UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA KATRYM DE MEDEIROS BERTOTTI ProHealth: SISTEMA ESPECIALISTA PARA IDENTIFICAÇÃO DE PERFIL DE SÍNDROME METABÓLICA E SUGESTÃO DE TRATAMENTO ALIMENTAR Palhoça 2010 2 KATRYM DE MEDEIROS BERTOTTI ProHealth: SISTEMA ESPECIALISTA PARA IDENTIFICAÇÃO DE PERFIL DE SÍNDROME METABÓLICA E SUGESTÃO DE TRATAMENTO ALIMENTAR Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Sistemas de Informação da Universidade do Sul de Santa Catarina, como requisito à obtenção do título de Bacharel em Sistemas de Informação. Orientador: Aran Bey Tcholakian Morales. Palhoça 2010 3 KATRYM DE MEDEIROS BERTOTTI ProHealth: SISTEMA PARA IDENTIFICAÇÃO DE PERFIL DE SÍNDROME METABÓLICA E SUGESTÃO DE TRATAMENTO ALIMENTAR Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Sistemas de Informação da Universidade do Sul de Santa Catarina, como requisito à obtenção do título de Bacharel em Sistemas de Informação. Palhoça, 14 de junho de 2010. ______________________________________________________ Prof. e Orientador Aran Bey Tcholakian Morales, Dr. Universidade do Sul de Santa Catarina ______________________________________________________ Profª. Andréa Sabedra Bordin, Msc. Universidade do Sul de Santa Catarina ______________________________________________________ Profª. Maria Inés Castiñeira, Dra. Universidade do Sul de Santa Catarina 4 Dedico este trabalho aos meus pais, João e Goreti, que sempre me apoiaram e incentivaram no processo de construção do conhecimento. 5 AGRADECIMENTOS Agradeço aos meus pais que acreditaram nos meus sonhos, que estiveram ao meu lado em todo o tempo me dando muito mais que apoio e incentivo e que me proporcionaram a realização desta etapa da minha vida. Aos médicos: Gustavo Freitas Grad e Ramon Castro Reis e à nutricionista Cristini da Rosa Turatti, que acreditaram e estiveram presentes no desenvolvimento deste trabalho. Graças as suas orientações e dedicação este trabalho pôde ser realizado. Aos orientadores deste projeto, Max Roberto Pereira e Aran Bey Tcholakian Morales, pelo tempo dedicado e por todas as orientações realizadas. Agradeço àqueles que contribuíram para a realização deste projeto e que compreenderam minha ausência. Especialmente ao meu noivo, Daniel, que compreendeu os momentos dedicados a este trabalho. 6 MENSAGEM Thomas Edison tentou duas mil vezes antes de conseguir fazer um filamento de bambu ficar incandescente dentro de um bulbo em semi-vácuo, inventando assim a lâmpada. Quando certa vez lhe disseram que ele havia fracassado duas mil vezes, ele respondeu: “Eu não falhei todas essas vezes, só descobri duas mil maneiras de não se fazer uma lâmpada!”. (Sobre Thomas Edison, no filme A lenda do tesouro perdido). 7 RESUMO O número de pessoas que estão acima do peso ideal é muito alto e este problema reflete todo o organismo, mas o órgão mais afetado é o coração, com isso os indicadores de mortalidade por doenças cardiovasculares são cada vez maiores. Recentemente, um novo conceito relacionado às doenças cardiovasculares tem recebido muita atenção, que é a Síndrome Metabólica, que por sua vez ocorre quando algumas manifestações aparecem simultaneamente. Viu-se a necessidade de desenvolver um sistema especialista que identifique os critérios específicos de diagnóstico da Síndrome Metabólica e a partir de então sugerir um tratamento alimentar específico ao diagnóstico realizado, objetivando assim o emagrecimento aliado aos fatores de risco cardiovasculares associados. O sistema especialista desenvolvido deve apoiar o médico no diagnóstico, mas este terá autonomia para editar o tratamento sugerido. Palavras-chave: Peso. Coração. Síndrome Metabólica. Diagnóstico. Tratamento. Sistema Especialista. 8 ABSTRACT The amount of people who are overweight is very big, and the consequence spreads in the whole body. However, the human heart is the most affected organ. Recently, a new concept related to the cardiovascular illnesses have been received much attention. It is the Metabolic Syndrome, witch occurs when some manifestation are associated with. The success of the medical treatment of this syndrome can be increased if the doctors has a precise diagnostic and an individual treatment. Therefore, it had been necessary to develop an expert multidisciplinary system that can be useful in the Metabolic Syndrome diagnostic and can also suggest an eating treatment according to the individual necessities of each patient. Keywords: Weight. Heart. Metabolic Syndrome. Diagnostic. Treatment. Expert System. 9 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 – Pirâmide Alimentar ...................................................................................54 Figura 2 – Arquitetura do Sistema Especialista.........................................................66 Figura 3 – Pirâmide sobre a manipulação de dados .................................................69 Figura 4 – Diagrama de Caso de Uso .....................................................................102 Figura 5 – Diagrama de Domínio.............................................................................117 Figura 6 – Diagrama do Pacote Comum..................................................................119 Figura 7 – Diagrama do Pacote Exception...............................................................120 Figura 8 – Diagrama do Pacote DAO......................................................................121 Figura 9 – Diagrama do Pacote JDBC.....................................................................122 Figura 10 – Diagrama do Pacote Serviço.................................................................123 Figura 11 – Modelo E-R...........................................................................................124 Figura 12 – Funcionamento do Sistema...................................................................131 Figura 13 – Tecnologias Utilizadas..........................................................................132 Figura 14 – Tela: menus do Sistema – visão geral...................................................135 Figura 15 – Tela: menus do Sistema – menu de cadastro......................................135 Figura 16 – Tela: menus do Sistema – menu consultas..........................................135 Figura 17 – Tela de login..........................................................................................136 Figura 18 – Tela: inclusão de médico.......................................................................136 Figura 19 – Tela: cadastro de paciente....................................................................137 Figura 20 – Cadastro de pessoa – parte 1 – dados pessoais..................................138 Figura 21 – Cadastro de pessoa – parte 2 - endereços...........................................139 Figura 22 – Cadastro de pessoa – parte 3 - telefones.............................................140 Figura 23 – Tela: cadastro da consulta (01).............................................................140 Figura 24 – Tela: cadastro da consulta (02).............................................................140 Figura 25 – Tela: cadastro da consulta (03).............................................................141 Figura 26 – Tela: cadastro da consulta (04).............................................................141 10 Figura 27 – Tela: cadastro da consulta (05).............................................................142 Figura 28 – Tela: cadastro da consulta (06).............................................................142 Figura 29 – Tela: cadastro da consulta (07).............................................................143 Figura 30 – Tela: cadastro da consulta (08).............................................................143 Figura 31 – Relatório para o paciente......................................................................144 11 LISTA DE QUADROS Quadro 1 – Sintomas Gerais. ....................................................................................34 Quadro 2 – Esquema para análise de um sintoma. ..................................................35 Quadro 3 – Composição do plano alimentar para a síndrome metabólica................55 Quadro 4 – Metas para o tratamento da síndrome metabólica. ................................57 Quadro 5 – Análise de Requisitos. ..........................................................................101 Quadro 6 – Caso de Uso Cadastrar Paciente. ........................................................104 Quadro 7 – Caso de Uso Gerar Parecer. ................................................................106 Quadro 8 – Caso de Uso Realizar Login.................................................................107 Quadro 9 – Caso de Uso Buscar Consultas............................................................109 Quadro 10 – Caso de Uso Cadastrar Usuário.........................................................109 Quadro 11 – Caso de Uso Cadastrar Médico..........................................................110 Quadro 12 – Caso de Uso Cadastrar Pessoa. ........................................................111 Quadro 13 – Caso de Uso Realizar Consulta..........................................................113 Quadro 14 – Caso de Uso Cadastrar Exame Físico. ..............................................114 Quadro 15 – Caso de Uso Cadastrar Exames Complementares. ...........................115 Quadro 16 – Caso de Uso Gerar Relatório. ............................................................116 Quadro 17 – Pessoa. ..............................................................................................126 Quadro 18 – Usuário. ..............................................................................................126 Quadro 19 – Médico................................................................................................127 Quadro 20 – Consulta. ............................................................................................128 Quadro 21 – Componentes da SM (NCEP-ATP III). ...............................................130 Quadro 22 – Histórico do desenvolvimento.............................................................133 12 LISTA DE ABREVIATURAS ACTH – Adrenocorticotropic hormone (hormônio adrenocorticotrópico) AGMI – Ácidos Graxos Monoinsaturados AGP – Ácidos Graxos Poliinsaturados AGS – Ácidos Graxos Saturados API – Application Program Interface BD – Banco de Dados C/Q – Cintura/Quadril CDTE – Consumo Diário Total de Energia CPF – Cadastro de Pessoa Física CRM – Conselho Regional de Medicina CRUD – Create Read Update Delete DAO – Data Acess Object DCNT – Doenças Crônicas Não Transmissíveis DTO – Data Transfer Objetct EJB – Enterprise JavaBean E-R – Entidade Relacionamento FSH – Hormônio folículo-estimulante GET – Gasto Energético Total GH – Growth hormone (hormônio do crescimento) GMB – Gasto Metabólico Basal GnRH – Growth hormone-releasing hormone (hormônio liberador de hormônio do crescimento) HAS – Hipertensão Arterial Sistêmica HCG – Human chorionic gonadotropin (gonadrotopina coriônica humana) HDA – Histórico da Doença Atual 13 HDL – High-density-lipoproteins (lipoproteínas de alta densidade) HTML – Hyper-Text Markup Language (linguagem de marcação para hiper-texto) http – Hyper Text Transfer Protocol (protocolo de transferência de hiper-texto) IA – Inteligência Artificial IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística I-DBSM – 1 Diretriz Brasileira de Diagnóstico e Tratamento de Síndrome Metabólica IDF – International Diabetes Federation (Federação Internacional de Diabetes) IGF – Insulin-like growth factor (fator de crescimento semelhante à insulina) IIOP – Internet Inter-ORB Protocol IMC – Índice de Massa Corpórea IS – Interrogatório Sintomatológico J2EE – Java 2 Enterprise Edition jBPM – Java Business Process Management JDBC – Java Database Connectivity Jess – Java Expert System JMS – Java Message Service JSF – Java Server Faces JSP – Java Server Pages LDL – Low-density-lipoproteins (lipoproteínas de baixa densidade) LH – Luteinizing hormone (hormônio luteinizante) Lisp – List Processing MEV – Mudança de Estilo de Vida MVC – Model View Controller (Modelo Visão Controlador) NCEP-ATP III – National Cholesterol Education Program’s Adult Treatment Panel III ODBC – Open DataBase Connectivity OMS – Organização Mundial da Saúde POF – Pesquisa de Orçamentos Familiares 14 PUC-RJ – Pontífica Universidade Católica do Rio de Janeiro RF – Requisitos Funcionais RG – Registro Geral RMI – Remote Method Invocation (método remoto de invocação) RNF – Requisitos Não-Funcionais SBA – Sociedade Brasileira de Automática SBC – Sistema Baseado em Conhecimento SBD – Sociedade Brasileira de Diabetes SBH – Sociedade Brasileira de Hipertensão SE – Sistema Especialista SGBD – Sistema Gerenciador de Banco de Dados SM – Síndrome Metabólica SOAP – Simple Object Access Protocol SOP – Síndrome dos Ovários Policísticos SQL – Structured Query Language SSL – Secure Socket Layer TMR – Taxa Metabólica em Repouso TOTG – Teste oral de tolerância à glicose TRH – thyroid releasing hormone (hormônio liberador da tireóide) TSH – thyroid stimulating hormone (hormônio estimulador da tireóide) UC – Use Case (Caso de uso) UCLA – Universidade da Califórnia em Los Angeles UFBA – Universidade Federal da Bahia UI – User Interface VCT – Valor Calórico Total WML – Wireless Markup Language XML – Extensible Markup Language SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................18 1.1 APRESENTAÇÃO ...........................................................................................18 1.2 OBJETIVOS.....................................................................................................20 1.2.1 Objetivo Geral..........................................................................................20 1.2.2 Objetivos Específicos .............................................................................21 1.3 JUSTIFICATIVA...............................................................................................21 1.4 METODOLOGIA ..............................................................................................23 1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO ........................................................................25 2 ANÁLISE CLÍNICA ................................................................................................26 2.1 INTRODUÇÃO.................................................................................................26 2.2 ANAMNESE.....................................................................................................27 2.2.1 Exame físico ............................................................................................36 2.3 EXAMES LABORATORIAIS OU COMPLEMENTARES..................................38 2.4 OBESIDADE....................................................................................................39 2.4.1 Metabolismo ............................................................................................44 2.4.2 Síndrome Metabólica (SM) .....................................................................46 2.5 PROGRAMA ALIMENTAR ..............................................................................49 2.6 CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................59 3 SISTEMAS ESPECIALISTAS................................................................................60 3.1 INTRODUÇÃO.................................................................................................60 3.2 INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E SISTEMAS ESPECIALISTAS ........................61 3.1.1 Características dos Sistemas Especialistas.........................................65 3.1.2 Sistemas Especialistas em Medicina ....................................................66 3.1.3 Inteligência Artificial e o Conhecimento Médico ..................................67 3.2 FORMAS DE RACIOCÍNIO .............................................................................68 3.2.1 Forward Chaining....................................................................................69 3.2.2 Backward Chaining .................................................................................71 3.3 AQUISIÇÃO DE CONHECIMENTO EM SISTEMAS ESPECIALISTAS ..........72 3.4 FORMAS DE REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO..............................75 3.5 EXPLICAÇÃO E JUSTIFICATIVA ...................................................................77 16 3.6 ESTRUTURA DO SISTEMA ESPECIALISTA .................................................78 3.7 TECNOLOGIAS DE DESENVOLVIMENTO ....................................................79 3.7.1 Shells........................................................................................................79 3.7.2 Clips (C – Language Integrated Production System)...........................80 3.7.3 Jess (Java Expert System Shell)............................................................80 3.7.4 Expert Sinta .............................................................................................81 3.8 METODOLOGIA DE DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA ESPECIALISTA ..82 3.8.1 Avaliação do problema ...........................................................................83 3.9 CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................83 4 MODELAGEM DO SISTEMA ................................................................................85 4.1 INTRODUÇÃO.................................................................................................85 4.2 ABRANGÊNCIA...............................................................................................85 4.2.1 Processo ..................................................................................................86 4.2.2 Funcionamento........................................................................................87 4.2.3 Procedimento ..........................................................................................87 4.3 MODELO CONCEITUAL .................................................................................88 4.3.1 Análise de requisitos ..............................................................................88 4.3.2 Requisitos Funcionais ............................................................................89 4.3.3 Requisitos Não Funcionais ....................................................................89 4.3.4 Caso de Uso ............................................................................................99 4.6.5 Diagrama de Domínio ...........................................................................115 4.4 MODELO FÍSICO ..........................................................................................116 4.4.1 Diagrama de Pacotes ............................................................................116 4.4.2 Pacote Comum ......................................................................................116 4.4.3 Pacote Exception ..................................................................................118 4.4.4 Pacote DAO ...........................................................................................118 4.4.5 Pacote Serviço.......................................................................................121 4.4.6 Modelo E-R (Entidade-Relacionamento) .............................................122 4.5 ESPECIFICAÇÃO TEXTUAL DO MODELO FÍSICO .....................................123 4.6 METODOLOGIA DE DESENVOLVIMENTO DO SE .....................................126 4.6.1 Aquisição de conhecimento.................................................................127 4.6.2 Representação do conhecimento ........................................................128 4.6.3 Testes.....................................................................................................128 4.6.4 Manutenção ...........................................................................................129 4.7 CONSIDERAÇÕES FINAIS...........................................................................129 5 PROTÓTIPO DESENVOLVIDO...........................................................................130 5.1 INTRODUÇÃO...............................................................................................130 5.2 SOLUÇÃO PROPOSTA ................................................................................130 5.3 TECNOLOGIAS UTILIZADAS .......................................................................133 5.4 HISTÓRICO DO DESENVOLVIMENTO........................................................134 5.5 APRESENTAÇÃO DO SISTEMA ..................................................................134 5.5.1 Representação das telas do sistema...................................................136 5.6 RESULTADOS OBTIDOS E VALIDAÇÃO.....................................................146 5.6.1 Utilização do sistema............................................................................146 5.6.2 Validação do sistema............................................................................147 5.7 CONSIDERAÇÕES FINAIS...........................................................................149 6 CONCLUSÃO ......................................................................................................151 6.1 DIFICULDADES ENCONTRADAS ................................................................153 6.2 SUGESTÕES PARA DESENVOLVIMENTOS FUTUROS ............................154 17 GLOSSÁRIO...........................................................................................................155 REFERÊNCIAS.......................................................................................................162 ANEXOS .................................................................................................................167 ANEXO A – Regras do Sistema Especialista ......................................................168 1 INTRODUÇÃO 1.1 APRESENTAÇÃO O ritmo de vida acelerado, o sedentarismo, estados psicológicos como ansiedade e depressão, as alterações hormonais, a sobrecarga de atividades são fatores que na maioria dos casos levam os indivíduos a terem hábitos alimentares irregulares, entre outros que podem ser apontados como causas do aumento de peso da população mundial nos últimos anos. A obesidade já se tornou uma das mais importantes epidemias do mundo moderno. Engana-se quem a trata apenas como um problema estético ou de aceitação social. A obesidade é uma doença com mortalidade proporcional ao grau de sobrepeso. Quanto maior, mais grave. (PINHEIRO, 2009). Segundo Popkin apud COFECON (2006), o mundo tem cerca de um bilhão de pessoas muito acima do peso e 800 milhões de subnutridos. Estes valores devem evoluir na mesma proporção, porém alerta-se para os fatores de riscos cardiovasculares apresentados em pessoas cada vez mais jovens. Dado o problema, organizações e profissionais da área da saúde têm procurado fornecer o maior número de informações que possam esclarecer os indivíduos sobre os riscos, sintomas e tratamento de doenças predominantemente causadas pelo sobrepeso ou obesidade. Nestes casos, índices glicêmicos, pressão arterial e triglicerídeos tendem estar elevados, já o colesterol HDL pode apresentar valor inferior ao ideal. Estes valores indicam risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares e, quando três ou mais destes fatores estão associados têm-se o diagnóstico da Síndrome Metabólica (SM) (I-DBSM, 2005). 19 Haertel (apud VINHAL, 2009) faz um alerta que a SM é uma doença da civilização moderna associada à obesidade. Alimentação inadequada e sedentarismo são os maiores responsáveis pelo aumento de peso. Coma menos e mexa-se mais. As informações que estão disponíveis em revistas, Internet e aquelas divulgadas pela televisão objetivam apresentar um problema de saúde específico como colesterol e diabetes, e apresentam uma sugestão de programa alimentar para o tratamento destes de um modo geral. O que estes meios não atendem é a necessidade individual, onde cada pessoa apresenta uma necessidade de ingestão calórica diferente baseada no seu nível de sobrepeso ou obesidade, nos fatores de risco associados como o índice glicêmico, triglicérides e colesterol. Muitos acreditam que para ter um corpo perfeito é necessário apenas uma alimentação balanceada e aliado a isso, um programa de exercícios físicos. Este pensamento não está errado, o problema está no fato de que cada pessoa possui metabolismos diferentes, devendo ser levado em consideração fatores como distúrbios hormonais, sedentarismo, hábitos alimentares (vegetarianismo, por exemplo), idade, entre outros, o que exige um programa alimentar elaborado para cada indivíduo. Segundo a revista Veja (edição 1995, ano 40 – nº 6, 14/02/2007, p. 37) A obesidade tornou-se um dos grandes males da modernidade. Encarada por médicos e governantes como um problema de saúde pública, a doença atinge porcentuais assustadores – em alguns casos, até 60% da população adulta de países industrializados. A busca pelo corpo ideal chega a levar pessoas à morte, obcecadas pelo desejo de emagrecer elas recorrem às dietas radicais que prometem a perda de peso em pouquíssimo tempo, retirando de suas refeições nutrientes necessários para uma vida saudável. Outras, no entanto, buscam a “pílula milagrosa”, um emagrecimento sem sacrifícios e que além de poder prejudicar a saúde e podem ainda não emagrecer. Quem pretende fazer um bom regime de emagrecimento tem que se preocupar com a balança, com a nutrição do corpo e também com a qualidade de vida, é o que diz Ribeiro (2007). 20 Normalmente os programas alimentares já estão elaborados e quando o paciente procura o consultório recebe orientações médicas e uma dieta a ser seguida. Esta mesma dieta será utilizada por outro paciente. As formas mais comuns para diferenciá-las entre si são pelo número de calorias ou problemas de saúde. Visando auxiliar o profissional da área da saúde, está sendo proposto um sistema que possa distinguir em qual programa alimentar o paciente se enquadra, onde os dados da avaliação médica serão registrados no sistema e este terá a função de organizar estas informações de modo que possa ser planejado um programa alimentar específico para atender os objetivos e necessidades de cada paciente. 1.2 OBJETIVOS 1.2.1 Objetivo Geral Desenvolver uma aplicação para sugerir programas alimentares específicos, utilizando um sistema especialista para diagnóstico de perfil de síndrome metabólica. 21 1.2.2 Objetivos Específicos Pesquisar métodos para elaboração de anamnese computadorizada; Identificar a ingestão diária ideal de nutrientes baseada em: Índice de Massa Corpórea (IMC), Gasto Metabólico Basal (GMB) e Gasto Energético Total (GET); Estudar a obesidade e a Síndrome Metabólica: causas, características, doenças relacionadas e tratamento; Estudar os fatores de risco cardiovasculares; Selecionar ferramentas que melhor se apliquem ao desenvolvimento do sistema, proporcionando agilidade e precisão nos resultados; Propor um protótipo que auxilie no diagnóstico de Síndrome Metabólica e sugira um tratamento alimentar para o perfil identificado. 1.3 JUSTIFICATIVA Ballone (2003), afirma que para os seres humanos a percentagem de gordura corporal fica entre 15 e 18% para o sexo masculino e entre 20 e 25% para o sexo feminino. São considerados obesos os homens com percentual superior a 25% e as mulheres com mais de 30%. Atualmente, segundo Popkin apud COFECON (2006), o mundo tem cerca de um bilhão de pessoas muito acima do peso e 800 milhões de desnutridos. Em 2002-2003 no Brasil havia cerca de 38,6 milhões de pessoas acima do peso, este valor correspondia a 40,6% da população adulta do país, sendo que 10,5 milhões de pessoas eram obesos, é o que informa a segunda parte da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2002-2003, feita pelo 22 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em conjunto com o Ministério da Saúde apud Revista Época (2004). Pareja (2002) afirma que em 2001, nos Estados Unidos morreram 300.000 pessoas devido à obesidade. As projeções indicam que nos próximos dez anos a obesidade será a primeira causa de morte. Independente da classe social que o indivíduo pertence, há fatores que induzem à obesidade, o principal é a má alimentação, no caso da população carente, a ingestão excessiva de carboidratos provenientes de arroz, pães e açúcares em geral. Entre os mais ricos, o problema é decorrente do alto consumo de refeições fast-food e alimentos industrializados, quase sempre ricos em gorduras trans e saturadas (CRF-SP, 2009). Em matéria divulgada pelo Ministério da Educação (2007), Amaral propõe que professores e profissionais das áreas de alimento, saúde e comunicação utilizem tecnologias de informação e desenvolvam estratégias eficazes de educação nutricional. Pessoas obesas têm maior propensão a apresentar hipertensão, elevação da glicemia1 em jejum, alteração dos níveis de lípidos, acúmulo de gordura no abdômen, etc. sendo que estas são características de um quadro conhecido como Síndrome Metabólica (SM) ou Síndrome plurimetabólica. E segundo a I-DBSM, 2005, a associação da SM com doença cardiovascular, tem aumentando a mortalidade geral em cerca de 2 vezes e a cardiovascular em 3 vezes. Para tanto, o desenvolvimento de um software que alie o conhecimento médico à tecnologia para tratamento do sobrepeso ou obesidade deve proporcionar uma melhora significativa à qualidade de vida, evitando as conseqüências provenientes da obesidade, dando enfoque aqui à Síndrome Metabólica (SM). Os Sistemas Especialistas (SE) ou Sistemas Baseados em Conhecimentos buscam reproduzir o conhecimento humano em uma área específica e são programas que, ao invés de utilizar cálculos numéricos, baseiamse em lógica simbólica, portanto, as suas respostas são semelhantes àquela dada por seres humanos pela capacidade de explicar as suas conclusões devido a sua base de conhecimento explícita. 1 Glicemia: Valor de concentração da glicose do sangue. Seus valores normais oscilam entre 80 e 110 miligramas por 100 mililitros. 23 Independente da área de atuação pode-se contar com o apoio de sistemas especialistas para tomada de decisão, pois o formato condição-ação se adapta à modelagem de todos os comportamentos baseados em pares de estímulo-resposta. Na área da saúde os sistemas especialistas têm encontrado muitos usuários satisfeitos com as respostas obtidas, até mesmo porque grande parte de suas atividades consiste em processar informações provindas de arquivos com dados sobre o paciente e de suas consultas para então poder dar o diagnóstico e prescrever o tratamento. O sucesso de um diagnóstico médico está na qualidade da informação coletada do paciente e do conhecimento específico da área, portanto, o sistema treinado para realizar esta função não omitirá nenhum dado para os melhores diagnósticos e tratamentos. Tratando-se de uma área específica, foi identificada a ausência de um software que identifique o perfil de Síndrome Metabólica em seus portadores e sugira um tratamento não medicamentoso, ou seja, um tratamento alimentar específico, cujo objetivo inicial é a redução de peso e com isso a diminuição das taxas de colesterol, lipídeos, glicemia e pressão arterial, objetivando chegar ao peso ideal (com base no IMC) e com saúde plena. É comum que os dados dos pacientes estejam registrados em prontuários médicos, por isso a análise desses dados pode perecer pela dificuldade de interpretação e recuperação. O software, através da anamnese computadorizada e do conhecimento médico orientado será capaz de identificar o perfil de Síndrome Metabólica pelas respostas obtidas do paciente e pelo conhecimento especialista em Nutrição irá sugerir o programa alimentar adequado a cada diagnóstico. 1.4 METODOLOGIA Para Diez (2004): 24 O sentido da metodologia é facilitar o cumprimento dos objetivos. É preciso informá-la, esclarecendo quais os caminhos escolhidos para o estudo e sua sistematização, ou seja, projetando as possibilidades da travessia pretendida. A opção metodológica decorre do prisma sob o qual se observa e respalda a pesquisa. Sendo assim, para o desenvolvimento do projeto é proposta a seguinte metodologia: Etapa 1: Revisão Teórica Serão estudados os procedimentos para realização de exame clínico, os possíveis diagnósticos (perfis de SM) e tratamento alimentar a ser sugerido pelo ProHealth. Será feito o estudo e a descrição das ferramentas necessárias para a base de conhecimento (árvore de decisão para execução da anamnese) e as demais ferramentas para implementação do projeto. Etapa 2: Construção do Modelo Computacional Será construído o sistema para realização de anamnese computadorizada para identificação do perfil de síndrome metabólica do paciente e sugestão de programa alimentar para este perfil. Este modelo será totalmente orientado pelos médicos e com base em levantamento bibliográfico. Nesta etapa diversas tarefas precisarão ser executadas, entre elas: - Definição do modelo; - Coleta de dados (percursos da rede, ou seja, os caminhos da anamnese segundo as informações fornecidas pelo paciente); - Implementação do sistema (shell e interface); - Testes; 25 Etapa 3: Análise dos Resultados Nesta etapa serão analisados os resultados obtidos com implementação do sistema e a comparação destes com os resultados apresentados sem recursos tecnológicos. Etapa 4: Apresentação dos Resultados Nesta etapa serão apresentados os resultados obtidos com a execução do projeto. 1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO Este trabalho está dividido em seis capítulos, dispostos da seguinte maneira: - Capítulo 1: introdução, apresentação, objetivos, justificativa, abrangência e metodologia de desenvolvimento do projeto. - Capítulo 2: Análise Clínica - abordagem teórica sobre a realização do exame clínico, sobre a obesidade, como ocorre o metabolismo e também sobre a Síndrome Metabólica: conceituação, causa, características e programa alimentar. - Capítulo 3: Sistemas Especialistas – abordagem sobre os Sistemas Especialistas e Sistemas Especialistas em Medicina, formas de raciocínio, aquisição de conhecimento, representação do conhecimento, explicação e justificativa, estrutura desenvolvimento. do sistema especialista e as tecnologias para o 26 - Capítulo 4: Modelagem do sistema – modelo conceitual, modelo físico e especificação textual do modelo físico. - Capítulo 5: Protótipo desenvolvido – visão geral do sistema, metodologia de desenvolvimento de sistema especialista, tecnologia utilizada, interfaceamento entre a aplicação e o sistema especialista, representação das telas do sistema, utilização e validação do sistema. - Capítulo 6: Conclusão - dificuldades encontradas e sugestões para trabalhos futuros. 2 ANÁLISE CLÍNICA 2.1 INTRODUÇÃO A pedra angular da medicina ainda é o exame clínico e nunca será demais ressaltar sua importância. A experiência tem mostrado que os recursos tecnológicos disponíveis só são aplicados em sua plenitude e com o máximo proveito quando se parte de um exame clínico bem-feito (PORTO, 2004). Um atendimento médico de sucesso tem quatro características básicas (PORTO, 2004): - A anamnese foi composta de perguntas que possibilitam o diagnóstico e tratamento da doença? - O exame físico foi feito corretamente? - Foram determinadas todas as possibilidades de diagnóstico? - Os exames laboratoriais foram interpretados criteriosamente? adequadamente solicitados e 27 Assim, o exame clínico não deixa de ser considerado como apenas o início da consulta e passa a ser a parte fundamental e imprescindível para o diagnóstico médico. 2.2 ANAMNESE A anamnese é realizada durante o exame clínico, e é neste momento que se estabelece a relação médico-paciente. Além dos sintomas apresentados pelo paciente, são identificados aspectos relativos ao seu hábito de vida, condições sócio-econômicas e culturais, que são importantes para entender o meio que o paciente está inserido, condições para tratamento e muitas vezes origens da doença. Existem padronizações para a realização da anamnese, evitando assim que ocorram falhas que atrapalhem o diagnóstico. Porto (2004) faz referência a cinco normas básicas para a anamnese: 1- Anotações extensas durante a consulta podem interferir no curso da anamnese. É importante que neste momento toda atenção seja dada ao paciente, observando suas expressões faciais e sua linguagem corporal. 2- Um bloco de papel pode ser usado para anotar datas ou nomes importantes para a reconstrução do caso clínico. 3- Os dados da consulta podem ser registrados no sistema após o término da história da doença atual que é, sem dúvida, o componente principal da anamnese. Como o sistema terá respostas pré-definidas com base na indicação médica, este cadastro será rápido e fácil. 4- No final da anamnese o médico deverá ter identificado o motivo pelo qual o paciente procurou auxilio médico, a história patológica pregressa, principalmente doenças preexistentes, e ter uma compreensão das condições sócio-econômicas e culturais do paciente. 5- Não usar termos médicos durante a entrevista e, quando empregá-los, estar seguro de que o paciente tenha clara compreensão deles. O médico precisa estar atento em tudo aquilo que o paciente tem a dizer, em todos os detalhes que compõem o quadro clínico, para que possa obter total compreensão e boa qualidade da anamnese. Porto (2004) afirma que a anamnese ainda é o fator isolado mais importante para se chegar ao diagnóstico de uma doença. 28 Uma anamnese começa com as perguntas abertas, onde o paciente relata os possíveis problemas, salientado alguns sintomas ou sinais que permitem ao médico designar o sintoma-guia2. Com os sintomas ressaltados o médico direciona a atenção do paciente com perguntas fechadas, permitindo obter dados mais específicos sobre o problema. Vale lembrar que não necessariamente haverá apenas um sintoma-guia para cada doença, porém, todos que houverem devem ser registrados para diagnóstico e tratamento. Componentes da anamnese A anamnese é composta pelas seguintes partes: - Identificação; - Queixa principal; - História da doença atual; - Interrogatório sintomatológico, - Antecedentes pessoais e familiares; - Hábitos de vida, condições sócio-econômicas e culturais. Identificação Os dados de identificação são indispensáveis para qualquer registro, para tanto é composto por itens que permitam diferenciá-los entre si. Além do interesse clínico, também do ponto de vista pericial, sanitário e médico-trabalhista alguns elementos são imprescindíveis (PORTO, 2004): 2 - Nome; - Idade; - Sexo; - Cor; - Estado civil; - Profissão; Sintoma-guia: sinal ou sintoma que permite recompor a história da doença atual com mais facilidade ou precisão. 29 - Tipo de trabalho (atual e anteriores); - Naturalidade; - Residência; - Outros (dados como planos de saúde, etc.). Quanto ao local de trabalho é importante registrar as ocupações anteriores, pois algumas doenças estão diretamente relacionadas a estas atividades e também devem ser citados nestes casos (quando houveres) os acidentes de trabalho e doenças profissionais. Quanto à residência devem ser registrados o endereço atual e referências anteriores por ter relação com doenças infecciosas e parasitárias, que se distribuem em função de fatores climáticos, hidrográficos e de altitude. Queixa principal A queixa principal pode é o motivo que levou o paciente a procurar o atendimento médico, seja um motivo próprio, um encaminhamento de outro profissional ou de instituição médica. História da doença atual (HDA) A história da doença atual apresenta os fatores mais significativos para o diagnóstico da doença. Uma história pode ser composta por muitos ou poucos sintomas, às vezes dispostos em ordem cronológica e correlacionados de forma simples e clara, outras vezes o médico precisará organizar a história e relacionar com o histórico anterior, para isso alguns passos podem ser seguidos para facilitar este processo de análise da HDA: - Determinar o sintoma-guia; - Observar o período de início; 30 - Usar o sintoma-guia para determinar as relações com outros sintomas apresentados; - A história deve apresentar começo, meio e fim. Interrogatório sintomatológico (IS) Esta parte também é conhecida como anamnese especial ou revisão dos sistemas e funciona como um complemento da história atual. Como nem todos os sintomas podem ter sido relatados durante a HDA, é importante que aqui sejam realizados todos os questionamentos abrangendo todos os sistemas do organismo, onde muitas vezes permite levantar aqui a hipótese diagnóstica mais importante. Porto (2004) exemplifica colocando a seguinte situação: o paciente que procurou o médico alegando ter impotência sexual. Com a realização da anamnese vieram à tona os sintomas polidipsia3, poliúria4 e emagrecimento, manifestações que o paciente não havia dado a menor importância. No entanto, a partir delas o médico levantou a suspeita da enfermidade principal daquele paciente – o diabetes. Para que se obtenham resultados positivos na realização do interrogatório sintomatológico foi proposta uma sistematização deste procedimento, com os sintomas relativos ao sistema em que pertencem. O quadro 1 apresenta uma revisão geral dos sistemas que compõe o organismo humano e as manifestações relacionadas. 3 Polidipsia: Aumento desproporcional da sensação de sede. Pode ser devido a causas endócrinas (diabetes insipidus), metabólicas (diabetes mellitus), ou psicogenéticas. 4 Poliúria: Eliminação de volumes excessivos de urina. 31 LOCALIZAÇÃO 1- Sintomas Gerais MANIFESTAÇÃO Febre; Astenia; Alterações do peso; Sudorese; Calafrios; Prurido; Alterações do revestimento cutâneo; Alterações do desenvolvimento físico. 2- Cabeça e Pescoço Crânio e face; Olhos; Ouvidos; Nariz e cavidades paranasais; Cavidade bucal e anexos; Faringe; Laringe; Tireóide; Mamas; Traquéia; Vasos; Linfonodos. 3- Tórax Parede torácica; Brônquios; Pulmões; Pleuras; Diafragma; Mediastino; Coração e grandes vasos; Esôfago. 4- Abdome Parede abdominal; Estômago; Duodeno; Intestino delgado; Cólon, reto e ânus; Fígado e vias biliares; Pâncreas. 5- Sistema genitourinário Rins e vias urinárias; Órgãos genitais masculinos; Órgãos genitais femininos. 6- Sistema hemolinfopoiético 7- Sistema endócrino Hipotálamo e hipófise; Tireóide; Paratireóides; Supra-renais; Gônadas. 8- Metabolismo 9- Coluna vertebral e extremidades Coluna vertebral; Ossos; Articulações; Bursas e tendões; Músculos; Artérias; Veias; Linfáticos; Microcirculação. 10- Sistema nervoso 11- Exame psíquico e avaliação das condições emocionais Quadro 1: Sintomas gerais. Fonte: Porto (2004). Sintomas Gerais: Quadro 2: Esquema para análise de um sintoma: 32 ETAPA DESCRIÇÃO Marcar a época em que o sintoma surgiu é fundamental. Se ele ocorrer episodicamente, considera-se o início do primeiro episódio como referência principal, definindo a seguir a duração de cada episódio. O modo de iniciar o sintoma (súbito ou INÍCIO gradativo) e os fatores ou situações que o desencadearam ou o acompanharam em seu início devem ser bem esclarecidas. Esclarecer a duração do sintoma é um dado fundamental, o que se fará sem dificuldade desde que se conheça a época em que ele teve início. Destacar sempre os seguintes dados: PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS SEMIOLÓGICAS - Localização; - Quantidade; - Intensidade; - Relações com as funções do órgão ou indiretamente sistema, relacionadas direta com ou o sintoma. Analisar a evolução ao longo do tempo e EVOLUÇÃO as modificações ocorridas, incluindo a influência de tratamentos efetuados. RELAÇÃO DE DOIS OU MAIS SINTOMAS ENTRE SI Procurar definir as relações entre os principais sintomas, identificando o sintoma-guia. CARACTERÍSTICAS DO SINTOMA NO Descrever as características do sintoma MOMENTO ATUAL no momento atual. Quadro 2: Esquema para análise de um sintoma Fonte: Porto, (2004). 33 Antecedentes pessoais Antecedentes fisiológicos Compõe este item dados relativos ao desenvolvimento humano importantes para o diagnóstico da doença, que justifiquem o sintoma-guia, tais como (Porto, 2004): - Desenvolvimento físico: - Aproveitamento escolar. - Época de início da puberdade. - Época do aparecimento da menarca. - Características do ciclo menstrual. - Primeiras noções e atividade sexual posterior. Antecedentes patológicos - Doenças sofridas pelo paciente: - Alergias: - Cirurgias: - Traumatismos: Antecedentes familiares Pergunta-se sistematicamente sobre a existência de enxaqueca, diabetes, tuberculose, hipertensão arterial, câncer, doenças alérgicas, úlcera péptica, colelitíase, varizes, que são doenças com caráter familiar mais comuns. Quando o paciente é portador de uma doença de caráter hereditário (hemofilia, anemia falciforme, rins policísticos, erros metabólicos), torna-se imprescindível um levantamento genealógico mais rigoroso e, neste caso, recorre-se às técnicas de investigação genética (PORTO, 2004) Hábitos de vida e condições sócio-econômicas e culturais do paciente 34 O objetivo destes questionamentos é relacionar aspectos sociais à doença apresentada pelo paciente, tendo para avaliação os seguintes itens: Alimentação Os dados sobre o hábito alimentar do paciente devem ser um dos primeiros a ser levantados, devido a sua alta relação com algumas doenças. Como critérios de avaliação são considerados relevantes fatores como: idade, sexo e atividades exercidas. O paciente deve discriminar a sua alimentação em tipos e quantidade de alimentos ingeridos. Já o médico, deve analisar algumas manifestações e outros fatores tais como: - Alimentação quantitativa e qualitativa; - Déficit calórico ou consumo excessivo de calorias; - Alimentação com alto teor de gordura; - Reduzida ingestão de frutas e verduras; - Redução equilibrada na quantidade e qualidade dos alimentos; - Vegetarianismo; - Alimentação láctea exclusiva; - Alimentação rica em carboidratos, em proteínas, etc. Profissão atual e anteriores (História ocupacional) Esta pergunta é realizada no início da anamnese e busca obter informações sobre o trabalho desempenhado pelo paciente, como se há contato com substâncias, quais as características do ambiente e qual o grau de ajustamento ao trabalho. Atividades físicas 35 É notável que algumas doenças estejam estreitamente relacionadas ao tipo de vida levado pela pessoa, no que se refere à prática de exercícios físicos. O ritmo de vida de acordo com a prática de atividades físicas pode ser classificado entre: - Sedentário; - Exerce atividade física moderada; - Exerce atividade física intensa e constante; - Exerce atividade física ocasional. Vícios Porto (2004) afirma que alguns vícios são ocultados pelos doentes e até mesmo pelos próprios familiares, por isso a investigação deste item exige habilidade, discrição e perspicácia. O uso de tabaco, álcool e tóxicos deve ser investigado sistematicamente. Os malefícios causados pelo cigarro são conhecidos de todos e entre os principais estão os problemas cardíacos e pulmonares. Quanto ao uso do tabaco é importante conhecer como é o hábito do paciente, há quanto tempo tem o vício, a natureza e a quantidade habitual usada. A ingestão de bebidas alcoólicas provoca sérios problemas para o fígado, cérebro, nervos periféricos, pâncreas e coração. É importante saber do paciente qual bebida costuma consumir, em quais quantidades e a freqüência. Condição sócio-econômica Estes dados são levantados durante a identificação do paciente e complementados no decorrer da consulta. O objetivo deste item é conhecer a disponibilidade de recursos para compra de medicamentos para o tratamento. 36 Condições culturais A resposta para este item pode ser obtida a partir de uma simples pergunta sobre a escolaridade na identificação do paciente e pela análise daquilo que foi visto e ouvido durante a anamnese. São observados fatores como religião e costumes relacionados à raça, por exemplo. Vida conjugal e ajustamento familiar São descritos neste item dados do convívio com os pais, irmãos e cônjuge. 2.2.1 Exame físico Terminada a anamnese é realizado o exame físico, o que permite ao médico identificar possíveis sinais de acordo com a enfermidade que o paciente apresenta. Para a realização do exame físico (inspeção, palpação, percussão, ausculta) o médico pode fazer uso dos seguintes instrumentos: avental, esfigmomanômetro, estetoscópio, termômetro, fita métrica, abaixadores de língua, lanterna, balança, oftalmoscópio/otoscópio, martelo de reflexos. O biótipo é o conjunto de características morfológicas apresentadas por cada indivíduo. Usualmente classifica-se entre: normolíneo, brevelíneo e longilíneo. Esta avaliação é importante para identificação das variações anatômicas de localização dos diversos órgãos. As glândulas endócrinas estão espalhadas por todo o corpo. É prático considerar o exame das glândulas endócrinas no contexto do exame físico geral (EPSTEIN, 2004). 37 Relativos à endocrinologia as seguintes manifestações são mais freqüentes: - Poliúria: manifestação sintomática representada pelo aumento do volume urinário excretado em 24 horas (RAFE, 2002). - Polidipsia: Manifestação de sede constante, levando à ingestão sucessiva de líquidos, que é muito comum em diabetes descompensado, desidratação (RAFE, 2002). - Intolerância ao frio e calor: - Bócio: aumento significativo da glândula da tireóide, que passa a extrapolar seus limites normais. Ocorre por deficiência de iodo na alimentação (SBD, 2007). - Diabete: uma doença em que o organismo não produz insulina ou não consegue utilizá-la adequadamente. Caracteriza-se pelos altos níveis de glicose no sangue (SBD, 2007). Ainda no exame físico devem ser verificadas as medidas antropométricas como: peso, altura e circunferência abdominal, a fim de determinar o peso ideal e assim traçar a estratégia do cálculo de valor calórico do programa alimentar. As medidas antropométricas fornecem informações da resistência à insulina. Medidas como dobras cutâneas e percentual de gordura podem ser realizadas para complementar a avaliação da gordura corporal. Segundo Bronstein (2006) é fundamental para diagnosticar a Síndrome Metabólica um exame clínico para determinar o IMC, a circunferência abdominal ou a relação cintura/quadril e medir a pressão arterial. Após toda essa avaliação, o plano alimentar é calculado, correlacionando as necessidades nutricionais para idade e atividade física, com o peso que foi previamente determinado pela avaliação antropométrica. (...) Esta distribuição da alimentação leva em consideração a anamnese alimentar (hábitos alimentares) e o esquema medicamentoso (insulina ou remédio). (ALVAREZ, 2006). 38 2.3 EXAMES LABORATORIAIS OU COMPLEMENTARES Refere-se ao conjunto de exames realizados a pedido do profissional de saúde, realizados em laboratório de análise clínica, visando diagnosticar o estado atual de saúde do paciente. Os exames mais comuns são: hemograma completo, bioquímica do sangue (dosagem de glicose, uréia, creatinina, colesterol total e frações, triglicerídeos, ácido úrico, etc), hemostasia (coagulograma), etc. Normalmente os resultados são apresentados através de relatório comparativo entre valores de referência e valores obtidos. Os testes funcionais em endocrinologia podem ser classificados em: testes de estímulo e testes de supressão. Sendo os testes de estímulo: - Hipoglicemia insulínica - GH clonidina - GH glucagon - Testes de geração de IGF1 - ACTH curto - GnRH para FSH e LH - TRH para prolactina, TSH e GH - Metoclopramida para prolactina - Teste do glucagon para peptídeo C - Teste do HCG E os testes de supressão: - Teste de supressão para GH - Teste de supressão para cortisol Segundo Bronstein (2006), são fundamentais para diagnosticar a Síndrome metabólica 39 Exames laboratoriais de sangue para avaliar os níveis de glicemia, de colesterol e triglicérides são fundamentais e as avaliações secundárias de ácido úrico, eliminação de proteína pela urina e investigação de fatores inflamatórios, como a proteína C-reativa, também são muito importantes. 2.4 OBESIDADE Segundo a SBD (2007), obesidade significa quantidade anormal e excessiva de gordura física. A obesidade também é considerada uma doença crônica e é um fator de risco para portadores de diabetes tipo 2. Spethmann (2003) define como acúmulo de gordura no corpo, causado por problemas glandulares, nervosos ou gastrointestinais, por erros alimentares etc. Em muitos casos o aumento de peso é decorrente de uma ingestão alimentar aumentada (seja por maior quantidade de alimentos ou por alterações de sua qualidade) e à redução do gasto energético ideal para esta ingestão, onde a isto estão relacionados fatores clínicos e endócrinos, incluindo doenças na qual a obesidade é decorrente de distúrbios hormonais. Para o tratamento é preciso um diagnóstico detalhado, orientação nutricional e mudanças no estilo de vida. O ideal é que haja orientação nutricional diferenciada, de modo que o tratamento seja prazeroso. É considerada obesa uma pessoa que pesa 20% a mais do que seu peso máximo ideal. Para saber o peso ideal é feito o cálculo de Índice de Massa Corpórea, que é o peso (Kg) dividido pela altura (m)2. Uma pessoa saudável tem um IMC entre 20 e 25. 40 Doenças como hipotireoidismo, síndrome de Cushing5, problemas neurológicos que induzem à maior ingestão de alimentos e até mesmo medicamentos contendo esteróides podem provocar ganho de peso. Em conseqüência da obesidade, podem surgir outros problemas de saúde, como as complicações cardíacas, doenças do pâncreas, dos rins, da bexiga e dos pulmões, é o que diz Spethmann (2003). A obesidade apresenta em seu quadro doenças como: hipertensão arterial, doenças cardiovasculares, doenças cérebro-vasculares, doença na vesícula biliar, doença no fígado, diabetes Melittus tipo 2, doença nas articulações, bem como alguns distúrbios: lipídicos hipercolesterolemia, diminuição de HDL, intolerância à glicose, etc. O oncologista Aurélio Julião de Castro Monteiro afirma que 3,2% de todos os tumores malignos estão ligados à obesidade. (...) As pesquisas mais avançadas em obesidade apontam para dois hormônios essenciais, produzidos pela gordura, mas ainda bem misteriosos. Um deles é a leptina, cuja função mais conhecida é avisar ao cérebro que já há gordura suficiente no corpo. “Aparentemente os obesos desenvolvem uma resistência à leptina”, afirma o brasileiro Júlio Licínio, da Universidade da Califórnia em Los Angeles (Ucla). O pesquisador também trabalha com outra substância promissora, mas muito contraditória, produto da gordura: a adiponectina. Ela é benéfica, pois protege os vasos sangüíneos de entupimento por aterosclerose, dificultando a fixação do ‘colesterol ruim’ (LDL) em seu interior. Só que, apesar de ser fabricada pela gordura, a adiponectina se reduz conforme a obesidade aumenta, especialmente a visceral. Ainda não se sabe por que isso acontece. Para aumentar a complicação, entra na equação uma terceira substância, a grelina. Apesar de não ser produzida pela gordura, mas sim pelo estômago, ela tem um papel importante no apetite. (Ravagnani, 2004). Algumas classificações da obesidade: - Quanto à circunstância em que ocorre: 1. obesidade de longa data – indivíduos obesos desde criança; é a forma de mais difícil tratamento e entre as causas existe a predisposição genética (herança familiar) e a hiperalimentação precoce; 2. obesidade da puberdade – aparece na puberdade, é predominante em mulheres, tem como causas angustias e ansiedades desta fase da vida e alterações orgânicas; 3. obesidade da gravidez – na gravidez e no pós parto, também por fenômenos psíquicos e/ou orgânicos; 5 Síndrome de Cushing: uma condição, mais comumente vista em mulheres, devido ao hiperadrenocorticismo resultando de neoplasmas do córtex supra-renal ou do lobo anterior da hipófise, ou a ingestão excessiva prolongada de glicocorticóides para finalidades terapêuticas. 41 4. obesidade por interrupção de exercícios – comum em esportistas que ingerem grandes quantidades de calorias e param de fazer exercícios, ou seja, deixam de gastá-las; 5. obesidade secundária a drogas – alguns medicamentos como os corticóides, os antidepressivos e os estrógenos podem induzir a um ganho de peso; 6. obesidade após parar de fumar – a explicação é que a nicotina aumenta o gasto calórico por sua ação lipolítica; também é responsável por perda de apetite; 7. obesidade endócrina – apesar da população leiga ter outro ponto de vista, a obesidade Endócrina aparece em somente 4% das obesidades. Aqui se incluem doenças da tireóide, do pâncreas e da supra renal. (Ballone, 2003). - Quanto à distribuição da gordura no corpo: A medida da cintura deve ser apurada de acordo com a circunferência que passa entre o umbigo e as costelas e medida do quadril deve ser medida tomando-se a maior circunferência na região glútea. Para os homens, Obesidade Andróide, esse índice C/Q tem que dar maior que 0.9, ou seja, a cintura deve ser igual ou maior que o quadril. Na Obesidade Ginecóide o índice C/Q deve dar menor que 0.9, ou seja, o quadril tende a ser maior que a cintura. As observações antropométricas têm sugerido que quanto maior o índice C/Q, ou seja quanto maior a cintura em relação ao quadril, mais tendência tem a pessoa para doença coronariana, diabetes, hipertensão arterial e dislipidemias, que é o aumento de colesterol e triglicérides. (Ballone, 2003). É possível identificar alguns tipos de obesidade em que para isso é importante analisar algumas características importantes para a repercussão de seus riscos: - Obesidade Andróide ou Troncular, conhecida também como obesidade visceral. É aquela em que a pessoa apresenta uma forma corporal identificada como maçã, caracterizada pela maior concentração de gordura visceral e se relaciona intensamente com alto risco de doenças metabólicas e cardiovasculares. - Obesidade Ginecóide, a maior concentração de gordura está na altura do quadril, fazendo com que a pessoa apresente uma forma corporal identificada como pêra. A ela está associado o risco maior de artrose e varizes. - Obesidade generalizada. A ciência vem revelando que, muito mais que um mero depósito de energia que sobrecarrega o corpo pelo excesso de peso, o tecido adiposo 42 é um órgão que afeta quimicamente o funcionamento de todo o organismo. E as células de gordura que se acumulam perto dos órgãos, no que é chamado de obesidade visceral, são diferentes das que ficam sob a pele (gordura subcutânea), responsáveis pelos pneuzinhos e pela celulite. (Ravagnani ,2004). Para identificar a causa da obesidade é preciso procurar o médico para fazer este tipo de avaliação e tratar as causas. Existem algumas causas mais comuns como ansiedade e outros distúrbios nervosos, o que faz com que algumas pessoas recorram à comida para evitar o confronto com situações emocionalmente difíceis ou estressantes. Comer nestas situações é como um escape, uma fuga. Este excesso de calorias ingeridas e não gastas causa aumento de peso. Vários remédios, principalmente os esteróides podem causar ganho de peso gradual. É fundamental que o paciente informe ao médico todos os medicamentos que estão sendo usados e medicamentos foram usados em tratamentos anteriores. Algumas pessoas apresentam ganho de peso após assumirem um trabalho mais sedentário. Para manter o peso nesta situação, é preciso diminuir a ingestão calórica ou compensar com prática de exercícios físicos. O aumento de peso pode ser causa ainda devido a algum problema de saúde subjacente. Distúrbios hormonais podem levar aos problemas de peso, com conseqüência na diminuição do metabolismo e então aumento de peso. Se além do ganho de peso o paciente apresentar sintomas como pele seca, queda capilar, apatia, câimbras musculares ou sensação de frio há uma grande probabilidade de disfunção hormonal (características aqui do hipotereoidismo). Muitas vezes a predisposição ao excesso de peso parece ser uma tendência familiar. Embora algumas pessoas acreditem que fatores genéticos tenham influência na obesidade, na verdade é muito comum que elas compartilhem hábitos alimentares incorretos e vida sedentária, podendo ainda estar relacionado à problemas emocionais e hormonais. A taxa de metabolismo basal é a quantidade de energia necessária à manutenção das funções vitais do organismo. A necessidade de energia é definida em parte pela taxa de metabolismo basal e pelo nível de prática de atividade física. À medida que envelhecem, as pessoas diminuem suas necessidades de energia, pois a taxa de metabolismo basal diminui e em geral fazem menos 43 exercícios. Para evitar este ganho de peso é preciso diminuir a ingestão calórica e procurar praticar exercícios físicos. Se uma pessoa que tem baixa combustão ingerir uma mesma quantidade enérgica de uma pessoa da sua idade e sexo, mas com metabolismo normal ela tem grandes chances de engordar porque haverá acúmulo energético que é transformado em gordura para o corpo. Por outro lado, se uma pessoa com alta combustão ingerir esta mesma quantidade energética, esta dificilmente irá engordar, considerando apenas o fator ingestão e combustão energética. Algumas manifestações estão presentes na maioria das pessoas obesas tais como: hipertensão, altos níveis de colesterol, cálculos biliares, acidente vascular, fadiga, dislipidemia, osteoartrite, problemas de pele, varizes, diabetes. Um número alarmante vem chamando atenção dos profissionais da saúde para os cuidados que devem ser tomados para tratar a Síndrome Metabólica (SM) onde se estima que 24% da população adulta dos EUA e entre 50 e 60% na população acima de 50 anos são portadores da SM. Projeções estimam que, em 2010, os EUA terão de 50 a 75 milhões, ou mais, americanos com a Síndrome (Vívolo, 2007). A Síndrome Metabólica é a mais comum doença metabólica da atualidade e também a maior responsável por eventos cardiovasculares. Embora poucos dados epidemiológicos existam, o 3º. Censo de Saúde e Nutrição dos Estados Unidos sugere que cerca de 23,7% da população adulta americana é portadora da SM. A necessidade de uma abordagem multidisciplinar e de inúmeros medicamentos impõe ao paciente e ao sistema de saúde elevados custos, tanto com prevenção primária como com prevenção secundária e terciária. Apenas com este tipo de abordagem estes pacientes são adequadamente tratados e uma diminuição significativa da mortalidade pode ser alcançada (Mattos, 2003). No Brasil, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2003) de que 40% da população brasileira apresenta sobrepeso ou obesidade. Ainda não há estudos sobre a prevalência da Síndrome Metabólica na população brasileira. No entanto, estudos em diferentes populações, como a mexicana, a norte-americana e a asiática, revelam prevalências elevadas, variando a taxas aproximadas de 10% a 30% em homens e de 10% a 40% em mulheres. 44 No Atlas Mundial das Doenças Cardiovasculares, publicado em 2003 pela Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil ocupa a 6ª posição mundial em mortalidade por doenças cardiovasculares, totalizando quase 270 mil óbitos em 2002. Com relação à hipertensão arterial, a entidade considera a doença a 3ª causa de morte no mundo, sendo que no Brasil, um entre quatro brasileiros adultos é hipertenso (SBH, 2005). Os principais fatores que, associados, provocam a doença são: obesidade central, problemas cardiovasculares, pressão alta, ácido úrico elevado, dislipidemia (alteração de colesterol e triglicérides) e alta taxa de glicose. Apesar de existir resistência à insulina, a patologia não é exclusiva de portadores de diabete, (embora os doentes corram os riscos de apresentá-la no tipo 2). Pela diretriz brasileira a presença de pelo menos três destes fatores já indica síndrome metabólica (I-DBSM, 2005). 2.4.1 Metabolismo De acordo com significado de metabolismo apresentado pela SBD (2007), é o termo usado para descrever a captação e utilização da energia para o sustento da vida. São essas reações que permitem a uma célula ou um sistema transformar os alimentos em energia, que será utilizada pelas células para que as mesmas se multipliquem, cresçam, movimentem-se, etc. Ou seja, o metabolismo é o conjunto de reações químicas responsáveis pelos processos de síntese e degradação dos nutrientes na célula. O metabolismo divide-se em duas etapas: catabolismo (onde há degradação, ou “quebra” de compostos) e anabolismo (que é a síntese, ou seja, formação de compostos). (LORETE, 2006). O organismo necessita de uma quantidade de calorias para manter suas funções vitais, permitindo o funcionamento do menor número possível de reações, como respiração e funcionamento cardiovascular. Esta necessidade calórica referese ao gasto metabólico basal (GMB). 45 Um pouco acima do GMB está a taxa metabólica de repouso (TMR), que se refere à soma dos processos metabólicos da massa de células ativas necessários para manter o equilíbrio regulador normal e as funções corporais em repouso. Para uma pessoa normal, a TMR corresponde a aproximadamente 60 a 75% do Consumo diário total de energia (CDTE), enquanto os efeitos térmicos da alimentação são responsáveis por cerca de 10% e a atividade física é responsável pelos 15 a 30% restantes. (LORETE, 2006). Para saber quantas calorias são gastas em um dia são considerados fatores como peso, idade, sexo e nível de atividade física, onde fica claro que cada pessoa tem necessidades calóricas diferentes. Homens possuem um gasto calórico maior do que as mulheres devido à maior quantidade de massa muscular e menor quantidade de gordura corpórea, tendo em vista que o músculo é um tecido metabolicamente ativo. O metabolismo dos nutrientes pode ser dividido por vias metabólicas, ou seja, existe o metabolismo dos carboidratos (glicose ou glicogênio muscular e hepático), o metabolismo das gorduras (ácidos graxos) e o metabolismo das proteínas (aminoácidos). O metabolismo pode ser dividido também em relação a presença de oxigênio (metabolismo aeróbio) e na ausência de oxigênio (metabolismo anaeróbio). (...) O metabolismo aeróbico refere-se às reações catabólicas geradoras de energia nas quais o oxigênio funciona como um aceitador final de elétrons na cadeia respiratória e se combina com o hidrogênio para formar água. (...) O metabolismo anaeróbico refere-se às reações catabólicas geradoras de energia nas quais o oxigênio não está presente, não sendo possível acontecer o processo total de degradação da glicose para ressintese do ATP. (LORETE, 2006). A importância da prática de atividade física é ganhar massa muscular, que por sua vez, aumenta a velocidade das funções metabólicas, já que desta forma é diminuída a gordura corpórea. Alguns alimentos também influenciam no processo metabólico tais como os ricos em cafeína, mas isoladamente não surtem efeito por significarem uma quantia muito pequena à ideal para o aumento da combustão. 46 2.4.2 Síndrome Metabólica (SM) De acordo com a I Diretriz Brasileira de Diagnóstico e Tratamento da Síndrome Metabólica (I-DBSM, 2005) a Síndrome Metabólica é definida como um transtorno complexo representado por um conjunto de fatores de risco cardiovascular usualmente relacionados à deposição central de gordura e à resistência à insulina. Atualmente, existem duas diretrizes principais que são utilizadas para avaliar os casos de Síndrome Metabólica (SM): a européia ou do International Diabetes Federation (IDF) e a norte-americana ou do National Cholesterol Education Program’s Adult Treatment Panel III (NCEP-ATP III), que foi elaborada em conjunto com a Organização Mundial da Saúde (OMS). O Brasil aderiu ao método americano, é que informa a I-DBSM (2005). Para entender como ocorre a Síndrome Metabólica é preciso conhecer o funcionamento interno das células e resistência à insulina. Ravagnani (2004) diz que Na base da síndrome metabólica está um fenômeno chamado resistência à insulina. Por causa da ação das substâncias produzidas pelas células adiposas, as outras células do corpo passam a não responder direito ao comando da insulina, que administra o armazenamento e o consumo de energia pelo organismo. Como as células não reagem às ordens do hormônio, o pâncreas é obrigado a aumentar a produção da substância, o que pode levar a sua exaustão e à conseqüente elevação do açúcar no sangue. Quem fabrica a insulina são as células beta. De novo, é a herança genética que define se elas resistirão ou não à sobrecarga. Mesmo que por sorte elas sejam ‘fortes’ e o diabetes não apareça, o risco de infarto persiste, alerta o endocrinologista Amélio Godoy Matos, professor da PUC-RJ. (RAVAGNANI, 2004). O National Cholesterol Education Program’s Adult Treatment Panel III (NCEP-ATP III) (apud I-DBSM, 2005) determinou para o diagnóstico da Síndrome Metabólica a manifestação de três ou mais componentes descritos abaixo: - Circunferência abdominal superior a 102 cm (homens) e 88 cm (mulheres); 47 - Triglicerídeos com valor igual ou superior a 150 mg/dL - HDL-Colesterol inferior a 40 mg/dL (homens) e 50 mg/dL (mulheres); - Pressão arterial igual ou maior que 130 mmHg ou 85 mmHg; - Glicemia de jejum maior ou igual a 110 mg/dL. Outros componentes estudados nesta síndrome também foram relacionados com a resistência à insulina e/ou tendem a agrupar-se com a síndrome principal, entre eles (SBD, 2005): - Angina microvascular; - Hiperuricemia; - Proporção aumentada de LDL; - Distúrbios da coagulação e de elevação do fibronogênio; - Síndrome de ovários policísticos; - Disfunção endotelial; - Aumento da concentração de lipoproteínas remanescentes; - Inflamação da parede arterial; Para o diagnóstico da SM, alguns fatores estão relacionados. São eles: idade, prática de atividade física, história pregressa de hipertensão no paciente e em familiares, diabetes, doença arterial coronariana, acidente vascular encefálico, doença cardiovascular, uso de medicamentos hiperglicemiantes (corticosteróides, betabloqueadores, diuréticos). Em relação aos exames físicos, são necessários para o diagnóstico: medida da circunferência abdominal, pressão arterial, peso, altura. São indicados os exames cardiovasculares. Quanto aos exames laboratoriais os necessários são: glicemia de jejum, dosagem do HDL-colesterol e dos triglicerídeos, colesterol total, LDL-colesterol. Os exames complementares que também podem ser realizados são: creatinina, ácido úrico, micralbuminúria, proteína C reativa, TOTG (glicemia de jejum e após duas horas da ingestão de 75g de dextrosol), eletrocardiograma. O tratamento da síndrome metabólica exige a adoção de uma alimentação saudável e a prática de exercícios, para trabalhar com hábitos de vida e de alimentação, procurando acelerar o metabolismo com a prática de atividade 48 física e o mais importante, uma alimentação adequada considerando todos os fatores envolvidos com a SM no paciente, onde desta forma, cada paciente poderá ter um programa alimentar diferente. O tratamento básico é a perda de peso. As células da gordura visceral, por serem as maiores, são as primeiras a se reduzir com qualquer emagrecimento, diminuindo rapidamente sua atividade maléfica. Não adianta apelar para a lipoaspiração, porque ela só retira a gordura subcutânea, que é a menos danosa. Mesmo nesse caso, uma pesquisa publicada em junho no New England Journal of Medicine comprovou que pacientes que perderam até 10 quilos de gordura por lipoaspiração não apresentaram melhora na sensibilidade à insulina e nos outros fatores metabólicos prejudiciais à saúde ligados à obesidade. Ou seja: o que regenera o organismo é melhorar a alimentação e sair do sedentarismo. (...) Além do emagrecimento – de preferência com uma dieta de redução calórica, associada a exercícios aeróbicos como caminhada -, os médicos podem receitar remédios como as glitazonas, que aumentam a sensibilidade à insulina. Outros fatores danosos, como a hipertensão e o colesterol, também podem ser controlados com medicamentos. (Ravagnani, 2004). Objetiva-se com a anamnese obter dados sobre a doença atual e outras informações específicas para a construção do programa alimentar, como informações do funcionamento do tubo digestório como mastigação, problemas no estômago, glândulas anexas e eliminações fisiológicas (fezes e urina). Com o questionário alimentar deseja-se conhecer os horários, locais e as quantidades de alimentos ingeridos em cada refeição. Os medicamentos e exames laboratoriais devem ser apresentados ao médico na consulta. Outro item relevante são as informações sobre os exercícios físicos realizados (horários, tipo, intensidade), uma vez que o plano alimentar deverá ser flexibilizado a partir desses dados. Está comprovado que a associação de um tratamento com base em um programa alimentar adequado e prática de exercícios físicos reduzem expressivamente a circunferência abdominal e a gordura visceral, melhora a sensibilidade à insulina, diminui os níveis plasmáticos de glicose, podendo prevenir e retardar o aparecimento de diabetes tipo 2, redução da pressão arterial e nos níveis de triglicérides, com aumento do HDL-colesterol. (I-DBSM, 2005, 2005). 49 2.5 PROGRAMA ALIMENTAR De acordo com a Organização Mundial de Saúde (2002), os fatores de risco mais importantes para a morbimortalidade relacionada às doenças crônicas não-transmissíveis (DCNT) são: hipertensão arterial sistêmica (HAS), hipercolesterolemia, ingestão insuficiente de frutas, hortaliças e leguminosas, sobrepeso ou obesidade, inatividade física e tabagismo. Cinco desses fatores de risco estão relacionados à alimentação e à atividade física e três deles têm grande impacto no aparecimento da Síndrome Metabólica (SM) (UFBA, 2006). A melhora do estado nutricional exige que o paciente esteja determinado e interessado em uma reeducação alimentar e seguir a orientação médica para emagrecimento com saúde. Nutrição é um conjunto de processos, que envolve a ingestão, digestão, absorção, metabolismo e excreção dos nutrientes, com a finalidade de produzir energia e manter as funções do organismo. (LIMA, 2006) Segundo a I-DBSM (2005), um programa alimentar saudável é fundamental no tratamento da SM. Ele deve ser individualizado e prever uma redução de peso sustentável de 5% a 10% de peso corporal inicial. Para isso é preciso que o exame clínico tenha sido realizado corretamente, de forma que será possível ao sistema propor um programa alimentar que atenda às necessidades do indivíduo. A primeira refeição é a mais importante e deve ser composta de uma variada composição de alimentos, ao decorrer do dia a quantidade da ingestão deve ser diminuída. Mesmo que a pessoa tenha extrapolado na quantidade calórica ingerida em uma refeição ou esteja desesperada para emagrecer, não deve de forma alguma pular refeições, pois com a falta de alimentos o organismo entende que precisa economizar na combustão de energia e com isso o metabolismo fica mais lento e por conseqüência, nas refeições seguintes o organismo não queimará a quantidade de energia comumente realizada. O ideal é que haja um pequeno lanche entre as refeições principais. A alimentação estaria dividida em: 50 - Café da manhã; - Lanche da manhã; - Almoço; - Lanche da tarde; - Jantar; - Lanche. Considerando que a maioria das pessoas tem 16 horas ativas por dia (considera-se aqui oito horas de sono), as refeições seriam feitas aproximadamente a cada três horas. De acordo com a pirâmide alimentar, ocupa a base os alimentos ricos em carboidratos, que trazem energia e açúcar para o corpo. Estes componentes são encontrados nos pães, massas, batatas, arroz. Deve-se tomar cuidado com a ingestão destes alimentos, pois apesar de serem ingeridos em maior quantidade, quando ultrapassam a necessidade de ingestão, o açúcar é transformado em gordura, o que significa aumento de peso. Os açúcares ocupam o topo da pirâmide alimentar justamente porque a sua ingestão deve ser controlada e em quantidade reduzida. No meio da pirâmide são encontrados os alimentos chamados de reguladores e controladores. Os reguladores são alimentos folhosos, legumes e vegetais. Os construtores são: carnes, leite, ovos. Figura 1: Pirâmide Alimentar Fonte: Home Care Plus (2005). 51 A orientação socioeconômico-culturais alimentar deve de indivíduo cada procurar para atender conseguir aos um hábitos melhor planejamento dietético e uma maior adesão ao tratamento pelo paciente, indica a Diretriz Brasileira de Diagnóstico e Tratamento da Síndrome Metabólica (I-DBSM, 2005). A composição do programa alimentar para o portador da Síndrome Metabólica pode ser vista na tabela seguinte: Quadro 3: Composição do plano alimentar recomendado para a síndrome metabólica Fonte: I-DBSM, 2005. Carboidratos Dietas com baixo índice glicêmico tendem reduzir a glicemia pósprandial6 e o perfil lipídico, mas para o sucesso do programa alimentar é preciso que os componentes alimentares sejam ingeridos nas quantidades corretas e aliar a isso um estilo de vida mais saudável, para então aumentar a sensibilidade à insulina. São fontes de carboidratos as hortaliças, legumes, grãos integrais e frutas. Fibras Devem compor as refeições: hortaliças, legumes, grãos integrais e frutas, pois fornecem minerais, vitaminas e outros nutrientes que compõe uma dieta saudável. A ingestão correta de fibras contribui para o controle glicêmico e lipídico. Gorduras A I-DBSM (2005), afirma que “a ingestão de gordura é inversamente associada à sensibilidade insulínica não somente pela relação positiva com o peso corporal, mas também pela qualidade da oferta de ácidos graxos”. Os ácidos graxos poliinsaturados ômega-3 podem ser benéficos no tratamento da síndrome metabólica, principalmente quando se trata da hipertrigliceridemia7 nas pessoas com diabetes tipo 2. São recomendadas duas ou três porções semanais de peixe. Proteínas Recomenda-se uma ingestão diária de proteínas de 0,8g a 1g/kg de peso atual. As proteínas são encontradas em todos os tipos de carnes: aves, peixes, vísceras (fígado, coração, rins), e também no leite e seus derivados, também são encontrados na salsicha, presunto, e nos ovos. Há alguns alimentos de origem vegetal como: feijão, soja, lentilha, grão de bico, favas, ervilha, nozes e castanhas. 6 Glicemia pós-prandial: índice glicêmico após as refeições. Hipertrigliceridemia: condição em que ocorrem concentrações sanguíneas elevadas de triglicerídeos. 7 54 Vitaminas e minerais O plano alimentar deve prover a recomendação para o consumo diário de Recomenda-se, sempre que possível, dar preferência aos alimentos integrais.duas a quatro porções de frutas, sendo pelo menos uma rica em vitamina C (frutas cítricas) e de três a cinco porções de hortaliças cruas e cozidas. Sal de cozinha Deve ser limitado a 6g/dia. Alimentos processados como embutidos, conservas, enlatados, defumados normalmente têm alta concentração de sal e por esta razão devem ser evitados. Deve ser dada preferência por temperos naturais como salsa, cebolinha e ervas aromáticas em vez de condimentos industrializados. Com o tratamento da Síndrome Metabólica devem ser obtidos os seguintes resultados: Quadro 4: Metas para o tratamento da síndrome metabólica Fonte: I-DBSM, 2005. 55 Para elaboração do programa alimentar é preciso conhecer a composição dos alimentos, de forma que seja indicado para cada refeição o alimento adequado. É necessário também que o programa alimentar seja controlado pelo número de calorias ingeridas, para isso veja no anexo 2 a tabela de calorias dos alimentos. Alguma sugestões de uma alimentação saudável: 1. Dietas milagrosas não devem ser aderidas, visto que a perda de peso está relacionada à falta de nutrientes e as pessoas que seguem estas dietas tendem a engordar em seguida, pois este plano alimentar é difícil de ser mantido e nem deve devido aos malefícios provocados à saúde 2. Uma alimentação deve ser balanceada e composta dos diversos nutrientes necessários ao organismo. Dietas baseadas em um único grupo alimentar provocam danos à saúde. 3. Não se deve ficar muitas horas sem comer, porque induz ao metabolismo lento para garantir nutrientes para manter as funções do corpo. 4. Pequenos lanches entre as refeições principais evitam a fome e a maior ingestão de alimentos. 5. Alimentos como salgadinhos, bolachas recheadas devem ser evitados, pois são pobres em nutrientes e favorecem o aparecimento de danos ao organismo. 6. Como sugestão de lanches entre as refeições principais, são indicadas as barras de cereais, frutas, iogurte light ou natural. 7. Toda alimentação saudável permite a ingestão de doces, mas a referência é comer em pequena quantidade apenas para passar a vontade. 8. As refeições principais devem ser iniciadas pelas saladas, para evitar o acúmulo de gordura na parede do estômago, o que torna a digestão mais difícil. 9. São indicados para temperar as saladas o uso de vinagre ou suco de limão. O uso de óleos torna a alimentação mais calórica, sem falar nos malefícios provocados pelo óleo. 56 10. Azeite de oliva é indicado para quem deseja aumentar os níveis do colesterol HDL, mas deve ser usado ao natural e em quantidade moderada. 11. Os refrigerantes devem ser evitados, mesmo diet e light. Os sucos naturais são mais indicados, mesmo sendo mais calóricos. 12. Bebidas energéticas só são indicadas para os praticantes de exercício físico durante muito tempo, tais como os atletas. Para quem pratica exercícios físicos leves ou moderados a água ainda é o melhor hidratante. 13. Café, sucos e chás devem ser adoçados com adoçante. O uso de açúcar deve ser controlado por quem segue um programa alimentar para reduzir peso e para uma alimentação saudável. 14. A ingestão de água deve ser de no mínimo 1,5 litro por dia, o que ajuda a acelerar o metabolismo, inibe a sensação de fome e hidrata o organismo. 15. Com relação às carnes, as mais indicadas são: frango, peixe (peito), peru, patinho, contra-filé, pois são menos calóricas. 16. A pele das aves é composta basicamente por gordura, portanto deve ser retirada ao preparar o alimento. 17. Os alimentos fritos devem ser substituídos por cozidos ou grelhados. 18. Alimentos embutidos como mortadela, presunto e salame devem ser evitados, normalmente concentram altos teores de gordura saturada e sal. 19. Manteiga, creme de leite, chantilly, massa podre são ricos em calorias e colesterol, por isso devem ser evitados. 20. Queijos amarelos como mussarela, provolone, prato e parmesão devem ser consumidos moderadamente. Ao invés deles, deve ser dada preferência aos queijos brancos como o de minas, frescal, ricota e cottage. 21. Alimentos ricos em fibras como legumes, verduras e frutas devem ser ingeridos diariamente, pois favorecem à digestão. 22. Tomate seco, por ser conservado em óleo, deve ser evitado. 23. Bebidas alcoólicas são calóricas, por isso devem ser consumidas em pequenas quantidades e esporadicamente. 24. Ir ao supermercado com fome será favorável à compra de guloseimas. 25. Evitar ao máximo comprar qualquer alimento que deve ser evitado, assim ficará difícil consumi-los. 57 26. Em casa, tenha sempre frutas, gelatina diet, pois na hora que der fome estes alimentos em pequena quantidade não prejudicam o emagrecimento. 27. A prática de atividade física é indispensável. Alimentação balanceada e exercícios físicos devem ser aliados. Alimentação saudável para o corpo saudável e em equilíbrio, atividade física para ganho de massa muscular, aceleramento do metabolismo, entre tantos benefícios. A alimentação das pessoas obesas deve ser cuidadosamente elaborada, devido a sua maior propensão de desenvolver doenças cardiovasculares, diabetes, hipertensão, ter níveis de colesterol no sangue alterados, entre outras decorrências. Para perder peso, através de uma alimentação equilibrada, é necessário que seja observado a quantidade e a qualidade dos alimentos. A quantidade de alimentos a ser utilizada varia para cada pessoa, mas de uma maneira geral deve-se comer por refeição um alimento de cada grupo abaixo (HOME CARE PLUS, 2002): a) Pães, biscoitos, torradas, cuscuz, tapioca ou beiju, farinhas, arroz, macarrão, mandioca, batatas, milho, cará, inhame são alimentos energéticos. Carnes (bovina, frango, peixe), ovo, vísceras (fígado, miúdos de frango), leite, queijo e iogurte são alimentos construtores. b) Frutas (laranja, banana, mexerica, maçã, mamão, melancia, maracujá), legumes e folhosos (tomate, cebola, pimentão, pepino, alface, repolho, couve, agrião, couve-flor, espinafre, abobrinha, cenoura, abóbora, chuchu, beterraba, vagem, quiabo). Os legumes e folhosos podem ser usados livremente, ou seja, mais do que um tipo por refeição. Estes são alimentos reguladores. c) Alface, acelga, agrião, broto de feijão, repolho, palmito, abobrinha, aipo, chicória, coentro, cebola, cebolinha, salsa, espinafre, hortelã, jiló, couve, couve-flor, pimentão, pepino, rabanete, tomate, maxixe. Limão, mostarda, alho. Chás: erva-doce, hortelã, capim santo, camomila. Abóbora, cenoura, chuchu, quiabo, vagem, beterraba são alimentos livres para consumo. d) Arroz, macarrão, farinhas, batata inglesa, batata doce, batata baroa, cará, inhame, mandioca. Pão, pão integral, torradas, biscoito de sal. Cuscuz, pipoca, canjica, pamonha, tapioca (beju). Feijão, ervilha, lentilha, grão de bico, soja. Frango, miúdos, ovos, carne bovina e peixes. Leite, queijos, iogurtes, requeijão. 58 Todas as frutas. Alimentos industrializados. Óleo, margarina, manteiga e azeite. Estes são alimentos de consumo controlado. e) Carne de porco e seus derivados (banha, toucinho, lingüiça, salame, mortadela, presunto), creme de leite, nata, manteiga, queijo curado. Frituras, pele de frango e couro de peixe. Coco e leite de Coco são alimentos que devem ser evitados. f) Açúcar, rapadura, mel/melado, doces em geral, caldo de cana, balas/bolos, chocolates, refrigerantes, sorvetes, bebidas alcoólicas, biscoitos e pães doces são alimentos que estão proibidos para consumo. Já para os diabéticos, algumas orientações e recomendações auxiliarão o diabético a controlar melhor sua taxa de açúcar no sangue. a) Alface, acelga, agrião, broto de feijão, repolho, palmito, abobrinha, aipo, chicória, coentro, cebola, cebolinha, salsa, espinafre, hortelã, jiló, couve, couve-flor, pimentão, pepino, rabanete, tomate, maxixe, limão, mostarda, alho, chás como erva-doce, hortelã, capim-santo, camomila são alimentos de consumo livre. Arroz, macarrão, farinhas, batata baroa batata doce, cará, inhame, mandioca, pão, pão integral, torradas, biscoito de sal, cuscuz, pipoca, canjica, pamonha, tapioca (beiju), feijão, ervilha, lentilha, grão de bico, soja. Abóbora, cenoura, chuchu, quiabo, vagem, beterraba. Frango, miúdos, ovos, carne bovina e peixes. Leite, queijos, iogurtes, requeijão. Alimentos industrializados. Óleo, margarina, manteiga e azeite são alimentos de consumo para serem controlados. b) Carne de porco e seus derivados (banha, toucinho, lingüiça, salame, mortadela, presunto). Creme de leite, nata, manteiga, queijo curado. Frituras, pele de frango e couro de peixe. Coco e leite de coco são alimentos para serem evitados. c) Açúcar, rapadura, mel/melado, doces em geral, caldo de cana, balas, bolos, chocolates, refrigerantes, sorvetes, bebidas alcoólicas, biscoitos e pães doces são alimentos proibidos para consumo do diabético. A alimentação dos hipertensos também tem algumas restrições. Segue algumas sugestões alimentares: 59 a) Carnes defumadas e salgadas. Salsicha, lingüiça, chouriço, salame, presunto. Bacon e toucinho. Caldo e extrato de carne. Picles e azeitonas.Temperos prontos, molhos industrializados e enlatados (conserva) são alimentos proibidos para quem sofre de hipertensão. b) Leite até duas vezes ao dia, carne bovina, frango e peixe. Pães ou biscoitos até duas vezes ao dia. Feijão duas vezes ao dia. Ovo uma unidade, no máximo duas vezes por semana, em substituição a carne são alimentos de consumo moderado. c) Vegetais folhosos, legumes e frutas são alimentos de consumo livre. 2.6 CONSIDERAÇÕES FINAIS Os dados levantados durante o exame clínico serão a base para o diagnóstico. Os exames laboratoriais comprovarão a necessidade do paciente por determinado tratamento. Tratando-se especificamente da Síndrome Metabólica, a base para diagnóstico e tratamento está na I-DBSM – 1ª Diretriz Brasileira de Diagnóstico e Tratamento da Síndrome Metabólica (2005), na qual um dos preceitos é o emagrecimento. Apesar de o tratamento medicamentoso poder ser associado, este trabalho relatará apenas o tratamento alimentar, visando o emagrecimento e o controle dos índices que alterados determinaram o perfil de Síndrome Metabólica no paciente. 60 3 SISTEMAS ESPECIALISTAS 3.1 INTRODUÇÃO Um sistema especialista (SE) pode ser visto como uma subárea da Inteligência Artificial, Inteligência Artificial, desenvolvido a partir da necessidade de se processar informações não numéricas, um sistema especialista é capaz de apresentar conclusões sobre um determinado tema, desde que orientado e alimentado. Um sistema especialista é uma forma de sistema baseado no conhecimento especialmente projetado para emular a especialização humana de algum domínio específico no conhecimento especialmente projetado para emular a especialização humana de algum domínio específico no conhecimento especialmente projetado para emular a especialização humana de algum domínio específico. Um SE irá possuir uma base de conhecimento (BC) formada de fatos, regras e heurísticas sobre o domínio, tal como um especialista humano faria, e devem ser capazes de oferecer sugestões e conselhos aos usuários e, também, adquirir novos conhecimentos e heurísticas com essa interação. Entre as várias classificações que os sistemas podem receber de acordo com a metodologia utilizada para o seu desenvolvimento, o enfoque deste capítulo é para os sistemas especialistas, mais especificamente àqueles que se propõe a auxiliar médicos no diagnóstico. 61 3.2 INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E SISTEMAS ESPECIALISTAS O conceito de inteligência está relacionado à construção de estruturas cognitivas do ser humano, responsáveis pela formação da razão, conceito este, utilizado para distinguir os seres humanso dos demais animais. Rabuske (1995) diz que a “inteligência não é uma condição estática de ser ou uma justaposição particular de celulas do cérebro. Inteligência é um processo dinâmico”. Defende ainda, que A inteligência deve ser tratada como uma abstração feita com base em certos comportamentos. A partir do comportamento podemos deduzir inteligência. É este aspecto que, particularmente importa para a computação, onde se observa o comportamento do sistema que resolve problemas e faz inferências. Ao analisar conceitos isoladamente, devemos considerar o conceito sobre aquilo que é artificial, ou seja, aquilo que é produzido pelo homem, que não é de origem natural. Portanto, o conceito de Inteligência Artificial é dado por Winston (apud RABUSKE, 1995) como o estudo de conceitos que permitem aos computadores serem inteligentes. Rabuske (1995) define como o resultado da aplicação de técnicas e recursos, especialmente de natureza não numérica, viabilizando a solução de problemas que exigiriam do humano certo grau de raciocínio e de perícia. Inteligência Artificial (IA) pode ser definida como um conjunto de técnicas e metodologias de programação usadas para resolver problemas de uma maneira semelhante aos seres humanos, porém de forma mais eficiente. Barone (2003) afirma que O campo de pesquisa denominado Inteligência Artificial é, por natureza, interdisciplinar e de limites extremamente difusos. Visto como uma área da ciência que tem como objetivo estudar o comportamento de sistemas artificiais (ou sintéticos) que apresentem características semelhantes a organismos vivos ou a aplicação de alguns dos mecanismos nestes encontrados como técnica para a resolução de diversos problemas, ele lança mão de uma ampla gama de possíveis 62 abordagens, provenientes dos mais diversos domínios do conhecimento científico (BARONE, 2003). As técnicas de IA utilizadas para a criação de programas para a solução dos problemas parte de que cada programa representa uma etapa independente da direção da solução de um ou vários problemas. Cada parte de um programa é uma informação na mente de uma pessoa. Se uma informação não é aceita, a mente pode ajustar seus pensamentos para esses novos fatos. Em sua abrangência, a Inteligência Artificial apresenta alguns temas para solução de problemas, tais como: Agentes Inteligentes, Algoritmos Genéticos, Lógica Difusa, Processamento de Linguagem Natural, Jogos Inteligentes, Redes Neurais Artificiais, Robótica, Sistemas Especialistas e Mineração de Dados. A Inteligência Artificial está associada a atividades como: coleta de informações, linguagem natural, tradução entre línguas, interpretação de regras, manipulação de imagens e outras mais (RABUSKE, 1995). Para solucionar os problemas, é preciso que primeiramente o problema esteja bem definido, bem como identificado seu grau de complexidade de acordo com número de soluções que podem ser apresentadas, que pode ser expressa em termos matemáticos como N! ou xn. “Sistemas Inteligentes apresentam-se como uma alternativa para tornar explícito e disponível o conhecimento de um domínio proporcionando um diferencial competitivo a quem possuí-lo” (REZENDE, 2003). Uma das soluções utilizando Inteligência Artificial são os Sistemas Especialistas (SE), que são sistemas capazes de emitir uma decisão apoiada em conhecimento justificado, a partir de uma base de informações, da mesma forma que o especialista da área do conhecimento humano. “São sistemas com um conhecimento específico profundo sobre campos restritos do conhecimento” (RABUSKE, 1995). O objetivo dos sistemas especialistas é reproduzir o comportamento de especialistas humanos na resolução de problemas encontrados no cotidiano, procurando a solução mais aproximada a que o especialista faria. Segundo Rezende (2003) “o comportamento inteligente de um sistema é o resultado de múltiplas e encadeadas decisões. A escolha da decisão, ou controle da decisão, é baseada em critérios de desempenho, duração e risco”. 63 A importância dos Sistemas Especialistas é processar o conhecimento, e não apenas as informações (SIGULEM et al., 1998). A arquitetura dos SE normalmente é composta por três módulos: base de regras, máquina de inferência e memória de trabalho, onde a base de regras e a memória de trabalho formam a base de conhecimento que é onde é representado o conhecimento sobre o domínio. A máquina de inferência avalia e aplica as regras de acordo com as informações na memória de trabalho. Figura 2: Arquitetura do Sistema Especialista Fonte: SBA Controle & Automação, 2004. A memória de trabalho pode conter qualquer tipo de estrutura de dados e devem estar em uma linguagem formal e uma descrição matemática de seu significado. É “onde são armazenadas as conclusões intermediárias de um processo de raciocínio e as respostas fornecidas pelo usuário durante a interação” (Rezende, 2003). A base de regras passa a conter as condições para a representação do conhecimento na memória de trabalho. Normalmente este funcionamento se dá através de comparações das condições para chegar à ação. Estas regras geralmente envolvem variáveis a serem instanciadas e podem sofrer inferência. A máquina de inferência envolve tipos de raciocínio para a resolução de problemas e também a manipulação das incertezas (lógica Fuzzy, Bayesiana, de multivalores, etc.). A máquina de inferência é responsável por controlar a atividade do sistema. A atividade ocorre em ciclos compostos de três fases: 64 1- Correspondência de dados, onde as regras que correspondem à descrição são selecionadas; 2- Resolução de conflitos: as regras que serão executadas são selecionadas dentre as que foram selecionadas na fase anterior e são ordenadas para a execução. 3- Ação: as regras selecionadas e também ordenadas são executas. O desempenho do sistema especialista está no armazenamento das regras (conhecimento) na memória de trabalho. Este conhecimento deve vir de um especialista na área do domínio que está sendo trabalhado, e então representado através de regras formais, definindo assim as condições e ações. Os sistemas especialistas em Medicina normalmente tratam de dados que apesar de terem valores ideais para diagnóstico, ainda assim precisam tratar de incertezas, pois por mais próximo que seja o valor daquele indicado pela referência, se o sistema não for programado para tratar destas proximidades, o valor será insignificante para o diagnóstico. No geral, a maior parte das regras recebe tratamento de incertezas para evitar vulnerabilidades no sistema. As abordagens para tratar a incerteza na programação lógica (fórmulas matemáticas) mais conhecidas são: a) Lógica Fuzzy: os valores que representam o fato verdade variam entre 0 e 1, onde pode-se dizer que são obtidas verdades parciais. Este conceito costuma ser aplicado a áreas vagas. Exemplo: p(obeso(paciente)) = 0,85 Sendo assim, a proposição de que o paciente é obeso tem 85% de possibilidade de ser verdadeira. b) Probabilidade: esta abordagem exige números reais para associação de valores. O teorema de Bayes trabalha com a construção de matriz contendo as probabilidades de um sintoma estar associado a uma doença de acordo com a análise probabilística de alguma população. De uma forma geral, combina as probabilidades condicionais para produzir uma probabilidade final. O resultado apresenta a probabilidade que cada item tem para ser verdade. 65 3.1.1 Características dos Sistemas Especialistas Os Sistemas Especialistas (SE) são considerados um subconjunto dos Sistemas Baseados em Conhecimento (SBC) (REZENDE, 2003). Apesar de muitas vezes serem tratados igualmente, a diferença está em que os Sistemas Baseados em Conhecimento não possuem a mesma base de conhecimentos que um Sistema Especialista, que por sua vez, tem uma base de conhecimento completa e bem próxima dos conhecimentos do especialista humano. O desempenho humano envolve o uso hábil de uma enorme quantidade de experiências adquiridas ao longo da prática da atividade de domínio. Uma outra característica dos sistemas especialistas é a existência de um mecanismo para tratar a incerteza a respeito do domínio, o que pode ser feito com teorias de probabilidade, que permitem que a ação seja realizada de acordo com a maior aproximação do valor ideal, quanto menor a distância do ponto ideal, maior a probabilidade de ação correta. Giarratano & Riley (1998) descreve algumas características que devem compor os Sistemas Especialistas: Alta Performance: O sistema deve proporcionar qualidade na resposta. Por se tratar de um SE, ele deve ter uma performance igual ou superior à do especialista humano, por responder às regras registradas na base de conhecimento (desenvolvidas junto ao especialista). Tempo de Resposta Adequado: O intervalo de tempo entre a solicitação de resposta e a solução apresentada deve ser o mais breve possível, igual ou menor que o tempo requerido pelo especialista para chegar à resposta. Confiabilidade: O SE precisa ser confiável e não suscetível a falhas, ou não poderá ser utilizado. Justificativa: O sistema deve ser capaz de explicar quais as regras determinaram a tomada de decisão, tornando-se assim de fácil entendimento e confiabilidade. Flexibilidade: Devido à grande quantidade de informações presentes em um Sistema Especialista e pela possibilidade de alteração das regras, o SE deve 66 ser flexível, permitindo a inclusão, alteração e exclusão de regras para que o sistema esteja sempre atual e tome decisões corretas. 3.1.2 Sistemas Especialistas em Medicina Como o próprio nome sugere, são sistemas desenvolvidos para auxílio à área médica, para isso, contam com médicos (especialistas na área de domínio) e com engenheiros do conhecimento para então aplicar técnicas de representação deste conhecimento, construção e bom funcionamento do sistema. Sistemas deste tipo proporcionam ao paciente maior qualidade ao atendimento médico, pela maior probabilidade de garantia do diagnóstico e por manter os dados dos pacientes salvos sem risco de perdas (dadas as medidas de segurança em informática aplicadas corretamente) para acesso e análises a qualquer momento pelo médico responsável. O desenvolvimento de Sistemas Especialistas deve obedecer a alguns princípios para que sua aplicação garanta sucesso. Estes princípios foram representados na seguinte pirâmide (THUTIL, 1990 apud SIGULEM et. al., 1998): Figura 3: Pirâmide sobre a manipulação de dados Fonte: Sigulem, (1998). Os dados compõem a base da pirâmide e após sofrerem análise são transformados em informação, que também passa por análises (síntese) e então é gerado o conhecimento. Cabe a quem detém o conhecimento, os julgamentos com 67 aplicação de conceitos morais e da experiência adquirida ao longo dos anos, possibilitando a transformação do conhecimento em sabedoria. O primeiro caso de sucesso de um sistema especialista em Medicina foi o MYCIN, desenvolvido pelo Dr. Edward Shortliffe, sua aplicação fazia a seleção de antibióticos em casos de bacteremia ou meningite, usando características do organismo infeccioso e nos dados do paciente colhidos na anamnese (local de infecção, sinais e sintomas) (WIDMAN, 1998). Outros sistemas também obtiveram grande êxito nas suas funcionalidades e dentre eles, o Epi Info, que é uma série de programas para Microsoft Windows para uso por profissionais de saúde pública que administram investigações de epidemias e outras tarefas, incluindo bancos de dados gerais e análises estatísticas (Epi Info, 2005). Outro sistema especialista utilizado na área Médica Interna para diagnóstico é o Iliad, desenvolvido pelo Departamento de Informática Médica da Universidade de Utah em Salt Lake City. É um sistema que além da lógica, utiliza também probabilidades, através do teorema de Bayes (WIDMAN, 1998). O QMR é um sistema de apoio ao diagnóstico muito conhecido por sua alta aplicabilidade na Medicina Interna. O Sistema Especialista Dombal é um programa que trata sobre dor abdominal. Sua eficácia comprovada levou ao seu uso obrigatório nos prontoatendimento da Inglaterra. 3.1.3 Inteligência Artificial e o Conhecimento Médico A Inteligência Artificial tem sido cada vez mais aplicada nos sistemas especialistas em Medicina por conter o conhecimento médico para uma tarefa específica, o que garante mais segurança ao diagnóstico. Estes sistemas são capazes de raciocinar a partir de dados dos pacientes e gerar uma resposta racional tal como o especialista humano agiria. 68 As aplicações clínicas dos Sistemas Especialistas em Medicina mais comuns são: Alertas e lembretes: os sistemas especialistas de monitoramento em tempo real podem enviar alerta aos médicos sobre o estado do paciente durante uma cirurgia, por exemplo, e então sugerir procedimentos como aumento da dose medicamentosa. Auxílio ao diagnóstico: sistemas especialistas com função de auxílio ao diagnóstico têm a função de fornecer apoio ao médico na tomada de decisão a partir dos dados do paciente, para isso o sistema recebe as regras médicas para encontrar o diagnóstico e também fornece explicações sobre esta decisão. Crítica terapêutica: neste caso o sistema pode ser usado para formular um tratamento baseado nas condições específicas do paciente e nos consensos terapêuticos recomendados. Reconhecimento e interpretação de imagens: muitas imagens médicas podem ser interpretadas automaticamente pelo sistema indicando ao médico anormalidades nos exames, tais como as radiografias, as angiografias, tomografias e ressonâncias magnéticas. 3.2 FORMAS DE RACIOCÍNIO Os tipos de raciocínio foram estudados por pesquisadores a fim de classificar o método científico que foi utilizado para apresentar a solução, ou seja, classificar os argumentos. Comumente são vistos três tipos de inferência: a dedução, que parte do geral para o particular; a indução, que parte de uma premissa menor para uma maior; e a abdução, que afirma um caso a partir de uma regra e de um resultado. Na dedução parte-se de uma verdade para demonstrar que ela se aplica aos seus casos similares, ou seja, de uma teoria ou idéia universal ao individual. O ponto de partida de uma dedução é premissa verdadeira. Exemplo: Todo (A) é igual a (B). 69 (C) é igual a (A) Logo, (C) é igual a (B). Caso prático: o IMC de João é igual 34, sendo classificado como obeso. A medida da sua cintura é igual a 93 cm, que para homens é uma medida superior ao desejável para uma vida saudável. João possui obesidade andróide. Na indução acontece o oposto da dedução, pois parte dos fatos isolados para o geral que justifica os casos particulares. Considera-se também, que o ponto de partida para este raciocínio são premissas verdadeiras. Exemplo: (A) é igual a (B). (A) é igual a (C) Então todo (C) é igual a (A) e (B). Caso prático: o IMC de João é igual 34, sendo classificado como obeso. De acordo com a sua massa corporal João precisa emagrecer. Um programa alimentar para redução de peso é indicado para todos aqueles que estão acima do peso, principalmente aos casos mais graves, como a obesidade. Na abdução a conclusão não se dá de uma só vez, a união de todos os fatos isolados e verdadeiros leva à conclusão de uma nova teoria. Segundo Peirce (1975), a abdução é a forma que a razão possui quando inicia o estudo de um novo campo científico que ainda não havia sido abordado. Assim, a indução e a abdução são formas de raciocínio utilizadas quando se necessita agregar conhecimento, pode haver fatos isolados cujo valor verdade não é conhecido, mas pelo raciocínio baseado em indução ou abdução são concluídos fatos gerais. Já a dedução é a forma de raciocínio utilizada para comprovar a veracidade de fatos já conhecidos. 3.2.1 Forward Chaining A escolha da forma de raciocínio a ser usada para resolver um problema, depende da complexidade daquilo que se pretende resolver. 70 Encadeamento (Chaining) é o conjunto de inferências múltiplas que conectam o problema à solução, assim o encadeamento que parte do problema (fato) para encontrar a solução desejada recebe o nome de Forward Chaining (encadeamento para frente) (GIARRATANO & RILEY, 1998). De acordo com Cawsey (1994), em sistemas Forward Chaining os fatos são representados na memória de trabalho8, onde são atualizados continuamente. As regras representam as ações possíveis, quando condições específicas são incluídas na memória de trabalho – estas condições são conhecidas como regras condição-ação. As condições são geralmente modelos que precisam adaptar-se ao conteúdo da memória de trabalho, enquanto as ações geralmente envolvem adicionar ou remover o conteúdo existente na memória de trabalho. O interpretador é responsável pelo controle da aplicação das regras na memória de trabalho e controle das atividades do sistema. Isto é baseado no ciclo de atividade, que também é conhecido como ciclo de alto-reconhecimento. O primeiro passo do ciclo é checar todas as regras para descobrir as que contêm as condições adequadas, determinadas pela memória de trabalho. No segundo passo seleciona-se uma das regras para execução, separando-a das regras. Os resultados das ações formam uma nova memória de trabalho e é iniciado o ciclo novamente. Este ciclo pode ser repetido até não existirem mais regras ou o objetivo especificado tenha sido satisfeito. Segundo Cawsey (1994), a ordem em que as regras são disparadas pode ser crucial, especialmente quando as regras podem ser resultados, dos itens que foram excluídas da memória de trabalho. As estratégias para resolução de conflitos são tipicamente utilizadas para decidir quais regras serão disparadas. Algumas destas estratégias incluem: - Não disparar a regra duas vezes no mesmo dado. - Disparar antes as regras mais recentes da memória de trabalho. - Disparar regras com pré-condições mais especificas antes que as condições mais gerais. Estas estratégias podem ajudar a entender o comportamento de sistemas forward chaining, mas a principal importância está relacionada à idéia de como 8 Local onde são armazenadas as conclusões intermediárias de um processo de raciocínio. 71 escrever as regras. Estas deveriam ser cuidadosamente construídas, especificando as pré-condições possíveis e quando as regras especiais deveriam ser disparadas. Às vezes elementos especiais da memória de trabalho são utilizados para auxiliar no comportamento desses sistemas. 3.2.2 Backward Chaining O encadeamento que parte das hipóteses anteriores para assim chegar à conclusão do problema recebe o nome de Backward Chaining (encadeamento para trás). Segundo Cawsey (1994), se as conclusões são conhecidas, ou existe alguma hipótese a ser testada, os sistemas forward chaining podem não ser eficientes. Ou seja, durante o processo o sistema provavelmente traria muitas informações irrelevantes, adicionando conclusões e regras que não se aplicam ao objetivo. Inicialmente o sistema checa se o objetivo tem relação com os fatos iniciais conhecidos. Se tiver, então o objetivo é alcançado. Se não tiver relação, então o sistema irá procurar por regras, cujas conclusões combinem com o objetivo. Sistemas Backward chaining não precisam atualizar a memória de trabalho. Ao invés disso, eles precisam manter um caminho daquelas regras que foram utilizadas para provar a hipótese principal. A princípio tanto Backward como Forward podem utilizar os mesmos grupos de regras. Em Backward o interesse está focado na combinação da conclusão de uma regra contra algum objetivo que se deseja provar. Primeiro checa-se se o estado do objetivo está nos fatos iniciais. Se não estiver, então será preciso confrontar as conclusões das regras. Uma maneira de implementar este mecanismo básico é usando uma pilha de objetivos a serem satisfeitos. Deve-se repetidamente retirar um objetivo da pilha e tentar compará-lo. Se este estiver no grupo dos fatos iniciais, então ele estará provado. Se o objetivo confrontar uma regra que possui um grupo de pré-condições, então os objetivos na 72 pré-condição serão colocados na pilha. De acordo com o autor, no caso de existirem muitas regras para provar um objetivo, deve-se utilizar mecanismos de backtraking (se a regra utilizada resultar em uma falha, o sistema voltará e utilizará uma outra). 3.3 AQUISIÇÃO DE CONHECIMENTO EM SISTEMAS ESPECIALISTAS O processo de gerar conhecimento resulta de um processo no qual uma informação é comparada a outra e combinada em muitas ligações (hiperconexões) úteis e com significado. Isso implica que o conhecimento é dependente de nossos valores e nossa experiência e sujeito às leis universalmente aceitas (REZENDE, 2003). Para que a aquisição de conhecimento seja eficiente é preciso o humano detentor do conhecimento e um desenvolvedor de software que apliquem as regras em linguagem computacional (tomando como base a representação do conhecimento baseada em regras de produção). É necessário ainda que seja criada uma árvore de decisão, pois desta forma é mais fácil determinar as premissas para a seleção e execução da regra. A aquisição de conhecimento é a etapa do desenvolvimento que busca obter o conhecimento necessário à construção do sistema. Esta não pode limitar-se à adição de novos elementos de conhecimento à base de conhecimentos; é necessário integrar o novo conhecimento ao conhecimento já disponível, através da definição de relações entre os elementos que constituem o novo conhecimento e os elementos já armazenados na base. Dois tipos de mecanismos para a definição de tais relações foram propostos: ligar os elementos de conhecimento diretamente através de ponteiros, ou reunir diversos elementos relacionados em grupos (clustering) (BITTENCOURT, 1995). A aquisição do conhecimento deve ser realizada de acordo com as seguintes tarefas: - Coleta inicial de conhecimento; - Exclusão de dados incoerentes; 73 - Aumento do conhecimento adquirido. O engenheiro do conhecimento desempenha papel fundamental no processo de aquisição do conhecimento, fornecendo meios ao especialista para que transmita a sua maneira de solucionar o problema. A elicitação é o processo de extração do conhecimento das fontes disponíveis. Normalmente as fontes de conhecimentos são classificadas entre três formas: Conhecimento factual: refere-se à camada de entidade do modelo conceitual do projeto (entidade, propriedade, relacionamento, restrição, procedimento e operação). Conhecimento inferencial: refere-se à camada de raciocínio do modelo conceitual (funções de raciocínio). Conhecimento estratégico: refere-se à camada de solução de problemas do modelo conceitual (estratégias de solução de problemas através de conhecimento estratégico). Técnicas de elicitação do conhecimento são procedimentos sistemáticos que dão suporte ao engenheiro do conhecimento na tarefa de elicitação. As técnicas variam de acordo com o tipo de fonte de conhecimento. Eles funcionam como canais de comunicação entre as fontes de conhecimento, especialista do domínio e engenheiro do conhecimento. Abaixo seguem alguns exemplos de técnicas de elicitação: 1- Entrevista: Esta técnica é marcada por encontros ou discussões entre o engenheiro do conhecimento e o especialista do domínio, objetivando a obtenção de uma visão geral do domínio e o modo de solução de problemas do especialista. Muitas vezes o conhecimento do especialista não é ditamente comunicado no momento da entrevista, além disso, o produto desta não é facilmente traduzido em regras e estruturas de controle de um sistema baseado em conhecimento. Existem três tipos de entrevistas: a) Entrevista tutorial: objetiva a coleta de conhecimento, a identificação de elementos básicos e a estrutura geral do domínio da aplicação. Ela também reúne material para a preparação de entrevistas focalizadas e estruturadas. 74 b) Entrevista focalizada: objetiva a coleta de conhecimento e a análise de tópicos específicos do domínio. Tem como resultados o conhecimento fatual. c) Entrevista estruturada: objetiva a coleta e refinamento do conhecimento, e a análise detalhada e profunda de uma lista de questões relacionadas a um tópico específico. Tem como resultado o conhecimento fatual e estrutural. O especialista seleciona situações típicas reais e casos pouco comuns e analisa esses casos com o engenheiro do conhecimento. A discussão de casos difíceis objetiva a extração de informações de subdomínios específicos e obtenção de estratégias refinadas do especialista, visando o preenchimento de lacunas no conhecimento adquirido por outras técnicas. É importante analisar também os cenários, onde um problema familiar é explorado, ressaltando similaridades e diferenças, mediante analogias com casos anteriores. O objetivo é evidenciar o tipo de raciocínio do especialista. Um sistema especialista deve simular o comportamento de um especialista humano em determinado domínio do conhecimento, mas para isso as suas bases de dados precisam ser trabalhadas para a aquisição de conhecimento. No caso da área médica deve-se recorrer à leitura de prontuários dos pacientes para identificar entre os dados coletados quais foram imprescindíveis para o diagnóstico e quais evidências exigiram outros procedimentos (encaminhamento à outra área médica, solicitação de exames, etc.); entrevistas com especialistas da área são fundamentais para entender como ocorre o processo de diagnóstico e elaboração do plano de tratamento. A base de conhecimento pode ser examinada periodicamente a fim de detectar incoerências e informações desatualizadas. Deve-se observar que a adequação do formalismo de representação ao tipo de conhecimento do mundo real a ser representado é fundamental para a eficiência do processo de aquisição. (BITTENCOURT, 1995). 75 3.4 FORMAS DE REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO Segundo Fischler e Firschein apud (RABUSKE, 1995), “conhecimento pode ser definido como a informação armazenada, ou os modelos usados pela pessoa ou máquina para interpretar, predizer e responder apropriadamente ao mundo exterior”. Depois da fase de aquisição de conhecimento ser bem fundamentada, inicia-se a fase para a representação do conhecimento adquirido, que consiste em traduzir o conhecimento para uma linguagem computacional. “Representa-se o conhecimento para posteriormente recuperá-lo, para raciocinar com ele e para adquirir mais conhecimento” (RABUSKE, 1995). A escolha da linguagem a ser utilizada está relacionada ao grau de complexidade do conhecimento que será representado. Segundo Sigulem et al. (1998) para aquelas áreas em que o conhecimento não é muito complexo e de fácil parametrização, as árvores decisórias constituem, ainda hoje, uma excelente escolha. Vários sistemas especialistas foram construídos com esta técnica, com grande sucesso. Quando o domínio a ser representando é de grande complexidade e muito amplo costuma-se utilizar formalismos de representação de conhecimento mais sofisticados e baseados em modelos cognitivos. Vários são os modelos que podem ser utilizados para a representação do conhecimento. Segundos Fernandes apud Carpino (2005) os mais usuais são: Conhecimento procedimental: o conhecimento é representado em forma de funções/procedimentos, onde os procedimentos são um conjunto de ações organizadas para atingir uma meta. Redes: conhecimento representado por um rótulo de grafos direcionados cujos nós representam conceitos e entidades, enquanto os arcos representam a relação entre entidades e conceitos. Redes Semânticas: é a forma de representação mais adequada para domínios onde os problemas podem ser descritos como taxonomias, classificações complexas. As redes semânticas são representadas como um conjunto de nós ou nodos que são ligados por meio de 76 arcos, onde cada nodo representa um objeto, uma entidade conceitual ou um evento e cada arco representa o relacionamento existente entre cada par de nodos, sendo que cada par de nodos representa um determinado fato. Os nodos rotulados representam classes genéricas e os nodos anônimos representam indivíduos específicos. Lógica: uma das mais primitivas formas de representação do raciocínio ou conhecimento humano. A lógica preposicional está baseada no fato de que uma proposição só pode ter um dos seguintes valores: verdadeira ou falsa. Na lógica de predicados os elementos fundamentais são, além do objeto, também os seus predicados. Árvores de decisão: conceitos são organizados em forma de árvores, onde um problema complexo é decomposto em subproblemas mais simples. Cada nó de decisão contém um atributo; cada ramo descendente corresponde a um possível valor deste atributo; cada Folha está associada a uma classe; cada percurso na arvore (da raiz à folha) corresponde a uma regra de classificação. Conhecimento estatístico: o conhecimento estático agrupa todo o conhecimento que não varia. O uso de fatores de certeza, Bayesain, Redes, Dempster-Shafer theory, Lógica Fuzzy. Regras: consiste em representar o domínio do conhecimento através de um conjunto de regras, onde para condição há uma ação correspondente. É a forma mais natural de raciocinar e decidir. Cada regra pode ser manipulada individualmente, o que permite que novas regras sejam adicionadas ao sistema sempre que necessitar de atualizações. Processamento paralelo distribuído: seu principal objetivo é o aumento do desempenho de aplicações que necessitam de grande poder computacional e que são pouco eficientes quando executadas de forma seqüencial. Para isso, é feita a partição de uma tarefa em tarefas menores e depois são executadas em diferentes processadores de forma paralela. Esquemas híbridos: qualquer representação do conhecimento que emprega a combinação de dois ou mais esquemas para a representação do conhecimento. 77 Frames: integram conhecimento declarativo sobre objetos e eventos e conhecimento procedimental sobre como recuperar informações ou calcular valores. Os atributos também apresentam propriedades, que dizem respeito ao tipo de valores e às restrições de número que podem ser associadas a cada atributo. Essas propriedades recebem o nome de facetas. Casos: usa experiência passada, acumulando casos e tentando descobrir por comparação, soluções para outros problemas. 3.5 EXPLICAÇÃO E JUSTIFICATIVA Esta é a parte do sistema responsável por fornecer ao médico informações que serviram de base para a tomada de decisão, neste caso, definição de diagnóstico. Esta informação é proveniente das regras que foram ativadas para chegar ao diagnóstico. Esta parte do sistema é extremamente importante para evitar erros no diagnóstico, visto que é um sistema de apoio à tomada de decisão e que para isso se utiliza dos conhecimentos adicionados à base e o médico, detentor e especialista na área de domínio, é quem julgará a solução apresentada pelo software. Os principais tipos de explicações são: - Por que: é acionado quando o usuário do sistema deseja saber o porquê da pergunta. A resposta é dada pelas respostas obtidas do usuário em comparativo com o conhecimento adicionado à base de dados. - Como: quando as conclusões do sistema são expostas ao usuário, este pode desejar saber como as conclusões foram obtidas, onde é apresentado ao usuário toda a seqüência de raciocínio que levou à conclusão. - O que acontece se: caso o usuário deseje saber qual seria o resultado obtido se uma ou mais informações fossem modificadas. Assim, o usuário seleciona esta opção no sistema, que fornece as opções para alteração de valores e geração do novo resultado. 78 - Por que não: caso o usuário deseje questionar o porquê que uma conclusão não foi atingida, onde novamente as regras que foram acionadas são apresentadas, mostrando assim o raciocínio que foi seguido. 3.6 ESTRUTURA DO SISTEMA ESPECIALISTA As regras que determinam o funcionamento deste sistema foram baseadas no raciocínio dedutivo, onde parte-se das hipóteses para chegar à conclusão. Quando se tem uma descrição lógica do problema e se tem conhecimento da forma de raciocínio utilizada, trabalha-se com Inteligência Artificial Simbólica, ou seja, usam-se procedimentos lógicos e algorítmicos para a manipulação dos dados para apresentar soluções. Existem duas formas básicas de desenvolver algoritmos de aprendizado, que são: algoritmos de aprendizado supervisionado e algoritmos de aprendizado não supervisionado. O tipo de aprendizagem é determinado pela maneira pela qual a modificação dos parâmetros ocorre (HAYKIN, 2001 apud FONSECA, 2003). No método supervisionado o conhecimento é representado por um conjunto de padrões de entrada e saída, onde os resultados (saída) devem pertencer a um conjunto de respostas predefinidas. Já no método não supervisionado, é utilizada a competição entre os neurônios de saída, buscando a melhor representação do padrão na entrada (RICH & KNIGHT, 1993 apud FONSECA, 2003). Se o objetivo é utilizar recursos tecnológicos para solução de problemas é necessário diversificar os tipos de problemas. De um modo geral os problemas podem ser divididos entre classificatórios e explanatórios. Para problemas classificatórios há um conjunto de dados pré-classificados que podem ser utilizados para treinar o sistema, por isso, usam-se algoritmos supervisionados para promover soluções para estes problemas. Para os problemas explanatórios objetiva-se identificar características implícitas dos dados para organizar em classes, já que estes problemas são tratados com métodos de aprendizado não supervisionado e por isso não possuem uma pré-classificação associada. 79 Um processo de aprendizado tem como conseqüência a geração de conhecimento que, logicamente pode ser dito como a validação de premissas que permitem chegar à conclusão, porém, o tipo de conhecimento gerado reflete o tipo de inferência utilizada no processo de aprendizado. A máquina de inferência de um sistema especialista é responsável por comparar valores que estão na base de dados, encontrar a solução, enviar a ação e atualiza a resposta na memória de trabalho. Há três modelos de inferências: - Analítico: utiliza-se o raciocínio dedutivo que busca validar premissas (valor verdade) para obter um resultado. Nestes casos há conhecimento sobre a área de domínio e este é aplicado para resolver um problema específico. - Sintético: é realizado raciocínio indutivo, pois permite a síntese de conclusões abstratas, ou seja, não pode ser comprovado, mas possui atributos lógicos que permitem autenticar a conclusão. - Análogo: assemelha-se ao método de raciocínio indutivo por chegar a uma conclusão não necessariamente verdadeira. Neste tipo de inferência o objetivo é aplicar premissas já existentes a novas situações. 3.7 TECNOLOGIAS DE DESENVOLVIMENTO 3.7.1 Shells Uma shell em um Sistema Especialista é considerada o núcleo do sistema por dispor de um esquema de representação do conhecimento e da máquina de inferência, bem como, pré-definidas as estratégias para solucionar os problemas do domínio. Segundo Rezende (2003), algumas shells podem dar 80 suporte a atividades relacionadas à aquisição de conhecimento, porém não chegam a possuir a flexibilidade encontrada em outras ferramentas de apoio. 3.7.2 Clips (C – Language Integrated Production System) Clips foi desenvolvida em 1985, no Johnson Space Center da Nasa utilizando a linguagem de programação C, e é uma linguagem de uso para construção de sistemas baseados em regras. Considerada também, um sistema especialista criado para suprir as deficiências encontradas no sistema Lisp (List Processing) e por este motivo apresenta melhor desempenho da máquina de inferência. Clips é uma biblioteca que proporciona um ambiente de desenvolvimento flexível, além de formas de interação e um interpretador de linhas de comando, é que afirma Doederlein (2002). 3.7.3 Jess (Java Expert System Shell) O Jess foi criado em 1995 pela Nasa, na Sandia National Laboratores, e seu desenvolvido foi baseado no sistema Clips, mas é implementado em Java. O Jess utiliza algortitmos Garbage Colector (GC) que é responsável pelo gerenciamento da memória. O Clips possui rotinas que tratam de gerenciamento da memória, porém não chegam a alcançar aos índices obtidos pela GC do Jess. Este sistema tem sua base de conhecimento organizada como um conjunto de fatos e com um conjunto de regras com uma estrutura “if ... else”. O funcionamento basicamente consiste em comparar as regras com os fatos aos quais se aplicam, gerando novos fatos ou eventos. O Jess é uma biblioteca escrita em Java, mas com características de sintaxe próprias. O código a ser desenvolvido tem compatibilidade com todas as 81 versões Java superiores à versão 1.2 e à versão 1.3 do JDK. Assim, é uma base de conhecimento que pode facilmente ser implementada e tem compatibilidade com códigos Java; O código aberto possibilita trabalhar diretamente sobre a máquina de inferência. O Jess pode ser usado de duas maneiras, sendo a primeira como uma máquina de inferência que conterá as regras do sistema. Um sistema pode conter milhares de regras em sua base de conhecimento e é isso que determina o seu funcionamento. Essas regras são determinadas pelo especialista do domínio para que o sistema possa selecionar as regras que serão executadas a fim de chegar ao apoio do diagnóstico. A segunda maneira é como um ambiente de desenvolvimento de rápida aplicação, ou seja, enquanto um código Java deve ser compilado para que seja visto o seu resultado, o código Jess é executado assim que programado. Basicamente o funcionamento do Jess se dá da seguinte forma: ele é como um interpretador que recebe as entradas do software Java (ProHealth) e compara com as regras estabelecidas no Jess (em um outro arquivo) e então leva a um resultado baseado nas regras. 3.7.4 Expert Sinta Esta ferramenta foi desenvolvida no Laboratório de Inteligência Artificial da universidade Federal do Ceará. A sua base de conhecimento é baseada em regras de produção e probabilidades de ocorrência dos eventos, permitindo a edição de tarefas pré-estabelecidas como construção de telas automáticas, menus, explicação e as regras de produção. 82 3.8 METODOLOGIA DE DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA ESPECIALISTA A Base de Conhecimento de um SE é composta por um grande número de informações, que após serem estruturadas segundo um método de representação do conhecimento e serem armazenadas nesta base, sofrerão inferência à procura de solução para o problema proposto. Durkin (1994) propõe uma metodologia de desenvolvimento para a construção da base de conhecimento baseada em seis fases, sendo: 1- Avaliação: o primeiro passo na resolução de qualquer problema, segundo Durkin (1994), é a definição da área ou domínio do problema a ser resolvido. Nesta fase é verificada a viabilidade se desenvolver um sistema especialista que promova a solução do problema apresentado; são delimitados e explanados os problemas que o sistema irá solucionar, determinados os objetivos gerais do projeto, definidos os requisitos principais. 2- Aquisição do Conhecimento: nesta fase é realizado o contato entre o engenheiro conhecimento com o especialista da área de domínio para levantamento de variáveis e requisitos para desenvolvimento do sistema. Exemplo de regra estruturada em linguagem natural levantada junto ao especialista humano: Se sexo igual a feminino e circunferência abdominal maior que 88cm e triglicerídeos maior ou igual a 150 e pressão arterial sistólica maior ou igual a 130 ou pressão arterial diastólica maior ou igual a 85 e glicemia de jejum maior ou igual a 100, então pessoa com Perfil 1. 3- Projeto: durante a fase de projeto a estrutura geral e organização do SE são definidas. São escolhidas as ferramentas de apoio que auxiliarão no processo de validação e descoberta de novos requisitos relacionados a base de conhecimentos proposta. 4- Teste: esta fase ocorre durante todo o desenvolvimento do projeto, pois o conhecimento adquirido deve ser testado para então ser adicionado à base de dados do SE. As definições de interface com o usuário também são definidas nesta etapa. 83 5- Documentação: a documentação deve servir de apoio ao engenheiro do conhecimento durante o desenvolvimento do SE, e por isso deve relatar de forma organizada, os procedimentos utilizados para a resolução do problema. 6- Manutenção: deve ocorrer a manutenção dos SE sempre que um conhecimento necessitar ser adicionado ou modificado na base de dados. Este aprimoramento permite a aplicabilidade e eficiência do sistema. 3.8.1 Avaliação do problema Para o desenvolvimento do sistema é preciso que haja conhecimento sobre o domínio do problema a ser resolvido. No caso dos Sistemas Especialistas, estes contam com o especialista humano na área de domínio e o engenheiro do conhecimento. Para a solução do problema deste projeto deve ocorrer o desenvolvimento de um sistema que sugira programas alimentares individualizados para o tratamento de síndrome metabólica. Para isso, a anamnese deve ser registrada no sistema para que estes dados sejam comparados através de regras de produção. O resultado obtido neste cruzamento de informações deve ser retornado ao sistema em forma de relatório para análise médica. 3.9 CONSIDERAÇÕES FINAIS O objetivo do sistema especialista é bastante restrito, se considerar o objetivo dos modelos psicológicos: os sistemas especialistas são concebidos para reproduzir o comportamento de especialistas humanos na resolução de problemas do mundo real, mas o domínio destes problemas é altamente restrito 84 Outra característica comum nos sistemas especialistas é a existência de um mecanismo de raciocínio incerto que permita representar a incerteza a respeito do conhecimento do domínio. O desempenho de um sistema está no conhecimento armazenado em suas regras e em sua memória de trabalho. Este conhecimento deve ser obtido junto a um especialista humano do domínio e representado de acordo com regras formais definidas. 85 4 MODELAGEM DO SISTEMA 4.1 INTRODUÇÃO A modelagem de dados consiste na especificação de regras de negócios e mapeamento das estruturas de banco de dados de forma a delimitar a abrangência e comportamento do sistema e deve ser aplicável a qualquer banco de dados. Segundo Shammas (2005), o modelo de dados começou a ser objeto de estudo quando foram percebidas as inúmeras anomalias que existiam nas bases de Dados (ou nos arquivos convencionais), em virtude de terem sido mal projetadas. Com a modelagem de dados o problema que está sendo tratado pode ser bem compreendido pelas várias formas como será desenhado, assim, com o problema bem delimitado um determinado modelo especifica o comportamento que o sistema deve ter e entre outras coisas vai se elaborando a documentação do sistema, que permitirá que o mesmo seja compreendido por aqueles que não estão participando da sua construção do projeto, bem como seja evoluído em outras versões. 4.2 ABRANGÊNCIA O primeiro módulo do sistema compreende as seguintes funções: Cadastro e manutenção dos dados: através deste módulo serão inseridos os dados do médico, do paciente e de quem tiver acesso ao sistema. O cadastro de paciente é composto pela anamnese: identificação pessoal, histórico da doença no 86 paciente e na família, situação atual, exames, etc. O sistema informará quais itens devem ser respondidos obrigatoriamente, pois serão utilizados para orientar o diagnóstico e fazer a sugestão de tratamento alimentar. O segundo módulo necessita dos dados cadastrais (módulo 1) para então fazer um comparativo entre os dados iniciais e aqueles que estão na base de dados. O resultado desta comparação é o perfil de Síndrome Metabólica do paciente. Este perfil é individual e por isso deve receber um tratamento de acordo com as suas necessidades. Com perfil de Síndrome Metabólica identificado, será possível ao sistema sugerir ao médico um programa alimentar ao paciente. O médico, por sua vez, terá controle do sistema para fazer alterações na solução apontada. Estas funções compreendem o terceiro módulo do sistema. 4.2.1 Processo Todo o sistema será orientado por médicos desde as perguntas para realização da anamnese, bem como as sugestões de respostas que podem ser obtidas para facilitar a inclusão dos dados. O médico também pedirá os exames complementares e anexará os resultados à anamnese, para então o sistema sugerir um programa alimentar. Este programa alimentar deve ser elaborado por médicos e/ou nutricionistas levando em consideração todos os dados levantados. O sucesso do tratamento depende não somente da boa análise do estado do paciente, mas também do paciente em cumprir o tratamento proposto. O sistema contará também com a orientação de uma nutricionista para elaboração dos programas alimentares e demais orientações cabíveis à parte nutricional do projeto. 87 4.2.2 Funcionamento O médico terá armazenado no sistema informações referentes ao paciente desde os dados pessoais até os dados de acompanhamento das consultas. Os dados pessoais serão incluídos através da função de cadastro de paciente, já os dados das consultas compreendem o resultado da anamnese e dos resultados dos exames laboratoriais registrados no sistema para identificação do perfil de síndrome metabólica. Além dos resultados gerados pelo sistema, o médico tem a opção de acrescentar mais dados para a consulta e poderá fazer busca no sistema por estes cadastros. Os resultados obtidos através do sistema também estarão armazenados no sistema, mas se o médico optar por fazer alterações, ficará salvo para aquele paciente o cadastro com as alterações realizadas. 4.2.3 Procedimento O médico registra os dados do paciente provenientes do prontuário preenchido na recepção. A anamnese é realizada pelo médico orientada pelo sistema ProHealth. O médico realiza os exames clínicos e registra no sistema o resultado e prescreve exames laboratoriais. Os resultados dos exames laboratoriais são entregues pelo paciente à (ao) recepcionista, que marca a consulta de retorno. O médico recebe os exames e registra o resultado no sistema e solicita avaliação de perfil de síndrome metabólica. O sistema sugere um programa alimentar para o paciente, e este pode ser alterado pelo médico caso discorde de algum procedimento. 88 Na consulta de retorno, o médico informa o diagnóstico e entrega o programa alimentar. Ao final da consulta o médico sugere um prazo para retorno e avaliação do sucesso do tratamento. 4.3 MODELO CONCEITUAL O modelo conceitual foi desenvolvido usando-se a notação UML, e da ferramenta de editoração UML Enterprise Architect. Os diagramas desta aplicação são compostos pelos seguintes modelos conceituais da notação UML: • Diagrama de casos de uso: mostra os processos (casos de uso) implementados pela ferramenta; • Modelo Entidade-Relacionamento (ER): apresenta os relacionamentos de banco de dados; • Diagrama conceitual de classes: mostra os objetos que formam a camada de negócio da aplicação; 4.3.1 Análise de requisitos A análise de requisitos compreende o processo de identificar as necessidades do usuário para desenvolver o modelo que atenda a estas exigências. Para isso o usuário informa dados sobre o problema, e como detentor de conhecimento especializado, dados que permitam ao sistema buscar a solução adequada para o problema apresentado. 89 4.3.2 Requisitos Funcionais Os requisitos funcionais descrevem as funcionalidades do sistema, desde os serviços até o seu comportamento no sistema. 4.3.3 Requisitos Não Funcionais Os requisitos não funcionais se referem às restrições que se aplica sobre o comportamento dos requisitos funcionais no sistema. Segue a tabela com a análise dos requisitos funcionais e não funcionais do Sistema ProHealth: REQUISITO CARACTERÍSTICAS CASO DE USO RELACIONADO RF-01 Manipulação de O sistema deve permitir Cadastrar Pessoa, Dados inclusão, alteração e Realizar Consulta exclusão de dados. RNF-01.01 Segurança Somente o usuário com Cadastrar Pessoa, de Dados permissão terá acesso a Realizar Consulta essa funcionalidade. RNF-01.02 Validação de Todo o dado cadastrado Cadastrar Pessoa, Dados ou alterado passará por Realizar Consulta uma validação para verificação de integridade de valores. RF-02 Dados Pessoais Compõe o cadastro dos dados pessoais do Cadastrar Pessoa 90 paciente: identificação. RNF-02.01 Segurança Somente o usuário com de Dados permissão terá acesso a Cadastrar Pessoa essa funcionalidade. RNF-02.02 Validação de Todo o dado Dados cadastrado, alterado ou Cadastrar Pessoa excluído passará por uma validação para verificação de integridade de valores. RF-03 Motivo da Queixa principal consulta (consulta de rotina ou Realizar Consulta indicação por outro profissional ou instituição médica) RNF-03.01 Segurança Somente o usuário com de Dados permissão terá acesso a Realizar Consulta essa funcionalidade. RNF-03.02 Validação de Todo o dado Dados cadastrado, alterado ou Realizar Consulta excluído passará por uma validação para verificação de integridade de valores. RF-04 Histórico da Sintomas relatados, Doença Atual (HDA) Sintoma-guia, data das Realizar Consulta manifestações. RNF-04.01 Segurança Somente o usuário com de Dados permissão terá acesso a Realizar Consulta essa funcionalidade. RNF-04.02 Validação de Todo o dado Dados cadastrado, alterado ou Realizar Consulta 91 excluído passará por uma validação para verificação de integridade de valores. RF-05 Interrogatório Interrogatório orientado Sintomatológico (IS) pelos sintomas Realizar Consulta apresentados na HDA. RNF-05.01 Segurança Somente o usuário com de Dados permissão terá acesso a Realizar Consulta essa funcionalidade. RNF-05.02 Validação de Todo o dado Dados cadastrado, alterado ou Realizar Consulta excluído passará por uma validação para verificação de integridade de valores. RF-06 Antecedentes Desenvolvimento físico, Pessoais e familiares característica do ciclo Cadastrar Paciente menstrual, doenças sofridas, alergias, cirurgias, traumatismos, manifestação de doenças hereditárias. RNF-06.01 Segurança Somente o usuário com de Dados permissão terá acesso a Cadastrar Paciente essa funcionalidade. RNF-06.02 Validação de Todo o dado Dados cadastrado, alterado ou excluído passará por uma validação para verificação de integridade de valores. Cadastrar Paciente 92 RF-07 Condição sócio- Condição baixa, média econômica ou alta (de acordo com o Cadastrar Paciente nível de tratamento que poderá ser aplicado). RNF-07.01 Segurança Somente o usuário com de Dados permissão terá acesso a Cadastrar Paciente essa funcionalidade. RNF-07.02 Validação de Todo o dado Dados cadastrado, alterado ou Cadastrar Paciente excluído passará por uma validação para verificação de integridade de valores. RF-08 Hábitos Alimentação qualitativa Alimentares e quantitativa, numero Realizar Consulta de calorias ingeridas, predominância de nutriente na alimentação (proteínas, gorduras, carboidratos, etc.), vegetarianismo, RNF-08.01 Segurança Somente o usuário com de Dados permissão terá acesso a Realizar Consulta essa funcionalidade. RNF-08.02 Validação de Todo o dado Dados cadastrado, alterado ou Realizar Consulta excluído passará por uma validação para verificação de integridade de valores. RF-09 Profissão Atual e Relação da profissão Anteriores com a manifestação Cadastrar Paciente 93 patológica. RNF-09.01 Segurança Somente o usuário com de Dados permissão terá acesso a Cadastrar Paciente essa funcionalidade. RNF-09.02 Validação de Todo o dado Dados cadastrado, alterado ou Cadastrar Paciente excluído passará por uma validação para verificação de integridade de valores. RF-10 Atividades Ritmo: sedentário, Físicas moderada, intenso Realizar Consulta constante, intenso ocasional RNF-10.01 Segurança Somente o usuário com de Dados permissão terá acesso a Realizar Consulta essa funcionalidade. RNF-10.02 Validação de Todo o dado Dados cadastrado, alterado ou Realizar Consulta excluído passará por uma validação para verificação de integridade de valores. RF-11 Vícios Consumo de bebidas Cadastrar Paciente alcoólicas: quantidade, tipo e freqüência. Fumo: quantidade, tipo e freqüência. RNF-11.01 Segurança Somente o usuário com de Dados permissão terá acesso a Cadastrar Paciente essa funcionalidade. RNF-11.02 Validação de Todo o dado Cadastrar Paciente 94 Dados cadastrado, alterado ou excluído passará por uma validação para verificação de integridade de valores. RF-12 Condições Religião, costumes Culturais (raça). RNF-12.01 Segurança Somente o usuário com de Dados permissão terá acesso a Cadastrar Paciente Cadastrar Paciente essa funcionalidade. RNF-12.02 Validação de Todo o dado Dados cadastrado, alterado ou Cadastrar Paciente excluído passará por uma validação para verificação de integridade de valores. RF-13 Hábitos de vida Estado psicológico: Cadastrar Paciente depressivo, ansioso, etc. RNF-13.01 Segurança Somente o usuário com de Dados permissão terá acesso a Cadastrar Paciente essa funcionalidade. RNF-13.02 Validação de Todo o dado Dados cadastrado, alterado ou Cadastrar Paciente excluído passará por uma validação para verificação de integridade de valores. RF-14 Exame Físico Peso, altura, circunferência da cintura, dobras cutâneas, IMC, pressão arterial, relação da Cadastrar Exame Físico 95 cintura e quadril, estado da pele, exames cardiovasculares. RNF-14.01 Segurança Somente o usuário com de Dados permissão terá acesso a Cadastrar Exame Físico essa funcionalidade. RNF-14.02 Validação de Todo o dado Dados cadastrado, alterado ou Cadastrar Exame Físico excluído passará por uma validação para verificação de integridade de valores. RF-15 Tratamento Relação de Medicamentoso medicamentos utilizados Realizar Consulta e componentes ativos. RNF-15.01 Segurança Somente o usuário com de Dados permissão terá acesso a Realizar Consulta essa funcionalidade. RNF-15.02 Validação de Todo o dado Dados cadastrado, alterado ou Realizar Consulta excluído passará por uma validação para verificação de integridade de valores. RF-16 Exames Glicemia de jejum, Cadastrar Exames Laboratoriais dosagem do HDL- Complementares colesterol e dos triglicerídeos, colesterol total, LDL-colesterol, creatinina, ácido úrico, microalbuminúria20, proteína C, reativa 96 TOTG (glicemia de jejum e após duas horas da ingestão de 75g de dextrosol), eletrocardiograma. RNF-16.01 Segurança Somente o usuário com Cadastrar Exames de Dados permissão terá acesso a Complementares essa funcionalidade. RNF-16.02 Validação de Todo o dado Cadastrar Exames Dados cadastrado, alterado ou Complementares excluído passará por uma validação para verificação de integridade de valores. RF-17 Análise dos Validação da hipótese Dados com base nos dados Gerar Parecer apresentados pelo paciente. Identificação de perfil de SM (segundo as manifestações apresentadas), tratamento sugerido ao perfil (tratamento isolado). RNF-17.01 Segurança Somente o usuário com de Dados permissão terá acesso a Gerar Parecer essa funcionalidade. RNF-17.02 Justificativa O usuário terá a opção de Conclusão de optar por visualizar o modo passo-a-passo de geração de parecer. Gerar Parecer 97 RF-18 Manipulação dos O sistema deve permitir Usuários incluir e excluir usuários, Realizar Login alterar permissões. Somente o administrador tem esta permissão. RNF-18.01 Segurança Somente o usuário com de Dados permissão terá acesso a Realizar Login essa funcionalidade. RNF-18.02 Manipulação O administrador pode de Dados alterar qualquer Realizar Login informação referente ao usuário cadastrado. RF-19 Realizar Login Nome de usuário: Realizar Login permissão de acesso para usuário; senha. RNF-19.01 Segurança O logon do sistema deve Realizar Login de Dados obedecer algumas normas para poder ser efetuado com sucesso, tais como: -Senha válida -Usuário não pode estar bloqueado e nem inativo RF-20 Consulta dos Dados das consultas Atendimentos realizadas: por nome do Buscar Consulta paciente, data do atendimento (dia/mês/ano). RNF-20.01 Segurança Somente o usuário com de Dados permissão terá acesso a essa funcionalidade. Buscar Consulta 98 RF-21 Relatório de Relatório dos resultados Análises obtidos: por período, Gerar Relatório sexo, idade, parecer sobre o tipo de perfil e sugestão tratamento. RNF-21.01 Segurança Somente o usuário com de Dados permissão terá acesso a Gerar Relatório essa funcionalidade. RF-22 Cadastrar Médico Dados correspondentes Cadastrar Médico ao médico: CRM, UF do CRM, especialidade. RNF-22.01 Segurança Somente o usuário com de Dados permissão terá acesso a Cadastrar Médico essa funcionalidade. RNF-22.02 Validação de Todo o dado Dados cadastrado, alterado ou Cadastrar Médico excluído passará por uma validação para verificação de integridade de valores. RF-23 Cadastrar Dados correspondentes Usuário ao usuário: login, senha, Cadastrar Usuário data de inclusão no sistema, data de expiração do acesso, email, status (ativo ou inativo) e role (tipo de permissão). RNF-23.01 Segurança Somente o usuário com de Dados permissão terá acesso a Cadastrar Usuário essa funcionalidade. RNF-23.02 Validação Todo o dado Cadastrar Usuário 99 dos Dados cadastrado, alterado ou excluído passará por uma validação para verificação de integridade de valores. Quadro 5: Análise de requisitos Legenda: RF – Requisitos Funcionais RNF – Requisitos Não Funcionais 4.3.4 Caso de Uso É uma técnica de modelagem usada para descrever as ações que o ator pode ter no sistema. Sua construção é baseada na interação com o usuário a fim de identificar os processos que o sistema deve atender. A modelagem dos casos de uso formaliza as ações que cada ator é responsável no sistema (interações). Esta modelagem é fundamental para que engenheiro do conhecimento (desenvolvedor) e especialista (usuário) concordem com as funções do sistema. Para o sistema ProHealth foram identificados os seguintes processos, onde há o ator (Usuário) e os processos (casos de uso): 100 Figura 4: Diagrama de Caso de Uso As tabelas seguintes mostram a descrição detalhada de cada caso de uso: 101 Fase: Concepção Iteração: 1 Prioridade: Versão: 1.0 5 Criado em: 05/03/10 Alterado em: USE CASE UC-01 Cadastrar Paciente Breve Descrição: Para o cadastro de pacientes deverão ser informados pelo usuário todos os itens relativos ao paciente, como: atividade física, vícios, religião, estado psicológico, profissão atual e anteriores, condição sócio-econômica, alergia, cirurgia, traumatismos, doenças hereditárias, doenças sofridas, biótipo. Ator Primário: Médico Pré-condições: O usuário precisa estar logado no sistema para ter acesso aos dados e utilizar suas funções. Fluxo Principal: 1 – Os dados de identificação do paciente deverão estar cadastrados no ato da consulta (cadastro de Pessoa); 2 – O usuário cadastra os demais dados relativos ao paciente; 3 – O sistema insere os dados do paciente na base de dados; Para o item 2, o sistema verifica se já existe paciente cadastrado para o nome informado. Se o campo cpf coincidir, mostrar a mensagem: “Paciente já cadastrado”. O usuário pode selecionar visualizar todos os pacientes já cadastrados através da opção de “Busca por nome”. A tabela teve um novo paciente inserido; Fluxos Alternativos e Exceções: Pós-condições: Requisitos Funcionais Satisfeitos: Considerações: RF-06, RF-07, RF-09, RF-11, RF-12, RF-13 O sistema não deve permitir o cadastro de pacientes que coincidam em nome e documentos. Pendências: Os campos: código e data serão provenientes de configuração no banco de dados. Fonte e/ou Quando necessário, anexar resultados de exames do 102 Documentos Relacionados: paciente. Detalhes de Interface: Cadastro subdividido em várias telas conforme assunto do cadastro. Quadro 6: Caso de Uso Cadastrar Paciente 103 Fase: Concepção Iteração: 1 Prioridade: Versão: 1.0 5 Criado em: 05/03/10 Alterado em: USE CASE UC-02 Gerar Parecer Breve Descrição: Para gerar o parecer o usuário já deverá ter feito todas inclusões de dados e então solicitar o parecer do sistema. Este parecer é gerado a partir análise dos dados para então identificar o perfil do paciente e sugerir um programa alimentar para o tratamento da Síndrome Metabólica. Ator Primário: Médico Pré-Condições: O usuário precisa estar logado no sistema para ter acesso aos dados e utilizar suas funções. Todos os dados do paciente e consulta devem ter sido preenchidos corretamente. Fluxo Principal: 1 – Os dados de identificação do paciente deverão estar cadastrados no ato da consulta; 2 – O usuário deverá ter cadastrado os demais dados da anamnese; 3 – O sistema armazena os dados na memória de trabalho; 4 – Os dados são comparados às regras (Jess) para validação de hipóteses; 5 – O sistema identifica o perfil do paciente (doenças apresentadas) 6 – O sistema sugere um programa alimentar que trata isoladamente suas patologias buscando a perda de peso. * O paciente deve estar devidamente cadastrado para que a análise dos dados seja realizada de forma adequada. * Cabe ao médico julgar os dados apresentados pelo sistema, caso discorde do parecer final. Para estes casos, o médico poderá alterar estes dados antes de informá-lo ao paciente. * Cabe ao médico prescrever o tratamento medicamentoso. O paciente teve o perfil identificado pelo sistema e obteve Fluxos Alternativos e Exceções: Pós-Condições: 104 Requisitos Funcionais Satisfeitos: Considerações: uma sugestão de programa alimentar. RF-17 O sistema gerou um parecer sobre a situação do paciente e sugeriu o tratamento alimentar. O parecer pode ser alterado pelo médico sempre que julgar necessário. Pendências: Os campos: código e data serão provenientes de configuração no banco de dados. Detalhes de Interface: O usuário seleciona para gerar o parecer clicando nesta opção na tela do sistema. Quadro 7: Caso de Uso Gerar Parecer 105 Fase: Concepção Iteração: 1 Prioridade: Versão: 1.0 5 Criado em: 05/03/10 Alterado em: USE CASE UC-03 Realizar Login Breve Descrição: O login deve ser realizado para a entrada do usuário no sistema, visando a segurança dos dados. Cada usuário possui permissão de acesso a determinadas funções do sistema. Ator Primário: Usuário (Médico - permissão máster) Pré-Condições: O usuário precisa ter usuário e senha criados pelo desenvolvedor do sistema. Fluxo Principal: 1 – O sistema valida os dados referentes ao nome de usuário. 2 – O sistema valida os dados da senha do usuário. 3 – Para usuários e senhas compatíveis a entrada no sistema é autorizada. Fluxos * O sistema valida os caracteres dos campos informados Alternativos e de acordo com os critérios estabelecidos entre Exceções: desenvolvedor e usuário Master. * O usuário Master tem permissão para incluir e excluir usuários, bem como alterar a permissão de acesso às funções pelos mesmos. Pós-Condições: O sistema permite a entrada de usuários devidamente identificados no sistema. Requisitos Funcionais Satisfeitos: Considerações: RF-18 e RF-19 O sistema permitiu o acesso do usuário ao sistema e/ou inclusão, exclusão ou alteração deste tipo de informação. O sistema requer que seja efetuado login para permitir acesso a qualquer função do sistema. Pendências: Os campos: código e data serão provenientes de configuração no banco de dados. Detalhes de Interface: A função de login é a única disponível ao abrir o sistema. Quadro 8: Caso de Uso Realizar Login 106 Fase: Concepção Iteração: 1 Prioridade: Versão: 1.0 5 Criado em: 05/03/10 Alterado em: USE CASE UC-04 Buscar Consultas Breve Descrição: O médico poderá visualizar as consultas realizadas, bem como todos os dados do cadastro e parecer para um paciente cadastrado. Ator Primário: Usuário Pré-Condições: O usuário precisa estar logado no sistema para ter acesso aos dados e utilizar suas funções. Fluxo Principal: 1 – O usuário informa qual tipo de busca deseja fazer: paciente ou data; 2 – O sistema encontra os dados correspondentes. Caso o nome não seja encontrado, ou não haja consultas para a data informada deverá ser mostrada uma mensagem de erro. Uma ou mais consultas são exibidas para os dados informados. Fluxos Alternativos e Exceções: Pós-Condições: Requisitos Funcionais Satisfeitos: Detalhes de Interface: RF-20 – O sistema deve permitir a visualização dos dados cadastrados. Uma nova janela é aberta para exibição dos dados da consulta selecionada. Quadro 9: Caso de Uso Buscar Consultas 107 Fase: Concepção Iteração: 1 Prioridade: Versão: 1.0 5 Criado em: 05/03/10 Alterado em: USE CASE UC-05 Cadastrar Usuário Breve Descrição: O cadastro de usuário define os usuários que terão acesso ao sistema e quais funções poderão ser acessadas por ele. Ator Primário: Usuário Pré-Condições: Os dados de pessoa devem ser preenchidos no cadastro de usuário. Deve ser determinado o papel do usuário no sistema. Fluxo Principal: 1 – O usuário seleciona a opção para inserir um novo usuário; 2 – São informados os dados pertinentes à pessoa; 3 – São informados os dados que compõem a categoria usuário. Fluxos Alternativos e Exceções: Pós-Condições: Não serão permitidos usuários com o mesmo nome de usuário. Requisitos Funcionais Satisfeitos: Considerações: RF-23 – O sistema teve um novo dado de usuário inserido, alterado ou excluído do sistema. Um novo usuário foi inserido no banco de dados do sistema. O cadastro de usuário é requisito para acesso ao sistema. Pendências: Os campos: código e data de inclusão e exclusão são provenientes de configuração no banco de dados. Detalhes de Interface: Ao escolher a opção para cadastrar usuário uma nova tela é exibida para realização da função. Quadro 10: Caso de Uso Cadastrar Usuário 108 Fase: Concepção Iteração: 1 Prioridade: Versão: 1.0 5 Criado em: 05/03/10 Alterado em: USE CASE UC-06 Cadastrar Médico Breve Descrição: O cadastro de médico é realizado para determinar os médicos que utilizarão o sistema. Ator Primário: Usuário Pré-Condições: Os dados de pessoa devem ser preenchidos no cadastro de médico. Fluxo Principal: 1 – O usuário seleciona a opção para inserir um novo médico; 2 – São informados os dados pertinentes à pessoa; 3 – São informados os dados que compõem à categoria médica. Fluxos Alternativos e Exceções: Pós-Condições: Não serão permitidos usuários com o mesmo nome de usuário. Requisitos Funcionais Satisfeitos: Considerações: RF-22 – O sistema teve um novo dado de médico inserido, alterado ou excluído do sistema. Um novo médico foi inserido no banco de dados do sistema. Os dados que compõem o cadastro médico aparecerão nos relatórios emitidos. Pendências: O campo CRM é único, portanto não terá para um mesmo médico mais de um cadastro no sistema. Detalhes de Interface: Ao escolher a opção para cadastrar médico, uma nova tela será exibida para realização da função. Quadro 11: Caso de Uso Cadastrar Médico 109 Fase: Concepção Iteração: 1 Prioridade: Versão: 1.0 5 Criado em: 05/03/10 Alterado em: USE CASE UC-07 Cadastrar Pessoa Breve Descrição: O cadastro de pessoa contém as informações comuns a médico, paciente e usuário. Assim, para o cadastro de pessoas em qualquer destas três categorias é necessário o cadastro de pessoa. Ator Primário: Usuário Pré-Condições: O usuário deve estar logado no sistema para ter acesso à função de cadastro de pessoa. Fluxo Principal: 1 – O usuário seleciona a opção para inserir um novo médico, paciente ou usuário e então irá informar os dados pertinentes à Pessoa e da classe específica. Fluxos Alternativos e Exceções: Pós-Condições: Dados como nome, data de nascimento, idade, sexo e CPF devem ser preenchidos. Requisitos Funcionais Satisfeitos: Considerações: RF-01 e RF-02. Uma nova pessoa foi inserida no banco de dados do sistema. Os dados que compõem o cadastro médico aparecerão nos relatórios emitidos. Pendências: O cadastro de pessoa é realizado ao solicitar o cadastro de médico, paciente ou usuário. Detalhes de Interface: Ao escolher a opção para cadastrar (paciente, médico ou usuário) uma nova tela será exibida para realização da função. Quadro 12: Caso de Uso Cadastrar Pessoa 110 Fase: Concepção Iteração: 1 Prioridade: Versão: 1.0 5 Criado em: 05/03/10 Alterado em: USE CASE UC-08 Realizar Consulta Breve Descrição: Realizar consulta é a principal função do sistema, pois é com base neste cadastro que o sistema poderá gerar o parecer sobre o diagnóstico da SM e riscos cardiovasculares. Ator Primário: Usuário Pré-Condições: Para realizar uma consulta o usuário (médico) deverá buscar o paciente para o qual a consulta adicionar os dados. Fluxo Principal: 1 – O usuário seleciona o paciente; 2 – O médico cadastra as informações pertinentes à consulta. Fluxos Alternativos e Exceções: 3 – Alguns dados precisarão ser preenchidos num momento posterior a primeira consulta, pois requerem exames laboratoriais. Nestes casos, o médico deverá buscar a consulta e alterar os dados e fazer uma nova inclusão no banco de dados do sistema. Os campos de preenchimento obrigatório estarão marcados, pois são fundamentais para gerar o parecer. Pós-Condições: Uma nova consulta foi realizada. Requisitos Funcionais Satisfeitos: Considerações: RF-03, RF-04, RF-05, RF-08, RF-10, RF-15 Pendências: Alguns dados da consulta que não interferem no diagnóstico poderão ser preenchidos através do campo de observação, a fim de serem revistos pelo médico e constar nos relatórios médicos sobre a consulta. Os dados cadastrados na realização da consulta servirão de base para o cruzamento dos dados para geração de 111 Detalhes de Interface: parecer pelo sistema. Realizar consulta é composto pelos dados da consulta e dos exames pertinentes a ela. Quadro 13: Caso de Uso Realizar Consulta 112 Fase: Concepção Iteração: 1 Prioridade: Versão: 1.0 5 Criado em: 05/03/10 Alterado em: USE CASE UC-09 Cadastrar Exame Físico Breve Descrição: O cadastro do exame físico é parte da realização da consulta. É composto pelos campos: medida da circunferência abdominal, peso, altura e um campo para observações. Ator Primário: Usuário Pré-Condições: O cadastro de exame físico é realizado em uma consulta para um paciente. Fluxo Principal: 1 – Ao realizar a consulta os itens para cadastro dos dados de exame físico estarão habilitados. Fluxos Alternativos e Exceções: Pós-Condições: Os campos de preenchimento obrigatório estarão marcados, pois são fundamentais para gerar o parecer. Requisitos Funcionais Satisfeitos: Considerações: RF-14 Um cadastro de exame físico foi inserido a uma consulta. Alguns dados da consulta que não interferem no diagnóstico poderão ser preenchidos através do campo de observação, a fim de serem revistos pelo médico e constar nos relatórios médicos sobre a consulta. Pendências: Os dados cadastrados na realização da consulta servirão de base para o cruzamento dos dados para geração de parecer pelo sistema. Detalhes de Interface: A tela é composta pelo cadastro de consulta e de exames físicos e complementares. Quadro 14: Caso de Uso Cadastrar Exame Físico 113 Fase: Concepção Iteração: 1 Prioridade: Versão: 1.0 5 Criado em: 05/03/10 Alterado em: USE CASE UC-10 Cadastrar Exames Complementares Breve Descrição: O cadastro dos exames complementares é parte da realização da consulta. É composto pelos campos: creatinina, microalbuminúria, proteína reativa C e ácido úrico. Ator Primário: Usuário Pré-Condições: O cadastro de exames complementares é realizado em uma consulta para um paciente. Fluxo Principal: 1 – Ao realizar a consulta os itens para cadastro dos dados de exame físico estarão habilitados. Fluxos Alternativos e Exceções: Pós-Condições: Os exames complementares não são obrigatórios, pois não são requisitos para o diagnóstico da SM. Requisitos Funcionais Satisfeitos: Considerações: Um cadastro de exame complementar foi inserido a uma consulta. RF-16 Todos os campos que compõem os exames laboratoriais não necessitam ser preenchidos. Pendências: Os dados cadastrados na realização da consulta servirão de base para o cruzamento dos dados para geração de parecer pelo sistema. Detalhes de Interface: A tela é composta pelo cadastro de consulta e de exames físicos e complementares. Quadro 15: Caso de Uso Cadastrar Exames Complementares 114 Fase: Concepção Iteração: 1 Prioridade: Versão: 1.0 5 Criado em: 05/03/10 Alterado em: USE CASE UC-11 Gerar Relatório Breve Descrição: A geração de relatórios é fundamental para que o médico tenha as informações da consulta organizadas e também para fornecer ao paciente as informações necessárias sobre o seu perfil de síndrome metabólica e do tratamento alimentar proposto. Ator Primário: Usuário Pré-Condições: A consulta deverá ter sido concluída para que os relatórios estejam completos. 1 – Após realizar a consulta o médico terá a disponibilidade de solicitar um relatório para entrega ao paciente e poderá ficar com um outro relatório completo sobre a consulta. O relatório será feito com base na última alteração do cadastro, uma vez que, quando os dados são alterados são sobrepostos aos itens preenchidos anteriormente. Novo relatório gerado pelo sistema. Fluxo Principal: Fluxos Alternativos e Exceções: Pós-condições: Requisitos Funcionais Satisfeitos: Considerações: Pendências: Detalhes de Interface: RF-21 Os relatórios serão compostos pelos dados do médico, do paciente, da consulta e do parecer gerado pelo sistema. Quanto mais completo for o cadastro da consulta, mais itens comporão o relatório. Os relatórios serão compostos por cabeçalhos informando o tipo de informação que contém e por campos de respostas obtidas do paciente e dos exames físicos e complementares. Quadro 16: Caso de Uso Gerar Relatório 115 4.6.5 Diagrama de Domínio Figura 05 – Diagrama de Domínio 116 4.4 MODELO FÍSICO 4.4.1 Diagrama de Pacotes Através do Diagrama de Pacote é possível analisar cada pacote que compõe o sistema. A divisão em pacotes serve para organização do código de uma aplicação. Os diagramas a seguir mostram os pacotes que compõem o sistema ProHealth. 4.4.2 Pacote Comum Este pacote contém especificações comuns a todo o sistema, como constantes e mensagens ao usuário. 117 Figura 6 – Diagrama do Pacote Comum 118 4.4.3 Pacote Exception Este diagrama contém as exceções que podem ser disparadas pelo sistema. Figura 07 – Diagrama do Pacote Exception 4.4.4 Pacote DAO Este diagrama mostra as operações CRUD (create, read, update e delete) e também listar. São funções para manipulação dos dados que podem ser incluídos, consultados, editados e excluídos do banco de dados. 119 Figura 08 – Diagrama do Pacote DAO 120 Figura 09 – Diagrama do Pacote JDBC 121 4.4.5 Pacote Serviço Figura 10 – Diagrama do pacote Serviço 122 4.4.6 Modelo E-R (Entidade-Relacionamento) Figura 11 – Modelo E-R 123 4.5 ESPECIFICAÇÃO TEXTUAL DO MODELO FÍSICO Neste item serão descritas as Entidades, Atributos e Relacionamentos que compõe as principais classes da aplicação que servirá de suporte ao módulo composto pelo SE. Para cada entidade, será feito um comentário breve a respeito de sua funcionalidade. Vale ressaltar que na especificação do modelo lógico não estarão presentes as entidades associativas. Entidade: Pessoa Objetivo: Manter os dados comuns a Paciente, Médico e Usuário. Relacionamentos: A entidade Pessoa relaciona-se com a entidade Paciente (1 para 1), Médico (1 para 1), Usuário (1 para 1), Endereço (1 ou muitos para 1), Telefone (0 ou muitos para 1). Descrição: A entidade Pessoa é composta pelos atributos que estão dispostos na tabela 18. Esta entidade tem como chave primária o código da pessoa (cd_pessoa). Atributo Cd_pessoa Tipo de Not Auto dado Null Incremento Integer X X Descrição Tipo Atributo Código da Chave pessoa Nm_pessoa Varchar X Nome primária da Atributo Pessoa Dt_nasc Date X Data de Atributo nascimento Ds_sexo Varchar Ds_estado_civil X de Sexo Atributo Varchar Estado Civil Atributo Ds_nacionalidade Varchar Nacionalidade Atributo Ds_naturalidade Varchar Naturalidade Atributo Nr_rg Varchar X Numero RG Atributo Nr_cpf Varchar X Numero CPF Atributo Ds_grau_instrucao Varchar X Grau de Atributo 124 Instrução Ds_convenio Varchar X Convenio da Consulta Quadro 17 – Pessoa Entidade: Usuário Objetivo: Manter os dados referentes ao Usuário. Relacionamentos: A entidade Usuário relaciona-se com a entidade Pessoa (1 para 1) e Usuário_Role (muitos para 1). Descrição: A entidade Usuário é composta pelos atributos que estão dispostos na tabela 19. Esta entidade tem como chave primária o código do usuário (cd_usuario). Atributo Cd_usuario Cd_pessoa Nm_usuario Tipo de Not dado Null Incremento Integer X x Integer Varchar X Auto Descrição Tipo Atributo Código do Chave usuário primária Código Foreing Pessoa Key Nome de Atributo usuário Ds_senha Varchar X Senha do Atributo usuário Dt_expiração Date Data de Atributo expiração Dt_inclusao Date Data inclusão Atributo Ds_email Varchar Email Atributo Ds_status Varchar Status: ativo Atributo ou inativo Quadro 18 – Usuário Entidade: Médico de 125 Objetivo: Manter os dados referentes ao Médico. Relacionamentos: A entidade Médico relaciona-se com a entidade Pessoa (1 para 1). Descrição: A entidade Médco é composta pelos atributos que estão dispostos na tabela 20. Esta entidade tem como chave primária o código do médico (cd_medico). Atributo Cd_medico Tipo de Not Auto dado Null Incremento Integer X X Descrição Tipo Atributo Código do Chave médico Cd_pessoa Nr_conselho Integer Integer X de Primária Código da Foreign pessoa key Número do Atributo Conselho Regional de Medicina Uf_conselho Varchar X Estado do Atributo CRM Ds_especialidade Varchar Especialidade Atributo Quadro 19 – Médico Entidade: Consulta Objetivo: Manter os dados referentes à Consulta realizada ao Paciente. Relacionamentos: A entidade Usuário relaciona-se com a entidade Paciente (um paciente para muitas consultas), Cardio (0 ou 1 exame cardiológico para 1 consulta), Colesterol (0 ou 1 exame de colesterol para 1 consulta), Diabetes (0 ou 1 exame de glicemia para 1 consulta), Exame_Complementar (0 ou 1 exames complementares para 1 consulta), Exame_Fisico (0 ou 1 para 1 consulta), Hipertensão (0 ou muitas aferições para uma consulta), Medicamento (0 ou muitos medicamentos para uma consulta). 126 Descrição: A entidade Consulta é composta pelos atributos que estão dispostos na tabela 21. Esta entidade tem como chave primária o código da consulta (cd_consulta). Atributo Cd_consulta Tipo de Not Auto dado Null Incremento Integer X X Descrição Tipo Atributo Código da Chave consulta Cd_paciente Integer Código primária do Chave paciente Dt_consulta Date X de Data estrangeira da Atributo Consulta Ds_queixa_principal Varchar Queixa principal Atributo do paciente Quadro 20 – Consulta 4.6 METODOLOGIA DE DESENVOLVIMENTO DO SE Seguindo a metodologia proposta por Durkin (1994), deu-se início ao processo de avaliação do sistema sendo levantadas as técnicas para solucionar o problema proposto. A técnica que melhor atendeu a esta necessidade foi o uso de Sistemas Especialistas que, como o próprio nome diz, trata-se de um sistema que a partir de uma base de conhecimentos específica procura respostas relacionadas a perguntas sobre o assunto codificado na base de conhecimentos. Um sistema especialista é composto basicamente por uma base de conhecimentos, máquina de inferência e um mecanismo de explanação. A base de conhecimento é construída junto ao especialista humano da área de domínio da solução a ser desenvolvida, necessita também a presença de um engenheiro do 127 conhecimento e uma ferramenta para auxiliar o processo de construção da base de conhecimentos. A base de conhecimentos do SE contém as informações necessárias para a resolução do problema. A máquina de inferência é responsável pela busca das informações na base de conhecimentos. O mecanismo de explanação será responsável por emitir a justificativa da solução apresentada. 4.6.1 Aquisição de conhecimento O engenheiro do conhecimento foi responsável por codificar e estruturar o conhecimento adquirido junto ao especialista e por isso deve possuir conhecimento superficial do problema, técnicas de representação do conhecimento e de alguma ferramenta de edição de base de conhecimentos. Como o problema proposto abrange a área de Medicina e Nutrição, a aquisição de conhecimento foi feita junto a profissionais das duas áreas. Sendo que com os médicos foi obtido conhecimento sobre a realização da anamnese, sobre o diagnóstico da síndrome metabólica, diferenciação dos perfis e fatores de risco associados. Com a nutricionista foi obtido conhecimento sobre a composição dos alimentos e das refeições, avaliação nutricional e tipos de programas alimentares. Através das reuniões com os médicos para a construção da base de conhecimento foi percebido que era necessário restringir o diagnóstico e tratamento somente à Síndrome Metabólica, visto que as manifestações relacionadas ao sobrepeso são muito amplas. 128 4.6.2 Representação do conhecimento Com a base de dados estruturada é preciso definir o modelo de representação do conhecimento. Para tanto, foi realizada uma análise dos dados e optou-se pela utilização de regras para representação do conhecimento por se aproximar do raciocínio humano ao buscar o diagnóstico, pois há um conjunto de condições que, quando satisfeitos, determina uma resposta. Este foi um dos principais motivos para que fosse utilizado SE como técnica para a resolução do problema. Em seguida foi determinada a ferramenta de suporte à construção da base de regras. Para este fim foi selecionado o shell Jess. A escolha do Jess se deu pelo fato deste trabalhar com regras de produção e também pelo fato deste ser desenvolvido na linguagem de programação Java, a mesma linguagem escolhida para o desenvolvimento na aplicação de suporte. 4.6.3 Testes O processo de testes acontece em todas as fases do projeto, já que todo conhecimento antes de ser estruturado é avaliado e depois de estruturado passa por testes para validação dos resultados que produz. Apesar do processo contínuo de testes, após completado o processo de desenvolvimento da base de conhecimentos e aplicação de suporte, o sistema foi testado a fim de comprovar a validade das respostas fornecidas pelo SE, tanto no diagnóstico de perfis Síndrome Metabólica como nas sugestões alimentares. 129 4.6.4 Manutenção Sempre que houver atualização nas diretrizes brasileiras que envolvam os valores para diagnóstico ou tratamento da Síndrome Metabólica, este módulo deverá sofrer as alterações pertinentes para garantir a confiabilidade do sistema. 4.7 CONSIDERAÇÕES FINAIS A modelagem consiste em desenhar em metodologias formais o sistema que será desenvolvido, assim são especificadas as regras de funcionamento do sistema concentrando-se nas entidades lógicas e nas dependências lógicas entre estas entidades, de modo que possam ser compreendidas por qualquer desenvolvedor de software. A modelagem está dividida em conceitual e física, de modo que foi mostrado neste capítulo o levantamento de requisitos, o diagrama de caso de uso e o diagrama de domínio do sistema, formando assim a modelagem conceitual.Para o modelo físico foram elaborados os diagramas de pacotes (Comum, Exception, DAO, Service), Modelo E-R e também a especificação textual do modelo físico. Com estes diagramas será iniciado o trabalho de desenvolvimento do projeto. 130 5 PROTÓTIPO DESENVOLVIDO 5.1 INTRODUÇÃO Um sistema especialista baseado em regras deve ser bem modelado e documentado, a fim de facilitar a localização das regras que foram adicionadas à base de dados, bem como verificar os fluxos de processamento. As regras devem ser agrupadas em conjuntos e subconjuntos, para que haja maior clareza sobre os dados e identificação de novas regras para atualização. O sistema ProHealth será composto por três módulos: cadastro e manutenção de dados do paciente, identificação do perfil de síndrome metabólica do paciente e sugestão do programa alimentar para tratamento da síndrome. Além de manter todos os processos e bases de conhecimentos de um sistema especialista, disponibilizará ao usuário uma base de informação, ou seja, manterá em seu domínio cadastros e relatórios para que os dados possam ser consultados sempre que o médico desejar. 5.2 SOLUÇÃO PROPOSTA A partir do crescente número de pessoas obesas no mundo e dos inúmeros fatores de risco cardiovascular associados, foram estudadas várias afecções relacionas ao peso elevado e foi constatada a necessidade de identificar características minuciosas da Síndrome Metabólica, uma vez que o diagnóstico se dá quando o indivíduo apresenta três ou mais componentes do quadro de componentes de SM, como mostra a tabela abaixo: 131 Quadro 21 – Componentes da SM (NCEP-ATP III) A I Diretriz Brasileira de Diagnóstico e Tratamento da Síndrome Metabólica (2005) afirma que, com a avaliação clínica e laboratorial é possível realizar o diagnóstico de SM e deve-se também identificar os fatores de risco cardiovascular associados. A I-DBSM (2005) afirma ainda que a medida inicial para o tratamento é a mudança do estilo vida, primeiramente, adotar hábitos alimentares saudáveis visando a redução do peso inicial em 5 a 10%, o que já é suficiente para aproximar os níveis apresentados para o diagnóstico dos valores ideais. Cabe ao médico a decisão de associação de tratamento medicamentoso. No caso da presença de fatores de risco de difícil controle, a intervenção com medicamentos se torna obrigatória, é o que afirma a Baggio (apud VINHAL, 2009). Este sistema visa identificar o perfil de Síndrome Metabólica e sugerir um tratamento não medicamentoso baseado nas exigências da I Diretriz Brasileira de Diagnóstico e Tratamento da Síndrome Metabólica (I DBSM, 2005). O protótipo proposto deve manter o cadastro de pacientes e todos os resultados obtidos nas consultas, desde os dados que compõem o exame clínico até a identificação do perfil da síndrome de acordo com as manifestações patológicas e qual o programa alimentar sugerido para o tratamento. Todos os dados poderão ser consultados pelo médico através do relatório da consulta. Aos 132 dados que necessitarem de atualização, esta tarefa também é permitida. O sistema deve gerar relatórios a partir da análise dos dados das consultas médicas. O funcionamento geral do sistema pode ser definido nas seguintes etapas: 1- Cliente: Inserção dos dados: cadastros e realização da consulta; 2- Servidor: - Armazenamento e/ou consulta no banco de dados; - Cruzamento de informações na base de dados do Jess; 3 e 4- Cliente: - Apresentação dos resultados; - Disponibilidade dos relatórios para impressão. Figura 12 – Funcionamento do sistema 133 5.3 TECNOLOGIAS UTILIZADAS Figura 13 – Tecnologias utilizadas No desenvolvimento do ProHealth buscou-se utilizar ferramentas de fácil integração que dessem ao sistema agilidade e ao mesmo tempo segurança. O sistema foi desenvolvido em linguagem Java e para o desenvolvimento da interface gráfica foi utilizado o Adobe Flex Builder por apresentar uma excelente aparência visual e permitir ótima interface homem-máquina. Com a necessidade de armazenamento dos dados com relacionamento entre tabelas, optou-se pelo uso do SGBD Postgres por ser um sistema confiável, robusto e flexível. O Hibernate foi 134 escolhido para configurar a camada de persistência por permitir o mapeamento do objeto relacional de forma intuitiva. Os relatórios apresentados após a identificação de do perfil de Síndrome Metabólica são gerados no iText por permitir uma fácil manipulação de arquivos em múltiplos formatos, dentre eles: RTF e PDF. Com relação ao sistema especialista, a plataforma escolhida foi o Jess, por ser compatível com código Java e por permitir trabalhar diretamente sobre a máquina de inferência. 5.4 HISTÓRICO DO DESENVOLVIMENTO Passo 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 9 Descrição Criação da estrutura do banco de dados (modelagem). Criação da camada de persistência usando Hibernate. Criação da camada de negócio Criação da interface gráfica Protótipo das telas com o Flex Codificação das telas usando ActionScript Ligação das telas com a camada de negócio. Configuração da máquina de inferência Desenvolvimento das regras Integração entre as aplicações: web e SE Criação dos relatórios com iText Quadro 22 – Histórico do desenvolvimento 5.5 APRESENTAÇÃO DO SISTEMA O sistema está basicamente dividido em três partes, sendo a primeira a aplicação de suporte desenvolvida em linguagem Java, a segunda, o sistema especialista: que contém a base de conhecimento (desenvolvida em Java) e a 135 máquina de inferência (usando o Jess), e a terceira parte o Banco de Dados (PostgreSQL). O sistema especialista recebe os valores inseridos na aplicação de suporte e armazenados no banco de dados e então trabalha estes dados comparando-os com as regras definidas. O resultado é armazenado em variáveis e recuperado pela aplicação de suporte através da geração de relatórios. A integração entre as aplicações acontece porque o Jess disponibiliza uma interface de simples acesso e uma API Java para acesso de sistemas legados. Para que a integração ocorresse, foi desenvolvida uma classe para encapsular o acesso ao Jess, onde o sistema envia seus objetos para inferência e recebe seu resultado sem a necessidade do conhecimento dos métodos oferecidos pela API do Jess. Exemplo de regra de produção no Jess: (defrule perfil-um-feminino (pessoa {sexo == "Feminino"}) (consulta {circunferenciaAbdominal > 88}) (consulta {(totalGlicemia >= 150) && (hdl < 50)}) (consulta {glicemiaJejum >= 126}) (consulta {vet <= 1300}) => (call ?*causas* add "Sexo Feminino") (call ?*causas* add "Circunferência Abdominal maior do que 88") (call ?*causas* add "Total Glicemia maior do que 150") (call ?*causas* add "Total HDL menor do que 50") (call ?*causas* add "Glicemia em jejum maior do que 126") (call ?*causas* add "VET menor do que 1300") (assert (perfil-um))) 136 5.5.1 Representação das telas do sistema O sistema permite a manipulação de cadastro de médico, paciente e usuário. Para o paciente, o médico realiza a consulta. Os dados informados durante a consulta são analisados (comparados à base de regras de IA - Jess). O resultado desta manipulação de dados é a identificação do perfil de síndrome metabólica para sugestão de um programa alimentar para tratamento da SM. A imagem abaixo mostra alguns dos menus: Figura 14 – Tela: menus do Sistema – visão geral Figura 15 – Tela: menus do Sistema – menu de cadastro Figura 16 – Tela: menus do Sistema – menu Consultas 137 Para ter acesso ao sistema o usuário precisa realizar login informando seu nome de usuário e senha, como mostra a imagem abaixo: Figura 17 – Tela de login As informações de login garantem segurança de acesso ao sistema e também aos dados, pois o menu de Consulta somente estará habilitado para o médico. A inclusão de médico contém dados comuns a paciente, médico e usuário e os dados específicos de identificação médica. A figura a seguir mostra a tela de cadastro médico. Figura 18 – Tela: inclusão de médico O cadastro de paciente está representado na figura a seguir: 138 Figura 19 – Tela: cadastro de paciente Porém, usuário, médico e paciente possuem dados em comum. Estes dados são incluídos para ambos em cadastro de Pessoas. Conforme segue: 139 Figura 20: Cadastro de Pessoa – parte 1 – dados pessoais. 140 Figura 21: Cadastro de Pessoa – parte 2 – endereços. 141 Figura 22: Cadastro de Pessoa – parte 3 – telefones. O cadastro da consulta é de fundamental importância para que os resultados do sistema possam ser gerados. As figuras a seguir mostram os campos que podem ser preenchidos na realização da consulta: Figura 23 – Tela: cadastro de consulta (1) Figura 24 – Tela: cadastro de consulta (2) 142 Figura 25 – Tela: cadastro de consulta (3) Figura 26 – Tela: cadastro de consulta (4) 143 Figura 27 – Tela: cadastro de consulta (5) Figura 28 – Tela: cadastro de consulta (6) 144 Figura 29 – Tela: cadastro de consulta (7) Figura 30 – Tela: cadastro de consulta (8) Após serem incluídos os dados da consulta o médico pode solicitar a identificação do perfil de síndrome metabólica pelo sistema para que o mesmo indique um programa alimentar específico para o diagnóstico. As figuras a seguir mostram os relatórios que são gerados pelo sistema: 145 Exemplo dos campos que comporão o relatório que o paciente receberá ao final da consulta: Figura 31 – Relatório para o paciente 146 5.6 RESULTADOS OBTIDOS E VALIDAÇÃO 5.6.1 Utilização do sistema Este sistema especialista em Medicina apesar das suas características predominantes para a área cardiológica poderia ser utilizado por profissionais especializados em Endocrinologia e Clínica Geral, por exemplo. Como o objetivo é identificar o perfil de Síndrome Metabólica e sugerir um programa alimentar para tratamento não medicamentoso, a sua utilização poderá ser realizada por estes profissionais destas áreas. Na prática, o sistema poderá ser utilizado por dois perfis de usuários: médico e secretária. A secretária é quem fará o cadastro de pessoa que é base para cadastro de usuário, de médico e do paciente. A secretária poderá ter acesso à tela de cadastro de paciente, pois se o mesmo lhe fornecer informações não confidencias para cadastro, esta poderá incluir, as demais informações serão complementadas pelo médico durante a consulta. O médico complementará o cadastro do paciente e lançará a consulta com as informações da anamnese, onde as informações obtidas na análise clínica serão fundamentais para que o sistema possa identificar o perfil de síndrome metabólica do paciente e então possa sugerir um tratamento alimentar específico para aquele paciente. Como os exames laboratoriais exigem que o resultado seja entregue em outro momento, os dados não são de preenchimento obrigatório no cadastro, pois serão incluídos numa consulta de retorno. 147 Com todas as informações necessárias para solicitar a geração de perfil (circunferência abdominal, triglicerídeos, HDL Colesterol, pressão arterial, glicemia de jejum, peso, altura e informações nutricionais) o médico clicará em <Gerar Perfil>. Este botão carrega os dados na memória de trabalho, para que sejam comparados às regras ao ser acionada a máquina de inferência. O resultado apresentado ao médico em uma mensagem na tela e este pode solicitar editar o relatório indicado. Para o acompanhamento médico, na tela onde são lançadas as consultas, ao selecionar o número da consulta o médico pode ver também qual foi (caso tenha) o perfil sugerido. 5.6.2 Validação do sistema Analisados os perfis de Síndrome Metabólica com os médicos foram estudados programas alimentares junto à nutricionista para que pudessem ser utilizados no tratamento individual para casos específicos de SM. A validação do sistema se deu por meio de identificação de 05 pessoas voluntárias que realizaram acompanhamento médico no período de um ano e durante este tempo forneceram seus dados para que fossem inseridos no sistema para fins de validação. A partir da análise inicial o paciente recebeu a sugestão do tratamento alimentar a ser seguido e continuou realizando acompanhamento médico a fim de controlar índices lipídicos e/ou glicêmicos. Com o objetivo de comprovar a aplicabilidade e eficiência do protótipo desenvolvido, no início do desenvolvimento deste trabalho foi identificada uma paciente com diagnóstico de Síndrome Metabólica e a seguir são apresentados dados do pré e pós-tratamento. A paciente estava fazendo tratamento medicamentoso com acompanhamento de um médico endocrinologista há um ano antes de iniciar o tratamento alimentar que durou nove meses até obter-se os seguintes resultados: 148 Pré-tratamento alimentar: Sexo: Feminino Idade: 46 anos e 8 meses Peso: 76,3 Circunferência abdominal: 98cm HDL: 32 mg/dl Glicemia de jejum: 78 Triglicerídeos: 440 mg/dl Pressão Arterial: 17/12mmHg Pós-tratamento alimentar: Sexo: Feminino Idade: 47 anos e 5 meses Peso: 66,2 Circunferência abdominal: 85 cm HDL: 46 mg/dl Glicemia de jejum: 76 Triglicerídeos: 221mg/dl Pressão Arterial: 11/8 mmHg O tratamento alimentar foi acompanhado de tratamento medicamentoso (propanolol 40mg, hygroton 25mg, puranT4 75mg, fluoxetina 20mg, sinvastatina 40mg), dadas as necessidades da paciente. Com os resultados obtidos, a paciente está em nova fase de tratamento, não necessitando de medicamento para controle da pressão arterial (hygroton 25mg) e continua o tratamento medicamentoso com: atenolol 50ml, AAS 100mg, puranT4 75mg, fluoxetina 20mg, sinvastatina 20mg. Com a utilização do sistema, um novo programa alimentar foi gerado para que esteja adequado às necessidades calóricas para a redução de peso. No final do período de nove meses de realização do tratamento alimentar a paciente passou por uma avaliação antropométrica e constatou-se uma boa redução de medidas associadas ao emagrecimento e ganho de massa muscular, 149 que por sua vez favorece ao aceleramento do metabolismo e facilita ainda mais o emagrecimento. Dada a facilidade de uso do protótipo desenvolvido e a garantia de resultados quando o paciente adere corretamente ao tratamento, o sistema ProHealth atendeu aos objetivos de desenvolvimento deste sistema e pode ser usado na prevenção e tratamento da SM, bem como de fatores de risco cardiovasculares associados. 5.7 CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste capítulo foram apresentadas as principais etapas utilizadas para o desenvolvimento do sistema, bem como as tecnologias escolhidas para a implementação do protótipo. Foram apresentados também os processos de utilização e validação do sistema, apresentando as principais telas e descrição de suas funcionalidades. A etapa de desenvolvimento teve início com o desenvolvimento da modelagem de dados, onde foram definidas as principais tabelas e seus relacionamentos. A interface gráfica foi desenvolvida utilizando o Adobe Flex Builder, com linguagem de programação Java e utilizou-se a shell Jess que é uma biblioteca escrita em Java que pode facilmente ser implementada para conter as regras que determinarão o perfil de SM e sugerir o tratamento alimentar. A utilização deste sistema poderá ser feita por profissionais da área da saúde, por médicos e nutricionistas. A inclusão dos dados será feita parcialmente pela secretária do consultório e complementada durante a consulta pelo médico com os dados da análise clínica e laboratorial. A partir dos dados cadastrados será identificado o perfil de SM e sugerido ao paciente um tratamento alimentar. A validação do sistema permitiu garantir a aplicabilidade do protótipo e, assegurar que o tratamento levado à serio permite mais que redução de medidas, leva à redução de índices lipídicos e glicêmicos, é a única forma de reduzir medida da circunferência abdominal (medida pela qual se observa a obesidade visceral) e 150 se observa baixa significativa na pressão arterial. Atingindo assim as metas a que se propõe o tratamento da SM. 151 6 CONCLUSÃO O crescente número de pessoas que sofrem com problemas cardiovasculares associados ao sobrepeso tem preocupado principalmente aos profissionais da área da saúde e entidades governamentais, desta forma estes buscam encontrar alternativas para solucionar este problema que grande parte da população vem sofrendo. Assim, o objetivo deste trabalho foi construir um sistema encarregado de diagnosticar perfis de Síndrome Metabólica e sugerir tratamentos alimentares específicos ao perfil diagnosticado. A utilização dos recursos tecnológicos proporciona maior confiabilidade dos dados, visto que as informações ficam armazenas em banco de dados e assim também é possível trabalhar todos os dados de maneira muito ampla. Este projeto é multidisciplinar, pois compreende as áreas de cardiologia, endocrinologia, nutrição e computação no desenvolvimento de um sistema para auxílio ao diagnóstico de perfis Síndrome Metabólica e sugestão de tratamento alimentar específico. Foi desenvolvido um sistema web em linguagem Java integrado a um Sistema Especialista e, desta forma o sistema pode ser considerado claro, de fácil utilização e manutenção, confiável e eficiente. O sistema especialista utilizou a shell Jess, que por ter código aberto possibilita trabalhar diretamente sobre a máquina de inferência que contém as regras do sistema. É uma biblioteca escrita em Java com características de sintaxe próprias. Assim, a integração do sistema especialista com o sistema de informação se deu de maneira prática, onde há uma classe para encapsular o acesso ao Jess e os objetos são enviados para inferência. O resultado é retornado ao sistema de informação em um objeto Java sem a necessidade do conhecimento dos métodos oferecidos pela API do Jess. O desenvolvimento deste projeto foi baseado nas diretrizes brasileiras para diagnóstico e tratamento da síndrome metabólica, que por sua vez, defende a utilização do padrão definido pelo NCEP-III para o diagnóstico. 152 A causa da síndrome metabólica ainda é desconhecida. Através de estudos, foi identificado que sua formação pode estar associada a uma substância chamada adiponectina que age como um protetor dos vasos sanguíneos. Quanto maior o nível de gordura no organismo (obesidade) menor será a presença de adiponectina. Quanto menor a presença de adiponectina no organismo, maior a probabilidade de desenvolvimento do diabetes tipo 2. Continuando o ciclo, quanto maior a resistência à insulina, menor o índice de adiponectina. O baixo nível de Adiponectina leva aos demais riscos da SM, é o que afirma o Dr. Tambascia apud SBEM Repórter (2006). Então, o ideal é ter valores elevados de adiponectina, o que é observado quando a pessoa está na faixa de peso ideal. No caso dos obesos, quanto mais emagrecem, maior será a produção de adiponectina. Como o diagnóstico da síndrome é feito quando três ou mais doenças do quadro de diagnósticos estão manifestadas simultaneamente é possível a variação de diagnósticos, por isso, o sistema proposto identifica o perfil de Síndrome Metabólica o que direciona o tratamento para o caso específico. A necessidade do estudo sobre obesidade está relacionada a entender a sobre disposição de gordura no indivíduo, fatores que influenciam (causa), quais doenças pode facilitar o aparecimento, quais órgãos são mais afetados, quais doenças e fatores de risco estão associados e as formas de tratamento, pois aqui vemos a obesidade visceral como um dos indicadores do aumento da circunferência abdominal, desregulador dos índices lipídicos e glicêmicos e também da pressão arterial. O objetivo inicial do tratamento é a perda de 5 a 10% do peso inicial através da alimentação orientada para o tipo de perfil de Síndrome Metabólica diagnosticado, justificando o emagrecimento, que já é responsável pela normalização dos índices lipídicos, valores da pressão arterial e pela diminuição da medida da circunferência abdominal. Esse tratamento individualizado é proposto pelo sistema especialista após a avaliação nutricional do paciente. Com o ProHealth, o médico realiza a anamnese e registra as informações obtidas no sistema. Estes dados são comparados às regras definidas no Jess. Com isso, o sistema identifica o perfil de síndrome metabólica do paciente e também 153 identifica o programa alimentar a ser sugerido pelo médico, que por sua vez poderá sofrer alterações de acordo com a opinião médica. O tratamento individualizado é responsável por acelerar o processo de perda de peso e normalização dos valores que determinaram o perfil de síndrome metabólica. A perda de peso se dá através de um programa alimentar de redução calórica e orientação nutricional específica para o tipo de perfil diagnosticado e necessidade calórica individual do paciente. Como os registros das consultas são mantidos no sistema, o médico pode acompanhar o quadro clínico do paciente e sugerir novos programas alimentares adequando às necessidades calóricas para redução de peso. Após o desenvolvimento deste protótipo e dos testes de sua aplicabilidade, verificou-se que o mesmo atende adequadamente os seus objetivos. O sistema identifica o perfil de síndrome metabólica do paciente e sugere um programa alimentar baseado nas necessidades nutricionais e calóricas. 6.1 DIFICULDADES ENCONTRADAS O desenvolvimento do projeto atendeu as expectativas esperadas, porém durante o processo de desenvolvimento foram encontradas dificuldades, conforme abaixo: - Pouca compreensão do tutorial do Jess para o desenvolvimento da base de dados. Com isso houve atraso no cumprimento das tarefas estabelecidas no cronograma. - Poucos usuários do Jess para troca de informações e experiência. - Dificuldade para encontrar material sobre o Jess além dos fornecidos na página do desenvolvedor. 154 6.2 SUGESTÕES PARA DESENVOLVIMENTOS FUTUROS - Aprimoramento da base de conhecimento para que possa ser adicionados novos módulos e tratar de forma mais abrangente as doenças relacionadas ao sobrepeso; - Desenvolver um módulo para sugestão de prática de atividade física de acordo com as necessidades e possibilidades individuais; - Disponibilizar acesso a um sistema web para acompanhamento do tratamento, no qual o paciente possa realizar substituições dos alimentos propostos no programa alimentar, receber orientação profissional diária e também interagir com demais pessoas que aderiram ao tratamento. 155 GLOSSÁRIO ÀCIDO ÚRICO - Ácido úrico é um dos produtos resultantes do metabolismo de algumas proteínas. ACTH - Abreviação do inglês adrenocorticotrophic hormone (hormônio adrenocorticotrófico); hormônio da hipófise. ADIPONECTINA - Peptídeo com 247 aminoácidos, que é secretado predominantemente pelos adipócitos e corresponde a 0,05% do total de proteínas plasmáticas. AFECÇÃO - Doença, moléstia, enfermidade; qualquer condição patológica. ANEMIA - Condição caracterizada pela redução de hemoglobina circulante em níveis inferiores a 11g/100ml na mulher e 13g/100ml de sangue no homem. ANGINA MICROVASCULAR – é um tipo de angina em que o paciente sente dor no peito, mas não parece ter nenhuma obstrução nas artérias coronarianas. ÁREA DE DOMÍNIO – área de estudo ou trabalho a que se dedica uma pessoa; área em que a pessoa detém grande conhecimento. ASTENIA - Fraqueza, cansaço. AUSCULTA - Método de exame em que o médico escuta os ruídos internos do organismo e procura interpretá-los. BETABLOQUEADORES - Denominação de um grupo de medicamentos que atua bloqueando os receptores do tipo beta: no coração ocorre diminuição do débito cardíaco e da freqüência de batimentos, e nos pulmões, o principal efeito é a broncoconstrição. BIÓTIPO - Conjunto de indivíduos que têm o mesmo patrimônio hereditário. CLONIDINA - Agonista alfa-2-adrenérgico que atravessa a barreira hematoencefálica. As ações centrais da clonidina reduzem o tônus simpático, resultando em queda da pressão sangüínea diastólica e sistólica, e redução do batimento cardíaco. COLESTEROL - é uma substância que o organismo utiliza para fins diversos que lhe são fundamentais como a produção de determinadas hormonas e vitaminas, a 156 formação de bílis ou mesmo a construção da própria parede (membrana) das células. COMPLEXIDADE – a solução do problema é uma tarefa complexa que exige processamento lógico de inferências que não seriam bem controlados pelo processamento convencional de informações. CORTICÓIDES – ver corticoesteróides. CORTICOSTERÓIDES - diz-se de ou cada um dos esteróides (p.ex., a cortisona) produzido por síntese ou extraído ao natural da camada cortical das glândulas supra-renais. CORTISOL – espécie de corticóide. CREATININA - Derivado da creatina; é um produto de excreção. (Creatina: Substância nitrogenada que existe principalmente nos músculos). DEXTROSOL - É um tipo de açúcar obtido do milho que não contém sacarose. DIABETES grupo de enfermidades metabólicas caracterizadas por hiperglicemia (aumento dos níveis de glicose no sangue), resultado de defeitos na secreção de insulina, em sua ação ou ambos. DIABETES MELITTUS - Grave distúrbio metabólico devido à insuficiência de insulina, absoluta ou relativa, caracterizado por hiperglicemia, polifagia, polidipsia e poliúria. DIAGNÓSTICO - Determinação de uma doença pelos sintomas e/ou mediante exames diversos. DIET – Produto sem a adição de açúcar. DISLIPIDEMIAS - Condição genérica que designa qualquer problema no metabolismo dos lípides. DOENÇA - Enfermidade, moléstia, afecção; processo mórbido definido que se manifesta por uma série de sintomas e sinais mais ou menos constantes. DOMÍNIO – o domínio ou área temática do problema é relativamente pequeno e limitado a uma área problema bem-definida. ENTIDADE CLÍNICA – significa uma doença cuja história está reconhecida no todo ou em parte e cujas características lhe dão individualidade nostálgica. 157 ESFIGMOMANÔMETRO - Equipamento médico destinado à averiguação das cifras de pressão arterial, formado por uma braçadeira inflável, conectada à um manômetro aneróide, de mercúrio ou digital. ESTERÓIDES - Grupo de compostos policíclicos bastante relacionados bioquimicamente com os terpenos. Incluem o colesterol, numerosos hormônios, precursores de certas vitaminas, ácidos biliares, álcoois (esteróis), e certas drogas e venenos naturais. ESTETOSCÓPIO - Aparelho com que se ausculta certos órgãos do corpo, como coração, pulmões, intestino, artérias e veias. ESTRÓGENOS - Qualquer hormônio natural ou sintético de um grupo química e funcionalmente semelhante ao estradiol. FALCIFORME - Em forma de foice. FIBRONOGÊNIO - Glicoproteína plasmática coagulada pela trombina, composta de um dímero de três pares de cadeias polipeptídicas não idênticas (alfa, beta e gama) mantidas juntas por pontes disulfeto. FIBRONÓLISE - Processo de destruição do tecido fibroso. GET - GASTO ENERGÉTICO TOTAL - corresponde às necessidades energéticas diárias de um indivíduo, expresso em Kcal (kilocalorias). Ele varia segundo a idade, peso, altura e nível de atividade física e considera a presença ou não de alguma doença, e varia também em situações fisiológicas como na gravidez e lactação. glândulas anexas GLICEMIA - Concentração sanguínea da glicose e outras substâncias redutoras. GLICOSE - Denominação química que se dá a um tipo de açúcar também conhecido como dextrose, que é o açúcar existente no sangue. GLITAZONAS - são agonistas PPAR-g que melhoram a sensibilidade insulínica. Estas drogas induzem à transcrição de genes relacionados ao metabolismo glicídico e lipídico e à expressão de proteínas inflamatórias e endoteliais associadas com o processo aterosclerótico, resultando em melhora da função endotelial. GLUCAGON - Hormônio pancreático secretado pelas células alfa das ilhotas de Langerhans. É um polipeptídeo de cadeia única com 29 aminoácidos (PM 3550 D) que exerce um papel importante na regulação da concentração da glucose no 158 sangue, no metabolismo cetônico e em vários outros processos bioquímicos e fisiológicos. GMB – GASTO METABÓLICO BASAL - é a quantidade de energia consumida pelo organismo para manter as funções vitais. GRELINA - Hormônio produzido pelo estômago, que quando está vazio, age no cérebro e desencadeia a sensação de fome. HCG - Abreviatura do hormônio glicoprotéico: gonadotrofina coriônica. HEMOFILIA - Hemorragia hereditária por falta do fator VIII da coagulação sanguínea. HEMOGRAMA - Nome que Schilling deu ao conjunto da contagem e morfologia das células do sangue que permite conclusões diagnósticas e prognósticas, uma vez observados os dados clínicos. Contagem de células do sangue. HEMOSTASIA (COAGULOGRAMA) - Estancamento da hemorragia; hemóstase. HIPERCOLESTEROLEMIA - Elevação patológica da taxa de colesterol no sangue, um dos principais fatores da arteriosclerose. HIPERFAGIA - Aumento anormal do apetite ou ingestão excessiva de alimentos, geralmente associada a lesão do hipotálamo. HIPERURICEMIA - Aumento da concentração sérica do acido úrico. HIPOGLICEMIA - Uma síndrome do nível anormalmente baixo da glicemia. Hipoglicemia clínica tem diversas etiologias. HIPOTIREOIDISMO - Síndrome clínica resultante da secreção diminuída do hormônio tireoidiano da glândula tireóide. Leva a uma diminuição dos processos metabólicos e em sua forma mais severa, ao acúmulo de mucopolissacarídeos na pele, causando um edema denominado mixedema. HISTÓRIA CLÍNICA – é o resultado de uma conversação com objetivo explícito, conduzida pelo examinador e cujo conteúdo foi elaborado criticamente pelo mesmo examinador. IMC – ÍNDICE DE MASSA CORPÓREA - Relação do peso ( em quilogramas ) sobre a altura ( em metros ) ao quadrado que classifica o estado nutricional. IMC = Peso dividido pela Altura ao quadrado. 159 INSULINA - Hormônio produzido pelas ilhotas de Langerhans do pâncreas (parte endócrina). Favorece o transporte de glicose do sangue para os tecidos (principalmente fígado e músculos), onde é armazenada sob a forma de glicogênio. KNOW-HOW – as soluções para o problema exigem os esforços de um especialista. Ou seja, é necessário um corpo de conhecimento, técnicas e intuição que poucas pessoas possuem. LEPTINA - Proteína reguladora que informa ao cérebro o possível excesso de gordura do corpo, a fim de que sejam liberadas substâncias que facilitem o emagrecimento. LIGHT – Produto com baixo teor de gordura. LINFONODOS - Pequeno nódulo composto de tecido especializado linfático, encontrado no trajeto dos vasos linfáticos. LÍPIDIOS - Substância orgânica que é composta de ácidos graxos, insolúvel em água, formando uma reserva calórica para o organismo ou fornecendo elementos para produção de compostos complexos como hormônios. LIPOPROTEÍNAS - Molécula de proteína em associação com lipídio, com função de transporte de gorduras na circulação sanguínea, importantes dentro do processo de formação de ateromas nas artérias, como o LDL, HDL, VLDL, etc. MENARCA - Início da função menstrual. METOCLOPRAMIDA - Um antagonista dos receptores dopaminérgicos D2, utilizado como um antiemético. OBESIDADE - Excesso de tecido adiposo, provocando aumento de peso superior a 25% do peso normal estimado. OFTALMOSCÓPIO/OTOSCÓPIO - Instrumento que serve para examinar o fundo do olho (retina e coróide). OSTEOARTRITE - Uma doença articular degenerativa e progressiva que é a forma mais comum de artrite, especialmente em pessoas idosas. PATOLOGIA – parte da Medicina que estuda as doenças, seus sintomas e natureza das modificações que elas provocam no organismo. PEPTÍDEO - Produto da degradação de proteínas ou resultado da agregação de várias moléculas de aminoácidos. 160 PERCUSSÃO - Método de exploração consistente em bater nas paredes de cavidades do corpo e apreciar as diferenças de sonoridade dos órgãos nelas encerrados, deduzindo daí os estados desses órgãos ou das cavidades. PERFIL ALIMENTAR – Identificação do grupo a que pertence o paciente, de acordo com as suas necessidades físicas. POLIDIPSIA - Manifestação de sede constante, levando à ingestão sucessiva de líquidos, que é muito comum em diabetes descompensado, desidratação POLIÚRIA - Manifestação sintomática representada pelo aumento do volume urinário excretado em 24 horas PROGNÓSTICO - Tendência da evolução de uma doença em função da avaliação da maior ou menor gravidade apresentada. PROGRAMA ALIMENTAR – Dieta para atender o objetivo do paciente. PROGRAMAÇÃO – desenvolvimento de software. PROLACTINA - Hormônio lactogênico da hipófise. Hormônio polipeptídico com um peso molecular de cerca de 23.000. É essencial na indução de lactação em mamíferos parturientes e é sinergista do estrógeno. PRURIDO - Sensação de coceira intensa que produz a necessidade de friccionar ou coçar a pele para obter alívio. PUBERDADE - Fase da adolescência, compreendida entre os 12 e 16 anos, em que se processa a evolução do infante à juventude. É marcada pelo aparecimento das características sexuais secundárias, especialmente pela presença dos pêlos pubianos (de onde advém a palavra puberdade - puber) e da capacidade reprodutiva (espermatozóides e óvulos maduros). SEMIOLOGIA - Parte da medicina que estuda os sintomas, sinais e manifestações funcionais que são provocados pelas doenças. SINAL – é um dado objetivo que pode ser notado pelo examinador mediante inspeção, palpação, percussão, ausculta ou evidenciado por meios subsidiários. SÍNDROME – é o conjunto de sintomas e/ou sinais que ocorrem associadamente e que podem ser determinados por diferentes causas. SÍNDROME DE CUSHING - Uma condição, mais comumente vista em mulheres, devido ao hiperadrenocorticismo resultando de neoplasmas do córtex supra-renal 161 ou do lobo anterior da hipófise, ou a ingestão excessiva prolongada de glicocorticóides para finalidades terapêuticas. SINTOMA – é uma sensação subjetiva anormal sentida pelo paciente e não visualizada pelo examinador. Evidência subjetiva de doença. SUPRESSÃO - Ato de suprimir; cessação súbita de secreção ou eliminação normal; inibição consciente. TECIDO ADIPOSO - Tecido conjuntivo constituído por células adiposas (adipócitos) em uma malha de tecido areolar. TRIGLICERÍDEOS - Composto de glicerol e ácidos graxos, constituindo gorduras de reserva no organismo. URÉIA - Um composto gerado no fígado a partir da amônia produzida pela desaminação dos aminoácidos. VEGETARISMO - Adoção de dieta baseada exclusivamente em alimentos vegetais. 162 REFERÊNCIAS ALVAREZ, Marlene Merino. Primeira consulta. Ano 2006. Disponível em: <http://www.diabetes.org.br/Colunistas/Nutricao_e_Ciencia/index.php?id=1004>. Acesso em 07 maio 2007. BALLONE, GJ. Obesidade. Ano 2003. Disponível em: <http://www.psiqweb.med.br/infantil/obesid.html>. Acesso em 07 maio 2007. BARONE, Dante Augusto Couto et al. Sociedades artificiais: a nova fronteira da inteligência nas máquinas. Porto Alegre: Bookman, 2003, 332p. BITTENCOURT, Guilherme. 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Acesso em 14 mar. 2007. 167 ANEXOS 168 ANEXO A – Regras do Sistema Especialista (printout t "Início da Inferência ..." crlf) (defglobal ?*sexo* = nil) (defglobal ?*cab* = nil) (defglobal ?*tg* = nil) (defglobal ?*hdl* = nil) (defglobal ?*dg* = nil) (defrule perfil-um (pessoa {sexo == feminino}) (exameFisico {circAbdominal > 88}) (colesterol {tg >= 150 && hdl < 50})|| (pessoa {sexo == masculino}) (exameFisico {circAbdominal > 102}) (colesterol {tg >= 150 && hdl < 40}) => (bind ?lt (new java.util.ArrayList)) (call ?lt add "Circunferência abdominal") (bind ?*cab* (new com.prohealth.negocio.dominio.Diagnostico "Circunferência abdominal aumentada " ?lt)) (call ?lt1 add "Triglicerídeos") (bind ?*tg* (com.prohealth.negocio.dominio.Diagnostico "Triglicerídeos aumentados " ?lt1)) (call ?lt2 add "HDL") (bind ?*hdl* (com.prohealth.negocio.dominio.Diagnostico "HDL inferior ao ideal " ?lt2)) (assert (perfil-um)) ) (defrule diagnostico-um (perfil-um) => (bind ?dg (new java.util.ArrayList)) (call ?dg add "PERFIL 01") (bind ?*dg* (com.prohealth.negocio.dominio.Diagnostico "Diagnóstico de Perfil 1.")) ) (defrule perfil-dois (pessoa {sexo == feminino}) 169 ) (exameFisico {circAbdominal > 88}) (colesterol {tg >= 150}) (hipertensao {pas >= 130 || pad >= 85})|| (pessoa {sexo == masculino}) (exameFisico {circAbdominal > 102}) (colesterol {tg >= 150}) (hipertensao {pas >= 130 || pad >= 85}) => (assert (perfil-dois)) (defrule diagnostico-dois (perfil-dois) => (add (new com.prohealth.negocio.dominio.Diagnostico "perfil-dois" "Diagnóstico de Perfil 2.")) ) (defrule perfil-tres (pessoa {sexo == feminino}) (exameFisico {circAbdominal > 88}) (colesterol {tg >= 150}) (diabetes {glicemiaJejum >= 110})|| (pessoa {sexo == masculino}) (exameFisico {circAbdominal > 102}) (colesterol {tg >= 150}) (diabetes {glicemiaJejum >=110}) => (assert (perfil-tres)) ) (defrule diagnostico-tres (perfil-tres) => (add (new com.prohealth.negocio.dominio.Diagnostico "perfil-tres" "Diagnóstico de Perfil 3.")) ) (defrule perfil-quatro (pessoa {sexo == feminino}) (exameFisico {circAbdominal > 88}) (colesterol {hdl < 50}) (hipertensao {pas >= 130 || pad >= 85})|| (pessoa {sexo == masculino}) (exameFisico {circAbdominal > 102}) (colesterol {hdl < 40}) (hipertensao {pas >= 130 || pad >= 85}) => 170 ) (assert (perfil-quatro)) (defrule diagnostico-quatro (perfil-quatro) => (add (new com.prohealth.negocio.dominio.Diagnostico "perfil-quatro" "Diagnóstico de Perfil 4.")) ) (defrule perfil-cinco (pessoa {sexo == feminino}) (exameFisico {circAbdominal > 88}) (colesterol {hdl < 50}) (diabetes {glicemiaJejum >= 110})|| (pessoa {sexo == masculino}) (exameFisico {circAbdominal > 102}) (colesterol {hdl < 40}) (diabetes {glicemiaJejum >=110}) => (assert (perfil-cinco)) ) (defrule diagnostico-cinco (perfil-cinco) => (add (new com.prohealth.negocio.dominio.Diagnostico "perfil-cinco" "Diagnóstico de Perfil 5.")) ) (defrule perfil-seis (pessoa {sexo == feminino}) (exameFisico {circAbdominal > 88}) (hipertensao {pas > 130 || pad > 85}) (diabetes {glicemiaJejum >= 110})|| (pessoa {sexo == masculino}) (exameFisico {circAbdominal > 102}) (hipertensao {pas >= 130 || pad >= 85}) (diabetes {glicemiaJejum >=110}) => (assert (perfil-seis)) ) (defrule diagnostico-seis (perfil-seis) => (add (new com.prohealth.negocio.dominio.Diagnostico "perfil-seis" "Diagnóstico de Perfil 6.")) 171 ) (defrule perfil-sete (pessoa {sexo == feminino}) (colesterol {tg >= 150 && hdl < 50}) (hipertensao {pas > 130 || pad > 85})|| (pessoa {sexo == masculino}) (colesterol {tg >= 150 && hdl < 40}) (hipertensao {pas >= 130 || pad >= 85}) => (assert (perfil-sete)) ) (defrule diagnostico-sete (perfil-sete) => (add (new com.prohealth.negocio.dominio.Diagnostico "perfil-sete" "Diagnóstico de Perfil 7.")) ) (defrule perfil-oito (pessoa {sexo == feminino}) (colesterol {tg >= 150 && hdl < 50}) (diabetes {glicemiaJejum >= 110})|| (pessoa {sexo == masculino}) (colesterol {tg >= 150 && hdl < 40}) (hipertensao {pas >= 130 || pad >= 85}) diabetes {glicemiaJejum >= 110}) => (assert (perfil-oito)) ) (defrule diagnostico-oito (perfil-oito) => (add (new com.prohealth.negocio.dominio.Diagnostico "perfil-oito" "Diagnóstico de Perfil 8.")) ) (defrule perfil-nove (colesterol {tg >= 150}) (hipertensao {pas >= 130 || pad >= 85}) (diabetes {glicemiaJejum >= 110}) => (assert (perfil-nove)) ) (defrule diagnostico-nove 172 (perfil-nove) => (add (new com.prohealth.negocio.dominio.Diagnostico "perfil-nove" "Diagnóstico de Perfil 9.")) ) (defrule perfil-dez (pessoa {sexo == feminino}) (colesterol {hdl < 50}) (hipertensao {pas > 130 || pad > 85}) (diabetes {glicemiaJejum >= 110})|| (pessoa {sexo == masculino}) (colesterol {tg >= 150 && hdl < 40}) (hipertensao {pas >= 130 || pad >= 85}) (diabetes {glicemiaJejum >= 110}) => (assert (perfil-dez)) ) (defrule diagnostico-dez (perfil-dez) => (add (new com.prohealth.negocio.dominio.Diagnostico "perfil-dez" "Diagnóstico de Perfil 10.")) ) (defrule perfil-onze (pessoa {sexo == feminino}) (exameFisico {circAbdominal > 88}) (colesterol {tg >= 150 && hdl < 50}) (diabetes {glicemiaJejum >= 110})|| (pessoa {sexo == masculino}) (exameFisico {circAbdominal > 102}) (colesterol {tg >= 150 && hdl < 40}) (diabetes {glicemiaJejum >= 110}) => (assert (perfil-onze)) ) (defrule diagnostico-onze (perfil-onze) => (add (new com.prohealth.negocio.dominio.Diagnostico "perfil-onze" "Diagnóstico de Perfil 11.")) ) (defrule perfil-doze (pessoa {sexo == feminino}) 173 ) (exameFisico {circAbdominal > 88}) (colesterol {tg >= 150}) (hipertensao {pas >= 130 || pad >= 85}) (diabetes {glicemiaJejum >= 110})|| (pessoa {sexo == masculino}) (exameFisico {circAbdominal > 102}) (colesterol {tg >= 150}) (hipertensao {pas >= 130 || pad >= 85}) (diabetes {glicemiaJejum >= 110}) => (assert (perfil-doze)) (defrule diagnostico-doze (perfil-doze) => (add (new com.prohealth.negocio.dominio.Diagnostico "perfil-doze" "Diagnóstico de Perfil 12.")) ) (defrule perfil-treze (pessoa {sexo == feminino}) (exameFisico {circAbdominal > 88}) (colesterol {hdl < 50}) (hipertensao {pas >= 130 || pad >= 85}) (diabetes {glicemiaJejum >= 110})|| (pessoa {sexo == masculino}) (exameFisico {circAbdominal > 102}) (colesterol {hdl < 40}) (hipertensao {pas >= 130 || pad >= 85}) (diabetes {glicemiaJejum >= 110}) => (assert (perfil-treze)) ) (defrule diagnostico-treze (perfil-treze) => (add (new com.prohealth.negocio.dominio.Diagnostico "perfil-treze" "Diagnóstico de Perfil 13.")) ) (defrule perfil-catorze (pessoa {sexo == feminino}) (colesterol {tg >= 150 && hdl < 50}) (diabetes {glicemiaJejum >= 110}) (hipertensao {pas >= 130 || pad >= 85})|| (pessoa {sexo == masculino}) 174 ) (colesterol {tg >= 150 && hdl < 40}) (diabetes {glicemiaJejum >= 110}) (hipertensao {pas >= 130 || pad >= 85}) => (assert (perfil-catorze)) (defrule diagnostico-catorze (perfil-catorze) => (add (new com.prohealth.negocio.dominio.Diagnostico "perfil-catorze" "Diagnóstico de Perfil 14.")) ) (defrule perfil-quinze (pessoa {sexo == feminino}) (exameFisico {circAbdominal > 88}) (colesterol {tg >= 150 && hdl < 50}) (diabetes {glicemiaJejum >= 110}) (hipertensao {pas >= 130 || pad >= 85})|| (pessoa {sexo == masculino}) (exameFisico {circAbdominal > 102}) (colesterol {tg >= 150 && hdl < 40}) (diabetes {glicemiaJejum >= 110}) (hipertensao {pas >= 130 || pad >= 85}) => (assert (perfil-quinze)) ) (defrule diagnostico-quinze (perfil-quinze) => (add (new com.prohealth.negocio.dominio.Diagnostico "perfil-quinze" "Diagnóstico de Perfil 15.")) ) (defrule tratamento-um (diabetes (glicemiaJejum >=126)) (consulta {vet <= 1300}) => (assert (tratamento-um)) ) (defrule tipo-um (tratamento-um) => (add (new com.prohealth.negocio.dominio.Diagnostico "tratamento-um" "Diabetes - VET <1300")) 175 ) (defrule tratamento-dois (diabetes (glicemiaJejum >=126)) (consulta {vet > 1300 && <=1500}) => (assert (tratamento-dois)) ) (defrule tipo-dois (tratamento-dois) => (add (new com.prohealth.negocio.dominio.Diagnostico "tratamento-dois" "Diabetes - VET <1500")) ) (defrule tratamento-tres (diabetes (glicemiaJejum >=126)) (consulta {vet > 1500 && <=1700}) => (assert (tratamento-tres)) ) (defrule tipo-tres (tratamento-tres) => (add (new com.prohealth.negocio.dominio.Diagnostico "tratamento-tres" "Diabetes - VET <1700")) ) (defrule tratamento-quatro (diabetes (glicemiaJejum >=126)) (consulta {vet > 1700 && <=1900}) => (assert (tratamento-quatro)) ) (defrule tipo-quatro (tratamento-quatro) => (add (new com.prohealth.negocio.dominio.Diagnostico "tratamento-quatro" "Diabetes - VET <1900")) ) (defrule tratamento-cinco (diabetes (glicemiaJejum >=126)) (consulta {vet > 1900 && <=2100}) => 176 ) (assert (tratamento-cinco)) (defrule tipo-cinco (tratamento-cinco) => (add (new com.prohealth.negocio.dominio.Diagnostico "tratamento-cinco" "Diabetes - VET <2100")) ) (defrule tratamento-seis (diabetes (glicemiaJejum >=126)) (consulta {vet > 2100}) => (assert (tratamento-seis)) ) (defrule tipo-seis (tratamento-seis) => (add (new com.prohealth.negocio.dominio.Diagnostico "tratamento-seis" "Diabetes - VET maior que 2100")) ) (defrule tratamento-sete (diabetes (glicemiaJejum <126)) (consulta {vet <= 1300}) => (assert (tratamento-sete)) ) (defrule tipo-sete (tratamento-sete) => (add (new com.prohealth.negocio.dominio.Diagnostico "tratamento-sete" "Sem diabetes. VET <= 1300")) ) (defrule tratamento-oito (diabetes (glicemiaJejum <126)) (consulta {vet > 1300 && <=1500}) => (assert (tratamento-oito)) ) (defrule tipo-oito (tratamento-oito) => 177 (add (new com.prohealth.negocio.dominio.Diagnostico "tratamento-oito" "Sem diabetes. VET <= 1500")) ) (defrule tratamento-nove (diabetes (glicemiaJejum <126)) (consulta {vet > 1500 && <=1700}) => (assert (tratamento-nove)) ) (defrule tipo-nove (tratamento-nove) => (add (new com.prohealth.negocio.dominio.Diagnostico "tratamento-sete" "Sem diabetes. VET <= 1700")) ) (defrule tratamento-dez (diabetes (glicemiaJejum <126)) (consulta {vet > 1700 && <=1900}) => (assert (tratamento-dez)) ) (defrule tipo-dez (tratamento-dez) => (add (new com.prohealth.negocio.dominio.Diagnostico "tratamento-dez" "Sem diabetes. VET <= 1900")) ) (defrule tratamento-onze (diabetes (glicemiaJejum <126)) (consulta {vet > 1900 && <=2100}) => (assert (tratamento-onze)) ) (defrule tipo-onze (tratamento-onze) => (add (new com.prohealth.negocio.dominio.Diagnostico "tratamento-onze" "Sem diabetes. VET <= 2100")) ) (defrule tratamento-doze (diabetes (glicemiaJejum <126)) 178 ) (consulta {vet > 2100}) => (assert (tratamento-doze)) (defrule tipo-doze (tratamento-doze) => (add (new com.prohealth.negocio.dominio.Diagnostico "tratamento-doze" "Sem diabetes. VET maior que 2100")) ) (defrule alerta-um (diabetes (glicemiaJejum >=126)) (consulta {vet > 2300}) => (add (new com.prohealth.negocio.dominio.Diagnostico "alerta-um" "VET maior que 2300")) ) (defrule alerta-dois (diabetes (glicemiaJejum <126)) (consulta {vet > 2300}) => (add (new com.prohealth.negocio.dominio.Diagnostico "alerta-dois" "VET maior que 2300")) ) (defrule especificacao-um (perfil-um)|| (perfil-tres)|| (perfil-cinco)|| (perfil-onze) => (add (new com.prohealth.negocio.dominio.Diagnostico "especificacao-um" "Tratamento de DISLIPIDEMIA e OBESIDADE.")) ) (defrule especificacao-dois (perfil-doze)|| (perfil-treze)|| (perfil-quinze) => (add (new com.prohealth.negocio.dominio.Diagnostico "especificacao-dois" "Tratamento de DISLIPIDEMIA, HIPERTENSAO e OBESIDADE.")) ) 179 (defrule especificacao-tres (perfil-seis) => (add (new com.prohealth.negocio.dominio.Diagnostico "especificacao-tres" "Tratamento de HIPERTENSAO e OBESIDADE.")) ) (defrule especificacao-quatro (perfil-oito) => (add (new com.prohealth.negocio.dominio.Diagnostico "especificacao-quatro" "Tratamento de DISLIPIDEMIA.")) ) (defrule especificacao-cinco (perfil-dois)|| (perfil-quatro)|| (perfil-sete)|| (perfil-nove)|| (perfil-dez)|| (perfil-catorze) => (add (new com.prohealth.negocio.dominio.Diagnostico "especificacao-cinco" "Tratamento de DISLIPIDEMIA e HIPERTENSAO.")) ) (printout t "Final da Inferência!" crlf)