Universidade de Trás-‐os-‐Montes e Alto Douro Uma análise da utilização do ambiente de ensino a distância TELEDUC pelos Preceptores da Universidade de Uberaba – UNIUBE – Polo Montes Claros – MG Dissertação de Mestrado em Ciências da Educação – Área de Especialização em Comunicação e Tecnologia Educativas Marcelo de Miranda Lacerda Orientador: José Carlos Teixeira da Costa Pinto Composição do Júri: _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ Vila Real, 2012 Esta d issertação f oi expres s amente elaborada com vista à obtenção d o g ra u de Mestre em Ciências da Educação – Área de Esp ec ia li zaç ã o e m Comun ic a ç ã o e Tecnologia Educativas, pela Universidade de Tr á s- os - M o n t e s e A l t o D o u r o , s o b a or ien taç ão do P rof e sso r D outor Jo sé Ca rlos Te ix eir a d a C os ta Pi nt o. A o s q ue estiveram ao alcance dos olhos e/ou coração... D e d i c o-lhes este trabalho! AGRADECIMENTOS Embora uma dissertação seja, por sua finalidade acadêmica, um trabalho individual, há contribuições de natureza diversa que não podem e nem devem deixar de ser realçadas. Por essa razão, expresso meus sinceros agradecimentos: ADeus pela vida, oportunidades, força e saúde; À Nossa Senhora pela intercessão e alento; Ao meu pai Luiz; à minha mãe Teresinha; ao meu irmão André, pela dedicação, união, amor e principalmente pelos exemplos; Aos meus filhos João Marcelo e Ana Beatriz, pela compreensão, carinho e por tornar meus dias mais alegres; À minha esposa Ana Kláudia, por seu companheirismo e espera constante; Às minhas tias, principalmente Tia Hilda, pelas orações e incentivo; Ao Prof. Dr. José Carlos Teixeira da Costa Pinto, que de forma muito especial conduziu a elaboração deste trabalho contribuindo; por sua disponibilidade, interesse e colaboração demonstrados ao longo deste trabalho. MUITO OBRIGADO! Aos colegas de mestrado, Iza, Laura, Larissa, Fátima, Eliziário, Dora (in memória), Mônica e Ricardo, pela companhia, incentivo e colaboração; Aos amigos e colegas de trabalho pelos momentos de descontração e amizade; À UTAD, na pessoa do Prof. Dr. José João Pinhanços de Bianchi pela simpatia, receptividade e oportunidades; À cidade de Vila Real - Portugal, pela acolhida, descobertas e tornar nossos dias de concentração mais felizes; A todos os funcionários e colaboradores da Universidade de Uberaba - UNIUBE, Polo Montes Claros – MG, na pessoa de Adenice Paixão Groeking, pela colaboração; Que Deus ilumine a todos, MUITO OBRIGADO! Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades Muda-se o ser, muda-se a confiança; Todo mundo é composto de mudança, Tomando sempre novas qualidades. (Camões) RESUMO A Internet desenvolveu-se comercialmente possibilitando o surgimento de sistemas de informação que se apoiam no uso da world wide web como plataforma. Esses sistemas têm aplicações em diversas áreas e setores econômicos. Na área educacional, eles têm sido aplicados como base para os processos de ensino e aprendizagem via computador (eLearning) e são, frequentemente, denominados de Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA). Este presente estudo visa avaliar o ambiente virtual de aprendizagem titulado TelEduc a partir da classe aluno, aqui chamada de preceptor, uma vez que na Universidade de Uberaba – Uniubeos profissionais que acessoram e auxiliam o processo de ensino aprendizagem na EAD são assim denominados. Esta ferramenta é utilizada na formação continuada destes profissionais no decorrer de suas atividades acadêmicas. O crescente uso de AVAs para tal finalidade leva ao questionamento de sua funcionalidade,satisfação visual, dinamismo, efeito e usabilidade, dentre outros aspectos aqui mencionados. Para a efetivação desta pesquisa adotamos uma abordagem mista – qualitativa e quantitativa - com a realização de um questionário semi estruturado e observação. Foi possível diagnosticar uma insatisfação por parte dos preceptores em relação a interatividade e atualização do ambiente devido a falta de uma auto percepção dos objetivos da aprendizagem em questão, bem como um distanciamento deste modelo para o modelo de aprendizagem presencial e por fim o entendimento e conscientização de uma nova filosofia. Palavras Chaves: Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), eLearning, TelEduc, avaliação, interação. ABSTRACT The commercial development of the Internet made possible the appearance of information systems supported by the use of the World Wide Web as platform. These systems found wide application in several areas and in diverse economic sectors. In the educational area proper, they have been applied as a base for the processes of teaching and learning through the computer (eLearning) and they are often named Learning Virtual Ambients (LVA). The present study aims at evaluating one of these learning virtual ambients, entitled TelEduc, through its typical class-student, here called preceptor, the name given to the professionals that attend and aid in the process of teaching and learning at the Uberaba University – UNIUBE. This tool is used in the continuing education of these professionals through academic activities. The growing use of the LVAs with this purpose prompted us to inquire about their functionality, their visual satisfaction, dynamism, effectiveness and usefulness, as well as others aspects mentioned here. In this research a qualitative approach was adopted, using a semi-structured questionnaire and observations. It was possible to discover a dissatisfaction by the preceptors in the following areas: (a) the interactivity and the update of the environment, mainly because of (b) a lacking of self perception of the learning objectives, (c) some hierarchical dependence regarding their boss, (d) the distance between that model of Distance Education (DE) and the model of traditional classroom learning and finally (e) a lack of understanding and awareness regarding this new philosophy. Keywords: Learning Virtual Ambient (LVA), eLearning, TelEduc, evaluation, interaction. ÍNDICE GERAL INT RO D UÇ ÃO ................................................................................................................. 1 CAPÍTULO 1. EAD: UMA NOVA MODALIDADE DE ENSINO ................................................... 7 1.1 A história da EAD no Mundo ................................................................................................ 12 1.2 A história da EAD no Brasil .................................................................................................. 15 1.3 A Legislação que trata da EAD .............................................................................................. 19 1.4 A terminologia da EAD ......................................................................................................... 23 1.5 As teorias pedagógicas fundamentais em EAD ..................................................................... 25 CAPÍTULO 2. INTERATIVIDADE E APRENDIZAGEM ............................................................ 35 2.1 A aprendizagem por eLearning ............................................................................................ 35 2.2 Sistemas de Informações Educacionais ................................................................................ 37 2.3 Ambientes virtuais de aprendizagem ................................................................................... 40 2.4Ambientes virtuais de aprendizagem: parâmetros de qualidade. .......................................... 42 2.3 Regras de ouro .................................................................................................................... 48 2.4 Critérios ergonômicos .......................................................................................................... 48 CAPITULO 3. O AMBIENTE DO TELEDUC – ESTADO DA ARTE ............................................. 53 3.1 O ambiente TelEduc ............................................................................................................. 53 3.2 TELEDUC: Registros visuais em relação à aspectos de estrutura e funcionamento ................ 54 3.3 Classes de Usuários .............................................................................................................. 57 3.4 Arquitetura e estrutura do Teleduc ...................................................................................... 58 3.5 Ferramentas do TelEduc ...................................................................................................... 59 3.6 O TelEduc e a Universidade de Uberaba ............................................................................... 64 3.7 A atuação do preceptor ....................................................................................................... 64 CAPÍTULO 4. METODOLOGIA E RESULTADOS .................................................................... 69 4.1. Metodologia ....................................................................................................................... 69 4.2. Resultados .......................................................................................................................... 69 CAPÍTULO 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................. 83 5.1. Limitações deste trabalho ................................................................................................... 85 5.2. Sugestões para futuras pesquisas ....................................................................................... 86 REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 87 ANEXO 01 Entrevista ........................................................................................................ 93 ANEXO 02 Respostas às perguntas abertas ....................................................................... 97 ANEXO 03 Lista de Ambientes Virtuais de Aprendizagem ............................................... 101 16 ÍNDICE DE QUADROS QUADRO 1. TENDÊNCIAS DA EDUCAÇÃO, SEGUNDO ANDRESSA TORNQUIST (2009). .............................................................. 28 QUADRO 2. CRITÉRIOS AVALIATIVOS. FONTE: CARVALHO NETO (2009). .............................................................................. 46 QUADRO 3. CRITÉRIOS DE QUALIDADE REFERENTE À INFORMAÇÃO. ELABORADO A PARTIR DE CARVALHO NETO (2009). ............... 48 QUADRO 4. DIMENSÕES DOS AMBIENTES AVA. SEGUNDO MARTINS (2009). ....................................................................... 51 QUADRO 5. FERRAMENTAS DISPONIBILIZADAS NO MENU DO TELEDUC, CONFORME FREQUÊNCIA DE ACESSO. ............................... 80 ÍNDICE DE FIGURAS FIGURA 1. SISTEMAS DE INFORMAÇÕES EDUCACIONAIS. ELABORADO A PARTIR DE CARVALHO NETO (2009). ............................... 39 FIGURA 2. ESQUEMA DE CAMADAS WEB 2.0. ELABORADO A PARTIR DE CARVALHO NETO (2009). ............................................ 43 FIGURA 3. PRINCIPAIS DIMENSÕES DO SISTEMA. ELABORADO A PARTIR DE CARVALHO NETO (2009). ......................................... 46 FIGURA 4. ARQUITETURA DO TELEDUC. ELABORADO A PARTIR DE CARVALHO NETO (2009). ................................................... 58 FIGURA 5. FERRAMENTAS DO TELEDUC. ELABORADO A PARTIR DE CARVALHO NETO (2009). ................................................... 59 FIGURA 6. PÁGINA INICIAL DO CURSO -‐ FERRAMENTA. ....................................................................................................... 63 ÍNDICE DE GRÁFICOS GRÁFICO 1. DISTRIBUIÇÃO DE FREQUÊNCIA EM RELAÇÃO À FACILIDADE DE ACESSO FÍSICO AO TELEDUC. ...................................... 70 GRÁFICO 2. DISTRIBUIÇÃO DE FREQUÊNCIA EM RELAÇÃO ÀS INFORMAÇÕES APRESENTADAS NO TELEDUC ESTAREM CORRETAS E BEM ESTRUTURADAS ................................................................................................................................................ 70 GRÁFICO 3. DISTRIBUIÇÃO DE FREQUÊNCIA EM RELAÇÃO AO CONTEÚDO APRESENTADO NO TELEDUC SER VARIADO E ATINGIR AO OBJETIVO DAS UNIDADES DIDÁTICAS. ................................................................................................................... 71 GRÁFICO 4. DISTRIBUIÇÃO DE FREQUÊNCIA EM RELAÇÃO À APRESENTAÇÃO VISUAL NO TELEDUC SER ADEQUADA AO OBJETIVO DO ESTUDO. ......................................................................................................................................................... 72 GRÁFICO 5. DISTRIBUIÇÃO DE FREQUÊNCIA EM RELAÇÃO À APRESENTAÇÃO DO MENU DE ENTRADA NO TELEDUC SER CLARO E DE FÁCIL VISUALIZAÇÃO. ................................................................................................................................................. 73 GRÁFICO 6. DISTRIBUIÇÃO DE FREQUÊNCIA EM RELAÇÃO Á NAVEGABILIDADE NOS CONTEÚDOS NO TELEDUC. ............................... 73 GRÁFICO 7. DISTRIBUIÇÃO DE FREQUÊNCIA EM RELAÇÃO AO AMBIENTE TELEDUC FACILITAR A INTERAÇÃO E COMUNICABILIDADE. .... 74 GRÁFICO 8. DISTRIBUIÇÃO DE FREQUÊNCIA EM RELAÇÃO AO AMBIENTE TELEDUC TER O CONTEÚDO BEM DISTRIBUÍDO NA PLATAFORMA E ACESSÍVEL AOS PRECEPTORES. ........................................................................................................................... 75 GRÁFICO 9. DISTRIBUIÇÃO DE FREQUÊNCIA EM RELAÇÃO AO AMBIENTE TELEDUC PROPICIAR UTILIZAÇÃO DE FORMA EFICIENTE DOS RECURSOS DISPONÍVEIS. ..................................................................................................................................... 75 GRÁFICO 10. DISTRIBUIÇÃO DE FREQUÊNCIA EM RELAÇÃO A TER SIDO POSSÍVEL ATINGIR OS OBJETIVOS PROPOSTOS NAS OFICINAS ATRAVÉS DOS CONTEÚDOS EXPOSTOS NA PLATAFORMA TELEDUC. .............................................................................. 76 GRÁFICO 11. DISTRIBUIÇÃO DE FERQUÊNCIA EM RELAÇÃO A TER HAVIDO INTERAÇÃO COM O GRUPO DE PRECEPTORES DE MANEIRA SATISFATÓRIA NA PLATAFORMA TELEDUC. ............................................................................................................. 77 GRÁFICO 12. DISTRIBUIÇÃO DE FREQUÊNCIA EM RELAÇÃO A TER HAVIDO IBNTERAÇÃO COM O COORDENADOR DO CURSO DE MANEIRA SATISFATÓRIA NA PLATAFORMA TELEDUC. ............................................................................................................. 77 GRÁFICO 13. DISTRIBUIÇÃO DE FREQUÊNCIA M RELAÇÃO A TER HAVIDO CONTRIBUIÇÃO DO MATERIAL PARA O DESENVOLVIMENTO NA PLATAFORMA TELEDUC. ..................................................................................................................................... 78 GRÁFICO 14. DISTRIBUIÇÃO DE FREQUÊNCIA EM RELAÇÃO A TER SANEADO SATISFATORIAMENTE AS DÚVIDAS E PERGUNTAS DISPONIBILIZADAS NA PLATAFORMA TELEDUC. ....................................................................................................... 78 GRÁFICO 15. DISTRIBUIÇÃO DE FREQUÊNCIA EM RELAÇÃO A SER CONDIZENTES COM O DESENVOLVIMENTO DO CURSO OS PROCEDIMENTOS, PLANEJAMENTOS E PAUTAS DOS SEMINÁRIOS E OFICINAS DISPONIBILIZADOS NA PLATAFORMA TELEDUC. ... 79 GRÁFICO 16. DISTRIBUIÇÃO DE FREQUÊNCIA EM RELAÇÃO A SEREM DISPENSÁVEIS AS ATIVIDADES INTERATIVAS (FÓRUNS, PORTFÓLIO, MURAIS, ETC.) PARA O FUNCIONAMENTO DA PLATAFORMA TELEDUC. ......................................................................... 79 LISTA DE ABREVIATURAS Sigla Signif ic ado AV A Ambientes Virtuais de Aprendizagem C ape s Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior EAD Educ aç ão a distânc ia G NU G e ne r al P ublic L ic e ns e LD B Le i de D ir e tr iz e s Básic as LMS Learning Management System M E C Mi n ist ér io da Educ aç ão e Cul tur a NIED Núcleo de Informática Aplicada à Educação SW E Sistemas Web Educacionais TIC Tecnologias de Informação e Comunicação UAB Universidade Aberta do Brasil UFMG Unive r sidade Fe de r al de Minas Ge r ais UNIC AMP Universidade Estadual de Campinas WWW W or ld w ide w e b INTRODUÇÃO Tecendo a manhã Um galo sozinho não tece uma manhã ele precisará sempre de outros galos. De um que apanhe esse grito que ele deu e o lance a outro galo; de um outro galo que apanhe o grito que um galo antes deu e o lance a outro; e de outros galos que com muitos outros galos se cruzem os fios de Sol de seus gritos de galo, para que a manhã, desde uma teia tênue, se vá tecendo, entre todos os galos (João Cabral de Melo Neto) O poema “Tecendo a manhã” do poeta nordestino brasileiro João Cabral de Melo Neto nos leva a refletir sobre a sociedade em que vivemos, da necessidade e possibilidade de interação e colaboração na construção coletiva do conhecimento onde os limites territoriais deixaram de ser limites físicos (De um que apanhe esse grito que ele deu e o lance a outro galo) surgindo uma grande rede ou teia tecida por vários elementos colaborativamente (para que a manhã, desde uma teia tênue, se vá tecendo, entre todos os galos). A manhãseria o despertar de uma nova ordem, de novos paradigmas e metodologias envolvidas por aparatos tecnológicos que vieram fazer que repensássemos a forma de ensinar e aprender. Para se adaptar aos novos paradigmas educacionais emergentes o docente precisa conhecer o papel da tecnologia como um recurso de aprendizagem, midiático, uma ponte em relação ao ensinar e ao aprender. O docente assume novos saberes e funções distintos do professor tradicional agregando o papel de orientador e cooperador do estudante na construção do conhecimento. Para concretizar as transformações esperadas é necessário que o professor saiba lidar criticamente com as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) – e as utilize pedagogicamente. É de fundamental importância trabalhar com os recursos existentes associando aos novos e buscar se capacitar continuamente para acompanhar as mudanças estruturais na era comunicacional. O docente também deve assumir a postura de questionamento e criticidade diante das informações, bem como precisa exercer o papel de orientação e cooperação com os discentes, ensinando-os a aprender e aprender ensinando. 1 Segundo Hack e Negri (2008) busca-se uma educação crítica para o uso das mídias como instrumentos potencializadores aos professores e alunos, ou seja, as TIC são otimizadoras do processo de ensino e aprendizagem e não a solução de problemas como o desinteresse e fracasso entre os discentes. É necessário saber como, quando e por queligá-las ou desligá-las, refletindo assim, sobre o ato de ensinar e aprender. O processo comunicacional do professor deixa de ser voltado para a oratória quase exclusiva do professor que funciona como um repassador de informações e passa ao agregar as TIC a sua prática a ser guiado pelo diálogo interativo entre as partes. Este pode inclusive ser multimidiático, onde o professor é o agente dinamizador, organizador e orientador da construção do conhecimento através da preparação e seleção crítica das inúmeras informações às quais o aluno tem contato direto ou não durante sua aprendizagem. Em 1990 com a criação da world wide web (WWW), se possibilitou a organização de sites formando Redes de informação, segundo Quadros (2005, p.28), estabelecendo vínculos, relações, interações entre ideias, conceitos, valores, pensamentos e vivências. Para Kenski (1998, p. 66), a noção de Rede vem relacionada a “nós” que, ligados entre si, formam uma teia (MELO NETO), cujos conhecimentos são permanentemente reconstruídos pelos sujeitos, a partir das inter-relações que eles estabelecem quando estão em Rede. Ferreira (1975, p. 120), define Rede como “entrelaçamento de fios, cordas, cordéis, arames, etc, com aberturas regulares, fixadas por malhas, formando uma espécie de tecido. […] o entrelaçamento dos vasos, das fibras, dos nervos, etc do corpo humano”. É por meio da interatividade entre os que participam da Rede que a distância física entre a informação e aqueles que a buscam passou a diminuir. A educação passou a não ser mais a mesma, pois o professor deixou de ser o detentor de conhecimentos. A Internet detém um número maior de informações em diversas línguas e formas capazes de levar seu usuário a aprendizagem de forma natural, sem intervenção de um mestre que dite as regras e comande todo o processo. 2 Um clique, em uma fração de segundos representa uma mudança no cenário que pode ser visualizado na tela do computador. Entretanto, a sensação de “diversão” traz em si a vontade de descobrir que condutas levam aos objetivos desejados e, com isso, ao prazer, seja de acertar o propósito, de vencer a dificuldade, de conquistar o desconhecido ou de dominar a proposta. (...) O usuário é levado a pensar estratégias, fazer tentativas com os ícones, com os links, sempre à procura do sentido. Não importa nem mesmo o idioma do conteúdo que está escrito. A compreensão da lógica do jogo permite trilhar a possibilidade do êxito, do acerto esperado (FILGUEIRAS, 2007, p.31). Tais aspectos proporcionaram rever nossa concepção de educação, de formação, de empresa, de escola e sociedade. Uma modalidade já utilizada no Brasil e por outros países apropriou das Redes de interação e de todas as outras TIC para levar educação básica e formação profissional a um número maior de pessoas em diferentes rincões do país. É a Educação a Distância, carinhosamente chamada de EAD, que por força legal e das novas concepções de ensinar e aprender tomou fôlego na década de 1990 em nosso país. São muitas as controvérsias e desafios encontrados na utilização desta modalidade de ensino, mas ao mesmo tempo apresenta vantagens como a adaptação na formação profissional de pessoas que não dispõem de tempo, recursos financeiros e são excluídas geograficamente; eficaz combinação de estudo e trabalho; permanência do aluno em seu ambiente profissional e cultural; interação homem/máquina; bem como, desenvolver iniciativa, atitudes, valores e hábitos educativos. Hoje, a EAD vem sendo cada vez mais impulsionada, constituindo-se como uma nova concepção de aprendizagem e interatividade, traduzida em uma tendência atual em termos de processo educativo. Aretio (2001) conceitua educação a distância como: Um sistema tecnológico de comunicação de massa e bidirecional, que substitui a interação pessoal, em aula, de professor e aluno, como meio preferencial de ensino, pela ação sistemática e conjunta de diversos recursos didáticos e o apoio 3 de uma organização tutorial, que propiciam a aprendizagem autônoma dos estudantes (ARETIO, 2001 p. 30-31). Na prática, a EAD é um caminho sem volta e tende a crescer ainda mais, ultrapassando, no Brasil, o número de alunos matriculados nos cursos presenciais ou ainda os 20%, definidos pelo Ministério de Educação, de disciplinas que podem ser oferecidas de forma não presencial nos cursos superiores (PALÁCIO, 2002). É valido ressaltar as palavras de Hack e Negri (2008) quando se refere a construção de uma educação critica incluindo a tecnologia na educação também de forma crítica e comprometida com a construção do conhecimento, de maneira oposta aos modelos tradicionais que colocam o aluno como elemento passivo diante do conhecimento. Dentro da perspectiva de o aluno ser ativo, autônomo na construção do conhecimento individualmente e/ou em grupos surgiram diversos ambientes de aprendizagem virtuais experimentais tanto no ensino presencial tradicional quanto a distância como: Moodle, Teleduc, Aulanet, Blackboard, WebCT dentre outros. Nestes ambientes é possível acompanhar o desenvolvimento do aluno, seus acessos, traçar estratégias metodológicas, estimular a interação em grupos colaborativos e sociais, reflexões críticas e avaliar o processo respeitando o tempo e ritmo de cada um, individualmente, dentre outros. O problema que fundamenta este estudo é a seguinte interrogativa: o eLearning tem sido utilizado com eficiência no processo ensino-aprendizagem a distância pelos alunos/preceptores da UNIUBE – Pólo Montes Claros – MG? A partir deste problema surgiu naturalmente um objectivo – que poderemos designar de objectivo geral - para esta pesquisa, que é: analisar o sistema de formação a distância (eLearning) para preceptores da UNIUBE usando a plataforma TelEduc. Este objectivo geral desdobra-se por sua vez em um conjunto de objectivos específicos, que são: descrever funcionalmente a plataforma utilizada pela UNIUBE, diagnosticar as dificuldades encontradas pelos tutores/preceptortes da Instituição ao acessarem a plataforma, verificar a acessibilidade dos usuários à/na plataforma de aprendizagem e identificar a contribuição do TelEduc e suas ferramentas aos preceptores na prática. 4 As hipóteses pensadas em relação a este objeto de estudo são as seguintes: (1) os preceptores encontram dificuldades físicas e administrativas de acesso a plataforma; (2) os preceptores apenas acessam a plataforma quando necessitam de ajuda; (3) a plataforma possui ícones e ferramentas necessárias ao desempenho profissional do preceptor e (4) os preceptores estão satisfeitos com a plataforma disponível pela Universida na sua formação continuada. No capítulo 01 foi conceituado a EAD como uma modalidade nova na Educação, sua abrangência no exterior e no Brasil, bem como sua terminologia, e as perspectivas pedagógicas relacionadas e esta modalidade. No capítulo 02 fêz-se uma relação entre interatividade e aprendizagem, a aprendizagem por eLearning, os AVAs, suas características e parâmetros de qualidade para se avaliar um ambiente de qualidade. Neste capítulo foi citado autores renomados e pesquisadores contemporâneos da EAD e dos Ambientes Virtuais de Aprendizagens, entre eles: Silvio Carvalho Neto, Maria de Lourdes Martins, Lito e Marcos Formiga. No capítulo 03 expõem-se a arquitetura e funcionamento do TelEduc, a classe de usuários, suas ferramentas, a utilização pelos preceptores da Universidade de Uberaba – UNIUBE – e seus aspectos visuais e funcionamento. No capítulo 04 – Metodologia e Resultados – serão elencados os resultados mais significativos suas analises de forma global ou conjunta dependendo da relevância e grau de convergência com a literatura pesquisada com o objetivo de esclarescer pontos específicos sobre a utilização do ambiente virtual oferecido pela universidade tais como a facilidade de acesso, acessibilidade às informações, distribuição de conteúdos, impressão sobre o impacto visual causado pelo ambiente, observações sobre a interação e comunicabilidade, distribuição de conteúdos e utilidade das informações apresentadas. 5 CAPÍTULO 1. EAD: UMA NOVA MODALIDADE DE ENSINO O mundo está em constante evolução, com mudanças significativas no que diz respeito à esfera da economia, das instituições sociais, políticas e culturais. Contudo, com base no pensamento dos autores Rifkin (1995) e Offe (1989), percebe-se a emergência de um novo mundo caracterizado pelas mudanças presentes na sociedade baseado em novos paradigmas nos âmbitos, principalmente, da educação e do trabalho; e em rupturas com modelos antigos. Harvey (1992), Castells (1999) e Jameson (2001) destacam que essas mudanças seriam, apenas, parte de uma transformação cultural que acaba por acompanhar a luta do capitalismo no que diz respeito à sobrevivência, não se apresentando, portanto, como uma mudança global de paradigmas na ordem cultural, econômica ou política, que corresponda a uma “nova sociedade”, “pós-industrial”. Inúmeras têm sido as transformações da produção da vida material e subjetiva nessa fase particular do capitalismo que, na tentativa de superar sua atual crise, estabelece como estratégias principais, o neoliberalismo, a globalização e a reestruturação produtiva. Na verdade é sabido que em todas as etapas existentes na história da humanidade, a tecnologia desvela-se como sendo aquela que aponta uma contribuição importante nas transformações ocorridas em todos os campos das atividades humanas. A educação também tem se deslocado da figura centrada no professor para o aluno, sujeito de seu tempo e sabedor do domínio em que atua. Alterando tanto as dinâmicas de sala de aula para novos aparatos e ferramentas garantidoras de aprendizagem. Em relação à educação que visa adaptar o ser humano a sua realidade, Freire (1979, p.32) explica que “uma educação que pretendesse adaptar o homem estaria matando suas possibilidades de ação, transformando-o em abelha. A educação deve estimular a opção e afirmar o homem como homem. Adaptar é acomodar, não transformar”. Senge (1990) comenta que o ser humano vem ao mundo motivado a aprender, explorar e experimentar. E a função humana da educação é de libertá-lo. Infelizmente, a maioria das 7 instituições, em nossa sociedade, é orientada mais para controlar do que para aprender, recompensando o desempenho das pessoas em função de obediência a padrões estabelecidos a não por seu desejo de aprender. Diz também que o desejo de aprender é criativo e produtivo. A educação, portanto, é mais autêntica quanto mais desenvolve este ímpeto ontológico de criar. A educação, nesta perspectiva, deve ser desinibidora e não restritiva. O desenvolvimento de uma consciência crítica que permite ao homem transformar a realidade se faz cada vez mais urgente. Na medida em que os homens, dentro de sua sociedade, vão respondendo aos desafios do mundo, vão temporizando os espaços geográficos e vão fazendo história pela sua própria atividade criadora. (FREIRE, 1979, p. 33). Ao abordar questões relativas sobre a ação educativa, com frequência ocorre uma colocação desapropriada de conceitos (RAMOS, 1989), deste modo apresenta-se o entendimento de educação e ensino. A educação se refere à utilização de meios que permitem assegurar a formação e desenvolvimento do ser humano, enquanto ensino é a arte ou ação de transmitir não via reprodução os conhecimentos a um aluno, de modo que ele os compreenda e assimile, tem um sentido mais restrito, porque apenas cognitivo. Assim sendo, o ensino educativo tem a missão de transmitir não mero saber, mas uma cultura que permita compreender a condição humana e ajude a viver, e que favoreça, ao mesmo tempo, um modo de pensar aberto e livre. Morin (2001, p. 40-41) explicita que o objetivo da educação que não é de transmitir conhecimentos sempre mais numerosos ao educando, mas o de criar nele um estado interior e profundo, uma espécie de polaridade de espírito que o oriente em um sentido definido, por toda a vida. Na educação, trata-se de transformar informações em conhecimento, de transformar o conhecimento em sapiência. A educação deve contribuir para a autotransformação da pessoa, ensinar a assumir a condição humana, ensinar a viver e ensinar como se tornar cidadão. A educação ao longo de toda a vida se constitui numa realidade, ao considerar que o ser humano “é um ser na busca constante de ser mais e, como fazer auto-reflexão, pode descobrir-se como um ser inacabado, que está em 8 constante busca. [...] A educação é possível para o homem, porque este é inacabado e sabe-se inacabado” (FREIRE, 1979, p. 27-28). Mas precisamente no século XX as tecnologias digitais e a eletrônica avançaram em quase todas as áreas do conhecimento, seja nos processos de produção, métodos de comunicação, atualização profissional entre outros. Assim, Schaff (1995) acredita que estamos vivendo a segunda revolução técnico-científica, caracterizada por uma tríade revolucionária: a microeletrônica, a microbiologia e a energia nuclear. Por consequência, as novas tecnologias empregadas na sociedade, acabam modificando toda uma estrutura. Assim Tigre diz: O novo paradigma se difunde assimetricamente, trazendo distorções ainda maiores nos padrões mundiais de distribuição de riqueza. Os países mais beneficiados são aqueles com melhores condições infraestruturais para incorporar novas tecnologias, aumentar a produtividade e desenvolver novos produtos e serviços. Isso inclui o sistema educacional, tanto básico, quanto superior, laboratórios e centros de pesquisas, redes eficientes de telecomunicações de dados, som e imagens e a capacidade de absorver novas formas de organização da produção. (TIGRE, 1993, p. 26) Já Litto (1998, p. 37) diz que estamos vivemos em um mundo onde as tecnologias se fazem presentes, havendo assim uma necessidade de que os nossos alunos possam estar interagindo com este conhecimento informatizado. Assim, pode-se afirmar que, diante das mudanças ocorridas, torna-se necessário à reformulação de todo o sistema, e principalmente no que diz respeito ao campo educacional. Diante disso, a participação do Estado acaba sendo de extrema importância e podem ser analisadas com base nas reformas realizadas nas diretrizes educacionais que devem ocorrem gradativamente com o objetivo maior de atualizar-se e assim estabelecer novos procedimentos. 9 Com base no pensamento de Fonseca (1995, p. 17) temos: [...] a política educacional, vista na ótica neoliberal, está inserida no âmbito das políticas de desenvolvimento produtivo em apoio à competitividade internacional com base no enfoque integrado que abrange políticas de desenvolvimento tecnológico, capacitação de mão-de-obra e aperfeiçoamento de mercados de capital a longo prazo. (FONSECA, 1995, P. 17) Carnoy (1995, p. 20) completa o pensamento de Fonseca quando diz que as mudanças na economia mundial provocaram três tipos de reformas no setor educacional: reformas para adaptar o setor às demandas de qualificação, tanto do mercado de trabalho nacional quanto do mercado mundial (impulsionadas por motivos de competitividade); reformas para atender aos cortes no orçamento do setor público e ao ingresso do setor privado (impulsionado por motivos financeiros) e reformas para melhorar o papel político que a educação desempenha como fonte de mobilidade e igualdade social (impulsionada por critério de equidade). A questão da modernização nos mais diversos segmentos da sociedade atual, destacamos que nos tempos modernos, em plena era da tecnologia, as escolas de ensino superior, cada vez mais estão sendo informatizadas, têm ocasionado fortes impactos na população. Dessa forma, docentes resistem e outros tentam acompanhar o uso dos multimeios lançado por campanhas nacionais onde a onda do consumismo, por diferentes motivos, acaba gerando uma desenfrEADa mania de comprar aparelhos tecnológicos ou usando inadequadamente meios tecnológicos como a Internet para tentar acompanhar as mudanças ocorridas na virada do século. Mudanças vertiginosas marcam o mundo e a produção e divulgação de meios de informações, associadas à rápida obsolescência tecnologia, obriga a repensar uma qualificação permanente não só do quadro docente, mas uma redefinição de práticas presentes no cotidiano escolar de alunos e professores que constantemente interagem no cotidiano escolar. Sendo assim, as instituições ao ensinar recorrendo às diversas tecnologias, investindo na excelência de suas práticas, ao mesmo tempo em que avança, implica em uma séria forma de colocar os homens diante de um complexo impasse: entre as tecnologias e o humano, como mediar à educação 10 humanitária? Fato esse que reforça a ideia da aprendizagem como atividade permanente e contínua na vida das pessoas, exigindo o desenvolvimento de habilidades que geram competência para aprender a aprender, aprender ser a fazer, aprender a ser e aprender a viver colaborativamente, pilastras determinadas pela UNESCO1. Pode-se analisar que como uma utilização multiforme dos computadores para o ensino está se propagando na escola, na casa, na formação profissional e contínua. Essa utilização carrega em si uma redefinição docente e de novos modos de acesso aos conhecimentos, porém, nem todos os estudantes são formados com o uso da informática enquanto disciplina autônoma que é capaz de transformar o pensamento especificamente ligado à Informática e adaptá-los ao mercado competitivo do mundo pós-moderno. Assim, a utilização de novas formas educacionais, onde a modernidade é marcante não supõe a substituição dos docentes em processos educacionais, mas a ressignificação de seu papel face às novas demandas e ao acelerado desenvolvimento dos tempos modernos. Assim, a aplicação destas novas ferramentas de aprendizagem tem tornado possível a partir da construção de novos saberes, outra forma de pensar a educação. Observa-se, atualmente, um contínuo movimento de consolidação e expansão da EAD, ampliando-se o número de países, empresas, instituições educacionais e alunos realizando seus cursos em diferentes propostas e recursos. O que definirá o futuro da EAD é, primordialmente, a qualidade de seus cursos, com linguagem e características próprias. Sendo o ensino a distância uma metodologia do momento pós-moderno, não se trata de uma questão de moda, mas sim de evolução natural dos homens e do mundo. A sociedade moderna, em permanente mudança, tem exigido estudos constantes e novas posturas dos homens. Nesse entendimento, a educação convencional não consegue mais atender às demandas de formação e atualização profissional no atual sistema educacional inclusive o superior. Felizmente, a evolução tecnológica tem possibilitado novas soluções na área da 1 United Nations Educational, Scientific and Cultural Organizations. Site: < http://www.unesco.org.br/>. 11 educação e ao mesmo tempo tem criado sérios impactos aos seres humanos. Uma dessas formas de atuação tem sido o ensino a distância, que se caracteriza pela separação física entre o professor e o aluno, mas que conectados por uma nova tecnologia comunicação bidirecional que ao mesmo tempo avança e cria impasses aos seres humanos. Mas afinal que impasses são esses? Segundo Goffman: Há uma discrepância entre a identidade social real de um indivíduo e sua identidade virtual, é possível que nós, normais, tenhamos conhecimento desse fato antes de entrarmos em contato com ele ou, então, que essa discrepância se torne evidente no momento em que ele nos é apresentado. (GOFFMAN, 1988, p. 50) Segundo a autora, a identidade social real de um indivíduo dentro do contexto tecnológico perpassa pela ideia de contato virtual e pelos contatos que temos com as tecnologias, ocasionando discrepâncias significativas. Para a maioria das pessoas, atualmente, a expressão Educação a Distância (EAD) é logo associada à educação que utiliza recursos de alta tecnologia. Isto vem mudando ao longo dos anos como pode ser verificado na própria história da educação a distância pelas tecnologias alterando as relações entre educador e educando e por conseguinte a eficiência do resultado. 1.1 A história da EAD no Mundo A maior inovação na área da Educação nas últimas décadas foi a regulamentação, implementação e disseminação de um novo método de ensino que distingue do chamado presencial possibilitando promover oportunidades educacionais para grandes contingentes populacionais em tempo e espaços diversos. 12 Voltada especialmente para o ensino de adultos, mas não exclusivamente, já é presente no mundo corporativo, no treinamento e aperfeiçoamento de recursos humanos, na área da saúde, na agricultura, na previdência social, pela iniciativa privada e governamental. Já no mundo corporativo esse adulto dispõe de tempo para estudar complementando sua formação ou obtendo um novo título. A clientela da EAD costuma ser a não convencional, adultos que não podem sair de casa; que trabalham em mais turnos; portadores de alguma deficiência física; populações pouco povoadas e aqueles que vivem longe das Instituições de Ensino. Para viabilizar este trabalho é preciso utilizar um aparato específico (meios de comunicação, processos de tutoria, técnicas de ensino, metodologias de aprendizagem, mídia e linguagem adequada, dentre outros. Hoje em dia, um curso a distância não é mais um curso por correspondência unidirecional, em que se enviam livros e outros textos pelo correio e se espera que o aluno já saiba estudar e aprender. É preciso cercar-se de uma multiplicidade de recursos para alcançar êxito.primeiro, mesmo em lugares em que uma das ênfases da escola é ensinara prender, desenvolvem-se materiais d alta qualidade para ensinar a estudar; e particularmente, a estudar sozinho.(NUNES, 2008, p.2) A convergência entre os modelos presencial e a distância já existe em algumas instituições mesclando diversas formas e usos de tecnologias inseridas num mesmo espaço ou não, mas não existe uma nomenclatura específica para este movimento. Para compreender melhor o que se passa no mundo em relação a esta nova modalidade de ensino é preciso viajar por países que tenham feito história ao longo do tempo. No México, Tanzânia, Nigéria, Moçambique e Angola a educação a distância tem sido utilizada para aperfeiçoamento de professores “em serviço”. Na atualidade, são mais de 80 países em todos os continentes que adotam a educação a distância, em sistemas formais e informais de ensino. Para Nunes (1992) a Europa tem investido de maneira acelerada em educação a distância para o treinamento de pessoal na área financeira e demais áreas do setor de serviços visando maior produtividade e baixo custo. 13 O EUA é o responsável pelo primeiro registro de educação a distância no mundo com aulas via correspondência em 1.728, anunciada na Gazette de Boston, EUA por Caled Phillips. Hoje são centenas de importantes universidades e instituições de nível superior e médio que utilizam da modalidade a distância até mesmo em forma de consórcios unindo várias instituições cada qual com sua função. Em Cuba, La Enseãnza Dirigida, como é denominada em território local iniciou-se em 1979 com a Universidade de Havana que hoje conta com o suporte de 15 outras instituições de ensino. Simultaneamente a Cuba, Venezuela através do grupo de pesquisas do professor Miguel Casas Armengol criou a Universidade Nacional da Venezuela em 1976 visando a criação de novas carreiras e facilitar a entrada no mercado de trabalho. Com cunho religioso, Costa Rica deu inicio na década de 80 ao Programa Diversificado do Seminário Bíblico Latino-americano, formando em 1988 o curso de Educação Pastoral utilizando materiais impressos e metodologias diversas. Hoje a UNED, a Universidade Estatal a Distância, criada em 1978, se ramificou em todo o país possuindo 29 centros acadêmicos difundindo cursos voltados principalmente às comunidades agrícolas e para a progamas de saúde e cidadania. A Espanha antes mesmo da Costa Rica, em 1972, fundou a também Uned por um ato parlamentar se tornando um dos países pioneiros nesta modalidade. Também elegeram o material didático como mídia principal acessorado pela radiodifusão, da televisão e de outros meios audiovisuais. Outro país inovador foi o Japão a partir do século XIX, de maneira informal e mais tarde formalmente com a Escola Kawasaki formando e qualificando pessoal de apoio a saúde. Depois da segunda Guerra, esses procedimentos foram utilizados na Europa e no Japão, ainda com a base tecnológica da impressão articulado com o rádio, mas ja ganhando forma que, depois, serão dominados no campo da tecnologia educacional nos programas de educação 14 audiovisuais que foram muito usados no Brasil para o ensino de línguas estrangeiras.(NUNES, 2008, p.7) Em 1948, fundou-se a Universidade Chuo com ênfase em educação continuada, educação comunitária e desenvolvimento vocacional. Contemplando a economia doméstica em 1983, por meio de uma lei especial criou-se a Universidade do Ar similar a iniciativa inglesa de promover as mudanças educacionais desejadas através da televisão. Hoje, na Inglaterra, mais de 40 mil alunos fazem pós-graduação por intermédio de materiais impressos, fitas de áudio, kits, vídeos, softwares, jogos e Internet. 1951, foi o ano da criação do Departamento de Educação por Correspondência da Universidade do Povo na China que se organizavam através da rádio e material impresso. Na década de 60 surgem as televisões universitárias em diversas cidades do país. A Universidade Aberta de Portugal foi criada em 1988, com sede em Lisboa, oferece cursos de graduação, pós e mestrado em diversas áreas acadêmicas. Influenciado pelo bom resultado obtido principalmente na Inglaterra o Brasil tentou por três vezes criar no Parlamento uma Universidade Aberta mas somente no ano de 2008 foi concretizada já com a prática exitosa de dezenas de Universidades e Instituições de Ensino de Norte a Sul do país. Daniel, (1990,apudNUNES, 2008, p.7) afirma que esse avanço da EAD em alguns países fez surgir megaestruturas de Universidades que juntas atendem mais de 3 milhões de estudantes que determinam seu próprio ritmo de estudo interagindo-se com as novas tecnologias da educação. 1.2 A história da EAD no Brasil Pesquisas realizadas pelo IPEA mostram que antes de 1.900, já existiam anúncios em jornais de circulação no Rio de Janeiro oferecendo cursos profissionalizantes por correspondência ministrados por professores particulares. Poucos anos já existiam cursos oferecidos por uma Escola Internacional que visava qualificar para o comércio e serviços em geral. Usava-se material didático que era enviado pelos correios via ferrovia. 15 Em 1923, surge a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro com programação variada e popular foi um sucesso chegando apreocupar os governantes da época pelo conteúdo subversivo. As intervenções foram tantas que esta chegou a ser doada ao Ministério da Educação e Saúde que se encarregava também da instrução pública pois não existia até então, década de 30, um ministério especifico para a Educação. A rádio portanto foi, segundo Alves J. R. M.(2009, p.09) o segundo meio midiático de transmissão do saber no Brasil, sendo precedida apenas pela correspondência. O SENAC iniciou suas atividades em 1946 e, logo a seguir, desenvolveu no Rio de Janeiro e em São Paulo a Universidade do Ar (mesmo nome de programas desenvolvidos décadas depois na Inglaterra e Japão) que, em 1950 já estava em 318 localidades. A igreja Católica em 1959 criou algumas escolas radiofônicas, dando origem ao Movimento de Educação de Base ainda utilizando a Rádio como mídia comunicativa. (Ideia semelhante também pode ser vista em Costa Rica na década de 80). Nos anos 60 surge o Mobral2 - O Movimento Brasileiro de Alfabetização, de abrangência nacional via rádio teve vida curta com a revolução de 1969, onde foram cortadas iniciativas de natureza informativa/educativa. Desde então a Rádio perdeu lugar como mídia transmissora de conhecimento para a televisão e outras tecnologias. Por determinação do Código Brasileiro de Telecomunicações em 1.967 deveria haver transmissão de programas educativos pelas emissoras de televisão favorecendo algumas Universidades e grupos de poder. Em 1994, o sistema Nacional de Radiodifusão Educativa foi completamente reformulado passado a Fundação Roquete Pinto ocontrole destas ações. De iniciativa privada e muito positiva a Fundação Roberto Marinho criou alguns programas de qualificação em prática até hoje como o telecurso que certifica alunos em todo o território 22 Foi um projeto do governo brasileiro, criado pela Lei número 5.379, de 15 de dezembro de 1967, e propunha a alfabetização funcional de jovens e adultos, visando conduzir a pessoa humana a adquirir técnicas de leitura, escrita e cálculo como meio de integrá-la a sua comunidade, permitindo melhores condições de vida(CORRÊA, Arlindo Lopes (ed.). 1979. p. 472). 16 brasileiro em parceria com o poder público. A maior desvantagem percebida em tais iniciativas é o horário de transmissão incompatível com os possíveis alunos- usuários. Hoje, existem TVs educativas que se dedicam de forma satisfatória a transmissão de programas de qualidade porém estas dependem das emissoras abertas ou a cabo para o acesso a população em geral. A história daEAD no Brasil pode ser dividida em três momentos: inicial, intermediário e outro mais moderno. Na fase inicial, os aspectos positivos ficam por conta das Escolas Internacionais (1904), que representam o ponto de partida de tudo, seguindo-se a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro (1923). Extraordinária importância tiveram o Instituto Monitor (1939) e o Instituto Universal (1941). […] na fase intermediária, no campo da educação superior, a UnB (1.973) constituiu-se em uma base para programas de projeção […]. Já na fase mais moderna não podemos deixar de registrar três organizações que influenciaram de maneira decisiva a história: a ABT, o IPAE e a ABED. (ALVES, 2009, p. 10-11) A ABED3 – Associação Brasileira de Educação a Distância, vem colaborando para a difusão, desenvolvimento e integrando instituições, pessoas e profissionais da EAD no país organizando congressos e seminários anualmente. Repercutiu em todo o Brasil o sucesso da criação da Open University, da Inglaterra, nos anos 70 e no Brasil surgiram alguns projetos de lei com o intuito de termos uma Instituição de ensino superior similar ao Reino Unido. A primeira tentativa foi arquivada pois não possuía os moldes de uma Universidade Aberta. Numa segunda tentativa, em 1974, foi novamente arquivada porque não foi criada pelo Ministério da Educação e sim por um projeto de lei faltando informações e aparatos que o viabilizasse. 3 Site do Congresso Internacional da Abed/ 2008: http://www.abed.org.br/congresso2008/ 17 Depois de décadas o Executivo tomou a iniciativa de criar um novo sistema, chamando-o de Universidade Aberta do Brasil que nada mais é um consórcio de instituições públicas de ensino superior que se apropriarão de metodologia diferenciada do modelo tradicional para levar conhecimento a um número maior de pessoal em espaços longínquos. Não se trata da criação de uma nova instituição de ensino, mas sim, a articulação das já existentes em forma de um consórcio, abrangendo aos municípios do país que não possuem uma formação superior de qualidade ou mesmo aqueles cujos cursos ofertados não atendem de forma suficiente a demanda proveniente da educação básica no país. O Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB) tem como prioridade a formação de professores para a Educação Básica. Para atingir este objetivo central a UAB realiza ampla articulação entre instituições públicas de ensino superior, estados e municípios brasileiros, para promover, através da metodologia da educação a distância, acesso ao ensino superior para camadas da população que estão excluídas do processo educacional (http://www.uab.capes.gov.br/). Segundo o MEC, a finalidade do sistema UAB é desenvolver a modalidade de educação a distância, expandindo e interiorizando a oferta de cursos e programas de formação superior no País, ampliando assim, o acesso à educação superior pública às diferentes regiões do país. Tem como objetivo, apoiar a pesquisa em metodologias inovadoras de ensino superior baseadas em tecnologias de informação e comunicação e oferecer cursos superiores para capacitação de dirigentes, gestores e trabalhadores em educação básica dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios atingindo objetivos sócio-educacionais com a colaboração da União com entes federativos, e estimular a criação de centros de formação permanentes por meio dos polos de apoio presencial. Tendo como base o aprimoramento da educação a distância, o Sistema UAB visa expandir e interiorizar a oferta de cursos e programas de educação superior. Para isso, o sistema busca fortes parcerias entre as esferas federais, estaduais e municipais do governo. (http://www.uab.capes.gov.br/) 18 Hoje, no Brasil são mais de 175 instituições credenciadas pelo governo federal para ministrar cursos de graduação e pós graduação lato sensu mais ainda nenhuma possui mestrado e doutorado nesta modalidade de ensino. Vale ressaltar a iniciativa privada e também pública que vem utilizando a EAD como ferramenta de treinamento e aperfeiçoamento de seus colaboradores totalizando mais de quinhentas entidades. A primeira Universidade do país a implantar de forma efetiva cursos de graduação a distância foi a UFMG- Universidade Federal de Mina Gerais no final da década de 90. 1.3 A Legislação que trata da EAD Para retratar a Legislação sobre a EAD no Brasil faz-se necessário voltar ao tempo e lembrar de sua fundamental importância na disseminação dos cursos livres profissionalizantes e por correspondência na década de 40. Cabia a EAD o desafio de ser bem-sucedida e eficiente à visão da sociedade educativa e romper com os preconceitos e paradigmas existentes sobre sua metodologia. Atendendo a educadores situados a longa distância social e geográfica, sem um perfil muito claro, utilizando tecnologias pouco crediveis inicialmente, os nichos por ela encontrados foram os dos chamados cursos livres, na legislação brasileira. (GOMES, 2008. p.21)4 Durante o chamado Estado Novo no Brasil, surge a primeira LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de no. 4.024, de 20 de dezembro de 1961 – abrindo uma porta estreita 4 Se refere a uma metáfora utilizada pelo autor onde compara com uma alusão discriminatória a Educação tradicional com um feudo e a EAD com todo e qualquer tipo de manifestação social que surgia fora deste feudo. 19 para a efetivação desta modalidade de ensino com a permisão para a criação de cursos ou Escolas experimentais. Em 1971, a Lei no. 5.692 de 15 de agosto do mesmo ano manteve o dispositivo anterior dispondo que os conselhos de educação pudessem autorizar regimes pedagógicos diversos em âmbito nacional. Vislumbrou ainda o uso de diversas mídias como a rádio, televisão e correspondência nos cursos supletivos para abranger um número maior de alunos. Art. 25. § 1º Os cursos supletivos terão estrutura, duração e regime escolar que se ajustem às suas finalidades próprias e ao tipo especial de aluno a que se destinam. § 2º Os cursos supletivos serão ministrados em classes ou mediante a utilização de rádios, televisão, correspondência e outros meios de comunicação que permitam alcançar o maior número de alunos. (Lei no. 5.692 de 15 de agosto de 1971) Então, a EAD se torna mais próxima da linha que a separa de um modelo educacional eficiente e formal num tempo onde vivia-se um clima de deslumbramento ante a ciência e as novas tecnologias. Lobo Neto diz que os equipamentos viabilizadores destas tecnologias sobrepunham os desafios do tempo e espaço. A integração de imagens e sons superou a radiofusão e o mídia escrita encantando cada vez mais pessoas Assim é que, em 20 de dezembro de 1996, com a promulgação da Lei 9.394, a 2ª.LDB nacional a Educação a Distância passou a ser considerada alternativa regular – elevando o status desta modalidade de ensino – de prestação educacional aos brasileiros. A educação a distância deixa de pertencer ao elenco de projetos sempre designados como "experimentais", ao sabor de momentâneas e autoritárias arbitrariedades, tanto a favor quanto contra, sem qualquer respeito a resultados educacionais concretos. (Lobo Neto, F.J.S. Informativo SENAC) Sua regulamentação veio com mais de um ano de atraso pelo Decreto no. 2.494, de 10 de fevereiro de 1998, onde se destaca os dispositivos que trata a EAD como um regime especial 20 de ensino, flexível, abrangente a todos os níveis e modalidades de ensino com a exceção de mestrados e doutorados; da presencialidade obrigatória das avaliações/exames de rendimento dos alunos dentre outros. Vale lembrar que a ascensão legal da EAD no Brasil veio a aumentar as comparações e dúvidas decorrentes desta modalidade surgindo assim vários artigos e debates a cerca do tema. Nesta mesma época já existia a ABED que tem como objetivo desde sua criação o desenvolvimento e amparo técnico científico da educação a distância. Surgiu em seguida o Decreto no. 5.622, de 19 de dezembro de 2005 revogando o Decreto de 1998, expandindo as regras de funcionamento da EAD, porém mantendo-a como “modalidade educacional na qual a mediação didática pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educacionais em lugares ou tempos diversos.” Complementa a LDB no que se refere a presencialidade, agora não somente para as avaliações de estudantes mas também estágios, defesas de trabalhos, atividades laboratoriais e a obrigatoriedade de criação de polos no país e no exterior. Outro ponto relevante foi a prevalência dos exames sobre qualquer outra atividade avaliativa do processo, além de equiparar a EAD com a educação presencial quanto ao número de vagas dispostas nas Universidades e as mesmas regras dentro do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior - o SINAES. A portaria MEC no. 4.059, de 10 de dezembro de 2004, autorizou normas anteriores e instituiu a introdução optativa de 20% do currículo na modalidade a distância contemplando a semi-presencialidade nos cursos regulares de graduação. Medida bem recebida pelas IES (Instituições de Ensino Superior) devido à diminuição de custos que permite. Já aos alunos é uma forma de conviver e se atualizar com uma nova e atraente modalidade de ensino. É superar ainda mais a barreira do preconceito e da falta de conhecimentos sobre a educação a distância aproximando de um modelo que possa se adequar mais facilmente as condições de vida do aluno. Outro fator que contribuiu para o “boom” da EAD, desde então, é a utilização, cada vez maior, deste modelo de ensinar por parte das organizações privadas e públicas que 21 passaram a formar, treinar e capacitar seus funcionários, on line, em serviço, com uso de plataformas desenvolvidas especificamente para esta finalidade. O sucesso desta ferramenta aumentou também o número de empresas especializadas que oferecem este tipo de serviço desde a parte funcional até a acessória didática pedagógica. É uma estratégia de formação contínua de qualidade que os textos oficiais e as normas legais passam a se preocupar Mais recentemente foi criado o Decreto no. 5.800, de 8 de junho de 2006, que foi um marco para a EAD no Brasil, pois dispõem sobre a UAB - Sistema Universidade Aberta do Brasil com o intuito de descentralizar as atividades pedagógicas e administrativas relativos a cursos e programas de graduação em parceria com Universidades Públicas devidamente autorizadas pelo MEC. O próximo passo foi estabelecer diretrizes que assegure a continuidade e valorização desta modalidade de ensino através do incentivo financeiro a bolsistas/pesquisadores e a participantes da preparação e execução dos cursos dos programas de formação superior, inicial e continuada no âmbito do Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB), vinculado à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), a serem pagas pelo FNDE a partir do exercício de 2009 previsto na Resolução CD/FNDE nº 26, de 5 de junho de 2009 Tendo em vista que a EAD aproxima distancias antes vista como barreira a globalização do conhecimento o MEC brasileiro dispõe noartigo 4º, da Resolução CES/CNE 01, que “os diplomas de conclusão de cursos de pós-graduação stricto sensu obtidos de instituições de ensino superior estrangeiras, para terem validade nacional, devem ser reconhecidos e registrados por universidades brasileiras que possuam cursos de pós-graduação reconhecidos e avaliados na mesma área de conhecimento e em nível equivalente ou superior ou em área afim. Os cursos de pós-graduação stricto sensu oferecidos no Brasil por instituições estrangeiras, diretamente ou mediante convênio com instituições nacionais, 22 deverão imediatamente cessar o processo de admissão de novos alunos. (Resolução CES/CNE nº 2, de 3 de abril de 2001) 1.4 A terminologia da EAD O primeiro aspecto diz respeito à inovação. A inovação tecnológica é uma quebra de normas estabelecidas A rigor essa norma é quebrada pela importância que o ator deposita na inovação tecnológica como meio de atingir maiores ganhos em seu empreendimento. As inovações geram fenômenos dinâmicos na educação, tanto nos seus aspectos macro quanto microcósmico. Portanto, uma nova onda de inovações gera uma onda de investimentos em tecnologia que ocorrem ao longo do tempo. Também é verdade que esse comportamento dos investimentos tecnológicos não é linear, mas sim oscilante, embora haja uma tendência de crescimento no longo prazo. Através dos investimentos nesta nova tecnologia, inicia-se um conjunto de movimentos que são caracterizados como o efeito multiplicador (keynesiano). Sendo assim, o investimento gera demanda para outros setores. São destacados os seguintes pontos sobre a inovação tecnológica segundo Kiperstok (2003): a) as grandes inovações, que redefinem o paradigma tecnológico, são responsáveis por uma onda de investimentos facilitados pela prosperidade da economia; b) esse período transforma toda a realidade econômica e social, aumenta o nível de renda e gera acumulação de riqueza (inclusive educacional); c) as inovações aumentam o potencial de crescimento ao longo do tempo; d) a difusão, sem novas grandes inovações, tende a reduzir os lucros extraordinários, reduzindo o dinamismo; e) as empresas estão permanentemente buscando inovações, caracterizando o processo de concorrência como um processo de disputa em torno de inovações; 23 f) nesse processo as empresas dependem do ambiente econômico, do caminho do paradigma vigente e do setor de atividade industrial. As empresas se defrontam com restrições e condicionantes externos ao longo do processo de busca permanente de inovações; g) as empresas também se defrontam com determinantes internos, como a sua trajetória tecnológica e a estratégia da empresa; h) a trajetória da empresa define um conjunto de capacitações que tipificam cada empresa, determinando as possibilidades quanto ao futuro; i) as estratégias empresariais podem tentar alterar a trajetória da empresa, assim como o ambiente externo pode induzir e estimular a busca por inovações. Para Arnold (1989), a inovação no fundo justifica as decisões de investir quebrando a fase de incertezas e lançando-se com nova perspectiva. A contribuição schumpeteriana está associada à ideia de que a empresa inovadora é que se apropria desses ganhos extraordinários. Com isto, ela abre um caminho que pode ser seguido por outros competidores. A empresa que inova mostra que é possível a diferenciação e que isto aumenta o seu potencial de acumulação. (LITTO; FORMIGA, 2009) A empresa inovadora, com maiores recursos advindos dos ganhos das inovações, passa a deter maior fôlego financeiro para a viabilização de outros projetos de P&D (pesquisa e desenvolvimento), podendo se lançar até em estratégias mais ousadas, mais ofensivas, na realização de atividades tecnológicas. Schumpeter (1982) procurou demonstrar e divulgar as suas ideias de que a inovação não é apenas um passo além do desenvolvimento tecnológico, da criação de capacidades técnicas ou da aplicação de conhecimentos científicos. A inovação está em outro plano e exige outros requisitos. A invenção está para a curiosidade e a engenhosidade como a inovação está para a determinação e o pragmatismo. 24 A globalização torna-se importante na definição da terminologia EAD, pois é o conjunto de transformações na ordem política e econômica mundial, que vem acontecendo nas últimas décadas. O ponto central da mudança é a integração dos mercados numa aldeia global, explorada pelas grandes corporações internacionais. A influência da internet e da integração entre os povos faz com que uma língua torne-se mais utilizada, neste caso, o inglês. Não pode ser confundido como uma alienação à presença dos Estados Unidos no mundo, mas sim uma forma inteligente de unir as culturas em torno de um único idioma. Os novos ambientes formados a partir destas combinações propiciam uma aprendizagem cooperativa e disseminativa, com um custo cada vez mais reduzido e com uma perspectiva universalista. Impera nesta nova fase a flexibilidade com plena interatividade onde cada educando busca aperfeiçoar-se dentro de seu espaço social. 1.5 As teorias pedagógicas fundamentais em EAD Existe no seio de cada teoria educacional uma concepção a respeito do que define o papel que o professor deve desempenhar para que ocorra o processo de aprendizagem do aluno. Segundo a abordagem de Greeno, Collins e Resnick (1996) citados por Filatro (2008, pp.9698), o processo de ensino e aprendizagem pode adquirir distintos significados de acordo com o paradigma teórico predominante, sendo assim, um modo possível de categorizar as teorias pedagógicas é organizá-las sob três grandes perspectivas. Essas três perspectivas são a perspectiva associacionista, a cognitiva e a situada (GUEDES; MEHLECKE; COSTA, 2009) Sobre a perspectiva associacionista percebe-se a ênfase nas mudanças mesuráveis do comportamento decorrente de estímulos e respostas externos. Primeiro com Thorndike que conduziu as primeiras pesquisas acerca da aprendizagem, nos anos de 1890. Nas décadas seguintes deu forma a teoria conexionista na qual a aprendizagem equivale a concretização de 25 conexões entre estímulos e respostas. Posteriormente Pavlov utilizando animais e humanos produziu observações sobre a generalização, extinção, discriminação e recuperação de estímulos fundamentando os estudos de Watson sobre o desenvolvimento de respostas emocionais a determinados estímulos. Segundo Andrea Filatro, com a vitória americana na Segunda Guerra Mundial a pesquisa sobre aprendizagem, cognição e instrução ganhou força e investimentos, pois os militares foram treinados/condicionados rapidamente recorrendo às tecnologias educacionais disponíveis na época. Seguidos por Gagné, Mager e Briggs que se dedicaram ao estudo de meios mais eficazes de planejar o ensino possibilitando condutas que resultassem comportamentos observáveis e mensuráveis. Já em 1950 e 1960 Skinner determina a instrução programada, a divisão da instrução em pequenos passos, padrões de comportamento desejável e o feedback imediato. Portanto, a perspectiva associacionista serviu de base teórica a educação enfatizando a aprendizagem ativa, com análise e feedback imediato de resultados, objetivos de aprendizagem, estratégias instrucionais e métodos para a avaliação. A perspectiva associacionista enfatiza a aprendizagem concebida como mudanças comportamentais observáveis resultantes de respostas a estímulos externos. Ensinar consiste, sob este ponto de vista, organizar atividades com complexidade progressiva estrategicamente para a assunção de determinadas habilidades. Também se enfatiza o percurso individual de cada pessoa para alcançar os objetivos propostos e a necessidade de mensurar resultados e garantir o feedback através dos métodos avaliativos. São autores representativos do associacionismo Skinner, Watson e Gagné (GUEDES; MEHLECKE; COSTA, 2009). Na perspectiva cognitiva segundo Dewey, a aquisição do conhecimento é o fruto de uma reflexão sobre a experiência possibilitando sua reconstrução ou reorganização atribuindo significado e abrindo campo para novas experiências. Bruner percebe a aprendizagem como um processo construtivo de significado frente às experiências e informações que proporcionam ao aluno fazer descobertas e ir além da informação. O cognitivismo origina-se diretamente da teoria de Piaget abordando os processos internos de percepção, representação, armazenamento e recuperação de conhecimentos. O ensino é nessa perspectiva a ação de potencializar e favorecer a construção de estruturas cognitivas através da formação das estruturas mentais e as implicações que as novas informações emergentes da interação do sujeito com o objeto de conhecimento exercem sobre elas. Daí ocorre o desequilíbrio dessas 26 estruturas mentais já existentes levando a uma reorganização e o surgimento de estruturas mentais novas caracterizando assim os movimentos de assimilação, adaptação e acomodação que atuam no desenvolvimento cognitivo propostos por Piaget. Em concomitância a estes estudos surge a abordagem sócio-histórica da aprendizagem proposta por Vigotsky, que compreende o aprender como resultante das interações e situações de cooperação social. Em conformidade com os princípios socioconstrutivistas estão os pressupostos da perspectiva situadaonde o conhecimento é distribuído socialmente às mãos de pessoas e grupos. Um aluno sempre estará sujeito às influências do ambiente social e cultural onde a aprendizagem ocorre definindo parcialmente sua aprendizagem (Filatro 2008, pp.96-98). Dessa relação com esse contexto social e de ordem se traça também a identidade do aluno como agente de sua comunidade e de seu meio mediante seu pertencimento e participação nas comunidades de prática observando, refletindo e interagindo com a comunidade. Andressa Tornquist cita Chaves (2009) quando se refere às tendências pedagógicas agrupando-as, numa visão distinta de Filatro, em duas grandes megatendências na qual uma se volta ao ensino a distância e outra a ensino colaborativo, respectivamente, não se esquecendo das características próprias de cada tempo/autor e suas contribuições para a construção de práticas de ensino coerentes as mutações comportamentais. Percebe-se que a primeira tendência se aproxima da perspectiva associacionista (Filatro, 2008) com a padronização do processo e desenvolvimento de atividades pré-determinadas seguindo um cronograma imposto sem interação com o meio. Está associada à educação bancária de Freire e ao advento da Revolução Industrial. A segunda megatendência tange as perspectivas cognitiva e situada (Filatro, 2008), na qual o verbo construir sobrepõe ao assimilar, o processo de desenvolvimento é humano e focado no indivíduo. O ato de aprender se torna mais natural, fácil e prazeroso aos alunos. Almeida (2008), a partir dos conceitos de interação, reflexão, construção do conhecimento, aprendizagem significativa em tempo real e continuada dentre outros – embasados nas ideias de diversos pensadores como Dewey, Piaget, Vygotsky, Freire, Schön – surgiram outras 27 abordagens educacionais e novas metodologias para o desenvolvimento do ensino centrado na aprendizagem do aluno e nas relações que este estabelece com seu meio, englobando as pessoas e suas experiências em um contexto. PRIMEIRA MEGATENDÊNCIA SEGUNDA MEGATENDÊNCIA Educação: processo de socialização e aculturação Educação: processo de desenvolvimento humano, focado no indivíduo Ensino a distância Aprendizagem colaborativa Verbos: introjetar, assimilar, transmitir, absorver Verbos: transcender, tornar-se capaz, construir Revolução Industrial Sociedade da Informação Ensino, push Aprendizagem, pull Iniciativa do ensinante Iniciativa do aprendente Processo de fora para dentro Processo de dentro para fora Educação bancária de Paulo Freire Sócrates: analogia da parteira A sociedade molda a criança, o homem torna-se homem pelo contato com outros homens Processo mediante o qual as pessoas se tornam capazes de fazer aquilo que não conseguiam fazer Valorização do conteúdo Valorização de competências, aptidões Professor detentor do conhecimento Professor mediador Padronização do processo (currículo, metodologia, avaliação) Ajuda a extrair de dentro da criança o potencial que está lá e que, realizado, permite que ela consiga fazer coisas que antes não conseguia Não leva em consideração as necessidades, interesses, necessidades, talentos e ritmos de aprendizagem Leva com consideração necessidades, interesses, talentos e ritmos de aprendizagem Todos começam a trabalhar na mesma hora, desenvolve atividades pré-determinadas em uma sequência pré-especificada em um plano de produção (currículo), seguindo um cronograma imposto, pára de trabalhar na mesma hora e não tem liberdade para decidir que seria preferível estar fazendo outra coisa A escola que privilegia esta megatendência tem um sistema de aprendizagem composto por 3 componentes: matriz de competências, banco de projetos e portfólio de aprendizagem Aprender é um processo difícil e penoso Aprender: algo natural, fácil, indolor e prazeroso Motivação: educação necessária para seu desempenho futuro na sociedade ou para seu sucesso econômico, ou apela à consciência Há sempre vários caminhos para aprender alguma coisa e, em geral, aprendemos várias coisas como subprodutos de outras Interação mínima Ampla interação Quadro 1. Tendências da Educação, segundo Andressa Tornquist (2009). 28 Assim surge a Andragogia, termo utilizado por Kapp em 1833 com o objetivo de descrever elementos da teoria de Platão que exercitava a interação e a indagação com pequenos grupos de jovens e adultos. Somente depois da Primeira Guerra Mundial que os conceitos e características referentes a educação de adultos voltaram a discussão e em 1921 Rosenstock empregou o termo para indicar as bases filosóficas e metodológicas e a atuação dos professores envolvidos com a educação de adultos. Linderman influenciado pelo pensamento de Dewey afirma que A fonte de maior valor na educação do adulto é a experiência do aprendiz. “Se a educação é vida, vida é educação […] a genuína educação manterá o fazer e o pensar juntos […] a experiência é o livro vivo do aprendiz adulto” (LINDEMAN, 1926, p 9-10 citado por Almeida, 2008). Pierre Furter (1974) conceituou a andrologia como a ciência e técnica da educação de adultos e propôs a criação de uma ciência de educação voltada ao estudo da formação do homem ao longo da vida, integrando às possibilidades de autodidatismo a aprendizagem ao considerar que uma pessoa tem potencial para aprender continuamente, em qualquer lugar e o tempo todo. A associação de materiais impressos e outras mídias como a rádio e a televisão agregou uma abordagem instrucional a EAD acentuando assim a ideia de uma modalidade de ensino de segunda classe e de custo baixo para seus mantenedores presentes até nos dias atuais. De acordo com Ribeiro (2010), o significado de andragogia vem do grego: andros = adulto e agogos = educar. É o caminho que busca compreender adultos, que não são aprendizes sem experiência, visto que o conhecimento está na realidade. Estudante adulto: a) busca desafios e solução de problemas, que farão diferenças em suas vidas; b) busca na realidade acadêmica a realização tanto profissional como pessoal e aprende melhor quando o assunto é de valor imediato; c) busca aprender com seus próprios erros e acertos e tem imediata consciência do que não sabe e o quanto a falta de conhecimento que o prejudica. 29 Vale ressaltar que pedagogia e andragogia não se apresentam como formas antagônicas de ensino e sim como práticas complementares (SILVA: 2004). Um dos princípios para a busca de formação resume-se no fato de alcançar e exercitar a capacitação. Isso não é particularidade do mundo acadêmico é também atribuição de qualquer gestor. Temos a tendência de achar que a solução de todos os problemas está em nós, em nossas experiências - intuições. Temos que deixar fatos e dados falarem. O grande desafio é sistematizar e analisar cada situação. Quando bem equacionadas, são responsáveis pelo sucesso. Confrontação da prática: -Faz do professor um facilitador do processo ensino aprendizagem e, -Faz do educando um aprendiz, transformando o conhecimento em uma ação recíproca de troca de experiências vivenciadas. - E o aprendizado se dá em mão dupla de forma dialogal. Ao lidar com adolescentes (calouros) e liberar adultos (licenciados e/ou bacharelandos), Ribeiro (2010) afirma que estamos trabalhando no terreno limítrofe de pedagogia e andragogia. Não podemos abandonar os métodos clássicos, de currículos parcialmente estabelecidos e professores que orientem e guiem os estudantes, nem podemos, por outro lado, tolher o amadurecimento dos mesmos através da imposição de um currículo rígido, que não valorize suas iniciativas, suas individualidades, seus ritmos particulares de aprendizado. Precisamos encontrar um meio termo, onde as características positivas da Pedagogia sejam preservadas e as inovações eficientes da Andragogia sejam introduzidas para melhorar o resultado do Processo Educacional. Precisamos estimular o autodidatismo, a capacidade de auto-avaliação e autocrítica, as habilidades profissionais, a capacidade de trabalhar em equipes. Precisamos enfatizar a responsabilidade pessoal pelo próprio aprendizado e a necessidade e capacitação para a aprendizagem continuada ao longo da vida. Precisamos estimular a responsabilidade social, formando profissionais competentes, com autoestima, seguros de suas habilidades profissionais e comprometidos com a sociedade. Sem dúvida a Andragogia enquanto ferramenta antropológica, apresenta metodologias em que o educador instrui-se na lida com o ‘outro’, atingindo assim, os objetivos aos quais se propõe. (RIBEIRO, 2010). 30 Segundo Costa (2010), a Andragogia é uma teoria antiga, mas ainda pouco utilizada nas salas de aula brasileiras. Mais do que passar o conhecimento, o professor de adultosprecisa daajuda do aluno o tempo todo se quiser chegar ao seu objetivo de ensinar. Costa(2010), cita Malcom Knowles, explicando que: 1. Adultos precisam ser envolvidos nos processos de planejamento e avaliação do ensino que estão recebendo; 2. Experiências (e erros) fornecem a base para atividades de aprendizado; 3. Adultos são mais interessados em aprender assuntos que tenham relevância para seu trabalho ou vida pessoal; 4. O aprendizado adulto é um problema mais centrado do que orientação de conteúdo. A Andragogia se difere da pedagogia, por estar promovendo educação para pessoas adultas. Esta terminologia ou método foi criado pelo norte-americano Malcolm Knowles, na essência é a redefinição do papel do professor universitário ou do professor que ministra para adultos. (RAZA, 2010) Ao citar Knowles, Raza (2010) afirma que, a Andragogia é a arte e a ciência destinada a auxiliar os adultos a aprender e a compreender o processo de aprendizagem dos adultos, ou um modelo Pedagógico para o ensino de adultos. Segundo Oliveira (1998), o conceito de adulto é definido de forma simplificada, é, de forma simplificada e resumida, o de um indivíduo maduro o suficiente para assumir as responsabilidades por seus atos diante da sociedade. Entretanto, diz ele, a maturidade humana apresenta uma certa complexidade para a definição dos seus limites e, por isso, varia de cultura para cultura. Para a elaboração de um conceito mais completo e objetivo, o autor considera, pelo menos, quatro aspectos da capacidade humana: sociológico, biológico, psicológico e jurídico. 31 A capacidade sociológica diz respeito aos padrões que a sociedade estabelece para reconhecer a independência do indivíduo para assumir sua responsabilidade produtiva. É relacionada, portanto, ao plano econômico. A capacidade biológica refere-se à potencialidade de reprodução da espécie. Essa fase é marcada pela puberdade, ou seja, o menino é capaz de ejacular e a menina de menstruar, o que anuncia a maturidade física, e consequente capacidade de procriação. A capacidade psicológica está ligada à independência psíquica do indivíduo. É caracterizada pela competência auto-administrativa e permite que o indivíduo estabeleça o seu próprio equilíbrio, resultante dos conflitos cognitivos que são gerados pelas forças dissonantes e consonantes do seu processo mental. A capacidade jurídica é relacionada às normas legais para o relacionamento público do cidadão. Nessa esfera, ele é considerado apto ou não para responder por seus atos que, por ventura, venham a infringir os padrões morais de convivência social (COSTA,2010). Segundo Almeida (2008) a proposta de aprender por si mesmo foi enfatizada por Carl Rogers (1951) em estudos sobre a terapia do adulto e as inter-relações com o ensino centrado no estudante, ao afirmar que as pessoas conseguem atribuir significado e, portanto, aprender, quando estão envolvidas diretamente a partir da estrutura do self, fortalecendo assim as concepções andragógicas e influenciando as práticas educativas com ênfase na autoaprendizagem. A auto-aprendizagem se desenvolve concomitantemente com a interaprendizagem entre indivíduos que se agrupam por afinidade e interesses, a fim de atingir determinado objetivo cujo sucesso depende da participação e do compromisso com a realização de ações e interações propostas ao grupo, por meio de um professor-tutor capaz de desenvolver atividades significativas (VYGOTSKY, 1984) para o trabalho autônomo ou a autogestão da aprendizagem que se aproxima do conceito de heutagogia. 32 Esta surge como o estudo da autoaprendizagem na concepção do conhecimento compartilhado. Almeida (2008) enfatiza a expansão e incorporação da Andragogia ao reconhecer as experiências cotidianas como fonte de saber e determinar a autodireção da aprendizagem com ênfase nas experiências. O aprendiz busca contextos externos à formação para obter um feedback, avaliar e compartilhar experiências de vida envolvendo a ação, a reflexão sobre a ação e a reflexão sobre a reflexão da ação, englobando valores, concepções, crenças (Piaget, 1978). Esses pressupostos levaram a busca de novas formas de desenvolver a aprendizagem repensando os aparatos disponíveis e incluindo aqueles mais atraentes à perspectiva de uma aprendizagem online. Analisando as tendências pedagógicas que fundamentam a educação percebe-se que não se pode pensar a EAD como uma modalidade a parte de todo este processo histórico oriundo do empirismo e de vivencias sócio culturais das ciências humanas. Conforme Dias (2008), o olhar sobre o ensinar e o aprender na atualidade se move, sem deixar de valorizar as muitas contribuições de cada uma dessas perspectivas teóricas, em direção à criação de contextos de aprendizagem autênticos, o que ressalta o caráter social e colaborativo do aprender e a relação do papel do professor com um ensinar que esteja em consonância com esses fundamentos. Torna-se assim necessário avançar para além das potencialidades tecnológicas e relações pedagógicas entre professore e alunos baseadas em abordagens instrucionais ou construtivistas, a fim de aprofundar a compreensão sobre quem é o aprendiz, quais são suas experiências, preferências de aprendizagem, condições de vida e trabalho, demandas e necessidades que o levaram a determinado contexto de formação (ALMEIDA, 2008, p. 104). A EAD é a opção ideal para aqueles que buscam autonomia nos estudos, geralmente adultos capazes de determinar um tempo para leitura e estudo refletindo e fazendo conexões com seu meio. O professor desce do altar mor e passa a ser um ser carnal, mediador de conhecimentos, motivador e parceiro em todo o processo. A verdadeira interação entre os envolvidos neste processo leva o aprendiz a identificar significativamente o que lê, ouvi e percebe, e convida-o 33 a traçar esquemas metais, a fazer conexões e a relacionar tudo o que lhe é apresentado de novo com as ideias e informações já existentes em seu cognitivo. 34 CAPÍTULO 2. INTERATIVIDADE E APRENDIZAGEM 2.1 A aprendizagem por eLearning Seja na aprendizagem em sala de aula, com formatação em quatro paredes, quadro e centrado na figura do professor, na aprendizagem voltada à afetividade e ao autoconhecimento preconizado por Paulo Freire ou os primeiros avanços quebrando paradigmas ao introduzir rádio e televisão na aprendizagem, as técnicas e a noção do aprender ou apreender vão se alterando e amadurecendo a ponto de permitir a educação centrada no aluno, dinamizando a relação tempo e espaço relativizando-a e adequando-a a realidade individual. Para Teles (2009, p.72), “o ensino presencial e o ensino on-line parecem requerer técnicas de ensino diferentes, devido à introdução dessa nova noção de tempo e espaço, da mídia e também da pedagogia apropriada aos ambientes colaborativos on-line”. Carvalho Neto (2009) classifica o eLearning em síncrono, assíncrono ou misto. Síncrono quando há um emissor (professor) e as aulas são acompanhadas em distintos lugares simultaneamente. Assíncrono quando há a disseminação do conhecimento e o aluno se encarrega de acompanhar o conteúdo e o cronograma. Por último, unindo o estudo individualizado independente, mas com aulas presenciais de sincronização, onde a turma mantém-se no mesmo ritmo de trabalho. Com o deslocamento da função de educar do professor para a figura da aprendizagem desenvolvida pelo aluno, questiona-se qual o novo papel do educador neste processo. Teles (2009) aponta para a necessidade de atualização destes profissionais que muitas vezes tem sua intervenção inicial e estruturação da sala de aula virtual na forma tradicional, impedindo ou dificultando o fenômeno da inovação tão presente neste ambiente colaborativo. Quatro funções são apontadas nos estudos de Teles que pertencem à dimensão do professor, aqui elencados como categorias: pedagógica, gerenciamento, suporte técnico e suporte social. 35 Um dos componentes propícios a aprendizagem e que reporta às dimensões elencadas é o ambiente colaborativo, que propicia a comunicação grupo a grupo, ampliando assim as relações, ampliando o escopo de propagação entre os diversos alunos e diversas realidades ali inseridas. Um segundo aspecto diz respeito à independência de tempo e lugar tendo em vista que a qualquer momento pode ser feita uma intervenção na sala de aula virtual, ampliando os momentos de reflexão crítica e maior análise dos temas. Em terceiro, Teles (2009) também aponta a interação via computador que permite maior reflexão no momento da escrita e elaboração das postagens sobre os temas diversos. O professor deixa repentinamente de ser o dono absoluto do conhecimento sobre o qual o aluno repousa seus olhares enquanto existe um direito de ensinar o que realmente é significante para uma prática eminentemente colaborativa pautada na troca de experiências e contribuições de todos, principalmente alunos, reforçando a necessidade de transformação das informações ali postadas em conhecimento a ser sedimentado e replicado a todos os integrantes desta nova comunidade que se instituiu. Teles (2009, p.73), descrevendo as novas ações pedagógicas do professor quando o ambiente é on-line, diz que “[…] o estilo de conversação que o professor incentiva e modela, promovendo habilidades sociais e processos de grupo, estimulando a contribuição ativa, costurando comentários, fazendo perguntas e participando da discussão on-line.” Entretanto, há um questionamento sobre o nível desejável de participação e se esta é determinante para se avaliar o grau de aprendizagem que fora efetivamente adquirido. Reflete-se sobre a relação existente entre quantidade de postagens ou participações nas discussões em face à qualidade das contribuições. A função pedagógica refere-se a ação desenvolvida com intuito de apoiar o processo de aprendizagem tanto do indivíduo quando do entendimento do grupo. Teles (2009) reporta que estas ações podem ser tanto em comandos diretos, repetindo modelos tradicionais de ensinoaprendizagem, como pode ser também uma técnica que proporcione a reflexão subjetiva sobre temas propostos pelo grupo. 36 Como função de gerenciamento, os professores agem sob aspectos administrativos como gerir as ações dos estudantes, como as postagens que são feitas, monitorando-as e provocando que sejam feitas novas postagens, complementando ideias, reposicionando-as ou mesmo socializando. Criar grupos ou subdividi-los também é uma função segundo Teles (2009), pois fornece condições diferenciadas de interação. Uma terceira função remete ao esclarecimento de regras de conduta, avaliações, resultados, e produzindo resultados nos fóruns. Com relação ao suporte social, Teles (2009) aponta para três níveis de inter-relação: impessoal, interpessoal e hiperpessoal. Vai variar drasticamente o grau de solidariedade e de tomada de decisões dentro do ambiente. Enquanto que com a impessoalidade há uma falta de interação entre o grupo e dificilmente são gerados consensos acerca de um determinado tema, a hiperpessoalidade causa o extremo oposto, um grupo coeso onde os indivíduos temem em posicionar-se contrários a uma determinada ideia de outro participante impedindo discussões e abrindo espaço para embates pessoais carreando para dentro do ambiente virtual relações diversas aos propícios ao ensino-aprendizagem. No ambiente interpessoal ocorrem de forma mais lenta as interações, entretanto, tornam-se mais produtivas. Nesta situação as teses são seguidas de antíteses e o professor ou os alunos podem se encarregar da síntese, num processo contínuo e crescente de acumulação de conhecimentos. Teles (2009) relembra que no ambiente virtual faltam sinais que facilitam a percepção do ambiente como um todo, pois somente parte que é postada ou exteriorizada é componente à avaliação do professor. Quanto ao suporte técnico o professor busca selecionar o software específico ao objetivo proposto pelo curso, a partir dos conteúdos a serem trabalhados e do público a que se destina. Avaliar e analisar os problemas reportados nos fóruns ou enquetes também proporciona condições à instituição em melhorar tecnicamente o ambiente que está sendo utilizado (TELES, 2009). 2.2 Sistemas de Informações Educacionais Carvalho Neto (2009) mostra que os sistemas de informação educacionais são ferramentas imprescindíveis no processo de ensino-aprendizagem utilizando tecnologias de informação específicas a este fim. Um destes sistemas são os Sistemas Web Educacionais (SWE) que são 37 aplicativos desenvolvidos para funcionamento no ambiente da internet que são acessados por navegadores web. Eles podem auxiliar nos procedimentos administrativos acadêmicos como matrículas como também servir de apoio ao pedagógico como ambiente de ensino aprendizagem. O sistema a que esta tese se refere, o TELEDUC, pertence à classe chamada de LMS (Learning Management System) que possui como tarefas básicas controle de acesso, distribuição de conteúdo, disponibilização de ferramentas de comunicação e organização de grupos de usuários (CARVALHO NETO, 2009). Entretanto, pertence a um grupo mais específico ainda, os Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA)5, diferenciando-se por destinar-se ao ambiente escolar com apoio a cursos de longa duração enquanto que a LMS foi desenvolvido para o ambiente corporativo dando suporte a um vasto número de cursos de curta duração. Carvalho Neto (2009) mostra a existência de um conjunto de ferramentas de criação orientados ao conteúdo veiculado na web. São conjuntos de softwares que facilitam a manipulação de textos, slides, gráficos, imagens, animações, simulações, avaliações, áudio, vídeo e outros tipos de materiais interativos. Entre estes softwares cita os de web design, editoração eletrônica e criação de animações para web, entre outras ferramentas orientadas a utilização em escritório (editores de textos, apresentação de slides, planilha eletrônica e editores de imagens). A interatividade entre estes sistemas é uma máxima – inclusive com o conjunto de softwares administrativos educacionais podendo incluir sistemas de prospecção de clientes e de logística, que cuida de envio de materiais físicos para estudantes de ensino a distância (apostilas, certificados, avaliações). Reforça-se o conceito de interoperabilidadeconsiderando que trata-se de um sistema integrado com componentes de diversos fornecedores, funcionalidades e objetivos. 5 Anexo 02 – Lista de AVAs existents Segundo CARVALHO NETO. 38 A seguir pode ser vista de forma sintética a integração existente entre os sistemas de gestão de conteúdo e os sistemas educacionais administrativos e como isto se relaciona com a web. Figura 1. Sistemas de informações educacionais. Elaborado a partir de Carvalho Neto (2009). Destacam-se as trocas existentes entre os sistemas, normalmente bidirecionais excetuando-se a produção de conteúdo que não possui interferência direta do ambiente virtual. 39 2.3 Ambientes virtuais de aprendizagem Sua criação foi posterior a criação da tecnologia que a deu suporte. Parece ser óbvio mas sem que a tecnologia web fosse viável, era difícil poder conceber outras possibilidades de interação a partir de uma linguagem icônica (mais simples e de fácil assimilação pelo usuário), distanciando a prática acadêmica da ampla experiência computacional necessária até mEADos dos anos 1990 quando foi iniciada (CARVALHO NETO, 2009). Ambiente virtual por muitas vezes é utilizada como sinônimo de simulação do mundo real, mas a virtualização do ensino extrapola esta realizada proporcionando uma nova construção relacional entre educando e elaboradora dos processos educacionais (CARVALHO NETO, 2009). Destaca-se na fala de Carvalho Neto (2009, p. 46) que “por meio de um sistema virtual de aprendizagem, é possível ao professor gerenciar o conteúdo disponível aos discentes, bem como fiscalizar o andamento das atividades feitas pelo estudante”. Realmente esta possibilidade existe mas não se pode fixar nela o objetivo do ambiente nem tão pouco o parâmetro avaliativo tendo em vista que torna-se uma simulação da sala tradicional onde o professor passa a matéria no quadro e fiscaliza se o aluno fez a tarefa proposta como dever de casa. Não é o único objetivo do ambiente virtual, neste exemplo confundido com virtualização do ambiente tradicional, equivocando-se pela limitação aos conceitos inicialmente incutidos. Carvalho Neto (2009) destaca o fato de que parte do conteúdo virtualizado pode ser instalado no computador do cliente formando uma ligação assíncrona com a comunidade fornecedora do ensino, mas em sua maioria está completamente disponibilizado na web. Carvalho Neto, quando cita Chin (2005), contradiz-se ao afirmar que os AVAs não devem ser totalmente veiculados via web ou como uma total substituição a aula presencial afirmando que sempre deverá existir a interação humana física no processo educacional. Neste caso, afirmando-se categoricamente a totalidade nestes casos, retira-se a possibilidade de que exista efetividade em um ensino dedicado e formulado para reposicionar o papel do professor, 40 buscando novas formas de interação, reforçando a ideia de que não se pode recriar o que já está criado e nem perceber o novo naquilo que está arcaico. Todas as tecnologias e serviços disponíveis atualmente na web poderiam ser utilizados para desenvolver a estruturação dos conteúdos distribuídos, incluindo a interação entre professores e alunos com utilização de e-mail, fóruns, wikis, teleconferência, entretanto, a organização de todos os materiais e a inter-relação entre eles ficaria prejudicada ao ponto de não se conseguir relacionar acesso a uma e outra ferramenta concomitante. Sendo assim, a idealização de ambientes integrados, aglutina e disponibiliza de forma disciplinada aos educandos proporcionando maior estabilidade do conjunto, criando uma cultura organizacional e uma identidade institucional fortalecida, além de um maior conhecimento acerca do comportamento e acompanhamento das ferramentas disponibilizadas tornando-se um diferencial. Uma vantagem apontada por Carvalho Neto (2009) é a possibilidade de haver permissões diferenciadas para aluno e professor, pois mesmo tendo acesso ao mesmo ambiente, possuem interações diferenciadas, cabendo ao professor tarefas como: disponibilizar materiais online, monitorar odesempenho do estudante a partir de tarefas e avaliações online, atribuir notas para tarefas e avaliações realizadas, alterar a área de discussão, atuando como mediador e estimulador de discussões, criar área para os estudantes armazenarem materiais de aula e materiais próprios e visualizar as estatísticas de uso do ambiente identificando quem utilizou o sistema, o que acessou e quando, servindo de base para ações estimulando a utilização adequada das ferramentas além de apresentar aquelas que não estejam sendo utilizadas. Carvalho Neto (2009), apropriando-se da fala de Carliner (2005), aponta deficiências na utilização das AVAs, entretanto equivocadamente comparando novamente ao ensino tradicional por elencar, por exemplo, a dificuldade em se verificar se quem fez a avaliação online foi o próprio aluno ou uma terceira pessoa, nitidamente uma preocupação com as chamadas “colas” tão presentes no ambiente tradicional. Além disso, o fato de que o curso está preso ao seu design inicial, entretanto, esquece-se do objetivo desta ferramenta que é o de organizar os conteúdos veiculados aos alunos, cumprindo seu objetivo. Ao utilizar o autor, 41 esquece-se do potencial construtor das ferramentas wiki que armazenam e potencializam a construção do conhecimento a partir das colaborações individualizadas. Carvalho Neto (2009) propõe uma visão positiva dentro do processo ensino-aprendizagem, onde o método utilizado depende do objetivo estipulado como fim e a estrutura oferecida de suporte aos sistemas. 2.4Ambientes virtuais de aprendizagem: parâmetros de qualidade. Para poder entender melhor o que seria a qualidade dentro do ambiente virtual, percebe-se que há uma virtualização das relações do mundo real e uma tentativa de modelar o que acontece tal qual existe, como uma mera reprodução de atos e fatos. Para tanto, as ferramentas estão evoluindo no sentido de realizar estas tarefas reprodutivas de ambientes como as ferramentas colaborativas wiki simulando e expandindo a acumulação e construção do conhecimento ou os blogs, simulando as conversas realizadas em nosso dia a dia. Conforme pode ser visto no quadro trazido por Carvalho Neto (2009, p.31), há um conjunto claro e definido de máquina e softwares funcionando em um sistema que permite a implementação das inovações provenientes da necessidade humana. Carvalho Neto (2009) aponta para o preconceito instituído de que o ensino tradicional é permEADo de maior qualidade do que o ensino on-line, independentemente do conteúdo que é ministrado ou da forma como é conduzido o processo. Elenca como um dos fatores que levam a esta percepção o fato de existir a presença do professor que para a educação tradicional representa a individualidade no ensino, com o professor podendo perceber onde está o déficit de aprendizagem e alterar sua forma didática. Novamente reforça-se a centralização e responsabilização do saber na figura do professor sendo difícil ao educando perceber que tem papel fundamental neste processo e que pode interferir a qualquer momento, inclusive na busca de material de apoio, corresponsabilizando com o resultado final. 42 Figura 2. Esquema de camadas web 2.0. Elaborado a partir de Carvalho Neto (2009). Carvalho Neto (2009) mostra que há uma busca cada vez maior do ensino totalmente a distância como complemento da prática, onde a teoria irá alicerçar e corroborar o que já está sendo executado pelo aluno. Neste sentido este já vem com as redes, com discussões práticas e com conhecimento do mercado de trabalho, suprindo desta forma o que vem sendo destacado no ensino tradicional, o próprio ambiente educacional com suas normatizações, trocas de experiências e inserção social. Carvalho Neto (2009) traça algumas dimensões de qualidade com alguns atributos específicos, conforme pode ser visto na lista a seguir: a) Qualidade da informação – Autoria: Reputação e credibilidade das informações por meio do informe das fontes e da autoria das informações; – Completude: Concisão e suficiência das informações que devem estar na quantidade adequada; – Relevância: Utilidade e relevância das informações para vários propósitos – Interpretabilidade: As informações no AVA devem ser de fácil compreensão; 43 b) Qualidade do sistema – Segurança: Restrição de acesso e privacidade das informações – Navegação: A navegação no AVA deve ser fácil, intuitiva e consistente, sem erros de navegação; – Interatividade: Disponibilidade de interação no ambiente; c) Funcionalidades de trabalho – FAQ Ajuda: espaço para ajuda com FAQ e suporte on line – Controle Operacional: Capacidade de controlar a ordem, velocidade e complexidade em que a informação é apresentada; – Mecanismos de busca: O AVA deve conter mecanismos de busca e procura de informações dentro e fora do site; – Acompanhamento de atividades: Área destinada a administração do progresso do estudante nas atividades realizadas com os retornos das atividades realizadas; – Informações gerais: Área para disponibilização de informações sobre o curso e os instrutores; – Atividades e Jogos on line: Provas e exercícios disponibilizados on line com respostas dadas automaticamente pelo sistema; – Histórico de atividades: Disponibilização de uma área que armazena as páginas visitadas e o histórico das atividades realizadas; – Funcionalidades de retorno: Funcionalidades para dar respostas e retorno aos problemas dos alunos com rapidez; – Personalização: Personaliza o ambiente para visita, mantendo registros e necessidades pessoais de acordo com o perfil do usuário. d) Funcionalidades de comunicação – Multimídia: As informações no AVA devem estar em diversos tipos de mídia, como vídeo, áudio (podcasts), textos e outros; – Mural: Área para disponibilização de avisos e notícias, agenda e calendário; 44 – Perfil do aluno: Disponibilização de páginas pessoais para identificação do estudante; – Fóruns de discussão: Disponibilização de espaços para discussão de temas diversos propostos pelos participantes; – Comunicador instantâneo: Disponibilização de espaço para conversa e troca de arquivos em tempo real para usuários on line; – Funcionalidades de acesso: Funcionalidades para acesso à pessoas portadoras de deficiências físicas; – Diversão: Funcionalidades de diversão, entretenimento e humor; e) Funcionalidade de trabalho – Lista de participantes: Área que apresenta uma relação de participantes, com acesso a dados pessoais de cada participante, informando os que estão on line no momento de acesso. Outras dimensões são consideradas como importantes no processo de elaboração ou escolha de um AVA. Entretanto, percebe-se a complementariedade dos dados relevantes, ou seja, criando um tipo ideal de sistema. Exemplo disso é uma categorização proposta por Strong e Wang (1996) demonstrando que existem formas de se visualizar os sistemas sob uma outra ótica. Historicamente o conceito de qualidade nos ambientes virtuais de aprendizagem vem evoluindo, agregando novas dimensões de acordo com a percepção de cada época, ora olhando para a segurança dos dados e ora percebendo o usuário como parte preponderante ao processo e buscando melhorar a usabilidade. Usualmente confundem-se critérios de usabilidade com critérios relativos à qualidade de informação. Carvalho Neto (2009) alerta neste sentido demonstrando a necessidade de se distinguir para melhor entender o que é intrínseco a um ou a outra dimensão. Pois como bem dispõem, pode haver um sistema com uma excelente usabilidade e nenhuma autoria ou segurança de informação, o que fatalmente inviabilizaria parte do processo. 45 INTRÍNSECA São aceitos ou considerados como verdadeiros e autênticos. São corretos, confiáveis e certificados como livres de erros. São imparciais e não tendenciosos. São garantidos ou considerados em termos de sua fonte ou conteúdo. Credibilidade Exatidão Objetividade Reputação CONTEXTUAL Geram benefícios e vantagens devido ao seu uso. Valor adicionado São aplicáveis e úteis à tarefa a ser executada. Relevância A atualidade /idade dos dados é adequada à decisão tomada. Atualidade Têm abrangência, validade e profundidade adequadas à tarefa. Abrangência A quantidade e o volume de dados disponíveis são adequados. Quantidade apropriada REPRESENTACIONAL Estão em linguagem e unidades, e suas definições são claras. Fácil interpretação São claros, sem ambigüidades e facilmente compreendidos. Fácil compreensão São apresentados no mesmo formato e compatíveis com informações prévias.Consist. Representação São representados de forma concisa, mas completa e na medida necessária. Concisão ACESSIBILIDADE Estão disponíveis ou são facilmente recuperados. Facilidade de acesso O acesso aos dados pode ser restrito e, portanto mantido seguro. Segurança de acesso Fonte: STRONG e WANG, (1996); STRONG et al (1997) Quadro 2. Critérios avaliativos. Fonte: Carvalho Neto (2009). Figura 3. Principais dimensões do sistema. Elaborado a partir de Carvalho Neto (2009). 46 De forma mais simplificada dispôs-se graficamente as principais dimensões relacionando as partes do sistema a fim de facilitar o entendimento. É percebendo as inter-relações entre as partes que ajuda a compreender a importância e análise do todo. Com relação à qualidade de informação, percebe-se a partir da análise já feita por Carvalho Neto (2009) que há unanimidade em relação a alguns aspectos, principalmente quanto a qualidade inerente a informação. ATRIBUTO Atualidade Completude/Qu alidade apropriada/Abr angência Concisão Consistência Credibilidade/C onfiabilidade Disponibilidade /Facilidade de Acesso Exatidão/ Acurácia Flexibilidade Agrupamento/F ormato Objetividade / Imparcialidade Clareza / Interpretabilida de / Entendibilidade REFERÊNCIAS É o caráter de atualizar informações. Significa o tempo decorrido desde que a informação foi produzida. Alter (2002) divide está dimensão na idade da informação e na tempestividade. O sentido geral á avaliar se a idade da informação é adequada à tarefa a que se destina (STRONG et al, 1996; ALTER, 2002;O`BRIEN, 2003; CARO et al, 2006; KIM et al, 2005; MATHEUS, 2004; STRONG e WANG,1996; NAUMANN e ROLCKER, 2000; ALEXANDER e TATE, 1999; METZGER,2007; DELONE e MCLEAN, 1992). Verifica-se a informação fornecida está completa para a tarefa, se é concisa, porém com abrangência, validade e profundidade adequada à tarefa ou se é necessário qualquer informação adicional (STAIR e REYNOLDS, 2002; ENGLISH, 1999; CARO et al, 2006; KIM et al, 2005; NAUMANN e ROLCKER, 2000; DELONE e MCLEAN, 1992; ALTER, 2002). Strong e Wang (1996) definem esta dimensão como Qualidade Apropriada, ou seja, se a quantidade de volume de dados disponíveis são adequados. Denota se os dados são representados de forma concisa, mas completa e na medida necessária. Se apenas a informação necessária é fornecida (STRONG et al, 1996; O`BRIEN, 2003; CARO et al, 2006; NAUMANN e ROLCKER, 2000). É o que KIM et al (2005) definem como integridade da informação, com vistas a evitar o problema de informações irrelevantes. O`Brien (2003) mostra que esta característica reflete que o grau de complexidade e sofisticação da informação não deve dificultar a sua compreensão. Significa que as informações são apresentadas no mesmo formão e compatíveis com informações prévias. (STRONG e WANG, 1996; EPPLER et al, 2002; NAUMANN e ROLCKER, 2000; KATERATTANAKUL e SIAU, 1999). Segundo KIM et al (2005) as informações devem seguir um padrão e ser persistentes ao longo do sistema. Também chamada por Alter (2002) como acurácia, não no sentido de estar livre de erros, mas sim em relação à conformidade da informação com o que ela é suposta a representar (ALTER, 2002). É a acurácia em relação à realidade (ENGLISH, 1999). Esta dimensão pressupõe que as informações são aceitas ou consideradas como verdadeiras e autênticas (WANG e STRONG, 1996). Os dados podem estar sem erros, mas eles devem representar a realidade (CARO et al,2006; PUN e LOCHOVSKY, 2004; MATHEUS, 2004; STRONG e WANG, 1996; ENGLISH, 1999; STAIR e REYNOLDS, 2002; O`BRIEN, 2003; PUN e LOCHOVSKY, 2004; NAUMANN e ROLCKER, 2000; DELONE e MCLEAN, 1992) Extensão em que a informação existe, está disponível e é facilmente recuperada (ALTER, 2002). Strong e Wang (1996) denominam esta dimensão como Facilidade de Acesso (STAIR e REYNOLDS, 2002; ENGLISH, 1999; CARO et al, 2006; KIM et al, 2005; PUN e LOCHOVSKY, 2004; EPPLER et al, 2002; NAUMANN e ROLCHER, 2000; KATERATTANAKUL e SIAU, 1999). Esta dimensão pressupõe que a informação é correta, confiável e livre de erros, por exemplo, gramáticais ou ortográficos (STRONG e WANG, 1996; ENGLISH, 1999; STAIR e REYNOLDS, 2002; O`BRIEN, 2003 CARO et al, 2006; KIM et al, 2005; PUN e LOCHOVSKY, 2004; MATHEUS, 2004; EPPLER et al, 2002; NAUMANN e ROLCKER, 2000; KATERATTANAKUL e SIAU, 1999; ALEXANDER e TATE, 1999; METZGEM, 2007; DELONE e MCLEAN, 1992). Significa que a informação pode ser utilizada para uma variedade de propósitos (STAIR e REYNOLDS, 2002) Strong e Wang (1996) mostra que a informação pode ser desenvolvida, adaptada e aplicada a outras necessidades. (CARO et al, 2006; STAIR e REYNOLDS, 2002; STRONG e WANG, 1996) Refere-se à eficiência em agrupar diversos tipos de mídias para apresentação da informação (KIM et al, 2005). É o que Alter (2002) denomina de adequação do formato para apresentação. Característica que reflete que as informações devem ser imparciais e não tendenciosas (STRONG e WANG, 2004; NAUMANN e ROLCKER, 2000). As informações devem estar livres de viesses(DELONE e MCLEAN) Significa se a informação é fornecida de uma forma que seja fácil de compreender (O`BRIEN, 2003). Para Strong e Wang (1996) esta dimensão está relacionada com a facilidade de interpretação, se as informações estão em linguagem e unidades apropriadas e suas definições são claras. Para English (1999) é o grau relativo que permite ao usuário entender a mensagem sem erros. Significa a facilidade de compreensão 47 Operação de informação Precisão / Detalhamento Relevância Autoria / Reputação / Restreabilidade Segurança (Restrição) de acesso das informações. As informações devem ser claras, sem ambigüidades e facilmente compreendidas. Está relacionada com a facilidade de entendimento da informação no site. (STRONG e WANG, 1996, PUN e LOCHOVSKY, 2004; EPPLER et al, 2002; NAUMANN e ROLCKER, 2000; KATERATTANAKUL e SIAU, 1999; DELONE e MCLEAN, 1992; CARO et al, 2006) Refere-se a que todos os dados sejam administrados e manusEADos com facilidade, KIM et al (2005) associam à flexibilidade de operação da informação. O usuário tem a capacidade de controlar a ordem em que a informação é apresentada. É o nível de detalhe que a informação é capaz de representar ( por exemplo o numero de casas decimais).Significa o nível de detalhamento em que a informação é fornecida(O`BRIEN, 2003; ENGLISH, 1999; CARO et al, 2006; DELONE e MCLEAN, 1992; ALTER, 2002). Este atributo representa a própria relevância da informação. Também encontrada na leitura com a denominação de Utilidade(DELONE e MCLEAN, 1992), ou o que Wang e Strong (1996) chamam de valor adicionado, se as informações são aplicáveis e úteis à tarefa a ser executada e necessária ao usuário (STAIR e REYNOLDS, 2002; O`BRIEN, 2003; CARO et al, 2006; KIM et al, 2005; MATHEUS, 2004; STRONG e WANG, 1996; NAUMANN e ROLCKER, 2000; DELONE e MCLEAN, 1992) Os dados devem ser garantidos ou considerados em termos de sua fonte ou conteúdo (STRONG e WANG, 1996; ENGLISH, 1999; ALTER, 2002; WANG, 2002). Alter (2002) a define como a verificação da fonte, pessoa ou organização, que produziu a informação, ou seja, o autor do conteúdo. Na literatura também se encontra com o nome de Restrabilidade. Significa que a informação é bem-documentada, verificável e facilmente atribuível a uma fonte. (CARO et al, 2006; PUN e LOCHOVSHY, 2004; MATHEUS, 2004; EPPLER et al, 2002; NAUMANN e ROLCKER, 2000; KATERATTANAKUL e SIAU, 1999; ALEXANDER e TATE, 1999; METZGER, 2007) Característica que representa a segurança e privacidade da informação (STAIR e REYNILDS, 2002; CARO et al, 2006; PUN e LOCHOVSK, 2004; NAUMANN e ROLCKER, 2000; METZGER, 2007). O acesso aos dados pode ser restrito e, portanto mantido seguro. Alter (2002) define esta dimensão como a verificação se existem procedimentos e técnicas que controlam o acesso a informação. Quadro 3. Critérios de qualidade referente à informação. Elaborado a partir de Carvalho Neto (2009). 2.3 Regras de ouro Martins (2009) a partir dos estudos de Ben Shneiderman, estudioso de avaliação de interfaces da década de 1990, elenca oito “regras de ouro” sobre as interfaces de grande usabilidade. São elas: 1.Perseguir a consistência, 2. Fornecer atalhos, 3.Fornecer feedback informativo, 4.Marcar o final dos diálogos, 5. Fornecer prevenção e manipulação simples de erros, 6. Permitir o cancelamento das ações, 7.Fornecer controle e iniciativa ao usuário e 8.Reduzir a carga de memória de trabalho. 2.4 Critérios ergonômicos Martins (2009) propõe oito critérios ergonômicos a partir dos escritos de Scapin e Bastien (1993), cada critério deste se subdivide em outros subcritérios e possuem como objetivo principal realizar uma heurística afim de minimizar a ambiguidade na identificação de problemas ergonômicos, assim elencados: 48 1 Condução 1.1 Convite 1.2 Agrupamento e distinção entre itens 1.2.1 Agrupamento e distinção por localização 1.2.2 Agrupamento e distinção por formato 1.2.3 Legibilidade 1.2.4 Feedback imediato 2 Carga de trabalho 2.1 Brevidade 2.1.1 Concisão 2.1.2 Ações mínimas 2.2. Densidade informacional 3 Controle explícito 3.1 Ações explícitas 3.2. Controle do usuário 4 Adaptabilidade 4.1 Flexibilidade 4.2 Consideração da experiência do usuário 5 Gestão de erros 5.1 Proteção contra os erros 5.2 Qualidade das mensagens de erros 5.3 Correção dos erros 6 Homogeneidade 7 Significado de códigos e denominações 8 Compatibilidade 49 A partir destes conhecimentos, Martins (2009) esboçou três conceitos considerados importantes para o design do projeto de AVA. O primeiro deles é o de aplicabilidade, conceito relacionado com a utilidade do sistema em uma variedade de situações e problemas também sua qualidade de uso; comunicabilidade: a capacidade de transmitir ao usuário, através da interação entre usuário e aplicação, as premissas, intenções e decisões que o desenvolvedor do sistema tomou no momento da implementação e o que se conceitua de comunicabilidade; e por fim, acessibilidade, visa a avaliar como usuário com alguma deficiência ou incapacidade, tanto cognitiva, quanto de recursos materiais ou tecnológicos, podem acessar interfazes computacionais. Martins (2009) também aponta como necessária a existência de referencial inicial para começar a analisar AVA ou qualquer ambiente orientado a web, a partir de critérios iniciais convalidando ou refutando os achados conforme o caso em questão. Com base nisso, Martins (2009) esboça o conceito de utilidade, utilizável e acessibilidade a partir de uma visão empírica e propõe uma forma de verificação ou inspeção. 50 Quadro 4. Dimensões dos ambientes AVA. Segundo Martins (2009). Martins (2009) traz a definição de coexistência de abordagens de 4 estilos cognitivos: ativo, pragmático, reflexivo e Teórico - não abordados neste trabalho por não ser objeto deste 51 estudo. Devendo o designer de AVA avaliar para cada caso o estilo ou os estilos a serem utilizados. Em suma, cada tipo de categoria esboçada serve a um determinado propósito dependendo claramente do que avaliar, a quem avaliar e para que avaliar, podendo ser utilizada de forma individualizada ou em conjunto estas categorias. 52 CAPITULO 3. O AMBIENTE DO TELEDUC – ESTADO DA ARTE 3.1 O ambiente TelEduc Pensando no TelEduc como um sistema computadorizado para controle e gerenciamento de ensino virtual a distância, passa a ser descrito como sendo um conjunto de softwares que buscam alicerçar a caminhada em busca de resultados esperados e presumidos, proporcionando interação, conectividade e consequente participação. O Estado da Arte é uma metodologia que se adéqua a esta forma de pesquisa pela relação estipulada entre a práxis e o que é descrito nos manuais de utilização do sistema disponibilizado no portal do TelEduc na internet. Conforme Rodrigues (1998), a metodologia de utilização do sistema não pode ser confundida com a utilização do sistema no que tange a suas telas, seus acessos, permissões e características técnicas.É a execução das atividades que propicia a efetividade da relação ensino-aprendizagem proporcionada. O ambiente por si só não é uma metodologia, sendo um instrumento que permite a sua realização a partir da interação conteúdo, prática pedagógica, aluno e preceptores. A ação que motiva a utilização. Visto sob este prisma, investiga-se a sua criação, formas de acesso e principalmente a descrição do ambiente operacional que está envolvido. O ambiente virtual de aprendizagem TelEduc foi desenvolvido no Núcleo de Informática Aplicada à Educação (NIED) do Instituto de Computação da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), projetado já com a intenção de ser um suporte ativo a um ambiente que permitisse a elaboração e acompanhamento de cursos através da Internet. Toda modelagem do sistema foi desenvolvida a partir das necessidades relatadas pelos usuários de outros sistemas e das necessidades de implementação de uma metodologia que 53 tornasse a utilização mais amistosa aos usuários leigos em computação, sendo mais intuitiva, de fácil navegação e identificação do que se deseja fazer, visualizando assim uma maior integração entre as funcionalidades do sistema. A opção pela criação de um software livre, sob os termos da GNU General Public License versão 2, como publicada pela Free Software Foundation, permitiu que a distribuição e alterações pudessem ser feitas por qualquer organização, isto aumentou a capacidade de que organizações menores pudessem usufruir das vantagens deste projeto e adaptar a sua realidade além de não haver custos para utilização. Este sistema foi construído para a plataforma Linux oferecendo estabilidade necessária a este tipo de utilização, funcionalidades orientadas ao ensino a distância, facilidade de utilização e o que facilitou sua disseminação, totalmente em português. 3.2 TELEDUC: Registros visuais em relação à aspectos de estrutura e funcionamento 54 55 56 3.3 Classes de Usuários O ambiente TelEduc foi estruturado para comportar inicialmente seis classes de usuários: a) Administrador: responsável pelo gerenciamento do servidor, tem acesso geral ao sistema, é quem autoriza a criação dos cursos, define escopo dos acessos. b) Coordenador: cada curso a ser criado é vinculado a um coordenador que faz a sua solicitação e o seu gerenciamento; c) Formador: elabora as atividades que serão ministradas a cada aula no ambiente virtual. Recebe as mesmas prioridades de acesso de um coordenador e se responsabiliza pela atualização e manutenção de todas as atividades; d) Aluno: a quantidade de alunos em cada enturmamento é definida pelo coordenador. De forma geral, o acesso de aluno dá acesso a consulta do resultado de suas avaliações e acesso às aulas e resolução de atividades. e) Convidado: com as mesmas permissões dos alunos, diferencia-se por não terem enturmamento, mas participam como convidado pelo coordenador para que participam das aulas e dos fóruns. f) Visitante: é a pessoa que participa do curso mediante convite do coordenador, mas não executa as atividades propostas de forma sistemática, poisnão é visto como um aluno, apenas reconhece o ambiente. Desta forma, um curso pode contemplar tantos cursos quanto os coordenadores e formadores possam preparar e gerenciar, quanto a quantidade de alunos, em quantidade o suficiente para gerar interação, mas não tantos a ponto dos preceptores não conseguirem estimular e acompanhar individualmente. 57 3.4 Arquitetura e estrutura do Teleduc A arquitetura diz respeito a como os módulos estão estruturados de forma básica, no caso do TelEduc pode ser representada através da seguinte figura: Figura 4. Arquitetura do TelEduc. Elaborado a partir de Carvalho Neto (2009). A construção do conceito básico de resolução de problemas no TelEduc está centrado na solução de atividades como pressuposto ao aprendizado. Para tanto, as ferramentas foram dispostas afim de que facilite e torne intuitiva a interação entre usuário e sistema. A princípio, qualquer atividade ou ferramenta dentro do sistema pode ser habilitado e disponibilizado pelo formador em qualquer momento. Entretanto, estas são dispostas de forma a adequar a melhor forma possível encontrada na busca de aproveitamento pedagógico e utilização do sistema. 58 Desta forma, um mesmo curso poderia ser administrado de formas diferentes por dois formadores, podendo obter resultados também diferentes. 3.5 Ferramentas do TelEduc Algumas das ferramentas existentes no TelEduc podem ser divididas em três grandes grupos: ferramentas de coordenação, ferramentas de comunicação e ferramentas de administração, conforme mostrado no funcionograma a seguir: Figura 5. Ferramentas do TelEduc. Elaborado a partir de Carvalho Neto (2009). Como ferramentas de coordenação, entende-se todas aquelas que de alguma forma organizam e subsidiam as ações de um curso. Nesse conjunto tem-se em ordem alfabética: • Agenda: como todo curso possui início e fim de todas as atividades, esta ferramenta ajuda a situar os alunos em relação à entrega de exercícios, prazos para estudo de matérias ou execução de determinada atividade. Contém informações sempre 59 atualizadas, dicas ou sugestões dos formadores para os alunos. A administração do tempo é fundamental para que os alunos sigam de formaparitária no andamento do curso facilitando o trabalho do formador e propiciando melhor rendimento entre as discussões dos alunos e efetiva participação; • Atividades: possui uma lista com as atividades que serão desenvolvidas em cada aula, fazendo com que o aluno possa dosar seu tempo em relação a quantidade de atividades a serem executadas durante o curso; • Avaliações: este espaço é destinado a todas as avaliações propostas pelos formadores de forma a facilitar tanto o acompanhamento da execução destes quanto dos resultados obtidos em cada uma delas; • Dinâmica do Curso: preocupa-se com a descrição em linhas gerais sobre o que é o curso assim como a sua duração, disposição dos conteúdos, objetivos e metas exigida, além de outras informações pertinentes ao desenvolvimento; • Estrutura doAmbiente: informa sobre o funcionamento tanto do ambiente Teleduc como de todas as ferramentas disponibilizadas; • Exercícios: Neste espaço aparecem as os exercícios que serão utilizados para avaliação somativa ou para fixação dos conteúdos, de forma periódica e eletiva, com estruturas de questões diversificadas e adequadas a cada objetivo a ser alcançado; • Grupos: ferramenta que possibilita organizar os integrantes da turma (alunos) em grupos seja por afinidade ou qualquer outra forma, dependendo da necessidade de trabalho,buscando um melhor aproveitamento de tarefas coletivas; • Leituras: fonte de disponibilização principalmente de artigos vinculados ao tema estudado, podendo incluir sugestões de revistas, jornais, endereços na Web, etc, dependendo de como está sendo o desempenho do grupo ou dos interesses despertados; • Material de Apoio: semelhante ao funcionamento do tópico destinado a leituras, entretanto, este apresenta alguns itens a mais, considerando que textos, endereços de sites, observações, curiosidades, podem ser utilizados como complementar a formação apresentada; 60 • Parada obrigatória: denota um momento de alinhamento entre os integrantes do grupo. São marcos onde se faz um fechamento da ideia por parte do formador e é utilizado como nivelador, uma atividade englobando os conteúdos importantes até o momento e propicia um bom entendimento sobre como será o andamento dos próximos passos; • Perguntas Freqüentes: existem questionamentos que são de âmbito mais geral e que estendem-se a maioria dos integrantes. A fim de facilitar o andamento do curso e melhor utilizar o tempo do formador, estas dúvidas são postadas e respondidas o mais simples possível para que todos tenha acesso a mesma informação sem distorções. Estas dúvidas poderão servir como avaliação formativa, melhorando o desempenho do próprio curso, seu desenho e sua linguagem, assim como a forma de utilização das ferramentas; As ferramentas de comunicação são aquelas que dão suporte a troca de informações tanto síncrona como assíncrona entre os atores envolvidos no andamento do curso, em ordem alfabética: • Bate-Papo: principal ferramenta de interação síncrona entre os integrantes do curso, podendo ser acessadas a qualquer momento, recuperando discussões pontuais e promovendo o diálogo entre os participantes cadastrados; • Correio: esta ferramenta é restrita ao ambiente telEduca mas proporciona a sensação de trabalho em rede, permitindo a transmissão tanto de textos quanto de outros materiais anexados, funcionando de forma assíncrona entre dois ou mais participantes sendo um deles o emissor da mensagem; • Diário de Bordo: este espaço permite que sejam feitas anotações e reflexões sobre os conteúdos abordados, o processo de aprendizagem ou o que achar necessário, fornecendo um feed back sobre o que está sendo aprendido, isso tudo com a possibilidade de receber comentários dos formadores. Assim sendo, o aluno sempre saberá se o que está entendendo é realmente o que está sendo ensinado; 61 • Fóruns de Discussão: ferramentade comunicação assíncronas utilizada principalmente para promover discussão sobre determinado tema, seja de interesse coletivo disparado pelos próprios alunos ou provocado pelo formador. Nestes fóruns são verificados os grau de aprofundamento e de entendimento de cada um dos integrantes, podendo o formador intervir como mediador corrigindo possíveis desvios conceituais ou de comportamento bem como estimular iniciativas reforçando a necessidade da troca de experiências; • Mural: como o próprio nome sugere, esta ferramenta simula o funcionamento de um mural onde todos os integrantes do curso podem postar informações que serão vistas por todos. Funciona como um quadro de avisos; • Perfil: é um espaço para a subjetividade, onde os alunos podem compartilhar um pouco de sua história, suas características e um mínimo de informação que propicie iniciar um conversa e uma identificação entre os integrantes; • Portfólio: esta ferramenta permite com que o aluno compartilhe suas produções individuais aos outros integrantes do ambiente permitindo que sejam feitas sugestões e comentários ao que foi produzido elevando o nível crítico do trabalho. E por fim a categoria das ferramentas de administração descritas como importante a gestão geral dos cursos e de seus certificados assim como as matrículas, são elas em ordem alfabética: • Acessos: com este módulo, pode ser feito o controle de todos os acessos ao sistema, como quantidade, frequência, ferramentas utilizadas. É com esta ferramenta que se pode verificar a presença dos alunos no sistema e a sua efetiva participação; • Administração: disponível apenas para os formadores e coordenador, permite o gerenciamento de todo o curso, das ferramentas utilizadas e das inscrições de alunos e formadores. As funcionalidades disponibilizadas pela ferramenta são: Visualizar/Alterar Dados e Cronograma do Curso; Escolher e Destacar Ferramentas do Curso; Inscrever Alunos e Formadores; Gerenciamento de Inscrições, Alunos e Formadores; Alterar Nomenclatura do Coordenador e Enviar Senha aos participantes. • Configurar: permite alterar configurações pessoais no ambiente tais como: senha, idioma e notificação de novidades; 62 • Intermap: possibilita aos formadores visualizar a interação entre os participantes do curso no uso de diversas ferramentas de comunicação, através de gráficos com cores variadas; • Suporte: disponível apenas para os formadores e coordenador, permite entrar em contato com o suporte do ambiente TelEduc através de email. A página de entrada do curso é dividida em duas partes. À esquerda está o menu com as ferramentas que serão utilizadas durante o curso e, à direita, é apresentado o conteúdo correspondente àquela determinada ferramenta selecionada na parte esquerda. A seguir mostra a Agenda, que traz a programação de um determinado período do curso (diária, semanal, etc.) e o menu de ferramentas. Figura 6. Página inicial do curso - Ferramenta. 63 3.6 O TelEduc e a Universidade de Uberaba A Universidade de Uberaba – UNIUBE – Instituição privada de Educação superior situada na cidade de Uberaba – MG, adotou o TelEduc como ferramenta na formação de profissionais envolvidos nos cursos superiores oferecidos na modalidade à Distância e ainda na complementação de cursos e disciplinas optativas conforme os 20% da grade sugeridos pela portaria MEC nº 4059, de 10 de dezembro de 2004. Esta adoção se deu, conforme citado anteriormente, devido o ambiente em questão ser um software livre permitindo ser distribuído e alterado por outras instituições, adaptando-se a sua realidade e necessidades sem custos financeiros. A UNIUBE possui hoje mais de vinte mil alunos nesta modalidade e mais de 400 profissionais na tutoria deste trabalho. Vale ressaltar que o presente estudo restringiu-se aos profissionais da Instituição no Polo de Montes Claros –MG, onde em parceria com um gestor são oferecidos cursos de licenciatura à distância semi-presencial. Neste modelo as aulas são mensais e assistidas pelos preceptores que respondem ainda pela parte administrativa do curso que acompanha. Vale ressaltar que a mídia utilizada pela UNIUBE é o material impresso. Este traz o conteúdo em Unidades Didaticas que contemplam todo o currículo do curso. 3.7 A atuação do preceptor Inicialmente discute-se sobre a diferença e similaridades entre o preceptor e do professor, principalmente no que tange a tal formação e às suas competências. […] a formação do preceptor e a do professor trilham os mesmos caminhos, pois as atuações de ambos ocorrem dentro do mesmo processo, havendo aproximações entre as mesmas. Nessa perspectiva, consideramos que assim como o preceptor e o professor caminham juntos na busca da excelência do processo da Educação a Distância, como um fenômeno social, sua formação também deve revelar a síntese de uma pluralidade de enfoques dentro da formação profissional 64 do professor, que não aprende apenas para ensinar, mas, sobretudo, para transformar (SILVA, 2007, p.70). O professor tal qual é encontrado habitualmente na atualidade teve uma formação técnica que o habilita a ministrar aulas, sendo de forma tradicional ou não, mas que o impelem a uma relação entre educando e educador de forma hierarquizada conforme os parâmetros e ditames da sala de aula. Como profissional reflexivo, busca instigar as diversas instâncias da educação propulsora do desenvolvimento psíquico, com vistas a uma nova concepção de realidade e um novo paradigma na ordem social. Como habilidade necessária neste novo constructo teórico surge a preocupação pela democratização dos saberes e do saber escolarizado para superação dos processos de exclusão sociocultural. A educação à distância deve ser percebida pelos professores não somente como mais um instrumento de trabalho pautado na tecnologia, mas como uma instância diferenciada de um mesmo objeto. Esta metodologia tornou-se um sistema de ensino com um papel importante do mediador de forma a democratizar o saber e estimular a participação. Nessa perspectiva, o estudo da prática social da Educação à Distância requer habilidades dos preceptores que possibilitem novos modos de compreensão da realidade e de sua complexidade, no que se refere aos aspectos sociais, econômicos, políticos, culturais, entre outros. Esses aspectos dialogam entre si, pois não há como educar, formar, pesquisar, ensinar apenas com o saber teórico desvinculado do saber fazer, do fazer pedagógico na prática cotidiana dos processos educativos (SILVA, 2007, p.73). Compreende-se, então, que a EAD tem o mesmo objetivo do ensino convencional, complementar ao estilo de aula tradicional apesar de distinto o local de atuação. 65 Para que o processo de educação se concretize de forma completa e democrática, com ampla participação, cabe ao preceptor mediar as relações que se apresentam em consonância com os objetivos propostos. Dentro deste contexto, formar professores e preceptores significa muito mais que repassar conteúdos historicamente construídos: inclui, acima de tudo, a reflexão e a tomada de consciência, indispensáveis na profissão docente, em suas dimensões sociais, culturais, econômicas e ideológicas da educação. Para tanto, é necessário, além de ser um profissional reflexivo, ser um professor que busca a transformação social. Pressupõe, pois, ter uma atitude investigativa, transformarse em um pesquisador, um profissional reflexivo da sua prática, para buscar a transformação social e cultural das realidades envolvidas no processo educativo (SILVA, 2007, p.86). Deve haver, portanto, uma alteração primeiramente no indivíduo e o que ele percebe como sendo importante no processo de ensino e aprendizagem, transformando professores em preceptores. Percebe-se que ambos têm seus desenvolvimentos em paralelo até o momento em que as habilidades de preceptor tornam-se preeminentes. Não existe um modelo ideal de formação de professores/preceptores. Portanto, não existe uma única verdade, e sim verdades construídas no decorrer da história, em que as tendências foram evoluindo com as pesquisas sobre as práticas docentes, propondo-se, assim, elementos nem sempre negativos, nem sempre descartados (SILVA, 2007, p.89). Percebe-se, então, a necessidade de habilidades que extrapolam as competências técnicas habituais, demonstrando que ora devem ser criativos, provocadores, reflexivos e críticos, respeitando as opiniões dos educandos e formadores, mas sem perder o foco da técnica que orienta as profissões e as carreiras. Neste aspecto, a atuação do preceptor segue regras morais pessoais pautadas no julgamento individual com base no senso comum e regras instituídas, sendo o principal disseminador 66 delas. percebe-se a importância da busca pela profissionalização do professor, que há de ter uma visão ampla da sociedade e das relações de poder para ser capaz de situar sua profissão no contexto social. Demonstra, por fim, a partir de uma identidade em construção a alternância de papéis. Recebendo constante estímulo para promover alteração no social ao passo que busca aprimorar a formação técnica. Reflete na sua prática pedagógica as faces de profissionais tão diferentes professor/preceptor, mas que atuam de forma conjunta perfazendo um todo. O preceptor vem sendo observada como uma função derivada do professor e de sua história depende seu desempenho, que pode ser avaliado pela prática proposta e pela prática percebida e pelo amadurecimento da modalidade pela Instituição ao adotar a EAD como modalidade de ensino. (...) como se trata de uma nova função na estrutura da Uniube ainda há incertezas quanto às atribuições do preceptor. Enxergamos assim que a identidade do preceptor ainda não está bem definida. Entendemos que a formação dessa identidade está inserida no processo de mudança de cultura organizacional da instituição, que tem uma história consolidada no ensino presencial. É um novo olhar que emerge, trazendo conflitos e soluções para a educação da Uniube e para educação do próprio país ( SILVA , 2 007, p.79) . 67 CAPÍTULO 4. METODOLOGIA E RESULTADOS 4.1. Metodologia Seguimos uma metodologia mista, usando um questionário de auto-resposta com uma maioria de perguntas de resposta fechada, em formato Likert, com quatro posições ancoradas em “discordo totalmente” e “concordo totalmente”, para recolher a opinião dos preceptores sobre os aspectos mais relevantes do sistema TelEduc. Optámos por um número par de posições, neste caso quatro posições, sem uma posição mediana equidistante do tipo “nem discordo nem concordo”, para obviar a que esta posição pudesse ser escolhida pelos respondentes mais renitentes em expressar sua opinião sincera, diminuindo assim a variância das respostas e reduzindo sua validade. Para além destas questões fechadas, em número de dezassete, o questionário concluia com três questões abertas, onde o respondente poderia dizer em suas próprias palavras como avaliava o sistema, o que pensava sobre ele e que propostas faria para o melhorar. Para além deste instrumento, usámos igualmente observações na nossa qualidade de preceptor de um curso na universidade UNIUBE. Os dados recolhidos foram estatisticamente tratados no programa SPSS, versão 16. Os questionários foram aplicados a 36 utilizadores do TelEduc afim de avaliar o ambiente a partir de suas impressões. Serão elencados na secção seguinte os resultados mais significativos, sendo que serão analisados de forma global ou conjunta dependendo da relevância e grau de convergência com a literatura pesquisada. 4.2. Resultados A primeira questão averiguava sobre o grau de disponibilização – facilidade e/ou dificuldade – do acesso ao TelEduc. A maioria dos preceptores possuiam computador em suas casas e acesso à internet, sendo que dois dos preceptores não tinham acesso à internet em suas casas. Mas a disponibilidade por parte da universidade tornou o acesso de todos os preceptores possível, com 100% de acessibilidade, conforme MARTINS (2007). 69 0 0,0% 2 5,6% Não possuo internet em casa 7 19,4% 2 5,6% 25 69,4% Não possuo computador em casa Em algumas ocasiões, a plataforma encontra-‐se indisponível Tenho dificuldades para manusear as ferramentas da internet Não tenho dificuldades Gráfico 1. Distribuição de frequência em relação à facilidade de acesso físico ao TelEduc. Na oportunidade de expressão a partir das perguntas abertas, foram selecionadas falas que corroboram ou refutam as impressões obtidas nas questões fechadas. Quanto à utilização geral do sistema tem-se uma afirmação Pouco utilizado pelas partes envolvidas Incentivo da instituição para uso da mesma Observa-se que não é problemático o acesso aos sistemas sendo perceptível a questão técnica de alocação dos sistemas, principalmente quanto a disponibilização dos sistemas em tempo integral. Podemos aqui nos referir ao conceito de comunicabilidade citado por MARTINS (2009) onde é exposto a dificuldade em se comunicar e entender o itens e topicos existentes. 8 22,9% 1 2,9% 6 17,1% Discordo totalmente Discordo parcialmente Concordo parcialmente Concordo totalmente 20 57,1% Gráfico 2. Distribuição de frequência em relação às informações apresentadas no TelEduc estarem corretas e bem estruturadas 70 Percebe-se que há descontentamento de parcela dos entrevistados em relação a informação disponibilizada, sendo isto vinculado mais a utilização do sistema do que a ferramenta, conforme pôde ser comprovado a partir das falas dos entrevistados. Sistema bom para informações, mas pode e deve ser melhorado. Necessita atualização constante. Atualização da plataforma e conteúdos (9x) Precisa de mais atualização e material de apoio. Atinge parcialmente seu fim. Mais dinâmico e com mais informações. 1 2,9% 6 17,1% Discordo totalmente 7 20,0% Discordo parcialmente Concordo parcialmente Concordo totalmente 21 60,0% Gráfico 3. Distribuição de frequência em relação ao conteúdo apresentado no TelEduc ser variado e atingir ao objetivo das Unidades Didáticas. Quanto à distribuição dos conteúdos, de responsabilidade da universidade, não há unanimidade em relação a sua distribuição, conforme corroboram as falas abaixo. Aqui percebe-se a falta de algumas das regras de ouro citadas por MARTINS (2009), como a condução, carga de trabalho e adaptabilidade. O material não é muito organizado. Vídeos, conferências aprovadas para que os preceptores vejam o que acontece com a EAD da instituição. Mais textos, mais artigos sobre cada área. Disponibilizar em PDF leituras obrigatórias/ vídeos. Necessita de atualização. 71 Atualização constante em conteúdo e novas ferramentas de consultas. Atualização (2x). Informações atualizadas. (4x) Alimentar o sistema mais (2x). Não contribui para a formação continuada e nem é utilizado por gestores, professores e alunos adequadamente. Bom material de apoio. 2 5,6% 9 25,0% Discordo totalmente 6 16,7% Discordo parcialmente Concordo parcialmente Concordo totalmente 19 52,8% Gráfico 4. Distribuição de frequência em relação à apresentação visual no TelEduc ser adequada ao objetivo do estudo. A apresentação visual remete a uma impressão pessoal do observador, sem um padrão de comparação que possa ser utilizado como medida, entretanto pode ser visto uma coerência entre o quantitativo exposto e as falas dos entrevistados. Bastante engessada, o layout não convida a navegação. Maior suporte as mídias indicadas e melhor visual (2x) A estética é irrelevante, a sua funcionalidade e atualização que são importantes . (2x) Design deveria ser atraente para facilitar a navegação na mesma. Aspectos visuais devem ser melhorados, (4x) 72 1 2,8% 5 13,9% 13 36,1% Discordo totalmente Discordo parcialmente Concordo parcialmente Concordo totalmente 17 47,2% Gráfico 5. Distribuição de frequência em relação à apresentação do menu de entrada no TelEduc ser claro e de fácil visualização. Não houve uma fala que se destacasse em relação à tela de entrada do sistema, isso isoladamente não pode ser visto como um descaso ou uma aceitação devido a paridade existente entre concordar parcialmente e totalmente. 0 0,0% 4 11,1% Discordo totalmente 16 44,4% Discordo parcialmente Concordo parcialmente 16 44,4% Concordo totalmente Gráfico 6. Distribuição de frequência em relação á navegabilidade nos conteúdos no TelEduc. A navegabilidade foi considerada ruim em decorrência da colocação e disposição dos itens, organizados pela universidade, conforme pode ser visto nas falas destacadas dos entrevistados. As informações são difíceis de serem localizadas/ desorganizado (2x). 73 As informações são difíceis de serem localizadas e a organização do ambiente é desagradável. há ferramentas mais interessantes para a divulgação de materiais e contatos entre pares e hierárquicos, como por exemplo, o ambiente Windows Live que conta com acesso mais facilitado e difundido, possibilitando hospedagem de conteúdos no Skydrive, criação de documentos interativos através do Office on line, listagem de atividade a forma de blog, Sontato via mensagem e viva-‐voz, além de acesso via celular, através do Messenger, e-‐mail através do Hotmail, etc todas as ferramentas agregadas e fácil manipulação. 1 2,8% 6 16,7% Discordo totalmente 10 27,8% Discordo parcialmente Concordo parcialmente Concordo totalmente 19 52,8% Gráfico 7. Distribuição de frequência em relação ao ambiente TelEduc facilitar a interação e comunicabilidade. Como visto anteriormente, este item se torna importante para que viabilize o andamento das turmas e facilite o aprendizado, tendo por base a observação comparada com intenção de replicação do ambiente de aula tradicional, conforme pode ser observado nos textos extraídos dos entrevistados. Falta ser auto explicativo e interativo. Pouco explorada. precisa de mais subsídios para a interação e todos. Atualizado, interação e mais material. Mais interação e comunicação. Mais rápido fácil sua manipulação e interação Mais frequência na utilização e interação (4x). Mais comunicação e interação entre preceptores e cursos (5x). 74 1 2,8% 4 11,1% 6 16,7% Discordo totalmente Discordo parcialmente Concordo parcialmente Concordo totalmente 25 69,4% Gráfico 8. Distribuição de frequência em relação ao ambiente TelEduc ter o conteúdo bem distribuído na plataforma e acessível aos preceptores. Não houve falas que fossem coincidentes com estas respostas, mas demonstra que está contraposta ao declarado quando relatam sobre a má distribuição das informações e a dificuldade de acesso e navegabilidade. Sendo complementar os dados subsequentes e contribuinte à análise final. 0 0,0% 5 13,9% Discordo totalmente 14 38,9% Discordo parcialmente Concordo parcialmente 17 47,2% Concordo totalmente Gráfico 9. Distribuição de frequência em relação ao ambiente TelEduc propiciar utilização de forma eficiente dos recursos disponíveis. Os respondentes pouco se comprometeram ao explicar o nível desta utilização e tampouco o que se entende por eficiente, sendo alto o número de pessoas que opta por escolher as posições de resposta intermédias – discorda parcialmente e concorda parcialmente – , 75 necessitando observar que pela fala de um respondente há bom aproveitamento do pessoal de acordo com os objetivos traçados pelos utilizadores. É possível utilizar material de apoio e troca de experiência. Nos tópicos seguintes, relativos à formação continuada dos Preceptores e apoio no desenvolvimento das atividades de preceptoria através do TELEDUC, pediu-se que os respondentes marcassem a alternativa que consideravam mais apropriada para a caracterização de sua opinião. 2 5,6% 6 16,7% Discordo totalmente 5 13,9% Discordo parcialmente Concordo parcialmente Concordo totalmente 23 63,9% Gráfico 10. Distribuição de frequência em relação a ter sido possível atingir os objetivos propostos nas oficinas através dos conteúdos expostos na plataforma TelEduc. Não houve menção nos discursos em relação aos objetivos propostos e seu confronto com o realizado, entretanto fica preeminente o descontentamento exposado na forma parcial como foi avaliado. 76 7 19,4% 9 25,0% Discordo totalmente Discordo parcialmente 6 16,7% Concordo parcialmente Concordo totalmente 14 38,9% Gráfico 11. Distribuição de ferquência em relação a ter havido interação com o grupo de preceptores de maneira satisfatória na plataforma TelEduc. Sem comprometimento textual em relação ao assunto abordado. 9 25,0% 4 11,1% Discordo totalmente 5 13,9% Discordo parcialmente Concordo parcialmente Concordo totalmente 18 50,0% Gráfico 12. Distribuição de frequência em relação a ter havido ibnteração com o coordenador do curso de maneira satisfatória na plataforma TelEduc. Os respondentes remetem ao gestor grande parte da responsabilidade em relação ao andamento do curso demonstrando o apego ao modelo tradicional de educação onde o centro é o professor, conforme pode ser visto nas súplicas referidas pelos respondentes. Mais inferência por parte da coordenação e atividades online. Melhoras nas leituras, apoio e interação entre gestores e preceptores. Mais participação do gestor. 77 2 5,6% 4 11,1% 9 25,0% Discordo totalmente Discordo parcialmente Concordo parcialmente Concordo totalmente 21 58,3% Gráfico 13. Distribuição de frequência m relação a ter havido contribuição do material para o desenvolvimento na plataforma TelEduc. 2 5,6% 4 11,1% Discordo totalmente 5 13,9% Discordo parcialmente Concordo parcialmente Concordo totalmente 25 69,4% Gráfico 14. Distribuição de frequência em relação a ter sanEADo satisfatoriamente as dúvidas e perguntas disponibilizadas na plataforma TelEduc. Tanto as contribuições quanto as dúvidas tiveram discordâncias em mesmo grau, demonstrando que o elemento subjetivo está presente devido ao que é objetivo de cada um. 78 2 5,6% Discordo totalmente 6 16,7% 13 36,1% Discordo parcialmente Concordo parcialmente Concordo totalmente 15 41,7% Gráfico 15. Distribuição de frequência em relação a ser condizentes com o desenvolvimento do curso os procedimentos, planejamentos e pautas dos seminários e oficinas disponibilizados na plataforma TelEduc. Este momento de retroalimentação do sistema tornou-se importante elo de ligação entre os planejadores e utilizadores do sistema, entretanto não faria sentido sem a avaliação da efetividade geral da proposição conforme pode ser observado no texto extraído das entrevistas. Bom como instrumento de apoio no planejamento das oficinas e seminários. Genérico para a instituição (regular) tem poucas ferramentas que colaboram efetivamente. 5 13,9% 5 13,9% Discordo totalmente Discordo parcialmente 9 25,0% Concordo parcialmente 17 47,2% Concordo totalmente Gráfico 16. Distribuição de frequência em relação a serem dispensáveis as atividades interativas (fóruns, portfólio, murais, etc.) para o funcionamento da plataforma TelEduc. 79 Ao mesmo tempo em que os respondentes exigem mais interação, dizem ser dispensáveis as ferramentas que proporcionam interação e troca de experiências. Não houve referência explícita nas respostas abertas que corroborem esta expectativa. 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 Total Agenda 03 01 Material de apoio 19 06 02 02 Atividades 01 12 03 04 03 02 01 Leituras 01 02 12 05 02 02 01 01 Perguntas frequentes Parada obrigatória 03 10 03 02 01 01 04 04 01 06 03 03 01 01 01 01 04 02 01 01 02 01 03 04 02 03 02 01 01 Mural 02 02 03 01 01 04 05 05 02 Fórum de discussão 01 01 02 02 02 02 02 04 03 03 Sala de conversação Correio 01 01 01 01 02 01 01 02 Grupos 01 Portifólio 02 02 Perfil 01 02 01 06 05 10 04 02 01 02 03 01 03 02 03 02 05 02 05 01 07 05 03 04 03 01 01 04 03 04 01 04 02 05 03 03 Total Quadro 5. Ferramentas disponibilizadas no menu do TelEduc, conforme frequência de acesso. Foi categorizado conforme o grau de importância encontrado de acordo com a frequência de acesso sendo destacados três grupos: grau de importância alto, médio e baixo. 1 GRUPO: (Grau de importância alto) 1. MATERIAL DEAPOIO; 2. ATIVIDADES; 3. PARADA OBRIGATÓRIA; 4. LEITURAS; 2 GRUPO: (Grau de importância médio) 1. AGENDA; 2. CORREIO; 80 3. FÓRUM DE DISCUSSÃO; 4. MURAL; 3 GRUPO: (Grau de importância baixo) 1. PORTIFÓLIO; 2. PERFIL; 3. PERGUNTAS FREQUENTES; 4. GRUPOS; 5. SALA DE CONVERSAÇÃO. Verificou-se que se consideram de alta importância as ferramentas que remetem ao estudo propriamente dito, preferencialmente conteudista, seguidos das ferramentas que organizam o estudo em relação ao comprometimento do aluno com a execução das oficinas/aulas mensais do curso e por último, declaradamente sem importância, as ferramentas que demonstram a interelação entre os integrantes do grupo e onde são exposados principalmente o desempenho individual tendo em vista ser um espaço de discussão. 81 CAPÍTULO 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS A educação a distância (EAD) consiste em uma metodologia educacional e uma estratégia educativa baseada na aplicação de tecnologia à aprendizagem, quando não existe a contiguidade física entre professores e alunos. Esta nova forma educativa inclui todos os métodos de ensino em que, devido à separação física existente entre alunos e professores, as fases interativa e pré-ativa da aprendizagem e transmissão de conhecimentos são conduzidas através de elementos eletrônicos que possibilitem a comunicação entre ambos. Com o avanço tecnológico e a consolidação da Internet como meio eficiente de comunicação, a pesquisa em EAD evoluiu e, nos últimos anos, inúmeras ferramentas computacionais dirigidas a EAD e compostas pela junção de várias tecnologias de comunicação síncrona e assíncrona mediadas por computador e apoiadas em metodologias do processo de ensino/aprendizagem, foram desenvolvidas em todo o mundo. O grande sucesso da utilização da Internet como tecnologia para a promoção da educação a distância deve-se, em grande parte, pela sua característica de fornecer ao aluno uma opção de aquisição de novos conhecimentos sem a necessidade de locomoção, aproveitando momentos livres do tempo, de uma forma ágil e com possibilidade de uso permanente. O desenvolvimento de um ambiente virtual de aprendizagem - AVA - que possua todas essas características não é uma tarefa fácil de ser realizada. A necessidade de um ambiente mais flexível para a criação e administração de cursos a distância baseados na Web, passou então a ser um objetivo a ser atingido por muitos desenvolvedores de software. Os ambientes virtuais de aprendizagem utilizados em EAD possuem ferramentas que estão organizadas por funcionalidades e controle de acesso em: autoria, que são as ferramentas disponíveis para produção das aulas e disponibilização de conteúdos; administração, que possibilitam o gerenciamento dos cursos e o acompanhamento da participação e desempenho dos alunos; e as ferramentas de uso dos alunos, que inclui ferramentas para comunicação, 83 avaliação, pesquisas e anotações pessoais. Esses ambientes se apoiam em uma abordagem do processo de aprendizagem, com alguns mapeando diretamente a metodologia usada na sala de aula presencial para as salas virtuais, outros se baseiam na resolução de problemas contextualizados e ainda existem aqueles que apresentam os conteúdos educacionais sob a forma de tutoriais. Um ponto relevante em qualquer situação onde se utilize a educação a distância para a transmissão de conteúdos é a interatividade. Dessa forma, o ambiente utilizado para desenvolvimento dos cursos deve incluir mecanismos que permitam aos alunos interagirem uns com os outros e com os professores. Assim, o curso a distância se transforma num espaço real de interação, de troca de resultados, de enriquecimento de perspectivas, de discussão das contradições e de adaptação de novos conhecimentos à realidade do aluno, com o professor acompanhando e participando dos resultados juntamente com os alunos chegando-se a aprendizagem autônoma. Há importância sobre a comunicação e colaboração entre as pessoas no incentivo à aprendizagem. Em cursos a distância, essa comunicação é mediada por ferramentas computacionais de comunicação. Baseando-se nessa afirmação e também pelas várias experiências em cursos a distância, tem-se observado a necessidade de se criar e aprimorar ferramentas para apoiar a comunicação de forma adequada para que a necessária colaboração entre as pessoas possa crescer significativamente. Percebeu-se grande dificuldade em se distanciar da sala de aula tradicional e adotar uma abordagem mais eficiente quanto às novas relações exigidas. Os preceptores se enxergam como alunos em uma relação construída de forma top-down, não se responsabilizando pela construção do conhecimento a partir de ferramentas colaborativas. Os preceptores ainda estão esperando que a coordenação dite o ritmo de aprendizado impondo regras e postulando o que deve ser aprendido e apreendido. Entretanto, aqui se vê a necessidade de estimular a quebra de paradigmas que engessam a percepção da nova realidade que está sendo construída. 84 Quanto aos critérios explicitados por Carvalho Neto (2009), os respondentes não entenderam como de aceitação absoluta os critérios intrínsecos, por não serem livres de erros. Quanto aos critérios contextuais, não são percebidos benefícios diretos na formação nem utilidade dos conteúdos sendo que foi mais comprometido pela falta de atualização dos conteúdos. Os parâmetros representacionais declina a existência de falta de padronização, formato claro e bem definido e facilidade de compreensão. Quanto a acessibilidade foi apontada dificuldade em localizar as informações. Considerando estes critérios, o sistema não é considerado de qualidade por parte dos usuários. Esta falta de percepção se deve principalmente por uma falta de adequação dos objetivos de aprendizagem aliado a uma relação estimulada entre os preceptores para que entendam o sistema, as ferramentas e absorvam a nova filosofia. Percebeu-se também que para a maioria é um bom ambiente mas com ressalvas e que há falta de interatividade do ambiente com os preceptores e coordenadores, pois não existe um diálogo e o chat não funciona como deveria – comunicação que mais se aproxima com o diálogo existente nas salas de aula tradicionais. Os conceitos utilizados na concepção do sistema ainda não foram absorvidos por todos os utilizadores – nem preceptores nem gestores conhecem devidamente cada um deles e não entendem exatamente como funcionam o que dificulta a localização das informações comprometendo a eficiência de todos o resultado.Isto tudo contribuiu para posicionamentos contrários à manutenção da utilização como ferramenta de aprendizagem. Outro aspecto percebido é que os preceptores não vêem o TelEduc com o um ambiente virtual de aprendizagem mas sim como uma ferramenta mestra ou de paradigma para suas atividades como preceptor que muitas vezes se confundi com a de professor nos encontros presenciais e oficinas. 5.1. Limitações deste trabalho Deve-se levar em conta que as respostas são baseadas em julgamentos dos preceptores que por muitas vezes desconhecem suas funções e a ideologia da modalidade em que estão 85 inseridos – EAD – e versa por critérios e parâmetros que os aproximem do modelo tradicional de ensino. Vale ressaltar a resistência dos mesmos em responderem aos questionários devido ao fato de não serem efetivos, ou seja, de serem prestadores de serviço contratados na função de Preceptor. Esta função, assim como a de tutor, ainda não foi regulamentada pela legislação brasileira levando à discussões e polêmicas quanto a status, direitos trabalhistas e afins. Fatos estes que não comprometem os resultados do estudo, pois o objetivo maior deste trabalho é analisar o ambiente virtual de aprendizagem adotado pela UNIUBE, na formação continuada desta classe. Houve a dificuldade e o cuidado para não abordar a parte técnica no que tange a Ciências da Informática, primeiro por fugir do objeto em estudo, segundo por fugir da área de conhecimento do pesquisador. 5.2. Sugestões para futuras pesquisas Sugere-se a continuidade deste estudo a partir da investigação das características de qualidade para sistemas destinados ao ensino exclusivamente online, mudando de problematização e hipóteses. É possível também fazer um estudo comparativo entre a EAD presencial ou semipresencial e a online. Em relação às características e usabilidade do TelEduc, observou-se que as ferramentas de comunicação e interação são menos acessíveis que as outras ferramentas presentes. A partir deste fato pode-se propor um estudo em relação ao perfil dos alunos/docentes que utilizam o AVA, observando historica e cronologicamente seu tempo de acesso e permanência no ambiente. Outro tema que salta aos olhos ao estudar este assunto foi as características não abordadas aqui, porém citado por vários autores como variantes a serem observados em um AVA: social, afetivo, psicológico, ambiental, ergométrico, econômico e cultural, dentre outros olhares e percepções. 86 REFERÊNCIAS ABREU FILHO, Pompeu Pereira de. Educação à Distância, Ensino à Distância e Aprendizagem à Distância: rótulos falsos. In: Revista Brasileira de Tecnologia Educacional, Rio de Janeiro, vol.30, n152/153, janeiro a junho 2001, p.121-126. ALMEIDA, Maria Elizabeth de. Prática e formação de professores em informática na educação. In: PROINFO: Informática e formação de professores. Secretaria de Educação à Distância. Brasília: Ministério da Educação, Seed, 2000. ALVES, J. R.M. A História da EAD no Brasil. In Educação a Distância: o Estado da Arte. (Orgs.) LITTO, F.M.; FORMIGA, M.. São Paulo: Pearson Education do Brasil. 2009. AZEVEDO, Solange Coelho de. 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SCHAFF, ADAM. A sociedade informática: as conseqüências da segunda revolução industrial, 4e. São Paulo: Brasiliense, 1995. Tradução de Carlos Eduardo Jordão Machado e Luiz Artuno Obojes. SEE/MG – Secretaria Estadual de Educação de Minas Gerais. Disponível em w w w . e d u c a c a o . m g . g o v . b r. < Acesso em 20 de abril de 2007>. SENGE, Peter M. A quinta disciplina. São Paulo: Editora Best Seller, 1990. SILVA, Eliana Freitas. A hora e a vez do preceptor em educação a distância: novos olhares sobre sua formação, trabalho e identidade. Dissertação de Mestrado. Uberaba: Universidade de Uberaba – MG, 2007. 90 TAVARES, Maria Cristina. O tutor no Proformação. In: Integração das Tecnologias na Educação. Secretaria de Educação a Distância. Brasília: Ministério da Educação, Seed, 2005. Tigre, Paulo Bastos. Liberalização e Capacitação Tecnológica: o caso da informática pósreserva de mercado no Brasil. Universidade Federal do Rio de Janeiro: Instituto de Economia Industrial, 1993. TOBAR, F.; YALOUR, M.R. Como fazer teses em saúde pública: conselhos e idéias para formular projetos e redigir teses e informes de pesquisas. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2001. 91 ANEXO 01 Entrevista PESQUISA: “Uma análise da utilização do ambiente de ensino a distância TELEDUC pelos Preceptores da Universidade de Uberaba .” ATENÇÃO: NÃO É NECESSÁRIO SE IDENTIFICAR 1. Quais as dificuldades encontradas para acessar o TELEDUC (admite-‐se mais de uma resposta): ( ) Não possuo computador em casa ( ) Não possuo internet em casa ( ) Em algumas ocasiões, a plataforma encontra-‐se indisponível ( ) Tenho dificuldades para manusear as ferramentas da internet ( ) ___________________________________________________ Sobre a utilização do TELEDUC, marque a alternativa que considerar mais apropriada para a caracterização de sua opinião sobre os tópicos seguintes: 2. As informações apresentadas estão corretas e bem estruturadas? ( ) 1-‐ Discordo totalmente ( ) 2-‐ Discordo parcialmente ( ) 3-‐ Concordo parcialmente ( ) 4-‐ Concordo totalmente 3. O conteúdo é variado e atinge o objetivo das Unidades Didáticas? ( ) 1-‐ Discordo totalmente ( ) 2-‐ Discordo parcialmente ( ) 3-‐ Concordo parcialmente ( ) 4-‐ Concordo totalmente 4. A apresentação visual é adequada ao objetivo do estudo? ( ) 1-‐ Discordo totalmente ( ) 2-‐ Discordo parcialmente ( ) 3-‐ Concordo parcialmente ( ) 4-‐ Concordo totalmente 5. A apresentação do menu de entrada é clara e de fácil visualização? ( ) 1-‐ Discordo totalmente ( ) 2-‐ Discordo parcialmente ( ) 3-‐ Concordo parcialmente 93 ( ) 4-‐ Concordo totalmente 6. Permite navegabilidade nos conteúdos? ( ) 1-‐ Discordo totalmente ( ) 2-‐ Discordo parcialmente ( ) 3-‐ Concordo parcialmente ( ) 4-‐ Concordo totalmente ( ) 3-‐ Concordo parcialmente ( ) 4-‐ Concordo totalmente 7. O ambiente facilita a interação e a comunicabilidade? ( ) 1-‐ Discordo totalmente ( ) 2-‐ Discordo parcialmente 8. O conteúdo está bem distribuído na plataforma e é acessível aos preceptores? ( ) 1-‐ Discordo totalmente ( ) 2-‐ Discordo parcialmente ( ) 3-‐ Concordo parcialmente ( ) 4-‐ Concordo totalmente 9. Utiliza de forma eficiente os recursos da plataforma? ( ) 1-‐ Discordo totalmente ( ) 2-‐ Discordo parcialmente ( ) 3-‐ Concordo parcialmente ( ) 4-‐ Concordo totalmente Sobre a formação continuada dos Preceptores e apoio no desenvolvimento das atividades de preceptoria através do TELEDUC, marque a alternativa que considerar mais apropriada para a caracterização de sua opinião sobre os tópicos seguintes: 10. Foi possível atingir os objetivos propostos nas oficinas através dos conteúdos expostos na plataforma? ( ) 1-‐ Discordo totalmente ( ) 2-‐ Discordo parcialmente ( ) 3-‐ Concordo parcialmente ( ) 4-‐ Concordo totalmente 11. Você interagiu com o grupo de preceptores de maneira satisfatória? ( ) 1-‐ Discordo totalmente ( ) 2-‐ Discordo parcialmente ( ) 3-‐ Concordo parcialmente ( ) 4-‐ Concordo totalmente 12. Você interagiu com o coordenador do curso de maneira satisfatória? ( ) 1-‐ Discordo totalmente ( ) 2-‐ Discordo parcialmente ( ) 3-‐ Concordo parcialmente ( ) 4-‐ Concordo totalmente 13. O material de apoio contribuiu para o desenvolvimento das atividades? ( ) 1-‐ Discordo totalmente ( ) 2-‐ Discordo parcialmente ( ) 3-‐ Concordo parcialmente ( ) 4-‐ Concordo totalmente 14. Suas dúvidas e perguntas disponibilizadas no TELEDUC foram sanadas de forma satisfatória? ( ) 1-‐ Discordo totalmente ( ) 2-‐ Discordo parcialmente ( ) 3-‐ Concordo parcialmente 94 ( ) 4-‐ Concordo totalmente 15. Os procedimentos, planejamentos e pautas dos seminários e oficinas disponibilizados pelo TELEDUC estão condizentes com o desenvolvimento do curso? ( ) 1-‐ Discordo totalmente ( ) 2-‐ Discordo parcialmente ( ) 3-‐ Concordo parcialmente ( ) 4-‐ Concordo totalmente 16. As atividades interativas (fóruns, portfólio, murais etc) são dispensáveis para o funcionamento do TELEDUC? ( ) 1-‐ Discordo totalmente ( ) 2-‐ Discordo parcialmente ( ) 3-‐ Concordo parcialmente ( ) 4-‐ Concordo totalmente 17. Enumere de 01 a 13 as ferramentas disponibilizadas no menu do TELEDUC, conforme frequencia de acesso: ( ) Agenda ( ) Material de apoio ( ) Atividades ( ) Leituras ( ) Perguntas frequentes ( ) Parada obrigatória ( ) Mural ( ) Fórum de discussão ( ) Sala de conversação ( ) Correio ( ) Grupos ( ) Portfólio ( ) Perfil 18. De forma geral, como você avalia o TELEDUC? Comente. ______________________________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________ 95 19. Quais suas perspectivas em relação ao ambiente de ensino a distância TELEDUC? ______________________________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________ 20. Você tem alguma proposta para melhoria do TELEDUC? Qual(is)? ______________________________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________ 96 ANEXO 02 Respostas às perguntas abertas 18. De forma geral, como você avalia o TELEDUC? Comente. MARQUEI AS MAIS PERTINENTES ü Ótimo. (6x) ü Muito bom, porem pouco utilizado pelas partes envolvidas. ü Sistema bom para informações mas pode e deve ser melhorado. necessita atualização constante. ü Bom como instrumento de apoio no planejamento das oficinas e seminários. ü Regular (4x). ü Regular, pois o material não é muito organizado. ü Regular, pois não contribui par a formação continuada e nem é utilizado por gestores, prof e alunos adequadamente. ü Genérico para a instituição (regular) tem poucas ferramentas que colaboram efetivamente. ü Necessário. ü Necessário, porém necessita de atualização. ü Bom (8x) ü Boa ferramenta, atinge parcialmente seu fim. ü Bom, mas precisa de mais atualização e material de apoio. ü Satisfatório, mas falta ser auto explicativo e interativo. ü Importante porem pouco explorada. precisa de mais subsídios para a interação e todos. ü Bastante engessada, o layout não convida a navegação. ü Positivo com ressalvas. ü Bom material de apoio. 19. Q u a i s s u a s p e r s p e c t i v a s e m r e l a ç ã o a o a m b i e n t e d e e n s i n o a d i s t â n c i a TELEDUC? ü Mais dinâmico e com mais informações. ü Atualização constante em conteúdo e novas ferramentas de consultas. 97 ü Melhoras nas leituras, apoio e interação entre gestores e preceptores. ü Nenhuma. (3x) ü Deveria ser extinto. ü Nunca vai mudar. ü Continuar a usar como ferramenta de referencia. ü Atualizado, interação e mais material. ü Favorável pois é possível utilizar material de apoio e troca de experiência. ü Mais interação e comunicação. ü Mais rápido fácil sua manipulação e interação ü Atualização da plataforma e conteúdos (9x) ü A estética é irrelevante, a sua funcionalidade e atualização que são importantes . (2x) ü Mais frequência na utilização e interação (4x). ü Maior suporte as mídias indicadas e melhor visual (2x) 20. Você tem alguma proposta para melhoria do TELEDUC? Qual(is)? ü Vídeos, conferências aprovadas para que os preceptores vejam o que acontece com a EAD da instituição. ü Não (6x). ü Mais textos, mais artigos sobre cada área. ü Incentivo da instituição para uso da mesma. ü Mais participação do gestor. ü Alimentar o sistema mais (2x). ü Mais inferência por parte da coordenação e atividades online. ü Mais comunicação e interação entre preceptores e cursos (5x). ü As informações são dificeis de serm localizadas/ desorganizado (2x). ü Disponibilizar em pdf leituras obrigatorias/ videos. ü Designer atraente para facilitar a navegação na mesma. ü Atualização (2x). ü Aspectos visuais, informações atualizadas. (4x) 98 Um exemplo: a resposta de um entrevistado As informações são difíceis de serem localizadas e a organização do ambiente é desagradável. há ferramentas mais interessantes para a divulgação de materiais e contatos entre pares e hierárquicos, como por exemplo, o ambiente windows live que conta com acesso mais facilitado e difundido, possibilitando hospedagem de conteúdos no skydrive, criação de documentos interativos através do office on line, listagem de atividade a forma de blog, sontato via mensagem e viva-voz, além de acesso via celular, através do messenger, e-mail através do hotmail, etc todas as ferramentas agregadas e fácil manipulação. 99 ANEXO 03 Lista de Ambientes Virtuais de Aprendizagem 101