UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE SAÚDE COMUNITÁRIA DOUTORADO EM ASSOCIAÇÃO AMPLA EM SAÚDE COLETIVA ELUCIENE MARIA SANTOS CARVALHO ASSOCIAÇÃO ENTRE POSTURA CORPORAL E FRAGILIDADE EM IDOSOS RESIDENTES EM ÁREA URBANA FORTALEZA 2012 ELUCIENE MARIA SANTOS CARVALHO ASSOCIAÇÃO ENTRE POSTURA CORPORAL E FRAGILIDADE EM IDOSOS RESIDENTES EM ÁREA URBANA Tese submetida ao Programa de PósGraduação Stricto Sensu em Saúde Coletiva do Departamento de Saúde Comunitária da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará como requisito parcial para a obtenção do grau de Doutor em Saúde Coletiva. Orientador: Prof. Dr. João Macedo Coelho Filho FORTALEZA 2012 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação Universidade Federal do Ceará Biblioteca de Ciências da Saúde C322a Carvalho, Eluciene Maria Santos. Associação entre postura corporal e fragilidade em idosos residentes em área urbana / Eluciene Maria Santos Carvalho. – 2012. 102 f. : il. Tese (Doutorado) – Universidade Federal do Ceará, Faculdade de Medicina, Programa de PósGraduação Stricto Sensu em Saúde Coletiva, Fortaleza, 2012. Orientação: Prof. Dr. João Macedo Coelho Filho. 1. Idoso 2. Postura I. Título. CDD 362.1 ELUCIENE MARIA SANTOS CARVALHO ASSOCIAÇÃO ENTRE POSTURA CORPORAL E FRAGILIDADE EM IDOSOS RESIDENTES EM ÁREA URBANA Tese submetida ao Programa de Pós-Graduação Strictu Sensu em Saúde Pública da Universidade Estadual do Ceará e ao Programa de Pós-graduação Strictu Sensu em Saúde Coletiva do Departamento de Saúde Comunitária da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para obtenção do grau de Doutor em Saúde Coletiva. Aprovada em: --/--/-- BANCA EXAMINADORA ______________________________________________________ Prof. Dr. João Macedo Coelho Filho (Orientador) Universidade Federal do Ceará - UFC ______________________________________________________ Profa. Dra. Maria das Graças Rodrigues de Araújo Universidade Federal de Pernambuco - UFPE ______________________________________________________ Prof. Dra. Daniela Gardano Bucharles Mont’Alverne Universidade de Fortaleza - UNIFOR ______________________________________________________ Prof. Dr. José Wellington de Oliveira Lima Universidade Estadual do Ceará - UECE ______________________________________________________ Prof. Dr. Charlys Barbosa Nogueira Universidade Federal do Ceará - UFC A Deus por seu amor fraterno e por estar presente em todos os momentos da minha vida. A Ele meu louvor e o meu amor eterno. - Aos meus Pais Luiz e Ana e à minha irmã Eliene, que sempre acreditaram em mim e nunca mediram esforços para que eu pudesse trilhar meus caminhos. - A minha amada família José, Munique e Giovanni, que com as limitações impostas me impulsionaram e me incentivaram a caminhar não me fazendo desistir por mais sacrificante que fosse o caminho... o meu agradecimento com muito amor. AGRADECIMENTOS A pessoa que acreditou que eu poderia realizar o estudo e esteve sempre presente nessa caminhada o meu carinho e agradecimento ao estimado Dr. João Macedo Coelho filho. A Dra Elizabeth Ferreira por disponibilizar seus estudos sobre a avaliação postural utilizando o programa SAPO, pelo que tentamos ser fiel nos métodos empregados para confiabilidade dos resultados. Aos estimados Dr. Prof. José Wellington de Oliveira Lima e Dr. Prof. Paulo César Almeida, pela paciência comigo na análise estatística dos dados coletados, muito obrigada. Às coordenadoras Dra. Maria Salete Bessa Jorge (UECE) e Dra. Maria Lúcia Magalhães Bosi (UFC), pelo empenho em prover um doutorado de excelente qualidade e a todos os professores, pelo tempo concedido nas aulas tão motivadoras. Aos meus grandes amigos e companheiros de pesquisa, Charlys Barbosa, Rachel Gabriel Barbosa, Raquel Pessoa, Luciana Passos, Arnaldo Peixoto, Marjorie Coelho, Jarbas Roriz, os meus agradecimentos pelo apoio e a oportunidade de ter convivido e conhecido pessoas tão nobres e companheiras. Aos funcionários do Centro de Atenção ao Idoso – CAI, pela disponibilidade e pela confiança depositada em mim no acesso aos equipamentos e instalações. As dedicadas secretárias (Zenaide, Dominique e Maírla) pela competência e responsabilidade, o meu carinho e reconhecimento. Às queridas amigas, Maria Teresa Aguiar Pessoa Morano, Ana Cristhina Oliveira Brasil, Daniela Gardano Bucharles Mont’Alverne, Isabel Holanda Luck, Lucia de Fátima Coelho, Lúcia Leite, por toda contribuição, apoio, otimismo e energia positiva que sempre me fizeram acreditar que as coisas poderiam ser...... Simples assim!!! Aos amigos e verdadeiros anjos que contribuíram fortemente na execução dessa pesquisa Guilherme Pinheiro Ferreira da Silva, Francisco Alessandro Braga do Nascimento e Rafael Barreto de Mesquita cada um em sua jovialidade, inteligência e dedicação, foram essenciais para conclusão dessa pesquisa. Pelas amizades inesquecíveis de colegas do doutorado, pelas reflexões, críticas construtivas e sugestões recebidas e por não dizer por nossas inesquecíveis gargalhadas, todo o meu respeito e carinho. Às minhas amigas e sócias Daniella Mara Coelho e Ediara Rios Rabello, pelo companheirismo e incentivo contínuo a minha amizade e gratidão. E a todos os meus amigos e pacientes, que de forma indireta contribuíram com sua amizade e carinho, o meu sincero e profundo agradecimento. AGRADECIMENTO ESPECIAL Aos idosos que, souberam entender o meu propósito e se mostraram solícitos e amigos. O meu respeito e carinho por toda nobreza, grandeza e disponibilidade. . RESUMO INTRODUÇÃO. O termo fragilidade é aplicado aos indivíduos idosos com alto risco para quedas, hospitalização, institucionalização e morte. Embora fragilidade esteja associada a quedas, os mecanismos exatos dessa associação ainda não estão suficientemente estabelecidos, o que pode limitar as intervenções nessa área. A alteração da postura poderia ser um fator que nos idosos frágeis favoreceria a maior ocorrência de quedas. Sendo assim, abordagens voltadas para a melhoria da postura poderiam ser importantes para a redução de quedas em idosos. Investigações sobre a ocorrência de alteração da postura em idosos com fragilidade não estão disponíveis. OBJETIVO. Estimar as medidas angulares posturais entre idosos (idade de 60 anos ou mais) frágeis, pré-frágeis e não-frágeis residentes em área urbana de Fortaleza, Ceará. MÉTODOS. Foram avaliadas medidas angulares posturais, cujas alterações implicam em prejuízo na dinâmica corporal e risco de quedas, por meio do software de avaliação postural – SAPO. No período de março de 2009 a outubro de 2010, foram avaliados 158 idosos, na idade de 60 a 92 anos, oriundos de um inquérito realizado nos domicílios de uma área urbana da cidade de Fortaleza-CE, distribuídos em três categorias: não frágeis, pré-frágeis, e frágeis, seguindo os critérios de classificação proposto no estudo de Fried et al., 2001. A relação entre as medidas posturais e presença de fragilidade ajustada para potenciais confundidores, foi estimada por meio de regressão logística multivariada. RESULTADOS. Os indicadores posturais: posição da cabeça anteriorizada (<36 graus), joelho flexum (<172 graus), tornozelo em dorsiflexão (<77 graus), pernas tortas (≥185 graus) apresentaram-se significativamente associados à fragilidade depois de ajustados para gênero, idade e IMC. CONCLUSÃO. Alterações posturais estão associadas à fragilidade em idosos. A identificação dos indicadores posturais associados à fragilidade pode orientar intervenções fisioterápicas que minimizem os desfechos indesejáveis, como quedas e redução das atividades físicas. Descritores: Fragilidade. Idoso. Postura. ABSTRACT RATIONALE. The term frailty is applied to aged individuals with high risk for falls, hospitalization, institutionalization and death. Frailty is associated with falls, but this association has not yet been sufficiently established, which may limit the intervention in this area. We hypothesized that posture would be a factor that would be associated with the elderly fragile taking it to a higher occurrence of falls in frailty. Approaches focused on improving posture could be important for the reduction of falls in elderly people. Investigations on the occurrence of postural alterations in elderly patients with frailty are not available. OBJECTIVE. This study aimed estimate the postural angular measures among frail, pre-fragile and non-fragile older adults (60 years or more) living in the urban area of Fortaleza, Ceará. METHODS. Angular postural measures wich alterations are associated with impaired body dynamics and high risk of falls were evaluated. The postural analysis was interpreted by the software of postural evaluation – (software of postural evaluation – SAPO). 158 elderly aging from 62 to 90 years old were evaluated from March 2009 to October 2010 and distributed in three categories: non fragile, pre-fragile, and frail accordingly to classification criteria proposed by Fried et al., 2001. The adjustment for potential confounders relationship between postural measures and presence of frailty was estimated through a multivariate logistic regression. RESULTS. Position of the head protruded (<36 degrees), knee flexed (<172 degrees), ankle dorsiflexion (<77 degrees), legs pies (≥185 degrees) were significantly associated with frailty after being adjusted for gender, age and BMI. CONCLUSION. Posture changes are associated with frailty and the identification of indicators associated with postural fragility can lead to interventions that minimize the undesirable outcomes such as falls and reduction of physical activities and operationalize valuable strategies towards preventive clinical practice. Keywords: Frailty, Elderly, Posture LISTA DE FIGURAS FIGURA 1. Fluxo operacional da pesquisa..............................................................................34 FIGURA 2. Fluxograma da distribuição de idosos após avaliação clínica e postural..............35 FIGURA 3. Medidas posturais angulares avaliadas na vista anterior e suas abreviações ...... 40 FIGURA 4. Medidas posturais angulares avaliadas na vista lateral direita e lateral esquerda e suas abreviações .......................................................................................................................41 FIGURA 5. Pontos anatômicos utilizados nas medidas angulares posturais, na vista anterior ...................................................................................................................................................44 FIGURA 6. Pontos anatômicos utilizados nas medidas angulares posturais, na vista lateral.........................................................................................................................................45 FIGURA 7. Fotografias realizadas na vista anterior e posterior para análise postural.............46 FIGURA 8. Fotografias realizadas na vista lateral direita e esquerda para análise postural......................................................................................................................................47 LISTA DE TABELAS TABELA 1 - Distribuição do número de idosos, segundo a condição de fragilidade e as características sociodemográficas.............................................................................................51 TABELA 2 - Comparação das médias da idade, peso, altura, IMC, número de quedas e de doenças, segundo a condição de fragilidade............................................................................52 TABELA 3 - Distribuição do número de idosos segundo a condição de fragilidade e os critérios......................................................................................................................................53 TABELA 4 – Distribuição das médias das medidas angulares de postura segundo a condição de fragilidade............................................................................................................................54 TABELA 5 – Condição de fragilidade segundo indicadores de postura ................................55 TABELA 6 – Relação entre indicadores de postura e a condição de fragilidade, ajustado para sexo, idade e IMC ....................................................................................................................56 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS a. C. antes de Cristo d. C. depois de Cristo CDM Centro de Massa Corpórea CG Centro de Gravidade FCA Federal Council on Aging IF Índice de Fragilidade CES-D Center for Epidemiological Studies – Depression IMC Índice de Massa Corporal PNAD Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística CNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico SAPO Software de Avaliação Postural FIBRA Estudos da Fragilidade em Idosos Brasileiros SF Síndrome de Fragilidade CAI Centro de Atenção ao Idoso UFC Universidade Federal do Ceará Kg Quilograma m2 Metros quadrado kg/m2 Quilogramas por metro quadrado OMS Organização Mundial da Saúde kgf Quilograma-força CID-10 Classificação Internacional de Doenças ACSM American College of Sports Medicine RR Referência relativa RG Referência global A’Q’ Ângulo quadriciptal AHCb Alinhamento Horizontal da Cabeça AFMI Alinhamento Frontal dos Membros Inferiores AQd Ângulo do Quadril AJ Ângulo do Joelho AT Ângulo do Tornozelo AHP Alinhamento Horizontal da Pelve AVCo Alinhamento Vertical do Corpo AVTco Alinhamento Vertical do tronco CGsagital Centro de Gravidade EIPS Espinha Ilíaca Póstero-Superior EIAS Espinha Ilíaca Ântero-Superior TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido COMEPE Comitê de Ética do Hospital Universitário Walter Cantídio EPM Erro Padrão Médio DCV Doenças cardiovasculares HAS Hipertensão Arterial Sistêmica CNS Conselho Nacional de Saúde CIF Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 15 1.1 Fragilidade em idosos ...................................................................................................... 19 1.2 Postura..............................................................................................................................22 1.2.1 A postura como objeto de estudo .................................................................................. 24 1.2.2 Avaliação postural ......................................................................................................... 26 1.3 Postura e fragilidade ......................................................................................................... 28 2 OBJETIVOS ..................................................................................................................... 32 2.1 Objetivo geral ..................................................................................................................... 32 2.2 Objetivos específicos .......................................................................................................... 32 3 MÉTODOS ........................................................................................................................ 33 3.1 Delineamento do estudo ..................................................................................................... 33 3.1.2 População e amostra ........................................................................................................ 34 3.2 Critérios de inclusão e exclusão para avaliação postura..................................................... 35 3.3 Coleta de dados ................................................................................................................... 35 3.3.1 Características gerais ....................................................................................................... 36 3.3.2 Definição de fragilidade .................................................................................................. 36 3.4 Medidas angulares posturais............................................................................................... 38 3.5 Procedimentos para a avaliação postural ............................................................................ 43 3.6 Aspectos éticos ................................................................................................................... 48 3.7 Análise de dados ................................................................................................................. 49 4 RESULTADOS ................................................................................................................. 50 4.1 Dados gerais ....................................................................................................................... 50 4.2 Dados posturais .................................................................................................................. 53 5 DISCUSSÃO ..................................................................................................................... 57 5.1 Dados gerais........................................................................................................................57 5.2 Dados posturais...................................................................................................................59 5.2.1 Posição da cabeça.............................................................................................................60 5.2.2 Posição dos membros inferiores......................................................................................61 5.2.3 Posição do quadril e pelves..............................................................................................65 5.2.4 Deslocamento anteroposterior do corpo..........................................................................67 5.3 Considerações gerais..........................................................................................................70 5.4 Limitações e dificuldades do estudo.................................................................................71 6 CONCLUSÕES ................................................................................................................. 73 REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 75 APÊNDICES ........................................................................................................................... 91 APÊNDICE A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ............ 92 APÊNDICE B – TERMO DE CONSENTIMENTO PÓS-ESCLARECIDO ................... 94 APÊNDICE C – FICHA DE AVALIAÇÃO DA FISIOTERAPIA.................................... 95 APÊNDICE D – PONTOS ANATÔMICOS ........................................................................ 97 ANEXOS ................................................................................................................................. 99 ANEXO A – PARECER DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ ....................................................................... 100 ANEXO B – PÁGINA INICIAL PARA AVALIAÇÃO POSTURAL - SAPO ............... 101 ANEXO C – POSTURAS PARA AVALIAÇÃO POSTURAL – SAPO COM VISTAS ANTERIOR, POSTERIOR, LATERAL DIREITA E LATERAL ESQUERDA .......... 102 ANEXO D – PROJEÇÃO DO CENTRO DE GRAVIDADE - SAPO ............................ 103 ANEXO E – PROTOCOLO DE MEDIDA DE PREENSÃO MANUAL COM DINAMÔMETRO ................................................................................................................ 104 ANEXO F – ORIENTAÇÕES PARA O TESTE DE VELOCIDADE DE MARCHA .. 105 ANEXO G – FICHA DE AVALIAÇÃO MÉDICA ........................................................... 106 16 1 INTRODUÇÃO A preocupação com as questões de saúde para um envelhecimento ativo e saudável vem assumindo uma larga proporção em todo o mundo em virtude da longevidade populacional. A expectativa de vida mais duradoura acontece não só nos países mais desenvolvidos da Europa ou da América do Norte, mas também em países de acentuada pobreza e desigualdades (ASSIS, 2005). Desde a década de 50, a maioria dos idosos vive em países em desenvolvimento e pelas projeções demográficas cerca de três quartos do aumento da população idosa ocorrerá em tais países. Encontram-se grandes populações idosas em países caracteristicamente jovens como a Nigéria, o Brasil ou o Paquistão (KALACHE et al., 1987). Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD, em 2009, o Brasil contava com uma população de cerca de 21 milhões de pessoas de 60 anos ou mais de idade. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que no período de 1999 a 2009 a proporção de idosos (60 anos ou mais) aumentou de 9,1% para 11,3% (IBGE, 2010). Pelos estudos de transição demográfica pode-se observar a incorporação de cerca de 650 mil idosos por ano à população brasileira, a partir dos anos 60 (GUCCIONE, 2002; COSTA; VERAS, 2003). O envelhecimento populacional torna a saúde dos idosos um importante foco de atenção. Apesar dos grandes avanços tecnológicos na área da saúde terem favorecido a longevidade populacional nas últimas seis décadas, não impediram o impacto significativo sobre o consumo dos recursos no Sistema de Saúde Pública gerado pelos idosos (MENDES et al., 2005). Há um alto número de internações hospitalares com uso prolongado de leitos decorrentes de quedas, por ser o acidente mais frequente em idosos (MACIEL; GUERRA, 2005: REGI et al., 2007). Quedas em idosos podem representar um alto custo socioeconômico em decorrência das lesões físicas agudas, das possíveis fraturas e do risco de morte. No Brasil, pelo menos uma vez ao ano, cerca de 30% de idosos caem (AIKAWA et al., 2007: ABREU; CALDAS, 2008). As fraturas decorrentes de quedas são responsáveis por aproximadamente 70% das mortes acidentais em pessoas acima de 75 anos (SIMOCELI et al., 2003: ROGERS; MILLE, 2003). 17 A elevada incidência de quedas em idosos é um indicador de instabilidade postural (BARBOSA, 2001). Além de suas repercussões físicas, leva o indivíduo idoso à limitação de atividades da vida diária pela insegurança e medo de cair (SILVESTRE; COSTA NETO, 2003). Para o idoso, o impacto psicológico de sofrer uma queda gera o medo de novas quedas. Faz surgir sintomas de ansiedade, depressão, sentimento de inutilidade e isolamento social. Aliado a isso, a perda de confiança decorrente pode resultar em restrições de atividades e representar um fator significativo ao declínio funcional (PAIXÃO; HECKMAN, 2006). A capacidade funcional constitui o determinante primário das necessidades diárias das pessoas idosas. Chegar a uma idade avançada da vida em plena independência funcional é certamente um desejo comum de todos os indivíduos para desempenho de suas funções. Com o avanço da idade as funções do controle postural perdem a sua velocidade de informação e capacidade de resposta imediata ao equilíbrio corporal (GAI et al., 2010). Estima-se que a prevalência de queixas de equilíbrio na população acima de 65 anos chega a 85%, estando associada a várias etiologias, podendo se manifestar como desequilíbrio, instabilidade, disfunção na marcha, náuseas e vertigens (SIMOCELI et al., 2003: ROGERS et al., 2003; GONÇALVES et al., 2009). Essas alterações contribuem para o aumento de incidência de quedas neste grupo. Estudos mostram que os idosos são mais vulneráveis à hospitalização, quedas e incapacidades. Rebellato et al, (2007) identificaram alta incidência e propensão de quedas em idosos institucionalizados com menores níveis de força de preensão manual e maior idade. Aikawa et al. (2007) identificaram que apesar da queda ter origem multicausal, é possível que a deficiência postural e a falta de mobilidade possam incapacitar o idoso a gerar respostas posturais com a intensidade adequada para uma perturbação externa durante a posição prolongada de pé e que isso possa levar à fadiga e contribuir para o risco de cair. Concluiram também que, as adaptações posturais dos idosos institucionalizados avaliados em seu estudo, foram influenciadas pelo avanço da idade ocasionando quedas. Freitas et al. (2005) observaram que os idosos apresentaram menor amplitude de oscilação corporal e mudanças posturais durante uma tarefa na posição de pé prolongada, o que pode gerar fadiga e desconforto e contribuir para o risco de quedas. Logo, a reduzida freqüência de alterações posturais durante a permanência prolongada de pé pode ser um indicador de fadiga. A presença de fadiga, redução da força muscular e das atividades físicas, os distúrbios da marcha e do equilíbrio, a perda de peso e as deficiências posturais são entidades 18 prevalentes e podem representar um problema de saúde sério com o avanço da idade. Para o Sistema de Saúde a ocorrência de quedas em idosos é proporcional ao grau de incapacidade funcional. Quanto mais debilitados e funcionalmente dependentes, maior a incidência de quedas daqueles que deambulam (BARBOSA, 2001). Com o aumento do número de idosos, surge um grande desafio para o Sistema de Saúde de, cada vez mais, minimizar e prevenir os fatores que geram riscos e agravos à saúde do idoso e assegurar que eles possam viver o máximo possível sem incapacidade ou vir a sofrer desfechos desfavoráveis. Dessa forma, poder-se-ia reduzir o impacto sobre os indivíduos, o sistema de saúde e a sociedade. Uma estratégia para esse fim seria identificar os idosos com maiores riscos de eventos adversos, a fim de se ter um grupo alvo de intervenções. Nesta perspectiva é que tem sido desenvolvido o conceito de fragilidade para esses idosos. Trata-se de uma condição de vulnerabilidade de idosos com alto risco para quedas, hospitalização, institucionalização e morte (FRIED et al., 2001). Uma vez identificado idosos frágeis, surgem novas necessidades. Quais intervenções seriam possíveis para esse grupo? Quais os fatores estariam associados à condição de fragilidade? Para isso, é fundamental entendermos os mecanismos pelos quais a fragilidade estaria associada aos eventos adversos como quedas. Apesar de queda ser um problema multifatorial, pode-se afirmar que estão intimamente ligadas à postura, aos distúrbios da marcha e do equilíbrio, que, por sua vez, sofrem várias influências do envelhecimento normal e patológico (PAIXÃO; HECKMAN, 2006; FREITAS, 2005). Vários estudos mostram que fragilidade está associada a quedas, porém, não foram encontrados estudos acerca do papel da postura favorecendo a ocorrência de quedas na fragilidade. Suscitou-se a hipótese de que postura possa ser um fator associado ao idoso frágil levando-o a uma maior ocorrência de quedas. Se for verdade, é provável que intervir na postura, com técnicas fisioterapêuticas para fortalecimento muscular, ganho da estabilidade postural estática e dinâmica, treino de marcha, preservação da mobilidade articular e integração dos sistemas de controle postural, pode ser uma estratégia valiosa para a prevenção de quedas nesse grupo. O reconhecimento dos fatores associados à síndrome da fragilidade pode ajudar na prevenção ativa e no estabelecimento de ações de intervenção, com consequente otimização da qualidade de vida do idoso (DUARTE et al., 2011; BROWN et al., 2000; WOODS et al., 2005). O aumento de pesquisas relacionadas ao tema promoverá uma maior troca de 19 informações entre estudiosos dos diferentes domínios sobre o tema fragilidade, ampliando assim o conhecimento no intuito da busca de novas medidas preventivas e terapêuticas (HOGAN et al., 2003; TEIXEIRA, 2008). O fenômeno do envelhecimento populacional desperta uma atenção especial para os fatores que podem interferir na qualidade de vida com o aumento da idade cronológica. Recentemente tem sido lançada uma proposta de classificar idosos na condição de fragilidade humana. 1.1 Fragilidade em idosos O termo fragilidade diz respeito a alterações hormonais, musculoesqueléticas e funcionais que ocorrem notoriamente em pessoas idosas e tem como consequências um maior risco para quedas, hospitalização, incapacidades, institucionalização e morte (FRIED et al., 2001). O conceito de fragilidade vem sendo construído ao longo dos últimos quarenta anos. Na década de 1970, a Federal Council on Aging (FCA) descrevia oficialmente o termo ‘idoso frágil’ pelas condições socioeconômicas desfavoráveis, fraqueza física e déficit cognitivo (WOO et al., 2005; TEIXEIRA, 2008). Nos dias de hoje, vários aspectos multidimensionais são reconhecidos, desde as questões biológicas e psicológicas, às condições sociais desfavoráveis e a inter-relação entre esses fatores (MARKLE-REID; BROWN, 2003; BERGMAN et al., 2004; ROCKWOOD et al., 2005; DUARTE, 2007). Os fatores de natureza cognitiva, (inter)pessoal, comportamental e as questões de ordem sociais como escolaridade, renda, condições ambientais e culturais são relevantes para um estado de vulnerabilidade e podem contribuir para uma condição de fragilidade (MARCHI NETTO, 2004; ARANTES et al., 2009). Da mesma forma, os fatores biológicos, em seus múltiplos domínios incluindo força e massa muscular, flexibilidade, equilíbrio, coordenação e função cardiovascular geram importantes declínios na fragilidade (MARKLE-RED; BROWN, 2003; DUARTE, 2007). Walston et al. (2006) expõem um modelo explicativo da fragilidade envolvendo a descrição de trajetórias de variáveis moleculares, fisiológicas e clínicas. O resultado da influência das variáveis genéticas sobre os desequilíbrios fisiológicos se expressa num ciclo 20 vicioso de redução de energia, aumento da dependência e aumento da susceptibilidade a agressores. Suas manifestações clínicas resumem-se em lentidão, debilidade, perda de peso, baixo nível de atividade e fadiga (TOPINKOVÁ, 2008). Com o objetivo de mensurar a fragilidade, foi desenvolvido no Canadá e validado em diversos países o índice de fragilidade (IF) (ROCKWOOD et al., 2002). O IF permite realizar a avaliação do estado de saúde e é capaz de verificar o efeito das intervenções ao longo do tempo, sendo assim um importante indicador na saúde pública. Este índice é influenciado por fatores sociais e ambientais de acordo com o conceito de fragilidade como sendo de ordem multidimensional. Embora exista um reconhecimento universal sobre os componentes da fragilidade (seja físico, funcional, cognitivo, social ou uma combinação entre eles) e sobre os seus desfechos (deficiência, demência, quedas, internações hospitalares, institucionalização, ou aumento da mortalidade), ainda busca-se um modelo de avaliação padronizado a ser usado na prática clínica e nas pesquisas (VAN KAN et al., 2010). O Centro de Envelhecimento e Saúde da Universidade Johns Hopkins definiu a fragilidade como uma síndrome de declínio de energia que ocorre em espiral, sustentado por um tripé de alterações relacionadas ao envelhecimento, composto principalmente por sarcopenia, desregulação neuroendócrina e disfunção imunológica (FRIED; WALSTON, 2003; FRIED et al., 2004). Os critérios propostos pelo referido Centro para a definição da síndrome da fragilidade incluem cinco componentes característicos: perda de peso não-intencional (≥4,5kg ou ≥5% do peso corporal no ano anterior); auto-relato de sensação de exaustão/fadiga, indicado por duas questões da Center for Epidemiological Studies - Depression (CES-D); diminuição da força de preensão manual, medida com um dinamômetro na mão dominante e ajustada ao gênero e ao índice de massa corporal (IMC); baixo nível de atividade física, medido pelo dispêndio semanal de energia em kilocalorias, ajustado segundo o gênero (com base no auto-relato das atividades e exercícios físicos realizados, avaliados pelo Minnesota Leisure Time Activities Questionnarie e lentidão na velocidade da marcha, medida pela velocidade da marcha indicada em segundos (distancia de 4,6 metros, ajustada segundo gênero e altura) (FRIED et al.,2001). Indivíduos que apresentem três ou mais dessas características são classificados como frágeis, com uma ou duas características como pré-frágeis e os sem nenhuma das cinco características como não-frágeis. Idosos frágeis são mais susceptíveis a quedas, ao declínio 21 funcional, à hospitalização recorrente e à morte (FRIED et al., 2001; FRIED; WALSTON, 2003; FERRUCCI et al., 2004). O modelo utilizado por Fried et al, (2001) tem direcionado vários estudos de prevalência do fenótipo e de fatores associados à síndrome. Em Taiwan, Chen et al. (2010) encontraram numa população de 2.238 idosos, 4,9% indivíduos classificados como frágeis e 40% como pré-frágeis. Duarte et al. (2011) encontrou uma prevalência de fragilidade de 12,9% e de pré-fragilidade de 45,9% numa amostra de 1.413 pessoas com idade igual ou superior a 65 anos em São Paulo, Brasil. No estudo de Albuquerque Sousa et al. (2011) a fragilidade encontrada foi de 17% numa amostra de 391 idosos com 65 anos. Quanto aos fatores associados à síndrome nesses estudos, a fragilidade foi associada com menor escolaridade, idade, sexo, renda, percepção negativa do estado de saúde, maiores taxas de comorbidade de doenças crônicas, deficiência, incapacidades nas atividades diárias, sintomas depressivos, síndromes geriátricas e hospitalização nos últimos 12 meses (CHEN et al., 2010). Wong et al. (2010) após análise transversal realizada em 740 idosos, sugeriram que fragilidade sobrepõe outros conceitos. Dentre os 49,7% idosos classificados como frágeis, 29,1% tinham deficiência nas atividades básicas da vida diária, 92,% nas atividades básicas instrumentais e 81,8% apresentavam comorbidades. Um dos principais fatores desencadeantes da fragilidade biológica é a sarcopenia. Com o avançar da idade, a estrutura e a função dos músculos esqueléticos alteram-se. Estruturalmente, a massa muscular diminui à medida que o número e o tamanho das fibras musculares declinam durante o final da meia idade e dos anos posteriores da idade adulta. A perda da massa muscular e consequentemente a redução da força muscular funcional é o modo principal de se notar a perda da mobilidade e da capacidade funcional do indivíduo que está envelhecendo (MATSUDO, 2001; PEREIRA et al., 2006; CARVALHO et al., 2011). 22 1.2 Postura O tema postura é bastante antigo e discutível. Seu conceito abrange desde as características físicas, até os aspectos psicológicos, culturais, sociais e comportamentais influenciando definições de modelos de padrões posturais. Desde a Idade Média a postura era fortemente ligada aos conceitos no campo moral, relacional e comportamental exercidos pela supremacia da igreja. A valorização do posicionamento mediano do corpo e do alinhamento da cabeça está realçada nas obras medievais como medida de conotação moral (DAMBROS, 2008). O alinhamento dos segmentos corporais era considerado um parâmetro de boa postura desde Cícero (143-103 a.C.) e Santo Ambrósio (340 - 397 d.C.). Nessa época, os desvios dos segmentos corporais, o relaxamento muscular e a perda da compostura eram vistos como sinais de desvirtuamento da alma, sendo valorizada a capacidade de restringir gestos e posturas por indicarem virtudes morais (VIEIRA, 2009). A partir do século XVII a postura corporal assumiu uma conotação física voltada à saúde, embora mantivesse seus preceitos educacionais. A postura de retitude (ereta e longilínea) adotada por soldados serviu de parâmetro para os exercícios físicos no século seguinte. Camponeses franzinos buscavam adquirir o porte e postura e a manter um olhar horizontal de ousadia de um soldado. Uma nova representação do corpo surge no século XX com os movimentos revolucionários em defesa de um corpo prazeroso e expressivo dando origem ao surgimento de práticas corporais para promoção do bem-estar corporal. Embora tenha evoluído a liberdade de expressão corporal comportamental, sua representação mecânica manteve-se fiel aos princípios do século XIX que tinha como conceito a postura corporal como sendo as posições ou atitudes que o corpo assume nas situações cotidianas e a retitude da postura em pé e estática como o modelo de normalidade estabelecido para avaliar, identificar desvios e prescrever tratamento (VIEIRA, 2009). No século atual se privilegia o discurso técnico de avaliação da postura pelos parâmetros da cinesiologia e biomecânica sem, contudo desconsiderar a influência dos fatores psico-sociais. Kisner (2005) define postura como a posição, atitude de um corpo, aspecto físico, maneira em que suas partes se encontram para realizar uma atividade específica, ou a forma de suportar o próprio peso corporal. A atitude tem uma relação mais estreita com o 23 comportamento, já a posição do corpo e o aspecto físico exprimem resultados de traumas, stress e fadiga. A postura é composta das posições de todas as articulações do corpo em um dado momento. É um elemento importante para um bom estado de equilíbrio muscular e esquelético, protege as estruturas de suporte do corpo contra lesão ou deformidades progressivas contribuindo significativamente para a saúde funcional do indivíduo (KISNER, 2005). Muitas das alterações posturais são adquiridas ao longo do tempo e por diferentes fatores: obesidade, atividades físicas inadequadas, condições ergonômicas precárias, distúrbios respiratórios, desequilíbrios musculares, frouxidões ligamentares e doenças psicossomáticas (MOREIRA, 2005). Os maus hábitos posturais em geral acompanham o indivíduo desde a infância e constituem uma das primeiras razões para provocar alterações na postura e disfunções irreversíveis (HAYNE, 1994). A postura parece, portanto, ser a conseqüência de variáveis internas e externas. Ao estudarmos a postura, percebemos as diversas maneiras que o indivíduo encontra de lidar com as funções dinâmicas e estáticas, seus encurtamentos, seus desequilíbrios posturais, sua atividade tônica, sua história de vida e o seu emocional. Tudo isso envolvendo uma quantidade mínima de esforço e sobrecarga, conduzindo a eficiência máxima do corpo. A má postura traz uma relação defeituosa entre as várias partes do corpo, produz maior tensão sobre as articulações e maior gasto energético gerando sensação de fadiga (RUMAQUELLA, 2009). As alterações posturais podem se revelar como um importante indicativo das estratégias individuais, uma vez que atuam diretamente sobre o padrão de mobilidade funcional (HO et al. 1997). Os cuidados com a postura poderão minimizar a perda do tônus muscular, a dificuldade de desempenho na marcha, o enrijecimento articular e promover maior segurança na realização das atividades de desempenho funcional. A importância de uma postura adequada vai além da questão estética. Manter um apropriado posicionamento corporal traz benefícios fisiológicos, mantém as funções e amplitudes de movimento dentro de padrões satisfatórios e conserva a independência dos indivíduos (SCHWERTNER, 2007; MOUREY; CAMUS; PFITZENMEYER, 2000). 24 1.2.1 A postura como objeto de estudo A forma como o corpo se posiciona afeta a maneira pela qual a pessoa se movimenta e a capacidade funcional do indivíduo (OLNEY; CULHAM, 2002; BONDER; WAGNER, 2001). Com a degeneração das estruturas que atuam sobre o controle do equilíbrio postural é que se percebe o quanto é difícil a tarefa de ficar de pé. Manter o corpo em posição estática durante a postura ereta compreende a constante busca pelo equilíbrio, tendo em vista que o corpo oscila o tempo todo. A oscilação ocorre pela ativação do reflexo de estiramento e da força dos músculos antigravitacionais que resistem à ação da gravidade (KAUFFMAN, 2001). A postura ortostática é utilizada como postura de referência para o equilíbrio e é modificada para preparar o movimento (TAKAHASHI et al., 2005). Com o envelhecimento, essas funções são afetadas e várias etapas do controle postural podem ser suprimidas, diminuindo a capacidade compensatória do sistema, levando a um aumento da instabilidade (RUWER et al., 2005). Quando se fala em alinhamento corporal, deve-se considerar que nem todas as alterações na postura podem ser classificadas como defeituosas ou anormais. Algumas podem ser alterações compensatórias resultantes de outras alterações neuro-músculo-esqueléticas na coluna vertebral, nos membros ou nos mecanismos de controle central (KAUFFMAN, 2001). O sistema nervoso central regula a posição do corpo no espaço para manter a estabilidade e a orientação postural, compreendida como a capacidade de manter uma relação adequada entre os segmentos do corpo e o ambiente, para uma determinada tarefa (COOK; WOOLLACOTT, 2003). A estabilidade postural, ou equilíbrio, é definido como a capacidade de manter a projeção do centro de massa corpórea (CDM) nos limites da estabilidade, que na postura vertical imóvel, referem-se à área envolvida pelas bordas externas dos pés em contato com o chão. Na postura vertical dinâmica, esses limites mudam de acordo com a tarefa, com a biomecânica individual e com os diversos aspectos do ambiente (GAGEY, WEBER, 2000). A postura ereta usa como referencial o eixo vertical, formado pela cabeça e tronco, e o alinhamento da projeção vertical do corpo sobre os pés para o apoio em bipedestação (MASSION, 1998; GAGEY, WEBER, 2000). Na postura bípede, o Centro de Gravidade (CG) postural está situado no alto do corpo, e mantém-se numa região próxima à face anterior da vértebra lombar, num mecanismo de 25 sustentação própria exercido pelas plantas dos pés. Quando se permanece na posição de pé, essas características fazem com que a projeção ao solo do CG se localize no polígono de sustentação representado pelas faces plantares e pela zona que as separam (GAGEY; WEBER, 2000). Um alinhamento corporal inadequado compromete a linha de projeção do CDM e maior esforço muscular é exigido para recuperar uma posição de equilíbrio. Nessa situação, as estratégias de compensação postural são usadas para voltar o centro de gravidade a uma posição estável (COOK; WOOLLACOTT, 2003). A postura errada está ligada a uma contração excessiva dos músculos, que diminui a atividade dos fusos musculares do sistema gama, havendo uma carência de transmissão de impulsos do cérebro, que não é informado sobre o grau de deformidade corporal que o corpo assumiu, e a postura, por isso, não é corrigida (CLARKSON, 2003; RUMAQUELLA, 2009). Um alinhamento do corpo de forma adequada pode minimizar o efeito das forças gravitacionais, que tendem a deslocar o corpo do seu centro de apoio e o tônus muscular evita que o corpo entre em colapso em resposta à tração exercida pela gravidade (PALMER; APLER, 2000). Além das forças musculares para controle da ação da gravidade, a estabilidade postural estática depende do equilíbrio de suporte de cada seguimento corporal. A capacidade para determinar a posição dos membros, distinguir a sensação de esforço e peso, e perceber a cadência dos movimentos, ou seja, a cinestesia é dada pela posição das articulações (HORAK; MACPHERSON, 1996). A modificação da postura ereta em pé é uma das mudanças que ocorre no sistema osteomuscular em consequência da idade. Apesar de se encontrar uma enorme variabilidade de postura, podem-se observar algumas mudanças posturais peculiares no idoso. O aumento da curvatura cifótica da coluna torácica é a alteração mais frequente e está relacionada com a redução da força muscular expiratória, da expansibilidade torácica e da flexibilidade da coluna e pelve (PETTENON et al. 2008; KISNER, 2005). Entre outras alterações percebidas nos membros superiores destacam-se: a protração ou abdução escapular que pode alterar o ritmo escapuloumeral normal provocando afecções dolorosas para o ombro; rigidez ou contraturas em flexão do cotovelo, desvio ulnar do punho e flexão dos dedos, que reduzirá a função do alcançar da mão. Nos membros inferiores encontram-se: contraturas em flexão do quadril e joelho ocasionando redução do comprimento da passada e do impulso na marcha; as alterações em varo ou valgo no quadril, joelhos e tornozelos, que somada às alterações provenientes das contraturas em flexão do 26 joelho e quadril provocam dores, devido à deformação mecânica e à tensão nos tecidos musculoesqueléticos (HARRISON et al., 1996; RIEGGER-KRUGH; KEYSOR, 1996; FRERES; MAIRLOT, 1997; OLNEY; CULHAM, 2002; SCHWERTNE, 2007; SANTOS et al., 2008). Apesar da regularidade com que as mudanças acima descritas ocorrem, não é possível definir o que poderíamos chamar de postura típica do idoso, haja vista a enorme variabilidade que se observa na posição bípede dos indivíduos na terceira idade (OLNEY; CULHAM, 2002). Porém o que se percebe é que determinadas rigidez articulares podem sinalizar o comprometimento do desempenho funcional do indivíduo. Medidas de avaliação postural podem representar uma grande ferramenta para sinalizar disfunções do equilíbrio e da estabilidade do corpo. 1.2.2 Avaliação postural Os estudos que quantificam as modificações posturais nos idosos são escassos e ainda há muita discussão sobre o limite da normalidade e a melhor maneira de mensurar os desvios (SCHWERTNER, 2007; TRIBASTONE, 2001; SOARES, 2002). A avaliação postural é importante para mensurar os desequilíbrios e adequar o melhor tratamento para cada indivíduo (VERDERI, 2003). Consiste em determinar e registrar os desvios posturais, ou seja, as atitudes corporais que saem do eixo da normalidade (SCHEWERTNER, 2007). A literatura aponta diversos tipos de avaliação postural, onde o método clássico consiste na observação visual nas posições anterior, lateral e posterior com o sujeito em trajes sumários, analisando as assimetrias de ombros, clavículas, mamilos, cinturas pélvica e escapular, espinhas ilíacas, joelhos e pés (KENDALL et al., 1995; WATSON; MAcDONNCHA, 2000; VERDERI, 2003). Entretanto estudos recentes evidenciam que a avaliação postural quantitativa disponibiliza dados mais confiáveis do que aqueles obtidos pela observação visual, possibilitando detectar pequenas alterações posturais, evitando erros e variações entre examinadores diferentes (SACCO et al., 2007; PERES et al., 2007; FERREIRA et al., 2010). 27 Diversos métodos para quantificar a postura corporal têm sido utilizados e descritos na literatura, tais como: inclinômetro (FERRARIO et al., 1995; YOUDAS et al., 1996; ZEPA et al., 2000), radiografias (SANDOVAL et al., 1999; BISTER et al., 2002), câmeras de vídeo (BUENDIA et al., 1999; NORMAND et al., 2002), topografia de Moiré (RODRIGUES et al., 2003). Outro instrumento muito utilizado na prática clínica para quantificar a avaliação postural é a fotografia, definida como: arte, ciência e tecnologia de obtenção de informação confiável sobre objetos físicos e o ambiente por meio de processos de gravação, medição e interpretação de imagens fotográficas. Este instrumento vem sendo amplamente difundido como recurso diagnóstico valioso, especialmente em avaliações posturais, pois é capaz de fornecer registro das transformações posturais ao longo do tempo e são capazes de interrelacionar diferentes partes do corpo que são difíceis de mensurar (WATSON, 1998; TOMMASELLI et al., 1999; IUNES et al., 2005). No entanto, a utilização desta técnica não é tão simples como aparenta e requer vários cuidados metodológicos para padronizar as fotos e evitar efeitos de distorção (VEGTER; HAGE, 2000). As distorções implicam em alterações na imagem fotográfica que podem causar uma impressão enganosa da postura do indivíduo (WATSON; MAcDONNCHA, 2000). Mais recentemente, com os avanços da tecnologia aplicada à biomedicina foram desenvolvidas novas formas de avaliação postural por meio de fotografias aliadas a programas de computador, conhecidas como a fotogrametria computadorizada, que significa aplicação da fotografia à métrica, consistindo em um método de medida angular das assimetrias corporais, que se utiliza dos princípios fotogramétricos a partir de imagens fotográficas corporais (TOMMASELLI et al., 1999). Dentro desse contexto Ferreira et al. (2005) desenvolveram o software de avaliação postural (SAPO), que tem como objetivo determinar, por meio de fotografias, as coordenadas dos pontos anatômicos destacados com marcadores passivos para análise do alinhamento postural. O SAPO possibilita a análise global da postura e fornece dados da posição do centro de gravidade exercido pela postura estática do indivíduo durante as fotografias. Esse instrumento utilizado para avaliação postural foi elaborado por uma equipe multiprofissional que contou com o patrocínio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O SAPO apresenta significativa confiabilidade intra e interexaminadores para a maioria dos ângulos estudados verificados no estudo de Iunes et al. (2005) e confiabilidade e 28 validade de medidas angulares de seguimentos corporais obtidos por análise no estudo de Braz et al. (2008), assim como, fornece dados da posição do centro de gravidade exercido pela postura estática do indivíduo durante as fotografias (PERES et al., 2007). A avaliação postural pela fotogrametria traz dados mais confiáveis do que aqueles obtidos pela observação visual, possibilita detectar pequenas alterações posturais, evitando erros e variações entre examinadores diferentes (IUNES et al., 2005; SACCO et al., 2007; PERES et al., 2007; AFB, 2008; SANTOS et al., 2009). São vários os benefícios que a fotogrametria pode oferecer à humanidade como um meio indolor e não invasivo de fornecer medições espaciais relacionados ao corpo humano para uma ampla variedade de fins médicos. As diversas aplicações da fotogrametria na medicina têm desenvolvido uma série de medidas do corpo utilizando técnicas muito diferentes (MITCHELL; NEWTON, 2002). Optou-se, nesse estudo, pela utilização do software para avaliação postural SAPO por ser considerado um método acurado para mensurar ângulos e distâncias corporais. É uma ferramenta confiável na elaboração de pesquisas que correlacionam a postura em quaisquer que sejam os indivíduos (FERREIRA et al., 2010). Este instrumento possibilitou quantificar o alinhamento postural da população idosa e propiciou dados para se estabelecer relações com a condição de fragilidade. 1.3 Postura e fragilidade O decréscimo progressivo da força muscular decorrente da sarcopenia é apontado como um dos principais fatores desencadeantes da fragilidade biológica e está diretamente relacionado a todos os demais indicadores do fenótipo de fragilidade (FRIED et al., 2001; SILVA et al., 2006; GAI et al., 2010). A sarcopenia se caracteriza pela perda acentuada de massa muscular, e um aumento na gordura subcutânea e intramuscular. Resulta de alterações em vários sistemas fisiológicos nas funções endócrina, inflamatória, neurológica, nutricional e está diretamente relacionada ao declínio das funções de equilíbrio estático e dinâmico, mobilidade, velocidade de caminhada, independência e capacidade funcional na execução das tarefas cotidianas (WALSTON et al., 2006; LACOURT; MARINI, 2006). 29 Leite, (1996) sugere uma proporção de perda global da força muscular relacionada à idade na seguinte ordem: dos 35 aos 50 anos de idade, a perda dá-se em torno de 6% por década e a partir dos 60 anos, a redução é de 10% por década. A perda de força na preensão manual em homens por volta dos 65 anos é de aproximadamente 20% em comparação com os indivíduos de 20 anos; para as mulheres, a perda dá-se no transcorrer dos 45 anos de 2% a 20%. A partir daí, o processo de atrofia muscular se acelera visivelmente aos 80 anos. Rossi (2008) refere que a força do quadríceps, aumenta progressivamente até os 30 anos, começa a declinar após os 50 e diminui acentuadamente após os 70 anos de idade. A força muscular é fundamental para o desempenho de habilidades motoras e sua redução gera grandes dificuldades na habilidade para controlar a postura (ROGERS; MILLE, 2003; RAMOS, 2003; AIKAWA et al., 2007). O sistema muscular exerce a atividade de controle automático da postura e evita que o indivíduo perca o equilíbrio na posição ereta de pé e caia (AIKAWA et al., 2007). Mesmo na presença de um comando nervoso central eficiente, a própria limitação estrutural da amplitude do movimento poderá dificultar reações de ajustamento postural instantâneas, e isso será mais agravado quando o sistema muscular estiver em condições desfavoráveis, exigindo um gasto energético excessivo que, na presença da fadiga e lentidão dos movimentos, irá decorrer em desfechos desfavoráveis como quedas ou contribuir para um estado de vulnerabilidade e fragilidade em idosos (PAIXÃO JÚNIOR; HECKMAN, 2006). Os ajustes posturais surgem por ação dos grupos musculares relacionados ao equilíbrio e ao controle dos movimentos (FREITAS JUNIOR.; BARELA, 2006). O corpo em grande desalinhamento dos seus seguimentos, com compressões inadequadas de suas estruturas articulares e seus ligamentos, poderá alterar a imagem corporal e resultar em dificuldades para as reações de restabelecimento do equilíbrio corporal (COOK; WOOLLACOTT, 2003). A atividade muscular tônica dos músculos antigravitacionais associada à rigidez dos componentes passivos dos músculos (tecido conectivo elástico) e articulações (cápsula articular e ligamentos) auxiliam, de modo importante, na manutenção do alinhamento corporal durante a postura ereta (HORAK; MACPHERSON, 1996; FREITAS JÚNIOR; BARELA, 2006; COOK; WOOLLACOTT, 2003). A fadiga está intimamente relacionada à perda de força muscular na condição de fragilidade. O estudo de Frisoli Junior et al. (2010) realizado em 300 idosos sugeriu que fadiga é preditor independente de morte em idosos com doenças cardiovasculares hospitalizados no período de um ano. Demonstrou haver forte associação entre perda 30 involuntária de peso, sarcopenia e osteoporose, tanto individualmente, como de forma associada em mulheres idosas. A busca pelo equilíbrio necessita que o corpo se mantenha firme na posição de pé. Com a chegada da velhice é que se percebe o quão difícil é cumprir essa tarefa. Uma das principais razões para essa deficiência é a redução da habilidade para controlar a postura e a marcha, e isso podem levar à ocorrência de quedas (ROGERS; MILLE, 2003; RAMOS, 2003; AIKAWA et al., 2007). A marcha, que é critério de fragilidade, constitui um componente imprescindível para manutenção da função e da independência funcional em idosos (RODRIGUES, 2009). A redução da velocidade de marcha é também um dos componentes mais identificados em idosos frágeis (SANTOS et al., 2008). Segundo Kauffman (2001) contraturas articulares posturais no membro inferior provocam alterações visíveis no desempenho da marcha. Abreu e Caldas (2008) evidenciaram que independente de um bom nível de equilíbrio, a velocidade de marcha declina com a idade. A relação força-velocidade dos músculos tem implicações funcionais, tais como velocidades mais lentas nas caminhadas (RAJ et al., 2009). Winter et al. (1990) e Teixeira et al. (2002) verificaram os aspectos biomecânicos do caminhar em idosos. Os achados desse estudo apontaram para um maior tempo de apoio no solo e de menor tempo para balanço ou suspensão nas fases da marcha, comparado a populações mais jovens. Os autores pressupõem que nessa população existe uma necessidade maior de buscar segurança na manutenção do equilíbrio dinâmico. O processo de envelhecimento está associado a modificações no padrão da marcha e no equilíbrio (WOOLLACOTT, 2002). As alterações posturais encontradas no quadril, joelho e tornozelo, podem reduzir o comprimento da passada, o impulso para diante; aumentar o custo energético para a mobilidade e as necessidades efetoras do controle postural, sobretudo se a alteração for unilateral (KAUFFMAN, 2001). Além disso, provocam um aumento do risco de tropeços e perda de sincronia na movimentação dos membros superiores (RODRIGUES, 2009). As articulações tornam-se mais endurecidas, reduzindo assim a extensão dos movimentos e produzindo alterações no equilíbrio e na marcha (MARCHI NETTO, 2004). A redução da atividade física é outro componente de caracterização da fragilidade (FRIED et al., 2001). Andrade et al. (2006) apontam o impacto nas atividades de vida diárias e a influência dos altos níveis de inabilidade funcional na maior fragilidade. Boyd et al. (2005) verificaram em um estudo de coorte com 749 idosas independentes, que existe 31 associação entre fragilidade, hospitalização e deterioração aguda da saúde, sendo fortemente e independentemente associado ao surgimento de dependência nas atividades da vida diária (AVDs). Delbaere et al. (2004) referem que o medo para realizar atividades físicas pode ter efeitos negativos sobre a capacidade física e também pode ser preditivo de quedas futuras. Evitar atividades é, portanto, uma variável psicológica adicional importante no desenvolvimento de fragilidade física e quedas nos idosos. Alguns estudos demonstram que a melhora da postura corporal está relacionada à prática de atividade física. Wu et al. (2002) demonstraram que a prática a longo prazo de Tai Chi Chuan promove a manutenção da força excêntrica dos músculos posturais nas extremidades inferiores, o que é benéfico para a manutenção de boa estabilidade postural. Daley e Spinks (2000) afirmam que os idosos fisicamente ativos demonstram menos desvios posturais do que os sedentários. Estudos sugerem que os exercícios físicos têm proporcionado ganhos reais para perda de peso e sarcopenia (BALES; RITCHIE, 2002; FARIA, 2003; BORST, 2004). Theou et al. (2011) realizou revisão sistemática sobre a eficácia de exercícios físicos no gerenciamento da fragilidade e identificou que treinamentos físico regulares, principalmente os de longa duração (≥ 5 meses), realizados três vezes por semana, durante 30-45 minutos por sessão, geralmente tinham um impacto positivo sobre alguns determinantes físicos em adultos mais velhos frágeis e podem ser utilizados para a gestão de fragilidade. Fiatarone et al. (2012) após doze meses de intervenção multidisciplinar com exercícios de resistência e alta intensidade progressiva para idosos que sofreram fratura de quadril, reduziu o risco de morte e melhorou o desempenho nas atividades básicas instrumentais, em comparação com os controles de cuidados habituais. Conforme Duarte (2007), medidas preventivas têm atuação importante na presença ou não de fragilidade e é possível se estabelecer fatores preditores, para que se possa promover o que se denomina de envelhecimento bem-sucedido. Embora fragilidade esteja associada a quedas, os mecanismos exatos dessa associação ainda não estão suficientemente estabelecidos, o que pode limitar as intervenções nessa área. A alteração da postura poderia ser um fator que nos idosos frágeis favoreceria a maior ocorrência de quedas. Sendo assim, abordagens voltadas para a melhoria da postura poderiam ser importantes para a redução de quedas em idosos. Investigações sobre a ocorrência de alteração da postura em idosos com fragilidade não estão disponíveis na literatura. 32 2 OBJETIVOS 2.1 Objetivo geral Estimar as medidas angulares posturais entre idosos frágeis, pré-frágeis e não-frágeis residentes em área urbana de Fortaleza, Ceará. 2.2 Objetivos específicos - Categorizar as medidas de postura que possam melhor discriminar idosos frágeis de idosos não-frágeis. - Analisar as medidas angulares posturais entre idosos não-frágeis, pré-frágeis e frágeis ajustadas para sexo, idade e IMC. 33 3 MÉTODOS 3.1 Delineamento do estudo Estudo transversal realizado com idosos (idade de 60 ou mais), selecionados a partir de um estudo epidemiológico para avaliar a prevalência de fragilidade. O estudo epidemiológico foi realizado nos domicílios dos idosos, no ano de 2008, no qual aplicou um questionário multidimensional contendo questões relacionadas aos critérios de fragilidade, conforme a definição de Fried et al. (2001). O inquérito, de caráter multicêntrico foi desenvolvido pela Rede de Pesquisa sobre Estudos da Fragilidade em Idosos Brasileiros Rede FIBRA, e conduzido em setores censitários pertencentes ao bairro Rodolfo Teófilo e adjacências, em Fortaleza-CE. A partir do resultado do levantamento do inquérito da Rede FIBRA, uma amostra randômica dos idosos que preencheram os critérios para fragilidade (SF- síndrome de fragilidade) e daqueles que não preencheram tais critérios, foram convidados a participar voluntariamente de uma avaliação clínica no ambulatório do Centro de Atenção ao Idoso (CAI) do Hospital Universitário Walter Cantídio, da Universidade Federal do Ceará – UFC. Para participar do nosso estudo os idosos foram submetidos à avaliação clínica global conduzida por médicos geriatras e avaliação específica (postural) conduzida por fisioterapeutas no período de março de 2009 a outubro de 2010. Para seleção dos idosos para a avaliação clínica global inicial foram excluídos aqueles, cujos registros nos inquéritos domiciliares constassem condições de saúde instáveis, diagnóstico de demência ou grave déficit cognitivo, doença de Parkinson, idosos com sequelas funcionalmente incapacitantes decorrentes de Acidente Vascular Cerebral, que fizessem uso de medicações anti-depressiva e/ou apresentassem dificuldade acentuada na memória, linguagem, auto-identificação, comunicação ou orientação. A partir dessa seleção os idosos eram encaminhados à avaliação postural como representado no fluxograma da figura 1. 34 Estudo da prevalência de fragilidade – Rede FIBRA (Inquérito domiciliar na comunidade idosa do bairro Rodolfo Teófilo e adjacências) ↓ Ambulatório de fragilidade do Centro de Atenção ao Idoso (CAI) ↓ Avaliação clínica global ↓ Avaliação postural Figura 1. Fluxo operacional da pesquisa. 3.1.1 População e amostra De um total de 1061 idosos entrevistados no bairro Rodolfo Teófilo e adjacências, classificados como frágeis, pré-frágeis e não-frágeis, decidiu-se chamar para avaliação clínica no ambulatório aproximadamente 70 idosos de cada grupo, com a intenção de obter ao final uma sub-amostra de 50 em cada grupo. Sendo assim um total de 210 idosos foram convidados a participar das avaliações no ambulatório do CAI. Dentre os convidados, 177 compareceram ao CAI e se submeteram inicialmente a avaliação clínica, porém, 03 foram excluídos por apresentarem estado de depressão e/ou exame do Mini-Mental alterado. Dos 174 idosos disponíveis para a avaliação postural realizada pelo fisioterapeuta pesquisador, 16 destes não participaram da avaliação postural por: recusarem a usar a vestimenta solicitada, biquíni ou sunga (1 não-frágil e 3 pré-frágeis), por fazerem uso de prótese/órtese para bipedestação (5 frágeis), pelo uso permanente de cadeira de rodas (1 frágil), por ser portador de grave deficiência visual (1 frágil) e por apresentarem deformidade postural ortopédica severa (2 frágeis e 3 pré-frágeis). Dessa forma, um total de 158 idosos foram submetidos a avaliação postural distribuídos em três grupos: Frágeis (N = 45 idosos), Pré-Frágeis (N = 60 idosos) e NãoFrágeis (N = 53 idosos) de acordo com o número de critérios positivos para fragilidade sugeridos por Fried et al. (2001). O fluxograma da seleção está representado na figura 2. 35 Avaliação Clínica por médico geriatra n = 177 ↓ ↓ ↓ ↓ Idoso Frágil n = 54 ↓ Idoso Pré-Frágil n = 66 ↓ Idoso Não-Frágil n = 54 Excluídos n = 03 ↓ Avaliação Postural n = 158 ↓ Idoso Frágil n = 45 ↓ Idoso Pré-Frágil n = 60 ↓ Idoso Não-Frágil n = 53 Excluídos n = 16 Figura 2. Fluxograma da distribuição de idosos após avaliação clínica e postural. 3.2 Critérios de inclusão para a avaliação postural Para participação na avaliação postural os idosos deveriam apresentar os seguintes critérios de inclusão: capacidade para manter-se na postura ereta sem dependência de órteses para bipedestação (exemplo: muleta, andador); ausência de próteses em membros inferiores; ausência de deformidades ósseas ou severos desvios posturais que impossibilitassem a identificação anatômica e; ausência de sintomatologia dolorosa aguda durante a avaliação, pela possibilidade de promover atitudes posturais compensatórias. 36 3.3 Coleta de dados 3.3.1 Características gerais As características gerais contem informações sobre: gênero; idade (em anos); peso (kg); altura (metros); índice de massa corporal (IMC) (kg/m2); número de doenças; auto-relato de quedas sofridas nos últimos três anos. Para a classificação da variável idade, foram adotadas as seguintes faixas etárias: 60 a 69 anos, 70 a 79 anos e igual ou superior a 80 anos atingindo a idade máxima de 92 anos. O número de doenças foi classificado em três subdivisões: 1) nenhuma ou apenas uma doença; 2) de duas a três doenças e; 3) quatro ou mais doenças. Na classificação do IMC foram aplicados os pontos de corte recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para definição de eutrofia (índice de massa corporal entre 18,6 a 24,9 kg/m2), sobrepeso (índice de massa corporal entre 25 a 29,9 kg/m2) e obesidade (índice de massa corporal ≥30 kg/m2). 3.3.2 Definição de fragilidade Todos os idosos foram submetidos a uma avaliação clínica e à aplicação da ficha de avaliação médica que consta no anexo G. Os parâmetros e recursos utilizados para a verificação dos critérios de fragilidade foram similares aos empregados no estudo realizado no John Hopkins Hospital (FRIED et al., 2001; BANDEEN-ROCHE et al., 2006), que sugere cinco componentes característicos para seu reconhecimento e estão descritos a seguir: 1. Diminuição da força de preensão manual, ajustada ao gênero e ao índice de massa corporal (IMC). A força de preensão manual avalia a capacidade de manipulação, de força e de movimento da mão e reflete o perfil de força muscular geral do indivíduo. É considerada como um importante determinante de funcionalidade e morbi-mortalidade e sua estimativa tende a ser maior nos homens e declinar na senescência. É de fácil mensuração e valores 37 baixos têm associação com fragilidade, processos de inflamação e fadiga (BARBOSA et al, 2005; FIGUEIREDO et al, 2007). Para aferição da força muscular de preensão manual foi utilizado o dinamômetro manual hidráulico JAMAR ® ajustado para o nível 2 (MOREIRA et al., 2003; FIGUEIREDO et al., 2007). As orientações para o procedimento de avaliação da força manual contam no anexo E. Os valores de força foram obtidos pela média de três medidas, em quilogramas-força (kgf), de esforço máximo, utilizando a mão dominante e mantendo o cotovelo e antebraço apoiados formando um ângulo de noventa graus em relação ao braço. A força estimada no final foi enquadrada de acordo com o IMC (kg/m2). A classificação de fragilidade foi estratificada por gênero e IMC. No sexo feminino, foram classificadas como frágeis mulheres nas seguintes condições: para um IMC ≤ 23 uma força obtida ≤ 17 kgf; entre 23,1 e 26, uma força ≤ 17,3 kgf; entre 26,1 e 29, uma força ≤ 18kgf e acima de 29, uma força ≤ 21kgf. Para o sexo masculino foram considerados frágeis homens cujo IMC ≤ 24 e força de preensão ≤ 29kgf ; nos intervalos de IMC de 24,1 e 26 e 26,1 e 28 a força obtida ≤ 30kgf e o grupo com índice acima de 28 o valor obtido ≤ 32kgf. 2. Lentidão na velocidade da marcha, ajustada segundo sexo e altura; A velocidade de marcha foi baseada no tempo que o idoso levou para percorrer uma distância de 4,6 metros. Foram realizados três percursos com suas devidas mensurações e calculada a média do desempenho. As orientações para procedimento da avaliação da marcha constam no anexo F. O tempo admitido como máximo foi de 6 segundos. Juntamente com a velocidade, a altura dos idosos foi considerada para a classificação de fragilidade. Foi indicativo de fragilidade, nos homens, ter altura ≤ 173 cm com tempo de marcha ≥ 7 segundos, altura > 173 cm e tempo de marcha ≥ 6 segundos e, para mulheres altura ≤ 159 cm e tempo de marcha ≥ 7 segundos ou altura > 159 cm e tempo de marcha ≥ 6 segundos. Os instrumentos utilizados foram um cronômetro manual e uma faixa adesiva fixa ao solo de 4,6m. 3. Perda de peso não intencional (igual ou maior a 4,5kg ou 5% do peso corporal no ano anterior); A perda de peso, quando detectada foi quantificada a partir do peso atual e o habitual no ano anterior. Caso o idoso tivesse uma perda igual ou superior a quatro quilogramas e quinhentos gramas, esse critério seria considerado positivo para fragilidade. Utilizou-se uma balança antropométrica e formulário com um item dicotômico e um item de resposta estruturada auto-relatado pelo idoso constante na ficha de avaliação médica, anexo G. 38 4. Exaustão, avaliada por auto-relato de fadiga, indicado por duas questões da Center for Epidemiological Studies - Depression (CES-D) A exaustão/fadiga foi baseada nos itens sete e vinte da escala do Centro de Estudos Epidemiológicos em Depressão conhecida pela sigla CES-D que mensura a sensação de aumento de esforço e de fraqueza para a realização das atividades diárias. É um instrumento de rastreio de depressão na atenção primária e em estudos de base populacional justificado por sua estrutura simplificada e concisa de 20 afirmações curtas onde o entrevistado deve ler e responder dentro de uma escala de graduação de frequência da sensação na última semana. Dentro desse recurso há diversos sinais e sintomas definidores de depressão de acordo com a décima versão da Classificação Internacional de Doenças (CID-10) e dentro deles incluem a falta de disposição, energia e fraqueza para realizar as atividades de vida diária. 5. Baixo nível de atividade física, medido pelo dispêndio semanal de energia em quilocalorias, ajustado segundo o gênero. A atividade física foi verificada a partir da pergunta dicotômica de regularidade na prática de exercício físico, e graduada conforme frequência e duração auto-relatados pelo idoso. O critério foi baseado no consenso que considera prática regular de exercícios físicos para idosos, a duração e frequência de trinta minutos, três vezes por semana, respectivamente (NELSON et al., 2007). Mensurada pelo Minnesota Leisure Time Activities Questionnaire American College of Sports Medicine (ACSM) (PATE et al., 1995) - Department of Health and Human Services, onde foram utilizados seis itens, que englobavam atividades domésticas vigorosas, diversos tipos de caminhada, dança, exercício físico propriamente dito e atividades externas vigorosas. Homens com gastos menores do que 383 quilocalorias por semana e mulheres com gastos menores que 270 quilocalorias por semanas nessas atividades foram considerados positivos para fragilidade (FRIED et al., 2001). Idosos com presença de três ou mais dos cinco critérios acima mencionados foram considerados frágeis e quando encontrado apenas um ou dois eram considerados pré-frágeis (FRIED et al., 2001). 3.4 Medidas angulares posturais A escolha das medidas angulares posturais ocorreu em função das implicações clínicas funcionais presentes na condição de fragilidade e do comprometimento articular na postura 39 estática. Optou-se por medidas que atendessem as diferenças antropométricas. Conforme Ferreira et al., (2005) as medidas angulares avaliadas pelo Software de Avaliação Postural SAPO podem ser confiáveis mesmo nas situações em que os pontos analisados não estejam no mesmo plano, como nas rotações axiais do tronco e pelves. Para esse fim, partiu-se do princípio de que o sistema muscular que rege e mantém a postura é também o mais comprometido na presença de perda de peso, redução de força de preensão manual, diminuição das atividades físicas, sensação de fadiga e lentidão na marcha, que juntos ou isoladamente caracterizam a fragilidade. Dessa forma, procurou-se evidenciar na literatura, posicionamentos articulares que tivessem estreita relação com o desempenho funcional estático e dinâmico do idoso. A escolha das medidas de posição da cabeça, pelves, quadril, tronco, joelho e tornozelo pareciam interferir na mobilidade, marcha, controle postural e facilmente podiam ser visualizados na postura ereta do idoso. Para complementar acrescentou-se o posicionamento do corpo, dos membros inferiores e o ângulo quadriciptal. Segundo Kauffman, (2001) essas medidas estão relacionadas com importantes alterações mecânicas do sistema osteomuscular e geram implicações clínicas funcionalmente limitantes: uma cabeça projetada para frente desvia o centro de gravidade anteriormente e pode agravar sintomas de tonteira devido ao comprometimento da artéria basilar; uma inclinação pélvica posterior, resultante de período prolongado sentado, reduz a extensão do tronco/quadril para as passadas da marcha; as contraturas de flexão do joelho e quadril levam a perda ou redução da capacidade de movimentação articular até a posição neutra [Oº] e as alterações em valgo/varo no quadril, joelho e tornozelo reduzem o comprimento da passada e o impulso para diante alterando o ritmo da marcha. As alterações do esqueleto axial e membros aumentam o custo energético para mobilidade e as necessidades para o controle postural, sobretudo se a alteração for unilateral. Em geral, as deformações mecânicas e as tensões no tecido músculo-esquelético provocam dores e podem resultar em instabilidades posturais e maiores riscos de quedas em idosos (KAUFFMAN, 2001). Para interpretação, nas fotografias, da posição de seguimentos corporais, um marco de referência e um sistema de coordenadas foram estabelecidos. Esta informação permite que a posição de um seguimento do corpo seja definida com relação a um ponto, localização ou eixo de seguimento e torna possível interpretar e comparar as medidas no ambiente clínico e de pesquisa. O uso de diferentes tipos de marco de referência, relativo ou global, pode resultar em medidas de resultados diferentes (NEUMANN, 2006). 40 No presente estudo, algumas medidas angulares foram obtidas utilizando-se marco de referência relativa (RR) para descrever a posição de um seguimento em relação a outro, como a coxa em relação à perna, para o ângulo do joelho e membros inferiores e a pelves em relação à coxa para o ângulo do quadril. Outras medidas utilizaram marco de referência global (RG) ou laboratorial, que usa o sistema de coordenadas cartesianas em relação ao solo ou na direção da gravidade. A esse exemplo temos a posição da cabeça, pelves e tornozelo com relação à referência horizontal do solo. E a posição do tronco, corpo, ângulo ‘Q’ e centro de gravidade com relação à referência vertical, perpendicular ao solo. Foram utilizadas medidas na vista anterior, posterior e lateral direita e esquerda. Os ângulos foram todos medidos em graus, com exceção do Centro de Gravidade, cujo deslocamento ântero-posterior foi calculado em porcentagem pelo programa SAPO. Na vista anterior, o ângulo frontal dos membros inferiores foi medido pelo lado externo do membro com o vértice posicionado na linha articular do joelho. Na vista lateral, a abertura externa dos ângulos foi direcionado para a região anterior do corpo. A exceção ocorreu para o ângulo do joelho, cuja medida foi direcionada para a região posterior do corpo. Dez medidas foram então abreviadas com uma sigla que faz referência ao seu ângulo e ou alinhamento postural. A descrição das medidas posturais estão detalhadas nas figuras 3 e 4. Medidas Descrição Abreviação Ângulo ‘Q’ - ângulo entre espinha ilíaca ântero-superior / centro da patela A’Q’ (direito e e a projeção do centro da patela e tuberosidade anterior da esquerdo) tíbia - descreve o alinhamento fêmuro-patelar Ângulo frontal - ângulo entre trocanter do fêmur / linha articular do joelho / AFMI do membro maléolo lateral inferior - descreve a posição dos Membros inferiores (direito e esquerdo) Figura 3. Medidas angulares posturais avaliadas na vista anterior e suas abreviações. O ângulo ‘Q’ ou ângulo quadriciptal, descreve a excursão lateral, ou o efeito de estrangulamento que o músculo quadríceps e o tendão patelar exercem sobre a patela demonstrando o alinhamento da articulação femoropatelar. É formado pelo cruzamento de duas linhas imaginárias, a primeira da espinha ilíaca ântero-superior até o ponto médio patelar, e a segunda, da tuberosidade anterior da tíbia até o ponto médio patelar (BELCHIOR 41 et al., 2006). Tem como referencial o valor normal, em média de 15 graus, variando de 13 graus nos homens e 18 graus nas mulheres (KAPANDJI, 2000; BELCHIOR et al., 2006). O ângulo frontal dos membros inferiores foi medido na vista anterior pela posição dos membros inferiores, nos lados direito e esquerdo. Considerando a anatomia e alinhamento normal do joelho, este, forma um ângulo com o seu lado lateral de aproximadamente 170 a 175 graus. Este alinhamento normal do joelho no plano frontal é chamado de joelho valgo (PALASTANGA et al, 2000). Um ângulo lateral menor do que 165 graus é denominado joelho valgo excessivo. Em contraste, um ângulo lateral que exceda 180 graus é chamado de joelho varo excessivo (PALASTANGA et al., 2000; NEUMANN, 2006; KISNER, 2005; KAPANDJI, 2000). Medidas Alinhamento Horizontal da cabeça (direito e esquerdo) Alinhamento horizontal da pelve (direito e esquerdo) Ângulo do quadril (direito e esquerdo) Ângulo do joelho (direito e esquerdo) Ângulo do tornozelo (direito e esquerdo) Alinhamento vertical do tronco (direito e esquerdo) Alinhamento vertical do corpo (direito e esquerdo) Centro de Gravidade (CG) (plano sagital) Descrição - ângulo entre trago / C7 / horizontal - descreve a posição da Cabeça - ângulo entre espinha ilíaca ântero-superior / espinha ilíaca póstero-superior / horizontal - descreve a posição da pelve - ângulo entre espinha ilíaca ântero-superior / trocanter do fêmur / linha articular do joelho - descreve a posição do quadril - ângulo entre trocanter do fêmur / linha articular do joelho / maléolo lateral - descreve a posição do joelho - ângulo entre linha articular do joelho / maléolo lateral / linha horizontal - descreve a posição do Tornozelo - ângulo entre trocanter do fêmur / acrômio / linha vertical - descreve a inclinação do tronco - ângulo entre maléolo lateral / acrômio / linha vertical - descreve a Inclinação do corpo - mostrada em relação à base de suporte e tem como origem a projeção da posição média entre os maléolos laterais. - determina a relação de estabilidade e equilíbrio. Abreviação AHCb AHP AQd AJ AT AVTco AVCo CG sagital Figura 4. Medidas angulares posturais avaliadas na vista lateral direita e lateral esquerda e suas abreviações. 42 O alinhamento horizontal da cabeça corresponde ao ângulo entre C7 / trago / e uma linha imaginária horizontal e determina o posicionamento da cabeça em termos de flexão e extensão. Neumann (2006) afirma que a postura de repouso neutra da região da cabeça é cerca de 30 a 35 graus de extensão, considerando a lordose cervical entre as vértebras C1 a C7. Além dos movimentos de flexão e extensão, a cabeça pode transladar para frente (protração) e para trás (retração) no plano sagital. Olney e Culham (2002) reforçam a posição neutra para a pelve e articulação coxofemoral, joelho em extensão e tornozelo posicionado entre flexão dorsal e flexão plantar para um modelo ideal de postura. O alinhamento horizontal da pelve foi obtido com base na orientação de Lippert (2003) que considera a posição neutra da pelve quando a espinha ilíaca póstero-superior (EIPS) e a espinha ilíaca ântero-superior (EIAS) se encontram no mesmo nível em um plano transverso. Bienfait (1995) afirma que a cintura pélvica encontra-se em anteversão quando a EIAS for mais baixa em relação a EIPS e que uma rotação horizontal pélvica além de 5 graus sempre é acompanhada de uma rotação lombar no mesmo sentido. Portanto, o ângulo de 180 graus foi tomado como posição neutra no plano horizontal. O marco de referência global (RG) foi a linha horizontal paralela ao solo. Mac-Thiong et al (2004) documentaram o alinhamento sagital da pelves de 7,2 graus durante o crescimento da infância à adolescência. O ângulo do quadril (AQd), nesse estudo, foi baseado em Kapandji (2000) e mensurado como o ângulo entre as linhas da espinha ilíaca ântero-superior, trocânter maior do fêmur e linha articular do joelho. O ângulo na posição neutra encontra-se em torno de 140 a 145 graus. Foram escolhidas medidas angulares que representassem a posição do joelho no movimento de flexão e extensão no plano sagital, e estabilização femorotibial e femoropatelar no plano transverso. Utilizou-se a referência entre a coxa e a perna para determinar o posicionamento do joelho no plano sagital e frontal. Kapandji (2000) refere que a posição de referência para os movimentos de flexão-extensão do joelho é definida pelo prolongamento do eixo da coxa sob o eixo da perna. Na postura de perfil, o eixo do fêmur segue sem nenhuma angulação, com o eixo do esqueleto da perna. Nesta posição de referência, o membro inferior possui o seu comprimento máximo (KAPANDJI, 2000). Na vista postural lateral, considerou-se o ângulo de 180 graus como posição neutra para o joelho na postura ereta. Os valores obtidos inferiores a 180 graus foram considerados joelho em flexão. A partir da posição neutra, os valores angulares de 5 a 10 graus acima de 43 180 graus foram considerados hiperextensão e os ângulos maiores que 10 graus em extensão caracterizaram a condição de hipermobilidade articular sugeridos por Palastanga et al. (2000). O alinhamento vertical do tronco tomou como referência o trocânter maior do fêmur, acrômio e linha vertical, utilizando o marco RG. Esse deslocamento pode expressar um componente de compensação postural ou sofrer influência de antepulsão (posição anterior) dos ombros, dado não medido nesse estudo. O alinhamento vertical do corpo foi verificado pelos pontos maléolo lateral, acrômio e linha vertical (RG). Para o alinhamento do tronco e corpo considerou-se 180 graus a posição neutra no plano vertical e deslocamentos de 1 e 2 graus como uma leve inclinação anterior. De acordo com Kapandji (2000) a posição de referência do tornozelo é onde a planta do pé está perpendicular ao eixo da perna, ou seja, um alinhamento da articulação do tornozelo com menor gasto energético possível admite um ângulo reto de 90° para a articulação tíbio-társica. Diversos fatores podem ser considerados como intervenientes na manutenção do equilíbrio corporal, sendo um deles o centro de gravidade (CG) e/ou centro de massa do corpo (CM) (DUARTE; ZATSIORSKY, 1999). No sistema SAPO de medidas, o CG é descrito em porcentagem e baseado em cálculos já embutidos no programa. Mede a distância entre a sua projeção plantar e a base de suporte no plano sagital, a partir da posição média entre os dois maléolos mediais (MARTINELLI et al, 2011). 3.5 Procedimentos para a avaliação postural Antes de cada avaliação postural obedecia-se ao seguinte procedimento: esclarecimento dos objetivos e métodos da avaliação, obtenção do consentimento prévio dos idosos ou de familiares responsáveis mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (Apêndice A) e preenchimento do questionário multidimensional (Apêndice C) envolvendo questões de natureza sociodemográfica e antropométrica. Imediatamente após a assinatura do TCLE e a aplicação do questionário, o idoso, com auxílio do pesquisador, substituía sua vestimenta por um biquini/sunga de praia para facilitação de identificação dos pontos anatômicos demarcados com lápis dermográfico, sem qualquer risco de lesão a pele do idoso. Foram utilizadas como marcadores, pequenas bolas de 44 isopor de 15 mm, fixadas por fita adesiva dupla face, para identificação na fotografia dos seguintes pontos anatômicos: - na vista anterior: espinha ilíaca ântero-superior direita e esquerda, centro da patela direita e esquerda, tuberosidade anterior da tíbia direita e esquerda, trocânter do fêmur direito e esquerdo, linha articular do joelho direito e esquerdo, maléolo lateral direito e esquerdo e maléolo medial direito e esquerdo. - na vista posterior e para cada vista lateral direita e esquerda: trago, acrômio, processo espinhoso de C7, espinha ilíaca ântero-superior e espinha ilíaca póstero-superior, trocânter do fêmur, linha articular do joelho, maléolo lateral e ponto entre a cabeça do 2o e 3o metatarso. PONTOS ANATÔMICOS SELECIONADOS EM VISTA ANTERIOR 12 Espinha ilíaca ânterosuperior direita 13 Espinha ilíaca ânterosuperior esquerda 14 Trocânter maior do fêmur direito 15 Trocânter maior do fêmur esquerdo 16 Linha articular do joelho direito 19 Linha articular do joelho esquerdo 17 Centro da patela direita 20 Centro da patela esquerda 18 Tuberosidade anterior da tíbia direita 21 Tuberosidade anterior da tíbia esquerda 22 Maléolo lateral direito 25 Maléolo lateral esquerdo 23 Maléolo medial direito 24 Maléolo medial esquerdo Disponível no Site: HTTP://sapo.incubadora.fapesp.br Figura 5. Pontos anatômicos utilizados nas medidas angulares posturais, na vista anterior 45 PONTOS ANATÔMICOS SELECIONADOS EM VISTA LATERAL E POSTERIOR 2 Trago direito 5 Acrômio direito 8 Processo espinhoso da vértebra C7 21 Espinha ilíaca ânterosuperior direita 22 Espinha ilíaca pósterosuperior direita 23 Trocânter maior do fêmur direito 24 Linha articular do joelho direito 22 Maléolo lateral direito 25 Ponto entre o 2o e 3o metatarso Disponível no Site: HTTP://sapo.incubadora.fapesp.br Figura 6. Pontos anatômicos utilizados nas medidas angulares posturais, na vista lateral. A escolha dos pontos anatômicos privilegiou estruturas ósseas de fácil identificação e melhor precisão, determinou pontos que fossem ao mesmo tempo importantes para o raciocínio clínico e com o mínimo de erro de localização. A descrição da localização de referência para os pontos anatômicos se encontra no Anexo D e é a mesma utilizada para o programa de análise postural – SAPO. Após fixação dos marcadores passivos para determinar nas fotografias as coordenadas dos pontos anatômicos, o idoso se posicionava de pé, com os pés paralelos sobre um tapete de borracha preto do tipo EVA, medindo 70 X 74 cm, numa posição de conforto e segurança referida e ajustada por eles. Os idosos que utilizaram algum tipo de compensação no calçado para corrigir a diferença entre os membros inferiores permaneceram calçados. Em seguida era riscado, no tapete com um giz branco, o contorno do pé direito e esquerdo, seguido do registro fotográfico em vista anterior. 46 Para a captação fotográfica utilizou-se uma câmera fotográfica digital Sony Cybershot, modelo DSC S730 7.2 mega pixel, posicionada a uma distância de 2,20m, fixada em um tripé, marca VF, modelo WT3770. A exposição de um fio de prumo nas fotos, com duas bolas de isopor de 50 mm cada fixas a uma distância de um metro entre si, foi obrigatória e servia para calibração da fotografia pelo SAPO. Após o registro fotográfico na vista anterior, o idoso se deslocava do tapete permitindo que esse fosse girado em 90º para o registro fotográfico da vista seguinte. O cuidado para registro fotográfico seguinte exigia a colocação de seus pés na mesma demarcação no tapete nas quatro vistas e que não houvesse deslocamento do tapete. Este tapete possuía uma demarcação registrada no chão, para evitar que, quando girado, não se perdesse a marcação em relação à câmera. O procedimento se repetiu a cada nova vista garantindo uma posição única de bipedestação para fotografia nas vistas: anterior, lateral direita, posterior e lateral esquerda. O procedimento de aplicação do questionário e fotografias obedeceu ao tempo médio previsto de 20 minutos para cada indivíduo idoso. Foram evitadas posições por período prolongado para evitar desequilíbrios musculares decorrentes e fadiga. Figura 7. Fotografias realizadas na vista anterior e posterior para análise postural. 47 . Figura 8. Fotografias realizadas na vista lateral direita e esquerda para análise postural. Após registros fotográficos, as imagens captadas foram exportadas para um computador em forma de arquivos e obedeceu à seguinte sequência: abertura da foto, zoom de 100% para melhor visualização, calibração da imagem pelo fio de prumo, marcação sequenciada dos pontos anatômicos seguindo o protocolo SAPO ou livremente para a articulação do quadril e posicionamento dos membros inferiores. Após verificação das fotografias realizadas na vista posterior observou-se que muitos dos idosos apresentavam uma curvatura cifótica torácica acentuada e que isso comprometia a análise pela difícil identificação do processo espinhoso de T3. Embora se reconheça sua importância postural no ritmo escápuloumeral, considerarmos que essa medida pode estar relacionada às patologias dolorosas do ombro e, como na população estudada não foi apresentadas queixas dessa natureza nos levou a excluir essa medida angular de análise postural na vista posterior para evitar qualquer erro de medida. As espinhas ilíacas pósterosuperiores demarcadas na vista posterior foram consideradas e analisadas pela vista lateral, pois se referiam a ângulos medidos no plano sagital e eram perfeitamente visualizadas lateralmente. Após serem gerados, os relatórios eram exportados para arquivos em extensão PDF e EXCEL, sendo salvos e arquivados em mídia. A avaliação da postura seguiu o protocolo de acordo com o Tutorial Científico do SAPO disponibilizado gratuitamente no endereço HTTP://sapo.incubadora.fapesp.br em língua portuguesa. 48 O registro fotográfico e demarcações dos pontos anatômicos foram realizados pelo pesquisador responsável e duas estudantes do último ano de graduação em Fisioterapia, todos com experiência clínica em palpação anatômica, e obedeceu ao seguinte protocolo: o primeiro era responsável por interrogar, preencher o questionário e auxiliar o idoso na substituição da vestimenta; o segundo realizava a identificação do ponto anatômico e a marcação com o lápis dermográfico e o pesquisador conferia a marcação e fixava os marcadores na pele do idoso. O SAPO foi utilizado neste estudo para determinar nas fotografias as coordenadas dos pontos anatômicos destacados com os marcadores passivos. A escolha do software (SAPO) ocorreu por ser um programa de múltiplas funções como calibração da fotografia, por disponibilizar marcação livre de medidas angulares e distância, além de oferecer um protocolo guia para marcações. Outra vantagem é disponibilizar informações sobre o Centro de Gravidade sagital do indivíduo avaliado. Encontra-se no endereço http://sapo.incubadora.fapesp.br e é de livre e fácil utilização. 3.6 Aspéctos éticos Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética do Hospital Universitário Walter Cantídio – COMEPE, vinculado à Universidade Federal do Ceará - UFC, com o parecer de número 142.12.09 (Anexo A) e seguiu os preceitos éticos e legais de acordo com a recomendação da Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde que estabelece os princípios para pesquisa em seres humanos (BRASIL, 1996). Foram preservados os preceitos bioéticos fundamentais de respeito ao indivíduo, da autonomia, da beneficência, não maleficência, respeito à autonomia e a justiça (BRASIL, 1996). Foram assegurados os direitos e deveres que dizem respeito à comunidade científica, aos sujeitos da pesquisa e ao estado. Anteriormente à aplicação de qualquer procedimento junto aos participantes foi esclarecida toda a proposta do estudo, com auxílio do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), onde os mesmos assinaram livremente. Foi excluída a possibilidade de qualquer dano à dimensão física, psíquica, moral, intelectual, social, cultural ou espiritual do ser humano, em qualquer fase dessa pesquisa e dela decorrente. Os participantes tiveram livre arbítrio para participar do estudo e ter suas informações retiradas a qualquer momento sem qualquer prejuízo. 49 Foi ofertado feedback, pela pesquisadora aos idosos avaliados, dos resultados posturais obtidos após realizadas as fotografias. As alterações posturais encontradas foram mostradas justificando suas implicações clínicas e foi realizado uma orientação postural. E aos mesmos foi disponibilizado atendimento terapêutico gratuito, no ambulatório de fragilidade do CAI. 3.7 Análise dos dados Inicialmente realizou-se uma análise exploratória dos dados. Esta metodologia tem como objetivo básico sintetizar uma série de valores de mesma natureza, permitindo que se tenha uma visão global da variação desses valores, organizando e descrevendo os dados por meio de tabelas e medidas descritivas. Para a análise dos dados referentes à estatística descritiva foi utilizada média e erro padrão da média (EPM). Foi aplicado o teste de Kolmogorov-Smirnov para os dados antropométricos, número de doenças, número de quedas, a fim de se analisar a normalidade das variáveis. Para aquelas que apresentaram distribuição normal aplicou-se o teste F de Snedecor (ANOVA) para comparação das médias. Para as variáveis, cujas variâncias foram iguais obtidas pelo teste de Levene, se fez comparações múltiplas pelo teste de Tukey. Para o número de quedas e de doenças, aplicou-se o teste não paramétrico de Kruskal-Wallis e teste de Conover-Inman. As análises inferenciais foram consideradas como estatisticamente significante se os valores de p foram menores que 0,05. As medidas de postura foram categorizadas através de curvas ROC (receiver operating characteristic), em categorias que melhor discriminassem idosos frágeis de idosos não frágeis. Em seguida, foi estimada a proporção de idosos com fragilidade segundo as categorias de cada uma das medidas de postura, e estas proporções foram comparadas através do teste QuiQuadrado. A associação entre fragilidade e cada uma das medidas de postura, ajustada para sexo, idade e IMC (Índice de massa corporal) foi estimada através de regressão logística múltipla. Em todos os testes estatísticos foi admitido um erro alfa de 5%. 50 4 RESULTADOS 4.1 Dados gerais Na tabela 1 estão descritas as características de cada grupo estudado com relação ao gênero, idade por faixa etária, Índice de Massa Corporal (IMC), número de doenças e número de quedas sofridas nos últimos três anos antecedentes ao estudo. O grupo dos idosos não-frágeis apresentou predomínio do gênero feminino (81,1%). A maioria (90,5%) se encontrava na faixa etária de 60 a 79 anos. Seu IMC esteve entre eutrófico e sobrepeso. Em relação ao número de doenças, sua distribuição esteve proporcional, desde nenhuma a nove doenças, enquanto que ao número de quedas a maioria (67,9%) relatou não ter sofrido alguma queda. O grupo dos idosos pré-frágeis também apresentou predominância (85%) do gênero feminino e encontrava-se na mesma faixa etária (de 60 a 79 anos). Houve predomínio do IMC de sobrepeso (46,7%). A maioria (88,3%) apresentou de duas a nove doenças e uma minoria (18,3%) relatou ter sofrido duas ou mais quedas. O grupo dos idosos frágeis, como os demais, foi predominantemente (82,2%) do gênero feminino. Houve igual distribuição desses idosos, nas duas faixas etárias 70 a 79 e acima de 80 anos (40% para cada faixa etária), e no IMC entre eutrofia e sobrepeso (26,7% para cada classificação). Quanto ao número de doenças e quedas assemelhou-se aos idosos pré-frágeis. Embora se observe a predominância do gênero feminino nos três grupos de idosos, a classificação de fragilidade demonstrou ser independente do sexo (p=0,853). Para a análise da idade por faixa etária pode-se observar que houve uma alta associação com a classificação de fragilidade (p=0,004). Quanto maior foi a faixa etária, maior apresentou-se o percentual de idosos frágeis e menor o percentual de idosos nãofrágeis. Quanto ao índice de massa corporal (IMC), não houve associação com a fragilidade (p=0,232). Para essa medida adotou-se a classificação recomendada pela Organização 51 Mundial da Saúde (OMS) de eutrofia (18,6 a 24,9 kg/m2), sobrepeso (25 a 29,9 kg/m2) e obesidade (30 ou mais kg/m2). Em relação ao número de doenças, houve diferença significativa (p=0,002) entre os grupos avaliados. No grupo dos idosos frágeis somente 12,9% não apresentaram qualquer doença ou apenas uma doença, enquanto que 32% apresentaram de quatro a nove doenças. Para os não-frágeis, o percentual de pessoas com no máximo uma doença foi de 64%, enquanto que idosos com quatro a nove doenças foi de 30%. O número de quedas apresentou diferença entre os grupos com significância de p=0,034. Os idosos não-frágeis relataram um maior percentual de ausência de quedas (42,4%) enquanto o maior percentual para o evento de quedas sofridas foi autorreferido no grupo dos frágeis (39,4%). Tabela 1 Distribuição do número de idosos, segundo a condição de fragilidade e as características sociodemográficas. Fortaleza, Ceará, 2009/2010 Critérios Não- Frágil Pré-Frágil Frágil p N° % N° % N° % 0,853 Sexo Feminino 43 32,8 51 38,9 37 28,2 Masculino 10 37,0 9 33,3 8 29,6 Faixa etária (anos) 0,004* 60 – 69 26 44,1 24 40,7 9 15,3 70 – 79 22 35,5 22 35,5 18 29,0 80 – 92 5 13,5 14 37,8 18 48,6 0,232 IMC Eutrófico 22 41,5 14 26,4 17 32,1 Sobrepeso 22 32,8 28 41,8 17 25,4 Obesidade 9 23,7 18 47,4 11 28,9 N° de doenças 0,002* 0a1 20 64,5 7 22,6 4 12,9 2a3 18 23,4 34 44,2 25 32,5 4a9 15 30,0 19 38,0 16 32,0 N° de quedas 0,034* Nenhuma 36 42,4 27 31,8 22 25,9 Uma 8 20,0 22 55,0 10 25,0 2a4 9 27,3 11 33,3 13 39,4 Não-frágil – nenhum critério positivo para fragilidade; pré-frágil – 1 a 2 critérios positivos para fragilidade; frágil – 3 a 5 critérios positivos para fragilidade, *p<0,05. Pelo teste de Kolmogorov-Smirnov, somente as variáveis idade, peso, altura e IMC apresentaram distribuição normal. Portanto, para essas variáveis aplicou-se o teste F de 52 Snedecor (ANOVA) para a comparação de médias e seus resultados estão apresentados na tabela 2. Em termos de fragilidade, apenas a média de idade e a média de altura apresentaram significância estatística (p<0,05). Dessa forma, e haja vista que as variâncias foram iguais para essas duas variáveis (pelo teste de Levene), então se fez as comparações múltiplas pelo teste de Tukey. A partir desse teste se observou que para a idade diferiram as médias de nãofrágil e frágil (p<0,001), enquanto que para a altura diferiram as médias de não-frágil com frágil (p<0,001) e com pré-frágil (p<0,004). Para o número de quedas e de doenças, aplicou-se o teste não paramétrico de KruskalWallis e obteve-se os resultados apresentados na tabela 2. Apenas para o número de doenças as médias diferiram (p=0,013). Pelo teste de Conover-Inman verificou-se que apenas não frágil e frágil diferiram. Tabela 2 Comparação das médias da idade, peso, altura, IMC, número de quedas e de doenças, segundo a condição de fragilidade. Fortaleza, Ceará, 2009/2010 Variáveis Idade (ano) Peso (kg) Altura (m) IMC (kg/m2) ....................... p(1) Não- Frágil Pré-Frágil Frágil Média ± EPM Média ± EPM Média ± EPM 70,4 63,74 1,55 26,34 ............ ± 0,93 ± 1,29 ± 0,008 ± 0,51 ............ 72,9 63,79 1,51 27,86 ............ ± 0,91 ± 1,60 ± 0,008 ± 0,69 ............ 77,0 61,73 1,50 27,14 ............ ± 1,18 ± 1,73 ± 0,011 ± 0,67 ............ . P50 1,00 3,00 Média P50 Média P50 Média n° de quedas 0,74 0,00 0,87 1,00 1,09 n° de doenças 2,42 2,00 2,87 3,00 3,18 (1) Teste F de Snedecor; (2) Teste de Kruskal – Wallis; *P<0,05 <0,001* 0,593 <0,001* 0,225 ............ P(2) 0,085 0,013* Os dados da tabela 3 descrevem a presença ou não dos critérios utilizados para o diagnóstico de fragilidade que são: perda de peso involuntário, auto-relato de sensação de fadiga, redução da força muscular de preensão palmar, redução do número de atividades diárias e presença de lentidão da marcha, entre os grupos de idosos frágeis, pré-frágeis e nãofrágeis. Os critérios influenciaram na classificação de fragilidade, tendo em vista que, quando os critérios foram positivos, frágeis e não frágeis variam de 80% a 90%. Dessa forma, pode-se afirmar que existe associação evidente entre a classificação fragilidade e os critérios de 53 classificação, e é altamente significante (p<0,001). À medida que o nível de fragilidade foi aumentando seus indicadores se tornaram mais frequentes. Os indivíduos frágeis apresentaram maiores percentuais de positividade em relação aos não-frágeis e pré-frágeis nos critérios: perda de peso (74,2%; p<0,0001), fadiga (65,6%; p<0,0001), redução da força de preensão palmar (51,3%; p<0,0001), redução de atividade física (87,5%; p<0,0001) e lentidão na marcha (92,0%; p<0,0001) Tabela 3 Distribuição do número de idosos segundo a condição de fragilidade e os critérios. Fortaleza, Ceará, 2009/2010 Critérios Não- Frágil Pré-Frágil Frágil N° % N° % N° % 41,7 8 52 25,8 40,9 23 22 74,2 17,3 54,6 21 39 34,4 40,2 40 5 65,6 5,2 Perda de peso Positivo Negativo 53 Fadiga Positivo Negativo 53 Redução da força de preensão palmar Positivo Negativo 53 Redução da atividade física Positivo Negativo 53 Lentidão da marcha Positivo Negativo 53 p= razão de verossimilhança. p <0,0001 <0,0001 <0,0001 66,3 38 22 48,7 27,5 40 5 51,3 6,3 44,9 5 55 12,5 46,6 35 10 87,5 8,5 <0,0001 <0,0001 39,8 2 58 8,0 43,6 23 22 92,0 16,5 4.2 Dados posturais Na tabela 4 encontramos a distribuição das médias das medidas angulares posturais segundo a condição de fragilidade. Foi encontrado associação da posição da cabeça - AHCb (p<0,001), dos membros inferiores – AFMI (p=0,021) , tornozelo – AT (p=0,020) e joelho – AJ (p=0,002) com a condição de fragilidade. 54 A menor média angular para a posição da cabeça foi encontrada nos idosos frágeis (32,7 graus), representando uma cabeça anteriorizada, e nos idosos não-frágeis a média foi de 40,8 graus, correspondendo à posição de posterioridade do segmento. O ângulo do tornozelo, para os frágeis foi de 80,4 graus, o que representa uma posição de dorsiflexão de quase 10 graus, considerando 90 graus como ideal para esta articulação na postura ereta. Para a articulação do joelho, nos idosos frágeis, encontrou-se a menor média angular de 170,4 graus, representando um genu flexum (ou joelho fletido). A posição dos membros inferiores, nos frágeis, apresentou média de 179,6 graus representando um genu varum (ou pernas tortas). Tabela 4 Distribuição das médias das medidas angulares de postura segundo a condição de fragilidade. Fortaleza, Ceará, 2009/2010. Variáveis Não- Frágil Pré-Frágil Frágil Média Média Média ± EPM ± EPM P ± EPM 40,8 ±0,8 38,3 ±0,8 32,7 ±1,4 AHCb <0,001* 33,4 ±1,3 31,4 ±1,3 35,1 ±1,8 0,231 CGsagital 177,7 ±0,2 177,5 ±0,2 177,3 ±0,2 0,387 AVCo 176,4 ±0,6 177,3 ±0,7 179,6 ±1,0 AFMI 0,021* 82,0 ±0,4 82,2 ±0,4 80,4 ±0,5 AT 0,020* 175,3 ±0,8 174,0 ±0,8 170,4 ±1,1 AJ 0,002* 145,3 ±1,7 141,5 ±1,4 141,8 ±1,9 0,213 AQd 189,5 ±0,9 192,3 ±0,8 189,7 ±0,8 0,057 AHP 183,2 ±0,3 182,0 ±0,4 181,6 ±0,5 0,056 AVTco 14,9 ±0,9 12,2 ±0,7 13,6 ±1,0 0,108 A’Q’ AHCb=Alinhamento horizontal da cabeça, CGsagital=Centro de Gravidade no plano sagital, AVCo=Alinhamento Vertical do Corpo, AFMI-Alinhamento Frontal dos Membros Inferiores, AT=Ângulo do Tornozelo, AJ=ângulo do joelho, AQd=ângulo do Quadril, AHP=Alinhamento Horizontal da Pelves, AVTco=Alinhamento Vertical do Tronco, A’Q’=ângulo Quadricipital, EPM=Erro Padrão Médio, *p<0,005.. Na tabela 5 consta a representação percentual da relação entre os marcadores de postura associados à ocorrência de fragilidade. A posição da cabeça estava significativamente associada à fragilidade, de forma que 45,2% dos idosos com a cabeça anteriorizada (<36 graus) apresentavam fragilidade e entre os indivíduos com a cabeça na posição normal a proporção foi 17,7%. Uma associação significativa também foi observada com a posição dos membros inferiores, pois enquanto 58,8% dos idosos com "genu varum excessivo”, ou seja, pernas 55 tortas (≥185 graus) apresentavam fragilidade, apenas 24,8% dos idosos em posição normal tinham fragilidade. A proporção de idosos com fragilidade foi significativamente mais elevada entre os que apresentavam a posição dos joelhos em “genu flexum”, ou seja, fletidos (<172 graus), (42,9% versus 22%) e a posição dos tornozelos em dorsiflexão (<77 graus), (58,3 versus 26%). Tabela 5 Condição de Fragilidade segundo indicadores de Postura, numa amostra de idosos da cidade de Fortaleza, Ceará, 2009/2010. Indicador de Postura Posição da Cabeça -anteriorizada (<36 graus) -normal Posição dos MMII -normal -Genu varum excessivo graus) Posição dos Joelhos -Genu flexum (<172 graus) -normal Posição dos Tornozelos -Dorsiflexão (<77 graus) -normal *p<0,005 Total Fragilidade Ausente Presente N(%) N(%) Valor-p <0,001* 62 96 34(54,8) 79(82,3) 28(45,2) 17(17,7) 0,003* (>185 141 17 106(75,2) 7(41,2) 35(24,8) 10(58,8) 0,007* 49 109 28(57,1) 85(78) 21(42,9) 24(22) 12 146 5(41,7) 108(74) 7(58,3) 38(26) 0,017* A relação entre indicadores de postura e presença de fragilidade ajustada para potenciais confundidores foi estimada por meio de regressão logística multivariada (Tabela 6). Todos os indicadores de postura estavam significativamente associados à fragilidade depois de ajustado para sexo, idade e IMC. Adicionalmente, a ocorrência de fragilidade estava também significativamente associada à idade, ou seja, a ocorrência de fragilidade foi 2,7 a 3 vezes mais frequente entre os idosos com idade igual ou superior a 80 anos, depois de ajustar para as demais variáveis. Para todas as medidas posturais foi feito análise dos lados direito e esquerdo e foram escolhidas as medidas que melhor discriminassem. 56 Tabela 6 Relação entre indicadores de postura e a condição de Fragilidade, ajustado para sexo, idade e IMC, numa amostra de idosos da cidade de Fortaleza, Ceará, 2009/2010. Indicador de Postura Odds Desvio I.C 95% Valor-p ratio padrão 0,11 1,67-7,39 Posição da Cabeça 3,51 0,001* ¥ Sexo 1,1 0,56 0,41-2,98 0,851 Idade¥ 2,69 1,17 1,14-6,34 0,023* IMC¥ 0,81 0,33 0,37-1,79 0,610 1,95 1,22-10,43 Posição dos MMII 3,57 0,020* Sexo 1,13 0,56 0,43-2,98 0,805 Idade 2,71 1,17 1,16-6,31 0,021* IMC 0,82 0,32 0,38-1,78 0,618 0,15 1,19-5,34 Posição dos Joelhos 2,53 0,015* Sexo 1,1 0,53 0,41-2,84 0,885 Idade 2,98 1,28 1,28-6,93 0,011* IMC 0,87 0,34 0,40-1,89 0,730 0,17 1,04-13,41 Posição dos Tornozelos 3,75 0,042* Sexo 0,95 0,49 0,35-2,59 0,926 Idade 3,04 1,3 1,32-7,04 0,009* IMC 0,93 0,36 0,43-2,0 0,854 ¥ Codificação das categorias. Sexo:Feminino=1 e Masculino=2; Idade:60-79=1 e 80-92=2; IMC:15-24,9=1 e 25-44=2. 57 5 DISCUSSÃO 5.1 Dados Gerais Na amostra composta por 158 idosos selecionados no presente estudo, obteve-se predominância do gênero feminino para os três grupos. Nos idosos não frágeis e frágeis predominou o IMC normal, enquanto que, entre os pré-frágeis encontra-se grande parte dos idosos obesos. A maioria dos idosos não frágeis e pré-frágeis encontravam-se na faixa etária de 60 a 79 anos e dos frágeis ocuparam a faixa etária de 70 a 92 anos. Idosos com menor número de doenças foi observado no grupo não frágil e o histórico de maior número de quedas sofridas foi relatado pelos idosos frágeis. A prevalência de idosos do gênero feminino foi marcante (cerca de 80%), concordando com estudos que demonstram um processo de feminização da velhice (SALGADO, 2002; BANDEEN-ROCHE et al., 2006). Porém, o gênero não pareceu influenciar nas medidas de análise estatísticas para os níveis de fragilidade na população idosa estudada. Segundo o Censo Demográfico 2010, há no Brasil uma relação de 96 homens para cada 100 mulheres, como resultado de um excedente de 3.941.819 mulheres em relação ao número total de homens. Com este resultado, acentuou-se a tendência histórica de predominância feminina na população brasileira, que em 2000, era de 2,5 milhões de mulheres e, em 2050, poderá atingir quase 7 milhões. (IBGE, 2010). No presente estudo, a idade esteve associada à fragilidade (p=0,004). À medida que a faixa etária dos idosos aumentou, o percentual de idosos frágeis tornou-se maior, principalmente entre 80 a 92 anos. Esse resultado está de acordo com outros estudos, os quais mostram que marcadores de fragilidade estão associados significativamente com a idade (FRIED et al., 2001; KLEIN et al., 2005; MORLEY, 2001). Ueno et al. (2006) identificaram o gênero feminino e a idade superior a 70 anos como alguns dos fatores mais relacionados a quedas. Na visão de Silveira (2006) a idade, o gênero e a estatura são as principais medidas que influenciam o desempenho funcional do indivíduo. A estatura, assim como o número de quedas e de doenças relatadas neste estudo, apresentou diferença estatisticamente significante 58 no grupo de idosos frágeis em relação aos demais. Schwertner (2007) afirma que qualquer doença que afete a sensibilidade profunda, mesmo em pequeno grau, como a diabetes ou o déficit de vitamina B12, ambas frequentes nos idosos, conduz a instabilidade postural e queda. Em um estudo realizado por Klein et al. (2005), a fragilidade se mostrou associada às doenças cardiovasculares (DCV) e a hipertensão arterial (HAS) e a menor sobrevida do indivíduo em um intervalo de quatro anos e meio relacionando-se a fatores como gênero, DCV, HAS e diabetes. Maciel, (2005) evidenciou associações entre controle postural e alteração do equilíbrio relacionada à idade acima de 75 anos, analfabetismo e má percepção de saúde. Davis et al (2011) desenvolveram um estudo de coorte prospectivo de base populacional sobre as deficiências na mobilidade e equilíbrio em relação à fragilidade. Como resultado, obtiveram que a diminuição da mobilidade e do equilíbrio contribui para a fragilidade. Os critérios de fragilidade, no presente estudo, mais prevalentes no grupo dos idosos frágeis foram: fadiga autopercebida (88,9% correspondendo a 40 idosos dos 45), redução da força de preensão palmar (88,9% correspondendo a 40 idosos dos 45), e redução do número de atividades físicas desenvolvidas rotineiramente (77,8% correspondendo a 35 idosos dos 45). Para os idosos pré-frágeis se observou maior prevalência de redução da força de preensão palmar (63,3% correspondendo a 38 idosos dos 60). Alexandre et al. (2010), em estudo com 414 homens idosos, encontraram as seguintes associações entre: a redução da força de preensão manual em idosos com idade igual ou superior a 75 anos e a lentidão na velocidade da caminhada; a presença de doenças articulares com autorrelato de exaustão. A redução dos níveis de força da preensão palmar prevalente nos grupos de idosos préfrágeis e frágeis se apresenta concordante com estudos que possuiam este critério como sendo mais frequente (VERGHESE et al., 2006; TAVARES et al., 2007). A causa pode estar ligada às alterações neuromusculares como a sarcopenia com mudanças na qualidade de fibras musculares e nervosas (OSTIR et al., 2004; MORIGUTI et al., 2001). A redução observada da força de preensão manual do pré-frágil para o frágil, sugere benefício potencial na aplicação de medidas de intervenção mais direcionadas a esse critério preventivamente. . 59 5.2 Dados posturais No que se refere à postura, este estudo vem preencher uma lacuna em relação aos indicadores posturais, que possivelmente se apresentarão como referência para as práticas clínicas de promoção da saúde, prevenção de agravos e recuperação da saúde e a funcionalidade do indivíduo. Uma de suas contribuições parece ser o estabelecimento de medidas quantitativas posturais de idosos na faixa etária de 60 a 92 anos e a discussão da avaliação postural com um enfoque na condição da fragilidade biológica humana. Além de ser um estudo específico de saúde de interesse coletivo traz uma discussão do alinhamento de diversos segmentos corporais pautado na lógica da relação com as implicações clínicas que comprometem a autonomia e em consequência a funcionalidade e podem predispor o indivíduo ao evento de quedas ou à situação de medo de cair. Existem diversas possibilidades de avaliar o efeito das complicações posturais sobre a capacidade funcional do idoso. Optou-se por analisar o impacto das medidas relacionadas ao equilíbrio na postura estática e relacionadas à dinâmica da marcha. Embora a avaliação ocorresse na postura ereta de pé, muitas de suas orientações podem ser aplicadas à postura dinâmica (FERREIRA, 2005). Foram escolhidas medidas posturais segmentares, referente ao posicionamento da cabeça, tronco superior e inferior, que para melhor entendimento serão discutidas em subitens assim relacionados: posição da cabeça; posição dos membros inferiores incluindo medidas do joelho, tornozelo, membros inferiores e ângulo “Q”; posição do quadril e pelve e deslocamento ântero-posterior do corpo com medidas verticais do tronco e corpo e projeção do centro de gravidade. As medidas angulares corporais mantiveram-se na linha de análise de cadeia cinética fechada, assim definida pela posição fixa dos pés ao solo na atividade de ficar de pé (LIPPERT, 2003). Medidas angulares globais foram analisadas isoladamente, porém observou-se que algumas tiveram influência maior do que outras quando associadas à condição de fragilidade. Para a discussão foi considerada a relevância estatística e clínica das medidas posturais avaliadas. 60 5.2.1 Posição da cabeça Apesar de se perceber uma grande variedade de padrões posturais em cada idoso, foi possível identificar que no grupo dos idosos frágeis, a posição da cabeça (AHCb) está significativamente associada à fragilidade. Predominou uma posição da cabeça deslocada anteriormente diferente dos demais grupos. Um ângulo menor (<36 graus) obtido nessa medida representa um maior grau de anteriorização da cabeça, também conhecido como posição de protração da cabeça (NEUMANN, 2006). Na protração da cabeça, a parte cervical ínfero-medial da coluna vertebral flexiona e a região superior se estende. Conforme Neumann (2006), embora a protração da cabeça seja um movimento útil e fisiologicamente normal, pode estar associada com uma postura imperfeita e, períodos prolongados de protração podem levar a uma posição inclinada crônica da cabeça para frente e interromper a estabilidade vertical dessa região. São bastante variadas as formas de avaliação e as medidas anatômicas usadas como referências. Observou-se uma falta de consenso na literatura com relação aos valores de normalidade para a curvatura cervical. Kapandji (2000) refere que a flexão cervical normal é de 40 graus, quando se refere à amplitude de movimentação desse segmento de articulação. Hislop e Montgomery (1996) afirmam que a amplitude normal de movimento da flexão cervical é de 45 graus. Alguns estudos foram desenvolvidos no intuito de estabelecer os valores de normalidade para a cervical a partir de novos métodos de mensuração. Dentre estes, Schwertner (2007) obteve um índice de curvatura cervical para idosas de 38,37 (±9,64) graus e para os idosos de 34,53 (±7,42) graus sugerindo que as mulheres possuem uma curva mais acentuada. Nessa medida, quanto maior a angulação cervical, maior será a lordose, pois se está falando em índice cervical, considerando as vértebras C2 a C7 como referência. Para essas referências não foi possível confrontar os dados obtidos. Para Harrison et al. (1996) o valor para a lordose normal encontrada, usando o modelo de medição radiológica de Cobb, foi de 54 graus considerando C1 a C7, e de 17 graus partindo de C2 a C7 e no método da tangente posterior, o valor foi de 26 graus. A média do 61 valor da lordose cervical encontrada foi de 34 graus, sendo que esta variou de 16,5 a 66 graus. No estudo de Hardacker et al. (1997) a média total para a lordose cervical, usando o método de Cobb foi de 40 (±9,7) graus. Gore et al. (1986) acharam a média para o valor da lordose cervical de 23 graus, a partir de estudo radiográfico. . É comum nos estudos de avaliação da postura do idoso, encontrar-se referências sobre a posição anteriorizada da cabeça como o desalinhamento mais prevalente e relacionado ao avanço da idade (GUCCIONE, 2002; HINMAN, 2004; GRADE, 2008; GERVASIO, 2009). A anteriorização da cabeça é comumente observada nos idosos e sua projeção acompanha a cifose torácica aumentada e desvia o centro de gravidade para frente, com isso o idoso pode manifestar um agravamento da sensação de tontura, pois compromete o fluxo sanguíneo da artéria basilar (GRLEGEL-MORRIS et al., 1992; KAUFFMANN, 2001). A posição anteriorizada da cabeça limita os movimentos da mandíbula e da própria cabeça, interferindo na produção de sons. Gera desvantagem biomecânica na musculatura devido às estreitas relações anatômicas e funcionais do sistema estomatognático com a região cervical e cintura escapular e piora quando associada à postura em flexão do tronco. Pode haver ainda, encurtamento dos músculos respiratórios, especialmente do diafragma e assim, afetar a produção da voz (FERREIRA et al., 2007). Milanesi et al. (2011) avaliaram o impacto das manifestações clínicas da respiração bucal ocorrido durante a infância sobre a postura corporal na idade adulta. Utilizaram a Biofotogrametria postural (SAPO) e identificaram que adultos com respiração bucal na infância têm alterações posturais, principalmente na cabeça e coluna lombar, o que talvez refletirá na idade avançada. Estudo semelhante foi realizado por Silveira et al. (2010) identificando que além das alterações do sistema estomatognático que resultam em projeção da cabeça e estresse nos músculos da cintura escapular, a postura pode influenciar na dinâmica ventilatória ocasionando baixos volumes pulmonares e redução da capacidade vital. 5.2.2 Posição dos membros inferiores Uma característica que aumenta com o envelhecimento é o declínio fisiológico e funcional do sistema musculoesquelético decorrente da sarcopenia (FRIED et al., 2001). Um 62 estudo de coorte realizado por Janssen et al. (2000) em idosos com idade média de 75 anos, destaca que a sarcopenia, nessa faixa etária, apresenta-se mais severa nos membros inferiores do que nos membros superiores, explicando em parte a diminuição de força nesse segmento corporal. Fiatarone et al (1994) indicaram que a fraqueza muscular da extremidade inferior nos idosos é consistentemente relacionada com a mobilidade prejudicada e risco de queda. A flexibilidade de membros inferiores pode ser considerada um fator importante na determinação do risco de quedas, principalmente pela relação que tem com as modificações do padrão da marcha (ADAMS et al, 1999; GUIMARÃES E FARINATTI, 2005). Estudos atuais reforçam essa afirmação, tais como o realizado por Kressig et al (2004) que procedeu a avaliação da velocidade da marcha, comprimento do passo, a postura e balanço em 50 idosos frágeis e pré-frágeis durante a caminhada em ritmo auto-selecionado. Identificaram que as características da marcha temporal e espacial dos idosos frágeis diferiram substancialmente dos resultados no grupo de idosos pré-frágeis. Uma associação significativa à condição de fragilidade foi observada com relação à posição dos membros inferiores (p=0,003), no presente estudo. O ângulo frontal do membro inferior (AFMI), que descreve o ângulo do valgismo fisiológico do joelho no plano frontal, apresentou a posição de varum excessivo (≥185 graus) no grupo dos frágeis. Um varum excessivo é conhecido como “pernas cambaias” (≥180 graus) seguindo as referências angulares de Palastanga et al. (2000) e Neumann (2006). A deformidade em varum do joelho mostra uma força de reação articular aumentada no compartimento medial do joelho e comumente está associada a uma osteoartrite articular. No tocante às doenças tidas como diretamente associadas às quedas, no estudo de Guimarães e Farinatti (2005) a maior prevalência encontrada em 72 idosos com histórico de quedas foi de doenças osteomioarticulares. As doenças cardiovasculares e neurológicas predominaram entre aquelas indiretamente associadas às quedas. Em um estudo de coorte prospectivo, Maki (1997) observou que idosos com medo de queda, diminuem o tempo de oscilação da marcha como estratégia para uma maior estabilidade, diminuem o impulso e a rotação pélvica, diminuem a extensão dos joelhos e quadris, alargam a base de suporte, diminuem o comprimento e a altura dos passos e reduzem a velocidade da marcha. Conforme Maki et al. (1991) a variabilidade no controle da marcha é um preditor independente de queda e pode ser uma medida útil para identificar indivíduos de alto risco e avaliação de intervenções preventivas. 63 Os idosos que apresentam medo ao assumirem a posição ortostática tendem a se agarrar e apoiar em objetos, como se o risco de queda fosse eminente. Um dos parâmetros clínicos para se identificar a instabilidade postural na postura em bipedestação é observar a presença da flexão dos joelhos e quadris que podem indicar medo de cair em idosos (MACEDO et al., 2005). Dessa forma, duas medidas angulares representaram a posição do joelho, sendo uma para os movimentos de flexão e extensão no plano sagital (ângulo do joelho - AJ), e outra para a estabilização femoropatelar no plano transverso (ângulo’Q’ – A’Q’). No plano sagital, obteve-se a posição de genu flexum, ou seja, joelho fletido (<172 graus) estatisticamente associada à condição de fragilidade (p=0,007). O’Brien et al. (1997) encontraram relação entre o alinhamento esquelético e o equilíbrio de mulheres idosas que sofreram quedas e observaram existir uma maior alteração no ângulo do joelho nessa população em comparação às idosas que não haviam caído. O complexo articular do joelho possui funções biomecânicas importantes que se expressam durante a marcha. Consiste nas articulações lateral, medial e patelofemoral e sua estabilidade se submete constantemente a grandes forças provenientes dos músculos e de agentes externos. Roie et al (2011) referem que a relação força-velocidade da musculatura extensora do joelho é um componente fundamental no aparecimento de dificuldades funcionais e uma indicação de risco para fragilidade física em mulheres idosas. Fabrica et al. (2011), mediante análise cinemática tridimensional durante a marcha, observaram que a variabilidade do ângulo do joelho foi significativamente diferente entre indivíduos que sofreram quedas e os que não caíram. Toledo e Barela, (2010) identificaram desempenho sensóriomotor inferior no joelho e tornozelo dos idosos quando comparado aos dos jovens. A estabilização articular do complexo do joelho no plano transverso foi medido pelo ângulo ‘Q’ e não demonstrou associação à condição de fragilidade. Sabe-se que o ângulo ‘Q’, ou ângulo quadricipital, varia com as mudanças na posição do pé, aumentando ou diminuindo à medida que o pé gira internamente ou externamente, respectivamente (LIVINGSTON; SPAULDING, 2002). No presente estudo, os idosos foram orientados a assumirem uma posição de maior conforto de pé, portanto não houve padronização da posição de pé, ereta, o que não nos permite tal discussão. No presente estudo, a amostra de idosos avaliada foi predominantemente feminina e os ângulos femorotibial e femoropatelar demonstraram tendência ao varismo na posição 64 ortostática, muito embora exista uma controvérsia de que mulheres apresentam um maior ângulo quadriciptal (valgo) pelo alargamento da pelve (NEUMANN, 2006). Belchior et al (2006) encontraram um maior ângulo quadriciptal em mulheres com disfunções femoropatelares. Grelsamer et al (2005) identificaram que homens e mulheres de altura semelhante demonstraram ângulos semelhantes e pessoas mais altas demonstraram menor ângulo ‘Q’. A forte associação funcional entre o quadril, joelho e tornozelo durante a marcha ou no movimento de ficar de pé a partir de uma posição sentada se reflete pelo fato de que a maioria dos músculos que cruza o joelho também cruza o quadril e o tornozelo (KAPANDJI, 2000). Segundo Kauffman (2001) as alterações de forma unilaterais nas articulações do quadril, joelho e tornozelo geram um maior impacto no desempenho funcional do idoso durante a marcha. A curvatura postural é o movimento ântero-posterior do corpo ereto causado pelo movimento que ocorre principalmente nos tornozelos (LIPPERT, 2003). Neste estudo, a posição do tornozelo (AT) em dorsiflexão (<77 graus) mostrou estar associada à condição de fragilidade (p=0,017). O fechamento ou diminuição desse ângulo tende a projetar o corpo para frente (BRICOT, 2001). Laufer et al (2006) afirmam que os adultos jovens respondem a ameaça para a estabilidade, aumentando a sua rigidez do tornozelo. Em comparação com adultos jovens, adultos idosos tendem a ter uma resposta exagerada postural às condições que são percebidos como uma ameaça à estabilidade. Chiara et al (2000) encontraram correlação entre as medidas de equilíbrio e a reduzida amplitude de movimento do tornozelo em idosas. No estudo sobre a relação das variáveis associadas às quedas, Guimarães e Farinatti (2005) sugeriram uma relação inversa entre níveis reduzidos de mobilidade articular e incidência de quedas e evidenciaram diferenças significativas para os movimentos de flexão de quadril e extensão de tornozelo. Pinho et al. (2005) analisaram o impacto da função muscular dos membros inferiores sobre as quedas em uma população de idosos e concluíram que em relação à função muscular do tornozelo, os idosos que já cairam apresentaram menor potencia média, menor trabalho e menor pico de torque proporcional ao peso corporal. As oscilações posturais normais, durante o ortostatismo, produzem alterações do eixo corporal de pouca amplitude, inferior a 4 graus, de um pêndulo invertido cujo ponto fixo se encontra no tornozelo (GAGEY; WEBER, 2000). Quando o desequilíbrio surge, com o passar 65 dos anos, é possível ser observada uma projeção anterior do centro de gravidade, porém ela não deve ultrapassar a mais de dois dedos à frente dos maléolos laterais (BRICOT, 2001). 5.2.3 Posição do quadril e pelves Parâmetros neuromusculares que descrevem a locomoção são variáveis imprescindíveis para o diagnóstico e tratamento da fragilidade e risco de queda.Runge e Hunter (2006) afirmam que o teste de elevação de cadeira (cronometrado em cinco movimentos de levantar da cadeira), utilizado para medir a potência de movimento vertical do quadril em torno dos músculos, é um dos mais importantes testes neuromusculares como fator de risco para quedas e fraturas relacionadas. Klein et al. (2005) encontraram maior dificuldade de levantar da cadeia com apenas uma tentativa a partir da posição sentada, para os idosos frágeis. Embora a medida postural do ângulo do quadril (AQd) não ter apresentado associação com a fragilidade (p=0,213), percebeu-se um menor ângulo posicional no quadril nos idosos frágeis quando comparados aos não frágeis. Dois fatores podem ter contribuído para minimizar uma contratura de quadril. Primeiro, o fato da maioria dos idosos apresentar uma pelve retificada e segundo por ser o quadril o pivô de interseção entre o tronco superior e inferior e se comportar em compensação para a manutenção do centro de gravidade fornecendo um equilíbrio eficaz aos idosos. É comum se observar flexão do quadril nos indivíduos de idade avançada (GUCCIONE, 2002; HINMAM, 2004). O quadril possui características anatômicas apropriadas para a estabilidade durante a posição ereta, a caminhada e a corrida. A fraqueza nos seus músculos tem um impacto profundo na mobilidade do corpo. A rotação do quadril pode levar a um valgismo de joelhos, característico nos idosos, e a encurtamentos nos músculos adutores do quadril e dos grupos musculares, como os isquiotibiais e eretores da coluna (PETTENON et al, 2008). O quadril que permanece fletido por um prolongado período de tempo frequentemente desenvolve contratura de flexão. Com o tempo, o encurtamento adaptativo nos músculos flexores limita a extensão do quadril e rompem a biomecânica normal da posição ereta. Com a contratura de flexão do quadril a postura redireciona a força do peso do corpo para frente do quadril. Nesse caso a força da gravidade irá atuar como um flexor do quadril. Por sua vez, o 66 gasto metabólico de ficar na posição ereta aumenta e, com o tempo, cresce o desejo de sentar. A posição sentada prolongada eterniza as circunstâncias que iniciaram a contratura de flexão (NEUMANN, 2006). A posição sentada por períodos prolongados favorece o processo de retificação da coluna lombar. A perda da lordose lombar irá influenciar nos movimentos da articulação coxofemural. A estratégia de ajustamento corporal utilizada pelos idosos em situações de risco de quedas depende mais dos músculos do quadril para responder a perturbações internas e externas durante a posição estática (AMIRIDIS et al, 2003). A posição da pelve tem grande influência sobre a coluna vertebral. A perda da lordose lombar distal é uma das principais causas do desequilíbrio sagital em indivíduos que não mantém um adequado alinhamento sagital (TAKAHASHI et al, 2005). Esta postura anormal pode levar à limitação das atividades diárias. O alinhamento horizontal da pelve (AHP) não demonstrou estar associado à condição de fragilidade na amostra avaliada. A postura da curvatura lombar traz opiniões que se contrapõem. Satoh et al (1988) relatam um aumento da lordose, enquanto Kauffman (2001), Guccione (2002) e Hinman (2004) referem uma redução da lordose e consequente perda dos movimentos de extensão de tronco e quadril comprometendo a marcha. Em contraposição, Hinman (2004) observou uma tendência de aumentar a lordose lombar quando a cifose torácica nas mulheres idosas diminuía. Kendall (1995) refere que a chave para o alinhamento postural bom ou defeituoso é a posição da pelve na posição neutra. Os músculos que mantém o bom alinhamento da pelve, tanto ântero-posterior quanto lateralmente, são de importância vital na manutenção de um bom alinhamento geral. Bohannon et al (1985) ressaltam a contribuição da rotação pélvica para o ângulo de elevação da perna. Gajdosik et al. (1994) e Li et al. (1996) demonstraram que os músculos isquiotibiais encurtados foram associados com diminuição da amplitude de flexão do movimento do ângulo da pelve e do ângulo lombar e aumento da amplitude de flexão do movimento do ângulo torácico. É de fundamental importância clínica a boa relação biomecânica das articulações do quadril e pelve para o desenvolvimento das atividades funcionais e independência física para os idosos. No presente estudo, não foram encontradas significâncias estatísticas em ambas as medidas, mas um questionamento sobre seus resultados emergiu, visto que, houve dificuldade 67 na marcação anatômica da espinha ilíaca antero-superior pela ptose abdominal apresentada na maioria dos idosos, principalmente nas mulheres. 5.2.4 Deslocamento anteroposterior do corpo O equilíbrio corporal é hoje uma das capacidades físicas mais estudadas. Os estudos direcionados a esse tema buscam identificar as causas dos desequilíbrios, a prevenção de quedas, às estratégias de manutenção da postura e a interação dos sistemas sensoriais envolvidos na estabilidade (LEMOS et al., 2009). A estabilidade postural é alcançada gerando momentos de força sobre as articulações do corpo para neutralizar o efeito da gravidade ou qualquer outra perturbação em um processo continuo e dinâmico durante a permanência em determinada postura (DUARTE, 2000). Cada corpo tem um ponto sobre o qual sua massa é distribuída igualmente. É onde a aceleração da gravidade atua sobre o corpo. O centro de massa do corpo localiza-se imediatamente anterior à segunda vértebra sacral, mas a melhor visualização do movimento do centro de massa é acompanhar o deslocamento da cabeça e do tronco. (NEUMANN, 2006). Foi possível perceber, pelas médias das medidas de alinhamento vertical do tronco (AVTco), uma discreta progressão na inclinação anterior de tronco no grupo dos idosos frágeis, embora essas medidas não apresentassem diferença estatística. No estudo de Aspdena et al (2006), foi realizada uma análise cinesiológica da articulação do quadril, a qual segundo os autores é o mecanismo de equilíbrio postural do tronco dos seres humanos, estando o centro de gravidade geralmente equilibrado acima dos quadris, num equilíbrio instável. Takahashi et al. (2005) avaliaram a associação entre as deformidades do tronco no plano sagital e a redução da capacidade funcional na vida diária em 236 idosos, todos acima de 65 anos. A análise envolveu uma avaliação detalhada de atividades internas e externas da vida diária, satisfação com a vida e estado mental. O estudo mostrou que o grupo com maiores deformidades do tronco tinha limitações em atividades ao ar livre e baixa satisfação com a própria vida. Concluíram que é previsível que os pacientes com postura anormal estejam em maior risco para a queda, por terem seu equilíbrio perturbado pela anormalidade postural. E que, a perda da lordose lombar distal é a causa principal do desequilíbrio sagital 68 em indivíduos que não mantêm o alinhamento sagital. Essa postura anormal poderia levar à limitação das atividades diárias. Quando submetido à gravidade, o centro de massa do corpo é frequentemente descrito com o seu centro de gravidade (CG). A projeção do CG na amostra de idosos avaliada não demonstrou diferença estatística entre os três grupos (p=0,231). Porém observou-se um deslocamento do corpo para frente, nos idosos frágeis, superior aos demais grupos. Martinelli et al (2011) identificaram um deslocamento anterior do centro de gravidade de 26,95%, para crianças na faixa etária de 5 a 9 anos, utilizando o software de avaliação postural - SAPO. Sihvonen et al (2004) sugerem que o treinamento de equilíbrio com base no feedback visual melhora o desempenho de tarefas de equilíbrio funcional relevante para a vida diária em mulheres idosas frágeis. A projeção do CG sobre a base de suporte entre os pés, na posição bípede, determina uma relação de estabilidade, cujos limites voluntários representam a base de suporte funcional, ou seja, a região em que cada indivíduo pode deslocar seu CG sem que seja necessário modificar a base ou recorrer a algum auxílio externo (NEUMANN, 2006; LEMOS et al., 2009). O alinhamento vertical do corpo (AVCo) apresentou inclinação anterior idêntica, para os três grupos de idosos. Este mesmo resultado pode ter ocorrido devido a posição do tronco ou deslocamento do centro de gravidade e podem estar relacionados ao fato da postura, geralmente adotada pelos idosos, ter uma inclinação do tronco para frente, com a intenção de manter o CG dentro da base de apoio para a manutenção do equilíbrio (LEMOS et al., 2009). Os idosos que tem medo de cair tendem a ficar em pé em uma postura flexionada para frente, com o centro de massa deslocado anteriormente e isso compromete a percepção interna da postura, ou seja, o esquema corporal. Com uma percepção alterada da orientação espacial o corpo terá dificuldade de se equilibrar quando desafiado inesperadamente (COOK; WOOLLACOTT, 2003). Balzini et al. (2003) investigaram a relação entre o grau de acentuação da postura fletida, a fragilidade óssea, o nível e o status funcional em 60 mulheres idosas, sem morbidades aparentes. Identificaram associações entre um maior grau de acentuação na postura fletida, com dor cervical e lombar, estado emocional, incapacidades musculares e deficiência na função motora (equilíbrio e marcha). 69 A postura se submete às características anatômicas e fisiológicas do corpo humano, ligando-se às limitações específicas do equilíbrio e obedecendo às leis da física e suas aplicações biomecânicas e ela ainda tem um estreito relacionamento com a atividade do indivíduo, podendo aumentar ou diminuir o esforço físico de uma tarefa. A manutenção da postura corporal, quando ineficiente gera uma falha de relacionamento das várias partes corporais, induzindo um aumento de agressões às estruturas de suporte e resultando em equilíbrio menos eficiente do corpo sobre suas bases (LEMOS et al., 2009). A probabilidade de quedas aumenta na idade avançada e os problemas devidos à instabilidade representam boa parte das ocorrências. O acúmulo de maiores quantidades de massa no tronco e segmento corporal superior que ocorre com o aumento da idade, e a perda de massa magra durante o envelhecimento, eleva o centro de gravidade. E quanto mais alto o CG maior é o desequilíbrio, uma vez que a altura do CG é diretamente proporcional ao desequilíbrio (LEMOS et al., 2009). A fraqueza muscular pode levar o indivíduo a uma postura de descanso (SCHWERTNER. 2007). Segundo Bricot (2001) a posição estática não é regida por músculos isolados, mas por conjunto de músculos, que tentam, de alguma forma, compensar os desajustes posturais. No estudo de Laughton et al. (2003) para compreender mudanças relacionadas à idade no controle da postura, foi realizado eletroneuromiografia dos músculos tibial anterior, sóleo, vasto lateral e bíceps femoral em idosos com histórico de quedas. Observaram que idosos que caíram demonstraram valores significativamente maiores de oscilação na direção ântero-posterior e maior atividade muscular durante a posição de pé. Num estudo longitudinal desenvolvido por Tsukimoto et al (2006) foi observado que, no período de três anos (2001-2004), idosos que foram submetidos ao tratamento postural apresentaram melhora significativa nos domínios de qualidade de vida para capacidade funcional, aspectos físicos, estado geral de saúde e vitalidade. 70 5.3 Considerações gerais Os resultados do presente estudo permitem suscitar a hipótese de que os indicadores posturais possam ser elementos importantes na composição do fenótipo da fragilidade. Desta forma, a postura pode ser um fator que favoreça a ocorrência de desfechos desfavoráveis em idosos frágeis, como as quedas, porém são necessários estudos longitudinais para melhor esclarecimento. A associação à condição da fragilidade encontrada para a posição da cabeça, joelho, tornozelo e membros inferiores sugere estar ligada à fragilidade da musculatura antigravitacional. Os músculos usados mais frequentemente para manter o corpo em uma posição ereta são designados como músculos antigravitacionais e, de maneira geral, são os músculos extensores da cabeça, do tronco, flexores das extremidades superiores e os músculos extensores das extremidades inferiores (KAPANDJI, 2000). Os músculos antigravitacionais que fazem parte da cadeia estática são os que nos mantém eretos e em pé, porém isso requer um estado de contração muscular constante, o que leva a diminuição da flexibilidade e encurtamentos musculares, causando assim desvios posturais, dores e incapacidade funcional. O equilíbrio descreve a habilidade de mover-se ou manter o corpo numa postura da forma que haja distribuição de peso, e não ocorra uma queda. Os músculos são responsáveis pelos movimentos, portanto, se não estimulados tornam-se fracos e flácidos. A redução da força muscular, já encontrada nos idosos pré-frágeis e de forma crescente nos frágeis com a redução da atividade física e relato de fadiga, alerta para medidas de intervenção precocemente, quem sabe já na idade escolar, em medidas de orientação postural. Educação postural pode servir como prevenção para doenças mioarticulares como artrites ou artroses que geram consideráveis limitações para os idosos na execução de suas tarefas e atividades e interferem na qualidade de vida biopsicosocial. As políticas de saúde devem começar a se ocupar em cuidar da postura com mais ênfase, porque é um elemento que pode gerar absenteísmo, incapacidade funcional precoce e consequentemente mais ônus para a seguridade profissional. Para as políticas de saúde atual existem três públicos: aqueles que já têm uma idade avançada; quem está no processo de obter a longevidade (do jovem até o pré-idoso) e da 71 infância até a adolescência, todos passíveis de intervenção para maior longevidade com qualidade e funcionalidade. Além da orientação postural na rede escolar, deve-se manter o cuidado com a ergonomia nas estruturas, ambientes e utensílios e no uso das mochilas colegiais. A prática de atividade física regular na escola, de forma motivadora e preventiva, pode ter outra vertente e centrar-se na execução de atividades físicas que promovam um bom alinhamento postural, mantendo uma boa mobilidade biomecânica, prevenindo lesões osteopáticas e consequentemente preservando as estruturas e melhorando a função dos órgãos e sistemas. A necessidade de se envelhecer bem, conhecer o contexto do idoso bio-psiquico e social é o assunto de maior sensibilização atual no campo das políticas públicas de saúde. A saúde do idoso foi um dos elementos fortes para a aprovação da Resolução N°452 de 06.06.2012 sobre a Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF), pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS). A nova Resolução certamente desencadeará pesquisas acerca da funcionalidade, cujos resultados auxiliarão sobretudo no planejamento, na gestão e controle das políticas públicas. 5.4 Limitações e dificuldades do estudo Este estudo está sujeito a limitações e, como todos os estudos transversais, não permite se estabelecer relações de causa e efeito entre as variáveis. O programa utilizado para a avaliação postural (SAPO) não é o padrão ouro para avaliação angular postural, contudo, a utilização de um goniômetro seria inviável para determinar diversas medidas na posição de pé, ereta, para qualquer indivíduo sem lhe trazer excessivo cansaço. Em contrapartida, essa limitação pode ser superada com base no estudo de Braz et al (2008) que comprovaram a confiabilidade e validade das medidas angulares obtidas pelo SAPO em comparação às medidas obtidas por um goniômetro. Os resultados do presente estudo devem ser interpretados com cautela, na medida em que não se dispõe dos valores de normalidade e para todas as medidas desejadas. Para as medidas cujos valores de normalidade não foram encontrados, usou-se como referência as medidas angulares de amplitude de movimento articular de cadeia cinética fechada guiadas por Kapandji (2000). Considerou-se aceitáveis variações de 2 a 7 graus entre as medidas, 72 observando as características da articulação, seguindo os estudos de Boone et al. (1978), Cambridge (1984) e Wise et al. (1990). Algumas dificuldades na coleta dos dados posturais foram enfrentadas e para garantir a reprodutibilidade desse estudo, as condutas realizadas estão descritas a seguir. A primeira delas foi a possibilidade de ocorrer algum desconforto para os idosos durante a avaliação, principalmente na condição do idoso utilizar trajes de banho para a fotografia. Para evitar esse problema, o procedimento foi esclarecido e acordado com cada idoso antes de ser realizado. Providenciou-se um ambiente reservado, com temperatura agradável, material de fácil e rápido acesso e um protocolo bem compreendido de demarcações dos pontos anatômicos. Permitiu-se a presença do acompanhante no ambiente. A segunda dificuldade foi garantir o menor erro possível ao se demarcar os pontos anatômicos de referência. É indiscutível que a localização de alguns pontos anatômicos gera erro de medida e que algumas medidas são vulneráveis às características antropométricas. Dessa forma, procurou-se eleger pontos de visível localização (FERREIRA et al, 2005). Embora se tivesse escolhido referências anatômicas de fácil acesso, a dificuldade apareceu durante o procedimento da avaliação. Alguns idosos apresentavam o abdomen protruso, com ptose, e caído dificultando a marcação da espinha ilíaca ântero-superior. Tentou-se solucionar posicionando-se os marcadores na região da pele abdominal correspondente. Porém essa marcação pode levar a uma margem de erro maior. Essa dificuldade de marcação anatômica pode ter interferido nos resultados da avaliação postural para as medidas do quadril e alinhamento da pelve. A referência anatômica de maior dificuldade para localizar foi a vértebra T3, pela cifose torácica acentuada em muitos idosos. Nesse caso, resolveu-se eliminar as medidas relacionadas a esse ponto para não comprometer os resultados. Ainda em relação aos marcadores anatômicos, alguns tiveram que ser reforçados com outra bolinha fixa superposta para visualização na vista lateral, como nas espinhas ilíacas póstero-superior nos casos em que o tronco inferior encontrava-se em pequena rotação horizontal. Um terceiro óbice foi sobre o posicionamento dos idosos na postura ereta para as fotografias. Os idosos foram orientados a se posicionarem na posição de pé naturalmente, mantendo os braços ao longo do corpo como descrito nos estudos de Woodhull et al. (1985), 73 Fedorak et al. (2003) e Ferreira et al (2005). Esta posição é representativa do indivíduo em seu alinhamento postural normal e permanece constante durante pelo menos dois anos, independentemente da presença ou ausência de dor nas costas (WOODHULL et al., 1985). Para não interferir no posicionamento espontâneo do idoso, o ângulo frontal dos membros inferiores, em alguns casos, foi medido em vista posterior, por medição de ângulo livre. Essa medida ocorreu quando o membro superior estendido impedia a visualização do trocânter maior do femur na vista anterior. Um quarto obstáculo e não menos preocupante, foi sobre o conceito da “ postura ideal”. A definição de alinhamento postural proposta por Kendall (1995) é a referência utilizada internacionalmente como padrão de postura normal. Segundo o autor, o modelo de uma postura idealmente alinhada, toma como referência uma linha de prumo que, em vista lateral, deverá coincidir com uma posição ligeiramente anterior ao maléolo lateral e ao eixo da articulação do joelho e posterior ao eixo da articulação do quadril, dos corpos das vértebras lombares, da articulação do ombro, dos corpos das vértebras cervicais, meato auditivo externo e do ápice da sutura coronal. Em vista posterior a linha de prumo deve estar equidistante das faces mediais dos calcanhares, pernas e coxas, escápula, coincidindo com a linha mediana do tronco e cabeça. De modo similar ao que ocorre para a vista anterior, onde deverá ser observada a simetria entre as metades direita e esquerda seguindo a ordem do plano sagital de alinhamento. Olney e Culham (2002) reforçam o ideal de postura proposta por Kendall (1995) e definem que o alinhamento postural ideal é aquele cuja manutenção exige um mínimo de esforço e que provoca um mínimo de tensão no nível das articulações. Referem para uma postura ereta a posição neutra para a pelve e articulação coxofemoral, joelho em extensão e tornozelo posicionado entre flexão dorsal e flexão plantar. 74 6 CONCLUSÕES O propósito de analisar a postura do indivíduo idoso sob a condição de fragilidade foi verificar se existem diferenças posturais entre os idosos não frágeis, pré-frágeis e frágeis e identificar a existência de possíveis indicadores posturais associados à fragilidade. As seguintes conclusões podem ser formuladas: 1. Existem diferenças posturais entre idosos frágeis, pré-frágeis e não-frágeis. 2. As medidas posturais de cabeça (<36 graus), joelho (<172 graus), tornozelo (<77 graus) e membros inferiores (>185 graus), foram significativamente associados à fragilidade, depois de ajustadas para idade, sexo e IMC. 3. As medidas posturais de cabeça (<36 graus), joelho (<172 graus), tornozelo (<77 graus) e membros inferiores (>185 graus), podem ser as utilizadas quando da avaliação da postura no idoso, evitando a necessidade de usar um número amplo de medidas posturais. 4. Os indicadores posturais encontrados sugerem um declínio no sistema muscular antigravitacional para a fragilidade. 5. A média das medidas posturais distribuídas segundo a condição de fragilidade foi estatisticamente significante para a posição da cabeça, joelho, tornozelo e membros inferiores para os idosos frágeis. 75 REFERÊNCIAS ABELLAN-VANKAN, G. et al. The Assessment of Frailty in Older Adults. Clin. Geriatr. Med., v. 26, n.2, p. 275-286, 2010. ABREU, S. S. E.; CALDAS, C. P. 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Sem risco ( ) risco mínimo ( x ) Risco baixo ( ) risco maior risco médio ( ) ( ) III – REGISTRO DAS EXPLICAÇÕES DO PESQUISADOR AO PACIENTE OU SEU REPRESENTANTE LEGAL SOBRE A PESQUISA, CONSIGNANDO: Você está sendo convidado(a) a participar desta pesquisa cujo objetivo é estimar as medidas angulares posturais entre idosos frágeis, pré-frágeis e não-frágeis residentes em área urbana de Fortaleza, Ceará. Sabe-se que um mau alinhamento postural pode levar a sobrecargas e dispêndio de energia para execução das tarefas habituais e predispor o indivíduo a situações de desequilíbrio e quedas. Ao participar desta pesquisa você será fotografado na posição de pé, de frente, de costas, dos lados direito e esquerdo, utilizando uma vestimenta de banho (biquíni para mulheres e sunga para os homens) fornecida pela pesquisadora. Serão fixados temporariamente na sua pele com fita adesiva de mínima aderência, pequenas bolinhas de isopor para marcação de pontos articulares que serão facilmente retiradas imediatamente após a avaliação. O tempo de avaliação está estimado em 20 minutos incluindo a troca de roupas, colocação das bolinhas de marcação e fotografias. Lembramos que a sua participação é voluntária, você tem a liberdade de não querer participar, e pode desistir, em qualquer momento, mesmo após ter iniciado a avaliação sem nenhum prejuízo para você. O procedimento utilizado de registro fotográfico poderá trazer algum desconforto como utilizar roupa de banho para aqueles com timidez. O tipo de procedimento apresenta um risco mínimo de cansaço para aqueles com sensação de exaustão/fadiga, que será reduzido por cadeiras de apoio e espera do tempo de repouso solicitado pelo idoso. Os benefícios esperados com o 91 estudo são no sentido de identificar possíveis alterações posturais que possam indicar aspectos ligados a fragilidade na velhice e dessa forma possam ser tratados de forma preventiva na população. Também pela avaliação, poderão ser observados desvios posturais existentes nos participantes que possam ser tratados pela fisioterapia. Serão disponibilizados atendimentos no próprio Centro de Atenção ao Idoso. Se o pesquisador descobrir que você tem alguma alteração postural que precise de tratamento, você será encaminhado(a) pela fisioterapeuta Eluciene Maria Santos Carvalho (telefone 34773624) para o Núcleo de Atenção Médica – NAMI (Av. Washington Soares, 1321) ou para o Ambulatório de Geriatria do Hospital Universitário Walter Cantídio – UFC para a devida assistência. Todas as informações que o(a) Sr.(a) nos fornecer ou que sejam conseguidas pela avaliação, serão utilizadas somente para esta pesquisa. Seus dados de avaliação ficarão em segredo e o seu nome não aparecerá em lugar nenhum, nem quando os resultados numéricos forem apresentados. Se tiver alguma dúvida a respeito da pesquisa e/ou dos métodos utilizados na mesma, pode procurar a qualquer momento o pesquisador responsável. IV - ESCLARECIMENTOS DADOS PELO PESQUISADOR SOBRE GARANTIAS DO SUJEITO DA PESQUISA: O senhor (a) terá acesso quando quiser as informações, riscos e benefícios relacionados com o trabalho. Caso queira, o (a) senhor (a) poderá retirar seu consentimento para não participar mais do trabalho. O (a) senhor (a) poderá: 1. Ter acesso, a qualquer tempo, às informações sobre procedimentos, riscos e benefícios relacionados à pesquisa, inclusive para elucidar eventuais dúvidas. 2. Liberdade de retirar seu consentimento a qualquer momento e de deixar de participar do estudo. 3. Salvaguarda da confidencialidade, sigilo e privacidade. 5. Publicação dos dados e resultados da pesquisa resguardando sua identidade 6. Terá direito a uma cópia deste documento podendo antes de assinar levar para pessoas de sua confiança lê. V – INFORMAÇÕES DE NOME, ENDEREÇO E TELEFONE DO RESPONSÁVEL LEGAL PELA PESQUISA. Nome: Fisiot. Eluciene Maria Santos Carvalho Endereço: Avenida Washington Soares, 1321 – Edson Queiroz Telefone: (85) 3477-3624 Horário de atendimento: 13:30 às 16:30h Assinatura do Pesquisador_________________________________ Assinatura do paciente ou responsável_______________________ Assinatura da Testemunha_________________________________ 92 APÊNDICE B – TERMO DE CONSETIMENTO PÓS-ESCLARECIDO Pelo presente instrumento que atende às exigências legais, Eu, Sr.(a)______________________________________________________, portador(a) da cédula de identidade __________________________, declaro que, após leitura minuciosa do TCLE, tive oportunidade de fazer perguntas, esclarecer dúvidas que foram devidamente explicadas pelos pesquisadores, ciente dos serviços e procedimentos aos quais serei submetido e, não restando quaisquer dúvidas a respeito do lido e explicado, firmo meu CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO em participar voluntariamente desta pesquisa. E, por estar de acordo, assino o presente termo. Fortaleza-Ce. _______ de ________________ de _____. ______________________________ Assinatura do participante ______________________________ Ou Representante legal Impressão dactiloscópica ______________________________ Assinatura do Pesquisador 93 APÊNDICE C - FICHA DE AVALIAÇÃO DA FISIOTERAPIA Data da avaliação: _______________ Nº do prontuário ____________ 1.Nome:_______________________________________ 2.Idade:_________ Data Nascimento:____/____/____ Sexo: ( ) Fem. ( ) Masc. 3.Peso ________ Altura _______ IMC ________ 4.Estado civil: ( ) solteiro(a) (nunca se casou ou morou com um companheiro) ( ) casado(a) (ou mora com companheiro) ( ) viúvo(a) ( ) separado(a), desquitado(a) ou divorciado(a) 5.Grau de instrução: ____ anos de estudo ( ) analfabeto 6.Profissão: _________________________ Naturalidade: ___________________ 7.Renda mensal: ( ) nenhuma ( ) até um salário mínimo ( ) acima de um salário mínimo e até 1 mil reais ( ) entre 1 e 2 mil reais ( ) acima de 2 mil reais 8.Coabitação : ( ) sozinho(a) ( ) sozinho(a) com o cônjuge ( ) sozinho(a) com um cuidador ( ) outro arranjo (com parentes, familiares e/ou amigos) 9.Diagnóstico clínico: ( ) Frágil ( ) Pré-frágil ( ) Não-frágil 10. Critérios: ( ) Perda de peso não-intencional ( ) Redução de força de preensão manual ( ) Auto relato de fadiga ( ) Redução de atividade física ( ) Lentidão na velocidade de marcha 11.Número de quedas no último ano: __________ 12.Hospitalizado por causa da queda: ( ) sim ( ) não 13.Número de doenças associadas: __________ Hipertensão arterial sistêmica: ( ) sim ( ) não Diabetes: ( ) sim ( ) não AVC: ( ) sim ( ) não Reumatismo/artrose: ( ) sim ( ) não Enfisema/bronquite: ( ) sim ( ) não Infarto: ( ) sim ( ) não Depressão: ( ) sim ( ) não Câncer: ( ) sim ( ) não Tabagismo atual: ( ) nunca fumou ( ) ex-tabagista ( ) atual 94 14.Número de medicamentos em uso ____________ 15.Dominância corporal (lado preferencial): ( ) direito ( ) esquerdo _________________________________________ Avaliador 95 APÊNDICE D – PONTOS ANATÔMICOS A precisa localização dos pontos anatômicos é determinante para uma boa avaliação postural e necessária para garantir a fidedignidade dos resultados gerados pelo relatório do Programa de Avaliação Postural – SAPO. Podemos encontrar um tutorial de localização dos pontos anatômicos no próprio SAPO disponível no site HTTP://WWW.sapo.incubadora.fapesp.br. Apresentamos uma breve descrição da localização anatômica dos pontos escolhidos para esse estudo. Trago - situado no pavilhão da orelha externa, próximo à sua inserção em relação a face. Processo espinhoso C7 - sentir maior mobilização do processo espinhoso de C7, com o dedo posicionado sobre o mesmo, durante o movimento de extensão cervical combinado com a rotação da cabeça. Acrômio - colocação do marcador passivo na margem lateral do acrômio. Percorrer a clavícula a partir do esterno em direção ao ombro. A primeira saliência óssea importante a ser palpada é a extremidade acromial da articulação acrômioclavicular, em seguida um pouco mais abaixo a próxima estrutura óssea facilmente palpável é a margem lateral do acrômio. Espinha Ilíaca Ântero-Superior - localizada anteriormente, na extremidade anterior da crista ilíaca. O examinador posicionase posteriormente ao examinado, apóia a região entre o polegar e o indicador de suas mãos nas cristas ilíacas e com o terceiro dedo das duas mãos deve localizar anteriormente duas estruturas ósseas proeminentes que são as espinhas ilíacas ântero-superiores direita e esquerda. Espinha Ilíaca Póstero-Superior - ponto ósseo onde termina posteriormente a crista ilíaca. Apresenta normalmente uma depressão cutânea na superfície. Trocanter maior do fêmur - palpável na região súpero-lateral da coxa. Para localizá-lo posicione o polegar horizontalmente, alinhado com a linha inguinal. O examinador deve apoiar a mão na região lateral da coxa do idoso, o terceiro dedo da mão deve automaticamente posicionar-se próximo ao trocanter maior do fêmur. Linha articular do joelho - primeiro deve-se localizar a cabeça da fíbula na região lateral do joelho e aproximadamente cinco centímetros superiormente ao ponto mais saliente desta estrutura óssea está a linha articular do joelho. Maléolo lateral - estrutura óssea proeminente da fíbula localizada na região lateral do tornozelo. Prolonga-se mais distalmente (1 a 2 cm) e mais posteriormente do que a extremidade do maléolo medial. Patela - primeiro identificar a base e o ápice da patela e as margens lateral e medial delimitando o osso. A seguir localizar um ponto no centro da patela. Ponto entre a cabeça do 2o e 3o metatarsal - colocar o marcador entre no ponto entre a cabeça do 2o e 3o metatarsal. 96 Tuberosidade anterior da tíbia - proeminência óssea que fica a aproximadamente 5 centímetros distal ao ápice da patela. Separa os côndilos medial e lateral da tíbia 97 ANEXOS 98 ANEXO A – PARECER DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ 99 ANEXO B – PAGINA INICIAL PARA AVALIAÇÃO POSTURAL - SAPO 100 ANEXO C – POSTURAS PARA AVALIAÇÃO POSTURAL – SAPO COM VISTAS ANTERIOR, POSTERIOR, LATERAL DIREITA E LATERAL ESQUERDAARECER DO COMITÊ DE ÉTICA 101 ANEXO D – PROJEÇÃO DO CENTRO DE GRAVIDADE - SAPO 102 ANEXO E – PROTOCOLO DE MEDIDA DE FORÇA DE PREENSÃO MANUAL COM O DINAMÔMETRO 1) Posicionamento do paciente: a. Ele(a) deverá estar sentado(a) de forma confortável em uma cadeira normal sem apoio para os braços. (Os dois pés do(a) paciente estão apoiados no chão); b. Identifique a mão dominante: é aquela com a qual ele(a) escreve ou se for analfabeto(a) aquela em que tem maior destreza (mexe a panela, descasca frutas); c. O ombro deve ser aduzido (colocado junto ao corpo); d. O cotovelo deve ser flexionado a 90º; e. O antebraço deve ficar em posição neutra, com o polegar apontando para o teto; f. A posição do punho deve ser confortável, ou seja, a posição normal para pegar um objeto grosso na palma da mão. 2) Ajuste do dinamômetro: após colocar o aparelho na mão dominante do(a) paciente, conforme as instruções acima, ajuste-o da seguinte maneira: g. A alça móvel do aparelho deve ser colocada na posição II. 3) Comando para o teste: a) Será dado um comando verbal pelo examinador, em voz alta, dizendo: “agora aperte bem forte a alça que o senhor(a) está segurando, vamos força, força...”; b) Esse comando verbal deve ser dado por seis segundos, após o idoso(a) deve relaxar a mão; c) Esse procedimento deve ser repetido três vezes, deixando o idoso(a) descansar um minuto entre os testes; d) Para ler o resultado, procure verificar onde o ponteiro parou, para isto procure mas marcas em Kgf e e) Após a realização de cada teste gire o pino central do leitor de medidas no sentido anti-horário, deixando o zerado para o próximo teste. Observar este procedimento deve ser feito após cada um dos testes realizados por um mesmo(a) paciente e por diferente pacientes 103 ANEXO F – ORIENTAÇÕES PARA O TESTE DE VELOCIDADE DE MARCHA 1) Organização do local para a realização do teste: a) Encontrar um espaço plano que tenha 8,6 metros livres, sem irregularidades no solo como pedras soltas, buracos, areia, galhos, folhas ou qualquer outra coisa que dificulte o caminhar normal da pessoa; b) Com a fita crepe faça 4 marcas 2) Posicionamento do indivíduo e orientações para a realização do teste: a) O calçado usado no teste deve ser aquele que é usado a maior parte do tempo (sapato, tênis, sandália ou chinelo) e se o indivíduo usa qualquer dispositivo para auxiliar a marcha (bengala, andador, bordão), o teste deverá ser feito com esse dispositivo; b) Colocar o indivíduo de pé na primeira marca, com os dois pés apoiados no solo e ligeiramente afastados; c) O comando verbal para iniciar o teste será: “ande no seu ritmo normal até a última marcha do chão, ou seja, como se estivesse andando na rua para fazer uma compra”; d) O cronômetro deverá ser acionado quando o primeiro pé do indivíduo tocar o chão imediatamente após a 2ª marca e travado imediatamente após a retirada do pé do chão antes da 3ª marca, ou seja, só deve ser registrado o tempo gasto para percorrer o espaço entre a 2ª e a 3ª marcas (4,6 metros). O tempo que é gasto nas partes iniciais e finais do trajeto não precisa ser registrado (2 metros iniciais e finais); e) Antes de realizar efetivamente o teste, certifique-se que o indivíduo entendeu corretamente o procedimento. Para tanto, faça-o andar confortavelmente no trajeto do teste um a ou duas vezes, após ele deve se sentar por alguns momentos antes de ser posicionado para os três testes a serem registrados; f) Esse procedimento deverá ser repetido três vezes com intervalos de um minuto entre cada teste. O indivíduo deverá aguardar a realização de cada teste subseqüente, mantendo-se na posição de pé. 104 ANEXO G – FICHA DE AVALIAÇÃO MÉDICA Prontuário Idoso Frágil Centro de Atenção ao Idoso Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará Nome do examinador:______________________________________________ Data da coleta das informações: _____________________________________ Número do questionário: ___________________________________________ Bloco de questões referentes à identificação/demografia Q1) Número do questionário ________________________ Q1( ) Q2) Número do prontuário ________________________ Q2( ) Q3) Idade do paciente ________________________ Q3( ) Nome do paciente _____________________________________________________ ________________________ Q4) Data de nascimento dd/mm/aaaa Q4( ) Q5) Data do atendimento dd /mm/aaaa Q5( ) Endereço completo Rua: Número e complemento: Bairro: Telefones de contato: Q18 ( ) Q19( ) Q46 ( ) Q47 ( ) CEP: Doenças: _____________________________________________________ _______ _____________________________________________________ ________________ _____________________________________________________ ________________ _____________________________________________________ ________________ 105 _____________________________________________________ ________________ Q6) Número de doenças ________________________ Q6( ) Medicamentos: _____________________________________________________ __ _____________________________________________________ ________________ _____________________________________________________ ________________ _____________________________________________________ ________________ _____________________________________________________ ________________ Q7) Número de medicamentos __________________________ Q48 ( Q7( ) ) Q8) Possui: Q49 ( ) Q8.1)Doença de Parkinson/Parkinsonismo (1) sim (2) não (2 ou mais critérios: tremor de repouso, rigidez e bradicinesia; e/ou faz uso de medicamentos para DP) Q8.1( ) Q8.2)Diabetes mellitus (1) sim (2) não Glicemia capilar > 140 mg/dl e/ou faz uso de insulina/hipoglicemiantes orais e/ou auto-relato em dieta Q8.2( ) Q8.3)ICC (1) sim (2) não Evidencia clinico-ecocoardiografica de classe III /IV Q8.3( ) Q8.4)AVC (1) sim (2) não Evidência clinica-imaginologica de AVC Q8.4( ) Q8.5( ) Q8.5)HAS (1) sim (2) não Evidência clínica e/ou faz uso de anti-hipertensivos Casos equívocos serão discutidos pelo grupo e definido um consenso. Q9) Usa : Q9.1) Antidepressivos Q9.2) Antiparkinsonianos Q9.3) Anticolinesterásico Q9.4) Imunossupressores Q9.5) Beta-bloqueador Q9.6) Corticóide (1) sim (2) não (1) sim (2) não (1) sim (2) não (1) sim (2) não (1) sim (2) não (1) sim (2) não Q9.1( Q9.2( Q9.3( Q9.4( Q9.5( Q9.6( ) ) ) ) ) ) Q50 ( ) 106 Q9.7) Anticonvulsivantes Q9.8) Vitaminas Q10) Tabagismo: (1) atual (2) ex-tabagista (1) sim (2) não (1) sim (2) não Q9.7( ) Q9.8( ) Q10( ) (3) nunca fumou Q52 ( ) Q53 ( ) Q54 ( ) Mini-Exame do Estado Mental Agora faremos algumas perguntas para saber como está sua memória. Sabemos que com o tempo as pessoas vão tendo mais dificuldades para se lembrar das coisas. Não se preocupe com o resultado das perguntas. Q11) Qual o DIA DA SEMANA em que estamos? (1) certo (0) errado Q12) Qual o DIA DO MÊS em que estamos? (1) certo (0) errado Q13) Qual o MÊS em que estamos? (1) certo (0) errado Q14) Qual o ANO em que estamos? (1) certo (0) errado Q15) Que horas são aproximadamente? (1) certo (0) errado Q16) Que local é este que estamos? Instrução: Apontar com o indicador para o local específico (chão) que você se encontram. Exemplo: sala, quarto, cozinha, entre outros. (1) certo (0) errado Q17) E esse local, onde ele se encontra? Instrução: Apontar com o indicador para cima local mais geral que você se encontram. Exemplo: minha casa, casa da minha filha, entre outros. (1) certo (0) errado Q18) Qual o bairro? Opções: Local próximo ou rua ou pontos de referência. (1) certo (0) errado Q11( ) Q12( ) Q13( ) Q14( ) Q15( ) Q16( ) Q17( ) Q18( ) 107 Q19) Qual a cidade? (1) certo (0) errado Q19( ) Q20) Qual o estado? (1) certo (0) errado Q20( ) Q21) Preste atenção: GELO, LEÃO, PLANTA. Gostaria que o sr(a) repetisse essas 03 (três) palavras. Falar pausadamente e claro as palavras e, após a repetição, avisar que as palavras serão solicitadas posteriormente. 21.1) GELO (1) certo (0) errado 21.2) LEÃO (1) certo (0) errado 21.3) PLANTA (1) certo (0) errado Q22) Cálculos de subtração: 22.1) 100-7 (1) certo (0) errado 22.2) 93-7 (1) certo (0) errado 22.3) 86-7 (1) certo (0) errado 22.4) 79-7 (1) certo (0) errado 22.5) 72-7 (1) certo (0) errado Q23) Gostaria que o sr(a) lembrasse as 03 (três) palavras que pedi que o sr(a) repetisse antes. 23.1) GELO (1) certo (0) errado 23.2) LEÃO (1) certo (0) errado 23.3) PLANTA (1) certo (0) errado Q21.1( ) Q21.2( ) Q21.3( ) Q22.1 ( Q22.2 ( Q22.3 ( Q22.4 ( Q22.5 ( ) ) ) ) ) Q23.1 ( ) Q23.2 ( ) Q23.3 ( ) Q24) Qual o nome desse objeto? Apontar o objeto solicitado. 24.1) Caneta (1) certo (0) errado 24.2) Relógio (1) certo (0) errado Q24.1 ( ) Q24.2 ( ) Q25) Repita a frase: “Nem aqui, nem ali, nem lá” Falar pausadamente e claro. (1) certo (Frase e seqüência corretas) (0) errado Q25 ( ) Q26) Preste atenção: Gostaria que o sr(a): “Pegasse esse papel com sua mão direita, dobrasse no meio com as duas mãos e jogasse no chão”. 26.1) Pegasse esse papel com sua mão direita (1) certo (0) errado 26.2) Dobrasse no meio com as duas mãos (1) certo (0) errado 26.3) E jogasse no chão. (1) certo (0) errado Q27) Leia o que está escrito nesse papel e faça o que está Q26.1 ( ) Q26.2 ( ) Q26.3 ( ) 108 escrito/pedindo. Mostre a tarjeta com a ordem: FECHE OS OLHOS (1) certo (0) errado Q28) Escreva uma frase/um pensamento completo. Apresente o papel e a caneta para a execução do comando. (1) certo (0) errado Q27 ( ) Q28 ( ) Q29) Copie essa figura – Mostre a figura abaixo. Apresente o papel e a caneta para a execução do comando. (1) certo (0) errado Q29 ( ) Q30) Total do itens CERTO (q11 – q29): ______ Q30 ( ) Q31) Anos de escolaridade ___________________ Q31 ( ) Q32) MEEM alterado (1) sim ( Escolaridade ≥ 8 anos – MEEM < 24 Escolaridade 4-7 anos – MEEM < 18 Escolaridade < 4 anos – MEEM < 13) Q32 ( ) (2) não Perda de Peso De um ano para cá, o(a) Sr(a) acha que está: 1. mais magro 2. mais gordo 3. do mesmo jeito Se resposta (a), avaliar se foi ou não intencional e responder a pergunta seguinte: Q33 ( ) Q33) Perda de peso não intencional no último ano? 1. sim (2) não Medidas das circunferências Q36) Circunferência abdominal ____________cm Q36 ( ) Q37) Circunferência cintura _______________cm Q37 ( ) 109 Q38) Circunferência quadril _______________cm Q38 ( Avaliação Fadiga Q39) Sentiu que teve que fazer esforço para dar conta das suas tarefas habituais? sim (2) não Q39 ( ) Q40 ( ) Q40) Se resposta sim, qual a frequência: (1) Nunca/Raramente (2) Poucas vezes (3) Na maioria das vezes (4) Sempre Q41) Deixou de fazer muitas atividades que antes fazia ou gostava por indisposição ou fraqueza? 1. sim (2) não Q41 ( ) Q42 ( ) Q42) Se resposta sim, qual a frequência: (1) Nunca/Raramente (2) Poucas vezes (3) Na maioria das vezes (4) Sempre Q43) O(a) sr(a) tem se sentido mais fraco(mole) para realizar as coisas do dia-a-dia? (1) Sim (2) Não (8) Não se aplica (9) Não sabe (0) Não respondeu Q43 ( ) Caso o entrevistado tenha respondido NÃO ou NS/NR/NA, pule a questão 46. Q44) Na última semana, com que freqüência se sentiu assim: fraco (mole) para fazer as coisas do dia-a-dia? (1) Raramente (episódio isolado, <1 dia durante a semana) (2) Algumas vezes (1-2 dias durante a semana) (3) Quantidade razoável de vezes (3-4 dias durante a semana) (4) Quase todos os dias (>4dias durante a semana) (8) Não se aplica (9) Não sabe (0) Não respondeu Q45) O sr(a) precisa de muito esforço para realizar suas coisas do dia-adia? (1) Sim (2) Não (8) Não se aplica (9) Não sabe Q44 ( ) (0) Não respondeu Q45 ( ) ) 110 Fraqueza (preensão palmar) 1ª medida __________Kgf 2ª medida __________Kgf 3ª medida __________Kgf Media ____________Kgf Estratificado por gênero e IMC Homem IMC ≤ 24 ------------------≤ 29 IMC 24.1- 26 -------------≤ 30 IMC 26.1 – 28 ------------≤ 30 IMC >28 ------------------≤ 32 Q46 ( ) Mulher IMC ≤ 23 ------------------≤ 17 IMC 23.1 – 26 ------------≤ 17,3 IMC 26.1 – 29 ------------≤18 IMC >29 ------------------≤ 21 Q46) Critério da preensão palmar positivo para fragilidade 1. sim (2) não Q47) Critério da atividade física positivo para fragilidade (1) sim (2) não Q47 ( ) Velocidade de Marcha T1__________s T2__________s T3__________s Estratificado por gênero e IMC Homem h ≤173cm ------------≥ 7s h >173cm ------------≥ 6s Mulher h ≤ 159cm -----------≥7s h > 159cm -----------≥ 6s Q48) Critério da velocidade da marcha positivo para fragilidade (1) sim (2) não Q48 ( ) 111 Exame Físico Ausculta cardíaca: Ausculta pulmonar: Q49)Número de critérios para Fragilidade: 1.Nenhum 2.Um critério 3.Dois critérios 4.Três critérios 5.Quatro critérios 6.Cinco critérios Q49 ( ) Motivo exclusão: ______________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ Q50)Conclusão: 1. NÃO-FRÁGIL (ou 1 critério) 2. PRÉ-FRÁGIL (2 critérios) 3. FRÁGIL (3 ou mais critérios) Q50 ( )