AU TO RA L UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU PE LA LE I DE DI R EI TO AVM FACULDADE INTEGRADA O PROJETO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA OS Por: Talita Proquere Antonelli DO CU M EN TO PR OT EG ID MORADORES DE SANTOS/SP COM ÊNFASE EM MANGUEZAL. Orientador(a): M. Sc. Mariana de Castro Moreira São Bernardo do Campo 2013 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU AVM FACULDADE INTEGRADA PROJETO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA OS MORADORES DE SANTOS/SP COM ÊNFASE EM MANGUEZAL. Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada – Universidade Candido Mendes como requisito parcial para obtenção especialista em Educação Ambiental. Por: Talita Proquere Antonelli do grau de AGRADECIMENTOS Agradeço a todos os meus familiares e professores que me ajudaram em mais uma etapa da minha vida. DEDICATÓRIA Dedico aos meus familiares, amigos e professores. RESUMO Nesta pesquisa analisamos se existe a necessidade de um Projeto de Educação Ambiental, com ênfase em Manguezal, para os moradores da cidade de Santos/São Paulo e como esse projeto deve ser feito. Primeiro apresentamos a Cidade e explicamos sobre o que é o ecossistema Manguezal e sua importância, em seguida tratamos sobre os problemas ambientais que começaram a muito tempo, mas a cada dia estão tomando proporções maiores e grandes consequências não só para o meio ambiente mas também para a população. Explicamos o que é percepção, e Educação Ambiental, e como podemos utilizar essa percepção para avaliar se existe a necessidade da implantação de um projeto de Educação Ambiental para os moradores dessa cidade. Concluimos que apesar da grande maioria saber o que é Educação Ambiental, e conhecer o Manguezal da própria cidade, muitos não sabem da sua importância e tem grande interesse em conhecer e se aprofundar no assunto, através de um Projeto de Educação Ambiental, onde esses moradores passaram a diante aos turistas, como protegerem suas cidades e ecossistemas existentes nelas. METODOLOGIA A pesquisa será feita através de um questionário básico, com questões alternativas de Sim e Não, com os moradores da Cidade de Santos/SP. Serão entrevistados aproximadamente 150 moradores, na idade entre 15 a 60 anos. E após a aplicação do questionário iremos analisar os dados obtidos. SUMÁRIO INTRODUÇÃO ............................................................................................ 8 CAPÍTULO I – Cidade de Santos .............................................................. 17 SUBCAPÍTULO – Manguezal ................................................................... 17 CAPÍTULO III – Problemas Ambientais..................................................... 17 CAPÍTULO IV – Percepção ....................................................................... 22 CAPÍTULO V – Educação Ambiental ........... Erro! Indicador não definido. CONCLUSÃO ........................................................................................... 54 BIBLIOGRAFIA ......................................................................................... 57 WEBGRAFIA............................................................................................. 62 ANEXOS ................................................................................................... 63 INTRODUÇÃO O Tema desta pesquisa é se existe a necessidade de um Projeto de Educação Ambiental, com ênfase em Manguezal, para os moradores da cidade de Santos/São Paulo e como esse projeto deve ser feito. A cidade é turística e recebe muitas pessoas o ano todo, principalmente na temporada de férias e foi escolhida porque nela existe uma faixa extensa de Manguezal que a muitos anos está sofrendo com a interferência humana e pode ser que em breve, caso não seja tomada nenhuma providencia, deixe de existir. Atualmente trabalhos como “Percepção do Estado atual da Educação Ambiental em relação aos turistas da Cidade de Santos/SP com ênfase em Manguezal” do ano de 2009, comprovam que existe uma grande falta de projetos de Educação Ambiental, com ênfase no ecossistema Manguezal nesta cidade, porém este estudo foi feito somente com os turistas, e com base nele faremos um estudo com os moradores, verificando a real necessidade desse projeto para a população em geral, seja morador ou turista. A Baixada Santista é um bom exemplo das pressões que os Manguezais vêm sofrendo, isso é o que mostra o estudo realizado pela CETESB, Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental. Muitas pessoas não sabem da importância tanto para a Fauna e Flora, quanto para a Cidade em si e propor um projeto que seja aplicado inicialmente com os moradores, é de grande importância, para começar a solucionar esses problemas de degradação e poluição, sensibilizando, ajudando a compreender e mostrando a responsabilidade que os mesmos precisam ter com esse ecossistema que faz parte da Cidade onde moram, e passando isso adiante aos turistas, pois os moradores se preocupando com o que é deles, fará com que os turistas tenham também consciência e levem isso para sua própria cidade. Além de importante para a conscientização pode gerar emprego na Cidade e também melhorar o turismo, pois além de ser inicialmente voltado para os moradores, é necessário pessoas com formação e especialização para conduzirem esse projeto e ele se expandir. Depois de ser feita a conscientização inicial com os moradores, pode ser avaliado uma maneira de levar esse projeto aos turistas, dando uma solução maior ao problema. Iremos apresentar no capítulo um a cidade de Santos, e o Manguezal, além de explicar a sua importância. Já no segundo capitulo iremos falar sobre os problemas ambientais, onde será relatado como foi o inicio desses problemas e o grau em que se encontram. E explicaremos o que significa percepção, e como essa percepção acontece com os seres humanos. E por ultimo vamos finalizar no terceiro capitulo explicando um pouco mais como surgiu e como é realizada a Educação Ambiental. CAPÍTULO I CIDADE DE SANTOS Segundo o IBGE (2009), a Baixada Santista está localizada no litoral central do Estado de São Paulo – Brasil, e abrange nove municípios do Estado: São Vicente, Praia Grande, Cubatão, Guarujá, Bertioga, Santos, Mongaguá, Itanhaém e Peruíbe, totalizando 2.422,776 km², abrigando cerca de 1.606.863 habitantes. Na região sudeste brasileiro, a Serra do Mar, que em muitos pontos alcança o oceano, limita a ocorrência de manguezais, essa vegetação localiza-se em áreas abrigadas como baías e estuários. De acordo com Herz (1991), o Complexo Lagunar de Cananéia-Iguape e a planície costeira da Baixada Santista formam as maiores áreas de manguezais do Estado de São Paulo Brasil. Herz (1987) diz que o Estado de São Paulo conta com uma área de 231 km² de manguezais, no entanto, 28 km² essa área encontra-se alterada ou degradada, sendo somente 203 km² de área preservada. Separando o litoral paulista em três setores obtêm-se: Litoral Norte, com 3 km² de manguezais, Baixada Santista, com 120 km² e Litoral Sul, com 108 km². Lamparelli (1998) verificou, dez anos depois, que a área de manguezais na Baixada Santista era de 120,21 km², sendo que o Município de Santos apresentava a maior área 30,69 km², seguido pelos municípios de Cubatão 23 km², Bertioga 18,31 km², São Vicente 16 km², Guarujá 15 km², Praia Grande 8 km², Peruíbe 5,46 km² e Itanhaém 3,75 km², somente o Município de Mongaguá não apresenta áreas de manguezais, no litoral central do estado. Herz (1991) constatou que mais de 10% dos manguezais presentes no Estado de São Paulo, encontram-se degradados ou alterados. Santos (2009) analisou o processo de alteração dos manguezais da Baixada Santista e considera que a degradação está diretamente associada à história de ocupação humana na região. Entende-se que o melhor uso, para qualquer área de manguezal é manter esse ambiente como área conservada. De acordo com Diegues (1992), mais da metade da população brasileira vive em uma distância inferior a 60 km do mar, sendo que grande parte da produção industrial também se concentra nessa mesma faixa. Nessa área também se encontra alguns ambientes costeiros ecologicamente complexos, como manguezais, restingas, marismas, lagunas e estuários. De acordo com Schaeffer-Novelli (1994), nessa região os manguezais encontram-se sob planícies formadas por depósitos marinhos ou flúvio lacunares quaternários, formados por argilas, sujeitas a inundações pela maré. Para Ab’Saber (1982), a faixa litorânea brasileira sofre com os problemas gerados pela grande aglomeração urbana, visto que os espaços são ocupados de forma intensa e desordenada. De acordo com Diegues (2001), 80% da população mundial vivem na zona costeira ou próxima dela. No Brasil, para Moraes (1999), esse valor corresponde a mais de 22% da população. Segundo Silva et al. (1993), os dados da CETESB - Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental mostram que 40% dos manguezais da Baixada Santista apresentam bom estado de conservação, dados confirmados em pesquisa recente por Santos (2009). Os manguezais degradados possivelmente são áreas que foram afetadas por tensores, dos quais destacamos o derramamento de óleo, ou são áreas sob influência dos rios Cubatão e Mogi, que possuem alto nível de poluição proveniente dos efluentes industriais. Um dos primeiros municípios a sentir os efeitos da degradação dos ecossistemas naturais foi Cubatão. Para Goldenstein (1972), as indústrias de Cubatão drenaram e secaram os Manguezais da sua área por mais de quinze anos. A geomorfologia da Baixada Santista, conforme já exposto, não é favorável a instalação de indústrias, além disso, a rede hidrográfica meandrante e com algumas áreas alagadas, torna essa região imprópria para instalação de indústrias de grande porte. De acordo com Fruehauf (2005), os sistemas estuarinos de Santos e São Vicente, representam um dos maiores exemplos no Brasil de degradação ambiental causada pelo processo de industrialização (siderúrgicas, petroquímicas e de fertilizantes), estes estuários receberam durante anos resíduos tóxicos sem nenhum tratamento, que representam hoje um enorme passivo ambiental. Herz (1991) constatou que mais de 10% dos manguezais presentes no Estado de São Paulo, encontram-se degradados ou alterados. Silva et al. (1993) detectaram que Cubatão possui menos de 17% de áreas cobertas por manguezais cuja área original foi estimada em 29 km². MANGUEZAL Os manguezais são protegidos pela legislação federal do Código Florestal de (1965), Resolução CONAMA 303 (2002), Constituição Federal (1988) e pela Política Nacional de Meio Ambiente (1981) devido à importância que representam para o ambiente marinho. Também são fundamentais para a procriação e o crescimento dos filhotes de vários animais, como rota migratória de aves e alimentação de peixes, colaboram para o enriquecimento das águas marinhas com sais nutrientes e matéria orgânica, previnem inundações e a vegetação funciona como mata ciliar agindo diretamente na amenização e ou contenção de erosão dos mangues e no processo de assoreamento (LUGO et al., 1980). De acordo com Silva (2004), o manguezal ocorre em regiões tropicais, em terrenos baixos e sujeitos à ação das marés, sendo formado por solos pouco consistentes aos quais se associam comunidades vegetais e animais características deste ambiente. O termo mangue é usado para designar um grupo florísticamente diverso de arbustos e árvores tropicais pertencentes a famílias não relacionadas, que partilham adaptações e características fisiológicas especiais, possibilitando sua permanência em áreas alagadas, salinas, de substratos siltosos, inconsolidados e com baixo teor de oxigênio. Por outro lado, o termo manguezal é usado para se referir a uma comunidade de mangue, ou um ecossistema (NOVELLI et.al, 1990). Segundo González (2006), os manguezais estão entre os principais responsáveis pela manutenção de boa parte das atividades pesqueiras das regiões tropicais, e são distribuídos por todos os continentes, fornecendo às águas costeiras uma enorme quantidade de nutrientes, principalmente pelas árvores através das folhas, frutos e galhos. Zmith (1992) diz que os manguezais estão entre os ecossistemas mais produtivos do mundo, desenvolvendo-se em regiões tropicais e subtropicais. Ao contrário de outras florestas, os manguezais não são ricos em espécies, porém destacam-se pela grande abundância das populações que neles vivem. O território brasileiro conta com mais de 200 grupos étnicos que utilizam diretamente destes recursos (BRASIL, 1998). A sustentabilidade de ambientes com tais características encontra-se gravemente ameaçada devido aos impactos provocados nesses locais. Segundo Vannucci (2002), dentre os principais impactos nos manguezais estão o aterro para projetos de implantação industrial, o desmatamento urbano e turístico, contaminação por substâncias químicas derivados de petróleo e metais pesados, disposição de resíduos sólidos e líquidos, a pesca predatória, dentre outros. Já para Moura (2001), a tentativa de minimizar a degradação dos manguezais, destaca-se a importância no processo da educação ambiental, implementada a partir da gestão ambiental deste recurso, que associada à tradição da educação popular compreende processo educativo como um ato político no sentido amplo, isto é, como política social de formação de cidadania para o cuidado com o ambiente. Para Sato e Santos (2001), a falta de conhecimento sobre a importância desse ecossistema é um dos maiores obstáculos para sua preservação e conservação e é fundamental implantar e consolidar ações e programas de educação ambiental que desenvolvam um saber não puramente científico e pouco prático, mas um saber crítico e contextualizado. Segundo Martins (2009), a partir da década de 70, garças a ciência, que promoveu uma reviravolta na percepção dos Manguezais, o mesmo passou a ser visto como um ambiente de grande produtividade. Porém a sustentabilidade desse ecossistema está gravemente ameaçada devido aos impactos provocados pelo lançamento de esgoto e lixo nos rios, desmatamento, pesca predatória, aterros e a introdução de espécies exóticas, dentre outros. Um dos meios para minimizar essas ações é a realização de programas de Educação Ambiental, apoiados numa gestão compartilhada que permita a harmonia entre as atividades humanas e o ambiente, através da conscientização e sensibilização das populações. A Educação Ambiental tem papel importante na compreensão da dinâmica dos ecossistemas possibilitando a promoção do cuidado de ambientes naturais. De acordo com Pandeff e Silva (2009), no caso dos manguezais, as pressões a qual estão sujeitos e o desconhecimento de sua potencialidade econômica, a ser explorada de forma sustentada, justifica a necessidade de ampliar o conhecimento de sua estrutura e funções, garantindo a manutenção efetiva da biodiversidade. Para esse processo é essencial à implantação da Educação Ambiental apoiada ao processo de Gestão Ambiental. De acordo com Silva (1992) os manguezais mais afetados são aqueles que se encontram nas áreas mais urbanizadas, porque os trechos mais concorridos para o estabelecimento do homem em busca de sua sobrevivência são aqueles que margeiam os estuários. O ecossistema manguezal também está inserido no domínio da mata atlântica, sendo protegido por lei como Área de Preservação Permanente – APP. Segundo o Código Florestal Lei 4.771/1965 artigo um entende – se por Área de Preservação Permanente APP: área coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem estar das populações humanas (BRASIL, 1965). Kjerfve e Lacerda (1993) dizem que no Brasil é encontrado desde o extremo norte (Rio Oiapoque) até o município de Laguna no Sul em Santa Catarina, com aproximadamente 6.786 km. Uma parte considerável deste importante ecossistema já foi destruída tendo em vista que até a década de 70 achava-se que o manguezal não tinha muita importância. De acordo com Pandeff e Silva (2009), na grande maioria dos manguezais brasileiros não existem gestão de manejo para a preservação do ecossistema. Apesar da base legal, ainda muitos manguezais não possuem levantamento fundiário e não são unidades de conservação conforme rege a legislação do SNUC (2000). Esse problema é bem visível quando analisamos os usos no ecossistema e os impactos que o mesmo sofre ao longo do tempo. No entanto é necessário pensar o desenvolvimento através de um modelo de gestão que envolva os diversos atores sociais: público, privado e sociedade, permitindo assim a identificação das inúmeras variáveis que impactam determinada região, estabelecendo critérios que regulem as atividades desenvolvidas e ainda fomentem alternativas locais para a geração de emprego e renda, sendo a sustentabilidade, um dos alvos desse processo. Assim, buscar alternativas para a gestão adequada dos recursos naturais e a criação de condições que propiciem a sustentabilidade dessas populações, é de vital importância para reduzir a degradação ambiental crescente dessas áreas (PANDEFF e SILVA, 2009). No Brasil, a estimativa para área de cobertura dos manguezais é de 1,38 milhões de hectares de acordo com Kjerfve e Lacerda (1993). E Schaeffer-Novelli (1990) nos diz ainda que ao longo da costa brasileira os manguezais possuem características específicas que os diferenciam quanto aos padrões de estrutura vegetal e suas especificidades regionais na distribuição das espécies. De acordo com Spalding (2010), o Brasil ocupa o 2º lugar no ranking de manguezais do mundo, sendo mais representativo na Região Norte (Amapá, Maranhão e Pará) e ainda com alguma preservação na Região Sudeste, particularmente no sul do Estado de São Paulo (Área de Proteção Ambiental de Cananéia-Iguape-Peruíbe) e norte do Estado do Paraná (Baía de Paranaguá). De acordo com Silva et. al. (1991), a Baixada Santista é um bom exemplo das pressões antrópicas que os manguezais vêm sofrendo. Estudos realizados pela CETESB – Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental, a partir da interpretação de imagens de satélite e fotografias aéreas mostram que apenas 40% dos manguezais dessa região encontram-se em bom estado de conservação. Dentre as áreas da Baixada Santista, a de Cubatão é a mais degradada, onde apenas 17% dos 29 Km2 de manguezais originais encontramse em estado saudável. Uma caracterização da situação dos manguezais existentes na costa brasileira foi apresentada por PANITZ (1998), onde foram mencionados os vários aspectos relacionados com a necessidade de preservação destes ecossistemas. Segundo Brasil (2002), na legislação em vigor, o ecossistema manguezal apresenta-se legalmente protegido, de forma integral, incluindo toda a fauna e flora existente, porém muitas vezes as situações são opostas, principalmente devido à falta de fiscalização e de planos de recuperação por parte das autoridades competentes. CAPÍTULO II PROBLEMAS AMBIENTAIS Os problemas ambientais demonstram que a interferência do ser humano no ecossistema levou a um desequilíbrio que ultrapassa sua força de recuperação. Com frequência, os problemas ambientais não são tratados como problemas sistêmicos, o que leva a soluções que resolvem um problema e causam outros. (IRVING & MONCRIEFF, 2004). O Sebrae (1988) confirma que os grandes problemas ambientais produzem um grande efeito global. Segundo Azevedo (2008), a crise ecológica também é uma crise de valores humanos, de ética em todas as dimensões, e traz à tona novos pensamentos, novos conflitos, novas possibilidades, novas soluções e novos comportamentos diante do planeta. Para isso é necessário compreender o sistema e a partir daí rever as atitudes em relação ao ambiente o qual está inserido. Segundo Kinlaw (1998), a preocupação ambiental vem aumentando bastante nas últimas décadas, já que a poluição dos solos das águas e do ar é uma consequência da forma inadequada de tratamento de resíduos sólidos, líquidos e gasosos. Para Marcatto (2002), os impactos ambientais não se manifestam em nível local. Muitas vezes as pessoas que residem em um determinado local, podem ser ao mesmo tempo causadoras e vítimas dos impactos. Por conviverem diariamente com o problema, essas pessoas têm mais condições de diagnosticar e resolver de forma efetiva parte desses problemas. As cidades enfrentam problemas ambientais de enfoque global, pois segundo Nefussi e Lico (2000) as enchentes que ocorrem nos grandes centros, por exemplo, decorre da impermeabilização e da erosão do solo e acúmulo de lixo em lugares inadequados, sendo consequência da falta de conscientização ecológica. Também enfatiza que os problemas de saneamento são precários e se agravam pelo crescimento significativo da população, sobretudo nas periferias das grandes cidades. No dia-a-dia, segundo Fernandes (1999), o homem produz diversos resíduos, para os quais nem sempre existem soluções de destino final adequados. Com a crescente industrialização, o aumento populacional, bem como a produção individual de resíduos, o seu destino final foi-se agravando no mundo, devido aos volumes cada vez maiores envolvidos. Segundo Brunacci (2005), os danos sofridos pela população podem ser notados em níveis locais e planetários. Como o caso do aquecimento global que afeta todas as regiões do mundo. Desastres provenientes de tal aquecimento podem ser vistos através das excessivas enxurradas, chuvas intensas, fortes ventanias, temperatura elevada, entre outros. Assim sendo, vale dizer que a reversão do atual quadro só será possível através da união, de esforços individuais e coletivos. A responsabilidade compartilhada entre empresas, governos e sociedade é o rumo correto para a sustentabilidade, que requer a adoção de novas práticas simples e economicamente viáveis. Para Pelicioni (2005), algumas importantes mudanças ambientais têm sido observadas e foi ligada aos efeitos a saúde humana, economia e meio ambiente. O aquecimento global devido ao aumento da temperatura mundial faz com que espécies diversas saem de seu habitat por causa de mudanças nas condições do meio em que vive. É diante dessas situações que se aconselham o envolvimento da população para atuar de forma a ajudar a definir os problemas e suas soluções. De acordo com Mucci (2005), a partir da constatação da interferência do homem no meio ambiente, o tema polêmico vem sendo discutido em seminários e eventos no mundo inteiro buscando fazer com que o homem reflita e pense em formas de melhoria e proteção da vida no planeta, pois, não é só a criminalidade, as guerras que ameaçam a vida, mas também e principalmente a forma como se trata a natureza. Nesse sentido, torna-se necessário que todos promovam suas ações de forma a visar um meio ambiente sustentável e digno de sobrevivência. Com isso, é possível afirmar que tal proposta vem sendo até discutida em diversos regulamentos e referencial, como por exemplo, os PCNs. Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais referentes ao meio ambiente (1997), a degradação ambiental consiste em alterações e desequilíbrios provocados no meio ambiente que prejudicam os seres vivos ou impedem os processos vitais ali existentes antes dessas alterações. Diante de tal conceito é possível perceber que as maiores causas de degradação são causadas por diversas atividades humanas, por exemplo, construções, desmatamento, poluição, etc. De acordo com biólogo Mucci (2005), essas atividades geram erosões nos solos e contaminação de áreas, causando assim ao meio ambiente danos irreversíveis, além de comprometer a qualidade de vida no planeta. Constituição brasileira (1988, art. 225, inciso V): Todos têm direito ao ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial a sadia qualidade de vida, impondose a poder público e a coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. Evaso et al. (1996) afirma que o modelo de desenvolvimento econômico que predomina na sociedade contemporânea está fortemente relacionado com os problemas ambientais que, por sua vez, geram a perda da qualidade ambiental. O autor afirma ainda que esse modelo é ecologicamente predador, socialmente perverso e politicamente injusto. E segundo Rodriguez (1997), nele ocorre o abuso de poder na utilização dos recursos naturais, que caracteriza uma crise civil, de caráter ambiental, onde não se consegue criar soluções culturais em relação aos problemas evidenciados. A partir da revolução industrial e do processo histórico da evolução humana foram introduzidas perturbações significativas no equilíbrio natural do planeta, alterando ecossistemas vitais à existência humana. Os recursos renováveis estão comprometidos, fato particularmente grave, no momento em que a população humana aumenta a uma grande velocidade (DORST, 1973). Andrade (1996) nos conta que a preocupação com a qualidade do meio ambiente surgiu nos anos 60, e que nesta década os países desenvolvidos começaram a analisar a problemática ambiental em seus estudos econômicos, buscando internalizar as externalidades como a poluição, provocados pelo sistema produtivo. Até a primeira metade do século XIX os problemas ambientais estavam ligados ao desmatamento, mas com o inicio da industrialização os problemas ganharam outra dimensão, como o surgimento de problemas respiratórios na população da Inglaterra devido aos sedimentos provenientes da mineração do carvão. Com o aumento da produção de produtos químicos, com a exploração e o uso do petróleo em grande escala e com a utilização da energia nuclear, os riscos e os números de acidentes aumentaram significativamente. (CHEN et. Al.,2003). Como explica KRIVTSOV (2004) os acidentes ambientais que ocorrem desde os anos 50 são muito graves e estão relacionados à falta de consciência e responsabilidade por parte dos usuários de tecnologias. Herculano (1992) diz que a Revolução Industrial intensificou a exploração da natureza pelos homens, porque o ser humano se tornou antropocêntrico, fazendo com que a natureza e a cultura humana, que antes caminhavam juntas, se tornassem duas coisas distintas e sem ligação. E Grun (1996) diz que o desequilíbrio social agrava o desequilíbrio ambiental, pois o desemprego aumenta, a população cresce e como consequência se tem o aumento da poluição, do lixo, das doenças, dos prejuízos à fauna e à flora, entre outros. Sendo assim a crise ecológica nada mais é do que a mistura dos problemas sociais, culturais e ambientais, que constituem uma crise cultural gerada ao longo dos séculos com a modernidade. A crise ambiental rompe o mito do desenvolvimentismo levantando novos problemas globais gerados pelos efeitos sinérgicos e acumulativos de crescimento econômico e destruição ecológica. (LEFF, 2001, p.89). Dessa forma o modelo econômico é questionado com base na degradação ambiental, no aumento da miséria, das injustiças sociais e outras preocupações geradas por ele e é assim que na segunda metade do século XX consolida-se o movimento ambientalista em várias partes do mundo, contribuindo para o crescimento da consciência ecológica, que segundo Souza (2000), ganha cada vez mais consistência política. Vivemos, desde então, um crescimento da busca de ações sociais e ambientalmente corretivas. Como explica Bittkau et. Al. (2004) as razões da poluição ambiental estão relacionadas com o crescimento econômico, com o progresso tecnológico e com o crescimento da população. Sendo que o crescimento econômico nos remete um aumento de renda per capita, e com isso o nível de poluição cresce com o aumento de consumo de bens poluentes. Já o progresso tecnológico é responsável por esse aumento de poluição, mas por outro lado também pode ser um aliado ao seu combate. E com o aumento da população é normal que cause um aumento também na poluição. Para Monteiro e Leal (1999) são inúmeras as causas da degradação ambiental, mas a principal, sem dúvida, é o uso indevido da natureza e dos recursos naturais, dentro de uma visão consumista e individualista de apropriação, de lucro e de acumulação cada vez maiores. Já para Martins (1998) a maior parte dos problemas ambientais tem suas raízes na miséria, que, por sua vez, é gerada por políticas e modelos econômicos concentradores de riqueza e geradores de desemprego e degradação ambiental. Esses tais modelos, segundo Chossudovsky (1999), são adotados nos países pobres, como o nosso, por imposição dos países ricos, interessados na exploração dos nossos recursos naturais. Em junho de 1972, a ONU convocou a Conferência Mundial sobre Meio Ambiente, realizada em Estocolmo, na Suécia. A problemática ambiental ganhou então um caráter global, discutindo-se também a relação entre desenvolvimento e efeitos ambientais. (BRITO E CARINI, 1996). Em 1992 na cidade do Rio de Janeiro, foi realizada uma Conferência, conhecida por Eco92, onde segundo Serageldin (1993), serviu para alertar o mundo à urgência de alcançar o desenvolvimento ecologicamente sustentável. As questões ambientais ganharam força no Brasil no inicio da década de 80, com a criação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA, do departamento de Proteção dos Recursos Naturais – DPRN e de órgãos ambientais municipais. Desta forma, as ações de gestão ambiental ficaram vinculadas às áreas de controle da poluição industrial e de proteção das matas nativas. (MOURA 2000). Graciane (2003) conclui que o homem não se separa do meio natural, ambos interagem e inter-relacionam-se entre si, mas a degradação ambiental ocorre porque essa relação é corrompida e descomprometida, onde o homem usa o meio ambiente para seu conforto e bem-estar, sem estar preparado adequadamente para interagir sem alterá-lo, degradá-lo, ou destruí-lo, produzindo a exploração e o esgotamento dos recursos naturais. A conscientização ambiental vem sendo motivada pelas previsões pessimistas da saturação do meio ambiente como fornecedor dos insumos necessários para manter o padrão de consumo. O meio ambiente passou a ser encarado como um fator importante à manutenção da espécie humana e, consequentemente, precisa ser considerado no desenvolvimento de produtos e na escolha dos processos industriais. (MOURA, 2000). Segundo Phipippi Jr e Pelicioni (2005), a sociedade capitalista urbano-industrial e seu atual modelo de desenvolvimento econômico e tecnológico vêm causando grande e crescente impacto sobre o ambiente e a percepção desse fenômeno ocorre de maneiras diferentes por ricos e pobres. Se o homem não mudar radicalmente a sua mentalidade de depredar a natureza, em breve ele sofrerá com as consequências. Sorrentinho (1991) nos diz que estudos sobre problemas ambientais provam de maneira bastante clara que a falha não está na falta de informação ou no desconhecimento dos problemas, mas na sensação de distância entre a ação individual e coletiva. Para Nagelkerken et. al. (2008), em todo o mundo, importantes ecossistemas sofreram impactos antrópicos significativos nas últimas décadas. Embora em algumas regiões do mundo ainda ocorram florestas muito extensas e diversificadas, há uma preocupação com o destino desses recursos naturais, tendo em vista a sua função para manutenção do planeta. A própria natureza não deixará a sociedade impune dos equívocos cometidos contra o ambiente. (MUCELIN, 2004). De acordo com Samarco (2006), a degradação ambiental é causada, muitas vezes, pela má ocupação e uso do solo, na construção de grandes indústrias poluidoras e na introdução de práticas agrícolas não conservacionistas e a monocultura. De acordo com Loureiro (2000) o Meio Ambiente vem apresentando, já há algumas décadas, reação às alterações e agressões que vem recebendo dos seres humanos. Diante desse quadro, a humanidade obrigatoriamente percebeu que faz parte dessas causas e sofre diretamente com suas consequências. Dessa forma, e, considerando as evidências de degradação que os ambientes socialmente modificados apresentam, tornou-se indiscutível a preocupação com o educar, percebendo-se que a Educação Ambiental é um caminho para a construção de valores éticos, culturais e estéticos. Segundo Jamieson (2010), os problemas ambientais podem ser encarados por nós de duas maneiras, no espaço e no tempo, de acordo com seu caráter, onde no espaço podem estar circunscritos ao “local” (normalmente tratados pela Ecologia Social) como a ocupação humana desordenada, em áreas à beira dos rios, por exemplo, que, além dos problemas sociais de submoradia – áreas insalubres, com sujeição a problemas de saúde e propagação de doenças, também comporta o dilema do desmatamento, poluição dos rios, perda da diversidade biológica da região etc. e podem também estar na esfera “global” (normalmente tratados pelas ciências clássicas, como a Biologia, a Química e a Física), como o “buraco” na camada de ozônio da Terra, que prejudicará todos os seres vivos do planeta: homem, animal, vegetal. Já no tempo, podem se dar no momento presente e em um futuro próximo ou distante – incluindo-se aí a “transitividade emocional” - a importância que damos aos que estão diretamente ligados a nós através de circunstâncias e experiências partilhadas - pois posso preocupar-me com o futuro de meus filhos e netos, quando eu mesmo já não vou estar mais aqui – gerações futuras. PERCEPÇÃO Faz parte dessa nova visão de mundo a percepção de que o ser humano não é o centro da natureza, e deveria se comportar não como seu dono; mas, percebendo-se como parte dela, resgatar a noção de sua sacralidade, respeitada e celebrada por diversas culturas tradicionais antigas e contemporâneas. (BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. 1998, p. 179). De acordo com a UNESCO (1973, apud VASCONCELOS, 2005), uma das dificuldades para proteção dos ecossistemas naturais está na existência de diferenças nas percepções dos valores e da importância dos mesmos entre indivíduos de culturas diferentes ou de grupos socioeconômicos que desempenham funções distintas no plano social nesses ambientes. Neste sentido, para Bassani (2001), a percepção é a experiência sensorial direta do ambiente em um dado instante que se dá por meio de mecanismos perceptivos propriamente ditos e principalmente cognitivos e não um processo passivo de recepção informativa, já que implica em certa estrutura e interpretação da estimulação ambiental antrópica. Trata-se de uma compreensão total da relação ser humano-ambiente, para Del Rio e Oliveira (1996), onde todo o ambiente que envolve o ser humano seja físico, social, psicológico ou até mesmo imaginário, influencia a percepção e a conduta. Ou, resumindo, segundo Silva et. al. (2002) a percepção é a forma que o ser humano vê o meio ambiente e como compreende as leis que o regem, segundo seus conhecimentos, experiências, crenças, emoções, culturas e ações. Frequentemente encontram-se conflitos entre os conceitos de percepção e representação que são tidos como processos psicológicos similares nos estudos sobre a relação ser humano com a natureza. O entendimento da interação do ser humano com o ambiente, solidificada em bases muito complexas, tem representado um estímulo para pesquisas de percepção ambiental. Essa percepção tem sido estudada, na maioria dos casos, mediante o levantamento de conceitos de meio ambiente e dos referentes a fenômenos e problemas ambientais, segundo Marin e Comar (2003). De acordo com Rio e Oliveira (1999), antes de entender percepção é necessário saber o conceito de topofilia, que pressupõe a importância fundamental dos laços afetivos do ser humano com o meio natural. Pois os autores relatam que “duas pessoas não veem a mesma realidade, nem dois grupos sociais fazem exatamente a mesma avaliação do meio ambiente”. O termo percepção, derivado do latim perception, segundo Marin (2008), é definido na maioria dos dicionários da língua portuguesa como o ato ou efeito de perceber, combinação dos sentidos no reconhecimento de um objeto, que é mediada pela motivação, pelos valores éticos, morais, interesses, julgamentos e expectativas daqueles que percebem. A palavra "percepção" vem do latim perceptio, que é o ato de perceber, ação de formar mentalmente representações sobre objetos externos a partir dos dados sensoriais e segundo Del Rio e Oliveira (1997), o estudo dos processos mentais relativos à percepção ambiental pode ser entendido como um processo mental de interação do indivíduo com o meio ambiente, que se dá através de mecanismos perceptivos propriamente ditos e, principalmente, cognitivos. Percepção ambiental é determinada como sendo uma tomada de consciência do ambiente pelo homem, ou seja, perceber o ambiente que se está localizado, aprendendo a protegê-lo e cuidá-lo da melhor forma segundo Rio e Oliveira (1999). Esses autores ainda compreendem a percepção como um processo mental de interação do indivíduo com o meio ambiente que se dá através de mecanismos perceptivos. Sendo captados através de cinco sentidos: sensações, motivação, cognição, avaliação e conduta. Pensando da mesma forma Mucelin e Belline (2008), destacam que as atividades cotidianas fazem com que o morador urbano não perceba situações como, casos de agressões ambientais, poluição visual e disposição inadequada de lixo, pois a familiaridade com a situação o torna intimidado a conceber tais ocorrências como normais, confirmando a pesquisa realizada no local de estudo. Merleau-Ponty (1999) propõe que a percepção é formada pelos sentidos, isto é, através dos sentidos podemos perceber o mundo e nós mesmos e, a partir daí mudarmos. Esse autor afirma ainda que percebemos através de associações e substituições que fazemos com nosso passado, com palavras, com as pessoas, com os lugares e com os objetos. Castoriadis (1999) ao contrário de Merleau-Ponty, afirma que a percepção não é se separa da imaginação. Para ele, há uma interdependência intrínseca na relação do imaginário com a apreensão do real, de maneira que no momento da leitura dos sentidos, o universo das imagens direciona o ato perceptivo e se diluem nas informações que chegam puras ao racional humano. Para discorrer um pouco mais sobre as percepções, considero interessante mencionar aqui, o dicionário Aurélio (www.aurélio.com.br, 2012): “Percepção: é uma faculdade e ato relacionado aos Dissertação – II Percepção, Meio Ambiente e Educação Ambiental 27 sentidos. Perceber conhecimentos por meio dos sentidos; formar ideia de abranger com inteligência, entender, compreender, conhecer, distinguir, notar; ouvir, anotar, ver ao longe, divisar e enxergar”. Ou seja, um fenômeno que, em seres humanos, é promovido pelos cinco órgãos do sentido, propiciando competências, tanto para sobrevivência básica, quanto para o desenvolvimento de processos psicológicos mais sofisticados, como abstração e generalização de conhecimentos. Neste sentido, as teorias de Vigotski (1984) e Wallon (1995) discorrem sobre emoção e a influência dos aspectos biológicos na construção da percepção humana. O objetivo é conhecer a influência da percepção sobre as conformações políticas e sociais, na construção do sujeito e, também, analisar esses parâmetros relacionados às questões propostas para Educação Ambiental. Para Luria (1991) a percepção se inicia com a discriminação dos indícios básicos, com conhecimentos anteriores, ocorrendo identificação imediata ou após várias tentativas de unificação de tais indícios. A percepção é resultado de um complexo trabalho de análises e sínteses que ressaltam esses indícios, combinando os detalhes percebidos num todo apreendido. O processo de percepção está intimamente ligado à reanimação dos remanescentes da experiência anterior. Ainda, segundo Luria (1991), a percepção do objeto dificilmente realiza-se em uma etapa elementar e sua composição tem sempre como integrante o nível superior de atividade psíquica, particularmente a fala. Ao discriminar e reunir os indícios essenciais, sempre designamos, pela palavra, os objetos perceptíveis, nomeando-os. Desse modo, apreende-lhes mais a fundo as propriedades e as atribui a determinadas categorias. Para este autor o caráter complexo e ativo da atividade receptora do homem leva a uma série de particularidades da percepção humana, que pertencem, no mesmo grau, a todas as formas dessa percepção. E Luria nos fala ainda que a percepção é um processo mental de interação do indivíduo com o meio ambiente, que ocorre por mecanismos perceptivos propriamente ditos e, principalmente, cognitivos. Assim, a percepção é moldada ao relacionar o que se observa com a cognição, que reformula o conceito do que se percebe. Deste modo, os valores podem, após uma diferente percepção, sofrer mutação, resultado da análise do que se observou associada aos detalhes percebidos com o aprendizado chegando-se, assim, a um conceito. Tuan (1980) diz que a percepção é uma atividade, é entender o mundo. Com essa mesma visão, Davidoff (1983), diz que a percepção é um processo de organização e interpretação dos dados sensoriais recebidos (sensações), onde o indivíduo desenvolve a consciência do ambiente que o cerca e dele mesmo. A percepção ambiental é caracterizada pelas diversas formas que as pessoas percebem a realidade, sendo importante por ser o processo que desperta a conscientização do ser humano em relação às realidades ambientais observadas (MACEDO, 2000 apud ANDRETTA & AZEVEDO, 2011). A percepção ambiental, segundo Villar et al (2008), é definida como o ato de perceber o ambiente e pelas formas como as pessoas compreendem e se comunicam com o mesmo. Portanto cabe investigar como a comunidade se relaciona com o ambiente e, a partir de então, implementar ações de educação sanitária e ambiental. Essa percepção ambiental nos conduz a uma conscientização e responsabilidade de conservação da natureza, como condição de manutenção da sobrevivência humana. A análise de percepção ambiental entre diversas pessoas, para Andretta; Azevedo (2011) revela uma diferente percepção em relação ao tema, o que é essencial para a estruturação, organização e realização de projetos e programas de educação ambiental em unidades de conservação. Hoje não mais se admite, como acontecia no passado, que o nosso universo perceptivo resulte do encontro entre um cérebro simples e as propriedades físicas de um estimulo. Na verdade, as percepções diferem qualitativamente das características físicas do estimulo porque o cérebro extrai dele informações e as interpretam em função de experiências anteriores com as quais ela se associe. Assim, trata-se, a percepção, da apreensão de uma situação objetiva baseada em sensações, acompanhada de representações e frequentemente de juízos. (BALLONE, 2003). Mayfield et al. (1972), nos lembra que a percepção é individual, cada pessoa tem uma imagem do mundo de acordo com suas preferências. E pensando assim também, Soulé (1977), fala que o ser humano tem uma lente exclusiva, onde cada um responde de uma forma, dependendo da sua personalidade. Seguindo ainda este mesmo pensamento, Merigueti (2004), fala que cada individuo percebe, reage e responde diferente às ações sobre o meio em que vive. E essas respostas ou manifestações são resultados das percepções, dos processos cognitivos, dos julgamentos, do imaginário popular e das expectativas de cada pessoa envolvida. Segundo Piaget (1969), as percepções estabelecem contatos locais e constantes, entre as ações ou operações e objetos e eventos. A percepção ambiental pode ser definida como sendo uma tomada de consciência do ambiente pelo ser humano, ou seja, o ato de perceber o ambiente em que se está inserido. (FAGGIONATO, 2004). Xavier (1998) nos fala que a sociedade constrói seu espaço através do contato direto e intimo com a paisagem que a cerca, sendo assim o respeito à natureza deve ser valor incorporado ao conceito de desenvolvimento. Esse respeito requer que a população interaja com o meio sem que destrua a base do desenvolvimento construída pelo solo, vegetação, rios e ar, preservando a qualidade de vida ligada também ao desenvolvimento econômico. A preocupação com o limite dos recursos naturais e os processos de crescimento tanto da população, quanto da utilização dos mesmos, faz com que se busque a economia ecológica. Segundo Rezende et al. (2002), essa economia ecológica tem como objetivo prevenir catástrofes ambientais, sempre incentivando a conservação dos recursos naturais. Em 1973 a UNESCO enfatizou a importância da pesquisa sobre a percepção ambiental para o planejamento do ambiente. E segundo Merigueti (2004), essa pesquisa enfatizou as dificuldades para a proteção dos ambientes naturais frente às diferenças nas percepções dos valores e da importância dos mesmos entre indivíduos de culturas diferentes ou de grupos socioeconômicos que desempenham funções distintas, no plano social, nesses ambientes. Fernandes et al. (2003) explica que as metodologias de educação ambiental podem ser propostas ou analisadas utilizando-se de estudos sobre a percepção do ambiente. Donela (1997) abre nosso olho para o que acontece atualmente na sociedade, mostrando que a população não consegue perceber a estreita correlação do meio ambiente com o seu cotidiano, já que a maioria dessas pessoas vive nos centros urbanos, onde a água limpa sai da torneira e a suja vai embora pelo ralo, o lixo produzido diariamente é levado da frente das casas sem as elas terem a mínima preocupação de saber qual o seu destino. E esse autor vai além, descreve que ao contrário de outros seres vivos que, para sobreviverem, estabelecem naturalmente o limite de seu crescimento e consequentemente o equilíbrio com outros seres e o ecossistema onde vivem a espécie humana tem dificuldade em estabelecer esse limite de crescimento, assim também para relacionar-se com outras espécies e até mesmo com o planeta, mostrando que essa é a grande fronteira entre o conhecimento e a ignorância humana sobre sua própria casa, o próprio ambiente que vive e o próprio Planeta Terra. A participação do cidadão é compreendida como a ação autônoma de indivíduos e grupos, no plano nacional e mundial. (REIGOTA, 2003). Jacobi (2008), explica que é obrigação de cada cidadão exercer seus direitos e deveres em relação à da educação ambiental, partindo do princípio que o homem também faz parte do meio ambiente, a educação para a cidadania representa a possibilidade de motivar e sensibilizar as pessoas para transformar as diversas formas de participação na defesa da qualidade de vida. Mellows (1972) informa que o homem deveria ter um desenvolvimento progressivo da preocupação, sendo esta completa e sensível, para o meio ambiente e para o meio em que vive. Segundo Guimarães (2003), a partir da década de 90, os estudos sobre percepção têm adquirido significado e relevância nas Políticas públicas e na implantação de suas ações, principalmente quando se trata dos problemas relacionados ao meio ambiente, transformações e mudanças de atitudes e condutas das comunidades. Ainda de acordo com esse autor, os estudos de percepção e interpretação apresentam contribuições ao se pensarem programas de uso público, Turismo, Educação ambiental, atividades de interpretação do meio ambiente, sensibilização, treinamento e capacitação de monitores e educadores ambientais. CAPÍTULO III EDUCAÇÃO AMBIENTAL Atualmente, a questão ambiental está cada vez mais presente no cotidiano da sociedade contemporânea e assim a Educação Ambiental desponta como uma possibilidade de reencantamento, abrindo possibilidades de novos conhecimentos, metodologias e habilidades na perspectiva de uma educação interdisciplinar. (JACOBI, 2001). Segundo o ProNEA (2005) os primeiros registros da utilização do termo Educação Ambiental datem de 1948, num encontro da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) em Paris, os rumos da Educação Ambiental começam a ser realmente definidos a partir da Conferência de Estocolmo, em 1972, onde se atribui a inserção da temática da Educação Ambiental na agenda internacional. Em 1975, lança-se em Belgrado (na então Iugoslávia) o Programa Internacional de Educação Ambiental, no qual são definidos os princípios e orientações para o futuro. Cinco anos após Estocolmo, em 1977, segundo Dias (1999), acontece em Tbilisi, na Georgia (ex-União Soviética), a Conferência Intergovernamental sobre Educação Ambiental, cuja organização ocorreu a partir de uma parceria entre a Unesco e o então recente Programa de Meio Ambiente da ONU (Pnuma). Foi deste encontro – firmado pelo Brasil – que saíram as definições, os objetivos, os princípios e as estratégias para a Educação Ambiental que até hoje são adotados em todo o mundo. Outro documento internacional de extrema importância é o Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global, elaborado pela sociedade civil planetária em 1992 no Fórum Global, durante a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. Esse documento estabelece princípios fundamentais da educação para sociedades sustentáveis, destacando a necessidade de formação de um pensamento crítico, coletivo e solidário, de interdisciplinaridade, de multiplicidade e diversidade. Estabelece ainda uma relação entre as políticas públicas de EA e a sustentabilidade, apontando princípios e um plano de ação para educadores ambientais. Enfatiza os processos participativos voltados para a recuperação, conservação e melhoria do meio ambiente e da qualidade de vida. O Tratado tem bastante relevância por ter sido elaborado no âmbito da sociedade civil e por reconhecer a Educação Ambiental como um processo político dinâmico, em permanente construção, orientado por valores baseados na transformação social. De acordo com Dias (1999), em resposta às recomendações da Conferência de Estocolmo, no ano de 1975, em Belgrado, na Iugoslávia, foi criado o Programa Internacional de Educação Ambiental (PIEA), destinado a promover, nos países membros, a reflexão, a ação e a cooperação internacional nesse campo. Ainda nesse encontro congregando especialistas de 65 países, foi elaborada a Carta de Belgrado, propondo uma nova ética global, visando promover a erradicação da pobreza, da fome, do analfabetismo, da poluição e da dominação e exploração humana. E Pardo (2002), no diz ainda que em 1987, realizou-se a Conferência Intergovernamental sobre Educação Ambiental, em Moscou, na Rússia, para avaliar os acontecimentos dos últimos 10 anos e para um redirecionamento da Educação Ambiental no mundo. Daí saíram as estratégias internacionais para ações no campo da Educação e Formação Ambiental, para a década de 1990, ressaltando-se a necessidade de fortalecer as orientações de Tbilisi. A ênfase é colocada na necessidade de atender prioritariamente à formação de recursos humanos nas áreas formais e não formais da Educação Ambiental e na inclusão da dimensão ambiental nos currículos de todos os níveis de ensino, bem como na elaboração de material didático de qualidade, insistindo no estabelecimento de canais fluidos de informação e na necessidade de envolver os meios de comunicação de massa. Confome Dias (1999), com a criação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), em 1989, ficou entendido que a Educação Ambiental deveria constituir-se numa espécie de Coordenadoria capaz de integrar todas as diretorias da instituição, assegurando a sua presença em todos os campos de atuação. Ainda em 1989, segundo Porto (1996), o MEC cria o Grupo de Trabalho para a Educação Ambiental, que toma uma série de iniciativas após a Rio-92, entre elas, em âmbito das superintendências estaduais do IBAMA, os Núcleos de Educação Ambiental (NEA), que iniciam uma série de eventos nos estados, visando a concretização das recomendações da Conferência Rio- 92, através da Portaria 773 de 10/05/93. Esse Grupo de Trabalho passa a ter caráter permanente e tem como finalidade coordenar, apoiar, acompanhar, avaliar e orientar as ações, metas e estratégias para a implantação da Educação Ambiental nos sistemas de ensino em todos os níveis e modalidades. Na ProNEA (2005) encontramos também sobre a Agenda 21, documento também concebido e aprovado pelos governos durante a Rio 92, é um plano de ação para ser adotado global, nacional e localmente, por organizações do sistema das Nações Unidas, governos e pela sociedade civil, em todas as áreas em que a ação humana impacta o meio ambiente. Além do documento em si, a Agenda 21 é um processo de planejamento participativo que resulta na análise da situação atual de um país, estado, município, região, setor e planeja o futuro de forma socioambientalmente sustentável. Em Tessaloniki, no ano de 1997, durante a Conferência Internacional sobre Meio Ambiente e Sociedade: Educação e Consciência Pública para a Sustentabilidade, os temas colocados na Rio 92 são reforçados, na ProNEA (2005) diz que chama-se a atenção para a necessidade de se articularem ações de EA baseadas nos conceitos de ética e sustentabilidade, identidade cultural e diversidade, mobilização e participação, além de práticas interdisciplinares. Foi reconhecido que, passados cinco anos da Rio 92, o desenvolvimento da EA foi insuficiente. Como consequência, configura-se a necessidade de uma mudança de currículo, de forma a contemplar as premissas básicas que norteiam uma educação em prol da sustentabilidade, motivação ética, ênfase em ações cooperativas e novas concepções de enfoques diversificados. Ainda no âmbito internacional, a iniciativa das Nações Unidas de implementar a Década da Educação para o Desenvolvimento Sustentável (2005-2014), cuja instituição representa uma conquista para a Educação Ambiental, ganha sinais de reconhecimento de seu papel no enfrentamento da problemática socioambiental, na medida em que reforça mundialmente a sustentabilidade a partir da Educação. A Década da Educação para o Desenvolvimento Sustentável potencializa as políticas, os programas e as ações educacionais já existentes, além de multiplicar as oportunidades inovadoras. A Educação Ambiental surge no Brasil, como nos informa ProNEA (2005), muito antes da sua institucionalização no governo federal. Temos a existência de um persistente movimento conservacionista até o início dos anos 70, quando ocorre a emergência de um ambientalismo que se une às lutas pelas liberdades democráticas, manifestada através da ação isolada de professores, estudantes e escolas, por meio de pequenas ações de organizações da sociedade civil, de prefeituras municipais e governos estaduais, com atividades educacionais voltadas a ações para recuperação, conservação e melhoria do meio ambiente. Neste período também surgem os primeiros cursos de especialização em Educação Ambiental. O processo de institucionalização da Educação Ambiental no governo federal brasileiro teve início em 1973 com a criação da Secretaria Especial do Meio Ambiente (Sema), vinculada à Presidência da República. Outro passo na institucionalização da Educação Ambiental foi dado em 1981, com a Política Nacional de Meio Ambiente (PNMA) que estabeleceu, no âmbito legislativo, a necessidade de inclusão da Educação Ambiental em todos os níveis de ensino, incluindo a educação da comunidade, objetivando capacitá-la para a participação ativa na defesa do meio ambiente. Reforçando essa tendência, a Constituição Federal, em 1988, estabeleceu, no inciso VI do artigo 225, a necessidade de promover a Educação Ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente. Em 1991, a Comissão Interministerial para a preparação da Rio 92 considerou a Educação Ambiental como um dos instrumentos da política ambiental brasileira. Foram, então, criadas duas instâncias no Poder Executivo, destinadas a lidar exclusivamente com esse aspecto: o Grupo de Trabalho de Educação Ambiental do MEC, que em 1993 se transformou na Coordenação-Geral de Educação Ambiental (Coea/MEC), e a Divisão de Educação Ambiental do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), cujas competências institucionais foram definidas no sentido de representar um marco para a institucionalização da política de Educação Ambiental no âmbito do Sistema Nacional de Meio Ambiente (Sisnama). No ano seguinte, foi criado o Ministério do Meio Ambiente (MMA). Além disso, o IBAMA instituiu os Núcleos de Educação Ambiental em todas as suas superintendências estaduais, visando operacionalizar as ações educativas no processo de gestão ambiental na esfera estadual. Durante a Rio 92, com a participação do MEC, também foi produzida a Carta Brasileira para Educação Ambiental, que, entre outras coisas, reconheceu ser a Educação Ambiental um dos instrumentos mais importantes para viabilizar a sustentabilidade como estratégia de sobrevivência do planeta e, consequentemente, de melhoria da qualidade de vida humana. A Carta admitia ainda que a lentidão da produção de conhecimentos, a falta de comprometimento real do Poder Público no cumprimento e complementação da legislação em relação às políticas específicas de Educação Ambiental, em todos os níveis de ensino, consolidavam um modelo educacional que não respondia às reais necessidades do país. Com o intuito de criar instâncias de referência para a construção dos programas estaduais de Educação Ambiental, a extinta Sema e, posteriormente, o IBAMA e o MMA fomentaram a formação das Comissões Interinstitucionais Estaduais de Educação Ambiental. O auxílio à elaboração dos programas dos estados foi, mais tarde, prestado pelo MMA. Em dezembro de 1994, em função da Constituição Federal de 1988 e dos compromissos internacionais assumidos durante a Rio 92, foi criado, pela Presidência da República, o Programa Nacional de Educação Ambiental (PRONEA), compartilhado pelo então Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal e pelo Ministério da Educação e do Desporto, com as parcerias do Ministério da Cultura e do Ministério da Ciência e Tecnologia. O PRONEA foi executado pela Coordenação de Educação Ambiental do MEC e pelos setores correspondentes do MMA/IBAMA, responsáveis pelas ações voltadas respectivamente ao sistema de ensino e à gestão ambiental, embora também tenha envolvido em sua execução outras entidades públicas e privadas do país. Em 1995, foi criada a Câmara Técnica Temporária de Educação Ambiental no Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama). Os princípios orientadores para o trabalho dessa Câmara eram a participação, a descentralização, o reconhecimento da pluralidade e diversidade cultural e a interdisciplinaridade. Em 1996, foi criado, no âmbito do MMA, o Grupo de Trabalho de Educação Ambiental, sendo firmado um protocolo de intenções com o MEC, visando à cooperação técnica e institucional em Educação Ambiental, configurando-se num canal formal para o desenvolvimento de ações conjuntas. Após dois anos de debates, em 1997 os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) foram aprovados pelo Conselho Nacional de Educação. Os PCN se constituem em um subsídio para apoiar a escola na elaboração do seu projeto educativo, inserindo procedimentos, atitudes e valores no convívio escolar, bem como a necessidade de tratar de alguns temas sociais urgentes, de abrangência nacional, denominados como temas transversais: meio ambiente, ética, pluralidade cultural, orientação sexual, trabalho e consumo, com possibilidade de as escolas e/ou comunidades elegerem outros de importância relevante para sua realidade. Em 2000, a Educação Ambiental integra, pela segunda vez, o Plano Plurianual (2000-2003), agora na dimensão de um Programa, identificado como 0052 – Educação Ambiental, e institucionalmente vinculada ao Ministério do Meio Ambiente. Em 2002, a Lei n° 9.795/99 foi regulamentada pelo Decreto n° 4.281,que define, entre outras coisas, a composição e as competências do Órgão Gestor da PNEA lançando, assim, as bases para a sua execução. Este foi um passo decisivo para a realização das ações em Educação Ambiental no governo federal, tendo como primeira tarefa a assinatura de um Termo de Cooperação Técnica para a realização conjunta da Conferência Infanto-Juvenil pelo Meio Ambiente (projeto que será relatado neste documento). Merece destaque o Programa Nacional de Educação Ambiental (ProNEA) que, em 2004, teve a sua terceira versão submetida a um processo de Consulta Pública, realizada em parceria com as Comissões Interinstitucionais Estaduais de Educação Ambiental (CIEAs) e as Redes de Educação Ambiental, envolvendo cerca de 800 educadores ambientais de 22 unidades federativas do país. O Brasil, juntamente com outros países da América Latina e do Caribe, assumiu compromissos internacionais com a implementação do Programa Latino-Americano e Caribenho de Educação Ambiental (Placea10) e do Plano Andino-Amazônico de Comunicação e Educação Ambiental (Panacea), que incluem os Ministérios do Meio Ambiente e da Educação dos países. Segundo o PCN (1997, p. 24) não é suficiente só a educação mudar o ser humano, mas é uma das condições necessárias para tal mudança. O trabalho em Educação Ambiental precisa ultrapassar o discurso da gestão ambiental. Não basta pequenas mudanças, não é suficiente apenas implantar filtros nas chaminés. A Educação Ambiental de que precisamos deve aprofundar na busca das causas dos problemas ambientais e, a partir daí, vislumbrar soluções reais, e estas vão requer muito mais que as soluções dadas pelo ambientalismo superficial. Gutierrez; Prado (2000) alertam para a necessidade de mudanças profundas se quisermos alcançar o equilíbrio ecológico perdido, esses autores nos falam que enquanto o ambientalismo superficial apenas se interessa por um controle e gestão mais eficazes do ambiente natural em benefício do homem, o movimento da ecologia fundamentada na ética reconhece que o equilíbrio ecológico exige uma série de mudanças profunda em nossa percepção, e no papel que deve desempenhar o ser humano no ecossistema planetário. Segundo Brasil (1994), tendo como referência as recomendações da Conferência Intergovernamental sobre Educação Ambiental, realizada em 1977 em Tbilisi, o IBAMA define educação ambiental como um processo participativo, através do qual o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, adquirem conhecimentos, atitudes e competências voltadas para a conquista e manutenção do direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado e esse processo deverá contribuir fortemente para a construção de uma nova sociedade, em face da necessidade de adoção pelo Brasil de um estilo de desenvolvimento socialmente justo e ambientalmente seguro. Na concepção de Dias (1994, p.141), os recursos da Terra são suficientes para atender às necessidades de todos os seres do planeta, desde que sejam manejados de forma eficiente e sustentável. O desenvolvimento econômico e o cuidado com o meio ambiente estão correlacionados e são necessários. E para Brasil (1997), os participantes da Rio/92, assinaram tratados nos quais se reconhece o papel central da educação para a construção de um mundo socialmente justo e ecologicamente equilibrado, o que requer responsabilidade individual e coletiva em níveis local, nacional e planetário. E, portanto, é isso que se espera da Educação Ambiental no Brasil. Para Brito; Câmara (1999), a questão ambiental faz parte de questionamentos científicos e dos discursos políticos, e vem como uma onda que leva as nações a assumirem compromissos sobre o meio ambiente. Essas preocupações são compartilhadas não só com os cientistas, mas também, com os cidadãos comuns, com produtores rurais, empresários, industriais que já exultam suas preocupações com o meio ambiente. LEGAN (2007) declara que a verdadeira educação ambiental só acontece com a vivência prática do ambiente, pelo descobrimento dos impactos que podem ser causados pelo homem e das possíveis soluções para resolvê-los (ou remediá-los). Lima (2002) afirma que a Educação Ambiental tem sido lembrada como um instrumento capaz de responder positivamente à problemática ambiental, ao lado de outros, como os meios políticos, econômicos, sociais, éticos, científicos e técnicos. Para Serres (1990), é preciso um esforço coletivo para a modificação da poluição cultural, fortalecendo a consciência planetária sobre os riscos ambientais e agindo para que aconteçam transformações estruturais nas relações humanas. Os costumes, não há como negar, representam um grave obstáculo à legitimação dos instrumentos de participação popular. Daí sobrelevar-se a importância da educação política como condição para a cidadania ativa. (BENEVIDES, 1991, p. 194). Para Sato; Santos (2001), o processo educacional pode despertar a preocupação ética e ambientalista dos seres humanos, modificando os valores e as atitudes, propiciando a construção de habilidades e mecanismos necessários ao desenvolvimento sustentável. Segundo Brasil (1999), entende-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade. Segundo Ziaka et al. (2003) estamos enfrentando uma terrível aceleração na degradação, o empobrecimento da biodiversidade, o desperdício dos recursos naturais, as desordens climáticas e a poluição que afeta a saúde da população, sendo assim é fundamental exercer a educação fora do contexto escolar, como uma necessidade humanística nos vários âmbitos sociais. Para Andrade (2001), com a evolução da ciência, o pensamento ambiental atenuou-se devido às degradações e alterações ambientais processadas no planeta, pois isso não ocorreu em um só país, surgiu em diferentes países, em diferentes épocas, e foram se formando e sendo construídos, à medida que as várias correntes do pensamento científico fossem surgindo e amadurecendo, juntamente com a demanda populacional e o aparecimento de problemas ambientais que envolviam a opinião pública. A Educação Ambiental não é uma atividade tranquilamente aceita e desenvolvida, porque ela implica em mudanças profundas, principalmente nos modos de pensar e agir já consolidados pela modernidade, mas que quando é bem realizada pode levar a mudanças de comportamentos, atitudes e principalmente valores de cidadania que podem ter fortes consequências sociais e segundo Brasil (1997), a principal função é contribuir para a formação de cidadãos conscientes, que se tornem aptos para decidirem e atuarem na realidade socioambiental, comprometendo-se com a vida, com o bem-estar de cada um e da sociedade local e global. A importância dada à Educação Ambiental é evidenciada pelo compromisso de alcançar seus objetivos junto à coletividade. (BRASIL, 1997, p. 64 e 65). Para Brasil (2001) é necessário que um trabalho de educação em questões ambientais, vise tanto as gerações jovens, como os adultos, dispensando a devida atenção aos setores menos privilegiados, para assentar as bases de uma opinião pública bem informada e de uma conduta responsável dos indivíduos, das empresas e das comunidades, inspirada no sentido de sua responsabilidade, relativamente à proteção e melhoramento do meio ambiente em toda a sua dimensão humana. Já para Barcellos (2009), atuando enquanto alternativa de ação educativa nesse campo, a educação ambiental pode abrir novas possibilidades de interagir junto ao cotidiano social, bem como junto às pessoas e à sociedade. Diante disso, a educação ambiental pode oferecer oportunidades de ações que estimulem as pessoas a interagirem e a atuarem enquanto sujeitos de transformação no ambiente no qual vivem, demonstrando, assim, de que maneira a participação no ambiente comunitário pode estimular a cidadania e abrir novos canais de participação na sociedade. Segundo Reigota (1997), a educação ambiental aponta propostas centradas na sensibilização para mudanças de comportamento, desenvolvimento de competências, capacidade de avaliação, propiciando aumento de conhecimento, mudança de valores e aperfeiçoamento de habilidades que estimulam maior integração e harmonia dos indivíduos com o meio. Para Guimarães (2001, pág. 190), a educação ambiental é um grande instrumento de gestão, sendo capaz de intervir no processo de construção social da realidade. Isso ocorre através do exercício de uma visão racional e integrada ao meio e do incentivo a uma cidadania mais ativa, dando às pessoas a possibilidade à conquista de espaços, de participação e de mobilização nas diferentes escalas de gestão. A educação ambiental é uma das ferramentas existentes para a sensibilização e capacitação da população em geral sobre os problemas ambientais. Com ela, busca-se desenvolver técnicas e métodos que facilitem o processo de tomada de consciência sobre a gravidade dos problemas ambientais e a necessidade urgente de nos debruçarmos seriamente sobre eles. (MARCATTO, 2002). Segundo Santos e Rufino (2003), a Educação Ambiental é capaz de levar as pessoas a repensarem sua relação com o meio ambiente, garantindo mudanças de atitudes em prol da melhoria na qualidade de vida de toda a sociedade e também reverter situações que possam comprometer a sobrevivência das espécies animais e vegetais, gerando assim a manutenção da vida do planeta. E sem dúvidas esse processo é possível e necessário. Marcatto (2002) vê a educação ambiental como uma das formas de sensibilizar a população sobre os problemas ambientais. A principal função do trabalho com o tema Meio Ambiente é contribuir para a formação de cidadãos conscientes, aptos a decidir e atuar na realidade socioambiental de um modo comprometido com a vida, com o bem-estar de cada um e da sociedade local e global. (BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental 1998, p. 187). Segundo Tistão (2004) a Educação Ambiental não se trata de aprender uma quantidade enorme de coisas, mas sim de uma mudança de postura, onde o objetivo é pensar de outra maneira sobre os problemas que se apresentam no cotidiano. Pereira (1993) conceitua a Educação Ambiental como a adaptação contínua do homem ao ambiente onde ele vive e ao seu nicho ecológico. Este autor destaca ainda que a Educação Ambiental vem encontrando uma série de obstáculos e dificuldades, tais como a falta de recursos humanos, o isolamento da escola, a pouca participação da comunidade nas decisões, o planejamento escolar desvinculado da realidade local, o sistema de avaliação, a rigidez da estrutura escolar e a falta de recursos. Maturana (1998) idealiza uma educação que promova atuação na conservação da natureza, compreensão a ponto de excluir a ideia de domínio, convívio com a responsabilidade pelo individual e pelo coletivo e distanciamento de qualquer tipo de abuso. Para Leff (2001) a Educação Ambiental traz uma nova pedagogia que orienta a educação, que implica práticas concretas que se desenvolvem no meio, que induz transformações do conhecimento a partir de uma nova percepção das relações entre processos ecológicos, econômicos, sociais, que implica tomar o meio ambiente em seu contexto físico, biológico, cultural e social como uma fonte de aprendizagem e que leva a internalizar os princípios e valores ambientais nos conteúdos, enfoques e práticas dos processos educativos. Grisnpun (2005) ressalta que é necessário estender o significado de meio ambiente natural ao significado de meio ambiente social, ampliando-se cuidados com o meio ambiente e o meio social, contemplando os valores de vida cidadã que incluem saúde, sexualidade, família, trabalho, ciência e tecnologia, cultura e linguagens. Pedrini; Brito (2006) falam que a Educação Ambiental deve enfocar tanto a conscientização e a transmissão de conhecimentos quanto à promoção de valores e hábitos, o desenvolvimento de habilidades, a orientação para a tomada de decisões e a busca de soluções para problemas ambientais. Para Martins (2004), a Educação Ambiental é um processo contínuo de capacitação da sociedade como um todo, que sinta a necessidade do envolvimento para o desenvolvimento ativo e conservação do meio ambiente. É necessário, portanto, projetos de Educação Ambiental que sejam voltados para a comunidade, e que esta possa falar, opinar e criticar. A EA crítica tem como principal meta mudar as relações existentes entre a humanidade e o ambiente. Sendo preciso que cada cidadão deva se considerar um elemento da natureza e, não um ser à parte. Para Benevides (1996) a Educação Ambiental voltada para o fortalecimento da cidadania pressupõe a formação de sujeitos ativos, capazes de julgar, escolher e tomar decisões. Para que isso se efetive, a formação deve fomentar o respeito às leis, ao bem público, aos direitos humanos, o sentido de responsabilidade, o reconhecimento da igualdade de todos, o acatamento da vontade da maioria, respeitando-se os direitos da minoria e o respeito a todas as formas de vida. Pode-se sintetizar que a educação para a cidadania está apoiada em um tripé: liberdades individuais, direito sociais e solidariedade planetária, sendo o direito ao ambiente saudável uma derivação da soma desses elementos. Conforme cita Dias (1992) que aborda temas como, princípios e práticas de Educação Ambiental, a educação pode e deve ser um agente otimizador de nossos processos educativos, estes conduzem as pessoas por caminhos onde se vislumbre a possibilidade de mudança e melhoria do seu ambiente. Para Souza; Nunes (2003) a Educação é parte essencial do processo social de construção da humanidade em cada pessoa, pois segundos eles, esse cidadão em construção será, crescentemente, chamado a descortinar novos caminhos, novas alternativas, novas formas de se conquistar o bem-estar da humanidade, combinando isso com o respeito ao meio ambiente e aos demais seres vivos. (SOUZA e NUNES, 2003, p.18). “A melhoria do desempenho ambiental é um processo contínuo, permitindo a redução de custos decorrentes da produção e degradação ambiental”. (Ministério do Meio Ambiente, 1999). Para Dias (1993), a educação ambiental é considerada um processo permanente, que os indivíduos e a comunidade tomam consciência do meio ambiente e adquirem os conhecimentos, os valores, as habilidades, as experiências e a determinação que os tomam aptos a agir individual e coletivamente para resolver problemas ambientais presentes e futuros. Segundo Leonardi (1997) o principal objetivo da Educação Ambiental é contribuir para a conservação do meio ambiente, para a auto-realização individual e comunitária e para a autogestão política e econômica, e diante à esses processos educativos promover a melhoria na qualidade de vida das pessoas. O autor ainda classifica a Educação Ambiental em formal, não formal e informal, dependendo do espaço onde é exercida. Para Meyer (1991), a Educação Ambiental é um processo contínuo de aprendizagem, de conhecimento e exercício da cidadania, dando capacidade ao indivíduo de ter uma visão crítica da realidade e uma atuação no espaço social. Segundo Porto (1996) a Educação ambiental significa aprender a empregar novas tecnologias, aumentar a produtividade, evitar desastres ambientais, melhorar os danos existentes, conhecer e utilizar novas oportunidades e tomar decisões acertadas. E para Brasil (1998) A solução dos problemas ambientais tem sido considerada cada vez mais urgente para garantir o futuro da humanidade. A educação ambiental, como perspectiva educativa, pode estar presente em todas as disciplinas, quando analisa temas que permitem enfocar as relações entre a humanidade e o meio natural e as relações sociais, sem deixar de lado as suas especificidades. (REIGOTA, 2001, p.25). Para Leal (2004), a Educação Ambiental é uma atividade educativa, que necessita de conhecimentos, valores e participação política, relacionados à questão ambiental. E tem como objetivo a conscientização das pessoas a respeito da crise ambiental e o papel que cada cidadão deve desempenhar enquanto corresponsável pelos problemas ambientais gerados. Jacob (2003) acrescenta que a Educação Ambiental deve ser um processo de aprendizagem permanente, buscando a valorização de diversas formas de conhecimento e formar cidadãos com consciência planetária. De acordo com o especialista em política e gestão ambiental Philippi Jr. (2005), o intuito da educação ambiental é preparar o indivíduo para atuar de forma crítica a solucionar problemas para saber conhecer seus direitos e deveres a fim de promover um equilíbrio entre homem e natureza. Portanto, para que tal equilíbrio seja promovido, é necessário que todos os setores sociais possam se envolver em programas, projetos e atividades promovidas em prol da qualidade de vida. Através da educação ambiental o homem poderá dispor de inteligência e capacidade de refletir sobre o meio com o objetivo de transformá-lo, por meio do trabalho e das ações. Pois, a participação do homem como sujeito na sociedade se faz à medida que é educado a fim de conscientizar-se e assumir sua responsabilidade de ser humano. Por conseguinte, o homem é objeto e sujeito da educação, ou seja, essa permitirá ao mesmo conhecer os seus direitos e deveres a serem cumpridos na sociedade. Ainda em consonância com Philippi Jr. (2005), a educação ambiental possibilita por parte do homem a exerção de autonomia, possibilidade de controle individual e coletivo, além da noção de responsabilidade e compromisso. Conforme Jacobi (2003), a Educação Ambiental veio para assumir cada vez mais essa função transformadora, despertando nos indivíduos a responsabilidade que influencia diretamente nos hábitos e costumes dos cidadãos. Apesar de a Educação Ambiental ser considerada condição essencial para modificar o quadro de degradação socioambiental, apenas isso não é suficiente. São necessários, segundo Dias (1994), enfoques interdisciplinares uma participação ativa e responsável de cada indivíduo e da coletividade. Essa definição é adotada no Brasil e pela maioria dos países membros da Organização das Nações Unidas-ONU. Dias (1993) diz que compreender a educação como algo importante na vida do cidadão serve para se validar o discurso na mudança de atitude na vida deste, dessa maneira a educação ambiental é um processo permanente no qual os indivíduos e a comunidade tomam consciência do seu meio ambiente e adquirem conhecimentos, valores, habilidades, experiências e determinação que os tornam aptos a agir e resolver os problemas ambientais presentes e futuros. De maneira objetiva, para Ziaka et al. (2003) a Educação Ambiental pode contribuir para formar cidadãos responsáveis em seus comportamentos individuais e coletivos, que confiam no valor da ação cidadã e que são capazes de agir em todos os níveis, desde o local até o global. Zanzarini e Rosolen (2008) dizem que se a Educação Ambiental é uma das mais importantes soluções para melhorar a qualidade de vida de uma população, consequentemente, deve-se impor mais respeito a esta ação, bem como a maneira como esta se faz. É necessário compreender a competência que cada um têm ou poderá desenvolver como um educador ambiental, potencializando assim, a ampliação das ações ambientais. Educação ambiental bem ensinada e bem aprendida, tem de ter relação com a vida das pessoas. (MINC, 1997). Para MININI (2000), a Educação Ambiental além de propiciar às pessoas uma compreensão crítica e global do ambiente, deve esclarecer valores e desenvolver atitudes que lhes permitam adotar uma posição consciente e participativa, para a melhoria da qualidade de vida e a eliminação da pobreza extrema e do consumismo desenfreado. DIAS (2000), acredita que Educação Ambiental é um processo onde as pessoas apreendam como funciona o ambiente, como dependemos dele, como o afetamos e como promovemos a sua sustentabilidade. Já Vasconcellos (1997) diz que a presença, em todas as práticas educativas, da reflexão sobre as relações dos seres entre si, do ser humano com ele mesmo e do ser humano com seus semelhantes é condição imprescindível para que a Educação Ambiental ocorra. Segundo Minc (1997), a Educação Ambiental tem que ser uma mudança de comportamento. Trajber e Sorrentino (2007) acreditam que estamos sentindo uma grande necessidade de invertermos o quadro e superarmos as injustiças ambientais. Para os autores, a educação ambiental assume sua parte frente essa crise, assumindo seu compromisso com mudanças de valores, comportamentos, sentimentos e atitudes e vem contribuindo para a construção de sociedades sustentáveis, com pessoas atuantes. A formação continuada de professores, segundo os autores fortalece políticas locais de Educação Ambiental. Loureiro e Cossío (2007), afirmam que desde a segunda metade dos anos 90, o Brasil vem se esforçando por meio de criação e implementação de diretrizes e políticas no sentido de promover e incentivar a educação ambiental no ensino fundamental. É comum afirmar que o objetivo da educação ambiental é conscientizar alunos e comunidades. Em resumo, dar ou levar consciência a quem não tem. Para a educação ambiental crítica, a liberdade é a finalidade primeira e última de todo o processo educativo que visa à transformação de nosso modo de vida. Ainda para Guimarães (2007), a proposta que nos movimenta é de uma educação ambiental crítica que compreende a sociedade numa perspectiva complexa, em que cada uma de suas partes influencia a todos, mas ao mesmo tempo a sociedade, os padrões sociais influenciam os indivíduos. Nessa concepção entende-se que a transformação de uma realidade se concretiza pela transformação de indivíduos que se conscientizam. O processo de transformação da sociedade não se dá pela soma de indivíduos transformados, pois muitas vezes os indivíduos não podem se transformar plenamente, mas pela transformação ao mesmo tempo de indivíduos e da sociedade. Acreditamos que uma educação ambiental, capaz de contribuir no enfrentamento da crise sócio ambiental que vivenciamos, é aquela que faz do ambiente educativo espaço de participação, em que a aprendizagem se dá em um processo de construção de conhecimentos vivenciais. Para Segura (2007, p. 97) [...] educação ambiental não é uma área de conhecimento e atuação isolada. Ao contrário, o contexto em que surgiu deixa claro seu propósito de formar agentes capazes de compreender a interdependência dos vários elementos que compõem a cadeia de sustentação da vida. Para Dias (1993), não há um modelo global para a implementação da Educação Ambiental nos processos de educação, mas metas para que elas sejam cumpridas. A educação ambiental tem novos métodos e recursos pedagógicos dando prioridade para problemas concretos, utilizando o meio ambiente local e a colaboração dos docentes de diferentes disciplinas. O trabalho integrado dos problemas ambientais obrigará a reorganização de um ensino que atualmente é compartimentado, por um ensino que visa o dialogo entre as diversas disciplinas. Segundo Dias (1998) o CONAMA define educação ambiental como um processo de concepção e informação, através de orientação para o desenvolvimento da consciência crítica da população com relação às questões ambientais, e de atividades que levem à participação das comunidades na preservação do equilíbrio ambiental. Esse autor ainda diz que a Educação Ambiental surgiu da necessidade de buscar o equilíbrio harmônico entre o homem e seu ambiente, de forma a aliar desenvolvimento e preservação, passando pela participação de todos os cidadãos na solução dos problemas e preocupações ambientais. De acordo com Grippi (2006), a educação ambiental visa inserir as pessoas no contexto ambiental e envolvê-las na solução dos problemas. Ressalta ainda que não pode haver conservação nem preservação ambiental sem a educação, pois esta constrói no indivíduo e coletividade consciência, que visam priorizar o meio ambiente. Para Reigota (2009) a educação ambiental deve ser oferecida para indivíduos de todas as idades, em todos os níveis e estar presente tanto na educação formal como na informal, devendo começar nas escolas, nas universidades, nos sindicatos e associações de bairros, que trará benefício para seu meio ambiente e toda a comunidade. De acordo com Dias (1998) as atividades de educação ambiental permitem aos alunos oportunidades de desenvolver pesquisas em diversos ambientes, com a estratégia de identificar e definir problemas ambientais, gerar soluções alternativas, desenvolver e gerar um plano de ação. De acordo com a autora Hammes (2004), a educação ambiental busca na interação com a sociedade construir relações sociais, econômicas e culturais, pelas quais o indivíduo e a sociedade construam valores sociais, conhecimentos, habilidades e competências para a conservação e preservação do meio ambiente. Em processos de Educação Ambiental, segundo Almeida & Oliveira (2007), saber como os indivíduos entrevistados percebem o ambiente em que vivem, é de fundamental importância, pois só assim, conhecendo a cada um, será possível atingir um objetivo desejável com bases locais, partindo da realidade do público alvo. De acordo com os autores Mucelin & Belline (2008), a educação ambiental, ao ser conhecida como um artifício que permite ao indivíduo compreender as relações de interdependência com seu meio, a partir do conhecimento reflexivo e crítico de sua realidade biofísica, social, política, econômica e cultural, utiliza-se da percepção como forma de tomada de consciência do ambiente pelo homem. De acordo com Dias (1993), um programa de Educação Ambiental para ser efetivo deve desenvolver o conhecimento, atitudes e de habilidades necessárias à preservação e melhoria da qualidade ambiental. Somente com a participação comunitária, de forma consciente, um programa de Educação Ambiental atingirá seus objetivos, ou seja, articular um entendimento das relações cotidianas com o meio urbano, chegando até as causas da degradação ambiental. Ainda de acordo com Dias (1994), através da Educação Ambiental podemos perceber que existem formas mais inteligentes de se lidar com o ambiente, integrando-se com ele através do desenvolvimento sustentável e que a atual crise ambiental mostra apenas sintomas de uma crise mais profunda, ou seja, a falta de ética e do respeito aos valores. Podemos também, através da Educação Ambiental, apreciar mais cuidadosamente a fascinante diversidade do mundo vivo, que a natureza preparou durante milhões de anos e a fascinante experiência de sermos parte dela. Segundo Cooper (1993), os objetivos da Educação Ambiental fazem parte de um sistema holístico (integral, total) onde não existe o início e o fim, onde todos participam e têm sucesso. Para Medina (1999) pensar o ambiental, hoje significa pensar de forma prospectiva e complexa, introduzir novas variáveis nas formas de conceber o mundo globalizado, a natureza, a sociedade, o conhecimento e especialmente as modalidades de relação entre os seres humanos, a fim de agir de forma solidária e fraterna, na procura de um novo modelo de desenvolvimento. Segundo Carvalho (2004), como se sabe, as práticas agrupadas sob o conceito de educação ambiental tem sido categorizadas de muitas maneiras: educação ambiental popular, critica, política, comunitária, formal, não formal, para o desenvolvimento sustentável, conservacionista, socioambiental, ao ar livre, para solução de problemas entre tantas outras. De acordo com a Lei 9.795/99, Entende-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade (LEI 9.795, 1999, art. 1º). Para Brunacci (2005), cabe, portanto, que a educação ambiental vise chamar a atenção da sociedade para a problemática e a partir de então estabelecer condições de sustentabilidade no espaço. É importante que o homem tenha consciência da importância da conservação do ambiente para sustentação da qualidade de vida. Através de tal conhecimento, o mesmo poderá pensar o meio como um bem comum a todos os habitantes do planeta terra. Além do mais, poderá desenvolver interações com o ambiente, tendo consciência de sua responsabilidade em mantê-lo como um patrimônio que seja apropriado à digna existência humana. Dessa forma, uma vez criada à consciência de pertencer ao meio e de contribuir para sua conservação, a sociedade por vários caminhos poderá cobrar e exigir das autoridades a criação de programas voltados à manutenção do meio ambiente. Ziaka et al. (2003) nos fala que podemos estabelecer além da consciência ecológica, outros objetivos para a Educação Ambiental, como o fortalecimento do espírito crítico dos cidadãos a fim de melhorar, de forma contínua, o controle democrático das escolhas, as orientações políticas e ações em matéria de meio ambiente, desenvolvimento e gestão dos recursos naturais. Dessa forma, ainda de acordo com Reigota (1999), torna-se necessário que todos os membros da sociedade possam ter uma consciência ambiental. Sendo que tal consciência seja por parte das empresas e também de toda população. Isso mostra que torna se urgente que todos se posicionem de forma a garantir uma qualidade de vida. Conforme Reigota (1999), diante dos desafios os quais a sociedade enfrenta, como, por exemplo, falta de alimentação, moradia e saneamento básico, cabem aos profissionais da educação promover momentos que possam fazer o aluno refletir acerca de certas atividades. É importante que tal reflexão possa contribuir para a promoção da cidadania através do envolvimento, do conhecimento e da integração com a sociedade. Para tanto, o educador poderá basear-se em metodologias que possa favorecer ao aluno no sentido de promover ações que possa permitir rumos para uma nova realidade sustentável. Há vários métodos que podem ser usados pelo educador para transmitir a educação ambiental. Sendo que o mais adequado é que cada professor estabeleça o seu e que este corresponda às necessidades e a realidade de cada educando. Scheiner (1984) acredita que a transformação da sociedade decorre da construção da consciência ecológica coletiva, atingindo a sociedade de três maneiras: pela legislação, pela informação sobre os problemas ambientais e pela formação, propiciando a sensibilização necessária para que o indivíduo perceba a profunda interação existente entre o homem e os processos do meio ambiente. Na verdade, para Moran (2000), só se aprende quando se descobrem novas dimensões de significação que antes escapavam, quando se amplia o círculo de compreensão e quando se estabelecem pontes entre a reflexão e a ação, entre a experiência e a conceituação e entre a teoria e a prática. Compreender o meio ambiente como sendo o espaço de interação dos indivíduos faz com que a educação ambiental ajude a melhorar a compreensão da realidade onde se está inserido, com vistas a uma melhor qualidade de vida e a capacidade de poder avaliar os pontos positivos e negativos desta realidade. (ZANZARINI e ROSOLEN, 2008). A educação ambiental pode ser dividida em educação formal e não formal, segundo Brasil (1999), onde a formal é aquela que acontece na escola, no âmbito dos currículos das instituições de ensino públicas e privadas de forma contínua, integrada e permanente em todos os níveis e modalidades de ensino. Já a educação ambiental não formal é constituída por ações e práticas educativas voltadas à sensibilização da coletividade sobre as questões ambientais. Magnani (2008), afirma que a utilização de práticas de Educação Ambiental em espaços não formais vem crescendo e se tornando cada vez mais comum no Brasil. Segundo Sorrentino (1991), a Educação Ambiental não formal também capacita e incentiva o indivíduo a acreditar em si próprio e no fazer coletivo, tornando mais fácil o diálogo entre a sociedade civil, o Estado e as empresas. De acordo com Silva e Junqueira (2007), é fundamental ter como mediadores da Educação Ambiental, os educadores ambientais para estimular a percepção nas pessoas, direta ou indiretamente, envolvidas no processo de conservação de áreas naturais e das espécies nela abrigadas, pois eles são o elo entre a ciência e conservação ambiental, tornando assim a participação das populações envolvidas também fundamental. Para Pedrini (1998), a educação ambiental deveria se basear na ciência e na tecnologia para a consciência e adequada apreensão dos problemas ambientais, fomentando uma mudança de conduta quanto à utilização dos recursos ambientais. Esse autor acrescenta ainda que deveria se dirigir tanto pela educação formal como informal a pessoas de todas as idades. E também, despertar o indivíduo a participar ativamente na solução de problemas ambientais do seu cotidiano. Teria que ser permanente global e sustentada numa base interdisciplinar, demonstrando dependência entre comunidades nacionais, estimulando a solidariedade entre os povos da Terra. Essa mediação é complexa e o educador ambiental não pode esquecer que seu trabalho deve estar embasado nos princípios da Educação Ambiental: participação, pensamento críticoreflexivo, sustentabilidade, ecologia de saberes, responsabilidade, continuidade, igualdade, conscientização, coletividade, emancipação e transformação social, sem esquecer o cunho político. (TOZONI-REIS 2006). Para Reigota (1998) a Educação Ambiental, sem dúvida, vem se tornando um canal fundamental na formação da consciência e cidadania. O profissional de Educação tem o desafio e a responsabilidade de preparar-se para multiplicar significativamente a compreensão global, promovendo a reflexão e a interação das comunidades, com a perspectiva de que o homem é apenas uma célula desse grande organismo vivo chamado Planeta Terra. No que se refere à formação de educadores ambientais, Guimarães (2005), reforça a ideia de que o educador deverá estar contextualizado com a realidade socioambiental em que irá intervir, destacando a importância de um diagnóstico da realidade trabalhada. A intervenção processual incorpora o movimento, interliga o sujeito interventor (individual e coletivo) ao objeto de intervenção. Segundo Guimarães (2005), o ambiente educativo não é somente o espaço físico escolar. O ambiente educativo se constitui nas relações que se estabelecem no cotidiano escolar e o ambiente, entre a escola e comunidade, entre a comunidade e sociedade, entre seus atores, a sua forma de atuação nesse ambiente. Guimarães (2000) diz que a Educação Ambiental trata educando o educador como agentes transformadores da sociedade, que se abre para os problemas socioambientais da comunidade. Segundo Zaneti (2003), para que o processo de Educação Ambiental contribua como um instrumento básico e indispensável à sustentabilidade dos processos de gestão ambiental é necessário que o educador atue como um interprete, evidenciando os aspectos sociais, culturais, políticos, histórico das interações sociedade-natureza. Zanzarini e Rosolen (2008) nos falam que mais importante que o papel do educador ambiental é a função que esta educação que é desenvolvida com as pessoas envolvidos, visando um papel de tomada de consciência, sejam eles professores, alunos, trabalhadores diversos, homens, mulheres, é necessário que a educação ambiental possa desempenhar outro papel social. Dessa maneira também, Ziaka et al. (2003) salientam que a Educação Ambiental não deve dó provocar no homem uma tomada de consciência em relação à ruptura dos equilíbrios naturais, mas ao denunciar as práticas econômicas e as tecnologias predatórias, gananciosas e suicidas, ela também tem o dever de incluir uma formação que vise a responsabilidade e a ação. Segundo Freire (1996) a arte de ser Educador ganha a cada momento rumos novos e desafiadores. No mundo contemporâneo, espera-se que o educador trabalhe sobre valores, saiba desenvolver habilidades e competências cognitivas, forme pessoas críticas, encontre rotas alternativas para enfrentar o fracasso e a evasão escolar, desenvolva talentos e abra caminho para a construção de projetos sólidos de vida. Trata-se na verdade de oferecer condições para uma aprendizagem significativa, transformando o aluno num sujeito que indaga, que investiga, que se compromete. Para Brasil (1997), o educador, sempre que possível, possibilitar a aplicação dos conhecimentos à realidade local, para que o aluno se sinta potente, com uma contribuição a dar, por pequena que seja, para que possa exercer sua cidadania desde cedo. E, a partir daí, perceber como mesmo os pequenos gestos podem ultrapassar limites temporais e espaciais; como, às vezes, um simples comportamento ou fato local pode se multiplicar ou se estender até atingir dimensões universais. Ou, ainda, como situações muito distantes podem afetar seu cotidiano. Beane (2003) nos diz que os projetos em EA com forte embasamento em problemas e demandas sociais concretas, além de fornecer uma medida do compromisso social da comunidade acadêmica, se constituem em condiçãochave para que a universidade preencha seu caráter público, além de prover um espaço discricionário no currículo para o exercício da democracia no planejamento coletivo da pesquisa ou da unidade didática. Ao mesmo tempo, provocam inevitavelmente a reorganização do conhecimento, determinando fusões ou desmembramentos de conteúdos que abrem novos desafios em suas áreas de origem, como defende Silva (2005) ao discutir o papel da extensão universitária na resolução da crise dos paradigmas, provocada pela ampliação da assimetria entre o conhecimento produzido na academia e na sociedade. A Coordenação-Geral de Educação Ambiental - COEA - é responsável por tornar a Educação Ambiental tema transversal nos currículos das escolas do ensino fundamental e por incluí-la nas políticas públicas educacionais dos sistemas de ensino. O maior desafio é justamente a construção da prática coletiva nas escolas de forma permanente e contínua. Vianna (2000) diz que a Educação Ambiental pretende aproximar a realidade ambiental das pessoas, para que elas percebam que a dimensão ambiental impregna suas vidas, e que cada um tem um papel e responsabilidade sobre o que ocorre no ambiente. Nesta perspectiva a Educação Ambiental é uma proposta de educação para refletir sobre as formas de relações entre as sociedades e a natureza, entre os diferentes grupos sociais, sobre a ética e o direito à vida em todos os aspectos. A Educação Ambiental se propõe, ainda, a dar condições aos educandos de se posicionarem e agirem em busca de caminhos mais justos e solidários para os desafios do processo de construção, ocupação e transformação do mundo natural, social, cultural e ético. Mas o conceito de Educação Ambiental também foi mudando ao longo do tempo e ainda está em construção. Originalmente, a dimensão da Educação Ambiental, tal qual a de meio ambiente, estava vinculada ao conceito de natureza e ao modo como esta era percebida. Hoje se acentua a necessidade de considerar os diversos aspectos de uma dada situação ambiental e também o conceito de Educação Ambiental incorpora as dimensões socioeconômica, política, cultural e histórica. CONCLUSÃO Elaboramos um questionário, no qual realizamos um levantamento em relação a falta de projetos de Educação Ambiental para moradores da Cidade de Santos/SP. Foram aplicados 150 questionários nas ruas da cidade à homens e mulheres entre 15 a 60 anos. Do total de entrevistados grande maioria são casados e possuem filhos. Os resultados obtidos indicam que a maioria dos entrevistados sabem o que é ou já ouviram falar sobre Educação Ambiental, sendo em meios de comunicação, escolas ou projetos, como podemos analisar abaixo. Questão 1 Legenda: 1- respostas sim 2- respostas não Analisamos também que a grande maioria sabe o que é Manguezal, conhecem o da cidade, mas não sabem da sua importância para a Natureza e para toda população em si, onde podemos comparar nos gráficos que seguem. Questão 2 Legenda: 1- respostas sim 2- respostas não Questão 3 Legenda: 1- respostas sim 2- respostas não Questão 4 Legenda: 1- respostas sim 2- respostas não Apesar da falta de informação sobre a importância do Manguezal, o gráfico abaixo mostra que a maioria das pessoas tem interesse em conhecer e aprender sobre esse ecossistema ateavés de um projeto de Educação Ambiental. Questão 5 Legenda: 1- respostas sim 2- respostas não BIBLIOGRAFIA ANDRADE, J. C. S. Gerenciamento estratégico ambiental na indústria química e petroquímica: indícios para o enfrentamento ao desafio do desenvolvimento sustentado. In: Encontro anual da associação dos programas de Pós-Graduação em administração, 1996, Angra dos Reis. Anais... Rio de Janeiro, 1996. p.97-114. BITTKAU, A.; GEYER, R.; BHATT, M.; SCHLOSSER, D. Enhancement of the biodegradability of aromatic groundwater contaminants. Toxicology. Vol.205, nº3, p.201-210, 2004. BRASIL. Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA). 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() Sim () Não 2- Você sabe o que é Manguezal? () Sim () Não 3- Conhece o Manguezal da Cidade? () Sim () Não 4- Sabe da importância do Manguezal para a Natureza e também para a Cidade? () Sim () Não 5- Tem interesse em conhecer melhor o Manguezal através de um Projeto de Educação Ambiental? () Sim () Não