Curso básico de segurança para jornalistas
Domingos Peixoto/ 01.06.06
Rio de Janeiro, novembro de 2006
OBJETIVO
Conscientizar trabalhadores de mídia sobre atuação em áreas de risco.
REALIZAÇÃO
International News Safety Institute (Insi), rede global (empresas de mídia,
grupos de liberdade de imprensa, sindicatos) para segurança de jornalistas.
Formou 100 profissionais no Rio e em São Paulo.
INSTRUTORA
Heather Allen, ex-oficial do Exército britânico, coordenadora de
treinamento da TOR International.
PRIMEIRO PASSO
O curso foi considerado o primeiro passo em favor da segurança dos
jornalistas que atuam no Rio, resultado de união entre os sindicatos
patronal e de empregados. A categoria vai insistir no direito de recusa e
nas comissões de segurança nas redações.
CONSCIENTIZAÇÃO DO AMBIENTE HOSTIL
Domingos Peixoto/11.03.06
• 32% das mortes de
jornalistas no mundo
todo neste ano ocorreram
nas Américas.
• O maior problema na
América Latina é o
tráfico de drogas.
• Devemos nos planejar
antes de seguir para uma
matéria perigosa ou em
área de risco.
• O motorista experiente
pode salvar a equipe.
PRIMEIROS SOCORROS
É preciso ter um kit de primeiros socorros dentro do carro.
Jorge Tortoza morreu baleado em protesto em Caracas. AFP/11.04.02
Ferido em tiroteio:
Antes de remover ferido, ver se há segurança e se é uma emergência total.
Identificar ferimentos. O mais importante é manter a respiração.
Técnicas de respiração boca-a-boca e como encontrar fraturas no corpo.
PRIMEIROS SOCORROS
Em acidentes de trânsito:
Marcelo Moreira
É preciso observar cenário em
busca de algum outro risco.
Sinalizar
acidentes.
para
evitar
mais
Puxar freio de mão.
Ver se há alguém ferido do lado de
fora do carro.
Procurar janela sem ninguém para
quebrar se houver necessidade,
observar air-bag que não tenha
sido acionado.
Fazer exame visual e de tato nas vítimas.
Manter pescoço e costas alinhados para tirar do carro se houver mais riscos.
SITUAÇÕES DE MANIFESTAÇÃO
Marcelo Moreira
A linguagem corporal de uma pessoa confiante pode evitar que ela seja atacada
numa confusão.
As mãos devem estar à vista, próximo ao corpo, quanto mais altas, mais
nervosismo se demonstra. Não elevar a voz com alguém mais agressivo.
Delimite seu espaço. Não reaja agressivamente. A multidão pode ir contra você.
SITUAÇÕES DE MANIFESTAÇÃO
Marizilda Cruppe agredida após greve de Garotinho. AE/10.05.06
Em caso onde possa
haver
confusão,
é
preciso observar uma
rota de fuga.
Deve se definir em
equipe até quando e de
que lado se pode ficar
durante protesto.
Domingos Peixoto/13.09.02
Gases, pedras ou tiros são riscos que
se correm e há riscos dos dois lados.
É preciso atuar em grupo com outros
jornalistas e sair em grupo.
COMO SE PROTEGER NUM TIROTEIO?
Primeiro uso de coletes, Grota.- Domingos Peixoto/11.06.02
TIPOS DE ARMAS
Baixa velocidade: revólveres,
pistolas e submetralhadoras.
Precisão: 30 metros.
Alcance: 800 metros.
Os coletes que usamos protegem contra tiros
de baixa velocidade e estilhaços, inclusive de
granadas.
Uma
blindagem
maior
impossibilitaria movimentação.
A cor preta confunde. Moradores de áreas de
risco consideram uma ofensa.
Capacete é desconfortável, não ajuda muito.
Alta velocidade:
metralhadoras.
Precisão: 300metros
Alcance: 2 Km.
fuzis
e
ONDE SE PROTEGER NUM TIROTEIO?
Carro? Em geral não servem de abrigo. Só ao lado do motor.
Paredes de tijolos? Não dão qualquer proteção.
Muro de concreto? Protege de tiros de baixa velocidade. Para tiros de fuzil,
é preciso ao menos duas paredes de distância.
Encosta de morro? É uma boa solução para se proteger.
Movimentação em favela:
Não se deve ficar muito junto à
polícia
devido
à
maior
probabilidade de ser atingido. – Foi
ponto de discussão!
A prática de audição de tiros
poderia ser mais aprofundada.
Boa dica: Se tiver pressa para sair,
entre no carro de traseira.
Marcelo Moreira
TRABALHO INFILTRADO
Álbum de família
Recurso que deve ser usado em último caso devido ao
alto risco. Se optar por isso, é preciso:
Pensar em todos os detalhes do disfarce, na história que
se vai contar, na provável reação do observado.
Ter confiança em quem se fez o contato.
Equipamento ideal, que não chame atenção.
Pensar em como obter informação quando infiltrado.
Planejar o que fazer se descoberto e como se comunicar em caso de perigo. Se for
descoberto numa favela, não negue que é jornalista, mas tente se livrar da
situação contando uma história mais amena.
Ao relatar a história, use pseudônimo, não apareça em imagens, escreva de forma
a não implicar na segurança do seu contato.
O fato de repórteres entrarem em veículos policiais ou vestidos como eles gerou
discussão sobre ética e riscos.
NÃO ABUSE DA SORTE!!!!
JORNALISTAS AMEAÇADOS
Quem se torna alvo, precisa de vigilância constante:
Evitar rotina de lugares e horários.
Observar se há algo incomum em volta, se pode estar sendo seguido.
Não deixe a pessoa que o persegue perceber que foi descoberta na hora porque
isto pode agilizar o ataque.
SEQÜESTRO
Florence Aubenas, jornalista francesa
seqüestrada em Bagdá – AFP/01.03.05
Emboscada: Momento de alta tensão para
seqüestradores. O refém não deve esboçar reação.
Pense que, em muitos casos, querem o refém vivo.
Não discutir: Deve-se fazer o que o criminoso fala,
evite dar qualquer possível “motivo” para o bandido
querer matá-lo.
SEQÜESTRO
Guilherme Portanova. TV/14.08.06
No caminho do cativeiro, o refém deve ouvir o que se
fala, calcular tempo levado, sentir tipo de caminho.
Negociações demoram. Não se cumpre a primeira
exigência. Prepare a mente para ficar muito tempo no
cativeiro. Achar que será breve, pode angustiá-lo.
Observe o comportamento dos bandidos, quem está
armado, quem é casado, para escolher com quem falar.
Aceite comida e água. Pode ser a chance de se expressar.
Não dê informação voluntariamente. Comece falando de amenidades. Diga que
é religioso se perguntarem, mas não detalhe. Fale da família. Evite dar contato
de parentes, a menos que esteja no seu celular com ele, dê o do trabalho.
Mudança de lugar, muita agitação, recolhimento de objetos de valor, pedir para
se colocar mãos na cabeça e olhar para baixo podem indicar execução. Olhe
para o criminoso, não se cale, fale da família, não vire as costas, não ajoelhe.
Nunca o jornalista deve trocar de lugar com o refém.
ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO
Após um trauma visto ou vivido, pode haver depressão. Mas se continuar
deprimido por um mês, deve fazer algo quanto a isso.
Depois de uma situação estressante, o jornalista deve falar ou escrever paRa
alguém que entenda aquela realidade, não a sua família.
AVALIAÇÃO DA INSTRUTORA
A instrutora considera que os jornalistas brasileiros, principalmente os cariocas,
trabalham de forma muito unida, mesmo quando estão com representantes de
veículos concorrentes. Isto é bom, mas precisar ser melhor usado a nosso favor.
Ela adverte que no mundo inteiro os jornalistas não deixaram de cobrir os
conflitos, as guerras, os problemas das populações mais carentes. Eles só
passaram a cobrir de forma mais segura, planejada. Devíamos fazer o mesmo.
SUGESTÕES DECONDUTA
EM MATÉRIAS DE RISCO
• Ter nos aparelhos da redação os celulares/rádios de
todos os motoristas, repórteres e fotógrafos para se
comunicar rapidamente em caso de emergência;
• Todos os carros devem ter um kit de primeiros
socorros e os motoristas treinados para o uso;
• Repórteres que sentarem no banco traseiro dos carros
devem ser obrigados a usar o cinto de segurança;
• Colete à prova de balas, que não seja preto e que seja
mais leve, para todos os integrantes da equipe;
• Evitar que setores da empresa forneçam dados
pessoais de seus funcionários, como endereço e CPF.
• ...
PARTICIPANTES DA INFOGLOBO NO PRIMEIRO CURSO DE
SEGURANÇA PARA JORNALISTAS:
Ana Cláudia Costa
Cristiane de Cássia
Camilo Coelho
Gabriela Moreira
Marcelo Carnaval
Marcelo Gomes
Márcia Foletto
Natália von Korsch
Taís Mendes
Wania Corredo
Apresentação elaborada por Cristiane de Cássia.
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Conflitos_Armados_3_cursoseguranca[1]