UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS CAMPUS II - AREIA CURSO DE AGRONOMIA DEPARTAMENTO DE FITOTECNIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS NÍVEL DE INFESTAÇÃO E CONTROLE DE CUPINS DE PASTAGENS NO MUNICÍPIO DE AREIA-PB FLAVIANO DE SOUTO LEITE AREIA-PB SETEMBRO/2013 i NÍVEL DE INFESTAÇÃO E CONTROLE DE CUPINS DE PASTAGENS NO MUNICÍPIO DE AREIA-PB AREIA-PB SETEMBRO/2013 ii FLAVIANO DE SOUTO LEITE NÍVEL DE INFESTAÇÃO E CONTROLE DE CUPINS DE PASTAGENS NO MUNICÍPIO DE AREIA-PB Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito para obtenção do título de Engenheiro Agrônomo pelo Agronomia da curso de Universidade Federal da Paraíba. Orientador: Prof. Dr. Jacinto de Luna Batista AREIA-PB SETEMBRO/2013 iii Ficha Catalográfica Elaborada na Seção de Processos Técnicos da Biblioteca Setorial do CCA, UFPB, Campus II, Areia – PB. L533n Leite, Flaviano de Souto. Nível de infestação e controle de cupins de pastagens no município de AreiaPB. / Flaviano de Souto Leite. - Areia: UFPB/CCA, 2013. 35 f. : il. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Agronomia) - Centro de Ciências Agrárias. Universidade Federal da Paraíba, Areia, 2013. Bibliografia. Orientador(a): Jacinto de Luna Batista. 1. Cupim de montículo – Controle de praga 2. Infestação de Cupim – Areia-PB 3. Syntermes – Gênero de cupim I. Batista, Jacinto de Luna (Orientador) II. Título. UFPB/CCA CDU: 595.731(813.3) iv v DEDICATÓRIA DEDICO A Deus pela força, auxilio e orientação na minha vida. A toda minha família, especialmente meu avô Joaquim Miguel de Souto (Joaquim Chico) “in memorian”, minha mãe Maria Pereira de Souto Leite e a meus sobrinhos Fabrynna Ferreira Marques Leite, Pedro Henrique Ferreira Marques Leite e Isabela Ferreira Marques Leite, pelo apoio e dedicação prestados a mim em toda minha vida até hoje. vi AGRADECIMENTOS A Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA) e Universidade Federal da Paraíba (CCA/UFPB) pela minha formação de Engenheiro Agrônomo e enorme contribuição, ensinamentos e lições na minha vida. A todos os funcionários do CCA/UFPB especialmente aos senhores Ronaldo Santos, Solongenilson Gomes de Oliveira, Inaldo Gomes de Oliveira Primo por toda a disposição a ajuda quando necessário no desempenho das atividades acadêmicas, também toda a equipe do restaurante universitário pelo empenho nos preparos das alimentações ali fornecidas.A Evilásio Andrade da cantina do SINTESP pelas conversas, distrações e confiança em mim depositada. A todos os professores que passaram pela minha formação, especialmente Juliano Fabricante, Francisco de Assis Pereira Ramos, Jacinto de Luna Batista, Lourival Ferreira Cavalcante, Joaquim Malheiros, Kelly Gomes, Lilian Margarete, Márcia Eugênia, Rejane Maria, Leonaldo Alves de Andrade, Fernando Guilherme e Ivandro de França pela maneira como ministram suas disciplinas passando, a meu ver um bom conhecimento ao alunado. Ao meu orientador Dr. Jacinto de Luna Batista pela orientação no desempenho deste e de outros trabalhos durante a minha vida acadêmica, sempre com paciência, confiança e dedicação. A todos os meus amigos e colegas do período 2008.1 do curso de agronomia da Universidade Federal Rural do Semiárido, especialmente a Vandemberg Nascimento, Grazziane Tardelli, Cillas Policarto, Ravier Valcacer, Mayki Lima, Afonso Duarte, Ronaldo Benevides, Daiana Campelo, Fernando Henrique, Francisco Ronny Maia, Tiago, Ildefonso Guerreiro, Roseano Medeiros pelas conversas, trocas de conhecimento, distrações e companheirismo. A todos os meus amigos e colegas do período 2008.2 do curso de Zootecnia do CCA/UFPB, especialmente a Jurandir Júnior, Severino Guilherme, Jhonatan Silva, Luan Nunes, Fláris Barbosa, Getúlio Araújo, Gabriel Soares, Afonso Guedes, Alessandra Elieser, Renata Quirino, Elisabete Costa, Keith Ranny pelas conversas, trocas de conhecimento, distrações e companheirismo. vii A todos os meus amigos e colegas do período 2008.2 do curso de Agronomia do CCA/UFPB, especialmente a Rafael Gouveia de Andrade, Lucas Paes, Rodrigo Coutinho, Marcos Aurélio, José Ponciano pelas conversas, trocas de conhecimento, distrações e companheirismo. A todos os meus amigos e colegas do período 2009.1 do curso de Agronomia do CCA/UFPB, especialmente Lucas Cavalcante, Isnaldo Rodrigues, Begna Janine, Antônio Dantas, Thales Pereira, Rodolfo César, Ronaldo Gomes, Aylson Jackson, Suany Maria, Alberto Marreiro, Tarciso Botelho, Alex Pacheco pelas conversas, trocas de conhecimento, distrações e companheirismo. A meus grandes e eternos amigos, companheiros de residência universitária José Ronaldo Calado Costa, Renato Francisco da Silva Souza e Willian Manoel de Oliveira por toda a ajuda, companheirismo. A toda equipe do Laboratório de Entomologia do CCA/UFPB, especialmente Wênnia Rafaely, Mileny Souza, Robério Oliveira, Severino João Numeriano por toda a ajuda nas atividades do laboratório sempre dispostos a ajudar. A todos do PET Agrobio: Agroecologia, Agricultura Familiar e uso Sustentável dos Recursos Naturais, Wênnia Rafaely, Patrícia Abraão, Julieny Gomes, Antônio Fernando, Adelaido Araújo, Arliston Leite, Francisco Araújo, João Batista, Begna Janine, Luana Vitória, Islânia Nunes, Antônia Maiara, Joel Cabral, Izabela Thaís, Ana Claúdia, Adriana Carneiro, Gilmar Nunes. Aos amigos Afonso Guedes, Jair Batista, James Luís, Wilde Vieira, Francisco Cabral, João Batista, Gabriel Soares, Isnaldo Rodrigues, Rafael Gouveia pela confiança e pelo empréstimo dos seus bens para meu uso. Aos senhores Leonardo Jardelino, Ádrio Silva, José Romeiro e Eduardo Silva pela permissão para entrada nas suas propriedades para a realização do trabalho. A Mariana Nóbrega, pela valiosa ajuda na realização deste trabalho. A pró-reitoria de graduação da UFPB e a CAPES pelas bolsas de monitoria de Introdução à Ciência do Solo e bolsa PET/CAPES/UFPB, que foram essenciais para a minha permanência no curso de Engenharia Agronômica. viii SUMÁRIO LISTA DE FIGURAS E TABELAS .......................................................................................... x RESUMO. ................................................................................................................................. xi ABSTRACT. ............................................................................................................................ xii 1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 13 2. REVISÃO DE LITERATURA .......................................................................................... 15 2.1. Características dos cupins de montículo ........................................................................ 15 2.2. Ocorrência dos cupins de montículo .............................................................................. 16 2.3. Formação dos ninhos...................................................................................................... 16 2.4. Hábitos alimentares dos cupins ...................................................................................... 18 2.5. Critérios para identificação de cupins ............................................................................ 19 2.6. Gênero Syntermes ........................................................................................................... 20 2.7. Cupins de montículo como praga agrícola ..................................................................... 21 2.8. Técnicas de manejo ........................................................................................................ 22 3. MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................................... 25 3.1. Avaliação da infestação de cupins no município de Areia-PB ...................................... 25 3.2. Avaliação da mortalidade de operários de cupins .......................................................... 26 3.3. Análise estatística ........................................................................................................... 27 3.4. Identificação do gênero .................................................................................................. 27 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................................... 27 4.1. Avaliação da infestação de cupins no município de Areia-PB ...................................... 27 4.2. Avaliação da mortalidade de operários de cupins .......................................................... 30 5. CONCLUSÕES................................................................................................................... 32 6. REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 33 ix LISTA DE FIGURAS E TABELAS Figura 1. Ninho da espécie Syntermes sp. Areia-PB. 2013.....................................................21 Figura 2. Distribuição das propriedades no município de Areia-PB.......................................25 Figura 3. Captura de insetos (soldados e operários de cupins). 2013. Areia-PB.....................26 Figura 4. Experimento teste de controles para operários.........................................................26 Figura 5. Micropulverizadores manuais..................................................................................27 Figura 6. Número de cupinzeiros/ha nas propriedades estudadas (A) e área total em m 2 nas propriedades estudadas (B).......................................................................................................28 Figura 7. Percentual de mortalidade de operários de cupins de montículo da espécie Syntermes sp..............................................................................................................................31 Tabela 1. Percentual de mortalidade de cupins de montículo (Syntermes sp.) 24, 48, e 72 horas após aplicação de óleos vegetais e inseticida convencional............................................30 x LEITE, F. S. Nível de infestação e controle de cupins de pastagens no município de Areia-PB. 2013. 35 p. Monografia (Graduação em Agronomia). UFPB/CCA. Orientador: Jacinto de Luna Batista Resumo: As pastagens apresentam grande importância territorial no Brasil, quando se observa que 70% das terras do setor agropecuário, o qual constitui 30% do território nacional, são ocupadas por pastagens, estas constituem-se em fonte de alimento para diversos tipos de herbívoros. Os cupins de montículo são considerados pragas importantes nas pastagens, pois, além de estarem distribuídos em extensas áreas, seus ninhos dificultam os tratos culturais e agravam o processo de degradação. O objetivo do trabalho foi verificar o nível de infestação, identificar o gênero incidente e avaliar o controle de cupins de montículo em áreas de pastagens no município de Areia-PB. A avaliação do nível de infestação dos cupins foi realizada nos meses de Maio a Setembro de 2013. O levantamento foi realizado tomando como base os pontos cardeais (norte, sul, leste, oeste) onde foram selecionadas aleatoriamente 7 propriedades assim discriminadas: norte (Sítio Tauá de Mata Limpa); sul (Sítio Pau Ferro, área sentido Alagoa Grande); leste (área sentido Pilões); oeste (Fazenda experimental Chã de Jardim, Sítio Cachoeira, Engenho Bujari). Nas coletas em área amostral de 1 ha adotou-se o método de contagem individual, dimensionamento da área do montículo com uma trena, captura de soldados e operários e o georreferenciamento com GPS. Posteriormente determinou-se a área em m2 dos montículos e as médias por propriedade. Os soldados capturados nos cupinzeiros amostrados foram levados ao Laboratório de Entomologia do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba (LEN/CCA/UFPB), onde através de observações visuais sob microscópico estereoscópico foram identificados a nível de gênero por comparação morfológica e chave taxonômica para tal fim. Para a avaliação da mortalidade dos operários utilizou-se seis tratamentos: 1 – testemunha; 2 – óleo de Citronela (2%); 3 – óleo de Algodão (2%); 4 – óleo de Citronela (1%) + inseticida convencional (neonicotenoide); 5 – óleo de Algodão (1%) + inseticida convencional (neonicotenoide); 6 – inseticida convencional (neonicotenoide), com cinco repetições, totalizando trinta unidades experimentais. O gênero de cupim de montículo encontrado nas áreas amostrais do trabalho no município de Areia-PB é Syntermes, apresentando uma infestação média de cupins de montículo superior a 13 cupinzeiros/ha com área total média superior a 86 m2/ha. O óleo de Citronela aplicado com ou sem inseticida atingiu 100% de mortalidade em operários de cupins Syntermes sp. Palavras chave: Brachiaria, cupins de montículo, Syntermes sp, óleos vegetais xi LEITE, F. S. Level of infestation and termite control pastures in the municipality of Areia Paraíba. 2013. 35 p. Monograph (Undergraduate Agronomy). UFPB/CCA. Advisor: Jacinto de Luna Batista Abstract: Pastures have great territorial importance in Brazil, where it is observed that 70 % of land in the agricultural sector, which constitutes 30% of the national territory is occupied by pastures, these constitute a source of food for many types of herbivores. The termite mound are considered major pests in pastures, because in addition to being distributed in large areas, nests hinder the cultural and aggravate the degradation process. The aim of the study was to determine the level of infestation, identify the genre incident and evaluate control termite mound in pasture areas in the municipality of Areia Paraíba. The assessment of the level of infestation of termites was held in the months of May to September 2013. The survey was carried out based on the cardinal points (north, south, east, west) which were randomly selected 7 properties thus discriminated: north (Sítio Tauá de Mata Limpa); south (Sítio Pau Ferro, area towards Alagoa Grande); east (area towards Pilões); west ( experimental Farm Chã de Jardim, Sítio Cachoeira, Engenho Bujari). In the collections in the sample area of 1 ha adopted the method of counting individual sizing mound area with a tape measure, capturing soldiers and workers and georeferencing with GPS. Later it was determined the area in m 2 of the mounds and the average per property. The captured soldiers in termite nests sampled were taken to the Laboratório de Entomologia do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba (LEN/CCA/UFPB), where through visual observations under stereoscopic microscope were identified to genus level by comparing morphological and taxonomic key to this end. To assess the mortality of the workers was used six treatments: 1 - control, 2 Citronella oil (2%) 3 - Cotton oil (2%) 4 - Citronella oil (1%) + conventional insecticide (neonicotenoide); 5 - Cotton oil (1%) + conventional insecticide (neonicotenoide) 6 conventional insecticide (neonicotenoide) with five replications, totaling thirty experimental units. The genus of termite mound found in sample areas of work in the municipality of Areia Paraíba is Syntermes, presenting an average infestation termite mound than 13 mounds/ha with average total area exceeding 86 m2/ha. Citronella oil applied with or without insecticide reached 100% mortality in workers termite Syntermes sp. Keywords: Brachiaria, termite mound, Syntermes sp, vegetable oils. xii 1. INTRODUÇÃO A denominação "cupim" é mais antiga que o Brasil, tendo sua origem na língua Tupi e significando "montículo", em referência ao formato do ninho de uma determinada espécie de cupim encontrado no interior do Brasil. Podem-se encontrar ainda os seguintes sinônimos da palavra cupim, em português: térmita, térmite e itapicuim, este último utilizado na região Amazônica do Brasil. A denominação térmita, por sua vez, é originada do latim "Termes" e era utilizada pelos romanos ao se referirem ao "verme da madeira", seu significado em latim, dada a aparência que os mesmos apresentam quando infestando uma estrutura de madeira (POTENZA, 2002; ZANETTI, 2002). Pertencentes à ordem Isoptera (iso=igual; ptera=asa), os cupins ou térmitas formam o grupo mais antigo entre os insetos sociais, vivem em colônias permanentes chamadas termiteiros ou cupinzeiros que serve de abrigo a colônia, armazenamento de alimento e proporciona condições ideais para o desenvolvimento dos indivíduos. Os cupins de montículo constituem pragas importantes nas pastagens, pois, além de estarem distribuídos em extensas áreas, seus ninhos dificultam os tratos culturais e agravam o processo de degradação das pastagens (GALLO et al., 2002). As pastagens apresentam grande importância territorial no Brasil, quando se observa que 70% das terras do setor agropecuário, o qual constitui 30% do território nacional, são ocupadas por pastagens e que cerca de 90% dos bovinos abatidos são criados exclusivamente em pastos ou apenas com pequena suplementação após a desmama. As pastagens constituemse em fonte de alimento para diversos tipos de herbívoros, devendo ser conduzida de uma forma técnica à semelhança de outras culturas. Cabe ressaltar ser esta, a fonte de alimentação mais econômica para os rebanhos. A maior parte das áreas com pastagens na microrregião do Brejo Paraibano especificamente no município de Areia encontra-se degradadas ou com algum grau de degradação em consequência de uma serie de fatores, dentre os quais, a acidez elevada dos solos e o manejo inadequado da fertilidade sem a devida reposição de nutrientes e a crescente infestação por cupins de montículo, estes apresentam grande importância nesse processo de degradação, assim como, também o histórico de exploração dessas áreas que apresentam um desgaste da fertilidade advindo da cultura da cana-de-açúcar, a qual foi de grande importância para a região, por algumas décadas. O solo devido a sua complexidade pode ser um fator limitante para o crescimento da pastagem, através da não disponibilidade de nutrientes, água e oxigênio e perda de área útil por cupins de montículo (OLIVEIRA, 2006). 13 A ação prejudicial às pastagens pode ser atribuída a dois tipos de cupins, os construtores de ninhos epígeos, em condições de densidade elevada, e os consumidores de folhas vivas como alimento. As plantas são, direta ou indiretamente, as fontes de recurso alimentar para os cupins, sendo, portanto, importantes na abundância e na distribuição das espécies (CZEPAK et al., 2003). Caso não haja a preocupação de controlar os cupins, pastagens mais velhas tenderão a apresentar níveis de infestação mais elevados (VALÉRIO et al., 2004). Além dos consideráveis danos econômicos provocados em áreas rurais, os cupins também são importantes componentes da fauna do solo de regiões tropicais, exercendo papel essencial nos processos de decomposição e de ciclagem de nutrientes. Diante do que representa os cupins de montículo para as pastagens, o objetivo do trabalho foi verificar o nível de infestação, identificar o gênero incidente e avaliar o controle de cupins de montículo em áreas de pastagens no município de Areia-PB. 14 2. REVISÃO DE LITERATURA 2.1. Características dos cupins de montículo Dados relativos à origem dos isópteros ainda são bastante discutidos entre pesquisadores, pois alguns mostram que eles só podem ter descendido de baratas com hábitos idênticos aos de Cryptocercus e não de Problattodea, como acreditam certos autores. Há também suposições de que toda a ordem Isoptera, incluindo o gênero Mastodermes, provavelmente deve ter evoluído de uma forma semelhante a Pycnoblattina. Durante a evolução dos isopteros observou-se importantes linhas de transformação, tais como, redução do pronoto, alongamento das asas, redução da área anal da asa anterior, estreitamento das partes basais da asa e desenvolvimento da sutura humeral ou basal, ao longo da qual as asas se destacam após a revoada, restando adjacente ao corpo do inseto, uma escama com importância taxonômica (ZANETTI et al., 2006). São insetos com aparelho bucal do tipo mastigador, possuem metamorfose incompleta (ovo-ninfa-adulto), entre os quais as ninfas vivem no mesmo hábitat dos adultos. Todas as espécies de cupins são sociais, vivendo em sociedades ou colônias mais ou menos populosas, com divisões de tarefas (reprodução, segurança, limpeza e cuidados com a rainha) realizadas por determinados grupos de indivíduos, denominados castas, representadas por cupins ápteros ou alados, seus ninhos são denominados de cupinzeiros ou termiteiros (ZANETTI et al., 2006). O casal real são os fundadores da colônia, sendo indivíduos sexuados, com função apenas reprodutiva. Copulam, proporcionando o crescimento da colônia em número de indivíduos. Os soldados são estéreis e apresentam cabeças e mandíbulas bastante desenvolvidas, têm como função principal à defesa da colônia por meio de toxinas ou substâncias pegajosas. As funções de manutenção da colônia são desenvolvidas pelos operários que também são estéreis (COOPLANTIO, 2003). No crescimento e desenvolvimento dos ninhos, no inicio são frágeis e totalmente subterrâneos, na superfície são resistentes e duros. O montículo é constituído por uma espessa camada de terra dura, permeado por canais, no seu interior está localizado o endoécio ou núcleo que é frágil e de coloração escura devido a elevada matéria orgânica, principalmente de celulose e material fecal. Nesse endoécio se concentra e vive a maioria dos indivíduos da colônia. Na base do cupinzeiro ocorre a ligação por meio de túneis com o solo propiciando a exploração em busca de alimento (VALÉRIO et al., 2004). 15 Nos cupinzeiros também são encontrados outros seres como formigas, abelhas, vespas, aranhas e escorpiões que estão em busca de moradia e alimentação, tudo isso graças ao seu sistema de ventilação que mantém 20º C de temperatura e umidade em torno de 96%. Os maiores registros dessa convivência foram encontrados em áreas de pastagens (HERZOG et al, 2006). Assim os cupinzeiros tornam-se abrigo para animais nocivos e peçonhentos, sendo prejudiciais aos animais e ao próprio homem. 2.2. Ocorrência dos cupins de montículo Com cerca de 2750 espécies conhecidas no mundo (CONSTANTINO, 2005), estão espalhados desde as florestas úmidas até as savanas, além de encontrados até mesmo em regiões áridas. Isso é possível devido a simbiose com microorganismos, como bactérias, fungos e protozoários que auxiliam na sua alimentação, além de uma organização social bastante desenvolvida (COSTA-LEONARDO, 2002). No Brasil ocorrem aproximadamente 300 espécies, que se distribuem entre as famílias Kalotermitidae, Rhinotermitidae, Termitidae e Serritermitidae. Os principais gêneros representantes da primeira família são Cryptotermes, Neotermes e Rugitermes, já na família Rhinotermitidae se destacam os gêneros Coptotermes e Heterotermes. No caso da família Termitidae, os gêneros Cornitermes, Nasutitermes, Syntermes e Anoplotermes são os mais relevantes. Cornitermes é um gênero de cupins neotropicais presente em todo o país, sendo encontrado em formações florestais, cerrado, campos e pastagens (FERREIRA et al., 2011). A família Serritermitidae até recentemente continha uma única espécie, Serritermes serrifer, que ocorre apenas no Brasil, mas novas evidências indicam que Glossotermes oculatus, espécie da Amazônia, também pertence à Serritermitidae (ZANETTI et al., 2010). 2.3. Formação dos ninhos Em todos os térmitas os ninhos são isolados do meio externo e a comunicação deste com o meio interno nunca é direta, a não ser em momentos especiais como ocorre em épocas de revoada, para a saída dos alados. Este enclausuramento se deve a necessidade de proteção contra os movimentos do ar e de manutenção de condições de umidade, temperatura e atmosfera interna necessárias para o desenvolvimento normal da colônia. Os térmitas, de maneira geral, são considerados excelentes arquitetos tanto pela grande variedade de tipos como pela complexidade das suas construções (ELEOTÉRIO, 2000). 16 As proporções entre areia, silte e argila e sua distribuição no perfil do solo é um fator limitante para a construção dos ninhos de cupins subterrâneos. Solos com boa quantidade de argila são mais facilmente trabalhados pelos cupins e os solos arenosos dificultam a sustentação dos ninhos e dos túneis. Ao longo do tempo as construções dos térmitas têm evoluído passando por modificações contínuas. Devido a estas modificações, existem diversas formas intermediárias de ninhos. Os ninhos dividem-se em cinco categorias principais: ninhos dentro da madeira, ninhos subterrâneos, ninhos epígeos, ninhos arbóreos e inquilinismo (ELEOTÉRIO, 2000). A construção de ninhos para abrigar a colônia representa uma das características dos insetos sociais. Os ninhos de cupins, chamados de termiteiros, são classificados de acordo com sua posição em relação ao solo: ninhos arborícolas, construídos sobre ou dentro de árvores; ninhos hipógeos, construídos sob o solo; e ninhos epígeos, que possuem uma pequena parte subterrânea e a maior parte acima da superfície do solo. A maioria das espécies de Cornitermes constrói ninhos epígeos, sendo estes divididos em duas partes: uma camada externa resistente, construída principalmente de solo e uma câmara central celulósica (núcleo) onde vive a colônia. A camada externa auxilia na manutenção do microclima interno do ninho e funciona como defesa contra predadores (FERREIRA et al., 2011). Os ninhos de Cornitermes cumulans, uma espécie construtora de ninhos epígeos comum no Cerrado, são utilizados como hábitat por vários animais, principalmente por outras espécies de cupins, demonstrando sua importância ecológica (FERREIRA et al., 2011). O microclima do termiteiro é relativamente estável e é mantido, em grande parte, pela ação dos cupins, pela arquitetura do ninho, pelo material utilizado para construção e principalmente pela interação e dinâmica destes fatores. Dentro dos ninhos, os térmitas são capazes de controlar a temperatura, umidade e atmosfera interna, e a localização e arquitetura destes ninhos determinam a regulação térmica; por exemplo, se eles estão expostos ao sol ou abaixo de dossel de floresta (NOIROT e DARLINGTON, 2000). A manutenção da umidade dentro do ninho é uma característica importante, considerando que os térmitas são extremamente sensíveis a trocas de umidade. A atmosfera interna baseia-se na estrutura de galerias e poros do ninho que permitem as trocas gasosas, sendo a sua ventilação essencial à manutenção da concentração adequada de oxigênio e carbono (NOIROT e DARLINGTON, 2000). 17 2.4. Hábitos alimentares dos cupins Existem diferentes tipos de alimentação entre os cupins. Os jovens, os soldados e todos os reprodutores são incapazes de se alimentar sozinhos e recebem dos operários alimentação estomodeal ou proctodeal. A alimentação estomodeal pode ser saliva, que é o único nutriente dos reprodutores funcionais (rei e rainha), ou alimento regurgitado. Os soldados são, em grande parte, nutridos com alimento regurgitado, mas em certos Termitidae eles têm uma dieta exclusivamente líquida (saliva). A alimentação proctodeal foi descrita para os cupins inferiores, os quais apresentam uma fauna intestinal composta por protozoários flagelados. O alimento proctodeal consiste de excreções líquidas, ricas em simbiontes, provenientes do intestino posterior e que são eliminadas em resposta a estímulos táteis de outros cupins. Na família Kalotermitidae este alimento é totalmente distinto das fezes sólidas e secas do reto (LIMA e PAIVA, 2010). A coleta de alimento pelos operários, tanto para uso próprio quanto para prover as castas dependentes, é o recurso energético básico da colônia. Ela consiste de materiais celulósicos provenientes de plantas vivas ou mortas, parcialmente ou quase que inteiramente decompostas. O recurso alimentar e sua subsequente decomposição têm muitas implicações de longo alcance nas relações entre cupins e solos, tanto por suas atividades alimentares quanto pela transformação do alimento por meio da digestão. Portanto, os cupins afetam o ciclo da matéria orgânica e dos nutrientes (LIMA e COSTA-LEONARDO, 2007). Adicionalmente, a concentração de alimento e a perda de produtos a partir da digestão influenciam a disposição de matéria orgânica e de nutrientes no ecossistema. Os térmitas exploram alimentos com baixo valor nutricional se comparados àqueles consumidos por outros animais. A capacidade de sobreviver a partir da ingestão de alimentos pobres em nutrientes se deve aos mecanismos digestivos usados para extrair a maior parte dos nutrientes disponíveis a partir de uma alimentação de baixa qualidade, à conservação altamente controlada desses recursos e à ciclagem de nutrientes (LIMA e COSTA-LEONARDO, 2007). Pastagens, plantas herbáceas e serapilheira podem ser usadas diretamente como alimento pelos cupins ou como substratos para favos de fungos de térmitas da subfamília Macrotermitinae (cupins que cultivam fungos). Esses recursos requerem forrageamento por grandes áreas. Além de se mostrarem potencialmente competitivos em relação aos outros herbívoros, os cupins coletores “harvesters” devem dominar os aleloquímicos presentes na pastagem fresca. Esses problemas podem ser superados pela vantagem do alto conteúdo de nitrogênio na pastagem em relação à madeira e também pelo acesso ao esterco produzido pelos mamíferos herbívoros. 18 Os cupins coletores “harvesters” incluem espécies que forrageiam na superfície e cortam pastagem, plantas herbáceas, folhas, galhos, sementes e outras partes de plantas depositadas na superfície do solo. De acordo com os mesmos autores, serapilheira, na forma de galhos, ramos e folhas, é consumida pelos cupins das subfamílias Macrotermitinae, Apicotermitinae, Termitinae e Nasutitermitinae (família Termitidae). Os verdadeiros cupins coletores “harvesters” são os Hodotermitinae, família Hodotermitidae (Hodotermes da África, Microhodotermes do Norte da África e Anacanthotermes do Norte da África e da faixa árida da Ásia); alguns Amitermitinae, família Termitidae (tais como Drepanotermes na Austrália); e alguns Nasutitermitinae, família Termitidae (tais como certos Nasutitermes e Tumulitermes na Austrália, Trinervitermes na África e Indo-Malásia e Syntermes na América do Sul). Essas espécies invariavelmente acumulam o material coletado em seus ninhos, algumas vezes em grandes quantidades. Os gêneros neotropicais Velocitermes, Rhynchotermes e Cornitermes (família Termitidae, subfamília Nasutitermitinae) também se enquadram nesse grupo consumidor de serapilheira (COSTA-LEONARDO, 2005). No Brasil, Cornitermes cumulans, uma espécie de cupim de montículo bastante conhecida pela alta incidência em pastagens, se alimenta principalmente de folhas e raízes mortas de gramíneas. No ninho os alimentos são mastigados e posteriormente armazenados nas paredes das câmaras do cupinzeiro. Os operários do gênero neotropical Ruptitermes (família Termitidae, subfamília Apicotermitinae) coletam fragmentos de folhas e sementes na superfície do solo e não consomem imediatamente esse alimento, que é armazenado em galerias subterrâneas esparsas, formando o seu ninho “difuso” (CONSTANTINO, 2005). Eles também podem ocupar ninhos epígeos construídos por outras espécies e estocar alimento nas galerias do referido montículo abandonado. A partir do exposto, pode-se constatar que existe uma ampla variedade de recursos alimentares que são explorados pelos Isópteros, isso permitiu aos cupins ocuparem quase todas as regiões quentes e temperadas da Terra, ocorrendo em praticamente todos os ambientes terrestres, naturais ou modificados pela espécie humana (COSTA-LEONARDO, 2006). 2.5. Critérios para identificação de cupins A manifestação de cupins de montículo é caracterizada pela presença de cupinzeiros, formados por montes de terra endurecida que variam em cor, altura e formato, de acordo com o ambiente, o solo e a idade da colônia. 19 Geralmente, cada espécie apresenta um formato padrão de ninho, entretanto cupinzeiros inativos podem ser recolonizados por outras espécies, o que causa certa confusão na identificação dos cupins. Para identificação dos térmitas até gênero, se utiliza principalmente a casta dos soldados, com exceção dos Apicotermitinae. Para a realização da identificação, recomenda-se que os cupins, no momento da coleta, sejam manuseados com cuidado e colocados imediatamente em recipiente com álcool a 75%. Se possível devem ser coletados o rei e a rainha ou 5-10 reprodutores alados ou ninfas em último estádio de diferenciação (com asas desenvolvidas), 5-10 operários, 5-10 soldados e amostras do material danificado. Deve-se fotografar o material danificado e os indícios deixados pelos cupins. Atualmente a sistemática dos cupins não se resume a utilização de características morfológicas externas, têm-se utilizado também para a identificação até gênero, características morfológicas do tubo digestivo da casta de operários. O padrão de arquitetura dos ninhos também tem auxiliado a sistemática visto que algumas espécies possuem padrões de construção bastante peculiares, que em conjunto com outras características, permitem a sua identificação com maior segurança. Também têm-se utilizado, embora não façam parte da rotina de identificação, particularidades de comportamento associadas a morfologia e peculiaridades da química das secreções de defesa do soldado (ELEOTÉRIO, 2000). 2.6. Gênero Syntermes O gênero Syntermes ocorre desde o norte da América do Sul até o norte e nordeste da Argentina a leste dos Andes. Apresenta estrutura social plena, com todas as castas (Rainha, rei, soldados, operários e reprodutores alados) bem definidas e atuantes. São cupins de porte avantajado, muito maior que os cupins de outros gêneros de ocorrência comum em nosso território. Seus cupinzeiros podem abranger alguns metros quadrados de área. Se alimentam de matéria orgânica em decomposição. A estes cupins atribui-se a perdas em áreas de pastagem. Esse gênero é exclusivamente neotropical e destaca-se como um dos poucos consumidores de folhas da serapilheira. Esses cupins contribuem para a decomposição de várias maneiras: por meio do consumo direto e posterior digestão, pela fragmentação das folhas da serapilheira, aumentando assim a disponibilidade desse material para outros consumidores, e pela adição do material cortado e abandonado na superfície ou no perfil do solo (MEDEIROS, 2001). 20 Os Syntermes geralmente são ativos à noite, apesar de eventualmente serem encontrados forrageando durante o dia, quando o tempo está nublado. O horário de maior atividade de Syntermes sp está entre 19:00 e 02:00 horas. Eles cortam pedaços de folhas presentes na superfície do solo, as quais podem ser recém-caídas ou envelhecidas, e os carregam para seus ninhos. Os ninhos de Syntermes sp podem ser divididos em três tipos principais: totalmente subterrâneos, subterrâneos, com um monte de terra solta sobre a superfície e monte compacto. O ninho de ocorrência no estudo é do tipo monte compacto (figura 1). De maneira geral os ninhos de Syntermes sp são divididos em três partes distintas: uma externa dura, fina e sem galerias, uma espessa camada com muitas galerias e câmaras de armazenamento, e uma parte central, com muitos planos, câmaras de largura, com paredes finas e frágeis, que não estão alinhadas com as pelotas do solo, mas têm uma superfície lisa (COSTA NÚÑEZ, 2010). Figura 1. Ninho da espécie Syntermes sp. Areia-PB, 2013. 2.7. Cupins de montículo como praga agrícola Apesar do pequeno número de espécies de cupins pragas, estimam-se custos elevados para a prevenção e controle de cupins nos Estados Unidos, entre dois a três bilhões de dólares/ano e na Austrália em torno de um e meio bilhão de dólares/ano (UNEP/FAO/GLOBAL, 2000). Com relação ao consumo de pastagens, CARVALHO (2004) enfatiza que há controvérsias entre os estudos, surgindo recentemente o conceito de que o cupim de montículo é uma “praga estética”, pois traz um aspecto visual desagradável ao produtor. 21 Distúrbios ambientais reduzem a diversidade selecionando espécies mais aptas, causando a diminuição de predadores e competidores e aliado à falta de um manejo adequado para controle de cupins, tornando o ambiente da pastagem um ecossistema ideal para instalação e disseminação de espécies de térmitas (JUSTI JUNIOR et al., 2004). Não se conhece o suficiente a respeito dos hábitos alimentares de cupins de montículo. Esses tipos de cupins apresentam plasticidade quanto aos hábitos alimentares. Cornitermes cumulans se alimenta de gramíneas vivas ou mortas, seus operários preferem folhas secas de gramíneas ao invés de folhas vivas, esse inseto também preferiu sementes de Brachiaria, sementes de milho secas ou germinadas e folhas de gramíneas secas (VALÉRIO, 2006). Sabe-se que muitas espécies de cupins podem consumir diferentes tipos de alimentos, e que, mais do que uma preferência em particular, um maior consumo de um ou outro alimento pode estar associado à predominância ou disponibilidade desses alimentos (VALÉRIO, 2006). A ordem Isoptera é bastante conhecida pelo seu potencial como praga, apesar dos cupins-praga constituírem a minoria dentro do grupo (cerca de 10%) (LIMA e COSTA-LEONARDO, 2007). A redução de área útil das pastagens, como possível dano indireto atribuído aos cupins que formam montículos. Nas pastagens com altas infestações, fica comprometida a movimentação de máquinas, animais e também diminui a área útil de cultivo, além de servir de abrigo para outras espécies indesejadas, peçonhentas (CZEPAK et al., 2003). A grande ameaça representada por cupins de montículo existe por ocasião do estabelecimento da forrageira. Nesse caso, plantas jovens são atacadas, resultando em falha parcial ou mesmo generalizada no estande. Além de favorecer e acelerar o processo de degradação das mesmas. Registra-se, no entanto, que várias espécies de cupins do gênero Syntermes, também conhecidos em alguns locais como cupins-boiadeiro, têm a característica de forragear na superfície das pastagens, coletando folhas secas e verdes. Os ninhos dessas espécies são predominantemente subterrâneos. Embora se admita que esses cupins ocorram em menor freqüência, se comparados a outras espécies de cupins-de-montículo em pastagens, reconhece-se que eles representam uma ameaça em potencial (VALÉRIO et al., 2004). 2.8. Técnicas de manejo Os cupins de montículo por apresentarem colônias protegidas no solo e difíceis de localizar, são pouco atacadas por predadores e patógenos, dificultando o sucesso das medidas de controle (CULLENY e GRACE, 2000). 22 O conhecimento básico da diversidade e biologia dos cupins é imprescindível para o manejo adequado e dos problemas causados por eles. Os produtos mais eficientes para o controle de cupins de montículo tem como característica mais importante a capacidade de permanecer ativos no solo, por isso a excelente eficiência dos cupinicidas organoclorados. Após a proibição da fabricação, comercialização e uso de organoclorados no país, houve um aumento nas pesquisas, destacando-se inicialmente o monitoramento das populações. Posteriormente, o desenvolvimento de novos produtos veem aos poucos substituindo os levantamentos convencionais, aumentando a eficiência e a praticidade do controle e diminuindo os custos (SOUZA, 2006). O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, através do Sistema de Agrotóxicos Fitossanitários (AGROFIT) indica 42 produtos para o controle químico de cupins, cuja classificação ambiental varia de perigoso a altamente perigoso e cuja classificação toxicológica de pouco tóxico a extremamente tóxico. A maioria dos registros de cupins como praga refere-se a trabalhos publicados entre 1990 a 2000 e os gastos são, principalmente, decorrentes do controle preventivo. Portanto, pesquisas quanto à ocorrência e a abundância de espécies de cupins são necessárias para a definição daqueles que são pragas ou não, bem como para a tomada de decisão quanto ao uso de inseticidas (AGROFIT, 2013). Atualmente, para o controle de cupins de montículo é recomendada a aplicação de produtos químicos utilizando-se uma haste metálica para perfurar o montículo até aproximadamente 1 m para que se atinja o interior dos ninhos. Dentre os novos cupinicidas desenvolvidos, destacam-se o fipronil e o imidacloprid, que têm se revelado mais seguros para o meio ambiente do que os produtos anteriormente utilizados. Com o uso de produtos químicos a mortalidade desses insetos varia de 80 a 100%. Já o uso de perfuração do cupinzeiro, necessita-se apenas ¼ da dose recomendada pelos fabricantes dos produtos químicos (VALÉRIO et al., 2004). O uso de implemento acoplado a tomada de força do trator conhecido como “broca cupinzeira” ou “demolidora de cupins”, ocasiona a destruição do cupinzeiro, mais existe a necessidade de mais estudos para comprovar a real eficiência desse implemento (VALÉRIO et al., 2004), visto que os cupins podem se recompor formando novos ninhos. O controle biológico de cupins, em geral, pode ser feito com a utilização de fungos entomopatogênicos, pela potencialidade de desenvolver epizootias nas colônias dos cupins de montículo (CULLENY e GRACE, 2000). 23 Alguns testes com o uso de fungos associado com sub-doses do produto químico Imidacloprid, mostraram inibição do comportamento de limpeza dos cupins quando tratado com conídios de B. bassiana, M. anisopliae, e sub-doses do inseticida Imidacloprid. Neves e Alves (2000) observaram que os operários mostraram um eficiente mecanismo de limpeza, o que possibilitou a remoção, nas primeiras horas após a aplicação, de praticamente todos os conídios da cutícula dos soldados e dos outros operários. Porém, quando utilizado o inseticida Imidacloprid®, em doses sub-letais, inibiu o comportamento de limpeza, permitindo que os conídios germinassem e penetrassem à cutícula do inseto provocando a infecção. O controle através de iscas atrativas com inseticidas e/ou entomopatógenos vem sendo muito pesquisado. O uso de inseticidas de ação lenta (slow acting) em armadilhas baseia-se em que uma colônia inteira de cupim possa ser destruída com o tratamento de somente uma parte do sistema de galerias, ao ser o agente tóxico distribuído para toda a colônia pelas interações sociais (trofalaxia e lambimento) com os operários expostos por ocasião do forrageamento. O sucesso do emprego de iscas tóxicas reduz drasticamente a quantidade de inseticida empregado, em comparação com as aplicações de solo. O principio hidrametilnom possui característica apropriada para emprego em iscas, a sua ação tóxica se mantém quando o produto é transferido dos indivíduos contaminados para os não expostos através dos hábitos sociais. Também é apropriado para uso com iscas inibidores de síntese de quitina pois se mostram bem sucedidos em suprimir a atividade de forrageamento com uma pequena quantidade do ingrediente ativo (ROSALES, 2001). Na busca de novas alternativas para o controle de cupins, outros compostos, como semioquímicos obtidos de formigas da subfamília Dolichoderinae, vem sendo pesquisados. A glândula anal dessas formigas possuem uma secreção que contêm terpenóides com ação inseticida, ocasionando mortalidade significativa e um poder repelente de no mínimo 1 mês. A pesquisa existente no uso de vegetais para o controle de cupins de montículo sugere que podem ter um considerável potencial no fornecimento de um método barato de controle local. Dentre as espécies vegetais que possuem repelência ou toxicidade para cupins de montículo, destaca-se o uso de extratos de Mamão (Carica papaya) e Mamona (Ricinus communis). Outra opção é o uso de óleos vegetais, a exemplo do óleo de Algodão (Gossypium hirsutum) e óleo de Citronela (Cymbopogon nardus). A ausência de efeito tóxico instantâneo é uma característica dos extratos e óleos vegetais, isso é negativo aos olhos dos produtores, pois estão acostumados ao uso de produtos químicos. Sendo assim, esses métodos de controle podem ser usados em conjunto com iscas atrativas (ROSALES, 2001). 24 3. MATERIAL E MÉTODOS 3.1. Avaliação da infestação de cupins no município de Areia-PB A avaliação do nível de infestação dos cupins no município de Areia-PB foi realizada em campo nos meses de Maio a Setembro de 2013. O levantamento foi realizado tomando como base os pontos cardeais (norte, sul, leste, oeste). Foram selecionadas 7 propriedades (figura 2) assim discriminadas: norte: Sítio Tauá de Mata Limpa (S 06º 55’ 16,2’’; W 0,35º 42’ 27,9’’); sul: Sítio Pau Ferro (S 07º 0,0’ 1’’; W 0,35º 7’ 49’’), área sentido Alagoa Grande (S 07º 00’ 22,5’’; W 0,35 40’ 48,01’’); leste: área sentido Pilões (S 06º 57’ 11,9’’; W 0,35º 40’ 12,3’’); oeste: Fazenda experimental Chã de Jardim (S 06º 57’ 50’’; W 0,35º 45’ 24,6’’), Sítio Cachoeira (S 06º 57’ 35,9’’; W 0,35º 45’ 37,2’’), Engenho Bujari (S 06º 57’ 49,4’’; W 0,35 44’ 48,9’’). Figura 2. Distribuição das propriedades no município de Areia-PB. Legenda: 001: Fazenda experimental Chã de Jardim; 002: Sítio Cachoeira; 003: Engenho Bujari; 004: Sítio Pau Ferro; 005: Sítio Tauá de Mata Limpa; 006: área sentido Alagoa Grande; 007: área sentido Pilões. Nas coletas em área amostral de 1 ha adotou-se o método de contagem dos montículos, dimensionamento da área do montículo com uma trena, captura de soldados e operários (figura 3) e o georreferenciamento com GPS de modelo GARMIN 76CSX®. Posteriormente determinou-se a área em m2 dos montículos e as médias por propriedade. 25 Figura 3. Captura de insetos (soldados e operários de cupins). 2013. Areia-PB. 3.2. Avaliação da mortalidade de operários de cupins No laboratório de Entomologia do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba (LEN/CCA/UFPB) foi montado um experimento para a avaliação da mortalidade dos operários onde se utilizou-se seis tratamentos: T1 – testemunha; T2 – óleo de Citronela (2%); T3 – óleo de Algodão (2%); T4 – óleo de Citronela (1%) + inseticida convencional (neonicotenoide); T5 – óleo de Algodão (1%) + inseticida convencional (neonicotenoide); T6 – inseticida convencional (neonicotenoide), com cinco repetições, totalizando trinta unidades experimentais (figura 4). Figura 4. Experimento teste de controles para operários. 26 Foram utilizados nos testes, insetos operários. Esses insetos após capturados foram colocados em potes plásticos de capacidade 200 ml com, tampas e o fundo forrado com papel absorvente, em seguida foi aplicou-se 1,2 ml de cada solução em 2 pulverizações por repetição. As soluções foram preparadas com auxílios de recipientes plásticos, seringas descartáveis e micropulverizador manual (figura 5). As leituras de mortalidade foram realizadas com 24, 48 e 72 horas, após o tratamento. Figura 5. Micropulverizadores manuais. 3.3. Análise estatística O delineamento estatístico foi inteiramente casualizado e os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey. Os dados foram analisados pelo programa estatístico ASSISTAT 7.7 beta 2013. 3.4. Identificação do gênero Os soldados capturados nos cupinzeiros amostrados foram levados ao (LEN/CCA/UFPB), onde através de observações visuais sob microscópico estereoscópico com aumento de 20 X foram identificados a nível de gênero por comparação morfológica e chave taxonômica para tal fim. 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1. Avaliação da infestação de cupins no município de Areia-PB Nas 7 propriedades analisadas, dentro da área amostral de 1 ha obteve-se um resultado, com o total de 96 cupinzeiros (sendo maior incidência de 38 e a menor de 5 cupinzeiros); com média geral de 13,71 cupinzeiros/ha; 86,21 m2 de área média de montículos/ha com variação de 19,17 a 242,02 m2 (figura 6). 27 Figura 6. Número de cupinzeiros/ha nas propriedades estudadas (A) e área total em m 2 nas propriedades estudadas (B). Legenda. 1: Fazenda experimental Chã de Jardim; 2: Sítio Cachoeira; 3: Engenho Bujari; 4: área entre Areia e Pilões; 5: área entre Areia e Alagoa Grande; 6: Sítio Tauá de Mata Limpa; 7: Sítio Pau Ferro. De maneira geral o território do brejo paraibano, incluindo o município de Areia tem o seguinte histórico de uso das áreas: 1º desmatamento de floresta ombrófila aberta abundante para principalmente o cultivo da cana-de-açúcar, com o enfraquecimento da atividade buscouse novas culturas como sisal, café, frutíferas entre outras. Por último, a formação de pastagens do gênero Brachiaria tem se mostrado uma ótima alternativa na pecuária local. O tipo de solo predominante na região (LATOSSOLOS) favorece o trabalho dos cupins na construção de seus ninhos, túneis e galerias, pois são ricos em argila do tipo 1:1 e não possuem camadas de impedimento. Os cupins de montículo são encontrados em todas as partes do mundo, não diferentemente, no município de Areia-PB as infestações são frequentes no cenário rural, tanto em pastagens em péssimo estado de conservação quanto naquelas consideradas bem manejadas. Os valores médios (figura 6) são pequenos quando comparados a trabalhos semelhantes (CZEPAK et al., 2003; ACKERMAN et al., 2007), no entanto, a existência desses ninhos contribuem para o aumento das colônias, tendo em vista o processo de revoada utilizado por esses insetos sociais como estratégia de dispersão. A formação de pastagem facilita a proliferação de cupinzeiros por causa da homogeneidade do ambiente e da ausência de competidores. Encontram-se pastagens com índices de ocupação de cupinzeiros na razão de 182/ha em Goiana-GO, 200/ha em Mato Grosso do Sul e 760/ha em Manaus-AM (ACKERMAN et al. 2007). Entretanto, Czepak et al (2003) encontraram uma média de 73 cupinzeiros/ha em 133 municípios goianos. 28 A presença de cupinzeiros não causa um efeito negativo nas pastagens por causa da baixa redução efetiva da área útil de pastejo para os rebanhos: 0,39% (CZEPAK et al., 2003); 3% (ACKERMAN et al., 2007); 0,85% em média no presente trabalho. Mas, quando a pastagem está ocupada por ninhos de Syntermes sp., que se alimenta de gramíneas, sementes e raízes, há risco de redução da pastagem para os rebanhos e ainda segundo CUNHA e MORAIS (2010) ninhos de Syntermes sp podem abrigar outras espécies de cupins, contribuindo assim prejudicialmente para o aumento de cupins de pastagem. A pastagem é usada diretamente como alimento ou substrato para cultivo de fungos pelos cupins de montículo, para isso se faz necessário o forrageamento por grandes áreas. O Syntermes sp é potencialmente muito competitivo, quando comparado com outros herbívoros, onde corta os perfilhos e sementes de forrageiras e plantas herbáceas (BIGNELL e EGGLETON, 2000), preferencialmente no horário compreendido entre 19:00 e 02:00 horas devido ao seu fototropismo negativo, sendo encontrado forrageando durante o dia apenas em dias nublados (CONSTANTINO, 2005; COSTA-LEONARDO, 2005). Esses recursos alimentares explorados pelos cupins de montículo permitiram a ocupação em quase todas as regiões quentes e temperadas do mundo. A presença desses insetos em pastagens ocasiona danos indiretos, tais como redução da área útil, abrigo a animais peçonhentos, dificuldade de manejo de máquinas e depreciação da propriedade. A grande ameaça, em se tratando de pastagens é na ocasião da sua formação e estabelecimento ou em seu estado jovem, pois o constante ataque resulta em falha do estande, além de favorecer e acelerar o processo de degradação (VALÉRIO, 2006). De acordo com Zorzenom e Campos-Farinha (2006) cupins em pastagens provocam amarelecimento, seca em reboleiras e dificuldade de rebrota, devido ao hábito de forragear e principalmente pelo ataque as raízes da forrageira, prejudicando assim a absorção de água, nutrientes e translocação dos mesmos. Syntermes sp. podem competir com os rebanhos, especialmente no período seco, pois seus indivíduos danificam diretamente a pastagem, cortando e carregando grandes quantidades de folhas e colmos, tanto verdes como secos. Os montículos acabam sendo obstáculos reais quando atingidos pelas lâminas basais das máquinas. Assim, a recomendação é que se realize a destruição mecânica dos montículos, seguida por controles químicos, dirigidos aos montículos, antes do preparo do solo (VALÉRIO et al., 2004). 29 4.2. Avaliação da mortalidade de operários de cupins Os tratamentos: 2 – óleo de Citronela (2%); 4 – óleo de Citronela (1%) + inseticida convencional (neonicotenoide); 6 – inseticida convencional (neonicotenoide), foram mais eficientes, mostrando maior mortalidade de operários de cupins, após 24 horas. O tratamento 3 – óleo de Algodão (2%) apresentou mortalidade de 60% (tabela 1 e figura 7). Há 48 horas os tratamentos: 2 – óleo de Citronela (2%); 4 – óleo de Citronela (1%) + inseticida convencional (neonicotenóide); 5 – óleo de Algodão (1%) + inseticida convencional (neonicotenóide); 6 – inseticida convencional (neonicotenóide) foram mais eficientes, mostrando maior mortalidade de operários de cupins. O tratamento 3 – óleo de Algodão (2%) apresentou mortalidade de 88% (tabela 1 e figura 7). Tabela 1. Percentual de mortalidade de cupins de montículo (Syntermes sp) 24, 48 e 72 horas após a aplicação de óleos vegetais e inseticida convencional. Tempos de avaliação Tratamentos 24 horas 48 horas 72 horas 1 40,00 c ** 80,00 b ** 92,00 a * 2 100,00 a ** 100,00 a ** 100,00 a * 3 60,00 bc ** 88,00 ab ** 100,00 a * 4 100,00 a ** 100,00 a ** 100,00 a * 5 92,00 ab ** 100,00 a ** 100,00 a * 6 100,00 a ** 100,00 a ** 100,00 a * CV% 23,98 7,71 4,53 DMS 38,4295 14,27236 8,74000 Tratamentos. 1 – Testemunha (água destilada); 2 – óleo de Citronela (2%); 3 – óleo de Algodão (2%); 4 – óleo de Citronela (1%) + inseticida convencional (neonicotenoide); 5 – óleo de Algodão (1%) + inseticida convencional (neonicotenoide); 6 – inseticida convencional (neonicotenoide). As médias seguidas pela mesma letra na coluna são significativas a **1% ou *5% pelo teste Tukey. CV% = coeficiente de variação. DMS = diferença média significativa. 30 120 % Mortalidade 100 80 24h 60 48h 40 72h 20 0 T1 T2 T3 T4 T5 T6 Tratamentos Figura 7. Percentual de mortalidade de operários de cupins de montículo da espécie Syntermes sp. Legenda: tratamentos: 1 – Testemunha (água destilada); 2 – óleo de Citronela (2%); 3 – óleo de Algodão (2%); 4 – óleo de Citronela (1%) + inseticida convencional (neonicotenoide); 5 – óleo de Algodão (1%) + inseticida convencional (neonicotenoide); 6 – inseticida convencional (neonicotenoide). O adequado controle de cupins de montículo, com o conhecimento prévio da espécie incidente é essencial no sucesso do método de controle. A destruição parcial ou total do cupinzeiro agrava a infestação do local, tendo em vista que esses insetos possuem excelentes estratégias de recuperação de suas colônias. É recomendável que antes de destruir o cupinzeiro proceda-se a aplicação de inseticidas do grupo dos neonicotenoides ou o uso de controles alternativos, a exemplo o uso de óleos vegetais como óleo de Citronela e óleo de Algodão. Os insetos operários de termiteiros são responsáveis pela saída da colônia em busca de alimento para as castas dependentes a exemplo do rei, rainha e soldados, esses últimos responsáveis pela defesa da colônia e mantêm contato direto com essas castas através do processo de alimentação estomodeal e proctodeal. Portanto, métodos de controle eficientes para operários de cupins prejudicará toda a colônia, pois não cumprirão adequadamente suas atividades. Os resultados encontrados no presente trabalho mostram que nas condições do experimento, os tratamentos: T2 - óleo de Citronela (2%); T4 - óleo de Citronela (1%) + inseticida convencional (neonicotenoide) foram os mais eficientes no controle de operários de Syntermes sp. 31 5. CONCLUSÕES O gênero de cupim de montículo encontrado nas pastagens de Brachiaria no município de Areia-PB é Syntermes. O município de Areia-PB apresenta uma infestação média de cupins de montículo Syntermes sp superior a 13 cupinzeiros/ha com área total média superior a 86 m2/ha. O óleo de Citronela aplicado com ou sem inseticida atingiu 100% de mortalidade em operários de cupins Syntermes sp. 32 6. REFERÊNCIAS ACKERMAN, I.L. et al., 2007. The impact of mound-building termites on surface soil properties in a secondary forest of Central Amazonia. Applied Soil Ecology, 37 (3): 267 276. doi:10.1016/j.apsoil.2007.08.005. AGROFIT. Sistemas de Agrotóxicos Fitossanitários. 2013. Disponível em: http://extranet.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons Acesso em: 01 Agosto 2013 BIGNELL, D.E. e EGGLETON, P. 2000. Termites in ecosystems. In Termites: evolution, sociality, symbioses, ecology (T. Abe, D.E. Bignell & M. Higashi, eds.). Kluwer Academic Publishers, London, p.363-387. CARVALHO, G.A. Biologia e manejo integrado de cupins. 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