TROCADOR DE CALOR A PLACAS Adelcio Giongo¹, Ericson Bonfanti Silvestrin1, Jéssica Cavasotto¹, Mariane Coppini¹ Josiane M.M. de Mello² ¹Alunos do ACEA/UNOCHAPECÓ ² Professor do ACEA/UNOCHAPECÓ Universidade da Região de Chapecó Resumo Os trocadores de calor são equipamentos que facilitam a transferência de calor entre dois ou mais fluidos em temperaturas diferentes. O ensaio de trocador de calor de placas teve por objetivo determinar os coeficientes convectivos globais de troca de calor, a eficiência de troca térmica e a quantidade de calor trocado, levando-se em conta as configurações dos escoamentos, contracorrente e concorrente, e as variações de vazão dos fluidos. Os resultados obtidos permitem dizer que o escoamento em contracorrente apresenta uma maior eficiência de troca térmica, o coeficiente global de troca térmica experimental cresce com o aumento da vazão de água fria e os coeficientes globais apresentaram uma tendência parecida, sendo o teórico mais elevado que o experimental. 1 Introdução Trocadores de calor são equipamentos que promovem modificações de temperatura e/ou estado físico de correntes materiais, através da transferência de calor entre correntes com diferentes temperaturas (correntes quentes e frias). Há vários tipos diferentes de trocadores em relação a sua construção mecânica (bitubulares, casco-e-tubos, placas, espiral, etc.). (SILVA et. al, 2005). Este processo é comum em muitas aplicações da Engenharia. Podese utilizá-los no aquecimento e resfriamento de ambientes, no condicionamento de ar, na transformação de energia, na recuperação de calor e no processo químico. Em virtude das muitas aplicações importantes, a pesquisa e o desenvolvimento dos trocadores de calor têm uma longa história, mas ainda hoje se busca aperfeiçoar o projeto e o desempenho de trocadores, baseada na crescente preocupação pela conservação de energia (DEMEC, 2007). Os trocadores de placa foram introduzidos em 1930 na indústria de alimentos por atenderem as exigências de higiene e limpeza das indústrias alimentícias e farmacêuticas, em razão da facilidade de desmontagem e inspeção. Entretanto, contínuos aperfeiçoamentos tecnológicos tornaram este equipamento um forte concorrente aos tradicionais trocadores de casco e tubos em várias aplicações industriais. (COLPANI, 2012). Para o cálculo do calor transferido pelo trocador utiliza-se a equação a seguir: Q | QF | | QQ | 2 Onde: QF WF * Cp F * (TF , S TF , E ) QQ WQ * Cp Q * (TQ, E TQ, S ) As principais vantagens que o trocador de calor a placas apresenta é em relação a flexibilidade, limpeza, economia, rendimento térmico e turbulência e apesar de ser um trocador versátil, compacto e de alta eficiência térmica, apresenta desvantagens em relação a pressão, temperatura perda de carga, dimensionamento e vazamento nas placas (GUT e PINTO, 2009). O trocador de placas consiste de um suporte, onde placas independentes de metal, sustentadas por barras, são presas por compressão, entre uma extremidade móvel e outra fixa. Entre placas adjacentes formam-se canais por onde os fluidos escoam (COLPANI, 2012). Para a troca de calor existem dois tipos de escoamento: Escoamento contracorrente: os fluidos entram por extremidades opostas e saem por extremidades opostas. Escoamento em paralelo: nos trocadores de correntes paralelas, os fluidos quente e frio entram pela mesma extremidade, correm na mesma direção e saem pela outra extremidade (DEMEC, 2007) A distribuição do fluxo pelos canais é feita na forma de “passes”, compostos por certo número de “passagens” (números de canais por passes). Quanto ao número de passes, ele pode ser: Passe Simples: a passagem dos fluidos é feita apenas uma vez no sistema; Passe Múltiplo: a passagem dos fluidos é feita duas ou mais vezes no sistema; Cada vez que o fluxo muda de sentido, muda-se de passe, conforme Figura 03. Figura 01: Configurações de passes e passagens. Fonte: COLPANI, 2012. Para encontrar qual desses arranjos citados acima é o melhor, pode-se utilizar a Equação abaixo, que determina a eficiência térmica percentual de um dado trocador de calor relativo à configuração concorrente e contracorrente: T TFentra E % Fsai * 100 TQentra TFentra Onde: TFsai = temperatura de frio TFentra = temperatura fluido frio TQsai = temperatura de quente TQentra = temperatura fluido quente. saída do fluido de entrada do saída do fluido de entrada do Quando se projeta um trocador de calor, procura-se deixar a menor área possível de troca de calor entre os fluidos com objetivo de obter um menor custo através do melhor rendimento do equipamento. O presente estudo pretende determinar os Coeficientes convectivos globais de troca de calor, a eficiência de troca térmica e a quantidade de calor trocado através da metodologia adotada a seguir. Metodologia Para a realização do experimento foi utilizado um trocador de calor (Figura 2) constituído por 11 placas metálicas corrugadas, com área de troca térmica igual a 0,085m2 cada. O fluído utilizado é água. Figura 2: Trocador de calor de Placas. Onde: 1 = Aquecedor de água à gás; 2 = Trocador de calor de placas; 3 = Manômetro de tubo U do fluido frio; 4 = Manômetro de tubo U do fluido quente; 5 = Canal n° 1; 6 = Canal n° 2 7 = Canal n° 3; 8 = Canal n° 4. O experimento foi realizado para dois arranjos de fluxos: concorrente (paralelo) e contracorrente, que foram ajustados com o auxilio de válvulas tio gaveta. Para o arranjo em concorrente, ajustam-se as quatro válvulas do circuito da água fria. E abrem-se as duas válvulas de alimentação de água ao máximo possível registrado pelo manômetro a fim de expulsar todo o ar do interior das placas. Em seguida ajusta-se a vazão de água do circuito quente para 4 L/min e liga-se o aquecedor de água para que a água quente fique com uma temperatura em torno de 60 a 70°C ao entrar no canal n°1 do Trocador de calor.Essas condições de operação são mantidas constante para todos os ensaios. Ajusta-se a vazão de água fria para 1L/min, e espera-se o sistema entra em equilíbrio térmico e procede-se as leituras nos termopares. Em seguida, aumenta-se a vazão de água fria para 2L/min, espera-se o sistema entrar em equilíbrio e procede-se as leituras das temperaturas. Repete-se o mesmo para vazões de 3, 4, 5, 6, 7, 8 L/min. Para o arranjo em contracorrente ajusta-se as quatro válvulas do circuito da água fria. Regula-se a vazão de água fria para 1 L/min, deixando o sistema entrar em equilíbrio térmico e procedese as leituras de temperatura por meio dos termopares. Aumentar a vazão da água fria para 2 L/min, deixando o sistema entrar em equilíbrio térmico e procede-se as leituras de temperatura. Repete-se para as vazões de água fria de, 3; 4; 5; 6; 7 e 8 L/min. 3 Resultados e Discussão Com os dados obtidos no experimento, plotou-se o gráfico Uexp versus vazão mássica de água fria para o arranjo concorrente e contracorrente conforme figura 3. Figura 3: Gráfico – Coeficiente global de troca térmica para arranjo concorrente e contracorrente. 1000 U experimental (J/m².s.ºC) 2 800 600 400 200 Concorrente Contracorrente 0 0,00 0,02 0,04 0,06 0,08 0,10 0,12 0,14 Vazão Mássica de Água Fria (Kg/s) Conforme observa-se na Figura 3, o coeficiente global de troca térmica Figura 4: Coeficiente global de troca térmica teórico e experimental para arranjo concorrente. 1400,0 1200,0 800,0 600,0 Teórico 400,0 Experimental 200,0 0,0 0,01 0,04 0,07 0,10 0,13 1400,0 1200,0 1000,0 800,0 600,0 Experimental 400,0 Teórico 200,0 0,0 0,01 0,03 0,05 0,07 0,09 0,11 0,13 Vazão Mássica de Água Fria (kg/s) Para o arranjo contracorrente também pode-se perceber pela Figura 5, a mesma tendência entre os coeficientes globais, também sendo o teórico mais elevado que o experimental. Porém, de maneira geral pode-se afirmar que a correlação de Dittus e Boelter satisfaz o sistema por exibir resultados teóricos parecidos com os experimentais. A Figura 6 mostra a eficiência obtida com o trocador a placas e como ela se comporta em relação à vazão mássica de fluido frio. 0,16 Vazão Mássica de Água Fria (kg/s) Para o arranjo concorrente percebe-se pela Figura 4 que ambos coeficientes globais apresentaram uma tendência parecida, sendo o teórico mais elevado que o experimental. Isto devese principalmente as perdas de calor do trocador para o ambiente já que o mesmo não encontra-se perfeitamente isolado. Figura 6: Eficiência do trocador de calor para o arranjo concorrente e contracorrente. 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Contracorrente Concorrente Eficiência (%) U (J/s.m².°C) 1000,0 Figura 5:Coeficiente global de troca térmica teórico e experimental para arranjo contracorrente. U (J/m².s.°C) experimental cresce com o aumento da vazão de água fria para ambos os casos, mantendo-se constante em algumas vazões no arranjo concorrente, devido a possíveis variações da vazão de água. Como esperado, o UEXP para o arranjo contracorrente é mais alto que o concorrente devido a quantidade de calor trocado ser maior. Comparou-se também o coeficiente global de troca térmica experimental com o coeficiente global de troca térmica teórico dado pela equação de Dittus e Boelter, mostrado nas Figuras 4 e 5 a seguir: 0,01 0,03 0,05 0,07 0,09 0,11 0,13 Vazão Mássica de Água Fria (kg/s) Percebe-se uma maior eficiência para o arranjo contracorrente proveniente de uma maior troca de calor, resultado de uma maior diferença de temperatura neste arranjo. Observa-se também uma redução na eficiência quando se 75,24% para o arranjo contracorrente. Sendo um valor superior para o arranjo contracorrente, e um valor inferior para o arranjo concorrente. Porém, os valores finais não tiveram grandes diferenças. Figura 7: Média de calor trocado para arranjo concorrente e contracorrente. O coeficiente global de troca térmica experimental cresce com o aumento da vazão de água fria para os casos de contracorrente e concorrente, mantendo-se constante em algumas vazões no arranjo concorrente, devido a possíveis variações da vazão de água. Como esperado, o UEXP para o arranjo contracorrente é mais alto que o concorrente devido a quantidade de calor trocado ser maior. Os coeficientes globais apresentaram uma tendência parecida, sendo o teórico mais elevado que o experimental. Isto deve-se principalmente as perdas de calor do trocador para o ambiente já que o mesmo não encontra-se perfeitamente isolado. O arranjo em contracorrente possui maior eficiência devido a uma maior troca de calor, resultado de uma maior diferença de temperatura. Q médio (J/s) aumenta a vazão. Isto ocorre devido ao menor tempo de contato entre os fluidos. Através dos dados obtidos no experimento, pode-se calcular também os calores médios em cada arranjo (Figura 7). 9000 8000 7000 6000 5000 4000 3000 2000 1000 0 Concorrente Contracorrente 0,00 0,02 0,04 0,06 0,08 0,10 0,12 0,14 Vazão Mássica de Água Fria (Kg/s) Através deste gráfico pode-se confirmar que a troca térmica no arranjo contracorrente é mais elevada devido a um maior gradiente de temperatura, tornando o sistema mais eficiente. Como comparação da eficiência em cada arranjo, pode-se conferir que o arranjo contracorrente é mais eficiente segundo a Tabela 1. Tabela 1: Eficiência do trocador de calor Eficiência (%) Concorrente Contracorrente 82,317 87,841 70,481 87,841 60,660 83,333 51,497 73,765 45,238 65,123 41,369 57,750 37,202 52 34,718 46,246 Média 52,935 69,237 Para Zanin et al (2008), em seu estudo sobre trocador de calor a placas, foi obtido uma eficiência de 50,54% para o arranjo concorrente, e de, 4 5 Conclusão Referências BEJAN, Adrian. Transferência de Calor. São Paulo: Edgard Blucher, 1996. COLPANI, Gustavo. Material de aula Operações Unitárias II: Trocadores de Calor. Chapecó, 2012. GUT, Jorge A. W. e PINTO, José M. Conhecendo os trocadores de calor a placas . Disponível em:<http://www.hottopos.com/regeq11/ gut.htm>. Acessado em 02/04/2013. DEMEC. Disponível Trocador de em: calor. < http://www.demec.ufmg.br /disciplinas/ema003/trocador/definica .htm>. Acessado em 01/04/2013. SILVA, Juliana P. et al. Simulações de trocadores de calor com mudança de fase. Disponível em http://www.portalabpg.org.br/PDPetro/3 /trabalhos/IBP0695_05.pdf em 02/04/2013. Acessado ZANIN, Evandro et al. Trocador de Calor a Placas. Universidade Comunitária da Região de Chapecó, Chapecó, 2008. 6 Anexos 6.1 Tabelas Tabela 2: Propriedades físicas da água a pressão atmosférica FONTE: BEJAN,1996 Tabela 3: Dados de temperatura para diferentes vazões Concorrentes Concorrente QQ [L/min] QF [L/min] T1 [ºC] T2 [ºC] t1 [ºC] 1,006 57,6 52,2 24,8 1,982 57,6 48,4 24,4 2,982 57,5 45,8 24,2 4,016 57,6 42,8 24,2 3,993 5,002 57,6 41,4 24,0 5,981 57,5 39,4 23,9 7,015 57,5 38,0 23,9 7,850 57,5 37,4 23,8 t2 [ºC] 51,8 47,8 44,4 41,4 39,2 37,8 36,4 35,5 Tabela 4 : Dados de temperatura para diferentes vazões em Contracorrente Contracorrente QQ [L/min] QF [L/min] T1 [ºC] T2 [ºC] t1 [ºC] 1,017 57,4 51,3 24,5 1,982 57,4 45,8 24,5 3,016 56,8 41 24,4 3,990 56,8 36,9 24,4 3,993 5,002 56,8 34,4 24,4 5,981 57,2 32,6 24,3 6,971 56,8 31,6 24,3 7,929 57,6 31,3 24,3 t2 [ºC] 53,4 53,4 51,4 48,3 45,5 43,3 41,2 39,7 Tabela 5: Propriedades da água para o arranjo Concorrente TF média TQ média (ºC) (ºC) CpF CpQ ρ F (Kg/m3) ρ Q (Kg/m3) 38,30 54,90 4178 4180,98 992,912 986,042 36,10 53,00 4178 4180,60 993,704 986,840 34,30 51,65 4178 4180,33 994,324 987,407 32,80 50,20 4178 4180,04 994,804 988,016 31,60 49,50 4178 4179,90 995,188 988,310 30,85 48,45 4178 4179,69 995,428 988,751 30,15 47,75 4178 4179,55 995,652 989,045 29,65 47,45 4178 4179,49 995,812 989,171 (kg/m.s) 0,00067644 0,00070548 0,00073092 0,00075432 0,00077304 0,00078474 0,00079566 0,00080346 µF (kg/m.s) 0,00049606 0,00051620 0,00053051 0,00054588 0,00055330 0,00056443 0,00057185 0,00057503 µQ Tabela 6: Propriedades da água para o arranjo Contracorrente TF média TQ média (ºC) (ºC) CpF CpQ ρ F (Kg/m3) ρ Q (Kg/m3) 38,95 54,35 4178 4180,87 992,678 986,273 38,95 51,60 4178 4180,32 992,678 987,428 37,90 48,90 4178 4179,78 993,056 988,562 36,35 46,85 4178 4179,37 993,614 989,423 34,95 45,60 4178 4179,12 994,118 989,948 33,80 44,90 4178 4178,98 994,532 990,242 32,75 44,20 4178 4178,84 994,820 990,536 32,00 44,45 4178 4178,89 995,060 990,431 Tabela 7 : Resultados obtidos para o arranjo Concorrente WF W Q (Kg/s) QQ (J/s) QF (J/s) Q médio (J/s) (Kg/s) (kg/m.s) 0,00066786 0,00066786 0,00068172 0,00070218 0,00072066 0,00073584 0,00075510 0,00076680 µF (kg/m.s) 0,00050189 0,00053104 0,00055966 0,00058139 0,00059464 0,00060206 0,00060948 0,00060683 µQ MLDT (ºC) U experimental (J/m2*s*ºC) 0,066 0,017 -1481,547 1877,974 1679,761 7,352 298,646 0,066 0,066 0,066 0,066 0,066 0,066 0,033 0,049 0,067 0,083 0,099 0,116 -2525,930 -3213,962 -4067,749 -4453,712 -4978,032 -5364,488 3209,177 4170,654 4784,944 5268,774 5762,562 6079,424 2867,554 3692,308 4426,347 4861,243 5370,297 5721,956 8,123 10,066 10,088 11,518 10,511 10,511 461,469 479,490 573,560 551,687 667,892 711,627 11,058 Eficiência (%) 703,270 0,066 0,130 -5530,174 6368,689 5949,432 GQ GF hQ hF Uteórico (kg/m2*s) (kg/m2*s) (J/m2*s*°C) (J/m2*s*°C) (J/m2*s*°C) 38,16 38,19 38,21 38,23 38,24 38,26 38,27 38,28 9,68 19,09 28,73 38,72 48,24 57,70 67,69 75,76 2192,607 2168,121 2151,384 2133,976 2125,772 2113,700 2105,802 2102,453 817,459 1252,333 1613,801 1937,912 2216,874 2477,419 2735,146 2932,828 595,457 793,815 922,108 1015,612 1085,184 1140,576 1189,783 1224,586 82,31707317 70,48192771 60,66066066 51,49700599 45,23809524 41,36904762 37,20238095 34,71810089 Erro (%) 49,85 41,87 48,00 43,53 49,16 41,44 40,19 42,57 Tabela 8 : Resultados obtidos para o arranjo Contracorrente WF W Q (Kg/s) (Kg/s) QQ (J/s) QF (J/s) Q médio (J/s) 0,06564 0,01683 -1673,95 2031,63 1852,79 0,06571 0,03279 -3186,55 3959,38 3572,97 0,06579 0,04992 -4344,73 5631,01 4987,87 0,06585 0,06608 -5476,38 6597,90 6037,14 0,06588 0,08288 -6167,27 7306,03 6736,65 0,06590 0,09914 -6774,77 7869,79 7322,28 0,06592 0,11558 -6941,84 8161,00 7551,42 0,06591 0,13150 -7244,18 8460,69 7852,43 GQ GF hQ hF Uteórico (kg/m2*s) (kg/m2*s) (J/m2*s*°C) (J/m2*s*°C) (J/m2*s*°C) 38,17 9,78 2185,402 826,790 599,852 38,21 19,07 2150,774 1275,717 800,755 38,25 29,03 2118,840 1664,453 932,180 38,29 38,42 2095,818 1976,640 1017,243 38,31 48,19 2082,257 2269,274 1085,873 38,32 57,65 2074,812 2530,650 1140,086 38,33 67,21 2067,471 2772,425 1184,304 38,33 76,46 2070,081 2998,975 1224,710 MLDT (ºC) 11,99 10,34 9,97 10,37 10,64 10,86 10,93 11,61 Eficiência (%) 87,84194529 87,84194529 83,33333333 73,7654321 65,12345679 57,75075988 52 46,24624625 U experimental (J/m2*s*ºC) 202,05 451,51 653,76 760,88 827,89 881,33 903,15 884,16 Erro (%) 66,32 43,61 29,87 25,20 23,76 22,70 23,74 27,81 6.2 Memória de cálculo Os cálculos foram desenvolvidos para o primeiro ponto experimental do fluido frio e quente para a operação concorrente. Os demais resultados obtidos são realizados de forma análoga podendo ser visualizados na seção das tabelas. Para o cálculo da altura necessária para obter-se a vazão desejada, utilizou-se a equação do manômetro, presente no equipamento experimental, correspondente a cada fluido: Fluido Quente Qq = 1,056*√ (1) 3,993 L/min = 1,056*√ ∆H = 14, 29785 cmHg Fluido Frio Qf = 1,438*√ 1,006 L/min = 1,438*√ (2) ∆H = 0,48941 cmHg No experimento, manteve-se constante a vazão de fluido quente e variou-se a vazão de fluido frio. As temperaturas de entrada e saída no trocador do fluido frio são obtidas experimentalmente, com o auxílio dos termopares conectados ao trocador. Então realiza-se o cálculo da temperatura de filme, obtida através da Equação 3 e 4. Utiliza-se temperatura de filme, pois estamos utilizando água, ou seja, um fluído não viscoso.Se estivéssemos tratando de um fluído viscoso seria necessária a realização do cálculo da temperatura calórica. Todas as propriedades físicas do fluido serão obtidas referente à temperatura de filme calculada. Fluido Quente TQmédia = (3) TQmédia = TQmédia = 54,9 ºC Fluido Frio TFmédia = (4) TFmédia = TFmédia = 38,3 ºC O cálculo da vazão mássica de ambos os fluidos é feito utilizando a Equação 5, utilizando a vazão volumétrica obtida experimentalmente e a densidade do fluido referente à temperatura média do mesmo. Para obter a vazão mássica em kg/s realiza-se a conversão de unidades dividindo a equação por 60000. W = ρ*Q Fluido Quente WQ = ρQ*QQ/ 60000 WQ = 985,699*3,993/60000 WQ = 0,06559827 kg/s Fluido Frio WF = ρF*QF/ 60000 WF = 992,912*1,006/60000 WF = 0,01664782 kg/s (5) O calor transferido pelo trocador pode ser calculado através da Equação 8, onde QF e QQ são obtidos das Equações 6 e 7. O Cp utilizado é obtido por interpolação a partir da temperatura de filme, sendo os resultados demonstrados nas Tabelas 7 e 8 para o circuito concorrente e contracorrente respectivamente. Fluido Quente QQ = WQ*CpQ*(TQ,S – TQ,E) (6) QQ = 0,06559827*4181,96*(52,2-57,6) QQ = - 1481,3784 J/s Fluido Frio QF = WF*CpF*(TF,S – TF,E) (7) QF = 0,01664782*4178*(51,8-24,8) QF = 1877,94449 J/s A quantidade de calor para o fluido quente é negativo, pois ele libera calor. Então, como o fluido frio recebe calor o sinal é positivo. Porém, para o calculo do calor transferido pelo trocador, utiliza-se o módulo desses valores. QMédio = QMédio = | | | | | (8) | | | QMédio = 1679,67645 J/s O cálculo da média logarítmica (MLDT) é diferenciado para escoamentos Concorrente e Contracorrente. Para a configuração em concorrente a MLDT é apresentada naEquação 9. MLDT = MLDT = ( ) ( ) ( (( ( ) ) ) ) ( ( ( ( (9) ) ) ) ) MLDT = 7,35240849 ºC Os dados correspondentes a outras vazões de fluido frio, podem ser visualizados nas Tabelas 7 e 8. Para o Cálculo do Coeficiente Global de Troca Térmica Experimental (Uexp) é necessária à área efetiva de troca térmica total (At). A área efetiva de troca térmica por placa fornecida pelo procedimento apresenta valor correspondente a 0,085m². Sendo assim, a área efetiva de troca térmica pode ser calculada de acordo com a Equação 10 onde são desconsideradas as placas das extremidades. No experimento são utilizadas 11 placas, logo n=11. At = (N-2)*A (10) At = (11-2)*0,085 At = 0,765 m2 Conhecendo-se a quantidade de calor trocado e a área efetiva de troca térmica, pode-se calcular o coeficiente global de troca térmica para a operação concorrente através da Equação 11. UExp. = (11) UExp. = UExp. = 298,6308 J/m2.s.ºC O cálculo do fluxo mássico (G) pode ser realizado a partir da Equação 17 para configuração concorrente para o fluido frio e a partir da Equação 18 para o fluido quente. Sendo que, a área de fluxo total depende do número de seções por onde escoa o fluido, a qual pode ser expressa pela Equação 14, com o auxílio das Equações 12 e 13. NT = N-1 (12) NT = 11-1 NT = 10 n = NT/2 (13) n = 10/2 = 5 Logo: AG = n*Agi (14) Onde Agi é a área de fluxo entre duas placas e pode ser calculada de acordo com aEquação 15, onde largura (l) e distância (d) e outros dados, foram coletados no experimento. Dados coletados no experimento V = Volume entre duas placas = 205mL = 0,205L = 0.000205 m³ d = Distância entre duas placas = 2,26mm = 0,00226m b = Comprimento da placa na direção do fluxo = 59,6cm = 0,596m l = Largura da placa = 15,25cm = 0,1525m Agi = l*d (15) Agi = 0,1525*0,00226 Agi = 0,00034396 m2 Então, resolvendo a Equação 14. AG = 5*0,00034396 AG = 0,00172 m2 Com isso podemos calcular a vazão mássica pela Equação 16. Fluido Quente GQ = (16) GQ = GQ = 38,16 kg/m2.s Fluido Frio GF = GF = GF = 9,68 kg/m2.s O coeficiente convectivo de transferência de calor para os fluidos quente e frio é obtido através das Equações 19 e 20, onde k, μ e Cp são obtidos por interpolação, e DEé obtido através da Equação 17, Agi pela Equação 15 e Gé calculado a partir da Equação acima. DE = 4* (17) Sendo que Pi o perimetro molhado de cada placa e calculado pela Equação 18. Pi = (18) Pi = Pi = 0,1426 m Então, calculando DE. DE = 4*0,00034396 / 0,1426 DE = 0,009647 m Calculando por fim o coeficiente convectivo de transferência de calor para olado da placa com o fluido quente e para o lado da placa com o fluido frio: Fluido Frio hF = 0,28*( )*( hF = 0,28*( )0,65*( )*( )0,4 )0,65*( (19) )0,4 hF = 817,459 J/m2.s.ºC Fluido Quente hQ = 0,28*( )*( hQ = 0,28*( )0,65*( )*( )0,4 )0,65*( (20) )0,4 hQ = 2185,402 J/m2.s.ºC Para outras vazões e para contracorrente o cálculo é realizado de forma análoga. Então, com os dados dos coeficientes convectivos de transferência de calor para ofluido quente e frio, calcula-se o coeficiente global de troca térmica teórico (Uest) a partir da Equação 21. Sendo que, esta equação não considera a espessura da placa, pois esta é pequena edesconsidera também os fatores de incrustação. (21) UEst = 599,852 J/m2.s.ºC Pode-se comparar o coeficiente global teórico e experimental a partir da Equação 22 que representa o desvio entre eles: Erro (%) = Erro (%) = | | Erro (%) = 49,85 % | (22) | O cálculo da eficiência é feito com aEquação 23, a qual é utilizada tanto para operação comfluxo concorrente como para operação com fluxo contracorrente, para as diversasvazões de fluido frio estudadas. ( ) Eficiência (%) = (( ) ( ) Eficiência (%) = (( ) ) (23) ) Eficiência (%) = 82,31707317 % 6.3 Problema proposto A partir do pequeno trocador de calor utilizado no laboratório, você pretende dimensionar, a partir de um ampliação de escala (“scaleup”), um trocador industrial, também à placas, para esfriar 50 L/min de leite da temperatura de 65°C ( ou igual a da água quente utilizada) para a temperatura final de 20°C, usando água fria disponível a 15°C. Como engenheiro, quais as considerações e recomendações que você faria? E, com base nestas, qual deveria ser a vazão ótima de água fria? Obs.: Leve em consideração apenas o caráter técnico e leve em conta os dados tirados no laboratório. Hipóteses: - O escoamento entre o fluido frio e quente será em contracorrente por se tratar do sistema mais eficiente; - Serão utilizadas as mesmas condições de desempenho e eficiência obtidos durante o experimento em laboratório; - Propriedades do leite iguais a da água devido ao elevado percentual da mesma presente no leite. • O leite entrando a 50 L.min-1 a temperatura de 52°C e o fluido frio a 15°C Utilizando uma regra de 3 podemos fazer a seguinte relação em escala: 3,993 L/min 50L/min y x= 12,5219*y x Cálculo da vazão de água: x = 12,5219*y = 12,50*7,929 L/min x = 99,28625 L/min Número de placas x = 12,5219*11 placas x = 138 placas Recomendações para o sistema: • Aumentar a vazão de água fria e também o número de placas, em torno de 10%, para ter garantia de se obter a temperatura desejada.