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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
Barbara Reis Carvalho
Levantamento das concepções dos alunos do Ensino Médio, de
uma escola particular de São Paulo, sobre os manguezais
São Paulo
2012
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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
Barbara Reis Carvalho
Levantamento das concepções dos alunos do Ensino Médio, de
uma escola particular de São Paulo, sobre os manguezais
Trabalho de Graduação Interdisciplinar
apresentado ao Centro de Ciências
Biológicas e da Saúde da Universidade
Presbiteriana Mackenzie como requisito
para a obtenção do grau de Licenciada
em Ciências Biológicas.
Orientador: MSc. Guilherme Moraes de O. Abuchahla
São Paulo
2012
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“Comece fazendo o que é necessário, depois o que é possível,
em breve estará fazendo o impossível”
(São Francisco de Assis).
“Superar é preciso. Seguir em frente é essencial. Olhar para
traz é perda de tempo. Passado se fosse bom era presente”
(Clarice Lispector).
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AGRADECIMENTOS
Agradeço inicialmente a Deus por me dar perseverança e coragem para
realizar mais essa etapa da minha vida, pois muitos foram os obstáculos que tive de
vencer para realizar este meu grande sonho de cursar o Ensino Superior.
Agradeço a execução deste trabalho ao Centro de Ciências Biológicas e da
Saúde (CCBS) da Universidade Presbiteriana Mackenzie, ao Setor de Bolsas de
Estudos e ao Programa Universidade para Todos (PROUNI).
Agradeço ao meu pai, Rubens Carvalho que mesmo sem estar presente
pessoalmente na minha vida neste momento, sempre me guia e me dá forças.
Agradeço aos meus demais familiares, em especial as minhas tias Solange e
Esther, e ao meu padrinho Pe. Mauro Negro que sempre acreditaram em mim e que
mesmo diante das dificuldades me incentivavam a seguir em frente e a não
desanimar, sejam dando conselhos, sejam através de inúmeros “puxões de orelha”.
Agradeço aos professores Adriano Monteiro de Castro, Magda Medhat
Pechliye e a Rosana de Campos Jordão pelos semestres que cursei em
Licenciatura, nos quais tive a honra de ser aluna. Agradeço-lhes imensamente pelos
conselhos, palavras e ações.
Agradeço ao meu orientador MSc. Guilherme Moraes de O. Abuchahla pelo
apoio, amizade, atenção e paciência.
Agradeço aos componentes da minha banca examinadora Adriano Monteiro
de Castro e Daniel Igawa Martinez.
Agradeço a todos os meus amigos Aline, Giselle, Natália, Rodrigo e aos
demais que me ajudaram e que também fizeram parte desta história.
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Agradeço ao meu namorado Alessandro pelo seu amor, carinho e
compreensão, pois sempre nas situações que eu ficava preocupada e com medo,
ele sempre me dizia que tudo daria certo.
Por fim, agradeço a todas as outras pessoas que eu não citei, mas que
contribuíram de alguma forma para que esse trabalho se concluísse.
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RESUMO
O presente trabalho foi realizado com o objetivo de conhecer as
concepções dos alunos de Ensino Médio, de uma escola particular de São Paulo,
sobre os manguezais. Esses dados foram levantados por meio da aplicação de um
questionário composto por questões abertas e fechadas. Verificou-se que os alunos
apresentaram conhecimento parcialmente satisfatório a insatisfatório sobre esses
ambientes. Acredita-se que isso ocorre por dois motivos: primeiro porque os
conteúdos são trabalhados na escola de forma descontextualizada, não permitindo
aos alunos fazerem associações do que aprendem com outros temas estudados; e
segundo porque há uma ideia do próprio senso comum que associa a este
ecossistema uma imagem de “ambiente sujo”, por causa da presença da lama e dos
odores que são característicos destes locais. Dessa forma, deve haver por parte dos
educadores um novo olhar ao trabalhar estes assuntos, porém para que isso se
efetive, é necessário que os professores saiam do tradicionalismo da sala de aula e
vão à busca de outras formas para trabalhar esta temática, para que assim, o aluno
possa ver sentido no que está estudando, elaborando suas próprias concepções.
Palavras-chave: concepções, manguezais, educação ambiental, Ensino Médio.
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ABSTRACT
The present work was carried out in order to access the concepts that high
school students of a private school have about mangroves. The data were acquired
through a questionnaire of direct and multiple choice questions. In general, the level
of knowledge that could be observed varied from 'partially satisfactory' to
'unsatisfactory'. The assumed reason for these results are two: first, because
mangroves are taught in a way in which the students cannot relate to; and second, is
due to the general idea that mangroves are dirty environments - mostly because of
the presence of mud and its characteristic odors. In this way, it is mandatory for
educators to find a new perspective while working the topic. For this new perspective
become effective, it is necessary to leave traditional methods behind and to search a
way in which students understand why they learn about this environment, and are
able to build their own concepts and conceptions of the mangrove ecosystem.
Keywords: concepts, mangroves, environmental education, high school.
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 09
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................ 10
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS.............................................................. 14
4. RESULTADOS ...................................................................................................... 18
5. ANÁLISE ............................................................................................................... 22
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 26
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 27
Anexo 1 – Modelo de questionário aplicado aos alunos do Ensino Médio ........ 30
Anexo 2 – Carta de Informação a Instituição e Termo de Livre e esclarecido ... 32
Anexo 3 – Carta de Informação ao sujeito e Termo de Livre e esclarecido ....... 34
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1. INTRODUÇÃO
Os manguezais são ambientes que se encontram associados às margens de
baías, enseadas, lagunas dentre outros locais, no qual há o encontro da água dos
rios com a do mar. Estes locais apresentam cobertura vegetal, formada por diversas
espécies vegetais lenhosas, além de micro e macro algas que são adaptadas à
salinidade e caracterizadas por colonizarem sedimentos lodosos, com baixo teor de
oxigênio (SCHAEFFER-NOVELLI; 2012).
Apesar de serem citados no presente trabalho, os manguezais são
ambientes pouco estudados, no contexto educacional, o que pode ser observado
pelo total desconhecimento a seu respeito apresentado pelos alunos, ou então pelo
fato de associarem a esses ecossistemas uma visão negativa.
Dessa forma, visando abordar essa temática foi proposta essa
monografia, cujo objetivo é conhecer quais concepções os alunos de Ensino Médio,
de uma escola particular de São Paulo, têm sobre os manguezais, utilizando para
essa abordagem um questionário composto por questões abertas e fechadas.
Para tanto, a primeira parte deste trabalho é composta por uma
fundamentação teórica, na qual são estabelecidas relações entre os autores
utilizados como referência para a abordagem deste tema. Na segunda parte deste
trabalho são descritos os procedimentos metodológicos que foram utilizados para o
levantamento destes dados.
Na terceira parte são apresentados os resultados obtidos com a
aplicação do questionário, referente à concepção dos alunos sobre os manguezais,
sendo que apuração destes dados baseou-se na metodologia utilizada nas
pesquisas de Pereira (2006), Rodrigues e Farrapeira (2008) e Vairo e Filho (2010).
Na quarta parte é proposta uma análise a partir dos resultados obtidos
e da fundamentação teórica desenvolvida neste trabalho. E por fim, são
apresentadas as considerações finais, na quais são retomadas a discussões
realizadas ao longo de toda a monografia, concluindo assim, o presente estudo
referente ao levantamento das concepções dos alunos sobre os manguezais.
10
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Neste século, presencia-se um intenso processo de criação científica, pois se
compararmos com períodos anteriores, houve grandes avanços em diversas áreas,
tais como: saúde, meios de comunicação e transporte, dentre outros. A associação
entre ciência e tecnologia se ampliou, tornando-se cada vez mais presente no
cotidiano, e modificando o mundo e o próprio ser humano (BRASIL, 2000).
Apesar da associação entre ciência e tecnologia ter trazido benefícios para
muitas pessoas ao longo da história, ela também trouxe desigualdades sociais e
impactos ambientais, devido principalmente ao ritmo de vida acelerado da sociedade
atual, que para tal, se utiliza de forma excedida dos recursos naturais disponíveis,
além de emitir poluentes de forma indiscriminada (BRASIL, 2000).
A visão de que os seres humanos são proprietários da natureza deixou de ser
tão dominante. A sociedade atual vem desenvolvendo uma sensibilização baseada
na ecologia profunda, ou seja, em um novo modo de percepção de uma
interdependência entre os seres vivos, sendo que cada um contribui de alguma
forma para a manutenção do equilíbrio ecológico. Dessa maneira, está cada vez
mais nítido que se não mudarmos o nosso modo de vida, a sobrevivência na
superfície terrestre estará ameaçada (FILHO; VAIRO, 2010).
Um dos ecossistemas mais afetados pela ação de impactos antrópicos, e que
nos últimos anos vem sendo degradado, são os manguezais (LACERDA et al. 2006).
Segundo Schaeffer-novelli (2012) os manguezais são ambientes que se encontram
associados às margens de baías, enseadas, lagunas dentre outros locais, no qual
há o encontro da água dos rios com a do mar. Estes locais apresentam cobertura
vegetal, formada por diversas espécies vegetais lenhosas, além de micro e macro
algas que são adaptadas à salinidade e caracterizadas por colonizarem sedimentos
lodosos, com baixo teor de oxigênio.
Esse ecossistema é considerado o “berçário do mar”, pois diversas espécies
de aves piscívoras e de invertebrados marinhos fazem seus ninhos em árvores de
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manguezal, alimentando-se especialmente na maré baixa, quando os fundos
lodosos são expostos. Além disso, diversos organismos marinhos utilizam este
ecossistema como área de corte, reprodução, deposição de ovos e abrigo de
juvenis. Este ambiente é a principal fonte de subsistência para as populações
litorâneas, devido à pesca artesanal de peixes, caranguejos e moluscos (SANTOS;
2009).
As funções prestadas pelos manguezais são várias, dentre elas: constituem
parte da cadeia trófica com espécies importantes do ponto de vista ecológico e
econômico, servem de área de desenvolvimento, abrigo, reprodução e alimentação
de espécies marinhas, estuarinas, límnicas e terrestres, e além dessas funções o
manguezal também protege a linha de costa contra a erosão e mantém a
biodiversidade da região costeira (RODRIGUES; FARRAPEIRA, 2008).
O Brasil, segundo Rodrigues (2012) apresenta uma das maiores extensões
de manguezais do mundo, sendo que este ocorre desde o Cabo de Orange, no
Amapá, até a cidade de Laguna, em Santa Catarina. Esses ambientes, de acordo
com Lacerda et al (2006), são considerados áreas de preservação permanente pela
Legislação Federal. A despeito das leis de proteção do ecossistema manguezal,
observam-se muitos impactos sobre esse sistema. Segundo Fidelman (2000) as leis
não são suficientemente conhecidas ou aplicadas, pois falta sensibilização pública.
Tal problemática poderia ser diminuída por meio do processo educacional, como
forma de uma política de proteção às áreas de manguezal.
Conforme abordado anteriormente, os recursos naturais vêm sendo
rapidamente degradados pelo homem, incluindo o ecossistema manguezal. Este
vem sofrendo principalmente por conta da extração de madeira para a produção de
lenha e carvão, da criação de crustáceos, do desmatamento para fins imobiliários, e
da deposição de poluentes (FILHO; VAIRO, 2010). Há também danos causados
indiretamente, ocorrendo longe do litoral, como alterações no curso dos rios, a partir
da construção de represas e barragens; transposição de bacias hidrográficas,
retirada de água para abastecimento e irrigação que provocam alterações no grau
de salinização, no fluxo de água e de sedimentos para o mar, o que por sua vez
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causa erosão costeira, avanço de areias marinhas sobre estuários e intrusão salina
em águas subterrâneas (LACERDA et al., 2006).
Apesar dos manguezais serem ecossistemas muito relevantes, observa-se
que, no contexto educacional, este ambiente é pouco estudado. O reflexo deste fato
é percebido pela visão negativa e/ou total ignorância apresentada por alunos em
idade escolar acerca desse ecossistema. São dois os motivos para tal fato: o
primeiro
é
que
os
conteúdos
são
trabalhados
na
escola
de
forma
descontextualizada, não permitindo aos alunos fazerem associações entre
conteúdos; e o segundo que há uma ideia do próprio senso comum que associa a
este ecossistema uma imagem de “ambiente sujo”, e muitas vezes não considera
que o resultado da degradação dos manguezais é causado pelo próprio ser humano
(FILHO; VAIRO, 2010).
Dessa forma, a educação ambiental nas escolas pode ser uma das maneiras
que alterem as visões das pessoas sobre os manguezais, pois ela contribui para a
formação de cidadãos reflexivos e transformadores do seu meio, já que é nas
escolas que os alunos começam a conhecer os conceitos científicos e estes podem
auxiliá-los a desenvolver uma concepção mais ampla e integrada do ambiente
(FILHO; VAIRO, 2010).
Assim, se buscamos desenvolver nos educandos atitudes que visem à
preservação dos manguezais, torna-se necessário que eles conheçam a sua
importância e o seu significado para a manutenção do equilíbrio ecológico, pois o
grande desafio da sociedade atual é promover uma educação ambiental critica e
inovadora e que permita realizar uma transformação social. O seu foco deve ser
amplo, relacionando o homem, a natureza e o universo, entendendo que os recursos
naturais se esgotam e que os principais culpados deste processo somos nós seres
humanos (SANTOS; PARDO, 2011).
Neste contexto, a visitação de um ambiente natural pode ser considerada um
importante recurso didático para várias disciplinas, podendo ser usada em diferentes
níveis de escolaridade, estabelecendo assim, uma oportunidade que propicie o
desenvolvimento de um vínculo afetivo dos alunos com o ambiente e com os seres
13
vivos. Isso pode ser feito através da observação e do reconhecimento de espécies
de animais no seu ambiente natural, de seus hábitos ecológicos e das interações
que estes têm com os demais seres vivos. Diversas atividades podem ser
desenvolvidas, dentre elas os estudos de casos que procurem falar sobre o efeito da
poluição nos manguezais; a proposição de situações-problema, procurando fazer os
alunos elaborarem possíveis soluções para resolvê-las; e a elaboração de projetos
variados acerca desta temática (RODRIGUES; FARRAPEIRA, 2008).
Rodrigues e Farrapeira (2008) citam o autor Moran, dizendo que uma
educação inovadora se apoia em um conjunto de propostas que servem como guia e
base, são eles: o conhecimento integrador e inovador, o desenvolvimento da
autoestima e do autoconhecimento, a formação do aluno-empreendedor e a
construção do aluno cidadão.
Bizzo (1998) complementa a ideia citada acima nos informando que o objetivo
de ensinar Ciências e Biologia deve proporcionar aos educandos o desenvolvimento
de ideias críticas, para que assim, estes se tornem capazes de se posicionar e
exporem suas opiniões diante da sociedade que os cercam, baseando suas
decisões em critérios objetivos e defensíveis.
E relacionando ainda as ideias destes autores com os Parâmetros
Curriculares Nacionais (2000) o conhecimento de Biologia deve subsidiar a
discussão de questões polêmicas, que dizem respeito ao aproveitamento dos
recursos naturais, ao desenvolvimento e à utilização destes recursos levando em
consideração à dinâmica dos ecossistemas, dos organismos, e de todas as formas
de vida presente na natureza. Dessa maneira a educação contemporânea deve
desenvolver uma ciência contextualizada, para que assim, esta contribua para uma
aprendizagem
significativa
dos
alunos,
formando
cidadãos
conscientes
e
comprometidos com a construção de uma sociedade sustentável (RODRIGUES;
FARRAPEIRA, 2008).
Durante o Ensino Médio, geralmente, parte-se da compreensão de um todo,
sendo mais adequado observar o fenômeno da vida em sua totalidade e o ambiente
como resultado das interações entre os fatores abióticos e bióticos, podendo estes
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ser representados a partir dessas interações (BRASIL, 2000). Portanto, aprender
Biologia na escola faz com que os alunos ampliem seu entendimento sobre o mundo
vivo, contribuindo assim, para que eles percebam a singularidade da vida humana
relativamente aos demais seres vivos, em função de sua incomparável capacidade
de intervenção no meio (BRASIL, 1998).
Previamente, no contexto escolar, o papel do professor era de transmitir
conhecimento já elaborado. Hoje ele atua como um mediador do conhecimento que
é construído cotidianamente na sala de aula, sendo que este é o resultado do
esforço mental do individuo que altera as suas ideias sobre algo que já tem
conhecimento e as adapta a situações novas (SANTOS; PARDO, 2011).
Sendo assim, o objetivo da presente monografia é conhecer quais
concepções os alunos de Ensino Médio, de uma escola particular de São Paulo, têm
sobre os manguezais, utilizando para trabalhar esta temática um questionário.
Desejando assim, através deste instrumento analisar e identificar, por meio das
repostas obtidas, suas percepções sobre o ecossistema.
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
O objetivo desta pesquisa é conhecer as concepções dos alunos de Ensino
Médio, de uma escola particular de São Paulo, sobre os manguezais. Para tanto a
metodologia de análise das perguntas, bem como a forma de expor os dados
coletados baseia-se nas pesquisas realizadas por Pereira (2005), Rodrigues e
Farrapeira (2008) e Vairo e Filho (2010).
O instrumento escolhido para a realização da coleta de dados foi um
questionário (vide anexo 1) composto de 05 questões, sendo 04 abertas e 01
alternativa. De acordo com Pádua (2012), o questionário é um importante
instrumento de coleta de dados, pois possibilita ao pesquisador fazer tanto uma
análise quantitativa dos dados, quando esses são apresentados por meio de
perguntas fechadas, como também uma análise qualitativa, quando neste
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instrumento são propostas questões abertas, sendo que essas assumem um caráter
pessoal, pois as repostas não são previstas. A finalidade do questionário utilizado
nesta monografia é analisar as repostas fornecidas pelos alunos referentes ao tema
do trabalho, procurando identificar quais percepções estes tem sobre os
ecossistemas de manguezal.
Este questionário, antes de ser aplicado aos alunos, foi avaliado pelo Comitê
de Ética em Pesquisa do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade
Presbiteriana Mackenzie. O projeto foi deferido, segundo o protocolo da CIEP nº
L009/10/12.
As perguntas abertas do questionário assemelham-se às propostas por
Pereira (2005), Rodrigues e Farrapeira (2008) e Vairo e Filho (2010), que também
usaram este instrumento para identificar as concepções dos alunos referentes ao
ecossistema manguezal.
Para analisar os dados coletados nesta pesquisa, a metodologia utilizada
baseou-se nas pesquisas de Pereira (2005), Rodrigues e Farrapeira (2008) e Vairo e
Filho (2010) que classificaram as respostas obtidas nos seus questionários em três
categorias: satisfatória, parcialmente satisfatória e insatisfatória, e posteriormente
fizeram gráficos comparando o número de respostas obtidas em cada questão. Para
este trabalho foi utilizado somente às categorias, pois os critérios de classificação
das características (respostas fornecidas pelos alunos) foram desenvolvidos pela
própria pesquisadora que ao ler os questionários decidiu adotar outro critério.
Desta forma, para a análise das perguntas abertas do questionário, utilizado
nesta monografia (vide anexo 1) os critérios adotados que visam enquadrar as
repostas
nas
categorias
citadas
(satisfatória,
parcialmente
satisfatória
e
insatisfatória) se basearam nas pesquisas de Pereira (2005), Rodrigues e Farrapeira
(2008) e Vairo e Filho (2010) , sendo expressos da seguinte forma:
1. Questão – Você sabe o que é um manguezal? – A finalidade desta questão
foi perceber se os alunos sabiam definir em poucas palavras o que eles
imaginam ser o manguezal. Foram consideradas satisfatórias as repostas que
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citaram duas características sobre o manguezal caracterizando-o como: um
local, ecossistema, ambiente, lugar que apresenta lama, plantas, raízes
submersas e presença de animais; parcialmente satisfatórias as repostas que
apontavam um dos elementos citados acima e insatisfatórias as respostas
que fugiram do tema da pergunta.
2. Questão – Você acha que o manguezal é importante? Em caso
afirmativo, escreva sobre isso. – O objetivo dessa pergunta é identificar se
o aluno reconhece ou não os manguezais como um ecossistema de
importância ecológica. Foram consideradas satisfatórias, as respostas nas
quais os alunos indicavam duas características sobre a importância do
manguezal, por exemplo, denominaram como fonte de subsistência para
pessoas que moram nessas regiões, como ecossistema importante na
manutenção do equilíbrio ecológico e habitat para diversas espécies de
animais; parcialmente satisfatórias foram as repostas que indicavam um
desses elementos e insatisfatórias foram aquelas que fugiram do tema
proposto.
3. Questão – Que animais vivem no manguezal? Você Conhece algum? –
Essa questão visa saber se os alunos conhecem os animais que habitam os
manguezais, tais como: caranguejos, moluscos bivalves, peixes, aves, entre
outros. Foram consideradas satisfatórias as respostas, que citaram quatro ou
três animais que podem ser encontrados neste ambiente, parcialmente
satisfatórias aquelas que citaram um ou dois animais, e insatisfatórias aquelas
que não citaram nenhum animal ou então que não souberam responder.
A finalidade da questão 04 “Você já esteve em um manguezal?”, cujo modelo
é apresentado abaixo foi saber se os alunos já estiveram em contato com esse
ambiente, seja por meio de uma atividade proposta pelo professor da escola, ou
então em uma viagem, ou então se nunca estiveram neste ambiente, porém já
ouviram algum comentário sobre este ecossistema. Desta forma, os alunos deveriam
escolher entre as quatro opções apresentadas (organizadas de “a” a “d”), uma única
alternativa assinalável.
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4. Você já esteve em um manguezal?
a) Sim, por meio de um passeio ou excursão oferecido pela escola;
b) Sim, por meio de uma saída turística/viagem/curso;
c) Não, mas já ouvi falar algo;
d) Nenhuma das alternativas anteriores.
5. Questão – Se você estivesse em um manguezal qual seria a sua reação?
Como você se sentiria? Fale um pouco sobre isso. – A intenção desta
pergunta é entender quais reações os alunos teriam ao estar diante de um
manguezal, ou seja, procurar perceber se essas reações seriam positivas, por
exemplo: “Eu me sentiria bem, pois estaria em contato com a natureza e com
os animais” ou então se essas reações seriam negativas, por exemplo: “Não
me sentiria bem, se eu tivesse em contato com esse monte de lama”. Foram
consideradas satisfatórias as respostas que os alunos mencionaram
justificativas cabíveis sobre o quais sensações sentiriam ao estar em contato
com o manguezal, sendo estas positivas ou negativas e insatisfatórias as
repostas nas quais os alunos não sabiam informar que reações teriam, por
exemplo,
“Não
sei”.
As
respostas
parcialmente
satisfatórias
foram
desconsideradas nesta questão.
Foram enviados a instituição de ensino e aos alunos os termos de livre e
esclarecido, bem como as cartas de consentimento (vide Anexos 2 e 3), para assim,
obter a autorização necessária destes para a realização da coleta dos dados.
Este instrumento foi aplicado a 56 alunos do Ensino Médio, nos anos 1º e 2º
durante uma das aulas da disciplina de Biologia. Antes da aplicação a pesquisadora
explicou para os alunos como o questionário deveria ser feito, dando a eles os
seguintes critérios: não será necessário se identificar, as questões podiam ser
respondidas a lápis ou a caneta, as questões abertas deveriam ser respondidas com
as suas palavras, ou seja, sobre a ideia que os alunos têm sobre este ecossistema,
18
e quanto à questão alternativa esta deveria ser assinalada em uma única opção indo
da letra “a” até a “d”.
Após a explicação de como o questionário deveria ser feito, a pesquisadora
entregou o mesmo aos alunos deu cerca de três minutos para os mesmos lerem
brevemente o que deveriam fazer e depois de transcorrido este tempo, a
pesquisadora se colocou a disposição para esclarecer os questionamentos feitos
pelos alunos. O questionário levou em ambas as classes, aproximadamente 10
minutos para ser feito, e depois de transcorrido este tempo, a pesquisadora os
recolheu.
4. RESULTADOS
A seguir são apresentados os resultados obtidos com a aplicação do
questionário. Dessa forma, baseado nos critérios utilizados para análise das
respostas sobre a concepção dos alunos sobre os manguezais, os resultados
indicam que os participantes apresentam níveis variados de conhecimento sobre o
assunto abordado, conforme representação nas figuras 1, 2, 3, 4 e 5.
Figura 1 – Respostas dos alunos referente à questão 1 “Você sabe o que é um manguezal?”.
N=56
N=56
19
Figura 2 – Respostas dos alunos referente à questão 2 “Você acha que o manguezal é importante?
Em caso afirmativo, escreva sobre isso”.
N=56
Figura 3 – Respostas dos alunos referente à questão 3 “Que animais vivem no manguezal? Você
conhece algum?”.
N=56
20
Figura 4 – Respostas dos alunos referente à questão 4 “ Você já esteve em um manguezal?”.
N=56
Figura 5 – Respostas dos alunos referente à questão 5 “ Se você estivesse em um manguezal qual
seria a sua reação? Como você se sentiria? Fale um pouco sobre isso”.
N=56
21
Portanto, podemos perceber que os resultados referentes à primeira questão
“Você sabe o que é um manguezal?” se expressaram da seguinte forma: dos 56
alunos analisados, 20% dos alunos sabiam definir o manguezal citando duas ou
mais características, 43% dos alunos sabiam definir citando uma característica e
37% dos alunos não sabiam definir manguezal.
Na segunda questão “Você acha que o manguezal é importante? Em caso
afirmativo, escreva sobre isso” os resultados foram: dos 56 alunos analisados, 18%
alunos sabiam informar a importância do manguezal citando duas ou mais
características, 39% dos alunos sabiam informar a importância do manguezal
citando uma característica e 43% dos alunos não sabiam informar sobre a
importância do manguezal.
Na terceira questão “Que animais vivem no manguezal? Você conhece
algum?”, os resultados obtidos foram: dos 56 alunos analisados, 09% dos alunos
sabiam informar citando três ou mais animais presentes no manguezal, 71% dos
alunos sabiam informar citando apenas um ou dois animais e 20% dos alunos
desconheciam os animais que habitam o manguezal.
Na quarta questão “Você já esteve em um manguezal?” a alternativa C “não,
mas já ouvi falar algo” é dominante em relação às demais alternativas que
representaram os valores 0%, 9% e 22% de frequência relativa nas respostas dos
alunos.
Na quinta questão “Se você estivesse em um manguezal qual seria a sua
reação? Como você se sentiria? Fale um pouco sobre isso”, os resultados se
mostraram da seguinte maneira: dos 56 alunos analisados, 66% dos alunos citaram
características positivas e negativas sobre as reações que teriam por estar em um
manguezal, sendo que essas respostas foram consideradas satisfatórias e 34% dos
alunos não souberam informar quais reações teriam ao estar no manguezal, sendo
que estas respostas foram consideradas insatisfatórias. Para esta questão não
foram consideradas respostas parcialmente satisfatórias.
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5. ANÁLISE
Diante dos resultados apresentados e de acordo com a fundamentação
teórica, a finalidade desta monografia foi conhecer as concepções dos alunos de
Ensino Médio, de uma escola particular de São Paulo sobre os manguezais, para
tanto foi proposta esta análise, sendo que ela é apenas uma das interpretações
possíveis para os dados aqui representados.
Em linhas gerais, o que pode ser identificado, nas duas séries de Ensino
Médio (1° e 2° anos), nas quais foram aplicados os questionários, é que os alunos
apresentaram um conhecimento parcialmente satisfatório a insatisfatório sobre os
manguezais, pois de acordo com a análise destes dados verificou-se que estas
categorias apresentaram maior
relevância
nas respostas fornecidas pelos
estudantes.
Isso também foi verificado nas pesquisas realizadas por Pereira (2006),
Rodrigues e Farrapeira (2008) e Vairo e Filho (2010) que ao se valerem deste
instrumento, para saber quais concepções os alunos têm sobre os manguezais,
foram constatados que estes não apresentavam ideias claras sobre este ambiente.
Acredita-se que isso ocorre porque os conteúdos são trabalhados na escola
de forma descontextualizada, não permitindo aos alunos fazerem associações do
que aprendem com outros temas estudados, pois diante das repostas fornecidas por
eles,
percebeu-se
que
apesar
de
associarem
aos
manguezais
diversas
características (local com lama, apresenta raízes submersas, dentre outros) típicas
destes locais, em alguns casos eles identificaram o manguezal como um tipo de
plantação “É um tipo de plantação de manga” como escreveu um aluno, o que não é
correto, por serem estudantes desta modalidade de ensino.
Outro fato importante é que, ao se referirem aos animais que são encontrados
neste ambiente, a maioria das respostas citou o caranguejo como o único animal
encontrado no manguezal. Estas respostas também apareceram em maior índice
nas pesquisas de Pereira (2006), Rodrigues e Farrapeira (2008) e Vairo e Filho
23
(2010), no qual grande parte dos alunos citou este animal como sendo característico
desta área.
Os motivos pelos quais os alunos destacaram a figura do caranguejo são
vários, dentre eles destacamos: os meios de comunicação, que geralmente ao
abordarem sobre este tema levam em consideração apenas a imagem deste animal
como o único representante do manguezal; e os próprios docentes que ao
trabalharem com esta temática, também levam em conta somente a figura deste
crustáceo. Portanto por ser veiculada esta imagem, os alunos acreditam que nessas
áreas são encontrados apenas esses animais.
O motivo pelo qual os alunos apresentam uma visão negativa sobre os
manguezais, refere-se à própria imagem do senso comum que associa a este
ecossistema uma imagem de “ambiente sujo”, devido à presença dos odores e da
lama que são característicos destes locais. Esta hipótese também foi levantada por
Vairo e Filho (2010), pois na maioria das respostas referente à questão 05, os
estudantes responderam que não iriam a um manguezal porque segundo eles: “Me
sentiria mal, por estar em um lugar com lama, me daria nojo” e “Desconfortável, pois
acho um lugar nojento e perigoso”.
Apesar de no gráfico a maior parte das
respostas serem satisfatórias, deve se atentar que foram levadas em consideração,
as respostas nas quais os alunos mencionaram interesse estar em um manguezal e
também aquelas nas quais os alunos não demonstraram interesse em estar neste
ambiente, sendo que as respostas que fugiram do tema ou então que os alunos
escreveram “não sei”, foram consideradas insatisfatórias.
Um fato interessante levantado pelos alunos, e que merece destaque, foram
suas respostas referentes à importância do manguezal. Apesar de não saberem
citar ao certo sobre este tema, sendo que para esta questão a maior parte das
respostas foi considerada insatisfatória, foi curioso observar que alguns escreveram
que os manguezais são importantes para as pessoas que moram nessas regiões,
pois muitas sobrevivem da coleta de caranguejos, outros, porém citaram que estes
locais são relevantes devido à fauna e flora, e por fim outros escreveram que essas
áreas são importantes porque são ambientes naturais.
24
Talvez essa associação ocorra pelo fato dos alunos já terem ouvido falar algo
sobre estes locais, porém não conseguiram elaborar ideias claras para escrever
sobre eles. Isso foi identificado nas repostas referente à questão alternativa, sendo
que em sua maioria os alunos responderam que nunca estiveram em um
manguezal, porém já ouviram falar algo sobre este ambiente. Uma das causas para
que seja levantado esse aspecto é que muitas vezes valoriza-se, no ensino, a
memorização, e não a construção do conhecimento (MIZUKAMI, 2010).
Conforme nos mostra Becker (1994), em algumas escolas os alunos são
concebidos como tabula rasa, sendo que seus conhecimentos prévios sobre
determinados assuntos, não são levados em consideração por parte dos
professores, o que geralmente ocorre nestes casos é que ainda alguns docentes
acreditam no processo de transmissão do conhecimento e não que este pode ser
construído juntamente com os alunos na sala de aula.
Mizukami (2010), ao falar sobre as abordagens cognitivista e sociocultural,
nos diz que o processo de ensino-aprendizagem se consolida através da construção
do conhecimento, ou seja, quando o sujeito é capaz de elaborar uma representação
pessoal do que lhe é ensinado. Neste caso tanto o professor como os alunos saem
beneficiados neste processo, pois o professor apresenta as informações e estas são
discutidas entre ele e seus alunos, valorizando assim, os conhecimentos de ambos
sobre as temáticas abordadas. Percebemos que estas propostas são as que mais
atendem as necessidades de ambos, pois visam mostrar que o conhecimento
depende da interação dos dois (professor e aluno) para ocorrer, estabelecendo
assim, uma relação de dupla troca, pois tanto o professor pode ensinar como o aluno
pode aprender ou vice-versa.
Assim sendo, para trabalhar a temática deste trabalho e não só deste como
de outros ambientes naturais presentes no nosso país, uma das sugestões seria a
educação ambiental nas escolas, pois esta pode ser uma das maneiras que alterem
as visões das pessoas sobre os manguezais, sendo que esta contribui para a
formação de cidadãos reflexivos e transformadores do seu meio, já que são nos
centros educacionais que os alunos entram em contato com os conceitos científicos
25
e estes podem auxiliá-los a desenvolver uma concepção mais ampla e integrada
destes ambientes (SANTOS; PARDO, 2011).
Portanto se buscamos desenvolver em nossos educandos atitudes que visem
à preservação e ao conhecimento dos manguezais e a qualquer outro ambiente que
desejamos estudar, torna-se necessário que eles conheçam a sua importância e o
seu significado para a manutenção do equilíbrio ecológico, pois o grande desafio da
sociedade contemporânea é buscar uma educação ambiental crítica e inovadora e
que permita realizar uma transformação social, sendo que seu foco deve ser amplo,
relacionando o homem, a natureza e o universo, entendendo que os recursos
naturais se esgotam e que os principais culpados por este processo somos nós
seres humanos (SANTOS; PARDO, 2011).
Infelizmente ainda temos veiculado na nossa sociedade os conceitos relativos
à ecologia rasa que considera o homem superior aos demais seres, atribuindo a
natureza um valor apenas utilitário. O que de certa forma é uma concepção errônea,
pois dependemos dos demais seres para sobreviver (VAIRO; FILHO, 2010).
Neste contexto, acredita-se que a visitação de ambientes naturais pode ser
considerada um importante recurso didático para várias disciplinas, podendo ser
usada em diferentes níveis de escolaridade, propiciando assim, o desenvolvimento
de um vínculo afetivo dos alunos com o ambiente e com os seres vivos
(RODRIGUES; FARRAPEIRA, 2008).
Rodrigues e Farrapeira (2008) ao citarem em seu artigo Souza et al (2006),
nos informa que é de suma importância que os professores não restrinjam os
conceitos estudados apenas nas salas de aula, devendo permitir aos alunos um
contato com o ambiente externo, pois a educação se processa em vários locais.
Dessa forma para que a aprendizagem seja efetiva ao estudar os manguezais
ou outros ambientes é necessário que o aluno se sinta envolvido neste processo e
veja significado nos assuntos que estão sendo trabalhados, pois só se aprende
coisas novas quando estas têm um interesse especial para o aluno e quando ele
26
considera o processo de aprendizagem como de seu próprio mérito (RODRIGUES;
FARRAPEIRA, 2008).
Portanto se desejamos propiciar aos alunos conhecimentos sobre os diversos
ambientes, torna-se necessário que os docentes repensem melhor sobre esta
temática e que passem a trabalhar melhor os conteúdos estudados, outras
sugestões podem ser dadas para esse processo tais como: saídas a campo,
elaboração de situações problema e tantas outras atividades que ressaltem a
importância e o conhecimento sobre esses ambientes, para que assim os alunos
sejam capazes de desenvolver uma concepção positiva sobre estes conceitos.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este estudo ao ser realizado constatou que os estudantes apresentam, no
geral, conhecimento parcialmente satisfatório a insatisfatório sobre os manguezais.
Segundo os dados apresentados, acreditamos que isso ocorre por dois motivos:
primeiro
porque
os
conteúdos
são
trabalhados
na
escola
de
forma
descontextualizada, não permitindo aos alunos fazerem associações do que
aprendem com outros temas estudados; e segundo porque há uma ideia do próprio
senso comum que associa a este ecossistema uma imagem de “ambiente sujo”, e
muitas vezes não considera que o resultado da degradação dos manguezais é
causado pelo próprio ser humano.
Dessa forma, uma das sugestões propostas neste trabalho para minimizar
essa problemática é a educação ambiental nos centros educacionais, pois esta pode
ser uma das maneiras que sensibilizem as pessoas a terem um melhor olhar sobre
os manguezais, desvinculando assim, as concepções negativas que estas
apresentam sobre esse ambiente.
O presente trabalho, através dos dados apresentados, pode ser considerado
uma contribuição para o processo educacional por mostrar a falta de conhecimento
dos alunos sobre os manguezais. Dessa forma, é necessário haver por parte dos
27
docentes um novo olhar ao trabalhar estes assuntos, porém para que isso se efetive
é necessário que os professores saiam do tradicionalismo da sala de aula e vão à
busca de outras formas para trabalhar este tema, seja através de atividades de
campo, elaboração de projetos, dentre outros, para que assim, o aluno veja sentido
no que está estudando elaborando assim suas próprias concepções.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BECKER, F. Modelos pedagógicos e modelos epistemológicos. Educação e
Realidade. Porto Alegre, 1994, 19(1): 89-96, jan/jun.
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aos Parâmetros Curriculares Nacionais – Ciências da Natureza, Matemática e suas
Tecnologias. Secretaria de Educação Básica. – Brasília: MEC/SEF, 1998. Disponível
em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/CienciasNatureza.pdf>. Acesso em:
28 set. 2012.
FILDELMAN, Pedro I. J., Aspectos legais da proteção do ecossistema manguezal e
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11.
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LACERDA, Luiz Drude de et al. Manguezais do Nordeste. Revista Ciência Hoje, São
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39,
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http://www.institutomilenioestuarios.com.br/pdfs/Produtos/004/045_Artigo_Mangues_
CH_229.pdf >. Acesso em: 20 set. 2012.
28
MIZUKAMI, M.G.N. Ensino: As abordagens do processo. Temas básicos de
Educação Ensino, EPU, São Paulo, 2010, p. 69-87.
PADUA, Elisabete Matallo Marchesini de. Metodologia da pesquisa: abordagem
teórico-prática, 17ª edição. São Paulo: Papirus, p. 72-74. 2012.
PEREIRA, Edvânia Maria et al. Percepção e Educação Ambiental sobre os
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Eletrônica do mestrado em Educação Ambiental, Julho, Rio Grande, RS, v. 17, p.
244
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http://www.if.ufrgs.br/ienci/artigos/Artigo_ID139/v13_n1_a2008.pdf>. Acesso em: 15
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RODRIGUES, Sérgio de Almeida; O manguezal e sua fauna. Disponível em: <
http://www.usp.br/cbm/index.php/pt/artigos-acesso-livre/76-o-manguezal-e-a-suafauna>. Acesso em: 12 de out. 2012
29
SANTOS, Felipe Alan Souza; PARDO, Maria Benedita Lima. Concepções de
professores sobre a educação ambiental: análise e perspectiva no município de
Indiaroba, Sergipe. Revista Nordestina de Ecoturismo, Aquidabã, SE, v. 4, n. 1, p. 20
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Acesso: 25 set. 2012.
SANTOS,
Janaína.
Manguezais.
Disponível
em:
<http://www.moisesneto.com.br/artigos.html>.Acesso em: 07/10/12.
VAIRO, Alexandre Cunha; FILHO, Luiz Augusto Rezende. Concepções de alunos do
Ensino Médio sobre ecossistemas de manguezal: o caso de um colégio público do
Rio de Janeiro. Revista Eletrônica do Mestrado Profissional em Ensino de Ciências
da Saúde e do Meio Ambiente, Agosto, Niterói, RJ, v. 3, n. 2, p. 15 – 19, Agosto,
2010.
Disponível
em:
<http://www.ensinosaudeambiente.com.br/edicoes/volume%203/texto2alexandrecun
ha.pdf>. Acesso em: 15 set. 2012.
30
Anexo 1 – Modelo do questionário aplicado aos alunos de Ensino Médio nas
séries 1° e 2° anos
Caro (a) aluno (a),
Este questionário tem por objetivo levantar dados sobre suas concepções quanto ao
ecossistema de manguezal, para isso será necessário que as informações
fornecidas por você sejam verdadeiras. Para que você não se sinta confuso na hora
de responder as perguntas leia abaixo os seguintes critérios:
 Não é necessário se identificar;
 Pode responder as perguntas a lápis ou a caneta;
 Caso tenha dúvidas pergunte a estagiária.
Obrigada pela sua colaboração,
Barbara
1) Você sabe o que é um manguezal?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
2) Você acha que o manguezal é importante? Em caso afirmativo, escreva sobre
isso.
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
31
3) Que animais vivem no manguezal? Você conhece algum?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
4) Você já esteve em um manguezal?
a)
b)
c)
d)
Sim, por meio de um passeio ou excursão oferecido pela escola;
Sim, por meio de uma saída turística/viagem/curso;
Não, mas já ouvi falar algo;
Nenhuma das alternativas anteriores.
5) Se você estivesse em um manguezal qual seria a sua reação? Como você se
sentiria? Fale um pouco sobre isso.
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
32
Anexo 2 – Carta de Informação a Instituição e Termo de Livre e Esclarecido
CARTA DE INFORMAÇÃO À INSTITUIÇÃO
Esta pesquisa tem como intuito conhecer as concepções dos alunos sobre os
ecossistemas
de
manguezais.
Para
tanto,
realizaremos
um
questionário
semiestruturado, composto de quatro questões, sendo três abertas e uma
alternativa, esse questionário será aplicado a 56 alunos das turmas de ensino médio
do Colégio Aliado Unidade Jardim Japão nas séries 1º e 2º anos. Para tal
solicitamos a autorização desta instituição para a triagem de participantes, e para a
realização dos procedimentos previstos.
O contato interpessoal e a realização dos procedimentos oferecem riscos
físicos e/ou psicológicos mínimos aos participantes e à instituição. As pessoas não
serão obrigadas a participar da pesquisa, podendo desistir a qualquer momento. Em
eventual situação de desconforto, os participantes poderão cessar sua colaboração
sem consequências negativas para si ou para a instituição. Todos os assuntos
abordados serão utilizados sem a identificação dos colaboradores e instituições
envolvidas.
Quaisquer dúvidas que existirem agora ou a qualquer momento poderão ser
esclarecidas, bastando entrar em contato pelo telefone abaixo mencionado.
Ressaltamos que se trata de pesquisa com finalidade acadêmica, referida à ao
Trabalho de Conclusão de Curso de Licenciatura plena em Ciências
Biológicas, que os resultados da mesma serão divulgados em um Trabalho de
Conclusão de Curso obedecendo ao sigilo, sendo alterados quaisquer dados que
possibilitem a identificação de participantes, instituições ou locais que permitam
identificação.
De acordo com estes termos, favor assinar abaixo. Uma cópia deste
documento ficará com a instituição e outra com o(s) pesquisador(es).
Obrigada,
..........................................................
Barbara Reis Carvalho
.............................................................
Guilherme Moraes de O. Abuchahla
Universidade Presbiteriana Mackenzie
Contato: Barbara R. Carvalho – Telefone: (11) 98535-8649 / (11) 29519645
E-mail: [email protected]
33
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Pelo presente instrumento que atende às exigências legais, o(a) senhor (a)
Pascoa Rosa Goggi Reyes Kury, representante da instituição, após a leitura da
Carta de Informação à Instituição, ciente dos procedimentos propostos, não restando
quaisquer dúvidas a respeito do lido e do explicado, firma seu CONSENTIMENTO
LIVRE E ESCLARECIDO de concordância quanto à realização da pesquisa. Fica
claro que a instituição, através de seu representante legal, pode, a qualquer
momento, retirar seu CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO e deixar de
participar do estudo alvo da pesquisa e fica ciente que todo trabalho realizado tornase informação confidencial, guardada por força do sigilo profissional.
São Paulo,.......... de....................................de..................
__________________________________
Assinatura do representante da instituição
34
Anexo 3 – Carta de Informação ao sujeito e Termo de Livre e Esclarecido
CARTA DE INFORMAÇÃO AO SUJEITO
Esta pesquisa tem como intuito conhecer as concepções dos alunos sobre o
ecossistema de manguezal. Para tanto, utilizaremos como instrumento de coleta de
dados um questionário semiestruturado composto por quatro questões, sendo três
abertas e uma alternativa. Este questionário será aplicado a 56 alunos do Ensino
Médio nas séries 1º e 2º ano da Escola Aliado Unidade Jardim Japão, localizada na
Cidade de São Paulo, capital e cuja faixa estaria de seus alunos para esta
modalidade de ensino está entre 14 e 16 anos.
O objetivo deste instrumento é analisar as repostas fornecidas pelos alunos e
identificar suas concepções sobre o ecossistema de manguezal. Para tal solicitamos
sua autorização para a realização dos procedimentos previstos. O contato
interpessoal e a realização dos procedimentos oferecem riscos físicos e/ou
psicológicos mínimos aos participantes. As pessoas não serão obrigadas a participar
da pesquisa, podendo desistir a qualquer momento. Em eventual situação de
desconforto, os participantes poderão cessar sua colaboração sem conseqüências
negativas.
Todos os assuntos abordados serão utilizados sem a identificação dos
participantes e instituições envolvidas. Quaisquer dúvidas que existirem agora ou a
qualquer momento poderão ser esclarecidas, bastando entrar em contato pelo
telefone abaixo mencionado. Ressaltamos que se trata de pesquisa com finalidade
acadêmica, referida ao Trabalho de Conclusão de Curso de Licenciatura plena
em Ciências Biológicas que os resultados da mesma serão divulgados em um
Trabalho de Conclusão de Curso obedecendo ao sigilo, sendo alterados quaisquer
dados que possibilitem a identificação de participantes, instituições ou locais que
permitam identificação. De acordo com estes termos, favor assinar abaixo. Uma
cópia deste documento ficará com o participante da pesquisa e outra com o(s)
pesquisador (s).
Obrigada,
35
.............................................................
Barbara Reis Carvalho
........................................................
Guilherme M. de O. Abuchahla
Universidade Presbiteriana Mackenzie
Contato: Barbara Reis Carvalho – Telefone: (11) 98535-8649 / (11) 2951-9645
E-mail: [email protected]
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Pelo presente instrumento que atende às exigências legais, o (a) senhor (a)
__________________________________________________________________,
representante da legal do aluno (a)
___________________________________________________________________,
após a leitura da Carta de Informação à Instituição, ciente dos procedimentos
propostos, não restando quaisquer dúvidas a respeito do lido e do explicado, firma
seu CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO de concordância quanto à
realização da pesquisa.
Autorizo a participação no questionário
□ sim
□ não
Fica claro que a instituição, através de seu representante legal, pode, a qualquer
momento, retirar seu CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO e deixar de
participar do estudo alvo da pesquisa e fica ciente que todo trabalho realizado tornase informação confidencial, guardada por força do sigilo profissional.
São Paulo,....... de ..............................de..................
_________________________________________
Assinatura do sujeito (representante legal do aluno)
36
Estou ciente do conteúdo da Monografia “LEVANTAMENTO DAS CONCEPÇÕES
DOS ALUNOS DO ENSINO MÉDIO, DE UMA ESCOLA PARTICULAR DE SÃO
PAULO, SOBRE OS MANGUEZAIS”.
________________________________________________
Prof. Ms. Guilherme Moraes de O. Abuchahla
(Orientador – Universidade Presbiteriana Mackenzie)
_________________________________________________
Barbara Reis Carvalho
(Aluna – Código de Matrícula 3104790-4)
Download

Levantamento das Concepções dos Alunos do Ensino