COMENTÁRIOS DOS VENCEDORES DO PASSATEMPO “FUI UM PENDURA COM SORTE” Já vai longe na minha adolescência, o tempo que ainda achava que iria ser piloto de ralis ao volante de um Ford Escort MK II. Posto o sonho de parte, desde então passei a acompanhar os ralis quase invariavelmente por detrás duma objectiva, concentrando-me no lado estético deste desporto, desde o Rali de Portugal e Nacional de Ralis, passando sempre que possível pelo Open, Clássicos ou Regionais. Quando o meu amigo João Costa me chamou atenção para a existência deste passatempo, o meu pensamento e a minha curiosidade de me poder sentar e andar dentro de um verdadeiro carro de ralis voltaram ao de cima, embora com expectativas moderadas. Quer na mera possibilidade de ser um dos vencedores, quer no entusiasmo já fora de tempo de poder viver as emoções da condução (ou melhor, de ser conduzido) num troço de ralis. Afinal, o que há de mais bonito do que ver um agressivo carro de ralis a atravessar-se em slide num qualquer gancho e tanto melhor quando em piso de terra? Mas, surpresa das surpresas, o meu nome acaba por surgir na curtíssima lista dos premiados do passatempo. A partir daqui, o estado de espírito muda rapidamente, até porque o aviso apenas veio de véspera. Despertador à hora certa, trajecto meio-estudado, blusão para o frio (que atacou nos últimos dias), boné e mapa na mão mais a inseparável máquina fotográfica, tudo ao bom estilo como se de uma ida a um verdadeiro rali se tratasse. Convinha não chegar tarde pois certamente haveria bastantes mais candidatos da parte dos patrocinadores na fila de espera para “voar” ao lado do Frederico Gomes. Uma vez chegados (eu e o João Costa) ao ponto dos “Testes Citröen”, pudemos constatar um cenário perfeito: um dia de sol explêndido iluminava a grande clareira onde estava montada a tenda de assistência do Citröen C2 e um armazém de apoio com bar, junto ao qual um churrasco já fumegava em plena actividade, dando ao local o ambiente típico dos dias de rali com o cheiro das febras já a pairar no ar. Toda esta apresentação, bem como a selecção e segurança do troço, da responsabilidade e mérito da organização do Montejunto-Rally Clube. Após os simpáticos cumprimentos com que fomos recebidos pelo nosso anfitrião directo e organizador do passatempo - Paulo Homem, do Ralisonline, e o seu colega Rui Fonseca, fomos de imediato inscritos na ordem de participação desta experiência que se antevia fantástica, ficando logo de seguida envolvidos pelo forte som do C2 R2 Max, já em constante actividade. Pouco mais de 20 minutos depois chegava a minha vez de entrar para o lugar do pendura, onde fiquei literalmente encaixado, sem lugar para folgas. Sentindo-me dominado por um estado de espírito surpreendentemente calmo, ouvi as explicações do Frederico Gomes sobre todas as funcionalidades controladas no tablier do carro (como é possivel gerir tanta informação!?) ressaltando logo ali do meu lado esquerdo, as grandes alavancas da caixa sequencial e do travão de mão. Passando das palavras à acção, o Frederico Gomes disse-me qualquer coisa como “vamos fazer isto de uma forma tranquila”, engata a 1ª e arranca duma forma decidida adoptando de imediato um ritmo forte. Perfeitamente fixo dentro da bacquet, adorei cada segundo do que se seguiu. O Frederico Gomes, mostrando total domínio do C2 e perfeito conhecimento daquele pequeno mas bem desenhado troço de terra pinhal adentro, atacou a fundo (foi assim que senti, eh eh) cada curva e cada lomba ao centésimo de segundo tivesse ou não visibilidade, curvando em derrapagens totalmente controladas e com uma única correcção de trajectória ao longo de todo o percurso. Só faltou um pouco mais de força à saída dos ganchos lamacentos, ou não fosse um 2 rodas motrizes puxado por um fabuloso 1600 cc. Foram minutos de puro gozo, vividos pela condução agressiva e seguríssima deste excelente piloto em grande apuro de forma, vencedor consecutivo das 3 últimas provas do Challenge C2. Houvesse possibilidade e candidatava-me ali mesmo a uma 2ª volta, mas não sendo isso possível - a lista de espera foi crescendo ao longo do dia - não podia ter ficado mais satisfeito. Todo este evento, simplesmente bem organizado, vai ficar gravado como um dia perfeito para este eterno adepto dos ralis, e agora definitivamente, admirador deste óptimo e simpático piloto. Vai ser um prazer cumprimentá-lo em cada rali a que me desloque, na expectativa de que, em cada um alcance o melhor resultado. No final, o Frederico Gomes dizia-me, que era com grande satisfação que participava numa acção destas onde se cultiva a aproximação aos adeptos. E pronto, era a altura de dar lugar a uma boa chouriçada e às febras grelhadas, cujo cheiro espalhado no ar fazia então lembrar como estes momentos da adrenalina dos ralis, puxam tão bem pelo apetite. Quero deixar aqui um abraço amigo ao Paulo Homem por ter organizado este passatempo e proporcionado estes momentos tão especiais, um agradecimento sincero ao Frederico Gomes pela energia despendida num longo dia e pelo empenho em querer receber tão bem o adepto anónimo de ralis, e também um agradecimento final ao Montejunto-Rally Clube pela excelente organização e por ter sabido recriar tão bem um ambiente de verdadeiro rali, num dia bafejado com bom tempo. Um abraço a todos e até ao próximo rali! José Amorim “FIQUEI ESTARRECIDO“ Primeiro que tudo os meus agradecimentos a todos que me proporcionaram a participação nesta admirável iniciativa, especialmente ao piloto de serviço, o meu “vizinho” o Sr. Frederico Gomes e ao Ralis.online.pt, na pessoa do Sr. Paulo Homem. Para quem assiste a ralis ao vivo há practicamente 30 anos, já era tempo de poder disfrutar do meu “baptismo de fogo” numa destas viaturas, para ter uma noção de como se passam as coisas quando o cronómetro está a contar. Por isso foi com enorme alegria que na passada sexta-feira, soube que tinha sido um dos três seleccionados para andar ao lado do Sr. Frederico Gomes. Para além do mais quando hoje de manhã (no passado sábado, n.d.r.) cheguei ao local do teste, tive a grata surpresa de saber que seria o primeiro a disfrutar do “co-drive”. Neste caso havia provavelmente a desvantagem do piloto ainda não ter “aquecido” mas havia a vantagem do carro ainda estar “fresquinho”, sem mazelas. Sendo assim e após um breve “briefing” sobre os comandos da viatura e a informação disponível na consola em frente do piloto, lá seguimos viagem pelo troço. No sector inicial, em estrada estreita a descer e sinuosa e que constituiu um notável “abre olhos”, era incrível a forma como o pilovo se “desviava” das árvores circundantes dando sempre uma sensação de situação controlada. Após um gancho à esquerda lento e um posterior cruzamento à direita em ângulo recto entrava-se numa estrada larga e rápida, terreno esse mais do agrado de um tracção à frente como é o C2 e onde era um regalo assistir ao bailado do carro. Para concluir, o melhor estava guardado para o fim com uma extraordinária direita sobre lomba em que levantamos rodas. Resumindo e concluindo o mínimo que posso dizer é que fiquei perfeitamente estarrecido com o nível de andamento que o piloto conseguiu imprimir com um carro que aparentava alguma fragilidade mas que na prática se revelava ser extremamente robusto, passando por cima de “toda a folha”. Gostaria ainda de destacar a simpatia e acessibilidade de todos os envoldidos desde os elementos da equipa AutoTranscais, quer do Ralis.online.pt ou ainda do Montejunto Rally Clube. Vê-se que são gente dos RALIS. Bem hajam. Para terminar faço um apelo a todos os agentes envolvidos na práctica dos Ralis para a proliferação de iniciativas deste tipo para uma cada vez maior e melhor promoção da modalidade. Com os votos de Boas Festas, melhores cumprimentos, Jorge Santareno “SEM DÚVIDA FIQUEI FÓ Para começar e antes de contar o que senti lá dentro confesso que enquanto me deslocava para o sítio do co-drive me perguntava se me ia agarrar como uma lapa à bacquet ou ao roll-bar, à semelhança do que faço por vezes quando me sento no lugar do pendura quando viajo com amigos meus, ou ia calmamente aproveitar esta experiência. Felizmente poupei o Frederico Gomes a figuras tristes e saí do carro a querer mais e mais e mais experiências como aquelas. Um das coisas que mais me impressionou é a firmeza com que vamos colados à bacquet, por mais que o carro dance vamos sempre ali seguros, sem a mínima oscilação. A sensação do carro a escorregar nas curvas, bem como o rodopiar do carro quando o piloto tem a necessidade de utilizar o travão de mão é fabulosa. Sem dúvida que fiquei fã, e espero que esta não seja a última oportunidade que tenho para me sentar no lugar do navegador. Por último queria agradecer ao Frederico Gomes e ao Ralis.Online pela simpatia com que nos receberam e por este excelente dia passado no Cadaval, sem dúvida um dia a não esquecer. Mais uma vez obrigado por esta excelente experiência. Cumprimentos, João Costa