FRANCISCO BEZERRA DE CARVALHO NETO
A EVOLUÇÃO E SITUAÇÃO ATUAL DA RAIVA DOS
HERBÍVOROS NO MATO GROSSO DO SUL – BRASIL,
NO PERÍODO DE 1981 A 2007
CAMPO GRANDE – MS
2008
FRANCISCO BEZERRA DE CARVALHO NETO
A EVOLUÇÃO E SITUAÇÃO ATUAL DA RAIVA DOS
HERBÍVOROS NO MATO GROSSO DO SUL – BRASIL,
NO PERÍODO DE 1981 A 2007
Trabalho apresentado para o cumprimento de
atividades referente ao curso de Especialização
Latu sensu em Defesa e Vigilância Sanitária Animal
– Universidade Castela Branco –UCB.
CAMPO GRANDE – MS
2008
ii
Lista de Quadros
Quadro 1: Raiva dos Herbívoros. Epidemiologia. Percentual dos municípios com maior
ocorrência de raiva no MS no período de 1981 a 2001.
18
Quadro 2: Redução de focos da doença depois da implantação da Legislação Sanitária
Estadual-MS no período de 2002 a 2007
22
Quadro 3: Percentual de participação dos municípios com maior ocorrência da Raiva dos
Herbívoros no MS no período de 1981 a 2007
23
Quadro 4: Relação dos municípios de MS e ocorrência de raiva no período de 1996 a
2007.
25
Quadro 5: Exames realizados pelo laboratório da IAGRO (LADDAN/IAGRO/MS). No
período de 1996 a 2006.
26
Quadro 6: Exames Laboratoriais realizados pela LADDAN/IAGRO/MS de amostras
enviadas em 1996 no MS.
28
Quadro 7: Distribuição dos abrigos cadastrados por município até setembro de 2007 em
Mato Grosso do Sul- Brasil
30
Quadro 8: Percentual dos municípios atingidos pela raiva dos herbívoros em cada região
(área de risco, área vizinha à área de risco e área fora da área de risco) do Estado de
Mato Grosso do Sul, no período de 1996 a 2007.
47
iii
Lista de Figuras
Figura 1: Divisão Política do Estado do Matogrosso do Sul . (Fonte: Matogrosso do Sul,
2007
2
Figura 2: Ocorrência mensal de casos de Raiva no Matogrosso do Sul, no período de 1981
a 1996.
7
Figura 3: Ocorrência de Raiva nos municípios do Matogrosso do Sul no período de 1981 a
2007.
7
Figura 4: Mordedura de Desmodus rotundus em bovino. Ferimento puntiforme.
8
Figura 5: Raiva dos Herbívoros. Sinais Clínicos. Incoordenação dos membros pélvicos.
9
Figura 6: Neurônio com corpúsculo de Negri (seta) sob coloração de hematoxilina e eosina.
10
Figura 7: Achado de necropsia: Alimento na traquéia em animal com raiva.
11
Figura 8: Distensão vesical por paralisia neurogênica da bexiga.
11
Figura 9: Modelo de Círculos Concêntricos para Atuação em Focos de Raiva.
12
Figura 10: Distribuição da faixa etária dos animais positivos para raiva no Mato Grosso do
Sul no período de 2000 a 2004
18
Figura11: Contribuição percentual da participação dos municípios situados na área de risco
no MS no período de 1981 a 2001
19
Figura 12: Portaria estadual declarando municípios com vacinação obrigatória para raiva
19
Figura13: Área Geográfica dos municípios contemplados com a legislação de vacinação
compulsória
20
Figura14: Portaria estadual estendendo o número de municípios com vacinação obrigatória
para raiva no MS.
20
Figura15: Área Geográfica dos municípios indicando a área de expansão de municípios
com vacinação compulsória.
21
Figura 16: Evolução histórica da vacinação contra a raiva em herbívoros, no período de
1981 a 2007 em MS
22
Figura 17: Municípios de Mato Grosso do Sul sem ocorrência de casos de raiva no período
de 1981 até 2007
24
iv
Figura 18: Exames Laboratoriais realizados pelo LADDAN/IAGRO/MS. Relação amostras
positivas/negativas no período 1996-2006
27
Figura 19. Casos positivos e municípios atingidos pela raiva em MS no período de 1996 a
2007
28
Figura 20: Número de diagnósticos positivos
LADDAN/IAGRO/MS, no período de 1996 a 1006
29
e
negativos
realizados
pelo
Figura 21: Mapa dos municípios com abrigos de morcegos cadastrados até 2007.
31
Figura 22: Morcegos capturados no período de 1981 até 2007
31
Figura 23: Ocorrência de raiva nos municípios do Estado do Mato Grosso do Sul no período
de 1996 até 2007
33
Figura 24: Mapa dos municípios com (vermelho) e sem ocorrência de raiva (verde) no
período de 1996 a 2007 no Estado do Mato Grosso do Sul.
34
Figura 25: Mapa dos municípios com ocorrência da Raiva dos herbívoros em 1996 no
Estado do Mato Grosso do Sul
35
Figura 26: Mapa dos municípios com ocorrência da Raiva dos herbívoros em 1997 no
Estado do Mato Grosso do Sul
36
Figura 27: Mapa dos municípios com ocorrência da Raiva dos herbívoros em 1998 no
Estado do Mato Grosso do Sul
37
Figura 28: Mapa dos municípios com ocorrência da Raiva dos herbívoros em 1999 no
Estado do Mato Grosso do Sul
38
Figura 29: Mapa dos municípios com ocorrência da Raiva dos herbívoros em 2000 no
Estado do Mato Grosso do Sul
39
Figura 30: Mapa dos municípios com ocorrência da Raiva dos herbívoros em 2001 no
Estado do Mato Grosso do Sul
40
Figura 31: Mapa dos municípios com ocorrência da Raiva dos herbívoros em 2002 no
Estado do Mato Grosso do Sul
41
Figura 32: Mapa dos municípios com ocorrência da Raiva dos herbívoros em 2003 no
Estado do Mato Grosso do Sul
42
Figura 33: Mapa dos municípios com ocorrência da Raiva dos herbívoros em 2004 no
Estado do Mato Grosso do Sul
43
Figura 34: Mapa dos municípios com ocorrência da Raiva dos herbívoros em 2005 no
Estado do Mato Grosso do Sul
44
Figura 35: Mapa dos municípios com ocorrência da Raiva dos herbívoros em 2006 no
Estado do Mato Grosso do Sul
45
Figura 36: Mapa dos municípios com ocorrência da Raiva dos herbívoros em 2007 no
Estado do Mato Grosso do Sul
46
v
Figura 37: Mapa dos municípios para serem trabalhados com educação sanitária e
levantamento epidemiológico de abrigos e municípios da área de risco com vacinação
compulsória para Raiva dos Herbívoros
49
Figura 38:.Raiva dos Herbívoros. Epidemiologia. Mapa dos municípios de Mato Grosso do
Sul com surtos esporádicos de Raiva dos Herbívoros no período de 1996 a 2007
51
Figura 39: Mapa dos municípios da área de risco atingidos pela Raiva (vermelho) e não
atingidos (verde) e área de surtos esporádicos (amarelo) no período de 1996 até 2007 no
Mato Grosso do Sul
52
Figura 40: Percentual de participação das regiões da área de Risco, Vizinha da Área de
Risco e Fora da Área de Risco conhecido para ocorrência da Raiva dos Herbívoros em
Matogrosso do Sul no período de1996 a 2007
53
vi
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO
1
1.1 OBJETIVOS
4
2. REVISAO DE LITERATURA
5
2.1 ETIOPATOGÊNESE
5
2.2 EPIDEMIOLOGIA
6
2.3 SINAIS CLÍNICOS
8
2.4 PATOLOGIA
9
2.5 DIAGNÓSTICO
10
2.6 TRATAMENTO, PROFILAXIA E CONTROLE
12
3. MATERIAL E MÉTODOS
14
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
15
5. CONCLUSÃO
54
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
55
vii
1. INTRODUÇÃO
A Raiva é uma enfermidade viral infecciosa, de notificação obrigatória, considerada uma das
zoonoses de maior importância em Saúde Pública, não só por sua evolução drástica e letal, como
também por seu elevado custo social e econômico (BRASIL, 2005).
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), estima-se que a Raiva provoca
cerca de 55.000 mortes de pessoas por ano no mundo (PEREIRA, 2007) e de cerca de 50.000
(cinqüenta mil) cabeças de bovinos (RIET-CORREA et al, 2003).
Segundo dados do Programa Nacional de Controle da Raiva dos Herbívoros do Ministério da
Agricultura, a doença foi notificada em 4218 municípios no ano de 1998. Dessas notificações, apenas
58,47% foram confirmadas com o diagnóstico laboratorial (LEMOS et al., 2006). No Mato Grosso do Sul,
neste mesmo ano, foram coletados e enviados 211 (duzentos e onze) amostras para o Laboratório de
Diagnóstico de Doenças Animais e Análises de Alimentos da Agência Estadual de Defesa Sanitária
Animal e Vegetal de Mato Grosso do Sul (LADDAN/IAGRO/MS), sendo confirmadas o diagnóstico
laboratorial em 15,63% e atingindo 14 municípios.
O Estado de Mato Grosso do Sul possui uma área de 358.158,70 km2, correspondente a 18%
da região Centro-Oeste, da qual faz parte e 4% em relação ao território nacional. Está situado entre os
paralelos 170 a 240 S e entre os meridianos de 510 a 580 W.
O clima predominante é o tropical, com verão chuvoso e inverno seco. No extremo sul observase uma transição para o clima subtropical, com chuvas e temperaturas baixas no inverno. A ocorrência
de geadas é mais freqüente no mês de julho. Janeiro é o mês mais quente e julho o mais frio. A
distribuição das precipitações pluviométricas distingue duas estações bem definidas: seca, de maio a
setembro e a chuvosa de outubro a abril.
O Estado de Mato Grosso do Sul implantou o Plano de Combate à Raiva dos Herbívoros do
Ministério da Agricultura e Abastecimento em 1981 com a instalação do Laboratório de Diagnóstico da
Raiva no IAGRO/MS.
O Estado de Mato Grosso do Sul encontra-se dividido em 78,0 (setenta e oito) municípios,
como podemos observar na Figura 1.
viii
Figura 1: Divisão Política do Estado do Mato Grosso do Sul. (Fonte: Mato Grosso do Sul,
2007)
A raiva no Mato Grosso do Sul, causa elevados prejuízos à pecuária e a sua ocorrência é
favorecida pela posição geográfica do estado, em conseqüência de fatores como a topografia e o clima
favoráveis ao desenvolvimento de habitat para diversas espécies de morcegos. A Serra de Maracajú,
que divide o Estado, proporciona condições propícias de habitação desses quirópteros, especificamente
dos hematófagos, em conseqüência da existência de abrigos e a fartura de alimentos, representada pela
população bovina estimada em 24 milhões de cabeças. Estima-se que sete milhões de cabeças de
bovinos no Estado encontram-se nesta área de risco. Os municípios localizados nas serras de Maracaju,
Bodoquena, Morrarias de Urucum e Amolar, estão em áreas enzóoticas da Raiva Bovina e que, nos
últimos anos, a doença tem avançado dessas áreas endêmicas para áreas com baixa ocorrência
provocando desde surtos esporádicos a grandes ocorrências, causando perdas anuais de
aproximadamente 2.000 animais com a enfermidade (MORI e LEMOS, 1998).
ix
No Brasil o principal transmissor da raiva dos herbívoros é o morcego hematófago da espécie
Desmodus rotundus. As outras duas espécies Diphylla ecaudata e Diaemus youngii são mais raras e
alimentam-se preferencialmente de sangue de aves (BRASIL,1996).
A doença apresenta uma forma clínica paralítica, a qual predomina em bovinos, e uma forma
furiosa (LEMOS, 2005). A forma paralítica caracteriza-se por paralisia e hipoestesia dos membros
pélvicos e paralisia flácida da cauda (LEMOS et al, 2004).
x
1.1 Objetivos
Demonstrar método de atuação no controle e combate da Raiva dos Herbívoros pelo
Serviço de Atenção Veterinária Oficial de Mato Grosso do Sul - IAGRO/MS;
Demonstrar a eficiência da vacinação compulsória nos municípios contemplados com
a Legislação Estadual-MS; e
Caracterizar os aspectos epidemiológicos e evolução da Raiva dos Herbívoros no
Mato Grosso do Sul.
xi
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Etiopatogênese
A raiva é causada por um vírus RNA envelopado pertencente ao gênero Lyssavirus, da família
Rhabdoviridae, sendo seu curso considerado sempre fatal, tanto nos animais quanto na espécie
humana. A partícula vírica tem formato de bala, 75 nm de diâmetro e 180 nm de comprimento. Em seu
genoma estão codificadas cinco proteínas das quais duas funcionam como antígenos principais. A
primeira é uma núcleoproteína (antígeno interno e grupo específico) e a segunda, que induz a formação
de anticorpos neutralizantes, é uma glicoproteína (antígeno de superfície) (LEMOS, 2005). O vírus é
destruído por pH baixo e também por solventes lipídicos. Embora a infecção possa ocorrer através de
membranas mucosas por meio de aerossóis em ambientes fechados, como cavernas habitadas por
morcegos infectados, a grande maioria dos casos de raiva são adquiridos pela mordedura de um animal
infectado. Após a inoculação, o vírus replica nas células musculares próximas ao local da mordedura e
progride para os terminais dos axônios motores e para os fusos neuromusculares. Posteriormente, migra
de forma ascendente até a medula espinhal ou o tronco encefálico. Do encéfalo e da medula espinhal há
disseminação centrífuga ao longo dos nervos periféricos para vários órgãos. Nas glândulas salivares, o
vírus replica no epitélio acinar e brota para dentro do lúmen sendo eliminado na saliva. Em bovinos
naturalmente infectados com a forma paralítica da raiva, a dispersão periférica do vírus é escassa, sendo
o mesmo isolado em 4,6% e 1.6%, respectivamente em amostras da glândula salivar e da saliva
(LEMOS, R.A.A. -2005). Ainda temos na saliva dos bovinos um fator limitante para a transmissão do
vírus da raiva que é a ausência da enzima hialuronidase na sua produção (MORI e LEMOS, 1998).
Essas condições, associada ao fato da espécie bovina não agredir outras espécies animais torna os
bovinos hospedeiros terminais da raiva, não tendo importância na transmissão da enfermidade (LEMOS,
et al., 2004).
xii
2.2 Epidemiologia
Considerando que a doença é transmitida pela espoliação dos bovinos por morcegos
hematófagos, as condições climáticas favoráveis, a existência de abrigos naturais ou artificiais e a
distribuição do efetivo bovino podem explicar a extensão e a estabilidade endêmica da raiva em uma
região (LEMOS, 2005).
A ocorrência da doença num determinado local depende da existência de
vetores na região. Como a raiva é transmitida, principalmente, através de mordidas, os hospedeiros mais
importantes na transmissão da doença são os carnívoros e os quirópteros (RIET-CORREA et al., 2003).
Recentemente a construção de barragens em áreas anteriormente povoadas por bovinos
provocou a destruição do habitat natural e a escassez de alimentos dos morcegos, causando a migração
das colônias e a introdução da enfermidade em áreas onde a mesma não ocorria. Os morcegos
hematófagos, devido à diminuição dos animais silvestres, passaram a utilizar os herbívoros, em especial
os bovinos, como fontes dos alimentos (LEMOS, 2005). Por outro lado, a escassez de alimento para os
morcegos pode levar a espoliação de seres humanos (MORI e LEMOS, 1998).
Os quirópteros, entretanto, apresentaram grande adaptação aos abrigos artificiais e às novas
fontes de alimentos. As marcas da espoliação dos bovinos pelos morcegos hematófagos nem sempre
são percebidas pelos produtores. Isso se deve ao hábito alimentar dos morcegos que se alimentam
durante a noite, localizadas principalmente nas partes baixas dos membros locomotores. Devido à
localização das lesões, o sangramento produzido é lavado pelo sereno, dificultando sua visualização.
Uma maneira prática e eficiente de se verificar a espoliação de animais por morcegos hematófagos nas
propriedades é a observação de eqüinos, nos quais os morcegos, ao se alimentarem, deixam evidências
de sangue na região do pescoço, assim como emaranhados característicos nas crinas. Deve-se salientar
que a não observação de feridas não exclui a inoculação do vírus por um morcego infectado porque os
sinais da mordedura podem não ser visualizados por serem pequenos e puntiformes ou por terem
cicatrizado antes do desenvolvimento dos sinais clínicos (LEMOS, 2005).
Não há predisposição de raça, sexo ou idade (LEMOS, 2005), mas uma prevalência maior pode
ser observada em animais jovens (LEMOS et al., 2001 e LEMOS, 2005) pode estar relacionada
principalmente ao estado imunitário dessa categoria animal, uma vez que nessa fase ocorre o declínio
da imunidade colostral e os animais ainda não foram vacinados contra raiva, ou quando o foram, na
maioria dos casos não receberam reforço vacinal (LEMOS et al., 2001). Na maioria dos focos, a
morbidade é inferior a 10% e a letalidade é invariavelmente 100% (LEMOS et al., 2001; LEMOS, 2005).
A doença ocorre em praticamente todos os meses do ano (LEMOS et al., 2001) e o pico de
prevalência tende a ser no outono (MORI & LEMOS, 1998). A sazonalidade (Figura 2) deve-se ao ciclo
biológico do morcego, principalmente a disputa entre os machos pelas fêmeas que ocorre na primavera.
Além de sazonal, a raiva tende a ser cíclica, reaparecendo com periodicidade de
aproximadamente sete anos (Figura 3). Os ciclos ocorrem porque durante os picos de aparecimento dos
casos clínicos nos herbívoros há também um maior número de morcegos infectados os quais morrem
em grande quantidade. Os períodos de declínio correspondem ao tempo necessário para repovoar e
xiii
reinfectar a colônia. Como cada fêmea tem apenas um filhote por ano, o crescimento da colônia é lento.
se
t
ou
t
no
v
de
z
o
l
ag
ju
r
ai
ju
n
m
ab
ar
m
fe
ja
v
70
60
50
40
30
20
10
0
n
Casos positivos
A ciclicidade não representa o controle efetivo da doença (MORI & LEMOS, 1998).
Variação mensal
Figura 2: Ocorrência mensal de casos de Raiva no Mato Grosso do Sul, no
período de 1981 a 1996. (MATO GROSSO DO SUL, 2007)
30
25
20
15
10
5
0
19
81
19
83
19
85
19
87
19
89
19
91
19
93
19
95
19
97
19
99
20
01
20
03
20
05
20
07
Municípios atingidos
Municípios atingidos
Variação anual
Figura 3: Ocorrência de Raiva nos municípios do Mato Grosso do Sul no período de
1981 a 2007. (Fonte: MATO GROSSO DO SUL, 2007)
xiv
2.3 Sinais clínicos
O quadro clínico da raiva é variável e muitos dos sinais clínicos são comuns a outras
enfermidades do SNC nos bovinos. A variabilidade dos sinais clínicos e a seqüência de sua progressão
são determinadas principalmente pela concentração do inóculo viral, pela virulência da cepa infectante,
pela distância entre o local da inoculação e o encéfalo e pelo estado imune do animal. O período de
incubação em bovinos é de 2 a 12 semanas, mas períodos maiores têm sido relatados. Geralmente os
casos espontâneos ocorrem 30 a 60 dias após a infecção. Dessa forma, as lesões produzidas pelas
mordeduras de morcegos nem sempre são observadas no bovino com raiva, por serem pequenas e
puntiformes (Figura 4) ou por terem cicatrizado antes do desenvolvimento dos sinais clínicos. O curso
clínico médio da raiva é de cinco dias, variando de 2 a 10 dias (LEMOS, 2005).
Figura 4: Mordedura de Desmodus rotundus em bovino. Ferimento
puntiforme. (Fonte: LEMOS et al., 2006)
A doença se caracteriza por uma forma clínica paralítica e uma forma furiosa, predominado em
bovinos a forma paralítica (LEMOS, 2005) caracterizada por paresia ascendente. Os sinais clínicos
inicialmente observados são: apreensão, ansiedade, midríase e pêlos eriçados. Nessa fase inicial podese observar um curto período de excitação e agressividade, seguindo-se uma fase de depressão.
Posteriormente são observados transtornos locomotores, caracterizados por incoordenação dos
membros posteriores (Figuras 5A e 5B) (MORI & LEMOS, 1998), evoluindo para paralisia e hipoestesia
dos membros pélvicos e paralisia flácida da cauda (LEMOS, 2005).
O quadro evolui para decúbito esternal, e nos estágios iniciais dessa fase o animal tenta se
levantar e locomover-se, mas o faz de maneira incoordenada e arrastando os membros posteriores.
Segue-se o decúbito permanente (inicialmente esternal e após lateral) e a morte.
xv
Na forma furiosa, há mugidos constantes e roucos, salivação abundante e espumosa,
agressividade, hiperexcitabilidade e hiperestesia a qualquer estímulo. O curso clínico médio é de cinco
dias, variando de 2 a 10 dias (LEMOS, 2005).
Embora o exame clínico seja importante não deve ser utilizado com único critério para o
diagnóstico da enfermidade, pois muitos sinais clínicos podem ocorrer associados a outras enfermidades
do sistema nervoso de bovinos (LEMOS et al., 2006).
Os sinais clínicos da raiva em morcegos hematófagos, especialmente no morcego hematófago
da espécie D. rotundus, incluem: atividade alimentar diurna, hiperexcitabilidade, agressividade, tremores,
falta de coordenação dos movimentos, contrações musculares e paralisa. No início da enfermidade os
doentes se afastam da colônia, podem perder a capacidade de voar e caem no chão. Num estágio mais
avançado os sinais de paralisia aumentam progressivamente. A morte do animal raivoso tende há
ocorrer 48 horas após o aparecimento dos sinais clínicos. O período de incubação é de 30 dias em
média.
Nos morcegos não hematófagos, os sinais clínicos são poucos conhecidos. A doença se
manifesta, principalmente, sob a forma paralítica, sem fase de excitação. Há alguns relatos de morcegos
insetívoros perseguindo outros, o que revelaria uma atitude de agressividade (BRASIL, 1996).
A
B
Figura 5: Raiva dos Herbívoros. Sinais Clínicos. Incoordenação dos membros pélvicos.
(Fonte: LEMOS et al., 2006).
2.4 Patologia
As lesões da raiva são limitadas ao sistema nervoso central e perceptível apenas ao exame
histológico (LEMOS, 2005). Basicamente, as lesões de raiva são meningoencefalite e meningomielite
não-purulentas com ganglioneurite dos nervos cranianos espinhais. Uma característica no diagnóstico
histológico da raiva é o achado de inclusões acidofílicas intracitoplasmáticas características,
denominadas corpúsculos de Negri e observados mais freqüente em bovinos, nos neurônios de Purkinje
do cerebelo (Figura 6). Apesar dos corpúsculos de Negri serem característicos para a raiva, não são
xvi
evidentes em todos os casos. Lesões secundárias ao comprometimento do SNC ocorrem
ocasionalmente e incluem broncopneumonia por aspiração de corpos estranhos (Figura 7) e distensão
da bexiga (Figura 8) (LEMOS, 2005).
2.5 Diagnóstico
O material a ser encaminhado para o diagnóstico laboratorial consiste de fragmentos de
cérebro, cerebelo e medula espinhal, encaminhando parte refrigerada e parte formalizada. É igualmente
importante a coleta e envio do gânglio trigeminal (BARROS e MARQUES, 2003) e (LEMOS et al., 2001).
A imunofluorescência direta (IFD) seguida pela inoculação intracerebral em camundongos
neonatos (ICC) ou teste em cultura celular são as provas laboratoriais oficiais para o diagnóstico da
enfermidade (MORI & LEMOS, 1998). Temos ainda a técnica de imunohistoquímica e o PCR.
Figura 6: Neurônio com corpúsculo de Negri (seta) sob coloração de
hematoxilina e eosina. (Fonte: LEMOS et al., 2006).
xvii
Figura 7: Achado de necropsia: Alimento na traquéia em animal com
raiva. (Fonte: LEMOS et al., 2006).
Figura 8: Distensão vesical por paralisia neurogênica da bexiga.
Fonte:(LEMOS et al., 2006).
No exame histopatológico, a doença pode ser reconhecida pela observação das lesões
características consideradas patognomômicas (meningoencefalite não supurativa associada aos
corpúsculos de Negri). A epidemiologia é um importante auxiliar no diagnóstico clínico da raiva. O
diagnóstico diferencial deve ser realizado com outras enfermidades que cursam com sintomatologia
nervosa, entre as quais se destacam o botulismo. Também se deve fazer o diagnóstico diferencial com
outras doenças que cursam com sintomatologia nervosa tais como: polioencefalomalácia, pseudoraiva,
Herpesvirus Bovino (HVB-5), tétano, babesiose cerebral, meningite bacteriana, tuberculose, listeriose,
febre catarral maligna, intoxicação por plantas como Prosopis juliflora , intoxicações por micotoxinas,
xviii
intoxicação por metais pesados como o chumbo, intoxicação por substâncias orgânicas como
organofosforados , carbamatos e uréia (LEMOS et al., 2006).
2.6 Tratamento, Profilaxia e Controle
Como não há tratamento para a raiva, as medidas de profilaxia e controle baseiam-se no
combate às populações de morcegos hematófagos e na vacinação dos bovinos. Atualmente o combate
aos morcegos é realizado pelo método seletivo (uso de redes especiais e pasta anticoagulante). Para
uma colônia de 100 morcegos, não há necessidade de tratar mais que 10 morcegos (BRASIL, 1996). Os
trabalhos preventivos de controle de morcegos devem ser realizados na primavera, época em que estar
ocorrendo o acasalamento e conseqüentemente a disputa entre machos pelas fêmeas, a qual favorece a
transmissão do vírus. O trabalho deve ser realizado de forma circunscrita e centrípeta nas propriedades
perifocais, pois os morcegos transmissores do foco já estarão mortos pela enfermidade (MORI &
LEMOS, 1998 e BRASIL, 2005) observada na Figura 9.
Figura 9: Modelo de Círculos Concêntricos para Atuação em
Focos de Raiva. (Fonte: BRASIL, 2005).
Em áreas de risco, todos os animais devem ser vacinados anualmente com aplicação de
reforço 30 dias após nos primovacinados. Embora existam vacinas vivas atenuadas e vacinas inativadas
para a raiva, atualmente no Brasil, apenas o uso de vacinas inativadas é autorizado. A vacinação antirábica pode ser recomendada para bezerros a partir de dois meses de idade, condicionada à
necessidade do reforço vacinal independentemente do estado de vacinação materno. O reforço deve ser
realizado 30 a 45 dias após a primeira dose da vacina (BRASIL, 2005).
xix
Considerando que o período de incubação da raiva geralmente varia entre 30 e 60 dias, e que
a resposta imune capaz de proteger os animais só se restabelece após o reforço vacinal, podem ocorrer
casos em animais vacinados várias semanas após a vacinação, inclusive após a realização do reforço
vacinal (BRASIL, 2005).
Entretanto, deve-se ressaltar que a vacinação anti-rábica é um importante instrumento de
prevenção quando utilizada em um programa bem planejado. Entretanto sua utilização, com intuito de
controlar focos já estabelecidos, apresenta resultados insignificantes (LEMOS, 2005).
xx
3. MATERIAL E MÉTODOS
O presente estudo foi realizado com material provenientes do registro no banco de dados do
Setor de Raiva da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal de Mato Grosso do Sul
(IAGRO) no período compreendido entre 1981 até dezembro de 2007, do Programa Estadual de
Controle da Raiva dos Herbívoros, do Programa Nacional de Controle da Raiva dos Herbívoros e estudo
de publicações específicas sobre a Raiva dos Herbívoros. Analisaram-se todos os registros do banco de
dados do Setor de Raiva da IAGRO com confecção e descrição de tabelas e gráficos e cruzamento de
informações.
xxi
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (IAGRO) foi criada pelo Decreto-Lei
nº 9, de 1º de janeiro de 1979, sob a denominação de Departamento de Inspeção e Defesa Agropecuária
de Mato Grosso do Sul (IAGRO).
A Lei nº 2.152, de 26 de outubro de 2000, que dispõe sobre a reorganização da estrutura
básica do Poder Executivo alterou a denominação do Departamento de Inspeção e Defesa Agropecuária
de Mato Grosso do Sul (IAGRO) para Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (IAGRO).
A IAGRO é uma entidade da administração pública indireta, autarquia vinculada à Secretaria
de Estado da Produção e do Turismo e por ela supervisionada, com personalidade jurídica de direito
público, patrimônio próprio, autonomia técnica, administrativa e financeira.
Tem por finalidade promover, manter e recuperar a saúde animal e vegetal, a qualidade de
seus produtos e subprodutos por meio da defesa sanitária animal e vegetal, o controle, a fiscalização e a
inspeção dos produtos e subprodutos de origem agropecuária, a fiscalização de insumos agropecuários
e das atividades de biossegurança, para assegurar a saúde humana.
A Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal é constituída na autoridade de
defesa agropecuária do Estado de Mato Grosso do Sul, priorizando a promoção, manutenção e
recuperação da saúde dos animais e vegetais e dos aspectos qualitativos dos produtos agropecuários
deles derivados, em especial aos atributos de inocuidade, com atividades preventivas pela qualidade e
pela defesa dos direitos difusos do consumidor, sendo-lhe asseguradas às demais prerrogativas
necessárias ao exercício adequado de suas atribuições, de acordo com o Decreto n.º 10.342, de 26 de
abril de 2001.
Entre outras atividades, executa Ações de Defesa Sanitária Animal, que tem por objetivo
fundamental, desenvolver estudos e coordenar trabalhos na elaboração de políticas públicas e
normatizações de procedimentos, para o fiel cumprimento destas ações, buscando os padrões de alta
competitividade, conformidade e qualidade internacional, decretado no âmbito da OMC, do MERCOSUL
e de outros organismos internacional com vista à erradicação e controle de enfermidades de importância
econômica e para saúde publica.
Ressaltamos que as ações de Defesa Sanitária Animal são executadas por delegação de
competência do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e ainda, as prioridades
definidas dentro dos princípios das ações integradas para o desenvolvimento e crescimento econômico e
social do Estado de Mato Grosso do Sul.
Como órgão executou dos Serviços de Atenção Veterinário Oficial no Mato Grosso do Sul
através da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal de MS-IAGRO, a Raiva dos
Herbívoros faz parte das inúmeras enfermidades que ocorrem no Estado e que vem sendo trabalhada
por esta Agência.
xxii
A IAGRO também elaborou um projeto para executar o Programa Estadual de Controle da
Raiva dos Herbívoros com objetivos claros e definidos, metas, estratégia de ação, cronograma de
atividades, cronograma de metas, recursos materiais e recursos humanos onde relatamos os pontos
mais importantes quanto à defesa sanitária no combate e controle da doença com as seguintes
estratégias de ações:
1-Vigilância epidemiológica nos municípios foco e perifocos com visitas periódicas aos refúgios
de morcegos nas propriedades cadastradas;
2-Combate aos morcegos hematófagos através de capturas nas regiões com foco, perifoco ou
de risco sendo que as técnicas de controle serão realizadas nas fases lunares propícias (lua nova), nos
currais, pocilgas e piquetes, e nas fases de lua não favorável, os trabalhos serão executados nos
refúgios diurnos como: bueiros, cavernas, cisternas, casas abandonadas em áreas rurais;
3-Orientação da vacinação de herbívoros e ou acompanhamento nas propriedades focos e
riscos. A indicação da imunização, excetuado os 14 (quatorze) municípios obrigatórios, é indicada às
propriedades que tiveram ataques de morcegos hematófagos nos animais domésticos. A vigilância é
feita com mais freqüência nos meses de abril, maio e junho em virtude da sazonalidade da doença no
Estado. Nas propriedades foco e perifoco mesmo debelado o problema, as visitas são mantidas por no
mínimo 60 dias.
4-Fiscalização e controle das vacinas no comércio com vistorias realizadas semanal e
mensalmente e os proprietários devem fornecer relatório das vendas de vacina anti-rábica bovina,
contendo informações sobre o número de propriedades e doses de vacinas utilizadas;
5-Realizar coleta e diagnóstico dos materiais provenientes de todos os animais suspeitos ou
animais doentes com sintomatologia nervosa, após sua morte. Deverão ser coletados materiais (Sistema
Nervoso Central), conforme o manual para o diagnóstico da Raiva sendo, parte encaminhada a UFMS
para exame histopatológico de doenças que fazem diagnóstico diferencial tais como a Encefalopatia
Espongiforme dos Bovinos (EEB), a Polioencefalomalácia e Herpesvirus tipo 5 e isolamento viral /
bacteriano em outros centros de diagnósticos conveniados e parte ao IAGRO para o diagnóstico da
Raiva. A implantação da colheita de amostras e diagnóstico positivo de carnívoros silvestres atropelados
nas margens das rodovias poderá justificar algumas exceções de focos em propriedades rurais onde
atinja apenas um animal de um rebanho não vacinado o que difere quando a transmissão se faz por
morcegos hematófagos os números de bovinos e eqüinos atingidos são consideravelmente altos;
6-Determinação das causas do foco nas propriedades rurais analisando os questionários do
Projeto de Determinação das Causas do Foco nas Propriedades Rurais, preenchidos nas propriedades
atingidas pela Raiva, através de um programa com planilhas junto ao Setor de Computação e a partir
desses resultados, redirecionarem os trabalhos de Educação em Saúde Animal;
7-Educação em saúde animal onde as ações serão desenvolvidas pelos Médicos Veterinários
dos escritórios locais, nas visitas de vigilância junto às propriedades rurais, promovendo palestras nos
sindicatos rurais, escolas, feiras agropecuárias, assentamento rurais, feira de ciências e divulgação
periódica na imprensa escrita, falada e televisiva, sobre os focos da raiva, tabuladas e analisadas pela
Coordenação do Programa de Combate e Controle da Raiva Animal;
xxiii
8-Análise de risco no Estado de Mato Grosso do Sul onde serão cadastrados as usinas de
álcool e açúcar através de GPS e circunscrever um raio de 60 km destas, para delimitar as propriedades
com pecuária, levanto em conta os grandes rios e reservas florestais;
9-Vigilância sanitária em propriedades com animais importados com visitas mensalmente,
conferindo todos os animais individualmente gerando um relatório de vigilância;
10-Vigilância sanitária em propriedades de risco para raiva dos herbívoros seja por impacto
ambiental ou alimentar terão vigilância sistemática; e
11-Cursos de harmonização de coletas de amostra, reuniões e palestras.
Os cursos denominados Doenças do Sistema Nervoso irão abranger, Raiva, EEB bem como
outras doenças com sintomatologia semelhante e serão desenvolvidas tanto com aulas teóricas como
por aulas práticas.
O Programa Estadual de Controle da Raiva dos Herbívoros tem por objetivo final a promoção
da saúde animal com vistas à saúde pública e a produção à economia sob o ponto de vista do
empreendedor rural e a receita do Estado.
Nos casos acompanhados no período de janeiro de 2000 a dezembro de 2003, pelo Setor de
Anatomia Patológica do Núcleo de Ciências Veterinárias da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
(SAP/NCV/UFMS) num total de 184 (cento e oitenta e quatro) casos positivos verificou-se que em
45,65% a doença ocorreu em animais de 0-12 meses, 18,47% em animais de 13-24 meses, 10,86% em
animais de 25-36 meses e 19,56% em animais adultos (Figura 10).
De 1981 a 2001, durante 21 anos, o município de Aquidauana apresentou casos em todos os
anos, com 100% de participação, o que comprova que o município é a área enzóotica primária da
doença e que a partir desse ponto, a doença se movimenta radialmente variando com o passar dos anos
a direção e o trajeto (Quadro 1 e Figura 11).
Também, constata-se, que todos estes municípios se encontram na área de risco, ou seja,
região Pantaneira e Peripantaneira inclusos na região das serras de Maracajú, Bodoquena, Morrarias do
Urucum e Amolar.
xxiv
0-12 meses
13-24 meses
25-38 meses
Acima 36
meses
Figura 10: Distribuição da faixa etária dos animais positivos para raiva no
Mato Grosso do Sul no período de 2000 a 2003.
Quadro 1: Raiva dos Herbívoros. Epidemiologia. Percentual dos municípios
com maior ocorrência de raiva no MS no período de 1981 a 2001.
Município
Números de anos Porcentagem de ocorrência
com ocorrência
em 21anos
Aquidauana
21,0
100,00%
Corumbá
18,0
85,71%
Anastácio
17,0
80,95%
Miranda
16,0
76,19%
Bonito
16,0
76,19%
Coxim
13,0
61,90%
Corguinho
13,0
61,90%
Bodoquena
12,0
57,14%
Rio Verde de MT
9,0
42,85%
Rio Negro
9,0
42,85%
Jardim
9,0
42,85%
xxv
Com a análise destes dados, a IAGRO editou uma portaria específica tornando a vacinação
contra raiva compulsória nos municípios de maior ocorrência (Figura 12 e 13).
Figura11: Contribuição percentual da participação dos municípios situados na área de risco no
MS no período de 1981 a 2001.
VACINAÇÃO OBRIGATÓRIA
PORTARIA /IAGRO/MS Nº 422/ 2002 DE 14 DE JUNHO DE 2 002. RESOLVE:
Art. 1º Tornar obrigatória a vacinação contra a raiva nos herbívoros a partir de novembro
de 2.002, para emissão de Guia de Trânsito Animal- GTA nos municípios de
Aquidauana, Anastácio, Corumbá, Miranda, Bonito, Coxim, Corguinho, Bodoquena, Rio
Verde de Mato Grosso, Rio Negro e Jardim, envolvendo toda população herbívora com
idade igual ou superior a três meses.
Art. 2º Tornar obrigatória a declaração da vacinação junto ao IAGRO, de acordo com o
seguinte calendário.
I- Planalto: vacinação de 1º a 30 de novembro com declaração até 15 de dezembro.
II- Pantanal (opção maio): vacinação de 1º de maio a 15 junho com declaração até 30 de
junho
III-Pantanal (opção novembro): vacinação de 1º de novembro a 15 de dezembro com
declaração até 31 de dezembro.
Figura 12: Portaria estadual declarando municípios com vacinação obrigatória para raiva.
xxvi
Figura13: Área Geográfica dos 11 municípios contemplados com a legislação de vacinação
compulsória. (Fonte: MATO GROSSO DO SUL, 2007).
Em 2003 a IAGRO edita outra portaria incluindo mais três municípios contemplados com a
vacinação compulsória (Figuras 14 e 15).
VACINAÇÃO OBRIGATÓRIA
PORTARIA / IAGRO/MS N. 574/2003 DE 04 DE JUNHO DE 2003. RESOLVE:
Art., 1 Estender a obrigatoriedade de vacinação contra a raiva, nos herbívoros
(bovinos e eqüídeos) a partir de novembro de 2003, para emissão de Guia de
Trânsito Animal, nos municípios de BELA VISTA, CARACOL e PORTO
MURTINHO, envolvendo toda população herbívora com idade igual ou superior a
três meses.
Figura14: Portaria estadual estendendo o número de municípios com vacinação obrigatória para
raiva no MS.
xxvii
Figura15: Área Geográfica dos 14 municípios indicando a área de expansão de municípios
com vacinação compulsória. (Fonte: MATO GROSSO DO SUL, 2007)
A vacinação contra Raivas dos Herbívoros vem crescendo ano a ano desde a implantação do
programa no Estado em 1981 até os dias de hoje. Já em 1981 foram vacinados 110.821 (cento e dez
mil oitocentos e vinte) animais. Já em 2001, ano que antecede a edição da Portaria n.º 422/2002 de 14
de junho de 2002 de Vacinação Compulsória contra Raiva dos Herbívoros, foram vacinados 4.214.122
herbívoros. Após a implantação da legislação, em 2002 foram vacinados 5.493.566; em 2003, 7.654.857;
em 2004, 8.210.686; em 2005, 8.691.773; em 2006, 8.969.780 e em 2007 foram vacinados 8.152.610
animais herbívoros. Essas vacinações ocorrem nos municípios contemplados com a vacinação
compulsória somada com as vacinações nas áreas de foco e perifoco em áreas livres com surtos
esporádicos da doença (Figura 16).
xxviii
Ano
05
2
20
20
0
9
19
9
6
19
9
19
93
19
90
19
87
19
84
19
81
x 1000
Animais vacinados
1 00 0 0
80 0 0
60 0 0
40 0 0
20 0 0
0
V ac in aç ão
Figura 16: Evolução histórica da vacinação contra a raiva em
herbívoros, no período de 1981 a 2007 em MS.
Houve diminuição da freqüência da Raiva dos Herbívoros no período de 2002 até 2007 nos
municípios de maior ocorrência depois da aplicação da Legislação da Vacinação Compulsória (Quadro
2).
Quadro 2: Redução de focos da doença depois da implantação da Legislação Sanitária Estadual-MS
no período de 2002 a 2007.
Porcentagem
Números de
Números de
Porcentagem em
Município
em casos
anos atingidos casos positivos
6 anos
positivos
4,0
8,0
14,28%
66,66%
Aquidauana
Corumbá
3,0
7,0
12,50%
50,00%
Anastácio
3,0
21,0
37,50%
50,00%
Bonito
3,0
6,0
10,72%
50,00%
Corguinho
2,0
5,0
8,93%
33.33%
Bela Vista
2,0
4,0
7,14%
33.33%
Porto Murtinho
2,0
3,0
5,36%
33.33%
Rio Negro
2,0
2,0
3,57%
33.33%
Miranda
0,0
0,0
0,00%
00,00%
Coxim
0,0
0,0
0,00%
00,00%
Bodoquena
0,0
0,0
0,00%
00,00%
Rio Verde de MT
0,0
0,0
0,00%
00,00%
Jardim
0,0
0,0
0,00%
00,00%
Caracol
0,0
0,0
0,00%
00,00%
56,0
100,00%
Total
Analisando os relatórios do banco de dados do IAGRO/MS, no período de 1981 a 2001,
verificou-se que a área enzóotica primária localiza-se no município de Aquidauana, e a partir desse
ponto a raiva se movimenta radialmente, variando com o passar dos anos, a direção e o trajeto. O
município de Aquidauana, lidera o percentual estadual de ocorrência de raiva com participação de 24
xxix
anos depois da implantação do laboratório de diagnóstico de raiva (1981) na IAGRO/MS. Neste ano da
implantação da Legislação Sanitária específica com a Portaria/IAGRO/MS n. 422/2002 de 14 de junho de
2002, o município ainda apresentou cinco focos, e depois mais um foco em 2004 e outro em 2005.
Corumbá, após a implantação da Legislação Sanitária, apresentou com dois focos em 2003,
três em 2004, dois em 2005 e um em 2007 os que já eram esperados por ser um município como uma
área geográfica de 64964,90 km2, em pleno pantanal Sul-Mato-Grossense e com grande dificuldade de
execução de atividades de manejo do rebanho.
Anastácio se apresenta com 15 focos no ano da implantação da Legislação Sanitária e depois,
com apenas quatro focos em 2003 e mais dois em 2004.
Bonito, se apresenta com dois focos em 2003, três em 2004 e mais um foco em 2005.
Corguinho, com dois focos em 2003, um em 2006 e dois em 2007. Bela Vista, com três focos no ano da
implantação da Legislação Sanitária. Porto Murtinho-MS, com um foco no ano da implantação da
Legislação Sanitária e mais dois focos em 2003. Rio Negro-MS, com um foco em 2003 e um foco em
2005.
Os demais municípios que compõe a área de risco e que contemplam com a Legislação
Sanitária Estadual – MS como Miranda, Coxim, Bodoquena, Rio Verde de Mato Grosso, Jardim e
Caracol não apresentaram focos da doença após a implantação da Legislação Sanitária específica.
Após a implantação da Legislação Sanitária da vacinação compulsória contra a Raiva dos
herbívoros nos municípios contemplados e reconhecidos oficialmente como área de risco, a freqüência
da Raiva dos herbívoros diminuiu em todos os municípios com algumas alterações na classificação,
onde constatamos que os valores do município de Bonito-MS ultrapassaram os de Miranda-MS, que
estava igual em participação percentual em números de anos atingidos.
Corguinho-MS ultrapassou Coxim que estava igual em participação percentual em números de
anos atingidos. Bela Vista que entrou no grupo dos municípios contemplados pela vacinação
compulsória superou Jardim, Rio Verde de Mato Grosso e Rio Negro. Mais já fazia parte da área de
risco, juntamente com Caracol e Porto Murtinho, não reconhecida oficialmente (Quadro 3).
Quadro 3: Percentual de participação dos municípios com maior ocorrência da Raiva dos Herbívoros no
MS no período de 1981 a 2007.
Município
Número de anos atingidos
Porcentagem em 27 anos
Aquidauana
24
88,88%
Corumbá
22
81,48%
Anastácio
20
74,07%
Bonito
19
70,37%
Miranda
16
59,25%
Corguinho
15
55,55%
Coxim
13
48,14%
Bodoquena
12
44,44%
xxx
Bela Vista
11
40,74%
Jardim
9
33,33%
Rio Verde de MT
9
33,33%
Rio Negro
9
33,33%
De 1981 até 2007, dos 78 municípios de Mato Grosso do Sul, 33,33% ainda não foram
atingidos com a raiva e compreendem os municípios de Angélica, Aparecida do Taboado, Aral Moreira,
Bataguassu, Bataiporã, Brasilândia, Deodápolis, Douradina, Eldorado, Fátima do Sul, Figueirão,
Iguatemi, Itaporã, Itaquiraí, Ivinhema, Japorã, Jateí, Juti, Mundo Novo, Naviraí, Novo Horizonte do Sul,
Paranhos, Selvíria, Sidrolândia, Tacurú e Vicentina (Figura 17).
Figura 17: Municípios de Mato Grosso do Sul sem ocorrência de casos de raiva no período de
1981 até 2007.
Após a implantação do laboratório de Raiva na IAGRO/MS em 1981, todos os dados
epidemiológicos começaram a ser registrados para posterior análise para a defesa sanitária.
xxxi
No período de 1981 a 2007, a raiva esteve presente em 52 municípios. Ocorreram 1381 focos
onde foram capturados 11518 morcegos hematófagos e foram vacinados 71.656.611 bovinos e 226.761
eqüinos.
Dos 52,0 municípios de Mato Grosso do Sul atingidos com a raiva desde a implantação do
programa até 2007, Aquidauana, é que mais contribuiu com a participação dos casos.
O município de Costa Rica se destacou a partir de 2002, com participação em todos os anos
seguintes até 2007 com 51 casos (Quadro 4) sem nenhum registro de casos nos anos anteriores. Isto se
atribui à falta de conhecimento da doença, a falta de investigação epidemiológica e a falta de prática de
envio de material para diagnóstico laboratorial.
Quadro 4: Relação dos municípios de MS e ocorrência de raiva no período de 1996 a 2007.
199
6
199
7
199
8
199
9
200
0
200
1
200
2
200
3
200
4
200
5
200
6
200
7
TOTA
L
Qtd
e
ano
s
Água Clara
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
6,0
0,0
0,0
6,0
1
Alcinópolis
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
1,0
5,0
2,0
0,0
0,0
0,0
8,0
3
Amambaí
1
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
1,0
0,0
0,0
0,0
2,0
2
Anastácio
3
0,0
0,0
1,0
0,0
8,0
15,0
4,0
2,0
0,0
0,0
0,0
33,0
6
Anaurilândia
0,0
1,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
1,0
1
Antonio João
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
5,0
3,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
8,0
2
Aquidauana
4
1,0
2,0
3,0
5,0
9,0
5,0
0,0
1,0
1,0
0,0
0,0
31,0
9
Bandeirantes
0,0
0,0
2,0
4,0
1,0
1,0
0,0
0,0
0,0
4,0
1,0
0,0
13,0
6
Bela Vista
0,0
0,0
0,0
1,0
17,0
8,0
3,0
0,0
0,0
0,0
1,0
0,0
30,0
4
Bodoquena
1,0
3,0
2,0
0,0
1,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
7,0
4
Bonito
1,0
1,0
6,0
19,0
7,0
5,0
0,0
2,0
3,0
1,0
0,0
0,0
45,0
7
Caarapó
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
3,0
0,0
3,0
1
Camapuã
0,0
0,0
0,0
0,0
3,0
0,0
5,0
7,0
7,0
9,0
6,0
2,0
39,0
7
Campo Grande
1,0
0,0
1,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
2,0
4,0
8,0
4
Caracol
0,0
0,0
0,0
0,0
5,0
1,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
6,0
2
Cassilândia
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
1,0
0,0
0,0
1,0
0,0
0,0
2,0
2
Chapadão do Sul
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
1,0
0,0
1,0
1
Corguinho
1,0
0,0
1,0
0,0
4,0
2,0
0,0
2,0
0,0
0,0
1,0
2,0
13,0
7
Coronel Sapucaia
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
2,0
0,0
0,0
0,0
2,0
1
Corumbá
2,0
1,0
3,0
3,0
3,0
2,0
0,0
2,0
3,0
2,0
0,0
1,0
22,0
10
Costa Rica
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
6,0
3,0
3,0
20,0
14,0
5,0
51,0
6
Coxim
2,0
0,0
0,0
2,0
3,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
7,0
3
Dois Irmãos do Buriti
0,0
0,0
2,0
1,0
3,0
2,0
4,0
4,0
2,0
0,0
1,0
0,0
19,0
8
Dourados
0,0
0,0
1,0
6,0
2,0
2,0
4,0
0,0
1,0
0,0
0,0
0,0
16,0
6
Glória de Dourados
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
2,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
2,0
1
Guia Lopes da Laguna
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
5,0
3,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
8,0
2
Inocência
0,0
0,0
0,0
2,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
2,0
1
Jaraguari
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
1,0
0,0
0,0
13,0
4,0
2,0
20,0
4
Municípios
xxxii
Jardim
0,0
0,0
0,0
0,0
2,0
3,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
5,0
2
Ladário
1,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
1,0
1
Laguna Caarapã
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
28,0
0,0
0,0
0,0
28,0
1
Maracajú
6,0
0,0
0,0
1,0
1,0
8,0
6,0
4,0
1,0
0,0
1,0
1,0
29,0
9
Miranda
3,0
4,0
6,0
1,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
14,0
4
Nioaque
0,0
0,0
0,0
0,0
1,0
7,0
13,0
2,0
3,0
0,0
0,0
0,0
26,0
5
Nova Alvorada do Sul
0,0
0,0
0,0
1,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
1,0
1
Nova Andradina
0,0
0,0
4,0
1,0
0,0
0,0
0,0
1,0
0,0
0,0
0,0
2,0
8,0
4
Paranaíba
0,0
0,0
0,0
1,0
1,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
2,0
2
Pedro Gomes
0,0
2,0
1,0
2,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
5,0
3
Ponta Porã
0,0
1,0
0,0
0,0
1,0
6,0
3,0
4,0
7,0
0,0
0,0
0,0
22,0
6
Porto Murtinho
0,0
0,0
0,0
2,0
9,0
4,0
1,0
2,0
0,0
0,0
0,0
0,0
18,0
5
Ribas do Rio Pardo
0,0
0,0
0,0
0,0
1,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
1,0
1
Rio Brilhante
7,0
0,0
1,0
2,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
10,0
3
Rio Negro
0,0
0,0
0,0
1,0
0,0
0,0
0,0
1,0
0,0
1,0
0,0
0,0
3,0
3
Rio Verde de MT
5,0
1,0
0,0
0,0
2,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
8,0
2
Rochedo
0,0
0,0
1,0
0,0
1,0
0,0
0,0
0,0
2,0
2,0
0,0
0,0
6,0
4
Santa Rita do Pardo
0,0
0,0
0,0
2,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
2,0
1
São Gabriel d'Oeste
5,0
0,0
0,0
0,0
3,0
0,0
0,0
0,0
9,0
4,0
2,0
1,0
24,0
6
Sete Quedas
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
5,0
0,0
0,0
5,0
1
Sonora
0,0
1,0
0,0
1,0
1,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
2,0
0,0
5,0
4
Taquarussú
0,0
0,0
0,0
0,0
1,0
0,0
5,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
6,0
2
Terenos
0,0
0,0
0,0
0,0
1,0
3,0
1,0
3,0
1,0
0,0
0,0
2,0
11,0
6
Três Lagoas
1,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
1,0
1
TOTAL DE CASOS
44,0
16,0
33,0
57,0
79,0
81,0
82,0
46,0
78,0
69,0
39,0
22,0
646,0
-
16
10
14
21
25
18
19
15
18
13
13
10
52
-
TOTAL DE
MUNICÍPIOS
De todos os casos da raiva diagnosticados em todas as espécies analisadas desde 1996 até
2006 pelo laboratório de Raiva da IAGRO a Raiva dos Herbívoros representou 82,51% dos casos
positivos e que 20,11% de todas as amostras de herbívoros analisadas foram positivas para Raiva.
Neste mesmo período, foram encaminhadas 12418 amostras para exames laboratoriais e 5,70% delas
foram positivas para a raiva (Quadro 5).
Quadro 5: Exames realizados pelo laboratório da IAGRO (LADDAN/IAGRO/MS). No período de 1996
a 2006.
Amostras Trabalhadas
Amostras
Positivas
Herbívoros
2908
585
Amostras
Positivas por
Espécie
%
20,11
Carnívoros
6705
104
1,55
0,83
Quirópteros
2497
15
0,6
0,12
Outras
308
5
1,62
0,04
Espécie
Total de amostras
Positivas
%
4,71
xxxiii
Total amostra
12418
709
--
5,7
Neste mesmo período – 1996 até 2006- 11709 amostras, analisadas pelo laboratório do
IAGRO, foram negativas para raiva o equivalente a 94.30% de todas as amostras analisadas (Figura 18).
Negativo
300
250
200
150
100
50
06
20
05
20
04
20
03
20
02
20
01
20
00
20
98
97
99
19
19
19
96
0
19
NUMEROS AMOSTRAS
Positivo
Figura 18: Exames Laboratoriais realizados pelo LADDAN/IAGRO/MS.
Relação amostras positiva-negativa no período 1996-2006.
No período de 1996 até 2007 os municípios de Aquidauana e Maracajú tiveram ocorrência da
doença em nove anos com 31 e 29 casos, respectivamente, e também com registros em anos anteriores
e Corumbá com ocorrência em dez anos com 22 casos.
O município de Dois Irmãos de Buriti teve participação com oito anos de ocorrência da doença
e com 19 casos, e com registro também em anos anteriores.
Analisando a tabela dos municípios de Mato Grosso do Sul atingidos pela Raiva dos
Herbívoros neste período de 1996-2007 (Quadro 4) constata-se que nos municípios vizinhos a área de
risco conhecida e contemplada com a vacinação compulsória da Raiva dos Herbívoros ocorrem casos
constantemente neste municípios.
Dos 14 municípios da área de risco Corguinho-MS apresentou focos nos últimos dois anos
sendo um caso em 2006 e dois em 2007 e Corumbá apresentou dois casos em 2005 e um em 2007
(Quadro 4); Miranda último caso em 1999; Bodoquena, Rio Verde de MT e Coxim últimos casos em
2000; Jardim e Caracol em 2001;Porto Murtinho em 2003; Anastácio último caso em 2004; Aquidauana,
Bonito e Rio Negro últimos casos em 2005; e Bela Vista em 2006.
Entretanto, pode-se observar um aumento significativo do número de casos entre 2000 e 2002
(Figura 19).
Entretanto, pode-se observar uma queda significativa no número de diagnósticos realizados no
ano de 2003 da área de risco num total de 13. (Quadro 4) Essa redução pode ser atribuída ao programa
de vacinação obrigatória para áreas endêmicas para a raiva.
Ainda em 2006, 23,62% das 1342 amostras que foram analisadas pelo LADDAN/IAGRO foram
de morcegos não hematófagos e 0,63% destas amostras foram positivas para raiva. Já os 38 morcegos
xxxiv
hematófagos analisados, 2,63% das amostras foram positivas para raiva o que representa 0,074% do
total das amostra analisadas. Já as amostras dos herbívoros analisadas que representou 13,71% do
total de amostras analisadas, 23,91% foram positivas para raiva (Quadro 4).
Municípios
Casos de Raiva
100
80
60
40
20
0
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
Anos
Figura 19. Casos positivos e municípios atingidos pela raiva em MS no período de 1996 a
2007.
Ainda neste mesmo ano de 1996, do total de amostras analisadas de todas as espécies, 3,72%
foram positivas para raiva (Quadro 6).
Quando ocorre aumento de casos numa região, ocorre também um maior aumento do número
de amostras enviadas para o laboratório e também um maior número de amostras negativas (Figura 20).
Este aumento pode ser atribuído ao fato novo gerado entre os produtores e médicos veterinários que
criam expectativas pré-determinadas de diagnósticos pré-formados erroneamente. Também se atribui
este aumento pelo fato de que a doença é 100% letal e a pressa em descobrir a causa de mortalidade
nas propriedades e tomar as medidas profiláticas mais rápido possíveis.
Quadro 6: Exames Laboratoriais realizados pela LADDAN/IAGRO/MS de amostras enviadas em 1996
no MS.
Espécie
Número de
Amostras
Bovina
169
4
4
1
3
7
2
0
5
6
1
3
4
40
Eqüídea
15
1
1
0
0
1
0
0
0
0
0
0
1
4
Canina
630
0
0
0
0
1
0
0
0
0
1
0
0
2
Felina
154
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
Morcegos Hematófagos
38
0
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
Morc. não Hematófagos
317
0
0
1
0
0
0
0
0
1
0
0
0
2
Outras
19
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
94
100
91
0
5
7
Amostras
Total de Positivo
1342
50
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Positivos
107 152
6
6
33
2
117 221 102
3
9
2
103 113 109
2
3
5
1342
50
xxxv
Total de Negativo
1292
101 146
31
114 212 100
Positivo
94
95
84
101 110 104
1292
Negativo
s
a
rt 300
s 250
o 200
m
a 150
e 100
d
50
o
r
e 0
m
ú
N
Anos
Figura 20: Número de diagnósticos positivos e negativos realizados pelo LADDAN/IAGRO/MS, no
período de 1996 a 2006.
.
Analisando, ainda, o banco de dados da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e
Vegetal de Mato Grosso do Sul – IAGRO, encontramos a relação dos abrigos cadastrados até setembro
2007 relacionados por municípios, quantidade de abrigos e abrigos de hematófagos (Quadro 7).
Os abrigos estão cadastrados com coordenadas geográficas através de aparelhos de GPS Posicionamento Global por Satélites - e grafados no Track Maker® para facilitar o acesso a qualquer
técnico do Serviço de Atenção Veterinária Oficial de Mato Grosso do Sul- IAGRO/MS, como também
para auditagem. O cadastro contém informações como: município, região, nome do proprietário, nome
da propriedade, tipo de abrigo, habitado ou não e coordenadas geográficas.
Os tipos de abrigos mais comum no Mato Grosso do Sul são: cavernas, poços, manilhas,
taperas, locas, pontes, turbinas, minas, serras, árvores e fornos de carvoarias abandonados.
Corguinho é o município que mais se destaca com 49 abrigos cadastrados, sendo 19 habitados
por hematófagos.
Desde a implantação do programa em 1981 pela IAGRO/MS, foram capturados 11.518
morcegos até dezembro de 2007 sendo, portanto, intensificado estas capturas a partir de 2002 com 5100
morcegos capturados até dezembro 2007. (Figura 22).
xxxvi
Quadro 7: Distribuição dos abrigos cadastrados por município até
setembro de 2007 em Mato Grosso do Sul- Brasil
Municípios
1. Água Clara
2.Alcinópolis
3.Amambaí
4. Anaurilândia
5. Antônio João
6. Aquidauana
7. Aparecida do Taboado
8. Aral Moreira
9. Bandeirantes
10. Bela Vista
11. Bodoquena
12. Bonito
13. Brasilândia
14. Caarapó
15. Camapuã
16. Campo Grande
17. Cassilândia
18. Corguinho
19. Corumbá
20. Costa Rica
21. Dourados
22. Jaraguari
23. Juti
24. Maracajú
25. Nova Andradina
26. Pedro Gomes
27. Ponta Porã
28. Porto Murtinho
29. Rio Brilhante
30. Rio Verde de MT
31. Rochedo
32. São Gabriel d'Oeste
33. Terenos
TOTAL
Números
de abrigos
2,0
12,0
1,0
1,0
12,0
5,0
1,0
1,0
4,0
5,0
9,0
48,0
4,0
2,0
7,0
3,0
4,0
49,0
13,0
32,0
2,0
40,0
1,0
2,0
3,0
1,0
4,0
3,0
1,0
6,0
1,0
13,0
1,0
293,0
Abrigos
de
hematófagos
2,0
4,0
1,0
1,0
9,0
1,0
1,0
1,0
1,0
5,0
3,0
18,0
4,0
2,0
6,0
1,0
2,0
19,0
5,0
18,0
2,0
3,0
1,0
0,0
3,0
0,0
1,0
2,0
1,0
5,0
1,0
6,0
1,0
130,0
xxxvii
Figura 21: Mapa dos municípios com abrigos de morcegos cadastrados até 2007.
1200
Quantidade
1000
800
600
400
200
0
Variação anual
Morcegos
Capturados
Figura 22: Morcegos capturados no período de 1981 até 2007.
xxxviii
Em 2002 foram capturados 1100 morcegos; em 2003, 820 morcegos; em 2004 foram
capturados 1015 morcegos; em 2005, 483 morcegos; em 2006, 1025 morcegos; e em 2007 foram
capturados 657 morcegos.
Ainda, de 2003 a 2007 foram analisados 1982 morcegos dos quais 0,70% resultaram positivos.
No ano de 2003 foram enviados para exame laboratorial 228 morcegos, dos quais 1,35% foram
positivos para raiva. Em 2004 foram enviados para exame laboratorial 358 morcegos dos quais 0,55%
foram positivos; em 2005 foram enviados para exame laboratorial 326 morcegos dos quais 0,30% foram
positivos para raiva; em 2006 foram enviados para exame laboratorial 330 morcegos dos quais 1,21%
foram positivos para raiva; e em 2007 foram enviados para exame laboratorial 740 morcegos dos quais
0,54% foram positivos para raiva.
Neste período de janeiro de 1996 até dezembro de 2007, foram diagnosticados 646 casos de
raiva dos herbívoros, distribuídos entre 52 municípios onde se destacam os municípios de Costa Rica
com 51 casos e seis anos de ocorrência; em seguida vem Bonito com 45 casos e sete anos de
ocorrência; seguido com Camapuã com 39 casos e sete anos de participação; seguido por Anastácio
com 33 casos e seis anos de participação; seguido por Aquidauana com 31 casos e nove anos de
participação; seguido por Bela Vista com 30 casos e 4 anos de participação; seguido por Maracajú com
29 casos e 9 anos de participação; e Corumbá com 22 casos e dez anos de participação (Figura 23).
Neste período de janeiro de 1996 até dezembro de 2007, foram atingidos pela Raiva dos
Herbívoros 52 municípios e 26 municípios não foram atingidos pela raiva dos Herbívoros (Figura 24).
Todos os municípios da região Norte, exceto Figueirão, Nordeste, Oeste e Sudoeste do Estado
de Mato Grosso do Sul já foram atingidos pela Raiva dos Herbívoros.
Na região central, apenas
Sidrolândia não registrou nenhum caso da doença. As regiões Leste, Sul e Sudeste foram as menos
atingidas pela doença, porém, já foram encontrados e cadastrados abrigos de vetores e que estão
habitados e indicando que a qualquer momento pode a doença aparecer
Neste ano de 1996, 16 municípios de Mato Grosso do Sul foram atingidos pela Raiva dos
Herbívoros, sendo que dez deles, ou seja, 62,50% estão na área de risco e que os mesmos participaram
com 23 casos num total de 44 o equivalente a 52,27% dos casos positivos (Figura 25).
Os municípios da área de risco que foram atingidos são: Anastácio, Aquidauana, Bodoquena,
Bonito, Corguinho, Corumbá, Coxim, Ladário, Miranda e Rio Verde de Mato Grosso. Os demais
municípios atingidos, fora da área de risco são: Amambaí, Campo Grande, Maracajú, Rio Brilhante, São
Gabriel d'Oeste e Três Lagoas. Os municípios de Maracajú e São Gabriel d'Oeste estão próximos da
área de risco conhecida e ainda possuem abrigos de morcegos cadastrados.
No ano de 1997, dez municípios de Mato Grosso do Sul foram atingidos pela Raiva dos
Herbívoros, sendo que seis deles, ou seja, 60% estão na área de risco e que os mesmos participaram
com 11 casos num total de 16, o equivalente a 68,75% dos casos positivos (Figura 26).
xxxix
Figura 23: Ocorrência de raiva nos municípios do Estado do Mato Grosso do Sul no período de
1996 até 2007.
Os municípios da área de risco atingidos: Aquidauana, Bodoquena, Bonito, Corumbá, Miranda
e Rio Verde de Mato Grosso. Os demais municípios atingidos, fora da área de risco com ocorrência são:
Anaurilândia, Pedro Gomes, Ponta Porã e Sonora.
Os municípios de Pedro Gomes e Sonora estão próximos da área de risco conhecido e
apenas Pedro Gomes possui abrigo de morcegos cadastrado.
xl
Figura 24: Mapa dos municípios com (vermelho) e sem ocorrência de raiva (verde) no período
de 1996 a 2007 no Estado do Mato Grosso do Sul.
Em 1998, 14 municípios de Mato Grosso do Sul foram atingidos pela Raiva dos Herbívoros,
sendo que 6 deles, ou seja, 42,85% estão na área de risco e que os mesmos participaram com 20 casos,
num total de 33, o equivalente a 60,60% dos casos positivos (Figura 27).
Os municípios da área de risco atingidos são: Aquidauana, Bodoquena, Bonito, Corguinho,
Corumbá, Miranda. Os demais municípios atingidos, fora da área de risco são: Bandeirantes, Campo
Grande, Dois Irmãos de Buriti, Dourados, Nova Andradina, Pedro Gomes, Rio Brilhante e Rochedo.
Os municípios de Dois Irmãos de Buriti, Pedro Gomes e Rochedo estão próximos da área de
risco conhecido e apenas o município de Dois Irmãos de Buriti não possui abrigos de morcegos
cadastrados.
Em 1999, 21 municípios de Mato Grosso do Sul foram atingidos pela Raiva dos Herbívoros,
sendo que nove deles, ou seja, 42,85% estão na área de risco e que os mesmos participaram com 33
casos num total de 57, o equivalente a 57,89% dos casos positivos (Figura 28).
xli
Os municípios da área de risco atingidos são: Anastácio, Aquidauana, Bela Vista, Bonito,
Corumbá, Coxim, Miranda, Porto Murtinho e Rio Negro. Os demais municípios atingidos, fora da área de
risco são: Bandeirantes, Dois Irmãos de Buriti, Dourados, Inocência, Maracajú, Nova Alvorada do Sul,
Nova Andradina, Paranaíba, Pedro Gomes, Rio Brilhante, Santa Rita do Pardo e Sonora.
Figura 25: Mapa dos municípios com ocorrência da Raiva dos herbívoros em 1996 no Estado
do Mato Grosso do Sul.
Neste ano de 2000, 25 municípios de Mato Grosso do Sul foram atingidos pela Raiva dos
Herbívoros, sendo que 11 deles, ou seja, 44,00% estão na área de risco e que os mesmos participaram
com 58 casos num total de 79 o equivalente a 73,41% dos casos positivos (Figura 29).
xlii
Figura 26: Mapa dos municípios com ocorrência da Raiva dos herbívoros em 1997 no Mato
Grosso do Sul.
Os municípios da área de risco atingidos foram: Aquidauana, Bela Vista, Bodoquena, Bonito,
Caracol, Corguinho, Corumbá, Coxim, Jardim, Porto Murtinho e Rio Verde de Mato Grosso. Os demais
municípios atingidos, fora da área de risco foram: Bandeirantes, Camapuã, Dois Irmãos de Buriti,
Dourados, Maracajú, Nioaque, Paranaíba, Ponta Porã, Ribas do Rio Pardo, Rochedo, São Gabriel
d'Oeste, Sonora, Taquarussú e Terenos.
Neste ano de 2001, 18 municípios de Mato Grosso do Sul foram atingidos pela Raiva dos
Herbívoros, sendo que 9 deles, ou seja, 50% estão na área de risco e que os mesmos participaram com
41 casos num total de 81 o equivalente a 50,61% dos casos positivos (Figura 30).
Os municípios da área de risco atingidos: Anastácio, Aquidauana, Bela Vista, Bonito, Caracol,
Corguinho, Corumbá, Jardim e Porto Murtinho. Os demais municípios atingidos, fora da área de risco:
Antonio João, Dois Irmãos de Buriti, Dourados, Guia Lopes da Laguna, Maracajú, Nioaque, Ponta Porã e
Terenos. Municípios próximos da área de risco. Ver figura 37.
xliii
Figura 27: Mapa dos municípios com ocorrência da Raiva dos herbívoros em 1998 no Mato
Grosso do Sul.
Neste ano de 2002, 19 municípios de Mato Grosso do Sul foram atingidos pela Raiva dos
Herbívoros, sendo que 4 deles, ou seja, 21,05% estão na área de risco e que os mesmos participaram
com 24 casos num total de 82, o equivalente a 29,26% dos casos positivos (Figura 31).
Os municípios da área de risco atingidos: Anastácio, Aquidauana, Bela Vista e Porto Murtinho. Os
demais municípios atingidos, fora da área de risco: Alcinópolis, Antonio João, Cassilândia, Camapuã,
Costa Rica, Dois Irmãos de Buriti, Dourados, Glória de Dourados, Guia Lopes da Laguna, Jaraguari,
Maracajú, Nioaque, Ponta Porã, Taquarussú e Terenos
xliv
Figura 28: Mapa dos municípios com ocorrência de Raiva dos herbívoros em 1999 no Mato
Grosso do Sul.
Neste ano de 2003, 15 municípios de Mato Grosso do Sul foram atingidos pela Raiva dos
Herbívoros, sendo que seis deles, ou seja, 40% estão na área de risco e que os mesmos participaram
com 13 casos num total de 46, o equivalente a 28,26% dos casos positivos (Figura 32).
Os municípios da área de risco atingidos: Anastácio, Bonito, Corguinho, Corumbá, Porto
Murtinho e Rio Negro. Os demais municípios atingidos, fora da área de risco: Alcinópolis, Camapuã,
Costa Rica, Dois Irmãos de Buriti, Maracajú, Nioaque, Nova Andradina, Ponta Porã e Terenos. Os
municípios de Camapuã, Dois Irmãos de Buriti, Maracajú, Nioaque e Terenos estão próximos da área de
risco conhecido e apenas os municípios de Dois Irmãos de Buriti e Nioaque não possuem abrigos de
morcegos cadastrados.
xlv
Figura 29: Mapa dos municípios com ocorrência da Raiva dos herbívoros em 2000 no Mato
Grosso do Sul.
Neste ano de 2004, 18 municípios de Mato Grosso do Sul foram atingidos pela Raiva dos
Herbívoros, sendo que quatro deles, ou seja, 22,22% estão na área de risco e que os mesmos
participaram com nove casos num total de 78, o equivalente a 11,53% dos casos positivos (Figura 33).
Os municípios da área de risco atingidos foram: Anastácio, Aquidauana, Bonito e Corumbá. Os
demais municípios atingidos, fora da área de risco foram: Alcinópolis, Amambaí, Coronel Sapucaí, Costa
Rica, Dois Irmãos de Buriti, Dourados, Laguna Caarapã, Maracajú, Nioaque, Ponta Porã, Rochedo, São
Gabriel d'Oeste e Terenos.
xlvi
Figura 30: Mapa dos municípios com ocorrência da Raiva dos herbívoros em 2001 no Mato
Grosso do Sul.
No ano de 2005, 13 municípios de Mato Grosso do Sul foram atingidos pela Raiva dos
Herbívoros, sendo que quatro deles, ou seja, 30,76% estão na área de risco e que os mesmos
participaram com cinco casos num total de 69, o equivalente a 7,24% dos casos positivos (Figura 34).
Os municípios da área de risco atingidos foram: Aquidauana, Bonito, Corumbá e Rio Negro. Os
demais municípios atingidos, fora da área de risco: Água Clara, Bandeirantes, Camapuã, Cassilândia,
Costa Rica, Jaraguari, Rochedo, São Gabriel d'Oeste e Sete Quedas. Os municípios de Bandeirantes,
Camapuã, Jaraguari, Rochedo, São Gabriel d'Oeste e Costa Rica estão próximos da área de risco
conhecido e ainda possuem abrigos de morcegos cadastrados e habitados.
xlvii
Figura 31: Mapa dos municípios com ocorrência da Raiva dos herbívoros em 2002 no Mato
Grosso do Sul.
Em 2006, 13 municípios de Mato Grosso do Sul foram atingidos pela Raiva dos Herbívoros,
sendo que dois deles, ou seja, 15,38% estão na área de risco e que os mesmos participaram com dois
casos num total de 39, o equivalente a 5,12% dos casos positivos (Figura 35).
Os municípios da área de risco atingidos são: Bela Vista e Corguinho. Os demais municípios
atingidos, fora da área de risco: Bandeirantes, Caarapó, Camapuã, Campo Grande, Chapadão do Sul,
Costa Rica, Dois Irmãos de Buriti, Jaraguari, Maracajú, São Gabriel d'Oeste e Sonora. Os municípios de
Camapuã, Dois Irmãos de Buriti, Jaraguari, Maracajú, São Gabriel d'Oeste e Sonora estão próximos da
área de risco conhecido e apenas os Municípios de Chapadão do Sul, Dois Irmãos de Buriti e Sonora
não possuem abrigos de morcegos cadastrados
xlviii
Figura 32: Raiva dos herbívoros. Epidemiologia. Mapa dos municípios com ocorrência da
Raiva dos herbívoros em 2003 no Mato Grosso do Sul.
Em 2007, dez municípios de Mato Grosso do Sul foram atingidos pela Raiva dos Herbívoros,
sendo que dois deles, ou seja, 20,0% estar na área de risco e que o mesmo participaram com três casos
num total de 22, o equivalente a 13,63% dos casos positivos (Figura 36).
Os municípios da área de risco atingido são: Corumbá e Corguinho. Os demais municípios
atingidos, fora da área de risco: Camapuã, Campo Grande, Costa Rica, Jaraguari, Maracajú, Nova
Andradina, São Gabriel d'Oeste e Terenos. Os municípios de Camapuã, Jaraguari, Maracajú, São
Gabriel d'Oeste e Terenos estão próximos da área de risco conhecido e ainda possuem abrigos de
morcegos cadastrados.
xlix
Figura 33: Mapa dos municípios com ocorrência da Raiva dos herbívoros em 2004 no Mato
Grosso do Sul.
Também, neste mesmo ano, foram vacinados 8.152.610 animais no Estado na área de risco e
nos perifocos; foram capturados 657 morcegos; atendidos 17 focos com 22 casos positivos e atingidos
os dez municípios acima citados.
Apenas o município de Corumbá e Corguinho-MS, pertence a área de risco e se apresentou
apenas com três casos e os demais municípios com 19 casos assim distribuídos: Camapuã com dois
casos, Campo Grande com quatro, Costa Rica com cinco casos, Jaraguari com dois casos, Maracajú
com um, Nova Andradina com dois casos, São Gabriel D'Oeste com um caso e Terenos dois casos.
Observando os mapas de ocorrência da doença desde 1996 até 2007 constatamos que em
todos os anos a área de risco teve participação, em média no período de 37,63%, bem como, também,
os municípios vizinhos desta área, tiveram em média participação de 35,22% no numero de casos, o que
reforça, ainda mais a necessidade de se fazer uma campanha de educação sanitária intensa na região
(Quadro 8).
l
Figura 34: Mapa dos municípios com ocorrência da Raiva dos herbívoros em 2005 no Mato
Grosso do Sul.
A IAGRO atua de imediato nos casos de suspeita ou foco da doença como: preenchimento do
Formulário de Investigação de Doença-Inicial (Form-In) visita a propriedade com levantamento
epidemiológico, necropsia de animal com coleta de material, exames laboratoriais, mapeamento do foco
e perifoco com levantamento do rebanho e propriedades envolvidos, localização de abrigos, captura e
tratamento de vetores, orientação ao proprietário dos animais na aplicação de vampiricida em animais
atacados, acompanhamento e ou orientação de vacinação, seguida de visitas nas propriedades foco e
perifoco por mais 60 dias depois de debelado o foco. Também utilizando a educação sanitária em saúde
animal e no treinamento de pessoal com cursos de harmonização de coletas de amostra, reuniões e
palestras.
li
Figura 35: Mapa dos municípios com ocorrência da Raiva dos herbívoros em 2006 no Mato
Grosso do Sul.
Todas as amostras são analisadas no laboratório da IAGRO e também enviadas parte das
amostras para exame histopatológico e isolamento viral / bacteriano em outros centros de diagnósticos
conveniados como Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.
Se a amostra for positiva na IFD o resultado é divulgado imediatamente e o registro do caso é
lançado na mesma agilidade de tempo na planilha mensal. Ainda assim, a amostra é novamente
examinada na prova de ICC, protocolo este utilizado também para as amostras negativas para IFD, e o
seu prazo de protocolo oficial do MAPA é de no mínimo 30 dias. Este tempo de 30 dias para a
confirmação do diagnóstico é muito grande para o veterinário de campo que se não possuir
conhecimento epidemiológico e conhecimento da doença e for esperar pelo resultado laboratorial para
tomar as medidas preventivas, possivelmente o prejuízo será grande, além de estar colocando em risco
o seu emprego e a sua reputação como médico veterinário. Isto sugere a substituição de imediato do
teste de ICC pelo Teste em Cultura Celular que reduz o tempo de diagnóstico em 86,66% além de
descartar o uso de animais cobaias e reduzir o custo do diagnóstico.
lii
Pelo
protocolo,
o
resultado
de
todas
as
amostras
realizadas
pelo
laboratório
LADDAN/IAGRO/MS são devidamente enviados para o Gestor de Defesa Sanitária Animal. Este envia
para cada Regional que por sua vez, envia aos escritórios locais de todos os municípios do Estado. Na
prática, isto não vem acontecendo, o que se sugere que os resultados dos exames sejam encaminhados
diretamente para os municípios envolvidos, independentemente de a amostra ser enviada pelo órgão
oficial ou por terceiros. Nada justifica a ocorrência da doença numa região sem o conhecimento da
Unidade Local do Serviço de Atenção Veterinária Oficial.
Figura 36: Mapa dos municípios com ocorrência da Raiva dos herbívoros em 2007 no Mato
Grosso do Sul.
liii
Quadro 8: Percentual dos municípios atingidos pela raiva dos herbívoros em cada região (área de risco, área
vizinha à área de risco e área fora da área de risco) do Estado de Mato Grosso do Sul, no período de 1996 a
2007.
Ano
Área de Risco
Área Vizinha
Área Fora de Risco
TOTAL
Quantidade
Municípios
%
Quantidade
Municípios
%
Quantidade
Municípios
%
Municípios
%
1996
10
62,50
2
12,50
4
25,00
16
100,00
1997
6
60,00
2
20,00
2
20,00
10
100,00
1998
6
42,86
4
28,57
4
28,57
14
100,00
1999
9
42,86
5
23,81
7
33,33
21
100,00
2000
11
44,00
9
36,00
5
20,00
25
100,00
2001
9
50,00
6
33,33
3
16,67
18
100,00
2002
4
21,05
9
47,37
6
31,58
19
100,00
2003
6
40,00
6
40,00
3
20,00
15
100,00
2004
4
22,22
7
38,89
7
38,89
18
100,00
2005
4
30,77
5
38,46
4
30,77
13
100,00
2006
2
15,38
7
53,85
4
30,77
13
100,00
2007
2
20,00
5
50,00
3
30,00
10
100,00
TOTAL
73
-
67
-
52
-
-
-
Média/Anual
-
37,64
-
35,23
-
27,13
-
100,00
Os relatórios de atividade mensal elaborado pelo LADDAN/IAGRO, referente aos exames
laboratoriais estão disponibilizados no site da IAGRO, porém, sem atualização, o que sugere uma
atualização mensal com disponibilidade de todos os dados referentes aos casos como: proprietário,
propriedade, município, espécie, coordenada e resultado do exame que além de tornar mais
transparente seria mais fácil para consulta e acompanhamento.
A página da IAGRO na internet, na guia da sanidade animal, não consta nada sobre o PECRH
como também não consta de outros programas sanitários de importância e execução pelo órgão, o que
sugere que seja feito um melhor aproveitamento desta ferramenta para informar ao seu público alvo,
entidades de ensino e pesquisa, acadêmicos e corpo técnico do próprio órgão.
Todas as metas e estratégia de ação do PECRH são cumpridas, exceto o cadastramento de
abrigos de vetores. Constatamos que existem 52 municípios atingidos pela doença e apenas 33,0
municípios com cadastros de abrigos de vetores atualizados. Isto se atribui ao não cumprimento das
metas e estratégias de ação do PECRH. Também constatamos que existe cadastramento de abrigos em
municípios sem nenhum caso da doença e isto se atribui a preocupação da letalidade da doença, para
facilitar trabalhos futuros e de emergência e zelo com responsabilidade do médico veterinário pela sua
Unidade Local de Atenção Veterinária.
Sugere-se que todos os municípios onde ocorram casos da doença deveriam ter seus abrigos
identificados, cadastrados e trabalhados com visitas periódicas com confecção de relatórios de vigilância
sanitária em saúde animal.
liv
Nos municípios contemplados com a vacinação compulsória reduziu em muito os casos da
doença, o que evidencia a eficácia da vacina na prevenção da doença. A época mais indicada para a
vacinação é a que antecede o período de maior incidência de focos, que no caso do Mato Grosso do Sul,
é representado pelo outono (abril, maio e junho). Os animais deverão entrar neste período devidamente
imunizado, já com o reforço vacinal.
Existe no Estado o calendário oficial de vacinação contra raiva dos herbívoros podendo o
produtor decidi a melhor época para realização da vacinação nas etapas de maio ou novembro para as
áreas contempladas com a vacinação compulsória. Nos demais municípios a vacinação é facultativa ou
quando da ocorrência de foco.
Em estudos anteriores, a maioria dos casos de raiva diagnosticados no Estado, corresponde
aos bovinos com idade inferior a um ano de idade o que se atribui a animais sem imunização ou ainda
sem o reforço vacinal. O que também sugere uma campanha de educação sanitária junto aos órgãos de
classes, escolas, casas agropecuárias, radio, jornal, televisão e diretamente aos produtores rurais da
necessidade de se vacinar estes animais e fazer também o reforço vacinal.
Estudos anteriores revelam que na área estudada a raiva ocorre ciclicamente havendo picos de
crescimento e declínio dos casos em intervalos de sete anos e sazonalidade no outono (MORI; LEMOS,
1998) e com o somatório dos dados atualizados também se confirma o mesmo resultado. Estas
características da doença favorecem a execução das ações de combate e controle à enfermidade, pois
podemos interferir preventivamente com a indicação da vacinação e controle de vetores em épocas
estratégicas.
Depois da implantação da legislação da vacinação compulsória na área endêmica apenas 31
casos ocorreram distribuídos em oito municípios: Anastácio, Aquidauana, Bela Vista, Bonito, Corguinho,
Corumbá, Rio Negro e Porto Murtinho. Mais uma vez comprovada à eficiência da vacina no controle da
doença.
O município de Maracajú, devido à freqüência anual e de números de casos da doença e
vizinho próximo à área endêmica, sugere a inclusão no grupo dos municípios contemplados com a
legislação.
O município de Dois Irmãos de Buriti com grande participação em anos atingidos e com muitos
casos da doença, a topografia do município, vizinho de Aquidauana, município fonte enzoótica primária
da doença e também vizinho de Anastácio, com grandes áreas indígenas e de assentamentos rurais,
também sugere a inclusão no grupo dos municípios contemplados com a legislação e ainda com
vacinação oficial nas áreas indígenas e assentamentos rurais.
O município de Costa Rica, apesar de não ser vizinha a área de risco, mais bem próxima da
área vizinha de risco, se destacou a partir de 2002, com participação em todos os anos seguintes até
2007 com 51 casos e possui 32 abrigos cadastrados com 18 deles habitados com morcegos
hematófagos, o que sugere, também, a inclusão no grupo dos municípios contemplados com a
legislação.
Nos demais municípios vizinhos ou próximos da área endêmica da doença, vêm ocorrendo
casos com relativa freqüência anual, além de constar e estar cadastrados abrigos habitados por
lv
morcegos hematófagos: Alcinópolis, Antônio João, Bandeirantes, Camapuã, Figueirão, Guia Lopes da
Laguna, Jaraguari, Nioaque, Pedro Gomes, Rochedo, São Gabriel d'Oeste, Sonora e Terenos. Isso
sugere a ocorrência de uma campanha de educação sanitária além de levantamento epidemiológico de
abrigos ainda não cadastrados e trabalhados. A ocorrência da doença num determinado local depende
da existência de vetores na região.
No período de 1996 a 2007, a área vizinha da área de risco participou com 67 casos da doença, com as
seguintes participações, em quantidade de anos: dos municípios de Maracajú com nove anos; Dois
Irmãos de Buriti com oito anos; Camapuã com sete anos; Bandeirantes, São Gabriel d'Oeste e Terenos
com seis anos; Nioaque com cinco anos; Rochedo, Jaraguari e Sonora com quatro anos; Pedro Gomes
e Alcinópolis com três anos; e Antonio João e Guia Lopes da Laguna com dois anos.
Figura 37: Mapa dos municípios para serem trabalhados com educação sanitária e
levantamento epidemiológico de abrigos (amarela) e municípios da área de risco com
vacinação compulsória para Raiva dos Herbívoros (vermelha).
Exceto a área de risco e da área vizinha de risco a Raiva dos Herbívoros vem ocorrendo de
lvi
forma de surtos esporádica no restante do Estado, e neste período de 1996 a 2007, participou com 52,0
casos da doença distribuídos nas regiões Leste, Sul, Sudeste, Sudoeste e também central do Estado
(Figura 38). Aqui os casos ocorridos são de animais com a doença incubada transportados de regiões
atingidas ou por migração de colônias de morcegos de áreas inundadas pela hidrelétrica de Porto
Primavera, onde foi necessário o desmatamento da vegetação natural para o represamento de água no
Rio Paraná onde centenas de propriedade rurais foram desapropriadas, totalizando uma extensão
próxima de 180 mil hectares e conseqüentemente retirou-se a população animal (bovinos, eqüinos,
suínos, aves e animais silvestres), que forneciam alimentos para os morcegos hematófagos, provocando
o seu deslocamento através dos afluentes do Rio Paraná como os Rios Ivinhema, Rio Pardo, Rio Verde
e Três Barras.
Os municípios que margeiam o Rio Paraná e seus afluentes, principalmente na região da
hidroelétrica de Porto Primavera, eram considerados áreas silenciosas e por 16 anos não foram
constatadas nenhum foco da raiva nas propriedades rurais dessa região. Porém, em 1997 com o início
da desapropriação das propriedades rurais para a formação do lago da hidroelétrica de Porto Primavera,
iniciou-se as primeiras mortes de bovinos e eqüinos, com sintomatologia nervosa no município de
Anaurilândia. Nos anos seguintes atingiram Nova Andradina, Dourados, Santa Rita do Pardo, Ribas do
Rio Pardo e Taquarussú.
lvii
Figura 38: Raiva dos Herbívoros. Epidemiologia. Mapa dos municípios de Mato Grosso do Sul
com surtos esporádicos (Laranja) de Raiva dos Herbívoros no período de 1996 a 2007.
O Estado de Mato Grosso do Sul, possui três áreas epidemiológicas distintas para a ocorrência
da Raiva dos Herbívoros: área de risco reconhecida oficialmente, área vizinha da área de risco e área
fora da área de risco com ocorrência de surtos esporádicos (Figura 39).
lviii
Figura 39: Mapa dos municípios da área de risco atingidos pela Raiva (vermelho) e não
atingidos (verde) e área de surtos esporádicos (Laranja) no período de 1996 até 2007 no Mato
Grosso do Sul.
A participação destas três regiões, no período de 1996 até 2007, média geral no período de
37,63% de casos da doença na área de risco, 35,22% de casos da doença na área vizinha da área de
risco e 27,12% de casos da doença na área fora da área de risco com surtos esporádicos. (Figura 40).
lix
Área de Risco
o
ã
i
g
e
r
a
d
a
c
e
d
l
a
tu
n
e
c
r
e
P
Área Viz inha de Risco
Área fora de Risco
100%
80%
60%
40%
20%
0%
96
97
98
99
0
1
2
3
4
Participação anual
5
6
7
Figura 40: Percentual de participação das regiões da área de Risco, Vizinha da Área de Risco e
Fora da Área de Risco conhecido para ocorrência da Raiva dos Herbívoros em Mato Grosso do
Sul no período de1996 a 2007.
lx
5. CONCLUSÃO
A atuação da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal de Mato Grosso do Sul –
IAGRO, no controle e combate da Raiva dos Herbívoros, com registro de todos os dados
epidemiológicos; com amparo legal; com o emprego intensivo da educação sanitária; atendimento aos
focos e perifocos; com coletas de material com diagnóstico laboratorial próprio; captura, controle e
tratamento de vetores; vigilância epidemiológica nos abrigos, nas áreas de risco e nas áreas atingidas
pela doença; treinamento do pessoal técnico; juntamente com a participação dos produtores rurais tem
se conseguido a redução da doença em índices aceitáveis e controláveis e se mostrando competente e
satisfatório, porém, ainda, com necessidade de rever suas ações e condutas e se fazer os ajuste
necessários envolvendo toda a Autarquia.
As campanhas de vacinações em massa crescentes nas áreas de riscos contempladas pela
Legislação Sanitária Estadual–MS de Vacinação Compulsória para a Raiva dos Herbívoros alcançando
mais de oito milhões de animais vacinados em 2007, comprovando a redução drástica da doença na
área de risco para apenas três casos em dois únicos municípios da área de risco, comprova a eficiência
da vacina.
Caracterizados os aspectos epidemiológicos e evolução da Raiva dos Herbívoros no Mato
Grosso do Sul como a sazonalidade, ciclicidade, espécies mais afetadas, idade de maior ocorrência da
enfermidade, municípios mais atingidos, áreas geográficas de maior ocorrência da doença, localização
dos abrigos, conhecidas todas estas características favorecem a execução das ações de combate à
enfermidade, em que podemos interferir preventivamente na evolução e direção da Raiva através da
indicação de vacinação preventiva, controle de vetores em meses estratégicos.
lxi
6. REFERÊNCIAS BIBIOGRÁFICAS
BARROS, C. S. L.; MARQUES, G. H. F. Procedimentos para o diagnóstico das doenças do sistema
nervoso central de bovinos. Brasília: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento,
Departamento de Defesa Animal, 2003.
BRASIL. MINISTÉRIO DA AGRICULTURA PECUÁRIA E ABASTECIMENTO. SECRETARIA DE
DEFESA AGROPECUÁRIA. DEPARTAMENTO DE DEFESA ANIMAL Programa Nacional de
Controle da Raiva dos Herbívoros. Controle da Raiva Dos Herbívoros - Manual Técnico. Brasília,
104 p. 2005.
BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE. Morcegos em áreas
urbanas e rurais: manual de manejo e controle. Gráfica e Editora Brasil, Brasília, p. 117. 1996.
LEMOS, R.A.A. -2005. Tese de doutorado apresentada à Faculdade de Ciências Agrárias e
Veterinárias – Unesp, Campus de Jaboticabal.
LEMOS, R. A. A.; BRUM, K. B.; MORI, A. E.; BONILHA, M. M.; KATAYAMA, K. A.; ANGREVES, G. M.;
CAVALLÉRO, J. C. M. Doenças caracterizadas por sintomatologia nervosa em bovinos em
bovinos em Mato Grosso do Sul. In: BARROS, C. S. L.; LEMOS, R. A. A.; CAVALLÉRO, J. C. M.
(Ed.). Manual de procedimentos para diagnóstico histológico diferencial da encefalopatia
espongiforme dos bovinos (BSE). São Paulo, p. 31-48. 2001.
LEMOS, R. A. A.; DRIEMEIER, D.; DUTRA, I. S.; BARROS, C. S. L. Doenças do sistema nervosa de
bovinos no Brasil. Coleção Vallée. 1ª Edição. São Paulo. 2006.
LEMOS, R.A.A.; MORI, A.E ; KADRI, A.RAIVA. Série Qualificação Rural 2. Campo Grande, MS.
EDITORA UFMS P.63-86, 2004.
MATO GROSSO DO SUL, AGÊNCIA ESTADUAL DE DEFESA SANITÁRIA ANIMAL E VEGETAL.
Banco de dados. 2007
lxii
MORI, A. E. & LEMOS, R. A. A. Raiva. In: LEMOS. R. A. A. Principais enfermidades de bovinos de
corte do Mato Grosso do Sul: reconhecimento e diagnóstico. Campo Grande, MS:. Editora UFMS,
p. 47-58. 1998.
PEREIRA, L. R. M. Prevenção, conscientização e mobilização contra a Raiva. Revista Conselho
Federal de Medicina Veterinária (CFMV) – Brasília/DF- Ano XIII – 41:15-16, 2007.
RIET-CORREA, F.; SCHILD, A. L.; MÉNDEZ, M. C.; LEMOS, R. A. A. Doenças de ruminantes e
eqüinos. São Paulo: Ed. Varela, Vol. 1, p.149-162. 2003.
lxiii
Download

FRANCISCO BEZERRA DE CARVALHO NETO