BRIC
Brasil, Rússia, Índia e China
Prof. Joel Brogio
BRIC
BRIC é um acrônimo criado em novembro de 2001 pelo economista Jim O´Neill, para
designar os 4 (quatro) principais países emergentes do mundo, a saber: Brasil, Russia,
India e China, em relatório para o Goldman Sachs "Building Better Global Economic
Brics“.
Em menos de 40 anos os paises componentes do BRICs juntos poderão ser maiores
que as dos G6 (Estados Unidos da América, Japão, Alemanha, Reino Unido, França e
Itália).
O grupo possuirá mais de 40% da população mundial e juntos terão um PIB de mais
de 85 trilhões de dólares (US$).
Esses quatro países não formam um bloco político (como a União Europeia), nem uma
aliança de comércio formal (como o Mercosul e ALCA) e muito menos uma aliança
militar (como a OTAN), mas formam uma aliança através de vários tratados de
comércio e cooperação assinados em 2002 para alavancar seus crescimentos.
Funções dos países integrantes
Dentro dos BRICs há uma clara divisão de funções:
Ao Brasil e à Rússia ficaria o papel de produtor de
alimentos e produtor de petróleo respectivamente. Ambos
seriam também fornecedores de matéria prima.
Os negócios de serviços e de manufatura estariam
principalmente localizados na Índia (devido à
concentração de tecnologia) e China, devido à
concentração de mão-de-obra.
3
Análise
“Dos quatro Brics, o Brasil é seguramente o que tem maior
potencial para se beneficiar nessa corrida conjunta para o
Primeiro Mundo. O país tem enormes recursos naturais e a
grande possibilidade de desenvolvimento agrícola, em razão de
clima favorável e solo fértil. Não enfrenta problemas religiosos,
o regime democrático está consolidado e estável, o sistema
financeiro é sólido e as instituições são respeitadas. O grande
gargalo ainda é a sua taxa de crescimento, resultado de contínuas
políticas públicas míopes. Nos últimos seis anos, a economia
brasileira acumulou crescimento pouco maior que 15%, muito
aquém do crescimento obtido pelos outros três países. A China
cresceu 63%, a Índia, 43%, e a Rússia, 41%.” Diz a economista
e consultora Martha E. Ferreira.
4
Futuro

Em 2030, com 40% da população mundial, provavelmente os BRICs
já seriam as maiores potências econômicas do mundo; ultrapassando
assim a União Européia e o Estados Unidos da América;

O Brasil desempenharia o papel de país exportador agropecuário,
tendo como principais produtos a soja e o carne bovina;

A cana-de-açúcar também desempenhará papel fundamental na
produção de combustíveis renováveis e ecologicamente corretos,
como o álcool, o biodiesel e o petróleo do pré-sal, além de fornecer
matérias-primas essenciais a países em desenvolvimento, como o
petróleo, o aço e o alumínio, que também são encontrados nos
parceiros latinos, fortemente influenciados pelo Brasil, como
Argentina, Venezuela e Bolívia.
5
Diferencial brasileiro

Talvez o mais importante papel do Brasil esteja
em suas reservas naturais de água, na fauna e na
flora, ímpares em todo o mundo, que em breve
ocuparão o lugar do petróleo na lista de desejos
dos líderes políticos de todos os países.

Em estimativas, o Brasil ficaria em 5º lugar no
ranking das maiores economias do mundo em
2030 ou 2040 .
6
Índia

A Índia terá a maior média de crescimento entre os
BRICs e estima-se que em 2030 esteja no 3º lugar no
ranking das economias mundiais, atrás apenas de
China (em 1º) e EUA (em 2º).

Com sua grande população, a indústria ficaria
situada neste país, e também por ter grandes
investimentos na profissionalização de sua
população e investimentos em tecnologia, além de
toda sua tradição nas ciências exatas.

Possui grande poderio militar.
7
China

Estima-se que a China seja em 2030 a maior economia
mundial, tendo como base seu acelerado crescimento
econômico sustentado durante todo início do século XXI.

Terá grande concentração de indústria devido à sua população
e tecnologia.

Grande poderio militar.

A China se encontra atualmente num processo de transição do
Capitalismo de Estado para o Capitalismo de Mercado que já
deverá estar completo em 2030, mas ainda não se sabe se o
governo irá continuar totalitarista ou se a China irá evoluir
completamente para um país democrático aos moldes
ocidentais.
8
Desenvolvimento: BRIMC ou BRICS.

Cogita-se ainda outras siglas:
BRIMC (Brasil, Rússia, Índia, México e China), e
BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul),
incluindo México e África do Sul como nações com igual potencial,
ou mesmo a inserção das duas nações.

A história do crescimento dos Brics já está circulando por todo o
mundo. No ano passado, o Fundo Monetário Internacional (FMI)
calculou que os Brics e os mercados emergentes que eles estão
ajudando a alimentar respondiam por 30% da economia global, e por
47% de todo o crescimento mundial, sendo a China o maior
contribuidor, com o Brasil, a Rússia e a Índia não muito atrás.
9
BRIC em números
10
BRIC e o Resto do Mundo
Alguns indicadores da importância atual do grupo de países formado por
Brasil, Rússia, Índia e China:
População (em bilhões de habitantes)
Bric
2,75
Mundo
6,5
PIB (em trilhões de dólares)
Bric
4,2
Mundo 44
PIB PER Capita (em dólares)
Bric
US 6.650
Mundo
US 6.885
USA
U$ 46.000 (2008)
12
BRIC e o Resto do Mundo
Participação
dos Bric no comércio mundial:
18%
Participação
dos Bric no investimento direto:
16%
Participação
38%
dos Bric nas reservas financeiras:
Evolução
No período de 2005 a 2015, os rendimentos de cerca de 800 milhões
de pessoas nos quatro países poderão cruzar a marca de 3 000
dólares anuais, a linha divisória para o patamar de consumo de
classe média.
China: o número de pessoas aptas a consumir pode ser multiplicado por 6
até 2015 -- dos atuais 120 milhões para 700 milhões.
Índia: o salto é de menos de 20 milhões para cerca de 120 milhões de
pessoas.
Brasil: atualmente com 60 milhões de habitantes nessa faixa de renda,
deve dobrar essa base.
Rússia: já conta com metade de sua população acima desse piso de renda e
pode elevar a outra metade até 2015.
BRIC: Consumo
Participação do Bric no total da demanda mundial:
Algodão
57%
Trigo
36%
Carne bovina
35%
Aço
32%
Geladeiras
21%
Celulares
20%
Petróleo
18%
Alimentos
18%
Computadores
17%
Vestuário
14%
Automóveis
11%
Fontes: Euromonitor, International Iron and Steel Industry, IDC, Mittal Steel, Forrester Research,
Teleco, Datamonitor, Goldman Sachs
Produto interno bruto em 2005
(em trilhões de dólares):
Produto interno bruto em 2005 (em trilhões de dólares):
1o. Estados Unidos
12,8
2o. Japão
5
3o. Alemanha
2,6
4o. Reino Unido
2,3
5o. CHINA
2,3
6o. França
2,2
7o. Itália
1,8
8o. Canadá
1
9o. Espanha
1
10o. Coréia
0,8
11o. BRASIL
0,8
12o. México
0,8
Previsão Produto interno bruto em 2025
(em trilhões de dólares):
1o. Estados Unidos
2o. CHINA
3o. Japão
4o. Alemanha
5o. ÍNDIA
6o. Reino Unido
7o. França
8o. RÚSSIA
9o. Coréia
10º. Itália
11o. México
12o. BRASIL
Fontes: Goldman Sachs, CIA, FMI
20
11,7
6,7
3,9
3,6
3,3
3,2
2,9
2,6
2,5
2,4
2,3
Previsão Produto interno bruto em 2050
(em trilhões de dólares):
1o.CHINA
2o. Estados Unidos
3o. ÍNDIA
4o. Japão
5o. BRASIL
6o. México
7o. RÚSSIA
8o. Alemanha
9o. Reino Unido
10o. França
11o. Indonésia
12o. Nigéria
Fontes: Goldman Sachs, CIA, FMI
49
38
27
8
8
7,8
6,2
5,4
5,1
4,9
3,9
3,7
19
Futuro Próximo
A inclusão de quase 1 bilhão de novos consumidores no
mercado em tão pouco tempo deverá ter impacto explosivo
sobre a demanda de uma gama crescente de bens e serviços.
"Muitas pessoas que hoje não ganham o suficiente para
comprar um par de sapatos vão começar a consumir", diz
Joydeep Mukherji, diretor do grupo de análise internacional da
agência de classificação de riscos americana Standard and
Poor's. "Elas não poderão comprar carros Mercedes-Benz, mas
começarão a adquirir bicicletas, TVs e aparelhos de som."
Produtos
1. O consumo de aço dos quatro países, atualmente em 143
milhões de toneladas, deve atingir 450 milhões até 2010.
2. O consumo de petróleo deve crescer de 15 milhões para 20
milhões de barris diários.
3. Há hoje 700 milhões de usuários de telefonia móvel nos
Bric. Em apenas cinco anos, deverão ser quase 2 bilhões.
"Os números são tão impressionantes que muita gente
demora a acreditar que estão corretos", diz o consultor
Gustavo Zevallos, do Monitor Group.
Círculo Virtuoso
Potencial transformador:
 A demanda
por minério de ferro (para sustentar o ritmo de trabalho do maior
canteiro de construção do mundo), elevou os preços e engordou as receitas de
empresas como a Vale do Rio Doce -- que lucrou 4,6 bilhões de dólares em 2005.
 A General
Electric triplicou a produção de locomotivas em sua unidade de
Contagem, em Minas Gerais. "À medida que crescem as exportações de minério
da Vale para a Ásia, aumenta a necessidade de transporte e a oportunidade para
vendermos nossos equipamentos", diz Alexandre Silva, presidente da GE no
Brasil.
 A participação
na frota mundial de veículos, por exemplo, ainda é da ordem de
11%. Mas o mercado de automóveis já cresce aceleradamente na China, onde
todas as grandes montadoras instalaram fábricas. A frota chinesa de automóveis,
inferior a 20 milhões de unidades, deve quadruplicar até 2015.
No Brasil, o número de veículos em circulação pode crescer pelo menos 70% no
período, para mais de 46 milhões.

Brasil
Vantagens:
Potencial para ser o maior fornecedor mundial de produtos
agrícolas


Grandes reservas minerais

Parque industrial diversificado
Desvantagens:

Carga tributária pesada

Informalidade disseminada em muitos setores

Infra-estrutura precária

Educação deficiente
Rússia
Vantagens:

Reservas abundantes de petróleo e gás natural

População com bom nível educacional

Carga tributária baixa
Desvantagens:
População com média de idade elevada e baixo índice
de natalidade

 Altos
índices de corrupção e criminalidade
Índia
Vantagens:
 Avanço
em setores de tecnologia, como informática;

Grande população jovem e em crescimento acelerado;

Elite bem formada e atuante.
Desvantagens:

Infra-estrutura precária, com áreas urbanas caóticas;
Sociedade organizada por sistema arcaico de castas e dividida
por conflitos étnicos e religiosos.

China
Vantagens:
 Alta
capacidade industrial;

Potencial para ter o maior mercado consumidor do mundo;

Investimento intensivo em infra-estrutura e educação.
Desvantagens:

População com tendência de envelhecimento rápido;

Progresso realizado com grande devastação ambiental;

Sistema político ditatorial.
Agronegócios Brasileiro
 As
exportações do agronegócio brasileiro para a China, lideradas por
soja e carne de porco, cresceram 450% nos últimos cinco anos, para 3
bilhões de dólares.
"Uma das coisas mais interessantes sobre os Bric que não identificamos
em 2003 é que a Rússia e o Brasil estariam fornecendo os produtos de que
Índia e China necessitam", diz O'Neill. "Essa deve continuar a ser uma
vantagem estratégica na próxima década, mas o Brasil precisa tomar
cuidado para não se tornar excessivamente dependente da boa sorte das
economias asiáticas.“
Das quatro nações, Rússia e Brasil disputam uma espécie de
campeonato de segunda divisão do bloco, e, de certa forma, andarão a
reboque dos gigantes da Ásia.

Investimentos
Sadia, maior produtora brasileira de carnes, é um exemplo de como
os ventos de fora estão turbinando os negócios:
Em março de 2007, a empresa anunciou investimento de US$70
milhões para a abertura de sua primeira fábrica fora do país, que
será montada na Rússia. "As exportações para o mercado russo
pegaram fogo de 2000 para cá e, hoje, o país é um de nossos
maiores compradores", afirma José Augusto Lima de Sá, diretor
comercial da Sadia para mercados externos.
Além da investida na Rússia, a Sadia se movimenta para aumentar a
presença no mercado chinês. "É o mais promissor do mundo, sem
dúvida", afirma Sá.
Instabilidade
Mercados emergentes são instáveis por natureza.
Portanto, ninguém sabe dizer se o fantástico
crescimento demonstrado atualmente por China, Índia e
Rússia será ou não sustentado.
Problemas Atuais:
Enormes
danos causados ao meio ambiente chinês;
Recorrentes
conflitos religiosos na Índia, dentre
inúmeros outros;
Instabilidade Brasileira
O Brasil é considerado uma incógnita pelos analistas
econômicos, especialmente quanto à capacidade do país em
lidar com um setor público inflado e uma burocracia que
solapa o ambiente de negócios.
Imprevisibilidades à parte, o fato é que o fenômeno Bric tem
potencial transformador como poucos eventos na história do
capitalismo.
"Não dá mais para ignorar esses países...", diz o indiano C.K.
Prahalad, um dos mais importantes pensadores de
administração da atualidade.
“...estamos na crista de uma revolução!"
Variáveis Macroeconômicas
PIB em 2008
• Brasil: US$ 1.99 trilhão
• Rússia: US$ 1.757 trilhão
• Índia: US$ 1.237 trilhão
• China: US$ 7.8 trilhões
Fonte – Site IndexMundi
31
Balança Comercial entre Brasil e os
BRIC (2008)

Brasil/China: Cerca de US$ 36, 4 bilhões

Brasil/Rússia: Cerca de US$ 8 bilhões

Brasil/Índia: Cerca de US$ 4,7 bilhões
Fonte: MDIC
32
Força de trabalho
(Estimativa 2008)

Brasil: 100.9 milhões

Rússia: 75.7 milhões

Índia: 523.5 milhões

China: 807.7 milhões
Fonte – Site IndexMundi
33
Força de trabalho por ocupação (Estimativa 2008)

Brasil
Agricultura: 5.5%
Indústria: 28.5%
Serviços: 66%

Rússia
Agricultura: 10.2%
Indústria: 27.4%
Serviços: 62.4% (2007 estimativa)

Índia
Agricultura: 60%
Indústria: 12%
Serviços: 28% (2003)

China (estimativa 2006)
Agricultura: 43%
Indústria: 25%
Serviços: 32%
Fonte – Site IndexMundi
34
Crise econômica pode acelerar ascensão dos BRICs
(Jim O’Neil em entrevista exclusiva para Rogério Wassermann – BBC – março/2009






A crise econômica global não impedirá que os países do grupo dos BRIC estejam entre as
maiores economias do mundo, segundo afirma o próprio autor do conceito dos BRICs, Jim
O'Neill, economista-chefe do banco de investimentos Goldman Sachs.
Para ele, a crise pode até mesmo acelerar as mudanças na economia global que garantirão a
Brasil, Rússia, Índia e China ocupar um lugar de destaque entre as potências mundiais já em
2020.
Em entrevista exclusiva à BBC Brasil, O'Neill afirma que em 2020 a China, por exemplo,
poderá estar próxima de disputar com os Estados Unidos o posto de maior economia do
mundo. Segundo ele, os demais países dos BRIC s poderão ter economias de tamanho
equivalente à de países como Alemanha, França ou Reino Unido.
Para O'Neill, até 2020 a grande massa de consumo do mundo estará nas economias dos
BRICs.
O'Neill afirma ainda que as previsões que fez em 2001 sobre o crescimento da economia dos
países do grupo eram conservadoras e por isso não são afetadas por um eventual período de
baixo crescimento, como o atual:
"Nós assumimos que os países BRICs teriam ciclos econômicos, e isso é o que acontece
agora. Então, nossa projeção de longo prazo não é afetada de nenhuma maneira", diz.
35
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