Você trouxe as
canetinhas?
Lina Rosa Morais
O menino azul
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O Menino Azul
O menino quer um burrinho
para passear.
Um burrinho manso,
que não corra nem pule,
mas que saiba conversar.
O menino quer um burrinho
que saiba dizer
o nome dos rios,
das montanhas, das flores,
- de tudo o que aparecer.
O menino quer um burrinho
que saiba inventar histórias bonitas
com pessoas e bichos
e com barquinhos no mar.
E os dois sairão pelo mundo
que é como um jardim
apenas mais largo
e talvez mais comprido
e que não tenha fim.
(Quem souber de um burrinho desses,
pode escrever
para a Ruas das Casas,
Número das Portas,
ao Menino Azul que não sabe ler.)
Cecília Meirelles
As meninas
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Arabela
Abria a janela.
Carolina
erguia a cortina.
E Maria
olhava e sorria:
"Bom dia!"
Arabela
foi sempre a mais bela.
Carolina,
a mais sábia menina.
E Maria
apenas sorria:
"Bom dia!
Pensaremos em cada menina
que vivia naquela janela;
uma que se chamava Arabela,
outra que se chamou Carolina.
Mas a nossa profunda saudade
é Maria, Maria, Maria,
que dizia com voz de amizade:
"Bom dia!"
Cecília Meirelles
Vou contar uma história...
• Que deveria ter sempre sol
amarelo,mar azulzinho,bolo
confeitado,brigadeiro e guaraná...
Eis que chega uma bruxa,
• Nariguda,com verruga no queixo e
corcunda à esquerda. A malvada tem
um nome esquisito,dizem que é em
latim,mas não se deve pronunciar ou
você pega doença ruim...
Foi assim que o menino;
• Que sempre gostou de
desenhar,certo dia amanheceu
sentindo um arranhado na garganta,no
pescoço tinha uns caroços que nunca
estiveram lá! Quis correr não
conseguiu, porque suas pernas doíam
mais que o mundo! Umas manchas
roxas teimosas tomavam suas canelas!
Então,para ele começava,
• O tempo de desenhos em preto e
branco...
É uma dor que dói até a alma. E sentir
dor e pensar ao mesmo tempo não é
tarefa simples.”
Bartolomeu Campos de Queirós
Você trouxe as
canetinhas?
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Desamparo e suas marcas
Terá sido sempre assim?
Projetos e desejos familiares
O tal naco de eternidade
“Você estava escondido no meu
coração como um desejo,meu querido”
Mãe é tudo igual?
• “Mãe suficientemente boa”
• “Tradução materna”
• “Vivência do adoecimento do filho”
Pequeninas percepções
• Conceito de doença e saúde
• Desafios do crescimento
• Crianças com idade entre 6 meses a 4 anos
sofrem bastante com hospitalização e
tendem a sentir muita culpa pelo processo
de adoecimento.
• Aquisição da função simbólica
À procura de um médico
“Precisa-se de um médico
Que cure dor de cotovelo
Com carinho e amizade
Que transmita confiança e amor
Sem dor e com bom humor.
Se isso lhe interessar,basta ligar: 0800amor,carinho e paixão.”
Renan e Lucas (8 anos)
Procura-se Médica de
emoção
Com amor no coração,
Que trate bem o paciente
E que lhe dê muita atenção.
O paciente tem que melhorar
Se isso lhe interessar
É só ligar: 0808-0800
Laís e Marcela (9anos)
Só tem lápis preto
• A doença crônica está intimamente
relacionada à depressão
• São fatores de risco,história
psiquiátrica na família e eventos
estressores do ambiente.
• Vulnerabilidade da criança
• Diagnóstico ???
Quando não falo
• Alterações na expressão facial
• Postura corporal
• Falta de resposta aos estímulos verbais e visuais
Sinais gris
•
Humor irritadiço ou instável
•
Explosões de contrariedade
•
Aparência triste e choro fácil
•
Perda de interesse nas atividades de lazer
•
“Esqueci como se brinca”
•
Indiferença afetiva
•
Queixas inespecíficas tais como: cefaléia,dores musculares e abdominais.
Sinais gris
•
Alterações no peso
•
Distúrbios de aprendizagem
•
Cansaço excessivo ou falta de energia
•
Hiperatividade,agitação
•
Insônia,despertar noturno,pesadelos e rituais para adormecer
•
Pensamentos suicidas e idéias de morte
Para colorir nossa
história
• Equipe multidisciplinar
• Atenção à família
• Abordagem psicoterápica
• Manejo farmacológico
“A palavra desafia a dor. A palavra habita
nosso corpo inteiro, desde o olhar até o
silêncio. A palavra mora encarnada em nós.
Se falamos onde dói,a palavra alivia nossa
ferida. A palavra nos abre as asas para
sobrevoar outras distâncias. Ao nos
manifestarmos reinventamos nosso destino
e recriamos nosso percurso.”
Bartolomeu Campos de Queiros
Então tá! Eu empresto as
canetinhas!
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Slide 1 - (LTC) de NUTES