Nome Científico
É uma planta da família Moringácea e os cientistas a conhecem como Moringa
oleifera, porque ela também produz muito óleo.
Nomes Populares
Em alguns lugares do nordeste é conhecida como Lírio-Branco e Quiabo de
Quina, em inglês, é chamada de Drumstick (Baqueta) devido ao formato que
lembra o Bastão de bater o tambor.
Características
É uma planta perene (que dura muitos anos, não acaba) que atinge cerca de
10 metros de altura. As flores são perfumadas, de cor branca ou bege, pintadas
de amarelo na base.
O fruto é uma espécie de vagem normal, que tem duas faces.
As sementes, sempre em grande número por fruto, têm quase um centímetro
de diâmetro e, são aladas.
Origem
É uma árvore originária da Índia. Nasceu em uma região seca como a do
sertão do Brasil, onde chove pouco e durante período curto do ano.
A Moringa oleifera esta entre as fontes vegetais mais ricas em vitaminas:
A Moringa oleifera e suas propriedades por serem ricas em nutrientes e
suplemento vitamínico contêm 46 antioxidantes, 90 nutrientes, contém quase
todas as vitaminas e o micro e macro minerais necessários à função das
células.
A (betacaroteno)
B1 (tiamina)
B2 (riboflavina)
B3 (niacina)
B6 (piridoxina)
B7 (biotina)
C (ácido ascórbico)
D (colecalciferol)
E (tocoferol) e K.
Os seus fãs atuais, que redescobriram as suas virtudes e as suas múltiplas
utilizações, chamam-na "árvore milagrosa". Em África, as folhas são utilizadas
na farmacopeia e na alimentação e — mais recentemente — como
complemento alimentar para as pessoas com sida. Na Índia, preferem-se as
vagens. O óleo extraído das sementes foi utilizado em perfumaria no Egito, há
3000 anos. Na Jamaica, há 200 anos que é utilizada na cozinha. As sementes,
reduzidas a pó, têm propriedades.
Esta planta é da India e plantada nas ruas decorativamente,mas foi descoberta
qualidades medicinais sendo usada no Brasil,no nordeste, para purificar a água
e como recuperador do sistema imunológico das crianças carentes. A Moringa
oleifera Lam. É uma espécie arbórea pertencente à família Moringácea,
adaptada às condições áridas e semiáridas e de uso diversificado com especial
destaque na ornamentação de parques e jardins, na alimentação animal, na
complementação alimentar humana e na medicina. Uma vez que são poucas
as informações sobre essa planta, o trabalho teve como objetivo avaliar o
acúmulo de nutrientes nas raízes e parte aérea de mudas submetidas a
diferentes soluções nutritivas com exclusão de macronutrientes. Os
tratamentos consistiram de sete soluções nutritivas: 1) solução completa (SC);
2) SC-N; 3) SC-P; 4) SC-K; 5) SC-Ca; 6) SC-Mg; 7) SC-S. O N e o K foram os
macronutrientes mais acumulados nas mudas, seguidos pelo Ca, S, P e Mg.
Os nutrientes omitidos da solução nutritiva apresentaram-se em teores mais
baixos nos tecidos vegetais. A omissão de todos os elementos, com exceção
do P, aumentou a concentração de P nas mudas. A omissão de Ca e de K da
solução nutritiva favoreceu o aumento da concentração de Mg nas mudas. O
aumento da concentração de Ca nas mudas foi favorecido com a omissão, na
solução de tratamento, de K e de Mg. A omissão de N diminuiu, em todas as
partes das plantas, a acumulação de K, Ca e Mg. As concentrações de P e N,
em todas as partes das plantas, aumentaram e diminuíram, respectivamente,
com a omissão de S na solução nutritiva.
Nos continentes Asiático e Africano, a utilização como alimento é bastante
antiga. Na América Central também há certa tradição. As receitas são
inúmeras. Na Indonésia, por exemplo, consome-se o arroz com sopa ou molho
de folhas de moringa. Em Timor, há um prato muito apreciado chamado
“makansufa”, que significa refeição de flores. As flores de moringa são fritas em
óleo de coco e imersas em leite de coco, para serem consumidas com milho ou
arroz. Nas Filipinas, folhas novas são transformadas em purê para alimentar
crianças. Na Etiópia, as folhas temperadas e cozidas são utilizadas em mistura
com batatas e tomates. Os frutos podem ser consumidos em conservas. Em
Bombaim, na Índia, há uma fábrica que exporta para países ocidentais
enlatados de drumsticks. Em alguns países as folhas servem para alimentação
animal. No Brasil, sabe-se há pouquíssimo tempo, que a moringa é comestível.
A espécie está sendo vista como alternativa alimentar estratégica. Em algumas
escolas de regiões carentes estão usando folhas da moringa na merenda
escolar. Segundo
relatos de professores, o rendimento dos alunos melhorou. No instituto de
Parma cultura da Bahia, em Salvador, tem-se usado a farinha das folhas secas
para alimentar crianças em substituição à farinha de mandioca.
Todas as partes da moringa são usadas na medicina popular da Ásia, áfrica e
América central, apesar de que ainda poucas das propriedades alardeadas
foram comprovadas cientificamente. Sabe-se que as folhas e as sementes
possuem propriedades antibacterianas, e que a vitamina a associada a outras
vitaminas combate as radicais livres moléculas derivadas do metabolismo, que
prejudicam as células provocando o envelhecimento. Os usos mais citados da
moringa são para as doenças da pele, sistema digestivo e doenças nas
articulações.
O conteúdo de vitamina a nas folhas é de 23 mil ui (unidades internacionais)
por 100 gramas de folhas maduras, o maior dentre os vegetais comestíveis. Só
para se ter uma idéia da importância desse conteúdo, os brócolis possuem
cinco mil ui e a cenoura 3.700. As folhas da moringa são boa fonte de fósforo,
cálcio, ferro e vitamina c contém também cerca de 27% de proteínas.
A Moringa oleífera é uma árvore nativa da África que foi trazida para a América
como uma planta ornamental (devido às suas delicadas e perfumadas flores)
que atualmente pode ser encontrada na África, Índia, Ásia e América, enfim,
em regiões tropicais. É uma árvore de cultivo relativamente fácil, que se
destaca por produzir sementes com as quais pode ser obtida uma suspensão
capaz de clarificar águas turvas pela ação coagulante; este processo é
responsável não apenas pela remoção de partículas causadoras de turbidez
como também pela atuação em algumas bactérias presentes na água.
A espécie Moringa oleifera, destaca-se como uma das mais promissoras fontes
de coagulante natural com o objetivo de eliminar as partículas presentes na
água: com a utilização do coagulante natural extraído das sementes, além da
evidente clarificação da água tem-se também uma melhora na sua qualidade
do o ponto de vista microbiológico. É aconselhável utilizar sementes colhidas
recentemente porque as propriedades coagulantes das sementes podem
diminuir com o tempo. A utilização das sementes de Moringa oleífera no
tratamento de água pode ser muito útil no controle de surtos diarréicos
especialmente em áreas onde outras medidas sanitárias não sejam adotadas.
Para o preparo da suspensão feita com a semente, a dose a ser utilizada
depende da turbidez inicial da água: no caso de água de turbidez baixa (pouco
barrenta), uma suspensão com uma semente é suficiente para um volume de
água a tratar de 1 litro, mas esta dose pode subir no caso de uma água de alta
turbidez. Em clima seco e quente, a suspensão não tem estabilidade e,
portanto, deve ser preparada diariamente, contudo, pode ser refrigerada por
dois dias.
Para promover a clarificação da água deve-se despejar o pó das sementes na
água a ser tratada e mexer rapidamente durante 1 minuto e depois mexer
lentamente durante 2 minutos. Cobrir o recipiente e deixar descansar (isso
depende da qualidade e da temperatura da água). No fundo do recipiente,
ficarão acumuladas as partículas grossas deixando a água limpa, mais ainda
não pronta para ser consumida faltando ainda fazer sua desinfecção, por
exemplo, podendo ser através da fervura ou desinfecção solar (SODIS).
Equipe:
Prof. Dr. José E. S. Paterniani
Renata Ottina Ramos
Gabriela M. Mota.
As suas flores são muito utilizadas para alimentação de abelhas tipo Europa
(Apis) ou as nativas sem ferrão. Produzem muito néctar para a alimentação das
abelhas, florescendo o ano todo. De suas folhas, flores ou sementes, se pode
extrair um produto, utilizado como decantador no tratamento de água para
consumo humano, similar aos produtos aos químicos utilizados pelas
companhias de tratamento de água. As folhas maceradas em poças de água
barrenta provocam rápida limpeza. Se não estiver contaminada, fica própria
para o consumo. No Nordeste brasileiro esta planta já está sendo utilizada para
este fim.
Moringa Oleífera
A Moringa Oleífera (Moringácea), planta originária da Índia é considerada por
botânicos e biólogos, um milagre da natureza. Uma esperança para o combate
da fome no mundo. Rica em vitaminas e sais minerais, ela tem:
a) Sete vezes mais vitamina C que a laranja;
b) Quatro vezes mais cálcio que o leite;
c) Quatro vezes mais vitamina A que a cenoura;
d) Três vezes mais potássio que a banana;
e) Duas vezes mais proteína que o leite (cerca de 27% de proteína, equivalente
à carne do boi);
e) Mais ferro que o espinafre;
f) Vitaminas presentes: A, B (tiamina, riboflavina, niacina), C, E, e beta
caroteno.
g) Minerais presentes: Fósforo, Ferro, Selênio e Zinco.
Purificação da Água
No entanto, a principal propriedade da Moringa tem sido a capacidade de suas
sementes de atuar como um coagulante da água para a remoção de partículas,
fungos e microrganismos patogênicos e cianas bactérias. Estas sementes,
após serem trituradas e adicionadas à água, se juntam as bactérias e criam
partículas maiores. Estas decantam no fundo do recipiente onde está
armazenada a água, sendo facilmente retiradas posteriormente. O processo
consegue retirar entre 90 e 99,9% das bactérias, mas é aconselhado um
procedimento complementar para o seu uso potável, como a fervura da água.
Este método de purificação da água já foi utilizado em países como o Malawi,
inclusive em tratamento de água em grande escala, e os principais estudos a
esse respeito são do Enviromental Engineering Group (Grupo de Engenharia
Ambiental), da Universidade de Leicester, no Reino Unido.
Como purificar a água com sementes de Moringa oleifera?*
Para tratar 20 litros de água (quantidade equivalente a um balde grande) são
necessárias cerca de dois gramas de sementes de Moringa oleifera trituradas
(duas colheres de chá rasas de cinco ml ou duas tampinhas de refrigerante
cheias). Adicione uma pequena quantidade de água limpa às sementes
trituradas para formar uma pasta. Coloque a pasta dentro de uma garrafa vazia
– uma garrafa de refrigerante é ideal. Adicione uma xícara (200 ml) de água
limpa e agite por 5 minutos. Esta ação ativa as substâncias químicas nas
sementes trituradas.
Filtre a solução com um pano branco de algodão colocando-adentro de um
balde de 20 litros com a água do rio. O conteúdo deve então ser misturado
rapidamente por 2 minutos e depois misturado vagarosamente por 10–15
minutos. Durante este período por se estar misturando o conteúdo lentamente,
as partículas das sementes da moringa se agregam com o material particulado
e formam partículas maiores, as quais decantam no fundo do balde e lá
permanecem. Após uma hora, a água limpa pode ser retirada.
*Esta explicação de como purificar a água se utilizando das sementes da
Moringa oleifera foi retirada do manual elaborado por Geoff Folkard e John
Sutherland, da TFLZ (Tearfund Internacional Learning Zone).
Tratamento

. “Combata o bom combate, com fé e boa consciência.” (ITm. 1,18).
o A água contaminada por micróbios pode prejudicar a saúde das
pessoas de várias maneiras, seja:
• Através da ingestão direta da água contaminada;
• Na ingestão de alimentos contaminados pela água imprópria;
• Pelo seu uso na higiene pessoal e no lazer;
• Na agricultura.

Amostra de alguns tipos de águas encontradas nas comunidades e que,
em alguns casos, apesar de estarem transparentes necessitam ser
tratadas antes do consumo humano.
Algumas das doenças causadas quando bebemos água contaminada ou
comemos alimentos contaminados pela água inadequada são:
• Diarreias
• Verminoses (lombriga, giárdia e outras).
• Cólera
• Hepatite A
• Febre Tifoide
Outras doenças podem ser causadas quando se toma banho em água
imprópria:
Leptospirose
Descrição: é uma doença infecciosa aguda causada por uma bactéria,
presente na urina de animais infectados. Em áreas urbanas, o rato é o principal
transmissor da doença, a qual é transmitida ao homem, mais freqüentemente,
através da água das enchentes. O homem se infecta pelo contato da pele ou
mucosas (dos olhos e da boca) com a água ou lama contaminadas pela urina
dos ratos.
Sintomas: febre, dor de cabeça, dores pelo corpo, principalmente nas
panturrilhas (batatada); podem também ocorrer vômitos, diarréia e tosse. Nas
formas graves geralmente aparece icterícia (pele e olhos amarelos) e há a
necessidade de internação hospitalar.
Esquistossomose
No Brasil é conhecida popularmente como xistosa, xistossomose, doença dos
caramujos e barriga d ́água.
Descrição: A esquistossomose é uma doença transmissível, parasitária,
causada por vermes. O parasita, além do homem, necessita da participação de
caramujos de água doce para completar seu ciclo de vida. O parasita adulto
vive no intestino e fígado das pessoas contaminadas.
Sintomas: Na fase aguda pode apresentar febre, dor de cabeça, calafrios,
suores, fraqueza, falta de apetite, dor muscular, tosse e diarréia. Em alguns
casos o fígado e o baço podem inflamar e aumentar de tamanho. Na forma
crônica a diarréia se torna mais constante, alternando-se com prisão de ventre,
e pode aparecer sangue nas fezes. Além disso, o paciente pode sentir tonturas,
dor de cabeça, sensação de plenitude gástrica, coceira no ânus, palpitações,
impotência, emagrecimento e endurecimento do fígado, com aumento de seu
tamanho. Nos casos mais graves da fase crônica o estado do paciente piora
bastante, com emagrecimento e fraqueza acentuada e aumento do abdômen,
conhecido popularmente como barriga d ́água.
Conjuntivite
Popularmente conhecido como Sapatão.
Sintomas: olhos vermelhos, secreção (o tipo depende da causa), lacrimeja
mento, pálpebras inchadas e sensação de corpo estranho nos olhos.
E ainda podemos citar algumas das doenças cujo transmissor precisa da água
para se reproduzir:
Dengue
Popularmente conhecida como “Febre de Quebra Ossos”
Descrição: É uma doença infecciosa febril aguda, que pode se apresentar de
forma leve ou grave. Isso vai depender de diversos fatores, entre eles: o tipo de
vírus, se a pessoa já foi infectada antes pelo vírus da dengue e fatores
individuais como doenças crônicas (diabetes, asma brônquica, anemia
falciforme).
Sintomas: O doente pode apresentar sintomas como febre, dor de cabeça,
dores pelo corpo, náuseas ou até mesmo não apresentar qualquer sintoma. O
aparecimento de manchas vermelhas na pele, sangramentos (nariz, gengivas),
dor abdominal intensa e contínua e vômitos persistentes podem indicar um
sinal de alarme para dengue hemorrágica. Esse é um quadro grave que
necessita de imediata atenção médica, pois pode ser fatal.
É importante procurar orientação médica ao surgirem os primeiros sintomas,
pois as manifestações iniciais podem ser confundidas com outras doenças,
como febre amarela, malária ou leptospirose e não servem para indicar o grau
de gravidade da doença.
Malária
Popularmente conhecida como Paludismo, impaludismo, febre palustre, febre
intermitente, febre terçã benigna, febre terçã maligna, maleita, sezão,
tremedeira, batedeira ou febre.
Descrição: é uma doença infecciosa febril aguda transmitida pela picada da
fêmea do mosquito.
Sintomas: O quadro clínico típico é caracterizado por febre alta, acompanhada
de calafrios, muito suor e dor de cabeça, que vão e vem.
Febre Amarela
Descrição: É uma doença infecciosa febril aguda, de curta duração (no
máximo 10 dias), e de gravidade variável.
Sintomas: Dependendo da gravidade, a pessoa pode sentir febre, dor de
cabeça, calafrios, náuseas, vômito, dores no corpo, icterícia (a pele e os olhos
ficam amarelos) e hemorragias (de gengivas, nariz, estômago, intestino e
urina).
A água é vital para a vida. Assim cuidar do meio ambiente, da higiene e da
água que usamos no dia a dia são cuidados básicos para a saúde. Esses
cuidados são simples e ajudam a manter a saúde. Vamos aprender como ter
esses cuidados?
Tratamento com Hipoclorito de Sódio
Os frascos com Hipoclorito de Sódio são entregues à comunidade pelos
agentes do Programa de Saúde da Família (PSF) juntamente com informações
de como usar o produto de forma a combater as doenças causadas pela água.
Além da cólera, o hipoclorito ajuda a diminuir os riscos da febre tifóide,
verminoses e outras doenças.
A Água Sanitária é feita com
hipoclorito de sódio e pode
ser usada na água, desde
que não contenha perfume.
É um produto barato e pode
ser comprado no comércio
local. Recomende a família a
comprar a água sanitária que
tenha o registro no Ministério
da Saúde. Veja abaixo um
exemplo de rótulo de água
sanitária e onde deve ser
observado esse registro:
Observe bem as orientações contidas abaixo para não colocar dose acima e
nem abaixo do recomendado. A dose de hipoclorito de Sódio ou água sanitária
varia conforme o tipo de água. Isso se dá porque a contaminação também é
diferente para cada tipo de fonte de água:
Água de beber
• para cada litro de água, são usadas duas gotas de Hipoclorito de Sódio ou
água sanitária. Mexer e esperar por 30 minutos antes de utilizar.
• para cada lata de 20 litros de água, colocar 40 gotas de Hipoclorito de Sódio
ou água sanitária. Mexer e esperar por 30 minutos antes de utilizar.
Água do poço Amazonas (Cacimbão)
• para cada lata de 18 litros usarem 40 gotas de Hipoclorito de Sódio ou água
sanitária. Mexer e esperar por uma hora antes de utilizar.
Água do Barreiro ou Açude
• para cada lata de 18 litros usarem 60 gotas de Hipoclorito de Sódio ou água
sanitária. Mexer e esperar por uma hora antes de utilizar.
Se utilizar a quantidade de gotas de hipoclorito ou água sanitária de acordo
com a quantidade de água que está indicado e esperar o tempo necessário
para reação à água não ficará com gosto.
Tratamento com Moringa
O que é Moringa?
É uma planta originária de uma região muito seca da Índia. Essa região é muito
parecida com o nordeste Brasileiro, onde chove pouco e por período muito
curto.
Essa planta foi trazida para o Brasil e em algumas regiões ela ganhou o nome
de “Lírio Branco” e “Quiabo de Quina”.
A Moringa tem sido bastante usada para clarificar a Água barrenta e suja. Sua
ação faz assentar a sujeira da água e ainda mata alguns microorganismos que
causam doenças.
Para a clarificação da água, usar somente as sementes da Moringa. Para isso,
coloque as sementes em pilão limpo e pile até virar pó:
• Para uma lata de 18 litros de água, utilizar o pó de 54 sementes;
• Para um balde de 9 litros de água, utilizar o pó de 27 sementes;
• Se a água que será clarificada for de barreiro deve-se usar o pó de seis
sementes por 1 litro de água.
Mexer bem e deixar a água descansar por quatro horas. Observe que a sujeira
da água ficará na parte de baixo da lata ou balde. Retire a água limpa porque,
se esperar muito, a sujeira volta a se misturar.
Além disso, a semente da Moringa possui outras utilidades, as folhas são ótima
pastagem e bom alimento para as pessoas, porque são ricas em vitamina A.
Com as folhas podem ser feitas saladas cruas ou podem ser usadas cozidas
como condimento e misturadas a outros pratos.
A Moringa cresce rápido podendo ser usada como cerca viva e complemento
da alimentação animal. Sua flor é muito cheirosa e por isso é muito usada em
jardins e perto das casas. No anexo I, colocaremos dicas de como fazer para
plantar a Moringa no seu quintal.
Líder, essas são algumas dicas para que você, durante sua caminhada junto às
famílias acompanhadas pela Pastoral da Criança, na sua comunidade e onde
você estiver possa contribuir para melhorar a qualidade da água consumida
pelos nossos irmãos.
“Louvado sejas, meu Senhor Pela irmã Água que é muito útil e humilde E
preciosa e casta.”
RESUMO: A Moringa oleifera Lam é um polímero natural
que vem ganhando destaque no tratamento de água, pois
atua como agente clarificante natural. O objetivo principal
deste trabalho foi avaliar o potencial das sementes de
Moringa oleifera Lam no processo de clarificação de água
coletada no rio Negro em função da sazonalidade anual. Os
ensaios foram realizados no “Jar Test”, onde se verificou a
dosagem ideal para propiciar a remoção dos parâmetros
estabelecidos de PH, condutividade, turbidez e cor, usando
diferentes concentrações do biopolímero, sobre as variações
de cor da água do rio Negro. Ficou definida que a dosagem
mínima (ideal) para ser usada durante os diferentes períodos
do ano no tratamento de água é de 2 g do pó de sementes
de Moringa por litro de água com 4 horas de sedimentação.
INTRODUÇÃO: O rio Negro no Amazonas é um dos maiores
rios do mundo em volume de água, porém é altamente
colorida em virtude das altas concentrações de substâncias
únicas tornando-a imprópria para o consumo humano. A
presença de substâncias únicas em mananciais de águas
destinadas ao abastecimento tem ocasionado diversos
problemas decorrentes da formação de subprodutos
orgânicos quando há utilização do cloro nas etapas de
desinfecção, dando origem aos trialometanos (DI
BERNARDO & DANTAS, 2006). Os produtos que não são
biodegradáveis, como é o caso do sulfato de alumínio usado
nas Estações de Tratamento de Água, produz lodo e este
pode disponibilizar íons solúveis que comprometem o
ambiente e também pode ocasionar problemas à saúde
humana (SAWAYA, 2006). Os moradores ribeirinhos da
região de São Gabriel da Cachoeira AM, consomem água
coletada das chuvas, nascentes naturais, e na maioria das
vezes é coletada diretamente do rio Negro sem passar por
nenhum tipo de tratamento para eliminação dos
microorganismos o que pode ocasionar problemas de saúde
como pro exemplo a hepatite, o cólera, a febre tifóide, entre
outras. O objetivo principal deste trabalho foi determinar a
dosagem ideal de sementes de Moringa oleifera Lam, para
ser usada como coagulante natural sobre as variações de
cor da água do rio Negro influenciada pela sazonalidade,
com a principal função de torná-la adequada ao consumo
humano, obedecendo aos padrões de portabilidade
estabelecidos pela Portaria do Ministério da Saúde nº
518/2004, visando os menores custos, facilidade de
operação, manutenção e gerando o menor impacto
ambiental.
MATERIAL E MÉTODOS: A parte experimental dessa
pesquisa foi realizada, no laboratório de Química Analítica
Ambiental - MCT/INPA, onde foram feitos os ensaios de
coagulação/floculação e determinação dos parâmetros
necessários para se avaliar a clarificação da água coletada
no rio Negro, utilizando como coagulante natural pó das
sementes
de
Moringa.
A metodologia para a obtenção do coagulante a partir das
sementes de M. oleifera, foi baseada nas metodologias
apresentadas por NDABIGENGESERE & NARASIAH (1996),
NDABIGENGESERE et. al. (1995), MUYIBI & OKUOFU
(1995 a e 1995b) e MUYIBI & EVISON (1995), adaptadas
para o presente estudo, eliminando a etapa de filtração da
solução coagulante, a fim de tornar o processo mais simples
e viável tecnicamente. As cascas das sementes foram
facilmente removidas e após este processo foram
maceradas com auxílio do cadinho/pistilo. As águas para
análises foram coletadas na Cidade de Manaus - AM. O sítio
de amostragem foi escolhido próximo ás margens do rio
Negro, com a finalidade de aproximar ao máximo ao
cotidiano dos moradores de comunidades ribeirinhas no
processo de coleta das águas para o consumo. Após cada
coleta foram feitas as análises físico-químicas para obtenção
dos parâmetros determinados de cor, turbidez, PH e
condutividade.
A metodologia usada para medição da qualidade da água foi
executada de acordo com os métodos padronizados
descritos na edição atualizada do “Standard Methods for the
Examination of Water and Wastewater – 20th edition”
(APHA, AWWA, WPCF-1995). Os parâmetros escolhidos
fazer o monitoramento da água analisada foram: pH,
condutividade
elétrica,
cor,
turbidez
e
turbidez
remanescente, os quais foram comparados com os valores
estabelecidos na Portaria n.º 518/2004 do Ministério da
Saúde.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: A portaria 518/2004 não
considera importante a determinação da condutividade, por
isso o mesmo é raramente monitorado nas estações de
tratamento de água. Os valores de PH encontrados na água
bruta foram abaixo de 6,0 os que são uma característica da
região, devido à baixa quantidade de cálcio e magnésio nas
formações geológicas da nascente do rio Negro, associados
aos altos índices de matéria orgânica presente na água.
Para o estudo de coagulação/floculação foi determinado o
uso de 1, 2 e 3 G/L de água do pó das sementes de moringa.
Os resultados podem ser vistos dos nas Figuras 1 e 2. Na
Figura1 (a, b e c), visualizam-se os gráficos de turbidez em
função dos tempos de coagulação com as variações de cor.
Todos os resultados apresentados na Figura 1 (a, b e c),
encontram-se dentro do padrão estabelecido na 518/2004
que é de cinco UTS. A Figura 2 (a, b e c), mostra os
resultados das determinações dos valores de cor, onde nos
ensaios foram correlacionados os tempos decantação por
dosagem de sementes Moringa. Na Figura 2 (a) mostra que
com a adição de 1g do pó de sementes na água com
concentração inicial de 91,56 e 164,34 UH, em 6 h de
decantação ficaram dentro dos limites aceitáveis da
518/2004, sendo esta dosagem insuficiente para remover a
cor, acima destes valores. Podemos observar em (b), que a
redução da cor aumentou em função do aumento da
dosagem de sementes de Moringa. Quando foi usado 2g do
coagulante todos os resultados evidenciam que a partir de 4
h de decantação os valores permaneceram dentro dos
padrões. No mesmo estudo quando foi usado 3g/L de
sementes de Moringa, o tempo de sedimentação diminuiu
para 2 h, removendo a cor da água analisada deixando-
adentro dos padrões de portabilidade da Portaria 518/2004,
a qual estabelece o limite aceitável para cor igual a 15 UH.
CONCLUSÕES: A Moringa oleifera Lam apresentou-se
eficiente na remoção de cor e turbidez, sendo considerado
um processo promissor na etapa de clarificação de água
coletada no rio Negro para ser usada por moradores das
pequenas comunidades da Amazônia. A dosagem suficiente
para o processo de clarificação foi de 2 g/L de sementes de
Moringa, a partir de 4h de sedimentação ou de 3 g/L em 2 h
de decantação, sendo que os valores obtidos estavam de
acordo com os padrões de portabilidade, estabelecidos na
Portaria 518/2004.Vale ressaltar que para fins potáveis devese acrescentar as etapas de filtração/desinfecção.
AGRADECIMENTOS:
A
FUNASA
e
ao
INPA.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICA:
MINISTÉRIO
DA
SAÚDE. Portaria nº 518, de 25 de março de 2004.
Estabelece os procedimentos e responsabilidades relativas
ao controle e vigilância da qualidade da água para consumo
humano e seu padrão de portabilidade, e dá outras
providências. Diário Oficial da União, Brasília, 26/03/2004.
NDABIGENGESERE A.; NARASIAH, S. K. Influência of.
opera Ting parâmetro um turbidity removal by coagulation
with Moringa oleifera seeds. Environmental Technology,
v.17,
p.1103-1112,
1996.
NDABIGENGESERE A.; NARASIAH, S. K; TALBOT B. G.
Active agents and mechanism of coagulation of turbid Waters
using Moringa oleifera. Water Research, v.29, n.2, p.703710,
1995.
MUYIBI, S. A. & OKUOFU, C. A. Coagulation of low
turbitysurface waters with Moringa oleifera seeds.
InternationalJournal of Environmental Studies, v.48, n.3/4,
p.263-273,
1995.
SAWAYA, A. L. Desnutrição: conseqüências em longo prazo
e efeitos da recuperação nutricional. Estudos Avançados.
São
Paulo.
V.
20
no.
58,
2006.
RESUMO
Neste trabalho avaliou-se a eficiência de diferentes agentes
coagulantes no processo de coagulação/floculação no
tratamento de efluente de uma indústria de galvanoplastia.
Foram avaliados coagulantes do tipo inorgânico (cloreto
férrico e sulfato de alumínio) e orgânico (quito sana e
sementes de moringa, Tanfloc SG e Acquapol C1). Os
parâmetros avaliados foram cor e turbidez. Os testes foram
realizados em Jar-Test, utilizando uma velocidade de 120
rpm e um tempo de 1,5 min para a mistura rápida e 20 rpm e
15 min para a mistura lenta. O agente coagulante quito sana
apresentou-se como mais promissor para a remoção de cor
e turbidez em efluentes de galvanoplastia, removendo
97,76% de cor e 98,06% de turbidez, para a concentração de
sete ppm e tempo de sedimentação de 20 min.
Introdução
Nas últimas décadas houve um grande crescimento
industrial que trouxe também aumento no volume de
resíduos gerados, os quais quando não corretamente
dispostos ou tratados, podem causar sérios problemas de
contaminação ambiental [1].
A indústria da galvanoplastia se apresenta como uma fonte
geradora de efluentes contendo metais pesados (cromo,
cobre, zinco, níquel, cádmio, chumbo), uma vez que
emprega em seus processos de eletrodeposição uma
variedade de soluções metálicas e um volume considerável
de águas de lavagem que, dependendo do porte da
indústria, situa-se entre 250 e 2.000 L/h, havendo
instalações em que esta quantidade ultrapassa os 10.000 L/h
[2]. Em relação à vazão dos efluentes, esta varia
consideravelmente, dependendo do tamanho das seções de
galvanização, havendo relatos desde oito até 1500 m3/dia
[3].
Os processos de galvanização geram graves problemas de
poluição nos ecossistemas aquáticos devido os seus
despejos conterem metais pesados, que acima de
determinadas concentrações podem ser tóxicos ao ambiente
e ao ser humano. Apresentam ainda grande quantidade de
materiais dissolvidos e suspensos, ocasionando altos valores
de cor e turbidez, respectivamente.
A determinação da turbidez permite evidenciar alterações na
água. A água que possui turbidez faz com que as partículas
em suspensão reflitam a luz, fazendo com que a esta não
chegue aos organismos aquáticos. Para Santos [4] alguns
vírus e bactérias podem se alojar nas partículas em
suspensão, se protegendo da ação de desinfetantes,
passando a turbidez a ser considerada também sob o ponto
de vista sanitário.
A cor nas águas pode suprimir os processos fotossintéticos
nos cursos d'águas [1]. De forma geral a cor nas águas pode
resultar dos processos de decomposição da matéria
orgânica, da presença de íons metálicos naturais como o
ferro e o manganês, bem como do lançamento de diversos
tipos de despejos industriais. Até recentemente não eram
associados inconvenientes sanitários à presença de cor na
água, porém com a comprovação no final da década de
setenta que os materiais dissolvidos, causadores da cor, são
precursores de substâncias potencialmente carcinogênicas,
atenção crescente passou a ser dispensada à sua remoção
[5].
O tratamento de efluentes de galvanoplastia vem sendo
estudado por alguns autores, os quais propõem diferentes
processos para o tratamento de efluentes do processo de
galvanização, como a precipitação química [6], processos de
adsorção por materiais adsorventes não convencionais [7,8]
e adsorventes convencionais [4].
Simas [6] estudou o tratamento dos efluentes gerados pelo
processo de zincagem cianídrica objetivando a remoção de
cianeto do efluente. O autor utilizou a precipitação química
com sulfato de zinco, obtendo uma remoção de 94,57% do
cianeto presente no efluente. Santos [4] utilizaram resinas de
troca iônica para remoção e recuperação de cobre em
efluente de galvanoplastia, os resultados obtidos pelo autor
demonstrou que as resinas catiônicas apresentaram maior
remoção de cobre (superior a 95 % em massa). Já Pereira
[7] avaliou dois materiais alternativos, bagaço de cana-deaçúcar e serragem da madeira Parajú (Manilkara sp.), em
sistema batelada e coluna de leito fixo na adsorção de zinco
em efluente real de galvanoplastia, em que a capacidade
máxima de adsorção foi obtida pela serragem modificada
com anidrido succínico (7,4 mmol/g). Santos [8] investigou a
utilização do adsorvente natural escamas da pinha da
Araucária angustifólia, na remoção de metais pesados do
processo de galvanoplastia. O adsorvente estudado
mostrou-se eficiente na remoção de cromo hexavalente,
cromo trivalente e ferro total nas soluções sintéticas e no
efluente real, removendo 99% do cromo hexavalente do
efluente real em 1 hora de contato com o adsorvente. Brasa
ola Júnior e Carrara [9] estudou o tratamento das águas
residuárias geradas nos enxágues das peças em processos
de galvanoplastia do zinco, níquel-cromo e fosfatização, por
meio de tratamento físico-químico de coagulação/floculação
em jar-test utilizando como agente coagulante o cloreto
férrico. As menores concentrações de metais presentes nas
amostras tratadas após realização dos ensaios em jar-test
foram obtidas com a utilização de 30 mg/L de cloreto férrico,
em PH igual a 10 e tempo de sedimentação igual há 60
minutos, removendo 98,97% de turbidez.
Geralmente a primeira etapa do tratamento de efluentes
contendo metais pesados é a coagulação química a qual,
provavelmente, influencia significativamente as etapas de
tratamento subsequentes. Dada à importância deste
processo de separação é fundamental estudos do
comportamento dos agentes coagulantes nesta etapa.
Existem vários tipos de coagulantes de origem química e
vegetal. Os principais coagulantes químicos utilizados são:
sulfato de alumínio, cloreto férrico, hidroxicloreto de alumínio
e sulfato férrico [10]. Alguns de origem vegetal estão sendo
investigados mais intensamente que outros, como é o caso
da Moringa oleifera Lam [11] e da Quito sana [12]. Os
coagulantes de origem orgânicas naturais ou sintetizados,
conhecidos universalmente como polieletrólitos, constituídos
de grandes cadeias moleculares, são dotadas de sítios com
cargas positivas ou negativas, podendo na presença da
água, se transformar em coagulantes catiônicos ou
aniônicos, dependendo do saldo das cargas elétricas, se
positivo ou negativo [13].
O processo de coagulação/floculação tem por finalidade a
remoção de substâncias coloidais, ou seja, material sólido
em suspensão (cor) e/ou dissolvido (turbidez). Essa
operação normalmente é considerada como um prétratamento que objetiva o condicionamento do despejo para
o tratamento subsequente.
Cardoso [14] diz que os termos coagulação e floculação são
utilizados como sinônimos, uma vez que ambos significam o
processo integral de aglomeração das partículas. Sendo a
coagulação, o processo através do qual o agente coagulante
adicionado à água, reduz as forças que tendem a manter
separadas as superfícies em suspensão, e a floculação é a
aglomeração dessas partículas por meio de transporte de
fluido, formando partículas maiores que possam sedimentar.
A coagulação anula as forças de repulsão entre as partículas
coloidais, por meio de mecanismos de ligação e adsorção na
superfície da partícula coloidal, pela adição de agentes
químicos, denominados de eletrólitos [15]. Segundo Di
Bernardo e Dantas [16] para que o processo de coagulação
seja eficiente, este deve ser realizado por meio de agitação
intensa (mistura rápida) para que ocorram interações entre o
coagulante e a água (efluente).
A floculação das partículas já coaguladas pela ação do
eletrólito resulta das várias forças de atração que atuam
entre as partículas "neutralizadas" que se agregam umas às
outras formando os denominados flocos. A velocidade de
formação desses flocos depende, no início da agitação
térmica (movimento Browniano) e, ao atingirem um tamanho
de cerca de zero mm, depende também da agitação
mecânica do meio. Evidentemente, essa agitação mecânica
deve ser em nível moderado (mistura lenta), pois, do
contrário, poderá provocar a desagregação dos flocos já
formados, o que dificultará a sua remoção [15].
O processo de coagulação/floculação com posterior
sedimentação propicia a remoção de cor e turbidez do
efluente a ser tratado.
Os sais de alumínio são agentes inorgânicos não
biodegradáveis que acrescentam elementos químicos à água
ou ao lodo. Como principal dificuldade do processo destacase o lodo inorgânico gerado, de difícil manuseio por parte
das empresas em função de seu volume e do elevado teor
de umidade [17].
Os sais de ferro são, também, muito utilizados como agentes
coagulantes para tratamento de água. Reagem de forma a
neutralizar cargas negativas dos colóides e proporcionam a
formação de hidróxidos insolúveis de ferro. Devido à baixa
solubilidade dos hidróxidos férricos formados, eles podem
agir sobre ampla faixa de PH [10].
Sais de alumínio e ferro são ambientalmente indesejáveis,
pois os lodos produzidos podem disponibilizar íons solúveis
que comprometem a saúde humana. É necessário, portanto,
buscar coagulantes ambientalmente mais compatíveis [11].
Em geral os estudos utilizando biopolímeros são aplicados
ao tratamento de águas para fins potáveis, assim, há lacunas
sobre o conhecimento acerca de sua aplicação, em especial
os de origem vegetal, no tratamento de diferentes águas
residuárias industriais [11].
Vários estudos utilizando a solução da semente de Moringa
oleifera têm mostrado que suas sementes possuem
propriedades coagulantes efetivas e que elas não são
tóxicas a humanos e animais [18; 19], sendo bastante
eficientes no condicionamento do lodo [18]. Quando
comparada com coagulantes químicos, a Moringa oleifera
apresenta uma série de vantagens, dentre elas: não requer
ajustes de PH e alcalinidade, não causa problemas de
corrosão, de baixo custo, não altera o PH da água e produz
baixo volume de lodo [12].
A quito sana é um produto natural, de baixo custo, renovável
e biodegradável, de grande importância econômica e
ambiental. Geralmente é obtida a partir da quitina, extraídas
das carcaças de crustáceos. É um biopolímero do tipo
polissacarídeo,
possui
uma
estrutura
molecular
quimicamente
similar
à
fibra
vegetal
(celulose),
diferenciando-se somente nos grupos funcionais. A quito
sana é solúvel em meio ácido diluído e forma um polímero
catiônico.
Os agentes coagulantes Tanfloc SG (Tanac) e Acquapol C1
(Acqua Química) são polímeros orgânico/catiônicos obtidos
por meio de um processo de lixiviação da casca da Acácia
negra (Acácia mearnsii de wild), constituído basicamente por
tanato quartanário de amônio [21; 22].
O lodo gerado pelos coagulantes orgânicos não possui sais
de alumínio e ferro incorporado, portanto, é biodegradável o
que possibilita sua com postagem e disposição final. Outras
vantagens dos biopolímeros são a redução da quantidade de
lodo e a sua maior amenidade à desidratação. Ao contrário
do lodo gelatinoso e volumoso oriundo do uso do sulfato de
alumínio. Além disso, os flocos resultantes da coagulação
com sulfato de alumínio são essencialmente de natureza
inorgânica, portanto, o lodo não entra em decomposição
biológica [23].
Mesmo que o custo dos biopolímeros catiônicos seja maior
que o custo dos sais de alumínio e ferro, as reduzidas
dosagens requeridas diminuem o custo, próximos aos dos
coagulantes químicos.
Desta forma o presente trabalho teve por objetivo avaliar seis
agentes coagulantes/floculantes (quito sana, sementes de
moringa, Tanfloc SG, Acquapol C1, cloreto férrico e sulfato
de alumínio) e determinar a faixa de dosagem ótima de cada
coagulante no processo de coagulação/floculação, bem
como o tempo ideal de sedimentação no tratamento primário
de um efluente de galvanoplastia.
Materiais e Métodos
Materiais
No presente trabalho foram utilizados coagulantes químicos:
sulfato de alumínio (Al2(SO4) três. (14-18)H2O - Vetec) e
cloreto férrico (Fecl3. 6H2O - Vetec) e coagulantes orgânicos:
quito sana em pó (Polymar), sementes de moringa Oleifera
Lam (cedidas pela UFPB), Tanfloc SG (Tanac) e Acquapol
C1 (Acqua Química). Para correção do PH foi utilizado
hidróxido de sódio (NaOH - Vetec).
Caracterização do efluente
Foi realizada uma coleta do efluente
indústria de galvanização localizada
Paraná. As atividades desenvolvidas
estanhagem, niquelagem, cromagem e
proveniente de uma
na região oeste do
nesta indústria são:
cobre ação, sendo as
águas de lavagem provenientes destes tratamentos de
superfícies destinados num único tanque de tratamento.
Após a coleta foi realizada a caracterização do efluente,
segundo cor (mg PtCo/L), turbidez (NTU) e pH, os quais
foram medidos em Espectrofotômetro Hach DR 2010,
Turbidímetro Hach 2100 P e PH metro digital Digimed DM22, respectivamente.
Testes de precipitação
Foram realizados testes de precipitação variando o PH inicial
do efluente até 12, com intervalo de 0,5 pela adição de
solução de NaOH de concentração 0,1 N. Amostras do
efluente foram dispostas em béqueres de 100 mL e foi
ajustado o pH do efluente. Este ensaio teve como finalidade
identificar o PH em que se inicia a precipitação de metais e
outros compostos do efluente.
Ensaios de coagulação/floculação
Foram realizados ensaios de coagulação/floculação num
equipamento Jar-Test Microcontrolado marca Milan, Modelo
JT - 103 para avaliar a eficiência de cada coagulante, como
ilustrado na Figura 1.
Foram analisados coagulantes do tipo inorgânico (sulfato de
alumínio e cloreto férrico) e orgânico (quito sana, sementes
de Moringa oleifera Lá, Tanfloc SG e Acquapol C1) no
processo de coagulação/floculação.
Os ensaios de coagulação/floculação foram realizados a fim
de determinar a faixa de dosagem de trabalho para cada
coagulante estudado, bem como o tempo ótimo de
sedimentação. A dosagem das concentrações dos
coagulantes (sulfato de alumínio, cloreto férrico, quito sana,
moringa e Tanfloc SG) é apresentada na Tabela 1. Estes
valores foram estabelecidos com base na literatura [9; 11;
14; 21; 24]. Para o coagulante Acquapol C1 optou-se por
trabalhar na mesma faixa de concentração do Tanfloc SG,
pois ambos são oriundos do mesmo extrato vegetal.
Em cada cuba do Jar-Test foram adicionados 1,2 L do
efluente de galvanoplastia variando as concentrações de
cada coagulante, conforme apresentado na Tabela 1. As
velocidades de mistura rápida (VMR) e lenta (VML)
empregadas foram 120 rpm e 20 rpm, respectivamente. Os
tempos de mistura rápida (TMR) e lenta (TML) foram 1,5 min
e 15 min, respectivamente [9; 14; 24; 25]. Os ensaios foram
realizados no PH da solução efluente na temperatura
ambiente.
Os intervalos de tempos de sedimentação foram: 20 30, 40 e
50 min. Foram coletadas cerca de 50 mL do sobrenadante e
foram analisados os parâmetros: cor (mg Pt/Co) e turbidez
(NTU) em Espectrofotômetro Hach DR 2010 e Turbidímetro
Hach 2100 P, respectivamente.
Resultados e Discussão
Neste trabalho foram realizados estudos para aperfeiçoar a
dosagem dos coagulantes sulfato de alumínio, cloreto férrico,
quito sana, sementes de moringa, Tanfloc SG e Acquapol C1
nas condições de mistura rápida e lenta no tratamento de
efluente de galvanoplastia onde se verificou a estrutura do
floco, tamanho e sua formação e decantação.
Caracterização do efluente
Na Tabela 2 são apresentadas as características das águas
de lavagem do efluente de galvanoplastia empregado nos
ensaios de coagulação/floculação em Jar-Test. Os
parâmetros cor e turbidez do efluente foram elevados,
portanto, o efluente deve ser submetido a um tratamento
antes do seu descarte.
Testes de precipitação
Os resultados do teste de precipitação demonstraram que
após o ajuste do PH inicial do efluente (6,45) para 7,00
houve a formação de precipitado. O PH é um parâmetro
importante no processo de coagulação/floculação uma vez
que cada coagulante tem uma faixa ótima de operação. Em
PH superior ao do efluente à remoção da cor ocorre também
devido à precipitação, como o foco deste trabalho é avaliar o
processo de coagulação/floculação optou-se em trabalhar no
PH do efluente bruto. Além disso, o valor de PH do efluente
se enquadra na faixa de operação requerida para cada
coagulante estudado [14; 17; 21; 22; 26].
Ensaios de coagulação/floculação
Foram medidos os valores de turbidez e cor das amostras
tratadas, após os tempos de sedimentação préestabelecidos (20 30, 40 e 50 min). Os resultados para
remoção de cor e turbidez obtida para cada coagulante são
apresentados nas Figuras (3-8), respectivamente.
Para o coagulante inorgânico sulfato de alumínio (Figura 2),
os maiores valores na remoção de cor (98,13%) e turbidez
(98,78%) foram obtidos empregando a concentração de 40
ppm no tempo de sedimentação de 20 min.
Ndabigengesere e Sivasankara Pillai [27] realizaram ensaios
utilizando o sulfato de alumínio como coagulante em água
sintética com turbidez modelo preparada a partir do
composto caolin. Os autores verificaram uma turbidez
residual de 90% na concentração de 50 mg/L de sulfato de
alumínio. Já Da Silva et al. [28] avaliando diferentes agentes
coagulantes como alternativa de tratamento físico-químico
para remoção de cor e turbidez em efluentes bruto e tratado
de uma estação de tratamento de esgoto, obteve remoção
de 59% de cor e 56% de turbidez, utilizando sulfato de
alumínio na concentração de 20 mg/L no tratamento de
esgoto bruto e 22% de cor e 38% de turbidez para o esgoto
tratado nas mesmas condições, em tempo de sedimentação
de 3 horas. Mesmo se tratando de efluentes diferentes, os
resultados obtidos no presente trabalho, utilizando o
coagulante sulfato de alumínio, são melhores dos que os
encontrados pelos outros autores.
Utilizando o coagulante inorgânico cloreto férrico, observa-se
que a maior remoção de cor e turbidez ocorreu no tempo de
sedimentação de 50 min, sendo de 31,57% e 95,27%,
respectivamente, na concentração de 40 ppm, como mostra
a Figura 3.
A concentração de 30 ppm no tempo de 30 min de
sedimentação se torna atrativa, uma vez que se tem menor
custo de material coagulante, com praticamente a mesma
faixa de remoção (cor: 32,30% e turbidez: 94,63%). Acima
da concentração de 50 ppm do coagulante cloreto férrico, há
uma diminuição nos valores de remoção de cor e turbidez.
Quando o cloreto férrico é adicionado em excesso ao meio,
parte não participa da reação de coagulação/floculação,
ficando este em solução há o aumento dos valores dos
parâmetros cor e turbidez. Segundo Branco [29], a presença
de ferro pode propiciar uma coloração amarelada e turva à
água dependendo dos níveis de concentração. Pelos
resultados obtidos, o cloreto férrico não se mostrou um
agente promissor para a remoção de cor no tratamento de
efluente de galvanoplastia. Os autores Bresaola Júnior e
Carrara e Da Silva et al. [9;25] investigaram a eficiência e
remoção de turbidez empregando o cloreto férrico no
tratamento de efluentes de galvanoplastia e esgoto sanitário,
respectivamente. A eficiência de remoção de turbidez para
[9] foi de 98,97% na concentração de 30 ppm do coagulante,
PH igual a 10 e 60 min de sedimentação, já [25] removeu
96% de turbidez na concentração de 200 ppm em um tempo
de sedimentação de 30 min. Pelos resultados obtidos neste
trabalho e os encontrados pelos autores apresentados
anteriormente, o cloreto férrico somente mostrou-se eficiente
na remoção de turbidez, não sendo, portanto indicado para
tratamento de efluente de galvanoplastia.
Na Figura 4, observa-se que o coagulante orgânico quito
sana apresenta a maior eficiência de remoção de cor
(99,44%) e turbidez (99,79%) para a concentração de cinco
ppm e tempo de sedimentação de 50 min.
Em termos de custos e eficiência de remoção de cor e
turbidez, o tempo de sedimentação de 20 min nas mesmas
condições de operação mostra-se atrativa, pois apresentam
valores muito próximos aos obtidos para o tempo de 50 min
de sedimentação (Cor: 98,68% e Turbidez: 99,44%). Da
Silva et al.[11] estudaram a aplicação do mesmo coagulante
no tratamento de efluente de indústria têxtil e obteve uma
remoção de cor e turbidez de 86% e 85%, respectivamente,
nas condições de quatro ppm de coagulante, PH igual a 8,8
e 3 h de sedimentação. Embora o efluente utilizado no
presente trabalho (galvanoplastia) seja diferente do
empregado por [11] obteve-se uma porcentagem de
remoção de cor e turbidez maior em um tempo de
sedimentação relativamente curto (20 min) e sem prévio
ajuste de PH.
Na Figura 5 são apresentadas as porcentagens de remoção
de cor e turbidez em tempos de sedimentação distintos
utilizando o coagulante/floculante sementes de Moringa
oleifera Lam em diferentes concentrações.
Conforme a Figura 5, a máxima remoção dos parâmetros cor
e turbidez, em termos de minimização de custos, foram de
90,30% e 92,90%, respectivamente, para concentração de
200 ppm e tempo de sedimentação de 20 min. Borba [13]
estudou a aplicação de sementes de moringa no tratamento
de água do Rio Taperoá, coletada em São João do Carirí,
obtendo uma remoção de 96,20% de cor e turbidez, nas
condições de 200 ppm de coagulante, PH igual a 7,2 e 2 h
de sedimentação, obtendo resultados de remoção
semelhantes ao deste trabalho, porém o tempo de
sedimentação encontrado por [13] foi maior. Estes dois
estudos indicam que a coagulante natural Moringa oleifera
Lam tem grande potencial de aplicação como coagulante
para diversos tipos de efluentes.
Os resultados obtidos para o coagulante comercial vegetal
Tanfloc SG (Tanac) são apresentados na Figura 6.
A melhor condição para a remoção de cor (96,77%) e
turbidez (99,38%) correspondeu à concentração de 400 ppm,
no tempo de 50 min de sedimentação. Utilizando o tempo de
sedimentação de 40 min não houve uma grande variação na
remoção de cor (95,90%) e turbidez (99,13%). Cruz et al.[17]
utilizaram o coagulante comercial Tanfloc na remoção de
turbidez de um efluente de uma lavanderia industrial e
obtiveram uma remoção de 95,80%, na concentração de 166
ppm, em um PH igual a 9,3 e 2 h de sedimentação. Apesar
dos valores de remoção de turbidez apresentar valores
similares ao de [17], neste trabalho o tempo de
sedimentação foi menor, além de não haver a necessidade
de prévia correção do PH do efluente.
Na Figura 7 são apresentadas as porcentagens de remoção
de cor e turbidez em tempos de sedimentação distintos
utilizando o coagulante/floculante Acquapol C1 em diferentes
concentrações.
Para o coagulante Acquapol C1 (Figura 7), como a remoção
de cor e turbidez na concentração de 100 ppm foi
semelhante em todos os tempos de sedimentação
analisados, o tempo de sedimentação de 20 min é mais
atrativo em termos de redução de custos, removendo
96,69% de cor e 98,72% de turbidez. Observa-se também
que acima da concentração de 100 ppm há uma diminuição
na remoção de cor e turbidez, provavelmente, em virtude do
coagulante estar fora da faixa de atuação. O agente
coagulante/floculante comercial Acquapol C1, obtido do
mesmo extrato vegetal (Acácia Negra) do Tanfloc SG, pode
ser considerado promissor para o tratamento de efluentes de
galvanização.
O processo de coagulação/floculação no tratamento do
efluente de galvanoplastia foi eficiente para os coagulantes
testados, com exceção do cloreto férrico, o qual não
apresentou uma boa remoção de cor.
Na Tabela 3 é apresentada a melhor concentração de
trabalho para cada coagulante estudado, a maior remoção
de cor e turbidez obtida pelo coagulante, bem como o tempo
de sedimentação ótimo de trabalho após a realização dos
ensaios.
Conclusão
Os coagulantes testados mostraram-se eficientes na
remoção da cor e turbidez do efluente de galvanoplastia,
exceto para o cloreto férrico que não apresentou uma boa
remoção de cor.
Dentre os agentes coagulantes/floculantes testados para a
remoção de cor e turbidez do efluente de galvanoplastia, a
quito sana com baixas concentrações, obteve elevadas
eficiências, mostrando-se um agente coagulante/floculante
mais promissor para o tratamento.
“Aos seis anos, Andressa, antes desnutrida, fez uma última avaliação”. Está
com quase 20 quilos. Não precisa mais de acompanhamento. Vitória que a
mãe atribui aos incríveis poderes da moringa.
Ela é forte, tem muita vitamina. Para dar resultado, temos que utilizá-la sempre.
“Ela era bem miudinha, cabia na palma da minha mão”, lembra a dona de casa
Carlequiane Dias.
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