2 São Luís, 2 de outubro de 2015. Sexta-feira O Estado do Maranhão CIDADES Terceirizados do Socorrão I param e exigem seus salários atrasados Vigilantes e auxiliares de serviços gerais do hospital municipal cruzaram os braços na manhã de ontem e até chegaram a interditar o trânsito na Rua do Passeio por alguns minutos para reivindicar pagamento em atraso m grupo de vigilantes e auxiliares de serviços gerais do Hospital Municipal Djalma Marques, o Socorrão I, paralisaram as atividades durante toda a manhã de ontem, em protesto contra os salários e auxílio-alimentação atrasados. Eles prometeram ficar de braços cruzados e também que deixariam de ir para o hospital se não recebessem seus salários ou tivessem pelo menos uma resposta da gestão municipal. O protesto durou toda a manhã de ontem. Os auxiliares de serviços gerais da empresa Unilimps se juntaram aos vigilantes da empresa MASV na entrada lateral do hospital, onde permaneceram até o meio-dia. Eles deixaram o local às 9h30, quando decidiram interditar a Rua do Passeio, mas logo liberaram a via e retornaram às dependências do hospital, em que se mantiveram concentrados. De acordo com eles, os salários estavam atrasados há dois meses e o auxílio-alimentação há quatro. Essa não foi a primeira vez que eles tiveram de enfrentar atrasos nos pagamentos. Desde janeiro, o pagamento dos salários U Flora Dolores está ocorrendo somente dois meses depois do trabalhado. Após terem questionado as empresas e a direção do hospital e não terem recebido respostas concretas, eles ficaram revoltados com os problemas que estavam enfrentando por causa dos atrasos. Dificuldades Vanda Pinheiro é auxiliar de serviços gerais e trabalha no hospital há quase cinco anos. Sem os salários, foi preciso para pagar as contas. “Eu estou fazendo faxina, bicos para sustentar a casa. Até vendi o botijão de gás para poder comprar comida. Tem colegas que pagam aluguel e não estão Salários estavam atrasados há dois meses Vigilantes e auxiliares de serviços gerais resolveram cruzar os braços na manhã de ontem para protestar contra o atraso em seus salários conseguindo porque não recebem o salário”, lembrou. Walmir Ferreira Cantanhede é vigilante do hospital e enfrenta dificuldades por causa dos salários atrasados. Ele retornou das férias ontem e o último salário que havia recebido era o de julho. “Pelo menos lá em casa minha mulher trabalha e temos mais essa renda. Mas ainda assim está difícil de a gente se sustentar, porque meu salário está atrasado. Além disso, nós, vigilantes, não recebemos a insalubridade de 20%”, disse. Com a paralisação das atividades, a Secretaria Municipal de Saúde e as empresas se reuniram para resolver a situação. Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Saúde (Semus) informou que o pa- gamento dos vigilantes e do pessoal responsável pelos serviços gerais do Hospital Municipal Djalma Marques será efetuado na próxima segunda-feira, dia 5. Os trabalhadores voltaram às atividades, mas prometem fazer nova paralisação se o prazo não for cumprido. VÍDEO NA VERSÃO DIGITAL oestadoma.com Biné Morais Governo atrasa entrega de leite especial para alérgicos Lata do produto custa R$ 180,00 nas farmácias; atraso preocupa família que não tem condições de arcar com a compra; desempregado, Diego Barbosa está usando dinheiro de outras despesas para comprar o alimento A entrega de leite especial para crianças com alergia à proteína do leite de vaca pelo Governo do Maranhão está atrasada há pelo menos um mês. A lata do produto, que chega a custar R$ 180,00 nas farmácias de São Luís, está em falta no Hospital Infantil Dr. Juvêncio Mattos, onde é feita a entrega aos pacientes. O atraso preocupa os pais, que não têm condições de arcar com a despesa. Com apenas 1 ano e 9 meses, Rebeca tem alergia alimentar e desde o sexto mês de vida alimenta-se principalmente de leite especial. Além dele, apenas frutas podem ser ingeridas pela criança, conforme recomendações médicas. Por causa do problema de saúde, ela está abaixo do peso ideal para uma criança de sua idade. Rebeca recebia mensalmente o alimento distribuído pelo Governo do Estado, mas desde julho começaram as dificuldades. Segundo Diego Silva Barbosa, pai da criança, a última vez em que a menina recebeu o alimento foi no início do mês de agosto. “Faz tempo que está assim. Em julho teve problemas, em agosto também e desde setembro que não consigo receber o leite para Última lata de leite da menina foi aberta no dia 30 minha filha”, denunciou. De acordo com ele, no início do mês ele foi informado que o alimento estaria disponível no dia 20, mas, ao chegar lá, recebeu apenas uma lata do leite. “Eu recebi duas latas de doação e consegui comprar mais uma”, afirmou. Em meses anteriores ele também teve de comprar o leite, como em agosto. Como está desempregado, ele está usando o dinheiro NÚMEROS R$ 180 é o valor de uma lata do leite especial consumido pela criança 8 Com a ausência do leite especial, na casa de Diego há apenas latas vazias é o total de latas de que a criança precisa mensalmente R$ 1.440 é o valor que a família teria que arcar por mês com a compra do leite Fiscais e auditores da CGU fazem mobilização Órgão pode ser desmembrado e vinculado a diversos ministérios do governo em forma de secretaria, o que limitaria sua atuação no combate à corrupção Biné Morais Fiscais e auditores da Controladoria Geral da União (CGU) no Estado do Maranhão fizeram uma mobilização ontem em frente à sede regional do órgão, na Avenida dos Holandeses, em São Luís, pela manutenção do caráter ministerial da CGU. De acordo com o Sindicato Nacional dos Analistas e Técnicos de Finanças e Controle (Unacon), o órgão pode ser desmembrado e vinculado a diversos ministérios do governo em forma de secretaria, o que limitaria sua atuação no combate à corrupção no Brasil. A CGU está estruturada em qua- de outras despesas da casa para comprar o leite da filha. “Desde janeiro eu perdi o emprego. Eu comprei uma lata de leite com o dinheiro que tinha para pagar a conta de luz. Não tenho como arcar com essa despesa”, disse. Por mês, Rebeca consome oito latas de leite. Como cada lata custa R$ 180,00, se tivesse de comprar as oito, ele teria de desembolsar R$ 1.440,00. Servidores da CGU fazem manifestação contra o Governo Federal Economizando A última lata de leite da menina foi aberta no dia 30 e, para não ficar sem o alimento da filha tão cedo, ele a esposa estão economizando. “Ela tinha de tomar 180 ml do leite quatro vezes ao dia, mas estamos dando apenas 90 ml. Isso é metade do que ela precisa e por causa disso já estamos notando problemas, como a baixa imunidade e a perda de peso”, informou Diego Silva Barbosa. Na SES, ele foi informado de tro unidades finalísticas, que atuam de forma articulada, em ações organizadas entre si: Secretaria de Transparência e Prevenção da Corrupção, Secretaria Federal de Controle Interno, Corregedoria-Geral da União e Ouvidoria-Geral da União. A Secretaria de Transparência e Prevenção da Corrupção atua na formulação, coordenação e fomento a programas, ações e normas voltados à prevenção da corrupção na administração pública e na sua relação com o setor privado. A Secretaria Federal de Controle Interno exerce as atividades de órgão central do sistema de controle interno do Poder Executivo Federal. Nesta condição, fiscaliza e avalia a execução de programas de governo, inclusive ações descentralizadas a entes públicos e privados realizadas com recursos oriundos dos orçamentos da União. A Corregedoria-Geral da União atua no combate à impunidade que o leite chegaria no dia 26 de setembro, mas ao procurar a secretaria, recebeu nova informação de que o alimento estava em falta. No dia 29, ele ligou para SES e lhe disseram que o alimento estaria disponível no dia 30. Porém, mais uma vez não recebeu o leite e nem previsão de quando pode ir buscar. “Eles não me deram nenhuma informação de quando o leite vai chegar e nem por que está faltando”, reclamou o pai da menina. O Estado entrou em contato com a SES para saber por que o leite especial deixou de ser distribuído na rede pública, mas até o fechamento dessa página ninguém se pronunciou sobre o assunto. na Administração Pública Federal e a Ouvidoria-Geral da União exerce a supervisão técnica das unidades de ouvidoria do Poder Executivo Federal. retrocesso para a sociedade, pois as atividades de auditoria e fiscalização ficariam comprometidas”, afirmou Armando Gonçalves, presidente regional da Unacon. Com a mudança, o órgão perderia a independência e autonomia que tem hoje, pois ficaria sujeito a influências políticas. “Por exemplo, se a CGU recebe uma denúncia, ela é encaminhada para a Secretaria Federal de Controle Interno que faria as auditorias necessárias. Se fossem detectadas irregularidades, o processo passaria para a Controladoria Geral da União, que abriria processo disciplinar contra o agente público que cometeu as irregularidades e esse funcionário poderia ser demitido. Com a perda do status de ministério, a CGU não poderia mais demitir esse funcionário. Isso caberia ao ministério ao qual ele é vinculado, o que não dá garantia de que a punição ocorresse”, explicou Armando Gonçalves. Rebaixamento Segundo a Unacon, com o rebaixamento da CGU, a Secretaria Fede- A CGU está estruturada em quatro unidades ral de Controle Interno passaria a ser uma secretaria vinculada à Casa Civil, a Corregedoria-Geral da União seria uma secretaria do Ministério da Justiça, a OuvidoriaGeral da União passaria a fazer parte do futuro Ministério da Cidadania e a Secretaria de Transparência e Prevenção da Corrupção seria extinta. “Isso seria um grande VÍDEO NA VERSÃO DIGITAL oestadoma.com