Hidrologia Precipitação Carlos Ruberto Fragoso Jr. http://www.ctec.ufal.br/professor/crfj/ Marllus Gustavo Ferreira Passos das Neves http://www.ctec.ufal.br/professor/mgn/ Ctec - Ufal Resumo da aula Revisão da aula passada (Bacia Hidrográfica e Balanço Hídrico); O que é precipitação? Formas e tipos de precipitação; Medidas de precipitação; Análise dos dados de chuva (frequência, variabilidade); Chuvas intensas (máximas); Exercícios. Bacia Hidrográfica 3 1 Sub1 2 represa Sub2 Sub3 4 Sub4 saída vários níveis de subdivisão da bacia Bacia Hidrográfica Divisor: divisor superficial x divisor subterrâneo Características da Bacia Hidrográfica: • Área de drenagem • Comprimento • Declividade • Curva hipsométrica • Forma • Cobertura vegetal e uso do solo • …… Balanço Hídrico • Balanço entre entradas e saídas de água em uma bacia hidrográfica • Principal entrada precipitação • Saídas evapotranspiração e escoamento. • A equação abaixo tem que ser satisfeita: ΔV P E Q Δt Onde V variação do volume de água armazenado na bacia (m3) t intervalo de tempo considerado (s) P precipitação (m3.s-1) E evapotranspiração (m3.s-1) Q escoamento (m3.s-1) Precipitação Precipitação: água da atmosfera depositada na superfície terrestre. Formas: chuvas; granizo; neve; orvalho; neblina; geada. Variabilidade temporal e espacial. Nosso maior interesse está na precipitação em forma de chuva Formação das nuvens de chuva Massa de ar úmido se eleva temperatura diminui, mais vapor se condensa gotas crescem, vencem as forças de sustentação e se precipitam Precipitação Quantidade de água que o ar pode conter sem que ocorra condensação maior para o ar quente do que para o ar frio. Tamanho das gotas • nuvem: 0,02 mm • chuva: 0,5 a 2 mm Regime de precipitação governado pela circulação geral da atmosfera ... Circulação da atmosfera: modelos Troposfera: Modelo monocelular modelo tricelular Modelo monocelular Circulação se a Terra não girasse • Ar sobe no equador • Ar desce nos pólos • Vento na superfície dos pólos para o equador (das altas para baixas pressões) Circulação geral aproximada Modelo Tricelular Influência da rotação da terra e do atrito com a superfície do globo • baixas pressões no equador • altas pressões nos pólos • zonas alternantes de alta e baixa pressão Circulação geral aproximada Modelo Tricelular • célula de Hadley (célula tropical) • célula de Ferrel (célula das latitudes médias) • célula polar célula polar Circulação geral aproximada célula de Ferrel células de Hadley célula de Ferrel célula polar células de Hadley Zona de convergência Intertropical (ZCIT) ~5º de latitude Nuvens convectivas desenvolvimento vertical Grande liberação de calor latente células de Hadley Subsidências altas subtropicais Lat 20 a 35º Origem dos Ventos alísios (Trade winds) Subsidências altas subtropicais Lat 20 a 35º células de Hadley Altas subtropicais grandes desertos Células de Ferrel Divergências do ar à superfície em direção a Lat 60º. Áreas de baixas pressões Ventos de quadrante oeste Frente polar Células Polares Altas pressões à superfície do solo altas polares Ventos divergem à superfície Ventos de leste Frente polar Células polares (Altas polares) desertos frios Zonas de pressão atmosférica Alísios NE no hemisfério norte e SE no hemisfério sul (força de Coriolis) circulação idealizada Ventos alísios (Trade winds) Calmas equatoriais (Doldrums) circulação real Circulação geral aproximada Circulação geral aproximada Modelo Tricelular Circulação geral aproximada Circulação geral aproximada Efeitos no clima e na precipitação Correntes de jato Acima da troposfera ventos úmidos mais rápidos (menos atrito) sopram de leste para oeste Nas latitudes médias, formam-se por causa de altos gradientes de pressão e temperatura Correntes de jato Acima da troposfera ventos úmidos mais rápidos (menos atrito) sopram de leste para oeste Precipitação média anual Precipitação média em julho Precipitação média em janeiro Clima Tipos de chuva Do ponto de vista do hidrólogo a chuva tem três mecanismos fundamentais de formação: • chuva frontais ou ciclônicas: interação entre massas de ar quentes e frias grande duração, grandes áreas e intensidade média; • chuvas orográficas: ventos em barreiras montanhosas pequena intensidade, grande duração e pequenas áreas; • chuvas convectivas térmicas: brusca ascenção local de ar aquecido no solo áreas pequenas, grande intensidade e pequena duração. Frontais ou Ciclônicas Ocorrem ao longo da linha de descontinuidade, separando duas massas de ar em de características diferentes. São chuvas de longa duração. Frontais ou Ciclônicas Brasil muito freqüentes na região Sul, atingindo também as regiões Sudeste, Centro Oeste e, por vezes, o Nordeste Frontais ou Ciclônicas Orográficas Ocorre quando o ar é forçado a romper barreiras naturais, esfriam e precipitam-se. São chuvas de média abaixa intensidade e curta duração. Orográficas As chuvas orográficas ocorrem em muitas regiões do mundo, e no Brasil são especialmente importantes ao longo da Serra do Mar Ocorre sempre no mesmo local Convectivas São provocadas pela ascensão do ar devido às diferenças de temperatura na camada vizinha da atmosfera. São chuvas de curta duração, grande intensidade e ocorre em pequenas extensões Convectivas Problemas de inundação em áreas urbanas estão, muitas vezes, relacionados às chuvas convectivas Convectivas Florianópolis verão 2008 Convectivas Florianópolis verão 2008 Convectivas Cariri paraibano - 2008 Convectivas Cariri paraibano - 2008 Convectivas Cariri paraibano - 2008 Resumo Medição de chuva • Pluviômetros • Pluviógrafos • Pluviômetros de báscula • Radar • Satélite Estação Pluviográfica Estação Pluviográfica com Telemetria Fonte : Sabesp Medição de chuva Medida com : • Pluviômetros - leitura diária às 7 horas • Pluviógrafos e pluviômetros de báscula intervalos de tempo menores que 1 dia Pluviômetro Pluviômetros: Pluviômetro Fonte : Sabesp Pluviômetro Pluviógrafo – pluviômetro de caçamba Estação Pluviográfica Pluviográfico Fonte : Sabesp Pluviômetro de báscula Quartel do Exército Aeroclube de Maceió SEST Radar Meteorológico • Radar (Radio Detection and Ranging ou Detecção e Telemetria pelo Rádio) • Possibilidade de quantificar a precipitação de forma contínua, tanto no tempo quanto no espaço alternativa às medidas pontuais de pluviômetros • Não mede diretamente chuva nível de retorno dos alvos de chuva refletividade • Determinar a partir do espectro de gotas observado a relação entre a chuva e a refletividade relação Z-R Temos que calibrar o Radar Radar Meteorológico • transmissor propagação a partir da antena objeto retorno para a antena comutador receptor processamento Radar Meteorológico • Ondas eletromagnéticas à velocidade da luz enviadas para as nuvens na nuvem, cada gota irradia ondas em todas as direções parte da energia gerada pelo volume total de gotas iluminado pelo feixe de onda do radar volta ao prato do radar distância pelo tempo de ida e volta Radar Meteorológico relação Z-R Z = a.Rb Mapas indicadores (produtos do Radar) • Indicadores ou varredura PPI (Plan-Position Indicator) e RHI (Range-Heigth Indicator) • CAPPI (Constant PPI) Campo de precipitação em um plano de altitude constante localização e intensidade da chuva em tempo real Radar Ufal http://www.radar.ufal.br/ Dowloads Dissertações Quintão (2004) RHI Mapas indicadores (produtos do Radar) • SIRMAL imagens em PPI a cada 3 horas nas resoluções de 30, 130, 250 e 380 km com cartografia. Para usuários especiais, geradas durante 24 horas nas resoluções de 30, 130, 250 e 380 km, com intervalos de tempo de 2 a 60 minutos. Z = 176,5.R1,29 MORAES, M. C. S. Distribuição de Gotas de Chuva e a Relação Z-R para Radar na Costa Leste do Nordeste do Brasil. 2003. 112p. Dissertação (Mestrado) – Maceió, AL. Estimativa por Satélite • Estimativas baseadas em temperatura de brilho do topo de nuvem (Lei de Planck): 2hc 2 1 B(T) 5 hc/kT λ e 1 • Quanto mais quente a nuvem “parece”, mais água ela contém • Imagens no IR e MW (MW mais precisas) Estimativas de chuva por satélite • Instrumentos do TRMM (Tropical Rainfall Measuring Misson) : Sensor Microondas e Radar • Além disso: validação em terra • Produto 3B42 (dados de 3 em 3 horas, resolução de 0.25°) Testes Preliminares 90 Precipitação diária (mm) 80 Chuva média interpolada dos postos 70 Chuva média do TRMM 60 50 40 30 20 10 0 1/1/1998 3/2/1998 5/1/1998 6/30/1998 8/29/1998 10/28/1998 12/27/1998 Testes Preliminares 50 Chuva média interpolada dos postos 45 Precipitação diária (mm) 35 Diferença nas magnitudes Chuva média do TRMM 40 Satélite “atrasa” 30 25 Satélite “adianta” 20 15 10 Estiagem bem representada 5 0 4/6/1998 4/7/1998 3/8/1998 2/9/1998 2/10/1998 1/11/1998 Grandezas características da precipitação • Altura ou lâmina de chuva – medida normalmente em milímetros 1 mm de chuva = 1 litro de água distribuído em 1 m2 Espessura média que recobriria a região atingida pela precipitação se não houvesse infiltração, nem evaporação e nem escoamento para fora dos limites da região • Intensidade da chuva é a razão entre a altura precipitada e o tempo de duração da chuva representa a variabilidade temporal geralmente são definidos intervalos de tempo nos quais é considerada constante Grandezas características da precipitação • Numa bacia hidrográfica, 40 mm de chuva é pouco se ocorrer ao longo de um mês, mas é muito se ocorrer em 1 hora • Tempo de retorno No médio de anos durante o qual espera-se que a precipitação analisada seja igualada ou superada seu inverso é a probabilidade de um fenômeno igual ou superior ao analisado, se apresentar em um ano qualquer Exemplo de Registro de Chuva Tempo Chuva 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 0 0 0 3 0 4 8 12 5 9 7 7 5 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Início 03:00 Fim: 13:00 Duração = 10 horas Chuva Acumulada Tempo Chuva 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 0 0 0 3 0 4 8 12 5 9 7 7 5 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Chuva Acumulada 0 0 0 3 3 7 15 27 32 41 48 55 60 61 61 61 61 61 61 61 61 61 61 61 61 Intensidade média • Total precipitado = 61 mm • Duração da chuva = 10 horas • Intensidade média = 6,1 mm/hora • Intensidade máxima = 12 mm/hora entre 6 e 7 horas • Intensidade média do dia = 61/24 = 2,5 mm/hora Frequência • Chuvas fracas são mais freqüentes • Chuvas intensas são mais raras • Por exemplo: − Todos os anos ocorrem alguns eventos de 10 mm em 1 dia em Porto Alegre. − Chuvas de 180 mm em 1 dia ocorrem uma vez a cada 10 ou 20 anos, em média. Série de dados de chuva de um posto pluviométrico na Região Sul Bloco Freqüência P = zero P < 10 mm 10 < P < 20 mm 20 < P < 30 mm 30 < P < 40 mm 40 < P < 50 mm 50 < P < 60 mm 60 < P < 70 mm 70 < P < 80 mm 80 < P < 90 mm 90 < P < 100 mm 100 < P < 110 mm 110 < P < 120 mm 120 < P < 130 mm 130 < P < 140 mm 140 < P < 150 mm 150 < P < 160 mm 160 < P < 170 mm 170 < P < 180 mm 180 < P < 190 mm 190 < P < 200 mm P < 200 mm 5597 1464 459 289 177 111 66 38 28 20 8 7 2 5 2 1 1 1 2 1 0 0 Total 8279 Frequência Frequência Chuva média anual • A chuva média anual é uma das variáveis mais importantes na definição do clima de uma região, bem como sua variabilidade sazonal Chuva média anual • Muitas regiões da Amazônia mais do que 2000 mm por ano • Região do Semi-Árido do Nordeste áreas com menos de 600 mm anuais Chuvas totais anuais • Distribuição das chuvas se aproxima de distribuição normal (exceto em regiões áridas) • Distribuição normal tabelada para Z = (x-)/ uma • Conhecendo a média e o desvio padrão das chuvas anuais é possível associar uma chuva a uma probabilidade Chuvas médias mensais • A variabilidade sazonal da chuva é representada por gráficos com a chuva média mensal Porto Alegre Cuiabá • Na maior parte do Brasil verão com as maiores chuvas. • Rio Grande do Sul a chuva é relativamente bem distribuída ao longo de todo o ano (em média). Chuvas médias mensais Belém Cuiabá Porto Alegre Florianópolis Chuva média mensal Precipitações médias mensais: dados do posto Jacarecica da SEMARH. Período: 1997 a 2007 Chuva máxima anual • Existe o interesse pelo conhecimento detalhado de chuvas máximas no projeto de estruturas hidráulicas como bueiros, pontes, canais e vertedores • Análise de frequência de chuvas máximas calcular a precipitação P que atinge uma área A em uma duração D com uma dada probabilidade de ocorrência em um ano qualquer • podem ser ajustadas distribuições de probabilidade como a de Gumbel para: • uma duração como a chuva diária; • várias durações curva IDF Chuva máxima anual • Tomar o valor máximo de chuva diária de cada ano de um período de N anos • Organizar N valores de chuva máxima em ordem decrescente. • A cada um dos valores pode ser associada uma probabilidade de que este valor seja atingido ou excedido em um ano qualquer. I • Fórmula empírica: P N 1 730 720 710 690 680 700 6930 670 660 650 640 Chuva máxima anual 6930 N 6920 6920 ANITÁPOLIS 53 6910 SÃO BONIFÁCIO 6910 54 6900 6900 Ri o D 'Un a SANTA ROSA DE LIMA 6890 6890 SÃO MARTINHO RIO FORTUNA GRÃO PARÁ 6880 81 6880 82 IMBITUBA BRAÇO DO NORTE 72 ARMAZÉM 6870 6870 76 Lagoa do Mirim IMARUÍ o Rio Tuba rã SÃO LUDGERO ORLEANS GRAVATAL R io LAURO MÜLLER 6860 6860 Ca 6850 Lagoa do Imaruí p iv 74 ar i CAPIVARI DE BAIXO PEDRAS GRANDES 6850 Curvas de Probabilidade de Precipitações Máximas Diárias 73 84 Lagoa Sto Antônio TUBARÃO LAGUNA TREZE DE MAIO 6840 250 6840 Lagoa Sta Marta Lagoa do Camacho JAGUARUNA SANGÃO A 6830 O C E A N T L Â N T IC O 6830 O 200 escala 1:750.000 LEGENDA Limite da Bacia Hidrográfica do rio Tubarão e Complexo Lagunar Precipitação (mm) 730 720 710 700 690 680 670 660 650 6820 640 6820 150 100 Sedes municipais Sistema hídrico principal Postos pluviométricos utilizados no estudo 50 0 1 10 100 Tr (anos) 53 54 72 73 74 75 76 81 82 84 Probabilidade x tempo de retorno • Uma chuva que é igualada ou superada 10 vezes em 100 anos tem um período de retorno de 10 anos. A probabilidade de acontecer esta chuva em um ano qualquer é de 1/10 (ou 10 %) • TR = 1/Prob • TR adotados Microdrenagem urbana: 2 a 5 anos Macrodrenagem urbana: 5 a 25 anos Pontes e bueiros com pouco trânsito: 10 a 100 anos Pontes e bueiros com muito trânsito: 100 a 1000 anos Grandes obras hidráulicas: 10.000 anos Chuvas intensas • Causas das cheias podem causar grandes prejuízos quando os rios transbordam e inundam casas, ruas, estradas, escolas, podendo destruir plantações, edifícios, pontes etc. e interrompendo o tráfego • As cheias também podem trazer sérios prejuízos à saúde pública ao disseminar doenças de veiculação hídrica Interesse pelo conhecimento detalhado de chuvas máximas no projeto de estruturas hidráulicas como bueiros, pontes, canais e vertedores Chuvas intensas • Problema da análise de freqüência de chuvas máximas calcular a precipitação P que atinge uma área A em uma duração D com uma dada probabilidade de ocorrência em um ano qualquer (ou tempo de retorno) curva de Intensidade – Duração – Freqüência (IDF) 1) Obtida a partir da análise estatística de séries longas de dados de um pluviógrafo (mais de 15 anos, pelo menos) 2) Selecionam-se as maiores chuvas de uma duração escolhida (por exemplo 15 minutos) em cada ano da série de dados série de tamanho N (número de anos) ajustada uma distribuição de frequências 3) Procedimento repetido para diferentes durações (5 min, 10 min, 1 hora, 12 horas, 24 horas, ...) resultados são resumidos na forma de um gráfico ou equação A curva IDF Intensidade – Duração Frequência Parque da Redenção em Porto Alegre Chuvas intensas • Em locais sem séries de dados Método de Bell, método das relações de durações (mais comum) O das relações de durações obtenção dos valores de precipitações médias máximas com duração inferior a 24 h rt1/t2 Intensidade na duração t1 Intensidade na duração t 2 Durações Razão 24h/1dia 1,14 12h/24h 0,85 10h/24h 0,82 8h/24h 0,78 6h/24h 0,72 1h/24h 0,42 30min/1h 0,74 25min/30min 0,91 20min/30min 0,81 15min/30min 0,7 10min/30min 0,54 5min/30min 0,34 Fonte: Cetesb (1979) Chuva diária x chuva de 24h 24h/1dia? • Precipitação diária valor compreendido entre 2 horários de observação pluviométrica O encarregado verifica o acumulado das 7 horas de ontem até as 7 horas de hoje • Precipitação de 24 h maior valor de chuva correspondente a um período consecutivo de 24 horas (não necessariamente coincidente a um período de observação Chuva diária x chuva de 24h 221 mm 216 mm 217 mm Diária 230 mm Chuva diária x chuva de 24h Máxima de 24 h 353 mm Diária 230 mm Chuvas intensas Exemplo de uso da curva IDF • Qual é a precipitação máxima de 1 hora de duração em Porto Alegre? • ????? • Qual é a precipitação máxima de 1 hora de duração em Porto Alegre com 1% de probabilidade de ser excedida em um ano qualquer? • ou, no lugar da probabilidade, tempo de retorno de 100 anos. Mapas de chuva Linhas de mesma precipitação são chamadas ISOIETAS Isoietas • Apresentação em mapas • Utiliza dados de postos pluviométricos • Interpolação • Isoietas totais anuais, máximas anuais, médias mensais, médias do trimestre mais chuvoso • Isoietas retrata a variabilidade espacial Isoietas Isoietas Isoietas Bacia do rio Paraíba (Plano Diretor) Postos 9030000 9030000 9020000 3876868 3876967 Isoietas Anuais Médias 9020000 9010000 9010000 9000000 3886248 8990000 3887235 1350 3886365 3886477 9000000 8980000 3887674 8970000 8990000 1250 1150 3887753 3886871 3887886 8960000 8950000 8980000 3897016 1050 950 3897098 8970000 8940000 850 8930000 8960000 750 8950000 650 8920000 750000 760000 770000 780000 790000 800000 810000 820000 830000 840000 850000 550 8940000 450 8930000 8920000 750000 760000 770000 780000 790000 800000 810000 820000 830000 840000 850000 Isoietas Bacia do rio Paraíba (Plano Diretor) Postos 9030000 9030000 9020000 3876868 3876967 9020000 9010000 9010000 9000000 3886248 8990000 Trimestre mais Chuvoso (Maio – Junho – Julho) 3887235 230 3886365 3886477 9000000 210 8980000 3887674 8970000 8990000 3887753 3886871 8960000 8950000 190 3887886 3897016 8980000 170 8970000 150 8960000 130 3897098 8940000 8930000 8920000 110 750000 760000 770000 780000 790000 800000 810000 820000 830000 840000 850000 8950000 90 8940000 70 8930000 8920000 750000760000 770000780000 790000800000 810000820000 830000840000 850000 730 720 710 690 680 670 700 6930 660 650 640 Isoietas 6930 730 720 710 690 680 700 6920 6920 6930 ANITÁPOLIS Máximas diárias 6920 ANITÁPOLIS 53 6910 SÃO BONIFÁCIO 6910 6910 54 6900 6900 6900 6890 SÃO MARTINHO RIO FORTUNA 81 6880 82 6890 IMBITUBA 6890 72 BRAÇO DO NORTE ARMAZÉM 6870 6870 76 GRAVATAL SÃO LUDGERO 6860 Ca ar i Lagoa Sto Antônio TUBARÃO BRAÇO DO NORTE LAGUNA TREZE DE MAIO Lagoa do Camacho JAGUARUNA A 6830 O C E A N T L Â N T IC 730 720 710 700 ORLEANS 6860 Lagoa do Imaruí iv 690 GRAVATAL ap 680 Ri SÃO LUDGERO C Rio LAURO MÜLLER 6860 rão ub a oT ar i escala 1:750.000 LEGENDA Limite da Bacia Hidrográfica do rio Tubarão e Complexo Lagunar 6850 CAPIVARI DE BAIXO PEDRAS GRANDES 6850 Lagoa Sto Antônio Sedes municipais Sistema hídrico principal TUBARÃO Curvas de Probabilidade de Precipitações Máximas Diárias LAGUNA Postos pluviométricos utilizados no estudo TREZE DE MAIO 6840 250 6840 Lagoa Sta Marta Lagoa do Camacho JAGUARUNA 200 A SANGÃO 6830 O C E A N T L Â N T IC O 6830 O 150 escala 1:750.000 50 0 1 10 100 Tr (anos) 53 54 72 73 74 75 76 81 82 84 730 690 680 670 100 660 6820 650 6820 640 Precipitação (mm) 6870 IMARUÍ 6830 O 6820 670 Lagoa do Mirim O 6820 660 ARMAZÉM 6870 6840 Lagoa Sta Marta SANGÃO 650 6880 6850 73 84 6840 640 GRÃO PARÁ IMBITUBA CAPIVARI DE BAIXO PEDRAS GRANDES 6880 Lagoa do Imaruí p iv 74 6850 720 ORLEANS R io o Rio Tuba rã RIO FORTUNA Lagoa do Mirim IMARUÍ LAURO MÜLLER 6860 SÃO MARTINHO 710 GRÃO PARÁ 6900 SANTA ROSA DE LIMA 6890 6880 6910 Ri o D 'Un a Ri o D 'Un a SANTA ROSA DE LIMA SÃO BONIFÁCIO Ri o Br aç od oN ort 6920 e N 700 6930 670 660 650 640 N Precipitação média numa bacia Lâmina de água de altura uniforme sobre toda a área considerada, associada a um período de tempo dado (como uma hora, dia, mês e ano) Precipitação média numa bacia • Precipitação = variável com grande heterogeneidade espacial Precipitação média numa bacia • Média aritmética (método mais simples) • 66+50+44+40= 200 mm • 200/4 = 50 mm • Pmédia = 50 mm 66 mm 44 mm 50 mm 40 mm 42 mm Precipitação média numa bacia • Problemas da média • 50+70= 120 mm • 120/2 = 60 mm • Pmédia = 60 mm Obs.: Forte precipitação junto ao divisor não está sendo considerada 120 mm 50 mm 70 mm Precipitação média numa bacia Posto 2 1400 mm Posto 1 1600 mm Posto 3 900 mm Precipitação média numa bacia 1700 1600 Posto 2 1400 mm 1500 1300 Posto 1 1600 mm 1200 1000 Posto 3 900 mm 1700 1400 1200 1100 900 SIG Precipitação média por Thiessen • Polígonos de Thiessen Áreas de influência de cada um dos postos n P ai Pi i1 120 mm 50 mm ai = fração da área da bacia sob influencia do posto I Pi = precipitação do posto i 70 mm Precipitação média por Thiessen 50 mm 120 mm 70 mm 75 mm 82 mm Precipitação média por Thiessen 50 mm 120 mm 70 mm 75 mm 82 mm 1 – Linha que une dois postos pluviométricos próximos Definição dos Polígonos de Thiessen 50 mm 120 mm 70 mm 75 mm 82 mm 2 – Linha que divide ao meio a linha anterior Definição dos Polígonos de Thiessen 50 mm 2 – Linha que divide ao meio a linha anterior 120 mm Região de dos postos 70 mm 75 mm 82 mm influência Definição dos Polígonos de Thiessen 50 mm 120 mm 70 mm 75 mm 82 mm 3 – Linhas que unem todos os postos pluviométricos vizinhos Definição dos Polígonos de Thiessen 50 mm 120 mm 70 mm 75 mm 82 mm 4 – Linhas que dividem ao meios todas as anteriores Definição dos Polígonos de Thiessen 50 mm 120 mm 70 mm 75 mm 82 mm 5 – Influência de cada um dos postos pluviométricos Definição dos Polígonos de Thiessen 50 mm 120 mm 70 mm 75 mm 82 mm 5 – Influência de cada um dos postos pluviométricos Definição dos Polígonos de Thiessen 50 mm 120 mm 70 mm 75 mm 82 mm 5 – Influência de cada um dos postos pluviométricos Definição dos Polígonos de Thiessen 50 mm 120 mm 70 mm 75 mm 82 mm 5 – Influência de cada um dos postos pluviométricos Definição dos Polígonos de Thiessen 50 mm 120 mm 70 mm 75 mm 82 mm 5 – Influência de cada um dos postos pluviométricos Definição dos Polígonos de Thiessen P 0,15 120 0,4 70 0,3 50 0,05 75 0,1 82 50 mm 30% 120 mm 70 mm 15% 40% 5% 10% 75 mm 82 mm 5 – Influência de cada um dos postos pluviométricos Precipitação média por Thiessen • O método dá bons resultados em terrenos levemente acidentados, quando a localização e exposição dos pluviômetros são semelhantes e as distâncias entre eles não são muito grandes facilita o cálculo automatizado Precipitação média 50 mm • Média aritmética = 60 mm 120 mm 70 mm • Média aritmética com postos de fora da bacia = 79,4 mm • Média por polígonos de Thiessen = 73 mm 75 mm 82 mm Interpoladores ponderados pela distância Sobrepor uma matriz à bacia 50 mm 120 mm 70 mm 75 mm 82 mm Interpoladores ponderados pela distância Calcular distância do centro de cada célula a todos os postos 50 mm 120 mm 70 mm 75 mm 82 mm Interpoladores ponderados pela distância Obter chuva interpolada na célula 50 mm 120 mm 70 mm 75 mm 82 mm Onde b é uma potência normalmente próxima de 2 Interpoladores ponderados pela distância Repetir para todas as células 50 mm 120 mm 70 mm 75 mm 82 mm Calcular a chuva média das células internas à bacia Outros Interpoladores •Polígonos de Thiessen – Total confiança no posto mais próximo •Inverso da distância –Pondera de acordo com a distância dos postos •Kriging –Pondera de acordo com a distância – Função de ponderação não é pré-definida, mas surge a partir da análise dos dados Análise de dados Objetivo de um posto de chuva obter uma série ininterrupta ao longo dos anos ou da dados detalhados de tormentas É comum entretanto período de falhas preenchimento errado do valor na caderneta de campo, soma errada do no de provetas em precipitações altas, observador não foi coletar e “chutou” o valor, crescimento de vegetação ou outra obstrução próxima, danos no aparelho, problemas mecânicos (pluviógrafos) Dados devem ser analisados antes de serem utilizados Falhas nos dados observados • Preenchimento de falhas (intervalo mensal; intervalo anual) Y X1 X2 X3 120 74 85 122 83 70 67 93 55 34 60 50 - 80 97 130 89 67 94 125 100 78 111 105 Análise de dados Preenchimento de falhas (utilizar postos próximos) Métodos: Ponderação regional Regressão linear Ponderação regional com base em regressões lineares Análise de consistência (utilizar postos próximos) Métodos: Dupla massa Vetor regional Observações: 1) Passo 1 acima pelo menos 3 postos com 10 anos de dados 2) Passo 2 acima todos os postos sem falhas e período de dados comum 3) dois passos acima séries mensais e anuais Correlação entre chuvas anuais Método da regressão linear Correlação entre chuvas anuais Método da regressão linear Correção de falhas • Se a correlação entre as chuvas de dois postos próximos é alta, eventuais falhas podem ser corrigidas por uma correlação simples. • O ideal é utilizar mais postos para isto Método da ponderação regional Correção de falhas • Posto Y apresenta falha • Postos X1, X2 e X3 tem dados. 1 PX1 PX2 PX3 PY Ym • Ym é a precipitação 3 Xm1 Xm2 Xm3 média do posto Y • Xm1 a Xm3 são as médias dos postos X • PX1 a PX3 são as precipitações nos postos X1 a X3 no intervalo de tempo em que Y apresenta falha. • PY é a precipitação estimada em Y no intervalo que apresenta falha. Método da ponderação regional Análise de consistência de dados • Mudança de declividade erros sistemáticos, mudança nas condições de observação, alterações climáticas por causa de reservatórios Análise de consistência de dados • Retas paralelas erros de transcrição de um ou mais dados ou presença de anos extremos em uma das séries plotadas • Distribuição errática regimes pluviométricos diferentes Método Dupla Massa Método Dupla Massa Exercício Precipitação: A) 78 mm B) 84 mm C) 64 mm Exercício Ano 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 Posto A 1658 1158 1161 1301 926 1784 1854 1233 1494 1411 1709 1258 1348 1350 Posto B 1672 1104 1264 1484 1000 1720 1850 1250 1396 1600 1649 1862 1329 1358 1602 1278 Posto C 1685 1226 1213 1392 1330 1771 1852 1751 1382 1850 1887 2014 1399 1369 1681 1153 Exercício • Um balde com formato cônico foi deixado na chuva durante um evento de 80 minutos de duração. Ao final do evento o balde, que estava inicialmente vazio, apresentava o nível d’água mostrado na figura (h = 6 cm). Qual foi a intensidade da chuva durante este evento (em mm/hora)? A altura do balde é de 40 cm. O diâmetro maior do balde é de 40 cm e o diâmetro menor de 25 cm. Volume de tronco de cone 1 Vol πh R2 Rr r2 3 Exercício Considerando a curva IDF do DMAE para o posto pluviográfico do Parque da Redenção, qual é a intensidade da chuva com duração de 40 minutos que tem 1% de probabilidade de ser igualada ou superada em um ano qualquer em Porto Alegre? • Exercício • Uma análise de 40 anos de dados revelou que a chuva média anual em um local na bacia do rio Uruguai é de 1800 mm e o desvio padrão é de 350 mm. Considerando que a chuva anual neste local tem uma distribuição normal, qual é o valor de chuva anual de um ano muito seco, com tempo de recorrência de 40 anos?