JORNAL BRASILEIRO DE OFTALMOLOGIA Nº 146-147 - JUL-AGO-SET-OUT - 2011 NOTICIÁRIO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE OFTALMOLOGIA RECONHECIDA DE UTILIDADE PÚBLICA PELA LEI Nº 936 DE 15/09/1959 XVII Congresso Internacional da SBO Participar das comemorações dos 90 anos da Sociedade Brasileira de Oftalmologia só depende de você ex-Hotel InterContinental Rio, agora Royal Tulip Rio de Janeiro, depois de comprado pelo grupo BHG, sediará o XVII Congresso Internacional da SBO, quando serão comemorados os 90 anos da entidade. O tema oficial do encontro é “O Olho na 3ª Idade”. A população brasileira está envelhecendo e o Congresso Internacional é o fórum apropriado para O conhecer a experiência dos países europeus, que já convivem com está realidade há mais tempo. A comissão organizadora enfatiza a importância dos sócios quitarem a anuidade de 2012 logo no início do ano para garantir a gratuidade na taxa de inscrição. O objetivo é oferecer a todos a chance de participar de um evento que vai ficar na História da Oftalmologia, explica Aderbal Alves Jr., presidente da SBO. -A receptividade entre os convidados internacionais é muito boa. O Rio desperta curiosidade entre os que ainda não conhecem a cidade, que passa por um momento de revitalização econômica e social. Para os que já vieram ao Rio, a oportunidade de voltar se apresenta como uma das melhores formas de unir prazer com trabalho. PÁGINA 3 Fotos Fotográfos Associado Centenário do prof. Hilton Rocha na Seção Brasil A partir de agora, logomarca vai divulgar 90 anos Esta é a logomarca dos 90 anos da SBO. Todos documentos, impressos, material de papelaria emitidos pela Sociedade, trarão o selo com a marca, desenvolvida a partir da tipologia Broadway™ (1928), criada pelo engenheiro e designer norte-americano Morris Fuller Benton, inventor de 252 famílias de fontes. Meio branca, meio negra, uma fonte com a cara do Brasil da década de 1920, quando o país se moderniza, é lançada a Semana de Arte Moderna, Pixinguinha e seu grupo Oito Batutas fazem furor em Paris e só voltam para as comemorações do centenário da Independência. Broadway é sinônimo de glaumour, alegria, celebração, bem o clima dos 90 anos da SBO. Alexandre Pereira, no pódium, comanda com humor a sessão de abertura do VI Congresso Nacional, onde durante três dias predominou sempre o espírito de confraternização e alegria entre os participantes Em primeiro plano, Liane Rezende mostra sua versatilidade no samba, acompanhada de Aderbal Alves Jr, Mário e Ana Motta, João Sobreira e Valéria Homem, durante a happy hour no estande da SBO VI Congresso Nacional; encontro da confraternização e alegria Os participantes do VI Congresso Nacional da Sociedade Brasileira de Oftalmologia foram unânimes nos elogios às comissões organizadora, científica e social, que lograram realizar “um evento enxuto”, sem discursos longos na abertura, nem uma fila interminável de homenageados. A execução do Hino Nacional pelo flautista do conjunto Nosso Canto (Samba & Choro) também foi elogiada. A opção minimalista já estava presente na composição da mesa da sessão solene de abertura, que teve Aderbal Alves Jr., presidente da SBO, Oswaldo Travassos e Marcus Safady, vice-presidentes da SBO, Miguel Burnier, da Universidade McGill, de Mon- treal, Canadá, convidado internacional, Paulo Augusto de Arruda Mello, presidente do CBO, Renato Brito de Alencastro Graça, representante do Cremerj, Miguel Ângelo Padilha, representando o Colégio Brasileiro de Cirurgiões, e Sérgio Fernandes, representante do CFM. A escolha de apenas três homenageados Augusto Duarte, Edna Almodin e Milton Ruiz Alves- buscou valorizar a entrega do título de Sócio Honorário da SBO, intenção compreendida pelos homenageados. Edna Almodin, que fez seu curso de residência no Rio antecipou a volta de uma viagem ao exterior para estar presente. EDITORIAL, PÁGINAS 4 , 5 Dia 23 de dezembro, prof. Hilton Rocha, uma referência para a oftalmologia brasileira, completaria 100 anos. As festividades já começaram e se estenderão até 2012, quando deve ser lançado um livro sob a coordenação de Nicomedes Ferreira, escolhido pela longa relação profissional e de ensino, que manteve com o professor no Hospital São Geraldo. PÁGINA 14 Abhay Vasavada, referência mundial em catarata pediátrica Atendendo a convite de Fernando Trindade, do conselho editorial do JBO, o indiano Abhay Vasavada, agraciado com a prestigiosa Medalha Binkorst, no último congresso da ASCRS, é o entrevistado do International Corner. Ele discorre sobre os principais fatores que devem ser analisados na cirurgia de catarata infantil, tema de sua conferência antes de receber a Medalha Binkorst. PÁGINA 15 JBO - Jornal Brasileiro de Oftalmologia 2 Tempo e Memória aborda a criação do JBO, que em 2012 completa 25 anos O Jornal Brasileiro de Oftalmologia (JBO), que completa 25 anos em 2012, é o tema abordado por João Diniz nesta edição de Tempo e Memória. “Testemunha ocular” da gestação do jornal, criado por Flávio Rezende assim que assumiu a presidência da Sociedade Brasileira de Oftalmologia, João Diniz destaca também o papel importante do expresidente Sérgio Fernandes, primeiro responsável pelo jornal. Criado inicialmente para ser a parte política da Sociedade, divulgando informações de interesse dos associados, ao longo desses 25 anos o JBO foi ampliando sua linha editorial. Hoje, juntamente com o site e o Facebook da SBO, o JBO oferece um conteúdo variado, buscando ir ao encontro daquilo que interessa ao oftalmologista, além da parte profissional. Atualmente, o JBO também dá voz a colegas que não têm outra canal para expressar suas opiniões e ideias. PÁGINA 25 A partir de 2012, Soblec/SBO treinarão residentes para adaptar lentes No dia 26 de agosto, foi inaugurado na sede da SBO o consultório para o ensino de lentes de contato para residentes de oftalmologia, que começa a funcionar no início de 2012. O consultório, resultado de uma parceria com a Soblec (Socieade Brasileira de Lentes de Contato , Córnea e Refratometria) é o segundo e insere-se no Polo de Ensino do Instituto Soblec. A inauguração contou com a presença de Tania Schaefer, presidente da Soblec nos biênios 2007-2009 e 2009-2011, que também colabora na seção Opinião desta edição do JBO, abordando a “A importância dos consultórios para ensino de lentes de contato a residentes”. PÁGINA 13 Ubirajara Moulin, Paulo Ricardo de Oliveira, José Guilherme Pecego, César Lipener, Tania Schaefer e Juliana Bohn Alves César na inauguração do consultório para o ensino de lente de contato Cultura Médica se prepara para lançar seu milésimo livro de medicina Ezequiel Feldman Diretor da Editora Cultura Médica, Ezequiel Feldman é o entrevistado do JBO Pergunta. Prestes a lançar o milésimo livro sobre medicina, tendo já publicado 199 sobre ofalmologia, Ezequiel destaca a importância de seu irmão Luiz, já falecido, na criação da Editora. Explica também o que é o Grupo Editorial Nacional, da qual a Cultura Médica faz parte desde 2007, que reúne editoras consagradas com a Guanabara Koogan, Santos, LTC, Forense Universitária, AC Farmacêutica, EPU e Roca. PÁGINA 22 Perícia na Oftalmologia, nova coluna do JBO vai alternar com A Visão da Justiça A partir deste número o JBO inaugura uma nova coluna Perícia na Oftalmologia, que será publicada alternadamente com A Visão da Justiça. A nova coluna não tem um responsável fixo, está aberta à colaboração de peritos, sócios da SBO. Os interessados devem enviar suas sugestões para o e-mail [email protected] com telefone e celular para contato. Ruth Cytrnbaum Cwaigenberg, sócia da SBO, membro fundador do Instituto Brasileiro de Peritos Judiciais (Ibramep) e associada à Sociedade Brasileira de Peritos Médicos inaugura a nova coluna defendendo que a consulta oftalmológica deve ser obrigatória sempre no exame médico para o trabalho. Baseada na análise de 217 processos em oftalmologia, em varas acidentárias, da qual participou como perita do juízo, Ruth verificou que apenas uma “insignificante minoria (8 casos) foram relevantes. Em todos eles, as lesões, como nubéculas, não causaram a baixa acuidade visual e sim os vícios de refração não corrigidos. Houve, portanto, indução a erro de interpretação de causa x efeito, o que não ocorreria se o oftalmologista selecionasse o tipo de armação e a filtração e coloração necessárias a cada tipo de ocupação. PÁGINA 12 Nota da redação: Por uma falha na digitação, na edição 145, o JBO publicou incorretamente o nome da professora Alexandra Prufer de Araújo na reportagem sobre a Liga Acadêmica de Oftalmologia. Sucesso do VI Congresso Nacional da SBO é de todos *Ricardo Japiassú Tudo que é bom dá trabalho, não é mesmo? Pois é. O VI Congresso Nacional da Sociedade Brasileira de Oftalmologia deu muito trabalho, como provavelmente todos os anteriores. Mas quando tudo termina, a sensação de dever cumprido e o carinho de todos os colegas são indescritíveis. Como descrever a felicidade de um residente, que apresenta um caso clínico de um paciente examinado provavelmente num ambulatório cheio de imperfeições, mas que é elogiado e aplaudido por uma plateia de quase 100 oftalmologistas, sejam colegas de sua residência ou nomes respeitados da oftalmologia brasileira? Esse foi o Fórum dos Residentes, uma grata surpresa pelo nível científico e de audiência no nosso congresso. Parabéns aos residentes e aos seus preceptores! Como agradecer aos colegas de outras especialidades, endocrinologistas, clínicos, dermatologistas, advogados, economistas, analistas de sistemas, que dispensaram um tempo precioso de suas vidas para compartilhar conosco um pouco de suas enormes experiências, cada um em sua área de interesse, todas interessando a nós, oftalmologistas? Como elogiar os palestrantes, principalmente aqueles vindos de fora do Rio de Janeiro, que engrandecem nossos conhecimentos, difundem informações por todo o país, e voltam todo ano, para nos enriquecer, para se nutrirem de oftalmologia, e para compartilhar momentos de reencontro que ficam para sempre na lembrança? Como não ficar satisfeito com a maior participação de novos sócios dos últimos 10 anos? Um aumento de quase 1000% em relação ao último ano, impulsionado por medidas tais como o sócio residente e o incremento de benefícios, como os novos links do portal da sociedade, científicos e sociais. É a renovação de conceitos e idéias! Como não aplaudir de pé um grande sucesso deste congresso, a happy hour “Você é show na SBO”, onde presenciamos a confirmação de talentos conhecidos tocando saxofone, ou violino, ou cantando “My way” melhor que Frank Sinatra, e nos surpreendemos com novos tenores, cantoras de axé, e, principalmente, com uma mestre de cerimônias digna de Oscar !!! Tudo isto realizado com o suor e esforço de uma equipe abnegada e coesa, que é a diretoria da SBO, tendo à frente a figura marcante e carismática de seu presidente, e dos funcionários dessa instituição, verdadeiros apaixonados pela Casa do Oftalmologista Brasileiro. Casa que este ano brilhou muito, pois o estande da Sociedade estava simplesmente lindo e ao mesmo tempo aconchegante, verdadeiro porto seguro para novos e antigos amigos. E, ano que vem, chegamos aos 90 anos! Mas o presente quem ganha é você, sócio, que terá inscrição gratuita no XVII Congresso Internacional da Sociedade Brasileira de Oftalmologia, para o qual já estamos nos preparando, com um programa científico de nível mais elevado ainda e com festividades que marcarão época, sempre dentro da responsabilidade fiscal, assinatura da atual gestão. Contamos com o apoio de todos os sócios para que o brilho deste evento seja a largada para as comemorações dos 100 anos da SBO, em 2022! Parabéns a todos nós e até ano que vem! * Tesoureiro da SBO PÁGINA PÁGINA Confira ............................................... 2 Seção Brasil ...................................... 14 Editorial .............................................. 2 International Corner .......................... 15 Três depoimentos femininos ............ 16 19 XVII Congresso Internacional da SBO. ............................................. 3 Fundo de Olho .................................. VI Congresso Nacional da SBO ....... 4-5 Projeto residência em Foco .............. 19 Oft@lmonline ..................................... 6 Conta-Gotas ...................................... 21 Opinião .............................................. 9 JBO Pergunta .................................... 22 Uaderj ................................................ 9 Filiadas à SBO .................................. 22 FeCooeso .......................................... 10 Conta-Gotas ...................................... 21 Perícia na Oftalmologia ..................... 12 Tempo e Memória ............................. 25 Fórum do Cremerj ............................. 12 Olho Vivo ........................................... 26 Fique Por Dentro da SBO ................. 13 Calendário de Eventos Inauguração do consultório de lentes.. 13 Oftalmológicos .................................. 26 3 XVII Congresso Internacional da Sociedade Brasileira de Oftalmologia 28 a 30 de junho de 2012 Royal Tulip Rio de Janeiro A localização privilegiada do Royal Tulip Rio de Janeiro, em frente à praia de São Conrado, é um dos trunfos da SBO para atrair palestrantes internacionais. O mar e a montanha: síntese da cidade “Um congresso para ficar na História” Presidente da SBO Aderbal Alves Jr. promete um evento à altura dos 90 anos da entidade Fotos Divulgação m 2012 a Sociedade Brasileira de Oftalmologia completa 90 anos e as comemorações terão seu ponto alto no XVII Congresso Internacional, que será realizado de 28 a 30 de junho do próximo ano, no Royal Tulip Rio de Janeiro, ex- Hotel InterContinental Rio, tendo como tema “O Olho na 3ª Idade”. Sem querer antecipar toda programação científica e social do evento- “faz parte de toda comemoração o elemento surpresa”, o presidente da Sociedade Brasileira de Oftalmologia Aderbal Alves Jr. promete que será “um congresso para ficar na História”, confirmando a presença de palestrantes das Sociedades de Oftalmologia da Argentina, Paraguai, Espanha, França, Itália e Portugal. Segundo ainda Aderbal Alves Jr., há possibilidade também da participação de oftalmo- Com as obras, a estimativa é de que duplique a capacidade logistas alemães, ingleses e nor- do Centro de Convenções do Royal Tulip Rio de Janeiro te-americanos, dependendo de acertos nas agendas dos convidados. O presidente da SBO espera di- país. Até o início de 2012 receberá R$ vulgar os nomes dos palestrantes no má- 25 milhões de investimento em ximo até janeiro de 2012. “Quanto às fes- melhorias e modernização. As diárias setas, só posso adiantar que repetiremos a guirão o patamar das praticadas pela anHappy Hour “SBO Você é Show”, suces- tiga gestora. O Royal Tulip Rio de Jaso no VI Congresso Nacional. neiro, cinco estrelas, deve representar Adquirido pelo grupo internacional 30% dos negócios da empresa na cidade, BHG, o Royal Tulip Rio de Janeiro é o informou Pieter van Voorst Valder, prequarto hotel da rede na cidade e 36º no sidente do grupo BHG. E SBO comemora 90 anos de olho no futuro do país Quando a Sociedade Brasileira de Oftalmologia foi fundada, em 6 de setembro de 1922, o Brasil contava com menos de 18 milhões de habitantes, a maioria vivendo no campo, e os jovens predominavam. Políticas de saúde e de educação apenas começavam a ser discutidas. Hoje o Brasil tem 190.732.694 habitantes, segundo o último censo do IBGE, a maioria vivendo em regiões urbanas. E, embora ainda seja alto o índice de mortalidade infantil, graças às melhorias na área de medicina, mais informações e melhores condições de vida, os brasileiros estão vivendo mais. Enquanto no começo da década de 1990 a expectativa de vida era de 66 anos, em 2005, ela saltou para 71. - Enfrentar este desafio exige uma visão 20/20, por isso a SBO escolheu “O Olho na 3ª Idade” como tema do seu XVII Congresso Internacional de Oftalmologia. Catarata, retinopatia diabética, degeneração macular relacionada à idade e glaucoma são doenças oculares que, geralmente, acometem as pessoas depois dos 60 anos. Mas a vida estressante, má alimentação, tabagismo, álcool, entre outros fatores, estão antecipando estas doenças, que serão abordadas de forma multicêntrica durante o evento, afirmou Aderbal Alves Jr. - Estes problemas são o preço que pagamos por vivermos mais que nossos avós. Mas vamos mostrar os novos recursos médicooftalmológicos, que permitem que mantenhamos muito das condições físicas da juventude. Não somos eternamente jovem como a SBO, mas podemos viver de uma maneira muito melhor, aumentando nossa expectativa de vida saudável e para isso, os cuidados com os olhos são fundamentais. A troca de experiência com colegas europeus, que já convivem há mais tempo com o problema do envelhecimento da população, certamente beneficiará o especialista brasileiro. 4 JBO - Jornal Brasileiro de Oftalmologia Alguns dos melhores momentos do VI Congresso N É lugar comum a afirmação de que imagens falam mais do que mil palavras. Nas fotos destas d O Marcelo Ambe Fotos Fotográfos Associado Jaleco com o monograma bordado da SBO, lançado durante o VI Congresso Nacional, exposto no estande Durante a happy hour, um grupo animado de oftalmologistas e residentes brinca de trenzinho ao som de marchinhas de carnaval tocadas pelo Grupo Nosso Canto Marcelo Ambe estande da SBO- A Casa do Oftalmologista Brasileiro, no VI Congres so Nacional foi elogiado por todos os participantes do evento, alcançando o objetivo da comissão organizadora e social: oferecer um ponto de encontro e confraternização, troca de ideias e discussão de problemas que afligem a especialidade. Como bem definiu um dos participantes, “funcionou como a casa da gente, um porto seguro, com hora para tratar de problemas relevantes e hora para se divertir”, o que aconteceu durante a happy hour “SBO Você é Show”, quando oftalmologistas de todas as gerações revelaram talentos insuspeitos. Apresentaram-se na happy hour, entre outros: Oswaldo Travassos (flauta), A. Duarte (violino), Eduardo Kestelman (saxofone), Ciro Tomas Machado e Bráulio Motta (violão e canto), Liane Rezende, André Pereira Soares Maia, Eduardo Cunha, Evaristo Nardelli, JJ, João Sobreira, Andréa Barbosa, Raul Vianna, Mário Monteiro (canto) e Demócrito Jonathas Azevedo (canto e composições de sua autoria). - Congresso tem que ter boa programação científica e muita confraternização, o que não faltou ao VI Congresso Nacional, realizado de 14 a 16 de julho, no Hotel InterContinental Rio, na opinião do presidente da SBO, Aderbal Alves Jr. - Conseguimos unir à parte científica, abrangendo praticamente todas as áreas da especialidade, com destaque para os simpósios sobre Diabetes, o tema oficial do encontro, a homenagem a Augusto Duarte, nosso estimado A. Duarte, Edna Almodin e Milton Ruiz Alves, e a entrega do 39º Prêmio Varilux, numa sessão de abertura simples, mas significativa. - Acho que alcançamos nosso objetivo: todas as palestras e simpósios dentro do horário, cerimônia de abertura com poucos e curtos discursos, sob a condução do nosso “mestre de cerimônias”, o sócio Alexandre Pereira. No coquetel, o som do conjunto Nosso Canto (Samba & Choro),que também animou a happy hour. No estande da SBO, com a galeria de presidentes, organizada por João Diniz, ao fundo, em pé, Mário Motta e Jacqueline Coblentz, sentados, e Ricardo Japiassú, repassando Casos Clínicos de Retina- Grupo de Retina do Rio de Janeiro Sempre concorrido, o coffee-break nos intervalos da programação científica, oportunidade também para visitar os estandes dos expositores A tradicional parceria com a Sociedade Brasileira de Administração em Oftalmologia (SBAO), que promoveu dois cursos especiais foi outro destaque do evento. Outro ponto importante foi a consolidação da parceria da SBO com a Sociedade Brasileira de Lentes de Contato, Córnea e Refratometria (Soblec), que no dia 14/7, promoveu no BarraShopping o Dia Nacional de Orientação ao Usuário de Lentes de Contato. Sem esquecer o apoio dos expositores, principalmente os principais patrocinadores: Allergan, Varilux, Alcon, Hoya, Bauch + Lomb e Novartis. Eduardo Cunha, à direita, interpreta “My Way” carro-chefe do seu repertório, com backing vocal de Mário Monteiro e Raul Vianna. À direita, Valéria Homem, impagável mestre de cerimônias da happy hour, conta piadas com Cléber Godinho Homenageados da SBO Edna Almodin recebe a placa de Flávio Rezende Milton Ruiz Alves e Aderbal de Albuquerque Alves Augusto Duarte com sua “madrinha” Valéria Homem Ganhadores do 39º Prêmio Varilux Tadeu Cvintal, presença certa nos eventos da SBO, fala sobre catarata diabética no Simpósio de Afecções Oculares no Diabetes A endocrinologista Solange Travassos, presidente da União das Associações de Diabéticos do Estado do Rio de Janeiro Renato Ambrósio Jr., premiado na Categoria Master e Incentivo à Pesquisa com presidente da Essilor, Thomas Bayer Simoni Milani Brandão, premiada na categoria Sênior, com o diretor de marketing da Essilor, Charles-Eric Poussin Homenageados do 39º Prêmio Varilux Mário Nagao e Gilberto dos Passos, coordenadores do Simpósio Afecções Oculares no Diabetes Luiz Carlos Portes e Aderbal Alves Jr. com André Portes, coordenador do melhor Tema Livre, que recebeu o Prêmio Celso Paciello A Essilor Brasil também homenageou a comissão julgadora do 38º Prêmio Varilux: Eduardo Marback (BA), Eduardo Cunha (SP) e Miguel Hage (PA), diploma e placa foram entregues por Aderbal Alves Jr., Charles- Eric Poussin e Thomas Bayer, respectivamente 5 Julho - Agosto - Setembro - Outubro - 2011 so Nacional da Sociedade Brasileira de Oftalmologia destas duas páginas, a alegria, emoção e confraternização de participantes do encontro de julho Fator de impacto no Journal Citations Reports® da Revista Brasileira de Oftalmologia em 2010 Estande da Allergan, uma das principais patrocinadoras do VI Congresso Nacional da Sociedade Brasileira de Oftalmologia Depois de apresentar sua palestra, Miguel Burnier, da Universidade McGill, Montreal, Canadá, toma um café no estande da Alcon Estande da Essilor, ponto de referência para congressistas e palestrantes, que marcam encontro com amigos de outros estados no local Johnson & Johnson também participou da feira de expositores no Centro de Convenções do Hotel InterContinental Rio Público confere os últimos lançamentos em lentes de contato no estande da Bausch + Lomb, um dos mais amplos Estande da Hoya onde houve vários sorteios, próximo ao da Sociedade Brasileira de Oftalmologia Durante o XVII Congresso Internacional da Sociedade Brasileira de Oftalmologia, realizado em junho de 2011, a Comissão Científica convidou o professor Rogério Mugnaini para proferir palestra sobre indicadores bibliométricos com ênfase no fator de impacto e a avaliação da produção científica para o corpo editorial da RBO e membros da diretoria da SBO. O professor Rogério Mugnaini é graduado em estatística pela Universidade Estadual de Campinas, mestre e doutor e Ciência da Informação, sendo atualmente professor doutor do curso de graduação em Gestão de Políticas Públicas da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo. Segundo Arlindo Portes, diretor de publicações da SBO o fator de impacto (índice bibliométrico) calculado pela instituição Thomsom Reuters é publicado anualmente no Journal Citation Reports® (JCR®). No dia 29 de junho de 2011 foi publicado o fator de impacto de 89 periódicos brasileiros na lista da JCR Science Edition. O fator de impacto da Revista Brasileira de Oftalmologia (RBO) foi de 0, 176. Este fator de impacto é calculado como o número de citações que a revista recebeu nos últimos dois anos de outros periódicos indexados na mesma base divididos pelo número de artigos publicados pelo periódico. A importância deste índice é que a especialidade cirúrgica oftalmologia está incluída na área de Medicina III pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). A Diretoria de Avaliação da Capes classifica os periódicos desta área em sete níveis: A1,A2,B1,B2,B3,B4,B5 e C. O nível A1 é o maior e o C é o menor. Uma determinada revista científica só é incluída nos quatro estratos superiores da área Medicina III se tiver fator de impacto medido no JCR®. Estão Prof. Rogério Magnaini, de São Paulo, apresenta os indicadores bibliométricos para revistas científicas no curso para editores da RBO classificados como B2 os periódicos que possuírem fator de impacto entre 0,1 e 1,34. Apenas dois periódicos brasileros conseguiram fator de impacto maior do que 1,34 e portanto ficaram no nível B1 nesta área. Eles são a revista Clinics e o International Journal of Urology. A RBO estava classificada antes da indexação no ISI Web of Science/JCR® no nível B4 (nível correspondente a indexação de periódicos na base Scielo) e agora poderá subir de nível (caso os critérios se mantenham) para B2. Isto implica que se um autor pertencente a um programa de pós-graduação em oftalmologia enviar um trabalho e este for publicado na RBO, ele pontuará mais perante a Capes, o que contribui para aumentar o nível de qualidade de seu programa de pós-graduação perante esta instituição. Avaliações cujos resultados indiquem produção intelectual de nível alto favorecem a obtenção de recursos por parte de organizações de fomento a pesquisa seja para o curso ou para o pesquisador. JBO - Jornal Brasileiro de Oftalmologia 6 Filha da guerra fria, no Brasil, a internet começa em 1991 Priscila Sebba* Você checa seus e-mails todos os dias? Você lê jornal pela internet? Você “reencontrou” amigos de infância em redes sociais? Se a resposta for sim, então você está usufruindo das vantagens que a internet trouxe aos nossos dias para o uso pessoal. Mas você já se perguntou de onde veio esta ideia? De fato a rede interligada começou com aplicações de maior relevância, para fins estritamente militares. Por volta de 1960, na época da chamada guerra fria, a competição entre a então União Soviética e os Estados Unidos gerou uma corrida tecnológica e foram feitos investimentos astronômicos para “chegar na frente”. Como o governo dos Estados Unidos previa um ataque russo às suas bases militares, com o objetivo de coletar informações sigilosas de extrema importância, o que poderia fragilizá-lo e colocá-lo em desvantagem, foi criado um sistema de comunicação que permitia que a rede funcionasse mesmo com a destruição de uma ou mais máquinas. Assim, se o Pentágono fosse atingido as informações armazenadas não seriam perdidas. Desenvolvido em 1969, este sistema chamado ARPANet (Advanced Research Projects Agency Network), a princípio interligou universidades e instituições de pesquisa e militares. Neste começo, a internet possuía poucos recursos, mas foram sendo somados o e-mail, a transferência de arquivos (FTP) e o acesso de sessões de hosts e um simples serviço de chat. O ataque da União Soviética não chegou a acontecer, mas o Departamento de Defesa norte-americano dava início ao maior fenômeno midiático de todos os tempos. Em apenas quatro anos, atingiria cerca de 50 milhões de pessoas. Apenas para parâmetros de comparação, a eletricidade (1873), por exemplo, atingiu 50 milhões de usuários depois de 46 anos de existência. O telefone (1876) levou 35 anos para atingir esta mesma marca. O automóvel (1886), 55 anos. O forno de micro-ondas (1953), 30 anos. A televisão (1926), 26 anos. O rádio (1906), 22 anos. O microcomputador (1975), 16 anos. O celular (1983), 13 anos. Nesta época, o sistema ainda não tinha cunho comercial e foi somente na década de 80 que passou a ser utilizado o termo internet, cuja expansão se dá a partir da década de 90. Em 1991, portanto há apenas 20 anos, a Rede Nacional de Ensino e Pesquisas (RNP), criada em 1989 pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), com o objetivo de construir uma infraestrutura de rede internet nacional para a comunidade acadêmica, trouxe-a para o Brasil. Em 1992, o cientista inglês Tim Berners-Lee desenvolve a Word Wide Web, Rede de Alcance Mundial, chave de reconhecimento da internet, basicamente um meio de processar textos. E o número de servidores na rede atinge 1 milhão. Neste mesmo ano, as imagens começam a ser mais acessíveis, com a criação do Mosaic, o primeiro navegador da internet. Mas foi apenas em 1995 que o governo brasileiro resolveu fornecer conectividade a provedores de acesso comercial; conexões eram feitas junto à RNP e mais tarde com a Embratel. Nesta fase a internet cresceu e apareceu, houve uma contínua progressão desde então de enormes proporções, vários recursos foram sendo agregados, aumentando sua conectividade, rapidez, importância social e comercial. A “rede” controla e vê tudo. Se você está fora da rede, você está fora do mundo. O “mundo virtual “ mistura-se ao “mundo real “ e lhe é determinante. Para ter uma ideia da importância econômica atual da internet no Brasil, sites de comércio eletrônico foram acessados por 29,7 milhões de pessoas , dos quais 25,4 milhões navegaram em sites de varejo. Em 2010 existiam 43,3 milhões de usuários de internet ativos no país; um crescimento de 13,2 % em relação a outubro de 2009. O Brasil detém o quinto lugar no mundo, perdendo somente para China , Estados Unidos, Japão e Índia. A história de internet se mistura com os avanços tecnológicos, e se muitas pessoas afirmam conseguir viver sem ela, estão enganadas quanto à penetração deste sistema na sociedade civilizada atual. A internet é um avanço irreversível. A pergunta agora é até quando essa rede vai crescer? Quando vai surgir a necessidade de ser reinventada? Aprimorada? Será substituída? Mas isso já é outra história... *Membro da Comissão da Internet da SBO, médica oftalmologista especializada em retina Título; 9 Julho - Agosto - Setembro - Outubro - 2011 Importância dos consultórios para ensino de lentes de contato a residentes Tania Schaeffer* A Soblec tem por missão atuar no ensino médico de refratometria, córnea, e da adaptação de lentes de contato, capacitando um número crescente de médicos oftalmologistas para atender cada vez melhor todos os pacientes. Criar oportunidades em pesquisas e possibilitar o estudo minucioso de suas diversas áreas de atuação para melhorar as condições de saúde ocular da população brasileira também é objetivo da entidade. Coerente com esses princípios, há 40 anos a Soblec promove cursos e congressos, o que tornou o país um dos mais preparados para atender à saúde ocular da população de forma correta. Somos hoje mais de 5 mil sócios, oftalmologistas que praticam a adaptação de lentes de contato por todo o Brasil. No entanto, muito ainda precisa ser feito, principalmente a partir da legislação atual, respaldada pela Resolução nº 1.965/2011 do Conselho Federal de Medicina, que normatiza a questão das lentes de contato definindo claramente que a adaptação da lente de contato é um procedimento médico, integral e intransferível. A responsabilidade dos médicos oftalmologistas que prescrevem e adaptam lentes de contato é enorme, principalmente porque a legislação brasileira não contempla a definição correta da lente de contato como um insumo do trabalho médico e por isso ela é confundida com lentes de óculos por sua finalidade de correção ótica, menosprezando o fato de seu uma ortese em contato direto com o olho, o que traz implicações diretas de comprometimento da saúde ocular, quando sua adaptação não é submetida a critérios médicos de indicação. A Soblec entende que para conseguir resolver as dificuldades legislativas, as quais permitem a venda indiscriminada do insumo médico da lente de contato, temos que ocupar os espaços por meio do aprimoramento do trabalho médico da adaptação de lentes de contato e pela criação de uma cultura popular baseada no conhecimento verdadeiro dos benefícios e dos riscos de adaptação das lentes de contato. Atenta às necessidades de formação dos residentes, que não têm acesso a esse tipo de aprendizado, a Sociedade Brasileira de Lentes de Contato, Córnea e Refratometria, por meio do Instituto Soblec de Educação, criou um projeto que visa levar às 94 residências brasileiras, oficiais ou não, condições para o aprimoramento a curto, médio e longo prazo do ensino da Adaptação de Lentes de Contato. A criação dos Polos de Ensino do Instituto Soblec de Educação teve seu início em Belo Horizonte, no dia 21 de agosto passado, no Instituto Hilton Rocha, merecidamente, pois este projeto foi idealizado pelo colega Cléber Godinho e por isso leva seu nome. No dia 26 de agosto, foi inaugurado o projeto piloto na sede da SBO. Mais oito polos serão instalados em Florianópolis, Joinville, Londrina, São Paulo, Fortaleza, Natal e Goiânia. Estes pólos vão contar com um programa completo teórico e prático de formação em adaptação de lentes de contato, compreendendo, além do conhecimento em refratometria e córnea, um consultório de oftalmologia completo e equipado. Trabalho hercúleo, para o qual contamos com a contribuição de parceiros tradicionais da Soblec: J&J, B+L, Vision Care Ciba-Alcon, Mediphacos e Solotica Optolens, que suberam compreender a magnitude deste feito. *Presidente da Soblec gestão 2007-2009/ 2009-2011, vice-presidente na gestão 2011-2013 Oftalmologistas já atendem os pacientes da Uaderj O Projeto Oftalmologista Amigo do Jovem com Diabetes, iniciativa da União das Associações de Diabéticos do Estado do Rio de Janeiro (Uaderj), que conta com o apoio da SBO, já está agendando consultas com os oftalmologistas que se cadastraram para atender gratuitamente crianças, adolescentes e adultos jovens de baixa renda, portadores de Diabetes Mellitus. Cada oftalmologista atenderá até dois pacientes diabéticos por mês, depois de ser contado pela secretária da Uaderj, que funciona na Av. Nossa Senhora de Copacabana, 788/608 CEP 220551-001 (telefax: 2547-1577). O e-mail da entidade é [email protected] E o site www.unidospelacriancadiabetica.com.br www.uaderj.org Segundo a endocrinologista Solange Travassos, presidente da entidade, as consultas serão sempre agendadas através das associações de diabéticos. Não haverá procura espontânea do paciente no consultório do oftalmologista. Durante a consulta, o oftalmologista deverá preencher o formulário de avaliação, que será encaminhado ao consultório do especialista ou fornecido pelo paciente. Após o preenchimento, o formulário deverá ser enviado para a Uaderj por fax ou e-mail. JBO - Jornal Brasileiro de Oftalmologia 10 Propostas das operadoras Consultas Plano Coletivo Valores de consultas e honorários médicos variam por convênios A FeCooeso, através da Cooeso RJ, divulgou os últimos valores de consultas e honorários médicos, negociados pelo Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj), pela Sociedade Médica do Estado do Rio de Janeiro (Somerj) e pelas sociedades de especialização, junto às operadoras de planos de saúde. As reuniões, realizadas na sede do Cremerj contaram sempre com a presença de representantes da Sociedade Brasileira de Oftalmologia, Gilberto dos Passos e Sérgio Fernandes, também membros da Câmara Técnica de Oftalmologia. Segundo João Fernandes, assessor da FeCooeso e da Cooeso RJ, a oftalmologia é uma das especialidades com maior presença nas reuniões no Cremerj e também nas reuniões em nível nacional. A nova tabela atende a algumas das reivindicações encaminhadas em junho passado, entre as quais, a equiparação dos planos coletivos e individuais. O JBO publica ao lado para orientação dos associados, a tabela com os valores, que variam conforme a operadora: Consultas Plano Individual Honorários Médicos 2010 2011 2010 2011 2010 2011 80,00 pj = 44,00 80,00 pj = 60,00 80,00 pj = 44,00 80,00 pj = 60,00 Cbhpm - 15% 3ª Ed. Cbhpm -12,50% 57,00 62,00 57,00 62,00 Cbhpm +10% 4ª Ed. Cbhpm +15% 57,00 (5,26%) 60,00 57,00 (5,26%) 60,00 (4,55%) 0,44 0,46 Bradesco - 01/09/10-01/09/11 52,60 (5,62) 56,00 (6,46%) 49,50 (7,14) 56,00 (13,82%) Aumento de 5% valores anteriores Aumento de 5% valores anteriores honorários diferentes Golden Cross - 01/08/10-01/08/11 52,50 (5%) 55,70 (6%) 52,50 (5%) 55,70 (6%) 0,44 0,46 (4,55%) Sul América - 01/09/10-01/09/11 52,00 (5,69%) 54,00 (3,70%) 49,00 (6,52) 54,00 (9,25%) Aumento de 5% valores Anteriores Furnas 50,97 (7,75%) 57,23 (12,29%) 50,97 (7,75%) 57,23 (12,29%) CH = 0,46 4ª Ed. CBHPM 4ª Ed CBHPM Caixa Econômica Federal 01/09/10-01/08/11 47,00 (6,81%) 52,00 (9,61%) 47,00 (6,81%) 52,00 (9,61%) CBHPM -15% 3ª Ed. Cbhpm -12,50% Correios 47,00 (6,81%) 52,00 (9,61%) 47,00 (6,81%) 52,00 (9,61%) Cbhpm -15% 3ª Ed. CBHPM -12,50% 01/09/10-01/08/11 47,00 (6,81%) 52,00 (9,61%) 47,00 (6,81%) 52,00 (9,61%) CBHPM -15% 3ª Ed. CBHPM -12,50% BNDES-FAPES 01/09/10-01/08/11 47,00 52,00 (6,81%) 47,00 (9,61%) 52,00 (6,81%) BCbhpm -15% (9,61%) 3ª Ed. Cbhpm -12,50% Geap 01/08/11 44,00 44,00 50,00 Petrobras - 01/09/10-01/09/11 Unimed-Rio - 01/08/10-01/09/11 Amil - 01/08/10-01/09/11 Cassi 01/09/10-01/10/11 01/09/10-01/09/11 50,00 A partir de fev/2012 - 54,00 Assim 01/09/10-01/08/11 Medial Dix 01/09/10-01/09/11 01/09/10-01/09/11 Aumento de 7% Valores honorários diferentes (3ª Ed. Cbhpm -12,50%). 1,25 A partir de fev/2012 - 54,00 43,00 (7%) 50,00 (14%) 40,00 (7,25%) 50,00 (20%) 0,40 0,44 (11%) 45,40 50,00 (10,13%) 45,40 50,00 (10,13%) 0,32 0,36 (12,50%) 40,00 (13,8%) 50,00 (25%) 45,20 50,00 (10,61%) 0,44 0,46 (4,55%) Maio - Junho - 2011 11 JBO - Jornal Brasileiro de Oftalmologia 12 Consulta oftalmológica deve ser sempre obrigatória no exame médico para o trabalho Ruth Cytrnbaum Cwaigenberg* Da relação entre o trabalho e as doenças advindas ou agravadas por ele, surgiu a medicina do trabalho. Nesta especialidade, o médico trabalha junto ao engenheiro e o técnico na prevenção de acidentes e na saúde ocupacional obedecendo às normas regulamentadoras. A norma regulamentadora NR6 estabelece e normatiza o equipamento de proteção individual (EPI) para os olhos e a face em quatro tipos de óculos: a) óculos para proteção dos olhos contra impactos de partículas volantes; b) óculos para proteção dos olhos contra luminosidade intensa; c) óculos para proteção dos olhos contra radiação ultravioleta; d) óculos para proteção dos olhos contra radiação infravermelha. Todos sabemos que para quem possui uma refração da qual é dependente fica inviável o uso de óculos de proteção sem a devida correção óptica. Na prática, o trabalhador para não se esforçar e na impossibilidade de superpor os óculos de proteção individual aos óculos de uso cotidiano, ele opta em ficar somente com seus óculos, desprezando o EPI. Este fato, somado ao desconhecimento da refração atualizada e a falta de obrigatoriedade do exame oftalmológico rotineiro e periódico por lei, geram menor produtividade e aumentam o risco de acidentes no trabalho, além de acarretarem despesas com processos jurídicos cíveis, trabalhistas e previdenciários. Partindo desta premissa, decidi rever 217 casos de processos judiciais em oftalmologia, em vara acidentária, nos quais participei como perita do juízo. Destes, apenas uma insignificante minoria (8 casos) foram relevantes. Tirando uma conclusão apressada pode parecer que são todos “espertos”. Porém, em uma análise mais criteriosa todos haviam se acidentado no trabalho várias vezes, porém, as lesões como nubéculas não causaram a baixa acuidade visual e sim os vícios de refração não corrigidos. Foram então induzidos a erro de interpretação de causa x efeito. O objetivo deste artigo é chamar a atenção para este problema junto à classe oftalmológica e as nossas sociedades de especialidades e sub para cobrarmos a in- clusão da obrigatoriedade do exame oftalmológico do trabalhador anualmente no exame médico. Este exame deverá ser realizado por oftalmologista. Nós oftalmologistas devemos selecionar o tipo de armação que possa conter a refração devida e a filtração e coloração necessárias a cada tipo de ocupação. Com esta nova conduta ganharão as empresas funcionários mais eficientes, menos acidentes e menos processos. O trabalhador sofreria menos acidentes e aumentaria a sua eficácia diminuindo o seu esforço visual.E a classe oftalmológica teria mais um nicho de trabalho, ampliando a sua atuação na prevenção de doenças oculares, até mesmo a cegueira. Os tribunais reduziriam o número de processos e a máquina pública judiciária e previdenciária seriam menos utilizadas reduzindo os gastos públicos. *Sócia da SBO, membro fundador do Instituto Brasileira dos Médicos Péritos Judiciais (Ibramep) e associada a Sociedade Brasileira de Péritos Médicos Cremerj promove em 5/11 último Fórum de Oftalmologia de 2011 A Câmara Técnica de Oftalmologia do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj), que tem como responsável o conselheiro Sérgio Fernandes e como coordenador Marco Antônio Alves, encerra no próximo dia 5 de novembro sua programação de 2011. Durante todo o ano foram realizados diversos encontros, sempre sob a denominação Dúvidas e Controvérsias em Oftalmologia, como o sobre neuro-oftalmologia. O último Fórum da Câmara Técnica de Oftalmologia do Cremerj tem a colaboração de seis residentes dos Serviços de Oftalmologia do Instituto Benjamin Constant, Hospital Federal de Bonsucesso, Santa Casa da Misericórdia, Oculistas Associados, Hospital da Piedade e Hospital dos Servidores do Estado, respectivamente Bernardo Teixeira Lopes, Hellen Ramos Silva, James Valeixo, Natalia Perim, Paschoal Josias de Oliveira Junior e Pedro Alves Lopes da Motta. Cremerj Celso Marra, Raul Vianna, Mário Monteiro (SP), Sérgio Fernandes, Samuel Cukierman, Gilberto dos Passos, Paiva Gonçalves e Kássie Cagrim no Fórum sobre Neuro-Oftalmologia 13 Julho - Agosto - Setembro - Outubro - 2011 Ensino de lentes de contato na SBO Curso de lentes de contato Soblec/SBO para residentes prevê aulas práticas e teóricas o dia 26 de agosto foi inaugurado na sede da SBO o consultório para o ensino de lentes de contato a residentes de oftalmologia, projeto em parceria com a Soblec. Idealizado por Cléber Godinho, através do Instituto Soblec de Educação, o consultório deve começar a funcionar no início de 2012. Durante a inauguração, o presidente da SBO, Aderbal Alves Jr., destacou a importância da iniciativa, que beneficiará todos os residentes da especialidade, já que os Serviços de Oftalmologia não oferecem condições para a prática da prescrição e adaptação de lentes de contato. Ele também ressaltou a importância da iniciativa por propiciar a valorização da refração. Corroborando as declarações de Aderbal Alves Jr., o presidente da Soblec, para 20112013, César Lipener, acrescentou em seu discurso que, embora parte importante da refração, as lentes de contato são ignoradas pela maioria dos residentes, mais preocupados em dominar técnicas cirúrgicas. “Eles só começam a valorizar a refração cinco a dez anos após o término da residência”. Presidente da Sociedade Brasileira de Fotos Alex Marques N Cléber Godinho, idealizador do projeto, Aderbal de Albuquerque Alves, César Lipener, Tania Shaefer, Aderbal Alves Jr.,Juliana Bohn Alves e Ubirajara Moulin no laboratório de lentes de contato da SBO Lentes de Contato, Córnea e Refratometria de 2007 a 2009 e de 2009 a 2011, Tania Schaefer traçou um breve histórico dos 40 anos da entidade, lembrando a importância de cada gestor desde sua fundação. Ela confirmou que, além do projeto piloto na sede da SBO, mais sete pólos serão instalados em Antes de de detalhar o Polo de Ensino do Instituto Soblec de Educação e falar sobre a parceria com a SBO, Tania Shaefer homenageou todos os ex-presidentes da entidade que presidiu durante quatro anos Florianópolis, Joinville, Londrina, São Paulo, Fortaleza, Natal e Goiânia. O objetivo é atender aos 94 Serviços de Oftalmologia existentes no país. A inauguração do Polo de Ensino do Instituto Soblec de Educação na SBO contou com a presença de inúmeros oftalmolo- Novos Serviços participam das Sessões Extraordinárias Fotos Marcelo Ambe Realizadas sempre na última quintafeira do mês, no auditório da SBO, as Sessões Extraordinárias têm estado mais concorridas com a participação de novoss Serviços de Oftalmologia e clínicas, como o do Hospital da PM em Niterói, Hospital Naval Marcílio Dias, Hospital de Olhos Santa Beatriz e MP Oftalmologia, de Miguel Ângelo Padilha. Da 3ª Sessão Extraordinária, no dia 26 de maio, participaram o Hospital de Ipanema, o Centro de Estudos e Pesquisas Oculistas Associados (Cepoa) e o Hospital da PM em Niterói. Jaqueline Provenzano do Cepoa, Eduardo Laboissière, do Hospital de Ipanema, e João Império Meyrelles, do Hospital da PM de Niterói prestigiaram o evento. Foram apresentados os seguintes Temas Livres: Retinopatia Serosa CentralElohim Nogueira (Hospital de Ipanema), Crosslink: Solução para Ceratocone?Fernando Luiz Medeiros (Cepoa) e Retinopatia Hipertensiva- Rafael Marinho (HPM-Niterói). Casos Clínicos: Glaucoma Neovascular- Vivian Laboissière (Hospital de Ipanema), Tumores Metastáticos: Órbita e Intraocular- Renata Valdetaro (Cepoa) e Osteoma de Coróide- Paula Marco de Souza Ferraz (HPM-Niterói). No dia 28 de julho, a 4ª Sessão Extraordinária reuniu os Serviços de Oftalmologia do Hospital Municipal da Piedade (HMP), Hospital Naval Marcílio Dias (HNMD) e Hospital de Olhos Santa Beatriz (HOSB), chefiados por Sérgio Meirelles, Renato Souza Cruz e Bruno Novaes, respectivamente. Os Temas Livres versaram sobre Oclusão Combinada de Artéria e Veia Central da Retina Secundária e Uso de Anfetaminas- Armando Magalhães (HOSB), Conduta em Paciente com Ângulo Oclusível- Sérgio Meirelles (HMP), e Degeneração Macular Relacionada à Idade e Uso de Lucentis-Nadyr Damasceno. Jacqueline Provenzano do Cepoa com Augusto Duarte antes do início da 3ª Sessão Extraordinária da SBO Depois da apresentação do Serviço do HMP, foto reunindo professores e residentes com o ex-chefe,Yoshifumi Yamane Apresentação de Miguel Ângelo Padilha, cujo Serviço estreou este ano na programação das Sessões Extraordinárias Oswaldo Ferreira Moura Brasil, Maria Vitória Moura Brasil, Oswaldo Moura Brasil e, na segunda fila, Paulo Nakamura, do Ibol Casos Clínicos: Oclusão de Veia Central da Retina Secundária à Doença de CoatsJosé Carlos Pires (HOSB), Glaucoma Cortisônico Infantil- Eduardo Buscacio (HMP) e Hipóteses Diagnósticas-Soraya Horowitz (HNMD). A 5ª Sessão Extraordinária, realizada no dia 25 de agosto de 2011, reuniu os Serviços de Oftalmologia MP Oftalmo (MPO), Instituto Brasileiro de Oftalmologia (Ibol) e Hospital Miguel Couto, chefiados por Miguel Ângelo Padilha, Oswaldo Moura Brasil e Sansão Kac. Miguel Ângelo Padilha apresentou o primeiro Tema Livre- Complicações em Cirurgia de Catarata. A seguir Letícia Rielo de Moura (Ibol) e Marcelo Jarczun Kac (HMC) abordaram: Conduta Atual nos Melanomas de Coróide e Tonometria de Contorno Dinâmico: Princípios, Vantagens e Desvantagens. Casos clínicos: Glaucoma em alto hipermétrope- Diogo Lucena (MPO), Retina- André Soares Maia (Ibol) e GlaucomaGustavo Matias Hüning (HMC). gistas, além da diretoria das duas sociedades. Ex-presidente da SBO, autor do livro referência sobre refração, Aderbal de Albuquerque Alves foi um dos que estiveram presentes, assim como A. Duarte, sempre convidado a falar sobre o tema em congressos e simpósios. SBO promove Curso de Pesquisa Clínica No dia 6 de agosto, a Sociedade Brasileira de Oftalmologia promoveu o Curso de Pesquisa Clínica, com isenção de taxa de inscrição para os sócios quites com a anuidade de 2011. Coordenado pelo presidente Aderbal Alves Jr. e por Mário Motta e Ricardo Japiassú, o curso contou com palestra do consultor científico da Novartis, Rogério Furquim Mauad. Foram abordados os seguintes tópicos: O que é pesquisa clínica, condução dos estudos clínicos, termo de consentimento informado, fármaco vigilância, orçamento, como propor um estudo clínico. Nova seção no site da Sociedade Os sócios da SBO já podem anunciar oportunidades de trabalho, aprendizado e pesquisa no link Banco de Oportunidades, na área do médico do site (www.sboportal.org.br). Os interessados podem entrar em contato pelo e-mail [email protected] Todas as informações divulgadas nesta área são de responsabilidade exclusiva do sócio interessado em postar as informações. JBO - Jornal Brasileiro de Oftalmologia 14 Oftalmologia brasileira festeja centenário de Hilton Rocha SBO cede fotos raras de seu arquivo iconográfico para livro a ser lançado em 2012 Eventos em todo o Brasil celebram desde o início do ano o centenário de nascimento do criador do primeiro curso de doutorado em oftalmologia do Brasil, cujo legado extrapola sua terra natal, Minas Gerais. Em Belo Horizonte, onde desenvolveu sua vida profissional, no dia 13 de dezembro às 20 horas, na Associação Médica de Minas Gerais, haverá a solenidade comemorativa oficial. Nicomedes Ferreira, que manteve ao longo de sua vida profícua relação profissional e de ensino com o prof. Hilton Rocha, é o coordenador das comemorações, que se estenderão até 2012, com o lançamento de um livro. Fotos de arquivo pessoal Nicomedes Ferreira A foto clássica do prof. Hilton Rocha, com a beca da Academia de Medicina de Minas Gerais Prof. Hilton Rocha, Nicomedes Ferreira (terno claro), Henderson Almeida e sua esposa, Maria Helena, em 1970, nas comemorações dos 50 anos de fundação do Hospital São Geraldo ascido em Cambuquira, sul de Mi nas, Hilton Rocha completaria 100 anos no próximo dia 23 de dezembro. Graduado em Medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais aos 22 anos, desde cedo se destacou pelo trabalho em prol dos mais humildes, destituídos de recursos para um bom atendimento oftalmológico. Essas atividades culminaram com a criação da fundação que leva seu nome. Hilton Rocha, que morreu em 23 de maio de 1993, aos 81 anos, teve também importante atuação no ensino da especialidade: criou a primeira residência médica em oftalmologia de Minas Gerais (1959) e o primeiro curso de doutorado em oftalmologia do Brasil (1970). Oftalmologista pioneiro na realização de transplantes de córnea, contribuiu para que a especialidade no Brasil atingisse nível internacional. Para comemorar o centenário de nascimento do prof. Hilton Rocha várias homenagens estão programadas para este final de ano, estendendo-se até 2012, quando será lançado um livro com quatro seções: uma de depoimentos de colegas oftalmologistas, a N segunda, de artigos e discursos das diversas entidades médicas das qual participou ativamente, a terceira sobre Hilton Rocha e a Sociedade Brasileira de Oftalmologia, com a colaboração de João Diniz, e a quarta seção trará seus discursos preferidos, uma síntese de seus pensamentos e sua filosofia da medicina, da oftalmologia e de vida. “Espero concretizar o sonho do livro em homenagem àquele a quem devo minha formação Moral, Cidadã, Médica e Oftalmológica” explica Nicomedes Ferreira, coordenador das comemorações do centenário, escolhido por sua longa relação profissional e de ensino com o prof. Hilton Rocha. Segundo Nicomedes Ferreira, seu primeiro contato com o professor foi de aluno de graduação. Suas fantásticas aulas deixavam saudades em todos os acadêmicos e delas nunca esqueceu. Terminado o curso de graduação em 1962, Nicomedes foi ser no mesmo ano assistente do prof. Nello de Moura Rangel, na cadeira de Histologia e Embriologia da Faculdade de Medicina da UFMG. Da esquerda para a direita, na fila do refeitório do Hospital São Geraldo, Márcio Guimarães (BH), Evaristo Nardelli (Goiânia), Nicomedes Ferreira, e Dirceu Chamone (BH) -Em 1968, extinta a cátedra, com o que nunca me conformei, tive de procurar outro caminho na medicina. Sabia apenas dar aula, ainda não tinha clinicado e agora o que fazer? Procurei então o prof. Hilton, que me recebeu de braços abertos, pedindo a ele o ingresso no curso de pós-graduação. Ele, rigoroso nos ditames do ensino, me disse que aceitaria com todo o prazer e agrado se eu passasse no concurso de residência. Lá fui eu estudar as cadeiras básicas, após oito anos de formado, para tentar ser aceito na oftalmologia. Tirei o último lugar no concurso, mas tirei o 1º ao final de dois anos de pós-graduação, quando fui orador e saudei o nosso paraninfo, o grande prof. Luiz Eurico Ferreira, em março de 1971. Destacando o amor do prof. Hilton Rocha pela Sociedade Brasileira de Oftalmologia e pelo Jornal Brasileiro de Oftalmologia, Nicomedes Ferreira informou que as comemorações reúnem cinco entidades: Academia Mineira de Medicina, onde o homenageado ocupava cadeira de membro fundador e foi orador oficial durante anos; Faculdade de Medicina da UFMG, onde foi catedrático de 1942 a 1981; Associação Médica de Brasileira, que presidiu; Associação Médica de Minas Gerais, da qual foi duas vezes presidente; e Fundação Hilton Rocha, a menina dos seus olhos. No dia 13 de dezembro, Dia de Santa Luzia, protetora dos olhos, de quem o prof. Hilton Rocha era devoto, haverá solenidade comemorativa na Associação Médica de Minas Gerais, às 20 horas, seguido de um coquetel. Cinco oradores, cada um dispondo de 15 minutos, falarão na ocasião: Ricardo Rocha, oftalmologista, filho do prof. Hilton, em nome da família; prof. Nassim Calixto, pelo Hospital São Geraldo, abordará as atividades da residência e do curso de pós-graduação; Elisabeto Ribeiro Gonçalves representará a Fundação Hilton Rocha; prof. João Amilcar Salgado, da Associação Médica de Minas Gerais, discursará pela Faculdade de Medicina e pelo Centro de Memória da UFMG. Encerrando as palestras, Nicomedes Ferreira, representando a Academia Mineira de Medicina. 15 Julho - Agosto - Setembro - Outubro - 2011 Abhay Vasavada, Medalha Binkorst no congresso da ASCRS Referência mundial em catarata pediátrica, Abhay sonha em implementar as pesquisas sobre catarata Dr. Abhay R. Vasavada é um dos maiores nomes da oftalmologia da atualidade. Em sua instituição em Ahmedabad, Índia, desenvolve trabalho de repercussão internacional em várias áreas de nossa especialidade. Tem participação garantida, como convidado especial, nos mais importantes congressos internacionais de oftalmologia, onde tem recebido inúmeJBO- You recently won the distinguished and covered Binkhorst Medal in the last ASCRS meeting in San Diego, USA. What this represents in your internationally acclaimed caAbhay R. Vasavada* reer? Abhay R. Vasavada - To receive Binkhorst Gold Medal was like a dream to me. I never had imagined myself as a recipient of this honour. In my career, this is the ultimate recognition I could receive. But, this has made me more conscious of my responsabilities as an educator, academician and clinician. It has become a stimulus for me to develop / evolve myself as a better human being. It has made me more determined to share my knowledge, skill and wisdom. JBO-Before receiving the Binkhorst Medal you delivered an extraordinary lecture on Pediatric Cataract. Could you please, highlight the most important points regarding the management of pediatric cataract, like : minimum age for surgery (unilateral and bilateral); technique of cataract removal; handling the posterior capsule; age limit for IOL implantation; type of IOL; postoperative control etc. AV- Pediatric cataract is the most common cause of treatable childhood blindness, accounting for 5–20% of blindness in children worldwide. Pediatric cataract surgery is a complex issue best left to surgeons that are familiar with its long-term complications and lengthy follow-up. Treatment is often difficult and tedious and requires a dedicated team effort, the most important members being parents. The timing of treatment is crucial to the visual development and successful rehabilitation of children. Managing pediatric cataract poses important problems related to technical aspects of surgery, changing refraction and functional outcome. However, with refinements in surgical techniques, improvisation in quality and designs of intraocular lenses (IOLs) as well as amblyopia regimes, both technical and functional outcomes of pediatric cataract surgery are improving. We follow a model for pediatric cataract management that has withstood the test of time in our experience. Teamwork: First and foremost, it is imperative to realize that the surgeon alone does not suffice. Building a team that can deal with all the aspects of pediatric cataract management is very essential. Here, the role of a dedicated pediatric co-ordinator cannot be overemphasized. They are a vital link in maintaining communication with the parents. And of course, parents play a very crucial role in the ultimate outcome. Timing of surgery: The key question is, exactly when is the surgery safe to undertake? Operating a unilateral cataract at 4 weeks & a bilateral cataract at 6 weeks can be considered optimal. Special considerations in pediatric cataract surgery: The surgeon should strictly adhere to the principles of the closed chamber tech- nique, such as valvular incision, injection of viscoelastic before removing any instrument from the eye, bimanual irrigation–aspiration and two-port anterior vitrectomy. Anterior capsule management: The anterior capsule in children is very elastic, and therefore it may be difficult to perform a controlled manual continuous curvilinear capsulorhexis (CCC). However, it remains a gold standard for resistance to tearing and should be accomplished whenever possible. The shape, size and edge integrity of anterior capsulotomy are very important for longterm centration of the IOL High-viscosity viscoelastic agents and trypan blue dye are useful adjuncts in pediatric surgery. Lens material is removed with bimanual irrigation / aspiration using modest vacuum, aspiration flow rate and bottle height. Management of the posterior capsule and anterior vitreous face: The most frequent and significant problem following pediatric cataract surgery is Visual Axis Obscuration (VAO). Maintenance of a clear visual axis remains a high priority when planning management of the posterior capsule in the amblyogenic age range. An important question that remains is when should the posterior capsule be left intact? The consensus is to perform posterior continuous curvilinear capsulorhexis (PCCC) with anterior vitrectomy in children under 6–7 years or in children who have poor cooperation for probable Nd:YAG capsulotomy. PCCC without anterior vitrectomy was found to be a preferred approach in children above 7 years or for those who cooperate for Nd:YAG laser capsulotomy at a later time. Like ACCC, manual PCCC remains a gold standard for performing posterior capsulotomy. The common practice is to carry out posterior capsulotomy before IOL implantation if the limbal approach is used. If the pars plana approach is used, however, posterior capsulotomy and vitrectomy should be performed after IOL implantation. Limited anterior vitrectomy has also become an integral part of our surgical protocol in younger children. The use of triamcinolone has helped us ensure the adequacy of vitrectomy. Limbal or pars plana approach maybe preferred for vitrectomy. Intraocular Lens (IOL) implantation: Providing a stable & child friendly optical correction is a very important aspect of the visual rehabilitation. While aphakic glasses are a consideration in bilateral cataracts, they are extremely cumbersome and provide a compromised vision. Contact lens use is an expensive option and often impractical, in many parts of the world. It is also largely dependent on the parents’ compliance. In my experience, IOL implantation remains the best option for achieving an optimal visual performance in children. Primary IOL implantation has become a preferred approach in children above 2 years. However, IOL implantation is still questioned in children under 2 years as these eyes are most susceptible to intense PCO and excessive uveal inflammation. To answer this question, at our centre we conducted a prospective randomized controlled trial on children below 2 years of ras distinções. No último congresso da ASCRS, em San Diego, por exemplo, recebeu a prestigiosa Medalha Binkhorst após proferir palestra magna sobre catarata pediátrica, área na qual é referência mundial. Com sua tradicional serenidade e gentileza atendeu prontamente ao nosso convite para participar do International Corner desta edição. age. 30 children with bilateral cataracts, received primary IOL implantation while 30 were left aphakic. In the aphakic group, patients were given glasses or contact lens. All the 120 eyes were followed up for 4 years postoperatively. Visual axis obscuration was comparable in both the groups. But, we found that secondary glaucoma was more common in the aphakic eyes. Visual performance of the pseudophakic eyes, depicted in LogMAR here, was significantly better than that of the aphakic eyes. IOL fixation, material and size are important determinants of immediate and long-term outcome. In-the-bag fixation is the most preferred site of IOL implantation. Presently, pediatric cataract surgeons worldwide favor the use of hydrophobic acrylic IOL material. With the hydrophobic acrylic material, PCO sets in at a later stage and the visual axis obscuration produced is less severe and therefore it is less amblyogenic. Postoperative follow-up: Since the whole idea is to provide a good visual stimulus, there needs to be a standardized follow-up protocol at regular intervals. Examination Under Anesthesia (EUA) remains the mainstay. It enables a battery of evaluations at each visit, including detailed anterior and posterior segment evaluation, intraocular pressure measurement, measuring biometric parameters of the eye – axial length, corneal diameter, keratometry, performing gonioscopy and ultrasound biomicroscopy (UBM). The purpose is to identify every potential problem so that we can tackle it well in time & appropriately. However, these patients often come from lower socioeconomic strata and cannot come for repeated follow-ups. In our setup, we offer subsidized surgeries and sometimes even provide financial aid for travel so that parents keep bringing their children for regular examinations. We have also set up a culture, where the pediatric co-ordinator would periodically call to make sure that our advised therapy was properly followed and when they come to our clinic, each child receives gifts. JBO - Could you please let us know something about your institution in Ahmedabad, India, your research projects and your thoughts about the surgical correction of presbyopia. AV - I am currently the director of Raghudeep Eye Clinic (REC) and Iladevi Cataract and IOL Research Centre (ICIRC). In 1984, I started my practice as a small private clinic, Raghudeep Eye Clinic, in Ahmedabad, India. As I took up cataract as a subspeciality, Raghudeep Eye Clinic became well-known as a Cataract Speciality Centre where we dealt with all types of cataracts in both adults and children. We also became a tertiary referral centre for pediatric cataracts all over India. Over the years we have also added Glaucoma and Cornea Management to our armamentarium. Presently, Raghudeep Eye Clinic is a 100-strong organization that is recognized as an eyecare centre of international standards. Our mission is to provide state - of - the- art eye care to the society and contribute to scientific advances in ophthalmology by sharing clinical knowledge and experience. A dedicated team of ophthalmologists, anesthetists, scientists and paramedics are committed towards the progress of the institute. I also started a Phacoemulsification Training Program in 1989. At Raghudeep Eye Clinic, we have trained over 100 ophthalmologists in India and around 50 ophthalmologists from various countries, including, USA, Switzerland, Indonesia, Macedonia, Bangladesh, Nepal, Pakistan, China. I established the Iladevi Cataract & IOL Research Centre (ICIRC) in 1991. This center is dedicated to basic and clinical research related to various aspects of the lens and other common eye diseases. We have more than 130 publications in peer-reviewed journals. ICIRC is recognized by the Department of Science and Technology, Government of India. ICIRC is uniquely positioned as a research facility. Being associated with a flourishing ophthalmic practice there is a constant source of patients for various research problems / issues. This provides an unparalleled advantage to conduct both clinical and basic research simultaneously. Various research projects have been carried out in collaboration with Indian agencies ( like the Department of Science and Technology- Govt of India, Indian Council of Medical Research, Centre for Cellular and Molecular Biology, Indian Institute of Management) as well as International Agencies ( like Creighton University, Omaha, USA, University of East Anglia, UK, Uleval University Hospital, Norway, ASCRS Foundation, USA). In India, research is relatively poorly supported. Therefore I have been supporting and expanding research by a private initiative. Ultimately, my dream is to create and leave behind a world class, state-of-the-art research facility for the society. JBO-How about pastimes ? AV-I like being outdoors with nature. I go out walking in the countryside. Often I join friends for trekking or trip to mountains. When indoors I watch cricket (a sport somewhat similar to baseball) or listen to Indian music. I also like being in water and love snorkeling. JBO - You have been to Brazil a couple of times. What were your impressions? AV - I have been to Brazil 3 times and would like coming back to this beautiful country. There is so much to explore in Brazil. Nature is very generous there and I have enjoyed quite a few spots. But probably the most likeable are the people of Brazil and the friends I have made. The hospitality and friendship have been outstanding. I thoroughly enjoy the food and the dance parties as well! *Primeiro oftalmologista indiano a se declarar especialista em catarata, dirige o Raghudeep Eye Clinic, em Ahmedabad, Índia, onde desenvolve pesquisas com o objetivo de estabelecer um mapa genético, que permita estabelecer um perfil dos pacientes com catarata precoce. 16 JBO - Jornal Brasileiro de Oftalmologia A longa jornada para abraçar a oftalmologia Distância dos grandes centros, oposição familiar ou masculina não foram empecilhos profissionais Com a publicação de mais três depoimentos, desta vez de médicas que tiveram de vencer barreiras geográficas, familiares e culturais, o JBO encerra a série que homenageia a ascensão feminina na especialidade, iniciada praticamente na década de 60. Luciene Barbosa de Sousa (SP), cujo “vício” é a Unifesp, onde atualmente é professora afiliada; Liane Rezende (RJ), que só pode estudar medicina 14 anos depois de terminar o curso médio; e Maria de Nazareth Jateni, de Belém, radicada há 20 anos no Rio, residente do prof. Hilton Rocha, no Hospital São Geraldo (MG), dão um pouco da dimensão da longa jornada percorrida por cada uma. Criada para ser dona de casa, mãe de família, boa esposa, Luciene Barbosa de Sousa saiu de Goiás para se realizar em São Paulo, onde encontrou sua família: a oftalmologia. Liane Rezende teve em Joviano de Rezende o apoio que sua família negara por não achar a medicina “uma carreira para mulher”. E Maria de Nazareth Jateni, prima do cirurgião Adib Jatene, contou com o apoio da família para estudar medicina, mas viveu a experiência de recém-formada sair de sua cidade natal em 1964 para fazer residência em Belo Horizonte, numa turma da qual era a única mulher. Única mulher no meio de 11 residentes: “todos gente fina, mas muuuuito machistas!!!” A oposição da família adiou o sonho de estudar medicina por 14 anos Fotos de Arquivo Pessoal Meu nome é Luciene Barbosa de Sousa, sou médica formada em 1987 pela Universidade Federal de Goiás, com especialidade em oftalmologia pela Universidade Federal de São Paulo- Escola Paulista de Medicina. Fiz meu mestrado e doutorado pela Luciene Barbosa de Sousa mesma Universidade e atualmente sou professora afiliada da Unifesp, professora da pós-graduação no Departamento de Oftalmologia da mesma Universidade; presidente internacional e do escritório Brasil da Associação Pan-Americana de Banco de Olhos ; coordenadora de Ensino do Banco de Olhos de Sorocaba e diretora médica do mesmo banco de olhos. Para uma mulher que saiu do interior do país para fazer uma especialização em São Paulo, acho que consegui bastante!!! Mas não pensem que foi fácil! Ninguém me influenciou para escolher a área médica. Minha mãe é advogada e meu pai, engenheiro. Tenho médicos na família, mas foi por gostar de ajudar, de tratar, de tirar o sofrimento, foi que resolvi ser médica. Durante o curso de medicina, somente duas áreas me encantavam: oftalmologia e ginecologia. Buscando uma qualidade de vida melhor, com mais tempo para família, optei pela oftalmologia: doce ilusão!!! Hoje tenho menos tempo do que meus amigos ginecologistas! Mas não consigo me ver fazendo outra coisa na vida! Eu vivo, respiro oftalmologia. Tenho imenso prazer em atender o paciente, ensinar o residente e estagi- ário. A oftalmologia é uma especialidade perfeita: seja clínico e/ou cirúrgico, rica em tecnologia e o mais encantador, é caracterizada por detalhes, exige muita atenção às pequenas coisas. No início da residência os primeiros desafios: decidir se iria ficar na Unicamp ou na Unifesp. Estava no ônibus, voltando para o hotel em Campinas, quando decidi que iria ficar na Unifesp, apesar do risco de perder a vaga se não conseguisse manter média 7 no curso básico. Me conscientizei que o que estava me mantendo na Unicamp era o medo de não conseguir nota! Venci este medo! Era a única mulher em uma turma de 11 residentes!!! Todos gente fina, mas muuuuito machistas!!! Era uma luta para conseguir fazer cirurgias. Mas como sempre fui teimosa, terminei o curso e estou lá até hoje! Depois veio o mestrado e doutorado, com um fellow nos EUA, em 1994.. Outra nova experiência para a goiana do Césio!! A Unifesp é um vício quase tão importante como a oftalmologia. Nunca consegui sair d a academia e isso fez com que eu fosse convidada a coordenar o serviço de residência do Hospital Oftalmológico de Sorocaba. Concorri com um colega do sexo masculino e venci! Consegui outro desafio: montar um serviço de excelência em ensino e assistência oftalmológica. Ser mulher me ajudou??? Na realidade acho que sim! Fui criada para ser dona de casa, mãe de família, boa esposa, mas sempre com a orientação que precisava saber para cobrar, deveria ser humilde, sempre respeitar o outro, ser resignada mas não acomodada, ou seja, ser uma mulher forte! E acho que isso fez com que eu conseguisse enfrentar todos os obstáculos ! Não tenho filhos e acho que é por isso que vivo a oftalmologia tão intensamente. Meus hobbys, pois os tenho apesar da paixão pela oftalmologia, são a leitura e cinema, depois de me divertir com meus sobrinhos. Como faço parte de um grupo que está começando a se aposentar, creio que este depoimento tem um pouco de História. Quando terminei o curso científico (era o nome na época do 2° grau voltado para a área da saúde e ciência) desejava fazer medicina, mas a famíLiane Rezende lia se opôs porque não “era carreira para mulher”. Somente os homens eram considerados “confiáveis” para tal mister. Quando Joviano Rezende, que já era meu oftalmologista desde os meus seis anos de idade, tornou-se a pessoa mais importante na minha vida e estimulou-me a estudar para o vestibular, eram passados 14 anos desde a minha saída do colégio. E foi muito duro voltar a estudar tantas matérias, mas a minha decisão estava tomada e, assim, aos 30 anos, iniciei minha vida acadêmica. Quando terminei a faculdade de medicina, sou da primeira turma da Souza Marques, quase metade do corpo discente era constituída de moças, mas apenas eu e um outro colega, radicado em Mato Grosso, optamos por oftalmologia. Escolher oftalmologia foi fácil, apesar de gosta muito de cardiologia, neuro e nefrologia. Retina foi a especialidade que me atraiu ainda que fosse considerada o “patinho feio”, pois os resultados nas décadas de 1960 e 1970 eram muito discretos e sofridos tanto para o paciente, quanto para o médico. Credito minha escolha ao desafio que a especialidade apresenta- va, sobretudo há 40 anos, quando eram poucos os meios semiológicos e terapêuticos disponíveis nesta área. No entanto, meu interesse e a correlação clínica com o paciente me ofereciam um campo amplo e intrigante. Não houve uma reação discriminatória com a minha atuação, mas provavelmente era observada com certa surpresa, uma vez que naquela época, era a única mulher operando descolamento de retina, utilizando o antigo fotocoagulador de xenônio e depois o laser de argônio. Revendo os programas dos congressos não me recordo de outra mulher oftalmologista que fizesse incursões nessas áreas. Parece que fui precursora. Atualmente, a oftalmologia é muito procurada pelas mulheres e nos congressos da Sociedade Brasileira de Retina e Vítreo encontro um número bastante elevado de colegas atuando ou desejando se especializar nesta área. Tenho um carinho especial pela Sociedade Brasileira de Retina e Vítreo. Participei com Joviano na formulação das bases da entidade e quanto à Sociedade Brasileira de Oftalmologia, considero minha segunda casa. Comecei a frequentá-la antes de formada, ainda na sede da Rua México, assistindo sessões científicas, consultando a biblioteca, acompanhando as diretorias e os acontecimentos que marcaram a evolução da especialidade, inclusive com a visita de ilustres professores europeus e norteamericanos. A comunicação com os serviços de outros países era lenta, dependia de viagens nossas ou deles até nós, pois a internet, e-mails e Facebook eram desconhecidos. Hoje em dia a facilidade de aprendizado é extraordinária e a nossa oftalmologia, apesar de todos os percalços que enfrentamos em décadas anteriores, nunca ficou aquém da internacional. Tenho uma enorme alegria pela oportunidade de ter vivido todas essas fases da evolução da nossa especialidade. A influência do prof. Hilton Rocha foi decisiva para a vida profissional Nascida e criada em Belém (PA), filha de comerciante atacadista, com negócios no interior do estado, nada na família levava a supor que eu e uma das minhas irmãs seríamos médicas. Mas todos meus irmãos se formaram e meus pais sempre nos esMaria de Nazareth Jateni timularam nos estudos, a ponto da minha mãe ficar morando mais tempo em Belém para nos acompanhar. Fiz o curso primário, ginasial e científico no Colégio Moderno, instituição laica modelo no Estado, onde fui colega e amiga de infância da irmã do Dr. Joaquim Marinho de Queiroz que, na época em que terminei a faculdade, era assistente do prof. Hilton Rocha e, nas suas idas a Belém, por sermos de famílias amigas, influen- ciou-me a olhar para a oftalmologia, como possível especialidade médica a seguir,e até hoje um amigo muito querido!. Assim, tão logo terminei a Faculdade de Medicina e Cirurgia da Universidade Federal do Pará, candidatei-me a uma vaga para residência em oftalmologia na Universidade Federal de Minas Gerais, Hospital São Geraldo, Serviço do Prof. Hilton Rocha, onde fiquei dois anos e meio. Era a única residente mulher. Minha turma contava com os Drs Eduardo Menezes, Lúcio de Almeida ,além dos Seniors, Drs. Mário Antônio Martins, João Eugenio Gonçalves de Medeiros, Arthur Brêda e Emyr Soares. Foi um período maravilhoso, deixei Belo Horizonte chorando. Nunca vou esquecer a imagem do prof. Hilton Rocha e de todos os amigos e colegas do São Geraldo, acenando para mim no aeroporto!. Retornando a Belém em 1964, trabalhei com o Dr. Mário Antônio Martins, também ex-residente do Hospital São Geraldo. E em 1967 fundamos, juntamente com o Dr. Aracy Barreto, catedrático de oftalmologia da Universidade Federal do Pará, e um grupo de otorrinolaringologistas, a Casa de Saúde Santa Lúcia. Nesta época e durante muito tempo da minha vida profissional toda a clínica era constituída por pacientes particulares que, além dos honorários devidos, ainda presenteavam seus médicos em datas tradicionais. Com o advento dos convênios, o panorama mudou. E, na minha opinião, piorou tanto para o médico, que se tornou refém dos convênios e planos de saúde, como para os pacientes, que já não podem contar com a atenção que todo médico gostaria de poder dar. Em 1989, vim para o Rio por razões familiares, até porque minhas três irmãs (Maria Lúcia, cirurgiã plástica, Maria da Glória, dentista, e Maria Jesuína, advogada) já moravam aqui (apenas meu irmão, José Octávio, engenheiro, continua em Belém). Trabalhei no Inamps, na Supervisão e depois no Hospital do Andaraí. Paralelamente continuei com as atividades particulares no consultório de minha irmã, a cirurgiã plástica, falecida precocemente, Maria Lúcia Jateni Figueiredo, mãe da minha sobrinha Dra. Valéria Jateni, também oftalmologista, que trabalha com o Dr. Almir Ghiaroni. Também exerci atividades profissionais no COE, a convite da Dra. Rosana Resende, grande e querida amiga, com quem tenho a honra de continuar colaborando no seu consultório no SMO (Serviços Médicos Oftalmológicos), clínica do Dr. Samuel Cukierman, ex-presidente da SBO. Devo a meus pais, Sebastião Abrahão Jateni e Odette Franco Jateni, assim como à minha inesquecível tia e madrinha, Hilda Franco, todo o apoio e incentivo para chegar até aqui. E do ponto de vista profissional, ao prof. Hilton Rocha. Belo Horizonte foi minha segunda casa e lá tenho grandes e queridos amigos, inesquecíveis até hoje, como Nassim Calixto, Raul Soares, Paulo Galvão, Christiano Barsante, Enio Coscarelli. E outros mais atuais, como Fernando Trindade, Nicomedes Ferreira, Lúcio de Almeida, Lucia Ventura Urbano, Raquel Dantas, Elisabeto Ribeiro Gonçalves, Eduardo Soares,Cleber Godinho, Henderson Almeida, entre tantos outros que me perdoem se esqueço de mencionar,alguns já falecidos.Não posso deixar de mencionar a querida amiga D. Sinvalina Neves, administradora do Hospital S. Geraldo na época, e inesquecível para todos os ex - residentes. Julho - Agosto - Setembro - Outubro - 2011 19 Essilor Brasil, uma das 100 melhores empresas para se trabalhar em 2011 Divulgação Mais uma vez a Essilor Brasil foi eleita uma das 100 melhores empresas para se trabalhar no ranking da consultora Great Place to Work Institute (GPTW), única instituição internacionalmente reconhecida neste tipo de avaliação. A pesquisa, realizada através da análise de questionários e visitas com entrevista pessoal, avaliou o índice de confiança dos funcionários com o ambiente de trabalho e as melhores práticas de gestão de pessoas, considerando quesitos como credibilidade, respeito, imparcialidade, orgulho e camaradagem. GPTW entrega placa a Thomas Bayer, presidente da Essilor Brasil Bausch+Lomb apresenta nova tecnologia para lentes Melhor Visão: o novo site Carl Zeiss Vision A Bausch + Lomb lançou nova geração de lentes de silicone hidrogel da linha PureVision, a PureVision 2®, por meio do Programa Pure Vision Experience, que oferece ao médico e ao usuário de lente de contato a possibilidade de testar gratuitamente o produto. Para participar, o médico deve fazer seu cadastro com a equipe de vendas da empresa. Cada médico pode indicar até cinco usuários de lentes de contato. Cerca de 200 milhões de pessoas em todo o mundo usam lentes da Carl Zeiss Vision, de acordo com estimativa da empresa, que conta com aproximadamente 10.400 funcionários em mais de 30 países trabalhando para melhorar a visão dos seus clientes. Um dos líderes na fabricação de produtos ópticos, a Carl Zeiss Vision não só desenvolve lentes para óculos, mas também fabrica dispositivos de medição e ferramentas para diagnóstico. Projeto Residência em Foco premia casos clínicos inéditos de glaucoma Reunindo os residentes e staffs do Hospital Universitário Pedro Ernesto da Uerj, Hospital Clementino Fraga Filho da UFRJ, Hospital Universitário Gaffrée e Guinle da Unirio, Hospital Central da Aeronáutica (HCA), Hospital da Piedade da UGF, Hospital Federal dos Servidores do Estado (HSE), Instituto Benjamin Constant, Oculistas Associados e Hospital Federal da Lagoa, foi realizado no dia 21 de junho passado, no Porcão de Ipanema, o encerramento do Projeto Residência em Foco 2011 No Projeto, cada uma destas instituições foi representada por dois residentes, que apresentaram casos clínicos inéditos do Setor de Glaucoma de cada Serviço. Foram premiados individualmente os seis primeiros residentes e a soma da nota da dupla represen- tante premiou o Serviço vencedor. O 1º lugar foi para Ricardo Pimenta da Uerj; o 2º para Bernardo Lopes, do Instituto Benjamin Constant; o 3º lugar coube a Paschoal de Oliveira, do Hospital da Piedade; o 4º ficou com Fábia Crespo, do HUGG; Ester Doca, do HCA, tirou o 5º lugar; e Bruno Esporcate, da UFRJ, o 6º. A premiação ao Serviço vencedor foi para o Hupe da Uerj. Aderbal Alves Junior, presidente da SBO, entregou as premiações, ressaltando a importância da iniciativa da Merck & Sharp Dohme (MSD) de criar o Projeto. Esteve presente à premiação, a comissão julgadora formada por Riuitiro Yamane, Mara Fontes, Ana Elisa Coimbra, Juliana Avelar e Joyce Ajuz., além dos moderadores Diogo Lucena, Joana de Farias, Maria Vitória Moura Brasil e Taly Ajdelsztajn Divulgação Ladeados pelos representantes da MSD, Fernando Pereira e Ricardo Rocha, e por Marcelo Kac e Luiz Paulo (staff de glaucoma do Hupe), Aderbal Alves Junior, presidente da SBO, e Ricardo Pimentel, do Serviço vencedor 20 JBO - Jornal Brasileiro de Oftalmologia 21 Julho - Agosto - Setembro - Outubro - 2011 Remo Susanna Jr. e Clementino Fraga Filho homenageados pela Abrag no Dia do Médico Fotos Alerj Roberli Bicharra Pinto com o ex-Ministro José Gomes Temporão e a deputada estadual, historiadora e pesquisadora Aspásia Camargo Nas escadarias do Palácio Tiradentes, a família de Roberli, vendo-se ao lado da deputada Aspásia Camargo, Mizael Augusto Pinto Ex-Ministro da Saúde, José Temporão prestigia homenagem a Roberli Bicharra Diretora do Hospital Federal da Lagoa, a oftalmologista Roberli Bicharra Pinto, foi homenageada com a Medalha Tiradentes, honraria máxima da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, por indicação da deputada Aspásia Camargo. A homenagem é o reconhecimento do trabalho de quem sempre valorizou o serviço público. Além do ex- Ministro da Saúde, José Gomes Temporão, responsável pela indicação de Roberli para a direção do Hospital Federal da Lagoa, a cerimônia contou com a presença de inúmeras autoridades e membros da equipe do Hospital Federal da Lagoa, como a diretora médica Adriana Proença, e funcionários. Em seu discurso de agradecimento, Roberli destacou a importância do trabalho em equipe, “conheço cada cantinho do Hospital, casa funcionário”, afirmou ao ressaltar ainda a importância do apoio da família: do marido oftalmologista, Mizael Augusto Pinto,, chefe do Serviço de Oftalmologia do Hospital Federal da Lagoa, e dos quatro filhos, um também oftalmologista, e o carinho da neta, Ana Clara. Aperfeiçoamento em retina e vítreo com treinamento em simulador cirúrgico Fotos divulgação Aprovados três professores no concurso para a Universidade Estadual do Amazonas Divulgação Theodomiro Garrido Neto, Juliana Torres Garrido e Jefferson Augusto Ribeiro, de Manaus (AM) foram aprovados nas provas para professor de oftalmologia da Universidade Estadual do Amazonas, nos dias 15, 16 e 17 de agosto passado. A banca examinadora, presidida por Sebastião Gronemberg (Universidade Federal de Minas Gerais-UFMG) contou com a participação de Eduardo Damasceno (Universidade Federal Fluminense-UFF) e Suzana Matayoshi (Universidade do Estado de São Paulo-USP). Ana e Mário Motta, Isis Penido, Juliana e Aderbal Alves Jr. após a entrega da placa ao prof. Remo Susanna Jr., sempre presente nos congressos da SBO Remo e Christianne Susanna com a placa da homenagem ao trabalho pela prevenção do glaucoma e os cuidados dispensados aos portadores da doença te, e Gilberto dos Passos, chefe do Serviço de Oftalmologia do Hospital Federal dos Servidores do Estado (HSE), onde funciona a sede da Abrag, que tem ainda no conselho consultivo Andréia Zin e Milton Ruiz Alves, vice-presidente do CBO. Teresa e Gilberto dos Passos, chefe do Serviço de Oftalmologia do Hospital Federal dos Servidores do Estado, com Isis Penido, presidente executiva da Abrag Marco Antônio Rey de Faria assume presidência do CBO durante XXXVI Congresso Brasileiro Marco Antônio Rey de Faria, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, assumiu a presidência do Conselho Brasileiro de Oftalmologia no dia 7 de setembro, durante o XXXVI Congresso Brasileiro de Oftalmologia, realizado em Porto Alegre, que reuniu mais de 6 mil oftalmologistas do Brasil e do exterior. A programação científica do evento compreendeu mais de 1.600 apresentações, que abrangeram todos os aspectos da especialidade nos vários graus de profundidade requeridos pelos diferentes interesses dos congressistas presentes, segundo a comissão executiva, presidida por Italo Mundialino Marcon e Jacó Lavinsky. Divulgação Mesa solene da abertura do XXXVI Congresso Brasileiro de Oftalmologia, no Centro de Convenções da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul, que contou com a presença dos senadores Ana Amélia Lemos (PP) e Pedro Simon (PMDB) No dia 29 de julho passado, o médico e ex-deputado estadual Germano Bonow, várias vezes secretário de saúde e do meio ambiente, assumiu a direção do Museu de História da Medicina do Rio Grande do Sul, mantido pelo Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Sul. Ele sucede à historiadora Juliane Serres. O Museu, que possui em seu acervo objetos oftalmológicos do início da prática da especialidade no Brasil, comemora cinco anos de fundação em 2011. Além de já ter promovido 12 mostras, o Museu de História da Medicina do Rio Grande do Sul atende crianças em ações educativas. Mais de 30 municípios receberam sua exposição itinerante. Para Germano Bonow a prioridade de sua gestão é consolidar os projetos iniciados, aumentar o acervo e o espaço físico do Museu, que já está pequeno para abrigar todas as atividades. Fundação do Rim Francisco Santino Filho, instituição voluntária sem fins lucrativos, que tem por objetivo promover a melhoria da qualidade de vida de crianças e jovens portadores de doenças renais no Estado do Rio de Janeiro, necessita de apoio para continuar desenvolvendo seus projetos. Conheça a Fundação acessando o site www. fundacaodorim.org.br O e-mail é [email protected] A sede da entidade é na Rua Real Grandeza, nº 139 Salas 605/606 Botafogo- Rio de Janeiro-RJ Cep: 22281-0333. Telefones: (21) 2286-8037/ 9978-2911. A No grupo, entre outros, a Banca Examinadora formada por Eduardo Damasceno,Sebastião Cronemberg e Suzana Matayoshi Fotos Marcelo Borgogino João Mattos Com lotação esgotada já na primeira semana de inscrições e fila à espera de eventuais desistências, o 1º Curso de Aperfeiçoamento em Retina e Vítreo da Escola Médica de PósGraduação da PUCRJ, ministrado por Flávio Rezende Filho, nos dias 7, 8 e Ao fundo Flávio Rezende Filho e Flávio Rezende, durante o 1º Curso de 9 de outubro, ofe- Aperfeiçoamento em Retina e Vítreo, quando oftalmologistas e residentes receu aos partici- de todo o país tiveram a primeira experiência com um simulador cirúrgico pantes uma oportu- de retina, até o momento adotado apenas na Europa e Estados Unidos nidade inédita: conhecer um pouco do aparelho de cirurgia virtual para cirurgias de catarata e retina, sevirtual para treinar alunos/residentes, desen- melhantes aos simuladores de voos, usados volvido por uma empresa alemã. por pilotos de aviação. Segundo Flávio Rezende Filho, o equiAs aulas do 1º Curso de Aperfeiçoamenpamento, já adotado em 140 instituições de to foram ministradas no Instituto de Diagensino espalhadas na Europa e Estados Uni- nóstico e Terapia Ocular (IDTO),em dos, é um simulador cirúrgico de realidade Botafogo (RJ). A presidente da Associação Brasileira dos Amigos, Familiares, e Portadores de Glaucoma (Abrag), Isis Penido, homenageou o prof. Remo Susanna, patrono da entidade desde 2010, por ocasião do Dia do Médico, oferecendo um coquetel em sua residência. Na ocasião também foi homenageado o prof. Clementino Fraga Filho, que impedido de comparecer foi representado por seus filhos, Clementino Fraga Neto e Eduardo Fraga. Prof. Remo Susanna Jr. e sua equipe, que desenvolveu o programa EDP (Early Diagnostic Program) para o diagnóstico do glaucoma, já usado na Europa, Estados Unidos e Austrália, será homenageado em março de 2012 pela Sociedade Americana de Glaucoma com o International Scholar Award por sua contribuição à pesquisa sobre a doença. Compareceram ao coquetel o presidente da Sociedade Brasileira de Oftalmologia, Aderbal Alves Jr., Mário Motta, ex-presiden- 22 JBO - Jornal Brasileiro de Oftalmologia Editora Cultura Médica caminha para 1000º lançamento em medicina Ezequiel Feldman, entrevistado deste JBO Pergunta, conta um pouco da trajetória da Editora Cultura Médica, fundada há 45 anos, hoje parte do Grupo Editorial Nacional (GEN), que reúne as consagradas editoras Guanabara Koogan, Santos, LTC, Forense, Método, Forense Universitária, AC Farmacêutica, EPU e Roca. Jornal Brasileiro de OftalmologiaComo surgiu a Editora Cultura Médica? Ezequiel Feldman- A Editora Cultura Médica foi fundada em 11 de março de 1966, quando eu e meu irmão, Luiz Feldman (in memoriam), resolvemos concretizar um velho sonho de editar livros médicos. Nosso primeiro livro, lançado em 1969, foi “Desidratação na Clínica, Pediatria e Cirurgia”, do prof. Júlio Martins Barbosa. JB- Quantos livros sobre Medicina a Editora Cultura Médica já editou? A oftalmologia é a principal especialidade dela? EF- Nossa editora já ultrapassou 935 títulos editados no transcorrer de nossos 45 anos de existência. Esperamos alcançar mil em breve. Somente em oftalmologia completamos este ano 199 títulos.Nosso início na especialidade foi em 1989, quando nosso falecido irmão Isaac Feldman nos procurou perguntando se tínhamos interesse em dar continuidade ao seu trabalho na especialidade, na qual tinha grandes amigos e professores, contatados para es- crever livros para uma nova Biblioteca Brasileira de Oftalmologia (BBO). JBO- Qual é a tiragem média de cada publicação? EF- A tiragem média de cada publicação varia de 500 a 1.500 exemplares, dependendo do tema. JBO- Qual o livro mais vendido até hoje? EF- O livro mais vendido na área geral de medicina é “Manual do Exame Clínico”,de Fernando Bevilacqua e coautores. Na área da oftalmologia tivemos três livros que foram: “Glaucoma Perguntas e Respostas”, de Remo Susanna Jr e Robert N. Weinreb et al- editado em português, espanhol e inglês; “Nervo Óptico no Glaucoma”, de Remo Susanna Jr., Felipe A. Medeiros et al., editado em português e inglês; e a “Série de Oftalmologia Brasileira”, tendo Milton Ruiz Alves como coordenador. JBO- O que é o Grupo Editorial Nacional? EF- Formado oficialmente no segudo semestre de 2007, o Grupo Editorial Nacional (GEN) reúne as já consagradas editoras Guanabara Koogan, Santos, LTC, Forense, Método, Forense Universitária, AC Farmacêutica, EPU e Roca, sua última aquisição. O objetivo do grupo é prover o mais completo conteúdo educacional para as áreas científica, técnica e profissional (CTP). Com sede no Rio de Janeiro e são Paulo e representantes em diversas capitais do Brasil, o GEN oferece catálogo com mais de 2.800 títulos. Suas obras tornaram-se essenciais na formação acadêmica e no aperfeiçoamento de várias gerações de profissionais e estudantes de administração, direito, enfermagem, engenharia, fisioterapia, medicina, nutrição, odontologia, entre outros. JBO- Qual é a razão da parceria com a Guanabara Koogan? EF- A parceria com a Guanabara Koogan se justifica, pois permite sinergia na distribuição e marketing dos lançamentos. Pela nossa editoria, temo uma equipe editorial formada há 18 anos. JBO-Fora sua dedicação á Editora, o que você faz nas suas horas livres? EF- Meus hobbys preferidos são dança, esportes, família, sou tricolor e sócio do Clube Monte Sinai, do qual tenho o título de grande benemérito e já fui presidente, além de ter ocupados diversos cargos de diretoria. Sempre gostei de política clubística. Não poderia encerrar esta entrevista sem prestar homenagem a três guerreiras da Editora Cultura Médica, duas tricolores e uma rubro-negra: Eliane Feldman, Sandra C. Feldman e Claúdia Valéria de Paula, que sempre me aturam no dia a dia. SOA promove curso de glaucoma e de catarata No dia 29 de setembro passado, a Sociedade de Oftalmologia do Amazonas (SOA) realizou o evento científico Tratamentos do Glaucoma e Avanços da Catarata, com a participação de Walton Nosé e Larissa Pedroso, de São Paulo, no Da Vinci Hotel. Promovida pela diretoria que assumiu a Sociedade em 17 de dezembro de 2010 e cujo mandato estendese até 2012, a sessão científica reuniu a “nata da oftalmologia amazonense”, de acordo com o presidente Dennis de Souza Ramos. Outros eventos do gênero já estão sendo programados informou o presidente. A diretoria para 2011-2012 da SOA está assim constituída; presidente- Dennis de Souza Ramos, vice-presidente- Theodomiro L. Garrido Neto, primeiro secretário- Paulo Roberto M. da Silva, segunda secretária- Helena Mota de Oliveira, primeiro tesoureiro- Luiz Carlos Havas, segundo tesoureiro- Leonardo Bastos Bivar. A Sociedade de Oftalmologia do Amazonas também informou o falecimento de João Alfaia,pai do associado Ranieri Alfaia, no dia 2 de novembro último. 25 Julho - Agosto - Setembro - Outubro - 2011 SBO Tempo e Memória João Diniz História do Jornal Brasileiro de Oftalmologia (JBO) Fotos de Arquivo SBO Em 1986 inscreveram-se duas chapas para concorrer às eleições na SBO para os cargos da diretoria, conselho consultivo e conselho fiscal para o biênio 1987–1988. As duas chapas concorrentes tinham entre suas metas a criação de um jornal. Foi eleita a chapa encabeçada pelo prof. Flávio Rezende. Após sua posse, o novo presidente criou o Jornal Brasileiro de Oftalmologia (JBO), convidando Dr. Sérgio Fernandes (presidente da SBO no biênio 1995-1996), para ser o responsável pelo Jornal, que a seguir escolheu alguns colaboradores: Drs. Cláudio Humberto S. Ramalho, Eliezer Benchimol, e Evaldo Campos. A ideia da criação do JBO era para que o jornal fosse a parte política que o presidente imprimiria em sua gestão, bem como a parte social, e um canal de comunicações que a SBO ofereceria aos seus associados. Na época o papel da impressão tinha que ser aquele papel tradicional usado em jornais que circulavam em nosso país. O tamanho do jornal foi em formato tablóide (29 cm x 42cm), que permanece até hoje. E o primeiro número circulou com 4 páginas. Foram criadas algumas seções fixas. A partir dos números 6 e 7 foi acrescentada a seção Humor Aquoso. Dr. Eliezer Benchimol concebeu o logotipo do JBO (registrado no Departamento de Propriedade Industrial). O jornal era feito com fotos dos congressos que os Drs. Flávio Rezende e Sérgio Fernandes participavam, bem como alguns membros da diretoria. As matérias eram desenvolvidas por eles, principalmente pelo Dr. Sérgio Fernandes. Editorial, Fique de Olho na Notícia, Calendário Oftalmológico foram as seções do primeiro número. A parte administrativa e algumas seções, como Calendário de Eventos, Convênios com Empresas, Biblioteca, eram feitas por mim, João Diniz. Após juntar todas as notícias, Dr. Sérgio Fernandes classificava as notícias por ordem de importância; esta tem que ser na 1ª página, esta na 2ª , etc. Após as matérias escolhidas, um funcionário, Luis Glioche, fazia a transcrição das matérias num sistema que se chamava na Flávio Rezende, que presidiu a SBO de 30/4/ 1987 a 11/1990, criou o Jornal Brasileiro de Oftalmologia (JBO) em 1987 Sérgio Fernandes responsabilizou-se pelo JBO desde sua criação até o final de sua gestão como presidente da SBO, em 1997 Marcelo Ambe Marco Antonio Pinto, responsável pela editoração eletrônica, e Eleonora Monteiro, editora do JBO, que em 2012 completa 25 anos época de Ventura. Eu levava todo material para o jornal Gazeta Mercantil, na rua atrás da Rua Marechal Floriano (perto da Central do Brasil), e o João (chefe da oficina do jornal) fazia a diagramação e imprimia o jornal. Saí de lá algumas vezes às 2 ou 3 horas da madrugada para que o JBO ficasse pronto a tempo. O tempo foi passando, o jornal foi melhorando, passou a sair com 6, depois com 8 páginas, até chegar às 20, 24 ou 28 páginas atuais. Foram criadas outras seções. E a partir do número 23 (janeiro-fevereiro de 1990), o JBO passou a abrigar anúncios de empresas. Em 1993, na presidência do prof. Morizot Leite Filho, a partir do número 39 (abrilmaio de 1993), o JBO passou a ter um jornalista responsável, Luiz Marchesini, que editava, diagramava, e o levava para rodar na Tribuna da Imprensa. À época, foram criadas outras seções como Você Sabia?, Filiadas da SBO, Boas de Ver, Compra e Venda, Biblioteca da SBO, Videoteca da SBO, Convê- nio da SBO, Espaço Aberto. A partir do número 40 a logo do JBO passou a ser impresso em azul. A partir do número 45 o JBO passou a ser impresso em cores. Ao assumir a presidência em 1995, Dr. Sérgio Fernandes trouxe o jornalista, caricaturista e chargista Mem de Sá (Ferdinand Teixeira Mendes),que fazia a arte, infelizmente já falecido. E também Eleonora Monteiro, que é a jornalista responsável atual. O jornal tomou um impulso muito grande, melhorando o papel, outras seções também foram criadas, como Olho Vivo, Conta-Gotas, Opinião, Fundo de Olho, Entrevistas, Memória Viva, Tempo e Memória, Coffee Break, Ponto e Contraponto, A Visão da Justiça, JBO Pergunta, Oft@lmonline, Informativo da FeCooeso/ Coeeso, Confira, Na Estante, Seção Brasil, International Corner, Fique por Dentro da SBO. O sistema utilizado em computação gráfica foi melhorado. À medida que o tempo foi passando, e com a competência da Eleonora Monteiro, que hoje edita, praticamente escreve o jornal de ponta a ponta, revisa, confere, faz tudo, o JBO ganhou outra dimensão. Na parte de editoração gráfica tem o Marco Antonio Pinto, responsável pela diagramação, orientado pela Eleonora. Atualmente, a SBO conta esporadicamente com uma valiosa contribuição, de um extraordinário profissional do jornal O Globo (ilustrador das principais colunas daquele jornal). Chama-se Marcelo, marido de nossa jornalista Eleonora Monteiro, isto cobrando uma fortuna, ou seja, nada! O JBO hoje tem uma linguagem clara e objetiva, abrangendo todas as áreas da oftalmologia. Nossos congressos são bem divulgados. Através do JBO o associado tem uma ideia muito boa do que a SBO oferece, uma excelente divulgação das atividades científicas não só da Sociedade, mas também de outras entidades, além de um bom conteúdo cultural. É um jornal bastante dinâmico. A publicidade, supervisionada por mim, está a cargo do contato publicitário Westinghouse Carvalho. Fontes: Livros de Atas da SBO, Revista Brasileira de Oftalmologia, Jornal Brasileiro de Oftalmologia, arquivos iconográficos da Sociedade Brasileira de Oftalmologia. JBO - Jornal Brasileiro de Oftalmologia 26 EXPEDIENTE Sociedade Brasileira de Oftalmologia Rua São Salvador, 107 Laranjeiras Rio de Janeiro - RJ CEP 22231-170 Tel. (21) 3235-9220 Fax (21) 2205-2240 [email protected] http://www.sboportal.org.br DIRETORIA Biênio 2011-2012 Presidente Aderbal Alves Jr. Vice-presidente RJ Marcus Vinicius Abbud Safady Vice-presidentes regionais Roberto Abdalla Moura Leon Grupenmacher Osvaldo Travassos de Medeiros Alípio de Souza Neto Secretário Geral: Gilberto dos Passos 1º Secretário: Armando Crema 2º Secretário: Marco Antônio Alves Tesoureiro: Ricardo Miguel Japiassú Diretor de Cursos: André Portes Diretor de Publicações: Arlindo Portes Diretor de Biblioteca: Renato Ambrósio Jr. Conselho Consultivo: Aderbal de Albuquerque Alves Acácio Muralha Neto Mário Motta (RJ) Miguel Ângelo Padilha (RJ) Oswaldo Moura Brasil (RJ) Sérgio Fernandes (RJ) Conselho Fiscal: Efetivos: Eduardo Henrique Morizot Leite (RJ) Ricardo Lima de Almeida Neves (RJ) Sérgio Meirelles (RJ) Suplentes: Mário Nagao (RJ) Octávio Moura Brasil (RJ) Sansão Kac (RJ) JBO JORNAL BRASILEIRO DE OFTALMOLOGIA Jornalista Responsável: Eleonora Monteiro - M.T. 12574 [email protected] Conselho Editorial: Aderbal Alves Jr. Arlindo Portes Edna Almodin Fernando Trindade Juliana Bohn Alves Marco Antonio Alves Mário Motta Miguel Padilha Oswaldo Moura Brasil Ricardo Japiassú João Diniz Marcelo Diniz Editoração Gráfica: Sociedade Brasileira de Oftalmologia Responsável: Marco Antonio Pinto DG 25341RJ Publicidade: Responsável: João Diniz Tel.: 3235-9220 E-mail: [email protected] [email protected] Contato publicitário: Westinghouse Carvalho Tel.: (11) 3726-6941 / 9274-0724 E-mail: [email protected] Publicação: Bimestral Impressão: Gráfica Colorset Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva de seus autores e seu conteúdo não representa, obrigatoriamente, a opinião do JBO. A SBO não se responsabiliza nem endossa a qualidade dos serviços e produtos anunciados nesta publicação. Qualquer reclamação deverá ser feita diretamente ao fabricante ou ao prestador de serviços. É permitida a reprodução de artigos, desde que citada a origem. Sinbos De 17 a 19 de novembro de 2011, Sinbos (Simpósio Internacional de Córnea), promovido pelo Banco de Olhos de Sorocaba, no Centro Administrativo de Banco de Olhos, Sorocaba (SP). Informações: (15) 3212-7838 www.bos.org.br//sinbos XXXIII World Ophthalmology Congress 12th International Congresso of the Middle East Africa Council of Ophthalmology De 16 a 20 de fevereiro de 2012, XXXIII Ophthalmogical Congress, 12th International Congress of the Middle East Africa Council of Ophthalmology, em Abu Dabi., Emirados Árabes Unidos www.woc2012.org e-mail: [email protected] XVII Congresso Internacional da Sociedade Brasileira de Oftalmologia De 28 a 30 de junho de 2012, Royal Tulip Rio de Janeiro Tema Oficial: O olho na 3ª idade Sites: www.sboportal.org.br www.interevent.com.br gresso Norte-Nordeste de Oftalmologia, no Bahia Othon Palace Hotel, em Salvador (BA). Informações: (71) 3011-9797 e-mail: [email protected] 35º Simpósio Internacional Moacyr Álvaro-SIMASP De 8 a 10 de março de 2012, 35º Simpósio Internacional Mocyr ÁlvaroSIMASP, em São Paulo. E-mail:[email protected] ASCRS De 20 a 25 de abril de 2012, Congresso da ASCRS, em Chicago, Illinois, EUA. www.ascrs.org. XVIII Congresso Norte-Nordeste de Oftalmologia De 27 a 29 de abril de 2012, XVIII Con- IV Jornada de Oftalmologia Hospital São Rafael Dias 16 e 17 de março de 2012, no Hospital São Rafael, em Salvador, Bahia, IV Jornada de Oftalmologia Hospital são Rafael. http://www.ceosr.com.br/jornada e-mail:[email protected] Para divulgar eventos científicos oftalmológicos no Jornal Brasileiro de Oftalmologia (JBO), envie as informações para a SBO, na Rua São Salvador, 107 - Laranjeiras - Rio de Janeiro - RJ - CEP 22231-170 Tel. (21) 3235-9220 - Fax (21) 2205-2240 - e-mails: [email protected] - [email protected] Oportunidade para oftalmologista (DF)-Hospital Oftalmológico Pacini Neto em sua expansão abre vagas para oftalmologistas interessados em fazer parte do seu corpo clínico em Brasília. Interessados devem enviar currículo a/c Sra. Natalia Pacini Hospital Oftalmológico Pacini SEP-Sul Quadras 715/915 Lotes A e B- Brasília- DF. Email:[email protected] Telefone (61) 3214-4777. Oftalmologista em PernambucoFundação Altino Ventura contrata dois oftalmologistas (preferência casal) para atendimento em Salgueiro ou Arcoverde, respectivamente a cerca de 500 km e 250 km de Recife, com dedicação exclusiva e contrato de 36 meses.Paga-se R$ 18.000,00 mensais brutos por oftalmologista. Maiores informações falar com Dr. João Alixandre. Telefones (81) 9904-3875/ 9997-6852/ 3302-4300 R-329. E-mail: [email protected] Oftalmo para São Gonçalo (RJ)- CEMI Diagnóstico, Rua Rodrigues Fonseca, 338Bairro Zé Garoto, São Gonçalo (RJ) busca oftalmologista para preencher horário de atendimento em consultório de grande movimento de pacientes. Pagamento ao profissional no dia do atendimento. Horários disponíveis de 2ª a 6ª feira, das 8 às 12 horas. Falar com Fabio Carvalho, telefone (21) 2606-3016/ 9873-4945. A coluna Olho Vivo é exclusiva para os associados da SBO. Para anunciar enviar o texto para a Sociedade Brasileira de Oftalmologia ou pelo fax (21) 2205-2240 ou e-mail: [email protected] e [email protected]. A publicação é gratuita. Os anúncios devem ser concisos e com informações precisas. A SBO não se responsabiliza pelas informações divulgadas, que devem ser conferidas pelas partes interessadas.