Universidade Presbiteriana Mackenzie - Centro de Comunicação e Letras Publicação feita pelos alunos do 2º semestre de Jornalismo Edição Nº 77 Junho de 2009 Ano VI Música clássica atrai público com homenágem a Borodin 5 O legado de um heroi 6 Lazer perigoso no Pacaembu 7 Lixo e indiferênça 8 A reforma da Folha Caro leitor, E sta edição, criada pelos estudantes de jornalismo do segundo semestre, inclui matérias sobre diversos temas presentes no dia a dia do paulistano, as vezes desconhecido por este. Alguns dos artigos incluem sobre o desperdício de alimentos, artistas franceses no Brasil, exposição de Ayrton Senna, opera gratuita em São Paulo, o perigo de passear aos domingos com transporte publico e sobre novas mídias. Um dos artigos fala sobre a quantidade de lixo produzido pelos brasileiros. O Brasil é um país que desperdiça muito alimento. Por ano, 26 milhões de toneladas são jogadas no lixo. O artigo de Tiago Melo explica por que tal desperdício acontece e que medidas podem ser tomadas pra minimizar o desperdício. O brasileiro joga fora mais comida do que consome e o deposito de lixo não sabe lhe dar com este desperdício, não sabendo armazenar com adequação. Uma nutricionista foi entrevistada dando conselhos do que é jogado fora mas que poderia ser utilizado. Um outro artigo, fala sobre um grupo de produção artística na França. Workshop pavillon é um laboratório presente no museu parisiense Palais de Tokyo. Artistas franceses que participam do processo seletivo para a atuação no Le Pavillon vieram ao Brasil para divulgarem seu laboratório e explicar como este núcleo de pesquisa funciona. Outro motivo que os trouxe ao Brasil é que o tema deste ano é ‘cidade moderna’, na qual eles compararão o caos de São Paulo com a organização de Brasília- duas cidades modernas altamente distintas uma da outra. A brasileira Angela Detanico participou do grupo artístico em 2002 e hoje ainda esta envolvida nos projetos. Esta foi entrevistada e conta sobre sua experiência e detalha sobre o laboratório artístico Le Pavillon. Um artigo, fala sobre o corredor de formula 1, Ayrton Senna. A importância do ídolo Ayrton Senna foi reconhecida com uma homenagem aos seus 15 anos de morte no Memorial da America Latina. Esta exposição estará a disposição gratuitamente ate o dia 6 de junho, La estão expostas alguns capacetes do eterno corredor brasileiro, fotos, filmes e algumas imagens do Senninha, personagem criado pelo próprio Ayrton Senna, voltada para o trabalho com valores infantis. Fernando Gambá alem de ser o promotor do evento diz que é um grande fã. A matéria também fala um pouco da carreira de Ayrton, mostrando dados do corredor em seus 10 anos de carreira, mostrando também o Instituto com seu nome que abrangem o pais inteiro e que Foi fundada no mesmo ano da morte do ídolo. Alem do reconhecimento nacional, ele também é lembra- Universidade Presbiteriana Mackenzie Centro de Comunicação e Letras Diretora: Profa.Dra. Esmeralda Rizzo Coordenador: Prof.Ms. Osvaldo Hattori Editor: André Nóbrega Dias Ferreira Projeto Gráfico: Renato Santana Diagramação e reportagem: do em muitos locais do mundo pelas suas grandes corridas . Outro artigo, fala sobre uma performance. Chega em São Paulo a Opera do russo Alexander Borodin chamada O Príncipe parecendo com um intuito de popularizá-la no Brasil com apresentação gratuita as 11 horas no dia 26 de abril, com a maioria de idosos na platéia, o publico ovacionou os artistas com grandes aplausos, mostrando interesse esgotando os lugares antes mesmo da peça começar. A maioria dos jovens eram crianças acompanhadas de seus pais . Em media eram 50 pessoas entre orquestra e artistas que fizeram uma performance emocionante. A matéria também conta um pouco da historia de Alexander Borodin como compositor e medico, alem de sua peça O Príncipe. Depoimentos de entrevistados da platéia e algumas coisas a mais como valores culturais da apresentação. Moradores do Pacaembu sofrem todos os finais de semana, jogos de futebol e amontoados de pessoas nos transportes públicos dificultam a vida de seus residentes. Juliana Moreira, 19 anos, e suas amigas relatam: “Logo que entramos no vagão percebemos que alguma coisa ia acontecer, eu olhei para a cara das meninas e senti que todas estavam morrendo de medo” afirma ela contando sua experiência no metro com a torcida da Gaviões da Fiel, “Eles ficavam passando a mão e me agarrando pelo cabelo” conta ela. O que torna a situação ainda mais grave é que policiais e funcionários do metrô estavam presentes na estação, e podiam ver a cena, mas nada faziam. “Acho que os guardas estavam com mais medo dos gaviões do que a gente”, disse Juliana. Casos parecidos acontecem com certa frequência, a falta de respeito ao time adversário é algo comum em jogos de futebol pelo Brasil, hinos que ofendem o adversário e brigas de torcidas organizadas é algo comum hoje em dia em jogos de futebol. Em um mundo que se reinventa a cada segundo o modo de fazer jornalismo também vem mudando e tentando se adequar a essas mudanças um exemplo de adaptação jornalística é o Grupo Folha que busca na internet um novo modo de fazer um editorial, mas apenas usando o modelo de internet como parâmetro e não tentando competir nesse meio, seguindo a direção do que é considerado modernidade, ou o chamado ‘estado da arte’. Segundo Carlos Eduardo Lins da Silva, diretor do grupo, a Folha de S. Paulo priorizará os textos mais compactos e didáticos, objetivando uma síntese analítica dos acontecimentos recentes. “As mudanças visam aumentar a concisão e análise no noticiário quente do jornal”, diz ele. Alexandre Zveibil; Camila Conceição, Fernanda Camargo; Guilherme Manteiga; Jéssica Ciornavei; Juvenal Dias; Melina Cabral; Rafael Xavier; Renata Salomão; Tiago Melo; Verônica Reichenberger. Jornal Laboratório dos alunos do segundo semestre do curso de Jornalismo do Centro de Comunicação e Letras da Universidade Presbiteriana Mackenzie, orientados pelo professor André Nóbrega Dias Ferreira, jornalista, MTB n° 26514. Impressão: Gráfica Mackenzie Acontece • Página 2 Tiragem: 200 exemplares Contatos Para enviar críticas, sugestões, elogios ou comentar as reportagens dessa edição: [email protected] Acesse o nosso site para conferir matéria exclusivas, entrevistas na íntegra e intergarir com a nossa equipe: www.acontecedigital.blogspot.com Uma ópera nos violinos Fotos: Guilherme Manteiga e Juvenal Dias Concerto em dedicatória à ópera O Príncipe Ígor lota auditório em São Paulo Guilherme Manteiga Juvenal Dias N o dia 26 de abril, foi realizado na Galeria Olido, no centro da cidade de São Paulo, um concerto em dedicatória a uma ópera chamada O Príncipe Igor, do compositor russo Alexander Borodin. O espetáculo possuía entrada franca e iniciou-se às 11 horas da manhã, porém já por voltas das dez e meia, havia uma grande fila de pessoas ansiosas por ver a Orquestra Sinfônica Municipal apresentar a ópera do póstumo compositor. O auditório de 296 lugares foi totalmente ocupado antes mesmo do início da apresentação. Já no auditório, o público que mais se destacava era dos idosos, que contemplaram os músicos da orquestra em aquecimento com seus violinos. Havia um pequeno contingente do público jovem, que geralmente acontece em relação à música clássica, já que este não está esclarecido quanto à cultura geral, apesar de haver pluralidade de grupos e diversidades culturais que abrangem nosso país. A maior parte dos jovens no local era do público infantil, que foram levados para a ópera por seus pais. “Trago minha filha desde pequena, para que ao crescer, continue querendo fazer parte dos círculos culturais, como faz parte agora, comigo e com o avô”, disse a comerciante Maria Regina, de 43 anos, indagada sobre a importância do evento para a formação de sua filha. “São todos maravilhosos, adoro vê-los porque sempre me emociono, sem contar que é um tema lindo, Opera não se mostrou elitista com peso de preciosidade”, disse Renato, 71 anos, aposentado, quando indagado sobre a Orquestra Sinfônica e da composição que seria regida. Próximo às 11 horas, todos os músicos já estavam em cima do palco com seus instrumentos clássicos, e, logo após, a maestrina apresentou-se e o espetáculo teve início. A música clássica é tão tocante para alguns, que havia pessoas com olhos marejados de lágrimas. No meio do concerto, o Coral Lírico, com mais de 50 pessoas, entrou em palco e situou-se atrás da orquestra. Eles fizeram o acompanhamento ao canto juntamente com os músicos. A combinação destes dois grupos foi intensa, cada vez que se encerrava um ato, as pessoas se levantavam e os ovacionavam os artistas por minutos. Um compositor que veio do frio Alexander Borodin, o compositor que a Orquestra Sinfônica Municipal fez a dedicatória, viveu no século XIX, na Rússia. Nasceu em São Petersburgo no dia 12 de novembro de 1833 e faleceu no dia 27 de fevereiro de 1887. Formado em medicina, mas sua grande especialidade era a química, tanto que na maior parte de sua vida dedicou-se a estes estudos. Seus estudos enfocavam o aldeído e o benzol. Também lecionou química orgânica na Academia Militar de São Petersburgo. Acontece • Página 3 Desde criança, apesar de sua vida ser direcionada às ciências, aprendeu a tocar piano, tanto que aos nove anos de idade escreveu um dueto para este instrumento. Conforme o tempo passou, ele manteve contato com Mily Balakirev, que o conveceu a se integrar ao Grupo dos Cinco, que era um grupo de nacionalistas russos, cujo objetivo era a composição de óperas com temas russos. Os três outros membros do grupo eram César Cui, Modest Mussorgsky e Nikolai-Korsakov. O Príncipe Igor, obra que a orquestra regiu, foi uma ópera de Borodin que este não a completou, depois de 18 anos de trabalho. Acabou por ser completada por Nikolai Rimsky-Korsakov e Alexander Glazunov após a morte do compositor. Ópera que demorou mais de 20 anos para ser concluída, e sua primeira apresentação foi em São Petersburgo, no teatro Mariinsky, no dia 4 de novembro de 1890. O valor cultural desta ópera é muito grande, e sua beleza é um fato, tanto que as pessoas que sairam da Galeria Olido, deixaram o lugar emocionadas. Quando o espetáculo chegou ao fim, a vontade era de mais. A cidade de São Paulo é um lugar incrível para quem se identifica com aspectos culturais de diversas vertentes, e muitos são de graça, como foi este maravilhoso concerto. Worskshop Pavillon na FAAP Núcleo de pesquisa e produção artística do Palais de Tokyo possibilita a produção de obras por jovens artistas Fernanda Camargo Rafael Xavier Veronika Reichenberger O Fotos: Veronika Recihenberger Le Pavillon, criado em 2001, é um núcleo de pesquisa e produção artística do Palais de Tokyo, o museu mais recente construído em Paris, no ano de 2000. Ele esteve em São Paulo, na residência artística da FAAP, dos dias 27 de abril a 10 de maio, para a apresentação de um Workshop que reunia nove artistas de diferentes nacionalidades junto a quatro ex-alunos da FAAP, experimentando no Brasil duas realidades urbanas aparentemente opostas: o caos e a ausência de planejamento de São Paulo e a experiência do urbanismo totalmente planificado de Brasília. O projeto é diferente de qualquer outro, devido à sua característica dinâmica de possibilitar a produção de obras por jovens artistas. Isso o faz ser considerado como uma plataforma de espaço coletivo de criação. Com uma estrutura pequena permite o principal objetivo do projeto: a plena conexão entre os participantes. Ange Leccia, um dos artistas fundadores do projeto Le Pavillon, considera-o como “uma escola dentro do museu”. Ele sugeriu diversas ideias para o museu sobre novas exposições e agrupamento de estilos artísticos, pois trabalhava, nos anos 80, com esse estilo de junção. Ele queria criar um projeto pequeno, porém com grande importância internacional. Conforme havia planejado, os artistas ficariam em determinado lugar do mundo por oito meses para suas experiências em diversas áreas da arte, com o objetivo de criar de três à quatro projetos. O Le Pavillon trabalha com coreógrafos, dançarinos, músicos, arquitetos, pintores etc. Nele, o trabalho é coletivo. Todos os participantes são obrigados a possuir a capacidade de trabalho em grupo e ter segurança de seu dom para facilitar a troca artística. Ao ingressar e iniciar a atuação no Le Pavillon, o indivíduo passa a ter a oportunidade de divulgação de seus projetos no Palais de Tokyo e em outros locais, permitindo o reconhecimento de suas obras por artistas profissionais de todo o mundo. Christian Merhiot e Fabien Danesi participam do processo de seleção dos artistas que integram o projeto anualmente. Eles passaram duas semanas no Brasil para desenvolver um novo projeto cujo tema é “Cidades Modernas”. Nesse contexto, os artistas inscritos trabalharão com a comparação entre São Paulo e Brasília, duas cidades modernas com fundamentos completamente diferentes. Fabien Danesi, crítico de arte, também participou do Le Pavillon esse ano. Ele veio ao Brasil motivado pela participação dos artistas nacionais Rafael Lain e Angela Detanico no ano de 2002. Ambos moram em Paris desde o período em que participaram do projeto e trabalham, desde 2007, em publicações do la- Fabien Danesi e os alunos partcipantes do Le Pavillon boratório. Para este ano, Fabien pensou em trabalhar com um jornal brasileiro direcionando o projeto para uma publicação, como um catálogo. Fabien relata que a diversidade dentro das propostas do projeto força os artistas a descobrirem suas fraquezas e pontos fortes. Segundo ele, “o laboratório trabalha com plataformas na área de música, publicação, escultura, e diversas outras áreas”. Mais do que isso, não é apenas o projeto final que é considerado de grande relevância, mas sim todo o processo de criação. A plataforma imposta define o verdadeiro artista, visto que uma obra qualquer pessoa pode criar. Em novembro de 2008, o grupo escolhido teve que produzir uma obra de música pra rádio cultural de Paris, com um prazo máximo de uma hora e meia de programa. Nenhum artista era músico, o que era justamente a intenção; a descoberta de uma nova área de atuação, trabalhando com um famoso músico francês. O mesmo grupo participou fazendo esculturas em um museu de esculturas em Paris. Angela Detanico, organizadora do projeto, artista plástica brasileira e tradutora dos artistas franceses no evento, diz que em 2002 a proposta foi “Delta Geográfico”. Portanto, a viagem foi destinada ao Vietnã e o trabalho foi desenvolvido no delta do rio Mekong. Ela relata que os temas são relativamente amplos para que os artistas possam investir neles a partir de sua própria visão de mundo. Em entrevista, a artista conclui: “graças ao Le Pavillon, estou até hoje em Paris trabalhando como artista, algo que dificilmente teria conseguido sem a participação nesse laboratório”. Exposição de um herói nacional Memorial da América Latina apresenta a Exposição Ayrton Senna Guilherme Manteiga e Juvenal Dias U m belo e agradável programa para ser feito é visitar o Memorial da América Latina, próximo à estação Barra Funda do metrô. Nele, se encontra uma amostra de um grande ídolo do esporte nacional, na Exposição Ayrton Senna – Imagens de um mito que está a disposição do público até o dia 6 de junho, na Biblioteca Latino–americana Victor Civita, com entrada franca. É uma boa oportunidade para rever fotos e vídeos do tricampeão de Fórmula 1, conhecer uma parte do Instituto Ayrton Senna, que ajuda crianças carentes e chegar perto de objetos de corrida dele como capacetes, usados em conquistas de título, e um macacão que usava na época que corria pela escuderia McLaren. Além desses artigos, há também miniaturas de carros guiados pelo piloto e que fizeram história da categoria máxima do automobilismo. Ainda tem imagens do Senninha, um personagem de quadrinhos idealizado pelo próprio Ayrton, que tem como principio básico transmitir valores para as crianças. A exposição, que marca os 15 anos da morte do ídolo e da mesma data de criação do Instituto, é uma parceria do Memorial com o próprio Instituto, como explica Fernando Gamba, promotor de eventos, idealizador e organizador da exposição, em entrevista: “já tínhamos esse projeto em mente faz uns dois anos, mas esperamos uma data mais importante para poder realizá-lo. Sou fã dele e, como eu, todo brasileiro tinha o hábito de acordar domingo de manhã para assisti-lo correr. Essa exposição nada mais é do que mais uma justa homenagem a quem fez tanto pelo país e que permanece vivo na memória de todos nós”. Em outra pergunta, Fernando disse que a expectativa é de que quinze mil pessoas passem para observar o acervo, que começou no dia 7 de maio e, logo em seguida, irá para a cidade de São Caetano. Marcos da Costa, 45 anos, engenheiro, transmite o que sentiu ao se deparar com a amostra: “é realmente emocionante! Poder ver o legado deixado por ele (Ayrton) é espetacular, principalmente, rever trechos de corridas mágicas que protagonizou contra tantos adversários formidáveis. Com certeza quem vem ‘pra cá’ não se arrepende”. Falando da exposição, há um vídeo contando da carreira de Senna, com entrevistas dele próprio e pessoas que conviveram com ele dentro e fora das pistas, cerca de duas horas de filmagem, mais fotos dele com frases e fatos do piloto, imagens do Senninha e de crianças beneficiadas com projetos do Instituto. Há, ainda seis capacetes. Um deles é o que o piloto usou Macacão vitorioso em 1988, quando conquistou seu primeiro Campeonato Mundial. O público também positions e 41 vitórias. Era considerapoderá apreciar outros capacetes do um piloto arrojado, que fazia peremblemáticos, como o do ano de seu formances impossíveis e respeitado terceiro campeonato (1991), o da por todos seus adversários. sua primeira vitória no GP de MônaMorreu prematuramente num fim co (1987) e o capacete usado no GP de semana trágico para o automobido Brasil, em 1994. Complementam lismo, no dia 1º de maio de 1994, no a série, os capacetes utilizados pelo circuito de Ímola, na Itália. É considepiloto em Donington (1993) e o da rado herói nacional, principalmente sua primeira vitória no GP de Portu- por ter resgatado a auto-estima de um gal, em 1985. povo. Sobre o piloto Ayrton Senna da Silva correu entre os anos de 1984 e 1994 na Fórmula 1, tendo obtido 3 títulos do Campeonato Mundial em 161 corridas com 65 pole- As facetas da fundação Senna Sobre o Instituto Ayrton Senna O Instituto Ayrton Senna atua desde 1994 com o objetivo de desenvolver o potencial das novas gerações, por meio da educação de qualidade. Para isso desenvolve programas educacionais que já atenderam 11.640.930 crianças e jovens, em 1.372 cidades, de 26 estados brasileiros e Distrito Federal, com 553.512 educadores capacitados. É a única organização nãogovernamental no mundo a conquistar o título de Cátedra em Educação e Desenvolvimento Humano, da rede de cátedras da UNESCO. Em 15 anos, foram investidos R$ 203.417.308 em seus programas educacionais, que são realizados em escala, por meio de parceria com as redes púbicas municipais e estaduais de educação. Era para ser apenas um domingo no parque O que poderia ser mais um belo domingo de sol algumas vezes pode acabar se tornando um grande pesadelo Alexandre Zveibil Renata Romão M oradores do bairro do Pacaembu, região central de uma das cidades mais movimentadas da América Latina, precisam pensar duas vezes toda semana antes de decidirem se podem ou não ir a um parque com seus familiares. Tudo isso porque, em São Paulo, domingo é dia de futebol e as torcidas organizadas tomam conta do transporte público da cidade, transformando qualquer movimentação em um verdadeiro caos. Na última semana, Juliana Moreira, 19 anos, e suas amigas, todas residentes do bairro do Campos Elíseos, decidiram fazer uma visita ao Parque da Juventude: “ o pessoal do trabalho disse que tem muita coisa legal por lá, então decidimos ir conhecer o parque no domingo a tarde”. As garotas, todas usuárias do transporte público, não sabiam que neste mesmo dia ocorreria uma partida de futebol, por isso não se preocuparam em utilizar um caminho alternativo. Porém, o que aconteceu foi que ao entrar no vagão, na estação República do metrô, elas se depararam com dezenas de torcedores de uma torcida organizada, alguns deles completamente alcoolizados segundo as próprias garotas. “Logo que entramos no vagão percebemos que alguma coisa ia acontecer, eu olhei para a cara das meninas e senti que todas estavam morrendo de medo”, explicou Juliana, ao ser questionada sobre o que aconteceu dentro do metrô. As garotas dizem que assim que entraram no trem, com destino ao Parque da Juventude, começaram a ser assediadas de maneira agressiva por alguns membros da torcida organizada Gaviões da Fiel. “Eles ficavam passando a mão e me agarrando pelo cabelo”, disse Mara Albuquerque, de 18 anos. “Foi um grande pesadelo, depois daquele dia, eu nunca mais ando de metrô, completou a moça. O que torna a situação ainda mais grave é que policiais e funcionários do metrô estavam presentes na estação, Em meio a parques, o estádio espanta moradores em dias de jogo e podiam ver a cena, mas nada faziam. “Acho que os guardas estavam com mais medo dos gaviões do que a gente”, disse Juliana, com um tom de ironia. Outro caso parecido com o de Juliana e sua turma aconteceu no mesmo domingo, só que desta vez, ao invés do metrô, ocorreu dentro de um ônibus. Santiago Alfenas, de 21 anos, é torcedor fanático do Corinthians, “Minha família até se assusta quando eu estou assistindo os jogos do timão, as vezes é difícil de se controlar”, diz o rapaz. No último domingo, como costuma fazer, Santiago saiu de sua casa, localizada no bairro de Higienópolis, a caminho do ônibus que o deixaria em frente ao Estádio Municipal do Pacaembu. Ao entrar no ônibus, ele viu uma cena que o deixou indignado; três rapazes, de uma torcida organizada do Corinthians, estavam xingando um menino menor de idade, tudo porque o garoto vestia uma camisa de outra equipe de futebol. “ O menino tinha uns 14, 15 anos, qual o problema dele torcer pros porcos?”, se questionou Santiago. “Tinha um monte de corintianos no ônibus, mas a maioria não fez nada pra defender o garoto, e eu não sou louco de ir defender ele e depois apanhar de um monte de gente, né”, explica Santiago, quando perguntado sobre a razão de não ter oferecido ajuda ao garoto. Infelizmente estas situações são muito mais comuns e corriqueiras do que se imagina e não ocorrem apenas com as torcidas X,Y ou Z, e este problema não é apenas encontrado no estado de São Paulo. Casos no Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre e muitas outras cidades brasileiras ocorrem praticamente com a mesma frequência. A realidade mostra que não estamos mais seguros quando se esta nas proximidades de estádios de futebol, para sair de casa devemos pensar dez vezes antes de correr um risco desnecessário. O futebol é uma paixão nacional, une o povo, traz felicidade aos menos favorecidos, mas até quando seremos reféns de trogloditas que matam uns aos outros apenas porque se torce para uma equipe diferente? Lixo sem consciência Tiago Melo Pesquisas afirmam que um terço de tudo que se compra vai para o lixo Tiago Melo P or ano, toneladas de alimentos são produzidas no Brasil e dessas, 26 milhões são jogadas no lixo, segundo dados da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). De 100 caixas de produtos alimentares colhidas no campo, 39 não chegam à mesa do consumidor. Das 43,8 milhões de toneladas de lixo geradas anualmente no Brasil, 26,3 são de comida. 60% do lixo urbano produzido no país é composto por restos de alimentos. De cordo com o IBGE, a quantidade seria suficiente para alimentar 35 milhões dos cerca de 72 milhões de brasileiros em situação de insegurança alimentar. Um estudo realizado pela Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuária, no centro da agroindústria de alimentos comprova que, o brasileiro joga fora mais do que come. Em hortaliças e leguminosas por exemplo, são jogados no lixo, todo ano, cerca de 37 quilos por habitantes. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) mostram que, nas principais capitais do país, os cidadãos consomem em torno de 35 quilos desses produtos por ano, dois quilos a menos, do que oo que jogam no lixo. Nos Estados Unidos o índice de desperdícios de alimentos gira em torno de 10%. Já no Brasil, esse valor chega a quase 40%. Uma família brasileira joga fora, em média, meio quilo de comida por dia. Um hipermercado pode desperdiçar por mês até 2000 quilos de alimentos bons para o consumo, mas não para a venda. A perda de alimentos nas feiras livres de São Paulo é estimada em 1000 quilos por dia. Todos os dias, milhares de donas de casa, abrem suas geladeiras e armários de cozinha e se deparam com alimentos fora do prazo de validade, que vão diretamente para a lixeira. E foi pensando nisso que o instituto Akatu começou a promover uma campanha para evitar o desperdício de alimentos, tendo como slogan “1/3 de tudo que você compra vai para o lixo”. Essa campanha tem como principal objetivo, motivar o cidadão A reciclagem salva muitos brasileiros da miséria a responder, de forma positiva, ao desafio de evitar o desperdício de alimentos, contribuindo assim para a construção da sustentabilidade da vida no planeta. Além dessa campanha, o Instituto, apóia e participa de diversos outros projetos, sendo o mais recente o quadro “Mudança Geral” produzido pelo programa fantástico da rede globo, onde uma família deve aprender a evitar o desperdício, não apenas de alimentos,mas energia e água. O quadro tem como consultora Raquel Diniz, que é coordenadora de capacitação comunitária do instituto. Uma maneira de evitar tamanho desperdício, é aprendendo mais sobre os alimentos que consumimos. Conhecer mais cada um deles e seus valores nutritivos. O que muitos desconhecem, é que em muitas frutas e verduras, a maior concentração de vitaminas e nutrientes estão nas partes não convencional desses alimentos, como as folhas e as cascas, que geralmente são descartadas. “Muitos sabem que a banana é rica em potássio, porém poucos sabem que a casca da banana possui duas vezes mais potássio que a própria fruta. E que é possível fazer várias receitas com ela, e o sabor, no final, é imperceptível”, explica a nutricionista Thaís Salata. O sesi São Paulo possui um programa educacional de incentivo ao aproveitamento integral do alimento, chamado “Alimente-se bem”. O programa foi criado em 1999 e incentiva a mudança nos hábitos alimentares da populção, promovendo aulas práticas, ensinando receitas de baixo custo, utilizando os conceitos de aproveitamento total dos alimentos. A Nutricionista Thaís Silveia Salata, atua no projeto há seis anos, ministrando aulas gratuitas para a população. “As pessoas ainda tem muito preconceito em utilizar certas partes dos alimentos. Não comem o tálo de alguns legumes por serem duros, não fazem uso da rama das cenouras por não ser algo usual, sem saber que as folhas da cenoura, tem muito mais vitamina C que a própria cenoura. O que é muito comum de se ver, principamente em feiras livres, são pessoas comprando couve-flor, e jogando as folhas da couve no lixo, sendo que as folhas da couve-flor, quando bem preparada, são mais saborosas até que a tradicional couvemanteiga. No programa a gente ensina as pessoas a fazerem receitas mais nutritivas, e com um custo muito mais baixo. Além de livros de receitas, o programa também oferece uma tabela de composição química das partes não convencionais dos alimentos”. O programa “Alimente-se bem” atua em quarenta unidades do sesi em todo o estado de São Paulo e em algumas unidades móveis. E tem ajudado muitas pessoas a compreenderem mais essa questão do desperdício, além de auxiliá-los na mudança de seus hábitos alimentres, fazendo-os ter uma alimentação muito mais saudável e nutritiva. Os interessados em participar do programa, deverão procurar o Centro de Atividades do Sesi mais próximo. Para obterem maiores informações podem acessar ao site: www.sesisp.org.br. Lá as pessoas poderão encontrar informações sobre o programa, e como participar. Inovação no veículo impresso Grupo Folha reforma a linha editorial para acompanhar a nova tecnologia Camila Conceição Jéssica Ciorniavei Melina Cabral E Acompanhar a modernidade sempre atrai novos leitores da Silva, diretor do grupo, a Folha de S. Paulo priorizará os textos mais compactos e didáticos, objetivando uma síntese analítica dos acontecimentos recentes. “As mudanças visam aumentar a concisão e análise no noticiário quente do jornal”, diz ele. Dentro da nova lógica de edições, os textos passarão a ser, na medi- Fotos: Jéssica Ciorniavei m meio a um cenário que se modifica diariamente, cada vez mais surgem novas tecnologias que influenciam a forma de fazer jornalismo. Dentro desse contexto em que a internet, principalmente, ganha cada vez mais força, os veículos impressos buscam uma forma de se adequar a essa realidade, se modernizando em vários aspectos e procurando continuar a deter características particulares no seu modo de transmitir informação. O Grupo Folha, por exemplo, busca encara esta situação aprimorando seu projeto editorial tendo como base o modelo da internet, isto apemas como forma de parâmetro não diretamente uma mudança buscando competir com este meio. Dentro desse panorama, introduziu-se em um novo ciclo editorial, seguindo a direção do que é considerado modernidade, ou o chamado ‘estado da arte’. Segundo Carlos Eduardo Lins Motoboys e taxis são uma constante na sede do jornal da do possível, mais sucintos, não deixando de dar a devida importância às matérias mais relevantes. Ela tem como proposta fundamental a valorização das particularidades relativas à plataforma impressa, oferecendo a seus leitores um jornal mais moderno e atualizado, pois, sem mudanças, qualquer manifestação de imprensa envelhece rápido, de tal forma que pode até perder leitores. Apesar de estabelecer alterações em algo conhecido e functional ser um risco, isso se faz necessário para sua própria sobrevivência. Além da nova linha editorial, a Folha também passa por uma reforma arquitetônica, que visa aumentar a interação entre o periódico, a Folha Online, as revistas e o jornal Agora por meio da reorganização do espaço, além de aperfeiçoar as condições gerais de trabalho, e outra no sistema digital, que será aprimorado para agilizar o fechamento das matérias. Mesmo que essas reformas sejam essenciais para que o jornal se mantenha forte, elas não foram pensadas em função do advento das novas alternativas jornalîsticas, como cita ainda Carlos Eduardo: “a reforma não foi pensada como forma de enfrentar a internet, mas as discussões sempre levam em consideração as novas tecnologias”.