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A INOVAÇÃO TECNOLÓGICA NO BRASIL NA ÚLTIMA DÉCADA DO SÉCULO
XX
Márcio de Araújo Lima
Ricardo Candéa Sá Barreto
RESUMO
Esta pesquisa faz uma análise dos gastos do Governo e das empresas no Brasil em inovação e
capacitação tecnológica para a última década do século XX., procurando identificar um perfil
das empresas inovadoras e medir os resultados alcançados por elas. Os indicadores de
capacitação tecnológica apresentados neste artigo ajudarão a saber como as empresas
brasileiras estão precisando investir em pesquisa e desenvolvimento para tornarem-se
competitivas e manterem a participação no mercado.
1. INTRODUÇÃO
Quando se fala em Inovação Tecnológica, parte-se do pressuposto de passar de uma
tecnologia para outra. Inovar significa mudar, criar uma nova tecnologia a partir de uma
tecnologia já dada. A inovação tecnológica pode ser de produto ou processo e um dos
elementos importantes para o seu surgimento, são as atividades de Pesquisa e
Desenvolvimento(P&D). A progressão dessas atividades e o uso de conhecimentos já
adquiridos habilitam um país a adquirir ou aperfeiçoar sua capacidade tecnológica, ou seja, a
habilidade de usar seus conhecimentos tecnológicos na atividade econômica.
Os investimentos em capacitação tecnológica são considerados investimentos de risco
e exigem a intervenção do Estado para que eles possam acontecer. O interesse em investir em
tecnologia está ligado ao padrão de desenvolvimento dos países e assentado na vontade
política de cada um. Padrões de intervenção são diferentes nos países desenvolvidos e nos
países em desenvolvimento. Nos primeiros, a intervenção é seletiva, com prioridade em
setores intensivos em tecnologia ou portadores de novas tecnologias, favorecendo as empresas
mais oligopolizadas e eliminando setores tecnologicamente atrasados e sem capacidade de
competição em nível internacional. Nos países em desenvolvimento, observa-se em alguns
uma política de diminuição da dependência tecnológica com a procura do aumento da
capacitação e a busca de inovações. Em outros, o desenvolvimento tecnológico é passivo,
apenas renovando a tecnologia , importada dos países desenvolvidas na compra de máquinas e
equipamentos. Atualmente, as medidas políticas dos diversos estados em Ciência e
Tecnologia ganharam um contexto internacional mais amplo e a decisão de um deles
interfere na situação dos outros.
No caso brasileiro, as etapas de implantação de políticas tecnológicas visavam a
redução da dependência tecnológica de forma gradual de acordo com o processo de
industrialização. Ao longo do século passado foram criadas algumas instituições com o intuito
de executar essas políticas. Dentre elas, pode-se citar o Conselho Nacional de Pesquisas
(CNPq) e a agência Financiadora de Projetos (FINEP). Os anos 90 foram apontados por
CUNHA (1992) como o período de uma ampla e abrangente revolução científica com
mudanças nos padrões internacionais de competitividade, nas relações comerciais
internacionais, no processo produtivo e na organização da sociedade.
Os investimentos públicos do Estado em Ciência e Tecnologia diminuem os riscos e as
incertezas que as empresas enfrentam quando decidem investir em capacitação. Elas investem
porque sabem que precisam tornar-se competitivas no mercado em que atuam. A capacitação
é o marco para as estratégias competitivas. A empresa inovadora priorizará os investimentos
em pesquisa para ter sempre produtos competitivos.
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Os investimentos em tecnologia feitos pelo governo e pelas empresas no período
1991-2000 mostram como está o Brasil em termos de capacitação e quais os resultados
alcançados pelas empresas.
2-PAPEL DO ESTADO NA CAPACITAÇÃO TECNOLÓGICA E O CASO
BRASILEIRO
2.1- Considerações Sobre Políticas de Intervenção em Ciência e Tecnologia dos Diversos
Estados.
Os investimentos em Tecnologia são importantes devido à competitividade e a
manutenção das empresas no mercado. Sabe-se que esses investimentos não têm retorno
imediato e também são altos e os riscos consideráveis. ERBER (1980) cita que a incerteza
(técnica, econômica e financeira) é um dos principais fatores inibidores da inovação em
empresas industriais. Devido a esses fatores, o estado surge como um catalisador no sentido
de garantir as melhores escolhas para a área de Ciência e Tecnologia e também para
minimizar os riscos que as empresas encontram quando investem em pesquisa e
desenvolvimento de novos produtos e processos.
A intervenção do Estado em Ciência e Tecnologia está intimamente relacionada ao
padrão de desenvolvimento dos países. Os objetivos das políticas implementadas dependem
de como o Estado reage às várias pressões dos capitais dominantes e daí quais as estratégias
que vão ser traçadas para responder a esses interesses. Assim, se numa dada economia, o
capital nacional é forte e preponderante, os investimentos seguirão um caminho da
independência tecnológica em relação a outros países. A busca de inovações será uma
constante. Por outro lado, se o capital mais atuante é o estrangeiro, sua política de Ciência e
Tecnologia seguirá fortes traços de passividade e dependência tecnológica junto aos países
investidores.
“A Política de Ciência e Tecnologia só se concretiza se a sua base de formulação
estiver assentada na vontade política, tendo como sustentação um projeto nacional
que defina o grau de dependência tecnológica desejada para a nação. O grau de
dependência e de sofisticação da base técnica vai depender, na sua essência, da
disposição dos segmentos de capitais em reivindicar e apoiar a Política de Ciência e
Tecnologia, resultando no processo em que diferentes forças articulam-se no
sentido de orientar, fornecer ou dificultar o movimento de criação e incorporação
de
novos
conhecimentos
científicos
e
tecnológicos
ao
sistema
produtivo”.(CUNHA,1992, p. 86).
Portanto, as políticas públicas em Ciência e Tecnologia sofrem a influência dos
diverso setores que formam a economia de um estado.
A seguir será examinado qual o padrão de atuação dessas políticas, observando os
diversos países, tanto os avançados industrialmente como os de industrialização retardatária
(os emergentes ou em desenvolvimento).
2.2- Padrões de Intervenção nos Países Avançados
A estrutura industrial dos países avançados é oligopolizada, com produção em larga
escala e automatizada. Essa estrutura usa uma sistemática de inovação baseada no
conhecimento científico acumulado, realizada por pessoas e instituições especializadas. O
Estado exerce então um papel fundamental como promotor do progresso técnico e na
transferência e difusão. Foi justamente nas conhecidas revoluções industriais que o Estado
passou a ter essa importância. Esse papel foi sendo assumido de forma progressiva já a partir
do século XIX, onde a inovação tecnológica começou a ser gerada do planejamento e da
pesquisa e não mais da ação individual.
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Citando CUNHA (1992, p. 88), podemos observar o grau de participação do Estado
nas atividades de pesquisa:
“ O Estado, nos países industrializados, participa não só como
executor direto em atividades de P&D, através de instituições
privadas. A PCT desses países se estrutura com base em um sistema
nacional de inovação composto de instituições ma troca e na
cooperação mútua entre as várias instituições, gerando economias de
escala, especialização e sinergia, ou seja, estrutura-se um núcleo
endógeno de inovação tecnológica.”
A intervenção do Estado é altamente seletiva, onde a prioridade são os setores
intensivos em tecnologia ou portadores de novas tecnologias, favorecendo então as empresas
mais oligopolizadas e eliminando setores tecnologicamente atrasados e sem capacidade de
competição em nível internacional. Dentre as características de intervenção, de acordo com
ERBER (1980), podemos citar:
a) Realizador de P&D- Como já citado em CUNHA (1992) e reforçado por ERBER
(1980) o Estado vem a ser o executor direto de atividades de P&D. Tirando o sistema
educacional, ele o faz via institutos de pesquisas e laboratórios. Isso, quando não
consideramos também as empresas estatais, como são os casos da França e do Reino
Unido;
b) Financiador de P&D - O governo transfere recursos para o setor empresarial e para o
sistema educacional. A maior parte destes recursos vai para as indústrias intensivas em
tecnologias de ponta, como a indústria aeronáutica, por exemplo1;
c) Incentivos Fiscais – Geralmente esses estímulos vêm na forma de dedução de imposto
de renda devido pelas empresas e na depreciação acelerada dos investimentos em P&D,
reduzindo assim os custos de realização dessas atividades.
d) Outras medidas de apoio estatal – entre estas, têm-se as medidas de ordem legal como
os direitos de monopólio sobre a inovação, inclusive a compensação por aqueles que
tentarem apropriar-se das informações sem o devido pagamento. Os direitos de
propriedade são preservados em acordos nacionais e internacionais. As medidas de ordem
econômica,como a redução de custos e a redução das incertezas com a proteção dos
mercados nacionais, preferência em compras e o controle de importações como tarifas e
cotas e, mais indiretamente, a política de câmbio. Em algumas indústrias de bens de
capital, especialmente as intensivas em tecnologia, as empresas estatais atuam como o
principal comprador . O Japão faz uso dessas medidas, além de uma cuidadosa
discriminação de entrada de capitais estrangeiros e ao uso intensivo de importação de
tecnologia acoplada a P&D local.
2.3 – Padrões de Intervenção em Países de Industrialização retardatária
Alguns países de industrialização retardatária (em desenvolvimento ou emergentes)
buscaram uma política de diminuição da dependência tecnológica procurando o aumento da
capacitação e a busca de inovações. Outros preferiram um desenvolvimento tecnológico
passivo, apenas importando máquinas e equipamentos dos países desenvolvidos.
O desenvolvimento industrial desses países foi a partir dos anos 50 com o crescente
movimento de internacionalização do capital produtivo que causou a difusão e generalização
do padrão de produção e consumo dos países avançados rumo a alguns países de periferia.
Assim, as suas bases industriais foram construídas em estruturas altamente oligopolizadas,
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Para detalhamento dos financiamentos feitos pelos países avançados, ver ERBER (1980).
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com elevados requisitos
tecnológicos e financeiros, dinamizados e difundidos na
industrialização de produtos duráveis.
Para financiar a nova ordem tecnológica advinda dos países centrais, o papel do
Estado foi fundamental, servindo como articulador através de acordos políticos, dos espaços
específicos do capital estrangeiro, estatal e privado nacional. As empresas estrangeiras
transferiram então parte do conhecimento científico e tecnológico, como a operação de fábrica
e engenharia de detalhe.2 As atividades de P&D, o projeto básico e a especificação dos
equipamentos ficaram retidos na matriz.
Os capitalistas locais, pressionados pela difusão do padrão tecnológico dos países
avançados, passaram a utilizar acordos de licenciamento e a importar bens de capital. Esses
acordos apenas permitem o uso de equipamentos, sendo que todos os aperfeiçoamentos que
venham a ser feitos são de propriedade do licenciador.
Os obstáculos para inovar surgem do subdesenvolvimento da indústria local,
principalmente para aquelas de bens de capital e serviços de engenharia, assim como da
fragilidade da infra-estrutura científica e tecnológica desses países.
Para SICSU (1989) ,alguns Estados atuaram para que fossem reduzidos os obstáculos
à inovação, com políticas de longo prazo, utilizando a importação de tecnologias, todavia,
com objetivos voltados para a diminuição do grau de dependência. Este foi o caso da Coréia
do Sul. Seu capital local, articulado com o Estado, impôs barreiras à entrada de capital
estrangeiro nos setores considerados estratégicos e , ao mesmo tempo, utilizou-se da
importação de tecnologia conjugada, com uma política de desenvolver internamente a
capacidade de produzir meio de produção e inovação, montando uma estrutura interna de
pesquisa e tecnologia capaz de sustentar um padrão de desenvolvimento autônomo. O
treinamento eficiente da mão de obra e o incentivo à formação de joint-ventures permitiram
aos coreanos a assimilação de tecnologias estrangeiras, principalmente na indústria naval.
Os investimentos em tecnologia de ponta, como o setor automobilístico e
microeletrônico, deram à Coréia do Sul um desenvolvimento tecnológico capaz de superar
crises( COUTINHO ,1998).
2.4- Enfoques Atuais da Intervenção dos Estados em Ciência e Tecnologia
Uma empresa investe em tecnologia (seja de forma ativa ou passiva) para competir no
mercado e/ou manter-se nele. Com o progresso tecnológico, principalmente nas áreas de
informação e telecomunicações, as relações comerciais entre países tornaram-se mais
dinâmicas culminando com o efeito globalização. Por conta disso, as medidas políticas dos
diversos Estados em Ciência e Tecnologia ganharam um contexto internacional mais amplo e
a decisão de um deles interferem na situação de outros.
Com efeito, procurando dotar de maior competitividade os setores industriais
intensivos em conhecimento e recuperar o seu dinamismo, além de procurar novos mercados,
os países avançados procuram hoje em dia, estabelecer um novo padrão de conhecimento com
uma nova trajetória tecnológica, através do desenvolvimento de novas tecnologias de
produtos e processos de fabricação, como a Biotecnologia, Engenharia Genética, Novos
Materiais e novas tecnologias energéticas. Some-se a tudo isso as novas técnicas gerenciais,
novas formas de reorganização industrial e estratégias de mercado (as chamadas
reestruturações).
Os países em desenvolvimento que adotaram uma política de Ciência e Tecnologia
passiva, como os casos da América Latina; para adaptarem-se a essas novas regras, buscaram
uma “competitividade espúria”3, reduzindo o nível de renda e o padrão de vida da população,
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A engenharia de detalhe é voltada para o funcionamento da máquina no processo produtivo.
A competitividade espúria é baseada na exploração da mão de obra barata dos países atrasados tecnologicamente.
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já que as reestruturações produtivas não foram acompanhadas do desenvolvimento de uma
base técnica forte. CUNHA (1992, p. 94) comenta que : “ esse tipo de política contribui para
manter uma mentalidade protecionista, que se distingue pela falta de liderança da burguesia
nacional, incapaz de inovar e concentrar capital, ou seja, uma burguesia ineficiente e
impermeável aos avanços que vêm ocorrendo nos países desenvolvidos” .
Já as políticas de Ciência e Tecnologia ativa adotada pelos países em desenvolvimento
do Bloco Asiático foram assentadas na busca de reestruturação de sua estrutura produtiva
aliada a um processo contínuo de aprendizagem, assimilação e inovação, voltados para o
aproveitamento das vantagens comparativas internas que induzissem ao aumento da
produtividade, buscando uma maior participação no mercado internacional.
Na década de 80, os países em desenvolvimento da América Latina adotaram uma
postura passiva diante das principais transformações tecnológicas que ocorriam nos países
desenvolvidos e Bloco Asiático, sem procurar desenvolver internamente uma política
coerente e consistente de Ciência e Tecnologia e sem criar canais que possibilitassem acesso a
esse processo, cujo monopólio encontra-se nas mãos das multinacionais.
Mesmo diante das atuais dificuldades (falta de investimentos interno e externo,
reconcentração de capital, ampliação do poder financeiro dos grandes oligopólios), CUNHA
(1992) diz que a “competitividade autêntica”4 da indústria da América Latina continuará
comprometida se não forem feitos esforços significativos direcionados para a aprendizagem,
assimilação e desenvolvimento do conhecimento, capazes de criar internamente um “núcleo
endógeno de inovação tecnológica”.
2.5- Evolução do Estado Brasileiro em Ciência e Tecnologia
O Brasil tem acompanhado em toda sua história todas as etapas do processo de
industrialização com a implantação de políticas que visem a redução da dependência
tecnológica. Todas essas políticas tiveram seus avanços e retrocessos. Os avanços se têm dado
de forma gradual.
ALBUQUERQUE (1995,p.50-51) chama a atenção para o começo do progresso
científico brasileiro que se deu em fins do Século XIX e início do XX, já que o período
anterior dificultara esse início. Nas duas primeiras décadas do Século XX, observa-se o
desenvolver da Ciência, segundo o autor, com uma preocupação para o aperfeiçoamento dos
produtos de exportação (principalmente o café), a saúde pública, aproveitamento dos recursos
minerais e a expansão da educação técnica. Na indústria ocorreu a substituição de
importações devido a I Guerra Mundial. A tecnologia dos produtos era facilmente copiada ou
difundida firma-por-firma.
No período subseqüente, ALBUQUERQUE (1995) observa um amadurecimento por
parte dos cientistas brasileiros com a criação da Universidade de São Paulo (USP), o Instituto
de Biologia de São Paulo e o Instituto de Biofísica do Rio de Janeiro, os quais serviram de
base para o desenvolvimento da Física, Química e Genética no Brasil. Mesmo assim faltava
autonomia para a comunidade científica, que só foi conseguida com a fundação da Sociedade
para o Progresso da Ciência (SBPC) em 1948 e do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas
(SBpF) em 1949. O autor coloca que essas associações exerceram influência para a criação
do Conselho Nacional de Pesquisas (CNPq) em 1951. Esta instituição concentrou esforços no
estudo da energia nuclear, projeto que foi barrado pelo governo norte-americano. Assim o
CNPq passou a ser orientado para a produção de Ciências Exatas e Biológicas. CUNHA
(1983) analisa que o CNPq contribuiu muito para a modernização do ensino superior. Os
professores bolsistas assimilavam conhecimento nas universidades estrangeiras e o reproduzia
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A competitividade autêntica é baseada nas vantagens comparativas e tecnológicas dos países que atuam no mercado
internacional.
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em suas universidades de origem. ALBUQUERQUE (1995) cita também por essa época a
criação do Instituto Tecnológico da Aeronáutica que é considerado por CUNHA (1983) uma
referência de modernização do ensino superior no Brasil.
Na metade dos anos 50 surge o Plano de Metas de Juscelino. Observa-se nesse período
a falta de dotação de uma tecnologia própria. COUTINHO E FERRAZ apud SANTOS (1998,
p. 102-103) comenta o seguinte desse período:
“A partir da metade dos anos 50, com a crescente proteção do mercado nacional a
importações, começaram a ser introduzidos no país os segmentos produtores de
bens de consumo duráveis e de bens intermediários de maior complexidade
tecnológicas, cuja base técnica, em nível mundial, já se encontrava em adiantado
grau de maturação... Ao longo do processo de substituição de importações, a
incorporação e a difusão de tecnologias mais modernas se deram através de
constante busca de tecnologias estrangeiras por parte de um número relativamente
reduzido de empresas líderes. Avolumou-se a importação explícita de tecnologia e
serviços tecnológicos sem que se manifestasse de forma sistemática, esforço
tecnológico interno paralelo ou subseqüente ao processo de compra externa de
tecnologia.”
Apesar do crescimento do parque industrial brasileiro nos segmentos automobilístico,
naval, mecânico, materiais elétricos,etc, e muitos outros setores, e da sofisticação tecnológica
dessas atividades; PEREIRA apud ALBUQUERQUE (1995) indica que as instituições de
pesquisa tecnológica entram em decadência, ou por falta de apoio financeiro oficial, ou por
falta de demanda suficiente dos setores produtivos nacionais ou estrangeiros ou por uma
combinação dos dois fatores. O autor diz que o orçamento da União para a área de
tecnologia, mais precisamente para o CNPq decresceu, causando um processo de emigração
de cientistas, engenheiros, e pessoal técnico. O autor ainda relata que se tentou com o Plano
Trienal uma argumentação favorável a uma política de autonomia tecnológica, porém sem
sucesso, por ele não estar em sintonia com tal objetivo.
O regime militar, de acordo com DAHLMAN e FRISCHTAK apud
ALBUQUERQUE (1995) iniciou-se com esforços para traçar políticas de Ciência e
Tecnologia e construção de instituições. ALBUQUERQUE (1995, p.64) aponta uma relação
entre a política econômica e a política científica e tecnológica desdobrada nesse período em
três fases: “O Programa de Ação Econômica do Governo (PAEG), o Plano Estratégico de
Desenvolvimento (PED) e os dois primeiros Planos Nacionais de Desenvolvimento (PNDs); e
a Secretária Especial de Informática (SEI) e a Política de Informática.”
O PAEG restringiu-se à política educacional e , de acordo com GUIMARÃES e
FORD apud ALBUQUERQUE (1995) não privilegiava os investimentos em pesquisa e
facilitou a entrada de capital estrangeiro tal como aconteceu com o Plano de Metas de
Juscelino. É desse período o Fundo de Tecnologia (FUNTEC) do Banco Nacional de
Desenvolvimento (BNDE) e a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP).
Para o SANTOS (1998) o PED mudou o tratamento da questão tecnológica no país,
com um programa de capacitação científica e tecnológica associado a uma estratégia
industrial e a uma infra-estrutura institucional. O PED não se resumia ao atendimento das
necessidades tecnológicas do sistema produtivo, mas ia além, com a promoção da capacitação
tecnológica do país. ALBUQUERQUE (1995) reforça essa idéia quando fala que o Plano
propunha acelerar o ritmo de incorporação de tecnologia ao sistema produtivo e empreender
esforço próprio de pesquisa. A ação governamental ficaria com o CNPq, que através do Plano
Básico Científico e Tecnológico (PBDCT), traria recursos públicos e captaria recursos
privados para programas de pesquisa. SANTOS (1998) ainda coloca que o objetivo do
PBDCT era o fortalecimento da infra- estrutura e da capacidade inovativa da empresa
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nacional e o desenvolvimento de áreas tecnológicas prioritárias5, assim como uma integração
das universidades com a indústria.
O Primeiro Plano Nacional de Desenvolvimento (I PND, 1972/74) propôs o
desenvolvimento de novos setores com alta intensidade tecnológica, a modernização das
indústrias tradicionais e a expansão das exportações de manufaturados. GUIMARÃES apud
SANTOS (1998, p. 104-105) dá uma clara idéia do que o governo pretendia para a área de
Ciência e Tecnologia:
“Esse governo pretendia acelerar o desenvolvimento científico e tecnológico
nacional com as seguintes prioridades para: Uma política tecnológica industrial
própria, desenvolvendo indústrias intensivas em tecnologia e utilizando os fatores
de produção do país em bases nacional e regional; A implantação do PBDCT, já
enfatizado pelo PED; O efetivo apoio à maior participação do setor privado no
desenvolvimento científico e tecnológico e para a criação, pelo governo federal, de
um centro de ciência e tecnologia aplicada para o planejamento; Institucionalização
de um sistema de informações sobre Ciência e Tecnologia, com o estabelecimento
de um Banco de Patentes”.
Apesar das intenções do programa de capacitar o país tecnologicamente durante o
processo de industrialização, não houve um esforço de investimentos em P&D, restringindose apenas ao uso e aprendizado das práticas de produção.
O Segundo Plano Nacional de Desenvolvimento (II PND 1974/76) tinha uma proposta
geral de completar a estrutura industrial. SANTOS (1998) e ALBUQUERQUE (1995)
atentam que foi colocado num período de conjuntura internacional desfavorável. A prioridade
seria o setor de bens intermediários e de capital e enfatizava, segundo SANTOS (1998), a
importância do desenvolvimento tecnológico aliado à política de recursos humanos. Foi
implementado o Segundo Plano Básico de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (II
PBDCT) que priorizou o setor energético para diminuir a dependência do país às fontes
externas, e criados os Núcleos de Articulação com as Indústrias (NAIs). COUTINHO &
FERRAZ (1994) observam que nesse período não houve grandes esforços privados internos
em P&D e que a demanda por serviços tecnológicos não atendiam às expectativas esperadas.
O III Plano Nacional de Desenvolvimento (III PND) foi concentrado na área de
informática. Foi criada a Secretaria Especial de Informática (SEI) para direcionar ações nesse
setor. Como resultado, FAJNYLBER apud ALBUQUERQUE (1995) aponta um significativo
sucesso em tecnologia de produto, porém reduzido no que concerne à tecnologia de processo
produtivo. A falta de um amplo planejamento deixou essa política restrita ao instrumento de
reserva de mercado (LUCENA apud ALBUQUERQUE, 1995). É desse período o Programa
de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (PADCT) que, como observa
GALVÃO apud SANTOS (1998, p. 109): “articulava as quatro principais agências de
fomento a C&T – CNPq, FINEP, STI/MIC e CAPES”.
O regime militar chega ao fim, e a busca de uma política de Ciência e Tecnologia
passa a ter garantias constitucionais (SANTOS, 1998). O governo Sarney apresenta o I plano
Nacional de Desenvolvimento da Nova República (I PND- NR) e cria o Ministério da Ciência
e Tecnologia (MCT). Também edita o I Plano Nacional de Informática (I PLANIN) que dá
continuidade à política de informática do período anterior (ALBUQUERQUE, 1995). A
política industrial foi centrada no Programa de Desenvolvimento Tecnológico Industrial
(PDTI), do qual SANTOS (1998, p.112) faz o seguinte relato:
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Essas áreas prioritárias, segundo a autora, seriam: energia nuclear,espacial, oceanografia e indústrias intensivos em
tecnologias e pesquisa agrícola.
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“Os investimentos no desenvolvimento tecnológico abrangeriam a modernização
das indústrias de bens exportáveis, o setor energético e a agricultura, dentre outros
setores primários. Buscar-se-ia eliminar o desperdício na produção, absorver novas
tecnologias, difundir o conhecimento tecnológico, conservar energia e modernizar
os processos produtivos. O desenvolvimento tecnológico seria priorizado
principalmente nas indústrias de bens de capital e nos setores de tecnologia de
ponta”.
CUNHA (1992) apresenta os anos 90 com o período de uma ampla e abrangente
revolução científica e tecnológica com mudança nos padrões internacionais de
competitividade, nas relações comerciais internacionais e no processo produtivo e na
organização da sociedade. O autor identifica claramente a política industrial e tecnológica do
Governo Collor. Esse governo dava ênfase na importação de tecnologia voltada para a
produção e não para a inovação. Não havia uma preocupação de formar um Sistema Nacional
de Inovação. ALBUQUERQUE (1995) confirma essa política ao falar do Programa de
Competitividade Industrial (PCI) que facilitou as importações, e o Plano de apoio à
Capacitação Tecnológica da Indústria (PACTI) que selecionava as empresas que obteriam os
recursos públicos alocados para a tecnologia industrial. SANTOS (1998) cita a Política
Industrial e de Comércio Industrial (PICE) cujo objetivo era expor a indústria brasileira à
competição internacional com menos proteção e maior abertura externa, e o Programa
Brasileiro de Qualidade e Produtividade, com a finalidade de modernizar a empresa brasileira
através da promoção da qualidade e produtividade.
No Governo Itamar Franco, ALBUQUERQUE (1995) cita a criação novamente do
Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), mas a prioridade era mais voltada para a política
econômica, que cortou orçamento deste ministério devido ao Plano Real. Na situação atual, o
Brasil vem desenvolvendo algumas atividades científicas acompanhadas pelo Ministério da
Ciência e Tecnologia que coordena as políticas de Ciência e Tecnologia através do Conselho
Nacional para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a agência Financiadora
de Estudos e Projetos (FINEP). O Ministério da Educação age junto ao Ministério da Ciência
e Tecnologia através de financiamento de bolsas de pós- graduação no país e no exterior
(CAPES). SANTOS (1998) comenta que o Brasil uma estrutura institucional consolidada dos
diversos órgãos do Ministério da Ciência e Tecnologia, mas que a capacitação interna ficou
relegada a outras prioridades conjunturais do país.
3. COMPETITIVIDADE E INOVAÇÃO TECNOLÓGICA NAS EMPRESAS
3.1- O Estado e a busca das empresas em competitividade
Como foi falado no capítulo anterior, o Estado tem programas de investimento em
capacitação tecnológica visando desenvolver seu parque industrial. Isto foi estudado tanto nos
países desenvolvidos como nos países em desenvolvimento. PERDOMO et al (2001,p. 2)
comentam que os países que possuem um programa de inovação tecnológica têm um parque
industrial mais avançado. Diante de tal quadro, a competitividade das empresas e nações está
relacionada à capacidade inovativa em que as mudanças tecnológicas têm-se acelerado de
forma significativa e as direções dessa mudança tomam rumos um tanto quanto complexos.
LASTRES E CASSIOLATO (1999, p. 39) observa que nos últimos 15 anos a
economia mundial tornou-se mais integrada devido a fatores como a globalização financeira e
a revolução tecnológica. A autora ainda comenta que os países em desenvolvimento vêm
buscando uma maior integração com a economia mundial. Pressionados pelos países mais
avançados e organismos como o Fundo Monetário Internacional e Banco Mundial, esses
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países tiveram que abrir suas fronteiras comerciais, desregulamentar suas atividades
econômicas e facilitar o acesso de empresas multinacionais a seus mercados.
3.2- Competitividade Entre as Empresas
FERRAZ(1995,p. 3) define competitividade como: “A capacidade da empresa de
formular e implementar estratégias concorrências que lhe permitam ampliar ou conservar de
forma duradoura uma posição sustentável no mercado”.
As empresas competem entre si na busca de participar do mercado e, ao mesmo
tempo, ampliarem essa participação. Se uma empresa concorre no mercado internacional, o
montante de suas exportações indica qual a sua participação no mercado, conseqüência de
suas ações produtivas, comerciais e de marketing, as quais definem as suas estratégias.
As empresas competem através do tempo e, para isso, despendem recursos para
financiar suas estratégias. A capacitação das empresas, ou seja, o estoque de recursos
materiais, humanos, informacionais, etc, é o marco para elas traçarem suas estratégias
competitivas. Os resultados das estratégias de produção e vendas escolhidas anteriormente são
as características tecnológicas do processo de produção e as formas específicas de
comercialização.
Novas capacitações devem ser buscadas pelas empresas. Os recursos que elas possuem
em estoque se depreciam com o passar dos anos e precisam ser repostos em função do
surgimento de inovações nos processos e produtos, organização da produção e formas de
comercialização. A adoção de estratégias mais agressivas renova o estoque de capacitação,
amadurecem as relações comerciais e põe a empresa na dianteira do processo inovativo.
Conhecimentos desenvolvidos pela própria empresa, aquisição de conhecimentos externos,
acordos de cooperação, material humano bem treinado, assim como vantagens para adquirir
matéria-prima e estrutura de transporte com boa logística de distribuição dos produtos são
exemplos de renovação desse estoque.
A obsolescência dos estoques de capacitação da empresa compromete a sua
competitividade levando à perda de mercado. Ao ser analisada as dimensões de capacitação
da empresa, perceber-se-á que ela não pode ser feita de forma homogênea, nem compará-las
com as de outra empresa por envolver juízo de valor.
Há uma relação entre as estratégias e capacitação, a qual FERRAZ(1995,p.5) chama
de “uma via de duas mãos”. As estratégias dependem da capacitação e procurar mudá-la
depende de mais recursos e tempo devido ao aprendizado que exige um estágio de
maturação. As estratégias visam mudar as capacitações para adequá-las às metas de
desempenho da empresa, mas são limitadas por elas em um processo de interação dinâmica.
É preciso julgar também se as estratégias traçadas são economicamente atrativas, ou
seja, se os gastos requeridos no seu financiamento, face aos riscos, darão os retornos
esperados. A percepção do empresário é necessária neste momento quanto ao futuro, pois
estratégias competitivas não trazem rendimentos imediatos.
As regularidades dominantes no meio competitivo também irão determinar as
estratégias. As empresas buscam adotar a todo o momento estratégias voltadas para capacitálas a concorrer em preço, esforço de venda ou diferenciação de produto, de acordo com o
padrão de concorrência vigente no mercado. Em cada mercado vigora um dado padrão de
concorrência definido a partir da interação entre estrutura e conduta dominantes no setor.
Para se aprofundar naquilo que é chamado de competitividade, é necessário estudar
um grande número de variáveis ligadas às formas de concorrência. Para isso serão
considerados os fatores determinantes de competitividade os quais são vigentes ao padrão de
concorrência atual. O sucesso competitivo depende desta análise no momento presente que
dará projeções que são de grande importância para o futuro próximo. Os fatores determinantes
de competitividade serão vistos no tópico seguinte.
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3.3- Fatores Determinantes de Competitividade
Já se sabe o que é competitividade e qual sua importância para a empresa. Serão
discutidos quais os fatores que a levam a ser competitiva. FERRAZ(1995, p. 11) divide os
fatores em três categorias: empresariais, estruturais e sistêmicos. Os empresariais dizem
respeito à gestão, inovação, recursos humanos e produção. Esses fatores se encontram ao
nível da firma e podem ser controlados e modificados diretamente pela empresa.
A capacidade de intervenção da empresa nos fatores estruturais é limitada pela
mediação do processo de concorrência. Sua influência parcial depende do mercado e da
configuração da indústria. Já os fatores sistêmicos não dão nenhuma possibilidade de
intervenção por parte da empresa. FERRAZ(1995, p.12-13) os qualificam como
externalidades e os classificam como fatores macroeconômicos, políticos- institucionais,
legais regulatórios, infra – estruturais, sociais e internacionais.
3.4- Empresas Inovadoras
A capacidade inovativa é o cerne do comportamento das empresas inovadoras. Elas
capturam mercados pela introdução de novos produtos, obtêm preços competitivos com o
máximo de aproveitamento dos insumos e reduzem o tempo de fabricação. A capacidade de
gerar progresso técnico está intimamente ligada ao resultado econômico.
Os departamentos de desenvolvimentos de produtos aumentaram o seu grau de
importância para as empresas e as atividades de P&D já se encontram extramuros através de
alianças tecnológicas e outras formas de associação e inovação, diferente do passado, onde a
maior parte dos gastos era realizada pelas empresas.
Todas as empresas que procuram desenvolver sua capacidade inovativa são
consideradas inovadoras. Existem alguns pressupostos que levam a firma a tornar-se
inovadora ou não. MUELLER apud SANTOS (1998,p. 63) cita quais as alternativas que a
firma tem em decisão de investimento. Ela pode investir em capital, aplicar recursos em P&D,
em propaganda ou no pagamento de dividendos aos seus acionistas. Essa decisão pode levar a
estratégia de combinação dessas alternativas.
Ao investir em P&D a firma assume alguns riscos acerca dos retornos esperados para
o futuro. A autora conclui que os riscos, dada a incerteza dos resultados do investimento, são
assumidos pela firma via recursos próprios. Além do mais, KAMENE e SCWARTZ apud
SANTOS (1998, p. 64) observam a incerteza dos retornos em P&D dificultam a obtenção de
financiamento externo por não haver garantias, caso o projeto falhe. Há também a relutância
em revelar informações detalhadas do projeto devido aos potenciais rivais que são atraídos.
O investimento em P&D não é um processo determinístico. Não se sabe se o projeto
será completado e/ou se dará os retornos esperados para a empresa. Na Pesquisa de Inovação
Tecnológica Industrial – PINTEC- IBGE (2000) observa-se essa preocupação ao perguntar se
a empresa tinha algum projeto para desenvolver produto ou processo e se tal projeto foi
completado ou abandonado. ERBER (1999, p.172) cita alternativas para a escolha de
investimento, onde entre elas se encontram as relacionadas com tecnologia:
“Taxa de retorno esperado e sua variabilidade, Taxa de retorno mínimo para
diversos tipos de investimento, Condições de apropriação de resultados, Incerteza,
distinguindo entre as fontes de incerteza: técnica, econômica, financeira; Escala
mínima de gastos, Fontes e condições de financiamento_ possibilidade de
estratégias cooperativas; Timing de fluxos e receitas, Liquidez e especificidade dos
ativos.”
11
O autor enfoca ainda o problema da independência dos investimentos em tecnologia,
em outras palavras, se existirá ou não na empresa uma porcentagem do faturamento para
investimentos em P&D ou se ela vai seguir o padrão piso-teto6
Algumas condições são necessárias para levar uma empresa fazer os devidos
investimentos em tecnologia. MATESCO apud SANTOS (1998, p,66) aponta algumas
condições: “Estrutura de mercado, estratégia da empresa, organização produtiva e
performance econômico-financeira”. A autora cita também as principais variáveis explicativas
desses investimentos:
“Constituição jurídica do capital, propriedade do capital, idade da empresa,
tamanho da empresa, localização geográfica, proteção efetiva na indústria,
concentração industrial, participação da empresa no mercado, diferenciação do
produto, produção destinada ao mercado externo, diversificação do produto,
esforços de promoção de vendas, determinação de preços, investimentos (variáveis
de estratégia), mão de obra treinada, compra de máquinas e equipamentos no
exterior”.
Não existe um consenso da seleção das variáveis explicativas associados à decisão da
firma em investimentos voltados para a atividade inovativa. Há muita divergência entre
autores que falam a respeito do assunto. SANTOS (1998) afirma que isso é decorrente da
dificuldade de se obterem informações estatísticas que retratem com maior confiabilidade a
natureza do processo inovativo, principalmente as ligadas ao aspecto financeiro. A autora cita
alguns trabalhos de autores que evidenciam a discussão dessa natureza7 e cita as principais
variáveis explicativas utilizadas por eles:
“tamanho, gastos em P&D defasados, taxas de retorno esperadas dos projetos de
P&D , diferenciação do produto, investimentos de capital, taxa de crescimento das
vendas, volume de vendas, lucros defasados ou correntes, depreciação, liquidez,
diversificação, dividendos, financiamentos internos e externos, estrutura de
mercado (concentração), gastos do Governo em P&D, trabalho especializado,
política do Governo em relação a P&D, proteção de patentes, existência de
laboratórios de P&D, importação de tecnologia e propriedade de capital”.
No próximo capítulo serão vistos os investimentos em capacitação tecnológica , assim
como que tipo de inovações foram feitas pelas empresas no década de 90.
4 – INDICADORES DE CAPACITAÇÃO TECNOLÓGICA PARA A DÉCADA DE 90
O Ministério da Ciência e Tecnologia possui alguns indicadores de Capacitação
Tecnológica, assim como a Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das
Empresas Industriais e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Todas essas
Instituições dão uma idéia de como foram feitos os gastos públicos e privados em Ciência e
Tecnologia e quais os seus impactos. Neste trabalho serão considerados esses indicadores
assim como a comparação entre eles para que seja feira uma análise do desempenho das
empresas em inovação e capacitação tecnológica.
6
Investimentos mínimo e máximo realizados pela empresa em P&D para que possa permanecer no mercado.
Os referidos trabalhos são: MANSFIELD(1964), COMANOR(1967), MUELLER(1967), KAMIENE E
SCHWARTZ(1975), KATZ(1984), SWITZER(1984), ACS E AUDRESTCH(1988), RAULT(1995), LEE(1996) e
TAYLOR(1997).
7
12
4.1- Indicadores do Ministério da Ciência e Tecnologia
A tabela 1 mostra uma série histórica de 1991 a 2000 dos recursos aplicados em
Ciência e Tecnologia pelo Governo Federal. Nota-se que , ao se comparar os períodos de
1991-1997 e 1998-2000, os recursos sofreram pouca variação, apesar de uma queda no ano de
1992. Comparando-se o ano de 2000 com 1991 a variação ficou em 24%.
De acordo com o Ministério da Ciência e Tecnologia (2002) a metodologia para esses
dados leva em consideração a mensuração dos recursos orçamentários do Governo Federal
efetivamente despendidos em Ciência e Tecnologia e a renúncia fiscal associada à concessão
de incentivos fiscais para o desenvolvimento de atividades de pesquisa e desenvolvimento
(P&D) e capacitação tecnológica pelas empresas e outras instituições que atuam no país.
A tabela 1 ainda mostra o volume de recursos em Ciência e Tecnologia das gestões
governamentais da década de 90. Observa-se uma queda de recursos nos Governos Collor e
Fernando Henrique(1991-1992 e 1995-2000) e um aumento de recursos no Governo
Itamar(1993-1994) da ordem de 21.7%.
TABELA 1: Recursos do Governo Aplicados em Ciência e Tecnologia entre 1991/2000
1991
1992
ANOS
2.262,6 1.965,2
Vr.(R$1.000)
_
(13,00)
VAR. (%)
Fonte: Coordenação de Indicadores e
IGP-DI a preços de 1999
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2.472,6 3.158,7 3.245,3 3.355,7 3.075,4 2.775,2 2.753,3 2.806,7
26,00
28,00
3,00
3,00
(8,00) (10,00) (1,00) 2,00
Estatísticas Ministério da Ciência e Tecnologia. Valores atualizados pelo
A tabela 2 mostra um indicador que leva em conta os esforços do Governo Federal e
das empresas que demandam ou apóiam a realização de atividades de capacitação tecnológica
ou P&D. O Ministério da Ciência e Tecnologia (2002) chama atenção para o fato de que esses
recursos não são diretamente gastos em atividades de P&D, mas representam um esforço
conjunto da Sociedade para incentivar seu desenvolvimento no país.
TABELA 2: Esforços Nacionais em ciência e Tecnologia em 1999
DISCRIM.
VALORES (R$1000.000)
DIST. RELATIVA (%)
% PIB
Governo
8264,6
63,47
0,86
Empresas
4757,6
36,53
0,50
Total
13022,2
100,00
1,36
Fonte: Coordenação de Indicadores e Estatísticas, Ministério da Ciência e Tecnologia. Valores atualizados pelo
IGP-DI a preços de 1999
Na tabela 3 têm-se os dispêndios nacionais em P&D. O MCT(2002) atenta para o
fato de esses indicadores serem os mais utilizados em estatísticas internacionais,
principalmente aqueles divulgados pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento
Econômico(OCDE), no que diz respeito à capacitação tecnológica de um país.
A metodologia utilizada para os dados do ano 2000 não permite compará-los com os
de 1999 devido algumas mudanças dos dispêndios federais e privados que levaram em conta
os resultados da Pesquisa Industrial de Inovação Tecnológica – PINTEC 2000 do
IBGE.(MCT,2002). Com o melhoramento da qualidade das informações , observa-se que as
empresas gastaram 66,14% dos gastos do governo e tiveram uma representação de 0,42% do
PIB.
13
TABELA 3: Dispêndio em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D)
1999
2000
Discriminação
Valor
D. Relativa(%) PIB(%)
Valor
D. Relativa(%)
PIB(%)
Governo
5.242,70
62,40
0,55
6.895,50
60,20
0,63
Empresas
3.153,20
37,60
0,33
4.560,70
39,80
0,42
Total
8.395,90
100,00
0,88
11.456,20
100,00
1,05
Fonte: Coordenação de Indicadores e Estatísticas, Ministério da Ciência e Tecnologia. Valores atualizados pelo
IGP-DI a preços de 1999
Na tabela 4 tem-se um histórico dos recursos aplicados em P&D pelas empresas de
informática. Há pouca variação desses investimentos no período 1993-1995, passando a
crescer de 1996 em diante. A média do período 1998-2000 apresenta uma queda de 2,44%
em relação à média dos anos 1991-1997. Comparando-se a tabela 4 com a tabela 3, observa-se
que os gastos de P&D das empresas de informática foram de 27,11% em relação aos gastos
das empresas em 1999 e de 18,9% em 2000.
TABELA 4: Dispêndio em Pesquisa e Desenvolvimento pelas Empresas de Informática
Anos
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
Vr.(R$1000.000) 2662,6 1965,2 2472,6 3158,7 3245,3 3355,7 3075,4 2775,2 2753,3 2806,7
Fonte: Coordenação de Indicadores e Estatísticas, Ministério da Ciência e Tecnologia. Valores atualizados pelo
IGP-DI a preços de 1999
4.2- Indicadores da Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas
Industriais(ANPEI).
A Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Industriais
(ANPEI) foi apoiada em sua criação pelo Governo Federal através do Programa de Apoio à
Capacitação Tecnológica da Indústria (PACTI) e da Financiadora de Projetos (FINEP) e tem
como objetivo prover informações às empresas que orientem as decisões de P&D,
melhorando os seus desempenhos.(ANPEI, 1997).
Os dados da pesquisa são fornecidos por um conjunto de empresas à ANPEI desde
1993 denominados Universo ANPEI, o qual sofre alterações em seu número de acordo com a
situação dessas empresas a cada ano(ANPEI, 2000). Eles procuram medir a inovação
tecnológica por meio de indicadores associados de entrada e de saída. Os de entrada são
despesas operacionais de P&D,serviços tecnológicos, aquisição de tecnologia e engenharia
não rotineira. Os de saída são os projetos finalizados em 5 anos, as patentes requeridas no país
e as concedidas,receitas de tecnologia vendidas para terceiros, o faturamento gerado por
novos produtos e a economia de custos decorrentes de melhorias nos processos produtivos
em 5 anos (ANPEI, 1997). Os indicadores são estratificados de diversas maneiras, com
prioridade para o setor industrial ao qual as empresas pertencem.
Os gastos com capacitação tecnológica podem ser observados nas tabelas 5 e 6.
Comparando-se as médias dos períodos 1993-1997 e 1998-1999, os investimentos em P&D
cresceram 48,78%. Os anos de 1996 e 1999 apresentaram um reduzido número de
informantes em relação aos anos anteriores, mas com maiores investimentos em P&D tanto
em dólares quanto em reais. Já os gastos em Engenharia não Rotineira sofreram uma redução
de 28,33% de acordo com as médias dos períodos considerados.
A tabela 6 mostra que a aquisição de tecnologia teve um crescimento de investimentos
consideráveis nos anos de 1993 a 1999, registrando uma diminuição nos anos de 1995 e 1998.
Comparando-se as médias dos períodos de 1993-1997 e 1998-1999 registra-se um aumento de
52,18%.
14
TABELA 5: Número de Empresas e Despesas com Pesquisa, Desenvolvimento e Engenharia
não Rotineira
ANO
Nº de Empresas
Vr. (US$1000)
Fonte:ANPEI
1993
401
3.050,0
1994
630
2.270,0
1995
651
1.943,2
1996
1997
362
364
3.039,6 3.829,4
1998
1999
427
255
3.828,1 4.019,4
TABELA 6: Estimativas em Dispêndio e Capacitação Tecnológica
ANO
P&D
Serv. Tec.
Aquis. Tec.
1993
1.166.007
398.418
270.079
1994
9.99.549
321.056
313.517
1995
1.215.552
296.562
244.280
1996
1.528.596
240.622
294.042
1997
2.011.780
316.022
300.372
1998
1.724.279
468.092
224.762
1999
2.394.931
468.092
641.028
Fonte: ANPEI , Valores atualizados pelo IGP-DI a preços de 1999
Eng. Não Rot.
456.045
483.497
432.763
628.941
271.340
302.313
349.149
Total
2.290.550
2.117.619
2.189.156
2.692.202
2.899.513
2.719.495
4.111.087
Os impactos gerados pelos investimentos em P&D e Engenharia não Rotineira
encontram-se na tabela 7. O número de projetos finalizado cresceu, assim como as patentes
concedidas no país que chegaram a 0,81% em 1999. O lucro líquido diminuiu, mas a receita
de novos produtos aumentou. A economia dos custos operacionais teve seu melhor
desempenho no ano de 1998, chegando a mais de 1% do lucro bruto.
TABELA 7: Impactos de P&D&E
ANO
Num. Empresas
Fat. Bruto
Lucro Líquido por Fat. Bruto (%)
Projetos Finalizados(%)
Patentes Concedidas no País (%)
Receitas Adv. De Novos Produtos por Fat. Bruto (%)
Economia de Custos Operacionais por Lucro Bruto (%)
Fonte: ANPEI, Valores expressos em US$1.000
1997
364
295.528
8,81
55,41
0,43
38,05
0,88
1998
427
250.594
7,52
56,68
0,46
36,39
1,38
1999
255
247.370
7,46
60,95
0,81
39,23
0,62
4.3- Indicadores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
Os indicadores do IBGE traçam um perfil das empresas que empreenderam inovação
tecnológica no Brasil e os seus impactos. Os dados são quantitativos e foram tirados a partir
da Pesquisa Industrial de Inovação Tecnológica 2000, que é uma parceria desse instituto com
a agência Financiadora de Projetos (FINEP).A pesquisa apresenta uma amostra que cobre
todas as regiões do Brasil e um porte variado de empresas industriais(pequena, média e
grande). Os dispêndios verificados são atividades internas de desenvolvimento, aquisição
externa de desenvolvimento, aquisição de outros conhecimentos externos, aquisição de
máquinas e equipamentos, treinamento, introdução de inovações tecnológicas no mercado e
projetos industriais e técnicas, além de relatar que tipos de inovações foram realizadas (IBGE,
2001).
A partir da tabela 8, observa-se que no período 1998-2000 houve 22.698 empresas
inovadoras no Brasil, onde 44% inovaram apenas em processo e 20% só em produto. A
inovação só em produto foi menor que a inovação de produto e processo. Analisando-se
juntamente a tabela 8 e 9 a aquisição de máquinas e equipamentos representou 52,19% do
total dos dispêndios em atividades inovativas, o que justifica porque a inovação em processo
teve um investimento maior.
15
TABELA 8: Empresas que Implementaram Inovação Tecnológica no Período de 1998/2000
Produto
TIPO DE INOVAÇÃO
4.538
NUM. DE EMPRESAS
20,00
VARIAÇÃO (%)
Fonte: IBGE - Diretoria de Pesquisas, Departamento
Tecnológica- 2000
Processo
10.040
44,00
de Indústria
Produto& Processo
8.120
36,00
– Pesquisa, Industrial
Total
22.698
100,00
de Inovação
Na tabela 9 têm-se os dispêndios em atividades inovativas do período 1998-2000. As
empresas investiram 52,19% das receitas em aquisição de máquinas e equipamentos e apenas
1,87% em treinamento. O valor da aquisição externa de desenvolvimento também é muito
baixo. Comparando-se também aquisição de máquinas e equipamentos com projeto industrial
e técnicas, percebe-se que 47,59% dessas empresas deixaram de implementar este quesito, ou
seja, compraram máquinas sem haver um projeto industrial. As empresas que realizaram
atividades internas de desenvolvimento representam 47,70% das empresas que adquiriram
máquinas e equipamentos.
TABELA 9: Empresas, Total e Receita Líquida de Vendas com Indicação dos dispêndios
Relacionados às atividades Inovativas no ano de 2000
TIPO DE DISPÊNDIO
N° de Empresas % Val. Receita %
Atividades Internas de desenvolvimento
7.412
38,67
3.741.572 16,74
Aquisição Externa de Desenvolvimento
1.668
8,70
630.739
2,82
Aquisição de Outros Conhecimentos Externos
2.914
15,2
1.168.220
5,23
Aquisição de Máquinas e equipamentos
15.540
81,08 11.667.338 52,19
Treinamento
6.855
35,76
417.591
1,87
Introdução de Inovações Tecnológicas no Mercado
5.273
29,86
1.430.759
6,40
Projetos Industriais e Técnicas
8.145
42,50
3.297.406 14,75
Total
19.165
_ 22.353.625 100,00
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Departamento de Indústria, Pesquisa Industrial de Inovação Tecnológica –
2000, Valores expressos em R$1.000
Os impactos causados pelas inovações estão representados na tabela 10. Para as
empresas, os impactos considerados de maior importância foram a melhoria da qualidade dos
produtos e a manutenção da participação da empresa no mercado e os de baixa importância ou
não relevantes foram o enquadramento em regulações relativas ao mercado externo, redução
do consumo de matéria prima, redução do consumo de energia, enquadramento em regulações
relativas ao mercado interno e abertura de novos mercados.
Pouco mais da metade das empresas melhoraram a qualidade dos produtos sem
ampliar a gama de produtos ofertados. 49,02% mantiveram sua participação no mercado e
30,58% consideraram este quesito médio, enquanto 20,40% não consideraram esse quesito
importante, o que leva a crer que as inovações são importantes para manterem as empresas
competitivas.
A abertura de novos mercados foi considerada baixa pela maioria das empresas, mas
um bom número delas aumentou sua participação no mercado (36,89%) . Também foi
positivo o número de empresas que aumentaram sua capacidade produtiva. Os investimentos
em inovações ainda não conseguiram reduzir os custos da maioria das empresas em matéria
prima nem enquadra-las em regulações do mercado interno e externo. Poucas também foram
as que conseguiram reduzir o impacto ambiental e aspectos ligados à saúde e segurança.
Relacionando-se as tabelas 8, 9 e 10 percebe-se que a inovação de processo
possibilitou quase a metade das empresas a manterem sua participação no mercado . Ainda
pode-se relacionar os quesitos aquisição externa de desenvolvimento com enquadramento em
16
regulações do mercado interno e externo e introdução de inovações tecnológicas no mercado
com abertura de novos mercados.
4.4- Comparação Dos Indicadores de Capacitação Tecnológica
Os dados do Ministério da Ciência e Tecnologia (Tabelas 1,2,3,4) apresentam os
investimentos públicos e privados em Ciência e Tecnologia. Os investimentos do Governo
são maiores que os das empresas (tabelas 2,3,4,5e7) demonstrando que o mesmo é o redutor
das incertezas e incentivador das empresas a investirem em Tecnologia, além de investir em
Ciência Pura.
Os dados da ANPEI e IBGE (tabelas 5,6,7,8,9 e 10) apresentam os investimentos
privados em todas as atividades inovativas. Neles, observa-se o caráter competitivo das
empresas, buscando inovar para garantirem lugar no mercado, porém os dados do IBGE
oferecem uma gama maior de informações. Existe uma forte relação ao se compararem as
tabelas 4.6 e 4.9 nos quesitos engenharia não rotineira com aquisição de máquinas e
equipamentos, projetos industriais e técnicas .
TABELA 10: Empresas que Implementaram Inovações por Grau de Importância dos
Impactos Causados às Atividades Inovativas entre 1998/2000
Impacto das Inovações por grau de
Alta
Média
Baixa&N.Relev.
TOTAL
Importância
NO Emp.
% NO Emp.
% NO Emp.
% NO Emp.
%
Melhoria da Qualidade dos Produtos
17.788 56,34 4.978 21,93 4.932
21,73
22.698 100,00
Ampliação da Gama de Produtos Ofertados
6.044 26,63 4.843 21,34 11.811 52,03
22.698 100,00
Manutenção da Participação da Empresa no
11.126 49,02 6.942 30,58 4.630
20,40
22.698 100,00
mercado
Ampliação da Participação da Empresa no
8.373 36,89 7.746 34,13 6.579
28,98
22.698 100,00
mercado
Abertura de Novos Mercados
5.121 22,56 5.012 22,08 12.565 55,36
22.698 100,00
Aumento da Capacidade Produtiva
9.701 42,74 6.090 26,83 6.906
30,43
22.698 100,00
Aumento da Flexibilidade da Produção
7.978 35,15 6.738 29,68 7.982
35,17
22.698 100,00
Redução dos Custos do Trabalho
5.202 22,92 6.855 30,20 10.641 46,88
22.698 100,00
Redução do Consumo de Matéria Prima
1.807
7,96
3.415 15,04 17.476 77,00
22.698 100,00
Redução do Consumo de energia
1.933
8,52
3.447 15,19 17.318 76,29
22.698 100,00
Redução do Impacto Ambiental e Aspectos
Ligados à Segurança
5.467 24,08 4.883 19,32 12.848 56,60
22.698 100,00
Enquadramento em Regulações Relativas ao
4.301 18,95 3.715 16,37 14.682 64,68
22.698 100,00
Mercado Interno
Enquadramento em Regulações
1.441
6,35
919
4,05 20.338 89,60
22.698 100,00
Relativas ao Mercado Externo
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Departamento de Indústria, Pesquisa Industrial de Inovação Tecnológica
CONCLUSÃO
Os dados pesquisados mostraram como está o Brasil em termos de capacitação
tecnológica e suas empresas. Estas têm procurado investir em inovação de processo e produto,
porém o número das que investem no primeiro item é maior.
Os retornos dos investimentos feitos foram considerados positivos. Muitas empresas
deram um alto grau de importância para resultados que mostram como elas estão em termos
de competitividade como, por exemplo, a manutenção da empresa no mercado, o aumento da
capacidade produtiva e a melhoria da qualidade dos produtos. Os dados ainda mostram que as
empresas estão procurando melhorar sua performance no mercado.
Os gastos em Pesquisa e Desenvolvimento vêm crescendo e alcançando uma boa
porcentagem em relação aos gastos com aquisição de tecnologia e a compra de máquinas e
equipamentos. As atividades internas de desenvolvimento têm crescido nas empresas, mas a
porcentagem das receitas com gastos em treinamento ainda é muito tímida. A pesquisa
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também mostra o crescimento do número de patentes concedidas no país, do número de
projetos finalizados e da receita advinda de novos produtos.
Os recursos do Governo em Ciência e Tecnologia têm se mostrado constante. Os
gastos são realizados diretamente através de empréstimos para P&D e indiretamente via
renúncia fiscal para incentivar as empresas a fazerem pesquisa e na formação de cientistas,
pesquisadores, mestres e doutores.
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