Discurso Residência Oficial do Primeiro-Ministro, 05.12.2012 Senhor Ministro da Administração Interna, Senhor Ministro da Saúde, Senhor Secretário de Estado, Senhor General Comandante Geral da GNR, Senhores Generais, Oficiais, Sargentos e Guardas da GNR, Senhor Presidente e senhores membros do INEM, Timor-Leste, considerado de modo unânime como um verdadeiro caso de sucesso de uma intervenção internacional sob a égide das Nações Unidas, contou a partir de 2000 com a participação dedicada e altamente profissional dos militares da Guarda Nacional Republicana, e desde 2006 com o apoio do INEM, para uma quota-parte daquele sucesso. Esta participação iniciou-se quando as forças da GNR constituíram uma “Rapid Response Unit” (RRU), integrada na Administração Transitória da ONU, e representa sem dúvida também um relevante marco na vida da própria Instituição, dado que pela primeira vez na sua longa história a Guarda aprontou e projetou para o exterior uma força constituída e auto-sustentada. 1 Só a sua natureza militar, aliada à inerente disponibilidade dos seus elementos e à sua capacidade logística, permitiram a projeção e a sustentação de uma força deste tipo num tão curto espaço temporal para operar num tão distante e complexo teatro de operações. Foi também a sua polivalência que possibilitou a participação da GNR numa missão internacional como a que as Nações Unidas colocaram em Timor. Essa missão, como sabemos, incorporou unidades militares e policiais, com uma capacidade de intervenção robusta, capaz de lidar com múltiplos cenários de elevada instabilidade e risco e, em simultâneo, de utilizar técnicas de proximidade com as populações e com a sociedade civil em geral, pautando a sua atuação por um escrupuloso cumprimento da lei. Para Portugal, é uma mais-valia a existência da GNR com todas as especificidades de uma força policial de natureza militar. Não dispusesse o nosso país da GNR e as capacidades nacionais nesta vertente da ação política externa ver-se-iam seriamente diminuídas. A presença da GNR em Timor contou com 17 contingentes, integrando um total de cerca de 2300 militares, que devido à sua notável capacidade de interação e de relacionamento com as populações e à firmeza das suas atuações, cedo granjearam o respeito e a admiração do povo e das autoridades timorenses e foram objecto, como afirmei, de reconhecimento internacional. 2 Incumbidos de inúmeras e diversificadas missões, cabe realçar a intervenção decisiva dos militares do Subagrupamento Bravo aquando do atentado ao Presidente da República de Timor-Leste, momento delicado em que o INEM desempenhou um papel determinante na prestação de cuidados médicos ao Chefe de Estado timorense, bem como na reposição da lei e da ordem durante os períodos mais conturbados do processo de consolidação democrática naquele País. Tudo isto para além de múltiplas tarefas e missões de segurança, proteção e apoio que, com indiscutível êxito, levaram a cabo. O Subagrupamento Bravo apoiou realmente o povo timorense através de ações de solidariedade e de desenvolvimento em benefício das populações locais, o que também é revelador das aptidões da GNR. Noutro plano, a Guarda empenhou-se e continua empenhada na formação da Polícia de Timor-Leste, a pedido das autoridades timorenses, que pretendem criar de um modelo de polícia semelhante ao da GNR. Cabe pois ao Governo a que tenho a honra de presidir dizer que esta participação da GNR muito contribuiu para o estreitamento das relações entre Portugal e aquele jovem país lusófono, como me foi em diversas ocasiões testemunhado pelos seus mais altos responsáveis. E, com o INEM, prestigiou o nosso país e é motivo de orgulho para todos os portugueses. Quero por isso manifestar à Guarda Nacional Republicana e aos seus militares, e em especial aos que integraram o Subagrupamento Bravo que à semelhança 3 dos seus camaradas que estiveram destacados noutras importantes missões internacionais, assim como ao Instituto Nacional de Emergência Médica, todo o meu apreço e agradecimento por tão bem terem sabido prestigiar Portugal. O primeiro-ministro dirigiu depois um "cumprimento especial às famílias dos militares" que são "normalmente muito penalizadas". "Nós sabemos que quando se cumpre uma missão colocamos as nossas obrigações à frente de tudo mas como é evidente paga-se um preço às vezes muito elevado por cumprir bem as nossas missões e as famílias são normalmente muito penalizadas durante esse exercício". Muito obrigado. 4