A Igreja da Ordem Terceira de São Francisco de Ponte de Lima nos séculos XVIII-XIX
dos frades capuchos, bem como para outros sinais que o sino costumava
transmitir à comunidade religiosa.
Cerimónias a que os Irmãos Terceiros atribuíam tradicionalmente tanta relevância, como a Procissão da Cinza, em que também saía a relíquia do Santo
Lenho, propriedade do convento, bem como outros desfiles religiosos, só podiam sair da igreja conventual e a ela recolher.
Todavia, a festa do Patrão São Lúcio e o aniversário pelas almas dos irmãos
defuntos, bem como outras festas e funções, podiam ser celebradas na igreja
da Ordem Terceira.
Por fim, a patente 4 ressalvava que os Irmãos Terceiros não poderiam no futuro
desobedecer ao Padre Comissário escolhido pela Província, sob pena de verem
anuladas as concessões que lhes eram feitas para poderem erguer o seu edifício 5.
Em Novembro de 1744 são apresentadas em Mesa duas escrituras: a primeira
dizia respeito à doação da terra por parte dos religiosos de Santo António e a
segunda era concernente ao contrato de arrematação da obra que fez o mestre
pedreiro Feliciano Alves do Rego “por preço de um conto cento e cinquenta mil
reis, tudo na forma da dita escritura e apontamentos que se fizeram”. 6
Não é claro se o autor da planta, não identificado no Arquivo da Ordem,
também é o mestre ancorense. Desconhecemos, pois, se a sua contribuição
para o edifício da Ordem foi também como mestre arquitecto ou somente
4 O teor da patente surge igualmente transcrito em JOSÉ, Frei Pedro de Jesus Maria e – Crónica da Santa e
Real Província da Imaculada Conceição de Portugal. Convento de Santo António de Ponte de Lima. Tomo II,
Oficina Miguel Manescal da Costa, Lisboa, MDCCLX, Capítulo XXXVIII, Parágrafo 330. Ver também Arquivo de
Ponte de Lima, 1985, p. 143-144; O conteúdo da escritura, que tem a patente como base, consta também de
uma certidão incluída no processo Libelo da Força Nova, fls. 11-14v, documento igualmente existente no arquivo
da Ordem Terceira de São Francisco de Ponte de Lima.
5 Arquivo da Ordem Terceira de São Francisco de Ponte de Lima, Livro dos Termos da Mesa, 1727-1746, fl.
195-196v.
6 Arquivo da Ordem Terceira de São Francisco de Ponte de Lima, Livro dos Termos da Mesa, 1727-1746, fl.197.
LEMOS, 1938, p.70. MORAIS, 1983, p.153. O primeiro a atribuir a obra de pedraria a Feliciano Alves do Rego
foi Miguel Roque dos Reys Lemos, na obra Anais Municipais de Ponte de Lima, publicada em 1938, cujo Estudo
fora concluído em 1887.
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