CAPACIDADE DE PRODUÇÃO CAPACIDADE DE PROJETO Mão de Obra CAPACIDADE DO SISTEMA Produção Efetiva ES = Capac. Sistema PRODUÇÃO EFETIVA CAPACIDADE DE PRODUÇÃO • PRINCIPAIS ASPECTOS SOBRE CAPACIDADE DE PRODUÇÃO • Introdução • Capacidade ociosa • Capacidade ideal • Capacidade supondo expansão • CAPACIDADE DE INSTALAÇÕES • Capacidade do sistema • Determinação das necessidades de equipamentos • Nivelamento dos fatores de produção Capacidade Produtiva: Definição • No que se refere a estratégia de produção e operações a é importante devido ao fato de permitir a determinação dos fatores de produção que devem estar disponíveis como a quantidades de mão de obra e máquinas para atender aquela demanda. • Assim, uma vez que a previsão de vendas foi preparada a tarefa seguinte é transferir tais dados para a demanda dos fatores de produção. • Definição: O volume máximo potencial de atividade de agregação de valor que pode ser atingido por uma unidade produtiva sob condições normais de operação. (H. Correa, 2007) 3 Capacidade Produtiva: Um exemplo prático • Um indústria quer produzir pinos metálicos cônicos, com uma previsão de 6.000 peças para o próximo período. • O engenheiro de processos estudou a peça e determinou quais operações são necessárias, o tempo de cada operação, a seqüência de operações e também como o equipamento deverá ser operado (velocidade de corte, profundidade, etc.). Tal estudo está resumido na seguinte tabela. FATOR DE PRODUÇÃO NECES. POR PEÇA DEMANDA DE CAPAC. EQUIPAMENTO Serra 4 minutos Esmeril 6 minutos Torno 20 minutos MATERIAL Barra aço SAE 1040 ½” 4 polegadas MÃO DE OBRA DIRETA Operador de serra 2 minutos Operador de esmeril 3 minutos Operador de torno 10 minutos 4 101 barras Capacidade Produtiva: Um exemplo prático • O cálculo do volume de horas necessária é obtido por exemplo: • (4 min.* 6000 peças) / 60 min/hora = 400 h na serra. » OBS.: Apesar de o cálculo para a quantidade de barras ser matemático, este irá depender do comprimento das barras, conforme o fornecedor. • A demanda gerada por estes fatores de produção é encontrada multiplicando-se as exigências unitárias pelo número de unidades prevista nas vendas. Assim será necessário capacitar a empresa, isto é, colocar á disposição pessoal e máquinas, num arranjo físico suficiente para se obter 400 horas de serra, 2000 horas de torno e 300 horas de operador de esmeril, por exemplo. • É importante observa que estes dados não fornecem informações sobre mão de obra indireta como manutenção (da fábrica ou da empresa), ou manuseio de materiais por exemplo. É usual aplicar certa porcentagem, baseado na experiência passada, ao volume de horas de trabalho diretas, afim de obter as horas de serviços indiretos que serão necessárias. 5 Capacidade Ociosa • Como o título indica, capacidade ociosa é a parcela da capacidade disponível que não está sendo utilizada. CA • Esta capacidade ociosa constitui num fator negativo, pois dela resultam custos fixos que necessariamente devem ser absorvidos pela produção efetiva. • A capacidade ociosa pode surgir do planejamento de quantidades, pois a validade dos dados de mercado é, por vezes, questionável, uma vez que na prática, surgem variações que podem dar origem a excessos ou a falta de capacidade em função de mudanças de conjunturas. • Este fator é visto principalmente em períodos de recessão, pois dificilmente seria possível aumentar os preços para cobrir o aumento de custos decorrentes em função da redução de volumes. 6 Capacidade de Instalações • As decisões de capacidade e projeto estão ligadas ás deliberações sobre o local da empresa e seu layout. O projeto de instalação deve se adequar ao local e este, por sua vez, influi na capacidade fabril. •Entradas (mão de obra, materiais, capital, informações) •Tecnologia •Saídas (bens e serviços) •Localização da instalação •Meio ambiente (nacional, regional, local) •Tipo de produto •Tipo de processo (fluxo de operações, distâncias, etc.) •Volume de produção 7 •Layout da produção •Capacidade do projeto (instalada) •Capacidade do sistema (efetiva) CAPACIDADE FABRIL Capacidade de Instalações • A capacidade de projeto de uma instalação é a média programada de produção em condições operacionais. Ela provém do conhecimento da demanda do consumidor e de uma política para atender a essa demanda. Evidente que as empresas não planejam para satisfazer toda a demanda, mesmo porque podem se ajustar a variações sazonais a curto prazo e a tendências econômicas em mais longo prazo. • Assim, conhecida a demanda é possível definir quantas máquinas serão necessárias, e por conseguinte, que área será ocupada, obtendo então a ________________________________. • O projeto de instalação é, em geral, contratado com engenheiros consultores. Estes profissionais buscarão informações em diversas áreas da organização, como marketing, gerência de produção, gerência de vendas, alta administração e pessoal de chão de fábrica para compor o projeto de instalação da fábrica e sugerir o layout mais adequado. Tal projeto deve ser amplamente discutido para sua lapidação. 8 Capacidade de Instalações • Além do local de trabalho, a instalação exigirá eletricidade, água, ventilação, iluminação, ar comprimido, almoxarifados, salas de lazer, centros de computação e grande número de instalações e serviços. Os projetistas trabalham dentro de limites de orçamentos especificados, para prover a capacidade exigida pelo projeto em um ambiente de trabalho eficiente (e também atraente, dentro do possível!). • A capacidade do sistema é a produção máxima de um produto específico (ou composto de produtos) que o sistema de operários e máquinas é capaz de produzir como um conjunto integrado. 1.200 t Fator humano 1.050 t Eficiência do Sistema 950 t 9 Gargalos de capacidade (a) Entradas 1 2 200/h 100/h 3 Para os clientes 200/h (b) Entradas 1 2 3 200/h 200/h 200/h (a) ____________ ____________ Para os clientes (b) Nenhuma operação é gargalo ou Todas as operações são gargalos 1. Identifique o(s) gargalo(s) do sistema 2. Explore o(s) gargalo(s) 3. Subordine todas as outras decisões ao passo 2 4. Aumente o(s) gargalo(s) 5. Não permita que a inércia se instale. Determinação das necessidades de equipamentos • O propósito da análise é determina os fatores de produção necessários, mas em bases REAIS do que IDEAIS. E sob condições reais fabrica-se produtos defeituosos, o rendimentos é menor que 100% e surgem imprevistos e atrasos, por vezes, inevitáveis. • Um exemplo prático: Deseja-se efetuar um furo com uma broca de 5 mm numa peça fundida. – Produção para o próximo mês 1900 peças boas – Produção defeituosa 5% do total de peças (estimativa). Produção Quant. necessária – Nestas condições: Efetiva = Rendimento 1900 Prod. Efet. = Prod. Efet. = 100% - 5% 1900 0,95 Prod. Efet. = 2000 peças boas – Assim, como 95% da produção será satisfatória, se forem programadas 2000 unidades, então 1900 peças serão aproveitáveis. Determinação das necessidades de equipamentos • O tempo necessário para cada operação por peça dará as horas-máquina, quando multiplicado por 200 unidades. Entretanto, deve-se lembrar que esse tempo poderá ser REAL ou PADRÃO. • _______________ é o tempo verdadeiramente necessário paro unidade de produção, levandose em consideração rendimento do trabalho e atrasos inevitáveis, com quebras de máquinas ou falta de materiais. • __________________ é o tempo supondo um rendimento de trabalho 100%. Conseqüentemente, para fins de planejamento de produção, se o quadro de operações contiver tempo padrão, este deverá sofrer alterações, observando-se o rendimento do trabalho. Existem tabelas próprias que indicam tolerâncias para as atividades, conforme a repetitividade da tarefa, condições e ruído, poeira, movimentação do operador, etc. (*). De outra forma, se forem fornecidos tempos reais não será necessário qualquer tipo de ajuste. (*) ESTE TEMA SERÁ ESTUDADO EM MAIOR DETALHE NO CAPÍTULO 12 SOBRE MÉTODOS TEMPOS E MOVIMENTOS. Determinação das necessidades de equipamentos • Para ilustrar como são feitos os ajustes necessários, conforme o exemplo dado, vamos supor que o tempo padrão para operação de perfuração da peça seja de 7,1 minutos. Supondo atrasos inevitáveis e demais condições de manufatura da operação foi atribuído tolerância de 18% para a tarefa. Desta forma: Tempo por peça = 7,1 minutos OU 0,118 horas Tempo real = Tempo padrão * tolerância (*) Tempo real = 0,118 h * 1,18 Tempo real = 0,14 h • Como a empresa está interessada em conhecer as necessidades reais para vários fatores de produção, elas seriam determinadas multiplicando-se o tempo real, por unidade, pelo número total de produtos. No exemplo resultaria: (Horas necessárias) = (Produção Efetiva) * (Tempo real) (H FURADEIRA) = ( 2000 ) * ( 0,14 h) (H FURADEIRA) = 280 horas / mês (*) 13 Determinação das necessidades de equipamentos • Isto significa que a demanda de 1900 unidades é equivalente a demanda de 280 horas de furadeira. Essas horas poderiam ser convertidas em número de máquinas, dividindo-se pela capacidade mensal. Por exemplo, supondo que a empresa trabalhe em regime de 40 horas semanais, qualquer broca é teoricamente capaz de operar 173 horas por mês. Desta forma: (Nº máq.) = Horas Necessárias Capacidade Mensal 280 (Nº máq.) = (Nº máq.) = 173 1,62 2 máquinas • É importante notar que tais cálculos influenciarão o layout da fábrica. O passo inicial na análise do layout de uma produção é a determinação daquilo que ela deve abrigar. A empresa começará definindo o tipo de equipamento que será necessário para a fabricação dos produtos. De fato, não é raro que a empresas pense em termos de 5 a 10 anos futuros na avaliação de um layout, porém qualquer tentativa de previsão para um período deste gênero, provavelmente, fornecerá resultados não precisos, mas o risco de cometer erros deve ser assumido. 14 Exercícios 3. As peças processadas por um certo tipo de equipamento e as horas-máquina efetivamente (*) utilizadas para produzir tais quantidades estão relacionadas no quadro a seguir. Quantas máquinas serão necessárias, supondo trabalhos de 8 horas por dia? (supor 22 dias úteis / mês) ESMERILHADEIRA TIPO HEALD 74 Nº PEÇA HORAS-MÁQ. NEC. (*) tempo real ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ 15 Nivelamento dos fatores de produção • O gráfico a seguir apresenta a demanda de um equipamento na produção, por mês. mês • Na determinação da capacidade atual a empresa terá que decidir quais serão as horas de funcionamento da fábrica. Um horário de 8 horas diárias durante 5 dias por semana permitirá ‘a máquina realizar algo em torno de 176 horas mensais (cerca de 22 dias úteis). Por outro lado, dois períodos poderão aumentar a capacidade de uma única máquina para 352 h/mês. • A capacidade atual mostrada na figura revela que se a empresa adotar o quadro de demanda envolvido, a capacidade atual será inadequada durante certos períodos. 16 Nivelamento dos fatores de produção • Conforme mostrado na figura, poder-se-ia propor a compra de um equipamento adicional, mas se isso for feito, haverá um acréscimo de investimento de capital, resultando num correspondente aumento na depreciação, além de ter que adquirir maior espaço para acomodar o equipamento adicional. • Outra alternativa seria considerar horas-extras de trabalho ou mesmo um turno adicional, o que também implica em custos. • Em outras palavras, para se alterar a capacidade de produção deve-se influir em pelo menos um de seus fatores determinantes: mão-de-obra, equipamento e ou espaço físico. • Assim, depois que a projeção de demanda tenha sido transformada na necessidade dos fatores de produção será preciso equilibrar tais flutuações de demanda. • Um dos métodos para equilibrar o cronograma de produção é produzir para estoque durante os períodos de folga. Isto tem efeito de cortar um ou mais picos no cronograma de demanda e deslocar a produção correspondente a esse picos para outros períodos durante os quais a demanda é algo mais baixa. Por exemplo, um cronograma de produção poderá ser alterado da seguinte maneira, como mostrado no quadro a seguir. 17 Nivelamento dos fatores de produção Mês Cronograma original Cronograma alterado (em unidades) (em unidades) Jul. 130 Ago. 140 Set. 240 TOTAL 510 • Deve-ser notar que a empresa estará aplicando estocagem mais alta do que faria de outro modo e há custos associados a isso, porém pode-se também adotar uma política de descontos de vendas de produtos, durante os períodos de solicitação reduzida, provocando uma maior rotatividade sem necessariamente reduzir a parcela de lucro. • Pode-se também optar por postergar as datas de entrega durante os períodos de pico; o efeito disso é adiar a produção de certo número de unidades de alguns produtos, para uma data em que a capacidade esteja disponível. As conseqüências poderão variar nesta alternativa, chegando até a perda do pedido (ou do cliente!). • Nota-se, portanto, que as medidas para adequar as flutuações de ocupação são várias e que implicam em demais fatores, com conseqüências diversas. 18 Nivelamento dos fatores de produção • O que ocorre freqüentemente é que as necessidades de equipamentos irão variar mês a mês (ou semana, dia, ou hora a hora, conforme o tipo de produção/produto). Por exemplo, o número de máquinas necessárias de um certo tipo poderá ser como mostrado no quadro ao lado. • Quais seriam as alternativas possíveis diante destes números ? (valores calculados conforme a expectativa de demanda para os próximos períodos) 19 Mês Qtd. Máq. Nec. 1 1,92 2 1,93 3 1,92 4 1,51 5 1,52 6 1,72 7 1,76 8 1,77 9 1,76 10 2,01 11 2,02 13 2,77 14 2,85 15 2,88 16 2,95 17 2,98 18 2,97 19 2,73 20 2,75 21 2,91 22 2,90 Nivelamento dos fatores de produção • Evidente que não se pode acrescentar ou eliminar frações de uma máquina, conseqüentemente é necessário selecionar a alternativa econômica mais viável. • Observando-se a tabela anterior, um dos caminhos seria prover a máquina capacidade necessária na época presente, ou seja, dispor de três máquinas para a tarefa. Outro seria nivelar as flutuações de demanda desse equipamento pelo trabalho em horas extras, por subcontratação, ou mesmo através da fabricação para estocagem durante períodos mais fracos. Uma outra possibilidade seria a aquisição de duas máquinas para o primeiro ano, deixando no layout o espaço necessário para uma máquina no início do segundo ano. Finalmente poderia ainda ser feita a combinação de algumas dessas alternativas concomitantemente. • Em resumo, as alternativas são diversas, bem como suas conseqüências, mas é importante considerar que a empresa deve decidir pela alternativa mais econômica, por meio de comparação de custos e planejar o layout com base nesse resultado, não perdendo o foco na estratégia de produção e prevalecendo, em todos os casos, o bom senso do gerente de produção e sua equipe. 20 Nivelamento dos fatores de produção • Produção nivelada em trechos Políticas • Ajustar demanda à capacidade – Promoções – Mudança temporária de foco – Comunicação – Sistema de reservas • Ajustar capacidade à demanda – Turnos de trabalho – Horas extras – Sub-contratação – Admissões e demissões