Jornada de Iniciação Científica da Faculdade Dom Bosco I Jornada de Iniciação Científica 1 Jornada de Iniciação Científica da Faculdade Dom Bosco Organização Durval Antunes Filho Diretor geral do Grupo Dom Bosco Augusto César Tosin Diretor geral da Faculdade Dom Bosco Luiz Fernando Bianchini Diretor adjunto da Faculdade Dom Bosco Evilásio Gentil de Souza Neto Diretor acadêmico da Faculdade Dom Bosco Sueli Aparecida Zimermann Coordenadora acadêmica da Faculdade Dom Bosco Ana Carolina R. M. Bustamante Coordenadora de extensão e pós-graduação da Faculdade Dom Bosco Sandra Mara Meireles Adolph Coordenadora de pesquisa e iniciação científica da Faculdade Dom Bosco Produção Comunicação Grupo Dom Bosco Marketing Grupo Dom Bosco 2 I Jornada de Iniciação Científica Apresentação A Faculdade Dom Bosco realizou, de 14 a 18 de fevereiro de 2011, a I Jornada de Iniciação Científica. Além das palestras, que contaram com presenças ilustres como a do Prof. Waldomiro Gremski, trinta e quatro pesquisas realizadas pelos alunos foram expostas em formato de painéis nas sedes Mercês e Marumby. Esta publicação eletrônica apresenta o conteúdo dos painéis elaborados pelos alunos. Eles refletem parte das atividades de pesquisa realizada e em desenvolvimento na instituição. A jornada oportunizou a divulgação das pesquisas elaboradas pelos alunos, proporcionou troca de informações e experiências, incentivou a investigação científica entre os discentes, consolidando o aprendizado, gerou publicações discentes e docentes. A iniciação científica não é o primeiro passo do graduando no desenvolvimento científico, mas a oportunidade para a revelação de novos talentos. Agradecemos a todos que contribuíram para a realização da I Jornada de Iniciação Científica e destacamos a participação de alunos e professores no processo. I Jornada de Iniciação Científica 3 índice Faculdade Dom Bosco – Campus Marumby Curso de Administração de Empresas CAUSADORES DA INFLAÇÃO BRASILEIRA: SEUS IMPACTOS SOBRE AS CONDIÇÕES SOCIAIS NAS DÉCADAS DE 1980 E 1990................................. pág. 10 Autores: Amanda Martelotti, Andressa X. Coutinho, Tiago Fernandes Orientador: Ciro Burgos Fernandez LEGISLAÇÃO TRABALHISTA: ANÁLISE DA GESTÃO TRABALHISTA EM UMA EMPRESA DO RAMO ALIMENTÍCIO EM CURITIBA – PR............... pág. 13 Autores: Cristiane O. G. Silva, Cristiani B. J. Brito, Giovane R. Machado, Leila de Almeida e Maiara Scroccaro Orientadora: Kelly Pauline Baran FROTA PRÓPRIA x FROTA TERCEIRIZADA: ANÁLISE DOS CUSTOS EM UMA EMPRESA DE MATERIAL DE CONSTRUÇÃO EM CURITIBA.................... pág. 16 Autoras: Fernanda Biss, Francine Dimare, Leila de Almeida, Maiara Scroccaro Orientador: Antonio Menezes RELATÓRIO ADMINISTRATIVO: ANÁLISE TRABALHISTA JUNTO A UMA EMPRESA DE HOT DOG........................................................................................ pág. 19 Autores: Aline Oliveira Branco, Luana Rodrigues Marques, Marcos Navarro e Thais Perpétuo Orientadora: Kelly Pauline Baran POLÍTICA ECONÔMICA, ESTABILIDADE E DISTRIBUIÇÃO DE RENDA NO BRASIL NAS DÉCADAS DE 1980 E 1990............................................................. pág. 21 Autores: Ana Paula Popadiuk Mückenberger, Ana Rosa Delfino e Felipe Augusto Mafazolli Orientador: Ciro Burgos Fernandez Curso de Direito O ESTADO E O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL................................ pág. 24 Autora: Silvana Ferreira Orientador: José Maurino de Oliveira Martins 4 I Jornada de Iniciação Científica índice DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: TI VERDE........................................ pág. 27 Autora: Viviane Comarella Orientador: José Maurino de Oliveira Martins CRÉDITO DE CARBONO: SUA IMPORTÂNCIA PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL.............................................................. pág. 29 Autora: Nadia Vivian Rodrigues Orientador: José Maurino de Oliveira Martins ASFALTO ECOLÓGICO – DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL EM PROL DO BEM-ESTAR E MELHORIA DA QUALIDADE DE VIDA........................ pág. 31 Autor: Edivan Sharles Fragoso Orientador: José Maurino de Oliveira Martins Curso de Psicologia A RELAÇÃO ENTRE CONFLITOS E O PROCESSO DE MEDIAÇÃO.......... pág. 34 Autora: Mélani Lívia Naves de Lima Rodrigues Orientadora: Noemia Hepp Panke A DEMAGOGIA POLÍTICA................................................................................... pág. 36 Autor: Marcelino de Paula Orientadora: Noemia Hepp Panke COMO O LÍDER DEMONSTRA PERANTE A EQUIPE QUE É REALMENTE UM LÍDER? ............................................................................................................... pág. 37 Autora: Flavia Isabel de Moura Orientadora: Vera Fontura Egg S. Cruz DOENÇA DE ALZHEIMER: CUIDANDO DO CUIDADOR........................... pág. 39 Autores: Julio C. de Moraes; Regina Yoko N. Lima, Silvia C. Castro, Tamires T. Guedes, Vanda M. Ferrari Orientadora: Flavia M. P. Soares O PAPEL DAS INSTITUIÇÕES NA PRODUÇÃO DA VIOLÊNCIA.............. pág. 41 Autora: Tatiane Ferreira Tedesco Orientadora: Noemia Hepp Panke I Jornada de Iniciação Científica 5 índice Faculdade Dom Bosco – Campus Mercês Curso de Educação Física PLIOMETRIA COMO UMA ALTERNATIVA PARA O TREINAMENTO DE FORÇA DE EXPLOSIVA......................................................................................... pág. 43 Autores: Neiry Ellen Gasperin, Frederico B. Moraes Jr. Orientador: Keith Sato Urbinati POTÊNCIA AERÓBIA E CAPACIDADE ANAERÓBIA EM ATLETAS DE JUDÔ.......................................................................................... pág. 44 Autoras: Elizélia de Campos Felipe, Luci de Cassia Ribeiro Orientador: Keith Sato Urbinati CORRELAÇÃO ENTRE COMPOSIÇÃO CORPORAL E METABOLISMO ENERGÉTICO NO JUDÔ........................................................................................ pág. 45 Autoras: Alessandra Chime Lopes, Ana Paula Batista, Danielle de Campos Pereira Landal Orientador: Keith Sato Urbinati RADICAIS LIVRES DURANTE EXERCÍCIO AERÓBIO E A INFLUÊNCIA DA ALIMENTAÇÃO ANTIOXIDANTE..................................................................... pág. 46 Autores: Eurico Heisler Belloto, Kamila Kely Iatzaki, Michelle Ferreira Lima de Paula, Tatiane Aparecida de Andrade Corrêa Orientadora: Renata Teixeira Mamus Gomes USO DA NANOCIÊNCIA E NANOTECNOLOGIA NA SUPLEMENTAÇÃO ALIMENTAR COMO AUXÍLIO ERGOGÊNICO............................................... pág. 48 Autores: Felipe Ohya Araujo, Francisco Xavier, Leandro Junior do Nascimento, Marcos Antônio Goes Junior Orientadora: Renata Teixeira Mamus Gomes MANUTENÇÃO DO PESO CORPORAL ATRAVÉS DE UMA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL E A PRÁTICA REGULAR DE EXERCÍCIOS FÍSICOS............... pág. 50 Autores: André Lucas Ferreira, Emily Juliane Faria, Isabella Mazurik, Katia Stefani Ukan Orientadora: Renata Teixeira Mamus Gomes 6 I Jornada de Iniciação Científica índice ATIVIDADE FÍSICA ALIADA A UMA BOA ALIMENTAÇÃO NO PERÍODO GESTACIONAL......................................................................................................... pág. 52 Autoras: Deise Cally Mattana dos Santos, Giselle de Souza, Tatiane Baroni Orientadora: Renata Teixeira Mamus Gomes FATORES QUE INFLUENCIAM NA HIDRATAÇÃO EM ESPORTES DE ENDURANCE............................................................................................................ pág. 54 Autores: César Artur de Castro Junior, Cleiton Vaz França, Dilvano Leder de França Orientadora: Renata Teixeira Mamus Gomes Curso de Fisioterapia PRESCRIBED EXERCISE IN PEOPLE WITH FIBROMYALGIA: PARALLEL GROUP RANDOMISED CONTROLLED TRIAL (Selwyn C.M. Richards; David L. Scott)............................................................................................................................ pág. 59 Autoras: Daniele Merchiori; Dayane Cavalcante; Elaine Raizer Orientadora: Sandra Mara Meireles Adolph PUNHO....................................................................................................................... pág. 61 Autoras: Camila G. Ribas, Jennifer M. S. Paz, Juliele D. Machado Orientador: Cassio Preis FADIGA NO LUPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO: UM ESTUDO RANDOMIZADO CONTROLADO DE EXERCÍCIOS...................................... pág. 63 Autores: Anderson Tiago dos Santos, Luiz Gustavo Hack Bornancin, Ronny Skaraboto, Wellington de Souza Orientadora: Sandra Mara Meireles Adolph UMA COMPARAÇÃO DA TÉCNICA KNEIPP DE HIDROTERAPIA COM FISIOTERAPIA CONVENCIONAL NO TRATAMENTO DA OSTEOARTRITE DO QUADRIL OU JOELHO: PROTOCOLO DE UM ESTUDO PROSPECTIVO RANDOMIZADO CLÍNICO CONTROLADO.................................................... pág. 65 Autoras: Juliana Bertolino Silva, Priscila Fonseca Bento, Raquel de Gois Batista, Thaísa Wolski Kokufu Orientadora: Sandra Mara Meireles Adolph I Jornada de Iniciação Científica 7 índice EXERCÍCIOS PARA PREVENIR E TRATAR A OSTEOPOROSE EM MULHERES PÓS-MENOPÁUSICAS............................................................................................ pág. 67 Autores: Daniel Alberton Batista, Mayara Lopes, Mônica Basuc, Pamela Pedroso, Ana Claudia Minguetti Orientadora: Sandra Mara Meireles Adolph REPRESENTAÇÃO DE IDOSOS SEGUNDO CRIANÇAS E PRÉ-ADOLESCENTES............................................................................................. pág. 69 Autora: Veronica Nascimento Costa Orientador: Francisco Zanardini ASSISTÊNCIA AO IDOSO...................................................................................... pág. 71 Autora: Veronica Nascimento Costa Orientador: Francisco Zanardini ALTERAÇÕES POSTURAIS E O USO DA MOCHILA ESCOLAR NO ENSINO FUNDAMENTAL – 5ª A 8ª SÉRIES....................................................................... pág. 73 Autoras: Claucia Faria, Danielly Silvério, Luzia Oliveira, Tatiane da Silva, Verônica Costa Orientadoras: Salete do Rocio C. Brandalize e Beatriz Koppe INFLUÊNCIA DA CARGA DO MATERIAL ESCOLAR................................... pág. 75 Autores: Vieira, A. M., Carolina Garcia, Menezes, J. A., Santos, R. P. L. Orientadoras: Salete do Rocio Cavassin Brandalize e Beatriz Koppe CONSEQUÊNCIAS PARA A COLUNA NA FASE INFANTIL ENFATIZANDO O USO DA MOCHILA................................................................................................. pág. 77 Autoras: Cristiane M. Cemim, Glaci K. Dodone, Hellen Youngblood, Rosemeri Zimerman, Shelry Zimerman Orientadora: Salete do Rocio Cavassin Brandalize 8 I Jornada de Iniciação Científica Jornada de Iniciação Científica da Faculdade Dom Bosco ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS Campus Marumby I Jornada de Iniciação Científica 9 Causadores da inflação brasileira: seus impactos sobre as condições sociais nas décadas de 1980 e 1990 Autores: Amanda Martelotti, Andressa Xavier Coutinho, Tiago Fernandes Orientador: Ciro Burgos Fernandes RESUMO Com a economia brasileira em crise nos anos 1980 e início dos anos de 1990, o desenvolvimento do país foi interrompido. Gerado por planos econômicos fracassados que tinham o objetivo de combater a inflação, pela diminuição de capacidade de investimentos, pelo nível elevado de consumo da população e de entre outros. Com isso a renda da população ficou ameaçada no sentido de que seus salários estavam sendo distribuídos de forma desproporcional, à medida que a inflação crescia, ocasionando um empobrecimento. A única saída que permitia a recuperação do país era a política neoliberal defendendo que o mercado voltasse a ser governado por suas próprias leis, juntamente com o Plano Real, que por sua vez tinha o objetivo de valorizar a moeda, aumentar a receita pública e a confiabilidade da nação. INTRODUÇÃO Neste artigo serão discutidas algumas das dificuldades enfrentadas pelo Brasil na crise de instabilidade econômica em que toda a nação sofreu no processo da desigualdade de distribuição da renda. Com a real contribuição para elaboração do trabalho, serão utilizados autores de diferentes décadas para a fundamentação. Por meio deles serão resumidos 10 I Jornada de Iniciação Científica estudos em forma de um artigo científico, com intuito de discutir, analisar e mostrar os resultados de planos que se adequaram aos fatores da inflação no Brasil e redução da desigualdade de renda. Nível da demanda Conforme NAJIB (1991), o alto nível de demanda foi o principal causador da inflação no Brasil. Em função do consumo compulsivo da sociedade, colocou-se em risco a capacidade produtiva dos setores industriais. Diante de tal situação, o governo precisou intervir com medidas políticas, visando à redução na capacidade aquisitiva da sociedade através de aumento de impostos, diminuição de números de parcelas em planos de consórcios, majoração das taxas de juros e até mesmo na diminuição dos salários dos empregados. Consequentemente com esse processo, o mercado foi prejudicado na questão da inflação de custos, pois precisava estar prevenido de qualquer contingência em relação à escassez e por isso tende a aumentar seus preços de venda a fim até de evitar a inflação da demanda. Déficit público O déficit público segundo NAJIB (1991) é a saída de recursos da área pública maior do que as entradas arrecadadas por meio de impostos. Dívida externa Nesse período dos anos de 1980, o Brasil foi um grande devedor no exterior. Conforme CASSINO PAIS (2000), na década de 1970, o país tinha abundância de recursos em poder dos bancos internacionais, mas devido ao choque do petróleo, que triplicou seus preços, ocorreu um crescente endividamento do país. Diante dessa dívida, os bancos credores ficaram desconfiados e pressionaram o devedor a recusar a fazer novos empréstimos. O Brasil foi obrigado a se adaptar às políticas ortodoxas com objetivo de aumentar as exportações, reduzir as importações e combater a inflação já que as taxas de juros estavam acentuadas devido ao grande volume de financiamentos externos, captados durante a década anterior. Segundo o autor, com essa pressão, os bancos credores fizeram um ajustamento drástico junto ao FMI, o PIB per capita do Brasil caiu em 8,9%, penalizando os salários e favorecendo os lucros dos exportadores. ATUAÇÃO DOS GOVERNOS NA DÉCADA DE 1980: PROGRAMAS DE ESTABILIZAÇÃO ECONÔMICA Segundo BRUM (1999), numa abordagem criteriosa da década de 80, nota-se que foi a fase mais inflacionária da história. O governo em face desse descontrole promoveu a adoção de indexadores econômicos e remarcação de preços. Surgiu o Plano Cruzado a fim de estabilizar a crise com o congelamento de preços, criação de nova moeda, extinção da indexação, bem como a fixação da taxa de câmbio. De 1986 a 1994, o Plano Cruzado gerou expectativas inflacionárias, pois a mesma recuou para níveis próximos a zero. Esse período também foi marcado pela grande monetização e pressão sobre os sistemas reais de economia gerando grande procura de bens e serviços, de consumo e de produção. DÉCADA DE 90: NOVO CENÁRIO POLÍTICO-ECONÔMICO O início da década de 1990 foi marcado pelo conturbado governo do presidente Alagoano Fernando Collor de Mello, como é ressaltado por PETTA, OJEDA (1999). O Plano Collor foi a primeira ação do novo governo, que assim como os governos anteriores, tinha como objetivo primário, o combate à inflação. Junto a esse plano, foi criada nova moeda e todos os depósitos foram congelados por 18 meses. Nesse cenário, a euforia da sociedade assumiu o descontentamento frente ao governo Collor, pois, como destaca o autor referenciado, o congelamento dos depósitos não era basicamente um confisco. Cerca de 80% do valor dos salários foram confiscados, num momento em que o governante ignorou a inflação do período, congelando pelo valor do mês anterior, sendo que estes deveriam ter sido reajustados. A época foi marcada pelos caras-pintadas, que foram às ruas contra a postura de Collor, que alegava sua garantia de poder, pelos milhões de votos alcançados nas eleições. O congresso aprovou o impeachment, mas o presidente renunciou antes. A política neoliberal: solução ou agravamento social? Em uma análise geral realizada por BRUM (1999), as medidas adotadas pelo Collor, tinham objetivos pertinentes frente à reestruturação da economia brasileira, em pontos como processo de abertura da economia, incentivando a modernização do país, tornando o Brasil atraente aos investimentos externos, reduzindo a presença do estado, privatizando empresas estatais, entre outras medidas. Com a saída do presidente, o governo de Itamar Franco e FHC, também utilizou as ideias neoliberais para fortalecimento de seus planos econômicos, com intuito principal de eliminar a desconfiança da população com os governos anteriores e retomar o crescimento da economia brasileira em território nacional e internacional. Plano Real No ano de 1993 o presidente da república, Itamar Franco, nomeava Fernando Henrique Cardoso como ministro da Fazenda, o qual reuniu uma equipe de renomados economistas para elaborar um plano, na tentativa de controlar a inflação. Nascia então o Plano Real, anunciado em 7 de setembro desse ano. Concentração de renda O Brasil, segundo CACCIAMALI (2002), apresenta um perfil distributivo de renda extremamente desigual e ressalta que um dos motivos, além das precárias atuações governamentais ao longo da história política do Brasil, seria de que o país caracteriza-se por grandes diversidades regionais e até mesmo entre estados da mesma região. Uma das medidas mais utilizadas para identificar o grau de concentração de renda de uma região é o Índice de Gini, em que são utilizados os dados de determinada porcentagem de acumulação da população com mesmo nível de renda, num eixo do gráfico, e no eixo cartesiano, menciona-se a porcentagem acumulada de renda agregada, calculada por meio dos níveis de renda da população expostos no eixo citado anteriormente. CONSIDERAÇÕES FINAIS Nesse cenário, as décadas de 1980 e 1990 foram marcadas pelas tentativas de reestruturação financeira de todos os setores econômicos do país. Os governos desse período implementavam medidas políticas a fim de conter a alta inflação que assolava o Brasil, mas na maioria das vezes elas apenas mascaravam o problema inflacionário. Diante do cenário econômico vivenciado desde as crises do petróleo, incluindo os problemas ocasionados na trajetória da história do Brasil, com destaque para as décadas de 1980 e 1990, percebe-se que a nação brasileira sofre com as consequências do desenvolvimento forçado até hoje. O crescimento precisava acontecer, mas o Brasil não estava preparado financeira e estrategicamente para essa mudança, e uma I Jornada de Iniciação Científica 11 das consequências disto foi a total instabilidade econômica vivenciada na época. Concordando com a ideia do autor NAJIB em seu entendimento sobre o assunto, é fato que a sociedade brasileira precisa ser conscientizada do principal fator da inflação: a demanda. Onde só conseguiremos resolver esses problemas por meio de contínua educação do consumidor, do ponto de vista da educação financeira e no sentido de planejar seu orçamento de forma a gastar seu dinheiro de forma coerente. Ainda no mesmo cenário, pode-se utilizar a exposição dos autores PETTA, OJEDA (1999), para refletir a respeito da condição social do Brasil na época, em que surgiram principalmente com as ideias neoliberais, um pensamento de primeiro mundo. Porém, nessa escolha, que sem sombra de dúvidas alavancou boa parte do desenvolvimento nacional, o rei da história foi o capital, pois a população brasileira, em sua maioria de baixa renda, precisou pagar a conta, pela guinada histórica que o país passava a viver, e os economistas da vez foram os trabalhadores, que com um salário baixo, devido à desvalorização do trabalho, precisavam, além de sofrer com as desigualdades sociais e de renda, fatores permanentes em nosso país, ser ainda menos consumistas, ou seja, privar-se do pouco direito que tinham de “gastar com o que quisessem”. Portanto nota-se no decorrer deste estudo, sobre as décadas de 1980 e 1990, que muito se fez pelo controle inflacionário e muito pouco pela melhor estruturação do Brasil, 12 I Jornada de Iniciação Científica principalmente no que diz respeito à distribuição de renda, como foi trabalhado no presente artigo. Assim, a população brasileira, desprovida de grande capacidade de intervenção, acompanhou as inúmeras tentativas dos governos em estruturar a economia brasileira e, sem sucesso, teve de se entregar às ideias neoliberais, deixando que o mercado fizesse a vez da história, durante a implementação do Plano Real. Escolha correta ou não, ao menos a nação pode respirar mais confiante diante da estabilidade econômica na década de 1990, contribuindo para um progresso rasteiro que segue até os dias de hoje. REFERÊNCIAS BAER, Werner. A economia brasileira. Nobel, 1995. BRUM, Argemiro Jacob. Desenvolvimento econômico brasileiro. Rio de Janeiro: Petrópolis, 1999. BURGOS, Ciro Francisco. Neoliberalismo e os cursos superiores de tecnologia no Brasil. (Mestrado) – PUC, Paraná, 2006. CASSIANO PAIS, António Jorge Fernandes. Economia na década de 80: consequências da crise da divida externa, inflação e crise do estado. 2000. CACCIAMALI, Maria Cristina. Distribuição de renda no Brasil: persistência do elevado grau de desigualdade. Pinho, D. & Vasconcellos, M.A. S., Manual de Economia, São Paulo: Saraiva, 2002. MATTAR, Fauze Najib. Inflação – Um fenômeno de causas múltiplas: os problemas da economia brasileira sob a ótica de um administrador. Revista de administração, São Paulo, v. 26 n. 3 p. 8894, julho/setembro 1991. PETTA, Nicolina Luiza de; OJEDA, Eduardo Aparicio Baez. História: uma abordagem integrada. São Paulo: Moderna, 1999. RAMOS, Lauro Roberto Albrecht. A distribuição de rendimentos no Brasil 1976/85. Rio de Janeiro: IPEA, 1993. REZENDE, Fernando. O plano real e outras experiências internacionais de estabilização. Brasília: IPEA, 1997. ROSSETTI, José Paschoal. Introdução à economia. Atlas, 2005. SMITH, Roberto; OLIVEIRA, Aécio Alves de. Integração social ou novas relações entre estado e sociedade no Brasil. Estudos Avançados. Scielo, São Paulo, Brasil, v. 9 n. 24, maio/ago. 1995. SOUZA, Nali de. Economia básica. Causas e efeitos da inflação, capítulo 9, p. 180 a 199. LEGISLAÇÃO TRABALHISTA: ANÁLISE DA GESTÃO TRABALHISTA EM UMA EMPRESA DO RAMO ALIMENTÍCIO EM CURITIBA – PR Autores: Cristiane O. G. Silva, Cristiani B. J. Brito, Giovane R. Machado, Leila de Almeida e Maiara Scroccaro. Orientadora: Kelly Pauline Baran INTRODUÇÃO A empresa, foco deste trabalho, pertence ao setor alimentício através da venda de cachorroquente e outros lanches. Está localizada na cidade de Curitiba/PR, e atualmente é composta por 3 (três) sócios e 32 (trinta e dois) funcionários. A empresa teve início em 1983 quando sua fundadora identificou a oportunidade de abrir um negócio com carrinho de cachorro-quente no bairro Boqueirão. A gestora iniciou o empreendimento ao ver alguns familiares atuarem nesse ramo, prevendo que seria rentável para garantir o sustento de sua família. Além disso, trabalhando como autônoma, ela conquistaria a independência tão almejada. Em 1995, a empreendedora resolveu adquirir uma lanchonete no mesmo bairro. Por falta de planejamento e mão de obra especializada, o negócio não deu certo e a lanchonete precisou ser fechada. Contudo, com a experiência adquirida ela resolveu trabalhar novamente com o carrinho de cachorro-quente em novo endereço, o que lhe trouxe sucesso. No começo manipulava aproximadamente cinquenta lanches/noite e logo aumentou a produção para 600 seiscentos cachorrosquentes tradicionais/noite. Com o aumento da demanda, houve a necessidade de ampliar o negócio, com isso a proprietária adquiriu um imóvel para a instalação, o qual suportava a demanda e proporcionava conforto aos clientes. Devido ao crescimento, houve a necessidade de contratação de funcionários, aquisição de equipamentos e adequação às mudanças. Novos lanches foram produzidos, como cachorroquente prensado, cheese salada, egg, pernil, picanha, mignon, bacon, calabresa, frango, tudo e lombinho, totalizando aproximadamente 1500 lanches/noite. Pelo fato de a empresa não ter realizado um planejamento e desejar satisfazer suas necessidades, ela vem passando por modificações. O presente estudo visa a identificar as falhas no processo de gestão da empresa no que tange à aplicação das leis trabalhistas, apontando as devidas violações legais e propondo soluções administrativas e jurídicas mais cabíveis em termos de custo/ benefício para a organização. DESENVOLVIMENTO Salário por fora Ao analisar a empresa, observa-se que todos os colaboradores recebem uma quantia em espécie “por fora” da sua folha de pagamento. Isso se deve ao fato de que a gestora acredita que seus colaboradores mereçam ganhar um pouco mais, porém, regularizar a situação representa altos custos para a organização. Para solucionar o problema apontado, sugerese o estabelecimento de uma remuneração por cargos e salários e por tempo de serviço. A aplicação desse processo acarretará altos custos, mas há grandes chances de minimizar futuras ações trabalhistas. Jornada de trabalho / contraturno e pagamento de horas extras No Brasil, a norma geral prevê uma jornada de 8 horas para um módulo ou carga semanal de 44 horas. Desse modo, os colaboradores não devem exceder uma jornada diária de 7 horas e 30 minutos. O que ultrapassar a isso é tido como trabalho extraordinário. A hora extra é conceituada como trabalho realizado após à jornada normal do empregado, seja ela legal ou convencional, não podendo exceder a 2 horas diárias. De acordo com a Convenção Coletiva de Trabalho, as horas extras serão pagas com o adicional de 60% (sessenta por cento) sobre o valor da hora normal. No caso em questão, a empresa efetua o pagamento das horas extraordinárias para os colaboradores que I Jornada de Iniciação Científica 13 excedem sua jornada. Porém o percentual utilizado para o pagamento dessas horas é de 50% (cinquenta por cento). Destaca-se ainda que na empresa analisada os funcionários trabalham além das 2 horas previstas na legislação. Para isso recebem pelas duas horas extras e as demais são pagas “por fora” da folha de pagamento. Trabalho estrangeiro A empresa atualmente conta com duas funcionárias peruanas, sem visto permanente e consequentemente não registradas. Dessa maneira, verifica-se que a empresa atua ilegalmente ao oferecer trabalho para as estrangeiras, pois elas não conseguiram ainda o visto permanente. Motoboy As entregas dos lanches solicitados pelos clientes são feitas por meio de motoboy. A empresa dispõe de 5 (cinco) empregados contratados para isso. O sistema de pagamento adotado pela empresa se dá através de comissões, ou seja, os clientes ao solicitarem lanches terão que dispor de um valor fixo para entrega que ao final é repassado ao empregado. Telefonista A empresa atualmente conta com uma funcionária que trabalha como telefonista, perfazendo uma jornada de trabalho de 6 horas diárias e 6 dias semanais. Empregados sem vínculo A empresa analisada apresenta 14 I Jornada de Iniciação Científica quatro funcionárias que devem cumprir o horário de trabalho e as ordens da organização, mas não apresentam anotação em CTPS. Esse problema resulta do fato dessas colaboradoras receberem parcelas do seguro desemprego. Setor cheese Atualmente a organização possui um espaço especifico destinado à produção dos lanches cheeses, cedido para uma colaboradora cuja remuneração é de 12% do lucro sobre a venda. O problema nesse caso é que a funcionária é paga por comissão, porém, assina holerite como se recebesse um salário fixo normal. Altos empregados Altos empregados ou empregados que exercem cargos de confiança são aqueles que por definição, dada a natureza da função desempenhada, os elementos contratuais não possuem a mesma amplitude. Grupo econômico De acordo com o art. 2º parágrafo da CLT: "Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob direção, controle ou administração de outra, constituindo grupo industrial, comercial ou de qualquer outra atividade econômica, serão, para os efeitos da relação de emprego, solidariamente responsáveis e empresa principal e cada uma das subordinadas." Isso referencia diretamente o que ocorre com a empresa estudada cujo o nome fantasia é utilizado por outra empresa pertencente a um dos sócios. Esse problema é visto sob a ótica de que se houver qualquer pendência com os funcionários da outra empresa, a primeira também possui responsabilidade. Como a visão da empresa em estudo é a longo prazo criar franquias, a melhor opção é que a outra torne-se filial e siga as normas e regras desta. Vale-transporte Atualmente os colaboradores que necessitam do transporte coletivo recebem o valor diário do vale-transporte e assinam no final do mês o recibo integral. Conforme a Convenção Coletiva de Trabalho 2009/2010 (Trabalhadores no Comércio Hoteleiro, meios de Hospedagem e Gastronomia de Curitiba e Região): "o desconto dos percentuais permitidos, a título de fornecimento de vale-transporte, incidirá apenas sobre o salário dos dias que efetivamente há fornecimento do mesmo, no valor máximo de 5% e se houver a concessão do vale-transporte em espécie, não terá caráter remuneratório." Observa-se que esse percentual não está sendo cumprido, pois, a empresa está seguindo a CLT que determina o desconto de 6% do salário-base. Esse fator foi inserido por parte do escritório terceirizado de contabilidade que não repassou as devidas informações e também por falta de busca destas pelos gestores. E precisa ser corrigido. Verifica-se que o fato de a empresa trabalhar com o dinheiro em espécie diariamente gera riscos tanto para ela quanto para os empregados, dentre eles roubos e perdas. Uma sugestão para esse fator é solicitar a todos os colaboradores que usufruem do transporte coletivo a aquisição do cartão-transporte, fornecido gratuitamente pela Urbanização de Curitiba S/A. Sugere-se também que para o devido controle da distribuição dos vales-transportes seja elaborada uma planilha com a relação dos todos os funcionários. A falta de informação por parte do contador e também dos gestores provavelmente poderá acarretar uma ação trabalhista por incorreção do desconto de percentual na folha de pagamento. Por isso a empresa, em acordo com todos os colaboradores ativos, deve reparar a cobrança indevida dos últimos cinco anos. CONSIDERAÇÕES FINAIS A organização teve um crescimento significativo nos últimos anos o que acarretou, por parte da gestora, a prioriedade no atendimento da demanda e a manter a qualidade dos seus produtos. Esse crescimento revelou a falta de um planejamento que envolvesse todos os processos da organização. Além disso, a empresa não teve uma orientação competente no que tange a processos de gestão contábeis. Visualiza-se por meio deste estudo a capacidade gerencial e financeira para regularizar as falhas apontadas no presente relatório. Os gestores da organização podem utilizar os conceitos apresentados para gerar vantagem competitiva perante seus concorrentes, além de maximizar o uso de todos os recursos, sejam materiais, humanos e/ou financeiros. A organização, ao estar em conformidade com as leis trabalhistas, tem maior possibilidade de proteger-se de possíveis ações judiciais, além de equilibrar o quadro de colaboradores a fim de manter a motivação e a satisfação destes no que tange à remuneração salarial e ao clima organizacional. em: <web-aluno>. Acesso em: 8 de junho de 2010. MANUS, P. P. T.; ROMAR, C. T. M. CLT e legislação complementar em vigor. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2009. MARTINS, S. P. Direito do trabalho. 22. ed. São Paulo: Atlas, 2006. SÜSSEKIND, A.; et al. Instituições de direito do trabalho. v. 1, 22. ed. São Paulo: Atual, 2005. REFERÊNCIAS BARROS, A. M. Curso de direito do trabalho. 6. ed. São Paulo: LTr, 2010. CONVENÇÃO Coletiva de Trabalho das Telefonistas – 2010. Disponível em: <http:// www.sinttelce.org.br/index. php?option=com_content &view=article&id=227:telef onistas-convencao-coletiva 2010&catid=52:telefonistas &Itemid=305 >Acesso em: 15 de junho de 2010. CONVENÇÃO Coletiva de Trabalho dos Trabalhadores no Comércio Hoteleiro, Meios de Hospedagem e Gastronomia de Curitiba e Região 2009/2010. Disponível em: <web-aluno>. Acesso em: 8 de junho de 2010. CONVENÇÃO Coletiva de Trabalho – 2009/2010. Sindicato dos Trabalhadores Condutores de Veículos Motonetas, Motocicletas e Similares de Curitiba e Região Metropolitana. Disponível I Jornada de Iniciação Científica 15 FROTA PRÓPRIA x FROTA TERCEIRIZADA: ANÁLISE DOS CUSTOS EM UMA EMPRESA DE MATERIAL DE CONSTRUÇÃO EM CURITIBA Autoras: Fernanda Biss, Francine Dimare, Leila de Almeida, Maiara Scroccaro. Orientador: Antonio Menezes INTRODUÇÃO No Brasil, o ambiente altamente competitivo exige cada vez mais das empresas um esforço desafiador em atender às expectativas de seus clientes. Uma maneira das organizações se estabelecerem com sucesso nesse novo cenário é analisar seu processo logístico como estratégia competitiva. O custo logístico é composto pela somatória entre custo de armazenagem, custo de estocagem e custo de transporte, sendo que este último representa cerca de 60% das despesas logísticas. Assim, o presente artigo visa a analisar os custos de transporte em uma empresa de material de construção da cidade de Curitiba/PR, através do modal rodoviário. A organização atua nesse segmento há 25 anos, possui 30 funcionários, e para realizar a entrega das mercadorias conta com uma frota própria de 10 caminhões/ caminhonetes. No entanto para fins de análise serão utilizadas informações apenas de um veículo. O estudo será um comparativo entre frotas própria e terceirizada (informações advindas de pesquisa em transportadoras e autônomos), a fim de identificar qual é mais viável em termos de custos de transporte. LOGÍSTICA Logística tem como função atender às necessidades 16 I Jornada de Iniciação Científica dos consumidores, pois as relações interpessoais não acontecem de qualquer forma, e dependem de um conjunto de forças que estão presentes no cotidiano das empresas e dos consumidores finais do produto (NOVAES, 2007). “A logística é uma das atividades econômicas mais antigas da humanidade” (MIRA, 2005, p. 18). O desenvolvimento da logística deu-se através das atividades produtivas organizadas, quando o homem passou da economia extrativista para a produção especializada. Sendo assim, surgiram as três principais funções da logística: estoque, transporte e armazenagem (MIRA, 2005). “A logística é justamente uma ferramenta gerencial, um instrumento de marketing, para agregar valor com a prestação de serviço ao cliente” (mira, 2005). Mira (2005) afirma que a logística da atualidade é muito mais do que um instrumento gerencial ou uma ferramenta de marketing. Na verdade ela é um diferencial em que todos os segmentos podem desfrutar de seus mercados, a fim de agregar maior valor a seus produtos e serviços excedendo assim às expectativas de seus clientes. Modal rodoviário O transporte rodoviário de cargas representa 62% no Brasil, sendo que esse modal é o maior executado no país (MIRA, 2005). O transporte rodoviário é o mais independente dessa categoria, uma vez que possibilita movimentar uma grande variedade de materiais para qualquer destino, devido à sua flexibilidade, sendo utilizado para pequenas encomendas, e curtas, médias ou longas distâncias, por meio de coletas e encarecimento dos custos de transportes (BERTAGLIA, 2003). Entregas ponto a ponto (BERTAGLIA, 2003, p. 283). Grande parte da frota brasileira é de propriedade autônoma (pessoa física) que trabalha para embarcadores diversos e transportadoras. As duas formas mais utilizadas do transporte de carga são a lotação completa e carga funcional. A primeira advém do carregamento completo, ou seja, o veículo é carregado com todos os materiais contido no lote de despacho; na segunda é feito o compartilhamento da carga de dois ou mais embarcadores (NOVAES, 2007). A vantagem do transporte rodoviário é o seu alcance praticamente de todo o território nacional, com exceção de lugares remotos onde pela própria natureza não há possibilidade econômica de demandar esse tipo de serviço (NOVAES, 2007). A maior desvantagem para esse modal está nas rodovias nacionais que se encontram em um estado precário, gerando encarecimento dos custos de transportes (BERTAGLIA, 2003). Terceirização O termo está relacionado ao fornecimento de produtos, bens ou serviços, antes produzidos ou executados pela própria empresa, a uma outra, ou entidade (BERTAGLIA, 2003 p. 129). A terceirização é a contratação externa de atividades consideradas secundárias (FARMER, 2000, p. 361). Ela faz parte da estratégia das empresas, pois permite focar seu empenho em suas atividades principais, como redução de custos, obtendo maior velocidade e buscando reduzir ou aumentar a distância que as separa das empresas concorrentes (BERTAGLIA, 2003). Portanto, terceirização não é sinônimo de aquisição, ela está envolvida na provisão externa de atividade funcional; desse modo as decisões são de natureza estratégica (FARMER, 2000). SETOR DA CONSTRUÇÃO CIVIL De acordo com dados do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Paraná (Sinduscon-PR), o setor da construção tem respondido ao chamamento como um dos principais indutores do novo ciclo de crescimento nacional. Estima-se que a cadeia produtiva da construção, em nível nacional, representa 9,2% do PIB e é responsável pela ocupação de mais de 10 milhões de pessoas, apresentando a dimensão da força do setor. Ainda segundo o SindusconPR, no que se refere aos investimentos, o setor contribui com cerca de 40% do que é realizado atualmente. Eles são de grande importância para garantir o crescimento sustentável ao longo do tempo e ajudam a resolver gargalos importantes na infraestrutura nacional (social, urbana, logística, energética etc.), pois possui um papel duplo no funcionamento dos sistemas econômicos, além de, num primeiro momento, aumentar o consumo de fatores de produção e o nível de utilização da capacidade de produção já instalada. Num momento seguinte com a maturação desses gastos, expande-se a capacidade de oferta da economia, permitindo que ela cresça sem o aparecimento de desequilíbrios ou pressões sobre preços. O Sinduscon/PR informa que em 2008 o desemprego foi um dos mais tristes custos da crise mundial. No entanto, foi pelo emprego que a crise econômica demonstrou um dos seus piores aspectos. Por outro lado, é pelo trabalho que se evidencia o processo de recuperação e fortalecimento das atividades do setor. No ano de 2009, a construção contabilizou a geração de 177 185 novas vagas no país. Comparado a 1999 em diante, verifica-se que esse é um dos melhores resultados observados para o período, ficando atrás somente de 2008, ano em que foi registrado o melhor desempenho. A partir de janeiro, as empresas voltaram a contratar e em julho de 2009 a construção civil conseguiu recuperar as vagas perdidas no país no final do ano passado, ou seja, o setor precisou de sete meses para recompor os postos de trabalho perdidos no pior momento da crise. Os programas que impulsionaram as atividades do setor e geraram a contratação de mão de obra foram as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), além de obras dos lançamentos imobiliários e do Programa Minha Casa, Minha Vida (Sinduscon/PR). O ano de 2010 iniciou aquecido. Com base nos dados obtidos por meio do Sinduscon/ PR, a quantidade de empregos formais gerados em janeiro pelo setor representa novo recorde para este mês, um resultado de 54 330 novos postos de trabalhos representando mais de 42% do total de empregos gerados no período. Assim, o setor da construção é estratégico para o Brasil por assegurar um crescimento sustentável em longo prazo. Os investimentos na cadeia produtiva da construção têm impacto na geração de emprego e renda e na solução dos problemas socioeconômicos. CONSIDERAÇÕES FINAIS O modal rodoviário, com base no relatório de 2006 da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) possui participação de 61,1% em relação aos demais. Em contrapartida, num total de 89 552 km de malha rodoviária apenas 12 053 km (13,5%) estão em ótimo estado (CNT, 2009). Esse cenário representa a falta de iniciativa governamental e pouco investimento em infraestrutura no Brasil. A deficiência na manutenção e conservação do pavimento das rodovias influencia diretamente nos custos de transporte, pois em muitos casos geram avarias nas cargas transportadas, além de aumentar os I Jornada de Iniciação Científica 17 custos de manutenção dos veículos (CNT, 2009). Ao pesquisar o transporte próprio na organização, observou-se os seguintes aspectos: custo da empresa, dados do veículo, dados de mercado, itens de custo fixo e itens de custo variável. O caminhão é de médio porte, modelo Wolks 6-90, ano 1990. Os custos da empresa são calculados com base em um motorista e um ajudante. Com essa análise verificou-se que o custo fixo (R$/hora) é de R$ 23,96 e o custo variável (R$/km) é de R$ 0,56. O estudo está baseado em quatro principais rotas que o caminhão realiza. Elas são divididas por bairros da região de Curitiba, que totalizam um faturamento de R$ 100 000,00 (cem mil reais): Capão Raso/ Novo Mundo (rota 1), CIC/ Fazendinha (rota 2), Portão/ Água Verde (rota 3) e a rota do Pinheirinho (rota 4), transportando em média 5 000 kg/viagem sendo que os percursos 1 e 2 fazem em média 8 viagens/mês cada e 3 e 4 fazem em média 2 viagens/ mês cada. Além disso, as rotas foram analisadas com base em quilômetros rodados por viagem, respectivamente: 8 km, 12 km, 14 km e 10 km. Para estabelecer a comparação com a frota terceirizada, buscou-se informações com transportadoras locais e verificou-se a dificuldade em encontrar alguma que transportasse esse tipo de material (em sua maioria materiais brutos). Diante dessa pesquisa partiu-se para uma segunda análise, que foi a busca por “freteiros autônomos”. Com isso, obteve-se o custo de 18 I Jornada de Iniciação Científica frete por rota: rota 1 R$ 25,00/ viagem, rota 2 R$ 30,00/viagem, rota 3 R$ 30,00/viagem e rota 4 R$ 25,00/viagem. Tendo como base os quilos transportados, o número de viagens e os quilômetros rodados, fez-se um comparativo para obter o índice de quanto esses custos representam em relação ao faturamento indicado. O resultado foi um percentual de < 1%, enquanto o transporte próprio representa 5,87%. Com esses resultados, conseguiu-se visualizar que os custos de uma frota terceirizada é bem mais viável em relação aos de uma frota própria. Porém, a esta apresenta algumas vantagens perante o serviço terceirizado, que são: pessoalidade na entrega; disponibilidade em tempo integral do caminhão; controle da qualidade quanto ao manuseio dos materiais; divulgação da marca. Além disso, freteiros autônomos não oferecem o seguro da carga transportada; não emitem notas fiscais quanto ao serviço prestado; não oferecem garantia de entrega imediata, ou seja, carregam a mercadoria e esperam lotar o caminhão para ser viável para eles a entrega da rota. Assim, concluiu-se que a frota terceirizada apresenta custos mais vantajosos, porém, para que esse serviço seja viável na empresa analisada é preciso uma melhoria significativa quanto ao serviço de fretes prestados. REFERÊNCIAS BERTAGLIA, Paulo Roberto. Logística e gerenciamento na cadeia de abastecimento. São Paulo: Saraiva, 2003. FARMER, David; JESSOP, David; JONES, David. Compras: princípios e administração. São Paulo: Atlas, 2000. MIRA, Carlos Alberto. Logística: o último rincão do marketing. 2.ed. São Paulo: Lettera.doc, 2005. NOVAES, Antonio Galvão. Logística e gerenciamento da cadeia de distribuição: estratégia, operação e avaliação. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. Disponível em: <http:// www.administradores.co) m.br/informe-se/artigos/aimportancia-da-logistica-paraas-empresas-brasileiras/10229/> Acesso em: 17 maio 2010. Disponível em: <http:// www.abepro.org.br/biblioteca/ ENEGEP2002_TR11_0689. pdf>. Acesso em: 17 maio 2010. Disponível em: <http://www. bndes.gov.br/SiteBNDES/ export/sites/default/ bndes_pt/Galerias/Arquivos/ conhecimento/revista/carga. pdf >. Acesso em: 17 maio 2010. Disponível em: <http:// www.sinduscon-pr.com. br/principal/home/>. Acesso em: 19 maio 2010. Disponível em: <http:// man.dombosco.com.br/ sigi_web/home/webaluno/ sistema.php?ACAO=php/ pa_pastas.php&pId=4292>. Acesso em: 26 maio 2010. RELATÓRIO ADMINISTRATIVO: ANÁLISE TRABALHISTA JUNTO A UMA EMPRESA DE HOT DOG Autores: Aline Oliveira Branco, Luana Rodrigues Marques, Marcos Navarro e Thais Perpétuo. Orientadora: Kelly Pauline Baran INTRODUÇÃO Trata-se de uma análise trabalhista realizada junto à empresa hot dog, com o objetivo de diagnosticar os problemas sob a ótica da legislação trabalhista e apontar possíveis soluções com enfoque estratégico administrativo. OBJETIVOS Diagnosticar os problemas da empresa em estudo sob a ótica da legislação trabalhista e apontar possíveis soluções com o enfoque estratégico administrativo. METODOLOGIA Trata-se de uma análise trabalhista realizada junto à empresa de hot dog, que permitiu identificar problemas como empregados sem vínculo, altos empregados, setor “X”, jornada de trabalho, pagamento de horas extras, contraturno, motoboy, salários “por fora”, peruanas e grupo econômico. Possíveis soluções para alguns dos problemas Empregados sem vínculo Falha da empresa A empresa de hot dog cometeu uma falha administrativa ao demitir todos os funcionários para admiti-los com outra razão social, uma vez que, para fins trabalhistas o novo titular se obriga para com a outra (tomador) a fornecer-lhe a prestação de uma atividade, mediante remuneração. Prestação de serviços é toda espécie de atividade ou trabalho lícito, material ou imaterial, contratada mediante retribuição passa a responder por todos os débitos, gerando apenas o direito regresso do novo titular contra o antigo. Além disso, ela violou a legislação visto que manteve alguns funcionários que apresentavam vínculo de trabalho sem registro em carteira de trabalho. (CC, art. 594), excluídos as relações de emprego e outros serviços regulados por legislação específica. Dessa forma, a empresa de hot dog poderia manter seus funcionários ativos, recebendo o auxílio desemprego, sem violar a legislação, pois não haveria uma relação de emprego. Solução A solução jurídica mais aplicável para essa questão seria efetuar o registro em carteira de trabalho de todos os funcionários logo após a demissão. No entanto, tendo em vista que o empregador fez um acordo informal com seus empregados, permitindo que usufruíssem do seguro de desemprego, a melhor ação administrativa a ser tomada seria contratar essa “mão de obra” como prestadora de serviços. A locação ou prestação de serviços é o contrato em que uma das partes (prestador) Jornada de trabalho e pagamento de horas extras Falha da empresa Às sextas-feiras e aos sábados, os funcionários trabalham além de seu horário habitual. Após o expediente, batem cartão e continuam a jornada até as cinco horas da manhã do dia seguinte, que não são contabilizadas como extras, pagas irregularmente, somente recebendo trinta reais a mais por elas. O pagamento de horas extras seria outro problema existente I Jornada de Iniciação Científica 19 na empresa, de acordo com a convenção coletiva de trabalho. O acordado é o percentual de pagamento de 60% e a empresa de hot dog vem pagando percentual de apenas 50% para seus funcionários. De acordo com o art. 59, o excesso de horas de trabalho de um dia não pode ultrapassar 2 horas, totalizando 10 horas diárias de trabalho, 8 horas habituais mais 2 horas extras. Solução O que poderia ser ajustado junto à empresa é a abertura de um novo turno ou a criação de banco de horas, assim as horas extras poderiam ser reduzidas, ajustar os horários de início dos turnos para uma hora mais tarde, reduzindo o pagamento dessas horas e excedentes por dia. Dessa forma, o problema com a jornada de trabalho excessiva e o pagamento de muitas horas extras seriam solucionados. CONCLUSÃO Visto que a situação atual da empresa de hot dog apresenta diversas irregularidades jurídicas e administrativas, foram propostas possíveis soluções de ajustes e melhorias em seus processos, a fim de enquadrá-la juridicamente, evitando possíveis 20 I Jornada de Iniciação Científica processos trabalhistas de seus atuais empregados. As soluções propostas visam ao ajuste da empresa juridicamente e à melhoria no ambiente de trabalho, favorecendo os funcionários da empresa. REFERÊNCIAS BARROS, Alice Monteiro. Curso de direito do trabalho. São Paulo: Ltr. 2010. BRASIL. Consolidação das leis do trabalho. 29 ed. São Paulo: Saraiva 2002. MARTINS, Sergio Pinto. Direito do trabalho. 22 ed. São Paulo: Atlas 2006 NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Curso de direito do trabalho. 20 ed. São Paulo: Saraiva 2005 POLÍTICA ECONÔMICA, ESTABILIDADE E DISTRIBUIÇÃO DE RENDA NO BRASIL NAS DÉCADAS DE 1980 E 1990 Autores: Ana Paula Popadiuk Mückenberger, Ana Rosa Delfino e Felipe Augusto Mafazolli. Orientador: Ciro Burgos Fernandez Palavras-chave: inflação, distribuição de renda, estabilização, Plano Real. Este artigo visa a compreender como se deu a evolução da economia brasileira no período recente e os principais impactos no crescimento e na distribuição de renda resultantes das políticas de estabilização dos anos 1990. Foi realizada uma pesquisa bibliográfica através de dados históricos e análises das causas que provocaram a profunda crise brasileira vivenciada na década de 80, bem como as consequências das sucessivas medidas econômicas e planos de estabilização incitados pelos governos das décadas de 80 e 90, na tentativa de retomar níveis de controle inflacionário Fonte: IBGE, Índice Nacional de Preços ao Consumidor, jan./1991 a jul./1999 e de crescimento satisfatórios. Observa-se claramente, na década de 80, o colapso econômico e político vivido no país, assim como as várias e mais diferentes formas de o Estado intervir para tentar saná-lo. A inflação e a desvalorização da moeda foram problemas frequentes na época, prejudicando não só o desenvolvimento do país como um todo, mas também colaborando para a distorção na distribuição de renda. As causas da inflação brasileira Fonte: BCB,Variação real do PIB e média inflacionária, 1980 a 2003 I Jornada de Iniciação Científica 21 Fonte: BCB, Índice médio de inflação, jan/1980 a jan/00 até início dos anos 90 foram: déficits do orçamento público; emissão de moeda para financiar o problema anterior; conflito de distribuição de renda entre trabalhadores e empresários, com o aumento gradativo de salários, junto ao aumento de preços e mecanismos de indexação de preços, salários, aluguéis e contratos financeiros. Vários planos econômicos e outras alternativas foram sugeridas e aplicadas na época. Congelamento de preços e taxações de contratos, criação de novas moedas, como o Cruzado e o Cruzado Novo, trouxeram alívio alguns meses após o seu estabelecimento, mas não evitaram a continuidade ou até a evolução dos problemas. No início da década de 90, os níveis inflacionários chegaram aos três dígitos. CONCLUSÃO Apesar das críticas, o estabelecimento do Plano Real, em 1994, foi a melhor dentre todas as possibilidades ofertadas e obteve os melhores resultados. 22 I Jornada de Iniciação Científica Em acréscimo à abertura da economia, que induziu a competição entre empresas e preços e a privatização de empresas, que reduziu custos de produtos e serviços e aumentou a agilidade dos mesmos, reduziu-se a inflação a níveis consideravelmente baixos e dentro das expectativas dos agentes econômicos. Porém, ainda que tenha sido um sucesso, o país não apresentou níveis de desenvolvimento do PIB satisfatórios, como em países que sofreram dos mesmos problemas – Argentina e outros da América Latina. REFERÊNCIAS KUSTER, Edison, Administração e financiamento do capital de giro. Paraná: Juruá, 2005. MENDES, Judas Tadeu G. Economia: fundamentos e aplicações. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2004. REZENDE Filho, Cyro de Barros. Economia brasileira contemporânea. 1 ed. São Paulo: Contexto, 1999. ROSSETTI, José Paschoal. Introdução à economia. 17. ed. São Paulo: Atlas, 1997. SOUZA, Nali de Jesus de. Economia básica. São Paulo: Atlas, 2007. TROSTER, Roberto Luís. Introdução à economia. São Paulo: Pearson Makron Books, 2002. Jornada de Iniciação Científica da Faculdade Dom Bosco DIREITO Campus Marumby I Jornada de Iniciação Científica 23 O ESTADO E O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL Autora: Silvana Ferreira Orientador: José Maurino de Oliveira Martins RESUMO Palavras-chave: desenvolvimento sustentável; papel do Estado. O desenvolvimento sustentável na atualidade não deve ser mais um fator facultativo, ou corretamente moral, mas sim um processo que deve ser considerado como primordial para todos os seres humanos. Portanto o presente estudo tem por finalidade apreciar o conceito jurídico de desenvolvimento sustentável, bem como o arcabouço legal que impõe alguns instrumentos para se alcançar a sustentabilidade. Mas acima de tudo, o papel do Estado exercendo uma função de motivador nesse processo para toda a sociedade. INTRODUÇÃO O ser humano tem necessidades básicas que precisam ser atendidas para sua sobrevivência. Entretanto com o passar dos séculos a população mundial cresceu de forma descontrolada e suas necessidades cresceram nas mesmas proporções, embora muitas dessas necessidades não sejam para sua sobrevivência, mas somente objetos de desejo. Em virtude de essas necessidades tornarem-se ilimitadas, ocorreram dois grandes problemas. Um deles é como atender essas necessidades com os recursos naturais que são limitados. O que se tornou 24 I Jornada de Iniciação Científica a questão central do estudo da economia, ou seja, problemas econômicos fundamentais: O que, quando, como e para quem produzir? Outro problema é como atendê-las sem gerar consequências catastróficas para o planeta Terra. Sem a pretensão de responder amplamente a essas questões, tem-se como preponderante demonstrar o papel do Estado frente ao processo de implementação desse novo ideal de desenvolvimento sustentável. O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E AS BASES LEGAIS A partir da segunda metade do século XIX surgiram estudos, fórmulas e métodos para diminuição dos danos causados ao meio ambiente, como por exemplo, os estudos do Clube de Roma, liderado por Dennis L. Meadows, culminando com a publicação do livro “Limites de Crescimento” (The limits to growth). Nesses estudos existe um diagnóstico dos recursos terrestres com a conclusão de que se não houver estabilidade populacional, econômica e ecológica, em razão de sua limitação, eles serão extintos e com eles a população humana. Com base nesses estudos, passou-se a disseminar a ideia de desenvolvimento mediante preservação. Em 1983, a ONU criou a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, também conhecida como Comissão Brundtland, que tinha os seguintes objetivos: reexaminar questões críticas relativas ao meio ambiente, reformular propostas realísticas para abordá-las; propor novas formas de cooperação internacional nesse campo de modo a orientar políticas e ações no sentido das mudanças necessárias e dar a indivíduos, organizações voluntárias, empresas, institutos e governos uma compreensão maior desses problemas, incentivando-os a uma atuação mais firme (NOSSO FUTURO comum. Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. 2. ed. Rio de Janeiro: Ed. Fundação Getúlio Vargas, 1991.). Após a conclusão dessa comissão, surgiu o termo desenvolvimento sustentável, aquele que atende às necessidades dos presentes sem comprometer a possibilidade das gerações futuras satisfazerem suas próprias necessidades. Em 1988 a Constituição Federal, em seus artigos 170 e 225, abraçou o conceito de desenvolvimento sustentável. O primeiro artigo está inserido no capítulo que trata da "Ordem Econômica e Financeira" e o segundo, no capítulo do "Meio Ambiente", ambos se referem ao desenvolvimento econômico e social desde que observada preservação e defesa do meio ambiente para as presentes e futuras gerações. Com a temática sobre desenvolvimento sustentável inserida no arcabouço jurídico brasileiro, foi realizado um evento marcante em 1992, no Rio de Janeiro, a Conferência sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, Rio-92, na qual esta nova forma de desenvolvimento foi amplamente aceita e difundida, passando a ser o objetivo da "Agenda 21 Brasileira", editada na oportunidade, bem como um modelo perseguido pela grande maioria dos países do globo. As principais diretrizes para alcançar o desenvolvimento sustentável estão em uma lista de medidas editada pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, na qual os Estados deveriam atender: limitação do crescimento populacional; garantia de alimentação em longo prazo; preservação da biodiversidade e dos ecossistemas; diminuição do consumo de energia e desenvolvimento de tecnologias que admitem o uso de fontes energéticas renováveis; aumento da produção industrial nos países não industrializados à base de tecnologias ecologicamente adaptadas; controle da urbanização selvagem e integração entre campo e cidades menores; necessidades básicas satisfeitas. Portanto todo desenvolvimento econômico deve dar-se de forma sustentável, ou seja, aquele que é ecologicamente correto, economicamente viável, socialmente justo e culturalmente aceito. Todos esses fatores são especificamente construídos com base na dignidade da pessoa humana, livre iniciativa, direito de propriedade, direito ao trabalho, à saúde, ao lazer, à educação, enfim aos direitos individuais, coletivos e sociais elencados nos arts. 5º e 6º da Carta Magna. Dessa forma, o princípio do desenvolvimento sustentável tem por conteúdo a manutenção das bases vitais da produção e reprodução do homem e de suas atividades, garantindo igualmente uma relação satisfatória entre os homens e destes com o ambiente, para que futuras gerações tenham oportunidade de desfrutar pelo menos dos mesmos recursos que se tem hoje à disposição. CONTRATAÇÕES PÚBLICAS SUSTENTÁVEIS Embora nenhum país desenvolvido da modernidade tenha sacrificado seu desenvolvimento econômico original em função da consciência da finitude dos recursos naturais, os países em desenvolvimento precisam inovar mudando esse paradigma e mostrando que é possível um desenvolvimento econômico sem acabar com os recursos naturais. Essa mudança deverá se realiza não somente no indivíduo, mas no Estado, que não pode ser só mais um ator nos esforços da sociedade para criar um modelo justo de desenvolvimento sustentável, promovendo uma cultura institucional que sirva de exemplo para a sociedade. Essa cultura institucional iniciada em seus setores de compras, exigirá de seus fornecedores produtos ecologicamente corretos, produzidos de forma sustentável e apresentação de projeto para descarte após utilização ou final de vida útil. Portanto os fundamentos para incluir critérios ambientais nas contratações públicas são, em primeiro lugar, desenvolver uma política de contratações públicas que leve em consideração critérios de sustentabilidade, sendo que esta possui grande relevância por se tratar de um instrumento indutor que pode influenciar o mercado e os padrões de consumo. O setor público está entre os grandes consumidores do mercado. A licitação pública não é somente um procedimento administrativo que visa a suprir a administração com bens, serviços e obras necessárias ao seu funcionamento, mas deve ser orientada para implementação de políticas públicas que induzam um padrão de produção e consumo e atendam ao interesse público de uma sociedade mais justa e igualitária, sem comprometer o bem-estar das gerações futuras. Contratações públicas precisam incentivar o mercado nacional a ajustar-se à nova realidade da sustentabilidade que está se tornando o fator diferencial na competição internacional do século XXI. Segundo fundamento de inclusão de critérios, é a aquisição de produtos de menor impacto ambiental o que representa obter a contratação mais vantajosa, ainda que eventualmente não seja o menor preço disponível no mercado I Jornada de Iniciação Científica 25 quando comparado com o de produtos convencionais que, embora possam ser considerados similares, carecem de atributos fundamentais para atender ao interesse público da preservação do meio ambiente e do bem-estar social. Esses são os objetivos maiores da atuação do Estado, conforme estabelece o art. 225 da Constituição Federal. Produtos, serviços e obras de menor impacto ambiental, ainda que tenham um maior custo aparente no momento da contratação, são mais baratos a longo prazo. Isso porque reduzem gastos do Estado com políticas de reparação de danos ambientais, têm maior durabilidade, menor consumo de energia e materiais, incentivam o surgimento de novos mercados e empregos verdes, gerando renda e aumento de arrecadação tributária. Por último, a exigência de critérios ambientais, sociais e econômicos nas contratações públicas confere coerência à atuação do comprador público relativamente ao dever do Estado de proteger o meio ambiente e fomentar o desenvolvimento econômico e social, integrando a atuação das áreas com as políticas implementadas pelas áreas fim. O Estado, como grande consumidor de bens, serviços e obras, deve dar o exemplo, sensibilizando os demais consumidores sobre as complicações ambientais e sociais associadas aos diferentes tipos de compras, reafirmando o comprometimento com empresas que possuam ética e boas práticas em 26 I Jornada de Iniciação Científica relação ao meio ambiente e ao desenvolvimento econômico e social. Essas são algumas das providências sugeridas na tentativa de se desenvolver uma sociedade mais saudável e garantida em seu futuro, cabendo a cada ser humano dar sua contribuição para que isso ocorra, já que a continuidade da humanidade depende da criação de uma nova sociedade e filosofia de vida, sem a qual estará seriamente comprometida. CONCLUSÃO Dessa forma, pode-se concluir que para conseguir um desenvolvimento sustentável é necessário conjugar esforços de toda a sociedade, sem a exclusão de qualquer de seus segmentos, discutindo-se temas importantes como: explosão demográfica, controle da natalidade, desenvolvimento industrial e depredação, nova política educacional etc. O desenvolvimento sustentável deve constituir-se como um objetivo global, de toda a humanidade, para que possa ser alcançado. Os povos devem se unir no combate dos problemas ambientais com soluções imaginativas e eficientes, por sua vez, o Poder Público brasileiro em todas as suas esferas de competência deve tomar as rédeas e gerenciar programas e projetos oficiais realmente condizentes com as determinações mundiais ambientais, levando as diretrizes à sociedade, conclamando ainda a cooperação e parceria das entidades sociais e do setor privado em geral, com destaque para as indústrias. Só assim todos poderão ter a oportunidade de participar nesse processo e fortalecer as esperanças de que o desenvolvimento sustentável é possível. REFERÊNCIAS BOUGARTNER, Roberto. Bom uso das compras do governo. Gazeta Mercantil. Caderno A, p. 3, 17 jan. 2005. CAVALCANTI, Clóvis (Org). Desenvolvimento e natureza: estudos para uma sociedade sustentável. São Paulo: Cortez, 1995. FIORILLO, Celso Antônio Pacheco; DIAFÉRIA, Adriana. Biodiversidade e patrimônio genético no Direito Ambiental Brasileiro. São Paulo: Max Limonad, 1999. MACHADO FILHO, Cláudio Pinheiro. Responsabilidade social e governança: o debate e as implicações. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2006. MEADOWS, Dennis L.; MEADOWS, Donella H.; RANDERS, J.; BEHRENS, William W. Limites do crescimento - um relatório para o projeto do Clube de Roma sobre o dilema da humanidade. São Paulo: Perspectiva, 1972. PEIXOTO, Ariosto Mila. Desenvolvimento sustentável. Disponível em: <http:// www.rhs.com.br>. Acesso em: 20 maio 2010. DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: TI VERDE Autora: Viviane Comarella Orientador: José Maurino de Oliveira Martins RESUMO O QUE É TI VERDE A LEGISLAÇÃO BRASILEIRA A utilização da sustentabilidade em diversas áreas da economia gera, inevitavelmente, melhoria nas condições de vida humana e de extração dos meios de produção de bens e serviços. A TI Verde, como estratégia de crescimento, apresenta-se como mais uma ferramenta para o alcance da manutenção da biodiversidade e da alta rentabilidade. Apesar de os conceitos parecerem antagônicos, é possível desenvolver e crescer sem destruir, basta que, para isso, exista vontade política, econômica e social. De acordo com especialistas, entende-se como TI VERDE o conjunto de práticas que busca reduzir desperdícios e impactos ambientais e aumentar a eficiência de todos os processos e fenômenos ligados ao uso da computação. Como exemplos, podem-se citar a eficiência energética, a virtualização, a redução e a eliminação de materiais perigosos. Tramita no Senado um projeto de lei que impõe normas de conduta em relação ao manejo e ao descarte de lixo. A proposta, uma alteração do Projeto de Lei 203/91, cria o regime de responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, incluindo os eletrônicos. A partir da aprovação, todos serão responsáveis pelo destino final dos produtos e pelos cuidados com a preservação do meio ambiente. Cabe ressaltar que o Brasil possui algumas leis que possibilitam ações diretivas nesse sentido, mas que não são específicas. São elas: Lei 6.938/1981 (Política Nacional do Meio Ambiente); 9.605/1968 (Lei de Crimes Ambientais); Lei de Ação Civil Pública 7.347/1985, Lei de Ação Popular 4.717/1965, que, mesmo antigas, continuam a produzir efeitos. Mas, foram as leis 11.638/2007 e a IN 787/2007 que recentemente trouxeram maiores contribuições, gerando uma minimização dos custos fiscais e contábeis empresariais, bem como a dos custos de manutenção. Trata-se da regulamentação da Nota Fiscal eletrônica (NF-e) que, ao longo do processo de implantação vem demonstrando inúmeros benefícios tanto para manter empresas, quanto para o Estado e a sociedade. Estimase que elas poderão ter ganhos INTRODUÇÃO O desenvolvimento que apenas aumenta a quantidade e a qualidade dos bens e serviços produzidos, está obsoleto e insuficiente. O conceito moderno levanta a noção de sustentabilidade ou de desenvolvimento sustentável: crescer com olhos voltados para o futuro, com a consciência de que os recursos naturais podem escassear comprometendo a qualidade de vida das futuras gerações. A área de TI, se for utilizada como ferramenta para a minimização da degradação ambiental, tornar-se um instrumento de impacto relevante para a melhoria da lucratividade. MEIOS PARA A TI VERDE Estudos sugerem que um dos principais impactos ambientais da utilização da tecnologia é o consumo elevado de energia devido à necessidade de manutenção da refrigeração. Esse é um dos motivos de a virtualização estar ganhando espaço no mercado. O desenvolvimento da tecnologia de processadores multinucleares, a programação dos softwares para a realização de operações de maneira inteligente, e ainda, a substituição do uso de metais pesados e preciosos por recicláveis e naturais são alguns exemplos de como é possível desenvolver gerando benefícios tecnológicos e ecológicos, além do consumo de energia diminuir consideravelmente o consumo de água. I Jornada de Iniciação Científica 27 financeiros à margem de 2 a 5% com a redução das despesas a profissionais, papel e espaço de armazenamento de documentos. PESQUISA Em agosto de 2006, o Greenpeace criou o Guide to Greener Electronics — método de avaliação que tem por objetivo medir o nível de comprometimento ambiental dos maiores fabricantes de hardware do mundo. De acordo com a última avaliação, a Nokia é líder com nota 7,3 seguida por Sony Ericsson, Toshiba, Philips, Apple, LG, Sony, Motorola, Samsung, HP, Acer, Sharp, Dell, Fujitsu e Lenovo. CONSIDERAÇÕES FINAIS Por meio dessas observações, é possível compreender o alcance que uma área específica e estratégica pode ter em relação aos resultados empresariais e aos impactos ambientais. A TI Verde é, sem dúvida alguma, uma dessas áreas impactantes e pode contribuir significativamente para melhor aproveitamento dos recursos naturais, econômicos e sociais. Ações concretas devem ser tomadas em conformidade com esse objetivo visando sempre ao aumento da lucratividade e à longevidade da corporação, não deixando para segundo plano a extração e o desenvolvimento sustentáveis dos recursos naturais. Uma política verde deve contar com a colaboração de agentes que atuam na 28 I Jornada de Iniciação Científica conscientização e educação para a sustentabilidade. REFERÊNCIAS AMARAL, Fabio Eduardo Paganin Reis do. O que é virtualização? Disponível em: <http://www. baixaki.com.br/info/1624-oque-e-virtualizacao-.htm>. Acesso em: 12 jun. 2010. HESS, Pablo. O que é TI Verde? Disponível em: <http://br.hsmglobal.com/ notas/53556-o-que-e-ti-verde>. Acesso em: 12 jun. 2010. MELLO, Newton Oller de. Prêmio Mário Covas 2006 (224). Nota fiscal eletrônica – a modernização do fisco à serviço da sociedade. Disponível em: <http://webcache. googleusercontent.com/ search?q= cache: t2geLhAoqTEJ: www.premiomariocovas. sp.gov.br/2009/2006/ Eficiencia_e_Desburocratizacao/ ED_224.DOC+T%C3%ADtul o:+Nota+Fiscal+Eletr%C3%B 4nica+%E2%80%93+A+Mod erniza%C3%A7%C3%A3o+d o+Fisco+%C3%A0+Servi%C3 %A7o+da+Sociedade&cd=1& hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br>. Acesso em: 13 jun. 2010. PADUAN, Roberta. Quero ser verde. Disponível em: <http://info. abril.com.br/corporate/ti-verde/ quero-ser-verde.shtml?5>. Acesso em: 12 jun. 2010. Lei sobre descarte de lixo promete mudar perfil do setor. Disponível em: <http://www. factor.com.br/portal/conteudo. asp?midia=N&id=2830>. Acesso em: 12 jun. 2010. CRÉDITO DE CARBONO: SUA IMPORTÂNCIA PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL Autora: Nadia Vivian Rodrigues Orientador: José Maurino de Oliveira Martins INTRODUÇÃO Os impactos e as consequências do rápido aumento do dióxido de carbono na atmosfera pelo uso de combustíveis fósseis são graves. A consciência da finitude dos recursos naturais tem levado muitos países a se voltar para o problema da emissão dos gases de efeito estufa (GEE), responsáveis diretos do aquecimento global. Por meio do Protocolo de Kyoto, definiu-se metas e regras para essa redução entre os anos de 2008 a 2012. CICLO DO CARBONO Essencial à vida, o carbono quando ligado ao hidrogênio ou a outros átomos forma compostos como açúcar, gordura, petróleo, carvão e gás natural. Também transformase em gás carbônico e metano que sequestram calor do sol e aquecem a Terra. O planeta e sua atmosfera constituem um sistema fechado onde o carbono não é criado nem destruído, i.e, a quantidade total desse elemento não muda, é apenas transferido da atmosfera para o oceano, do solo para o sedimento. Na atmosfera absorve calor impedindo que este se irradie para o espaço, tornando o planeta habitável. Mas o excesso de calor, muda o clima e altera a química da água do mar. O equilíbrio climático depende da quantidade irradiada e a quantidade de raios solares que penetram na atmosfera do planeta. Equilíbrio este quebrado pela emissão de gases de efeito estufa. São vários os GEE: o dióxido de carbono – CO2; metano – CH4; o hidrofluorcarbono – HFC; óxido nitroso – N2O, dentre outros. Como consequência à emissão do GEE, a temperatura da Terra aumentou 0,74ºC de 1906 até 2005 e desde o século XVIII convive-se com o derretimento de geleiras e calotas polares, elevação dos oceanos, enchentes, desertificações dos solos, secas e incêndios. PROTOCOLO DE KYOTO Organizada pela ONU, em 1972, a Conferência de Estocolmo, Suécia, com 113 países, inclusive o Brasil, é um marco do movimento ecológico. Como consequência, o Tratado da ONU sobre Mudanças Climáticas de 1992 serviu de base para o Protocolo de Kyoto, finalizado em 1997. Em 2001, o Acordo de Marrakesh – Marrocos – regulamentou o Protocolo de Kyoto, que passou a vigorar em fevereiro de 2005, assinado por 141 países, com metas para os industrializados de redução de emissão de dióxido de carbono a níveis 5% menores que 1990, até 2012. O documento propõe três mecanismos de controle: a) Implementação conjunta – entre dois países; b) Comércio de emissões – países podem negociar metas e; c) Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) – projeto de remoção ou redução de GEE, gerando créditos de carbono. Nos projetos de redução de GEE, as atividades mais indicadas são: substituição do I Jornada de Iniciação Científica 29 óleo diesel ou carvão mineral em caldeiras por biomassa ou biodiesel, reflorestamento, captação do gás metano de aterros sanitários e substituição do óleo diesel pelo biodiesel em frotas terrestres e embarcações. do que geram e não usam. Atualmente, eles também podem ganhar créditos por atividades que aumentem sua capacidade de absorver carbono, como o plantio de árvores e a conservação do solo. CRÉDITO DE CARBONO ou Redução certificada de emissão CONSIDERAÇÕES FINAIS São instrumentos juridicamente criados e definidos como certificados que autorizam o “direito de poluir”. Agências ambientais reguladoras emitem-no autorizando a emissão dos GEE com base em projetos que demonstrem a quantidade de gases que deixará de ser lançada ou que será retirada da atmosfera. Cada crédito equivale a uma tonelada de CO2 equivalente. No Brasil, a emissão de CO2 é de 10 toneladas/ano (Inpe, nov. 2009). Para que a temperatura do planeta não suba 2ºC estima-se que a média mundial de emissão de CO2 deveria ser de 1,2 ton/ano até 2050. MERCADO DE CARBONO Os certificados (RCE) são negociados em bolsas ou em contratos privados. A quantidade de gás economizada ou sequestrada da atmosfera, em toneladas, é calculada por empresas especializadas sob especificação técnica da ONU. No Brasil, a tonelada de carbono é vendida a US$ 5 (Ecosecurities, maio 2010). Nesse comércio, países que poluem muito podem comprar “créditos” daqueles que ”têm direito” a mais emissões 30 I Jornada de Iniciação Científica No Brasil, a estratégia de redução de GEE baseia-se em matriz energética limpa e redução do desmatamento, principal fonte de CO2. A Lei de Política Nacional do Meio Ambiente, de 1981 acolheu o Princípio do Poluidor-Pagador (impondo ao causador do dano ambiental ou poluição reparar ou indenizar o estrago). A Constituição Federal de 1988, art. 225, §3º estabelece sanções de cunho penal e administrativo aos agentes de conduta lesiva ao meio ambiente. Mas a natureza jurídica dos créditos de carbono ainda é motivo de intensa divergência, porque o pensamento majoritário entende que as RCEs se enquadram na categoria de bem intangível puro e representam direitos passíveis de ser usufruídos por seus respectivos titulares. Assim, o protocolo já tem a seu favor o fato de permitir uma discussão aberta sobre as consequências para o planeta das práticas lesivas ao meio ambiente. E os créditos de carbono surgem como fator fundamental nesse processo. REFERÊNCIAS GORELIK, Daniel A. Ciclo do carbono: entenda como funciona. Disponível em: <www.carboncyclescience.gov/ documents/cc_sp1999.pdf >. GAUDARD, Denise de Mattos. Mercado de créditos de carbono. Brasil/Wiki, 19 maio 2007. Caderno de economia. TAGORE, Victor. O que são créditos de carbono? Disponível em: <www. revistameioambiente. com.br/2006/08/16/ oquesaocreditosdecarbono>. SANTOS, Patrícia Maria R. dos. Créditos de Carbono – Aspectos Jurídicos e Ambientais. 2009. Disponível em: <www.ambito-juridico. com.br/site/index.php?n...id...>. ASFALTO ECOLÓGICO – DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL EM PROL DO BEM-ESTAR E MELHORIA DA QUALIDADE DE VIDA Autor: Edivan Sharles Fragoso Orientador: José Maurino de Oliveira Martins RESUMO O presente artigo traz à luz uma solução bastante eficaz contra a poluição no planeta, dentro de uma ótica de desenvolvimento sustentável. O asfalto borracha além de contribuir para o meio ambiente, apresenta uma solução para a conservação da malha asfáltica por maior período de tempo, reduzindo custos de reposição e recapeamento, baixando níveis de ruídos e contribuindo para o escoamento da água, oferecendo mais segurança a motoristas e consequentemente, melhoria da qualidade de vida de todos. INTRODUÇÃO O asfalto ecológico, asfalto borracha, é aquele que possui na sua composição pneus inservíveis triturados. Ele é mais durável, tem maior elasticidade e resistência a trincas e deformações. Também se provou que sua utilização reduz o nível de ruído causado pelo tráfego. Outra vantagem do asfalto ecológico é a redução de um problema sério: o lixo, dando utilidade a resíduos sólidos que poluem o ambiente. A PROBLEMÁTICA Grandes problemas que afetam o planeta são o acúmulo de lixo e a emissão de poluentes, provocados pelo mau armazenamento e tratamento de detritos e baixo incentivo aos processos de reciclagem. Os chamados aterros sanitários, postos de detritos não utilizados, não se mostram uma solução palpável ao processo de sustentabilidade mundial. As políticas de tratamento do lixo não chegam a fazer frente ao crescimento populacional, ao aumento da longevidade humana e ao êxodo rural. As tecnologias transferem pequena parte para a preservação ambiental e consequentemente fomentam a destruição do planeta e queda da qualidade de vida. É um processo de destruição silencioso, que afeta toda humanidade, podendo se nada for feito colocar em risco o futuro da existência humana. O ASFALTO BORRACHA A finalidade de uma rodovia é prover um meio seguro, confortável e econômico para o transporte de pessoas e mercadorias. A construção de uma estrada abre novos horizontes para o desenvolvimento de uma região e permite a consolidação da economia regional. De forma geral, pode-se verificar que em muitos pavimentos, após um curto período de tempo, os defeitos começam a aparecer na superfície de rolamento, causando desconforto, reduzindo a segurança e aumentando os custos para os usuários. Os principais tipos de defeitos que ocorrem nos pavimentos são as trincas por fadiga e o acúmulo de deformação permanente nas trilhas de rodas. Uma das causas da ocorrência acentuada de deformação permanente nas trilhas de roda é a baixa resistência das misturas asfálticas, que depende da suscetibilidade térmica do ligante asfáltico e do esqueleto dos agregados minerais. Devido a tal problema, viu-se a possibilidade de melhorar os revestimentos asfálticos com a adição de borracha ao ligante. A ideia surgiu em 1960 no Arizona, Estados Unidos, quando seu inventor, Charles McDonald, percebeu que pneus triturados poderiam proporcionar maior flexibilidade ao asfalto. Com isso, vários estudos e testes foram realizados até obter o asfalto borracha. A borracha proporciona um aumento da flexibilidade, tornando a mistura asfáltica mais resistente ao envelhecimento e ao aparecimento de deformações nas vias. Quando comparado ao pavimento convencional, o de asfalto borracha apresenta maior durabilidade. Além disso, reduz o nível de ruído causado pelo fluxo de veículos e auxilia na drenagem em dias de chuva. Pode-se dizer que uma pista com asfalto borracha proporciona maior conforto, economia e segurança aos usuários, além de desempenho e durabilidade superiores aos I Jornada de Iniciação Científica 31 de uma pista construída com o produto convencional. Cerca de 32 milhões de toneladas de asfalto são produzidas anualmente nos Estados Unidos, sendo que 84% são empregados como materiais para pavimentação, 12,5% como impermeabilizantes e o restante em outros diversos tipos de aplicações. No Brasil, a Petrobras gera cerca de 1,6 milhões de toneladas de cimento asfáltico de petróleo por ano, utilizados principalmente em pavimentação asfáltica. Em comparação com os pavimentos de concreto de cimento Portland (pavimentos rígidos), os flexíveis, construídos com ligante asfáltico e agregado pétreo, apresentam menor custo de produção e proporcionam um conforto muito maior aos usuários, pois não requerem construção de juntas de dilatação. Essas têm sido as principais razões do grande emprego de ligantes asfálticos em obras de pavimentação, principalmente em misturas asfálticas usadas na camada de revestimento. Aplicado há pelo menos oito anos nas estradas brasileiras, estima-se que esse composto já faça parte de aproximadamente três mil quilômetros de rodovias, boa parte delas em território paulista. Uma das primeiras experiências com o produto ocorreu em 2002, nos quilômetros 18 e 19 da Rodovia do Açúcar (SP-075) e no trecho que vai do quilômetro 101 ao quilômetro 105 da Rodovia Antonio Romano Schincariol (SP-127), no estado de São Paulo. Em Curitiba, a Avenida Victor Ferreira do Amaral foi revitalizada e sua malha asfaltica toda recomposta utilizando essa mesma tecnologia. Para ampliar a pavimentação com borracha nas rodovias brasileiras, entretanto, faltam investimentos em pesquisas 32 I Jornada de Iniciação Científica voltadas, principalmente, ao barateamento da tecnologia, que ainda custa quase 50% acima do asfalto comum. Seria preciso, também, maior conscientização sobre a importância da reciclagem de pneus usados, levando-se em conta que existem aproximadamente 100 milhões de pneus abandonados no país e que reciclados podem ser utilizados na pavimentação das estradas. Principais benefícios comprovados do asfalto borracha na pavimentação: • aumento da vida útil do pavimento; • maior resistência à formação de trilhas de roda, à reflexão de trincas e ao envelhecimento; • proporcionalização de pavimentos mais seguros, confortáveis e silenciosos. • contribuição para a preservação ambiental; • incentivo com ações inovadoras do desenvolvimento sustentável do país. CONSIDERAÇÕES FINAIS A principal importância da implementação do asfalto ecológico, além da maior segurança nas estradas, ruas e demais vias que recebem tal benefício, é a contribuição para o desenvolvimento sustentável do país, em que na aplicação de novas tecnologias como essas, novos empregos são criados e novos estudos são necessários. Tem-se ainda a contribuição para a preservação do planeta ao evitar que a borracha e demais componentes dos pneus permaneçam por anos poluindo o meio ambiente e causando males para a saúde de todos, mesmo sendo incinerados, pois contribuem para o aquecimento global. Ao pensar nas próximas gerações, deve-se ter em mente ações que preservem sua existência e que no futuro possam ter um planeta limpo e autossustentável cujo crescimento e desenvolvimento tecnológico sejam plenos em prol do bem-estar e da preservação de todas as espécies. REFERÊNCIAS LEITE, L. F. M. Estudos de preparo e caracterização de asfaltos modificados por polímero. Tese (Doutorado). UFRJ. Rio de Janeiro, 1999. NEVES FILHO, C. L. D. Avaliação laboratorial de misturas asfálticas SMA produzidas com ligante asfalto borracha. Dissertação (Mestrado) – Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, 2004. Manual de serviços de pavimentação. Rio de Janeiro: Petrobras Distribuidora S.A., 1996. Jornada de Iniciação Científica da Faculdade Dom Bosco PSICOLOGIA Campus Marumby I Jornada de Iniciação Científica 33 A RELAÇÃO ENTRE CONFLITOS E O PROCESSO DE MEDIAÇÃO Autora: Mélani Lívia Naves de Lima Rodrigues Orientadora: Noemia Hepp Panke Síntese do Trabalho A resenha crítica baseia-se no artigo “Pensar a violência ou os limites do político”, de autoria de André Lévy, publicado em Psicologia em Revista, em 2004. Nesse trabalho constata-se inicialmente o enfoque da mídia em relação à violência atual, em detrimento de questões sociais e econômicas. Lévy entende a violência como uma forma de despertar a humanização. Afirma que ela faz parte da noção de vida, sem necessariamente expressar agressão contra outrem. Tornase, no entanto, inadmissível para a sociedade ao perturbar a ordem e normalidade estabelecidas. Ainda argumenta que a realidade da particularidade humana é ocultada pela abordagem globalizante dos limites da democracia onde toda natureza de violência é inexplicável através da racionalidade. Compreender as singularidades da disputa entre palestinos e israelenses, por exemplo, é a investigação do pesquisador israelita Dan Bar On. Segundo ele, a identidade de proporções “vitimizadoras” de ambas as comunidades torna improvável o diálogo entre elas. Esse embate é analisado como o resultado de uma reativação dos conflitos antecedentes, na qual se desconsidera a atuação de terceiros no passado. Dessa forma, cada comunidade vê a outra como a agressora, a fim de 34 I Jornada de Iniciação Científica resguardar a identidade própria. Logo, somente é possível uma coexistência pacífica se houver a desconstrução da história de ambas as identidades. A análise do conflito descrito anteriormente faz menção às ações concretas que têm por intuito promover a compreensão recíproca com base na discriminação do que é bom ou mau nas sociedades ocidentais, conforme a cultura judaico-cristã. Conforme Lévy, cabe em âmbito individual desfazer a constituição das bases simbólicas que guiam o homem pela sociedade. Para comunidades indica-se uma análise de abordagem macrossociológica a uma abordagem psicossocial, proposta possível, já que a disposição de pessoas no engajamento de tal processo é comprovada por distintas organizações. Lévy constata ainda que nenhum tipo de análise, seja clínica ou política, é capaz de compreender as pulsões agressivas do homem em sua totalidade. Aponta também que o pensamento ético é essencial no amparo ao desenvolvimento de ambas. Contudo, deve-se buscar a união desses dois processos, sem subestimar ou superestimar o papel deles juntos à sociedade. Um aspecto que se destaca no artigo de Lévy, a mediação, também é abordado em “Perspectivas de psicologia cognitiva no processo de mediação”, publicado no livro Estudos de Arbitragem, Mediação e Negociação, de Otávio Augusto Buzar Perroni. A mediação é caracterizada pelo diálogo ou negociação em que haja uma terceira parte envolvida. Processo que se presta a resolver conflitos, na maioria, em torno de interesses trazidos pelas partes conflitantes. Segundo Perroni, a psicologia cognitiva é uma área na qual se desenvolve a mediação. Para esse tema, ela trata especificamente de uma base do conhecimento humano, a linguagem. Ela é um meio possuidor de diversas formas de se expressar as formulações da mente, ao se levar em conta sensações, imagens e afetos, elementos básicos da consciência humana. No Brasil, esse trabalho está em desenvolvimento, nas audiências de conciliação, instrução e julgamento. O objetivo é solucionar questões trazidas pelas partes conflitantes, a fim de evitar a necessidade de um veredicto judicial. Essa é a função de um mediador. Seja qual for a fase da mediação, deve-se analisar o que há de relevante nas relações entre conflitantes, além dos advogados, sempre com enfoque exaustivo da psicologia da cognição. Ainda que seja indispensável o trabalho judicial, ele é insuficiente, devido às formulações da mente do ser humano necessitarem de uma área que trabalhe com os elementos da consciência, referidos por Perroni. Portanto, a área mais adequada e adiantada nesse tipo de processo é a psicologia, mais especificadamente a cognitiva. Logo, se faz imprescindível que a mediação de longa escala seja desenvolvida e difundida mundialmente, em detrimento de disputas geradoras de violência. Referências LÉVY, André. Pensar a violência ou os limites do político. In: Psicologia em Revista. Belo Horizonte, v. 10, n. 16, p.191-209, dez. 2004. PERRONI, Otávio Augusto Buzar. Perspectivas de psicologia cognitiva no processo de mediação. In: Estudos de arbitragem, mediação e negociação, v. 2. Disponível em: <http://www.arcos.org.br/ livros/estudos-de-arbitragemmediacao-e-negociacao-vol2/ terceira-parte-artigo-dospesquisadores/perspectivasde-psicologia-cognitiva-noprocesso-de-mediacao>. Acesso em: 19 maio 2010. I Jornada de Iniciação Científica 35 A DEMAGOGIA POLÍTICA Autor: Marcelino de Paula Orientadora: Noemia Hepp Panke O artigo do autor francês André Lévy (2004), “Pensar a violência e os limites do político”, aborda diversas estruturas sociais de peso na consolidação de violências. Lévy é psicossociólogo e professor emérito da Universidade Paris XIII, além de estar ligado a várias instituições relacionadas à psicossociologia. Utiliza-se da ampla literatura acerca do tema, além de acontecimentos reais, para reforçar suas ideias. O autor especifica minúcias ligadas à violência, como a supervalorização da mídia ao tema e a relação indivíduoinstituição nas suas práticas. Ao analisar o antagonismo da ligação indivíduoinstituição X convivência igualitária, o autor destaca dois conceitos que considera fundamentais para se chegar a um equilíbrio: mudanças políticas e psicológicas no âmbito social. Para isso, resgata o nascimento da democracia, na antiga Grécia, sua trajetória de desenvolvimento e ambiguidades dentro do paradoxo da hierarquização de classes sociais. Ao abordar o aspecto psicológico, Lévy analisa fatores ligados à violência – valendo-se para isso da psicanálise –, tratamentos utilizados com resultados eficientes e a psicologia presente no confronto entre israelenses e palestinos. Afirma que para uma efetiva 36 I Jornada de Iniciação Científica harmonia social deve-se investir no equilíbrio entre a política e bem-estar psicológico. Para direcionar o debate a um dos aspectos colocados por Lévy, compara-se o artigo: “O estado penal e a criminalização dos movimentos sociais”, de Fernanda Maria da Costa Vieira, que enfatiza a banalização de classes sociais. Vieira é mestre em direito e sociologia pela UFF (Universidade Federal Fluminense) e doutoranda na área de desenvolvimento social (pela UFRJ), tendo escrito vários artigos desse gênero. A autora apresenta argumentos da literatura a respeito da questão de desigualdade social, além de acontecimentos recentes divulgados na mídia. Com base nessas fontes, discorre sobre as grandes deficiências sociais, tais como: criminalização de moradores de rua, surgimento de movimentos reivindicatórios, responsabilidade do poder judiciário e criminalização de movimentos sociais, papel da mídia na difamação dos movimentos, capitalismo e globalização como agentes de hierarquia de classes. Também critica a passividade dos partidos da esquerda e defende o capitalismo como uma base sólida para a resolução dos problemas sociais. Os dois artigos abordam a questão da violência institucional e as falhas na democracia que corroboram a ideia de necessidade de novas políticas públicas eficazes. Lévy assinala de forma ampla as falhas sociais, enquanto Vieira enfoca o paradoxo da democracia o qual, por sua vez, tem grande participação na gênese da violência presente no corriqueiro progresso das sociedades modernas. Para os autores, a democracia – com sua simbiótica ambiguidade – converge para a hierarquização das classes através do capitalismo e, com base nisso, apresentam seus defeitos e propõem possíveis intervenções. Os dois pontos de vista diferenciados, devidamente contextualizados, apresentam peculiaridades e generalidades antagônicas ou sinônimas, que possibilitam a busca por uma solução para o equilíbrio daquela que é a principal responsável pela evolução humana: a sociedade. REFERÊNCIAS LÉVY, André. Pensar a violência ou os limites da política. In: Psicologia em revista. Traduzido por: Nina de Melo Franco. Belo Horizonte, v. 10, n. 16, p. 191 – 209, dez. 2004. VIEIRA, Fernanda M. da Costa. O estado penal e a criminalização dos movimentos sociais. Disponível em: <http:// www.uff.br/caev/index. php?option=com_content&ta sk=view&id=25&Itemid=62>. Acesso em: 30 jun. 2010. COMO O LÍDER DEMONSTRA PERANTE A EQUIPE QUE É REALMENTE UM LÍDER? Autora: Flavia Isabel de Moura Orientadora: Vera Fontura Egg S. Cruz Liderança corresponde à capacidade de influenciar pessoas em direção ao alcance das metas organizacionais Sabe-se que a liderança bemsucedida proporciona e agrega valores relevantes de desempenho, autoconfiança, motivação, alcance de resultados dentre outros benefícios, para toda uma equipe. No entanto é necessário saber utilizar a liderança de maneira assertiva e satisfatória. Para Golemam (2002), conceituado psicólogo norte-americano, liderança corresponde à capacidade de guiar e inspirar indivíduos ou grupos em direção a uma visão. Além disso, pessoas com essa competência articulam e despertam o entusiasmo por uma visão ou missão compartilhada, são dotadas de iniciativa, guiam o desempenho dos outros, mantendo-os responsáveis pelo que executam e lideram dando o exemplo. Existem diversas maneiras de um líder comportar-se e agir perante a equipe, tendo em vista que as diferenças individuais, de personalidade e de necessidade da organização, refletem diretamente no modo de ação de cada líder. Entretanto, estudos revelam características pessoais presentes na maior parte deles, como por exemplo, características físicas que ressaltam energia, capacidade de resistência, personalidade autoconfiante, honestidade, integridade, entusiasmo, independência, inteligência, conhecimento, julgamento, determinação, dentre outras características. Sem dúvida, as positivas contribuem significativamente na condução da liderança, porém, é necessário aplicar, expor esses traços no cotidiano das relações de forma constante e equilibrada. De acordo com a pesquisa teórica Golemam (2002) aponta seis estilos de liderança: • líderes coercitivos: exigem imediata submissão. • líderes autoritários: mobilizam a pessoas em direção a uma visão. • líderes agregativos: criam laços emocionais e harmonia. • líderes democráticos: criam consenso por meio da participação. • líderes de transformação: contam com excelência e a autodireção. • líderes treinadores: desenvolvem as pessoas para o futuro. Segundo Golemam et al. (2002) dados da pesquisa indicam que os melhores resultados na liderança são obtidos através daqueles que utilizam a maioria dos estilos em medidas diferentes e de forma harmoniosa em determinados momentos, ou seja, quanto mais estilos um líder exibe e quanto maior a flexibilidade nas diversas situações que demandam liderança, mais eficaz e promissora será. A partir do autoconhecimento é possível desempenhar diversos estilos de liderança e utilizar a maior parte dos citados nos estudos desenvolvidos, para assim, diante das adversidades situacionais do cotidiano, tornar-se I Jornada de Iniciação Científica 37 cada vez mais assertivo, dinâmico e flexível perante as diversas possibilidades de condutas a seguir. Por meio do mecanismo de manejar e complementar os estilos de liderança ele pode atingir com maior êxito toda a equipe. Daft (2010) aponta comportamentos de líderes, considerando que sejam responsáveis por motivar e esclarecer o caminho para atingir metas pessoais e profissionais. Sendo assim, pode adotar comportamentos que incluem os estilos apoiador, diretivo, orientado para as realizações e participativo. • Liderança diretiva – o líder foca atividades, desempenho e transmite aos subordinados literalmente, o que eles devem fazer. • Liderança participativa – existe comunicação direta entre líder e subordinados, em que ele sempre consulta os demais sobre as decisões, solicita opiniões e sugestões e reúne a equipe para tomadas de decisão. • Liderança orientada – ocorre quando o líder pontua metas claras e desafiadoras, enfatiza o desempenho de alta qualidade e estimula melhorias, demonstra confiança e contribui na aprendizagem referente ao alcance das metas. Muitos estudos ainda surgirão com o intuito de esclarecer os segredos e futuras necessidades da liderança, pois, o líder de fato, segue e deverá sempre seguir a demanda do contexto ao qual está inserido. Por essa razão esse será um assunto de constante estudo e desenvolvimento, seguindo a necessidade e as mudanças na sociedade. Pois é importante ressaltar que quando se reporta 38 I Jornada de Iniciação Científica a indivíduos, refere-se a algo em constante transformação. REFERÊNCIAS BENNIS, Warren. Evitando equívocos. Líderes estratégia para assumir a verdadeira liderança. São Paulo: Harbra, 1988. p. 1-15. DAFT, Richard L. Dinâmica dos comportamentos nas organizações. In: Administração. São Paulo: Cengage Learning, 2010. cap. 17. p. 637-665. DAFT, Richard L. Liderança. In: Administração. São Paulo: Cengage Learning, 2010. cap. 18. p. 682-711. GOLEMAM. Daniel; BOYATZIZ. Richard, MCKEE. Annie. O poder da inteligência emocional a experiência de liderar com sensibilidade e eficiência. Rio de Janeiro: Elsevier, 2002. DOENÇA DE ALZHEIMER: CUIDANDO DO CUIDADOR Autores: Julio C. de Moraes, Regina Yoko N. Lima, Silvia C. Castro, Tamires T. Guedes e Vanda M. Ferrari Orientadora: Flavia M. P. Soares OBJETIVOS Levantar e avaliar os principais aspectos psicológicos determinantes do impacto no cuidador de pacientes com DA. MÉTODO SAUDÁVEL INTRODUÇÃO O crescimento da população idosa é um fenômeno mundial. Em 2025 o Brasil será o 6º país do mundo quanto ao contingente de idosos. Como a expectativa de vida aumentou nas últimas décadas, também trouxe como consequência o aumento de doenças crônico-degenerativas. Dentre elas, a mais comum é a doença de Alzheimer (DA), descrita pelo médico Alois Alzheimer em 1907, e que se caracteriza como sendo um processo neurodegenerativo relacionado à idade. Apresenta sintomas como alterações comportamentais e cognitivas, além de comprometimento da memória, pensamento e raciocínio, de causa e tratamento ainda desconhecidos. Estima-se que nos EUA existam cerca de 4 milhões de pacientes e no Brasil pelo menos um milhão e duzentos mil. A Abraz (Associação Brasileira de Alzheimer) é formada por profissionais da área de saúde e familiares de pessoas com a ALZHEIMER doença de Alzheimer e busca transmitir informações sobre o diagnóstico e tratamento da DA e também orientar sobre os aspectos cotidianos do acompanhamento da pessoa com a DA. Entretanto pesquisas têm evidenciado que o declínio do paciente e suas demandas específicas também afetam o cuidador, que apresenta grau elevado de sintomas psiquiátricos, prejuízos no sistema imunológico, assim como aumento de conflitos familiares. Outros estudos sugerem que altos índices de sobrecarga e impacto no cuidador estão associados à vida do portador e de como a doença se desenvolve. Portanto, o foco desta pesquisa é o cuidador, sua sobrecarga, qualidade de vida, estratégias de elaboração e cuidados que devem ser feitos por ele, e, principalmente, enfatizar a lacuna e a falta que o trabalho de um psicólogo faz, sobretudo aos cuidadores de pessoas com a doença de Alzheimer. O método utilizado ocorreu desta forma: • Pesquisa bibliográfica sobre o tema • Entrevista semiestruturada com a presidente da Abraz, regional Curitiba • Participação em uma reunião mensal do grupo Abraz • Entrevista com uma cuidadora (76 anos) de um portador (77 anos), diagnosticado com DA há 3 anos, e que se encontra atualmente no estágio severo • Articulação direta das entrevistas com a teoria CONSIDERAÇÕES FINAIS A partir da análise e articulação das entrevistas com a teoria, nota-se que a DA é considerada uma situação de crise para o indivíduo e para a família do portador. Observa-se que por vezes o cuidador, em conflito quanto ao diagnóstico e tratamento, não está emocionalmente bem para dar suporte à pessoa com DA. Sem orientação e apresentado a uma dinâmica emocional negativa, dificulta-se o processo de tratamento do portador. É possível perceber essa necessidade no discurso I Jornada de Iniciação Científica 39 sobre a doença. No entanto não abrange seu sofrimento emocional e sua saúde mental. RESULTADOS da coordenadora da Abraz regional: “Quem mais precisa de suporte psicológico é o familiar, o cuidador, formal ou informal. Há situações de conflito, de estresse. Nas reuniões, é o momento que eles conseguem desabafar, mesmo que falem pouco e escutem mais, por que a proposta nossa é de trabalhar com temas, então por 40 minutos escutam e no final, meia hora, é o momento de discussão”. De acordo com Zimerman (2000), deveria haver sempre um espaço para que o cuidador fale de si, de suas ansiedades, medos, dúvidas, dificuldades com o paciente, a família e os profissionais O processo de desenvolvimento da DA envolve sofrimento emocional, por isso a ajuda ao cuidador torna-se importante. Com base nos resultados, evidencia-se uma lacuna na qual o psicólogo proporcionaria um espaço de escuta voltado totalmente ao cuidador, promovendo o seu bem-estar físico e mental. Nesse espaço, o cuidador tem a oportunidade de desabafar, expressar angústias, queixas, medos e dificuldades que enfrenta no dia a dia com a pessoa com DA. Conclui-se, portanto, que o tratamento do portador é essencial, porém o acompanhamento psicológico ao cuidador é de suma importância. REFERÊNCIAS ABRAZ. Associação Brasileira de Alzheimer. Disponível em: <http://www.abraz.com.br>. Acesso em: 1º jun. 2010. envolvidos. Quando perguntado à entrevistada: “De que forma a senhora acha que a psicologia poderia ajudar no seu caso?”, ela responde: “Assim como nós estamos fazendo, conversando, parece que sai um peso das costas”. Dentro dessa perspectiva, a Abraz regional que trabalha com voluntários, propicia uma parcela dos cuidados relacionados ao cuidador, oferecendo informações 40 I Jornada de Iniciação Científica BERLINCK, Manoel Tosta. A envelhescência. Boletim de novidades da Livraria Pulsional. São Paulo: Escuta, ano IX, n. 91, nov./1996. BIANCHI, Henri. O eu e o tempo: psicanálise do tempo e do envelhecimento. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1993. LEIBING, Annette. Velhice, doença de Alzheimer e cultura: reflexões sobre a interação entre os campos da antropologia e psiquiatria. In: DEBERT, Guita Grin; GOLDSTEIN, Donna M. (Orgs.) Políticas do corpo e o curso da vida. São Paulo: Sumaré, 2000. MESSY, Jack. A pessoa idosa não existe. São Paulo: Aleph, 1999. NERI, A. L.; CARVALHO, V. A. M. L. O bem-estar do cuidador: aspectos psicossociais. In: FREITAS, E. V. et al. Tratado de geriatria e gerontologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. ZIMERMAN, Guite I. Velhice: aspectos biopsicossociais. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000. O PAPEL DAS INSTITUIÇÕES NA PRODUÇÃO DA VIOLÊNCIA Autora: Tatiane Ferreira Tedesco Orientadora: Noemia Hepp Panke Esta resenha aborda o papel que desempenham as instituições na produção da violência. Baseia-se no artigo “Pensar a violência ou os limites do político”, do original Penser la violence ou les limites du politique, de Nina de Melo Franco, escrito por André Lévy (2004), psicossociólogo e professor emérito de psicologia. O artigo aborda o tema da violência e do papel das instituições e da política na produção desta. Ressalta que a mídia valoriza a violência, em detrimento das questões econômicas e sociais e que o foco nas violências individuais desconsidera as institucionais. Desperta a atenção neste artigo, os efeitos no comportamento das pessoas pertencentes a instituições que praticam a violência institucional, entendida como práticas de violência toleradas ou, até mesmo, incentivadas por instituições e grupos sociais. Tais instituições estimulam a aceitação de suas práticas violentas, baseadas na justificativa de contribuir para o bem comum. Alba Zaluar em seu artigo “Violência: pobreza ou fraqueza institucional?” (1994) também aborda o papel das instituições na produção da violência. Ela questiona se a violência é um reflexo da pobreza ou da fraqueza das instituições. Conclui que não existe associação entre as taxas de mortalidade por homicídios e pobreza ou migração, baseando-se em dados oficiais. Esclarecedor nesse artigo de Zaluar é a desvinculação da violência com a pobreza e a implicação de que políticas e instituições, que não tratam adequadamente o tema, exercem maior influência sobre o aumento da violência do que a pobreza. As violências praticadas por instituições ou por indivíduos que agem em nome dela se fazem presente a todo momento na mídia e no cotidiano de milhares de pessoas. Todas essas práticas podem ser consideradas violência institucional e estão presentes no cotidiano de forma tão rotineira e sutil que até passam despercebidas pela maioria das pessoas. Sem dúvida, a violência praticada pelas instituições sociais afetam a população em geral e contribuem para seu aumento. Diante de tantas formas de violência que estão presentes na vida em sociedade, é compreensível que os indivíduos por ela afetados reajam também com violência e que muitos, incentivados pelas instituições que representam, pratiquem-na contra seus semelhantes, em seu nome, sob as mais variadas formas. Assim, qualquer debate sobre a violência deve considerar as violências praticadas e incentivadas pelas instituições. E qualquer tentativa de reduzi-la precisa considerar, também, em seu âmbito institucional, não se limitando às práticas individuais de pessoas marginalizadas. Por tudo o que foi exposto, percebe-se que a violência está presente na vida em sociedade mais do que se pensa e do que se nota. No entanto é preciso compreendê-la, não só como um ato individual, mas como um reflexo dos atos coletivos de violência praticados por instituições que representam a sociedade. Tais instituições não só a toleram, mas a incentivam e a praticam por meio de seus integrantes, de maneiras evidentes ou de forma mais sutis, porém, não menos prejudiciais. REFERÊNCIA BÁSICA LÉVI, André. Pensar a violência ou os limites do político. In: Psicologia em Revista. Belo Horizonte, v. 10, n. 16, p.191-209, dez. 2004. REFERÊNCIA COMPLEMENTAR ZALUAR, Alba; NORONHA, José C; ALBUQUERQUE, Ceres. Violência: pobreza ou fraqueza institucional?. In: Caderno de saúde pública. Rio de Janeiro, n.10, suplemento 1, p. 213-217, 1994. I Jornada de Iniciação Científica 41 Jornada de Iniciação Científica da Faculdade Dom Bosco EDUCAÇÃO FÍSICA Campus Mercês 42 I Jornada de Iniciação Científica PLIOMETRIA COMO UMA ALTERNATIVA PARA O TREINAMENTO DE FORÇA EXPLOSIVA Autores: Neiry Ellen Gasperin, Frederico B. Moraes Jr. Orientador: Keith Sato Urbinati ao sistema, ajudando a melhorar a capacidade do sistema nervoso em reagir com velocidade máxima ao alongamento do músculo (Verkhoshansky, 2000). INTRODUÇÃO Força explosiva é uma característica a ser considerada em diversas modalidades, pois pode ser definida como a capacidade de se aplicar uma força máxima no menor tempo possível. OBJETIVO O presente estudo tem como objetivo avaliar se o treinamento pliométrico ou o treinamento coordenativo possui alguma influência no desempenho do teste de impulsão horizontal. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS O grupo estudado contou com uma amostra de 12 indivíduos de ambos os sexos, com idade média de 22,5±1,73 anos. Para a realização deste estudo, os sujeitos foram divididos em três grupos, com quatro integrantes, assim caracterizados: Grupo Pliometria (GP), Grupo Coordenativo (GCO) e Grupo Controle (GC). Foi realizada uma única sessão de treinamento com as seguintes características: pliometria (caracterizado por 12 saltos a uma altura de 0,75 m) e treino coordenativo (caracterizado por 12 saltitos sobre 2 linhas desenhadas no chão). O Grupo Controle realizou repouso passivo. Foi utilizado o teste de impulsão horizontal antes (pré-teste) e após (pós-teste) a sessão de treinamento. Para verificar se existe diferença entre os treinamentos foi realizado anova two way e teste pós hoc de Bonferroni (p< 0,05). RESULTADOS Houve aumento de 0,7 m nos valores de impulsão horizontal para GP, enquanto para o GCO e GC não ocorreu aumentos importantes 0,0 a 0,1 m. Observou-se diferença nos valores de pós-teste para GP (p = 0,02) e nos outros valores de pré e pós teste dos GCO e GC. Os exercícios pliométricos propiciam uma transição do treinamento de força tradicional para movimentos explosivos de vários esportes. O sistema neuromuscular é ensinado a aceitar e aplicar melhor as cargas aumentadas CONCLUSÃO O treino de pliometria pode ser considerado como um método eficaz, quanto ao resultado específico de treinamento, nesse caso, para o teste de impulsão horizontal. REFERÊNCIA VERKHOSHANSKY, Y. Todo sobre el método pliometrico: medios y metodos para el entrenamiento y la mejora de la fuerza explosiva. Editorial Paidotribo, 2000. Contatos: [email protected] [email protected] [email protected] Trabalho desenvolvido na disciplina de Metodologia do Treinamento Desportivo. Turma 6º – Bacharelado (2º Semestre 2010) I Jornada de Iniciação Científica 43 POTÊNCIA AERÓBIA E CAPACIDADE ANAERÓBIA EM ATLETAS DE JUDÔ Autoras: Elizélia de Campos Felipe, Luci de Cassia Ribeiro Orientador: Keith Sato Urbinati Introdução Processos avaliativos no esporte são importantes intrumentos para a preparação do atleta e ganhos no rendimento. Deve-se considerar a especificidade da modalidade, como no caso do judô, um esporte com características de intermitência e com esforços supramáximos. Objetivo O objetivo do presente estudo foi avaliar o índice de potência aeróbia e capacidade anaeróbia em atletas de judô. Procedimentos Metodológicos Foram avaliados 12 atletas de uma equipe estadual de judô, com idade média de 26,5 ± 2,88 anos. Foi realizado o Special Judo Fitness Test - SJFT (Sterkowicz et al, 1998) para mensurar a potência aeróbia e capacidade anaeróbia. Dois judocas (ukes) de estatura e massa corporal semelhante (mesma categoria de peso) às do executante (tori) são posicionados a seis metros de distância, um do outro, enquanto o executante do teste (tori) fica a três metros de distância dos judocas que serão arremessados. O teste é composto de quatro sequências, sendo cada uma dividida em três períodos: quinze segundos (A), trinta segundos (B) e trinta 44 I Jornada de Iniciação Científica segundos (C), com intervalos de dez segundos entre os períodos de esforço e de um minuto entre as sequências. Durante cada um dos períodos, o executante arremessa os parceiros utilizando a técnica de braço ipon-seoi-nague de direita o maior número de vezes possível, sendo verificada a frequência cardíaca do atleta imediatamente após e um minuto após o final do teste, determinada por monitor de frequência cardíaca polar. Os arremessos são somados e é calculado um índice para verificar a potência anaeróbia do atleta. Mesurou-se o número de arremessos manualmente, bem como a frequência cardíaca (FC) pelo frequencímetro da marca Polar, modelo A3. Para análise estatística utilizou-se média, desvio padrão e teste Z. Resultados Observou-se que a média dos arremessos foi de 17 ± 2. A FC final de 174 ± 12 bpm; FC após 1 minuto de recuperação de 147±11 bpm. O índice final do SJFT foi de 19 ± 2. Ao realizar o teste Z, verificou-se que sete (58,4%) dos sujeitos apresentaram valores superiores para a média do próprio grupo; quanto menor o índice do atleta, melhor o desempenho no teste. Conclusão Concluiu-se que os atletas do presente estudo apresentaram insuficientes valores de potência aeróbia e capacidade anaeróbia para a especificidade do judô. Referências FRANCHINI, Emerson (Org.) Judô: desempenho competitivo. 2. ed. Barueri: Manole, 2010. v. 1. 480 p. STERKOWICZ, S.; ZUCHOWICZ, A.; KUBICA, R. Levels of anaerobic and aerobic capacity indices and results for the special fitness test in judo competitors. Cracow Academy of Physical Education, 1998. Contato: [email protected] Trabalho desenvolvido na disciplina de Metodologia das Atividades de Lutas. Turma 7º – Bacharelado (1º Semestre 2010) e apresentado no Seminário Internacional de Educação Física, Lazer e Saúde. Curitiba, nov. 2010. CORRELAÇÃO ENTRE COMPOSIÇÃO CORPORAL E METABOLISMO ENERGÉTICO NO JUDÔ Autoras: Alessandra Chime Lopes, Ana Paula Batista, Danielle de Campos Pereira Landal. Orientador: Keith Sato Urbinati INTRODUÇÃO Nas últimas décadas, as modalidades esportivas têm se aprimorado em suas regras, nos aspectos técnicos, táticos, dentre outros. Assim, a tecnologia tem a sua participação nesse processo. No âmbito da prática competitiva do judô, a morfologia de composição corporal parece influenciar no rendimento esportivo. No judô o metabolismo energético parece ser fortemente influenciado pela capacidade anaeróbia e potência aeróbia (Franchini, 2010). OBJETIVO O objetivo do estudo foi verificar a correlação dos componentes anaeróbio e aeróbio com as variáveis de composição corporal de atletas de judô. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Ocorreram avaliações em 13 atletas de judô da categoria adulta nível estadual. Para avaliar capacidade anaeróbia e potência aeróbia foi realizado o teste de Sterkowicks com o seguinte protocolo: dois judocas com estatura e massa corporal semelhante a do executante são posicionados a seis metros de distância um do outro, enquanto o executante do teste fica no meio (3 metros de distância de cada um). O teste é divido em três etapas, sendo respectivamente de 15 segundos, 30 segundos e 30 segundos com intervalos de 10 segundos entre eles. Em cada fase, o executante arremessa os parceiros com uso da técnica ippon-seoi-naguê pelo maior número possível. Imediatamente após e um minuto após o final do teste, a frequência cardíaca (FC) do atleta é mensurada. O total de arremessos realizados é somado e aplicado na seguinte equação: FC (final) + FC (após um minuto) / número total de arremessos. A frequência cardíaca foi monitorada com um frequencímetro A3 da marca Polar. Para a mensuração da gordura corporal foi utilizado um plicômetro da marca Longe e dados aplicados no protocolo de Jackson e Pollock (1985). Além do %G também calculou-se o valor de massa magra (kg). O tratamento dos dados baseou-se na correlação de Pearson (p≤0,05). RESULTADOS O índice de Sterkowicks avalia o metabolismo energético (capacidade anaeróbia e potência aeróbia) no judô. Quanto menor o índice, melhor o resultado. Os índices do presente estudo indicam adequados valores comparados aos da Seleção Brasileira (13,92) (Franchini, 2010). Observou-se elevadas correlações entre o Índice de Sterkowicks e % de gordura (%G) e massa magra (MM). Quanto maior massa magra e menor %G, melhor o índice. CONCLUSÃO A composição corporal parece influenciar no desempenho do metabolismo energético (capacidade anaeróbia e potência aeróbia) do judô. Foram encontrados adequados valores de índice para os sujeitos do presente estudo. Menores níveis de gordura e maiores valores de massa magra auxiliam de forma positiva no rendimento do judô. REFERÊNCIA FRANCHINI, E. Judô: desempenho competitivo, 2 ed. São Paulo: Manole, 2010. Contatos: [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] Trabalho desenvolvido na disciplina de Metodologia das Atividades de Lutas. Turma 7º – Bacharelado (2º Semestre 2010) I Jornada de Iniciação Científica 45 RADICAIS LIVRES DURANTE EXERCÍCIO AERÓBIO E A INFLUÊNCIA DA ALIMENTAÇÃO ANTIOXIDANTE Autores: Eurico Heisler Belloto, Kamila Kely Iatzaki, Michelle Ferreira Lima de Paula, Tatiane Aparecida de Andrade Corrêa. Orientadora: Renata Teixeira Mamus Gomes INTRODUÇÃO O presente artigo visa aos estudos sobre radicais livres no exercício aeróbio com alimentação antioxidante. Radicais livres constituem um grupo de substâncias químicas que se caracterizam por possuírem um ou mais elétrons desemparelhados num dos seus orbitais externos. Por esse motivo, eles possuem a reatividade e a instabilidade química que os caracterizam, tendendo a interagir com outras moléculas na sua proximidade, por meio da captação (comportandose como oxidantes) ou da cedência (atuando como redutores) de elétrons e/ou de átomos de hidrogênio. Pode-se definir antioxidante como "qualquer substância que, presente em baixas concentrações quando comparada a do substrato oxidável, atrasa ou inibe a oxidação deste de maneira eficaz" (Sies e Stahl, 1995 apud Bianchi e Antunes, 1999. p. 124). Uma alimentação rica em antioxidante ajuda a inibir a produção dos radicais livres. No exercício físico há uma liberação de radicais livres, quanto maior a intensidade, maior será a liberação. Entretanto o antioxidante tem a função de impedir que os radicais livres possam prejudicar os tecidos, como os músculos esqueléticos. Sendo assim, este artigo tem 46 I Jornada de Iniciação Científica como objetivo verificar a influência dos antioxidantes no exercício aeróbio contra a produção de radicais livres no organismo. REFERENCIAL TEÓRICO Radicais livres são compostos altamente reativos por possuírem um elétron não pareado na órbita mais externa, que pode conduzir a uma série de danos celulares ao organismo (Vancini et. al., 2005. p. 47). De acordo com Bianchi e Antunes (2003, apud Weber e Ramos, 2009), são liberados durante a transferência de elétrons no metabolismo e por causas externas e podem originar-se no citoplasma, nas mitocôndrias ou na membrana das células. Existem espécies reativas de oxigênio muito prejudiciais, como o radical hidroxila e o superóxido, o oxigênio isolado e o peróxido de hidrogênio, que causam efeitos prejudiciais no organismo quando acumulados, sendo formados normal e permanentemente de várias formas no organismo humano: através da poluição do ar, luz ultravioleta, cigarro, pesticida, conservante. (Olszewer e Naveira, 1997 apud Weber e Ramos, 2009). Segundo Schneider (2002, apud Weber e Ramos, 2009), radicais livres também são úteis, pois ajudam a ativar o sistema imunológico e na desintoxicação de drogas. O que não pode haver é um acúmulo desses elementos. Quando isso ocorre o próprio organismo arranja uma forma de estabilização (Bianchi e Antunes, 2003, apud Weber e Ramos, 2009). “As moléculas orgânicas e inorgânicas e os átomos que contêm um ou mais elétrons não pareados, com existência independente, podem ser classificados como radicais livres” (Halliwell, 1994, apud Bianchi e Antunes, 1999. p. 123). Segundo Brouns (2005), os radicais livres no desempenho altamente intensivo se caracterizam por inúmeros eventos, que tornam extremamente provável a maior produção deles e dano celular correlato. Podem resultar da depleção de energia no músculo esquelético, durante a qual a ATP é fracionada para ADP–AMPhipoxantina, que finalmente acarreta a formação de xantina e ácido úrico nas hemácias e nas células endoteliais, resultando em sua liberação (Brouns, 2005). Quanto à classificação, antioxidantes podem ser: de prevenção, que não deixam os radicais livres se formarem; varredores, que não deixa os radicais atacarem células; de reparo, ajudam na reconstrução das membranas danificadas (Weber e Ramos, 2009). O desequilíbrio entre os sistemas pró-oxidante (liberação) e antioxidantes (remoção) promove o estresse oxidativo. Além de queda no rendimento físico (Gandra et al., 2004 apud Weber e Ramos, 2009). O estresse oxidativo faz parte do mecanismo gerador de várias doenças como isquemia, inflamação, câncer, trauma, doença degenerativa, morte celular (Koury e Dorangelo, 2003 apud Weber e Ramos, 2009). Conforme Anderson (1996, apud Bianchi e Antunes), quando se tem um aumento do estresse oxidativo, as defesas antioxidantes também aumentam, mas se a quantia de radicais for em demasia poderá ocorrer danos e até morte celular. De acordo com Wilmore e Costill (2001, apud Weber e Ramos, 2009), quando os radicais livres se acumulam ocorrem danos ao DNA, tanto na mitocôndria como no núcleo. Segundo Schneider e Oliveira (2003, apud Weber e Ramos, 2009) uma boa qualidade de vida se dá quando há um balanceamento entre os radicais livres que são produzidos e removidos. CONSIDERAÇÕES FINAIS Observa-se que os radicais livres têm maior produção no exercício de alta intensidade, provocando alterações das membranas celulares, trazendo malefícios para o indivíduo, por exemplo, doenças cardiovasculares, câncer e envelhecimento precoce já demonstrado em alguns trabalhos. Antioxidantes têm a função de prevenir a formação dos radicais livres não deixando que ataquem a célula e além disso têm a função de reconstrução de membranas. Radicais podem ser encontrados em suas principais fontes nas vitaminas C, E e o β-caroteno. Enzimas antioxidantes precisam também de zinco, cobre, selênio e proteínas para que sua função seja cumprida com eficiência. O exercício físico agudo aumenta o metabolismo celular ocorrendo a sobrecarga oxidativa, ocasionado o estresse oxidativo, lesionando a célula e o músculo esquelético. O indivíduo que faz exercício aeróbio em alta intensidade tem que compensar com uma dieta rica em antioxidante para que haja menor alteração celular e menos danos a sua saúde. O interessante é que a alimentação e o exercício sejam utilizados de maneira correta e eficiente no dia a dia do indivíduo. VANCINI, Rodrigo Luiz et al. Influência do exercício sobre a produção de radicais livres. Revista Brasileira de Atividade Física e Saúde, v. 10, n. 2, p. 47-58, maio-ago. 2005. Acesso em: 30 out. 2010. WEBER, Adriana Luciane; RAMOS, Andrews Barcellos. Efeito de diferentes intensidades de exercícios na produção de radicais livres e alterações respiratórias. Uma proposta pedagógica para o ensino de bioquímica no curso de medicina. Revista Digital, Buenos Aires, ano 14, n. 131, abr. 009. Acesso em: 30 out. 2010. REFERÊNCIAS BIANCHI, Maria de Lourdes Pires; ANTUNES, Lusânia Maria Greggi. Radicais livres e os principais antioxidantes da dieta. Rev. Nutr. [online]. 1999, v. 12, n. 2, p. 123-130. ISSN 1415-5273. Acesso em: 2 nov. 2010. BROUNS, Fred. Fundamentos de nutrição para os desportos. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. SCHNEIDER, Cláudia Dornelles; OLIVEIRA, Alvaro Reischak de. Radicais livres de oxigênio e exercício: mecanismos de formação e adaptação ao treinamento físico. Rev. Bras. Med. Esporte [online]. 2004, v. 10, n. 4, p. 308-313. ISSN 1517-8692. Acesso em: 2 nov. 2010. I Jornada de Iniciação Científica 47 USO DA NANOCIÊNCIA E NANOTECNOLOGIA NA SUPLEMENTAÇÃO ALIMENTAR COMO AUXÍLIO ERGOGÊNICO Autores: Felipe Ohya Araujo, Francisco Xavier, Leandro Junior do Nascimento, Marcos Antônio Goes Junior. Orientadora: Renata Teixeira Mamus Gomes procurando satisfazer clientes, praticantes de atividades físicas que sempre buscam maior desempenho esportivo. INTRODUÇÃO RESUMO Palavras-chave: nanotecnologia, nanociência, suplementação alimentar. Com o avanço da tecnologia, novas ciências vêm surgindo, como é o caso da nanociência e nanotecnologia, esta última tão surpreendente que pesquisadores e especialistas ainda não têm certeza sobre o que é real e ficção. É certeza que a nanotecnologia está associada à manipulação de átomos em propriedades muito pequenas, procurando por meio da manipulação destes, criar novas estruturas, elementos ou apenas alterar as já existentes, potencializando sua ação. Dentro desse contexto, empresas do ramo de suplementação alimentar têm investido na nanociência e nanotecnologia visando a criar suplementos mais potentes, eficientes e rápido resultado, 48 I Jornada de Iniciação Científica Melhorando índices e performances de atletas de todo mundo, o segmento nutricional mundial vem avançando em ritmo acelerado. Pensando em melhoras de performances, não são só atletas que ganharam com essa evolução. Os praticantes de atividade física também são beneficiados com o avanço tecnológico da suplementação alimentar, tendo nela importante aliada para atingir o equilíbrio nutricional ideal. Dentro desse contexto, este artigo aborda a nanociência e a nanotecnologia aliada à suplementação alimentar como auxílio ergogênico. REFERENCIAL TEÓRICO Recursos ergogênicos A busca constante pela quebra de recordes sejam eles esportivos ou pessoais, tem levado atletas a procurar auxílio externo para atingir suas metas. Muitos buscam auxílios ergogênicos para beneficiar seu desempenho, que podem ser substâncias ou fatores psicológicos. Willmore e Costill (2001) definem recursos ergogênicos como sendo substâncias ou fenômenos que visam à melhora do desempenho de um atleta que busca a quebra de um recorde esportivo ou pessoal ou mesmo de um praticante de atividade física que visa a ter um melhor desempenho na prática de dada modalidade esportiva. Uso da nanociência e nanotecnologia na elaboração de suplementos alimentares Dentro de um programa de treinamento esportivo, independente da modalidade, muitos são os fatores que influenciam na conquista dos resultados desejados pelo praticante da atividade física. Willmore e Costill (2001) citam em sua obra vários fatores que influenciam no desempenho esportivo. Segundo eles três fatores são de maior influência: próprio treino (método utilizado), bom descanso (o que inclui, o sono) e boa alimentação. Sem dúvida trabalhados em conjunto são cruciais para um bom desempenho esportivo. No que se refere à alimentação, sabe-se que por mais que uma pessoa tenha uma boa dieta, terá dificuldades em suprir toda sua necessidade calórica, ainda mais se for muito ativa e tiver um grande gasto energético. É nesse momento que ela recorrerá aos suplementos alimentares por não conseguir ingerir na sua dieta a quantidade ideal de vitaminas e minerais necessários para manter um bom desempenho esportivo. Nesse contexto entra a nanociência e a nanotecnologia. Empresas do ramo de suplementação alimentar têm investido nessa nova tecnologia visando à produção de suplementos alimentares que apresentam resultados muito mais satisfatórios do que os comuns. Nanociência e nanotecnologia A nanotecnologia é uma área multidisciplinar, em que as dimensões estudadas se dão na escala nanométrica, sendo um nanômetro a bilionésima parte de um metro, uma medida muito pequena. Uma comparação possível é a de um grão de areia numa praia que se estenda de Salvador (BA) até Natal (RN). (Silva, 2006, p. 6.), “Partículas desse tamanho ou nanopartículas, apresentam grande área superficial e, frequentemente, exibem propriedades mecânicas, ópticas, magnéticas ou químicas distintas de partículas e superfícies macroscópicas” (Quina, 2004, p. 1). O aproveitamento dessas propriedades distintas em aplicações tecnológicas forma a base da nanociência e nanotecnologia de materiais. Nanovapor Nanovapor é derivado da nanotecnologia utilizada na fabricação. Isso quer dizer que seus compostos foram reduzidos a níveis ultramicroscópicos. “No que diz respeito à estimulação psíquica, uma matriz neuroamplificadora, composta de mais de 10 ingredientes aumenta o foco, a concentração e a velocidade com que impulsos nervosos são transmitidos ao músculo. Agentes que estimulam a resposta anabólica de hormônios como HGH e testosterona elevam a síntese de proteína e reduzem os níveis de cortisol presentes no nanovapor. Aminos BCAA, creatina, arginina e mais uma dezena de compostos anabólicos naturais tiveram sua cadeia molecular modificada para aumentar ainda mais os ganhos em cada sessão de treino. No que diz respeito à volumização celular e vasodilatação, basicamente mais água entra na célula muscular juntamente com a irrigação sanguínea aumentada. Os músculos são 70% água; com mais sangue, água e nutrientes dentro da célula haverá um estado anabólico otimizado durante todo o treino e também nas duas horas seguintes (Muscletech, 2009). CONSIDERAÇÕES FINAIS Percebe-se que a contínua busca pela performance esportiva tem levado os fabricantes de suplementos alimentares a buscar maneiras de expandir seu mercado, utilizando novas tecnologias para levar atletas ou praticantes de atividade física o mais próximo dos seus objetivos pessoais, seja ele emagrecimento, ganho de massa magra, força, velocidade, dentre outros. Sendo assim, é de suma importância que profissionais da área de educação física estejam sempre atualizados quanto aos produtos ofertados pelo mercado e orientar os alunos quanto aos possíveis efeitos daqueles pouco estudados cientificamente ou não autorizados no Brasil pela Anvisa. REFERÊNCIAS DULLEY, Richard Domingues. Mercado de produtos nanotecnológicos – realidade ou ficção. III Simpósio Nacional de tecnologia e Sociedade. Curitiba, 2009. Disponível em: <http://www.nanosociedade. com.br/arquivos/File/III%20 TECSOC/Trabalhocompleto_ Dulley_GT2.pdf.>. Acesso em: 12 nov. 2010. FRODEMAN, R. Nanotechnology: the visible and the invisible department of philosophy and religious studies. University of North Texas. Disponível em: <http://www. ndsciencehumanitiespolicy. org/docs/frodeman_nano. pdf>. Acesso em: 12 nov. 2010. GRUPO centro técnológico. Revista Novas Tecnologias: a nanotecnologia. v. 1, 2009. SILVA, Cylon Gonçalves. Brasil aposta na nanociência e nanotecnologia. Inovação Uniemp, v. 2, n. 1, Campinas jan./mar. 2006. Entrevista concedida a Simone Pallone e Wanda Jorge. QUINA, Frank. Nanotecnologia e o ambiente, perspectivas e riscos. Revista Quim. Nova, v. 27, n. 6, 1028-1029, 2004. WILMORE, Jack H.; COSTILL, David L. Fisiologia do esporte e do exercício. 2. ed. São Paulo: Manole, 2001. I Jornada de Iniciação Científica 49 MANUTENÇÃO DO PESO CORPORAL ATRAVÉS DE UMA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL E A PRÁTICA REGULAR DE EXERCÍCIOS FÍSICOS Autores: André Lucas Ferreira, Emily Juliane Faria, Isabella Mazurik, Katia Stefani Ukan Orientadora: Renata Teixeira Mamus Gomes INTRODUÇÃO PRESSUPOSTOS TEÓRICOS Sabe-se que a obesidade é uma doença ativa e presente na sociedade e pouco se faz para mudar esse quadro. Em épocas passadas, não havia preocupações referentes ao peso corporal, pois não existia tanta variedade de alimentos, principalmente industrializados, e também era ausente a tecnologia que afasta as crianças das ruas e dos parques, impedindo assim que elas gastem energia. Desse modo, tem-se a preocupação do desenvolvimento precoce da obesidade, que acarreta múltiplas doenças e a dificuldade de manter o peso corporal sem a prática de qualquer atividade física. Não há exemplo na história de uma época em que muitos tiveram acesso tão fácil a alimentos de alto teor calórico, com tão pouco esforço físico. Com isso, grande parte das pessoas em todo o mundo passou a comer mais e se movimentar cada vez menos. Controlar o apetite é uma tarefa difícil, ainda mais quando se trata de um mundo comercial onde restaurantes e lanchonetes estão cheios de novidades, com alimentos altamente calóricos. Ainda que se diga de passagem que a alimentação é o principal fator do controle de peso, é relevante afirmar que a atividade física é outro fator adjuvante nessa batalha contra a obesidade. Existem recomendações para a manutenção de peso saudável e a prevenção da obesidade, evitando assim consequentes 50 I Jornada de Iniciação Científica doenças cardiovasculares e outras relacionadas ao excesso de peso. Conforme Ribeiro et al. (2004), essa estabilidade da composição corporal durante os anos resulta de um balanço preciso entre a ingestão e o gasto energético. Entretanto no nosso organismo existe uma predisposição através do cérebro para defender o acúmulo de energia na forma de gordura. Conforme relembra Jardim e Varella (2009), o corpo vem sendo moldado desde a pré-história, formando estoques de energia para manter a sobrevivência em épocas de miséria. Contudo o mundo tornou-se mais moderno e tecnológico, trazendo uma vida sedentária, além do aumento da oferta de alimentos, fazendo com que os seres humanos não utilizem a energia que estocam. Com isso estamos acompanhando uma nova época: a de mais pessoas se tornando obesas e tendo complicações na saúde em relação a isso. A questão do excesso de peso é tratada como um problema de ordem pública, visto a associação existente entre o exagero de gordura corporal e o aumento de mortalidade. Manter um peso corporal considerado adequado durante o crescimento e na vida adulta parece associar-se a menor mortalidade e maior bem-estar. (Willet citado por Sichieri et al. 2000). Por isso é interessante como coloca Silva (citado por Lopez et al. 2000), que desde pequena a criança seja incentivada a ter uma vida mais ativa, já que o exercício realizado precocemente previne a formação de novas células adiposas. Os hábitos alimentares são adquiridos lentamente, a partir dos primeiros contatos com os alimentos. O sabor do leite materno não é o mesmo em todas as mamadas. Ocorrem modificações no decorrer do dia em função da alimentação da mãe. Estudos mostram que a diversidade dessas sensações gustativas, associadas à amamentação, facilita a aquisição de paladares mais variados no futuro. (JARDIM e VARELLA, 2009). Para Jardim e Varella (2009) a alimentação saudável baseia-se num princípio simples: nenhum tipo de alimento, seja carboidrato, proteína ou gordura é capaz de proporcionar sozinho todos os nutrientes necessários para o organismo. A dieta ideal deve ser variada. A redução da ingestão de alimentos preparados em casa, substituídos pelos industrializados (fast foods, salgadinhos e doces), o aumento do consumo de refrigerantes e de grande quantidade de calorias derivadas de gordura e a redução de atividade física são fatores etiológicos responsáveis pelo crescimento da prevalência da obesidade nas populações urbanas (RIBEIRO, SANTOS E SABIA, 2004). Segundo o Ministério da Saúde, ser ativo é estar em movimento. Evitar ficar parado é possível em qualquer lugar. Subir escadas no lugar de usar o elevador, descer do ônibus um ponto antes e ir andando e aumentar a distância gradativamente, caminhar sempre que possível e não passar longos períodos sentado assistindo TV, acumular pelo menos trinta minutos de atividade física todos os dias. Para Fernandez et al. (2004), a utilização do exercício físico tem sido um dos procedimentos mais empregados para o tratamento da obesidade. Pouca atividade física aumenta o risco de incidência da obesidade. Segundo Grilo (1994) citado em Fernandez et al. (2004) o exercício físico aumenta a queima de gordura e a diminuição da massa corporal. A atividade física diminui o risco de ataques cardíacos, diabetes, derrames cerebrais, além de reduzir os níveis do mau colesterol, tornar os ossos mais fortes e os músculos mais desenvolvidos, evitar problemas nas articulações e melhorar a função intestinal, a resposta imunológica, o equilíbrio e a qualidade do sono. Também diminui o risco de consumir drogas (entre elas o álcool e o fumo) retarda o envelhecimento e colabora para o equilíbrio emocional (JARDIM e VARELLA, 2009). CONSIDERAÇÕES FINAIS É inevitável a ligação existente entre o controle de peso, a alimentação e o exercício físico. Todo controle de peso deve-se a ingesta diária de calorias e ao seu gasto. A alimentação saudável e balanceada é imprescindível no controle de peso, o excesso de consumo de alimentos calóricos é carta branca para o sobrepeso e as doenças que a acompanham. Torna-se indispensável a prática regular de exercícios físicos, visto os benefícios que estes proporcionam ao que os praticam. O exercício físico tem como foco a saúde e qualidade de vida, mesmo que uma pessoa obesa não se torne magra através do mesmo, ela terá melhoras que a vida ativa oferece, retardando assim muitos problemas e complicações de uma vida sedentária. REFERÊNCIAS GIGANTE, Denise; BARROS, Fernando; CORA, Post; OLINTO, Maria. Prevalência de obesidade em adultos e seus fatores de risco. Disponível em: <http://www.scielosp.org>. Acesso em: 8 nov. 2010. GUEDES, Dartagnan Pinto. Programas de controle do peso corporal: atividade física e nutrição. Disponível em: <http://www. revistamineiraefi.ufv.br>. Acesso em: 11 nov. 2010. JARDIM, Carlos; VARELLA, Drauzio. Guia prático de saúde e bem-estar, obesidade nutrição. São Paulo: Gold, 2009. (Doutor Drauzio Varella) LOPEZ, Fabio; PASCHOAL, Valéria; JUZWIAKI, Claudia. Nutrição e atividade física. Disponível em: <http://www. scielo.br>. Acesso em: 8 nov. 2010. MARTINS, Francisco; SANTOS, José. Atividade física de lazer, alimentação e composição corporal. Disponível em: <http://www.revistasusp.sibi. usp.br>. Acesso em: 8 nov. 2010. I Jornada de Iniciação Científica 51 ATIVIDADE FÍSICA ALIADA A UMA BOA ALIMENTAÇÃO NO PERÍODO GESTACIONAL Autoras: Deise Cally Mattana dos Santos, Giselle de Souza, Tatiane Baroni Orientadora: Renata Teixeira Mamus Gomes INTRODUÇÃO A gravidez constitui-se de um período de muitas mudanças na vida da mulher, sejam elas físicas e fisiológicas no corpo da gestante e também psicológicas. A alteração no peso da mãe e do feto são influenciados pela atividade física e por uma alimentação adequada, sendo demonstrada a importância da atividade física no período gestacional para melhorar a qualidade de vida, evitando a hipertensão, melhorando o desempenho cardiovascular, auxiliando em uma melhor respiração, além de ajuda na prevenção de hiperlordose. O exercício físico também é de grande importância para auxiliar a gestante na aprendizagem do conhecimento corpóreo, que ajuda nas funções gastrointestinais e no parto. A orientação para uma alimentação adequada também influencia no desenvolvimento ao longo da gestação, tendo interferência tanto no metabolismo materno quanto no ganho de peso do feto. A gravidez traz aumento de peso nas gestantes, porém muitas delas no lugar de procurar orientação para uma alimentação correta, que não afete a mãe e o feto, acabam controlando o peso de forma errada, o que causa transtornos alimentares e consequentemente baixo peso no feto ou até mesmo aborto. A ciência do comportamento humano descobriu novos rumos e com isso verifica a importância do estágio intrauterino e da necessidade de um maior amparo durante a gestação. Uma gestante bem protegida pelo meio ambiente e ciente do desenrolar normal do parto transmite suas sensações de segurança e tranquilidade ao bebê. (NOVAES; VIANNA, 1998, p. 79 apud REINEHR; SIQUEIRA, 2009). CONSIDERAÇÕES FINAIS A atividade física aliada à nutrição no período gestacional ganha destaque por sua importância na melhora e manutenção da qualidade de vida, controle e prevenção de doença. Ela proporciona, não somente à mãe, mas também ao bebê uma vida mais saudável, com melhor condicionamento físico e diminuição dos sintomas desagradáveis durante 52 I Jornada de Iniciação Científica a gestação, resultando no controle de peso corporal, o que influencia na autoestima e na imagem. O exercício físico evita lesões e complicações para o feto, pois influencia na flexibilidade e resistência da mãe, evita lombalgias, melhora as condições de irrigação da placenta, facilita o trabalho de parto. Nesse aspecto, valida-se a necessidade de um nutricionista para acompanhamento no pré-natal e pós-parto, a fim de evitar a deficiência de nutrientes que garantem o desenvolvimento do feto. Com uma alimentação adequada é possível evitar diversas patologias como a hipertensão, diabetes, doenças cardiovasculares, além das possíveis complicações durante o parto. Vale ainda ressaltar que todas as atividades que forem praticadas pela gestante devem ter a orientação de um profissional de educação física, pois nem todas podem praticá-las. REFERÊNCIAS BAIÃO, M. R.; DESLANDES, S. F. Alimentação na gestação e puerpério. Scielo.br, Rev. Nutr., Campinas, 19(2): 245-253, mar./abr., 2006. BATISTA, D. C. et al. Atividade física e gestação: saúde da gestante não atleta e crescimento fetal. Rev. Bras. Saúde Matern. Infant., Recife, v. 3, n. 2, abr-jun. 2003. DUNKER, K. L. L; ALVARENGA, M. S.; ALVES, V. P. O.; Transtornos alimentares e gestação: uma revisão. J. Bras Psiquiatr. 2009: 58(1): 60-8. JUNIOR, C. C.; ALMEIDA, P. A. M.; SIQUEIRA, A. A. F. Relação entre peso da criança ao nascer, altura materna, Idade gestacional e restrição alimentar em gestantes normais. Rev. Saúde Públ., São Paulo. 9:33-42, 1975. TAKITO, M. Y.; BENÍCIO, M. H. A.; NERI, L. C. L. Atividade física de gestantes e desfechos ao recém-nascido: revisão sistemática. Rev. Saúde Pública, São Paulo: 43(6): 1059-69. TAKITO, M. Y.; BENÍCIO, M. H. A.; NERI, L. C. L. Avaliação da reprodutibilidade e validade de questionário de atividade física para gestantes. Rev. Bras. Med. Esporte, v. 14, n. 2, mar.-abr. 2008. SILVA, D. C. S. Alterações fisiológicas em gestantes durante a atividade motora no meio líquido. Biblioteca Digital, janeiro, 2005. SIMÕES, G.; PERES, L.; LIBERATTI, S.; VIEBIG, R. F. Qualidade de vida na gestação: a importância da prática de atividade física aliada à nutrição saudável. EFDeportes.com, Revista Digital; Bueno Aires, a. 13, n. 124, set. 2008. MALTA, M. B. et al. Utilização das recomendações de nutrientes para estimar prevalência de consumo insuficiente das vitaminas C e E. Rev. Bras. Epidemiol, 2008; 11(4): 573-83. REINEHR, J. G.; SIQUEIRA, P. C. M. Atividades e exercícios físicos para gestantes. Revista Digital, EFDeportes.com, Revista Digital; Bueno Aires, a. 13, n. 128, jan. 2009. I Jornada de Iniciação Científica 53 FATORES QUE INFLUENCIAM NA HIDRATAÇÃO EM ESPORTES DE ENDURANCE Autores: César Artur de Castro Junior, Cleiton Vaz França, Dilvano Leder de França Orientadora: Renata Teixeira Mamus Gomes INTRODUÇÃO Na área esportiva, existem diversos estudos com o propósito de melhorar a performance, porém deve haver sempre uma ligação com a segurança dos atletas. Segue-se aqui descobertas e pesquisas recentes sobre hidratação no âmbito esportivo e nos esportes de longa duração, com pouca ou elevada hidratação, que propõem diversos sintomas e abrem uma diversa abrangência em pesquisas, estudos e descobertas relacionados à hidratação com água. REFERENCIAL TEÓRICO O esporte de alto rendimento impõe a necessidade de um estudo minucioso sobre a influência do exercício nas respostas fisiológicas, diz Marins, Dantas e Navarro (2003), que garantem, quando treinadas, a melhora do desempenho esportivo: por isso a adequação de treinamento é cobrada, garantindo a diferença entre o primeiro e os demais competidores. Segundo Drumond, Carvalho e Guimarães (2007), a hidratação, nos diversos momentos do treinamento ou da competição, é dependente das necessidades individuais de macro e micronutrientes, da duração do exercício, do clima, e do desgaste orgânico causado em cada modalidade 54 I Jornada de Iniciação Científica esportiva, influenciando diretamente na performance, no equilíbrio hidroeletrolítico e na manutenção da temperatura corporal. A água é a principal constituinte do corpo humano em peso e volume. Um homem de 75 kg contém cerca de 45 L de água, correspondendo a 60% do seu peso corporal total (GREENLEAF, 1992; SAWKA, 1988 apud MARQUEZI e LANCHA JUNIOR, 1998). O volume hídrico corporal é dependente da composição corporal do indivíduo, do sexo, da idade, estado de treinamento e do conteúdo muscular de glicogênio, dentre outros fatores. (MARQUEZI e LANCHA JUNIOR, 1998). A água, por não fornecer energia, não contribui diretamente para as necessidades energéticas do organismo. No entanto esse elemento é imprescindível para um perfeito funcionamento biológico (MCARDLE et al., 1998 apud MARINS, 1998). Dentre as propriedades específicas da água encontram-se ainda: (a) auxílio na termorregulação através da evaporação do suor; (b) em condições de uma volemia adequada interfere diretamente com a regulação da temperatura corporal e o débito cardíaco durante o exercício; (c) absorção de choques; (d) atua ainda como elemento lubrificante das articulações; (e) participa como meio excretor através da urina e fezes (Chaves, 1978; Neto, 1994; Katch & McArdle, 1996 apud Marins, 1998). Haves (1978) apud Marins (1998) cita que a água oriunda do meio externo pode ter duas origens: (a) água ingerida e (b) dos alimentos. Uma segunda via do meio externo de extração de água corresponde à metabolização dela em diversos alimentos no processo de digestão, onde muitos deles (frutas) são constituídos basicamente por água (MARINS, 1998). Independentemente dos vários fatores externos que influenciam as necessidades hídricas, sobretudo as características do exercício e do ambiente, as mais recentes recomendações (RODRIGUEZ et al., 2009 apud MACIEIRA, 2009) vêm reafirmar a importância da individualização na determinação de rotinas de hidratação, dada a grande variabilidade de adaptação existente (CASA et al., 2000; SAWKA et al., 2007 apud MACIEIRA, 2009). Segundo Macieira (2009), a variabilidade resulta da massa corporal, de fatores genéticos, da eficiência metabólica, do nível de treino e aclimatação, influenciando a taxa de sudorese do atleta, apesar da sua associação à modalidade. Magallón & Mateo (1994) apud Marins (1998) explica que o exercício com a mobilização do glicogênio muscular como fonte energética, proporciona liberação de três gramas de água para cada grama de glicogênio mobilizado. Essa ação pode ser considerada como uma autohidratação, refazendo assim em parte a quantidade de água perdida através da produção do suor. Em treinamentos e provas de longa duração, a hidratação deve ser constantemente realizada, visando à manutenção da homeostase hídrica, uma vez que um procedimento inadequado, ou mesmo sua ausência, promoverá o aparecimento de quadros de desidratação. (FERREIRA et al., 2010) Os líquidos ingeridos durante o exercício são numa escala, menor do que a perda originada pelo suor, resultando num leve nível de desidratação, mesmo quando os líquidos são oferecidos livremente, (MEYER e PERRONE, 2004), como ocorrem geralmente em corridas de rua. Registros de perdas elevadas de líquido são encontrados em diferentes modalidades desportivas; a perda de maior destaque, descrita na literatura, ocorreu com o maratonista Alberto Salazar, que perdeu 3,7 litros de líquido por hora de atividade durante a maratona de Los Angeles, em 1984. A importância do estabelecimento de reposição hídrica individualizada foi corroborada por outros estudos que demonstraram grande variação na taxa de sudorese e, consequentemente, na perda hídrica diferenciada. (FERREIRA et al., 2010) A desidratação é considerada a emergência mais comum que ocorre em atletas em competições de endurance e ultraendurance. Por isso, é comum tratar todos os que atravessam a linha de chegada, em um estado de exaustão, como desidratados. Entretanto, vale a pena ressaltar que eles podem estar hiponatrêmicos, descrito mais adiante (KRATZ et al., 2005; NOAKES et al., 1991 apud BORSATTO e SPINELLI, 2007) A eliminação da água em um metabolismo normal ocorre por meiode cinco vias: urina, fezes, ar expirado, suor e perspiração invisível (WHITTMIRE, 1998 apud MARINS, 1998). Guyton (1992) apud Marins (1998) cita que a quantidade de líquido perdido nessas vias pode variar ao modificar a temperatura ambiente ou com o exercício. O suor apresenta uma ação orgânica na tentativa de reduzir a temperatura corporal, principalmente quando o meio ambiente a apresenta em grau superior ao corporal. Nesse caso a produção de suor será estimulada para que ocorra a evaporação e como consequência liberação de energia calorífica, controlando dessa forma a temperatura interna (MARINS, 1998). O suor excessivo sem uma reposição adequada pode originar uma desidratação, que segundo Romeiro (1978) apud Marins (1998), é uma situação clínica proveniente de uma redução considerável de água no organismo ou por depletação hídrica excessiva não compensada. Fox et al. (1991) apud Marins (2008) considera a hidratação como a perda excessiva de água corporal. Katch & McArdle (1996) apud Marins (1998) cita que desidratação é a diminuição de fluido extracelular a ponto de gerar um desequilíbrio dos teores de água do organismo. Para Rotellar (1986) apud Marins (1998), um quadro de desidratação durante o exercício está relacionado com a produção de suor e a ingestão inadequada de líquidos. Segundo Marins (1998), a evaporação implica necessariamente na produção de suor, quanto maior a produção de suor mais será a perda de água corporal, o que proporciona o aparecimento de um quadro de desidratação, principalmente se o processo de hidratação não compensa a perda. Outra situação que afeta a hidratação é a temperatura seja ela corpórea ou ambiente. A manutenção da corpórea, diante de alterações da outra, é fundamental para o funcionamento do organismo e sua sobrevivência. (FOLADOR e FERNANDES, 2005 apud CHARALLO e JABUR, 2008) No homem, a temperatura em circunstâncias normais, é de 37ºC, tolerando apenas variações relativamente pequenas internamente. Quando se verifica um aumento no exterior, o corpo humano atua por meio de mecanismos homeostáticos de termorregulação, diminuindo a temperatura corporal por processos como a vasodilatação e a produção de suor (MCARDLE et al., 2003 apud BORSATTO e SPINELLI, 2007). Segundo Borsatto e Spinelli (2007), a regulação da temperatura corporal está sob o controle de centros nervosos no hipotálamo. Termorreceptores sensitivos estão localizados I Jornada de Iniciação Científica 55 perifericamente na pele, próximos a esse centro regulador. O “termostato” hipotalâmico compara os sinais de entrada com o ponto de temperatura desejada, coordenando uma resposta fisiológica apropriada para aumentar ou diminuir a temperatura central. A perda de calor é provida pela dilatação dos vasos sanguíneos na pele e pela transpiração (suor). A vestimenta, utilizada na atividade física, torna-se fundamental para a termorregulação, já que esta pode facilitar ou dificultar a perda do calor corporal. A baixa preocupação com a cor do tecido pode impor um estresse físico a mais para o atleta, uma vez que as cores mais escuras absorvem mais calor (MARINS et al., 2004 apud BORSATTO e SPINELLI, 2007). Outro aspecto que deve ser relevado nessa área, segundo estudiosos no campo da medicina desportiva, é a hiponatremia, um desequilíbrio hidroeletrolítico descoberto inicialmente em 1985, que resulta na queda anormal da concentração plasmática de sódio para valores abaixo de 135 mEq/L (GLACE MURPHY e MCHUGH, 2002; KRATZ et al., 2005; NOAKES et al., 2005; TOY, 1992 apud BORSATTO e SPINELLI, 2007). A desidratação e a hiponatremia são as causas mais comuns de colapso em atividades de endurance. Toy (1992) apud Borsatto e Spinelli (2007) observou que a hiponatremia pode ocorrer juntamente com a desidratação em atletas de ultraendurance. Aproximadamente 70% dos 56 I Jornada de Iniciação Científica tratados por hiponatremia, por meio de diagnósticos laboratoriais no Hawaiian Ironman Triatlon, de 1989, estavam também desidratados (TOY, 1992 apud BORSATTO e SPINELLI, 2007). Observa-se então que em competições de grande porte de atletismo e triatlon deve-se dar uma atenção especial à hidratação dos atletas. Estruturar os postos, pois cada pessoa tem um nível de hidratação e seu balanceamento não pode ser comparado a outros. Assim a distribuição de água deveria ser feita quilômetro a quilômetro, deixando à escolha dos atletas a hora correta da reposição. Uma divisão com menos postos acaba ocasionando a obrigação do atleta hidratar-se, causando problemas relacionados à hidratação. Porém a ingestão de líquidos acima das necessidades pode levar ao estado de hipervolemia, aumento de volume plasmático, ocasionando o funcionamento deficiente do aparelho excretor, o que impossibilita o organismo de eliminar quantidades suficientes de água, resultando em hemodiluição ou aumento do plasma sanguíneo, consequente da diluição do conteúdo plasmático (WILMORE e COSTILL, 2001 apud BORSATTO e SPINELLI, 2007). Durante exercício pesado, o fluxo sanguíneo é desviado do trato gastrintestinal para o músculo esquelético, o que diminui a absorção de água pelo intestino. A perda de sódio e de água, juntos, pelo suor, conduz a uma concentração de volume sanguíneo, consequentemente, ocorre uma estimulação da secreção dos hormônios ADH (ARMSTRONG et al., 1993; SPEEDY et al., 1999 apud BORSATTO e SPINELLI, 2007) e aldosterona (WILMORE e COSTILL, 2001 apud BORSATTO e SPINELLI, 2007), que atuam na retenção hídrica. Por outro lado, com o cessar do exercício, o fluxo sanguíneo é progressivamente restabelecido para o trato gastrointestinal e ocorre a uma intensa absorção desse líquido, podendo ocasionar hiponatremia (NOAKES et al., 1990 apud BORSATTO e SPINELLI, 2007). CONSIDERAÇÕES FINAIS Conclui-se que a hidratação em atletas de endurance deve ser realizada de forma individualizada em relação ao seu sistema biológico, tendo em vista que há vários fatores que interferem como transpiração, umidade do ar e temperatura do ambiente. REFERÊNCIAS BORSATTO, Juliana E; SPINELLI, Nilton C. Atletas de endurance – uma investigação sobre efeitos da hiponatremia. Revista de Educação Física 139: 50-57, 2007. CHARALLO, M.; JABUR, M. N. Termorregulação. Universidade de Ribeirão Preto – Unaerp, 2008 DRUMOND, M. G.; CARVALHO, F. R. de; GUIMARÃES, E. M. A. Hidratação em atletas adolescentes – hábitos e nível de conhecimento. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, São Paulo, v. 1, n. 2, p. 76-93, mar./abril, 2007. 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Por esse motivo, indivíduos acometidos por fibromialgia buscam tratamento nas clínicas de reumatologia. A doença inclui dor músculo-esquelética crônica, em associação com múltiplos pontos dolorosos. O tratamento médico com analgésicos, anti-inflamatórios não só esteroides e antidepressivos é ineficaz, sendo os exercícios uma terapia alternativa. Vários estudos randomizados e controlados de exercícios terapêuticos na fibromialgia têm apresentado resultados positivos. segundo os critérios do American College of Rheumatology. Como critérios de exclusão, teve-se: patologia pulmonar grave, doença cardiovascular, renal, neurológica ou indivíduos que não cooperavam com os exercícios propostos. O observador do grupo paralelo cego randomizado controlado avaliou por 12 semanas os exercício exercício aeróbio ou relaxamento. Utilizou-se a escala Chalder para avaliar a fadiga física e mental, o questionário McGill para dor e SF-36 para qualidade de vida. RESULTADOS Em ambos os grupos a contagem de pontos dolorosos cairam significativamente em três OBJETIVOS Avaliar a eficiência do tratamento com exercícios aeróbios e técnicas de relaxamento em portadores de fibromialgia. Promover saúde e bem-estar. METODOLOGIA Foram incluídos no estudo homens e mulheres com idade entre 18-70 anos acometidos de fibromialgia Disponível em: <http://www.scielo.br/img/revistas/reeusp/v30n3/3a09q1.gif>. em 136 participantes. Estes responderam a questionários e foram submetidos à exame antes do tratamento. Esse procedimento foi repetido após 3, 6 e 12 meses. Os participantes foram aleatoriamente distribuídos em proporção iguais para meses. Essa redução persistiu por 12 meses (P <0,001, teste de Wilcoxon Rank assinado), embora a diferença entre os dois grupos tenha sido maior e favoreceu o grupo de exercício aeróbios (P = 0,02 no teste de Mann-Whitney U). A queda na contagem I Jornada de Iniciação Científica 59 de pontos dolorosos significou que em 12 meses apenas 75 participantes ainda preencheram os critérios diagnósticos para a fibromialgia. Afirma-se que um programa de três meses com exercícios aeróbios representa uma significante melhora, que foi demonstrada por meio do método de autoavaliação global da fibromialgia, contagem de pontos dolorosos e escores de impacto. CONSIDERAÇÕES FINAIS A fibromialgia é uma patologia que apresenta crescimento no número de diagnósticos. Há ainda muitas pesquisas a serem realizadas para promover a qualidade de vida nos indivíduos acometidos. Futuras estratégias estão sendo pensadas para aumentar a eficácia do exercício físico, como uma intervenção, oferecendo aos pacientes informações sobre objetivos e fundamentos das técnicas que apresentam benefícios, diminuindo as queixas de dor. Pelo presente artigo, atesta-se que atividades aeróbias quando realizadas periodicamente apresentam uma maior eficácia em relação às técnicas de relaxamento. 60 I Jornada de Iniciação Científica CRÍTICA Número da amostra: 136 participantes Critérios de inclusão e exclusão Inclusão: homens e mulheres com idade entre 18-70 anos portadores de fibromialgia segundo os critérios do American College of Rheumatology. Exclusão: patologia pulmonar grave, doença cardiovascular, renal, neurológica ou indivíduos que não cooperavam com os exercícios propostos. Avaliação validade: escala de Chalder para avaliar a fadiga física e mental, questionário McGill para dor e SF-36 para qualidade de vida. Grupo controle, randomização, cegos. Descrição da técnica fisioterapeutica Programa de exercícios individualizados aeróbios, baseados principalmente em esteiras e bicicletas ergométricas. Métodos de relaxamento e flexibilidade tanto em MMII e MMSS. Alongamentos e técnicas de relaxamento com base no regime publicado por Ost. PUNHO Autoras: Camila G. Ribas, Jennifer M. S. Paz, Juliele D. Machado Orientador: Cassio Preis INTRODUÇÃO Este trabalho tem como objetivo conhecer e entender o funcionamento do punho ou carpo e sua função na anatomia humana. O punho é constituído por oito pequenos ossos, distribuídos em duas fileiras transversas. São eles: escafoide, semilunar, piramidal, pisiforme, na fileira proximal; trapézio, trapezoide, capitato e hamato, na fileira distal. Há várias patologias que acometem o punho, dentre elas está a síndrome do túnel do carpo, que contém o nervo mediano. Na síndrome há o estreitamento do túnel do carpo que provoca maior resistência ao livre trânsito dos flexores dos dedos e compressão do nervo mediano. O diagnóstico se dá por alguns testes fisioterapêuticos, dentre os quais está o teste de Phalen e o teste do Sinal de Tinel. O punho é a articulação-chave para toda função da mão. Além disso, a integridade dele é responsável pela boa função dos dedos. O interesse em realizar o trabalho e a peça anatômica foi motivado por literatura especializada, com o objetivo de aprofundar o conhecimento da anatomia humana. OBJETIVOS Objetivo geral Conhecer e entender o punho e seu funcionamento na anatomia humana. Objetivos específicos Confeccionar peça anatômica; analisar diferentes fontes relacionadas ao punho; conhecer as causas, os sintomas e os principais tratamentos fisioterapêuticos. Figura 1 – Ossos do punho. METODOLOGIA A revisão bibliográfica tem como base a literatura especializada e o fichamento de cada obra consultada. A partir desse processo, ressaltou-se os principais pontos abordados pelos autores. Para entender a anatomia, confeccionou-se duas peças, com o rádio, a ulna, o punho e a mão, moldadas em biscuit, na visão palmar e na visão dorsal. Optou-se por fazer o lado direito nas duas visões, para melhor compreensão do conhecimento anatômico. Figura 2 – Punho, metacarpo e falanges. RESULTADOS O estudo realizado permitiu compreender o funcionamento da anatomia da mão, subdividida em punho, metacarpo e dedos. O punho se constitui de duas articulações: a radiocárpica e a mediocárpica. A estrutura dessas articulações é delicada, complexa e fundamental. Afinal, são elas que movimentam o punho, e este integra a quase totalidade das atividades da vida cotidiana. Figura 3 – Punho, metacarpo, falanges, rádio e ulna. O movimento do punho e dos dedos é executado pelo fluxo de tendões longos e fortes, que junto às principais estruturas neurovasculares da mão passam por túneis ou compartimentos bem definidos. O punho é a articulação-chave para toda função da mão, e os seus movimentos permitem que a mão seja colocada em uma grande variedade de posições. O carpo é constituído por oito I Jornada de Iniciação Científica 61 pequenos ossos considerados curtos, que apresentam uma forma irregular e cúbica e, por isso, cada um deles oferece seis faces. Na face palmar, o carpo é côncavo e por ele estende-se o retináculo dos flexores. Com isso forma-se um canal osteofibroso, canal do carpo. A face anterior relaciona-se com a palma, e a posterior, com a região dorsal da mão. As outras faces geralmente se articulam para os ossos vizinhos. Os ossos do punho distribuem-se em duas fileiras de quatro ossos cada uma. DISCUSSÕES O interesse em realizar este trabalho foi conhecer e entender o punho e seu funcionamento na anatomia humana. Os testes de Phalen e Sinal de Tínel verificam se há alguma patologia relacionada ao punho, e auxiliam o fisioterapeuta na determinação do diagnóstico. O punho é de extrema importância para os movimentos realizados no dia a dia, segundo Lech as atividades dependem da habilidade manual, que vai desde movimentos grosseiros até tocar algum instrumento. CONSIDERAÇÕES FINAIS Tendo em vista o trabalho realizado, ressalta-se ainda que a peça anatômica poderia ser moldada com outros materiais como gesso, argila, isopor. A escolha em utilizar o biscuit foi a facilidade em sua moldagem, secagem rápida e resistência. Outros como, isopor ou 62 I Jornada de Iniciação Científica gesso, poderiam ocasionar alterações na estrutura. Após as leituras e o fichamento das obras, concluiu-se que os objetivos foram alcançados, pois é fundamental conhecer e entender o funcionamento do punho e sua anatomia. REFERÊNCIAS CASTRO, Sebastião Vicente de. Anatomia fundamental, 2. ed. São Paulo: Makron Books, 1985. DANGELO, José Geraldo. Anatomia humana sistemática e segmentar, 2. ed. São Paulo: Atheneu, 2006. FIELD, Derek. Anatomia palpatória, São Paulo: Manole, 2001. GARDNER, Ernest. Anatomia, 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara, 1988. GRAY, Henry. Anatomia, 29. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1988. KAHLE, Werner. Atlas de anatomia humana. São Paulo: Atheneu, 2000. NETTER, Frank H. Atlas de anatomia humana. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1998. SOBOTTA, Johannes. Atlas de anatomia humana. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. FADIGA NO LUPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO: UM ESTUDO RANDOMIZADO CONTROLADO DE EXERCÍCIOS Autores: Anderson Tiago dos Santos, Luiz Gustavo Hack Bornancin, Ronny Skaraboto, Wellington de Souza. Orientadora: Sandra Mara Meireles Adolph INTRODUÇÃO Pacientes com lupus eritematoso sistêmico apresentam maior fadiga do que indivíduos saudáveis, relacionada a uma falta de condicionamento físico, depressão, má qualidade do sono, atividade da doença associada à fibromialgia. OBJETIVOS O objetivo deste estudo é comparar as mudanças fisiológicas sintomáticas e funcionais, associadas a 12 semanas de um programa de terapia com exercício aeróbico ou com terapia de relaxamento ou sem intervenção. METODOLOGIA Foram utilizadas para medir a fadiga as escalas de Chalder, Fadiga Security Score, Visual Analógica (VAS); a qualidade do sono foi observada por meio do Índice de Qualidade de Sono Pittsburg; o status funcional foi o Medical Outcomes Study Short-Form Health Survey; a ansiedade e a depressão foram avaliadas pela escala Hospital Ansiedade e Depressão; a atividade da doença foi avaliada pelo Sistemic Lupus Activity Measure; os danos da doença, pelo Systemic Lupus International Collaborating Clinics. Realizaram-se estudos de consumo de O2 máx (Vo2 pico), ventilação máx, FC máx, FC de recuperação, medidos durante um teste de caminhada em uma esteira motordriven. O estudo foi realizado com 93 mulheres, que cumpriram com os critérios de classificação de lupus eritematoso sistêmico do Colégio Americano de Reumatologia. Os critérios de exclusão foram: apresentação de miosite grave, nefrite, comprometimento neurológico ou cardíaco, doença pulmonar; gestação e menores de 16 anos ou mais de 55 anos. Os indivíduos foram alocados aleatoriamente em 3 grupos por meio de um protocolo de minização. O primeiro grupo, com 33 indivíduos, realizou exercícios em casa pelo menos 3 vezes por semana, entre 30 a 50 minutos, durante 12 semanas, a uma frequência cardíaca de 60% do VO2 máx; o principal exercício foi a caminhada, mas foram incentivados a fazer outros, e a cada duas semanas praticaram atividades supervisionadas. O segundo, com 29 indivíduos, ouviram 30 minutos de uma fita de relaxamento, 3 vezes por semana, em um quarto escuro, quente e silencioso. RESULTADOS A tabela 3 mostra os principais resultados do tratamento, em relação à fadiga. Dezesseis dos 33 (49%) pacientes no grupo do exercício avaliaram-se como "muito bom" ou "muito melhor", em comparação a oito dos 29 (28%) no grupo de relaxamento e cinco dos 32 (16%) no grupo controle, ao fim de 12 semanas de tratamento. Não foi significativa a melhora na fadiga utilizando a escala de Chalder e também não houveram diferenças significativas entre os grupos para nenhuma das outras medidas sintomáticas (Tabela 1) ou fisiológicas (Tabela 2). No entanto, houve um aumento significativo na duração do exercício. No primeiro grupo o aumento foi de 1,7 minutos, no de relaxamento de 0,2 minutos e no controle, -0,3 minutos. Após três meses do tratamento supervisionado I Jornada de Iniciação Científica 63 de exercícios devidamente prescrito para indivíduos com lupus eritematoso sistêmico e pode ser prescrito, sem agravar a doença, levando a uma melhoria global quando comparado com as terapias de relaxamento ou nenhuma intervenção. CRÍTICA foram realizadas novas avaliações e apenas oito dos 33 pacientes do grupo de exercício continuaram se exercitando e apresentaram uma diferença significativa na escala Visual Analógica (VAS) e na escala de Chalder, em relação àqueles que não continuaram com a prática. CONSIDERAÇÕES FINAIS Presupõe-se que o exercício leva a uma significativa melhora global em relação à terapia de relaxamento ou à não intervenção. Porém ela foi demonstrada apenas em uma das três escalas de fadiga realizadas. Isso pode 64 I Jornada de Iniciação Científica refletir a insensibilidade das escalas de fadiga ou a falta de poder estatístico para detectar uma mudança. As melhorias em relação à fadiga não foram mantidas durante os três meses seguintes pelo fato de apenas oito pacientes continuarem a realizar exercícios. Os escores de fadiga dos indivíduos que continuaram o exercício após o período de intervenção foram significativamente menores em comparação àqueles que pararam com a atividade. Isso sugere que a continuação do exercício leva a uma melhora sustentada. Os resultados suportam o uso O artigo apresenta um bom número de amostras, usando critérios de inclusão e exclusão e foram randomizados e divididos em 3 grupos, com um grupo controle. Foi realizada uma boa análise estatística. Porém os autores poderiam ter prescrito um programa detalhado de exercícios para os indivíduos, pois no artigo ressaltou-se somente a caminhada a 60% do VO2 máx, deixando muito vago se os pacientes praticaram outras atividades físicas e alguns podem ter realizado mais e outros menos. UMA COMPARAÇÃO DA TÉCNICA KNEIPP DE HIDROTERAPIA COM FISIOTERAPIA CONVENCIONAL NO TRATAMENTO DA OSTEOARTRITE DO QUADRIL OU JOELHO: PROTOCOLO DE UM ESTUDO PROSPECTIVO RANDOMIZADO CLÍNICO CONTROLADO Autoras: Juliana Bertolino Silva, Priscila Fonseca Bento, Raquel de Gois Batista, Thaísa Wolski Kokufu. Orientadora: Sandra Mara Meireles Adolph INTRODUÇÃO Este artigo consiste em um projeto para posterior comparação da aplicação dos métodos de hidroterapia e fisioterapia convencional, para o tratamento da osteoartrite. Tem sido demonstrado que a hidroterapia para artrose do quadril ou do joelho, por meio de séries de estimulação com água quente e fria, não só melhora a amplitude de movimento, mas também reduz a dor e aumenta significativamente a qualidade de vida num período de até três meses. A fisioterapia convencional e terapia de exercícios têm mostrado, em um alto nível de evidência, que para ser eficaz e ter benefícios a longo prazo para o alívio da dor e melhora na qualidade de vida é necessário o movimento da articulação afetada. OBJETIVOS O principal objetivo deste estudo clínico com três grupos de pacientes será determinar os efeitos da hidroterapia com suplente aplicação de água quente e fria sobre a coxa, no tratamento concomitante de osteoartrite do quadril ou joelho. Os principais desfechos são a redução da dor, melhoria da qualidade de vida e aumento de movimento articular. METODOLOGIA Um estudo-piloto foi realizado entre junho de 2008 e janeiro de 2009 para verificar a viabilidade, os protocolos de tratamento e o procedimento de randomização. Trinta pacientes, recrutados em uma clínica especializada na Alemanha com osteoartrite sintomática do quadril ou joelho, foram randomizados em um grupo de hidroterapia, grupo de fisioterapia e um grupo controle de fisioterapia e hidroterapia. Como resultado, obteve-se a viabilidade de todos os procedimentos utilizados para aplicação do estudo. O estudo atual foi concebido como um prospectivo, randomizado, que será realizado em uma clínica alemã especializada em medicina integrativa, para investigar os efeitos clínicos da hidroterapia na osteoartrose do joelho ou quadril, em comparação com a fisioterapia convencional. Cento e oitenta pacientes diagnosticados com osteoartrite do quadril ou joelho serão distribuídos aleatoriamente em três grupos de intervenção. No primeiro, os indivíduos receberão a técnica Kneipp de hidroterapia diariamente, com água, sob a forma de suplentes aplicações, fria e quente, alternadas (ver figura 1). O segundo contingente receberá fisioterapia no quadril ou joelho, três vezes por semana. Os pacientes no grupo da combinação de hidroterapia-fisioterapia receberão dois conjuntos específicos de fisioterapia, três vezes por semana, alternados com aplicações de Kneipp, quente e fria, todos os dias. Para diagnóstico e posterior avaliação serão utilizados a escala Visual Analógica de dez pontos para dor; avaliação diagnóstica da articulação afetada com o método neutro zero; o Timed up and go; índice de massa corporal; questionário Lequesne; instrumento SF-36; teste EQ-5D e diário de autorrelato preenchido pelo paciente, além de dados analisados no software SPSS 15.0. Disponível em <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/ pmc/articles/PMC2736923/figure/F1/>. RESULTADOS Como o trabalho ainda não foi aplicado, não há relatos de resultados concretos, e sim uma dedução dos possíveis resultados, que consistem em tratar a patologia, reduzir a dor e melhorar a qualidade de vida. CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente artigo não apresenta uma conclusão definida, pois é uma pesquisa para futura aplicação. I Jornada de Iniciação Científica 65 CRÍTICA Apesar de não apresentar a aplicação do método em comparação no estudo, o artigo mostra-se muito interessante e completo, apresentando todos os critérios necessários para ser considerado válido. O estudo precursor consistiu em uma amostra de 30 pacientes e para a futura aplicação será utilizada uma amostra de 180 pessoas. A quantidade de amostra foi calculada utilizando o software G-Power 3.0.10. O artigo relata também os critérios de inclusão e exclusão para pacientes com idade maior ou igual a 18 anos, com osteoartrite sintomática de quadril e joelho e disposição para participar do estudo. Foram excluídos pacientes com artropatia inflamatória de quadril ou de joelho, doenças do SNC, gravidez, câncer em estágio avançado, doenças infecciosas febris graves, dentre outras. Foram utilizados testes validados pela lilteratura, como escala Visual Analógica de dez pontos para dor; método neutro zero; Timed up and go; índice de massa corporal; questionário Lequesne; teste EQ-5D e um diário de autorrelato preenchido pelo paciente. Não foi especificado quais seriam os grupos controle, randomização e cegos. Eles apenas como seriam divididos – hidroterapia, fisioterapia convencional e hidroterapia combinada com fisioterapia. A técnica fisioterapêutica empregada será a hidroterapia, com o método Kneipp, bem descrita no artigo e a fisioterapia convencional. Serão aplicados 66 I Jornada de Iniciação Científica exercícios específicos para o quadril e joelho, podendo também incluir a região dorsal. O estudo ainda não apresenta uma avaliação estatística, pois não foi aplicado até o momento. REFERÊNCIAS SCHENCKING, Martin; OTTO, Adriane; DEUTSCH, Tobias; SANDHOLZER Hagen. A comparison of Kneipp hydrotherapy with conventional physiotherapy in the treatment of osteoarthritis of the hip or knee: protocol of a prospective randomised controlled clinical trial. Received July 17, 2009; Accepted August 19, 2009. PubMed. Disponível em: <http:// www.ncbi.nlm.nih.gov/ pmc/articles/PMC2736923/ pdf/1471-2474-10-104.pdf>. Acesso em: 9 jun. 2010. EXERCÍCIOS PARA PREVENIR E TRATAR A OSTEOPOROSE EM MULHERES PÓS-MENOPÁUSICAS Autores: Daniel Alberton Batista, Mayara Lopes, Mônica Basuc, Pamela Pedroso, Ana Claudia Minguetti. Orientadora: Sandra Mara Meireles Adolph INTRODUÇÃO METODOLOGIA A osteoporose é uma doença caracterizada pela redução na densidade óssea provocando risco elevado de fraturas (Consenso de 1994). As manifestações clínicas mais frequentes são a do quadril, a da coluna e a do punho. Conforme a OMS, cerca de 30% das mulheres pós-menopáusicas tem osteoporose (Kanis 1994, WHO, 1994). Estima-se que o risco de fratura em uma mulher de 50 anos de idade pode chegar a 60% (Cummings, 1989). Sua alta prevalência nesse grupo indica a importância do trabalho preventivo. Existem controvérsias quanto à importância do exercício para sua prevenção (Kanis 1994). Em 1988, o custo total estimado gasto em fraturas de quadril e internação para todos os tipos por osteoporose foi de sete a dez bilhões de dólares. Portanto o principal objetivo da intervenção é a prevenção. Trata-se de uma revisão sistemática, em que foram realizadas buscas por ensaios clínicos controlados aleatórios (ECA) em sites de base de dados. Os participantes foram inseridos nos critérios de inclusão e exclusão, sendo estes ensaios clínicos controlados e aleatórios, que avaliaram exercícios para mulheres pós-menopausa saudáveis. Nos ECA deveriam ser inclusos programas de exercícios – caminhada, calistenia (força), fortalecimento com resistência. Os participantes foram mulheres pós-menopáusicas entre 45 e 70 anos de idade. Entre as pesquisas realizadas, foram selecionadas 90 referências, destas, apenas 29 ensaios foram relevantes. 11 não cumpriam os critérios de inclusão e exclusão, restando 18 estudos. Todas as revisões consultadas foram publicadas em inglês. Coleta e análise de dados: Para avaliar a eficácia, foram obtidos dados brutos para os resultados de interesse (médias e desvios-padrão para oscontínuos e o número de eventos para os resultados dicotômicos), OBJETIVOS Avaliar a efetividade de exercícios na prevenção da osteoporose e determinar se o exercício retarda a perda da massa óssea e tem efeito benéfico sobre a densidade mineral óssea axial e pendicular em mulheres após a menopausa. RESULTADOS Exercício aeróbio Nove estudos analisaram os programas de exercício aeróbio. De 561 pacientes, 266 foram randomizados para exercício em grupo e 295, grupo controle. Desses, apenas dois eram de qualidade metodológica alta. Em todos, com exceção desses dois, os pacientes continuaram suas atividades habituais. O efeito do exercício foi avaliado em diversos locais (coluna, quadril e punho) e com diferentes ferramentas para medição da densidade mineral óssea (por exemplo, DPA, TCC). Portanto, não é possível combinar os resultados de diferentes estudos. Sete mediram os efeitos do exercício aeróbio em coluna, cinco no quadril e dois no punho. Abaixo é mostrada uma tabela com a diferença média ponderada dos grupos. EXERCÍCIOS AERÓBICOS Nº artigos DMP Punho Quadril Coluna 2 0,83 7 1,22 5 Signi�icativo 0,7 SIM NÃO SIM EXERCÍCIOS DE RESISTÊNCIA Exercícios de resistência Nº artigos DMP Signi�icativo EXERCÍCIOS AERÓBICOS Foi levada em consideração 0,28 Signi�icativo 1de exercícios NÃO Nº artigos DMP a Punho utilização Quadril 0,41 3 Punho 0,83 e NÃO SIM 2 isotônicos, excêntricos Coluna 2 2,50 SIM Quadril 5 para 0,7 NÃO concêntricos membros Coluna 7 1,22 e tronco. SIM superiores, inferiores EXERCÍCIOS DE RESISTÊNCIA Nº artigos DMP Signi�icativo Punho Quadril Coluna 1 0,28 NÃO 2 2,50 SIM 3 0,41 NÃO Caminhadas Foram feitos exercícios em esteira no limite aeróbico de cada paciente. A conclusão cita que os resultados demonstram I Jornada de Iniciação Científica 67 melhora significativa para quadril (DPM 0,92) e coluna lombar (DPM 1,64). Resultados combinados Os exercícios aeróbicos, com carga e resistência, foram todos efetivos para a densidade de massa óssea da coluna. A DMP para os programas combinados de exercícios aeróbicos e com carga para a coluna foi 1,79. Resultados analisados mostraram que a caminhada é efetiva para a DMO de coluna e quadril. Em todos os estudos, os únicos exercícios úteis para aumentar a DMO do punho foram os aeróbicos. CONSIDERAÇÕES FINAIS Os resultados mostraram que há evidência de que o exercício é eficaz na redução da perda óssea após um ano ou mais. Foi demonstrado que a atividade aeróbica, de resistência e de caminhada, foram mais eficazes comparadas com programa de exercícios não prescritos. Com esses resultados, uma vez que todos os programas foram eficazes, pôde-se estabelecer a conclusão de que o programa mais semelhante a uma atividade de vida diária (AVD), como caminhar rápido, é o tratamento recomendado no momento. Nenhuma conclusão pode ser delineada quanto ao efeito do exercício nos diferentes momentos pós-menopausa. Essa informação seria muito útil, pois sabe-se que o período em que há a maior taxa de perda óssea é o pós-menopausa imediato. Os exercícios aeróbicos, com carga e resistidos são eficazes 68 I Jornada de Iniciação Científica na DMO da coluna em mulheres pós-menopausa. A caminhada também é eficaz para o quadril. Os resultados indicam que este pode ser o programa mais recomendado para a população, mais fácil e simples para ser implementado a longo prazo. CRÍTICA O número da amostra é adequado, uma vez que se trata de uma revisão sistemática com 29 artigos, e inclusão de uma grande quantidade de indivíduos avaliados, proporcionando uma amostra satisfatória. Foram apresentados critérios de exclusão no que se refere à seleção dos artigos (randomizado, controlado com análise estatística) bem como dos indivíduos contemplados na pesquisa (pós-menopáusicas, saudáveis, entre 45 e 70 anos). Entretanto os autores citaram que apenas um estudo usou o método adequado de randomização e apenas dois cegaram os pacientes. Na análise estatística só foram levados em consideração artigos que a apresentavam. Tanto a descrição da técnica como os métodos válidos são citados nas tabelas finais dos artigos. REPRESENTAÇÃO DE IDOSOS SEGUNDO CRIANÇAS E PRÉ-ADOLESCENTES Autora: Veronica Nascimento Costa Orientador: Francisco Zanardini INTRODUÇÃO Segundo Rebellato & Morelli (2004), o crescimento da população idosa nos países em desenvolvimento é evidente, e está cada vez mais acelerado. Como consequência dessa situação, os serviços de assistência social e saúde da população geriátrica terão grande impacto, resultando na adoção de novas políticas públicas que atendam às necessidades desses indivíduos. O custo de assistência será elevado, cerca de três a sete vezes maior que o custo médio da população em geral. Isso pode ser uma das maiores dificuldades encontradas para a qualidade de vida do idoso. Muitos veem a terceira idade como sinônimo de doenças. Mas o que ocorre é que o organismo sofre transformações e não possui a mesma rapidez nas reações metabólicas e regenerativas. O risco de surgir doenças crônico-degenerativas ou progressivas é maior. Uma das principais mudanças é a perda de força muscular e do equilíbrio, deixando o idoso com risco de sofrer quedas. Elas são perigosas devido à estrutura óssea estar mais fraca e da lenta recomposição dos tecidos. A fisioterapia pode ajudar muito no processo de envelhecimento. Ações preventivas podem possibilitar maior força na musculatura, corrigir a postura para evitar quedas, prevenir complicações que a idade pode proporcionar, fortaler o aparelho respiratório, dentre outras. Naqueles que já possuem alguma incapacidade funcional, pode evitar a total invalidez, melhorar a qualidade de vida, prevenir que o estado de saúde entre em declínio e trazer o idoso novamente a sua condição normal ocupando uma posição (papel) na sociedade. DISCUSSÕES METODOLOGIA Realizou-se uma atividade na qual foi solicitado às crianças na fase de alfabetização e estudantes da sétima série que elaborassem um desenho representando um idoso. RESULTADOS Ao analisar as representações, nota-se a percepção da velhice de formas distintas. As crianças em fase de alfabetização representaram idosos utilizando acessórios para locomoção, como bengalas, cadeiras de rodas e limitações e/ou incapacidades. Os pré-adolescentes representaram idosos ativos, com qualidade de vida e saudáveis, apesar de algumas limitações caracterizadas nas ilustrações com o uso de bengalas para auxílio da marcha (caminhar), equilíbrio e situações de especificidade, ou seja, idosos frequentando locais onde somente eles possuem acesso. Entende-se que a visão instituída socialmente seja velhice com limitações. Porém, pode-se rever essa concepção no sentido de criar mecanismos para atingir o envelhecimento bem-sucedido, positivo, saudável e ativo. A população está vivendo mais e é necessário acrescentar qualidade nesses anos a serem vividos. Como fazer então? A primeira situação é identificar características comuns em idosos que vivem mais e com qualidade. Pesquisas apontam alguns fatores indicativos de saúde na velhice, apresentados por grupos de idosos: capacidade de perdoar; gratidão; reinvenção da velhice; peso próximo do ideal; casamento I Jornada de Iniciação Científica 69 estável (capacidade de amar e ser amado); anos de educação; prática de exercícios físicos; autocuidado e perseverança; hábitos salutares como a não utilização ou abstenção do cigarro e abuso de bebidas alcoólicas. Outro fator importante é lembrar que algumas alterações são comuns na velhice, como alteração de memória em que a recente poderá estar obscura e a remota mais clara, além da redução de reflexos, força muscular e capacidade de marcha. Em busca do envelhecimento saudável deve-se também estar atento a medidas preventivas que mesmo sendo simples são mais eficazes, pois mesmo para idosos portadores de doenças crônicas pode-se alterar o curso natural dessas enfermidaes que antecipam situações de desadaptação e riscos. Deliberato (2002) afirma que se deve ter atenção voltada para o ambiente onde o idoso está inserido, o qual deve ser adequado ou adaptado, evitando pisos escorregadios e obstáculos como tapetes malfixados. A iluminação deve ser adequada, o acesso facilitado, sem barreiras arquitetônicas. O ideal é dar preferência a rampas com corrimão no lugar de escadarias. Nos banheiros deve-se fixar nas paredes barras de segurança, piso com proteção antiderrapante, dentre outros. Pode-se combater a gordura abdominal (visceral), mantendo atividades laborais e o indivíduo ativo profissionalmente o maior tempo possível, inserido e exercendo a cidadania. Com essa nova abordagem e visão, possivelmente as próximas gerações podem mudar sua percepção em relação ao idoso. 70 I Jornada de Iniciação Científica CONSIDERAÇÕES FINAIS Com o crescimento da população idosa, estão ocorrendo e tendem a suceder mais mudanças com relação à saúde e à assistência dessa faixa etária. Todos os profissionais devem estar atentos. Os locais devem ficar cada vez mais acessíveis. O aperfeiçoamento nas políticas de saúde, na visão dos profissionais e de todas as pessoas com relação à qualidade de vida e assistência ao idoso é fundamental, assim como o respeito. Toda mudança gera uma adaptação, e nesse caso, todos devem estar preparados para dividir cada vez mais o espaço com as pessoas da terceira idade, respeitando suas limitações. Cada fase possui seus aspectos e com eles limitações que devem ser trabalhadas dentro da funcionalidade do indivíduo. REFERÊNCIAS REBELATTO, José Rubens; MORELLI, José Geraldo da Silva. Fisioterapia geriátrica: a prática da assistência ao idoso. São Paulo: Manole, 2004. DELIBERATO, Paulo César Porto. Fisioterapia preventiva: fundamentos e aplicações. São Paulo: Manole, 2002. ASSISTÊNCIA AO IDOSO Autora: Veronica Nascimento Costa Orientador: Francisco Zanardini Palavras-chave: idoso, gerontologia, assistência Disponível em: <blogdodesportista.blogspot com/2009_05_01_archive.html>. INTRODUÇÃO O crescimento da população idosa nos países em desenvolvimento é evidente, e está cada vez mais acelerado. Como consequência dessa situação, os serviços de assistência social e saúde para a população geriátrica terão grande impacto, resultando na adoção de novas políticas públicas que atendam às necessidades básicas dessas pessoas. O custo de assistência ao idoso será elevado, cerca de três a sete vezes maior que o custo médio da população em geral (REBELATTO, MORELLI, 2004). Isso pode ser uma das maiores dificuldades encontradas para a qualidade de vida desses indivíduos. As atitudes da sociedade demosntram muito preconceito com relação ao envelhecimento e à pessoa idosa, podendo gerar conflitos pela falta de paciência e pelo próprio preconceito. Muitos veem a terceira idade como sinônimo de doenças. Mas o que ocorre é que o organismo sofre transformações e não possui a mesma rapidez nas reações metabólicas e regenerativas. O risco de surgir doenças crônico-degenerativas ou progressivas é maior. Uma das principais mudanças é a perda de força muscular e do equilíbrio, deixando o idoso com risco de sofrer quedas, perigosas devido à estrutura óssea estar mais fraca e os tecidos mais lentos para se recompor. Então, muitas vezes são necessárias mudanças nas habitações, para tentar limitar a extensão do risco. Há casos em que a família, quando não possui condições de oferecer assistência às necessidades básicas do idoso, o coloca em instituições de longa permanência. Muitas são estruturadas e oferecem toda a assistência necessária, porém, não ofertam a relação familiar estável e importante para o bem-estar na terceira idade. OBJETIVOS Estabelecer conceitos de qualidade de vida, atitudes diante da velhice, alternativa de moradia e atuação da fisioterapia na terceira idade. Visita técnica ao Asilo São Vicente de Paulo Alunos do 1º período da Faculdade Dom Bosco Disponível em: <www.dombosco.com.br/ faculdade/noticias_view.php?id=6475>. em todos aspectos da vida humana: físico, social, psíquico e espiritual (OMS, 1991). Segundo pesquisas do Centro de Excelência à Atenção Geriátrica e Gerontológica/ Centro Integrado de Atenção e Prevenção à Violência contra a Pessoa Idosa (CEGEN, 2008 a 2009), os principais agressores dos idosos são filhos e parentes. Nesses, e em casos em que o idoso não possui familiares ou não têm condições de assistência necessária diária, uma alternativa de moradia é a instituição de longa permanência, com condições de saúde, alimentação, acessibilidade, e hotelaria adequados, que possa adequar interações sociais e colocação do indivíduo em alguma função (papel social) dentro das suas limitações, para evitar o sentimento de inutilidade RESULTADOS E DISCUSSÃO A qualidade de vida na Terceira Idade pode ser definida como a manutenção da saúde, em seu maior nível possível, Disponível em: <www.serasaexperian.com. br/guiaidoso/imagens/ilustra14.gif>. I Jornada de Iniciação Científica 71 que aparece com a idade. A fisioterapia pode ajudar muito no processo de envelhecimento. Ações preventivas podem possibilitar maior força na musculatura, corrigir a postura para evitar quedas, prevenir complicações que a idade pode proporcionar, fortalecer o aparelho respiratório etc. Nos indivíduos que possuem alguma incapacidade funcional, pode-se evitar a total invalidez, melhorar a qualidade de vida, prevenir que o estado de saúde entre em declínio, tentar trazê-los novamente a sua condição normal, ocupando uma posição (papel) social etc. Uma das coisas mais difíceis para o idoso é aceitar mudanças em seu habito de vida. Deve-se respeitar suas decisões, caso contrário a relação do profissional e do paciente fica comprometida, bem como o resultado do tratamento. O fisioterapeuta deve atuar dentro das limitações do paciente e muitas vezes a mudança de hábito é um bloqueio que ele apresenta. METODOLOGIA Este estudo foi fundamentado numa visita técnica supervisionada a uma instituição de longa permanência. CONSIDERAÇÕES FINAIS O aperfeiçoamento nas políticas de saúde, na visão dos profissionais e de todas as pessoas, com relação à qualidade de vida e assistência ao idoso é fundamental, assim como o respeito. Não se deve esquecer que cada ser é único e cada fase possui 72 I Jornada de Iniciação Científica Disponível em: <www.tudoglobal.com/melhoridade>. características e limitações que devem ser trabalhadas dentro da funcionalidade do indíviduo. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CEGEN. Centro de Excelência à Atenção Geriátrica e Gerontológica / Centro Integrado de Atenção e Prevenção à Violência contra a Pessoa Idosa. Cornélio Procópio; 2008 a 2009. LIMA FILHO, João Batista; BLANCO, Marília Bazan; LANDGRAF, Luciana Bluono; MONTEIRO, Diones Lupércio; MARCON, Monique Manichi. DELIBERATO, Paulo César Porto. Fisioterapia preventiva: fundamentos e aplicações. São Paulo: Manole, 2002. 362 p. PICKLES, Barrie (Org.). Fisioterapia na terceira idade. 2. ed. São Paulo: Santos, 2000. 498 p. REBELATTO, José Rubens; MORELLI, José Geraldo da Silva. Fisioterapia geriátrica: a prática da assistência ao idoso. São Paulo: Manole, 2004. 455 p. ALTERAÇÕES POSTURAIS E O USO DA MOCHILA ESCOLAR NO ENSINO FUNDAMENTAL – 5ª A 8ª SÉRIES Autoras: Claucia Faria, Danielly Silvério, Luzia Oliveira, Tatiane da Silva, Verônica Costa Orientadoras: Salete do Rocio C. Brandalize e Beatriz Koppe INTRODUÇÃO Adolescentes e crianças que ainda estão em fase de crescimento carregam diariamente suas ferramentas de estudo e por esse motivo podem apresentar alterações no equilíbrio corporal, que se refletem na postura e na marcha. É direito do adolescente e dever dos responsáveis que seja respeitado os limites de sobrecarga desses equipamentos, destacando neste estudo o uso da mochila escolar. METODOLOGIA Leitura de artigos referentes ao tema, com levantamento de dados que foram apresentados em formato de síntese, descrevendo possíveis danos à coluna vertebral e produção de cartilha de educação em saúde, que poderá ser utilizada por professores, pais, educadores, estudantes e outros, conscientizando sobre os riscos da sobrecarga excessiva de materiais escolares, livros e outros que são transportados diariamente nas mochilas de escolares. RESULTADOS Para os estudantes, as dificuldades não estão relacionadas somente ao ambiente escolar. O transporte do material escolar denota carga excessiva a ser transportada e o modo de carregá-la é ineficiente e prejudicial. No transporte de cargas, os músculos se veem obrigados a uma série de ajustes posturais, exigindo contrações isométricas que se repetem ou se mantêm no tempo, ocasionando distúrbios circulatórios e químicos em nível intramuscular e as chamadas contraturas. MORAL, SÁNCHEZ & MARÍN (2004) afirmam que outro aspecto a ser observado é a modificação da postura que meninos e meninas realizam para compensar a carga da mochila. Ao efetuar essa manobra o corpo se desloca mais adiante, aumentando a lordose fisiológica e acrescenta por sua vez o ângulo sacral alterado, que ocasiona um aumento de estresse no deslizamento das vértebras L5-S1. LIMA et al. (2007) examinando padrões de marcha, pressão arterial e frequência cardíaca encontraram mudanças do padrão de marcha com carga de 20% da massa corporal, comparado com os sem carga, e concluíram que esta não deve exceder 10% da massa corpórea. MOFFAT e VICKERY (2002) utilizaram em seu estudo uma carga de 15% do peso corporal, chegando à conclusão que era elevado para a manutenção da postura. Por meio de uma análise biomecânica, em três dimensões da marcha, com a utilização da mochila, foi detectado que a fadiga Imagens disponíveis em: <www.fleury.com.br/Clientes/SaudeDia/ Artigos/pages/Voltaasaulas.aspx> <fisioterapiahumberto.blogspot.com/2010/02/ cuidado-com-as-mochilas-escolares.html> provocada pela carga modifica a locomoção humana, sendo que as regiões mais envolvidas são o tronco e membros inferiores. Os tipos de mochila mais comuns são: pasta sem alça, pasta com alça longa de ombro, pasta com alça de mão, com alça para dois ombros, com alça para um ombro e de rodinhas. I Jornada de Iniciação Científica 73 CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS LIMA, A. C.L et al. Prevalência de aspectos relacionados ao uso da mochila e índice de massa corporal (IMC) em escolares da rede pública e privada de João Pessoa-PB, Brasil. Livro de Memórias do III Congresso Científico Norte-Nordeste – Conaff, 2007. Disponível em: <www.sanny.com.br/pdf_ eventos_conaff/Artigo16.pdf>. Acesso em: 19 maio 2010. Imagens disponíveis em: <www.fleury.com.br/Clientes/SaudeDia/ Artigos/pages/Voltaasaulas.aspx> <fisioterapiahumberto.blogspot.com/2010/02/ cuidado-com-as-mochilas-escolares.html> As forças externas, como carregar peso com mochilas, podem influenciar o crescimento, o desenvolvimento e a manutenção do alinhamento do corpo humano. Os desvios posturais, cada vez mais frequentes em adolescentes e jovens, estão provocando sinais de alertas e levando aos pais, educadores e profissionais da saúde, preocupações com relação à postura corporal desses indivíduos. A jornada de tarefa escolar reflete-se na utilização de equipamentos sem os cuidados ergonômicos necessários e satisfatórios para o conforto pessoal. Muitas situações e atitudes adotadas pelas crianças e jovens no que se refere ao transporte do material escolar podem comprometer os níveis de postura e marcha, ocasionando desconforto na jornada diária. Isso pode se prolongar ao longo da vida em razão de alterações decorrentes e permanentes de cargas que são deslocadas nessa etapa. 74 I Jornada de Iniciação Científica MORAL, R. C.; SÁNCHEZ, M. L. Z; MARÍN, I. R. Estúdio descriptivo sobre el uso de la mochila escolar: propuesta de contextualización de un programa de compensación desde el área de educación. Disponível em: <www. fisio-tb.unisul.br/Tccs/ BarbaraNascimento/tcc.pdf>. Acesso em: 19 maio 2010. MOFFAT, Marilyn; VICKERY, Steve. Manual de manutenção e reeducação postural da American Physical Therapy Association. Porto Alegre: Artmed, 2002. INFLUÊNCIA DA CARGA DO MATERIAL ESCOLAR Autores: Vieira, A. M., Carolina Garcia, Menezes, J. A., Santos, R. P. L. Orientadoras: Salete do Rocio Cavassin Brandalize e Beatriz Koppe INTRODUÇÃO OBJETIVOS O uso de mochilas pesadas, por si só, não pode desenvolver desvios de coluna, como a maioria das pessoas imagina. O que o peso pode acarretar são transtornos de dor, desconfortos e queixas pelo esforço físico exagerado. O grande problema quanto à carga da mochila é que quando superior à capacidade de sustentação dos grupos musculares, ocorre sobrecarga para a coluna vertebral, podendo determinar alterações posturais, dor ou disfunção, o que altera também a marcha que é um padrão de movimento sob controle muscular. A importância relativa dos eventos que ocorrem durante cada passada é resumida pela sequência de ação muscular. As fases dentro da passada mostram as necessidades de controle geral. A duração do pico de atividade muscular acentua sua responsabilidade única para a função do membro. Tal informação agrupa os músculos de acordo com três funções básicas: apoio, balanço e controle do pé e pode determinar alterações posturais, dor ou disfunção. Na postura em pé, o correto é estar alinhado na vertical do corpo, e para evitar dores lombares, usar um calçado adequado e utilizar bolsa com peso menor. O objetivo deste trabalho é mostrar as causas da má postura e deformidades causadas em crianças na fase escolar por uso diário e incorreto da mochila e passar algumas dicas para evitar essas alterações. METODOLOGIA Foram feitas análises em crianças e adolescentes na faixa etária dos 10 aos 14 anos, cursando o ensino fundamental. Foi avaliada a marcha com e sem o uso da mochila e seu peso, verificando se estava ou não de acordo com a carga que a criança deve suportar. Nos casos em que os estudantes apresentaram peso da mochila superior a 10% de sua massa, foram detectados maior índice de desvios posturais e disfunções na marcha, seguidos de dor. Após a avaliação foram feitas orientações aos alunos, citando informações importantes como não carregar mochila com apenas uma das tiras passada pelos ombros, usar preferencialmente as com de rodinhas e que a alça seja proporcional ao tamanho do indivíduo, com variabilidade das mãos. RESULTADOS Após a pesquisa encontraram-se, como resultado, hábitos posturais Figura 1 – Criança utilizando erroneamente a mochila escolar. Figura 2 – Demonstração do modo correto e incorreto no uso da mochila. Figura 3 – Dano da mochila na postura e pontos dolorosos. incorretos adotados desde o ensino fundamental, gerando alterações irreversíveis nas crianças, considerando que as estruturas que compõem a unidade vertebral (ligamentos e discos) sofrem um processo de degeneração ao longo da vida I Jornada de Iniciação Científica 75 CONSIDERAÇÕES FINAIS Figura 4 – Sobrecarga de materiais escolares. e não apresentam mecanismos de regeneração. Confeccionou-se uma cartilha contendo informações de fácil entendimento para crianças e adultos, sobre as formas corretas e incorretas do uso de mochilas, de prevenção a possíveis lesões pelo excesso de peso e sugestões para aliviar a sobrecarga. DISCUSSÕES Considerando a pesquisa realizada com alunos do ensino fundamental de 10 a 14 anos, as alterações posturais e dores na coluna vertebral são apontadas como multicausais. A permanência na postura sentada por longo período, a carga transportada nas mochilas escolares, bem como o modo de transporte e o modelo do produto utilizado podem ser as causas de tantos problemas físicos. Concluiu-se então que hábitos posturais incorretos podem ocasionar dor muscular, ferimentos abrasivos, alterações posturais, fadiga e irritabilidade. O excesso de peso diário pode ser desastroso para a coluna, tendo como consequências a diminuição dos espaços entre as vértebras e desvios posturais como cifose e escoliose. 76 I Jornada de Iniciação Científica Durante a elaboração do trabalho apresentado, obteve-se informações de pessoas que não imaginam as consequências que o peso inadequado em uma mochila pode trazer a uma criança e até mesmo ao adulto. A família também pode ajudar, orientando os estudantes a levar somente o que for necessário para a escola. Antigamente as pessoas eram um pouco mais preocupadas com a questão postural. Hoje isso está sendo deixado de lado. As crianças andam descuidadamente, sentam do jeito que bem entendem, pensam num modelo de mochila bonito e esquecem do conforto. Isso é preocupante pois apresenta vários problemas posturais. REFERÊNCIAS Revista Brasileira de Fisioterapia. v. 12 PERRY, Jaquelin. Análise de marcha. Manole, v. 1 FERNANDES, Casarotto João. Revista Brasileira de Fisioterapia. v. 8 http://www.sissaude.com.br/sis/ inicial.php?case=2&idnot=4843 http://www.into.saude.gov. br/noticias.aspx?id=93 CONSEQUÊNCIAS PARA A COLUNA NA FASE INFANTIL ENFATIZANDO O USO DA MOCHILA Autoras: Cristiane M. Cemim, Glaci K. Dodone, Hellen Youngblood, Rosemeri Zimerman, Shelry Zimerman Orientadora: Salete do Rocio Cavassin Brandalize INTRODUÇÃO A coluna vertebral é constituída pela superposição de uma série de ossos isolados denominados vértebras. Na parte superior, articula-se com o osso occipital (crânio) e inferior, com o osso do quadril (ilíaco). Ela é dividida em quatro regiões: cervical, torácica, lombar e sacro-coccígea. São 7 vértebras cervicais, 12 torácicas, 5 lombares, 5 sacrais e cerca de 4 coccígeas. Mochila acima do peso é prejudiciail à saúde. “Ao carregá-la por horas, há uma sobrecarga na coluna. Entre os riscos estão problemas de postura, como escoliose postural, desvio da coluna vertebral; lordose, aumento da curvatura lombar; cifose, conhecida popularmente como corcunda, quando a pessoa joga os ombros para a frente”. Esses problemas, considerados graves em adultos, são mais perigosos ainda em crianças, que estão em plena fase de formação do corpo. Uma pequena imperfeição da coluna vertebral pode ser agravada pelo peso diário do acessório. O número de disciplinas em um mesmo dia é um dos causadores desse problema. OBJETIVOS Apresentar de maneira clara e objetiva as consequências do uso contínuo da mochila, com excesso de carga por adolescentes e crianças. Mostrar anatomicamente as deformidades geradas por esse vício escolar que afeta crianças em todo o país. METODOLOGIA Para melhor compreensão do estudo, foram utilizados livros da Biblioteca Pública do Paraná e da Biblioteca Dom Bosco. Orientações de docentes da faculdade facilitaram a iniciação científica, indicando melhores caminhos para o grupo seguir. BIOMECÂNICA Gold III (1993) explica que a mecânica da coluna é específica, pois tem 24 vértebras conectadas por discos que servem como eixos semielásticos para os movimentos da coluna, bem como transmissores e absorvedores de forças. As pressões intradiscais da coluna lombar são maiores na posição sentada e menores na supina. Quando o tronco está fletido e vai para uma inclinação lateral, a vértebra apresenta um componente de movimento de rotação. Na posição fletida, a vértebra irá rodar para o mesmo lado da inclinação lateral. Inerente à rotação de uma vértebra sobre a outra está a tensão de uma metade das fibras anulares. Quando o indivíduo levanta uma carga na posição flexão lateral e a mantém enquanto assume a posição ereta, a mecânica que atua sobre as vértebras é alterada de modo que a rotação das vértebras gira para o lado oposto da inclinação lateral. Quando existe fraqueza na parede anular, os conteúdos do núcleo podem sofrer protusão, causando herniação ou extrusão nuclear. Conforme Barros (2002), no ciclo normal existe marcha em fase de apoio (quando o pé está em contato com o solo e membro inferior está quase ou todo o peso do corpo); fase de oscilação (pé não toca o solo e o peso do corpo é colocado no membro oposto). Ela ainda é dividida em cinco componentes menores: apoio do calcanhar, aplanamento do pé, acomodação intermediária, desprendimento do calcanhar e do hálux. Em razão do crescimento do tronco ser desproporcional, quanto mais jovem é a criança, menos estabilidade. O deslizamento é medido pelo laboratório de marcha, utilizando uma placa de força. O indivíduo funciona de maneira que permita a máxima conservação de energia. Com características próprias, a marcha tende a manter o centro de gravidade trajetória de baixa amplitude, fazendo com que o corpo conserve mais energia. Na marcha, o músculo atua em curtos períodos contraindo-se concentricamente para proporcionar força motora e excentricamente para desaceleramento do segmento I Jornada de Iniciação Científica 77 com resistência de força. No desenvolvimento normal de locomoção, a criança senta aos 6 meses, engatinha aos 9 meses, deambula com auxílio aos 12 meses, sem auxílio aos 15 meses e corre aos 18 meses. O padrão adulto do crescimento da marcha se mostra entre os 3 e os 5 anos de idade, estabelecendo mais precocemente em meninos do que meninas. A anormalidade da marcha pode ser produzida por debilidades musculares, deformidades ósseas ou articulares e distúrbios neurológicos. O conhecimento de componente da marcha mais afetada pelas anormalidades, facilita o diagnóstico, por meio de uma observação rigorosa das alterações ocorridas em cada fase. ÍNDICE DE CRESCIMENTO E MATURAÇÃO A idade esquelética de uma criança é um dos índices usados para avaliar seu desenvolvimento e maturidade fisiológica. Ela é avaliada pela quantidade de ossificação e quantidade de fusão epifisiária. As estruturas anatômicas têm concentração maior de osso que matura em taxas diferentes. Qualquer criança pode ser normal, adiantada ou retardada em idade esquelética, em comparação à idade cronológica. Isso pode ocorrer mesmo coincidindo a idade esquelética e cronológica. Segundo Seil (1951 apud ECKERT, 1993), em grande parte de amplitude de idade, incluindo sexo e nível de maturidade geral dos indivíduos, o coeficiente varia entre 0,42 a 0,56, dentre as sete 78 I Jornada de Iniciação Científica medidas de escola primária. Darick e Oyster (1964, apud ECKERT, 1993), ao estudarem crianças da escola primária observaram que estas obtiveram resultados diferentes referentes às medidas de idade cronológica, altura, peso e idade esquelética quando submetidos a corridas, a saltos com os pés juntos e a teste de força ponderal. Foi verificado que nem a idade esquelética e qualquer das outras três medidas da maturidade foram responsáveis pela maior parte da variância em qualquer das medidas de desempenho físico ou de força. Percebe-se que a idade cronológica produziu mais alto valor das ordens, sendo responsável por 15% de variância em força. Conclui-se então, que a idade esquelética não é tão importante se comparada à força e à idade cronológica. O indicador de maturidade foi importante para explicar a variação em força e a idade esquelética é importante no desempenho atlético superior das crianças na fase final da infância. CONSIDERAÇÕES FINAIS Uma das sugestões da Sociedade Brasileira de Ortopedia Pediátrica é de que os alunos tenham um armário onde possam guardar livros e cadernos que não vão usar no dia seguinte. Mas são raras as instituições que contam com esses compartimentos. Outra solução seria colocar a mochila em carrinhos específicos para isso. A substituição de cadernos por fichários também pode ser um alívio. Além disso, as escolas poderiam estabelecer horários fixos, considerando a distribuição do peso na mochila do aluno a cada dia de aula. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) indicam que 85% das pessoas têm, tiveram ou terão, algum dia, dores nas costas provocadas por problemas de coluna. Segundo especialistas, esse quadro está diretamente ligado ao peso que muitas carregaram quando criança. Portanto, é necessário sempre o auxilio dos pais, em relação aos cuidados do peso das mochilas, pois nem sempre há uma complicação do caso se for observado no início. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS GROSS, Jeffrey; FETTO, Joseph; ROSEN, Elaine. Exame musculoesqueletico, Porto Alegre: Artmed, 2000. BARROS FILHO, Tarcísio E. P. L. Exame físico em ortopedia. Sarvier; BRICOT, Bernard. Posturologia. 2. ed. São Paulo, 2001. GOULD, James. Fisioterapia na ortopedia e na medicina do esporte. São Paulo: Manole, 1993. ECKERT, H. M. Desenvolvimento motor, 3. ed. São Paulo: Manole, 1993. HAMILL, T.; KNUTZEN, K. M. Bases biomecânicas do movimento humano, São Paulo: Manole, 1999. http://www.jmonline com.br /novo/?noticias,7,SA%DADE, 22384 http://www.sogabcom.br/ anatomia/colunavertebraljonas. htm Jornada de Iniciação Científica da Faculdade Dom Bosco 14 a 18 de fevereiro de 2011 FACULDADE DOM BOSCO CAMPUS MERCÊS RUA PAULO MARTINS, 2181 — (41) 3218-5550 CAMPUS MARUMBY AV. PRES. WENCESLAU BRAZ, 1172 — (41) 3213-5200 80 I Jornada de Iniciação Científica