2 Sub bacia das Onças Canindé do São Francisco Poço Redondo Canindé do São Francisco Poço Redondo. Poço Redondo Porto da Folha Porto da Folha, Monte Alegre de Sergipe, Gararu Nossa Senhora da Glória 403, 2 km², Rio Jacaré Campos Novos Capivara 879, 4 km², 1.092, 7 km² 1.897, 7 km², Fonte: (INCRA, 2006). Bonfim et al. (2002), destaca as características principais das águas superficiais dos município do Alto Sertão da seguinte forma: 40 PAE-SERGIPE Canindé do São Francisco: o município está inserido na bacia hidrográfica do rio São Francisco. Nele encontra-se, instalada a Usina Hidroelétrica de Xingó. Constituem a drenagem principal além do rio São Francisco, os rios Curituba e o riacho Lajedinho; Gararu: o município está inserido na bacia hidrográfica do rio São Francisco. Constituem a drenagem principal, além do rio São Francisco, o rio Capivara e o rio Gararu; Monte Alegre: o município está inserido na bacia hidrográfica do rio São Francisco. Constituem a drenagem principal, além do rio São Francisco, o rio Capivara e o rio dos Cachorros; Nossa Senhora da Glória: o município está inserido em duas bacias hidrográficas, a do rio São Francisco e a do rio Sergipe. Constituem a drenagem principal, o rio Sergipe, o rio Capivara e o rio São Domingos; Poço Redondo: o município está inserido na bacia hidrográfica do rio São Francisco. Constituem a drenagem principal, além do rio São Francisco, o rio Jacaré e o rio Marraquinho; Porto da Folha: o município está inserido na bacia hidrográfica do rio São Francisco. Constituem a drenagem principal, além do rio São Francisco, os rio Capivara, Campos Novos, dos Cachorro e Mocambo. A salinidade e o regime dos rios da região estão descritos abaixo no Quadro . QUADRO . SALINIDADE E REGIME D’ÁGUA DOS RIOS DO ALTO SERTÃO NOME CATEGORIA DE SALINIDADE REGIME Represa Xingó Doce Conexão de drenagem Rio São Francisco Doce Conexão de drenagem Rio Curituba Salobra Perene Rio Jacaré Salobra Intermitente Riacho do Mocambo Salobra Perene Rio Campos Novos Salobra Perene Rio Capivara Salobra Perene Rio Gararu Salobra Perene Fonte: SEPLANTEC, 2004. Na bacia hidrográfica do Rio Sergipe, em relação ao Alto Sertão, constitui a drenagem principal o rio Capivara e o rio São Domingos (SERGIPE. SEPLANTEC/SUPES, 1997/2000). Grande parte dos rios do Alto Sertão é intermitente, entretanto contribuem para 41 PAE-SERGIPE diversos usos dos rios São Francisco, como na captação de água para abastecimento público, irrigação e geração de energia elétrica como a Companhia Hidrelétrica do São Francisco a CHESF (BONFIM et al. 2002). 3.3.3.1 Recursos Hídricos Subterrâneos A caracterização hidrogeológica no Estado de Sergipe está relacionada diretamente com os domínios geológicos. Na Bacia Hidrográfica do São Francisco que banha boa parte dos municípios do Alto Sertão, apenas na porção inferior pode-se encontrar a Formação Barreiras e o sistema Quartenário, constituindo 16% da área total desta bacia. Os aluviões do sistema Quartenário são formados de pedregulhos, areias, siltes e argilas, caracterizando aqüíferos livres. A Formação Barreiras, do sistema Terciário, pode ser caracterizada por aqüíferos tanto não confinados como semiconfinados, dependendo da região e do sistema geológico que o recobre (SERGIPE, 2009). Os aquíferos da região do semiárido sergipanos podem ser classificados como Aquífero Fissural, Cárstico Fissural e Granular. Os municípios inseridos no Alto Sertão sergipano possuem aquíferos do tipo Granular e Fissural (Figura ). Os municípios do Alto Sertão sergipano (Canindé do São Francisco, Nossa Senhora da Glória, Poço Redondo, Monte Alegre, Gararu e Porto da Folha, em geral, são formados pelos domínios hidrogeológicos denominado Metasedimentos/Metavulcanitos e Cristalino. Canindé do São Francisco e Porto da Folha além de estarem inseridos nos domínios Metasedimentos/Metavulcanitos e Cristalino, inserem-se também nos domínios hidrogeológicos denominado Bacias Sedimentares e formações Superficiais Cenozóicas, respectivamente. Os domínios hidrogeológicos Metasedimentos/Metavulcanitos e Cristalino têm comportamento de um aqüífero Fissural, ou seja, não existindo uma porosidade primária nesse tipo de rocha, a qual a ocorrência da água subterrânea é condicionada por uma porosidade secundária, representada por fraturas e fendas, o que se traduz por reservatórios aleatórios, descontínuos e de pequena extensão. As vazões produzidas por poços são pequenas e a água, em função da falta de circulação, dos efeitos do clima semiárido e do tipo de rocha, é, na maior parte das vezes, salinizada, definindo potencial hidrogeológico baixo para as rochas cristalinas sem, no entanto, diminuir sua importância 42 PAE-SERGIPE como alternativa de abastecimento nos casos de pequenas comunidades ou como reserva estratégica, em períodos prolongados de estiagem (BONFIM et al., 2002). FIGURA . AQUÍFEROS DE SERGIPE Fonte: SEMARH/SE, 2009. Em Canindé do São Francisco as Bacias Sedimentares são constituídas por rochas sedimentares bastante diversificadas, e representam os mais importantes reservatórios de água subterrânea, formando o denominado aqüífero do tipo granular. Em termos hidrogeológicos, estas bacias têm alto potencial, em decorrência da grande espessura de sedimentos e da alta permeabilidade de suas litologias, que permite a explotação de vazões significativas (BONFIM et al., 2002). Na região do sertão sergipano, o fornecimento de água se dá, conforme pode ser observado no Quadro . QUADRO . FORNECIMENTO DE ÁGUA NA REGIÃO DO SERTÃO SERGIPANO DESCRIÇÃO UNIDADES % DO TOTAL Poço tubular paralisado 22 14, 4 Poço tubular em operação 17 11, 1 Poço tubular abandonado 100 65, 4 Poço tubular dessalinizador 14 9, 1 Total 153 100 Fonte: SEPLANTEC, 2004 A classificação hidrogeológica do estado de Sergipe pode ser observada na Figura 10. 43 PAE-SERGIPE FIGURA . DOMÍNIOS HIDROGEOLÓGICOS DO ESTADO DE SERGIPE E LOCALIZAÇÃO DO MUNICÍPIO Fonte: BONFIM et al, 2002. Abaixo segue a caracterização geológica e hidrogeológica dos municípios do alto sertão sergipano e sua respectiva bacia hidrográfica (Quadro ) 44 PAE-SERGIPE QUADRO . CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICA E HÍDRICA DOS MUNICÍPIOS DO ALTO SERTÃO SERGIPANO MUNICÍPIOS GEOLOGIA DOMÍNIOS HIDROGEOLÓGICOS BACIA HIDROGRÁFICA RIOS Canindé do São Francisco Domínio neo a mesoproterozóico da Faixa de Dobramentos Sergipana Cristalino, Metasedimentos/Metavul canitos e Bacias Sedimentares Bacia hidrográfica do rio São Francisco Rio São Francisco, os rios Curituba e o riacho Lajedinho Gararu Domínio Neo a Mesoproterozóico da Faixa de Dobramentos Sergipana. Metasedimentos/Metavul canitos e Cristalino Bacia hidrográfica do rio São Francisco São Francisco, o rio Capivara e o rio Gararu Monte Alegre Domínio neo a mesoproterozóicas da Faixa de Dobramentos Sergipana Metasedimentos/Metavul canitos e Cristalino Bacia hidrográfica do rio São Francisco Rio São Francisco, o rio Capivara e o rio dos Cachorros Nossa Senhora da Glória Domínio neo e mesoproterozóico da Faixa de Dobramentos Sergipana Metasedimentos/Metavul canitos e Cristalino Bacia hidrográficas do rio São Francisco e a do rio Sergipe. Rio Sergipe, o rio Capivara e o rio São Domingos Poço Redondo Domínio neo neoproterozóico e mesoproterozóico da Faixa de Dobramentos Sergipana. Cristalino/Metasedimento s/Metavulcanitos Bacia hidrográfica do rio São Francisco Rio São Francisco, Jacaré e o rio Marraquinho. Porto da Folha Domínios neoproterozóico e mesoproterozóico da Faixa de Dobramentos Sergipana Metasedimentos/Metavul canitos, Cristalino e Formações Superficiais Cenozóicas Bacia hidrográfica do rio São Francisco São Francisco, os rio Capivara, Campos Novos, dos Cachorros e Mocambo Domínios metassedimentos do Grupo Macururé Metasedimentos/Metavu canitos e Cristalino Nossa Senhora de Lourdes Fonte: Adaptado de Bonfim et al., 2002 45 Bacia hidrográfica do rio São Francisco, Rio São Francisco PAE-SERGIPE 3.3.4 Clima O estado de Sergipe está afeito à mesma circulação atmosférica regional que gira em torno de quatro sistemas meteorológicos: CTI – Convergência Intertropical; EC – Sistema Equatorial Amazônico; FPA – Frente Polar Atlântico e Ventos Alísios de SE. O clima de Sergipe apresenta a seguinte divisão climática: Agreste, litoral úmido e semiárido (SEMARH, 2009) (Figura ). FIGURA . DIVISÃO CLIMÁTICA DE SERGIPE Fonte: SEMARH, 2009 Segundo a Secretaria do Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos – SEMARH, a região de semiárido do Estado de Sergipe é bem mais seca que a região do litoral. A precipitação média é de menos de 700 mm/ano, com valores inferiores a 30 mm nos meses de verão. As temperaturas também são mais altas com uma média anual de 26ºC, sendo a temperatura mínima média em torno de 20ºC e a máxima média de 32ºC. Evaporação é também alta, acima de 2.100 mm/ano e umidade relativa sendo mais baixa que nas outras regiões com uma média de 65% (SERGIPE, 2009). A seguir, a Figura apresenta o mapa de precipitação do estado de Sergipe. FIGURA . MAPA DE PRECIPITAÇÃO Fonte: SEMARH, 2009 No Alto Sertão o regime pluviométrico dessa região e do tipo “mediterrâneo”, tendo um período seco de primavera-verão e um período chuvoso de outono-inverno. A estação seca e de sete a oito meses e a chuvosa de cerca de quatro meses. O período chuvoso normalmente e entre abril e agosto. As precipitações pluviométricas médias anuais variam entre 368 mm e 630 mm. A irregularidade de pluviosidade de um ano para o outro, o baixo índice de precipitação e a ma distribuição durante o ano e características comum da região. A temperatura apresenta-se regular durante todo o ano, com medias térmicas anuais 46 PAE-SERGIPE variando entre 24ºC e 26ºC, com médias mínimas entre19ºC e 21ºC. A aridez acentua-se cada vez mais em direção a parte oeste da área (INCRA, 2006). 3.3.5 Características da Flora O estado de Sergipe possui como vegetação: caatinga, cultivos e pastagens, mata de agreste, cerrado, vegetação litorânea e Mata Atlântica (SANTOS e ANDRADE, 1998 apud SANTANA, 2003). A situação florestal do estado pode ser estimada em apenas 5% de remanescente de vegetação genérica de mata atlântica, em sentido amplo, e não mais que 17% de caatinga (SANTANA, 2003). No estado de Sergipe a área de abrangência do bioma caatinga ocupa a parte oeste do estado (semiárido) e atinge os municípios de Canindé do São Francisco, Poço Redondo, Nossa Senhora da Glória, Monte Alegre, Porto da Folha, Graccho Cardoso, Itabi, Gararu, Simão Dias, Carira, Pinhão, Poço Verde e Tobias Barreto. As caatingas apresentam inúmeras tipologias, que se manifestam como produtos da evolução, traduzidas em adaptações e mecanismos de resistência ou tolerância as adversidades climáticas. São caracterizadas como formações xerófilas, lenhosas, decíduas, em geral espinhosas, com presença de plantas suculentas e estrato herbáceo estacional, alem de uma ampla variação florística. A Caatinga apresenta três estratos: arbóreo (8 a 12 m), arbustivo (2 a 5 m) e o herbáceo (abaixo de 2 m). A vegetação adaptou-se ao clima seco para se proteger. As folhas, por exemplo, são finas ou inexistentes. Algumas plantas armazenam água, como os cactos, outras se caracterizam por terem raízes praticamente na superfície do solo para absorver o máximo da chuva. No semiárido Sergipano a caatinga está dividida em caatinga hipoxerófila (sete meses secos) a e hiperxerófila (oito ou mais meses secos)(FRANCO, 1983). A partir da análise de dados secundários existentes, sobre a flora do sertão sergipano (o que nesse caso inclui o Alto Sertão) é possível constar que são encontradas uma grande variedade de espécies, tanto na região da área de abrangência da caatinga hipoxerófila como da hiperxerófila. Segundo Franco (1983) em levantamento de espécies encontradas no semiárido a caatinga hipoxerófila se dá nos município de Nossa Senhora da Glória e Porto da Folha. Nestas áreas podemos destacar algumas espécies nativas como a macambira (Bromelia 47 PAE-SERGIPE laciniosa), gravatá (Aechmea lingulata) que cobre manchas de solo e Caroá (Neoglaziowia variegata). Registra-se a ocorrência na clareira (sertão) de espécies de gramíneas e ervas, tais como: capim pé-de-periquito; capim-pé-de-galinha (Dactyloctenium_aegyptium), capimazedém (Aristida sp.), capim-mimoso (Anthephora hermaphorodita), ervanço (Gomphrena demissa), caramatuba (Cratylia mollis), o matapasto (Cassia uniflora) e coroa de frade (Melocactus bahiensis). Outras espécies encontrada nestes municípios são o Croton sp., espécie que domina o solo após a derrubada da caatinga, pinhão bravo (Jatropha ribidiflora), arranheneto (Mimosa Hostilis), escova-de–macaco (Combretum Fruticosum), jurema (Mimosa nigra), caatinga-de-porco (Caesalpinia pyramidalis), mimoró (Bauhinia heterandera), quinaquina, (Coutarea hexandra), mucunã (Dioclea sp.), jurubeba (Solanum auriculatum), maniçoba (Manihot glaziowii) e aroreira (Astronium faxinifolium). São encontradas também as espécies como umburana-de-canhão (Bursera leptophloeos), umbura-de-cheiro (Amburana cearensis), carcazeiro (Pithecolobium densiflorum) a barriguda (Chorisia ventricosa), pauferro (Diallum guianense). Em Poço Redondo na área de abrangência do projeto Jacaré-Curituba encontra-se as espécies florísticas de escova-de-macaco (Combretum sp.), marizeiro (Geeffroea superba) e Tabebuia caraipa. Segundo Franco (1983), a caatinga Hiperxerófila abrange os Municípios de Canindé e Porto da folha e o povoado Ilha do Ouro em Porto da Folha. Entre algumas espécies identificadas in locu pelo referido autor são: Rhabdia Licioides, escova-de-macaco (Combretum sp.), Gnosphaluim sp., Argemone mexicana; umbura-de-cheiro (Amburana cearensis), arranheneto (Mimosa Hostilis), caatinga-de-porco (Caesalpinia pyramidalis), coroa-de-frade (Melocactus sp.), xique-xique (Pilocereus piauiensis, Tabebuia caraipa, dentre outras. Em termos forrageiros, a caatinga mostra-se bastante rica e diversificada. Entre as diversas espécies, merecem ser destacadas: o angico (Anadenanthera macrocarpa Benth), o pau-ferro (Caesalpinia ferrea Mart. ex. Tul.), a catingueira (Caesalpinia pyramidalis Tul.), a catingueira rasteira (Caesalpinia microphylla Mart.) entre outras. O angico por sua vez é dividido em três espécies: Anadenanthera macrocarpa, angico monjolo (Piptadenia zehntnerii e Piptadenia viridiflora) e o Anadenanthera macrocarpa. 48 PAE-SERGIPE Além da caatinga encontram-se também no Alto Sertão sergipano vegetação típica do bioma cerrado como campos limpos e sujos (tipos de cerrado), e vestígios de mata nativa (SERGIPE.SEPLANTEC/SUPES, 1997/2000). Os campos limpos são um tipo de cerrado de fitofisionomia herbácea que apresenta arbustos esparsos e ausência de árvores. Pode ocorrer em diferentes tipos de solo e condições de topografia. No entanto, é mais comum nas encostas, nas chapadas, nos olhos d’água ou nascentes, circundando veredas ou nas bordas de matas galeria. Os campos limpos ocorrem nos municípios de Monte Alegre, Gararu, Nossa Senhora da Glória, Nossa Senhora de Lourdes, Poço Redondo, Porto da Folha (SERGIPE.SEPLANTEC/SUPES, 1997/2000). Os campos sujos fitofisionomia exclusivamente herbáceo-arbustiva, com arbustos e sub-arbustos esparsos. Os solos onde ocorrem são rasos ou profundos, porém com baixa fertilidade. As plantas que ocorrem no campo sujo podem ser as mesmas que as de cerrado típico, no entanto, aqui se apresentam menos desenvolvidas. Há três subtipos de campo sujo: úmido, quando o lençol freático é superficial; seco, quando o lençol é profundo e com murundus, quando há pequenas elevações de relevo. Os campos sujos ocorrem nos municípios de Monte Alegre, Gararu, Nossa Senhora da Glória, Nossa Senhora de Lourdes, Poço Redondo, Porto da Folha (SERGIPE. SEPLANTEC/SUPES, 1997/2000). Capoeira é uma vegetação secundária composta por gramíneas e arbustos esparsos. são encontrados nos municípios de Canindé do São Francisco, Monte Alegre, Gararu, Nossa Senhora da Glória, Nossa Senhora de Lourdes, Poço Redondo e Porto da Folha. No Alto Sertão sergipano a agricultura migratória ou itinerante, com o uso de agrotóxicos, queimadas com a finalidade de “limpar o terreno” para produção de culturas de subsistência e atividades agropastoris insustentáveis produz impactos ambientais negativos, entre eles a perda da fauna e flora nativa, diminuição da infiltração de água do solo e consequentemente afetando a recarga de lençóis-freáticos e aquíferos dentre outros impactos (ADEMA, 2000). No Alto Sertão devido à pressão demográfica (aumento do número de pequenos agricultores, assentamentos rurais, etc.), as caatingas foram em muitas localidades substituídas por pastos. Os recursos florestais são, geralmente, os primeiros a serem explorados pelos assentados, assumindo importante papel no contexto econômico e social desses projetos. Seus produtos constituem, além de fonte de energia primária, um importante complemento de renda. 49 PAE-SERGIPE De acordo com a ADEMA (2000), a utilização da lenha como fonte de energia é considerada uma das atividades impactantes na região, pois esta prática se dá de maneira descontrolada, com o corte raso da vegetação nativa, que em algumas localidades chega a avançar sobre as margens de rios e de riachos, ocasionando processos erosivos em suas faixas marginais, e o consequentemente assoreamento de rios, lagoas e açudes. FIGURA : VEGETAÇÃO EM POÇO REDONDO Fonte: PAE-SE, 2010 A perda a cobertura vegetal natural ocasiona a exposição do solo a fatores erosivos. O solo desprotegido ou desnudo promove a formação de uma crosta superficial decorrente do impacto direto das gotas de chuva (efeito splash), o que reduz a infiltração da água e aumenta o escoamento superficial (Runoff), diminuindo as possibilidades de estabelecimento da cobertura vegetal. Os solos descobertos são muito susceptíveis à erosão hídrica e eólica, causando uma remoção líquida de nutrientes das áreas degradadas levando ao seu empobrecimento (GUTIÉRREZ & SQUEO, 2004). Em suma no Alto Sertão a vegetação, é bastante diversificada, possibilitando a existência de espécies medicinais, favorecendo a geração de renda, bem como, presença de plantas nativas com frutas exóticas e o aproveitamento de algumas espécies para a alimentação animal. Porém, a vegetação nativa sofre exploração indiscriminada. 3.3.6 Características da Fauna A biodiversidade é constituída por sistemas complexos que interagem e interdependem, situação que garante estabilidade ao sistema. É constituído por substâncias inorgânicas, compostos orgânicos, fatores físicos, produtores, macro consumidores, micro consumidores e decompositores, onde o ambiente físico influenciam os organismos vivos (ODUM, 1988). Devido às condições tão extremas do semiárido a espécies da fauna foram sujeitas a uma rigorosa seleção natural, resultando no baixo povoamento em espécies e indivíduos. A ocupação agrícola, urbana e, sobretudo pela pobreza acentuada de boa parte da população, que busca sua fonte de alimentação e de renda nos recursos naturais existentes entre eles a caça de subsistência, aliadas a destruição de habitats pelo avanço da 50 PAE-SERGIPE desertificação são os principais responsáveis pela extinção da maioria dos animais nativos do Alto Sertão (INCRA, 2006). As secas e a intensificação do processo de desertificação diminui a concentração fauna nativa. Segundo Franco (1983) em levantamento de fauna do semiárido sergipano (inclui-se o Alto Sertão) podemos destacar algumas espécies de fauna da caatinga sergipana: Caititu (Tayassu pecari), Cágado (Testudo tabulata), Mocó (Kerodon rupestris), Preá (Cavia aperea), Onça-de-bode (Felix concolor), Bugiu (Allouta seniculus), Cascavel (Crotalus terrificus), Salamanta (Epicrates cenchris), sapo-ferreiro (Hyla fabea), Gavião Carcará (Polyborus Tharus), Papagaio (Amazona aestiva aestiva), Asa Branca (Columba picazuro marginalis), Urubu-de-cabeça-preta (Catharista Vulnus atratus brasiliensis), Abelha Mandaçaia (Melipona Anthidioides), Canindé (Ara araraúna), veado catingueiro (Mazama simplicicornis), juriti (Leptotila rufaxella), Gavião-carijó (Rupornis magnirostris), dentre outras. A perda de fauna nativa gera a diminuição do patrimônio genético gerando desequilíbrio das cadeias produtivas e consequentemente a quebra do ecossistema como um todo (ODUM, 1998). Além da fauna nativa, o Alto Sertão destaca-se pela pecuária com criação de caprinos, ovinos, bovinos, apicultura (despontando enquanto uma alternativa efetiva) destacando a produção de leite, a pecuária de corte a pecuária extensiva, semi-intensiva sendo uma importante fonte de renda para os agricultores e assentados da região. O Quadro 10 traz um resumo geral sobre o diagnóstico ambiental por município da região do Alto Sertão sergipano. 51 PAE-SERGIPE QUADRO . DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DOS MUNICÍPIOS DO ALTO SERTÃO SERGIPANO VEGETAÇÃO CLIMA ÍNDICE DE ARIDEZ Caatinga Hiperxerófita Semiárido mediano com 7 a 8 meses seco 0, 30 MUNICÍPIOS SOLO RELEVO Canindé do São Francisco Livissolo, Neossolo Litólico Solo árido e raso Suave ondulado a muito ondulado Gararu Neossolo Litólico Solo raso Ondulado a muito ondulado Monte Alegre Neossolo Litólico e Planossolo argissolo Predomínio solo raso Suave ondulado Predomina Caatinga Hiperxerófita Nossa Senhora da Glória Ass. Argissolo com Planossolo Solo raso e arenoargiloso Predomíni o suave ondulado Transição entre Caatinga Hiperxerófita/ Hipoxerófita Poço Redondo Bruno não cálcico Regossol eutrófico e distróficos distrófico Ondulado Caatinga Hiperxerófita Porto da Folha Neossolo Litólico Solo raso Ondulado a muito ondulado Predomina a Caatinga Hiperxerófila Predomina a Caatinga Hiperxerófita Fonte: Adaptado Bonfim et al., 2002 & MMA, 2004 52 Semiárido mediano com 7 a 8 meses seco Semiárido mediano com 7 a 8 meses seco Semiárido mediano com 7 a 8 meses seco Semiárido mediano com 7 a 8 meses seco Semiárido mediano com 7 a 8 meses seco USO E OCUPAÇÃO DO SOLO Pecuária extensiva, agricultura de subsistência e agricultura irrigada com problemas de salinização. APTIDÃO DO SOLO Pastagem natural e aptidão regular para lavoura irrigada com manejo adequado. 0, 65 Pecuária extensiva e agricultura de subsistência Pastagem nativa e lavoura com irrigação 0, 42 Agricultura de subsistência e pastagem extensiva Pastagem natural e plantada, e regular para lavoura 0, 54 Pastagem plantada e agricultura de subsistência com produção de grãos Regular para lavoura Pecuária extensiva e agricultura de subsistência Pastagem nativa e lavoura com irrigação 0, 38 0, 35 PAE-SERGIPE 3.3.7 Unidades de Conservação Existentes nas ASD de Sergipe Dentre as unidades de conservação existentes na área de abrangência do PAE – SE, podemos citar: 3.3.7.1 Estadual: Decreto Nº 24.929 de 21 de dezembro de 2007: cria o Monumento Natural da Grota do Angico, nos Municípios de Poço Redondo e Canindé do São Francisco, no estado de Sergipe. O Monumento Natural Grota do Angico, unidade de conservação estadual criada através do Decreto Nº 24.922, de 21 de dezembro de 2007, está situada no Alto Sertão Sergipano, a cerca de 200 km de Aracaju, entre os municípios de Poço Redondo e Canindé de São Francisco, às margens do Rio São Francisco com uma área total de aproximadamente 2.183 hectares. O bioma da região é caracterizado por remanescentes de Caatinga Além disso, a Grota do Angico possui valor histórico e cultural para o sertão sergipano e nordestino, pois foi alvo da rota do Cangaço e em 28 de junho de 1938 foi palco da morte de Virgolino Ferreira, vulgo Lampião, pela polícia volante de Alagoas. Além da sua companheira de cangaço Maria Bonita e de mais nove cangaceiros (SEMARH/SE, 2010). 3.3.7.2 Municipal Decreto Nº 041 de 23 de outubro de 2001: cria o Parque Natural Municipal de Lagoa do Frio, no município de Canindé de São Francisco, no estado de Sergipe 3.3.7.3 Federal Decreto não numerado de 05 de junho de 2009, publicado no DOU, no dia 08 de junho de 2009: cria o Monumento do Rio São Francisco localizado nos Municípios de Piranhas, Olho D’água do Casado e Delmiro Gouveia, no Estado de Alagoas, Paulo Afonso, no Estado da Bahia, e Canindé de São Francisco, no Estado de Sergipe. 3.3.8 Situação Ambiental nas ASD Em relação ao quadro natural, devem ser ressaltados os impactos, as ocupações humanas e suas práticas produtivas deixaram marcas de degradação no meio ambiente. 53 PAE-SERGIPE A análise comparativa dos níveis de degradação atual e potencial revela que o recurso solo, hoje predominantemente em grau de acentuada degradação, pode migrar no futuro para níveis indesejáveis de severidade, sobretudo no município de Canindé de São Francisco, onde práticas de produção baseadas no uso de modernas tecnologias podem comprometer definitivamente o solo com o surgimento da salinização. Quadro semelhantemente grave é o apresentado pela cobertura vegetal da região do semi-árido sergipano, considerado como susceptível a processos de desertificação. Na quase totalidade dos municípios a situação atual já atinge níveis severos com exceção apenas do município de Nossa Senhora da Glória que apresenta nível acentuado de degradação. O potencial de agravamento desse quadro já está revelado pelo nível que deverão atingir todos os municípios. O reflexo disso deverá ser o agravamento do processo erosivo no futuro, como revelado no Quadro . Espelho do que vem ocorrendo com a ocupação desordenada das áreas de assentamento, mesmo quando superadas algumas dificuldades como a escassez hídrica, é o que se observa no projeto de assentamento Jacaré Curituba, em Poço Redondo. O Plano de Consolidação do Assentamento, revisado em 2010, revela uma situação atual preocupante. Nas áreas do assentamento destinadas a reserva legal pode-se observar vegetação com fortes características de antropização, em detrimento à retirada indiscriminada de madeira e a utilização irregular da área, parte favorecida pela precariedade e/ou inexistência de cercas para o seu isolamento. Quanto aos solos, já se constata os impactos potencializados com o uso inadequado do solo e a demasiada irrigação por inundação, ocasionando o aparecimento de canais de escoamento e drenagem, o surgimento de sulcos e erosões laminar no solo e o desmoronamento de taludes de córregos, proporcionada pela exposição do solo, cultivo sem utilização de práticas conservacionistas e a escassez de vegetações protetoras e fixadoras do solo. Alguns problemas que ocorrem devido ao excesso de água da irrigação por inundação no solo, estão relacionados com a infiltração e a evaporação. Como predominam solos rasos e forte evaporação no perímetro do projeto Jacaré Cutituba, favorece um acúmulo de sais na camada superficial, proporcionando que estes solos se salinizem com facilidade. Com base em visitas realizadas no projeto, já se observa áreas em avançado estado de salinização, não permitindo o seu aproveitamento econômico. Esses problemas também já são observados no perímetro irrigado Califórnia, em Canindé do São Francisco. Neste perímetro, tem-se procurado substituir, sempre que possível, a irrigação por aspersão por irrigações localizadas (gotejamento e microaspersão), a fim de reduzir os riscos de salinização e a otimização do uso da água. 54 PAE-SERGIPE A exploração inadequada da capacidade produtiva das ASD resume-se na identificação de numerosos problemas, baseada na pesquisa de opinião de vinte e cinco instituições atuantes na região por ocasião da elaboração do panorama da desertificação em Sergipe. Foram apontados os problemas seguintes. Em relação ao Bioma Caatinga: Desmatamento clandestino e desordenado; Destruição da Mata Ciliar; Falta de manejo na exploração; Ausência de políticas públicas para a agricultura; Migração do homem rural para meio urbano; Desemprego; Falta de alternativas para a ocupação e renda da comunidade; Aumento da criminalidade e prostituição; Falta de incentivos para abertura de agronegócios no Semi-árido; Os subsídios colaboram com o desmatamento; Redução dos animais silvestres; Extinção da fauna e flora; Redução da biodiversidade; Falta de organização da comunidade; Descumprimento das leis existentes e impunidade; Falta de atuação dos governantes; Falta de pensamento de regionalização; Destruição em cerca de 80% da área de Caatinga; Influência no aumento do aquecimento. Em relação à Água: Redução da oferta de água e o acesso à água; Falta de água – Seca; Assoreamento do rio e riachos; Falta de planejamento de obras públicas para o Semiárido; Salinização; Altos custos para a dessalinização; Morte e extinção de espécies de peixes; Gastos excessivos e desnecessários; Morte das nascentes; Assoreamento do rio; Redução da capacidade hídrica; Morte das nascentes do rio Sergipe; Diminuição das nascentes; Falta de estrutura para captação; Adutora insuficiente; Secamento de tanques; Desperdício de água; Consumo da mesma água por pessoas e animais; Água imprópria para o consumo humano; Conflito pela água; Redução dos peixes; Comprometimento das reservas legais; Extinção de rios temporários; Despejo de esgotos; Dejetos lançados em barragens; Falta de saneamento básico; Poluição. Em relação ao Solo: Erosão; Empobrecimento e inutilidade; Falta de acompanhamento técnico; Mau uso da terra; Altos investimentos vazios de futuro; Não aproveitamento de frutos, como umbu; Aplicação de agrotóxico nas plantações; Extração mineral; Queimadas; Falta de saneamento básico; Verminoses; Lançamento de Herbicidas – envenenamento; Uso de máquinas pesadas: compactamento e encharcamento quando chove; Uso de fertilizante sem controle; Falta de uma política agrícola; Falta de assistência técnica aos produtores rurais. Em relação à Atmosfera: Lançamento de fumaça no ar resultante das queimadas; Agravos à saúde - doenças respiratórias e alérgicas; Perda da produção. 55 PAE-SERGIPE Em relação ao Sol – luz e calor: Falta de recursos para a utilização da energia solar; Risco de câncer de pele por exposições excessivas; Influência no aquecimento global. 56 PAE-SERGIPE QUADRO : NÍVEIS DE DEGRADAÇÃO AMBIENTAL MUNICIPIOS NÍVEL DE DEGRADAÇÃO ATUAL NÍVEL DE DEGRADAÇÃO POTENCIAL SOLO VEGETAÇÃO SUSCEPTIBILIDAD E À EROSÃO SOLO VEGETAÇÃO SUSCEPTIBILIDAD E À EROSÃO Canindé do São Francisco Acentuado Severo Acentuada Severo Severo Severo Gararu Acentuado Severo Acentuado Acentuado Severo Acentuado Monte Alegre Moderado Severo Moderado Acentuado Severo Acentuado N. S. da Glória Moderado Acentuado Moderado Acentuado Severo Acentuado Poço Redondo Acentuado Severo Moderado Acentuado Severo Acentuado Porto da Folha Acentuado Severo Acentuado Acentuado Severo Acentuado Fonte: Panorama da Desertificação em Sergipe. Disponível em: http://www.mma.gov.br; Acesso em 08 de Dez. 2010. 57 PAE-SERGIPE 3.4 ÂMBITO SOCIOECONÔMICO Nesses tópicos serão abordados temas pertinentes ao Eixo temático Redução da Pobreza e das Desigualdades Sociais, apresentando os aspectos socioeconômicos das áreas susceptíveis à desertificação de Sergipe, a partir dos indicadores sociais e econômicos, seguido de uma breve contextualização sobre a educação e sua incidência na pobreza e concluindo com uma abordagem sobre a segurança alimentar e nutricional e reforma agrária das Unidades susceptíveis à desertificação no estado de Sergipe 3.4.1 Contexto Os indicadores sociais devem responder as preocupações quanto a dinâmica social, ou seja, as mudanças significativas que estão em curso na sociedade, seja qual for seu modelo econômico vigente, e dos conflitos derivados destes. De modo, que possam ir além do mensurado quantitativamente, com o propósito de se aproximar dos conflitos de interesses que são o motor do processo social. Esses indicadores sociais, desde sua origem, estão inseridos num contexto socioeconômico amplo, além de manter uma forte presença no campo teórico e acadêmico. Seu histórico, data as décadas de 1960 e 1970 com retomada em 1990 pela Organização das Nações Unidas (ONU). Nesse documento, será utilizado a composição do Índice de Desenvolvimento Humano com a sua configuração a partir do ano de 2010 1. Mas não limita a realização de comparativos das realidades delineadas no decorrer da história das ASD’s, conforme descrito no documento nacional e base desse Plano Estadual. Nesse contexto, o PAN-Brasil apresentou estudos realizados pelo Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (IPEA) na qual indicava que 50 milhões de pessoas no País (29% da população) se encontravam em 2001, abaixo da linha da pobreza, por disporem de uma renda mensal inferior a R$80,00. Esses estudos apontavam os estados da Região Nordeste como os responsáveis pelos mais elevados índices de pobreza, em relação aos demais estados do País. 1 A partir de 2010 o IDH combina três dimensões: Uma vida longa e saudável: expectativa de vida ao nascer;Acesso ao conhecimento: anos médios de estudos e anos esperados de escolaridade; Um padrão de vida decente: Produto Interno Bruto (PIB) medida pela Paridade do Poder de Compra (PPC) per capita. 58 PAE-SERGIPE Atualmente o Brasil, segundo o IPEA situa-se entre os índices mais altos de desenvolvimento humano (0,699), maior que a média mundial (0,624). Na Tabela . Destaque para o IDH sergipano, acima das médias dos demais apresentados e para expectativa de vida acima da média mundial. Mas, ainda se configura em espaço territorial de concentração de significativas desigualdades sociais. TABELA : DADOS IDH BRASIL, AMERICA LATINA, MUNDO E SERGIPE RENDA NACIONAL BRUTA IDH EXPECTATIVA DE VIDA (ANOS) MÉDIA ANOS DE ESTUDO ANOS DE ESTUDOS ESPERADOS Brasil 0,699 72,9 7,2 13,8 (PPC) 10,607 América Latina 0,704 74,0 7,9 13,7 10,642 Mundo 0,624 69,3 7,4 12,3 10,631 Sergipe 0,742 70,3 5,3 13,7 -- PER CAPITA Fonte: IPEA, 2010 O estudo “Dimensão, evolução e projeção da pobreza por região e por Estado no Brasil”, lançado pelo IPEA (2009), aponta que, aproximadamente 1,4 milhões de pessoas em Sergipe vivem em situação de pobreza absoluta. Se considera Pobreza Absoluta quando o rendimento médio domiciliar é de até meio salário mínimo per capita e Pobreza Extrema, quando rendimento mínimo mensal per capita é ¼ de salário mínimo. Ainda conforme pesquisa2, no ano de 2008, 48,3% da população sergipana vivia em situação de pobreza absoluta, e 21,3% na pobreza extrema. A população de Sergipe em 2009, segundo o IBGE correspondia a 2.019.679 habitantes. Apesar das taxas ainda elevadas de pobreza, Sergipe conseguiu durante intervalo de 1995 a 2008 melhorá-las. Conforme pode ser observado no gráfico a seguir: 2 Os dados primários utilizados no estudo do IPEA são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) em 2008, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 59 PAE-SERGIPE GRÁFICO : DEMONSTRATIVO DAS TAXAS DE POBREZA ABSOLUTA E EXTREMA EM SERGIPE. Fonte: IPEA, 2009 Nesse período, a taxa de pobreza absoluta teve uma diminuição de 68,9%. Já em relação à pobreza extrema a redução foi de 51,9%. Pode ser considerado com fator contribuidor para a redução dos índices de pobreza, a atuação do governo federal a partir do ano de 2003 com políticas de inclusão social e combate a pobreza, articuladas as políticas estaduais e municipais. O mesmo estudo avaliou também, a evolução do índice de desigualdade de renda nos Estados. Sergipe foi o oitavo estado com a maior desigualdade de renda, com um coeficiente de Gini 0,54. Este índice mensura o grau de desigualdade na distribuição de indivíduos segundo a renda domiciliar per capita. Ele varia de 0, quando não há desigualdade a 1 quando a desigualdade é extrema. O gráfico abaixo apresenta os 3 estados brasileiros, com maior índice de desigualdade de renda e os 3 com menor desigualdade, posicionando Sergipe de forma intermediária, conforme esse coeficiente. GRÁFICO : DEMONSTRATIVO DO COEFICIENTE DE GINI COM MAIOR DESIGUALDADE. Fonte: IPEA, 2009 Dentre os estados brasileiros com menor grau de desigualdade de renda, segundo o índice de Gini estão o Amapá (0,45), Santa Catarina (0,46) e Rondônia (0,48). Em função dos estados com maiores desigualdades sociais, a média do Brasil é 0,54, considerada alta concentração de renda. Reduzir essas desigualdades sociais se configura em um grande desafio para o mundo, assim como para Brasil, que vem se mostrando combativo com a aplicação de políticas e programas econômicos e sociais direcionadas a estabilidade econômica e para a erradicação da miséria em suas áreas mais empobrecidas. Nesse contexto, a educação esta diretamente vinculada com o desenvolvimento e deve ser uma preocupação dos governos em encontrar o caminho assertivo. 60 PAE-SERGIPE O documento Nacional, PAN – Brasil em 2004 apresentou como referência para proposição de propostas a realidade atual sobre o analfabetismo de 36,3%, entre as crianças na faixa etária de 7 a 14 anos, residentes na maior parte do semiárido brasileiro. Na faixa de 12 a 17 anos, os indicadores mostravam que o índice de analfabetismo chegava a 43%. Essa taxa de analfabetismo atingia o patamar de 60% quando eram consideradas as pessoas idosas. Estes dados mostram que o analfabetismo no Brasil em 2004, estava associado, sobretudo, à baixa escolaridade das populações mais velhas e também a situação de pobreza, típicas da área rural. Em 2009, esse quadro muda. Segundo o IPEA o número absoluto de analfabetos com 15 anos ou mais caiu 7% em relação ao ano de 2004 em todas as regiões do Brasil. Essa queda representa aproximadamente, 1 milhão de analfabetos a menos no Brasil. Na população idosa brasileira, com 65 anos ou mais, também houve redução do número de analfabetos. O percentual passou de 38,4% em 2004 para 30,8% em 2009. Esse estudo também mostra a condição econômica, especificamente a renda desse grupo, dos 14 milhões de brasileiros analfabetos, 93% ganha até 2 salários mínimos. A expansão da educação básica nos últimos anos fez do analfabetismo extremo um problema de importância decrescente, localizado em populações mais velhas e residentes nas regiões mais pobres do país (SCHAWARTZMAN, 2006). 3.4.2 O Índice de Desenvolvimento Humano nas ASD de Sergipe. Nas ASD do estado de Sergipe os indicadores sociais são preocupantes, a medida que, os índices apontados na Tabela a seguir mostram que, as desigualdades sociais nesses municípios se refletem e são reflexos do modelo de desenvolvimento empregado, que legitima ainda, o acumulo de riquezas nas mãos de poucos em detrimentos da grande maioria da população pobre, e empobrecida, sem moradia adequada, sem alimento suficiente, sem qualidade, com a educação fragilizada, baixo ou quase nenhum poder de compra e expectativa de vida comprometida, diante do distanciamento ao acesso dos direitos básicos. E dentre outros aspectos, a necessidade da aplicação de políticas públicas estruturantes que possibilitem de forma definitiva a transformação social dessa população. TABELA : INDICADORES SOCIAIS NAS ASD DE SERGIPE MUNICÍPIOS EM ASD POBREZA POBREZA 61 IDH IDF3 PAE-SERGIPE Canindé do São Francisco Gararu Monte Alegre de Sergipe Nossa Senhora da Glória Poço Redondo Porto da Folha ABSOLUTA 64,04% 56,25% 64,24% 54,93% 55,52% 56,71% EXTREMA 58,15% 48,77% 58,11% 49,76% 47,72% 50,64% 0,536 0,572 0,568 0,631 0,536 0,556 fragilidades nas 0,55 0,52 0,54 0,54 0,51 0,55 Fonte: IBGE – POF, 2008/MDS/SAGI, 2010 Esses indicadores demonstram as áreas susceptíveis à desertificação como, um alto índice de pobreza absoluta e extrema, prevalecentes nas áreas rurais com maior prevalência, inclusive em Assentamentos Rurais da Reforma Agrária 4. Assim como, nas áreas periféricas das cidades. Todos os municípios no recorte espacial estudado se encontram dentro do nível médio de desenvolvimento (IDH entre 0,500 a 0,799), mas que expressa profundas desigualdades sociais na população. Realizando um comparativo do IDH entre os Territórios sergipanos, constata-se que o menor índice médio pertence ao Território do Alto Sertão5, conforme segue: GRÁFICO : IDH POR TERRITÓRIO DE SERGIPE Fonte: Leite com dados do IDH 2008 Diante do quadro, a meta é conviver com o semiárido, e encontrar mecanismos sustentáveis para o bem estar social, econômico, ambiental e político da população. Uma vez que, essas relações e suas conseqüências estão interligadas. Nesse contexto, os desafios se mostram a todo instante aos gestores e a sociedade civil, ao perceber que superar a pobreza, atacando as fragilidades e pondo especial atenção na questão da vulnerabilidade das Comunidades em foco, se traduz numa tarefa complexa que envolve não somente olhares multidisciplinares e incisivos no âmbito da educação, mas 3 O Índice de Desenvolvimento Familiar (IDF) tem com o objetivo de subsidiar as decisões e ações de gestões estaduais e municipais no que diz respeito ao desenho, a implementação e a gestão de políticas voltadas para as famílias de sua área de abrangência. O IDF é gerado a partir das informações das pessoas e famílias cadastradas e possibilitam a geração de informações em níveis de análise detalhada. Os Indicadores que compõem o IDF são: Vulnerabilidade Infantil, Acesso ao Conhecimento, Acesso ao Trabalho, Disponibilidade de Recurso e Condição de Habitação. 4 De acordo com a Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (EMDAGRO), nesses municípios estão aproximadamente 62 Assentamentos de Reforma Agrária ocupando uma área de 58.053,9 HA com aproximadamente 3.486 famílias. 5 Dados divulgados pela Secretaria de Estado do Planejamento no Plano de Desenvolvimento do Território do Alto Sertão, 2008. 62 PAE-SERGIPE requer políticas públicas que qualifique esse educar e aponte possibilidades a partir do potencial humano, ambiental, econômico e social dessas Comunidades em ASD’s, sem desconsiderar os demais aspectos que envolvem o habitar, conviver e viver das famílias nas ASD’s do semiárido sergipano. 3.4.3 .Educação - Sua Incidência sobre a Pobreza nas ASD de Sergipe em Estudo Apesar dos avanços no campo político e das ações pragmáticas em relação à educação (como o aumento do número de matrículas no ensino fundamental, impulsionado pela criação, em nível federal, do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério - FUNDEF), a região foco do PAN - BRASIL continua vivenciando problemas em relação à qualidade da educação ali praticada, em duas direções principais (PAN – BRASIL, 2004). A primeira no que diz respeito à qualidade de ensino (condições de trabalho e de funcionamento das escolas, qualidade da formação docente e número reduzido de professores, aliados à questão do trabalho precoce e à baixa escolarização dos pais). E segundo em relação as ações pragmáticas, que se refere à qualidade dos conteúdos ministrados (currículos desarticulados da realidade local). Analisar os efeitos que a falta de educação incide na pobreza, assim como a condição de pobreza incide na educação, traz a reflexão muitos fatores de ordem social, político e econômico, uma vez que a condição de pobreza resulta dessa ordem. 3.4.3.1 A educação nas ASD de Sergipe Em Sergipe, nas Áreas Susceptíveis à Desertificação em análise para diagnóstico foram pesquisadas a taxa de analfabetismo, taxa de jovens fora da escola, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) e o número de escolas com alimentação escolar, visto que, a alimentação servida nas escolas desses municípios, seja na sede ou nas áreas rurais são preponderantes para a frequência, permanência e aprendizado desses estudantes.Esses índices se apresentam na Tabela : 63 PAE-SERGIPE TABELA : ESTADO DE SERGIPE: PERFIL SOCIOEDUCATIVO DOS MUNICÍPIOS SERGIPANOS MUNICÍPIOS TAXA DE ANALFABETISMO Canindé do São Francisco Gararu Monte Alegre de Sergipe Nossa Senhora da Glória Poço Redondo Porto da Folha TAXA DE JOVENS (10 A 14 ANOS) FORA DA ESCOLA NÚMERO IDEB ESCOLAS PÚBLICAS DE ESCOLAS EM FUNCIONA MENTO NAS ASD NÚMERO DE ESCOLAS COM ALIMENTAÇÃO ESCOLAR 29,9% 4,9% 3.5 42 40 38,3% 12,9% 3.6 76 40 25,9% 7,3% 3.2 57 29 18,5% 15,3% 3.3 95 52 46,9% 20,6% 14,0% 15,7% 2.8 3.3 87 111 48 60 Fonte: IBGE – 2008/2009. A Taxa média de analfabetismo desses municípios é de 30,01%, e do Território é 37,0%, sendo o município de Poço Redondo o de maior incidência, com 46,9% da população analfabeta. Observando a taxa de jovens fora da escola e analisando a partir do número de analfabetos dos municípios, se percebe que a maioria dos analfabetos do município está entre as pessoas mais velhas. Nesse aspecto, o Programa Bolsa Família e a alimentação escolar exercem um papel importante no índice de alunos matriculados, principalmente no ensino fundamental, em razão da obrigatoriedade dos beneficiários estarem matriculados e frequentarem as escolas. No caso da alimentação escolar, esta se traduz nas áreas periféricas das sedes dos Municípios e nas áreas rurais, importante estimulador para a freqüência dos alunos, para a sua permanência por maior tempo nas escolas e por contribuir para o aprendizado. Uma vez que, as crianças alimentadas possibilitam melhor concentração para o entendimento dos conteúdos programáticos, tranqüilizam os pais e permite aos professores desenvolver melhor a capacidade intelectual dessas crianças e jovens. 3.4.3.2 Situação das escolas em relação à merenda escolar Quando analisado o número de escolas com alimentação escolar, verificou-se apenas a quantidade de escolas realizando a alimentação de seus alunos, sem análise da qualidade, quantidade e assiduidade desses alimentos servidos aos estudantes das escolas públicas nesses municípios. O município de Canindé do São Francisco possui a melhor cobertura em termos quantitativos de alimentação nas escolas, com 95,3%, a taxa de jovens de 10 a 14 anos fora 64 PAE-SERGIPE da escola é a menor entre os municípios pesquisados com 4,9%. O município com índice mais baixo é Monte Alegre com aproximadamente 51% das escolas públicas com alimentação escolar, seguido por Gararu, Porto da Folha, Nossa Senhora da Glória e Poço Redondo em torno de 53%, 54%, 55% e 56% respectivamente. Quanto ao IDEB6 a média dos municípios é muito baixa 3,28, com pior desempenho para o município de Poço Redondo, o que representa a passagem dos alunos pela escola, com baixo rendimento escolar. Esses resultados refletem na repetência, na evasão escolar dos alunos no ensino fundamental e médio, na dificuldade para concorrer às vagas das Universidades Públicas com estudantes de escolas particulares e inserção ao mercado de trabalho, que em razão da baixa escolaridade, se inserem em subempregos, muitas vezes sem a garantia dos direitos trabalhistas. Essa condição está presente nos municípios avaliados e nas áreas metropolitanas para onde esses jovens migram. Em resposta a esse quadro, as ações devem pautar em melhor estruturação física e humano do ambiente escolar, na formação continuada e a valorização dos professores, conteúdos programáticos adequados a realidade dos estudantes do semiárido, ou seja, a implementação de uma política educacional que realmente promova educação, formando jovens em seu ambiente, com capacidade de produzir conhecimentos e alternativas sustentáveis de desenvolvimento local. Possibilitando desta forma, o fortalecimento da sua identidade no território habitado, sem haver rupturas afetivas, culturais e lhes permitindo a condição satisfatória para a estabilidade econômica e social. Tornando possível uma redução do êxodo rural e suas conseqüências negativas nos aspectos sociais, econômicos, ambientais tanto para o campo, como para a cidade. 3.4.4 Segurança Alimentar e Nutricional nas ASD de Sergipe A Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional - Lei n 11.346, de 15 de setembro de 2006 em seu Artigo 2 diz que “A alimentação é direito fundamental do ser humano, inerente à dignidade humana e indispensável à realização dos direitos 6 Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) foi criado pelo Inep em 2007 e representa a iniciativa pioneira de reunir num só indicador dois conceitos igualmente importantes para a qualidade da educação: fluxo escolar e médias de desempenho nas avaliações. O indicador é calculado a partir dos dados sobre aprovação escolar, obtidos no Censo Escolar, e médias de desempenho nas avaliações do Inep, o Saeb, para as unidades da federação e para o país, e a Prova Brasil para os municípios. 65 PAE-SERGIPE consagrados na Constituição Federal, devendo o poder público adotar as políticas e ações que se façam necessárias para promover e garantir a segurança alimentar e nutricional da população. Josué de Castro já em 1946, no seu livro “Geografia da Fome” afirmou que: “Um dos grandes obstáculos ao planejamento de soluções adequadas ao problema de alimentação dos povos reside exatamente no pouco conhecimento que se tem do problema em conjunto, como um complexo de manifestações simultaneamente biológicas, econômicas e sociais” (Castro, 2007, pg. 16). Uma reflexão sobre as análises de Josué de Castro, com um estudo detalhado nas regiões brasileiras sobre a influencia da fome em aspectos econômicos, políticos, sociais e biológicos, e com a construção política dos Objetivos do Milênio em 2000, se percebe avanços em dois pontos. Primeiro, no reconhecimento da fome enquanto ameaça a paz mundial e a violação dos Direitos Humanos. E segundo, no entendimento a cerca da interdependência dos problemas detectados, obrigando-os a pensar e agir de forma conjunta, interligados, parceiros na construção de modelos de gestão e políticas públicas que provoquem mudanças no ambiente interno e externo de cada nação, e no conjunto destas a medida que compõem um mundo globalizado. Em consonância com esse pensar e em entendimento com a Legislação, a Política de Segurança Alimentar e Nutricional traz para a sociedade um conjunto de ações planejadas no sentido de garantir a oferta e o acesso aos alimentos para toda a população, promovendo condições que permitem sua manutenção em longo prazo. Nas Áreas Susceptíveis à Desertificação, como em todo estado, os beneficiários da política de SAN são os sujeitos em situação de vulnerabilidade social e insegurança alimentar. Essas famílias estão situadas nas sedes dos municípios, nos povoados, em áreas de assentamentos, acampamentos de reforma agrária do campo e da cidade, nas comunidades Quilombolas, de diferentes Religiosidades e Povos Indígenas. Segundo levantamento do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, essas famílias devem ser inseridas nos Programas e ações para que seja respeitado o direito a vida, uma vez que o acesso ao alimento é condição principal de mantê-la. Na Tabela abaixo, uma estimativa, segundo o PNAD (2006) que aponta o número de famílias em risco social nos municípios em estudo: 66 PAE-SERGIPE TABELA : ESTIMATIVAS FAMÍLIAS POBRES NAS ASD MUNICÍPIOS EM ASD Canindé do São Francisco Gararu Monte Alegre de Sergipe Nossa Senhora da Glória Poço Redondo Porto da Folha FAMÍLIAS POBRES (PERFIL BOLSA FAMÍLIA) 3.027 1.800 1.944 3.696 3.894 3.782 FAMÍLIAS POBRES (PERFIL CADÚNICO) 4.169 2.456 2.673 5.431 5.407 5.291 . Fonte: MDS, 2011. Nesse sentido, as principais ações de Segurança Alimentar e Nutricional desenvolvidas no semiárido se configuram em mecanismos de inclusão pela renda com o fortalecimento e estímulo das capacidades produtivas de agricultores familiares, de entidades sociais organizadas em associações e cooperativas; no atendimento no âmbito do direito das famílias em situação de insegurança alimentar e nutricional. Dentre essas ações estão o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), Programa 1 Milhão de Cisternas, Uma Terra e Duas Águas - P1+2, Sistemas Coletivos de Produção nos acampamentos e assentamentos de reforma agrária no estado de Sergipe. 7, dentre outras ações nas três esferas de governo e da participação ativas dos Movimentos Sociais e suas representações institucionais. 3.4.5 Caracterização Socioeconômica dos Municípios das ASD Conforme apresentado anteriormente, as Áreas Suscetíveis à Desertificação no Estado de Sergipe estão situadas no Alto Sertão e formadas por 6 Municípios, a seguir uma breve contextualização socioeconômica dos mesmos. A) Canindé do São Francisco Criado pela Lei Estadual nº 525-A, de 25.11.1953 e Lei Estadual nº 890 de 11.01.1958, o município de Canindé do São Francisco abrange uma superfície de 908,2 km2 e está situado no extremo noroeste do Estado de Sergipe. Limita-se ao norte com o Estado de Alagoas, a oeste e sul com o Estado da Bahia e a leste com o município de Poço Redondo. O acesso a partir de Aracaju, é feito através das rodovias BR-235, BR-101 e SE-206, num percurso aproximado de 213km, via Nossa Senhora das Dores, ou através das 7 Para maiores informações sobre Programas, Projetos e Políticas relacionadas com Segurança Alimentar, ver o ponto XXXXXX deste relatório. 67 PAE-SERGIPE rodovias BR-235/SE-106/SE-206 via Itabaiana. Em 2008 as rodovias passaram por processos de restauração, atualmente se encontram mantidas em bom estado de conservação. Há também no município uma pista de pouso asfaltada, para acesso aéreo. E conforme descrito no Plano de Desenvolvimento do Território do Alto Sertão (SEPLAN, 2008) há proposta para a construção de aeroporto no município. De acordo com o Censo (2010) sua população é de 24.693 com densidade demográfica de 27,37 hab/km², sendo 14.067 moradores na área urbana e 10.626 na zona rural e o número de mulheres é superior ao número de homens. Em relação às riquezas produzidas no município se destaca a agropecuária com a criação bovina e a produção de leite, a extração vegetal e silvicultura, o turismo, a produção de mel. O Produto Interno Bruto (PIB), segundo o IBGE (2007), per capita equivale a 40.837 reais, considerada a maior renda do interior do Estado. No que se refere a educação, o município possui 26 escolas de Ensino Fundamental, 20 unidades da Pré-escola e apenas duas escolas de Ensino Médio (4,2%) muito abaixo da média do estado e do Brasil, que corresponde respectivamente a 40,7% e 37,4% do total de estabelecimentos de ensino para esse nível. O número de docentes por série para o ensino Fundamental é 308 professores, 45 para a Pré-escola e 49 destinados ao Ensino Médio. As matrículas por série indicam que 7.631 alunos (79,2%) estão matriculados no Ensino Fundamental, enquanto 1.060 estão na Pré-escola e apenas 945 alunos (9,8%) vão para o ensino médio. No quesito saúde, o IBGE Cidades (2009) apontou 13 estabelecimentos (Postos) de saúde da rede municipal e dois da rede privada. Dessas unidades públicas, 12 contam com atendimento ambulatorial total, em oito Unidades de Saúde a comunidade possui serviço odontológico e uma Unidade para emergência total. Sua infraestrutura está comporta de serviços bancários, correios, telecomunicações, energia, transportes, hotéis e pousadas. Funcionam atualmente três agências bancárias (Banco do Brasil S.A, BANESE e Bradesco), uma agência dos Correios, empresas de transporte rodoviário interurbano, estações repetidoras de televisão, rádio e terminais telefônicos com acesso DDD, DDI e celular. A energia elétrica é fornecida ao município pela Energisa Distribuidora S/A, atendendo a 75,2% do município. A rede de abastecimento de água tratada é distribuída pela Companhia de Saneamento de Sergipe - DESO atendendo a 79,4% da população. O esgotamento sanitário 68 PAE-SERGIPE no município é efetuado através fossas sépticas e comuns, enquanto o lixo é coletado por caminhões e tratores sem tratamento adequado. Gararu Gararu é o segundo município em estudo nas ASD, com uma superfície em km 2 de 640,4. Está localizado no extremo norte do Estado de Sergipe, limitando-se a oeste com os municípios de Porto da Folha e Nossa Senhora da Glória, a sul com Graccho Cardoso, a leste com Itabi e Nossa Senhora de Lourdes e a norte com o Estado de Alagoas. Criado pela Resolução Provincial n 1.047 de 13 de março de 1877, sua sede municipal apresenta altitude de 20 metros e está geograficamente definida pelas coordenadas 09°58'04"de latitude sul e 37°05'00" de longitude oeste. O acesso a Gararu se dar a partir de Aracaju pelas rodovias BR-235, BR-101 e SE200,via Propriá, em um percurso de aproximadamente 161 km, ou então via Feira Nova, pelas rodovias BR-235, BR-101, SE-206, SE-104 e SE-200, todas pavimentadas com asfalto e em bom estado de conservação. De acordo com o Censo (2010) sua população é de 11.458 habitantes, densidade demográfica de 17,89 hab/ km², sendo 2.831 moradores na área urbana e 8.627 na zona rural. O número de mulheres soma 5.609 e os homens estão em 5.849. Sua economia é movida pela pecuária (produção leiteira, frango, suíno, mel de abelha), extração vegetal e silvicultura, produção agrícola temporária de milho e feijão. O Produto Interno Bruto per capita equivale a 4.078 reais e o IDH 0,572. (IBGE, 2007). Na educação, de acordo com IBGE (2009) há 2.324 estudantes matriculados no ensino fundamental, 411 no ensino médio e 392 no pré-escolar. O número de professores para o pré-escolar é 36, no ensino fundamental são 164 professores e no ensino médio 24. Gararu possui 41 escolas com ensino fundamental, duas com ensino médio e 33 com a préescola. No âmbito da saúde, os munícipes contam com nove unidades de saúde municipal para atendimento da população. A infraestrutura de serviços compreende 1 agência bancária, 1 agência postal, terminais telefônicos com acesso a DDD, DDI e celular, empresas de transporte rodoviário interurbano, 1 ancoradouro fluvial, estações repetidoras de televisão, 1 estádio, 1 quadra polivalente, 1 ginásio de esporte e energia elétrica, distribuída pela empresa Energisa. 69 PAE-SERGIPE O abastecimento d’água da sede é feito através de rede mantida pela Companhia de Saneamento de Sergipe – DESO, com água captada e aduzida do rio São Francisco, atendendo 83,4% da população. Não há tratamento do lixo. O esgotamento sanitário é feito através de fossas sépticas e comuns. As principais atividades econômicas estão relacionadas à agricultura, criação de rebanhos e avicultura. A avicultura tem nos galináceos, os principais produtos. Dos efetivos dos rebanhos, destacam-se os bovinos, seguidos dos suínos, ovinos e eqüinos. Os principais produtos agrícolas são milho, feijão e mandioca (IBGE CIDADES, 2009). Monte Alegre de Sergipe Monte Alegre de Sergipe, município criado pela Lei Estadual nº 525-A de 25.11.1953, está localizado no Alto Sertão Sergipano, com uma área de 407 km² com população de 32.514 habitantes e densidade demográfica de 79,88 hab/ km². Sua população urbana corresponde a 21.633 habitantes e 10.881 na zona rural. A população feminina é aproximadamente equivalente a masculina. De acordo com o diário oficial de Sergipe de 10 de dezembro de 1953, Monte Alegre limita-se ao norte com os municípios de Poço Redondo e Porto da Folha; ao sul com o município de Nossa Senhora da Glória; a Leste como os municípios de Nossa Senhora da Glória e Porto da Folha e a oeste com o Estado da Bahia. Economicamente se destaca com a pecuária, agricultura e extração vegetal e silvicultura. O PIB per capita do município equivale a 4.004 (reais) e IDH médio 0,568. (IBGE, 2007) Na educação os dados revelam a incidência de 30 escolas destinadas ao ensino fundamental e nestas há 2.963 alunos matriculados com 158 professores lecionando. Para o ensino médio constatou de acordo com dados estatísticos do IBGE (2009), que há apenas uma na Sede do Município, com 617 alunos matriculados e 28 professores em atividades da docência. E para a pré-escola são 27, sendo uma particular com 579 alunos matriculados assistidos por 41 professores. O instituto de pesquisa não registrou a presença de escola técnica federal no município. Foram apontadas apenas duas Unidades de Saúde no município, com atendimento ambulatorial e uma com serviço odontológico. Não há nessas unidades capacidade para realizar exames, nem leitos para internação. 70 PAE-SERGIPE A infraestrutura de serviços está composta de uma agência do Banco do Brasil S.A., uma agência postal, um hotel, postos de serviços telefônicos com acesso a DDD, DDI e telefone celular, estações repetidoras de televisão, empresas de transporte rodoviário coletivo interurbano, e energia elétrica distribuída em 89,5% do município pela empresa Energisa. O abastecimento de água é feito pela DESO - Companhia de Saneamento de Sergipe, com água captada no Rio São Francisco atendendo 95,2% da população. Em alguns povoados do Município, ainda se encontram populações abastecidas por minadouros e poços artesianos. O esgotamento sanitário é efetuado através de fossas sépticas e comuns, sem tratamento. E o lixo urbano coletado é transportado em carroça e depositado a céu aberto. As principais atividades geradoras de renda no município de Monte Alegre de Sergipe são a agricultura, a pecuária e a avicultura. Os rebanhos têm como principais efetivos os bovinos, suínos, ovinos e eqüinos. Os galináceos são os principais produtos da avicultura. Os principais produtos agrícolas são: milho, feijão e fava. De acordo com o Plano de Desenvolvimento do Território do Alto Sertão (SEPLAN, 2008), o município dispõe de 20 indústrias até esse ano da pesquisa. Nossa Senhora da Glória Nossa Senhora da Glória foi criado pela Lei Estadual nº 1014 de 26.09.1928 ocupa uma área de 756 km², com população de 32.514 mil habitantes (IBGE, 2010) e densidade demográfica de 43 hab/ km². Localizada a 126 km da capital, Glória faz limite com os municípios de Carira, Nossa Senhora Aparecida, São Miguel do Aleixo, Feira Nova, Gararu, Gracho Cardoso e Monte Alegre. A economia do município se destaca na pecuária e agricultura e no setor secundário apresenta perspectivas de crescimento em tecnologias e atividades. O PIB per capita do município, conforme IBGE (2007) é 6.536 (reais). E seu IDH corresponde a 0,631 considerado médio, pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Segundo dados estatísticos do IBGE (2009), no quesito educação, o município oferece a população 57 escolas para o ensino fundamental, sendo cinco destas, privadas. Estão matriculados para o ensino fundamental 6.936 alunos com o acompanhamento de 317 docentes. O quadro do ensino médio se comporta da seguinte forma: 5 escolas em 71 PAE-SERGIPE funcionamento, sendo 3 da rede de ensino privada com 1.305 alunos matriculados ao total e acompanhados por 94 docentes. Os alunos matriculados no ensino médio não atingem 20% dos que estavam no ensino fundamental. Na pré-escola estão 46 Unidades em funcionamento, sendo 5 da rede particular de ensino. Ambas atendem a 1.107 alunos com o acompanhamento de 43 docentes. Diante dos dados, se observa que em torno de 84% dos alunos matriculados no ensino fundamental não freqüentaram o pré-escolar. Outro fato observado é que não há escolas técnicas federal no município. Em relação a saúde, dados estatísticos do IBGE (2009) apontam a existência de 21 Unidades de saúde, capacidade de internação para 50 leitos, atendimento odontológico, capacidade para realizar exames simples e atendimentos especializados. Apresenta infraestrutura de serviços satisfatória, contando com 3 agências bancárias (BNB, BANESE e Banco do Brasil S.A.), 1 agência dos correios, empresas de transporte rodoviário interurbano, estação repetidora de televisão, 2 hotéis, Pousada, terminais telefônicos com DDD, DDI e celular, e energia elétrica distribuída pela Energisa. O sistema de abastecimento de água da sede é de responsabilidade da Companhia de Saneamento de Sergipe – DESO, que capta água no Rio São Francisco e abastece 94,3% da população. O esgotamento sanitário é efetuado através fossas sépticas e comuns, enquanto o lixo urbano coletado é transportado e depositado em lixões. As receitas municipais estão associadas à agricultura, pecuária e avicultura. Os principais efetivos dos rebanhos são os bovinos, suínos, ovinos, caprinos e eqüinos. O milho lidera a produção agrícola, seguido do feijão e mandioca. Na avicultura sobressaem os galináceos. O comércio e a indústria também influem de forma significativa na economia local com a geração de empregos. Poço Redondo O município de Poço Redondo está localizado na região noroeste do Estado de Sergipe. De acordo com a Lei Estadual n 525-A, de 23 de novembro de 1953 limita-se a nordeste com o Estado de Alagoas, a sudoeste com o Estado da Bahia, a sul e a leste com o município de Porto da Folha e a oeste e norte com Canindé do São Francisco. O acesso a partir de Aracaju é feito pelas rodovias BR-235, BR-101 e SE-206, perfazendo um total de 184 km. 72 PAE-SERGIPE Criado pela Lei Estadual nº. 525 de 25/11/1953, sua área corresponde a 1.220 km², sendo 10 km² de área urbana e 1.210 km² de área rural, onde mora uma população de 30.818 habitantes. (IBGE, 2010). A densidade demográfica corresponde a 25,26 hab/km². A base econômica do município se baseia na pecuária com destaque para a produção leiteira. A produção agrícola de base temporária do feijão, milho e mandioca. A silvicultura e extração vegetal também representam condições econômicas ao Município. E permanente, em áreas irrigadas se produz a goiaba. O PIB per capita é 3.828 (reais) e o IDH é 0,536 o mais baixo do Alto Sertão. No acesso a educação, o município dispõe de 50 escolas para o ensino fundamental com 6.866 alunos matriculados e 288 professores lecionando nesse nível. Para o ensino médio são cinco escolas com 1.096 alunos matriculados e 60 docentes acompanhando. Na pré-escola são 36 unidades escolares com 663 alunos matriculados e 27 professores lecionando. Para o atendimento de saúde estão em funcionamento 13 unidades, com atendimento odontológico em três delas. Quanto a sua infraestrutura, está composta de 1 agência bancária do Banco do Estado de Sergipe (BANESE), 1 agência postal, postos de serviços telefônicos com acesso a DDD e DDI, empresas de transporte rodoviário interurbano e interestadual, estações repetidoras de televisão, hotel e energia elétrica distribuída em 80,5% pela Empresa Energisa. A sede é abastecida de água captada do rio São Francisco, através de adutora e mantida pela Companhia de Saneamento de Sergipe – DESO. O esgotamento sanitário é efetuado através de fossas sépticas e comuns, e o lixo urbano coletado é transportado em caminhão e carroça e depositado a céu aberto. As receitas municipais provêem basicamente da pecuária, agricultura e avicultura. Os principais produtos agrícolas são: milho, feijão e mandioca. Os principais efetivos na avicultura são os galináceos e os maiores rebanhos são de bovinos, ovinos, suínos, eqüinos e caprinos. Porto da Folha E por fim, o município de Porto da Folha, localizado no extremo norte do Estado de Sergipe, limitando-se a norte com o Estado de Alagoas, a leste com Gararu, a oeste com Poço Redondo e a sul com N.S. da Glória e Monte Alegre de Sergipe. O acesso a partir de 73 PAE-SERGIPE Aracaju, é efetuado pelas rodovias pavimentadas BR-235, BR-101, SE-452 e SE-200, num percurso total de 190km. Está situado na Mesoregião do Sertão sergipano e microregião sergipana do Sertão do São Francisco (IBGE, 2008) ocupando uma área de 877 km². De acordo com o Censo (2010) sua população é de 26.636, com densidade demográfica de 30,37 hab/km², sendo 9.929 moradores na área urbana e 17.195 na zona rural e o número de mulheres 13.248, inferior ao número de homens – 13.876. O IDH do município corresponde a 0,556. Em relação às riquezas produzidas no município se destaca a agropecuária com a criação bovina e a produção de leite e mel, a extração vegetal e silvicultura e o turismo. O Produto Interno Bruto (PIB), segundo o IBGE (2007), per capita equivale a 4.271 (reais). No que se refere a educação, o município possui 62 escolas de Ensino Fundamental, 52 unidades da Pré-escola e 5 escolas de Ensino Médio, abaixo da média do estado e do Brasil, que corresponde respectivamente a 40,7% e 37,4% do total de estabelecimentos de ensino para esse nível. O número de docentes por série para o ensino Fundamental é 321 professores, 39 para a Pré-escola e 72 destinados ao Ensino Médio. As matrículas por série indicam que 6.355 alunos estão matriculados no Ensino Fundamental, enquanto 835 estão na Pré-escola e 1.008 alunos vão para o ensino médio. No quesito saúde, o IBGE Cidades (2009) apontou 14 estabelecimentos (Postos) de saúde da rede municipal e dois da rede privada. Dessas unidades públicas, 11 contam com atendimento ambulatorial, em 3 Unidades de Saúde a comunidade possui serviço odontológico e uma Unidade para atendimento com especialidade emergência total. Apresenta infraestrutura de serviços razoável, possuindo energia elétrica em 89,3% do município, serviço de telefonia, agência postal da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos- E.B.C.T., hotel, transporte rodoviário interurbano, estação rodoviária, biblioteca, 2 agências bancárias, campo de futebol e quadra poli esportiva. O abastecimento de água é de responsabilidade do DESO – Companhia de Saneamento de Sergipe, que atende 96% da população. E esgotamento sanitário é efetuado através fossas sépticas e comuns, enquanto o lixo urbano coletado é transportado e depositado em terreno baldio. 74 PAE-SERGIPE As receitas municipais proveem basicamente da agricultura, pecuária e avicultura. Os principais produtos agrícolas são: mandioca, milho e feijão. Os maiores rebanhos são os bovinos, ovinos, suínos e caprinos, sobressaindo na avicultura os galináceos. O Território do Alto Sertão onde estão localizados esses municípios das ASD em estudo enfrentam desafios cotidianos de diversas naturezas, a exemplo dos resíduos sólidos. A coleta do lixo responde a uma demanda de apenas 44,20% da população, nao havendo tratamento desses resíduos em nenhum dos município estudados. Abaixo o perfil dos municípios, quanto ao acesso a saneamento básico e energia elétrica. A Tabela mostra nessa avaliação preliminar, que a média da população com acesso a esgoto adequado8 atinge 42,43% da população. Com exceção do município de Gararu com 50,6%, os demais municípios apresentam índices satisfatórios quanto ao acesso à água de qualidade, representando um avanço comparado ao ano de 2007, que a média do território do Alto Sertão nesse quesito apontava 59,0%. TABELA : PERFIL DE ACESSO A SANEAMENTO BÁSICO E REDE ELÉTRICA MUNICÍPIOS Canindé do São Francisco Gararu Monte Alegre de Sergipe Nossa Senhora da Glória Poço Redondo Porto da Folha TAXA DE ACESSO A ESGOTO ADEQUADO TAXA DE ACESSO A ÁGUA TRATADA TAXA DE ACESSO A REDE ELÉTRICA TAXA COLETA DE LIXO 63,7% 11,1% 74,9% 24,2% 10,7% 81,0% 79,4% 50,6% 95,2% 94,3% 96,7% 96,0% 75,2% 83,4% 89,5% 90,5% 80,5% 89,3% 66,7% 34,71% 69,6% 76,6% 37,75% 40,5% Fonte: IBGE – 2009 – Dados Estatísticos Quanto ao acesso a energia elétrica, este representa o alcance do Programa Luz para Todos9 e outras ações a nível estadual e intervenções da competência federal, sobretudo nas áreas de Assentamentos de Reforma Agrária. E por fim, a coleta de lixo, que de modo geral se apresenta deficitária, sem haver tratamento. As ocupações dos municípios apontam como prevalência a zona rural, e nessas áreas há poucas e/ou nenhuma incidência de coleta. A maioria da população, principalmente 8 De acordo com o IBGE em Sergipe as redes de esgotos desses municípios são superficiais, as residências possuem fossas sépticas e não constatou tratamento de esgoto. 9 De acordo com Energisa Distribuidora de Energia S/A em Sergipe as metas propostas pelo rograma até 2012 estão sendo cumpridas, o Município de Poço Redondo registra o menor percentual de ligações 68,42%. 75 PAE-SERGIPE as que estão situadas a distâncias maiores da Sede dos Municípios realizam as práticas das queimadas ou enterram o lixo por elas produzido. 76 PAE-SERGIPE 3.4.6. Reforma Agrária A reforma agrária10 é o conjunto de medidas para promover a melhor distribuição da terra, mediante modificações no regime de posse e uso, a fim de atender aos princípios de justiça social, desenvolvimento rural sustentável e aumento de produção. O Programa de Reforma Agrária no Brasil está apoiado sobre cinco diretrizes gerenciadas pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) que apontam para: • Promover a democratização do acesso a terra, através da criação e implantação de assentamentos rurais sustentáveis, da regularização fundiária, contribuindo para o desenvolvimento sustentável, para desconcentração da estrutura fundiária, para a redução da pobreza e da violência no campo e promoção da igualdade; • Sua implementação de forma participativa, reafirmando os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, contribuindo para o fortalecimento das parcerias e da sociedade civil organizada; • Fiscalizar a função social dos imóveis rurais, contribuindo para a capacitação dos (das) assentados (as), o fomento da produção agroecológica de alimentos e a inserção nas cadeias produtivas; • Buscar a qualificação dos assentamentos rurais, mediante o licenciamento ambiental, o acesso a infraestrutura básica, o crédito e a assessoria técnico e social, e a articulação com as demais políticas públicas, em especial com educação, saúde, cultura e esportes, contribuindo para o cumprimento das legislações ambiental e trabalhistas e para a promoção da paz no campo; • Implementação pela destinação das terras públicas, demarcação e titulação das terras ocupadas por comunidades tradicionais e quilombolas, gerenciando a estrutura fundiária nacional pelo conhecimento da malha fundiária, mediante o cadastramento e certificação dos imóveis rurais, contribuindo para as políticas de inclusão social e desenvolvimento sustentável; 10 Conceito apresentado na pagina do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA). www.incra.gov.br – acesso em 25/01/2011. 77 PAE-SERGIPE Para a implementação do programa de Reforma Agrária nas Unidades Federativas o INCRA se divide em 30 superintendências regionais e cerca de 70 unidades avançadas, órgãos descentralizados de caráter transitórios subordinados as superintendências. No estado de Sergipe está situada a Superintendência Regional 23 (SR 23) cuja finalidade incide em coordenar e executar atividades homólogas as dos órgãos seccionais e específicos a planejamento, programação, orçamento, informática e modernização administrativa, bem como, garantir a manutenção, fidedignidade, atualização e disseminação de dados do cadastro de imóveis rurais e sistema de informação do INCRA. Nessa competência, foram coletadas informações na SR 23 sobre a estrutura fundiária das Unidades Susceptíveis a Desertificação, considerando os anos de 2003 e 2011 conforme as Tabelas a seguir: TABELA : ESTRUTURA FUNDIÁRIA E TIPOLOGIA DAS PROPRIEDADES NO ALTO SERTÃO SERGIPANO. MUNI CÍPIO MINIF ÚNDIO PEQU MÉDIA GRAN ENA TOTAL DE NO. ÁREA (HÁ) NO. ÁREA (HÁ) NO. ÁREA (HÁ) N O. ÁREA (HÁ) N O. ÁREA (HÁ) 278 7.093 84 10.89 0 56 27.746 11 21.833 429 67.562 Poço Redondo 1.384 30.819 133 16.78 7 41 19.046 16 32.959 1.574 99.613 Porto da Folha 2.004 34.516 175 22.10 0 23 10.678 3 3.884 2.205 71.179 MonteAlegre 520 11.248 68 8.319 17 7.581 0 0,0 605 27.149 Nossa Senhora da 1.733 31.676 147 18.20 4 26 14.600 1 1.257 1.907 65.737 Alto Sertão sergipano 5.919 115.354 607 76.30 1 16 3 79.653 31 59.934 6.720 331.243 Canindé do São Francisco Fonte: INCRA (2003) TABELA : ESTRUTURA FUNDIÁRIA11 E TIPOLOGIA DAS PROPRIEDADES NO ALTO SERTÃO SERGIPANO. MUNICÍ MINIFÚ PEQUE NDIO NA PIO Canindé do São Francisco MÉDIA TOTAL N O. ÁREA (HÁ) N O. ÁREA (HÁ) --- --- 124 16.223 NO. 32 ÁREA (HÁ) 12.060 N O. 156 ÁREA (HÁ) 28.283 11 A escala apresentada pela SR 23: Pequena (70 a 280 há) e Média (280,1 a 1.050 há) em 2011. Segundo informação técnica na Superintendência Regional abaixo de 70 há é considerado minifúndio. Os dados referentes a essas propriedades e as de grande porte não foram disponibilizadas. 78 PAE-SERGIPE Poço Redondo --- - 188 24.547 31 11.530 219 36.077 Porto da Folha -- - MonteAlegre -- --- 222 28.357 16 5.965 238 34.322 Nossa Senhora da --- --- 94 11.350 11 3.665 105 15.015 Gararu --- --- 187 23.625 18 6.037 205 29.662 996 126.160 125 45.478 1.121 171.638 Alto Sertão sergipano Fonte: INCRA/SR 23 (2011) Em relação a área ocupada por assentamentos de reforma agrária nos municípios estudados, o estado de Sergipe compõe 66.766,62 hectares (há), com 3.486 famílias conforme Quadros a seguir: QUADRO : ASSENTAMENTOS DO MUNICÍPIO DE CANINDÉ DO SÃO FRANCISCO IMÓVEL Fazenda Monte Santo Fazenda N. Sra. Do Carmo Cuiabá Fazenda Mandacaru Fazenda Oroco Belo Horizonte Santa Rita/Maribondo Boa Esperança Gualter Modelo Santa Maria/Bom Jesus Colônia Estadual Colônia Estadual ASSENTAMENTO Monte Santo I Monte Santo I Cuiabá Mandacaru Florestan Fernandes João Pedro Teixeira Santa Rita Maria Feitosa Doze de Março Modelo Santa Maria Califórnia (3) Santa Rita ÁRE (HA) 893,42 354,11 2.023,00 1.709,88 Nº DE FAMÍLIAS 25 14 200 60 824,97 31 3.740,32 1.143,19 1.271,86 1.413,25 873,00 455,95 3.980,00 583,57 145 40 45 40 30 16 333 45 Fonte: Panorama da Desertificação em Sergipe. Disponível em: http://www.mma.gov.br; Acesso em 08 de Dez. 2010. QUADRO : ASSENTAMENTOS DO MUNICÍPIO DE GARARU . IMÓVEL Monte Santo Ponta Grossa Arrastador/Flor da Índia Cachoeirinha ASSENTAMENTO Nova Esperança Maria Vitória Flor da Índia Cachoeirinha ÁREA (ha) NÚMERO DE FAMÍLIAS 719,00 40 420,31 13 301,43 10 2.694,67 98 Fonte: Panorama da Desertificação em Sergipe. Disponível em: http://www.mma.gov.br; Acesso em 08 de Dez. 2010. QUADRO : ASSENTAMENTOS DO MUNICÍPIO DE NOSSA SENHORA DA GLÓRIA IMÓVEL ASSENTAMENTO 79 ÁREA (HA) NÚMERO DE FAMÍLIAS PAE-SERGIPE Poço do Capim Fazenda Caimbra Socorro/Conceição Lagoa das Areias Fortaleza Pedras Grandes Senharol Luiz Beltrano Nossa Senhora da Boa Hora José Ribamar Nossa Senhora Aparecida Fortaleza Nossa Senhora da Glória João do Vale 536,28 20 502,14 25 823,96 32 585,00 24 922,00 50 656,00 28 559,11 18 Fonte: Panorama da Desertificação em Sergipe. Disponível em: http://www.mma.gov.br; Acesso em 08 de Dez. 2010. QUADRO : ASSENTAMENTOS DO MUNICÍPIO DE MONTE ALEGRE DE SERGIPE POÇO REDONDO IMÓVEL Colônia Estadual Fazenda São Raimundo Fazenda Bela Vista Romaria Lagoa do Bom Nome Bela Vista/Queimada Bom Jardim Maravilha ASSENTAMENTO Juazeiro São Raimundo União dos Conselheiros Raimundo Monteiro da Silva Josenilton Alves Raimundo Monteiro I Bom Jardim Primeiro de Maio ÁREA (HA) 118,15 266,49 627,01 Nº DE FAMÍLIAS 9 10 25 21 602,42 356,54 162,01 603,00 669,05 14 6 28 24 Fonte: Panorama da Desertificação em Sergipe. Disponível em: http://www.mma.gov.br; Acesso em 08 de Dez. 2010. QUADRO :. ASSENTAMENTOS DO MUNICÍPIO DE POÇO REDONDO IMÓVEL ASSENTAMENTO Barra da Onça Barra da Onça Pedras Grandes ÁREA (HA) Nº DE FAMÍLIAS 6.278,00 213 Pedras Grandes 610,00 27 Nova Esperança Flor da Serra 971,00 41 Curralinho Curralinho 1.175,00 50 Camará/Queribas Jacaré/Curituba VIII 605,00 70 Cajueiro Cajueiro 2.745,24 112 Lagoa da Areia Lagoa da Areia 3.984,82 150 Faz. Senhor do Bonfim Caldeirão 507,53 19 Fazenda Santo António Nova Vida 424,17 14 Maralinas/Emendadas Maria Bonita I 1.092,48 39 Novo Paraiso Novo Paraiso 1.074,32 40 São Jorge Nelson Mandela 294,91 20 Faveleira Djalma Cesário 229,84 9 Alto do Rio Carlito Maia 146,97 6 Riacho Largo Madre Tereza de Calcutá 198,02 8 Santa Luzia Jacaré Curituba I 1.320,00 264 Alto Bonito Jacaré Curituba II 1.216,00 71 Alto Bonito do Formoso Jacaré Curituba III 735,00 138 Santa Cruz Jacaré Curituba IV 1.367,00 214 80 PAE-SERGIPE Boa Esperança Jacaré Curituba V 889,00 55 Pioneira Pioneira 513,00 21 Queimada Grande Queimada Grande 4.087,00 150 Califórnia/Dalas Jacaré Curituba VI 430,00 17 Queribas Jacaré Curituba VII 299,00 — Novo Mulungu Novo Mulungu 249,00 10 São José do Nazaré São José do Nazaré 743,20 30 Fonte: Panorama da Desertificação em Sergipe. Disponível em: http://www.mma.gov.br; Acesso em 08 de Dez. 2010. QUADRO : ASSENTAMENTOS DO MUNICÍPIO DE PORTO DA FOLHA IMÓVEL ASSENTAMENTO ÁREA (ha) Nº DE FAMÍLIAS Ilha do Ouro Ilha do Ouro 1.320,00 94 Fazenda Esperança Paulo Freire 1.181,00 40 Fazenda Júlia José Unaldo de Oliveira 211,77 15 Araticum Vitória do São Francisco 477,26 30 Fonte: Panorama da Desertificação em Sergipe. Disponível em: http://www.mma.gov.br; Acesso em 08 de Dez. 2010. Os Quadros anteriores mostram a expressiva concentração de assentamentos na região, com a maior incidência de áreas de assentamento no município de Poço Redondo, tanto em superfície destinada para tal fim, como em termos de famílias assentadas. Este fato, tem um rebatimento sobre o quadro socioeconômico e ambiental, o que demanda a implementação dos programas de desenvolvimento local sustentável, educação no campo, assistência técnica permanente, acesso a crédito, dentre outros previstos na política de reforma agrária, que sejam capazes de promover a emancipação econômica das famílias, em sintonia com a sustentabilidade ambiental das áreas ocupadas. 81 PAE-SERGIPE 3.5 CAPACIDADE PRODUTIVA NAS ASD O Território da Cidadania Alto Sertão – SE, onde estão inseridas as Áreas Suscetíveis à Desertificação do Estado, abrange uma área de 4.908,20 Km² e é composto por 7 municípios: Canindé de São Francisco, Gararu, Monte Alegre de Sergipe, Nossa Senhora da Glória, Nossa Senhora de Lourdes, Poço Redondo e Porto da Folha. A população total do território é de 137.926 habitantes, dos quais 76.478 vivem na área rural, o que corresponde a 55,45% do total. Possui 12.833 agricultores familiares, 3.564 famílias assentadas, 2 comunidades quilombolas e 1 terras indígenas. Esta região do Alto Sertão, assim como praticamente toda a região semi-árida do Nordeste do Brasil, sempre esteve historicamente associada à atividade pastoril, suporte da ocupação do seu território e que se constitui, ainda hoje, na atividade econômica preponderante e culturalmente determinante da identidade sertaneja. Assim é que nela se encontram a quase totalidade do rebanho caprino nacional e as principais bacias leiteiras do nordeste brasileiro, estas predominantemente assentadas em pequenas unidades produtivas de base familiar, revestindo-se, portanto, de inquestionável relevância social. A análise sobre a ampliação sustentável da capacidade produtiva tem ênfase, portanto, em suas características essenciais, considerando todas as inter-relações existentes para o desenvolvimento das atividades preponderantes e da vocação natural da região. 3.5.1. Degradação Ambiental e Redução de Capacidade Produtiva A Degradação Ambiental implica numa redução potencial da disponibilidade de ativos produtivos devido à pressão imposta sobre os recursos naturais que enfraquece a capacidade produtiva. Desta forma, a devastação ambiental torna-se ao mesmo tempo causa e efeito de pobreza. Ações antrópicas (Figura Figura ) como desflorestamento, agricultura predatória, utilização da cobertura vegetal como fonte de energia, incorporação de terras marginais no processo de produção agropastoril, cultivo de áreas extensas sem a devida diversificação, resultam num processo de degradação dos recursos naturais, juntamente, com uma taxa de crescimento global, que induz um incremento da taxa de migração rural-urbana. 82 PAE-SERGIPE FIGURA : PASSIVO AMBIENTAL DECORRENTE DA LAVRA DE AREIA NO ASSENTAMENTO PIONEIRA, MUNICÍPIO DE POÇO REDONDO. FIGURA : CARVOARIA NO POVOADO QUEIMADAS, MUNICÍPIO DE POÇO REDONDO. Fonte: SEBRAE/SE, 2007. A ligação entre pobreza e degradação do meio ambiente assegura que os pobres ou excluídos agridem o ambiente porque não têm acesso a terra, ao crédito, a tecnologia adequada, a informação e a condições adequadas de moradia e de vida. Em conseqüência, são forçados a depredar os recursos naturais e o ambiente para poderem sobreviver. Nesse contexto, percebe-se que os depredadores não são réus, mas vítimas das condições que consciente ou inconscientemente lhes foram impostas. A culpa é do modelo criticável de desenvolvimento econômico que foi concebido dentro do sistema capitalista vigente, como solução para os problemas da região. Esse modelo apresenta duas vertentes, sendo uma a opulência e a outra a miséria. Ambas, na prática causam a degradação ambiental ( Figura ). 83 PAE-SERGIPE FIGURA : RIACHO CAMPOS NOVOS NO POVOADO CURRALINHO, POÇO REDONDO. FIGURA : RIACHO SECO NO POVOADO AREIAS, POÇO REDONDO Fonte: SEBRAE/SE, 2007. O contingente que migra para as cidades promove uma pressão sobre a infraestrutura, que em geral, quando existente é precária, provocando uma queda na qualidade de vida. De uma maneira geral, isso tem um condicionante educacional. O sistema de educação atual está voltado para a mobilização dos estudantes para as cidades e centros urbanos, onde a infra-estrutura é concentrada, abandonando as estruturas educacionais rurais, onde a educação era mais contextualizada com o ambiente natural, favorecendo o interesse e permanência do indivíduo no meio rural. No setor rural, as ações para mitigação de pobreza inicia-se com a solução para as questões fundiárias, através da reforma agrária, que é atingida através de diversas vias, tais como: política de crédito, com juros favorecidos para os agricultores; programas de irrigação em pequena escala; melhoria na infra-estrutura de transportes, armazenamento, dentre outras; desenvolvimento de tecnologias apropriadas e adequadas às condições dos campesinos da agricultura familiar; serviços gratuitos de assistência técnica, extensão rural e pesquisa para os agricultores familiares; educação; acesso a procedimentos adequados de comercialização que inviabilizem a atuação nefasta do atravessador; um maior incentivo à produção das lavouras tradicionais dos pequenos agricultores e de cooperativas e associações de produtores; criação de atividades não-agrícolas geradoras de ocupação e renda nas áreas rurais; agregação de valor aos produtos agrícolas provenientes das unidades agrícolas familiares. Poço Redondo já foi um grande produtor de batata doce, algodão, diversas espécies de fava e feijão, criava-se diversos animais em consociado a caatinga, mas a partir do incentivo da pecuária leiteira e do plantio do capim bufell, vários impactos passaram a ser observados como a compactação do solo, redução e desaparecimento de muitos olhos d’água, salinização e poluição. 3.5.2 Sistemas Produtivos Dentre as cadeias produtivas existentes, tem destaque a cadeia produtiva do leite e derivados, cuja organização expressa fielmente a dinâmica de exploração da capacidade produtiva da região, com seus benefícios e repercussões, com suas relações com a atividade econômica local e a pressão exercida sobre os recursos naturais, e com a 84 PAE-SERGIPE infraestrutura necessária para seu funcionamento com reflexos sobre a sociedade e todas as outras atividades produtivas da região. Embora sejam emergentes algumas atividades produtivas, como a apicultura, a produção da fruticultura irrigada nos perímetros ou próximas ao Rio São Francisco e a produção hortícola agroecológica, é da atividade da bovinocultura extensiva de leite que provém a maior influência sobre o processo de desertificação e também sobre ela que recaem maiores evidências desse processo, atividade essa que é justamente o sustentáculo de sobrevivência da maior parte da população assentada na área rural e dinamizadora dos serviços e do comércio na área urbana. 3.5.2.1 Cadeia Produtiva do Leite O Brasil é o sexto maior produtor de leite do mundo, com aproximadamente 29 bilhões de litros produzidos em 2009. Este volume representa um incremento de 10 bilhões de litros (52,6%) em uma década (1999-2009), período em que a região Nordeste aumentou sua produção em 86,8%, nela destacando-se o estado de Sergipe, com o expressivo crescimento de 134%. Já no Alto Sertão sergipano, em que a atividade leiteira está presente em aproximadamente 87% dos estabelecimentos agropecuários, o crescimento da produção de leite estima-se da ordem de 171,7%, no período 1999-2009. Como pode ser observado na Tabela 8, a produção leiteira nesse território, que em 2005 respondia por 59% do volume produzido em Sergipe, experimentou um crescimento expressivo da produção de leite, no valor bruto da produção e no número de vacas ordenhadas, bem superior ao verificado no estado de Sergipe como um todo, chegando a 65% do volume estadual. Nesse processo de intensificação e especialização, destacam-se os municípios de Nossa Senhora da Glória, Poço Redondo e Porto da Folha TABELA : PRODUÇÃO DE LEITE (MIL LITROS) EM SERGIPE E NO ALTO SERTÃO SERGIPANO (2005-2009) SERGIPE E ALTO SERTÃO Sergipe Alto Sertão Canindé do São Francisco Gararu Monte Alegre de Sergipe Nossa Senhora da Glória Nossa Senhora de Lourdes Poço Redondo Porto da Folha 2005 191.306 112.905 10.601 9.600 8.395 21.060 4.024 16.380 18.540 2006 242.568 154.727 13.965 13.419 12.170 28.980 5.387 25.137 25.893 Fonte: IBGE 85 ANO 2007 251.624 160.301 15.309 13.892 11.312 32.256 4.788 26.394 25.628 2008 259.700 167.018 16.485 14.982 12.495 32.787 5.446 26.534 26.607 2009 286.568 (100%) 185.352 (65%) 19.320 (07%) 17.616 (06%) 13.587 (05%) 34.883 (12%) 6.204 (02%) 29.486 (10%) 30.639 (11%) PAE-SERGIPE 3.5.2.1.1 Uso da terra As pastagens cultivadas e nativas permanecem ocupando a maior parte da área das propriedades e constituindo a base alimentar dos rebanhos bovinos leiteiros na estação chuvosa. Parte dessas pastagens – por volta de 35% dos produtores de leite criam ovelhas – é utilizada para a ovinocultura, atividade tradicional na região, que complementa a renda auferida com a venda de leite, principalmente entre os pequenos criadores. As áreas cultivadas com o milho – cultivo tradicional na região – dobraram em dez anos, enquanto que, de maneira inversa, a proporção de áreas plantadas com palma forrageira, em cada propriedade, reduziu-se ao longo desse período, permanecendo o fato de serem proporcionalmente maiores nas menores unidades. As propriedades maiores mostram alto percentual de área destinada ao cultivo de milho e baixa destinação ao cultivo da palma, esta plantada em média apenas 6% da área. Por outro lado, as áreas cultivadas com feijão são bem menores, variando entre 0,9 a 1,5 ha/propriedade que, em geral, destinam-se ao auto-consumo. Já as áreas de reserva natural restringem-se a percentagens bem abaixo dos 20% estipulados por lei. 3.5.2.1.2. Manejo do solo e de sua fertilidade O preparo do solo, que há dez anos era realizado predominantemente à tração animal, com arado de aiveca, para plantio do milho ou da palma forrageira, passou ser tratorizado, na grande maioria dos casos, com o uso de grades de arrasto, sem qualquer observância de curvas de nível, e de forma terceirizada, o que explica o notável aumento da área plantada com o milho e seu maior uso como forragem na forma de “rolão” (planta inteira seca) ou de silagem, como já referido. A tratorização não só permitiu o aumento da área plantada com o milho, com redução do tempo requerido para o preparo do solo, como também a mecanização de práticas que anteriormente eram manuais como a semeadura e a colheita, o que aumentou também a movimentação do e sobre o solo. Se há uma década o solo era movimentado em menor escala e menos frequentemente, o que permitia certa rotação de terras e de culturas, alternando o cultivo do milho com pastagens, capoeira ou palma forrageira, atualmente, com a intensificação da 86 PAE-SERGIPE tratorização, com o uso grades de arrasto, praticamente já não se permite o pousio das áreas cultivadas, o que concorre para seu empobrecimento físico-químico e, sobretudo, biológico. De outro lado, ainda como resultado da tratorização, tratos culturais como as limpas, antes manuais, passaram a ser químicas, com intensificação do uso mal orientado, e sem critérios, de herbicidas com largo efeito residual, trazendo, em conseqüência, contaminações ambientais e na cadeia alimentar, além de maior exposição de solo descoberto aos efeitos da forte insolação, seguida de chuvas torrenciais (trovoadas), com todos seus impactos deletérios. A exportação da fertilidade dos solos, através da venda do esterco acumulado nos agroecossistemas, para regiões onde se pratica cultivos intensivos – horticultura, na região do agreste (Itabaiana) e agricultura irrigada nos perímetros localizados em Canindé do São Francisco – permanece como parte agravante no processo mais amplo de degradação dos solos. 3.5.2.1.3 Alimentação animal e pastagens A alimentação dos rebanhos durante a estação chuvosa baseia-se no uso de pastagens cultivadas e nativas em menor escala, como já referido, enquanto que na estação seca os animais recebem complementação alimentar volumosa, em cochos – à base de palma forrageira (cultivo generalizado entre os produtores de leite), rolão e silagem de milho. Bancos de proteína aparecem em um reduzido número de propriedades e com áreas inexpressivas, situação que submete a produção de leite à total dependência de compras externas de concentrados protéicos, em condições quase sempre desfavoráveis de relação insumo/produto. As áreas plantadas com palma forrageira decresceram nos últimos anos, o que aumenta a vulnerabilidade dos sistemas de produção, vez que se constituem nas reservas estratégicas mais confiáveis frente à inconsistência climática da região. As razões alegadas pelos produtores são de que se trata de cultivo que demanda muito trabalho e capital, tanto na implantação, como na manutenção, além de ser tardia (dois anos) sua primeira utilização (corte) para fornecimento aos animais. Por outro lado, a “roça de milho”, modernizada pelo processo de tratorização e terceirização, em todas as etapas do cultivo, possibilita, em anos de pluviosidade normal, a produção de uma grande quantidade de forragem em curto espaço de tempo, além de ter 87 PAE-SERGIPE cobertura de seguro oficial (Proagro), no caso de eventuais perdas de colheita, passa a ser, por razões imediatistas, a escolha preferencial entre os produtores. Nas pastagens cultivadas predomina, ainda, o capim-buffel (Cenchrus ciliaris), mas já cedendo espaço para o capim urocloa (Urochloa moçambicensis), também reistente à seca e tolerante ao ataque de lagartas. Quanto ao manejo das pastagens, vale destacar o uso crescente e indiscriminado de herbicidas seletivos de largo efeito residual, sem orientação técnica adequada, quase sempre sem observância do período de carência para a entrada dos animais após as pulverizações, com impactos negativos para a saúde destes animais e do leite por eles produzido (resíduos tóxicos) e para a microbiologia do solo, contribuindo, ainda, para o desaparecimento de leguminosas nativas de grande interesse forrageiro. 3.5.2.1.4. Melhoramento animal e reprodução Desde 1996, verifica-se o que já se havia constatado de forma incipiente àquela época: a tendência à especialização dos rebanhos, com progressiva absorção genética no sentido da alta mestiçagem de raças européias, com hegemonia da raça holandesa, não só pelo processo de compra de matrizes de outras regiões, como também pelo uso de touros geneticamente superiores dessa raça. Se por um lado esse processo permitiu o aumento significativo da produtividade de leite dos rebanhos, responsável, em grande medida, pelo notável crescimento da produção de leite verificado em 10 anos na região do Alto Sertão sergipano, por outro acarretou um série de novos problemas ligados à reprodução e à saúde animal, em conseqüência da perda de rusticidade e do estresse adaptativo, que os animais com excessivo grau de sangue europeu experimentam nos trópicos, com os quais os produtores não estavam preparados para enfrentar. Principalmente problemas relacionados à saúde da glândula mamária (mastite), ao controle dos endo e ectoparasitos (carrapatos), ao intervalo entre partos e à durabilidade das vacas, com implicações para a qualidade do leite (resíduos) e para seu custo de produção, aumentado pelo maior e mal uso de pesticidas, defensivos e medicamentos, e pela maior taxa de reposição de matrizes. Essa “fragilização” dos rebanhos acarretou ainda a desvalorização dos bezerros destinados a recria, com perda significativa de receita auferida pela venda destes animais na composição da renda agregada na propriedade. Todavia já se percebe entre os produtores, certa tendência de recuperação da rusticidade, sem perda da produtividade, pela incorporação de maior grau de sangue de raças zebuínas leiteiras. 3.5.2.1.5. Manejo do rebanho 88 PAE-SERGIPE O manejo do rebanho ainda apresenta deficiências, destacando-se entre elas a ordenha, bastante precária quanto ao aspecto higiênico-sanitário, sem instalações adequadas à retirada de um produto de boa qualidade. O bem-estar animal não tem sido devidamente considerado no que se refere ao conforto térmico durante a estação quente e seca, em que altas temperaturas provocam níveis elevados de estresse calórico aos animais, notadamente àqueles com maior grau de sangue holandês, fato agravado pelo processo de desarborização das pastagens, e muito preocupante quando considerada a perspectiva do aquecimento global. Em conclusão, todos esses fatos evidenciam um significativo processo de intensificação e especialização da produção primária de leite, todavia com alguns constrangimentos que comprometem a sustentabilidade de seus sistemas de produção, atualmente mais vulneráveis em relação ao observado na década de 1990 com: • Mal uso de grades de arrasto no preparo do solo, no processo de substituição da tração animal por tração tratorizada; • Substituição do esforço humano pelo mecânico e químico, executados incorretamente, em tratos culturais, com prováveis contaminações da cadeia alimentar e do ambiente, além de progressivas perdas da agrobiodiversidade; • Aumento marcante (duplicação) da área de cultivo com o milho, permitida pela tratorização, com conseqüente aumento de seu uso na alimentação animal na forma de silagem e “rolão” de milho; • Redução das áreas de palma forrageira, aumentando a vulnerabilidade dos sistemas de produção ao risco climático; • Aumento da produtividade de leite em função da maior incorporação de animais com alto grau de sangue europeu – fragilização dos rebanhos – e de elevado nível de utilização de compras externas de alimentos concentrados; • Redução das áreas de reserva legal, com perda da biodiversidade residual ainda existente nos remanescentes vegetacionais nativos; • Exportação da fertilidade dos solos, dos agroecossistemas baseados na produção leiteira, para áreas de agricultura intensiva (horticultura e perímetros irrigados) através da mercantilização do esterco bovino. 89 PAE-SERGIPE 3.5.2.2 Agricultura Irrigada Como representação da agricultura irrigada praticada na região das ASDs está o Perímetro Irrigado Califórnia. Situa-se nos municípios de Canindé do São Francisco e Poço Redondo. Está subdividido em 333 lotes, com uma área total de 3.980 hectares, possuindo as duas formas de exploração agrícolas (irrigada e de sequeiro). Nas terras passíveis de irrigação, é utilizada a técnica de irrigação por aspersão em 1360 ha, com elevado investimento em capital, voltado para a produção de culturas alimentares e frutas. Essa área encontra-se destinada a pequenos produtores, empresários e técnicos. O sistema de irrigação é alimentado com água captada diretamente do Rio São Francisco, através da estação de bombeamento central. Nos 2.620 ha das terras não irrigáveis, existem implantados lotes de sequeiro, área utilizada para reservas florestais e 114 ha indiretamente produtivos e de infra-estrutura do perímetro. A exploração agrícola do Perímetro Irrigado Califórnia evidencia uma pulverização de culturas, com destaque para a área ocupada por milho, feijão, abóbora, tomate, aipim e quiabo. Percebe-se uma elevação da área ocupada com a cultura do quiabo a partir de 1990 até 1996, onde este passa a responder por 45,8% da área cultivada do Perímetro. De 1996 a 2000 o quiabo, o milho, o feijão e o tomate representaram 88,0% da área cultivada no Perímetro e responderam juntos por 85,0% de toda produção alcançada, sendo que esta última cultura vem perdendo espaço para outras menos exigentes em tratos culturais e insumos. Na produção frutícola destaca-se a cultura da goiaba, além de acerola, coco, pinha, manga, banana, uva. A condução de práticas inadequadas no Perímetro irrigado Califórnia, em contraste com o elevado investimento em infra-estrutura despendido para a sua implantação, traduzem uma subtilização da área, sobretudo pela ausência de alternativas técnicas e economicamente viáveis, comprovadas em condições locais, aliada a soluções em termos de manejo do solo e água que não venham comprometer os recursos naturais. Além do constante revolvimento do solo, promovendo a sua desagregação e empobrecimento da camada fértil, poucas práticas de conservação do solo têm sido utilizadas no Perímetro, restritas basicamente à prática de rotação de culturas. Por conta disso já se percebe um acelerado processo de depauperamento do solo por erosão e compactação. O uso reiterado da irrigação sem maiores critérios mostra-se exagerado. O controle da irrigação é feito utilizando o critério do turno de rega, estabelecendo a quantidade de 1 h para cada linha de aspersores, o que por vezes provoca o encharcamento dos solos. O volume de água aplicado vem determinando a lixiviação de nutrientes e a ocorrência de processos de erosão e salinização dos solos. A administração 90 PAE-SERGIPE do perímetro Irrigado Califórnia admite a existência de 42 lotes com problemas de salinização, numa área estimada de 2 % da área total do Perímetro (Gomes et al., 2009). 3.5.2.3 Agricultura de Sequeiro Como cultivos de sequeiro na região destacam-se os cultivos tradicionais de milho e feijão. A cultura do milho é fortemente disseminada em todo o semiárido sergipano. O grande destaque é o município de Carira, com 209 mil toneladas, em 2008, equivalentes a 35% do total produzido em Sergipe, seguido por Simão Dias, 15% do total, e Frei Paulo, 12% (Lacerda, 2010). Na região das ASDs, o milho é produzido de forma expressiva em Nossa Senhora da Glória, Gararu, Monte Alegre e Porto da Folha. A produção do milho em Sergipe somou 585 toneladas, em 2008. Sergipe apresentou a 3ª maior produção de milho do Nordeste, 13% do total da região, atrás apenas da Bahia e do Ceará, o que, considerando-se as diferenças de dimensões territoriais, é um resultado extraordinário. Entre 2000 e 2008, a quantidade produzida de milho em grãos de Sergipe cresceu simplesmente 572,7%, frente a 82,3% do incremento da produção brasileira e 50,1% da produção nordestina. Um fato significativo é o de que o crescimento da produção e do valor de produção do milho em Sergipe vem se dando tanto em razão do aumento da área de cultivo quanto do incremento da produtividade. O rendimento, em 2008, foi de 3.644 quilogramas por hectare, ainda 11% abaixo da média brasileira, mas 131% acima da média nordestina, que era de 1.578 quilogramas por hectare. A produção do milho ao longo da década vem alterando o padrão de ocupação do espaço rural sergipano. Em 2000, essa cultura respondia por 15% da área plantada com culturas temporárias no Estado. Em 2008, ela já havia mais do que dobrado, respondendo por 35% do total das culturas temporárias. Esse incremento da produção de milho nos municípios de maior área plantada em Sergipe e, consequentemente, estendido aos municípios das áreas suscetíveis à desertificação, recebe a influência do modelo produtivo adotado nas áreas de produção do Centro Oeste do país, com alta taxa de tratorização (com revolvimento elevado do solo e exposição exagerada do solo à incidência do sol), uso de sementes híbridas (selecionadas para que apresentem altas produtividades em modelos produtivos intensivos) e alta aplicação de insumos químicos (fertilizantes e agrotóxicos). O plantio de feijão, embora bem menos expressivo e mais direcionado à subsistência, seja associado ao cultivo de milho, seja em plantios solteiros, vem-se transformando também para um modelo de produção intensivo na utilização de máquinas e insumos. 91 PAE-SERGIPE Seja nas áreas de exploração pecuária, como agrícola (tanto irrigada como de sequeiro) tem-se popularizado a aplicação de herbicidas. Em face às características climáticas da região, cuja exposição do solo ao sol intenso deve ser minimizada ao máximo na tentativa de manutenção de sua atividade biológica e evitando seu empobrecimento, o herbicida é um fator altamente negativo, podendo aumentar significativamente o potencial de desertificação de áreas agricultáveis. 3.5.2.4 Uso da Cobertura Vegetal para cobrir a demanda energética A energia é considerada como vetor de desenvolvimento local e fator de integração do desenvolvimento multissetorial e competitivo. A matriz energética nas ASD é fortemente dependente de utilização da cobertura florestal da região. Essa dependência se refere tanto a consumo doméstico quanto comercial e industrial, alcançando, segundo estimativas oficiais, cerca de 25% da oferta energética. Dadas as condições edafoclimáticas e as de uso e manejo da vegetação, o desmatamento antecipa os processos erosivos e de desertificação. O incentivo à substituição energética, com redução gradativa da utilização de lenha em padarias e indústrias cerâmicas, bem como a expansão da rede convencional de energia elétrica vem incentivando a redução dos desmatamentos e procurando promover o crescimento mais acelerado das atividades econômicas. 3.5.2.5 Apicultura Em meio à caatinga do sertão nordestino, onde o sustento das famílias depende, basicamente, da agricultura ou pecuária, a apicultura destaca-se como alternativa para geração de emprego e renda. A apicultura é uma atividade produtiva altamente rentável e que traz imensas vantagens para o setor rural, tanto no ponto de vista social, quanto econômico e ambiental. Em Sergipe, a atividade apícola ganhou maior importância, do ponto de vista econômico, a partir do lançamento, no ano de 2003, do chamado QQC do mel, que pode ser traduzido em qualidade, quantidade e continuidade da atividade apícola em Sergipe. Este projeto, contou inicialmente com as parcerias do Governo do Estado, da Federação Apícola de Sergipe e do SEBRAE, sendo que seu objetivo fundamental foi o fortalecimento da atividade apícola através de investimentos na organização dos produtores, capacitação tecnológica, desenvolvimento de mercados e preservação ambiental. Também em articulação com governos municipais e diversas instituições a CODEVASF desenvolve ações que constam de: operacionalização de uma casa de mel; a readequação de duas casas de mel; instalação de equipamentos apícolas em dez unidades de produção; implantação de nove unidades móveis de processamento de mel; implantação de dois apiários e um meliponário para difusão tecnológica; aquisição de quatro máquinas de 92 PAE-SERGIPE beneficiamento de mel para sachê; capacitação de produtores; monitoramento e melhoramento da produção apícola, produção, no âmbito do Projeto Doces Matas, de mais de 200 mil mudas, destinadas à melhoria das condições ambientais, dos pastos apícolas da região e para o trabalho de conscientização ambiental junto às comunidades. Doces Matas produz anualmente 50 mil mudas nativas, e disponibiliza sementes nativas de mais de 40 espécies da região, paralelamente formando jovens para atuar na produção de mudas, tornando-se viveiristas, o que repercute socialmente, pela criação de empregos indiretos. São parceiros do projeto: Sebrae, Chesf, Ministério do Meio Ambiente, Icoderus, Fapise, Secretaria da Agricultura/EMDAGRO, Secretarias Municipais de Agricultura e Meio Ambiente, e Incra. 3.5.2.6 Caprinovinocultura Para o APL de caprinovinocultura da sub-região sergipana do sertão do São Francisco, a Codevasf implantou uma unidade modelo e cinco unidades demonstrativas, introduziu reprodutores e matrizes de caprinos e ovinos para melhoramento genético do rebanho, e investiu no melhoramento/adaptação de abatedouro de pequenos animais e capacitação de pequenos produtores. Merece destaque dentre as ações de desenvolvimento territorial, direcionadas à produção agrícola, a tecnologia social PAIS – Produção Agroecológica Integrada e Sustentável. São 60 unidades já instaladas no território do Alto Sertão, com recursos da CODEVASF, acompanhamento técnico e capacitação do SEBRAE, apoio do Projeto Dom Helder Câmara e instituições parceiras (SASAC, Cáritas) e prefeituras municipais. São 15 unidades produtivas instaladas em Nova Canadá, município de Canindé de São Francisco; 17 unidades no município de Poço Redondo, assim distribuídas: 8 em Cajueiro; 6 em Jacaré-Curituba; 1 no assentamento Pioneira; 2 na Barra da Onça; 7 unidades no município de Monte Alegre de Sergipe, sendo 6 em Lagoa das Areias e 1 em Lagoa da Entrada; 15 unidades no município de Porto da Folha e 6 em povoados do município de Gararu. Nessas unidades são produzidas hortaliças, frutas e ovos, em sistema agroecológico e com irrigação, para abastecimento familiar e comercialização do excedente. No município de Porto da Folha é realizada, semanalmente, desde 2009, uma Feira Agroecológica, e a comercialização dos produtos também já se estende a restaurantes, hotéis e outras feiras da região. A capacitação dos agricultores para a produção agroecológica tem surtido efeitos indiretos, no sentido da conscientização para a preservação ambiental e para a mudança de paradigma de produção agropecuária, com reflexos benéficos diretos sobre o ambiente das áreas exploradas. 93 PAE-SERGIPE 94 PAE-SERGIPE 4. POLITICAS, PROGRAMAS E PROJETOS DE COMBATE A DESERTIFICAÇÃO QUADRO : PROGRAMA TERRITÓRIOS DA CIDADANIA ASPECTOS DESCRIÇÃO Área de intervenção Abrangência nacional. Sergipe possui 4 territórios da cidadania: Alto-Sertão, Baixo São Francisco, Sertão Ocidental e Sul Sergipano. Objetivo geral Promover o desenvolvimento econômico e universalizar programas básicos de cidadania por meio de uma estratégia de desenvolvimento territorial sustentável. Beneficiários No Alto-Sertão são beneficiados os municípios de Canindé de São Francisco, Gararu, Monte Alegre de Sergipe, Nossa Senhora da Glória, Nossa Senhora de Lourdes, Poço Redondo e Porto da Folha. Ações em Direitos e desenvolvimento social; Organização sustentável da produção; andamento Saúde, saneamento e acesso a água; Educação e cultura; Infraestrutura; Apoio a gestão territorial e, Ações fundiárias. Prazo e Duração PPA 2008- 2011. Avaliação Em Sergipe, o Território da Cidadania Alto Sertão é composto por 7 municípios: Canindé de São Francisco, Gararu, Monte Alegre de Sergipe, Nossa Senhora da Glória, Nossa Senhora de Lourdes, Poço Redondo e Porto da Folha. Onde foram realizadas no ano de 2010, 65 ações com a atuação de 11 ministérios que integram o Programa Territórios da Cidadania, com valor previsto de R$ 150.487.664,98. Sendo que até 31 de outubro de 2010 foram executados R$ 74.922.762,39 Site http://www.territoriosdacidadania.gov.br Instituições Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome - MDS Ministério da Integração Nacional – MIN Ministério de Minas e Energia – MME Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA Ministério da Educação – MEC Ministério da Saúde – MS Ministério das Cidades – Mcid Ministério da Pesca e Aquicultura – MPA Ministério das Comunicações – MC Ministério da Fazenda - MF Nota: Este Programa não está classificado dentro dos Eixos temáticos por ser transversal a todos eles. 95 PAE-SERGIPE 4.1. EIXO 1: REDUÇÃO DA POBREZA E DA DESIGUALDADE 4.1.1 Segurança Alimentar QUADRO : PROGRAMA FOME ZERO ASPECTOS Tipo de Programa Área de intervenção Objetivo geral Objetivos específicos Beneficiários Ações em andamento Prazo e Duração Avaliação Sócioeconômica Site Instituição DESCRIÇÃO FEDERAL Abrangência nacional. Assegurar o direito à alimentação adequada às pessoas com dificuldades de acesso aos alimentos. Tal estratégia se insere na promoção da segurança alimentar e nutricional buscando a inclusão social e a conquista da cidadania da população mais vulnerável à fome. Acesso aos alimentos; Geração de renda e articulação; Mobilização e controle social. Municípios do semi-árido nordestino; Acampamentos e assentamentos rurais; Populações que vivem dos e nos lixões; Áreas de remanescentes de quilombolas em situação de risco nutricional; Aldeias indígenas em situação de risco nutricional. Campanha de doações de alimentos; Campanha de doações em dinheiro; Organização de voluntários ou iniciativas que fortaleçam o êxito do programa. PPA 2004-2007 e PPA 2008- 2011. Os impactos sociais estão diretamente ligados a melhor qualidade de vida a partir da apropriação dos direitos sociais dos cidadãos, consequentemente a situação econômica da família apresenta alterações, principalmente no aumento do poder de compra de alimentos. http://www.fomezero.gov.br Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome - MDS 96 PAE-SERGIPE QUADRO : PROGRAMA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL I - PROGRAMA DE AQUISIÇÃO DE ALIMENTOS - PAA ASPECTOS Tipo de Programa Área de intervenção Objetivo geral Objetivos específicos Beneficiários Ações em andamento Metas (Sergipe) Contexto Avaliação Socioeconômica Site Instituição DESCRIÇÃO FEDERAL Em todo território nacional; Em Sergipe são beneficiados os municípios de Pedra Mole, Graccho Cardoso, Nossa Senhora da Glória, Nossa Senhora Aparecida, Monte Alegre, Poço Redondo e Nossa Senhora de Lourdes. Aquisição de alimentos da agricultura familiar e sua destinação para o atendimento das demandas de suplementação alimentar de programas sociais locais, com vistas à superação da vulnerabilidade alimentar de parcela da população, atuando em conjunto com outras instituições para melhorar o processo de desenvolvimento territorial. Combater a fome e promover a segurança alimentar e nutricional. Agricultores familiares, quilombolas, indígenas, pescadores artesanais, assentados da Reforma Agrária e acampados cadastrados no INCRA, portadores da DAP e DAPAA; Pessoas que se encontram em insegurança alimentar e nutricional, atendidas pela rede de entidades sócio-assistenciais. Projeto em fase de implantação. Adquirir alimentos da agricultura familiar para atender à necessidade nutricional de 8.167 pessoas assistidas por programas estaduais e municipais de segurança alimentar, para complementação da merenda escolar, creches, hospitais, cozinhas comunitárias e/ou entidades beneficentes e assistenciais. Nos municípios do Alto-Sertão foram adquiridas 5 toneladas de alimentos, com investimentos de R$ 6.805,00, por parte do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Os municípios situados nas ASD em estudo estão inseridos especialmente na modalidade Compra Direta da Agricultura Familiar com Doação Simultânea e Formação de Estoques. Na primeira Modalidade, as Instituições Beneficentes, Escolas, Associações de Moradores, Creches, Hospitais recebem os alimentos e fazem a doação a partir do atendimento aos critérios definidos pelo Programa. O Programa contribui para que famílias em situação de vulnerabilidade social e insegurança alimentar nas ADS’s de Sergipe acessem alimentos de qualidade e valor nutricional, da agricultura familiar local, para o enriquecimento de sua alimentação diária. Para os agricultores, o Programa resulta em possibilidades de inserção no mercado, aumento da produção alimentícia, e garantia de venda com preço justo de sua produção o ano inteiro. Assim como, estimula a organização social por meio de associações e/ou cooperativas que possibilita aquisição de insumos e assistência técnica a menor custo. A aquisição de alimentos da agricultura familiar para formação de estoques estratégicos do Governo permite aos gestores atender situações de emergências e calamidades nas unidades federativas, atender populações vulneráveis e em situação de insegurança alimentar enquanto programas continuados (cestas de alimentos para comunidades quilombolas, terreiros e acampamentos de reforma agrária); e regular o mercado, garantindo a aplicação de preços justos dos alimentos; http://www.mds.gov.br / www.seides.se.gov.br Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome – MDS Sec. de Inclusão, Assistência e Desenvolvimento Social - SEIDS 97 PAE-SERGIPE QUADRO : PROGRAMA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL II – PROGRAMA DE AQUISIÇÃO DE ALIMENTOS - PAA LEITE ASPECTOS Tipo de Programa Área de intervenção Objetivo geral Objetivos específicos Beneficiários Contexto Avaliação Socioeconômica Prazo/Duração: Investimento Site Instituição DESCRIÇÃO FEDERAL Em todo território nacional. Em Sergipe são assistidos 35 municípios. Contribuir para o combate a fome e à desnutrição de crianças de 6 meses a 6 anos de idade, gestantes e idosos que estejam em estado de insegurança alimentar e nutricionais. Implementar a produção e o consumo do leite em âmbito estadual visando o fortalecimento da cadeia produtiva, por meio da geração de renda e da garantia de preço do produto da agricultura familiar, diminuindo a vulnerabilidade social com o combate a fome e a desnutrição. Agricultores familiares; Famílias ou indivíduos que estejam em situação de vulnerabilidade social e/ ou em estado de insegurança alimentar e nutricional e crianças matriculadas em escolas públicas; Crianças de 2 a 7 anos, nutriz até 6 meses após o parto, gestantes a partir da constatação da gestação pelo Posto de Saúde. Em Sergipe são assistidos 35 municípios, sendo que no Alto-Sertão foram investidos pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome R$ 2.165.982,00, com a obtenção de 2.014.360 litros de leite. O Programa possibilita a inclusão de aproximadamente 11.500 famílias das ASD’s em situação de vulnerabilidade social e insegurança alimentar para aquisição do leite pasteurizado diariamente, proporcionando aos beneficiários alimento saudável e necessário a boa saúde; Representa também economia doméstica para as famílias, que com esse recurso destinado ao leite pode adquirir outro alimento complementar a refeição familiar; O programa permite aos gestores nas três esferas o acompanhamento dos beneficiários quanto a educação, saúde, renda, moradia possibilitando a inclusão dessas familias em outros programas sociais e permitindo a criação e implementação de políticas articuladas promotoras do combate a pobreza. Aos agricultores familiares, ou pequenos produtores do leite resulta em possibilidades de inserção no mercado, aumento da produção alimentícia, e garantia de venda com preço justo de sua produção o ano inteiro. Assim como, estimula a organização social por meio de associações e/ou cooperativas que possibilita aquisição de insumos e assistência técnica a menor custo. As fragilidades apresentadas dizem respeito ao excesso de burocracia para acessar crédito, bem como a falta de crédito específico que atenda a necessidade dos produtores em relação a ração do rebanho no período de estiagem nas ASD’s; Abril de 2009 à agosto de 2011. Valor do convênio R$ 34.590.474,35. http://www.mds.gov.br Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome – MDS 98 PAE-SERGIPE QUADRO : PROGRAMA DE FORMAÇÃO E MOBILIZAÇÃO SOCIAL PARA A CONVIVÊNCIA COM O SEMIÁRIDO: UM MILHÃO DE CISTERNAS RURAIS ASPECTOS DESCRIÇÃO Tipo de Programa FEDERAL Área de intervenção Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Paraíba, Ceará e Piauí, e mais o norte do Estado de Minas Gerais e nordeste do Espírito Santo. Objetivo geral Contribuir com o processo educativo e de transformação social pela sociedade civil, visando à preservação, ao acesso, ao gerenciamento e à valorização da água como um direito essencial da vida e da cidadania, ampliando a compreensão e a prática sustentável e solidária com o ecossistema do semiárido. Objetivos Implementar um processo de formação, na educação para a convivência com específicos o semi-árido e na participação das pessoas e grupos na implantação de políticas públicas; Mobilizar e capacitar 1 milhão de pessoas; Construir 1 milhão de cisternas para captação e armazenamento de água de chuva; Propiciar o acesso descentralizado à água potável para 1 milhão de famílias, aproximadamente 5 milhões de pessoas. Beneficiários Famílias residentes na zona rural dos municípios do semiárido, sem fonte de água potável nas proximidades de suas casas, ou com precariedade nas fontes existentes. Avaliação As cisternas são imprescindíveis nas ASD’s em razão do longo período de Socioambiental estiagem. Ela promove alterações sociais e econômicas nas áreas onde serão implantadas desde a organização e definição das áreas prioritárias para sua construção, que consiste na participação social das famílias no processo de decisão e no construir em mutirão. A cisterna de 16 mil litros atende as famílias com até 5 pessoas, por 8 meses, para o cozimento de alimentos, ingestão e escovação dentária. Ou seja, promoção de segurança alimentar e nutricional, assim como saúde as famílias Ações em Construção de cisternas em diversos municípios do semiárido sergipano. andamento Unid. AMASE Gestoras/Sergipe Rua Itaporanga, 281 São José - Aracaju/SE Site Instituição CDJBC Rua Guaporé, 616. Siqueira Campos - Aracaju/SE CEP: 49075-290 http://www.asabrasil.org.br Articulação no Semiárido Brasileiro – ASA Assoc.Programa Um Milhão de Cisternas para o Semi-Árido (AP1MC) 99 PAE-SERGIPE QUADRO : PROGRAMA DE FORMAÇÃO E MOBILIZAÇÃO SOCIAL PARA A CONVIVÊNCIA COM O SEMIÁRIDO: UMA TERRA E DUAS ÁGUAS – P1+2 ASPECTOS DESCRIÇÃO Tipo de Programa FEDERAL Área de intervenção Todo o semiárido nordestino. Objetivo geral Fomentar a construção de processos participativos de desenvolvimento rural no semiárido brasileiro. Objetivos Promover a segurança alimentar e a geração de renda das famílias específicos agricultoras através do acesso a terra e à água; Implantar sistema de manejo sustentável para a produção de alimentos. Beneficiários 96 comunidades de 10 estados (AL, BA, CE, MA, MG, PB, PE, PI, RN, SE). Ações em 144 tecnologias de captação de água de chuva para a produção de alimentos, andamento com a implementação de barragens subterrâneas, cisternas calçadão de 50 mil litros, tanques de pedra/caldeirão e barreiros trincheiras/caxios. Avaliação As cisternas são imprescindíveis nas ASD em razão do longo período de Socioeconômica estiagem. Ela promove alterações sociais e econômicas nas áreas onde serão implantadas, desde a organização e definição das áreas prioritárias, que consiste na participação social das famílias no processo de decisão e construção. A cisterna com 50 mil litros atende as necessidades básicas da família em alimentação, higiene e possibilita a produção de horta familiar e sistemas produtivos, contribuindo com uma alimentação saudável e economia doméstica para a família com ate 5 pessoas, por 8 meses. Ou seja, promoção de segurança alimentar e nutricional e inclusão produtiva com a geração de renda nas unidades familiares produtivas. Unid. CARITAS REGIONAL Gestora/Sergipe Rua Dr. Vicente Portela, 41 Centro – Estância/SE Site http://www.asabrasil.org.br Instituição Articulação no Semiárido Brasileiro - ASA 100 PAE-SERGIPE 4.1.2 Inclusão Social QUADRO : PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA ASPECTOS DESCRIÇÃO Tipo de Programa FEDERAL Área de intervenção Em todo território nacional. Objetivo geral Apoiar as famílias mais pobres, garantindo a elas o direito à alimentação e o acesso à educação e à saúde. Objetivos Combater a fome, promovendo a segurança alimentar e nutricional; Combater específicos à pobreza e outras formas de privação da família; Promover o acesso à rede de serviços públicos, como saúde, educação, segurança alimentar e assistência social; Criar possibilidades de emancipação sustentada dos grupos familiares e desenvolvimento local dos territórios. Beneficiários População com renda mensal de até R$140,00 por pessoa devidamente cadastrada no CadÚnico; Em Sergipe 229.621 famílias beneficiadas, com investimento federal de R$ 22,5 milhões de reais por mês. Ações em Pagamento de Bolsa Família variando de R$ 22,00 a R$ 200,00, de acordo andamento com a renda mensal por pessoa da família e o número de crianças e adolescentes até 17 anos. Contexto Em Sergipe, são beneficiadas 229.621 famílias, sendo que no território do Alto-Sertão, foram atendidas 21.542 famílias, com investimentos na ordem de R$ 22.203.404,00 Avaliação São 21.993 famílias beneficiárias com transferência de renda que lhes Socioeconômica permitem um complemento na renda familiar, utilizados em sua maioria para aquisição de alimentos, ou seja, poder de compra; Crianças nas escolas, acompanhamento nutricional e de saúde das famílias beneficiárias; Os recursos nos municípios permitem a circulação do capital nas Comunidades locais aquecendo o comercio dos pequenos empreendimentos, e agricultores familiares locais; geração de emprego, aumento na arrecadação de impostos, possibilitando melhor gestão ao município com melhorias para a população; As fragilidades se referem ao monitoramento, melhor comunicação para a resolução dos problemas sobre cadastros, cartão, pagamento; numero de beneficiários incluídos nas ASD’s não atendem a demanda; Site http://www.mds.gov.br Instituição Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome - MDS 101 PAE-SERGIPE QUADRO PROGRAMA LUZ PARA TODOS ASPECTOS DESCRIÇÃO Tipo de Programa FEDERAL Área de intervenção Em todo território nacional. Objetivo geral Utilizar a energia elétrica como vetor de desenvolvimento social e econômico das famílias rurais, contribuindo para a redução da pobreza e aumento da renda familiar. Objetivos Integração dos programas sociais do governo federal; Acesso a serviços de específicos saúde, educação, abastecimento de água e saneamento. Beneficiários Municípios com Índice de Atendimento a Domicílios inferior a 85% e IDH inferior à média estadual; Comunidades atingidas por barragens de usinas hidrelétricas; Projetos que enfoquem o uso produtivo da energia elétrica e que fomentem o desenvolvimento local integrado; Escolas públicas, postos de saúde e poços de abastecimento d’água; Assentamentos rurais; Projetos para o desenvolvimento da agricultura ou artesanato de base familiar; Atendimento de pequenos e médios agricultores; Populações do entorno de UC’s, e Populações em áreas de uso específico de comunidades especiais (minorias raciais, comunidades quilombolas e comunidades extrativistas). Prazo/Duração Novembro de 2003 a dezembro de 2010. Contexto No território do Alto-Sertão foram realizadas 666 ligação de energia, com investimentos de R$ 3.922.413,66. Avaliação Sua execução possibilita o uso produtivo de energia elétrica para o Socioeconômica desenvolvimento de atividades produtivas na zona rural; Possibilita o bom funcionamento de escolas, postos de saúde e da melhoria da qualidade de vida das famílias residentes no campo. Em Sergipe todos os municípios foram beneficiados com o Programa. E nos situados no Território do Alto Sertão e avaliados nesse Produto obtiveram desempenhos favoráveis, exceto o município de Poço Redondo com 68,42% de domicílios ligados da meta proposta no inicio do Programa Site http://www.luzparatodos.mme.gov.br Instituição Ministério de Minas e Energia – MME 102 PAE-SERGIPE QUADRO : PROGRAMA DE COMBATE A POBREZA RURAL – PCPR ASPECTOS Tipo de Programa Área de intervenção Finalidade Beneficiários Ações em andamento Financiamento Contexto Avaliação Socioeconômica Site Instituição DESCRIÇÃO ESTADUAL O Projeto está presente em 71 dos 75 municípios sergipanos com exceção da capital do estado (Aracaju) e dos municípios de São Cristóvão, Nossa Senhora do Socorro e Barra dos Coqueiros, que compõem a região metropolitana de Aracaju. Financiamento de subprojetos de interesse das comunidades localizadas nas áreas mais pobres, como meio de promoção do desenvolvimento e da melhoria da qualidade de vida de suas populações. Comunidades rurais (povoados e aglomerados rurais). Subprojetos produtivos; Subprojetos sociais e culturais; e Subprojetos ambientais. Banco Mundial e PRONESE. Embora, o presente programa vise o financiamento de subprojetos, constata-se que há uma sobreposição de projetos e ausência de integração com os diversos órgãos estaduais, ocorrendo pulverização dos recursos. No final de 2010, houve uma ação do PRONESE, com o intuito de elaborar uma matriz integradora, visando relacionar os diversos projetos e seus órgãos executores. Possibilita as famílias de agricultores familiares aquisição da terra, potencializa unidades produtivas familiares; Proporciona a organização dos agricultores familiares em associações e cooperativas; Aumento na produção de alimentos; No entanto, a inadimplência de um da associação traz prejuízos para todo o grupo, nesse sentido a organização do grupo associado deve ser necessariamente formada por agricultores familiares com projetos de produção bem definidos; www.pronese.se.gov.br Empresa de Des. Sustentável do Estado de Sergipe - PRONESE 103 PAE-SERGIPE 4.1.3 Reforma Agrária QUADRO : PROGRAMA DE REFORMA AGRÁRIA ASPECTOS Tipo de Programa Área de intervenção Finalidade Implementação da ação Beneficiários Investimento Recursos financeiros Avaliação Socioeconômica Site Instituição DESCRIÇÃO FEDERAL Municípios do Agreste (Carira) e do Alto Sertão Sergipano (Canindé de São Francisco, Poço Redondo, Monte Alegre, Nossa Senhora da Glória). Reforma Agrária. Aquisição de 70 imóveis com área total de 27.714,00 hectares. Para o território Alto-Sertão, no ano de 2010, foram adquiridos 338 hectares de terra, no valor de R$ 1.027.445,20. 1.116 famílias assentadas. Convênio firmado entre o INCRA e o Governo do Estado, representado pela Secretaria de Agricultura. Recursos do Governo Federal na ordem de R$ 55,5 milhões, sendo 10% a contrapartida do Estado. Possibilita a redução dos conflitos no campo e da pobreza; Com o assentamento das famílias nas áreas rurais e dadas as condições necessárias para a sua permanência no local (potencializando unidades produtivas familiares; possibilitando estabilidade familiar com acesso a moradia, unidades de saúde, escolas, água tratada, energia elétrica) reduz se assim o êxodo rural e o inchaço nos grandes centros, com moradias impróprias, aumento da violência, da fome, ou seja das desigualdades sociais. As fragilidades das políticas se concentram na ausência de articulação com as demais existentes. Quando os gestores conseguem dialogar e articular as ações, a população é contemplada nas suas necessidades e avançam para processos emancipatórios. www.incra.gov.br / www.sagri.se.gov.br Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA Secretaria de Estado da Agricultura e do Des. Agrário – SAGRI Emp. de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe - EMDAGRO 104 PAE-SERGIPE 4.2 EIXO 2: CAPACIDADE PRODUTIVA 4.2.1 Desenvolvimento Econômico. QUADRO : PROGRAMA DE GARANTIA PREÇOS PARA AGRICULTURA FAMILIAR (PGPAF) ASPECTOS Tipo de Programa Área de intervenção Objetivo geral Objetivos específicos Beneficiários Prazo/Duração Avaliação desde o ponto de vista de Capacidade Produtiva Avaliação Socioeconômica Site Instituição DESCRIÇÃO FEDERAL Em todo Território Nacional. Apoiar o desenvolvimento da agricultura familiar. Garantir a sustentação de preços da agricultura familiar; Garantir a manutenção das atividades produtivas da agricultura familiar; Estimular a diversificação da produção agropecuária da agricultura familiar; Articular as diversas políticas de crédito de comercialização agrícola. Agricultores que acessarem o crédito de custeio do PRONAF, a partir da safra 2008/2009, para a produção de arroz, café (arábica e conillon), castanha de caju, cebola, feijão, inhame e cará, leite, mamona, milho, pimenta do reino, raiz de mandioca, soja, tomate e trigo. PPA 2008-2011. O PGPAF garante às famílias agricultoras que acessam o Pronaf Custeio ou o Pronaf Investimento, em caso de baixa de preços no mercado, um desconto no pagamento do financiamento, correspondente à diferença entre o preço de mercado e o preço de garantia do produto. Evita que o agricultor se desfaça de seu patrimônio para pagar o financiamento quando os preços de mercado estiverem abaixo do custo de produção. Promove o desenvolvimento da agricultura familiar, evitando a instabilidade de preços na comercialização de seus produtos e reforçando sua sustentabilidade. Possibilita a redução de perdas econômica do agricultor familiar; Garante ao agricultor familiar a permanência da atividade mesmo diante da oscilação dos preços no mercado; Estimula a produção de alimentos da agricultura familiar para consumo próprio e para o mercado; Possibilita a regulação do preço de produtos no mercado, essenciais a mesa das famílias em situação de vulnerabilidade; http://www.mda.gov.br/saf Ministério do Desenvolvimento Agrário - MDA 105 PAE-SERGIPE QUADRO : SEGURO SAFRA/ GARANTIA SAFRA ASPECTOS DESCRIÇÃO Tipo de Programa FEDERAL Área de intervenção Em todo o território nacional. Em Sergipe beneficiará 14 municípios, num total de 13.495 agricultores que aderiram ao programa (2010). Objetivo geral Oferecer uma renda mínima aos agricultores de base familiar, que porventura venham a ter prejuízos de 50% ou mais de suas lavouras (milho, feijão, arroz, algodão e mandioca) prejudicadas pela estiagem. Objetivos Diminuir o sofrimento dos pequenos agricultores do semiárido; específicos Reduzir riscos de perdas para o cultivo de sequeiro; Beneficiários Para o agricultor com adesão para receber o benefício é necessário que tenha sido constatado perdas iguais ou superiores a 50% nas culturas milho, feijão, arroz, algodão e mandioca, em município adimplente com decreto de estado de calamidade ou situação de emergência reconhecida pelo Governo Federal. Ações em Toda vez que ocorre uma diferença entre o preço de garantia e o preço de andamento safra. Prazo/Duração PPA 2008-2011. Recursos O fundo é constituído da parceria entre os agricultores de base familiar, financeiros participando com 1%, as Prefeituras Municipais com 3%, o Governo do Estado com 6% e o Governo Federal com 20%, e se completa a cada 3 anos, obedecendo assim a uma possível ocorrência de seca. O percentual é aplicado sobre o valor do benefício estabelecido para cada safra. Investimento Aporte do Governo de Sergipe na safra 2009/2010: R$ 485.820,00. Contexto No Alto-Sertão, 1.648 agricultores aderiram ao programa, totalizando um investimento de R$ 153.159,45, por parte do Ministério do Desenvolvimento Agrário. Avaliação O Programa Garantia-Safra é uma ação do Pronaf criada para os agricultores que sofrem a de perda de safra por motivo de seca ou excesso de chuvas. Representa um redutor de riscos de perdas para o cultivo de sequeiro. Site http://www.mda.gov.br/ www.sagri.se.gov.br Instituição Ministério do Desenvolvimento Agrário - MDA Sec. de Estado da Agric. e do Des. Agrário de Sergipe - SAGRI 106 PAE-SERGIPE QUADRO : ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS (APL'S) ASPECTOS Tipo de Programa Área de intervenção Finalidade Implementação da ação Beneficiários Ações andamento em Avaliação Socioeconômica Site Instituição DESCRIÇÃO FEDERAL Estados de Alagoas, Bahia, Minas Gerais, Pernambuco, Piauí e Sergipe (municípios de Canindé do São Francisco, Poço Redondo, Porto da Folha e Monte Alegre). Desenvolvimento de empreendimentos que atuam em torno de uma atividade produtiva predominante, que compartilhem formas percebidas de cooperação e algum mecanismo de gestão, podendo-se incluir pequenas, médias e grandes empresas. Além, de ser uma alternativa de evitar o desmatamento nas propriedades. Exploração das potencialidades e vocações regionais; Organização dos processos produtivos e de comercialização; Valorização do capital humano e da gestão local. Produtores rurais Em Sergipe, estão sendo estruturadas no Alto-Sertão as APL’s nas seguintes atividades: Apicultura e Caprinovicultura. Com investimentos de R$100.000,00, por parte do Ministério da Integração Nacional, dos quais foram executados R$80.000,00. As atividades da apicultura no Alto Sertão envolvem os 6 municípios em estudo das ASD’s. Esse arranjo produtivo reflete de forma positiva para a conservação dos recursos naturais, uma vez que os produtores necessitam da floração da vegetação nativa para o desenvolvimento de suas atividades. Essa conservação resulta em redução do desmatamento e queimadas da vegetação da Caatinga. Esse arranjo vem contribuindo de forma significativa para a economia das famílias e da região. Outro aspecto observado se refere a introdução desse alimento nas escolas municipais, a exemplo do município de Porto da Folha, incentivando para o aumento da produção local, para a adesão de novos produtores, e aquecimento da sua economia. www.codevasf.gov.br Ministério da Integração Nacional – MIN Companhia de Des. dos Vales do São Francisco e da Parnaíba – CODEVASF Serviço Bras. de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Sergipe – SEBRAE 107 PAE-SERGIPE QUADRO : PRODUÇÃO AGROECOLÓGICA INTEGRADA E SUSTENTÁVEL – PAIS ASPECTOS Área de intervenção Objetivo DESCRIÇÃO Alagoas, Bahia, Minas Gerais, Pernambuco, Piauí e Sergipe (Canindé do São Francisco, Poço Redondo, Porto da Folha e Monte Alegre). Proporcionar aos agricultores familiares assessoria técnica e orientação especializada para a instalação, o desenvolvimento e a sustentabilidade das unidades PAIS, com o propósito de gerar trabalho e renda, inclusão social e acesso aos direitos da cidadania por meio da racionalização e do aproveitamento das oportunidades produtivas, potencializando as vocações locais. Implementação da Consórcio de hortas com a criação de aves em propriedades da agricultura ação familiar para consumo próprio e comercialização dos excedentes produtivos. Beneficiários Produtores rurais Ações em Aquisição de equipamentos pela CODEVASF; Capacitação, implantação e andamento acompanhamento das unidades produtivas, pelo SEBRAE. Avaliação Merece destaque dentre as ações de desenvolvimento territorial, direcionadas à produção agrícola, a tecnologia social PAIS – Produção Agroecológica Integrada e Sustentável. São 60 unidades já instaladas no território do Alto Sertão, com recursos da CODEVASF, acompanhamento técnico e capacitação do SEBRAE, apoio do Projeto Dom Helder Câmara e instituições parceiras (SASAC, Cáritas) e prefeituras municipais. São 15 unidades produtivas instaladas em Nova Canadá, município de Canindé de São Francisco; 17 unidades no município de Poço Redondo, assim distribuídas: 8 em Cajueiro; 6 em Jacaré-Curituba; 1 no assentamento Pioneira; 2 na Barra da Onça; 7 unidades no município de Monte Alegre de Sergipe, sendo 6 em Lagoa das Areias e 1 em Lagoa da Entrada; 15 unidades no município de Porto da Folha e 6 em povoados do município de Gararu. Nessas unidades são produzidas hortaliças, frutas e ovos, em sistema agroecológico e com irrigação, para abastecimento familiar e comercialização do excedente. No município de Porto da Folha é realizada, semanalmente, desde 2009, uma Feira Agroecológica, e a comercialização dos produtos também já se estende a restaurantes, hotéis e outras feiras da região. A capacitação dos agricultores para a produção agroecológica tem surtido efeitos indiretos, no sentido da conscientização para a preservação ambiental e para a mudança de paradigma de produção agropecuária, com reflexos benéficos diretos sobre o ambiente das áreas exploradas. Site www.codevasf.gov.br Instituição Ministério da Integração Nacional – MIN; Companhia de Des. dos Vales do São Francisco e da Parnaíba – CODEVASF; Serviço Bras. de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Sergipe – SEBRAE. 108 PAE-SERGIPE QUADRO : PROJETO BALDE CHEIO ASPECTOS Tipo de Programa Área de intervenção Finalidade Implementação da ação Beneficiários Site Instituição DESCRIÇÃO ESTADUAL Municípios do Alto-Sertão. Lotação extremamente intensiva de matrizes de produção, com o uso de tecnologia avançada e capaz de propiciar significativa elevação da produtividade de leite e da renda. Regularização fundiária dos lotes; Unidade produtiva assistida; Unidade Demonstrativa implantada; Implantação de Unidade de Palma Forrageira; Vacas leiteiras em produção assistidas; Aquisição de tanque resfriador; Produção de silagem e Produção de leite. 30 proprietários de lotes. www.sagri.se.gov.br Secretaria de Estado da Agricultura e do Des. Agrário – SAGRI Emp. de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe – EMDAGRO Serv. Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas - SEBRAE QUADRO : PROGRAMA DE EXPANSÃO DO CULTIVO DE GRÃOS ASPECTOS DESCRIÇÃO Tipo de Programa ESTADUAL Área de intervenção Os 29 municípios do semiárido sergipano. Finalidade Viabilizar a expansão dos cultivos de grãos, contribuindo para geração de trabalho e renda, aos agricultores que se encontravam fragilizados em razão dos efeitos da estiagem que acometeu o semiárido em 2009. Implementação da Contratadas 32.000 horas de trator que possibilitaram o preparo de 10.000 ação hectares de terras, destinadas ao plantio de milho e feijão. Beneficiários 10.665 agricultores de 29 municípios do semiárido sergipano. Investimento Recursos do Governo Estadual R$ 2.700.000,00. Avaliação As iniciativas levantadas, direta ou indiretamente, contribuem significativamente para a ampliação sustentável da capacidade produtiva das Áreas Suscetíveis à Desertificação no Estado de Sergipe. Algumas políticas, no entanto, sejam estaduais ou federais, tendem a reproduzir ou fomentar, nas ASDs, padrões de desenvolvimento produtivo que nem sempre levam em consideração as condições especiais, as restrições existentes ou os processos de desertificação ali presentes. Por essa razão, governo e sociedade vêm desenvolvendo um novo conceito de desenvolvimento sustentável, afirmado na noção de Convivência com o Semi-árido, em busca de resultados mais satisfatórios. Site www.sagri.se.gov.br Instituição Secretaria de Estado da Agricultura e do Des. Agrário – SAGRI Emp. de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe - EMDAGRO 109 PAE-SERGIPE QUADRO : PROGRAMA DE PRODUÇÃO DE SEMENTES CERTIFICADAS DE MILHO ASPECTOS DESCRIÇÃO Tipo de Programa ESTADUAL Área de intervenção Canindé de São Francisco – Perímetro Irrigado Finalidade Criar bases tecnológicas para produzir sementes de qualidade em parceria com o agricultor familiar, capacitando-os e oferecendo-lhes alternativas para inserção no mercado, e ao mesmo tempo, perseguir auto-suficiência do estado em produção de sementes. Implementação da Produção de sementes de milho sob o sistema de irrigação. ação Beneficiários Agricultores familiares Investimento Recursos do Governo Estadual R$ 2.000.000,00. Avaliação As iniciativas levantadas, direta ou indiretamente, contribuem significativamente para a ampliação sustentável da capacidade produtiva das Áreas Suscetíveis à Desertificação no Estado de Sergipe. Algumas políticas, no entanto, sejam estaduais ou federais, tendem a reproduzir ou fomentar, nas ASDs, padrões de desenvolvimento produtivo que nem sempre levam em consideração as condições especiais, as restrições existentes ou os processos de desertificação ali presentes. Por essa razão, governo e sociedade vêm desenvolvendo um novo conceito de desenvolvimento sustentável, afirmado na noção de Convivência com o Semi-árido, em busca de resultados mais satisfatórios. Instituição Secretaria de Estado da Agricultura e do Des. Agrário – SAGRI Emp. de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe - EMDAGRO QUADRO : PROGRAMA DE BANCO DE SEMENTES DE MILHO, FEIJÃO E MANIVAS DE MANDIOCA ASPECTOS Tipo de Programa Área de intervenção Finalidade Implementação da ação Beneficiários Avaliação Site Instituição DESCRIÇÃO ESTADUAL Estado de Sergipe. Promover e fomentar a implantação de bancos de sementes, que se constituem em campos de produção nos quais os agricultores familiares conduzem diretamente a produção de sementes de alta qualidade de forma comunitária, em grupos de 15 a 20 agricultores 78 bancos de milho com área de 86 hectares e envolvimento de 1.325 produtores; 53 bancos de feijão com área de 46 hectares e envolvimento de 920 produtores; 99 bancos de manivas-sementes com área de 70 hectares e envolvimento de 1.077 produtores. Agricultores familiares. As iniciativas levantadas, direta ou indiretamente, contribuem significativamente para a ampliação sustentável da capacidade produtiva das Áreas Suscetíveis à Desertificação no Estado de Sergipe. Algumas políticas, no entanto, sejam estaduais ou federais, tendem a reproduzir ou fomentar, nas ASDs, padrões de desenvolvimento produtivo que nem sempre levam em consideração as condições especiais, as restrições existentes ou os processos de desertificação ali presentes. Por essa razão, governo e sociedade vêm desenvolvendo um novo conceito de desenvolvimento sustentável, afirmado na noção de Convivência com o Semi-árido, em busca de resultados mais satisfatórios. www.sagri.se.gov.br Secretaria de Estado da Agricultura e do Des. Agrário – SAGRI Emp. de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe - EMDAGRO 110 PAE-SERGIPE 4.2.2 Questão Energética QUADRO : PROGRAMA NACIONAL DE PRODUÇÃO E USO DO BIODIESEL (PNPB) / SELO COMBUSTÍVEL SOCIAL ASPECTOS DESCRIÇÃO Tipo de Programa FEDERAL Área de intervenção Em território nacional. Em Sergipe abrange 74 municípios. Objetivo geral Fomento à produção, beneficiamento, processamento e comercialização de oleaginosas, fortalecendo a diversidade da agricultura familiar, com base nos princípios da agroecologia, convivência com o semiárido e economia solidária, assegurando inclusão social e segurança alimentar. Objetivos Implantar um programa sustentável, promovendo inclusão social; Garantir específicos preços competitivos; Produzir o biodiesel a partir de diferentes fontes oleaginosas e em diversas regiões. Beneficiários Produtores de biodiesel que adquirirem percentuais mínimos (50% para o Nordeste) de matéria-prima dos agricultores familiares. Ações em Assistência técnica; Cadastro dos produtores. andamento Prazo/Duração PPA 2008-2011. Recursos R$ 20.267.714,00 (total geral do projeto). financeiros Resultados Em Sergipe a área plantada na safra de 2008 correspondeu a esperados (2008aproximadamente 0,14%. No ano de 2009 foram cadastrados mais de 5 mil 2010) agricultores, estimando-se para a safra de 2010, 10 mil agricultores cadastrados. A estimativa de produção é de 17.211 toneladas de grãos, produzindo 6.884 toneladas de óleo, correspondendo a cerca de 0,49 % da área do Estado. Avaliação O plantio de culturas que não necessariamente corresponde a vocação Socioeconômica produtiva da área, bem como apropriada ao solo. Nesse contexto, se observa impactos nas ASD, visto que são territórios marcados por índices significativos de pobreza e que a geração de grande produtividade, em terras áridas, de cultivos para o biodiesel, não responderá as necessidades de alimentação da população, tampouco significará diversidade de produção. Avaliação FísicoEntretanto estudos demonstram que as monoculturas trazem, entre outros ambiental danos, a alteração com perda do perfil do solo e da flora, com modificação dos recursos culturais indutor de desmatamentos e empobrecimento da diversidade biológica (vegetal e animal). Tais impactos já são verificados com a expansão do fenômeno da desertificação que gera degradação ambiental, portanto a transformação de terras áridas em uma região com clima seco e com baixa disponibilidade hídrica, que sofre com a questão fundiária (reforma agrária), através do uso de monoculturas voltada para o agronegócios, o que não seria uma política eficaz no combate a desertificação. Avaliação Para o médio e longo prazo, caminha-se para a exploração de oleaginosas Capacidade de cultivo permanente, ganhando espaço nesta discussão o pinhão manso, Produtiva adaptado às condições edafoclimáticas do semi-árido nordestino. Permite a exploração da terra pelo agricultor familiar para a produção de biodiesel em consorciação com culturas alimentares. É uma alternativa viável, com alto teor de óleo e alta produtividade, mas carecendo, no entanto, de pesquisas que confirmem seu ciclo produtivo, sua suscetibilidade a doenças e pragas e seu zoneamento agroclimático, que a EMBRAPA estará concluindo dentro de alguns anos, o que dificulta por enquanto seu incentivo e sua inclusão em linhas de crédito para financiamento à produção. Site http://www.biodiesiel.gov.br / www.sergipetec.org.br/probiose 111 PAE-SERGIPE Instituição Sec. de Estado do Des. Econ. da Ciênc. e Tecnológica - SEDETEC Sec. de Estado do Planejamento, Hab. e do Des. Urb. – SEPLAN Secretaria de Estado da Agricultura e do Des. Agrário – SAGRI 4.2.3 Irrigação QUADRO : PROJETO CALIFÓRNIA ASPECTOS DESCRIÇÃO Tipo de Programa ESTADUAL Área de intervenção Município de Canindé do São Francisco. Finalidade Fortalecer a agricultura familiar no Alto-Sertão sergipano, através do projeto de exploração racional do solo e água no semi-árido. Implementação da Exploração agrícola: 1.360 hectares de agricultura irrigada e 1.830 ha de ação sequeiro, resistentes à seca (Principais culturas: acerola, banana, goiaba, manga, graviola, abóbora, milho, quiabo). Beneficiários 333 famílias (As famílias recebem o kit de irrigação, manutenção prestada pela COHIDRO e assistência técnica prestada pela EMDAGRO. Além de capacitações e a viabilização de mudas de frutícolas). Ações em andamentoManutenção, implantação de 261 ha de irrigação localizada para fruticultura (goiaba e acerola). Investimento R$ 1.037.595,00. Convênio firmado entre a Secretaria de Agricultura e o Governo Federal, por meio do Ministério da Integração Nacional. Dos recursos utilizados, 77% do Governo Federal e 23% do Governo Estadual. Avaliação A agricultura irrigada tem sido um fator de fortalecimento da atividade produtiva, importante para a promoção do desenvolvimento, a partir da redução dos riscos de frustração de safras, do aumento da produção, da ampliação da produtividade, da geração de empregos, da melhoria das condições de vida e do aumento da renda dos produtores rurais. Os perímetros de irrigação implantados na região das ASDs em Sergipe são o Perímetro Califórnia (em Canindé de São Francisco) e o Projeto de Assentamento Jacaré Curituba (em Poço Redondo). O projeto Califórnia apresenta 1.360 hectares de agricultura irrigada e 1.830 hectares de sequeiro, resistentes à seca, com culturas de acerola, banana, goiaba, manga, graviola, abóbora, milho e quiabo, favorecendo 333 famílias, com administração do perímetro pela COHIDRO. Site www.COHIDRO.se.gov.br Instituição Ministério da Integração Nacional - MIN Secretaria de Estado da Agricultura e do Des. Agrário - SAGRI Comp. de Des. de Rec. Hídricos e Irrigação de Sergipe - COHIDRO 112 PAE-SERGIPE 4.3 EIXO 3: FISICO-AMBIENTAL 4.3.1 Mudanças Climáticas QUADRO : PROGRAMA DE INCENTIVO ÀS FONTES ALTERNATIVAS DE ENERGIA – PROINFA ASPECTOS DESCRIÇÃO Tipo de Programa FEDERAL Área de intervenção Abrangência nacional. Objetivo geral Buscar soluções de cunho regional para o uso de fontes renováveis de energia, incentivado o crescimento da indústria nacional. Objetivos Proporcionar a redução da emissão de gases do efeito estufa da ordem de 2,8 específicos milhões de toneladas de CO2/ano; Distribuição da produção de energia pelo Brasil; Propiciar a capacitação de técnicos e indústrias em novas tecnologias de geração de energia elétrica; Gerar mais de 150 mil empregos diretos e indiretos, sendo 40 mil vagas, somente no Nordeste. Ações em O PROINFA prevê a operação de 144 usinas, totalizando 3.299,40MW. andamento Resultados Geração de aproximadamente 12.000 GWh/ano – quantidade capaz de esperados abastecer cerca de 6,9 milhões residências e equivalente a 3,2% do consumo total anual do país. Os 3.299,40 MW contratados estão divididos em 1.191,24 provenientes de PCH’s, 1.422,92 MW de 54 usinas eólicas, e 685,24 MW de 27 usinas a base de biomassa. Toda essa energia tem garantia de contratação por 20 anos pela Eletrobrás. Recursos Os investimentos são da ordem de R$ 10,14 bilhões, com financiamentos de financeiros cerca de 7 bilhões e receita anual em torno de R$ 2 bilhões. Avaliação O aquecimento global causado pelo excesso gases de efeito estufa como o CO2 (dióxido de carbono) na atmosfera agrava o processo desertificação através da intensificação do fenômeno das secas gerando impactos negativos nas áreas afetadas pelo processo (Alto sertão). Impactos, tais como, baixa disponibilidade hídrica nos assentamentos humanos, na agricultura, redução recursos naturais como um todo, perdas na pecuária, intensificação do pastoreio, desmatando a vegetação nativa, perdas na agricultura, gerando desemprego, êxodo rural, etc.. Portanto o programa ao buscar fonte de energia limpas, atentando e mitigando os possíveis impactos dessas, gera uma perspectiva de reduzir a emissões de gases efeito estufa e com isso reduzir os efeitos da seca que por sua vez implica desertificação e perda ambientais e socioeconômicas. Site http://www.mme.gov.br / www.eletrobras.gov.br Instituição Ministério de Minas e Energia - MME 113 PAE-SERGIPE 4.3.2 Recursos Hídricos QUADRO : PROGRAMA NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DOS RECURSOS HÍDRICOS - PRÓÁGUA NACIONAL ASPECTOS DESCRIÇÃO Tipo de Programa FEDERAL Área de intervenção Estados inseridos na região do semi-árido brasileiro (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe). Objetivo geral Contribuir para a melhoria da qualidade de vida da população, mediante planejamento e gestão dos recursos hídricos simultaneamente com a expansão e otimização da infra-estrutura hídrica, de forma a garantir a oferta sustentável de água em quantidade e qualidade adequadas aos usos múltiplos. Objetivos Consolidar o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, por específicos meio da implantação e aprimoramento dos instrumentos de gestão e do fortalecimento institucional dos organismos gestores de recursos hídricos; Ampliação da eficácia e da eficiência da gestão dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos, de forma descentralizada e participativa; Recuperação e implantação de obras de infra-estrutura, observando os princípios de sustentabilidade, qualidade e viabilidade técnica, ambiental, financeira, econômica e social; Promoção da complementação de sistemas e obras hídricas incompletos ou paralisados, que atendam aos princípios de sustentabilidade, qualidade e viabilidade técnica, ambiental, financeira, econômica e social, para torná-los operacionais e, consolidar o planejamento estratégico e operacional como instrumentos norteadores da ação governamental na área de recursos hídricos. Ações em Em Sergipe já foram realizadas as seguintes ações: Manutenção da Unidade andamento Estadual de Gestão de Projetos, com a contratação de 02 consultores; Aquisição de equipamentos para a rede hidrometeorológica; Fortalecimento dos Comitês de Bacia; Elaboração do plano estadual de recursos hídricos, e Elaboração dos Planos das Bacias Hidrográficas dos rios Japaratuba, Piauí e Sergipe. Financiamento Investimentos da ordem de R$ 3.195.714,88, sendo R$ 2.796.250,52 aportados pelo Governo Federal através da ANA e o restante R$ 36.373630,05, provenientes do Governo de Sergipe. Avaliação As ações do programa compreendem, fundamentalmente, recuperação e construção de barragens, açudes e adutoras, aquisição de equipamentos, tais como motobombas, comportas, válvulas, tubulações e acessórios. Como a execução é descentralizada, em parceria com governos municipais, estaduais e organismos vinculados, há uma agilidade maior para atender a população local atendendo as necessidades das comunidades, para assim garantir o acesso de água para populações e produtores, trazendo ganhos reduzindo a morbilidade e mortalidade das populações afetadas, bem como o êxodo rural. Entretanto deve-se priorizar o pequeno agricultor para com a chegada da água possa proporcionar uma melhoria da qualidade de vida do mesmo ajudando-o no fortalecimento da agricultura de subsistência, atentando para a qualidade da água captada bem como o manejo adequado da irrigação. Site http://www.proagua.ana.gov.br / www.semarh.se.gov.br/srh Instituição Agência Nacional de Águas - ANA Sec. de Estado do Meio Ambiente e Rec. Hídr. de Sergipe - SEMARH 114 PAE-SERGIPE QUADRO : PROÁGUA SEMIÁRIDO ASPECTOS DESCRIÇÃO Tipo de Programa FEDERAL Área de intervenção Região do semiárido. Objetivo geral Garantir a ampliação da oferta de água com qualidade para o semiárido brasileiro, com a promoção do uso racional desse recurso, e que sua escassez relativa não continue a constituir impedimento ao desenvolvimento sustentável da região. Objetivos Promover o uso racional e sustentável dos recursos hídricos; Prover com água específicos a unidade doméstica, priorizando o abastecimento de áreas rurais com alta concentração de famílias de baixa renda; Estabelecer, de forma sustentável, um processo de administração, operação e manutenção das infra-estruturas de abastecimento de água. Beneficiários População residente no semiárido. Ações em O programa foi implantado em Sergipe por meio do Componente Gestão de andamento Recursos Hídricos, objetivando o aprimoramento da gestão integrada dos recursos hídricos em bacias hidrográficas dos rios de domínio do Estado e elaboração de planos, estudos e projetos de interesse do governo na área de recursos hídricos, visando à ampliação da disponibilidade hídrica na região e promovendo o uso racional da água Financiamento Prevêem-se investimentos da ordem de US$ 330.000.000.00, financiados pelo Banco Mundial (60%), JBIC (21%) e pelos Governos Federal e Estadual (19%). Avaliação De forma global, o Programa Pró Água Semiárido é estratégia de gestão de recursos hídricos para o desenvolvimento sustentável do semiárido, uma vez que estará baseado em agroecossistemas estratégicos promovendo uma agricultura sustentável combatendo a degradação do solo e consequentemente à desertificação. Site http://www.proagua.ana.gov.br / www.semarh.se.gov.br/srh Instituição Sec. de Estado do Meio Ambiente e Rec. Hídr. de Sergipe - SEMARH 115 PAE-SERGIPE QUADRO : PROGRAMA NACIONAL DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS (PNAS) ASPECTOS Tipo de Programa Área de intervenção Objetivo geral Objetivos específicos Beneficiários Ações em andamento Avaliação Site Instituição DESCRIÇÃO FEDERAL Aqüíferos estratégicos, zona costeira, Amazônia, Pantanal e semiárido. Fomentar a gestão integrada dos recursos hídricos subterrâneos e superficiais. Apoio aos Estados na gestão das águas subterrâneas; Fortalecer e ampliar a aplicação do PNRH; Apoio aos Estados na implementação da gestão compartilhada em aqüíferos interestaduais e transfronteiriços; Elaboração e fomento à realização de estudos hidrogeológico; Capacitação. População em geral, em especial populações residentes em comunidades difusas. Estudos e pesquisas. A capacitação do Programa Nacional de Águas Subterrâneas é uma forma de conhecimento para gestão e manejo adequados de recursos hídricos, que, por sua vez, em regiões semiáridas combate a desperdício através do correto uso na agricultura e do solo preservando. Tais recursos ambientais atuam diretamente no combate à desertificação. http://www.ana.gov.br Agência Nacional de Águas - ANA QUADRO : CARACTERIZAÇÃO E MANEJO INTEGRADO DAS SUB-BACIAS HIDROGRÁFICAS ASPECTOS DESCRIÇÃO Tipo de Programa ESTADUAL Área de intervenção Municípios de Canindé do São Francisco, Gararu, Poço Redondo e Porto da Folha. Objetivo Promover ações de preservação e recuperação ambiental das Sub-Bacias Hidrográficas do Rio Curituba, Riacho da Serra, do Cedro e do Cururu, Córrego Croata e Cachoeirinha II cujos resultados possam contribuir para maior disponibilidade de recursos hídricos, bem como promover o seu desenvolvimento sustentável com adoção de práticas destinadas ao uso adequado dos recursos naturais, contribuindo para o aumento da disponibilidade de água para a população local. Beneficiários 534 famílias de assentamentos de Reforma Agrária. Avaliação A preservação e a recuperação das sub bacias hidrográficas (considerando a bacia hidrográfica como unidade de planejamento) e como forma de políticas de prevenção e combate à desertificação, através do manejo e a preservação de bacias, protegem os rios solos, vegetação nativa, fauna, mata ciliar, freando assim o processo de desertificação. Site www.sagri.se.gov.br Instituições Secretaria de Estado da Agricultura e do Des. Agrário - SAGRI Parceiras Emp. de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe – EMDAGRO 116 PAE-SERGIPE 4.3.3 Saneamento Ambiental QUADRO : PROGRAMA ÁGUA DOCE ASPECTOS DESCRIÇÃO Tipo de Programa FEDERAL Área de intervenção Estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe. Objetivo geral Garantir acesso à água de qualidade para todos. Objetivos Implantar infraestruturas hídricas, beneficiando populações residentes nas específicos áreas rurais. Beneficiários Comunidades do semiárido com baixo IDH, com menores índices pluviométricos, com ausência ou escassez de fontes de abastecimento de água potável e com maior índice de mortalidade infantil. Ações em Construção de infraestruturas hídricas. andamento Avaliação Essas unidades serão capazes de produzir dois mil litros de água por hora. Metade será aproveitada para o consumo humano, e a outra metade vai para criatórios de peixes. O Governo de Sergipe e a população ainda definirão quais serão os dois municípios que vão abrigar as duas unidades. Através da implantação do PAD as comunidades do semiárido poderão aprender a como se manter nos períodos de através do uso de dessalinizadores que são dimensionados para a salinidade da água de cada região. Site http://www.mma.gov.br Instituição Ministério do Meio Ambiente - MMA QUADRO : PERFURAÇÃO DE POÇOS ASPECTOS Tipo de Programa Área de intervenção Finalidade Objetivo Ações em andamento Beneficiários Investimento Avaliação Site Instituição DESCRIÇÃO ESTADUAL Municípios de Poço Redondo, Nossa Senhora da Glória, Gararu e Canindé de São Francisco. Perfuração, instalação e recuperação de poços, construção de aguadas e construção de cisternas nos municípios e em regiões de insuficiente disponibilidade de recursos hídricos. Construção de 100 cisternas e instalação de 47 poços tubulares. Termo de Cooperação N° 07/2009. Construção de 27 cisternas com capacidade de armazenamento de 30.000 litros; Recuperação de 4 poços tubulares com bombas submersas e Construção de 25 aguadas. Aproximadamente 800 habitantes dos diferentes povoados dos municípios assistidos. R$ 3.000.000,00 A perfuração de poços democratiza a distribuição dos recursos hídricos, ampliando a capacidade produtiva do pequeno agricultor, gerando fonte de renda e emprego, através de capacitação técnica adequada, o ensinado o manejo correto do solo e dos recursos hídricos, evitando assim a degradação ambiental. http://www.seides.se.gov.br / www.COHIDRO.se.gov.br Sec. de Estado da Inclusão e do Desenvolvimento Social - SEIDES Comp. de Des. de Rec. Hídricos e Irrigação de Sergipe - COHIDRO 117 PAE-SERGIPE QUADRO : CONSTRUÇÃO DE BARRAGENS ASPECTOS DESCRIÇÃO Tipo de Programa ESTADUAL Área de intervenção Poço Redondo, Nossa Senhora de Lourdes, Gararu, Canindé do São Francisco, Porto da Folha e Monte Alegre. Objeto Construção de pequenas e médias barragens. Ações em Construção de pequenas e médias barragens, totalizando capacidade de andamento armazenamento de 305.450 m 3. Beneficiários Comunidades e povoados rurais desses municípios, beneficiando cerca de 11.445 habitantes. Investimento R$ 987.360,00 Avaliação A construção de barragens democratiza a distribuição dos recursos hídricos, ampliando a capacidade produtiva do pequeno agricultor, gerando fonte de renda e emprego, através da capacitação técnica adequada, ensinado-o o manejo correto do solo e dos recursos hídricos, evitando a degradação ambiental. Site http://www.seides.se.gov.br / www.COHIDRO.se.gov.br Instituição Sec. de Estado da Inclusão e do Desenvolvimento Social – SEIDES; Comp. de Des. de Rec. Hídricos e Irrigação de Sergipe - COHIDRO. QUADRO : PROGRAMA DE GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS ASPECTOS Tipo de Programa Área de intervenção Finalidade Beneficiários Ações em andamento Avaliação Site Instituição DESCRIÇÃO ESTADUAL Estado de Sergipe. Implementar a gestão integrada de resíduos sólidos nos municípios sergipanos (Lei Estadual Nº 5857 de 22 de março de 2007; Política Estadual de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos). Municípios sergipanos. Plano Estadual de Regionalização da Gestão dos Resíduos Sólidos; Banco de Dados sobre a Gestão de resíduos sólidos; Protocolo de Intenção para a criação de consórcios públicos para gestão de resíduos sólidos; Aterro sanitário. Os resíduos sólidos dispostos aleatoriamente podem provocar contaminação do solo do lençol freático, através da percolação do chorume. Além de atrair vetores que causam doenças ao homem, desconfigurar paisagem local, contaminar mananciais, nascentes e outros corpos hídricos, contribuindo para perda da qualidade ambiental, podendo ser uma importante catalisador para degradação ambiental. Portanto, uma política de gestão de resíduos sólidos, ou seja, de correto acondicionamento, tratamento e disposição final, é uma forma de proteger o meio natural, auxiliando no combate a desertificação. www.semarh.se.gov.br/sqs Ministério do Meio Ambiente – MMA; Sec. de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SEMARH. 118 PAE-SERGIPE 4.3.4. Revitalização da Bacia do São Francisco QUADRO : REVITALIZAÇÃO DA BACIA DO SÃO FRANCISCO ASPECTOS DESCRIÇÃO Tipo de Programa FEDERAL Área de intervenção Estados de Alagoas, Bahia, Minas Gerais, Pernambuco, Piauí e Sergipe. Finalidade Recuperar, conservar e preservar o ambiente por meio da implementação de ações que promovam o uso sustentável dos recursos naturais, a melhoria das condições socioambientais da Bacia e o aumento da quantidade e da qualidade da água. Implementação da ação Destinação de Recursos financeiros para projetos de implantação ou melhoria dos sistemas de coleta e tratamento de esgotos, reservando uma parcela de recursos para a própria elaboração de projetos de engenharia, em apoio aos municípios mais carentes da Bacia. Beneficiários População dos municípios mais carentes da Bacia. Ações andamento em Saneamentos básico e ambiental; Convivência com o Semi-Árido; Ações de Melhoria das Condições do Rio São Francisco; Ações de diagnóstico, gestão e monitoramento ambiental. 119 PAE-SERGIPE Em Sergipe já foram realizadas as seguintes ações: Implantação de Sistemas de Abastecimento de Água, nos municípios de Canindé do São Francisco, Poço Redondo e Porto da Folha, beneficiando 14.376 pessoas, a um custo de R$ 11.388.707,22; Implantação de Sistemas de Esgotamento Sanitário, em Canindé do São Francisco, Gararu, Monte Alegre e Nossa Senhora da Glória, orçado em R$ 13.000.000,00; Elaboração de Projetos de Sistemas de Resíduos Sólidos, com um Consórcio Municipal entre Nossa Senhora da Glória, Monte Alegre, Poço Redondo e Porto da Folha, beneficiando 63.146 pessoas, a um custo de R$ 2.600.00,00; Elaboração de Projeto de Recuperação de Áreas Degradadas e Estradas Vicinais em áreas quilombolas, na Serra da Guia, município de Poço Redondo, com um investimento de R$ 200.000,00, favorecendo 60 famílias e, Manejo Integrado de Sub Bacias, Recuperação de Áreas Degradadas e Implantação de SAFs, favorecendo 509 famílias, nos municípios de Canindé do São Francisco, Poço Redondo, Porto da Folha e Gararu, com investimentos na ordem de R$ 700.000,00. Para a revitalização do Velho Chico foram seguidos os seguintes parâmetros: Qualidade ambiental: com atuação no controle da poluição e no ordenamento territorial; Agenda sócio-ambiental: destinada à educação ambiental, ao fortalecimento de programas locais e ao apoio ao desenvolvimento cultural; Proteção ambiental: voltada para a preservação da fauna e da flora e ao monitoramento dos recursos naturais; Manejo de recursos naturais: para a proteção dos recursos hídricos e dos solos; Economia sustentável: para apoio ao turismo, à pesca, à agricultura sustentável e à reforma agrária. Tais parâmetros são importantes como fortalecimentos da gestão do Velho Chico e ferramentas de luta contra a desertificação www.codevasf.gov.br Site Instituição Ministério da Integração Nacional – MIN Companhia de Des. dos Vales do São Francisco e da Parnaíba – CODEVASF 4.3.5 Manejo Florestal QUADRO : DIAGNÓSTICO FLORESTAL DE SERGIPE ASPECTOS DESCRIÇÃO 120 PAE-SERGIPE Tipo de Programa ESTADUAL Área de intervenção Em 25 municípios do Estado de Sergipe. Finalidade Realização do Diagnóstico Florestal e apoio a formulação da política florestal do estado. Implementação da ação Levantamento de dados primários sobre o consumo e fluxo de produtos florestais; Mapeamento da cobertura florestal e Levantamento sócioeconômico. Ações em andamento Sistematização das informações. Financiamento Termo de Parceria Nº 01/2010 SEMARH / Fundação Araripe Avaliação O diagnóstico florestal, o mapeamento da cobertura vegetal o conhecimento do cenário atual da vegetação no estado resulta no amparo à biodiversidade, controle e proteção das florestas, transformando-se numa importante ferramenta ao combate a desertificação e preservação dos recursos florestais e consequentemente naturais como um todo. www.semarh.se.gov.br/sbf Site Instituição Sec. de Estado do Meio Ambiente e dos Rec. Hídricos - SEMARH Fundação para o Desenvolvimento Sustentável do Araripe 121 PAE-SERGIPE 4.4 EIXO 4: GESTÃO DEMOCRÁTICA E FORTALECIMENTO INSTITUCIONAL QUADRO : CONVIVER - PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO INTEGRADO E SUSTENTÁVEL DO SEMIÁRIDO ASPECTOS Tipo de Programa DESCRIÇÃO FEDERAL Área de intervenção Região do semi-árido e sub-regiões prioritárias. Objetivo geral Reduzir as vulnerabilidades socioeconômicas dos espaços regionais e subregionais com maior incidência de secas. Objetivos específicos Promover a convergência das políticas públicas setoriais; Promover a sustentabilidade hídrica, sócio-econômica e ambiental; Originar as ações de desenvolvimento regional; Promover o aproveitamento das potencialidades endógenas, com a inserção sócio-econômica das populações; Formular e promover a implementação de políticas públicas, para redução dos desequilíbrios regionais; Promover a articulação com a sociedade civil e as instituições públicas; Articular investimentos em cadeias produtivas e segmentos econômicos. 22 milhões de pessoas residentes nos 1.133 municípios do semiárido nordestino. Beneficiários Ações em andamento Apoio a organização social e gestão participativa do semiárido. Capacitação para o desenvolvimento integrado e sustentável; Estruturação e organização dos APL’s; Fortalecimento do associativismo e cooperativismo; Obras do Proágua – Semiárido.Capacita Prazo/Duração PPA 2008-2011. Avaliação Entre os programas relacionados com o CONVIVER, destaca-se em Sergipe o ProÁgua SemiÁrido, que é uma ação do Governo Federal através de convênio firmado entre o Governo do Estado e o Ministério da Integração Nacional, com o custo total de R$ 68,9 milhões, sendo R$ 55,13 milhões financiados pelo Banco do Japão de Cooperação Internacional, via ministério da Integração Nacional e, R$ 13,78 milhões pelo Governo do Estado. Para a construção no município de Porto da Folha, da Adutora do SemiÁrido e automação e ampliação do sistema integrado com as Adutoras do Alto-Sertão e Sertaneja, visando à regularização do abastecimento de água em 25 municípios sergipanos, trazendo benefícios a aproximadamente 200 mil pessoas, além da geração de 250 empregos diretos e 350 indiretos. 122 PAE-SERGIPE Site http://www.integraçao.gov.br Instituição Ministério da Integração Nacional - MIN 123 PAE-SERGIPE 4.4.1 Capacitação de Recursos Humanos QUADRO : PROGRAMA NACIONAL DE CAPACITAÇÃO DE GESTORES AMBIENTAIS E CONSELHEIROS – PNC ASPECTOS DESCRIÇÃO Tipo de Programa FEDERAL Área de intervenção Abrangência nacional. Adesão de 100% dos municípios sergipanos. Objetivo geral Fortalecer o SISNAMA e auxiliar na estruturação, consolidação funcionamento dos Sistemas Municipais de Gestão Ambiental. Objetivos específicos Formar gestores municipais, técnicos de câmaras de vereadores e conselheiros do meio ambiente, para exercerem ações de gestão ambiental de acordo com legislação vigente e, Ampliar os conhecimentos acerca da legislação ambiental; Público Alvo Gestores, conselheiros ambientais, técnicos das Câmaras de Vereadores e Representantes da Sociedade Civil. Ações andamento Avaliação Site Instituição e em Em Sergipe foram capacitados 230 gestores, no momento o programa está em fase de desdobramento com a realização de convênio entre municípios estruturados com o Governo do Estado, para iniciarem o licenciamento de atividades de impacto local. Em Sergipe, teve a adesão de 100% dos municípios, com a capacitação de 231 gestores. Alguns municípios já firmaram convênio com o Governo Estadual, para o início do licenciamento de atividades de impacto local. Porém, há uma certa falta de conscientização por parte dos gestores dos pequenos municípios (até 5.000 habitantes), que vêem a descentralização da gestão ambiental viável apenas para os municípios maiores, devido à escassez de recursos e falta de corpo técnico especializado. http://www.mma.gov.br / www.semarh.se.gov.br/sqs Ministério do Meio Ambiente – MMA Sec. de Estado do Meio Ambiente e dos Rec. Hídricos – SEMARH Petróleo Brasileiro S.A. – Petrobrás 124 PAE-SERGIPE QUADRO : PROGRAMA COLETIVOS EDUCADORES ASPECTOS DESCRIÇÃO Tipo de Programa FEDERAL Área de intervenção Nacional. Objetivo geral Formação de atores sociais / educadores ambientais populares críticos e atuantes. Objetivos específicos Promover a articulação institucional e de políticas públicas; Reflexão crítica acerca da problemática socioambiental; O aprofundamento conceitual e criação de condições para o desenvolvimento continuado de ações e processos de formação em Educação Ambiental. Público Alvo Lideranças comunitárias, professores, agentes de saúde, agentes pastorais, extensionistas, técnicos municipais, participantes de sindicatos e federações de trabalhadores, movimentos sociais, ONGs, etc. Ações andamento Avaliação Site Instituição em Nos municípios do Alto-Sertão de Sergipe, estão na fase de implementação do projeto político pedagógico. Os demais, ainda estão na fase de mobilização. Conjunto de instituições que atuam em processos formativos permanentes, participativos, continuados e voltados à totalidade e diversidade de habitantes de um determinado território, promovendo a articulação institucional e de políticas públicas, a reflexão crítica acerca da problemática socioambiental, e o aprofundamento conceitual, além, de criar condições para o desenvolvimento continuado de ações e processos de formação em Educação Ambiental com a população do contexto, visando à sinergia dos processos de aprendizagem que contribuem para a construção de territórios sustentáveis. No Estado de Sergipe, no território Alto-Sertão, o programa já está em fase de elaboração e implementação do projeto político pedagógico, com a participação de 150 instituições. Nos demais municípios, ainda está na fase de mobilização. http://www.mma.gov.br / www.semarh.se.gov.br/sqs Ministério do Meio Ambiente – MMA Sec. de Estado do Meio Ambiente e dos Rec. Hídricos – SEMARH. 125 PAE-SERGIPE 4.4.2 Fortalecimento das Capacidades de Gestão QUADRO : COMBATE À DESERTIFICAÇÃO - APOIO AO DESENVOLVIMENTO DE ATIVIDADES FAMILIARES SUSTENTÁVEIS EM ÁREAS SUSCEPTÍVEIS À DESERTIFICAÇÃO ASPECTOS Tipo de Programa DESCRIÇÃO FEDERAL Área de intervenção Região semiárida brasileira. Finalidade Aprimorar metas e práticas de convivência com o semiárido, tendo como foco os agricultores familiares, com o intuito de combater o processo de desertificação em micro bacias degradadas e o avanço desse fenômeno sobre as áreas de vegetação remanescentes. Implementação da ação Identificação do local de implantação do projeto; Identificação dos atores sociais, Realização de reuniões públicas e setoriais; Elaboração do material didático; Implementação das ações; Monitoramento e avaliação. Beneficiários População do semiárido brasileiro. Ações em andamento Elaboração de divulgação das metodologias (cartilhas, vídeos, manuais); Realização de cursos para a formação de multiplicadores; Realização de seminários; Elaborar proposta prévia para a discussão com as organizações locais e poder público; Estabelecer processo de mobilização social com os atores sociais locais e poder público para a implementação da proposta. PPA 2008-2011. Prazo/Duração Contexto Estadual Em Sergipe, as ações estão concentradas na formulação do Programa de Ação Estadual de Combate à Desertificação (PAE-SE), que é um dos objetivos do PAN-Brasil, por meio de cooperação técnica entre o Governo do Estado (SEMARH/SQS), o Ministério do Meio Ambiente e o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), promovendo a contratação de consultores para a elaboração de estudos técnicos nas ASD’s do Estado de Sergipe, necessários para o processo de construção do PAESE, o qual dará subsídios à elaboração da Política Estadual de Combate à Desertificação. 126 PAE-SERGIPE Avaliação físicoambiental. Site O conhecimento das características ambientais (solo, geologia, geomorfologia, hidrologia, hidrogeologia, clima, fauna e flora), através da capacitação com metas e práticas de convivência com o semiárido, tendo como foco os agricultores familiares, com o intuito de combater o processo de desertificação em micro bacias degradada e o avanço desse fenômeno sobre as áreas de vegetação remanescentes é de grande importância ao combate da desertificação. http://www.mma.gov.br Instituição Ministério do Meio Ambiente – MMA. 127 PAE-SERGIPE QUADRO : CAPACITAÇÃO DE AGENTES MULTIPLICADORES LOCAIS PARA O COMBATE À DESERTIFICAÇÃO ASPECTOS DESCRIÇÃO Tipo de Programa FEDERAL Área de intervenção Região semiárida brasileira. Finalidade Desenvolver processos de formação de atores sociais locais visando replicar em relação ao fenômeno da desertificação, suas causas e conseqüências, bem como sobre alternativas tecnológicas para inibir o mesmo. Implementação da ação Condução de processos participativos de formação de agentes locais: formação de multiplicadores. Beneficiários População do semiárido brasileiro. Ações em andamento Identificação dos locais de implantação; Identificação dos atores sociais; Reuniões públicas e setoriais; Implementação das ações; Realização de parcerias e convênios; Realização de oficinas, cursos e seminários. Prazo/Duração PPA 2008-2011. Site http://www.mma.gov.br Instituição Ministério do Meio Ambiente – MMA. 128 PAE-SERGIPE 5. OBJETIVOS, ESTRATÉGIAS E AÇÕES PARA O COMBATE Á DESERTIFICAÇÃO Estratégia pode ser definida como a arte de explorar condições favoráveis, com a finalidade de alcançar objetivos específicos, ou ainda, pode ser entendida como uma seleção de ações articuladas e convergentes capazes de modificar a realidade, com o intuito de construir o futuro almejado e viabilizar os objetivos e as ações determinadas pela sociedade. Neste contexto, a estratégia pode ser caracterizada como um processo construído institucionalmente a partir da mediação de conflitos e articulação de políticas e programas entre os órgãos governamentais e atores da sociedade. Neste tópico, serão apresentadas as estratégias e ações propostas para o enfrentamento das questões relacionadas com a gestão democrática e o fortalecimento institucional, cujo objetivo principal é o desenvolvimento de mecanismos orientados, para garantir a efetiva implementação das políticas, programas e projetos de combate à desertificação. 129 PAE-SERGIPE 130 PAE-SERGIPE 5.1 OBJETIVO 1: REDUZIR A POBREZA E EVITAR O ÊXODO RURAL Estratégia 1.1 Desenvolver um programa educativo de acordo com a realidade das Áreas Suscetíveis de Desertificação. A finalidade desta estratégia é a de desenvolver uma formação e educação que atenda à realidade dos núcleos rurais, de forma que seja priorizada a educação para convivência, conservação e uso sustentável dos recursos naturais nos espaços de vivencia, trabalho e sobrevivência das famílias nas ASD. Assim, as ações propostas priorizam as demandas detectadas pelo diagnóstico no que se refere ao baixo índice de aproveitamento educacional nos municípios inseridos nas ASD, bem como, a redução no número de matriculas do ensino médio, diante do número de alunos matriculados na educação básica. Segundo definido nas oficinas realizadas, isto esta associado as condições estruturais das escolas, a falta delas e ao modelo educacional oferecido aos alunos, distante da realidade dos seus espaços de convivência. Favorecendo tornando deste modo, a escola pouco atrativa para muitos alunos, uma vez que esta não prepara os alunos para a convivência com o seu espaço ocupado. Diante dessa realidade, a garantia da efetividade de um projeto pedagógico próprio para as comunidades do campo, que substitua as metodologias de programas distantes da realidade campesina, deve ter como referência os princípios da educação no campo. Ação 1.1.1 Melhorar estrutura das unidades escolares dotando-as de equipamentos adequados para nucleação nas áreas rurais. Conforme foi exposto anteriormente, um dos motivos que geram o êxodo rural é a necessidade de se deslocar para centros urbanos para continuar com a educação. Uma das questões mais ressaltadas durante as oficinas foi a necessidade de nucleação nas áreas rurais e para isto, a necessidade de oferecer a infraestrutura adequada com número de salas, mesas e cadeiras suficientes para as demandas locais, dotadas de equipamentos de informática, instrumentos e materiais educativos. Portanto a finalidade desta ação é a de tornar as escolas aptas ao desenvolvimento das atividades educacionais nas ASD's, inclusive com a oferta digital. 131 PAE-SERGIPE Ação 1.1.2. Garantir alimentação escolar nas Unidades Escolares das ASD’s A alimentação escolar nas ASD's se traduz em importante componente para a freqüência dos alunos, para a sua permanência por maior tempo nas escolas e por contribuir para o aprendizado. Nesse sentido, garantir a alimentação de qualidade, regular, em quantidade suficiente e respeitando os hábitos alimentares locais nos ambientes escolares das ASD's possibilitará o atendimento das necessidades nutricionais dos alunos durante sua permanecia em sala de aula, contribuindo para o crescimento, o desenvolvimento, aprendizagem e o rendimento escolar dos estudantes, assim como a formação de hábitos saudáveis. Portanto a finalidade desta ação é a de atender as necessidades nutricionais dos alunos nas ASD's com a oferta de alimentos de qualidade, regular e em quantidade suficiente, respeitando hábitos alimentares da cultura local. Ação 1.1.3. Implantação de escolas agrícolas nas ASD’s Com isto se pretende adaptar as escolas da rede estadual e municipal à realidade conjuntural o que significa fomentar que os alunos não somente estudem as disciplinas regulares mas também um outro elemento de ensino: a terra. A terra é o que esta em foco nos colégios agrícolas que formam técnicos especialistas na produção de alimentos e agronomia. A metodologia e as atividades são diferentes das habituais nas escolas de Ensino Fundamental e Médio regular, e o aprendizado específico que os estudantes levam se torna útil para toda a vida, abrindo portas para o mercado de trabalho. Estes colégios pretendem dar uma formação voltada para a realidade dos estudantes do meio rural, aprofundando questões pertinentes à terra e à cultura local a fim de ajudá-los a se profissionalizar e estabelecer perspectivas de sobrevivência no campo. Portanto a finalidade é a de atender as demandas nas ASD's com o acesso e permanência dos jovens do campo ao ensino técnico/superior de qualidade e socialmente referendado pelas comunidades rurais para atendimento das suas necessidades e potencialidades. Ação 1.1.4. Assegurar um Currículo escolar contextualizado 132 PAE-SERGIPE Com esta ação se pretende assegurar a aplicação de currículo escolar adequado com a realidade rural, fortalecendo assim, a relação de identidade com o lugar, de valorização da cultura e da construção de modelos de organização (associativismo e cooperativismo) e produção sustentáveis, geradores de desenvolvimento local, capazes de incentivar a permanecia dos jovens em suas regiões, reduzindo, deste modo, a pobreza e os índices de êxodo rural. Portanto a finalidade é garantir as crianças, jovens e adultos do campo o aprendizado nos espaços escolares das ASD's seja de forma transversal ou com a inclusão de disciplina específica, inclusive com livros didáticos apropriados a essa realidade, valorizando a cultura local para a melhor convivência com o semiárido. Ação 1.1.5. Implantação de Escolas nas áreas de Assentamentos de Reforma Agrária Em muitas ocasiões os Assentamentos da Reforma Agraria ficam afastados dos núcleos rurais e urbanos onde estão as escolas. Para aceder á educação os jovens tem que percorrer longas distancias sem meio de transporte adequado ou enfrentando estradas mal conservadas que ficam inviabilizadas principalmente na época das chuvas. Nesse contexto, implantar Unidades Escolares nas áreas de Assentamentos de Reforma Agrária das ASD, com educação básica, ensino médio e técnico, dotadas de estrutura física e equipamentos adequados a realidade local, com educadores preparados para a educação e formação das crianças, jovens e adultos, a partir de conceitos e metodologias permitirá a esses sujeitos, a apreensão do conhecimento, inclusão social e melhoria das condições de vida. Portanto a finalidade desta ação é atender aos alunos nas áreas de assentamentos de Reforma Agrária com escolas bem estruturadas, para que esses alunos não necessitem se deslocar por longas distâncias das suas áreas comunitárias para a realização do processo educativo e formador. Ação 1.1.6. Formação contínua e especifica dos Educadores (Prioridade) A formação continuada, assim como a valorização dos professores com a implementação de planos de carreira e de salários aliados as outras condições necessárias como escolas adequadas, condições de mobilidade, concursos públicos e de proposta pedagógica que contemplem os alunos respeitando as suas diversidades culturais e especificidades físicas e intelectuais, se configuram como questões deficientes e portanto a ter em conta pois incide diretamente na qualidade da educação. 133 PAE-SERGIPE A finalidade é a de formar Educadores continuamente para o exercício do magistério nas ASD de Sergipe, com vistas ao entendimento sobre as especificidades dos alunos e de suas realidades no semiárido. Estratégia 1.2 Garantir o Acesso à Terra A questão agrária brasileira pode ser compreendida como um conjunto de processos históricos, de caráter político, econômico e social, que tem sua origem na colonização, a partir do processo de formação das pequenas propriedades e das grandes propriedades, originando o binômio latifúndio/minifúndio que ocasionou, entre outros problemas, a concentração de terras nas mãos de poucos e a exclusão de uma massa de trabalhadores rurais. (SOUZA, LOCATEL e CUNHA, 2009). Em Sergipe, segundo Coordenadores do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), apontou12 que em 2007 o número de famílias acampadas no estado correspondia a aproximadamente 14 mil famílias com uma média de 55 mil pessoas distribuídas em aproximadamente 150 acampamentos em todo estado sergipano. No Território do Alto Sertão se concentra o maior número de assentamentos e famílias acampadas com 38,86% dos acampamentos do Estado. Isto somado as famílias assentadas na região semiárida, acrescidas pelas Comunidades Quilombolas e a Tribo Xocó situada em Porto da Folha, apontam para a necessidade de implementação de ações que garantam o acesso a terra, mas, sobretudo, a condição de permanecer nela de posse de todas as condições sociais, culturais, econômicas, ambientais e política. Ação 1.2.1 Implantar uma política específica de acesso à terra voltada para os jovens. Esta proposta foi defendida nas oficinas, e baseada na necessidade de implantação de uma política específica para jovens de famílias assentadas, que lhes assegure acesso a terra e ao crédito com sua própria titularidade, independente da obtida pelos seus pais, a fim de possibilitar ampliação de espaços produtivos da agricultura familiar. Portanto a finalidade é a de garantir aos jovens o acesso a terra com as devidas condições de produtividade. Ação 1.2.2 Aprimorar as politicas de acesso ao credito para assentados 12 Esta verificação foi realizada com motivo do levantamento das famílias em Acampamentos para distribuição de cestas básicas pelo Comitê Institucional para entrega dos alimentos coordenado pelo Incra. 134 PAE-SERGIPE Com esta ação se pretende possibilitar melhores condições as famílias assentadas do semiárido sergipano, por meio de acesso a crédito específico, tendo em vista as condições ambientais diferenciadas das demais regiões. Nas oficinas uma das principais colocações foi a dificuldade de acesso ao crédito por parte dos assentados. E portanto uma reivindicação dos representates dos assentados foi a de facilitar o acesso ao credito. Ação 1.2.3. Garantir a reestruturação e regularização fundiária nas ASD. No Alto Sertão estão localizados além de um grande número de famílias assentadas e acampadas, há a presença de duas Comunidades de Quilombo (Serra da Guia e Mocambo) ambas reconhecidas como comunidades remanescentes de quilombos pela Fundação Cultural Palmares, sendo Mocambo oficializada sua emissão de posse pelo Incra e uma População Indígena (Xocó) com suas terras demarcadas. Mas há 32 famílias de índios desaldeados vivendo parte deles na periferia de Aracaju e outra em Porto da Folha a espera da demarcação e regularização fundiária. Nesse contexto, a ação se justifica à medida que a reestruturação e regularização fundiária permite as famílias o acesso a terra e a inclusão em políticas de desenvolvimento social. Portanto se pretende garantir as famílias rurais em situação de vulnerabilidade social e/ou exclusão social, Comunidades Quilombolas e Povos Indígenas o acesso a terra para a constituição da dignidade humana, que representa moradia adequada, acesso a educação e cultura, saúde, lazer e condições de trabalho e renda. Ação 1.2.4. Fomentar meios de produção sustentável nas áreas de assentamento Os Assentamentos situados nas ASD's reúnem um número acentuado de núcleos familiares que precisam estar inseridos em políticas públicas inclusivas e promotoras de desenvolvimento das potencialidades locais. Capacitando às unidades familiares produtivas como meio de garantir a sustentabilidade socioeconômica e ambiental nas ASD's, introduzindo culturas diversas e mecanismos de irrigação adequado ao solo e as culturas. Essas ações devem ser pautadas no sentido de contribuir para a segurança financeira dessas famílias e a sustentabilidade de atividades compatíveis as condições do solo, clima, vegetação e cultura do semiárido sergipano. 135 PAE-SERGIPE Assim, com esta ação se tenciona promover a sustentabilidade econômica das famílias assentadas e ambiental das ASD. Ação 1.2.5. Garantir água potável nos assentamentos das ASD Um dos grandes problemas existentes nos assentamentos é que não existe água potável e os açudes ou rios ficam a longas dintancias. Como isto se pretende assegurar a implantação de estruturas necessárias para o abastecimento regular com água potável nos assentamentos de reforma agrária situados nas ASD do semiárido sergipano. Ação 1.2.6. Garantir assistência técnica continuada as Comunidades do campo das ASD A necessidade de orientação e extensão já foi identificada e implantado o programa de ATER. Mas para os representantes da Sociedade que contribuíram na oficina, este não é suficiente, precissando de um acompanhamento e assistência mais presentes. Principalmente em produção sustentável vinculado com ações de combate à desertificação. Para isto se torna indispensável assegurar um programa de assistência técnica as Comunidades do campo das ASD com ações continuadas e efetivas por técnicos capacitados que possibilitem a sustentabilidades da produção nos núcleos familiares em seus diversos segmentos. Ação 1.2.7.Planejamento orçamentário adequado/compatível às demandas nas áreas de Reforma Agrária Famílias inteiras situadas em áreas de assentamentos, acampamentos e quilombos, convivem com realidades de insegurança em diversos os aspectos, o que gera uma vulnerabilidade e exclusão social. A Garantia de orçamento para gastos com a política social, nestas implicam a proteção e promoção nas Comunidades com base em dois grandes objetivos: a)Proteger o cidadão frente às contingências, riscos e fatores que, independentemente da sua vontade, podem lançá-lo em situações de dependência ou vulnerabilidade. b) Promover a geração de oportunidades e de resultados, como instrumento de justiça e equidade. Portanto é uma prioridade além de uma obrigação assegurar orçamento para atendimento das demandas nas áreas não só da Reforma Agrária mas também de comunidades em situação de vulnerabilidade. 136 PAE-SERGIPE Ação 1.2.8. Fiscalização efetiva na implementação dos projetos nas ASD Fiscalização continua por parte do governo, durante o processo de implementação dos projetos provenientes de créditos, a fim de garantir que os recursos estão sendo investidos no projeto proposto. Portanto a colocação não oficinas foi a de implementar um sistema de monitoramento orientado a Garantir a execução dos projetos provenientes de crédito governamental nas ASD do semiárido sergipano. Ação 1.2.9 Obediência de Modulo fiscal na implantação de assentamentos O Módulo Fiscal serve de parâmetro para a classificação do imóvel rural quanto ao tamanho, na forma da Lei n 8.629, de 25 de fevereiro de 1993. Pequena Propriedade - o imóvel rural de área compreendida entre 1 a 4 módulos fiscais; Média propriedade - o imóvel rural de área superior a 4 e até 15 módulos fiscais. Serve também de parâmetro para definir os beneficiários do Pronaf (pequenos agricultores de economia familiar, proprietários, meeiros, posseiros, parceiros ou arrendatários de até 4 módulos fiscais. Portanto se pretende garantir a equidade na distribuição de terras nas ASD do semiárido sergipano. 137 PAE-SERGIPE 5.2 OBJETIVO 2: GARANTIR A SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL ASSEGURANDO UMA PRODUÇÃO SUSTENTÁVEL E ADEQUADA PARA AS FAMÍLIAS DAS ASD Estratégia 2.1 Priorizar um Sistema Produtivo Adequado à Realidade do Semiárido e das ASD São notórios nas ASDs os baixos indicadores de desenvolvimento humano e social, associados às restrições de uso de solo, água, vegetação (e sua degradação) e a variabilidade climática. Agravam esta situação as relações econômicas, sociais e políticas nelas estabelecidas, que tendem a criar um quadro de baixos índices de crescimento econômico e áreas em decadência ou estagnação, além de deficiências de infra-estrutura energética e de transportes, que atuam também como fatores restritivos a uma eventual expansão acelerada da capacidade produtiva. A importação de sistemas produtivos de outras regiões e replicados nas ASDs não se adéqua à realidade local, potencializando efeitos danosos da exploração agrícola sobre o meio ambiente, gerando processos de desertificação, e com baixos resultados para o desenvolvimento local sustentável. A finalidade é priorizar a adoção ou aplicação de sistemas produtivos que busque conhecer, respeitar e dinamizar as condições ambientais e socioeconômicas ali existentes, com uso de tecnologias apropriadas e processos de convivência com o semi-árido, promovendo a oportunidade de progresso e geração sustentável de riqueza, além de se potencializar as aptidões específicas da região. Ação 2.1.1 Fomentar a produção seguindo os modelos de convivência com o semiárido A importação de sistemas produtivos de outras regiões e replicados nas ASDs não se adéqua à realidade local, potencializando efeitos danosos da exploração agrícola sobre o meio ambiente, gerando processos de desertificação, e com baixos resultados para o desenvolvimento local sustentável. Com isto se pretende então, um trabalho de definição de mecanismos de uso e conservação do solo sustentáveis e, portanto, adequados à realidade do semiárido. Algumas dos produtos que são oriundos da região do semiàrido, e que foram especificamente colocados nas oficinas são a necessidade de fomentar o incentivo governamental para cultivo de forrageiras nativas e adaptadas ao semiárido para 138 PAE-SERGIPE alimentação animal, assim como de produção de mel e derivados oriundos da Meliponicultura (abelha nativa). Ação 2.1.2 Definir e realizar pesquisas orientadas à resolução de problemas na produção local Vinculado com a ação anterior, é muito importante que os modelos de convivência com o semiárido, ou seja, os mecanismos sustentáveis de uso e conservação do solo, sejam testados, avaliados e reconhecidos como tal. Da mesma forma é importante que estes modelos estejam orientados a uma produção suficiente para abastecer as famílias e gerar renda. Ação 2.1.4 Difundir, e capacitar sobre tecnologias e tecnologias sociais adequadas, A finalidade é priorizar a adoção ou aplicação de sistemas produtivos que busque conhecer, respeitar e dinamizar as condições ambientais e socioeconômicas ali existentes, com uso de tecnologias apropriadas e processos de convivência com o semi-árido, promovendo a oportunidade de progresso e geração sustentável de riqueza, além de se potencializar as aptidões específicas da região. Como exemplos de tecnologias sociais: PAIS, Barraginhas, Fossas sépticas biodigestoras, etc. Esta difusão e capacitação estaria orientada tanto aos extensionistas quanto aos produtores, para garantir o uso das mesmas. Estratégia 2.2 Criar Mecanismos que Fortaleçam os Sistemas Produtivos Sustentáveis Existentes. O conhecimento dos processos produtivos já desenvolvidos na região e a análise da adequação do modelo de produção econômica das terras às suas características peculiares são pré-requisitos para o estabelecimento de estratégias, procurando não repetir equívocos e redesenhar o modelo produtivo. As condições atuais das ASDs demonstram a urgente necessidade de redirecionamento de algumas ações e a convergência de várias iniciativas para o ideal de sustentabilidade. Como a produção tem-se mostrado insuficiente para gerar a renda necessária para garantir emprego e renda adequados à manutenção de qualidade de vida, faz-se necessário incentivar, com mecanismos criativos, a melhoria da produtividade, a diversificação, o 139 PAE-SERGIPE aumento da produção, e a sintonia do processo produtivo com um modelo sustentável e agroecológico. A finalidade portanto é Proporcionar que os sistemas produtivos existentes e adequados para a região sejam fortalecidos e melhorados através de ações direcionadas ao desenvolvimento sustentável. Ação 2.2.1 Garantir o Cumprimento dos princípios da Política Nacional de Extensão: ATER A Política de Assistência Técnica e Extensão Rural foi desenhada para ter como princípios o apoio ao desenvolvimento rural sustentável por meio da ssistência Técnica e Extensão Rural - ATER: serviço de educação não formal, de caráter continuado, no meio rural, que promove processos de gestão, produção, beneficiamento e comercialização das atividades e dos serviços agropecuários e não agropecuários, inclusive das atividades agroextrativistas, florestais e artesanais;. Esta assistência deve ser gratuita e de qualidade o que comporta a formação continua das instituições credenciadas. Ação 2.2.2 Definir e implementar Incentivos fiscais para produção limpa Como a produção tem-se mostrado insuficiente para gerar a renda necessária para garantir emprego e renda adequados à manutenção de qualidade de vida, faz-se necessário incentivar, com mecanismos criativos, a melhoria da produtividade, a diversificação, o aumento da produção, e a sintonia do processo produtivo com um modelo sustentável e agroecológico. Portanto com esta ação se pretende aplicar incentivos que fomentem o uso de mecanismos de Produção Mais Limpa entendendo esta como a aplicação contínua de uma estratégia econômica, ambiental e tecnológica integrada aos processos e produtos, a fim de aumentar a eficiência no uso de matérias-primas, água e energia, através da não geração, minimização ou reciclagem de resíduos gerados, com benefícios ambientais e econômicos para os processos produtivos. Ação 2.2.3 Implementação do pagamento por serviços ambientais Com isto se pretende incentivar o desenho e implementação de um sistema que estimule e potencialize a conservação das florestas. O pagamento por serviços ambientais 140 PAE-SERGIPE significa a remuneração dos proprietários de terras pela conservação ambiental e para isto podem ser implementados diferentes mecanismos como por exemplo o ICMS Ecológico. Este tipo de ação esta recolhida dentro do Objetivo 5, específicamente na Estratégia 5.4: Geração de Incentivos Orçamentários e Fiscais para os processos de combate à desertificação. Ação 2.2.4 Fomentar os bancos de sementes crioulas A importância da criação de bancos de sementes crioulas esta orientada a assegurar a autonomia dos agricultores familiares, resgatar laços de ajuda mútua nas comunidades onde são implantados e fomentar o cultivo oriundo da região. Isto constitui também o fortalecimento da agricultura familiar posto a garantia de ter sementes estocadas evita as compras de sementes a custos elevados na hora do plantio nos roçados. Ação 2.2.5 Simplificação de acesso ao crédito Existem diferentes tipos de créditos mas em muitas ocasiões a burocracia exigida para o acesso aos mesmos desestimula ou limita sua obtenção. Com esta ação se pretende fomentar um analise e alternativas visando a simplificação dos mesmos. Ação 2.2.6 Definir políticas e formas de financiamento para Complementação das cadeias produtivas. A produtividade pode ser limitada e não oferecer os resultados ou retornos econômicos almejados se alguma das etapas não está sendo realizada (ou está, mas de forma deficiente). Os investimentos nas cadeias produtivas devem estar direcionados não apenas para o processo produtivo, mas preparando a atividade para que se desenvolva (como estradas para acesso e escoamento da produção) e que proporcione agregação de valor aos produtos (com agroindustrialização). Nas oficinas foi ressaltada a necessidade de priorizar esta ação especialmente no que diz respeito à agricultura familiar. Estratégia 2.3 Fomentar a Aquisição e Comercialização de Produtos da Agricultura Familiar. 141 PAE-SERGIPE Como somente ações voltadas para a melhoria da produção não são isoladamente garantia de sucesso, é necessário também, providenciar mecanismos que garantam a inserção nos mercados consumidores dos produtos da região em foco, com prioridade para a produção da agricultura familiar. A finalidade é proporcionar o fortalecimento da agricultura familiar, viabilizando suas relações com o mercado e a comercialização de seus produtos. Ação 2.3.1 Criar mecanismos que favoreçam o associativismo e cooperativismo na agricultura familiar. O fortalecimento da organização social na agricultura familiar proporciona a ampliação, regularidade e diversidade da produção, através do planejamento da produção em ações coletivas. Isto esta recolhido dentro do Objetivo 5, e especificamente na estratégia 5.1: Fortalecimento das Capacidades de Gestão, na ação 5.1.5. Ação 2.3.2 Desenvolver um programa que vise o assessoramento técnico dos agricultores familiares para organização de estoques e regularidade na oferta de produtos. A oferta de produtos diversificados durante todo o ano carece de um apoio técnico ao agricultor familiar. Deve ser orientado tecnicamente como conduzir seus plantios de forma planejada e mantendo uma oferta constante dos produtos. 2.3.3 Criar espaços de comercialização de agricultura familiar (feiras agroecológicas, mercado do produtor). 2.3.4 Criar estruturas físicas que atendam a legislação sanitária e ambiental. O fornecimento de aves abatidas, por exemplo, requer instalações adequadas e que atendam às exigências da legislação sanitária e ambiental, pouco acessíveis aos agricultores em função dos altos custos. É o caso de todos os produtos de origem animal, que necessitam de inspeção. Portanto a finalidade é a de incrementar a qualidade e viabilizar o fornecimento de produtos de origem animal pelos agricultores familiares. 142 PAE-SERGIPE 2.3.5 Estender os mecanismos de incentivo fiscal a todos os produtos da agricultura familiar que contribuam com o combate à desertificação.. Alguns produtos vindos da agricultura familiar já tem um tipo de incentivo fiscal, por outro lado, outros carecem disto o que gera dificuldade para a comercialização pois encarecem o produto. Um exemplo é a questão da cadeia do mel, mesmo contribuindo com o combate a desertificação e sendo sustentável, os impostos são muito altos em relação a outros produtos. Portanto com esta ação se pretende diferenciar como um todo, os produtos vindos da agricultura familiar, de forma que seja incentivada este tipo de produção. 2.3.6 Implementar e institucionalizar o PAA. Atualmente esta política se encontra em fase de implementação. Com esta ação se pretende que o Governo do Estado, as Prefeituras e as escolas públicas e privadas internalizem esta política. De forma a universalizar o incremento da exigência legal de aquisição de pelo menos o 30% da alimentação escolar pelos municípios priorizando a agricultura familiar sustentável. Estratégia 2.4 Incentivar e Exigir a implementação total da lei de Agrotóxicos. Com esta estratégia se pretende fazer cumprir a legislação federal e estadual na aplicação, uso, transporte, armazenamento e devolução de embalagens vazias de agrotóxicos. 2.4.1 Criar uma campanha de divulgação da Legislação de uso de agrotóxicos orientada e adequada a todos os segmentos. 2.4.2 Redução do uso de agrotóxico com incentivo de tecnologias sustentáveis, com ênfase nas áreas irrigadas. Observa-se, especialmente em áreas irrigadas, um expressivo aumento no uso de agrotóxicos. Em áreas de sequeiro, tem crescido significativamente a aplicação de herbicidas. O incentivo às tecnologias sustentáveis e ao modelo agroecológico de produção proporciona uma redução geral e gradativa do uso de insumos agroquímicos e poluentes. 143 PAE-SERGIPE 2.4.3 Fortalecer o monitoramento e fiscalização sobre o uso de agrotóxicos. 144 PAE-SERGIPE 5.3 OBJETIVO 3: GARANTIR A SEGURANÇA HÍDRICA ENTENDIDA COMO ACESSO A AGUA POTÁVEL, RECURSOS HÍDRICOS CONSERVADOS E UNIVERSALIZAÇÃO DO SANEAMENTO BÁSICO Estratégia 3.1 Universalizar o Saneamento Básico Esta estratégia irá atender as diretrizes da Lei Federal N° 11.445 de 05 de janeiro de 2007, que estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico, e dá outras providências, a qual foi regulamentada pelo Decreto Nº 7.217, de 21 de junho de 2010. Ação 3.1.1 Garantir a efetiva implementação da Política Estadual de Resíduos Sólidos. Os sistemas de tratamento e destinação final dos resíduos sólidos nos municípios do semiárido sergipano incluídos no PAE/SE apresentam-se de forma irregular e destoando das políticas nacional e estadual de resíduos sólidos. Com essa ação pretende-se promover estratégias que atendam o marco legal, quanto aos aspectos de varrição, coleta, transporte, tratamento e disposição final dos resíduos sólidos, com garantia da universalização dos serviços com qualidade ambiental e participação e controle social, além da valorização dos catadores de recicláveis. Portanto a finalidade desta ação é a de assegurar efetivamente o tratamento e a destinação ambientalmente adequada dos resíduos sólidos em Sergipe e especificamente nas ASD’s. Ação 3.1.2 Desenvolver e implementar um sistema integrado de coleta seletiva de resíduos sólidos A produção do lixo tem sido problema de grande envergadura e que necessita de alternativas capazes de promover a reintrodução de material na cadeia produtiva. Portanto é necessária a implementação de um sistema de tratamento e destinação de resíduos adequada à realidade local. A reciclagem e a compostagem tem se configurado como alternativa eficiente para a redução do volume final dos resíduos e ainda do o aumento do tempo de vida útil dos aterros sanitários. Portanto se pretende promover tratamento e destinação final ambientalmente e economicamente adequado dos resíduos sólidos produzidos nos núcleos urbanos e nas comunidades rurais, bem como introduzir na cadeia produtiva os recicláveis e os catadores. 145 PAE-SERGIPE Ação 3.1.3 Garantir a implantação do sistema de esgotamento sanitário (coleta e tratamento) Sabe-se que os níveis de tratamento do esgoto sanitário são insuficientes. Portanto, essa ação torna-se indispensável para garantia da qualidade dos recursos hídricos existentes no sertão sergipano. O sistema de esgotamento sanitário propiciará uma redução dos elementos poluidores do solo e das águas, e por outro lado, estimula a melhora da saúde das comunidades contribuindo, ainda, para a conservação dos recursos naturais Isto por meio desta ação, portanto a finalidade é a de assegurar o tratamento dos efluentes urbanos. 3.1.4 Desenvolver um programa de capacitação e formação continuada dos gestores para implementação das Políticas Nacional e Estadual de Resíduos Sólidos. Diante das novidades para a gestão dos resíduos sólidos apresentadas pelas Políticas Nacionais de Saneamento e de Resíduos Sólidos, torna-se necessária a disponibilização de dados e informações quanto as estratégias e os instrumentos legais para a gestão compartilhada dentre governos e desses com a sociedade. Por meio desta ação se fomentará a socialização das mais diversas informações acerca da gestão integrada de resíduos sólidos, a fim de capacitar gestores públicos e membros da sociedade civil organizada para implementação dos instrumentos e estratégias dentro do princípio da gestão compartilhada e corresponsabilizada. Estratégia 3.2 Fomentar a Irrigação Sustentável A condução de práticas inadequadas nas áreas irrigadas demonstra, em contraste com o elevado investimento em infra-estrutura despendido para a sua implantação, um manejo do solo e água que comprometem os recursos naturais. Além do constante revolvimento do solo, promovendo a sua desagregação e empobrecimento da camada fértil, poucas práticas de conservação do solo têm sido utilizadas. Além disso, o uso reiterado da irrigação sem maiores critérios, com equipamentos de baixa eficiência e alta vazão, manejados inadequadamente pelos agricultores, promove o depauperamento do solo por erosão, compactação e salinização. A finalidade é readequar os sistemas de irrigação atuais às necessidades hídricas das culturas e ao potencial do solo, proporcionando o uso eficiente da água, em consonância com a capacitação técnica e a conscientização ambiental dos agricultores. 146 PAE-SERGIPE Órgãos envolvidos: Secretaria estadual e municipal de agricultura; COHIDRO. 3.2.1 Incrementar a irrigação com readequação dos projetos e áreas irrigadas permitindo uma maior eficiência no uso da água Os atuais sistemas irrigados não estão dentro de um padrão de eficiência para o aumento da produção e da produtividade. Nesses padrões o uso da água é intenso configurado no desperdício e na salinização dos solos. A finalidade desta ação é a de priorizar a implantação de sistemas de irrigação localizada (gotejamento e microaspersão), de forma a aumentar a eficiência de utilização da água disponível, reduzindo perdas e evitando processos de salinização. Substituir os sistemas de irrigação atuais dos perímetros irrigados por sistemas mais eficientes. Ação 3.2.2 Desenvolver um programa integrado de irrigação no Estado Percebe-se a necessidade de integração entre as atividades agropecuárias de sequeiro e a agricultura irrigada, em que produtos de uma atividade podem ser insumos da outra. Exemplo: áreas irrigadas podem produzir forragem para áreas de criação em sequeiro. Portanto a finalidade é a de Integrar as ações de gestão de recursos hídricos do Estado com a ampliação das áreas irrigadas, aumentando a capacidade produtiva da região, associadas à capacitação técnica e a conscientização ambiental dos agricultores. Ação 3.2.3 Implementar e regulamentar a lei de irrigação nacional. A Política Nacional de Irrigação prevê o aumento da produção e da produtividade agropecuárias; garantia de prioridade da função econômica e social dos solos irrigáveis; estímulo a atuação de agentes privados e públicos na agricultura irrigada, em áreas prioritárias definidas, observando-se critérios técnicos, culturais, sociais, econômicos e ambientais; integração com outros planos setoriais do planejamento de utilização dos recursos de água e solos da bacia hidrográfica, dentre outros. Portanto, o acesso às novas tecnologias de irrigação deve ser disponibilizadas para os diversos sistemas produtivos. Estratégia 3.3 Garantir e Assegurar a Qualidade dos Recursos Hídricos 147 PAE-SERGIPE 3.3.1 Divulgação e fortalecimento das Políticas Nacional e Estadual de Recursos Hídricos O envolvimento dos órgãos governamentais e não governamentais, bem como os produtores e sociedade em geral na cogestão dos recursos hídricos representam comprometimento quanto as ações de combate à desertificação e mitigação dos efeitos da seca, no que tange a qualidade dos recursos hídricos. Com esta ação se pretende Fortalecer e direcionar as ações dos órgãos governamentais, não governamentais e sociedade civil organizada, no tocante à conservação, preservação e uso sustentável dos recursos hídricos no sertão sergipano. 3.3.2 Elaboração, Implementação e Divulgação do Plano Estadual de Bacias Hidrográficas Para a gestão sustentável dos recursos hídricos é fundamental a existência de planos de bacia hidrográfica que apresentem as estratégias de implantação das Políticas Nacional e Estadual de Recursos Hídricos. Portanto com esta ação se pretende promover a gestão sustentável e corresponabilizada dos recursos hídricos através de diretrizes que primem pela conservação, revitalização, fiscalização, monitoramento e sensibilização ambiental. 3.3.3 Implementar programa para recuperação e preservação da mata ciliar. A principal matriz energética do Estado é a lenha. Para o abastecimento, nem sempre houve uma regulamentação sobre manejo florestal sustentável o que originou a supressão, quase total, da cobertura vegetal. Aqui esta incluída a mata ciliar indispensável para manter a qualidade dos recursos hídricos, controlar a erosão das margens e evitar o assoreamento dos mananciais entre outros. Por isto é fundamental a implementação de um programa voltado a recuperação das mesmas. Com esta ação se pretende assegurar a preservação, manter o equilíbrio ambiental e a qualidade dos recursos hídricos e por extensão das Bacias Hidrográficas. 3.3.4 Ampliar o programa Preservando Nascentes para os municípios do alto sertão 148 PAE-SERGIPE O Programa Preservando Nascentes e cursos d’água tem como objetivo regularizar a produção de água com a promoção do equilíbrio ambiental e uso sustentável dos recursos naturais e resgate a biodiversidade da flora local e regional. Esse programa tem alcançado êxito em outras áreas do estado, quanto às questões de conversão de ações para garantia da segurança hídrica, podendo ser replicado no semiárido sergipano, implantando ações fundamentais para garantia da conservação das nascentes e minadouros. 3.3.5 Garantir o funcionamento e fortalecer o papel dos Comitês de Bacias Estaduais Os comitês de bacia representam a participação dos diversos usuários dos recursos hídricos, sendo de grande relevância nos processos de planejamento, execução e avaliação dos programas, projetos e ações, bem como deliberação de vários assuntos concernentes a preservação dos recursos das bacias em todos os seus aspectos. Portanto esta ação tenciona fortalecer a gestão compartilhada e descentralizada dos recursos hídricos do Estado. 3.3.6 Criar programa de formação continuada sobre Manejo Integrado de Bacias Hidrográficas Mesmo com os avanços nos modelos de gestão e manejo dos recursos hídricos, é fundamental a promoção da formação continuada dos envolvidos com o processo. O a finalidade é a de fomentar a conservação e preservação dos recursos hídricos, direcionando e fortalecendo o uso de maneira sustentável dos elementos naturais utilizados nas mais diversas atividades produtivas do homem do sertão. A finalidade desta ação é a de Capacitar membros dos comitês, técnicos das mais diversas instituições e demais membros da sociedade civil, possibilitando a disponibilização e o compartilhamento de informações, consequentemente contribuindo para o fortalecimento da gestão integrada dos recursos hídricos. 3.3.7 Criar e implementar programa para proteção e recuperação dos aquíferos. A região do semiárido sergipano é carente de fontes produtoras de água. Em alguns momentos os recursos aqüíferos encontram-se em processo de degradação e poluição. Na garantia da qualidade dessas fontes de recursos hídricos devem ser implementadas ações voltadas para a recuperação, preservação e uso sustentável dos mesmos. 149 PAE-SERGIPE Assegurar o estabelecimento de diretrizes que nortearão ações de preservação, conservação e recuperação de aqüíferos. 3.3.8 Definir uma política compensatória orientada à recuperação de aquíferos Em muitos relatos nas oficinas percebeu-se que existe uma preocupação com os aqüíferos e com as nascentes. Estes se tornam importantes elementos para as cadeias produtivas nos meses de estiagem. Nesse contexto, recomenda-se o estabelecimento de alternativas para as medidas compensatórias, balizadas em ações diretas de incentivo para aqueles que já desenvolvem ou passem a desenvolver estratégias de proteção e recuperação dos depósitos subterrâneos de água. 150 PAE-SERGIPE 5.4 OBJETIVO 4: GARANTIR A CONSERVAÇÃO, PRESERVAÇÃO E USO SUSTENTÁVEL DA BIODIVERSIDADE COMO COMBATE AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS. Estratégia 4.1 Ordenação do Uso e Ocupação Do Meio O planejamento territorial constitui-se num importante instrumento para gerenciar territórios urbanos e rurais. Dentro desse planejamento, o uso e ocupação do meio devem estar cautelosamente esquematizados, na tentativa de promover o uso sustentável dos recursos, de sorte a evitar problemas futuros. Nesse contexto o Zoneamento Ecológico Econômico - ZEE torna-se indispensável ferramenta para dar suporte às decisões do poder público guiando os processos de desenvolvimento, ordenamento territorial, conservação da biodiversidade e monitoramento nas ASD’s. Ação 4.1.1 Elaborar o ZEE A finalidade é a de ter um documento base para ordenamento e orientação da organização sócio-espacial do território do Alto Sertão Sergipano. Estratégia 4.2 Assegurar a Sustentabilidade da Matriz Energética Historicamente na região Nordeste a lenha representa a principal matriz energética nos processos produtivos. Olarias, padarias, carvoarias, serrarias, dentre uma série de outras atividades, fomentam o consumo de madeira proveniente da vegetação nativa. Atrelado a esse cenário, tem-se o intenso processo de retirada da cobertura vegetal, seja por queimadas ou ainda por derrubadas da caatinga, para expansão de atividades agropastoris. Diante disso, torna-se extremamente necessário pensar a diversificação e a sustentabilidade de outros modelos de consumo energético, inserindo novas alternativas e adotando o manejo sustentável da caatinga. 4.2.1 Fomentar o uso de energias renováveis alternativas É real o uso desenfreado da lenha como principal matriz energética no alto sertão sergipano. Nesse cenário a utilização de energias renováveis alternativas, como por exemplo a solar, eólica e o biogás, torna-se importante instrumento na sustentabilidade da utilização dos recursos florestados da caatinga. Portanto com esta ação se pretende promover a diversificação da matriz energética no semiárido sergipano, tendo em vista a pressão no uso dos recursos e a diminuição dos recursos florestais. 151 PAE-SERGIPE 4.2.2 Desenvolver e divulgar programas para implementar os planos de manejo florestal integrado Experiências já comprovam a importância de se estabelecer alternativas como o manejo florestal nas áreas de caatinga. Essa ação contribuirá de maneira muito significativa, na garantia de conservação, preservação e uso sustentável da biodiversidade como combate às mudanças climáticas, visto que a implementação, efetivo desenvolvimento e ampla divulgação desse programa, fornecerão importantes instrumentos para as ações executadas pelo governo e sociedade civil organizada. Fortalecer a gestão integrada dos recursos florestais visando o seu uso de maneira sustentável. 4.2.3 Desenvolver e implementar um programa sobre eficiência energética orientado a todos os setores e públicos O uso sustentável dos recursos naturais é umas das premissas básicas no combate à desertificação. A eficiência energética tem sido discutida e aplicadas em várias situações. Nesse sentido, as ações de combate à desertificação e valorização dos recursos naturais devem manter relação direta com os critérios e princípios da eficiência energética. Cabe, portanto, o estabelecimento de um programa que vise nortear a eficiência energética nas mais variadas atividades, realizadas pelos diversos atores da sociedade, com vistas ao desenvolvimento sustentável. 4.2.4 Integrar as ações de fiscalização federal, estadual e municipal sobre consumo e transporte de lenha. Desenvolver ações integradas (federal, estadual e municipal) para realizar a fiscalização de empresas consumidoras de lenha e de transportes de produtos florestais, criará um contexto de maior eficiência e eficácia das atuações do poder público quanto ao uso ilegal dos recursos florestais da Caatinga e portanto um controle no desmatamento ilegal. Estratégia 4.3 Recuperação e Manejo Sustentável dos Recursos Naturais É necessário repensar o modelo de manejo dos recursos naturais nas ASD’s. A recuperação de áreas degradadas bem como a adoção de práticas sustentáveis nas atividades agropastoris, combinada com ações de recuperação e proteção dos solos, fomentarão uma reaproximação do equilíbrio ambiental dos elementos da caatinga, capaz 152 PAE-SERGIPE de contribuir para a melhoria da qualidade ambiental, e, por conseguinte, para melhoria da qualidade de vida da população local. 4.3.1 Criar um programa estadual de manejo sustentável, conservação do uso do solo e recuperação de áreas degradadas Diante de tantos anos de uso predatório dos recursos da caatinga, torna-se necessário a criação de alternativas de instrumentos de manejo sustentável, que estabeleçam diretrizes gerais para o fomento de ações de conservação dos solos. Portanto a finalidade é a de estabelecer marcos regulatórios com promoção e execução de projetos que reflitam na conservação ds solos,bem como no manejo sustentável e recuperação de áreas degradadas. 4.3.2 Desenvolver campanhas de divulgação sobre manejo sustentável, conservação e recuperação de áreas degradadas Um dos grandes problemas do manejo inadequado do solo é a falta de informação. Sendo assim, desenvolver campanhas de divulgação envolvendo os mais diversos atores sociais, dentre esses, governo, iniciativa privadas e sociedade em geral. Deve-se observar que nos meios de vinculação de dados e informações o cuidado com os termos e a linguagem utilizados, de forma que possibilitem a transferência eficiente dos conteúdos. Portanto a finalidade é a de Promover o fortalecimento e o fomento da adoção de medidas sustentáveis de uso do solo, através da ampla divulgação e facilitação do acesso às informações relevantes sobre o tema 4.3.3 Desenvolver um programa de formação continuada orientada a todos os setores sobre manejo sustentável, uso e recuperação de áreas degradadas A formação continuada deve sempre ser levada em consideração, uma vez que funciona como estratégia que auxiliará as comunidades, os órgãos de caráter governamental e não governamental, a compreenderem e utilizarem as ferramentas para o manejo sustentável disponibilizadas, seja por meio de programas, leis, projetos, editais, políticas compensatórias. Esta ação esta contemplada dentro do Objetivo 5, na Estratégia 5.3: Formação continuada e Educação ambiental. 153 PAE-SERGIPE 4.3.4 Desenvolver um programa de combate ao desmatamento O desmatamento tem se constituído um problema grave nas ASD’s em Sergipe. Em muitos casos, para a expansão da pecuária, a supressão de vegetação é realizada sem nenhum critério técnico. Um direcionamento nas ações de conservação das espécies florestais da caatinga poderá repercutir em ações individuais e coletivas de valorização das áreas com ocorrência de vegetação nativa. Portanto a finalidade é a de Garantir a proteção das áreas florestais existentes, contribuindo dessa maneira na proteção dos solos, da biodiversidade, enfim dos recursos naturais, com o uso de atividades de manejo sustentável. 4.3.5 Criar a Política Estadual Florestal Essa política balizará as ações de conservação, preservação e uso sustentável das matas, estabelecendo marcos legais, fomentando a captação de recursos, propondo novas alternativas e cenários futuros da cobertura vegetal do Estado. Tal Política será elaborada baseada no Diagnostico Florestal do Estado e o inventário Florestal. A finalidade é a de regulamentar o uso sustentável, conservação e preservação do recurso florestal do Estado. 4.3.6 Criar assessoria técnica interinstitucional sobre manejo sustentável dos recursos naturais A prática da assistência técnica já é fato em Sergipe. O desafio é a integração entre os diferentes órgãos e instituições que têm promovido essa prática. Novas concepções de uso dos recursos naturais, acompanhadas de novos padrões de organizações sociais exigem outras estratégias de manejo sustentável, as quais por si necessitam de melhores formas de transmissão e aplicação dos conhecimentos. O estabelecimento de uma assessoria técnica interinstitucional integrada na região poderá promover mudanças nos tipos de manejos hoje aplicados, com garantia e agilidade no apoio às comunidades e associações no tocante ao acesso às formas variadas de uso dos recursos, garantindo a racionalidade e a sustentabilidade nas suas mais diferentes dimensões. 4.3.7 Implementar plano de controle as queimadas As queimadas descontroladas são comuns no sertão sergipano. Isto traz como conseqüências o empobrecimento do solo, mas não somente isso, muitas vezes as queimadas geram incêndios de grande tamanho favorecendo ainda mais os processos de 154 PAE-SERGIPE desertificação. Um plano de controle as queimadas viria a definir diretrizes para isto não acontecer, estabelecendo orientações para agricultores e pecuaristas e oferecendo métodos de manejo para a proteção dos solos e da própria biodiversidade. Estratégia 4.4 Desenvolver um Plano De Conservação Unidade de Conservação (UC) é um espaço de território com características naturais relevantes e limites definidos, instituído pelo Poder Público para garantir a proteção e conservação dessas características naturais. Existem unidades de conservação de proteção integral, garantindo a preservação total da natureza, e de uso sustentável, que permitem seu uso controlado. As Unidades de Conservação podem ser Públicas ou Privadas. Diante do intenso processo de devastação das florestas caatingueiras, é fundamental preservar as poucas áreas que restam no Estado. Ressalta-se que criar uma unidade de conservação não é o passo final do processo, os planos de manejo, a fiscalização e o monitoramento são imprescindíveis para garantir a conservação, preservação da biodiversidade para a manutenção da vida, e ainda com reflexos no combate às mudanças climáticas globais. Portanto é imprescindível contemplar a criação de UC como uma das ações de combate à desertificação. 4.4.1 Realizar estudos que definam áreas prioritárias para criação de UC’s Diante das poucas áreas preservadas que restam na caatinga sergipana é desejável fomentar a realização de estudos que definam as áreas prioritárias para a criação de UC’s tanto de proteção integral como as de uso sustentável. Essas UC’s representam a possibilidade de garantia de comunidades bióticas geneticamente sustentáveis que se encontrarem mais ameaçados de degradação ou eliminação. 4.4.2 Elaborar e implementar os planos de manejo das UC pertencentes ao sistema estadual de unidades de conservação Sabe-se que não basta apenas criar as UC’s, elaborar e implementar os planos de manejo, além de uma exigência da lei, é imprescindível pois este documento incluira o zoneamento da UC definindo assim o grau de uso ou de preservação de cada uma das zonas. 155 PAE-SERGIPE 4.4.3 Definir mecanismos que facilitem/incentivem a criação de Unidades de Conservação públicas e privadas O processo de criação de unidades de conservação, sejam elas de uso sustentável ou de proteção integral, precisa ser melhor entendido pela sociedade. Nesse sentindo, a definição de mecanismos para compreensão da importância e do papel das UC’s frente a problemática ambiental, requer ações prioritárias de divulgação junto aos potenciais criadores dessas unidades. Nem sempre é possível criar áreas públicas de preservação nas mais variadas localidades, nesse sentido fomentar a criação das Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN’s) pode-se tornar um caminho alternativo de ampliação das áreas protegidas. 4.4.4 Elaborar e implementar plano de fiscalização e monitoramento das áreas protegidas Como uma forma de acompanhar o cumprimento do disposto no Plano de Manejo da Unidade de Conservação e de monitorar ou acompanhar os efeitos e impactos que as atividades contempladas nele estão causando, é imprescindível uma fiscalização continua. Portanto com isto se pretende Garantir a efetiva preservação/conservação e o desempenho das funções das áreas protegidas. 156 PAE-SERGIPE 5.5 OBJETIVO 5: DESENVOLVER MECANISMOS ORIENTADOS À GARANTIR E A EFETIVA IMPLEMENTAÇÃO DAS POLÍTICAS, PROGRAMAS E PROJETOS DE COMBATE À DESERTIFICAÇÃO. Estratégia 5.1 Fortalecimento das Capacidades de Gestão A capacidade de gestão pode ser definida, do ponto de vista político-institucional, como uma idéia de sustentabilidade, levando-se em consideração os aspectos relacionados com a institucionalização de mecanismos e estratégias que ampliem e/ou concretizem contribuições e alianças capazes de beneficiar a manutenção das decisões e dos resultados esperados (GUIMARÃES et al., 2004). Considerando-se o diagnóstico descritivo das condições atuais das ASD's em Sergipe do ponto de vista político-institucional, os programas citados apresentaram vários pontos satisfatórios. Porém, nota-se a carência de políticas públicas relacionadas com a problemática da desertificação e em alguns casos existe uma sobreposição de programas, e consequente pulverização de recursos. Além, da dificuldade em monitorar e acompanhar os resultados. Ressalta-se também, uma carência em aprimorar a agilidade na liberação de projetos, licenças e recursos financeiros, e na acessibilidade as diferentes modalidades de editais, no que diz respeito ao uso de uma linguagem acessível e adequada ao público alvo. Neste aspecto, o fortalecimento das capacidades de gestão é considerado uma estratégia importante que poderá ser contemplada por meio das seguintes ações: 5.1.1 Criar uma Comissão permanente e ativa Estadual de combate a desertificação. As ações previstas neste documento para combate à desertificação e mitigação das secas não poderiam ser implementadas sem a existência de um grupo interinstitucional que as promova e monitore. Esta Comissão deve estar formada por representantes de diferentes secretarias do Estado, representantes dos Municípios e da Sociedade Civil. Portanto a finalidade deste grupo é a de monitorar o combate à desertificação no Estado de Sergipe. Como atribuições específicas solicitadas pela sociedade civil são as de reforçar a construção de convênios para o combate à desertificação e mitigação dos efeitos da seca, determinando e priorizando as estratégias de ação do governo, do setor privado e da sociedade civil nas ASD's do Estado. 157 PAE-SERGIPE 5.1.2 Garantir a integração e interação das diferentes Politicas Publicas vinculadas com o combate à desertificação. . Existem varias políticas públicas, programas e projetos vinculados com o combate à desertificação, em alguns casos estes não são suficientes ou não estão sendo implementados na medida necessária. Em outros casos existem lacunas que devem ser preenchidas, principalmente no que diz respeito às políticas municipais, e em outras ocasiões existe uma ausência de integração e interação entre diferentes políticas, programas ou projetos. Portanto a finalidade é a de facilitar os mecanismos para fomentar uma política Estadual de Combate à Desertificação integrada e eficiente.. 5.1.3 Fortalecer o quadro técnico público vinculado com combate à desertificação. Existe um quadro reduzido de funcionários e ausência de corpo técnico qualificado para o enfrentamento das questões relacionadas com a problemática da desertificação, nas instituições públicas do Estado. Isto foi ressaltado pela Sociedade Civil nas oficinas e definida a necessidade de realização de concurso público para disponibilização de corpo técnico qualificado, assim como a melhoria das condições de trabalho dos funcionários públicos (salários compatíveis, capacitações continuadas, disponibilização de equipamentos e instalações físicas para melhor desempenho das funções). Com isto se tenciona conseguir uma especialização e ampliação do quadro técnico de forma que exista um grupo qualificado para trabalhar na temática de combate à desertificação e especificamente para implementar tecnicamente o estabelecido neste Programa de combate à desertificação. 5.1.4 Adequação da legislação ambiental à realidade do Estado.. Em muitas ocasiões a legislação estadual é antiga e não se adéqua à conjuntura estadual. Por isto, e por ser o Programa de Combate à desertificação a base para uma política estadual que abrange diferentes temas, é importante revisar e adequar a legislação ambiental do estado. Com isto se pretende adequar a legislação à realidade de forma que sejam implementadas politas, leis e resoluções condizentes com a realidade ambiental e social do estado. 158 PAE-SERGIPE 5.1.5 Criar um programa de viabilização e fortalecimento das Organizações da Sociedade Civil do Semiárido. Durante as oficinas foi colocada a fragilidade de algumas organizações da sociedade civil: cooperativas, associações, coletivos, grupos, movimentos sociais etc. pois em muitas ocasiões não tem meios nem técnicos, nem financeiros para a autogestão, principalmente relacionado com aquelas organizações em áreas rurais. Com este programa se pretende fortalecer as organizações da sociedade civil, de forma a atingir a autogestão. Estratégia 5.2. Fortalecimento e Estruturação dos Órgãos Municipais para Implementar Ações de Combate a Desertificação Nos municípios que compõem as ASD's do Estado, existe uma série de atividades econômicas que utilizam os recursos naturais de maneira desordenada, provocando diversos problemas ambientais que direta e/ou indiretamente acabam repercutindo no avanço da desertificação. Além disso, um dos principais problemas que inibem as ações desses municípios são as pendências fiscais das prefeituras, que são recebedoras dos recursos repassados pelos órgãos ou programas federais e/ou estaduais. Uma vez que, a regularização fiscal das prefeituras é um requisito sine qua non para se obter e direcionar recursos (estaduais e federais) voltados para as ações de combate à desertificação e mitigação dos efeitos da seca. Com o objetivo de enfrentar essas problemáticas, sugerem-se algumas ações, visando o fortalecimento e estruturação desses órgãos municipais: 5.2.1 Fomentar a criação e fortalecimento de secretarias ou órgãos públicos meio ambientais. Durante as oficinas foi colocado como uma questção importante a carência de secretarias ou órgãos públicos municipais voltados para o meio ambiente e a fragilidade dos já existentes. Para criar planos municipais de combate à desertificação é necessário que as prefeituras tenham estrutura técnica adequada que possa desenvolver e orientar na implementação destes planos. 159 PAE-SERGIPE Portanto esta ação tenciona fortalecer as Prefeituras para a efetiva implementação de planos municipais de Combate á Desertificação. 5.2.2 Criar Políticas ou programas a nível municipal para o combate a desertificação A inexistência de políticas e/ou programas municipais específicos para o combate à desertificação e mitigação dos efeitos da seca foi patente durante as oficinas. Uma das formas de implementar esta questão é a construção, por parte dos municípios, de Planos Municipais de Combate à Desertificação. Assim se tenciona desenvolver um trabalho mais localizado e especifico de combate à desertificação. 5.2.3 Criar Políticas e programas municipais para agricultura familiar Foi colocado nas oficinas a necessidade de criar e desenvolver políticas e programas municipais de fortalecimento e qualificação, através de parcerias com os Governos Federal, Estadual e iniciativa privada, visando à consolidação de um desenvolvimento econômico local da agricultura familiar, baseado nos princípios da agroecologia, nos municípios das ASD's do Estado. Essas ações devem levar em consideração, o estímulo ao fomento a agroindústria com formas alternativas de geração de renda sustentável para os pequenos agricultores familiares e assentados e, a implementação do sistema de assistência técnica e extensão rural, com a capacitação de técnicos para atuarem junto a esses agricultores. Estratégia 5.3 Formação Continuada e Educação Ambiental A estratégia proposta para responder aos desafios que se colocam para a Educação Ambiental nas ASD's recai no envolvimento de todos os atores do processo educacional (professores, alunos, comunidades, funcionários, dirigentes, representantes dos órgãos do poder público e da sociedade civil, movimentos sociais, entre outros). Para a edificação desse novo processo educacional é importante considerar as seguintes ações: 5.3.1 Implementação da Política Estadual de Educação Ambiental. Existe uma Política Estadual de Educação Ambiental e um Programa que a implementa. Com esta ação se pretende ressaltar a necessidade de continuar com a implementação desta política e, favorecendo os espaços e meios, assim como incluir a temática do combate a desertificação. 160 PAE-SERGIPE 5.3.2 Desenvolver um programa de formação inicial e continuada sobre mecanismos de combate à desertificação. Foi ressaltado nas oficinas a necessidade urgente de implementar ações de capacitação continua sobre mecanismos de combate à desertificação. Estas capacitações serão orientadas a todos os setores e públicos: educadores, acampados, assentados, comunidades indígenas e quilombolas, agricultores familiares e extensionistas. Além, de atender todos os segmentos públicos e privados envolvidos no combate à desertificação. Dentro deste programa estariam contempladas as capacitações específicas que já foram incluídas como ações e estratégias nos objetivos 1, 2, 3 e 4. 5.3.3 Criar e implementar uma campanha de sensibilização sobre questões ambientais. Vinculada com as ações implementadas pelo Programa Estadual de Educação Ambiental, foi definida, nas oficinas, a necessidade específica de implementar esta campanha de sensibilização, que deve estar dirigida a todos os publicos com as midias adequadas tambem para cada tipo de publico. Portanto, a finalidade é a de introducir a educação socioambiental, de forma clara e objetiva, com uma linguagem acessível e adequada aos diversos segmentos da sociedade. 5.3.4 Criação de Núcleo de Pesquisas para o Semiàrido Sergipano. Conforme foi colocado anteriormente, existe uma ausência de interação e integração de pesquisas, boas práticas e lições aprendidas, bem como, a aplicação e validação in loco das mesmas, na região do semiárido. Com esta ação se pretende criar a base para um sistema de pesquisas integrado, articulando diferentes instituições públicas, privadas e de pesquisa, no estudo e desenvolvimento de ações voltadas para o semiárido e para o combate à desertificação. Estratégia 5.4 Geração de incentivos orçamentários e fiscais para os processos de combate à desertificação. Esta estratégia visa garantir recursos financeiros, bem como facilitar o acesso aos mesmos, além da aquisição de dotação orçamentária para o desenvolvimento das atividades no combate à desertificação e mitigação dos efeitos da seca no Estado, por meio dos Planos Plurianuais dos Governos Federal, Estadual e Municipais, parcerias 161 PAE-SERGIPE institucionais públicas e privadas, e, elaboração de projetos, complementados com as seguintes ações: 5.4.1 Criação de uma Lei de ICMS Ambiental A ausência de incentivos e especificamente relacionados com instrumentos econômicos, voltados para a conservação e preservação do meio ambiente faz necessária a pesquisa de viabilidade e criação de uma lei de ICMS Ambiental. A finalidade é a de garantir estímulos à conservação da biodiversidade, além de constituir um mecanismo para o estado influenciar o processo de desenvolvimento sustentável dos municípios. 5.4.2 Desenhar e implementar Políticas Compensatórias que incentivem ações de combate a desertificação. Existe uma carência de políticas públicas de compensação e conservação ambiental, especialmente para o combate a desertificação. Para evitar isto esta ação tenciona garantir instrumentos de compensação ambiental que incentivem ações para o combate à desertificação. 5.4.3 Criar O Fundo Estadual de Combate à Desertificação Existe um Fundo Caatinga, que tem por finalidade a de financiar projetos de combate à desertificação. Este fundo esta em fase de implementação. A proposta de criação deste fundo mostra a inexistência de recursos para financiar ações voltadas para o combate à desertificação e mitigação dos efeitos da seca. Para evitar isto, com a criação de um fundo estadual se pretende assegurar a disponibilidade de recursos financeiros a projetos de cunho sócio-ambiental, beneficiando as comunidades residentes no semiárido, além da conservação e preservação da Caatinga. 5.4.4 Incentivar Estudos para definir a viabilidade de Parcerias Público Privadas (PPP’s) Na procura de mecanismos que incentivem e fomentem as ações de combate à desertificação, surgiu a possibilidade de aplicar as parecerias público privadas no financiamento de ações voltadas à qualidade ambiental. Com esta ação se pretende avaliar a inclusão de atividades relacionadas ao meio ambiente, com ênfase as ações de combate à desertificação, visando a incorporação no plano anual do PROPPPSE. 162 PAE-SERGIPE 6. GESTÃO A palavra gestão pode ser interpretada como o modo em que a sociedade se interage em busca de um objetivo comum estando diretamente relacionada às pessoas e a sua forma de comunicação. Sendo que, às vezes, o modelo de gestão de uma organização é subentendido não apresentando clareza e nem visibilidade para as pessoas envolvidas. Do ponto de vista político-institucional a capacidade de gestão pode ser definida como uma idéia de sustentabilidade, considerando-se os aspectos relacionados com a institucionalização de mecanismos e estratégias que ampliem e/ou concretizem contribuições e alianças capazes de beneficiar a manutenção das decisões e dos resultados esperados (Guimarães et al., 2004 ). Logo, a instituição responsável pela gestão do PAE-SE terá a incumbência de articular entre as diversas instituições governamentais e não governamentais a implementação do programa. E terá como desafio, a integração de atores e de políticas existentes nas diferentes esferas de governo, além de responder pela organização das informações inerentes à tomada de decisão, monitoramento e avaliação das políticas públicas que integram o PAE-SE. Vale destacar, que a participação social é o princípio que rege a elaboração do PAESE, concedendo autenticidade aos processos de construção do mesmo, bem como indicando a transparência das ações do Governo, através do entendimento com representantes da sociedade, relacionamento com a mídia ou no diálogo com os poderes instituídos. Neste contexto, para o gerenciamento e monitoramento do PAE-SE, é imprescindível a estruturação de uma Comissão Estadual de Combate à Desertificação, que deverá ser criada por meio de decreto estadual, e coordenada pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (SEMARH). Esta Comissão deverá ser formada por no máximo vinte integrantes, visando maior funcionalidade no desenvolvimento das ações. A seleção das instituições integrantes da Comissão será baseada em duas situações: a primeira está relacionada com o conteúdo do PAE, mais especificamente, com as instituições que possuem competência para desenvolver ações contidas no programa, e a segunda, leva em consideração as instituições que foram definidas como prioritárias pelos participantes das oficinas para a elaboração do PAE-SE nas ASD’s. 163 PAE-SERGIPE Assim, a Comissão Estadual de Combate à Desertificação deverá ser composta pelos seguintes membros: • Um representante da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos - SEMARH • Um representante da Secretaria de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão SEPLAN • Um representante da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômica, Ciência, Tecnologia e do Turismo – SEDETEC • Um representante da Secretaria de Estado da Inclusão, Assistência e do Desenvolvimento Social - SEIDS • Um representante da Administração do Estadual do Meio Ambiente – ADEMA • Um representante da Secretaria da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário – SEAGRI • Um representante do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA • Um representante do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA • Um representante do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas – DNOCS • Um representante da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA • Um representante da Universidade Federal de Sergipe • Um representante do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura e Agronomia do Estado de SERGIPE - CREA • Um representante do BANESE • um representante • Um representante da Secretaria Estadual de Educação – SEED • Dois representantes da Sociedade Civil Organizada: ASA • Representantes dos Municípios incluídos dentro das Áreas Suscetíveis a Desertificação - ASD. do BNB Este grupo Estará coordenado pela SEMARH e terá dois Núcleos ativos: Núcleo de Gestão, cuja principal função é a de assegurar, incentivar e provocar o cumprimento das ações e estratégias recolhidas neste PAE. Com o intuito não só de atingir os objetivos, mas também de otimizar as ações de forma que sejam evitadas duplicidade e falta de integração das mesmas. Núcleo de Monitoramento, este núcleo terá a função de acompanhar a implementação das ações, portanto do desempenho e de coletar as informações para realizar o monitoramento de Impacto. 164 PAE-SERGIPE 7. MECANISMOS ORIENTADOS PARA GARANTIR A EFETIVA IMPLEMENTAÇÃO DO PAE-SE A proposta do PAE-SE estabelece que as ações de combate à desertificação estejam ligadas, quando possível, às políticas, programas e/ou projetos já existentes. Pretendendose assim, edificar um programa completo e eficaz que envolva as diferentes secretarias estaduais e municipais, além das instituições do terceiro setor, universidades e sociedade civil. Através da junção de experiências exitosas, espera-se suprimir a sobreposição de ações, com a criação de novas oportunidades, visando facilitar a gestão do programa, bem como a diminuição de custos. Além, de favorecer uma maior integralização entre os atores envolvidos, resultando no fortalecimento do programa no estado. Para isso, a criação de uma Comissão Estadual de Combate à Desertificação é de fundamental importância para gerir e/ou monitorar a implementação das diversas ações contidas neste documento. A seguir, serão apresentadas as ações propostas durante as oficinas, de acordo com os cinco grandes objetivos do PAE-SE, bem como a gestão e as políticas, programas e projetos vinculados direta/indiretamente a determinada ação. Ressalta-se, que a maioria das ações elencadas e validadas como prioridades nas oficinas já possui algum vinculo direto/indireto com políticas, programas e/ou projetos existentes, cabendo o acompanhamento das mesmas, com o intuito de avaliar se essas ações estão sendo executadas de maneira a atingir seus objetivos. Portanto, faz-se necessário priorizar àquelas ações que ainda não possuem nenhum tipo de política, programa e/ou projeto realizado. OBJETIVO 1. REDUZIR A POBREZA E EVITAR O ÊXODO RURAL AÇÕES PROGRAMAS, POLÍTICAS E PROJETOS GESTÃO Estratégia 1.1 Desenvolver um programa educativo de acordo com a realidade das ASD’s 165 PAE-SERGIPE • Competência: SEED, 1.1.1 Melhorar a estrutura das unidades escolares dotando-as de equipamentos adequados para a nucleação nas áreas rurais Secretarias de Educação Municipais. • Parceiros: MEC, Instituições Bancárias e suas fundações; Conselhos de Direitos; Sindicatos e Movimentos Sociais. • Competência: 1.1.2 Garantir a alimentação nas unidades escolares das ASD’s. SEIDES; SEED; Secretarias Municipais de Educação. • Parceiros: CAE’s; Sindicatos de Classe; Sociedade Civil, MDS; MEC. • Programa de Segurança Alimentar e Nutricional: PAA (Programa de Aquisição de Alimentos) e PAA Leite. • ProJovem Campo – Saberes da Terra; • Centro Estadual de Educação • Competência: SEED; • Parceiros: 1.1.3 Implantação de escolas agrícolas nas ASD’s. Secretarias Municipais de Educação; Sindicato dos Professores; Conselhos Escolares Locais; Profissionais da Educação, Sociedade Civil e MEC. Profissional Dom José Brandão de Castro; • Decreto Federal nº 7.354/2010, dispõe sobre a Política de Educação do Campo; • Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (Res. CNE/CEB nº 5/2009); • Políticas Públicas de Atendimento a Educação Básica do Campo (Res. CNE/CEB nº 2/2008). • ProJovem Campo – Saberes da Terra; • Competência: SEED • Parceiros: 1.1.4 Assegurar um currículo escolar contextualizado (Prioridade). Secretarias Municipais de Educação; Sindicato dos Professores; Conselhos Escolares Locais; Profissionais da Educação, Sociedade Civil e MEC. 166 • Decreto Federal nº 7.354/2010, dispõe sobre a Política de Educação do Campo; • Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (Res. CNE/CEB nº 5/2009); • Políticas Públicas de Atendimento a Educação Básica do Campo (Res. CNE/CEB nº 2/2008). PAE-SERGIPE • ProJovem Campo – Saberes da Terra; • Centro Estadual de Educação Profissional Dom José Brandão de Castro; • Competência: SEED; • Parceiros: 1.1.5 Implantação de escolas nas áreas de assentamento de reforma agrária. Secretarias Municipais de Educação; Sindicato dos Professores; Conselhos Escolares Locais; Profissionais da Educação, Sociedade Civil, MEC e INCRA. • Decreto Federal nº 7.354/2010, dispõe sobre a Política de Educação do Campo; • Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (Res. CNE/CEB nº 5/2009); • Políticas Públicas de atendimento a Educação Básica do campo (Res. CNE/CEB nº 2/2008). • PRONERA - Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária; • Competência: SEED; 1.1.6 Formação continuada e específica dos educadores. Secretarias Municipais de Educação. • Parceiros: Sindicato dos Professores; Conselhos Escolares Locais; Universidades, Movimentos Sociais e MEC • Programa Escola Ativa; • UAB - Universidade Aberta do Brasil; • ProFormação – Programa de Formação de Professores em Exercício. Estratégia 1.2 Garantir o acesso a terra 1.2.1 Implantar uma política específica de acesso a terra voltada para os jovens. 1.2.2 Aprimorar as políticas de acesso ao crédito para os assentados. 1.2.3 Garantir a reestruturação e a regularização fundiária nas ASD’s. • Competência: SEAGRI; • Parceiros: Secretarias Municipais de Agricultura, INCRA e MDA; • Competência: • PRONAF – Programa SEAGRI; PRONESE; • Parceiros: Instituições Bancárias, INCRA e MDA. Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar; • PGPAF – Programa de Garantia de Preços para a Agricultura Familiar; • Crédito Instalação. • Competência: • Programa de Reforma SEAGRI; • Parceiros: FUNAI; Fundação Palmares; Sociedade Civil, Instituições Eclesiais de Base, INCRA e MDA. 167 Agrária; • INCRA / Ação 8396 (implantação e recuperação de infraestrutura básica em projetos de assentamento); • Crédito Instalação. PAE-SERGIPE • Competência: 1.2.4 Fomentar meios de produção sustentável nas áreas de assentamento. 1.2.5 Garantir água potável nos assentamentos das ASD’s. SEAGRI; • Parceiros: PRONESE; Secretarias Municipais de Agricultura; Órgãos de Desenvolvimento e Pesquisa; Instituições Financeiras; Universidades; Movimentos Sociais; ONG’s, Sindicatos, INCRA; e MDA. • Programa Terra Sol; • ATES - Assessoria Técnica, Social e Ambiental à Reforma Agrária; • Lei Federal nº 12.188/2010, institui a Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural – PNATER; • Decreto Federal nº 7.215 / 2010, regulamenta a lei de ATER; • PRONATER – Programa Nacional de Assistência Técnica, Extensão Rural e Reforma Agrária. • Competência: DESO; Secretarias Municipais de Infraestrutura/ Saneamento. • Lei Federal nº 12.188/2010, 1.2.6 Garantir assistência técnica continuada às comunidades do campo nas ASD’s (Prioridade). 1.2.7 Planejamento orçamentário adequado/compatível às demandas nas áreas de reforma agrária. 1.2.8 Fiscalização efetiva na implementação dos projetos nas ASD’s (Prioridade). 1.2.9 Obediência de módulo fiscal na implantação de assentamentos. • Competência: EMDAGRO; • Parceiros: SEAGRI; PRONESE, Secretarias Municipais de Agricultura, MDA e INCRA. institui a Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural – PNATER; • Decreto Federal nº 7.215 / 2010, regulamenta a lei de ATER; • PRONATER – Programa Nacional de Assistência Técnica, Extensão Rural e Reforma Agrária; • ATES - Assessoria Técnica, Social e Ambiental à Reforma Agrária; • ATER – Assistência Técnica e Extensão Rural. • Competência: INCRA; MDA; • Parceiros: ATES; SEAGRI e Secretarias Municipais de Agricultura. • Competência: SEAGRI; SEIDES. PRONESE • Parceiros: Secretarias Municipais, INCRA e MDA. • Competência: SEAGRI; • Parceiros: EMDAGRO, Secretarias Municipais de Agricultura, INCRA e MDA. 168 Lei Federal nº 8.629/1993, dispõe sobre a Regulamentação dos Dispositivos Constitucionais Relativos à Reforma Agrária, previstos no Capítulo III, Título VII, da Constituição Federal. PAE-SERGIPE OBJETIVO 2. GARANTIR A SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL, ASSEGURANDO UMA PRODUÇÃO SUSTENTÁVEL E ADEQUADA PARA AS FAMÍLIAS DAS ASD’S AÇÕES GESTÃO PROGRAMAS, POLÍTICAS E PROJETOS Estratégia 2.1 Priorizar um sistema produtivo adequado à realidade do semiárido e das ASD’s • CONVIVER – Programa de • Competência: 2.1.1 Fomentar a produção, seguindo os modelos de convivência com o semiárido. 2.1.2 Definir e realizar pesquisas orientadas à resolução de problemas na produção local. SEDETEC; SEPLAN. • Parceiros: SEAGRI; Secretarias Municipais de Agricultura; SEBRAE; ICODERUS; PDHC; CMDRS; REAPISE; COOPRASE; BNDES, Movimentos Sociais, CODEVASF e MIN • Competência: FAPITEC; Universidades; IFS. • Parceiros: CMDRS, CONSEAS e Embrapa. 169 Desenvolvimento Integrado e Sustentável do Semiárido; • APL-SE - Núcleo Estadual de Arranjos Produtivos Locais; • APL’s – Arranjos Produtivos Locais (CODEVASF; SEBRAE); • PAIS – Produção Agroecológica Integrada e Sustentável; • Projeto Flor e Abelha; • Projeto de Estruturação da Cadeia Produtiva da Apicultura no Território do Alto-Sertão Sergipano; • Combate à Desertificação – Apoio ao desenvolvimento de atividades familiares sustentáveis em áreas susceptíveis à desertificação. PAE-SERGIPE • P1MC - Programa de • Competência: 2.1.3 Difundir e capacitar sobre tecnologias e tecnologias sociais adequadas. SEAGRI; SEIDE. • Parceiros: CDJBC; AMASE; Caritas Regional; SEBRAE; CODEVASF; CMDRS, CEDRS, ASA e MDA. Formação e Mobilização Social para a Convivência com o Semiárido: um milhão de cisternas rurais; • P1+2 - Programa de Formação e Mobilização Social para a Convivência com o Semiárido: uma terra e duas águas; • Projeto Dom Helder Câmara. Estratégia 2.2 Criar mecanismos que fortaleçam os sistemas produtivos sustentáveis existentes • Lei Federal nº 12.188/2010, 2.2.1 Garantir o cumprimento dos princípios da Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural – PNATER. • Competência: SEAGRI e EMDAGRO. • Parceiros: CEDRS; Instituições de ATER, MDA e INCRA institui a Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural – PNATER; • Decreto Federal nº 7.215 / 2010, regulamenta a lei de ATER; • PRONATER – Programa Nacional de Assistência Técnica, Extensão Rural e Reforma Agrária. • Competência: 2.2.2 Definir e implementar incentivos fiscais para a produção limpa. SEMARH; SEFAZ; Prefeituras. • Parceiros: ADEMA; IBAMA, Secretarias Municipais de Meio Ambiente e MMA. • Competência: 2.2.3 Implementação do pagamento por serviços ambientais. SEMARH; SEFAZ. • Parceiros: MMA, Casa Civil, Assembléia Legislativa, Secretarias Municipais de Meio Ambiente, Conselhos Municipais de Meio Ambiente e CEMA. • Competência: 2.2.4 Fomentar os bancos de sementes crioulas. SEAGRI; EMDAGRO; • Parceiros: MAPA, Embrapa; COHIDRO; CODEVASF; Secretarias Municipais de Agricultura, Movimentos Sociais, Organizações da Sociedade Civil e FETASE. 170 • Programa de Banco de Sementes de Milho, Feijão e Manivas de Mandioca do Estado de Sergipe; • Programa de Produção de Sementes Certificadas de Milho do Estado Sergipe. PAE-SERGIPE • Competência: 2.2.5 Simplificação do acesso ao crédito. 2.2.6 Definir políticas e direcionar investimentos para complementação das cadeias produtivas. Agentes Financiadores. • Parceiros: Instituições financeiras e Conselhos Municipais, BANESE, Banco do Brasil, CEF, BNB. • Competência: PRONESE; SEPLAN; SEIDES; DER; Secretarias Municipais de Obras. • Parceiros: Sociedade Civil. Estratégia 2.3 Fomentar a aquisição e comercialização de produtos da agricultura familiar. • Competência: 2.3.1 Criar mecanismos que favoreçam o associativismo e o cooperativismo na agricultura familiar. SEAGRI; PRONESE; SEED; Universidades, SEBRAE. • Parceiros: Colegiado do Território do Alto-Sertão Sergipano; Movimentos Sociais, CMDRS, INCRA; MDA e MAPA. • Termo de Cooperação entre as Secretarias Estaduais de Educação e Agricultura e Agricultores Familiares; • PSAN – Projeto de Segurança Alimentar e Nutricional para Famílias Acampadas e Assentadas nos Estados da Bahia e Sergipe; • SISCOP – Sistema CONTAG de Organização da Produção. • Competência: 2.3.2 Desenvolver um programa que vise o assessoramento técnico dos agricultores familiares para organização de estoques e regularidade na oferta de produtos. PRONESE; SEIDS; SEAGRI. • Parceiros: Colegiado do Território do Alto-Sertão Sergipano; FETASE; CONAB; PDHC; Movimentos Sociais, CDJBC, EMDAGRO, CMDRS e MDA. • PRONATER - Programa Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural na Agricultura Familiar e na Reforma Agrária; • Projeto de Assessoria Técnica Permanente (PDHC). • Competência: 2.3.3 Criar espaços de comercialização de agricultura familiar (feiras agroecológicas, mercado do produtor). Prefeituras; Governo Estadual. • Parceiros: Colegiado do Território do Alto-Sertão Sergipano; Movimentos Sociais; CMDRS; ATER; PDHC, Cooperativas, Associações, MDA, MDS e CONAB. 171 • 1º Feira Agroecológica, no município de Porto da Folha. PAE-SERGIPE • Competência: 2.3.4 Criar estruturas físicas que atendam a legislação sanitária e ambiental. 2.3.5 Estender os mecanismos de incentivo fiscal a todos os produtos da agricultura familiar que contribuam com o combate à desertificação Secretarias Municipais de Agricultura; SEPLAN; SEAGRI. • Parceiros: Vigilância Sanitária; Conselhos, EMDAGRO, ADEMA. MAPA; MDA. • Competência: SEAGRI; SEFAZ. • Parceiros: EMDAGRO, Prefeituras Municipais; Movimentos Sociais; Conselhos Municipais e Colegiados. • Competência: 2.3.6 Implementar e institucionalizar o PAA. SEAGRI; Prefeituras; Secretarias de Educação. • Parceiros: Legislativo; EMDAGRO, PRONESE; INCRA; MDA; Movimentos Sociais; Conselhos de Alimentação Escolar e Sindicatos. • Termo de Cooperação entre as Secretarias Estaduais de Educação e Agricultura e Agricultores Familiares; Estratégia 2.4 Incentivar e exigir a implementação total da Lei de Agrotóxicos 2.4.1 Criar uma campanha de divulgação da legislação de uso de agrotóxico orientada e adequada a todos os segmentos. • Competência: SEAGRI; EMDAGRO. • Parceiros: MAPA, CEDRS; CMDRS e Sindicatos. • Lei Federal nº 7.802/1989,13 Política do uso de Agrotóxicos. • Competência: 2.4.2 Redução do uso de agrotóxico. SEAGRI; EMDAGRO. • Parceiros: MAPA; COHIDRO; CEDRS; CMDRS e Sindicatos. 13 Lei Federal nº 7.802/1989, dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e embalagens, o registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins. 172 PAE-SERGIPE • Lei Federal nº 7.802/1989: 2.4.3 Fortalecer o monitoramento e fiscalização sobre o uso de agrotóxico. • Competência: SEAGRI; EMDAGRO;. • Parceiros: MAPA, ADEMA; CEDRS; CMDRS e Sindicatos. 173 Política do uso de Agrotóxicos. • Decreto Estadual nº 22.772/2004, dispõe sobre as Normas Regulamentares da Lei nº 3.195/1992, que trata do Controle de Agrotóxicos e outros Biocidas no Estado. PAE-SERGIPE 174 PAE-SERGIPE OBJETIVO 3. GARANTIR A SEGURANÇA HÍDRICA ENTENDIDA COMO ACESSO A ÁGUA POTÁVEL, RECURSOS HÍDRICOS CONSERVADOS E UNIVERSALIZAÇÃO DO SANEAMENTO BÁSICO. AÇÕES GESTÃO PROGRAMAS, POLÍTICAS E PROJETOS Estratégia 3.1 Universalizar o saneamento básico • Lei Federal nº 12.305/2010, 3.1.1 Garantir a efetiva implementação da Política Estadual de Resíduos Sólidos. • Competência: SEMARH/SQS. • Parceiros: SEPLAN; CODEVASF e Prefeituras. institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos. • Lei Estadual nº 5.857/2006, dispõe sobre a Política Estadual de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos. • Decreto Federal nº 7.404/201014, regulamenta a Política Nacional de Resíduos Sólidos • Revitalização do Rio São Francisco. 3.1.2 Desenvolver e implementar um sistema integrado de resíduos sólidos com coleta seletiva (Prioridade). • Competência: • Lei Estadual nº 5.857/2006, 3.1.3 Garantir a canalização e tratamento do esgoto doméstico. 3.1.4 Desenvolver um programa de formação continuada dos gestores que implementem a Política Estadual de Resíduos Sólidos. SEMARH/SQS. • Parceiros: Prefeituras e CARE. dispõe sobre a Política Estadual de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos.. • Competência: DESO; Prefeituras. • Parceiros: SEINFRA e SEPLAN. • Lei Estadual nº 5.857/2006, • Competência: SEMARH/SQS. • Parceiros: Prefeituras; UFS e IFS. dispõe sobre a Política Estadual de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos. • PNC - Programa Nacional de Capacitação de Gestores Ambientais. • Lei Federal nº 12.305/2010, 3.1.5 Garantir a efetiva implementação da Política Estadual de Resíduos Sólidos. • Competência: SEMARH/SQS. • Parceiros: SEPLAN; CODEVASF e Prefeituras. institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos. • Lei Estadual nº 5.857/2006, dispõe sobre a Política Estadual de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos. • Decreto Federal nº 7.404/2010, regulamenta a Política Nacional de Resíduos Sólidos. • Revitalização do Rio São Francisco. 14 Decreto Federal nº 7.404/2010, regulamenta a Lei nº 12.305/2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, cria o Comitê Interministerial da Política Nacional de Resíduos Sólidos e o Comitê Orientador para a Implantação dos Sistemas de Logística Reversa, e dá outras providências. 175 PAE-SERGIPE Estratégia 3.2 Fomentar a irrigação sustentável 3.2.1 Readequar os projetos de irrigação, visando o incremento da irrigação localizada. • Competência: 3.2.2 Desenvolver um programa de sistemas de produção integrada para os cultivos de sequeiros e irrigados existentes. • Competência: 3.2.3 Implementar e regulamentar a Lei de Irrigação Nacional. • Projeto Califórnia – SEAGRI; COHIDRO; • Parceiros: EMDAGRO e MIN. Modernização do Perímetro Irrigado Califórnia. • Projeto Califórnia – COHIDRO;; SEAGRI. • Parceiros: EMDAGRO, CODEVASF Diversificação da Atividade Produtiva no Perímetro Irrigado Califórnia. • Competência: • Lei Federal nº 6.662/1979, Legislativo. • Parceiros: CODEVASF e SEAGRI. dispõe sobre a Política Nacional de Irrigação. Estratégia 3.3 Garantir e assegurar a qualidade dos recursos hídricos Lei Federal nº9.433/199715, 3.3.1 Implementação e divulgação da Política Nacional de Recursos Hídricos. • Competência: ANA. • Parceiros: MMA e SEMARH/SRH. institui a Política Nacional de Recursos Hídricos. Lei Federal nº 9.984/2000, dispõe sobre a criação da Agência Nacional de Águas – ANA. Lei Estadual nº 3.595/199516, 3.3.2 Elaboração, implementação e divulgação do Plano Estadual de Bacias Hidrográficas (Prioridade). • Competência: 3.3.3 Implementar um programa para recuperação e preservação da mata ciliar. • Competência: • Programa Preservando SEMARH/SBF. • Parceiros: SEMEAR e SEMARH/SRH Nascentes; • Lei Estadual nº 3.595/1995, dispõe sobre a Política Estadual de Recursos Hídricos. • Competência: • Programa Preservando 3.3.4 Estender e ampliar o programa Preservando Nascentes para os municípios do AltoSertão. SEMARH/SRH. • Parceiros: ASCOM e Comitês de Bacias Hidrográficas. SEMARH/SBF. • Parceiros: Chesf; DESO; EMDAGRO; CODEVASF; SEMARH/SRH e SEMEAR. dispõe sobre a Política Estadual de Recursos Hídricos. Decreto Estadual nº 18.456/1999, regulamenta a Outorga de Direito de Uso de Recursos Hídricos, de Domínio do Estado. Nascentes; • Revitalização do Rio São Francisco; • Lei Estadual nº 3.595/1995, dispõe sobre a Política Estadual de Recursos Hídricos. 15 Lei Federal nº 9.433/1997, institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos e dá outras providências; 16 Lei Estadual nº 3.595/1995, dispõe sobre a Política Estadual de Recursos Hídricos e institui o Sistema Integrado de Gerenciamento de Recursos Hídricos; 176 PAE-SERGIPE • Competência: 3.3.5 Garantir o funcionamento e fortalecer os Comitês de Bacias Estaduais. 3.3.6 Criar um programa de formação continuada sobre manejo integrado de bacias hidrográficas. 3.3.7 Criar e implementar um programa para a proteção e recuperação dos aqüíferos. 3.3.8 Definir uma política compensatória orientada à recuperação de aqüíferos. SEMARH/SRH. • Parceiros: Universidades; Comissão Permanente de Combate à Desertificação; Conselhos Municipais; CONERH e ASA. • Competência: SEMARH/SRH. • Parceiros: Comitês de Bacias Hidrográficas; Universidades; CODEVASF e CONERH. • Competência: SEMARH/SRH. • Parceiros: CODEVASF; CHESF; Comitês de Bacias Hidrográficas e CONERH • Competência: SEMARH/SRH. • Parceiros: SEPLAN; SEFAZ; Casa Civil; Comitês de Bacias Hidrográficas e CONERH. 177 • Decreto Estadual nº 20.778/2002, institui o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Sergipe; • Revitalização do Rio São Francisco; • Lei Estadual nº 3.595/1995, dispõe sobre a Política Estadual de Recursos Hídricos. • Programa Preservando Nascentes; • Lei Estadual nº 3.595/1995, dispõe sobre a Política Estadual de Recursos Hídricos. • Programa Preservando Nascentes; • Lei Estadual nº 3.595/1995, dispõe sobre a Política Estadual de Recursos Hídricos. PAE-SERGIPE OBJETIVO 4. GARANTIR A CONSERVAÇÃO, PRESERVAÇÃO E USO SUSTENTÁVEL DA BIODIVERSIDADE NO COMBATE ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS. AÇÕES GESTÃO PROGRAMAS, POLÍTICAS E PROJETOS Estratégia 4.1: Ordenação do Uso e Ocupação do Meio • Competência: 4.1.1 Elaborar o ZEE SEMARH/SQS. • Parceiros: EMDAGRO; Embrapa e SEAGRI. • Lei Estadual nº 5.858/200617, dispõe sobre a Política Estadual do Meio Ambiente. • Lei Federal nº 6.938/198118, dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente. Estratégia 4.2 Assegurar a sustentabilidade da matriz energética • Competência: 4.2.1 Fomentar o uso de energias renováveis alternativas. SEMARH/SBF e. SergipeTec • Parceiros: EMDAGRO; Embrapa e Petrobras. • Lei Federal nº 11.097/200519Programa nacional de produção e uso do biodiesel. • Programa de Biodiesel de Sergipe – PROBIOSE • Lei Estadual nº 5.858/2006, 4.2.2 Desenvolver e divulgar programas para implementar os planos de manejo florestal integrado. • Competência: SEMARH/SBF. • Parceiros: MMA, SFB, INCRA; EMDAGRO e Pronese. dispõe sobre a Política Estadual do Meio Ambiente. • Lei Federal nº 4.771/1965, institui o Código Florestal Brasileiro; • Instrução Normativa IBAMA nº 01/2006, Plano de Manejo da Caatinga. • Competência: 4.2.3 Desenvolver e implementar um programa sobre eficiência energética. SEMARH/SBF e SergipeTeC. • Parceiros: EMDAGRO; Universidades, SEBRAE e Petrobras. 17 Lei Estadual nº 5.858/2006, dispõe sobre a Política Estadual do Meio Ambiente, institui o Sistema Estadual do Meio Ambiente, e dá providências correlatas. 18 Lei Federal nº 6.938/1981, dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências e institui o Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA. 19 Lei Federal nº 11.097/2005- Programa nacional de produção e uso do biodisel-, dispõe sobre a Introdução do Biodiesel na Matriz Energética Brasileira; altera as Leis nº 9.478/1997, nº 9.847/1999 e nº 10.636/2002, e dá outras providências. 178 PAE-SERGIPE • Descentralização da gestão 4.2.4 Integrar as ações de fiscalização federal, estadual e municipais, sobre o consumo e transporte de madeira (Prioridade). • Competência: ADEMA. • Parceiros: IBAMA e Pelotão Ambiental. florestal – DOF; • Instrução Normativa IBAMA nº 01/2006, Plano de Manejo da Caatinga; • Instrução Normativa IBAMA nº 112/2006, Documento de Origem Florestal. Estratégia 4.3 Recuperação e manejo sustentável dos recursos naturais 4.3.1 Criar um programa estadual de manejo sustentável, conservação do solo e recuperação de áreas degradadas (Prioridade). • Competência: 4.3.2 Desenvolver campanha de divulgação sobre o manejo sustentável, conservação do solo e recuperação de áreas degradadas. • Competência: 4.3.3 Desenvolver um programa de formação continuada e orientada a todos os setores do manejo sustentável, conservação do solo e recuperação de áreas degradadas. • Competência: SEMARH/SBF. • Parceiros: EMDAGRO; SEAGRI; Embrapa e Universidades. SEMARH/SBF. • Parceiros: ASCOM; EMDAGRO; Embrapa; SEAGRI e Universidades. SEMARH/SBF. • Parceiros: SEMARH/SQS; SEED; ASCOM; EMDAGRO; Embrapa; Universidades e SEAGRI. • Lei Estadual nº 5.858/2006, dispõe sobre a Política Estadual do Meio Ambiente. • Lei Estadual nº 5.858/2006, dispõe sobre a Política Estadual do Meio Ambiente. • Lei Estadual nº 6.882/201020, institui a Política Estadual de Educação Ambiental. • Lei Estadual nº 6.882/2010, institui a Política Estadual de Educação Ambiental. • Lei Estadual nº 5.858/2006, 4.3.4 Desenvolver um programa de combate ao desmatamento (Prioridade). • Competência: SEMARH/SBF. • Parceiros: ADEMA; IBAMA e EMDAGRO. dispõe sobre a Política Estadual do Meio Ambiente. • Lei Federal nº 4.771/1965, institui o Código Florestal Brasileiro; • Lei Federal nº 9.605/1998, dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente. • Diagnóstico Florestal de Sergipe. 20 Lei Estadual nº 6.882/2010, dispõe sobre a Educação Ambiental, institui a Política Estadual de Educação Ambiental e dá outras providências. 179 PAE-SERGIPE • Lei Estadual nº 5.858/2006, • Competência: 4.3.5 Criar a Política Estadual de Florestas. 4.3.6 Criar uma assessoria técnica interinstitucional sobre o manejo sustentável dos recursos naturais. SEMARH/SBF. • Parceiros: Universidades; EMDAGRO; INCRA; Embrapa e IBAMA. • Competência:. SEMARH/SBF/SQS/SRH; • Parceiros: Embrapa, IBAMA, ADEMA e Universidades. dispõe sobre a Política Estadual do Meio Ambiente. • Lei Federal nº 4.771/1965, institui o Código Florestal Brasileiro; • Lei Federal nº 9.605/1998, dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente. • Diagnóstico Florestal de Sergipe. • Lei Estadual nº 5.858/2006, dispõe sobre a Política Estadual do Meio Ambiente. • Lei Federal nº 4.771/1965, institui o Código Florestal Brasileiro. • Lei Estadual nº 5.858/2006, 4.3.7 Implementar um plano de controle as queimadas. • Competência: SEMARH/SBF; • Parceiros: ADEMA e IBAMA. dispõe sobre a Política Estadual do Meio Ambiente. • Lei Federal nº 6.938/1981, dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente. • Lei Federal nº 4.771/1965, Institui o Código Florestal Brasileiro; • Decreto Federal nº 2.661/1998, regulamenta o parágrafo único do art. 27 da Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965 (código florestal), mediante o estabelecimento de normas de precaução relativas ao emprego do fogo em práticas agropastoris e florestais. • Portaria nº 94-N, de 9 de julho de 1998, institui a queima controlada. Estratégia 4.4 Desenvolver um programa de conservação da biodiversidade • Lei Federal no 9.985/200021, 4.4.1 Realizar estudos que definam áreas prioritárias para a criação de UC’s (Prioridade). • Competência: SEMARH/SBF. • Parceiros: ICMBIO. institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza –SNUC. • Lei Estadual nº 5.858/2006, dispõe sobre a Política Estadual do Meio Ambiente. 21 Lei Federal no 9.985/2000, regulamenta o art. 225, § 1o, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências; 180 PAE-SERGIPE 4.4.2 Elaborar e implementar os planos de manejo das UC’s já criadas. 4.4.3 Definir mecanismos que facilitem e incentivem a criação de UC’s públicas e privadas na Serra da Guia. 4.4.4 Elaborar e implementar um plano que fiscalize e monitore simultaneamente as áreas de proteção. • Competência: SEMARH/SBF. • Parceiros: ICMBIO. • Lei Federal no 9.985/2000, SNUC. • Lei Estadual nº 5.858/2006, dispõe sobre a Política Estadual do Meio Ambiente. • Competência: SEMARH/SBF. • Parceiros: ICMBIO e Prefeituras Municipais, Conselhos de Meio Ambiente Estadual e Municipal. • Competência: ADEMA. • Parceiros: SEMARH/SBF, IBAMA e ICMBIO. 181 • Lei Federal no 9.985/2000, SNUC. • Lei Federal no 9.985/2000, SNUC • Lei Federal nº 4.771/1965, Código Florestal Brasileiro; • Lei Federal nº 6.938/1981, dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente. PAE-SERGIPE OBJETIVO 5. DESENVOLVER MECANISMOS ORIENTADOS PARA GARANTIR A EFETIVA IMPLEMENTAÇÃO DAS POLÍTICAS, PROGRAMAS E PROJETOS DE COMBATE A DESERTIFICAÇÃO. AÇÕES GESTÃO PROGRAMAS, POLÍTICAS E PROJETOS Estratégia 5.1 Fortalecimento das capacidades de gestão 5.1.1 Criar uma Comissão Estadual Permanente e ativa de combate a desertificação (Prioridade Máxima). 5.1.2 Garantir a integração e a interação das diferentes Políticas Públicas (municipal, estadual e federal) vinculadas com o combate à desertificação. 5.1.3 Fortalecer o quadro técnico público (municipal e estadual) vinculado com o combate à desertificação (Prioridade). • Competência: SEMARH. • Parceiros: Colegiado do Território do AltoSertão Sergipano. • Competência: SEMARH; Comissão Estadual Permanente e ativa de combate a desertificação • Parceiros: Colegiado do Território do AltoSertão Sergipano e SEPLAN. • CONVIVER – Programa de Desenvolvimento Integrado e Sustentável do Semiárido. • Competência: SEMARH. • Parceiros: SEAD e SEPLAN. • Competência: 5.1.4 Adequação da legislação ambiental à realidade do Estado. SEMARH. • Parceiros: ADEMA; IBAMA; Casa Civil do Estado e Assembléia Legislativa. • Competência: 5.1.5 Criar um programa de viabilização e fortalecimento das organizações da sociedade civil do semiárido. Comissão Estadual Permanente e ativa de combate a desertificação e Colegiado do Território do Alto-Sertão Sergipano. • Parceiros: SEMARH; SEAGRI; SEIDES; SEDETEC; SEPLAN e SEED. Estratégia 5.2 Fortalecimento e estruturação dos órgãos municipais para implementar ações de combate a desertificação 5.2.1 Fomentar a criação de secretarias ou órgãos públicos de meio ambiente. • Competência: SEMARH, Câmara de vereadores • Parceiros: Prefeituras, MMA; ADEMA; IBAMA 182 PAE-SERGIPE 5.2.2 Criar Políticas ou programas a nível municipal para o combate à desertificação. • Competência: SEMARH. • Parceiros: Órgãos Municipais de Meio Ambiente e Câmara de Vereadores. • Competência: 5.2.3 Criar políticas e programas municipais para agricultura familiar. SEAGRI e Órgãos Municipais de Agricultura. • Parceiros: SEMARH; SEIDES; SEPLAN; PRONESE; EMDAGRO; INCRA; Câmara de vereadores, Projeto Dom Helder; ASA e CDJBC. Estratégia 5.3 Formação continuada e Educação Ambiental • Competência: 5.3.1 Implementação da Política Estadual de Educação Ambiental (Prioridade). 5.3.2 Desenvolver um programa de formação inicial e continuada sobre mecanismos de combate à desertificação. 5.3.3 Criar e implementar uma campanha de sensibilização sobre questões ambientais. SEMARH; SEED. • Parceiros: Assembléia Legislativa, Órgãos Municipais e Estaduais de Educação e Meio Ambiente. • Competência: SEMARH; SEED. • Parceiros: Órgãos Municipais e Estaduais de Educação e Meio Ambiente, EMDAGRO e MMA • Competência: SEMARH; SEED. • Parceiros: Órgãos Municipais e Estaduais de Educação e Meio Ambiente e SECOM. • Lei Estadual nº 6.882/2010, institui a Política Estadual de Educação Ambiental. • Programa Coletivos Educadores; • Capacitação de Agentes Multiplicadores Locais para o Combate à Desertificação. • Lei Federal nº 9.795/1999, institui a Política Nacional de Educação Ambiental; • Lei Estadual de Educação Ambiental. • Competência: 5.3.4 Criar um núcleo de pesquisas para o semiárido sergipano. SEMARH; SEDETEC. • Parceiros: UFS; EMBRAPA; INCRA; CODEVASF; Sergipetec; IFS; FAPITEC; Instituto Xingó; ITPS; ASA; Projeto Dom Helder e CDJBC. Estratégia 5.4 Geração de incentivos orçamentários e fiscais aos processos de combate à desertificação 183 PAE-SERGIPE • Competência: 5.4.1 Criar uma lei de ICMS Ambiental. Assembléia Legislativa; SEMARH. • Parceiros: Casa Civil do Estado; ADEMA e SEFAZ. • Competência: 5.4.2 Desenhar e implementar políticas compensatórias que incentivem ações de combate à desertificação. SEMARH e SEFAZ • Parceiros: Prefeituras Municipais; Câmaras Municipais; Assembléia Legislativa; Casa Civil, Órgãos Licenciadores (IBAMA; ADEMA e órgãos municipais de meio Ambiente). • Lei Federal nº 4.771/1965, Código Florestal Brasileiro; • Lei Federal nº 6.938/1981, dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente. • Lei Federal no 9.985/2000, SNUC • Lei Estadual de Educação Ambiental; • Competência: 5.4.3 Criar o Fundo Estadual de Combate à Desertificação. 5.4.5 Estudos para Viabilidade de Parcerias Público Privadas (PPP’s). SEMARH. • Parceiros: SEPLAN; SEFAZ; Assembléia Legislativa e Casal Civil do Estado. • Competência: SEMARH; SEPLAN. • Parceiros: SEDETEC; SEBRAE 184 • PROPPPSE - Programa Estadual de Parcerias Público Privadas do Estado de Sergipe. PAE-SERGIPE 8. MONITORAMENTO Para medir o alcance das ações e estratégias e com a finalidade de atingir os objetivos, este plano de monitoramento tenciona apresentar uma serie de indicadores de desempenho e de impacto facilmente mensuráveis e representativos do combate à desertificação. Esta dividido em dois níveis, o primeiro trata sobre o monitoramento de desempenho, que tenciona medir o alcance do que foi planejado e implementado. A finalidade é a de verificar a eficácia e identificar a necessidade de eventualmente modificar alguma ação em pro de melhorar a implementação do PAE. Este tipo de monitoramento é realizado no nível de atividades, portanto estes indicadores estão vinculados com as ações do PAE. Por se tratar de um alto número de Ações, e como uma forma de evitar um plano de monitoramento excessivamente extenso e, portanto, difícil de implementar ou acompanhar, os indicadores desenhados para isto, são mais representativos. Já o outro tipo de monitoramento diz respeito ao monitoramento de Impacto o que significa que o que tenciona é medir, por meio dos indicadores de impacto como o panorama de desertificação esta mudando. Estes indicadores estão vinculados com o nível de Estratégia e tencionam medir o nível de avanço para atingir os objetivos do PAE. Uma vez que a Comissão Estadual de Combate à Desertificação seja oficialmente instaurada e assuma as suas competências, seu núcleo de monitoramento definira como dividir as tarefas de acompanhamento, assim como a linha de base dos indicadores, principalmente dos indicadores de impacto. 185 PAE-SERGIPE 8.1 MONITORAMENTO DE DESEMPENHO OBJETIVO 1. REDUZIR A POBREZA E EVITAR O ÊXODO RURAL INDICADORES DE DESEMPENHO MEIOS DE VERIFICAÇÃO INSTITUIÇÃO Estratégia 1.1 Desenvolver um programa educativo de acordo com a realidade das ASD’s implementadas nas ASD’s vinculados com programas educativos adequados. Com este indicador se tenciona medir o nº de iniciativas para implementar as ações previstas no PAE, portanto, os meios de MEC, SEED, Secretarias Municipais de Educação. Nº de escolas agrícolas implantadas no fim do primeiro ano nas ASD incluindo os Projetos, Programas e relatórios, memórias anuais das instituições vinculadas com educação nas ASD. MEC, SEED, Secretarias Municipais de Educação.. Nº de professores qualificados anualmente sobre temas específicos das ASD´s anualmente. Relatórios que contenham o as memórias das capacitações para professores realizadas anualmente. MEC, SEED, Secretarias Municipais de Educação. Nº de programas, projetos, políticas criadas e implementadas nas ASD,s vinculados com Com este indicador se tenciona medir o nº de iniciativas para implementar as ações previstas no PAE, portanto, os meios de INCRA, MDA, MAPA; SEAGRI e suas Unidades vinculadas; Nº de assentamentos das ASD’s incluídos no planejamento orçamentário oficial (e valor Orçamento Nacional e Estadual para Reforma Agrária. SEPLAN, SEAGRI. INCRA. ASD’s. Memórias de instituições públicas e privadas que trabalham com credito para assentados. Pronaf, MDA. BNE, Pronese, Banese. Nº de Organizações/técnicos trabalhando em assistência técnica nos assentamentos. Memórias e Relatórios do MDA sobre a política de ATER. MST, ATER, MDA. Nº de assentamentos com necessidades básicas cobertas (energia, água, água potável, colheita Memórias e Relatórios do INCRA E MST. INCRA, MST. Estratégia 1.2 Garantir o acesso a terra OBJETIVO 2. GARANTIR A SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL, ASSEGURANDO UMA PRODUÇÃO SUSTENTÁVEL E ADEQUADA PARA AS FAMÍLIAS DAS ASD’S 186 PAE-SERGIPE INDICADORES DE DESEMPENHO MEIOS DE VERIFICAÇÃO INSTITUIÇÕES Estratégia 2.1 Priorizar um sistema produtivo adequado à realidade do semiárido e das ASD’s Nº de estudos desenvolvidos que definam as formas de produção adequadas ao semiárido. Relatórios, memórias e projetos das instituições vinculadas. MDA , MMA, Secretaria Estadual de Agricultura e de N° de pessoas capacitadas em tecnologias sócias adequadas. Relatórios, memórias, projetos e programas de capacitação desenvolvidos. MDA, SEIDES, SEAGRI Estratégia 2.2 Criar mecanismos que fortaleçam os sistemas produtivos sustentáveis existentes desenvolvendo ações continuadas nas ASD’s. Relatórios e memórias do MDA. MDA, INCRA, CEDRS. Nº de bancos de sementes crioulas criados e em funcionamento. Projetos, Programas de implantação de bancos de sementes. Relatórios e memórias anuais. MDA, INCRA, EMBRAPA Nº de programas, projetos desenvolvidos para completar e melhorar as cadeias produtivas. Relatórios e memórias das diferentes instituições que trabalham com cadeias produtivas, sistemas de produção. PRONESE, DER, Secretaria Municipal de Obras, SEIDES, Estratégia 2.3 Fomentar a aquisição e comercialização de produtos da agricultura familiar. com a Agricultura Familiar nas ASD’s vinculadas com a agricultura familiar nas ASD’s. SEAGRI, SEPLAN, Prefeituras, vindos da agricultura familiar nas ASD’s. Projetos, Programas implementados e relatórios e memórias anuais das diferentes instituições vinculadas Prefeituras, Governo Estadual, MDA/MDS, MAPA/CONAB, Nº de escolas comprando o 30% da merenda escolar da agricultura familiar. Projetos, relatórios e memórias de instituições governamentais e não governamentais que trabalham com isto. Prefeituras, MDA, Secretaria de Educação, SEAGRI, implementados nas ASD’s Secretaria de agricultura, PRONESE, INCRA, MDA, Estratégia 2.4 Incentivar e exigir a implementação total da Lei de Agrotóxicos Nº de há. Produzindo com mecanismos alternativos aos agrotóxicos. SEAGRI / EMDAGRO 187 PAE-SERGIPE 188 PAE-SERGIPE OBJETIVO 3. GARANTIR A SEGURANÇA HÍDRICA ENTENDIDA COMO ACESSO A ÁGUA POTÁVEL, RECURSOS HÍDRICOS CONSERVADOS E UNIVERSALIZAÇÃO DO SANEAMENTO BÁSICO. INDICADORES DE DESEMPENHO MEIOS DE VERIFICAÇÃO INSTITUIÇÕES Estratégia 3.1 Universalizar o saneamento básico Nº de projetos e programas implementados para universalização do saneamento básico. SEMARH, Prefeituras Nº de gestores capacitados sobre a política Estadual de Resíduos Sólidos. Projeto ou programa implementados na área e relatórios e memórias anuais vinculadas com a capacitação. Nº de residências na área rural das ASD’s com esgoto domestico e coleta de lixo implantada. Censo eleitoral, amostragem. SEMARH IBGE Estratégia 3.2 Fomentar a irrigação sustentável Nº de projetos e programas para formação e implementação de sistemas de irrigação sustentáveis. EMDAGRO; COHIDRO; SEAGRI Estratégia 3.3 Garantir e assegurar a qualidade dos recursos hídricos SEMARH, COHIDRO, COMITES DE BACIA, CODEVASF, CHESF Nº de programas e projetos implementados para assegurar a qualidade da água. 189 PAE-SERGIPE Nº de Nascentes preservadas nas ASD’s. Relatórios e Memórias anuais relacionadas com projetos e programas para a preservação. SEMARH Nº de há. De mata ciliar preservados. Relatórios e Memórias anuais relacionadas com projetos e programas para a preservação. SEMARH SEMARH, COHIDRO, COMITES DE BACIA, CODEVASF, CHESF Nº de programas e projetos implementados para assegurar a qualidade da água. 190 PAE-SERGIPE OBJETIVO 4. GARANTIR A CONSERVAÇÃO, PRESERVAÇÃO E USO SUSTENTÁVEL DA BIODIVERSIDADE NO COMBATE ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS. INDICADORES DE DESEMPENHO MEIOS DE VERIFICAÇÃO INSTITUIÇÕES Estratégia 4.2 Assegurar a sustentabilidade da matriz energética implementados nas ASD’s. SEMARH, MMA, ADEMA. Programas, projetos e relatórios e memórias anuais relacionados Nº de consumidores de energia capacitados com este tipo de capacitação. sobre técnicas energeticamente eficientes. Estratégia 4.3 Recuperação e manejo sustentável dos recursos naturais ADEMA – Federação das Industrias - SENAI sustentável implementados nas ASD’s. ADEMA, SEMARH, IBAMA. Nº de queimadas realizadas nas ASD´s. ADEMA, SEMARH, IBAMA. Estratégia 4.4 Desenvolver um programa de conservação da biodiversidade Nº de estudos/pesquisas realizados para identificar áreas para UC. nas ASD’s ICMBio, SEMARH ICMBio, SEMARH 191 PAE-SERGIPE OBJETIVO 5. DESENVOLVER MECANISMOS ORIENTADOS PARA GARANTIR A EFETIVA IMPLEMENTAÇÃO DAS POLÍTICAS, PROGRAMAS E PROJETOS DE COMBATE A DESERTIFICAÇÃO. INDICADORES DE DESEMPENHO MEIOS DE VERIFICAÇÃO INSTITUIÇÃO Estratégia 5.1 Fortalecimento das capacidades de gestão Nº de programas, projetos e políticas implementados para fortalecimento das capacidades de gestão dos organismos relacionados com combate à desertificação. Elaboração de um plano estratégico para garantir a integração e interação das políticas de combate à desertificação. Comissão Estadual de Combate à desertificação. Nº de concursos e contratações realizadas para fortalecer o quadro técnico público. Governo do Estado de Sergipe. Nº de organizações da sociedade civil nas ASD com capacidade de autogestão. ASA. Estratégia 5.2 Fortalecimento e estruturação dos órgãos municipais para implementar ações de combate a desertificação Nº de prefeituras com órgãos municipais meio ambientais criados e operativos. Prefeituras Estratégia 5.3 Formação continuada e Educação Ambiental Nº de programas, projetos e políticas vinculados com capacitação em temas relacionados com combate à desertificação implementados nas ASD’s. Nº de capacitações realizadas sobre mecanismos de combate à desertificação. Nº de Pessoas (de diferentes segmentos) capacitadas em mecanismos de combate à desertificação. SEMARH, EMBRAPA, MDA, MMA, SEAGRI. Estratégia 5.4 Geração de incentivos orçamentários e fiscais aos processos de combate à desertificação 192 PAE-SERGIPE Governo de Sergipe. SEFAZ. Nº de Políticas compensatórias para incentivar o combate à desertificação desenhadas e viabilizadas. 193 PAE-SERGIPE 8.2 MONITORAMENTO DE IMPACTO INDICADORES DE IMPACTO META (OBJETIVO) DO INDICADOR MEIOS DE VERIFICAÇÃO INSTITUIÇÃO Nº de matriculas de segundo grau nas áreas rurais das ASD’s. Este indicador esta vinculado com a nucleação nas áreas rurais, a finalidade é a de oferecer uma educação de qualidade e adequada à realidade das ASD’s para evitar o êxodo rural. Nº de matriculas em escolas públicas da zona rural das ASD’s, para isto é muito importante contar com as matriculas de primaria e de secundaria dos mesmos anos, para identificar Percentual de famílias efetivamente assentadas nas ASD’s. Vinculado com o acesso à terra, tenciona identificar o numero de famílias que obtiveram terras por meio da reforma agrária. O acesso à terra é também um requisito para evitar o êxodo rural. Aumento de percentual considerando o Nº de famílias acampadas subtraído do nº de família assentadas. MST-INCRA INCRA-MST Nº de famílias atendidas pelo programa Bolsa Família nas ASD,s. Vinculado com melhora de renda, tenciona demonstrar se existe um aumento de renda. A diminuição do número de famílias recebendo o bolsa família é uma boa simples de medição. Relatórios anuais do Programa Bolsa Família no Estado de Sergipe. Ministério de Desenvolvimento Sustentável. % de produção nas ASD’s vinda de práticas sustentáveis e adequadas ao semiárido. Este indicador conjuga quatro variáveis: 1Segurança Alimentar e qualidade Nutricional, 2Uso sustentável dos recursos naturais. 3Extensão e capacitação em mecanismos sustentáveis de produção e combate à desertificação. 4- A diminuição ou substituição por outras técnicas dos agrotóxicos. Relatórios e estatísticas anuais do Censo agropecuário e das diferentes Secretarias Estaduais. Censo Agropecuário IBGE e Sec. Estadual de Desenvolvimento. Econômico 194 Secretária de Educação de Sergipe e Prefeituras Municipais. PAE-SERGIPE INDICADORES DE IMPACTO META (OBJETIVO) DO INDICADOR MEIOS DE VERIFICAÇÃO INSTITUIÇÃO Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe. - COHIDRO Índice de Qualidade das Águas dos principais rios das ASD’s. A finalidade ultima é verificar a qualidade da água, mas este indicador envolve também a questão de que uma diminuição no volume de esgoto e efluentes é um indicativo de que existe uma rede de coleta e tratamento de resíduos. O IQA é composto por nove parâmetros: oxigênio dissolvido, coliformes fecais, potencial hidrogeniônico (pH), demanda bioquímica de oxigênio, temperatura, nitrogênio total, fósforo total, turbidez e resíduo total. Percentual de há. Implementando projetos de irrigação eficiente. A irrigação eficiente tem duas conseqüências, por um lado evita a Salinização e compactação do solo, e por outro diminui o consumo de água. Ao mesmo tempo que é significativo de implementação de mecanismos sustentável adequados à realidade do semiárido. Área total irrigada menos área com irrigação sustentável. Estatística das licenças ambientais do Estado, do IBAMA e CODEVASF. Nível de stress hídrico dos principais rios das ASD’s. Com isto se pretende identificar o uso eficiente da água. Estatísticas da Vazão (m3/s) e a vazão disponibilizada para a população -m3/hab/ano Estatística das licenças ambientais do Estado, do IBAMA e CODEVASF.e Censo IBGE Número de consumidores utilizando biomassa licenciada e em base sustentável. Com este indicador se tenciona medir indiretamente o consumo de biomassa licenciada, mas também aquela biomassa que não precisa de licencia para ser consumida. Licenças ambientais indicando a produção em volume ou peso de biomassa liberada e projetos de auto-abastecimento das empresas explicitados nos órgão ambientais em suas licenças. ADEMA – Federação das Industrias - SENAI Industrias usando efetivamente tecnologias orientadas a eficiência energética. Com isto se pretende medir a diminuição Licenças ambientais indicando a utilização de tecnologias de eficiência energética. ADEMA – Federação das Industrias - SENAI 195 PAE-SERGIPE INDICADORES DE IMPACTO META (OBJETIVO) DO INDICADOR MEIOS DE VERIFICAÇÃO INSTITUIÇÃO Intensidade de Superpastejo Utilizando a capacidade de suporte adequada se evita os processo de degradação do solo isso edificado por meio de uma medição. A capacidade de suporte é definida pela relação entre o número de animais e a área utilizada emr hectare. IBGE - Censo agropecuário e as Estatística da Secretaria de Agricultura. Nº de há. Recuperadas. Com este se pretende medir a área na qual foram revertidos os processos de desertificação. Por meio dos projetos técnicos específicos para recuperação e por meio do Inventario Florestal. ADEMA – Projetos técnicos e o Inventário Florestal Nacional. Nº de há. Sob conservação e uso sustentável nas ASD’s. Este indicador tenciona medir a área que,por entrar dentro da categoria Unidades de Conservação, é garantido que não sofrera processos de desertificação. Unidades de conservação integral e de uso sustentável, tanto públicas como privadas. ADEMA, IBAMA – planos de manejo, U.C, R.L e APP averbadas e registradas. Inventario Florestal Nacional Nº de Prefeituras nas ASD’s com planos de combate à desertificação sendo implementados. Com este indicador será medido o nível de envolvimento e comprometimento das prefeituras no combate a desertificação e portanto é uma garantia de uma diminuição nos processos de desertificação. Relatórios sobre implementação dos planos de combate à desertificação. Prefeituras das ASD’s. Aqui se pretende medir o impacto das capacitações sobre mecanismos de combate à desertificação. A estratégia 5.3 do PAE deve conter um planejamento para realizar o monitoramento de forma que possam ser acompanhados e medidos os impactos das capacitações. Comissão Estadual De Combate à Desertificação. Nº de pesquisas e estudos validados pelo Núcleo de Pesquisas para o Semiárido Sergipano. Nº de comunidades rurais capacitadas implementando técnicas de combate à desertificação. 196 PAE-SERGIPE INDICADORES DE IMPACTO META (OBJETIVO) DO INDICADOR MEIOS DE VERIFICAÇÃO INSTITUIÇÃO Nº de políticas compensatórias de combate à desertificação institucionalizadas e sendo aplicadas. Este indicador tenciona medir o interesse e viabilidade na aplicação de políticas compensatórias como forma de incentivar à população na hora de adotar mecanismos de combate à desertificação. Políticas compensatórias aprovadas e aplicadas. Governo do Estado de Sergipe. Nº de projetos financiados pelo Fundo Estadual de combate à desertificação. Este indicador tenciona medir a sustentabilidade das ações vinculadas com o combate à desertificação no estado de Sergipe. Nº de projetos aprovados. Governo do Estado de Sergipe 197 PAE-SERGIPE 9. CRONOGRAMA DE IMPLEMENTAÇÃO DAS AÇÕES A definição das prioridades para a implementação do PAE foi realizada da seguinte forma, em vermelho estão contempladas as ações fixadas como prioritárias pela sociedade civil, envolvida nas oficinas de elaboração do PAE. Em verde encontram-se apreciadas aquelas ações que não possuem nenhum tipo de política, programa ou projeto vinculado e, portanto, devem ser contempladas como prioridades. Na cor amarela estão consideradas as ações que foram avaliadas como prioritárias pela equipe, pois estas são indispensáveis para realização de outras ações, como por exemplo, a criação da Comissão Estadual de Combate à Desertificação. Finalmente, aquelas que estão direta/indiretamente vinculadas a alguma política, programa ou projetos específicos estão destacadas em cinza. Estas por sua vez, necessitam apenas, de integração entre as mesmas e monitoramento por parte da Comissão. ANO AÇÕES 1 1.1.1 Melhorar a estrutura das unidades escolares dotando-as de equipamentos adequados para a nucleação nas áreas rurais 1.1.2 Garantir a alimentação nas unidades escolares das ASD’s. 1.1.3 Implantação de escolas agrícolas nas ASD’s. 1.1.4 Assegurar um currículo escolar contextualizado 1.1.5 Implantação de escolas nas áreas de assentamento de reforma agrária. 1.1.6 Formação continuada e específica dos educadores. 1.2.1 Implantar uma política específica de acesso a terra voltada para os jovens. 1.2.2 Aprimorar as políticas de acesso ao crédito para os assentados. 1.2.3 Garantir a reestruturação e a regularização fundiária nas ASD’s. 1.2.4 Fomentar meios de produção sustentável nas áreas de assentamento. 1.2.5 Garantir água potável nos assentamentos das ASD’s. 1.2.6 Garantir assistência técnica continuada às comunidades do campo nas ASD’s. 1.2.7 Planejamento orçamentário adequado/compatível às demandas nas áreas de reforma agrária. 1.2.8 Fiscalização efetiva na implementação dos projetos nas ASD’s. 1.2.9 Obediência de módulo fiscal na implantação de assentamentos. 2.1.1 Fomentar a produção, seguindo os modelos de convivência com o semiárido. 198 2 3 4 PAE-SERGIPE 2.1.2 Definir e realizar pesquisas orientadas à resolução de problemas na produção local. 2.1.3 Difundir e capacitar sobre tecnologias e tecnologias sociais adequadas. 2.2.1 Garantir o cumprimento dos princípios da Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural – PNATER. 2.2.2 Definir e implementar incentivos fiscais para a produção limpa. 2.2.3 Implementação do pagamento por serviços ambientais. 2.2.4 Fomentar os bancos de sementes crioulas. 2.2.5 Simplificação do acesso ao crédito. 2.2.6 Definir políticas e direcionar investimentos para complementação das cadeias produtivas. 2.3.1 Criar mecanismos que favoreçam o associativismo e o cooperativismo na agricultura familiar. 2.3.2 Desenvolver um programa que vise o assessoramento técnico dos agricultores familiares para organização de estoques e regularidade na oferta de produtos. 2.3.3 Criar espaços de comercialização de agricultura familiar (feiras agroecológicas, mercado do produtor). 2.3.4 Criar estruturas físicas que atendam a legislação sanitária e ambiental. 2.3.5 Estender os mecanismos de incentivo fiscal a todos os produtos da agricultura familiar que contribuam com o combate à desertificação 2.3.6 Implementar e institucionalizar o PAA. 2.4.1 Criar uma campanha de divulgação da legislação de uso de agrotóxico orientada e adequada a todos os segmentos. 2.4.2 Redução do uso de agrotóxico. 2.4.3 Fortalecer o monitoramento e fiscalização sobre o uso de agrotóxico. 3.1.1 Garantir a efetiva implementação da Política Estadual de Resíduos Sólidos. 3.1.2 Desenvolver e implementar um sistema integrado de resíduos sólidos com coleta seletiva. 3.1.3 Garantir a canalização e tratamento do esgoto doméstico. 3.1.4 Desenvolver um programa de formação continuada dos gestores que implementem a Política Estadual de Resíduos Sólidos. 3.1.5 Garantir a efetiva implementação da Política Estadual de Resíduos Sólidos. 3.2.1 Readequar os projetos de irrigação, visando o incremento da irrigação localizada. 3.2.2 Desenvolver um programa de sistemas de produção integrada para os cultivos de sequeiros e irrigados existentes. 3.2.3 Implementar e regulamentar a Lei de Irrigação Nacional. 199 PAE-SERGIPE 3.3.1 Implementação e divulgação da Política Nacional de Recursos Hídricos. 3.3.2 Elaboração, implementação e divulgação do Plano Estadual de Bacias Hidrográficas. 3.3.3 Implementar um programa para recuperação e preservação da mata ciliar. 3.3.4 Estender e ampliar o programa Preservando Nascentes para os municípios do Alto-Sertão. 3.3.5 Garantir o funcionamento e fortalecer os Comitês de Bacias Estaduais. 3.3.6 Criar um programa de formação continuada sobre manejo integrado de bacias hidrográficas. 3.3.7 Criar e implementar um programa para a proteção e recuperação dos aqüíferos. 3.3.8 Definir uma política compensatória orientada à recuperação de aqüíferos. 4.1.1 Elaborar o ZEE 4.2.1 Fomentar o uso de energias renováveis alternativas. 4.2.2 Desenvolver e divulgar programas para implementar os planos de manejo florestal integrado. 4.2.3 Desenvolver e implementar um programa sobre eficiência energética. 4.2.4 Integrar as ações de fiscalização federal, estadual e municipais, sobre o consumo e transporte de madeira. 4.3.1 Criar um programa estadual de manejo sustentável, conservação do solo e recuperação de áreas degradadas. 4.3.2 Desenvolver campanha de divulgação sobre o manejo sustentável, conservação do solo e recuperação de áreas degradadas. 4.3.3 Desenvolver um programa de formação continuada e orientada a todos os setores do manejo sustentável, conservação do solo e recuperação de áreas degradadas. 4.3.4 Desenvolver um programa de combate ao desmatamento. 4.3.5 Criar a Política Estadual de Florestas. 4.3.6 Criar uma assessoria técnica interinstitucional sobre o manejo sustentável dos recursos naturais. 4.3.7 Implementar um plano de controle as queimadas. 4.4.1 Realizar estudos que definam áreas prioritárias para a criação de UC’s. 4.4.2 Elaborar e implementar os planos de manejo das UC’s já criadas. 4.4.3 Definir mecanismos que facilitem e incentivem a criação de UC’s públicas e privadas na Serra da Guia. 4.4.4 Elaborar e implementar um plano que fiscalize e monitore simultaneamente as áreas de proteção. 200 PAE-SERGIPE 5.1.1 Criar uma Comissão Estadual Permanente e ativa de combate a desertificação. 5.1.2 Garantir a integração e a interação das diferentes Políticas Públicas (municipal, estadual e federal) vinculadas com o combate à desertificação. 5.1.3 Fortalecer o quadro técnico público (municipal e estadual) vinculado com o combate à desertificação. 5.1.4 Adequação da legislação ambiental à realidade do Estado. 5.1.5 Criar um programa de viabilização e fortalecimento das organizações da sociedade civil do semiárido. 5.2.1 Fomentar a criação de secretarias ou órgãos públicos de meio ambiente. 5.2.2 Criar Políticas ou programas a nível municipal para o combate à desertificação. 5.2.3 Criar políticas e programas municipais para agricultura familiar. 5.3.1 Implementação da Política Estadual de Educação Ambiental. 5.3.2 Desenvolver um programa de formação inicial e continuada sobre mecanismos de combate à desertificação. 5.3.3 Criar e implementar uma campanha de sensibilização sobre questões ambientais. 5.3.4 Criar um núcleo de pesquisas para o semiárido sergipano. 5.4.1 Criar uma lei de ICMS Ambiental. 5.4.2 Desenhar e implementar políticas compensatórias que incentivem ações de combate à desertificação. 5.4.3 Criar o Fundo Estadual de Combate à Desertificação. 5.4.4 Estudos para Viabilidade de Parcerias Público Privadas (PPP’s). 201 PAE-SERGIPE 10. CONSIDERAÇÕES FINAIS 202 PAE-SERGIPE 11. BIBLIOGRAFIA AGENDHA – Assessoria e Gestão em Estudos da Natureza, Desenvolvimento Humano e Agroecologia. Disponível em: http://www.agendha.org.br. Acesso em 08 de Dez. 2010. ANA Agência Nacional de Águas. Programa Pró Água – Semiárido. Brasília: ANA. Disponível em: <http://www.proagua.ana.gov.br>; www.semarh.gov.br/srh. Acesso em 05 de nov. 2010. ANA. Agência Nacional de Águas. Programa Nacional de Águas Subterrâneas. Brasília: ANA. Disponível em: http://www.ana.gov.br. Acesso em 12/11/2010. ANA. Agência Nacional de Águas. Programa Nacional de Águas Subterrâneas. Brasília: ANA. Disponível em: http://www.ana.gov.br. Acesso em 05 de nov. 2010. ANA. Agência Nacional de Águas. Programa Nacional de Águas Subterrâneas. Brasília:ANA. Disponível em: <http://www.ana.gov.br>. Acesso em 05 de nov. 2010. ANA. Agência Nacional de Águas. Programa Nacional de Desenvolvimento dos Recursos Hídricos PróÁgua Nacional. Brasília: ANA. 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