INDICADORES DE QUALIDADE NA OPINIÃO DE ENFERMEIROS EM HOSPITAIS DE MÉDIA E ALTA COMPLEXIDADE Cavalcante PS, Rossaneis MA, Haddad MCL, Gabriel CS Universidade Estadual de Londrina Contato: [email protected] Introdução: Nas últimas décadas a busca pela qualidade da assistência de enfermagem foi impulsionada pelo avanço tecnológico e exigência dos usuários por melhorias para os serviços. O enfermeiro, capacitado para o processo de avaliação, utiliza ferramentas avaliativas como os indicadores de qualidade. Estes auxiliam a compreensão de situações, tendências ou mudanças ocorridas ao longo do tempo, subdivididos em três classes estrutura, processo e resultado. Justificativa: Parte-se da premissa de que o conhecimento da opinião dos enfermeiros sobre os indicadores de qualidade desencadeará discussões para melhorias qualidade dos serviços. Contribuirá ainda para pesquisas na área de enfermagem, ao promover a reflexão dos enfermeiros sobre a utilização dessas ferramentas. Objetivos: Identificar a opinião de enfermeiros sobre indicadores de qualidade da assistência de enfermagem. Método: Trata-se de um estudo descritivo, quantitativo, realizado em quatro hospitais de médio e grande porte no norte do Paraná. Instaurou-se como critérios de inclusão exercer o cargo de enfermeiro assistencial e não exercer a função de enfermeiro gestor na instituição. A amostra constituiu-se de 64 enfermeiros. A coleta de dados utilizou um instrumento elaborado no programa Google Drive®. Para as questões sobre indicadores de qualidade, aplicou-se uma escala de Likert, com variação de não pertinente (1 ponto), pouco pertinente (2 pontos), pertinente (3 pontos) e muito pertinente (4 pontos) para cada indicador. A coleta de dados foi realizada entre os meses de julho a dezembro de 2012. Os dados foram analisados no programa estatístico S.P.S.S versão 20. Esta pesquisa faz parte do projeto intitulado “Indicadores de Qualidade dos Serviços de Enfermagem de Hospitais de Grande Porte”, com submissão e aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual de Londrina com CAE 04053112.0.0000.5231. Resultados: Amostra jovem, com idade entre 20 e 29 anos (42,2%). A maioria pertencia ao sexo feminino (65,6%). Quanto aos indicadores de qualidade apresentaram maior pontuação na escala de Likert, Incidência de Úlcera por Pressão (232 pontos) e Incidência de Flebite (219 pontos). Uma menor relevância foi atribuída aos indicadores Média de Permanência Hospitalar e Taxa de Mortalidade, com 189 e 184 pontos respectivamente. Quanto às contribuições para a prática do enfermeiro assistencial, 79,6% da amostra pesquisada considerou a elaboração de elaborar estratégias de educação continuada como principal colaboração na utilização dessa ferramenta. A maioria dos sujeitos (54,7%) relatou haver divulgação dos resultados dos indicadores. Entretanto 68,8% relatam não ocorrer momentos para discussão sobre essas avaliações. Conclusão: Evidencia-se que os enfermeiros consideram a maioria dos indicadores muito pertinentes ou pertinentes para avaliação da qualidade da assistência de enfermagem. Quanto a não discussão dos resultados, faz-se necessário implantar ações para o debate junto à equipe de enfermagem. Este estudo permitiu visualizar o reconhecimento dos indicadores como ferramenta viável à avaliação da assistência. Espera-se que os resultados contribuam para o aprimoramento da avaliação nos serviços hospitalares. Ressalta-se como limitações do estudo a dificuldade de adesão da amostra ao formulário eletrônico, fato que pode ter contribuído para a ocorrência de perdas e consecutivamente, menor número de participantes na pesquisa. Referencias -Compromisso com a Qualidade Hospitalar (CQH). Manual de Indicadores de Enfermagem NAGEH. 2. ed. São Paulo: APM/CREMESP, 2012. 60p. 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