1
SUMÁRIO
ARTIGOS
EDUCAÇÃO
Educação para a paz por meio de uma pedagogia inclusiva................................................................03
TECNOLOGIA
Sniffer como minerador de dados para auxiliar a gerência de tráfego em redes
de computadores..................................................................................................................................17
CIÊNCIAS AGRÁRIAS
Perfilhamento na rebrota dos capins do gênero Panicum consorciados com sorgo em função de fontes
de fósforo.............................................................................................................................................27
GESTÃO
Responsabilidade social nas organizações de grande porte de Palmas-TO.........................................31
A qualidade do atendimento dos restaurantes de um shopping Center................................................39
Análises sensoriais comparativas entre leite de cabra e leite de vaca pasteurizados...........................51
CONTABILIDADE
SPED Contábil: uma análise dos pontos positivos e negativos proporcionados na sua
implantação..........................................................................................................................................57
Revista Integralização Universitária Palmas v. 2 - n. 4 - abr./ out. de 2009
2
APRESENTACÃO
A revista RIU – Revista Integralização Universitária – apresenta-se como um espaço aberto para
professores, pesquisadores, acadêmicos e profissionais questionarem e publicarem os resultados de suas
pesquisas científicas, contribuindo assim com a melhoria do processo de ensino e aprendizagem.
A quarta edição da RIU vem provocar a discussão do conhecimento por meio da reflexão em diversas
áreas do conhecimento – educação, gestão, tecnologia da informação, ciências agrárias e contabilidade.
O primeiro artigo aborda elementos referente a um novo processo de gestão pedagógica, buscando um
trabalho fundamentado na pedagogia comprometida. O segundo aborda a importância em preservar
a integridade e a confiabilidade dos dados que trafegam em redes e computadores. O trabalho propõe
o desenvolvimento de uma ferramenta de extração de dados que circulam em redes proporcionando
maior segurança aos dados que nela trafegam. O terceiro artigo discute questões relacionadas à gestão
eficiente dos recursos utilizados na atividade rural, visando a buscar um melhor nível de produção e
maior eficiência econômica.
No que se refere à gestão, o quarto artigo provoca a reflexão sobre a responsabilidade social de
grandes corporações localizadas em Palmas/TO. O quinto frisa a importância do atendimento no
processo de permanência e crescimento de organizações que atuam na prestação de serviço no campo
de alimentação. O seguinte, por meio de avaliação da Escala Hedônica, faz um estudo comparativo
referente às características sensoriais entre o leite de cabra e o de vaca pasteurizados.
Este exemplar apresenta uma sessão especial com um artigo convidado na área de Ciências Contábeis.
O tema abordado refere-se ao SPED Contábil, que tem a finalidade de substituir os livros contábeis
mercantis por equivalentes digitais.
A RIU convida a comunidade acadêmica a participar do processo de disseminação e difusão do
conhecimento por meio de submissão de artigos nas diversas áreas do conhecimento.
Obrigada aos pesquisadores, docentes e estudantes que elegeram a RIU como veículo disseminador
de suas reflexões. Grata também, aos avaliadores, ao comitê e à equipe que auxiliam na construção
deste periódico, dispondo precioso tempo no processo de avaliação dos artigos que lhes foram
encaminhados.
Prof.ª Dr.ª Cássia Regina de Lima
Editora
Revista Integralização Universitária Palmas v. 2 - n. 4 - abr./ out. de 2009
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EDUCAÇÃO PARA A PAZ POR
MEIO DE UMA PEDAGOGIA
INCLUSIVA
Luiz Antonio Hunold Damas – Universidade Federal do Tocantins1
Marilda Piccolo – Fundação Universidade do Tocantins ([email protected])2
RESUMO
O presente artigo, ao questionar o projeto
da modernidade para a humanidade e
para a educação, analisa o fenômeno
da intolerância e do terrorismo como
consequência do equívoco oriundo da
falácia de uma racionalidade hegemônica.
Por meio de pesquisa bibliográfica,
discute a perspectiva da pós-modernidade
para a sociedade, via educação, e aponta
para a possibilidade de construção de uma
nova ecologia. Os autores concluem que
novos espaços de racionalidade abrem
perspectivas para a tolerância e a paz, por
meio de uma releitura do mundo como
“casa de todos nós”.
Palavras-chave: pedagogia inclusiva
(preventiva); pós-modernidade; educação
para a paz; escola regeneradora.
ABSTRACT
The present article, when asks the
modernity project for the humanity and for
the education, analyses the phenomenon
of the intolerance and the terrorism as a
result of this mistake from the fallacy
of one hegemonic rationality. During a
bibliographic search discuss the postmodernity perspective for the society,
passing by the education, indicating to the
possibility of construction a new ecology.
The authors conclude that new spaces
of rationality open perspectives for the
tolerance and the peace, as rereading the
word as “everybody’s house”.
Revista Integralização Universitária Palmas v. 2 - n. 4 - abr./ out. de 2009
Key-words: included
pedagogy
(preventive); post-modernity; education
for peace; regenerated school.
1. INTRODUÇÃO
A educação formal, feita dentro
dos muros escolares, sempre sofreu as
influências da sociedade. Mesmo quando
os educadores tentam enclausurar as ações
pedagógicas, fica constatado que elas são
diretamente influenciadas pelo contexto
social, econômico, político e cultural.
Assim, para quem é educador, a
formação de cidadãos planetários deve ser
uma preocupação constante, até mesmo
natural, em cada atividade da sala de aula.
Deve ser uma formação que transcenda
a teoria, o discurso do professor e se
materialize nos seus exemplos diante
dos educandos. Uma visão planetária
por parte do educador deve apresentar
aos seus alunos a Terra como pátria e
a humanidade toda como uma grande
família global com interesses em comum.
Estão distantes, mas iguais, apesar das
diferenças e peculiaridades de cada povo,
de cada comunidade.
Se o trabalho do educador se pautar
nesse interesse universal da humanidade
– sem perder de vista o meio local onde
está inserido – já se inicia um trabalho
fundamentado na pedagogia comprometida
com a esperança que tanto buscamos de
um mundo melhor. Essa pedagogia deve
ser voltada para o equilíbrio do homem no
ambiente em que vive com seu semelhante,
com a Terra e todas as espécies que a
habitam; comprometida com um bem estar
1
Dr. em Educação pela
Pontifícia
Universidade Católica de S. Paulo.
– Ex-diretor geral da Faculdade Católica do Tocantins – In memoriam.
2
Mestre em Educação Brasileira pela Universidade
Federal de Goiás. Pedagoga do Instituto de Contas
5 de Outubro do Tribunal
de Contas do Estado do
Tocantins e Presidente da
Comissão Própria de Avaliação da Fundação Universidade do Tocantins.
4
sociocósmico. Uma ecopedagogia.
Esse texto trata dessa nova
abordagem pedagógica como uma
possibilidade diante dos paradoxos vividos
pela humanidade no século XXI.
2. A FALÊNCIA DO PROJETO
DA MODERNIDADE
Comprometida com todas as
causas sociais que buscam a igualdade
e a equidade humana no planeta, a
Ecopedagogia oferece às novas gerações
a possibilidade de uma mudança radical
de mentalidade em relação à qualidade de
vida e ao meio ambiente.
Temos de concordar com
Rousseau: o projeto da modernidade não
realizou os fins prometidos. Com uma
frequência cada vez maior, as notícias
do mundo inteiro nos sobrecarregam
com imagens de intolerância, racismo e
violência.
As nações assistem perplexas ao
aumento quase inacreditável desse tipo de
violência que, com carros-bombas, cartasbombas e até homens, mulheres e criançasbombas, dilaceram cidadãos e abalam
governos, em nome de causas religiosas,
políticas, econômicas, sociais e étnicas.
A intolerância assume um nome e uma
forma, e o terrorismo torna-se uma doença
social que percorre a Terra e contamina as
nações com a pestilência da morte.
O terrorismo é um fenômeno
típico do século XX, que adentrou o século
XXI. Crimes e guerras sempre existiram
na história conhecida da humanidade,
mas os atos terroristas, que em violência
podem ser situados entre esses dois, é uma
característica do nosso tempo. Quem não se
lembra do Exército Republicano Irlandês –
IRA – (do inglês Irish Republican Army),
o calamitoso terrorismo usado tanto
pelos católicos quanto pelos protestantes
e que terminou na segregação de ambas
as comunidades em áreas assistidas por
soldados e na militarização da Irlanda?
No final dos anos 1970, o
terrorismo ganhou um novo ingrediente
religioso, com a ascensão dos muçulmanos
xiitas no Irã, em janeiro de 1979. Sob o
comando do aiatolá Khomeini, os xiitas
derrubaram a ditadura do xá Reza Pahlevi e
implantaram um sistema que fugia à lógica
dos dois blocos econômicos, liderados por
Estados Unidos e União Soviética. Na
Espanha, o ETA (skadi ta Azkatasuna, no
idioma basco, são as iniciais de “Pátria
Basca e Liberdade”, organização que luta
pela independência do país basco) ainda
faz sistematicamente vítimas.
Em 2005, percebeu-se que
a instabilidade social alastra-se em
progressão geométrica. Após o 11 de
setembro, as metrópoles do Capital
permanecem em alerta; sob a égide
da defesa da democracia e banimento
do terrorismo, elevam as armas para
todos os “extra-comunitários” ou os não
cidadãos imigrantes. O metrô de Londres
foi testemunha do que a fobia, o stress
e o medo podem fazer, e fizeram, a um
brasileiro imigrante.
Em áreas, até então consideradas
neutras ou naturalmente destinadas
ao cultivo dos valores humanitários,
como o esporte e a arte, encontramos
o recrudescimento de movimentos de
appartaid. O que dizer das charges de
Maomé (março/2006) colocadas em jornais
europeus e a também tresloucada resposta
da população islâmica? Os dois pólos
da violência se encontram: de um lado,
a violência simbólica dos detentores do
poder econômico e, de outro, os espasmos
de um agonizar cultural e religioso.
Como resultado desse embate, um
novo modelo de estratégia bélica adquire,
dia a dia, mais força e mais eficácia. O
terrorismo, como forma de ação política
que combate o poder estabelecido mediante
o emprego da violência, se profissionaliza
e adquire mais poder de destruição.
Altamente desinstabilizante, multiplica
os campos de batalha, implementa os
artifícios armamentistas e tem o poder
de transformar em potencial front todo e
qualquer ambiente de convívio social.
Revista Integralização Universitária Palmas v. 2 - n. 4 - abr./ out. de 2009
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O terrorismo, que nasce muitas
vezes do contágio mental, comumente
chamado de fanatismo, neurose ou
fobia, característicos dos movimentos
fundamentalistas, constitui um fenômeno
psicológico, cada dia mais presente
no nosso cotidiano, cujo resultado é a
aceitação e a propagação involuntária
de certas opiniões, crenças e práticas.
A sua força é bastante considerável para
desenvolver comportamentos de massa
(paranoias e psicoses), pois que sendo a
sua origem inconsciente, ela se opera sem
que nisso intervenha no raciocínio ou na
reflexão.
Vivem-se
tempos
difíceis,
característicos de toda “mudança epocal”
marcada pela perda de paradigmas e pela
instabilidade tanto social quanto pessoal.
Capra (1992, p. 19) esclarece que
As últimas décadas do nosso século
vêm registrando um estado de profunda
crise mundial. É uma crise complexa,
multimensional, cujas facetas afetam todos
os aspectos de nossa vida – saúde e o modo
de vida, a qualidade do meio ambiente e das
relações sociais, da economia, tecnologia
e política. É uma crise de dimensões
intelectuais, morais e espirituais; uma crise
de escala e premência sem precedentes em
toda história da humanidade. Pela primeira
vez, temos de nos defrontar com a real
ameaça de extinção da raça humana e de
toda a vida no planeta.
Diante de tudo isso, alguns
filósofos afirmam que novos parâmetros
éticos devem ser formulados, já que os
antigos não dão mais conta da problemática
suscitada pelas transformações societárias
advindas do confronto da tecnologia e
da globalização provenientes da cultura
ocidental moderna com outras tantas
manifestações de culturas locais, que
tentam, a toda prova, defender sua
identidade cultural. Se entendermos
por identidade a possibilidade da
continuação do ser, independentemente
das transformações do contexto, então
perceberemos que a motivação de um
terrorista pode ser também de natureza
Revista Integralização Universitária Palmas v. 2 - n. 4 - abr./ out. de 2009
ideológica e social. Essa motivação
identitária é, muitas vezes, o suficiente
para atrair muitos adeptos a seitas fanáticas
ou grupos extremistas.
Em educação, podemos afirmar
que todos os acontecimentos a afetam
de diversas maneiras, afinal vivemos
em uma conjuntura histórica alinhavada
por cenários complexos e paradoxais,
especialmente no que se refere ao mundo
do trabalho. Permeando os processos
sociais e econômicos e as contradições
contemporâneas, emergem as que se
relacionam diretamente à problemática do
conhecimento e da formação profissional
face ao processo de reestruturação
produtiva do capitalismo global. Assim,
a) a humanidade exige um novo perfil
de cidadão e – especialmente – de
trabalhador. Esse ator social adquire um
viés polivalente e flexível, o que demanda
uma formação voltada para “habilidades
cognitivas e de competências sociais e
pessoais”(LIBÂNEO, 2003, p. 52);
b) a escola – lócus privilegiado da educação
formal – aceita do Capital um direcionamento
mais compatível com os interesses da “mão
invisível do mercado” (1);
c) metas, objetivos e prioridades da
educação formal se modificam;
d) transformam-se as expectativas em
torno da “escola”, pois a sociedade passa
a demandar novos valores e necessidades
dessa instituição;
e) as metodologias, métodos e práticas
dentro da escola veem-se forçadas a aderir
novos padrões que atendam aos avanços
tecnológicos;
f) a atitude/prática do professor – o
trabalho docente – é alterada.
O século XXI tem demonstrado
que a instituição escolar já não é o único,
nem o mais ágil meio de acesso ao
mundo do conhecimento, isso porque a
educação formal esteve, durante tempos,
trancafiada no seu reduto de transmissora e
socializadora dos conhecimentos técnicocientíficos historicamente construídos pela
humanidade.
6
3. A FALÁCIA DE UMA intelectual, reserva de modelos cognitivos
R A C I O N A L I D A D E e sistema linguístico para ler e compreender
a realidade. Por meio desse horizonte, o
HEGEMÔNICA
Habermas descreve o projeto
da modernidade na sua obra “Modernity:
an incomplete project” (1983) como o
extraordinário esforço intelectual dos
pensadores iluministas do século XVIII
para desenvolverem a ciência objetiva,
a moralidade, as leis universais e a arte
autônoma nos termos da sua própria
lógica interna. O princípio norteador era
o de usar o acúmulo de conhecimento
gerado por muitas pessoas trabalhando,
livre e criativamente, em busca da
emancipação humana e do enriquecimento
da vida diária(2). O domínio científico da
natureza garantiria liberdade da escassez,
da necessidade e da arbitrariedade das
calamidades naturais. O desenvolvimento
de formas racionais de organização social
e de modos racionais de pensamento
prometia a libertação das irracionalidades
do mito, da religião, da superstição,
liberação do uso arbitrário do poder, bem
como do lado sombrio da nossa própria
natureza humana (HABERMAS apud
HARVEY, 1993, p. 23).
Segundo Rouanet (1993), o
pensamento iluminista de liberdade,
igualdade e fraternidade (libertè, igualitè
et fraternitè), com uma visão incrivelmente
otimista, plasmou o projeto civilizatório da
modernidade desenvolvendo os conceitos
de
universalidade,
individualidade
e autonomia. Com a universalidade,
homogeneizaram-se todos os seres
humanos, independentemente de barreiras
nacionais, étnicas ou culturais; com a
individualidade, considerou-se cada
ser humano na sua dignidade de pessoa
concreta não diluída na coletividade; com
a autonomia, reconheceu-se a aptidão
desses seres humanos de pensarem por si
mesmos, independentemente da religião
ou da ideologia.
Essas
ideias
funcionaram
como episteme, ou seja, como horizonte
mundo passou a ser percebido segundo
categorias descritivas extraídas do direito
natural e do empirismo, sobre um fundo
normativo que incluía os pressupostos
subjacentes e não questionados, como: a
autonomia da razão e sua universalidade,
independentemente dos limites do tempo e
do espaço, sua vocação de independência
e de resistência às sujeições a qualquer
tutela; a supremacia da moral sobre a
ciência; a visão da mente como tábua rasa,
capaz de ser modelada pelos estímulos do
meio; a crença na maleabilidade infinita
do homem; a absolutização da política
como instrumento de salvação do mundo;
a crença na natureza como fundamento
da moral e política; e, por último, a fé,
irrestrita no homem, em sua dignidade e
direitos (ROUANET, 1993).
Talvez a principal característica
do pensamento iluminista da Ilustração
tenha
sido sua luta insana pela
secularização do mundo e sua radical
aversão ao despotismo político e à
desigualdade social. Nesse afã, abraçou
a ideia do progresso e encabeçou um
movimento que buscou romper com
a história e com as tradições. Com as
doutrinas de igualdade, liberdade, fé na
inteligência humana e crença na razão
universal, buscou realizar a
[...] extravagante expectativa de que as artes
e as ciências iriam promover, não somente o
controle das forças naturais, como também a
compreensão do mundo e do eu, o progresso
moral, a justiça das instituições e até a
felicidade dos seres humanos (HABERMAS
apud HARVEY, p. 23).
A escola, não sendo uma ilha
isolada do contexto histórico, comprometese com o ambiente cultural, político, social
e econômico da modernidade. Assim os
valores do homem burguês refletem-se
na educação liberal, enfatizando, por um
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lado, o espírito de liberdade e, por outro, o
individualismo.
A educação formal, mesmo
almejando os ideais de igualdade, fraternidade
e liberdade, reflete o antagonismo de
interesses da sociedade liberal e revela-se
elitista, assim a escolarização “permanece
como um privilégio de classe” (ARANHA,
1996, p. 138).
4. A POSSIBILIDADE DA
CONSTRUÇÃO DE UMA NOVA
ECOLOGIA
Eagleton
(1998),
mesmo
questionando a nomenclatura escolhida
para o quadro de mudanças chamado
de “pós-modernidade”, ressalta que o
que a caracteriza é a desconfiança do
“pronto e de acabado” que opõe a ilusão
ideológica à verdade, em uma jogada
epistemológica ingênua demais. Dessa
forma, questionando o historicismo, o
pós-modernismo manifesta-se cético em
relação à causalidade, pois acredita em uma
história que seria de pluralidade, liberdade
de ação, plasticidade e versatilidade – que
não seria, em suma, História.
No ambiente pós-moderno, em
contraste com o orgânico, o sistemático,
o prospectivo, o hierárquico e o
paradigmático do moderno, temos a total
aceitação do efêmero, do fragmentário, do
descontínuo e do caótico. Jameson citado
por Connor (1992) caracteriza a sociedade
pós-moderna, ao apresentar suas principais
características:
a) a aceleração dos ciclos do estilo e da
moda;
b) o crescente poder da publicidade e da
mídia eletrônica;
c) o advento da padronização universal;
d) o neo-colonialismo;
e) a revolução verde;
f) a perda do sentido da história.
O sistema social contemporâneo
perdeu a capacidade de conhecer o próprio
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passado e começou a viver em um “presente
perpétuo”, sem profundidade, sem
definição e sem identidade segura. Ainda
é palpável no pós-moderno, segundo o
mesmo autor, a dissolução do eu centrado,
desaparecimento do estilo individual com
a predominância do pastiche.
Outra
mudança
profunda
anunciada pelo ambiente cultural pósmoderno é a tendência da recusa dos
“grandes relatos” das grandes visões
filosóficas, políticas e religiosas, que tanta
segurança proporcionaram aos homens da
modernidade. Segundo Lyotard (1993),
esses “grandes relatos ou metanarrativas”
(3) constituem narrações bem articuladas a
nos propor uma visão integrada e coerente
do mundo, que procuram fornecer uma
explicação para todos os aspectos da
realidade e desempenham o papel de tornar
aceitáveis os sistemas de normas capazes de
regular as condutas e os comportamentos,
bem como de oferecer diretrizes de ação
para as mentes e os corações. Elas, enfim,
desempenham a função de dar coesão aos
grupos humanos e de legitimar os valores
de uma sociedade, assim dão “sentido” e
orientação para a vida dos indivíduos. A
fórmula apresentada por Lyotard (1993)
conseguiu amplo acordo, e a condição pósmoderna manifesta-se na multiplicação
de centros de poder e de atividade e na
dissolução de toda espécie de narrativa
totalizadora que afirme governar todo
o complexo campo da atividade e da
representação sociais (CONNOR, 1992).
Para completar o quadro, é
interessante a caracterização que
Japiassu (1996, p. 182) faz das grandes
descrenças do espírito pós-moderno.
Segundo ele, o espírito pós-moderno não
acredita mais em uma razão fundadora
capaz de nos proporcionar uma base
sólida, que nos permita formular uma
visão da realidade, do homem e de seus
comportamentos
etc.
Encontram-se
8
Lyotard (1993), esses “grandes relatos ou metanarrativas” (3) constituem narrações bem
articuladas a nos propor uma visão integrada e coerente do mundo, que procuram fornecer
uma explicação para todos os aspectos da realidade e desempenham o papel de tornar
aceitáveis os sistemas de normas capazes de regular as condutas e os comportamentos, bem
como de oferecer diretrizes de ação para as mentes e os corações. Elas, enfim, desempenham
a funçãosob
de dar
coesão
aos grupososhumanos
legitimar os valores
de umaosociedade,
liberal,
que se assim
deve
também
séria
desconfiança
grandese dedemocratização
dão
“sentido”
e
orientação
para
a
vida
dos
indivíduos.
A
fórmula
apresentada
por
Lyotard
relatos que pretendiam dar um sentido à esperar da educação? Rorty (2002, p. 78)
(1993) conseguiu
amplo
acordo, e políticos,
a condição pós-moderna
na multiplicação
de
dá uma pistamanifesta-se
quando afirma
que
história
e legitimar
os projetos
centros de poder
e de atividade
e naduvidadissolução de toda espécie de narrativa totalizadora que
econômicos
e sociais.
Por fim,
tardiamente,
história
afirme
governar
todo
o
complexo
campo
da atividade Apenas
e da representação
sociaisna(CONNOR,
se do projeto da modernidade enquanto
das democracias liberais, a política
1992).de pensamento e modo de vida
estilo
educacional foi formulada para, e dirigida
Para completar o quadro, é interessante a caracterização
Japiassu (1996,
p. 182)
a indivíduosque
presumidamente
autônomos,
desenvolvimentista, competitivista e
faz das grandes descrenças do espírito pós-moderno. Segundo
ele, o espírito
que determinam
seus pós-moderno
próprios fins, não
que
funcionalista.
estruturam
suas
próprias
vidas.
Em
lugar
acredita mais em uma razão fundadora capaz de nos proporcionar uma base sólida, que nos
Ghiraldelli Jr. (2002, p. 41)
nenhum,
da educação é mais
permita formular uma visão da realidade, do homem
e dea filosofia
seus comportamentos
etc.
apresenta o seguinte quadro ao visar a
importante, a educação em si mesma é
Encontram-se também sob séria desconfiança os grandes
relatos
que
pretendiam
dar
um
mais crucial – e em lugar nenhum é mais
estabelecer um elo “ainda que nem sempre
sentido à história e legitimar os projetos políticos, econômicos
e sociais.
Por em
fim,uma
duvida-se
do
negligenciada
– do que
democracia
possível de ser tomado ao pé da letra”,
projeto da modernidade enquanto estilo de pensamento
e modo deliberal
vida desenvolvimentista,
participativa
cujos compromissos
entre os complexos discursivos ou teorias
igualitários tornam cada indivíduo
competitivista e funcionalista.
educacionais baseadas nos seguintes
legislador
e sujeito.
Ghiraldelli Jr. (2002, p. 41) apresenta o seguinte
quadro
ao visar estabelecer um elo
educadores: o alemão J. F. Herbart, o
“ainda que nem sempre possível de ser tomado ao pé da letra”, entre os complexos
norte-americano J. Dewey e o brasileiro P.
Aeducação encontra-se tensa ante
discursivos ou teorias educacionais baseadas nos seguintes educadores: o alemão J. F.
Freire.
a perspectiva do fim da instituição social
Herbart, o norte-americano J. Dewey e o brasileiro P. Freire.
Modernidade
Modernidade
Modernidade
Pós-Modernidade
Contemporaneidade
Contemporaneidade
Humanismo
Sociedade do Trabalho
Sociedade do Trabalho
Pós-Narrative Turn
Teoria Educacional de J. Teoria Educacional de Teoria Educacional de Teoria Educacional PósF. Herbart
John Dewey
Paulo Freire
Narrative Turn
Fonte: Ghiraldelli Jr. (2002, p. 41)
Ao escolher esses educadores, justifica-se.
a) Herbart:
pela qual
emque
termos
no século
Aoforma
escolher
esseso humanismo
educadores,se cristalizou,
formal, em
teriapedagógicos,
início um processo
de
XIX,
já
em
um
período
avançado
de
sua
trajetória.
justifica-se.
desescolarização da sociedade.
b)
Dewey:
transitou
entre
valores
humanistas,
princípiosOsda sociedade
e, ao
a) Herbart: forma pela qual o humanismo
teóricos dodatrabalho
educação
tempo,em
aderiu
às críticas
ao industrialismo
e às injustiças
mesma
semesmo
cristalizou,
termos
pedagógicos,
no apontam
para dessa
o início
desociedade.
um processo
século XIX, já em um período avançado
de sua trajetória.
b) Dewey: transitou entre valores
humanistas, princípios da sociedade do
trabalho e, ao mesmo tempo, aderiu às
críticas ao industrialismo e às injustiças
dessa mesma sociedade.
c) Freire: pertence às diretrizes da
sociedade do trabalho tanto quanto nas
críticas a esta, especialmente a partir dos
fenômenos da urbanização e do fim do
neocolonialismo.
Assim percebemos que cada
época histórica é marcada pela luta de
poder, que pode ser a autoridade da tradição
ou o poder manifesto do conhecimento da
filosofia, da espiritualidade, da ciência,
das artes, da tecnologia ou, até mesmo, do
capital.
No entanto, neste momento
histórico, quando se vive a era da
de reestruturação da educação formal,
especialmente da instituição escola como
se conhece.
A educação formal pós-moderna,
em busca de uma pedagogia inclusiva,
anseia por um convívio mais próximo com
a educação não formal em um movimento
de integração e articulação para a formação
do cidadão mundial.
Os escritores da pós-modernidade
têm a convicção de que o ambiente
pós-moderno, ou o espírito da pósmodernidade, abre novas possibilidades
para a construção da humanidade melhor,
a partir de:
a) uma racionalidade pluralista e
fruitiva, proveniente de uma
concepção não-objetivante, nãoinstrumental e não-logicista da
vida humana;
b) uma visão da imensa riqueza e
Revista Integralização Universitária Palmas v. 2 - n. 4 - abr./ out. de 2009
9
heterogeneidade da vida;
c) uma possibilidade do homem viver
estética e misticamente sua vida.
Então Rorty (2002, p. 79)
acrescenta que
É porque somos os herdeiros da história das
concepções de objetivos e direções próprios
da educação que a História permanece
ativamente introjetada e expressa em
nossas crenças e práticas. Ela fornece a
compreensão mais clara das questões que
atualmente nos preocupam e dividem.
Existem três aspectos das quais a
educação formal não pode se furtar:
educação permanente: o ser humano
tem de ser desperto para sua incompletude,
assim nunca está pronto ou acabado;
está vivendo “[...] em um contexto de
avanço das tecnologias de produção, de
modificação da organização do trabalho,
das relações contratuais capital-trabalho e
dos tipos de emprego” (LIBÂNEO, 2003,
p. 53), por isso a vivência profissional
e pessoal exige o acompanhamento do
conhecimento;
formação global: desenvolvimento
de atitudes para a globalidade planetária;
exercício da cidadania: o aprender a
ser para aprender a conviver. Isso só pode
se dar de maneira consciente, crítica e com
autonomia.
O capitalismo reavalia seus
objetivos em busca da manutenção da
hegemonia. Os grupos fundamentalistas se
reorganizam para combater a hegemonia
capitalista. A humanidade – em sua maioria
– clama por paz, tolerância e inclusão.
Nesse “campo minado” encontra-se a
educação.
Os países centrais (ricos)
optaram por reformas educacionais as
quais submeteram à escolarização de
sua população às exigências do mercado
(leia-se capital). Os países periféricos (em
desenvolvimento ou subdesenvolvidos)
submetem-se à reforma educacional
traçada pelos organismos internacionais.
Libâneo (2003, p. 54) chama atenção para
o fato de que
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Atualmente, além de se empenharem
na reformulação do papel do Estado na
educação, esses mesmos organismos estão
preocupados com a exclusão, a segregação
e a marginalização social das populações
pobres, em razão de essas condições
constituírem, em parte, fatores impeditivos
para o desenvolvimento do capitalismo, ou
melhor, serem uma ameaça à estabilidade e
à ordem nos países ricos.
5. ESPAÇOS NOVOS DE
RACIONALIDADE
ABREM
PERSPECTIVAS
PARA
A
TOLERÂNCIA E A PAZ
Os teóricos da pós-modernidade
e da complexidade condividem da
convicção de que a principal causa
da caducidade da modernidade foi a
petulância e a arrogância inerentes ao
modelo de racionalidade que a constituiu.
Inaugurado a partir do século XVII
por Bacon e Descartes, o pensamento
moderno colocou sob pesadas críticas
o saber tradicional e a recursividade
do método dedutivo da escolástica. Se
por um lado apresentou o avanço da
utilização do método indutivo, por outro
lado manteve o ranço do autoritarismo.
Dessa forma, a partir da modernidade,
a ciência, que no passado foi vítima do
discurso hegemônico da teologia, passa a
ser a última instância legitimadora.
Na pretensão de acabar com
os “ídolos” (Bacon) e com o devaneio
de construir um método e instrumentos
infalíveis (Descartes), a modernidade
acreditou poder definitivamente colocar
o ser humano (o homem do ocidente) no
seu lugar de direito, como rei e senhor do
universo(4). No domínio da ciência ou
das ciências, havia três ideias poderosas
que, de algum modo, davam essa certeza
de ter um conhecimento verdadeiramente
pertinente:
a) a ideia da ordem, em que o
pensamento deve organizar o
conhecimento no sentido de sair do
“Caos” [do grego Cháos – desordem
e confusão] para o “Cosmos” [do
10
grego Kosmos – ordem, disciplina].
Estava muito claro o caminho linear
a ser seguido – todo o Universo é
ordenado. O acaso não existe, mas
é fruto da nossa pouca capacidade
de conhecer;
b) a ideia da separação, com a
contribuição epistemológica de
Descartes, que afirma que quanto
mais se separam as dificuldades e
se reduz seu campo, mais se pode
conhecer. Esse jeito de conceber as
possibilidades do “conhecer” gerou
a disciplinarização e um jeito de
pesquisa em que “retiro o observado
e o observador do campo natural”
para conhecer melhor;
c) a razão e suas possibilidades,
a coerência autenticada pela
obediência aos princípios clássicos
(dedução, indução, contradição,
identidade). Dessa forma, uma
teoria que obedecia a essas regras
obedecia à razão (MORIN, 2000).
Os escritores da “complexidade”
contrapõem-se a esse jeito de pensar,
linear e mecanicista, o que chamam de
“pensamento sistêmico”. Partindo dos
resultados da teoria da relatividade, da
cosmo visão quântica e dos estudos das
ciências biológicas, inauguram um novo
olhar sobre a própria ciência e sobre
o próprio destino da humanidade. A
partir daí eles inferem que o mundo
está envolvido em uma totalidade
intacta, em movimento fluente, em que
cada parte manifesta é derivada de uma
totalidade maior, reconhecem, portanto,
a multidimensional idade do mundo
fenomenal(5). Esses autores afirmam
ainda que essa totalidade está em
“holomovimento”, que permite também
um novo olhar sobre tudo – não mais como
estrutura, mas como processo (BOHM
apud MORAES, 1997, p. 73).
Coelho (2001, p. 23)
contribui informando que
A educação e a escola não são coisas,
realidades existentes em si e por si
mesmas, mas acontecimentos, processos
que estão se constituindo nas relações que
os homens criam e recriam, em contextos
historicamente determinados, na existência
social mais ampla e nas salas de aula, na
ação e reação dos vários agentes sociais,
dos professores, dos estudantes, dos
pais; processos esses a serem pensados,
criticados e reinventados a cada momento
(grifo do autor).
Entre as contribuições trazidas
pelos escritores da complexidade, aquela
que mais sacudiu o mundo da educação
foi a de apresentar um novo campo
epistêmico para o conhecimento que,
no dizer de Moraes (1997), permite o
desenvolvimento de um pensamento
complexo, mais articulador, que entende
a subjetividade, a inter e a intrasubjetividade presentes nos diferentes
processos que envolvem a totalidade
humana, e que, portanto, também
colabora para uma melhor compreensão
das questões pedagógicas. Esse é um
novo campo epistêmico, que sinaliza
novos horizontes educacionais e que exige
também “novos olhares” sobre as novas
demandas educativas, sobre os novos
perfis institucionais e docentes e sobre
uma nova compreensão da preventividade
de uma educação para a paz.
O que tem marcado esse
novo tempo é uma nova consciência da
inter-relação de todos os seres vivos e
sua interdependência com a natureza.
Estamos também diante de um novo
conceito de cidadania amparado não
tanto em bandeiras nacionais quanto
em compromissos com o planeta.
Política e economicamente, vemos o
enfraquecimento dos Estados Nacionais e
o fortalecimento dos blocos.
Aqui se encontra uma das
grandes contradições da nossa sociedade,
pois “[...] os indivíduos se imaginam
livres para fazer o que querem. Em outras
palavras, todos são levados a pensar que
são donos de suas próprias vontades, pois
Revista Integralização Universitária Palmas v. 2 - n. 4 - abr./ out. de 2009
11
fazem parte de uma sociedade em que
tudo se resume à liberdade do mercado
[...]” (GUIMARÃES, 2001, p. 81). Nesse
paradoxo, fortalece-se o fundamentalismo
de uma sociedade que atende à demanda
do capital, em que se estabelece a
racionalidade do todo irracional. “[...]
à medida que o homem se especializa
para atender aos reclamos da técnica,
objetivando garantir seus ‘meios de vida’,
perde paulatinamente a dimensão humana
do conviver [...]” (GUIMARÃES, 2001,
p. 82).
A escola não está fora nem acima
dessa sociedade, no entanto, deve rever
seus compromissos com a cidadania, e a
ecologia mostra-se como um caminho.
Ecologia não é mais entendida,
somente, como cuidado com a natureza.
Em um resgate de uma etimologia mais
ampla, Eco (casa) logia (estudo), é hoje
entendida como a arte do gerenciamento
da convivência humana no seu aspecto
mais amplo: do homem consigo mesmo,
com o outro, com a natureza, com o
cosmos e com Deus.
Nessa nova conjuntura, a
Ecologia não é mais uma questão
cosmética tratada com cuidado por
grupos devotados, mas vai se tornando o
carro chefe dos programas de governo da
grande maioria dos países. A interpretação
da natureza como um organismo vivo
é reforçada pelas novas tecnologias da
informação que permitem um contato
imediato com todos os quadrantes da
terra. A humanidade inteira sente-se
interconectada e tal qual um organismo
vivo, um desastre ou uma tragédia
humana, como o tsunami que atingiu, em
2006, a Tailândia e o Sirilanka, é sentida
e ressentida por todos os membros da
comunidade humana.
Nesse sentido, não há dúvida
de que o crescimento do nível de
solidariedade é consequência direta
do avanço tecnológico associado a
um sensível aumento da sensibilidade
solidária, que deve ser desenvolvida
Revista Integralização Universitária Palmas v. 2 - n. 4 - abr./ out. de 2009
especialmente na escola. Teologias mais
recentes denunciaram que o grande
problema da humanidade não é o ateísmo
teórico, mas o prático. Este, em ótica
sistêmica, manifesta-se, sobretudo, na
insensibilidade e no isolamento. Temos
aqui um grande campo de aplicação da
valência religiosa da prevenção educativa;
não basta hipertrofiar uma sensibilidade
de pertença cósmica e ecológica, em
que, até por modismo, encontramos mais
sensibilidade para com as baleias em
extinção do que por reconhecer os valores
de entidades que lutam pelos direitos
humanos. Jung Mo Sung, por meio de obra
conjunta com Assmann, “Competência e
sensibilidade solidária. Educar para a
esperança”, elabora um roteiro em vista
de uma educação para a solidariedade e
põe como essencial o desenvolvimento
dos conceitos básicos de: sensibilidade
humana,
sensibilidade
social
e
sensibilidade solidária (ASSMANN; MO
SUNG, 2000).
Nesse ínterim, surge o conceito
de escola regeneradora que, conforme
Valle (2001), nada mais faz do que prevenir
contra comportamentos que se apresentam
como obstáculos ao consenso universal. A
pedagogia preventiva visa à construção
de uma cidadania que contemple a
normalidade, a aceitação, a tolerância,
opondo-se ao fundamentalismo. É isso
que se aguarda do “pós-modernismo”, à
luz da educação formal.
Afinal, em um tempo em que a
essência vale menos do que a aparência, e
a competição reina nos relacionamentos, é
imprescindível que a educação formal, ao
resgatar seu espaço de “casa que acolhe a
todos” e “lugar de bem estar” (que deve ser
sinônimo de lugar em que é bom de estar/
ficar), resgate e/ou crie em nós noções de
companheirismo, afeto e amizade, quiçá
de tolerância e respeito às diversidades.
Se a esperança está, a cada
dia, mais escassa, é nosso dever de
educadores reavivar nossa confiança em
dias melhores, pois se “saber é poder”,
12
na dita sociedade do conhecimento
é preciso reacender a importância da
sabedoria, pois ela, como sinônimo de
bom senso no emprego do conhecimento,
é instrumento que nos garantirá uma
vida digna e proverá a humanidade do
bem-estar essencial para a realização
humana: sermos sábios, empreendedores
e competentes. A felicidade humana só
pode acontecer mediante a aceitação do
outro; a compreensão de que condutas
intolerantes e preconceituosas degradam
as relações sociais. Os preconceitos,
quer sejam de credo, cor, classe social ou
gênero, prescindem a qualquer lógica ou
racionalidade, assim não há explicação
plausível para um comportamento tão
aviltante.
Cabe à escola, lócus da educação
formal, mostrar que o jogo das relações
sociais e da própria sobrevivência depende
das relações de amizade, de aprendizado
e de troca que acontecem na convivência
cotidiana, que independe da origem e da
história de cada um.
6.
AS
IMPLICAÇÕES
EDUCACIONAIS DO NOVO
PARADIGMA E A FORMAÇÃO
DO PROFESSOR
O
paradigma
emergente
conhecido como “pensamento complexo”
traz implicações educacionais que apontam
para um novo tipo de gestão pedagógica e
para um novo perfil de professor.
Uma nova epistemologia da
educação exigirá uma nova epistemologia
do professor. O novo paradigma se apoia
em uma visão ecológica que reconhece a
interdependência fundamental de todos
os fenômenos e o perfeito entrosamento
dos indivíduos e das sociedades nos
processos cíclicos da natureza. Funda-se
em uma percepção holística do mundo,
na preocupação com o contexto, com o
global e na visão sistêmica que enfatiza o
todo em vez das partes.
Se o desafio é grande quando
se trata de compreender a grande teia
de relações da natureza e do mundo,
imaginemos a responsabilidade que
acompanha o educador, que é chamado a
contemplar e a intervir educacionalmente
na teia de relações da complexidade do
ser humano. Como sujeito educativo, o
educando terá a intervenção educativa
realizada na amplitude maior, que abrange
corpo e mente e no alcance maior do biofisio-psíquico-espiritual.
Educar dentro da visão sistêmica
exige que o próprio educador tenha uma
visão sistêmica da vida, e que esteja apto
a reconhecer que, como os organismos
individuais, os ecossistemas são sistemas
auto-organizadores e autorreguladores.
Neles, animais, plantas, microorganismos
e substâncias inanimadas estão ligados
por meio de uma teia complexa de
interdependências, em que as relações de
causa e efeito ocorrem muito raramente,
e os modelos lineares não são muito
úteis para descrever as interdependências
funcionais
dos
sistemas
sociais,
econômicos e culturais neles inseridos.
O Educador precisa, enfim, desenvolver
uma visão transdisciplinar que lhe
permita fazer conexões ricas e variadas,
contextualizadas e englobantes.
A
educação,
dentro
do
pensamento sistêmico, se dará segundo o
modelo de “rede”. O conhecimento reticular
pressupõe flexibilidade, plasticidade,
interatividade, adaptabilidade, cooperação,
parceria, apoio mútuo e auto-organização.
Diante do exposto e pensando
na figura do grande articulador de todo
o processo educacional (o professor),
surgem perguntas dramáticas: que ensino?
Que currículo? Que perfil de profissional
(educador) a ser formado? Como fazer?
A bibliografia voltada para a
discussão da formação do professor é
bastante extensa. Sem a pretensão de
fazer uma grande síntese e muito menos
de fazer comentários conclusivos sobre
o tema, pretendemos alinhavar algumas
ideias, velhas e novas, que permeiam o
Revista Integralização Universitária Palmas v. 2 - n. 4 - abr./ out. de 2009
13
campo da formação docente.
Ao buscar maior elucidação
do conceito de formação, o percebemos
também multifacetado, em que, todavia,
se evidencia um componente pessoal que
se liga a um discurso axiológico referente
a finalidades, metas e valores e não
meramente ao técnico ou ao instrumental,
incluindo problemas relativos aos fins
e/ou modelo a alcançar, a conteúdos e
experiências a assumir, às interações
sujeito-meio, aos estímulos e planos de
apoio no processo.
É complexa a missão do
professor dentro do currículo (6), pois
vai muito além do “tirar e acrescentar”. O
professor é o mediador decisivo, agente
ativo, modelador e transformador dos
conteúdos, o contraponto e o contrapeso
contra-hegemônico. Diante de uma
caracterização profissional tão exigente,
ressaltam-se algumas das principais
tendências atuais de formação docente
que o tornam apto a mediar em um
contexto de mobilidade e complexidade:
a) uma formação sólida nos campos
cultural, científico e profissional;
b) os campos aplicados exigem
planejadores reflexivos e formação
continuada nos campos científico, técnico
e administrativo;
c) formar-se em atividade, por meio do
espírito investigativo que o leva a refletir
enquanto age;
d) formação
inicial e
continuada
focada no campo pedagógico e na
formação básica (ligada aos conteúdos
curriculares);
e) formação inicial e em atividade
realizada de forma coletiva.
A “pedagogia crítica” (7)
ressalta a importância de os professores
serem profissionais “intelectuais” e, dessa
maneira, equacionar suas concepções
básicas a respeito da prática que realizam.
Tal vertente insiste em que o professor
precisa interagir com o currículo,
compreender e questionar suas escolhas.
Propõe, para isso, uma nova racionalidade
Revista Integralização Universitária Palmas v. 2 - n. 4 - abr./ out. de 2009
curricular que deverá subordinar os
interesses técnicos às considerações
éticas. Em essência, propõe que todos
professores sejam, de fato, educadores
críticos; que tenham ferramentas
epistemológicas para questionar as
escolas e os discursos educativos enquanto
corporificações ideológicas e materiais de
uma complexa teia de relações de cultura
e poder.
Acreditamos na força do
professor como desencadeador de reformas
educacionais, assim como percebemos a
escola como um local privilegiado para o
desenvolvimento desse processo. Precisase, nesse momento, em que a intolerância
se expressa de diversas formas, de
profissionais capazes de (re)interpretar os
seus papéis e de ampliar sua formação a
serviço de uma educação democrática.
O professor reflexivo em uma
prática emancipatória é, em suma, o perfil
ideal para um docente chamado a ser
educador no século XXI.
Acreditamos em grandes linhas
como norteadoras da formação docente, a
saber:
a. contextualização sóciopolíticoeconômica da formação;
b. autonomia universitária com
descentralização do poder de decisão na
área de educação, sem eximir o Estado das
suas responsabilidades;
c. profissionalização do magistério
e recuperação da dignidade da carreira;
d.
valorização
dos
cursos
de formação de professores em
uma articulação entre instituições
governamentais e centros de formação,
quer sejam Universidades, Faculdades ou
Centros de Educação.
Assim apontamos algumas
diretrizes curriculares capazes de garantir
o perfil reflexivo e emancipatório do
educador – já na sua formação, como
segue:
• formação para o humano
• docência como base
• trabalho pedagógico em foco
14
sólida formação teórica em conteúdos
específicos e pedagógicos
• formação cultural
• contato com a realidade da escola –
articulação teoria e prática
• pesquisa
• vivência de formas de gestão
democrática
• compromisso social e político da
docência
• reflexão sobre a formação e sobre as
condições de trabalho
•
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Se considerarmos a escola
como a instituição social responsável
pela socialização das novas gerações e
pela produção e reprodução dos saberes
necessários a esse processo socializador,
é nela que devem sedimentar-se as bases
de um conhecimento comprometido com
a qualidade de vida dos sujeitos sociais,
pautadas na convivência harmoniosa de
todas as diferenças. Acreditamos que a
educação caminhará para a tolerância e
a paz se os educadores estiverem aptos a
formarem cidadãos para tal.
Assim a Ecopedagogia não objetiva
massificar e mundializar uma determinada
cultura, um determinado molde, em que
todos devam se encaixar para viver. Antes
pretende oferecer subsídios para ações
educativas que respeitem a cultura local
ao mesmo tempo em que não excluam,
enquanto valor, a cultura de todos aqueles
que sejam ‘diferentes’. A sustentabilidade
da vida no planeta clama por atitudes
assim: atitudes que militem efetivamente
em defesa da inclusão social, contra todo
tipo de exclusão.
Notas
(1)
A “mão invisível do mercado” é
uma expressão do liberalismo econômico,
que retomou força com o advento do
neoliberalismo.
(2)
Os enciclopedistas chegaram
mesmo a sonhar com um “governo
científico dos homens”, fundado no
“progresso” das ciências da natureza.
O mesmo projeto foi retomado pelos
socialistas utópicos do século XIX e, de
modo mais contundente, pelo positivismo
de Comte, que chegou a postular “a
aliança natural entre ciência e democracia”
(JAPIASSU. A crise da razão, 1996, p.
196).
(3)
Dentro
da compreensão de
Lyotard, as “Metanarrativas” são
narrativas que subordinam, organizam
e explicam outras narrativas; assim,
qualquer
outra narrativa local, seja
de uma descoberta científica ou do
crescimento e educação de uma pessoa,
recebe sentido por meio da maneira como
ecoa e confirma as grandes narrativas.
Para Lyotard, até o conhecimento
científico não pode saber e tornar sabido
o que é o verdadeiro conhecimento sem
recorrer a outro tipo de conhecimento,
o narrativo. Assim a mesma ciência é
colocada em crise quando temos o declínio
do poder regulatório geral dos seus
próprios paradigmas e na medida em que
se colocam em cheque os limites dos seus
próprios pressupostos e procedimentos de
verificação (LYOTARD, 1993, p. 29).
(4)
No
paradigma
racionalista
moderno, acreditava-se que a dinâmica do
todo poderia ser entendida como base na
propriedade das partes e o mundo físico
era visto como um conjunto de entidades
separadas. No novo paradigma, a relação
entre as partes e o todo é invertida. Isso
implica em que as propriedades das
partes somente podem ser entendidas
com base na dinâmica do todo. O pensar
sistêmico, segundo Morin, inaugura
um novo caminho para o pensamento
humano, marcado agora pelo ir e vir das
partes ao todo e do todo às partes. Um
caminho que se apresenta complexo pela
sua recursividade entre a parte e o todo, e
em que o “todo” é mais e é menos do que a
somatória das partes (MORIN Edgar. “Por
uma reforma do pensamento”. In: PENAVEJA; DO NASCIMENTO (Orgs.) O
Pensar complexo. Edgar Morin e a crise
da modernidade. 2. ed. Rio de Janeiro:
Garamond, 1999, p. 28.)
Revista Integralização Universitária Palmas v. 2 - n. 4 - abr./ out. de 2009
15
(5)
“Depois de tomar ‘consciência’
de nossa filiação à Mãe-terra ou Mãenatureza, fomos postulando, aos poucos,
direitos especiais frente aos demais seres
vivos. Traçamos pontos demarcatórios
da superioridade humana sobre eles. O
isolamento manifestou o nosso ‘homo
demens e homo complexus’. Fomos até
excelentes inventores de deuses, planos
divinos e mitos os mais variados acerca da
nossa ‘eleição’ como seres vivos ‘muito
especiais’. Chegamos a colocar todos
os nossos inventos na boca dos deuses”
(ASSMANN; SUNG, 2000, p. 322).
(6)
Por Currículo entende-se um elo
entre a declaração de princípios gerais e
sua tradução operacional, entre a teoria
educacional e a prática pedagógica, entre
o planejamento e a ação, entre o que é
prescrito e o que realmente sucede nas
salas de aula (Vinícius SIGNORELLI.
Currículo. Um caminho que envolve muitas
responsabilidades. In: “Pátio: revista
pedagógica, Fev/Abril, 1997, p. 9).
(7)
Henry Giroux e Michael Apple,
entre outros, representam aquela escola
que chamamos “pedagogia crítica” e
sua preocupação é a de questionar o
currículo em uma perspectiva ideológica.
Esses críticos estão cientes de que o
poder, o conhecimento, a ideologia e
a escolarização estão relacionados em
padrões de complexidade em constante
transformação. Em suma, a prática docente
acaba incorporando crenças e práticas
que acabam estruturando as experiências
educacionais. Crenças e rotinas de natureza
histórica e social que devem ser objeto de
autorreflexão.
CAPRA Fritjof. O Ponto de Mutação.
São Paulo: Cultrix, 1992.
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Revista Integralização Universitária Palmas v. 2 - n. 4 - abr./ out. de 2009
17
SNIFFER COMO MINERADOR
DE DADOS PARA AUXILIAR A
GERÊNCIA DE TRÁFEGO EM REDES
DE COMPUTADORES
Reginaldo Santos Pereira dos Santos1, Willian Brito Costa2, Claudio C. Monteiro3
RESUMO
O tráfego dentro de uma rede corporativa
aumenta gradativamente. Ter uma noção
exata do que está trafegando não é
uma tarefa fácil, no entanto necessária
para que possamos saber se os recursos
disponibilizados
são
aproveitados
de maneira coerente. Este trabalho
estuda esse tráfego de pacotes dentro
das redes corporativas.
Propomos o
desenvolvimento de uma ferramenta para
captura de pacotes em vários segmentos
da rede. Uma vez feita a captura desses
pacotes, o cabeçalho deles será retirado
sem a preocupação com as informações
contidas no payload. Uma vez aberto e
extraídas essas informações, elas serão
processadas pelo cliente e enviadas até a
máquina servidora para serem armazenadas
em um banco de dados. O objetivo final
do trabalho não é apenas construir uma
ferramenta de captura de pacotes (até
porque existem inúmeras ferramentas que
realizam tal trabalho), mas sim montar um
Data Warehouse com essas informações e
disponibilizar uma ferramenta que torne
o acesso a elas rápido e fácil. Com essa
ferramenta, o administrador de rede poderá
rapidamente traçar um perfil detalhado
de sua rede, bem como identificar
vulnerabilidades ou possíveis gargalos que
consomem grande quantidade de recursos
dentro dela. A nossa ferramenta foge do
conceito de Snnifer, pois ele age como um
Data Mining (Minerador de dados).
Palavras-chave: Sniffer, captura pacotes,
monitoração trafego redes.
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ABSTRACT
Every day, traffic within a corporate
network increases gradually have an exact
idea of what is traveling is not an easy
task, however necessary for us to know
whether the resources are being used in a
consistent manner. This study examines
the traffic packet within corporate
networks. We propose the development
of a tool to capture packets in various
segments of the network. After capturing
these packages, the header of them will
be withdrawn without the concern about
the information contained in the payload.
Once open and extracted this information,
they will be processed by the client and
sent to the server machine to be stored
in a database. The final goal of the work
is not just building a tool for catching
packages (up to that there are many tools
that perform such work), but rather build a
Data Warehouse with this information and
provide a tool that makes access to them
quick and easy. With this tool the network
administrator can quickly draw a detailed
profile of your network and identify
potential vulnerabilities or bottlenecks
that consume large amounts of resources
within the same. Our concept of the tool
away Snnifer because it acts as a Data
Mining (minerals of data).
Key-words: Snnifer, captures packets,
network traffic monitoring.
1
Reginaldo Santos Pereira
dos Santos
E-mail: [email protected]
End.: 309 sul qi 29 al 02 lt
02 CEP: 77015-508
2
Willian Brito Costa
[email protected].
br
End.: 1005 sul qi 08 lote 4
al 13 CEP: 77018-488
3
Claudio C. Monteiro
[email protected]
18
1. INTRODUÇÃO
A
demanda
gerada
pelo
crescimento exponencial das redes de
computadores nos vários seguimentos
da economia e outros setores faz com
que cada vez mais tenhamos dados
de vital importância trafegando entre
os computadores.
Isso aumenta a
preocupação dos administradores de
redes em preservar a integridade e a
confiabilidade desses dados. Analisar
as informações que chegam até uma
determinada rede não é tarefa fácil,
devido à elevada quantidade de dados.
Os dados, para trafegarem em
uma rede, passam por um processo
de codificação e divisão em pacotes,
que são transmitidos até o seu destino.
Nesses pacotes, estão contidas diversas
informações, como, por exemplo: ip de
origem, ip de destino, porta de origem,
porta de destino, tipo pacote etc. Essas
informações de cabeçalho, quando colhidas
e armazenadas, podem dar origem a um
banco de dados, o qual disponibilizará
não só informações de possíveis pacotes
maliciosos bem como poderá identificar
também máquinas que recebem um
número exagerado de pacotes, podendo
esta máquina estar sendo utilizada
remotamente para ataques (o que se
denomina máquina zumbi), medir quanto
cada máquina está realmente consumindo
de uma determinada banda etc.
Monitores, segundo McClure
(2000),
capturam,
interpretam
e
armazenam, para análise posterior,
pacotes que viajam por uma rede.
Ferramentas como essas são de grande
valia para o administrador da rede, pois
possibilitam uma série de informações e
diagnósticos do que está trafegando na
rede. Ainda segundo (McClure 2000),
um sniffer é um programa monitor que
funciona em conjunto com a placa de rede
para extrair todo seu tráfego.
Hoje, não é novidade o
desenvolvimento de sniffers ou IDS para
monitoramento de pacotes que trafegam
em uma determinada rede. Existe uma
grande quantidade dessas ferramentas,
gratuitas ou não, disponíveis no mercado,
mas todas têm as mesmas características,
que é captura, análise e geração de arquivos
de logs com as informações obtidas.
Nosso trabalho visa à instalação de
monitores na rede, que farão a captura e a
confecção de um banco de informações,
para posterior análise por parte dos
administradores de rede, no intuito de
observar o comportamento individual de
cada máquina no envio e recebimento de
pacotes, bem como a sua influência no
desempenho final de uma rede corporativa.
O que até aqui não acrescenta nada de novo
ao que já existe no mercado. O ponto novo
é o desenvolvimento de uma ferramenta
de extração desses dados. Essa ferramenta
proporcionará uma forma fácil para
extração de estatísticas sem que para isso
seja necessário o administrador de redes
entender de linguagem de programação
ou qualquer conhecimento de banco de
dados, o que evita o trabalho de análise
de extensos arquivos de logs à procura de
anomalias.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 Modo Captura de Pacotes
O grande desafio em implementar
um sistema distribuído de captura de
pacotes impõe que devemos traçar
metodicamente os passos envolvidos
nessa tarefa. A maioria dos sistemas
desenvolvidos com esse propósito baseiase no fato de um meio propagador dos
pacotes através da rede, sendo hoje uma
tecnologia ultrapassada, pois os hardwares
inteligentes atuais não mais permitem que
esse meio seja inundado por esses pacotes.
Em geral, esse tipo de sistema trabalha de
duas formas: uma guardando o conteúdo
do pacote (payload) para posterior análise,
ou somente inspecionando o cabeçalho dos
pacotes e armazenando informações úteis
que posteriormente podem ser usados para
traçar um perfil da rede em questão.
Revista Integralização Universitária Palmas v. 2 - n. 4 - abr./ out. de 2009
19
Segundo Stevens (2005), os três
A seguir, uma breve descrição dos
métodos comuns para acessar à camada de campos da Figura 1, baseada em Postel
enlace de dados no Unix são a filtragem (2009b) e Stevens (1994).
de pacotes BSD (BPF), a interface de
IP Version Indica o formato ou
provedor de enlace de dados SVR4 versão do datagrama IPV4 ou IPV6, Hdr
(Datalink Provider -DLPI ) e a interface Length. Contém o tamanho do cabeçalho
SOCK_PACKET do Linux. Uma vez que IP.
temos acesso, à camada de enlace, teremos
Type Off Service provê uma
acesso, então, de forma segura, à captura indicação de parâmetros relacionados à
de pacotes para que possamos trabalhá- qualidade de serviço desejada, embora
los. Porém nos resta ainda o problema dos algumas implementações TCP/IP não
pacotes não se propagarem na rede, então suportem essa característica.
cada estação receberá apenas o que lhe foi
Total Length contém
o
direcionado (salvo no caso de Broadcast tamanho total do datagrama, incluindo o
etc.).
isso,
cada estação
terá um cliente
cabeçalho.
hojePara
uma
tecnologia
ultrapassada,
pois os
hardwares inteligentes atuais não
mais permitem
esse meio
esses pacotes.
Em geral,
rodando
em modoque
Background,
queseja
seráinundado por
Identification
é utilizado
para
esse
tipo
de
sistema
trabalha
de
duas
formas:
uma
guardando
o
conteúdo
do
responsável pela captura desses pacotes.
identificar cada datagrama enviado por
(payload)
para
ou somente inspecionando o
pacote
Após
a captura
dosposterior
pacotes, análise,
o um host.
cabeçalho dos pacotes e armazenando informações úteis que posteriormente
passo seguinte é analisar o cabeçalho
Flags é dividido em três partes:
podem ser usados para traçar um perfil da rede em questão.
em buscaSegundo
de informações
lá contidas
quetrêsR, métodos
DF, MF, comuns
sendo Rpara
o bitacessar
reservado
Stevens
(2005), os
a e
nos
interessam,
no
sentido
de
montarmos
que
normalmente
tem
o
valor
0;
DF
o
camada de enlace de dados no Unix são a filtragem de pacotes BSD (BPF), abit
uma
base de
segura
de informações
por dizer
que-DLPI
o datagrama
interface
provedor
de enlace depara
dadosresponsável
SVR4 (Datalink
Provider
)ea
posteriores
análises.
Para
tanto
é
de
vital
não
deve
ser
fragmentado;
e
MF
o bit
interface SOCK_PACKET do Linux. Uma vez que temos acesso à camada de
enlace, teremos
acesso então,
de forma
à captura
de pacotes
que
importância
que conheçamos
como
são segura,
responsável
por informar
que opara
datagrama
possamos
trabalhá-los.
Porém
nos
resta
ainda
o
problema
dos
pacotes
não
organizadas as informações dentro de está fragmentado e existem se
mais
propagarem
na rede, então cada estação
receberá apenas o que lhe foi
cada
frame.
fragmentos.
direcionado (salvo no caso de Broadcast etc.). Para isso, cada estação terá um
Offset indica o posicionamento
cliente rodando em modo Background, que será responsável pela captura
2.2
Principais
Estruturas
Interna
dos
de
um
fragmento em dado datagrama
desses pacotes.
Frames
fragmentado,
remontagem.
Após a captura dos pacotes, o passo
seguinte é essencial
analisar onacabeçalho
em
protocolo
IP (Internet
Protocol) que nosTime
To Live no
é o sentido
contadordeque
buscaO de
informações
lá contidas
interessam,
(Postel,
2009b)uma
é a base
suportede
para
os indica para
o número
máximo
de roteadores
montarmos
baseousegura
informações
posteriores
análises.
Para
tantoprotocolos
é de vital
importância
conheçamos
como são
as
outros
da pilha
TCPIP, taisque
como
que um datagrama
deveorganizadas
passar.
informações
dentro
frame.
ICMP,
UDP e TCP, que são
transmitidos de
Protocolcada
indica qual protocolo
em datagramas IP. Datagramas IP podem será utilizado pelo próximo nível, ou seja,
2.2 Principais Estruturas Interna dos Frames
ser definidos como blocos de dados pela camada de transporte.
O protocolo IP (Internet Protocol) (Postel, 2009b) é a base ou suporte
transmitidos
de uma
determinada
origem
SourceICMP,
IP Address
contém
para os outros
protocolos
da pilha
TCPIP, tais como
UDP e TCP,
que o
para
destino, deem
forma
que a origem
endereçoIP
lógico
do ser
hostdefinidos
de origem.
sãoum
transmitidos
datagramas
IP. Datagramas
podem
como
e blocos
o destino
são
hosts
identificados
por
Destination
IP
Address
contém
de dados transmitidos de uma determinada origem para um destino,
de o
endereços
lógicos
de tamanho
fixo. são hosts
endereço
lógico por
do host
de destino.
forma que
a origem
e o destino
identificados
endereços
lógicos
de tamanho fixo.
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10. 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
Versão
Tamanho
TipoServiço
Tamanho Total Datagrama
Identificação do Datagrama Enviado
FLAGS
Posição do Fragmento
Tempo de Vida
Protocolo
Cabeçalho de Checagem
IP DE ORIGEM
IP DE DESTINO
OPÇÕES DE IP
Preenchimento
CONTEÚDO DO PACOTE
Figura 1 - Detalhamento do Cabeçalho IP
A seguir, uma breve descrição dos campos da Figura 1, baseada em
Postel (2009b) e Stevens (1994).
IP Version Indica o formato ou versão do datagrama IPV4 ou IPV6, Hdr
Length. Contém o tamanho do cabeçalho IP.
Revista Integralização Universitária Palmas v. 2 - n. 4 - abr./ out. de 2009
20
o datagrama está fragmentado e existem mais fragmentos.
Offset indica o posicionamento de um fragmento em dado datagrama
fragmentado, essencial na remontagem.
Time To Live é o contador que indica o número máximo de roteadores
que um datagrama deve passar.
Protocol indica qual protocolo será utilizado pelo próximo nível, ou seja,
Numero Porta Origem: porta de
pela camada
O
potocolo
UDP
(USER
de transporte.
DATAGRAM
PROTOCOL)
(POSTEL,
Origem.
Source
IP Address contém
o endereço
lógico do host de origem.
2002) tem
um
mecanismo
não
orientado
Porta
Destino:
porta
destino.
Destination IP Address contém o endereço
lógico
do host
de de
destino.
à conexão e sem garantias que, através
Numero Sequência: informa o
do IP, envia
e
recebe
datagramas
de
uma
O potocolo UDP (USER DATAGRAM
PROTOCOL)
2002e)
número
de sequência(POSTEL,
do segmento.
aplicação
outra. Anão
mensagem
tem um para
mecanismo
orientadoUDP
à conexão e Próximo
sem garantias
que,
através
do
número da Sequência:
é IP,
chamada
seu aplicação para outra. A mensagem UDP
envia eUSER
recebeDATAGRAM,
datagramas dee uma
contém o próximo número da sequência
cabeçalho
segue
o formato
apresentado
é chamada
USER
DATAGRAM,
e seu cabeçalho segue o formato apresentado
esperado.
abaixo.
abaixo.
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10. 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
PORTA DE ORIGEM
TAMANHO UDP
Figura 2 - Detalhamento Cabeçalho UDP
PORTA DE DESTINO
CHECAGEM UDP
CONTEUDO
Porta
de Origem:
utilizados
para identificação dos processos de envio
Porta de
Origem:
utilizados
para
Tamanho Cabeçalho: informa o
de
dados.
identificação dos processos de envio de
tamanho
do cabeçalho
pode variar
identificação
dos TCP,
processos
de
dados. Porta de Destino: utilizados para
de
20
a
60
bytes.
recebimento
de
dados.
Porta de Destino: utilizados para
Tamanho
UDP: contém
o tamanho do cabeçalho, mais o tamanho dos
identificação
dos processos
de recebimento
dados
propriamente
ditos.
Tamanho Janela: responsável
de dados.
Checagem
UDP:
campo
para
checagem.
Tamanho UDP: contém o tamanho pelo controle de
fluxo do TCP.
Informa
do cabeçalho, mais o tamanho dos dados qual o número máximo de bytes pode ser
O TCP é um protocolo que prevê conexões confiáveis entre máquinas,
propriamente
ditos.
recebido
por host.
ou seja, é um protocolo orientado à conexão.
Segundo
Stevens (1994), o termo
Checagem UDP: campo para
Pontousando
de Urgência:
contém
“orientado à conexão” significa que duas aplicações,
um protocolo
que o
checagem.
número
positivo
a
ser
adicionado
detém essas características, devem estabelecer uma conexão bidirecionalao
O TCP é um protocolo que prevê
antes de transmitir dados.
número de sequência do segmento.
conexõesUmconfiáveis
máquinas,
protocolo entre
é confiável
quando ele seFlags:
encarrega
que os
indica de
o estado
da dados
conexão
ouforam
seja, entregues
é um protocolo
orientado Além
à
com integridade.
disso,
caso
haja
fragmentação
dos
de
acordo
com
cada
Flag.
conexão.
Stevens ele
(1994),
o
pacotes Segundo
a ser transmitido,
é sequenciado,
fazendo com que ele possa ser
termo
“orientado
conexão”
reordenado,
casoà chegue
forasignifica
de ordem ou até mesmo descartado em caso de
que
duas aplicações, usando um protocolo 3. DESCRIÇÃO DO PROBLEMA
duplicidade.
que detém essas características, devem
Existem inúmeras ferramentas de
estabelecerNumero
uma Porta
conexão
de pacotes
(sniffers), IDS etc.
Origembidirecional monitoração
Numero
Porta Destino
antes de transmitir dados.
Número de Sequência
Presentes nas redes que verificam pacotes
Um protocolo é confiável
quando
Próximo
Numeroe da
Sequência
geram
inúmeros arquivos de logs,
eleTamanho
se encarrega
de que
os dadosURG
foramACK PSH
Cabeçalho
Reservado
RST
SYN FIN
Tamanho Janela
que na maioria das vezes nem se quer são
entregues com integridade. Além disso,
caso haja fragmentação dos pacotes a ser lidos ou observados pelos administradores
transmitido, ele é sequenciado, fazendo de redes devido à dificuldade e à falta de
com que ele possa ser reordenado, caso tempo em verificar esse tipo de arquivo.
chegue fora de ordem ou até mesmo Observa-se ainda que a grande maioria das
descartado em caso de duplicidade.
ferramentas denominada sniffers perdeu
Numero Porta Origem
Tamanho Cabeçalho
Numero Porta Destino
Número de Sequência
Próximo Numero da Sequência
Reservado
Checagem TCP
Figura 3 - Detalhamento Cabeçalho TCP
URG
ACK
PSH
OPCOES
CONTEUDO
RST
SYN
FIN
Tamanho Janela
Ponto de Urgência
Numero Porta Origem: porta de Origem.
Porta Destino: porta de destino.
Numero Sequência: informa o número
de sequência
doPalmas
segmento.
Revista Integralização
Universitária
v. 2 - n. 4 - abr./ out. de 2009
Próximo número da Sequência: contém o próximo número da
21
grande parte da suas funcionalidades porcentagem de broadcast? Existe alguma
com a chegada das redes comutadas por máquina recebendo grande quantidade de
switches. Assim podemos considerar a requisição de conexão sem estabelecer a
grande dificuldade dos administradores referida conexão?
de redes na obtenção de relatórios que
aponte falhas ou problemas em redes de 4. SOLUÇÃO PROPOSTA
computadores.
Baseado
no
problema
É perceptível atualmente que as anteriormente
descrito,
resolvemos
redes de pequeno porte são monitoradas desenvolver uma ferramenta que pudesse
pelos seus administradores diurnamente, monitorar esse tipo de rede sem alterar
ou seja, durante o dia, existindo um sua estrutura básica ou fazer qualquer
administrador de rede que faz todas configuração em termos de equipamentos.
as verificações necessárias em termos E, além disso, e o mais importante, a nosso
de segurança. Um exemplo prático: o ver, disponibilizar relatórios amigáveis
administrador de uma determinada rede e de fácil acesso aos administradores de
faz uma verificação de rotina para ver redes, para que tenham sempre ao alcance
quais
máquinas
que, mesmo
sem utilização,
pacotes? Qual o tipo
quais máquinas que,
mesmo
sem utilização,
receberam
pacotes?receberam
Qual o tipo
se alguma porta desnecessária
de
suas
mãos
uma
radiografia
completa
de qual
pacote
trafega
em suaà rede?
Em relação
à sua
de pacote de
que sua
mais de
trafega
emque
suamais
rede?
Em
relação
sua
banda
total,
a banda total, qual a
rede está aberta e constata
que tudo está
sua rede.Existe
porcentagem
de broadcast?
Existe recebendo
alguma máquina
porcentagem
de broadcast?
alguma máquina
grande recebendo grande
de requisição
de conexão
sem estabelecer
de requisição
sem
a referida
conexão? a referida conexão?
perfeitamente correto. Fimquantidade
do expediente
e quantidade
de conexão
Além
dosestabelecer
relatórios
disponíveis,
ele deixa sua rede por conta das ferramentas 4. oSOLUÇÃO
administrador
terá à sua disposição um
PROPOSTA
4. SOLUÇÃO PROPOSTA
de monitoração que ele mesmoBaseado
instalou.
banco
de
dados
comdescrito,
todas
asresolvemos
informações
Baseado
no problema
anteriormente
descrito,
resolvemos desenvolver
no problema
anteriormente
desenvolver
uma
ferramenta
que
pudesse
monitorar
esse
tipo
de
rede sem alterar sua
No dia seguinte, nenhuma
ferramenta
do
que
está
entrando,
saindo
ou
circulando
uma ferramenta que pudesse monitorar esse tipo de rede sem alterar sua
estrutura
básica
ou
fazer
qualquer
configuração
em
termos
de equipamentos.
estrutura
básica
ou
fazer
qualquer
configuração
em
termos
de
equipamentos.
sinalizou algo de estranho e, se sinalizou, dentro de sua rede e poderá, a qualquer
alémimportante,
disso, e o amais
a nosso relatórios
ver, disponibilizar relatórios
E, além disso, e oE, mais
nossoimportante,
ver, disponibilizar
ele não encontrou, pois não
deu a mínima acesso
momento
que
necessite,
uso dessas tenham
quais máquinas que, mesmo sem util zação, receberam pacotes?Qualfazer
o tipo
e de
fácil de pacotacesso
redes, para que tenham
amigáveis e de fácilamigáveis
aos
administradores
redes, para que de
e que mais trafega em sua rede? Em relação à suaaos
bandade
total, qual a administradores
para os arquivos de logs por
elas
geradas,
informações
para
a
tomada
de
decisões.
de broadcast? Existe algumamãos
máquina recompleta
cebendo grande uma radiografia
sempre
alcance
deporcentagemsuas
completa de sua rede.
sempre ao alcance de
suas ao
mãos
uma radiografia
de
sua
rede.
quantidade de requisição de conexão sem estabelecer a referida conexão?
dos ferramenta
relatórios
disponíveis,
terá à sua disposição
relatórios
disponíveis,
o administrador
teráo éàadministrador
suaque
disposição
portanto para o administradorAlém
da dos
rede
Além
Essa
nada mais
do
4. SOLUÇÃO PROPOSTA
um
banco
de
dados
com
todas
as
informações
do
que
está
entrando, saindo ou
um
banco
de
dados
com
todas
as
informações
do
que
está
entrando,
saindo
ou
tudo está como ele havia deixado: na mais um minerador deBaseado no prdados.
oblema anteriormente descrito, resolvemos desenvolverEsse minerador
fer aa
menta que pudesse
monirede
torar esse tipo de rede sem altee
rar sua poderá,
de umasua
a qualquer
momento que necessite,
circulando dentro decirculando
sua rede dentro
e poderá,
qualquer
momento
que necessite,
perfeita ordem. Suponhamos
que nessa fazer
constitui-se
de
três
básicos que,
estrutura básica ou fazer qualqmódulos
uer configuração em termos de equipamentos.
uso dessas
informações
a tomada de decisões.
fazer uso dessas informações
para a tomada
E, além disso, e o mais imde
portante, a nosso decisões.
ver, disponipara
bil zar relatórios
rede exista um programa que, certas
horas
através
de
sockets,
comunicam
ami
g
ávei
s
e
de
f
á
ci
l
acesso
aos
admi
n
i
s
t
r
a
dor
e
s
de
r
e
des,
par
a
que
t
e
nham
Essamais
ferramenta
nada
é do entre
que
umsi minerador
Essa ferramenta nada
é do que
um mais
minerador
de dados.
Esse de dados. Esse
sempre ao alcance de suas mãos uma radiografia completa de sua rede.
constitui-se
que, através de sockets,
módulos
através
da noite, abra uma portaminerador
para queconstitui-se
uma minerador
a de
fimtrês
de
coletarAlém dosbásicos
de básicos
redede esockets,
rinformações
elatde
órios disponíveis, o admintrês
istrador terá à sua disposiçque,
ão módulos
bancofim
de dadoscom todas as inde
formações do que estcoletar
á entde
rando, saindo ou rede
entreinformações
si aumciem
informações
de rede
comunicam
a disponibilizá-la
fim de coletar
e disponibilizá-la
eme disponibilizá-la em
pessoa externa da rede tenha
acesso entre
a ela.si comunicam
rculando dentro de sua redeum
e poderá, a qualquer momentsó
o que necessite, local.
um
só
local.
um
só fazer uso dessas informações para a tomada de decisões.
local.
O pior, nesse caso, não é o simples acesso
Essa fer amenta nada mais é do que um minerador de dados. Esse
minerador constitui-se de três módulos básicos que, através de sockets,
que uma pessoa estranha teve àSERVIDOR
rede ou
SERVIDOR comunicam entre si a fim de coletar informações de rede e disponibil zá-la em
Cliente
Cliente
um
só
local.
o que ele possa fazer com ela,
masinformações
sim
Armazena informações
Captura Pacotes
Armazena
Captura Pacotes
SERVIDOR
Cliente
quem gerencia tal rede, de forma alguma,
Armazena informações
Captura Pacotes
Processa Informações
Processa Informações
desconfia e, ao contrário, garante que sua
Proces a Informações
Extração Informações
Extração Informações
Extração Informações
rede é totalmente segura.
Módulo comunicação
Módulo Comunicação
Módulo comunicação
Módulo Comunicação
Agora imagine se o administrador
Módulo comunicação
Módulo Comunicação
de redes tivesse de responder às seguintes
questões baseando-se apenas nos arquivos
de logs gerados no seu sistema:BD quais
BD
Extração Informações
máquinas estão consumindo mais recursos
da rede? Quais máquinas estão gerando
mais broadcast? Durante um determinado
Extração Informações Figura 4 -Estrutura do Minerador de Dados
Extração Informações
horário, quais máquinas que, mesmo sem
A Figura 4 expõe bem as interações entre os três módulos do minerador
que, eventualmente, perde suas características de snif er e passa para o lado
utilização, receberam pacotes? Qual o
dos Data Mining (Mineradores de dados), com a intenção maior na montagem
de um Data Ware House, que servirá de base tanto para a tomada de decisão
tipo de pacote que mais trafega em sua
relativa à estrutura da rede, como implementação de novas defesas.
rede? Em relação à sua banda
total,
qual
a
Figura
4
Estrutura
do
Minerador
de Dados de Dados
Figura
4
Estrutura
do
Minerador
Figura 4 - Estrutura do Minerador de Dados
BD
Revista Integralização Universitária
A Figura
4 expõeentre
bem os
as três
interações
entre
os três módulos do minerador
A Figura 4 expõe bem
as interações
módulos
do minerador
eventualmente,
perde suas
características
de sniffer
que, eventualmente,que,
perde
suas características
de sniffer
e passa para
o ladoe passa para o lado
dos Data Mining
(Mineradores
de dados),
com
intenção maior na montagem
dos Data Mining (Mineradores
de dados),
com a intenção
maior
naamontagem
Palmasde
v. 2um
- n. 4 Data
- abr./ out.
de 2009
de um que
Dataservirá
Ware de
House,
servirá
base tanto
para a tomada de decisão
Ware
House,
baseque
tanto
para adetomada
de decisão
à estrutura
da rede, comode implementação
relativa à estruturarelativa
da rede,
como implementação
novas defesas.de novas defesas.
22
A Figura 4 expõe bem as
interações entre os três módulos do
minerador que, eventualmente, perde suas
características de sniffer e passa para o lado
dos Data Mining (Mineradores de dados),
com a intenção maior na montagem de
um Data Ware House, que servirá de base
tanto para a tomada de decisão relativa à
estrutura da rede, como implementação de
novas defesas.
4.1Módulo servidor
A aplicação
servidora
foi
desenvolvida para funcionar de modo
independente da quantidade de clientes
que estejam rodando dentro da rede
no momento. Sua arquitetura baseiase na recepção, no tratamento e no
armazenamento das informações que
chegam até ela. Para atender aos pedidos
de conexões que chegam através da rede,
Figura 5 - Funcionamento do Minerador
Figura 5 – Funcionamento do Minerador
Como podemos observar na Figura o módulo servidor primeiro cria uma
Como podemos
Figura utilizando
5, cada para
máquina
rede
isso oda
bind
(queterá um
5, cada máquina
da rede teráobservar
um clientena socket,
sistema
que,
suaa vez,
não será
perceptível
aplicação
à respectiva
porta).aoAusuário
docliente
sistemado
instalado
que,instalado
por sua vez,
nãoporliga
da
estação.
Esse
cliente
é
responsável
pela
abertura
e
extração
dos dados
será perceptível ao usuário da estação. partir daí, o servidor passa a escutar aquela
desse
cabeçalho.
Deverá
forma coerente
e armazená-los
em
Esse
cliente
é responsável
pela organizá-los
abertura portadepredeterminada,
à espera
de alguém
arquivo
quecabeçalho.
posteriormente
será
transmitido.
Já a máquina
que
e um
extração
dos texto
dadosem
desse
que queira
estabelecer
uma conexão.
Uma
receberá
o
servidor
será
responsável
pelo
recebimento
dos
dados
enviados
Deverá organizá-los de forma coerente vez detectada uma solicitação válida de
cliente em
e deverá
armazená-los
em um obanco
deestabelece
dados mysql.
A seguir,
e pelo
armazená-los
um arquivo
texto em conexão,
servidor
a conexão
descreveremos
cadacom
modulo
do e,
sistema.
que
posteriormente detalhadamente
será transmitido. Já
o cliente
logo em seguida, ele se
a máquina que receberá o servidor será replica, passando o controle do cliente em
responsável pelo recebimento dos dados questão para o “programa filho”. Isso libera
enviados
pelo cliente
e deverá armazená- o servidor para continuar escutando a porta
4.1 Módulo
servidor
los em um
banco de dados
mysql. foi
A edesenvolvida
A aplicação
servidora
de modo
evita que algumpara
clientefuncionar
tente transmitir
seguir,
descreveremos
detalhadamente
independente
da quantidade
de clientes
que estejam
rodandoSegue
dentro
e o servidor
esteja ocupado.
umda rede
cada
modulo
do
sistema.
no momento. Sua arquitetura baseia-se
recepção,
no tratamento
e no
trecho donacódigo
que exemplifica
isso.
armazenamento das informações que chegam até ela. Para atender aos
pedidos de conexões que chegam através da rede, o módulo servidor primeiro
cria uma socket, utilizando para isso o bind (que liga a aplicação à respectiva
porta). A partir daí, o servidor passa a escutar aquela porta predeterminada, à
Revista Integralização
Palmas v. Uma
2 - n. 4 - abr./
out. de detectada
2009
espera de alguém que queira estabelecer
umaUniversitária
conexão.
vez
uma solicitação válida de conexão, o servidor estabelece a conexão com o
23
f ((create_socket = socket(AF_INET,SOCK_STREAM,0)) > 0)
printf("criando porta para conexao...\n");
address.sin_family = AF_INET;
address.sin_addr.s_addr = INADDR_ANY;
address.sin_port = htons(15010);
if (bind(create_socket,(struct sockaddr *)&address,sizeof(address)) == 0)
printf("portas criadas aguardando cliente...\n");
Trecho de Código 1 - Criando socket e ligando a aplicação a porta criada
Quando
conexão entre
entrecliente
cliente
deestabelecida,
dados, mostra
natransmite
tela os
Quando aa conexão
e servidor for
o cliente
e para
servidor
for os
estabelecida,
o cliente
dados
do cabeçalho
pacotes
o servidor
dados que vinha
coletando. O servidor
recebe
esses dados dos
em pacotes
na
ordem
que
foram
transmitidos
e
remonta-os
em
um
arquivo.
O
servidor
tem
dois
transmite para o servidor os dados que
capturados;
modoscoletando.
de armazenamento
de dados:
um em arquivo,
que já
é padrão,
e paraem
issomodo
não
vinha
O servidor
recebe
2. <-E>
Roda
o servidor
necessita
de
nenhuma
configuração
extra.
O
outro
em
banco
de
dados
que
necessita
da
f ((create_socket
> 0)fornece estatística
esses dados
em pacotes= socket(AF_INET,SOCK_STREAM,0))
na ordem que
estatístico, que
instalação printf("criando
do banco mysql.
Uma
vez
que
o
servidor
esteja
rodando
com
a
opção
de
porta paraem
conexao...\n");
foram transmitidos e remonta-os
um
dos pacotes capturados como, por
armazenamento
em banco de=dados,
ele automaticamente incluirá as informações que os
address.sin_family
AF_INET;
arquivo.
O
servidor
tememdois
modos
de da rede. exemplo, a quantidade de pacotes
address.sin_addr.s_addr
= INADDR_ANY;
clientes estão
coletando
diversos
pontos
armazenamento
de
dados:
um
em
arquivo,
e o tipo que cada máquina está
= htons(15010);
printf("Oaddress.sin_port
cliente %s Foi conectado.aguardando
dados..\n",inet_ntoa(address.sin_addr));
if (bind(create_socket,(struct
sockaddr *)&address,sizeof(address))
que jásprintf(tmp1,"%s",inet_ntoa(address.sin_addr));
é padrão,
e para isso não necessita
recebendo no momento; == 0)
printf("portas
criadas
aguardando
cliente...\n");
de nenhuma
configuração extra. O outro
3. <-B> Roda o servidor no modo
arquivo=fopen(tmp1,"a+");
Trecho de Código 1 - Criando socket e ligando a aplicação a porta criada
}
em banco de dados que necessita da
captura de broadcast, o que
do{Quando
instalação
do banco
mysql.entre
Umacliente
vez que
o estabelecida,
faz apresentar
uma
média
a conexão
e servidor for
o cliente
transmite
recv(new_socket,buffer,bufsize,0);
para
o
servidor
os
dados
que
vinha
coletando.
O
servidor
recebe
esses
dados
em
pacotes
o servidor esteja rodando com a opção de
do broadcast da rede em um
fputs(buffer,arquivo);
na ordem
que foram transmitidos e remonta-os em um arquivo. O servidor tem dois
armazenamento
em banco de dados, ele
determinado intervalo de tempo.
modos}while(strcmp(buffer,"\0"));
de armazenamento de dados: um em arquivo, que já é padrão, e para isso não
automaticamente
incluirá
as informações
necessita
de nenhuma
configuração
extra. O outro em banco de dados que necessita da
fclose(arquivo);
que
os
clientes
estão
coletando
em
Módulo
Cliente
instalação
do
banco
mysql.
Uma
vez
que o 4.2
servidor
esteja
rodando com a opção de
cria_conexao();
armazenamento
em
banco
de
dados,
ele
automaticamente
incluirá
os
diversos
pontos da rede.
mysql_close(&conexao);
O clienteas informações
ou o que
sniffer,
clientes
coletando
em diversos
pontos da rede.
Trecho deestão
Código
2 - Recebendo
Dados
printf("O cliente %s Foi conectado.aguardando dados..\n",inet_ntoa(address.sin_addr));
sprintf(tmp1,"%s",inet_ntoa(address.sin_addr));
O servidor além do recebimento e armazenamento de informações tem também
arquivo=fopen(tmp1,"a+");
opções
para que as informações que estão chegando sejam visualizadas imediatamente
}
pelo administrador. Abaixo faremos uma descrição dessas funções. O servidor aceita
do{
basicamente
três tipos de parâmetros de execução, são eles:
recv(new_socket,buffer,bufsize,0);
1. fputs(buffer,arquivo);
<-L> Roda o servidor em modo listagem, além do armazenamento de dados,
mostra na tela os dados do cabeçalho dos pacotes capturados;
}while(strcmp(buffer,"\0"));
2.
<-E> Roda o servidor em modo estatístico, que fornece estatística dos pacotes
fclose(arquivo);
capturados como, por exemplo, a quantidade de pacotes e o tipo que cada
cria_conexao();
mysql_close(&conexao);
máquina está recebendo no momento;
Trecho
Código
2 - Recebendo
Dados
3. de<-B>
Roda
o servidor
no modo
captura de broadcast, o que o faz apresentar uma
média do broadcast da rede em um determinado intervalo de tempo.
servidor além
e armazenamento
informações
tem também
OOservidor
além do
dorecebimento
recebimento
propriamentededito,
será instalado
em cada
opções para que as informações que estão chegando sejam visualizadas imediatamente
e armazenamento de informações tem máquina que desejamos monitorar. Esse
pelo administrador. Abaixo faremos uma descrição dessas funções. O servidor aceita
4.2 Módulo
Cliente
também
opções
as informações
aplicativo,
seja
basicamente
trêspara
tiposque
de parâmetros
de execução,
são eles:inicialmente, caso não
O
cliente
ou
o
sniffer,
propriamente
dito,
será
instalado
em
cada
máquina
que
que estão
chegando
passado
através
de parâmetrode na
hora
1. <-L>
Roda o sejam
servidorvisualizadas
em modo listagem,
além
do armazenamento
dados,
desejamos
monitorar.
aplicativo,
inicialmente,
caso
não seja passado através de
mostra
na tela
dados
do cabeçalho
dos
capturados;
imediatamente
peloosEsse
administrador.
da pacotes
execução,
verificará qual a placa de
parâmetro
naRoda
hora odaservidor
execução,
qual a placa
rede está
disponível
e, logo
2. <-E>
emverificará
modo estatístico,
que de
fornece
estatística
pacotes
Abaixo
faremos
umaa captura
descrição pacotes
dessas rede
está
disponível
logo dos
emUma
seguida,
em seguida,
iniciará
estão
chegando
até ae,
vez
capturados
como, por dos
exemplo, a que
quantidade
de pacotes
emáquina.
o tipo que
cada
funções.máquina
O servidor
aceita basicamente
está recebendo
no momento; iniciará a captura dos pacotes que estão
três tipos
de parâmetros
de execução,
chegando
até oaque
máquina.
Uma vez
3. <-B>
Roda o servidor
no modosão
captura
de broadcast,
o faz apresentar
uma o
média
do
broadcast
da
rede
em
um
determinado
intervalo
de
tempo.
eles:
pacote capturado, a ferramenta iniciará
1. <-L> Roda o servidor em modo
listagem, além do armazenamento
4.2 Módulo
a abertura do cabeçalho do mesmo e a
retirada dos dados que interessam.
Esse
Cliente
O cliente ou o sniffer, propriamente dito, será instalado em cada máquina que
desejamos monitorar. Esse aplicativo, inicialmente, caso não seja passado através de
parâmetro na hora da execução, verificará qual a placa de rede está disponível e, logo
em seguida, iniciará a captura dos pacotes que estão chegando até a máquina. Uma vez
Revista Integralização Universitária Palmas v. 2 - n. 4 - abr./ out. de 2009
24
passo pode ser observado no trecho de arquivo foi completamente enviado e
o pacote
capturado, a ferramenta iniciará a abertura
do mesmo
retirada
o quedo
o cabeçalho
servidor pode
entãoe aarmazenar
código
a seguir.
dos dados que interessam. Esse passo pode ser observado no trecho de código a seguir.
struct tcphdr *tcp_r; //definindo uma estrutura...tcphdr
struct tcp_info *tcp_reg;//ponteiro para estrutura para tcp_info....
ipc=(struct ip*) (packet+sizeof(struct ether_header));//copiando cabecalho ip...
otcp_r=(struct
pacote capturado,
a ferramenta iniciará a abertura
do cabeçalho
do mesmo
e a retirada
tcphdr*)(packet+sizeof(struct
ether_header));
//copiando
informacoes
do
dos dados que interessam. Esse passo pode ser observado no trecho de código a seguir.
tcphdr...
tcp_reg=(struct tcp_info*)(packet+sizeof(struct ether_header));//copiando informacoes
struct tcphdr *tcp_r; //definindo uma estrutura...tcphdr
tcp_info...
o struct
pacote
capturado,
a ferramenta
iniciará
a aberturapara
do tcp_info....
cabeçalho do mesmo e a retirada
para estrutura
Trecho
detcp_info
Código
3 -*tcp_reg;//ponteiro
Separando
Informações
dos
dados queip*)
interessam.
Esse passo pode
ser observado no trecho
de código
a seguir.
ipc=(struct
(packet+sizeof(struct
ether_header));//copiando
cabecalho
ip...
tcp_r=(struct
tcphdr*)(packet+sizeof(struct
//copiando
informacoes
do
Como pode
ser observado no código ether_header));
acima,
os
dados
dos
cabeçalhos
já estão
essas informações. Caso o flag
não
struct
tcphdr
*tcp_r;
//definindo
uma
estrutura...tcphdr
tcphdr...
Como
pode
ser
observado
no
armazenados nas estruturas definidas. Agora oseja
módulo
cliente
chama
uma
função
para
enviado,
o servidor informacoes
descarta oas
struct
tcp_infoos*tcp_reg;//ponteiro
para
estrutura
para
tcp_info....
tcp_reg=(struct
tcp_info*)(packet+sizeof(struct
armazenamento
temporário
dados.
Eles ether_header));//copiando
serão
armazenados em um
arquivo,
código
acima,
dados dosdesses
cabeçalhos
informações recebidas,
e o ip...
cliente, por
ipc=(struct
ip*)
(packet+sizeof(struct
ether_header));//copiando
cabecalho
tcp_info...
conforme
trecho
de
código
a
seguir.
já estão armazenados nas estruturas sua vez, envia todas as informações em
tcp_r=(struct
ether_header)); //copiando informacoes do
Trecho
de Códigotcphdr*)(packet+sizeof(struct
3 - Separando Informações
definidas.
tcphdr... Agora o módulo cliente chama outra oportunidade.
void grava_dados(char
uma
função
para
o*label)
armazenamento
Como pode
ser
observado
no código acima,
os dados dos cabeçalhos
já estão
tcp_reg=(struct
tcp_info*)(packet+sizeof(struct
ether_header));//copiando
informacoes
{
temporário
desses
dados. definidas.
Eles serão
armazenados
nas estruturas
Agora o4.3
módulo
cliente
chama
uma
função
tcp_info...
Modo Integrado Visualizaçãopara o
p=fopen("z.rw","a+");
Trecho
de Código
Separando
Informações
armazenamento
desses
dados. Eles serão armazenados em um arquivo,
armazenados
em3 -temporário
um
arquivo,
conforme
Esse módulo nada mais é do que
strcat(label,";");
conforme
trechoadeseguir.
código a seguir.
trecho
de código
uma
forma
extração
de informações
por
fputs(label,p);
Como pode ser observado no código acima, os de
dados
dos cabeçalhos
já estão
fclose(p);
armazenados
nas estruturas
definidas. Agora o módulo cliente chama uma função para o
void
grava_dados(char
*label)
}armazenamento
temporário desses dados. Eles serão armazenados em um arquivo,
{
Trecho
de Código
4 -de
Gravando
conforme
trecho
códigoDados
a seguir.
p=fopen("z.rw","a+");
strcat(label,";");
Com os dados já*label)
armazenados na máquina em que foram capturados, agora esses
void
grava_dados(char
fputs(label,p);
dados
devem ser repassados para o servidor. O cliente utilizando sockets faz uma
{ fclose(p);
requisição
de conexão para o servidor, conforme trecho de código a seguir.
}p=fopen("z.rw","a+");
strcat(label,";");
address.sin_port
htons(15010);
Trecho
de Código 4 - =
Gravando
Dados
fputs(label,p);
inet_pton(AF_INET,ip_dst,&address.sin_addr);
Com os dados já armazenados na meio de relatórios previamente definidos,
fclose(p);
Com os dados já armazenados na máquina em que foram capturados, agora esses
máquina
em queser
foram
capturados,
agora
}dados
devem
repassados
para
o servidor.
O cliente
o que
não vaiutilizando
requerer sockets
do
if (connect(create_socket,(struct
sockaddr
*)&address,sizeof(address))
==administrador
0) faz uma
esses
dados
devem
ser
repassados
para
o
Trecho
de
Código
4
Gravando
Dados
requisição
de
conexão
para
o
servidor,
conforme
trecho
de
código
a
seguir.
{
de redes qualquer conhecimento de banco
servidor.
O cliente =
utilizando
sockets
faz%s...\n",inet_ntoa(address.sin_addr));
address.sin_port
htons(15010);
printf("Conexao
aceita pelo
servidor
de dados ou qualquer linguagem de
Com osdedados
já armazenados
na; máquina em que foram capturados, agora esses
umainet_pton(AF_INET,ip_dst,&address.sin_addr);
requisição
conexão
para o servidor,
printf("iniciando
transferencia..\n")
programação.
O módulosockets
foi desenvolvido
dadosdedevem
repassados
para o servidor.
O cliente utilizando
faz uma
conforme
trechoser
código adeseguir.
Trecho
Código
5 de
- Requisição
Conexão
utilizando
linguagem
JAVA,
o que
requisição
de conexão para o servidor,
conforme
trecho de código a seguir.
if (connect(create_socket,(struct
sockaddr
*)&address,sizeof(address))
== 0)
address.sin_port
htons(15010);
{Após a conexão=ser
aceita pelo servidor, o cliente começa a divisão do arquivo em
inet_pton(AF_INET,ip_dst,&address.sin_addr);
pelo servidor
%s...\n",inet_ntoa(address.sin_addr));
blocosprintf("Conexao
de 1000 bytes eaceita
a transferi-los.
Findada
a transferência, o cliente então fecha o
printf("iniciando
transferencia..\n")
;
arquivo que estava aberto, envia um flag sinalizado que o arquivo foi completamente
if (connect(create_socket,(struct
sockaddr *)&address,sizeof(address)) == 0)
Trecho
de Código 5 - Requisição de Conexão
enviado
e o que o servidor pode então armazenar essas informações. Caso o flag não
{
seja enviado, o servidor descarta as informações recebidas, e o cliente, por sua vez,
printf("Conexao
aceita
pelo
servidor
%s...\n",inet_ntoa(address.sin_addr));
Após
a conexão ser
aceita
pelo
servidor,
o cliente começa a divisão do arquivo em
envia todas as informações em outra oportunidade.
printf("iniciando
;
blocos
de 1000 bytes transferencia..\n")
e a transferi-los. Findada
a transferência, o cliente então fecha o
Trecho
de que
Código
5 - Requisição
Conexão
arquivo
estava
aberto, de
envia
um flag sinalizado que o arquivo foi completamente
4.3
Modoe o que o servidor pode então
Integrado
Visualização
enviado
armazenar essas informações. Caso
o flag não
Após
a
conexão
ser
aceita
pelo
Esse
módulo
nada
mais
é
do
que
uma
forma
de
extração
de
informações
por
a conexão
ser aceita
peloas
servidor,
o cliente
começa
arquivo
em
permite
ao
administrador
sejaApós
enviado,
o servidor
descarta
informações
recebidas,
ea odivisão
cliente,dodisponibilizar
por
sua vez,
servidor,
o
cliente
começa
a
divisão
do
meio
de
relatórios
previamente
definidos,
o
que
não
vai
requerer
do
administrador
deo
blocos
de
1000
bytes
e
a
transferi-los.
Findada
a
transferência,
o
cliente
então
fecha
envia todas as informações em outra oportunidade.
essas informações para acesso via web,
redes
conhecimento
de
de dados
ou
qualquer
linguagem
de
arquivo
em
de 1000
bytes
e a sinalizado
arquivoqualquer
que blocos
estava
aberto,
envia
um banco
flag
que
o
arquivo
foi
completamente
facilitando assim a monitoração dos dados
programação.
O
módulo
foi
desenvolvido
utilizando
linguagem
JAVA,
o
que
permite
ao
enviado
e
o
que
o
servidor
pode
então
armazenar
essas
informações.
Caso
o
flag
não
transferi-los.
o gerados, mesmo estando distante
4.3 Modo Findada a transferência,
Integrado
Visualização
do seu
seja enviado,
o servidor
descarta
informações
recebidas,
e o cliente,
por sua vez,
Esse fecha
módulo
mais
é as
do
que uma forma
extração
de informações
por
cliente
então
o nada
arquivo
que
estava
ambiente de
de trabalho.
envia
todas
as
informações
em
outra
oportunidade.
meio
de
relatórios
previamente
definidos,
o
que
não
vai
requerer
do
administrador
de
aberto, envia um flag sinalizado que o
redes qualquer conhecimento de banco de dados ou qualquer linguagem de
4.3
Modo
Integrado
Visualização
programação.
O módulo foi desenvolvido
utilizando linguagem JAVA, o que
permite ao
Esse módulo nada mais é do que uma forma de extração de informações por
meio de relatórios previamente definidos, o que não vai requerer do administrador de
redes qualquer conhecimento de banco de dados ou qualquer linguagem de
Revista Integralização Universitária Palmas v. 2 - n. 4 - abr./ out. de 2009
programação. O módulo foi desenvolvido utilizando linguagem JAVA, o que permite ao
25
Os relatórios disponibilizados serão os
seguintes:
relatório de pacotes recebidos por
ip e por horário;
quantidade de Broadcast cada ip
está recebendo por intervalo de
tempo;
consumo médio dos recursos por
cada ip;
estatísticas de pacotes por tipo de
protocolo;
máquinas que estão recebendo
grande quantidades de pacotes
com o FLAG FYN ou SYN (o que
pode indicar um ataque).
administradores de redes que nenhum
sistema é 100% seguro. E mais importante
do que ter uma rede aparentemente segura
é descobrir se algum dia ela foi invadida, e
isso só poderá feito por meio de arquivos
de logs ou, como propomos neste trabalho,
a coleta e o armazenamento de informações
para posterior análise, pois é bem provável
que sua rede já tenha sido invadida e você
apenas se mantém ignorante a esse fato.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com o aumento de computadores
conectados em rede, tende-se cada vez mais
à busca de ferramentas para monitoração e
segurança dessas conexões, no intuito de
manter os dados que nela trafegam cada
vez mais seguros.
O protótipo desse trabalho
demonstrou-se eficaz na monitoração
feita por meio da captura de pacotes que
trafegam na rede, feita de modo distribuído,
contornando o problema que os sniffers de
rede enfrentam hoje. Os pacotes capturados
tiveram seu cabeçalho aberto e suas
informações armazenadas em arquivos
de texto e, posteriormente, em um banco
que permitirá os administradores de redes
manterem uma valiosa fonte de dados que
poderão informar desde possíveis tentativas
de invasão, ataques realizados com sucesso
ou até mesmo uma máquina que, por algum
motivo, está consumindo grande parte dos
recursos, deixando de alguma forma a rede
lenta ou vulnerável.
Como toda pesquisa, foi possível
aplicar na prática os conceitos até então
apenas relatados nos diversos livros. A
implementação de tal ferramenta nos
permitiu adquirir grande conhecimento nas
estruturas dos pacotes que trafegam na rede
e de como eles trafegam, derrubando um
mito que tínhamos da grande complexidade
dessas estruturas, o que não se revelou
verdadeiro.
É necessário esclarecer aos
NOGUEIRA, Tiago José Pereira. Invasão
de Redes Ataques e Defesas. Rio de
Janeiro: Ciência Moderna, 2005.
Revista Integralização Universitária Palmas v. 2 - n. 4 - abr./ out. de 2009
REFERÊNCIAS
COMER, Douglas E. Interligação em rede
com TCP/IP. Rio de Janeiro: Campus,
1998.
MCCLURE, Stuart; SCAMBRAY, Joel;
KURTZ, George. Hackers expostos:
segredos e soluções para a segurança de
redes. São Paulo: Makron Books, 2000.
DAVID, L. Stevens; Douglas E. Commer.
Interligação em Rede com TCP/IP. Rio
de Janeiro: Campus, 1999.
STEVENS, W. Richard. Programação
de Redes UNIX. Porto Alegre: Bookman,
2005. v.1.
TANENBAUM, Andrew S. Redes de
computadores. Rio de Janeiro: Campus,
1997.
POSTEL, J. User Datagram Protocol. RFC
768, aug. 1980. Disponível em: < http://
www.ietf.org/rfc/rfc0768.txt?number=768
>. Acesso em: 22 abr. 2009a.
POSTEL, J. Internet Control Message
Protocol. RFC 792, sep. 1981. Disponível
em: < http://www.ietf.org/rfc/rfc0792.
txt?number=792 >. Acesso em: 22 abr.
2009b.
STEVENS, W.R. TCP/IP Illustrated,
Volume 1: The protocols. Addison-Wesley
Computing Series, 1994.
26
Revista Integralização Universitária Palmas v. 2 - n. 4 - abr./ out. de 2009
27
PERFILHAMENTO NA REBROTA DOS
CAPINS DO GÊNERO PANICUM
CONSORCIADOS COM SORGO EM
FUNÇÃO DE FONTES DE FÓSFORO
Clauber Rosanova1, Geovanne Ferreira Rebouças2
RESUMO
Objetivou-se a avaliação do perfilhamento
de cultivares do gênero Panicum
submetidas ao consórcio com o sorgo
forrageiro em função de fontes de
adubos fosfatados. Este trabalho foi
conduzido na Universidade Federal do
Tocantins, Campus de Gurupi. Utilizouse o delineamento experimental de
blocos ao acaso com 4 repetições e com
arranjo fatorial 4 x 4, quatro capins do
gênero Panicum (Massai, Aries, Atlas e
Mombaça) com sorgo (hibrido BRS 610),
submetidos a quatro fontes de fósforo
(superfosfato simples, NPK, fosfato
reativo Fospasto e sem adubo). O capim
Massai apresentou maior número de
perfilhos em todas as fontes de adubação.
Palavras-chave:
Panicum maximum,
Sorghum bicolor, adubação fosfatada.
ABSTRACT
It was objectified evaluation of number
or tillers to cultivate of the Panicum sort
submitted to mixer crop with sorghum in
function of phosphate fertilizer sources.
This work was lead in the Federal
University of the Tocantins, Campus of
Gurupi. The experimental delineation
of blocks randomized was used, with 4
repetitions, with factorial arrangement
4 x 4, four grass of the Panicum sort
(Massaigrass, Ariesgrass, Atlasgrass and
Revista Integralização Universitária Palmas v. 2 - n. 4 - abr./ out. de 2009
Mombaçagrass) with sorghum (hybrid
BRS 610), submitted the four sources
of phosphorus (simple superphosphate,
NPK, reactive phosphate Fospasto
and without fertilization). Massaigrass
presented greater number of tillers in all
the fertilization.
Key-words: Panicum maximum; Sorghum
bicolor; phosphate fertilization.
1. INTRODUÇÃO
A pastagem é o principal
suprimento alimentar utilizado na pecuária
brasileira e deve ser encarada como uma
poderosa ferramenta de redução de custo
no processo de produção. Por isso a
utilização e o manejo dessas áreas devem
ser realizados de maneira eficiente com a
finalidade de buscar um melhor nível de
produção e maior eficiência econômica.
O uso de uma cultura anual em
consórcio com a forrageira que objetive a
venda de grãos ou uso para alimentação
do rebanho possibilita a amortização dos
custos de implantação, recuperação ou
renovação das pastagens.
Na nutrição, o fósforo é o que tem
limitado com maior intensidade a produção
das forrageiras em solos tropicais (LIMA
et al., 2007). Essa baixa disponibilidade
de fósforo é um fator que tem reduzido a
produtividade das forrageiras, provocado
um menor perfilhamento e atrasado o
1
Coordenador e Professor
Me. do curso de Zootecnia
da Faculdade Católica
do Tocantins - FACTO.
E-mail: [email protected].
2
Professor Me. do Curso
de Zootecnia da Faculdade
Católica do TocantinsFACTO.
E-mail:
[email protected].
br.
28
desenvolvimento das plantas, o que resulta
em uma formação deficiente da pastagem
e abre espaço para entrada das plantas
daninhas (ROSSI; MONTEIRO, 1999).
Forrageiras como as do gênero
Panicum têm surgido como alternativa
para as pastagens na região do cerrado
com o lançamento de novos cultivares
originados na África e que se adaptam bem
às nossas condições edafoclimáticas. Mas
ainda existe a necessidade de se estudar
melhor as respostas desses genótipos ao
nosso sistema de manejo e adubação com
o objetivo de buscar a melhor maneira de
se cultivar esse gênero.
O objetivo do trabalho foi avaliar
o perfilhamento de cultivares de capins do
gênero Panicum submetidos ao consórcio
com o sorgo em função de fontes de
adubos fosfatados.
2. MATERIAL E MÉTODOS
O trabalho foi desenvolvido na
Universidade Federal do Tocantins,
Campus Universitário de Gurupi, no
período de janeiro a dezembro de 2008.
Os tratamentos foram compostos
por quatro cultivares de capins do
gênero Panicum, Massai, Aries, Atlas
e Mombaça; com quatro fontes de
fertilizantes fosfatados NPK (5-25-15),
SS – superfosfato simples (18% P2O5),
FOSP – fosfato reativo Fospasto (26 % de
P2O5) e SA – sem adubo, nos tratamentos
com adubação; a dose de fósforo foi de 90
kg ha-1 de P2O5, de acordo com a análise
de solo.
O plantio foi realizado em janeiro
de 2008 e constituiu o consórcio do sorgo
forrageiro (Sorghum bicolor L. Moench.,
híbrido BRS 610) com os cultivares de
Panicum em parcelas iguais. As sementes
dos capins foram colocadas junto às fontes
dos adubos e no mesmo sulco de plantio,
distribuídas manualmente na profundidade
de 0,10 m. As sementes do sorgo foram
distribuídas a aproximadamente 0,03 m de
profundidade, conforme recomendação. A
densidade de semeadura foi realizada com
intuito de se obter de 10 a 16 plantas m-1
linear, em função do híbrido utilizado.
A parcela experimental foi
constituída por dez fileiras de 2,0 m de
comprimento, espaçadas por 0,50 m, o
que torna cada parcela em uma área de 10
m². Para as avaliações, foram utilizadas as
duas linhas centrais.
As plantas de cada parcela
experimental foram colhidas em abril de
2008, quando o sorgo estava no ponto de
ensilagem, o que corresponde à fase de
grão farináceo. A altura de colheita foi
de 15 cm acima do nível do solo, logo
em seguida foi efetuada uma adubação
nitrogenada e potássica para estimular a
rebrota do capim utilizando-se 250 kg ha-1
da fórmula 20-0-20 para fornecer 50 kg
ha-1 de N e 50 kg ha-1 de K2O (VILELA et
al., 2000).
Foi realizado o segundo corte
45 dias após o primeiro, para avaliação
do Perfilhamento (P) – Contagem dos
perfilhos existentes na parcela após a
rebrota do capim utilizando uma haste de
ferro com 1 m².
Os dados foram submetidos à
análise de variância e as médias foram
comparadas pelo teste de Tukey a 5% de
probabilidade, realizadas com o auxílio
do programa computacional Sisvar 4.6
(FERREIRA, 2000).
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados da avaliação do
número de perfilhos m-² estão apresentados
na Tabela 1. Ao avaliar o perfilhamento
das gramíneas pela média dos tratamentos,
observa-se que o capim Massai apresentou
perfilhamento superior aos demais
cultivares, com 77,10; 75,75; e 71,70%
mais perfilhos que os cultivares Atlas,
Aries e Mombaça, respectivamente. Esse
maior perfilhamento é uma característica
marcante desse cultivar, e a provável
explicação para sua superioridade aos
demais cultivares em todas as fontes de
adubação é por ser o menos exigente em
adubação. Sousa et al. (2006) obtiveram
Revista Integralização Universitária Palmas v. 2 - n. 4 - abr./ out. de 2009
29
resultados semelhantes, observando maior
perfilhamento do capim Massai em relação
ao Atlas e Tobiatã.
Valentim e Moreira (2001) relatam
a ocorrência de 940 perfilhos m-² com 24
meses de avaliação da rebrota após sete
dias de corte a 20 cm de altura para o
cultivar Massai. Os dados relatados nesse
trabalho mostram números semelhantes
com média 758,9 perfilhos.m-² para o
Massai 45 dias após o corte (Tabela 1).
número de perfilhos para o cv Mombaça
com 245 perfilhos m-² número menor do
que o encontrado por Ferreira et al. (2008)
com 411,02 perfilhos m-² para a dose de
135 kg ha-1 de P2O5. Esse maior número de
perfilhos pode estar relacionado à maior
quantidade de fósforo e ao possível efeito
da competição com o sorgo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nas condições do presente experimento,
Tabela 1: Perfilhamento dos capins do gênero Panicum consorciados com sorgo em função de fontes
de fósforo em Latossolo vermelho amarelo distrófico (Gurupi-TO), aos 45 dias após o
primeiro corte
Fonte
Nº de perfilhos m-²
Médias
Massai
Aries
Atlas
Mombaça
AS
737 Ba
131 Cc
152 Bc
195 Bb
303,75
SS
680 Ca
198 Bb
172 BAb
198 Bb
312,00
NPK
795 Aa
157 Cc
194 Ac
245 Ab
347,75
FOSP
823 Aa
250 Ab
177 BAb
221 BAb
367,75
Médias
758,75
184,00
173,75
214,75
-
SA: sem adubo, SS: superfosfato simples, NPK: 5-25-15, FOSP: fosfato; médias seguidas de mesma
letra minúscula na linha e maiúscula na coluna não diferem estatisticamente pelo teste de tukey a 5% de
probabilidade.
Os cultivares Atlas e Aries
demonstraram comportamento semelhante
em relação ao perfilhamento, não se
diferenciando estatisticamente (p<0,05)
entre si em nenhuma fonte de adubo.
Ao observar os dados referentes
à fonte de adubo utilizada, é possível
verificar que a falta de adubação resultou
em menor número de perfilhos para
todos os cultivares. Rossi e Monteiro
(1999) relatam que a deficiência de
fósforo em solos brasileiros resulta em
grandes prejuízos na produtividade das
plantas, redução no perfilhamento e
atraso no desenvolvimento das gramíneas
forrageiras, o que provoca uma cobertura
deficiente.
A fonte NPK resultou em maior
Revista Integralização Universitária Palmas v. 2 - n. 4 - abr./ out. de 2009
observaram-se diferenças estatísticas
significativas entre o perfilhamento dos
cultivares e as fontes de adubo ao nível de
5% de probabilidade pelo teste de Tukey.
O cultivar Massai apresentou maior
viabilidade para esse sistema de consórcio,
devido ao seu maior perfilhamento e
menor exigência em fertilidade do solo,
seguido dos cultivares Mombaça, Áries e
Atlas, respectivamente.
A
disponibilidade de fósforo
limitou com maior intensidade o
perfilhamento, o que provocou uma menor
produção e atraso no desenvolvimento das
plantas. Isso resultou em uma formação
deficiente na pastagem e abriu espaço para
a entrada das plantas daninhas.
30
REFERÊNCIAS
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por meio do Sisvar para Windows versão
4.0. In:45a Reunião Anual da Região
Brasileira da Sociedade internacional
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do Cerrado. 2. ed. Planaltina: Embrapa
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Revista Integralização Universitária Palmas v. 2 - n. 4 - abr./ out. de 2009
31
RESPONSABILIDADE SOCIAL NAS
ORGANIZAÇÕES DE GRANDE
PORTE DE PALMAS-TO
Helga Midori Iwamoto1, Adriele Cavalcante2
RESUMO
O presente artigo visa a descrever a
situação atual das empresas de grande
porte de Palmas mapeadas pelo SebraeTO, no que se refere à Responsabilidade
Social. Segundo o Instituto Ethos, apenas
1% dos respondentes dos questionários de
indicadores sobre Responsabilidade Social
são da Região Norte do país. Devido
a esse fato, observou-se a necessidade
de entender as razões de um índice tão
baixo de respondentes. Nesse sentido, foi
realizada uma pesquisa de campo junto
às empresas de grande porte constantes
da base de dados do Sebrae em Palmas,
por meio de um questionário baseado no
modelo Ethos de indicadores sociais. O
índice de resposta foi baixo (3 respostas –
12,5%). No entanto foi possível mensurar
efetivamente as práticas das empresas
respondentes.
Palavras-chave: responsabilidade social;
região Norte; empresas de grande porte.
ABSTRACT
This article aims to describe the current
situation of the large-sized companies
registered in the Sebrae’s database located
in the city of Palmas (capital of Tocantins
State), in regard to Social Responsibility.
According to Ethos Institute, only 1% of
the respondents of the questionnaire on
social responsibility indicators are from the
Northern Region of Brazil. Due to this fact,
there is a need to understand the reasons
for such a low rate of respondents. In this
sense, it was made a field research with
Revista Integralização Universitária Palmas v. 2 - n. 4 - abr./ out. de 2009
the large-sized companies registered in the
Sebrae’s database, using a questionnaire
based on the Ethos’ social indicators.
The response rate was low (3 responses
- 12.5%). However, it was possible to
measure effectively the practices of social
responsibility of the respondents.
Key-words:
social
responsibility;
Northern Brazil; large-sized companies.
1. INTRODUÇÃO
O presente artigo visa a descrever
a situação atual das empresas de grande
porte de Palmas mapeadas pelo SebraeTO, no que se refere à Responsabilidade
Social. Segundo o Instituto Ethos, apenas
1% dos respondentes dos questionários de
indicadores sobre Responsabilidade Social
são da Região Norte do país. Devido
a esse fato, observou-se a necessidade
de entender as razões de um índice tão
baixo de respondentes. Nesse sentido, foi
realizada uma pesquisa de campo junto
às empresas de grande porte constantes
da base de dados do Sebrae em Palmas,
por meio de um questionário baseado
no modelo Ethos-Sebrae (2006) de
indicadores sociais. O índice de resposta
foi baixo (3 respondentes em 24 empresas
– 12,5%). No entanto foi possível mensurar
efetivamente as práticas das empresas
respondentes.
O questionário se constituía
de 24 questões referentes às variáveis
observadas pelo Instituto Ethos (ETHOS;
SEBRAE, 2006): Valores, Transparência
e Governança; Público Interno; Meio
Ambiente; Fornecedores; Comunidade;
1
Helga Midori Iwamoto:
professora
efetiva
da
Universidade
Federal
do
Tocantins;
Mestre
em Administração pela
Universidade Federal do
Espírito Santo; professora
pesquisadora do NESol
(Núcleo de Economia
Solidária) da Universidade
Federal do Tocantins.
Endereço
para
correspondência: 406 N,
Al. 10, Lt. 2, Residencial
Vinicius de Moraes, Bl. I,
apto. 402. Plano Diretor
Norte, Palmas-TO. CEP
77.006-492. Tel: (63) 32243401. Cel: (63) 9223-6844.
e-mail: midoriiwamoto@
hotmail.com
2
Adriele
Cavalcante:
acadêmica de Comunicação
Social da UFT; Pesquisadora
voluntária do NESol.
32
Governo e Sociedade. As questões foram
baseadas nos indicadores Ethos-Sebrae
para responsabilidade social empresarial
em micro e pequenas empresas (ETHOS,
SEBRAE, 2006). Foram utilizados esses
indicadores em versão simplificada para
que se gerasse um questionário mais
conciso, com maior chance de resposta
por parte das empresas.
Em seguida à elaboração, entrouse em contato com as 24 empresas de
grande porte da base de dados do Sebrae de
Palmas por telefone e pessoalmente. Como
não houve possibilidade de agendamento
para aplicação do questionário in loco por
parte da maioria das empresas, mandouse o questionário para o e-mail de contato
de cada empresa, de acordo com o
protocolo da técnica Delphi (WRIGHT,
GIOVINAZZO, 2000). De acordo com
os autores acima, a taxa de resposta da
técnica Delphi é de aproximadamente
14%. A diferença entre a técnica Delphi
e a metodologia utilizada neste artigo é
que a técnica Delphi manda questionários
para especialistas de uma determinada
área; no nosso caso, procurou-se abordar
os gestores das empresas consultadas,
sempre que possível.
Ao longo da pesquisa de
campo, durante as várias tentativas de
agendamento, percebeu-se a razão pela
qual a taxa de resposta aos questionários
Ethos é baixa na região Norte: poucos
colaboradores das empresas com que se
entrou em contato sabem o que significa
Responsabilidade Social ou entendem a
sua importância, no caso dos colaboradores
que sabiam do que se tratava. Isso pode
indicar uma falta de responsabilidade
social sistematizada com o público interno.
O que pode ocorrer é existirem as práticas
e não se saber que constituem práticas de
responsabilidade social. Havia empresas
de vários setores: jornais, agropecuárias,
bancárias, de telecomunicações, entre
outras.
Outro aspecto que se levou em
consideração é que as empresas de
grande porte seriam as que teriam mais
condições de implementar as práticas
de Responsabilidade Social devido a
seu maior faturamento e pessoal mais
capacitado.
No item seguinte, será explicitado
o referencial adotado para a área de
responsabilidade social, para uma
posterior análise dos questionários das
3 empresas respondentes: duas do setor
bancário e uma prestadora de serviços
públicos essenciais.
2. RESPONSABILIDADE SOCIAL
Para
Bowen
(1957),
a
Responsabilidade Social (RS) é “obrigação
do homem de negócios adotar orientações,
tomar decisões e seguir linhas de ação que
sejam compatíveis com os fins e valores
da sociedade”.
Uma definição mais recente para a
RS é apresentada por Melo Neto e Fróes
(2001, p. 88). Eles asseveram que
[Responsabilidade
Social
é]
o
comprometimento
permanente
dos
empresários de adotar um comportamento
ético e contribuir para o desenvolvimento
econômico, melhorando, simultaneamente,
a qualidade de vida de seus empregados e
de suas famílias, da comunidade local e da
sociedade como um todo.
Segundo Ashley (2005), a questão
da Responsabilidade Social (RS) veio à
tona publicamente pela primeira vez em
1919, na disputa judicial entre a John e
Horace Dodge contra Henry Ford. Isso se
deveu a uma vontade de Ford de investir
parte dos lucros de 1916 da companhia
na capacidade de produção da empresa,
aumento de salários e fundo de reserva para
suporte ao corte dos preços dos carros. A
Corte de Michigan se posicionou a favor
dos Dodges, por meio do argumento de
que uma empresa existe para maximizar
os lucros de seus acionistas. Nesse sentido,
a Corte defendeu que existe livre-arbítrio
somente para definir os meios de se atingir
o lucro, não para escolha de objetivos além
do objetivo primário.
Revista Integralização Universitária Palmas v. 2 - n. 4 - abr./ out. de 2009
33
Frederick (1994) relata que, após
a Grande Depressão, posições com o teor
da tomada pela Corte de Michigan foram
atacadas pelo meio acadêmico (BERLE;
MEANS apud FREDERICK, 1994), o
que influenciou decisões judiciais em
favor de ações de RS. Em 1953, após o
término da Segunda Grande Guerra, foi
estabelecida uma lei que regulamenta
a filantropia corporativa, devido a um
caso julgado pela corte de Nova Jersey
(A. P. Smith Manufacturing Company
vs. Barlow), que aprovou a doação de
recursos corporativos para a Universidade
de Princeton.
O passo seguinte foi o abandono
de linhas de produção lucrativas mas
agressivas ao meio ambiente (HOOD,
1998). Na década de 60, houve protestos
nos EUA contra a corporação que produzia
o Napalm e as indústrias bélicas, devido
à Guerra do Vietnã. Nesse sentido, vários
acadêmicos se posicionaram em favor
da RS: Bowen, Mason, Chamberlain,
Andrews e Galbraith. Nos anos 90 e
2000, houve um retrocesso nesse sentido:
indústrias produtoras de tabaco podem ser
certificadas como socialmente responsáveis,
se desenvolverem ações em RS.
Friedman (1970) se apoia nos
direitos de propriedade e no conceito de
função institucional para atacar as práticas
de RS corporativas. O argumento é que a
empresa existe para maximizar o lucro,
e que é função institucional do Estado
prover o que as práticas de RS estão
tentando resolver. No entanto, de acordo
com diversos autores da área, é fato que as
práticas de RS se desenvolveram junto com
a falência do Estado de Bem-Estar Social.
Segundo Rocha e Simonetti
(2008), o tema começou a despontar
no Brasil devido à influência da Eco92
e do sociólogo Herbert de Souza, mas
outros autores apontam balanços sociais
publicados anteriormente à década de 90.
Revista Integralização Universitária Palmas v. 2 - n. 4 - abr./ out. de 2009
A influência desse sociólogo deu-se por
meio da criação de um modelo de balanço
social divulgado pelo IBASE (Instituto
Brasileiro de Análise Socioeconômica).
De acordo com Jones (1996),
existem pelo menos duas linhas em RS: a
ética e a instrumental. A linha ética defende
que as ações em RS devem ser norteadas
por princípios morais e éticos, mesmo que
seja dispendioso para a empresa. A linha
instrumental utiliza a RS como ferramenta
de Marketing Social e acredita que há uma
correlação positiva entre as práticas de RS
e os lucros da empresa, como comprovado
por Arantes (2006).
Arantes (2006) comparou o
desempenho de empresas nas bolsas de
valores de São Paulo e de Nova Iorque,
entre as que realizam práticas de RS e as
que não realizam. A autora verificou que há
uma correlação positiva entre a realização
de RS e o desempenho das empresas.
Em termos de níveis de
responsabilidade social, Martinelli (1997)
classifica as empresas em três estágios com
crescente nível ético e de comprometimento
com os stakeholders: 1º) negócio (nenhum
comprometimento com a comunidade;
lucro em primeiro lugar); 2º) organização
social dentro de uma comunidade (algum
comprometimento com a comunidade;
lucro subordinado a padrões éticos); 3º)
empresa-cidadã (total comprometimento
com a comunidade; pró-atividade nas
ações junto à comunidade, mesmo que se
comprometa o lucro).
3. ANÁLISE DE DADOS
Será realizada a análise de dados
de acordo com as variáveis de EthosSebrae (2006): Valores, Transparência
e Governança; Público Interno; Meio
Ambiente; Fornecedores; Comunidade;
Governo e Sociedade. O questionário
aplicado está no Quadro 1, a seguir,
baseado em Ethos-Sebrae (2006).
34
3. ANÁLISE DE DADOS
Será realizada a análise de dados de acordo com as variáveis de Ethos-Sebrae
(2006): Valores, Transparência e Governança; Público Interno; Meio Ambiente;
Fornecedores; Comunidade; Governo e Sociedade. O questionário aplicado está no
Quadro 1, a seguir, baseado em Ethos-Sebrae (2006).
Quadro 1 – Questionário de indicadores de RS
Questão
I) A empresa possui uma carta de valores ou
documento
parecido
estipulando
os
comportamentos por ela de seus colaboradores,
gestores e outras partes interessadas em relação a
questões comerciais e interpessoais?
II) Esse documento é de conhecimento de seus
empregados, clientes, fornecedores e comunidade?
Alternativas
(1) Sim (2) Em grande parte (3) Em parte
(4) Não
(5) Não vemos aplicação disso em nossa empresa
(1) Sim (2) Em grande parte (3) Em parte
(4) Não
(5) Não vemos aplicação disso em nossa empresa
III) A empresa envolveu seus empregados e outras
partes pertinentes na construção desse documento?
(1) Sim (2) Em grande parte (3) Em parte
(4) Não
(5) Não vemos aplicação disso em nossa empresa
IV) Na empresa há regras claras para o pagamento
e recebimento de brindes, prêmios e afins a
fornecedores, clientes e outras partes interessadas
para evitar práticas irregulares/ilegais?
V) Há transparência nos registros em geral e nos
balanços
da
empresa
para
entidades
governamentais?
VI) A empresa elabora balanço social?
(1) Sim (2) Em grande parte (3) Em parte
(4) Não
(5) Não vemos aplicação disso em nossa empresa
VII) Se sim, quem tem acesso a esse balanço
social?
VIII) A empresa possui separação financeira clara
entre os negócios do(s) proprietário(s) e os da
empresa?
IX) Além das normas legais para ambiente de
trabalho, a empresa procura oferecer aos
empregados um ambiente agradável, com
condições de trabalho saudáveis?
X) A empresa oferece benefícios aos empregados e
seus dependentes?
XI) A empresa divulga critérios objetivos e nãodiscriminatórios para a seleção de pessoal?
XII) A empresa possui acessibilidade em sua
infraestrutura física para clientes e funcionários
portadores de deficiência?
XIII) A empresa permite a seus funcionários a
participação em sindicatos e permite a entrada do
sindicato na empresa para assuntos de interesse
dos funcionários?
XIV) A empresa subsidia treinamentos e cursos
(aperfeiçoamento,
graduação,
técnicos,
especializações etc.) a seus funcionários?
XV) A empresa contrata estagiários?
XVI) Qual o grau de instrução da maioria dos
funcionários?
XVII) A empresa orienta seus funcionários a
utilizarem crédito em instituições financeiras de
forma responsável?
XVIII) A empresa conhece, avalia e toma medidas
a respeito de seu impacto no meio ambiente?
XIX) Ao contratar um fornecedor, a empresa o
avalia quanto a suas práticas de responsabilidade
social e quanto à legalidade de suas ações dentro e
fora da empresa?
XX) A empresa promove o desenvolvimento local
contratando cooperativas e micro/pequenas
empresas e mão-de-obra da comunidade?
XXI) A empresa apoia alguma entidade
filantrópica, ligada à ação social ou de serviços à
comunidade?
XXII) A empresa leva em consideração as metas
da comunidade no planejamento de suas metas?
XXIII) A empresa é criteriosa quanto a seu
envolvimento em campanhas políticas?
XXIV) A empresa colabora com a melhoria de
(1) Sim (2) Em grande parte (3) Em parte
(4) Não
(5) Não vemos aplicação disso em nossa empresa
(1) Sim (2) Em grande parte (3) Em parte
(4) Não
(5) Não vemos aplicação disso em nossa empresa
(1) Público interno (2) Consumidores e clientes
(3) Fornecedores (4) Comunidade em geral
(1) Sim (2) Em grande parte (3) Em parte
(4) Não
(5) Não vemos aplicação disso em nossa empresa
(1) Sim (2) Em grande parte (3) Em parte
(4) Não
(5) Não vemos aplicação disso em nossa empresa
(1) Sim (2) Em grande parte (3) Em parte
(4) Não
(5) Não vemos aplicação disso em nossa empresa
(1) Sim (2) Em grande parte (3) Em parte
(4) Não
(5) Não vemos aplicação disso em nossa empresa
(1) Sim (2) Em grande parte (3) Em parte
(4) Não
(5) Não vemos aplicação disso em nossa empresa
(1) Sim (2) Em grande parte (3) Em parte
(4) Não
(5) Não vemos aplicação disso em nossa empresa
(1) Sim (2) Em grande parte (3) Em parte
(4) Não
(5) Não vemos aplicação disso em nossa empresa
(1) Sim (2) Em grande parte (3) Em parte
(4) Não
(5) Não vemos aplicação disso em nossa empresa
Pergunta aberta
(1) Sim (2) Em grande parte (3) Em parte
(4) Não
(5) Não vemos aplicação disso em nossa empresa
(1) Sim (2) Em grande parte (3) Em parte
(4) Não
(5) Não vemos aplicação disso em nossa empresa
(1) Sim (2) Em grande parte (3) Em parte
(4) Não
(5) Não vemos aplicação disso em nossa empresa
(1) Sim (2) Em grande parte (3) Em parte
(4) Não
(5) Não vemos aplicação disso em nossa empresa
(1) Sim (2) Em grande parte (3) Em parte
(4) Não
(5) Não vemos aplicação disso em nossa empresa
(1) Sim (2) Em grande parte (3) Em parte
(4) Não
(5) Não vemos aplicação disso em nossa empresa
(1) Sim (2) Em grande parte (3) Em parte
(4) Não
(5)
NãoIntegralização
vemos aplicação
dissoPalmas
em nossa
empresa
Revista
Universitária
v. 2 - n. 4 - abr./ out. de 2009
(1) Sim (2) Em grande parte (3) Em parte
(4) Não
(5) Não vemos aplicação disso em nossa empresa
(4) Não
XX) A empresa promove o desenvolvimento local (1) Sim (2) Em grande parte (3) Em parte
especializações etc.) a seus funcionários?
contratando
cooperativas e micro/pequenas (5) Não vemos aplicação disso em nossa empresa
(1) Sim (2) Em grande parte (3) Em parte
(4) Não
XV) A empresa contrata estagiários?
empresas e mão-de-obra da comunidade?
(5) Não vemos aplicação disso em nossa empresa
(1) Sim aberta
(2) Em grande parte (3) Em parte
(4) Não
XXI)
A oempresa
entidade
XVI) Qual
grau de apoia
instruçãoalguma
da maioria
dos Pergunta
filantrópica,
funcionários?ligada à ação social ou de serviços à (5) Não vemos aplicação disso em nossa empresa
comunidade?
(4) Não
XVII) A empresa orienta seus funcionários a (1) Sim (2) Em grande parte (3) Em parte
aplicação
empresa (4) Não
(1)Não
Simvemos
(2) Em
grandedisso
parteem
(3)nossa
Em parte
XXII)
A empresa
em consideração
as metas
utilizarem
crédito leva
em instituições
financeiras
de (5)
(5) Não vemos aplicação disso em nossa empresa
forma
responsável?
da
comunidade
no planejamento de suas metas?
parte
(3)(3)
EmEm
parte
Não
XVIII) AAempresa
conhece,
avalia e quanto
toma medidas
(1)Sim
Sim (2)(2)Em
Emgrande
grande
parte
parte (4)(4)
Não
XXIII)
empresa
é criteriosa
a seu (1)
(5)
disso
emem
nossa
empresa
a respeito de seu
no meio
ambiente?
(5)Não
Nãovemos
vemosaplicação
aplicação
disso
nossa
empresa
envolvimento
emimpacto
campanhas
políticas?
parte
(3)(3)
EmEm
parte
Não
XIX) Ao
fornecedor,
empresa o
(1)Sim
Sim (2)(2)Em
Emgrande
grande
parte
parte (4)(4)
Não
XXIV)
A contratar
empresa um
colabora
com aa melhoria
de (1)
(5)
Não
vemos
aplicação
disso
emem
nossa
empresa
avalia
quanto
a
suas
práticas
de
responsabilidade
(5)
Não
vemos
aplicação
disso
nossa
empresa
espaços públicos da região?
social e quanto à legalidade de suas ações dentro e
Fonte: elaborado pelas autoras, baseado em Ethos-Sebrae, 2006
fora da empresa?
(4) Não
XX) A empresa promove o desenvolvimento local (1) Sim (2) Em grande parte (3) Em parte
3.1.
Valores
3.2. Público Interno
contratando
e micro/pequenas (5) Não vemos aplicação disso em nossa empresa
3.1.
Valoresecooperativas
eTransparência
Transparência
No
quadro
2,daaacomunidade?
seguir,
chamam
Nesse em quesito,
além entre
do
empresas
e mão-de-obra
No
quadro 2,
seguir,
chamam
atenção as questões
que há divergência
Sim (2) Em grandeserão
parte (3) Em
parte
(4) Não
XXI) as
A questões
empresa em
apoia
alguma
entidade (1)questionário,
atenção
que
há
divergência
utilizados
dados
os
respondentes:
I, III, IV, VIII.
filantrópica,
ligada à açãoI,social
ou de
serviços à (5) Não vemos aplicação disso em nossa empresa
entre
os respondentes:
III, IV,
VIII.
empresaspossuem
in loco carta
e relatos
Na questão I, observa-se que só asobservados
instituiçõesnas
bancárias
de
comunidade?
Na
questão
I,
observa-se
que
de
colaboradores
das
empresas
ocorridos
(1) Sim (2)Isso
Em grande
parte
(3) Em parte
(4) Não
XXII) A que
empresa
leva em todos
consideração
as metasda questão.
valores
englobam
os quesitos
ocorre
porque,
nas instituições
sóda comunidade
as instituições
bancárias
possuem (5)aoNãolongo
vemos aplicação
disso em nossa
planejamento
de suas
dasnastentativas
deempresa
contato.
Na
bancárias, as no
cartas
de valores
sãometas?
válidas em nível
global
organizações.
Na questão
carta
de Avalores
englobam
todos
os (1) Sim (2) Em grande parte (3) Em parte
(4) Não
XXIII)
empresaque
é criteriosa
quanto
a seu
questão
IX,
observaram-se
divergências
III,
percebeu-se
que Isso
houve
mais porque,
sinceridade
porvemos
parteaplicação
do respondente
da companhia
(5) Não
disso em nossa empresa
envolvimento
em campanhas
políticas?
quesitos
da questão.
ocorre
entre
o Em
discurso
nos
questionários
e de
as
prestadora
de
serviços
públicos,
pois
se
sabe
que
é
possível
a
construção
(1)
Simnão
(2)
grande parte
(3) Em
parte da(4)
Não
XXIV)
A
empresa
colabora
com
a
melhoria
de
nas instituições bancárias, as cartas de (5) Não vemos aplicação disso em nossa empresa carta
espaços
públicos
da
região?
práticas,
pois,
no
Banco
1,
foi
realizada
uma
valoressão
envolvendo
TODOS
os funcionários
de uma instituição bancária em nível
valores
válidas em
nível global
nas
Fonte: elaborado pelas autoras, baseado em Ethos-Sebrae,
2006 na infraestrutura, o que ocasionou
reforma
global.
organizações. Na questão III, percebeu-se
Na mais
questão
IV, somente
a instituição
bancária
1, que atua
nívelhigiênicos
regional,
da qualidade
dosem
fatores
que
sinceridade
por parte
do queda
3.1.houve
Valores
e Transparência
possui normas
antipropina, prestadora
o que é favorável
devido
à grande
influência
dos períodos
Herzberg
de trabalho.
respondente
da companhia
de deas
No quadro
2, a seguir, chamam atenção
questões no
emambiente
que há divergência
entre
eleitorais
e
influências
políticas
na
região.
Na
questão
VIII,
as
respostas
entre que
as 3o
Na
questão
XII,
foi
relatado
serviços
públicos,I,pois
se sabe
os respondentes:
III, IV,
VIII. que não é
instituições
podem
ser
consideradas
equivalentes.
2 possui
um programa
de inclusão
possível Na
a construção
carta de que
valores
questão I, da
observa-se
só as Banco
instituições
bancárias
possuem
carta de de
envolvendo
todos
os
funcionários
de
uma
deficientes
com
práticas-modelo
realizadas
valores que englobam todos os quesitos da questão. Isso ocorre porque, nas instituições
Quadro
2
–
Valores,
transparência
e
governança
nas
organizações
estudadas
instituição
bancária
em
nível
global.
bancárias, as cartas de valores são válidas em em
nívelPalmas,
global nas
organizações.
com
portadores Na
de questão
Síndrome
Questões
Empresa
Banco 1
Banco 2
Na questão
IV, mais
somente
a de
III, percebeu-se
que houve
sinceridade
por
parte do
respondente
da
companhia
Down.
Essas
práticas
foram
relatadas
prestadora de
instituição
1, públicos,
que atua pois
em se
nível
prestadorabancária
de serviços
sabe que
não
é
possível
a
construção
da
carta
de
no serviços
jornal interno da organização, em nível
valores possui
envolvendo
TODOS
os funcionários
de
uma
instituição
bancária
em
nível
regional,
normas
antipropina,
o que nacional.
públicos
global.
é I)favorável
devido
à grande
influência
dos ou 3
A empresa
possui
uma carta
de valores
1
Curiosamente,
somente1 a Empresa
Na
questãoeestipulando
IV, somente
a instituição
bancária 1, que atua em nível regional,
períodos
eleitorais
influências
na
documento
parecido
ospolíticas
comportamentos
prestadora de serviços públicos não orienta
possui
normas
antipropina,
o queeéoutras
favorável
por
ela Na
de
seus
colaboradores,
partes devido à grande influência dos períodos
região.
questão
VIII, asgestores
respostas
entre
colaboradores
no sentido
relação
questões
comerciais
eseus
eleitorais
e em
influências
na
região. Na
questão
VIII, as respostas
entredeas uma
3
asinteressadas
3 instituições
podema políticas
ser
consideradas
educação
financeira.
interpessoais?
instituições podem ser consideradas equivalentes.
equivalentes.
II) Esse documento é de conhecimento de seus 1
1
empregados,
clientes,
fornecedores
e
comunidade?
Quadro 2 – Valores, transparência e governança nas organizações estudadas
III)
A empresa envolveu seus empregados e outras Empresa
3
1 1
Questões
Banco
partes pertinentes na construção desse documento?
prestadora de
I) A empresa possui uma carta de valores ou
documento parecido estipulando os comportamentos
por ela de seus colaboradores, gestores e outras partes
interessadas em relação a questões comerciais e
interpessoais?
II) Esse documento é de conhecimento de seus
empregados, clientes, fornecedores e comunidade?
III) A empresa envolveu seus empregados e outras
partes pertinentes na construção desse documento?
IV) Na empresa, há regras claras para o pagamento e o
recebimento de brindes, prêmios e afins a
fornecedores, clientes e outras partes interessadas para
evitar práticas irregulares/ilegais?
V) Há transparência nos registros em geral e nos
balanços da empresa para entidades governamentais?
VI) A empresa elabora balanço social?
VII) Se sim, quem tem acesso a esse balanço social?
VIII) A empresa possui separação financeira clara
entre os negócios do(s) proprietário(s) e os da
empresa?
Fonte: elaborado pelas autoras
1
1 2
Banco
serviços
públicos
3
1
1
1
1
1
3
1
1
4
1
4
1
1
1
1
4
(Comunidade)
1
1
4
(Comunidade)
5
1
4
(Comunidade)
5
3.2. Público Interno
Nesse quesito, além do questionário, serão utilizados dados observados nas
Revista
Integralização
empresas
in Universitária
loco e relatos
das empresas ocorridos ao longo das
Palmas v. 2 - de
n. 4 - colaboradores
abr./ out. de 2009
tentativas de contato. Na questão IX, observaram-se divergências entre o discurso nos
35
36
deficientes com práticas-modelo realizadas em Palmas, com portadores de Síndrome de
Down. Essas práticas foram relatadas no jornal interno da organização, em nível
nacional.
Curiosamente, somente a Empresa prestadora de serviços públicos não orienta
seus colaboradores no sentido de uma educação financeira.
Quadro 3 – Público interno nas organizações estudadas
Questões
IX) Além das normas legais para ambiente de trabalho, a empresa
procura oferecer aos empregados um ambiente agradável, com
condições de trabalho saudáveis?
X) A empresa oferece benefícios aos empregados e seus
dependentes?
XI) A empresa divulga critérios objetivos e não-discriminatórios
para a seleção de pessoal?
XII) A empresa possui acessibilidade em sua infraestrutura física
para clientes e funcionários portadores de deficiência?
XIII) A empresa permite a seus funcionários a participação em
sindicatos e permite a entrada do sindicato na empresa para
assuntos de interesse dos funcionários?
XIV) A empresa subsidia treinamentos e cursos (aperfeiçoamento,
graduação, técnicos, especializações etc.) a seus funcionários?
XV) A empresa contrata estagiários?
XVI) Qual o grau de instrução da maioria dos funcionários?
XVII) A empresa orienta seus funcionários a utilizarem crédito em
instituições financeiras de forma responsável?
Fonte: elaborado pelas autoras
Empresa
prestadora
de
serviços
públicos
1
Banco 1
Banco 2
1
1
1
1
1
1
1
1
2
1
1
1
1
1
1
1
1
1
2º grau e
superior
4
1
Nível
superior
1
1
Nível
médio
1
3.3.
3.5. Comunidade, Governo e Sociedade
3.3.Meio
MeioAmbiente
Ambiente
Todas as empresas estudadas
Na questão XX, as empresas que
dizem tomar medidas a respeito do Meio atuam em nível regional (Prestadora
Ambiente. As três empresas divulgam suas de serviços públicos e Banco 1) dizem
contratar
serviçosa respeito
de empresas
práticas nesse
e em outras
formasdizem
Todassentido
as empresas
estudadas
tomar medidas
do Meio e
mão-de-obra
locais
As três empresas
suas práticas
nesse sentido
e empara
outrasfomentar
formas de o
deAmbiente.
Responsabilidade
Social edivulgam
Filantropia
Responsabilidade
Social
em seus sites. local. O Banco 2, que
desenvolvimento
Empresarial
em seus
sites.e Filantropia Empresarial
Todas as empresas estudadas dizem tomar medidas a respeito do Meio
Quadro 4 – Meio
ambiente
nas organizações
Ambiente.
As três
empresas
divulgamestudadas
suas práticas nesse sentido e em outras formas de
Questões
Banco 1
Banco 2
Responsabilidade
Social e Filantropia Empresarial em seusEmpresa
sites.
prestadora
de
Quadro 4 – Meio ambiente nas organizações estudadas
serviços
Questões
Empresa
Banco 1
Banco 2
públicos
prestadora
XVIII) A empresa conhece, avalia e toma medidas a respeito de seu 1
1
1
de
impacto no meio ambiente?
serviços
Fonte: elaborado pelas autoras
públicos
XVIII) A empresa conhece, avalia e toma medidas a respeito
de seu
1 nacional,
1 contrata
1 mão-deatua
em
nível
3.4.
Fornecedores
3.4.
Fornecedores
impacto
no meio ambiente?
obra públicos
via concursos.
Somente
aa empresa
prestadora
de serviços
admite que observa somente
Fonte: Somente
elaborado
pelas
autoras
empresa
prestadora
Na questão XXI, não foi informado
em parte as práticas de RS de seus fornecedores.
de serviços públicos admite que observa se o Banco 2 desenvolve suas próprias
3.4. Fornecedores
somente
em
parteatransparência
as práticas
de RSdede
Quadro 5Somente
– Valores,
e governança
nas
organizações
estudadas
empresa
prestadora
serviços
públicos
admite
somentede
práticas
de
RS
ou seque
nãoobserva
as desenvolve
Questões
Empresa
Banco 1
Banco 2
seus
fornecedores.
em parte as práticas de RS de seus fornecedores.
jeito nenhum.
prestadora
de
Quadro 5 – Valores, transparência e governança nas organizações estudadas
serviços
Questões
Empresa
Banco 1
Banco 2
públicos
XIX) Ao contratar um fornecedor, a empresa o avalia quanto a suas prestadora
3
1
1
práticas de responsabilidade social e quanto à legalidade de suas de
serviços
ações dentro e fora da empresa?
públicos
Fonte: elaborado pelas autoras
XIX) Ao contratar um fornecedor, a empresa o avalia quanto a suas 3
1
1
práticas
de
responsabilidade
social
e
quanto
à
legalidade
de
suas
3.5. Comunidade, Governo e Sociedade
ações dentro e fora da empresa?
Na questão XX, as empresas que atuam em nível regional (Prestadora de
Fonte: elaborado pelas autoras
serviços públicos e Banco 1) dizem contratar serviços de empresas e mão-de-obra locais
para
fomentar o desenvolvimento
local. O Banco 2, que atua em nível nacional, contrata
3.5. Comunidade,
Governo e Sociedade
mão-de-obra
via
concursos.
Na questão XX, as empresas que atuam em nível regional (Prestadora de
questão XXI, não foi informado se o Banco 2 desenvolve suas próprias
serviçosNa
públicos
e Banco 1) dizem contratar Revista
serviços
de empresas e mão-de-obra locais
Integralização Universitária Palmas v. 2 - n. 4 - abr./ out. de 2009
práticas de RS ou se não as desenvolve de jeito
nenhum.
para fomentar o desenvolvimento local. O Banco 2, que atua em nível nacional, contrata
Na questão XXIII, as três respostas demonstraram um extremo cuidado com
mão-de-obra via concursos.
ações dentro e fora da empresa?
Fonte: elaborado pelas autoras
3.5. Comunidade, Governo e Sociedade
Na questão XX, as empresas que atuam em nível regional (Prestadora de
serviços públicos e Banco 1) dizem contratar serviços de empresas e mão-de-obra locais
Na questão
XXIII, as três respostas
de RS.
é decontrata
que as
para fomentar
o desenvolvimento
local. O Banco
2, queUma
atua possibilidade
em nível nacional,
demonstraram
umconcursos.
extremo cuidado com empresas de menor porte, devido à maior
mão-de-obra via
questõesNa
políticas
pelo possibilidade
questãolocais,
XXI, até
nãomesmo
foi informado
se o Banco 2de
desenvolve
interaçãosuas
nas próprias
relações
práticas de
ou se não
desenvolve de
nenhum.
episódio
daRS
cassação
doasgovernador
dojeitoentre
pesquisadores e colaboradores
questão
as trêsemrespostas
demonstraram
umresistência
extremo cuidado
comde
estado e Na
outros
afins XXIII,
que ocorrem
nível ofereçam
menos
à medição
questões
políticas
locais,
até
mesmo
pelo
episódio
da
cassação
do
governador
do
estado
regional.
indicadores sociais.
e outros afins que ocorrem em nível regional.
Quadro 6 – Comunidade, Governo e Sociedade nas organizações estudadas
Questões
Empresa
prestadora
de
serviços
públicos
XX) A empresa promove o desenvolvimento local contratando 2
cooperativas e micro/pequenas empresas e mão-de-obra da
comunidade?
XXI) A empresa apoia alguma entidade filantrópica, ligada à ação 1
social ou de serviços à comunidade?
XXII) A empresa leva em consideração as metas da comunidade no 1
planejamento de suas metas?
XXIII) A empresa é criteriosa quanto a seu envolvimento em 1 (Não se
campanhas políticas?
envolve
em
campanha
política)
XXIV) A empresa colabora com a melhoria de espaços públicos da 1
região?
Fonte: elaborado pelas autoras
Banco 1
Banco 2
2
4
1
-
1
1
5
Não
se
envolve
em
campanha
política
1
1
CONSIDERAÇÕES FINAIS
FINAIS
CONSIDERAÇÕES
5. REFERÊNCIAS
Foi
observado
que
as
práticas
de
Responsabilidade
Social Investimento
ainda ocorrem de
Foi observado que as práticas de ARANTES, Elaine.
em
forma
incipiente
na
região
de
Palmas
entre
as
empresas
de
grande
porte.
No
entanto,
Responsabilidade Social ainda ocorrem responsabilidade social e sua relação
entre as respondentes, as práticas se mostraram efetivas, inclusive com divulgação por
de forma incipiente na região de Palmas com o desempenho econômico das
internet e editais para projetos via TV.
entre asTentou-se
empresascontato
de grande
No aoempresas.
Conhecimento Interativo,
com asporte.
empresas
longo de aproximadamente
dois meses,São
o
entanto,
entre
as
respondentes,
as
práticas
José
dos
Pinhais,
PR,
v.
2,
1, p. 3-9,
que felizmente ocasionou informações qualitativas de alto nível, apesar den.informais.
seComo
mostraram
inclusive
com jan./jun.
2006. de Economia Solidária da
sequênciaefetivas,
desse estudo,
serão realizados
pelo Núcleo
divulgação
por internet
e editais quantitativas
para
UFT (NESol-UFT)
outras pesquisas
que englobarão as empresas de médio
projetos
viamicro
TV. e pequenas, como forma de diagnosticar
ASHLEY, o quadro
Patrícia
A.
Ética
e
porte e as
da região.
No sentido
de uma
pesquisa-ação,
realizar oficinas
de capacitação
Tentou-se
contato
com
as empresas pretende-se
responsabilidade
social nos
negócios. 2.
àsde
empresas
interessadasdois
com
objetivoed.
de São
elevar
seusSaraiva,
indicadores
aojunto
longo
aproximadamente
meses,
Paulo:
2005.de RS. Uma
é deocasionou
que as empresas
de menor porte, devido à maior possibilidade de
opossibilidade
que felizmente
informações
interação
nas
relações
entre
pesquisadores
ofereçam
menosJr.;
resistência
à
qualitativas de alto nível, apesar dee colaboradores
BERLE, Adolf
Augustus
MEANS,
medição deComo
indicadores
sociais.
informais.
sequência
desse estudo, Gardiner. The modern corporation and
serão realizados pelo Núcleo de Economia private property. New York: Macmillan,
5. REFERÊNCIAS
Solidária
da Elaine.
UFT (NESol-UFT)
outras
1932.
ARANTES,
Investimento em
responsabilidade
social e sua relação com o
pesquisas
quantitativas
desempenho
econômicoque
dasenglobarão
empresas. Conhecimento Interativo, São José dos
asPinhais,
empresas
médio
porte
as micro
e BOWEN, Howard R. Responsabilidades
PR,de
v. 2,
n. 1, p.
3-9, ejan./jun.
2006.
pequenas,
como
forma
de
diagnosticar
o
sociais
donos
homem
de 2.
negócios.
Rio de
ASHLEY, Patrícia A. Ética e responsabilidade
social
negócios.
ed. São Paulo:
Saraiva,
quadro
da2005.
região.
Janeiro: Civilização Brasileira, 1957.
BERLE,
Augustus
Jr.; pesquisaMEANS, Gardiner. The modern corporation and
No Adolf
sentido
de uma
private
property. New
York:oficinas
Macmillan,
ação,
pretende-se
realizar
de1932.
FREDERICK, William C. From CSR1 to
BOWEN,
Howard
R.
Responsabilidades
sociais
homemand
de society.
negócios.
Rio n.de2.
capacitação junto às empresas interessadas CSR2. do
Business
V. 33.
Janeiro:
Civilização
Brasileira,
1957.
com objetivo de elevar seus indicadores p. 150-164, aug. 1994.
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do Terceiro Setor. Rio de Janeiro:
Qualitymark, 2001.
ROCHA, Flávia Azevedo Dias da;
SIMONETTI, Vera Maria Medina. Gestão
de pequenas empresas e responsabilidade
Revista Integralização Universitária Palmas v. 2 - n. 4 - abr./ out. de 2009
39
A QUALIDADE DO ATENDIMENTO
DOS RESTAURANTES DE UM
SHOPPING CENTER
Suzana Gilioli da Costa Nunes1 Maristela Pinto Kliemann2
RESUMO
Devido à importância do bom atendimento
para o crescimento das organizações
e sua sobrevivência junto ao mercado
competitivo e consumidor exigente é que
este trabalho foi realizado. Assim objetiva
identificar a qualidade do atendimento
dos restaurantes da praça de alimentação
do Palmas Shopping. O setor de serviços
apresenta números significativos para a
economia do nosso país e está em constante
ascensão, o que gera cada vez mais
emprego e renda. Tal crescimento se torna
desafiador para as empresas que vendem
serviços e que a eles precisam agregar
qualidade, por isso buscam inovações,
novas tecnologias e, principalmente,
preparam pessoas que possam ser capazes
de atender com excelência, de satisfazer as
necessidades e de superar as expectativas
dos clientes.
Palavras-chave:
restaurantes.
serviços,
qualidade,
ABSTRAT
Considering the importance of good service
to the organization growth and survive in
the competitive market and demanding
consumer, this work has been realized,
meaning to identify the quality of service
from the Palmas Shopping restaurants.
The service sector shows significativy
numbers to our country economy and it
is growing, creating more employment
and income. This growth is a challenge
for the companies that sell services and
need to encrease quality, showing for
inovation, new tecnology and, the main
Revista Integralização Universitária Palmas v. 2 - n. 4 - abr./ out. de 2009
thing, preparing people that can be able
to attend with excelence, satisfying the
necessities and overcoming the costumer
expectation.
Key-words: Job; Quality; Restaurants.
1 INTRODUÇÃO
A disputa pela conquista de
liderança no mercado tem sido forte sinal
de alerta para as empresas em relação à
importância do atendimento ao cliente.
Diante das mudanças no ambiente
global, as empresas se deparam com o
aumento acelerado da concorrência, além
da diversificação do mercado e do novo
perfil de clientes, mais críticos e exigentes.
O ambiente empresarial de hoje exige
uma administração muito mais atenta e
criativa, pois os conceitos sobre qualidade
na prestação de serviços mudaram muito
e o que compreendíamos por qualidade
há 20 anos hoje já não faz mais sentido.
De fato, as organizações agora passam a
compreender que a qualidade do serviço,
corretamente aplicada, pode se transformar
em grande diferencial, pois cria meios
para aumentar e sustentar vantagens
competitivas no mercado.
Tanto no mercado nacional como
no internacional, o conceito de serviço
tem ganhado força e, economicamente, o
setor terciário tem apresentado números
crescentes, o que gera emprego e renda.
Na cidade de Palmas-TO, o setor
de serviços emprega atualmente mais de
dez mil pessoas, das quais três mil atuam
na profissão de garçom, no ano de 2006,
segundo informações disponibilizadas em
1
Suzana Gilioli da Costa
Nunes – Doutoranda em
Administração na Mackenzie, Mestre em Gestão da
Qualidade Total – UNICAMP, Professora do Curso de Administração – Católica do Tocantins. E-mail:
[email protected].
br
2
Maristela Pinto Kliemman
– Graduada em Administração, pela Universidade Federal do Tocantins.
40
entrevista com responsável na ABRASELTO (Associação Brasileira de Bares e
Restaurantes).
Segundo informações obtidas
por meio de entrevista a colaboradores
da diretoria administrativa do Palmas
Shopping, cerca de 130 mil pessoas
circulam mensalmente pelas dependências
do shopping. Elas são potenciais clientes
da praça de alimentação que, atualmente,
emprega mais de 80 pessoas direcionadas
ao ramo alimentício, incluindo desde a
elaboração de produtos até o atendimento
direto ao cliente.
A fim de estudarmos a qualidade do
atendimento prestado pelos restaurantes da
praça de alimentação do Palmas Shopping,
este trabalho se consolidará por meio
de questionários aplicados, pelos quais
conheceremos as opiniões dos clientes
que utilizam os serviços oferecidos por
essas empresas.
2. SERVIÇOS
O setor de serviços cresce
continuamente na economia mundial e a
importância das atividades do mercado
de serviços pode ser demonstrada pela
posição que ocupam na economia, seja
por meio da participação no PIB ou na
geração de empregos. Após a década de
80, muitas mudanças ocorreram no setor,
e a busca pela melhoria da qualidade, tão
comum em empresas industriais, passou a
ser prioridade também nas organizações
prestadoras de serviços.
Grönroos (1995) relaciona uma
série de definições de serviços proposta por
vários autores. Segundo o autor, existem
deficiências nas definições sobre serviços,
pois, em sua maioria, descrevem de forma
restrita o fenômeno dos serviços e incluem,
em maior ou menor proporção, apenas
os serviços prestados pelas nominadas
empresas de serviços.
Algumas citações das definições
sobre serviços contidas na obra de Grönroos
(1995, p. 34-35) são listadas a seguir.
Blois - Serviço é uma atividade colocada
à venda que gera benefícios e satisfações,
sem levar a mudança física na forma de um
bem.
Anderson et al - Serviços são quaisquer
benefícios intangíveis, que são pagos diretas
ou indiretamente e que frequentemente
incluem um componente físico ou técnico
maior ou menor.
Kotler e Bloom - Serviço é uma atividade
ou benefício que uma parte possa oferecer
à outra que seja essencialmente intangível
e que não resulte em propriedade de coisa
alguma. Sua produção pode ou não estar
ligada a um produto físico.
Gummersson - Serviço é algo que pode
ser comprado e vendido, mas que você não
consegue deixar cair sobre o seu pé.
Ainda que contrário quanto à
definição em pauta, Grönroos (1995, p. 36)
propõe a seguinte definição para serviço:
[...] serviço é uma atividade ou uma série
de atividades de natureza mais ou menos
intangível, que normalmente, mas não
necessariamente, acontece durante as
interações entre clientes e empregados de
serviço e/ou recursos físicos ou bens e/ou
sistemas do fornecedor de serviços, que é
fornecida como solução ao(s) problema(s)
do(s) cliente(s).
Sobre o assunto, Lovelock e Wright
(2003) afirmam que serviço é um ato ou
desempenho oferecido por uma parte
à outra, intangível, que não resulta em
propriedade para o cliente que o adquire e
está, em geral, relacionado a produto físico.
Eles prosseguem ao descrever serviços
como sendo atividades econômicas que
geram valor e benefícios para os clientes,
em tempo e lugar específico.
Segundo a NBR ISO 9000/2000
(ABNT, 2000), serviços são os
resultados de pelo menos uma atividade
desempenhada necessariamente pela
interface entre fornecedor e cliente e é
geralmente intangível.
Revista Integralização Universitária Palmas v. 2 - n. 4 - abr./ out. de 2009
41
Para Las Casas (2000), muitos
serviços estão associados à transferência
de um bem. Nesses casos, o consumidor
compra serviços com diferentes níveis
de tangibilidade como, por exemplo, os
clientes de um restaurante que recebem
serviços intangíveis de atendimento, além
do tangível representado pela refeição que
consomem.
Compreender sobre o que o
consumidor pensa e espera de um
determinado serviço é muito importante
e pode se transformar em um grande
desafio. A empresa deve apresentar aos
clientes de maneira clara os benefícios que
recebem ao pagarem por um determinado
serviço e devem, principalmente, atender
às expectativas que os clientes mantêm
em relação ao serviço que será prestado e
superá-las.
Para Troster (1999), serviços são
atividades que, sem criar objetos materiais,
se destinam direta ou indiretamente a
satisfazer necessidades humanas.
Zeithaml e Bitner (2000) acreditam
que o objetivo principal dos prestadores de
serviços é idêntico ao de qualquer outro
setor, ou seja, desenvolver e proporcionar
ofertas que satisfaçam as necessidades dos
clientes e suas expectativas, e garantir,
assim, a sua própria sobrevivência
econômica.
Em suma, podemos perceber
que existem opiniões em comum nas
abordagens de definição de serviços.
Nesse sentido, o termo “serviço” pode
ser conceituado como um portfólio de
ações que nem sempre são intangíveis
e que, principalmente, têm a função de
atender às expectativas e às necessidades
dos clientes e podem agregar valores a
tangíveis.
3. QUALIDADE
O interesse e a preocupação com a
aplicabilidade da qualidade teve início nas
primeiras décadas do século XX. Antes
desse período, já havia certo interesse em
padronizar produtos e serviços, mas com
Revista Integralização Universitária Palmas v. 2 - n. 4 - abr./ out. de 2009
o surgimento de peças intercambiáveis
para linha de montagem de veículos em
série, como no caso da Ford, a necessidade
por produtos com padrão de qualidade se
tornou real.
Com a crescente expansão da
indústria e a consequente saturação dos
mercados, tornou-se necessário para
economia a implantação de meios que
pudessem racionalizar de maneira positiva
os sistemas de produção e a continuidade
do desenvolvimento. Acompanhando
o desenvolvimento, os meios de
comunicação também se tornavam mais
acessíveis e os consumidores passaram
a ter conhecimento sobre a situação
dos mercados e da concorrência. Assim
passaram a escolher os fornecedores de
produtos e serviços que melhor atendessem
às suas necessidades e expectativas.
Historicamente, a qualidade foi
estudada por grandes nomes. O romeno
Joseph Moses Juran e o norte-americano
William Edwards Deming foram os
pioneiros pelo movimento da qualidade
e são considerados os inspiradores do
milagre industrial japonês, que teve início
na década de 50.
As ideias de Juran e Deming
foram descobertas pelos norte-americanos
somente nos anos 80. Os dois, juntamente
com Philip Crosby, que colaborou
preciosamente com a teoria dos “zero
defeitos”, foram a base de uma revolução
de qualidade que restabeleceu a confiança
na indústria nacional automobilística e
eletrônica. Também Armand Feigenbaum
impulsionou o conceito de controle total
de qualidade.
Existem ainda muitos outros
nomes respeitáveis, como Massaki Imai,
criador da filosofia da melhoria contínua;
James Harrington, cujos passos para a
melhoria contínua tornaram-se célebres;
e Richard Schonberger, que adequou a
importante técnica Just-in-Time para o
mundo ocidental.
No Brasil, o primeiro movimento
pela qualidade teve início na década de 70.
42
Naquela época, o País, em acordo com o
Governo Alemão, investia na construção de
usinas nucleares. Até os anos 80, o mercado
brasileiro foi protegido por elevadas taxas
de importação, o que criou barreiras à
expansão de produtos e à importação dos
concorrentes internacionais.
A concorrência era restrita a um
cartel de produtores, o que justificava a
falta de preocupação com a qualidade
da produção. Como os preços e taxas
industriais eram fixados pelo governo,
qualquer custo adicional decorrente da
falta de qualidade e produtividade era
repassado para o preço final.
Em 1990, o governo brasileiro
apresenta uma proposta de teor liberal que
reduz o Estado e privatiza a economia, além
de diminuir drasticamente as alíquotas
de importação. Isso permitiu a entrada
da concorrência internacional que, para
o desespero dos produtores brasileiros,
apresentava preços imbatíveis.
Em resposta à reação negativa dos
produtores brasileiros em relação à abertura
do mercado para a importação, o governo
criou o Programa Brasileiro de Qualidade
e Produtividade. Essa ação objetivava
educar as empresas com a utilização de
técnicas de qualidade e assim aumentar a
qualidade e produtividade. Dessa forma,
os custos se reduziriam para assim tornálas competitivas no enfrentamento do
mercado internacional.
Na década 1990, a Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT)
concluía a tradução das normas da
série ISO 9000 e consolidava a sua
implantação no País. A ISO 9000 é uma
série de padrões internacionais referentes
à “Gestão e Garantia da Qualidade” e
não é destinada a produtos ou indústrias
específicas. O objetivo da ISO é orientar
a implantação de sistemas da qualidade
nas organizações e padronizar regras que
possam complementar o padrão do produto
comercializado, melhorar a qualidade e a
produtividade, reduzir os desperdícios,
eliminar produtos em desacordo e otimizar
a execução de tarefas.
As normas ISO 9000 não podem
ser consideradas como sinônimos de
qualidade, mas podem indicar que a
qualidade é uma das prioridades da empresa
que as aplica e, consequentemente, podem
impulsionar os lucros com a conquista e a
satisfação dos clientes respondendo às suas
necessidades com a oferta de produtos de
qualidade comprovada e reconhecida.
3.1 Conceitos de qualidade
A capacidade criativa de inovar é
o grande desafio das organizações e exige
métodos inovadores de gerenciamento.
Nesse processo, dentro de uma perspectiva
futurista e inovadora, é necessário observar
com inteligência as novas ferramentas
oferecidas pela qualidade.
A qualidade, até pouco tempo
atrás, era definida como algo que pudesse
atender a padrões, fossem eles de erros ou
defeitos, que estivessem em conformidade
com requisitos físicos. Mas o tempo passou
rápido e o mundo mudou.
O tempo é de máquinas modernas,
tecnologia avançada e novos padrões que
exigem mudanças radicais capazes de
fazer desaparecer as organizações que
não reinventarem e inovarem os seus
segmentos. Administrar mudanças com
competência tornou-se um desafio diário
para as organizações.
Segundo Motta (1995), o que
se entendia por inovação nos anos 80
hoje é simplesmente compreendido
como requisito mínimo necessário para
iniciar qualquer segmento de mercado.
A competitividade e a concorrência
globais atingem a todos os mercados,
independentemente de onde estejam ou do
que produzem.
A qualidade é o mínimo que um
cliente espera de um produto ou serviço,
e as empresas devem compreender as
necessidades dos clientes sem que seja
necessário que ele se expresse sobre o que
deseja. Nesse contexto, Kotler (1995, p.
64) define qualidade como “a totalidade de
aspectos e características de um produto ou
serviço que proporcionam a satisfação de
necessidades declaradas ou implícitas”.
É preciso criar diferenciais
inovadores que possam surpreender os
clientes, como comercializar produtos
e serviços de qualidade com valores
agregados que possam ir além da função
primária ou da característica básica que
o produto ou serviço apresentam. É por
Revista Integralização Universitária Palmas v. 2 - n. 4 - abr./ out. de 2009
43
meio do diferencial que uma empresa
consolida cultura própria junto aos seus
clientes e com isso se mantém competitiva
tanto em relação à concorrência quanto à
produtividade e rentabilidade.
Kotler (1995) acrescenta que
acredita na existência de uma ligação direta
e inegável entre qualidade de produto
e serviço, satisfação do consumidor
e rentabilidade, uma vez que, quanto
maior o nível de qualidade, maior será a
satisfação dos clientes. A qualidade pode
proporcionar redução de custos por meio
da otimização, e embora um produto com
qualidade possa custar mais, os clientes
estarão dispostos a pagá-lo.
Para Juran citado por Jhonston
(1995, p. 25), o
conceito
sobre
qualidade tem dois significados: “Um
dos significados é o desempenho do
produto. Esse desempenho resulta
das características do produto que
proporcionam a satisfação com o mesmo
e que leva os clientes a comprá-lo”. Outro
significado da qualidade é a “[...] ausência
de deficiências. As deficiências de um
produto criam a insatisfação com mesmo
e isso leva os clientes a reclamarem”.
Juran (1989) ainda afirma que a
qualidade é uma revolução contínua e
que, para que uma organização obtenha
sucesso, o processo de qualidade deve
ser trabalhado por todos os envolvidos
por meio de um plano bem aplicado e
gerenciado. Esse plano pode ser dividido
em três processos básicos, também
conhecidos como “Trilogia de Juran”,
ou seja, planejamento da qualidade,
controle de qualidade e melhoramento da
qualidade.
Deming (1990) completa o exposto
ao argumentar que o homem é elemento
insubstituível e que sem a sua sabedoria e
competência nada acontecerá. Porém um
trabalho isolado é um trabalho inútil. Para
que os esforços sejam constantes, é preciso
que o trabalho seja executado em equipe
e com conhecimento de causa. O autor
ainda descreve os 14 pontos – listados a
seguir – para a gestão trilhar o caminho
para a qualidade total, o qual deve ser
continuamente aperfeiçoado.
•
Criar
constância
de
propósito de aperfeiçoamento do
Revista Integralização Universitária Palmas v. 2 - n. 4 - abr./ out. de 2009
produto e serviço, a fim de tornálos competitivos, perpetuá-los no
mercado e gerar empregos.
•
Adotar uma nova filosofia.
Vivemos em uma nova era
econômica. A administração
ocidental deve despertar para
o
desafio,
conscientizar-se
de suas responsabilidades e
assumir a liderança em direção à
transformação.
•
Acabar com a dependência
de inspeção para a obtenção da
qualidade. Eliminar a necessidade
de inspeção em massa e priorizar
a internalização da qualidade do
produto.
•
Acabar com a prática de
negócios compensadores baseado
apenas no preço. Em vez disso,
minimizar o custo total. Insistir
na idéia de um único fornecedor
para cada item para desenvolver
relacionamentos
duradouros,
calcados na qualidade e na
confiança.
•
Aperfeiçoar constante e
continuamente todo o processo de
planejamento, produção e serviços,
com o objetivo de aumentar a
qualidade e a produtividade e,
consequentemente, reduzir os
custos.
•
Fornecer treinamento no
local de trabalho.
•
Adotar
e
estabelecer
liderança. O objetivo da liderança
é ajudar as pessoas a realizar um
trabalho melhor. Assim como a
liderança dos trabalhadores, a
liderança empresarial necessita de
uma completa reformulação.
•
Eliminar o medo.
•
Quebrar as barreiras entre
departamentos. Os colaboradores
dos setores de pesquisa, projetos,
vendas, compras ou produção
devem trabalhara em equipe,
tornando-se capazes de antecipar
problemas que possam surgir
durante a produção ou a utilização
dos produtos ou serviços.
•
Eliminar
slogans,
exortações e metas dirigidas aos
44
empregados.
•
Eliminar padrões artificiais
(cotas numéricas) para o chão
de fábrica, a administração por
objetivos (APO) e a administração
por meio de números e metas
numéricas.
•
Remover barreiras que
despojem as pessoas de orgulho
no trabalho. A atenção dos
supervisores deve voltar-se para
a qualidade e não para números.
Remover as barreiras que usurpam
dos colaboradores das áreas
administrativas e de planejamento/
engenharia o justo direito de
orgulhar-se do produto de seu
trabalho. Isso significa a abolição
das avaliações de desempenho ou
de mérito e da administração por
objetivos ou por números.
•
Estabelecer
programas
rigorosos
de
educação
e
autoaperfeiçoamento para todo o
pessoal.
•
Colocar todos da empresa
para trabalhar de modo a realizar a
transformação. A transformação é
tarefa de todos.
Sobre as abordagens, podemos
concluir que a qualidade é um fator
organizacional que permite a todas as
organizações trabalharem de maneira
estratégica a fim de alcançar o bom
atendimento e a satisfação do cliente.
3.2 A qualidade nos serviços
Juran (1993, p. 311) ensina que
“[...] o conceito de qualidade de
serviço começa com ‘adequação
ao uso’. Empresas de serviços [...]
dedicam-se inteiramente a servir
pessoas. [...] A adequação ao uso é
determinada pelas características
do serviço que o cliente reconhece
como sendo benéficas, [...]. O juiz da
adequação ao uso é o cliente e não a
empresa.
A principal argumentação em favor
da qualidade de serviços é o diferencial
competitivo que o serviço representa. A
competitividade é um fator preocupante
para a maioria das empresas e a qualidade
nos serviços prestados ao cliente apresentase como diferencial de grande potencial
para a conquista de mercado.
3.3 Características da qualidade de
serviços
Berry e Parasuraman (1992, p.
29) mencionam que, do “ponto de vista
do cliente, a prova de um serviço é sua
realização impecável”.
As dimensões indicadas por eles
e as respectivas distribuições de pontos
entre parênteses estão a seguir.
•
Confiabilidade
capacidade de fornecer o serviço
prometido de modo confiável e
preciso.
•
Sensibilidade - disposição
em ajudar e oferecer com presteza
um serviço.
•
Segurança - funcionários
com conhecimento e cortesia e
habilidade em transmitir confiança
e confiabilidade.
•
Empatia - atenção e
cortesia individualizadas.
•
Tangíveis - aparência física
de instalações, equipamentos,
pessoal
e
materiais
de
comunicação.
Deming (1990, p. 132) se expressa
dizendo que
“[...] características da qualidade
de um serviço são tão fáceis de
quantificar e de medir quanto as
características de qualidade de um
produto manufaturado. [...] Podese traçar, para qualquer serviço, um
triângulo de forças e interações, “ [...]
que reúnem fatores do produto, do
usuário e de pós-vendas.
Essa afirmação é muito oportuna
no caso de interesse em categorizar e
priorizar características de qualidade para
serviços.
A partir do momento em que
a empresa de serviços identifica as
características de qualidade que têm maior
Revista Integralização Universitária Palmas v. 2 - n. 4 - abr./ out. de 2009
45
valor para seus clientes, Juran (1993, p.
312) também diz que “ela passa a planejar
a qualidade de seu projeto e a qualidade
da conformidade. [...] Ao estabelecer
seu projeto de qualidade, as indústrias
de prestação de serviços ficam presas às
mesmas considerações gerais que aplicam
às empresas de manufaturados”.
Observa-se que entre os autores
aparecem os termos “características”,
“determinantes”, “dimensões” e “fatores”,
todos se referindo às formas com que o
cliente pode avaliar a qualidade de um
serviço.
3.4 Levantamento de necessidades
Kotler (1991, p. 547) afirma que “a
chave é atingir ou superar as expectativas
de qualidade de serviço que os clientes
desejam. Essas expectativas são formadas
por experiências passadas, divulgação
boca a boca e propaganda”. O autor
reconhece que uma das principais formas
de diferenciar um serviço é oferecer
qualidade superior à dos concorrentes.
Assim o fornecedor deve identificar
o que o cliente deseja em termos de
qualidade de serviços, ou seja, suas
necessidades/expectativas de qualidade.
Porém é muito mais difícil definir e julgar
a qualidade de um serviço do que de
um produto, e ainda assim é necessário
pesquisar critérios específicos do cliente
para qualquer serviço. A dificuldade vem
do que já foi mostrado ser o serviço:
essencialmente intangível, inseparável,
variável e perecível.
Importante é que o fornecedor do
serviço defina e comunique claramente o
nível do serviço oferecido, de modo que
funcionários saibam o que devem fazer e
clientes saibam o que receberão.
3.5 Momento da verdade
Momento da verdade é um termo
muito comum na literatura de qualidade
se serviços. Refere-se à micro-situação de
um processo estudado em que interagem
o fornecedor e o cliente de um serviço. É
essencialmente um momento de interação
de comportamentos pessoa a pessoa. A
qualidade experimentada pelo cliente é
produzida nesse “momento da verdade”,
Revista Integralização Universitária Palmas v. 2 - n. 4 - abr./ out. de 2009
quando representante da empresa e cliente
estão em interação. “Assim, qualquer
pesquisa sobre qualidade deve ter início na
micro-situação de interação com o cliente,
o momento da verdade”, ensina Normann
(1993, p. 167).
A maioria dos serviços é resultado
de ações sociais que ocorrem no contato
direto entre cliente e funcionário da
empresa de serviço. O contato é muito
mais do que a empresa e funcionário, e
o que ocorre pode não estar diretamente
influenciado pela empresa. Normann
(1993, p. 33) assevera que é “a experiência,
a motivação e as ferramentas empregadas
pelo representante da empresa e as
expectativas e comportamento do cliente
que juntos criarão o processo de prestação
de serviço”. Por isso foi importante
a revisão dos fundamentos sobre o
comportamento do consumidor neste
trabalho.
Albrecht (1994, p. 10) é mais
genérico no seu conceito quando afirma
que “momento da verdade é qualquer
episódio em que o cliente entra em contato
com qualquer aspecto da organização e
cria uma opinião com relação à qualidade
do serviço”.
Nem todos os momentos da
verdade são iguais: em uma empresa
tipicamente de serviços existem inúmeros
tipos diferentes, mas apenas alguns têm
impacto importante na percepção do
cliente. São os momentos da verdade
críticos. Logo se devem escolher
criteriosamente fases da operação que têm
maior possibilidade de impacto positivo
ou negativo, acompanhar esses aspectos
específicos do produto oferecido e preparar
o pessoal a tratá-los adequadamente.
4 Apresentação e análise
de dados
A seguir, apresentaremos os
resultados obtidos por meio da aplicação
do questionário. Demonstraremos a análise
de cada questão e o comportamento dos
clientes que frequentam os restaurantes da
praça de alimentação do Palmas Shopping
e fizeram parte da amostra.
A primeira questão do questionário
objetivava conhecer a frequência com
que os usuários utilizam os serviços dos
46
restaurantes da praça de alimentação do
Palmas Shopping.
Do total de clientes abordados,
18,18%
responderam
frequentar
semanalmente algum dos restaurantes;
10,61%
responderam
frequentar
diariamente;
26,52%
responderam
frequentar algum dos estabelecimentos
somente nos finais de semana; e
44,70% responderam frequentar algum
estabelecimento esporadicamente. Com
base nos dados apresentados, podemos
afirmar que a maioria das pessoas
abordadas frequentam esporadicamente
algum dos restaurantes da praça de
alimentação do Palmas Shopping.
A segunda questão do questionário
objetivava conhecer os motivos que
influenciam as pessoas quanto à escolha do
restaurante e permitia múltiplas respostas.
Por meio da pesquisa, constatamos
que 56,41% das pessoas consideram a
qualidade da comida como fator principal
no momento da escolha pelo restaurante.
Das demais pessoas abordadas, 16,67%
responderam que escolhem algum
restaurante porque consideram o ambiente
atrativo; 11,54% responderam que
frequentam o restaurante que oferecer o
melhor preço; e outros 15,38% apontaram
que o motivo da escolha é a gentileza e o
bom atendimento.
De acordo com os números
apontados, podemos perceber que o
motivo que leva a maioria das pessoas
a escolher um dos restaurantes da praça
de alimentação do Palmas Shopping é a
qualidade da comida comercializada.
O objetivo da terceira questão
era conhecermos a opinião das pessoas
abordadas quanto ao ambiente físico dos
restaurantes da praça de alimentação do
Palmas Shopping.
Das pessoas que colaboraram
com essa pesquisa, 38,64% apontaram
que o ambiente é bom e um percentual
muito pequeno dividiu essas opiniões:
37,88% responderam que o ambiente é
regular; 21,97% julgam o ambiente como
ruim; e somente 1,52% responderam que
consideram ótimo o ambiente.
Podemos perceber claramente
que as opiniões entre bom e regular estão
divididas e que o ambiente é excelente para
menos de 2% das pessoas abordadas.
A quarta questão do questionário
aborda o tema principal deste trabalho:
conhecermos a opinião das pessoas quanto
ao nível do atendimento dos restaurantes
da praça de alimentação do Palmas
Shopping.
A pesquisa apontou que 40,91%
dos clientes entrevistados consideram que
o atendimento dos restaurantes é bom;
35,61% responderam que o atendimento
é regular; 20,45% responderam que o
atendimento é ruim; 2,27% não opinaram;
e apenas 0,76% responderam que o
atendimento é ótimo.
O objetivo da quinta questão
era conhecermos a opinião das pessoas
quanto aos fatores que lhes causam
incômodo quanto ao ambiente da praça
de alimentação, e permitia múltiplas
respostas. Elaboramos essa questão após
observarmos pessoalmente, durante vários
dias, alguns fatores que as bibliografias
nos apontam como falhas graves.
Das pessoas abordadas, 38,11%
disseram que nos fins de semana a oferta
de mesas disponíveis é insuficiente para
atender a demanda; 32,79% disseram que
o barulho excessivo causa desconforto;
18,85%
responderam
que
ficam
incomodados com a demora em relação
ao atendimento; 8,61% consideram que
a quantidade de garçons disponíveis é
insuficiente em relação à demanda; e
1,64% das pessoas não opinaram.
Quanto a essa questão, podemos
afirmar que espaço da praça de alimentação
do Palmas Shopping é relativamente
pequeno para acomodar os 10 restaurantes
que lá estão instalados, pois a quantidade
de mesas disponíveis para os clientes
é incompatível com a quantidade de
restaurantes e com a demanda de clientes
que cada um deles apresenta. O espaço
Revista Integralização Universitária Palmas v. 2 - n. 4 - abr./ out. de 2009
47
entre as mesas é pequeno, o que dificulta o
trabalho dos garçons e causa demora, além
de outros transtornos. Também verificamos
que o gráfico nos aponta um número
significativo de pessoas que se sentem
incomodadas com barulho excessivo
dentro da praça de alimentação.
Essas respostas estão diretamente
ligadas ao fato de a praça de alimentação
dispor de um espaço pequeno em relação
à demanda. Um grande número de
pessoas dentro de um ambiente fechado
que dispõe de música ao vivo em alguns
dias da semana, além dos sons emitidos
por diversos equipamentos necessários
para o funcionamento dos restaurantes e
de toda a estrutura do Palmas Shopping,
podem gerar barulho excessivo e causar
desconforto aos clientes.
A sexta questão foi elaborada
para sabermos se todos os restaurantes
já haviam sido frequentados pelas 132
pessoas abordadas. Essa questão permitia
múltiplas respostas. Os resultados
demonstram que 16,14% dos clientes já
frequentaram o restaurante Blue Chopp;
13,90% já frequentaram o Giraffas Fast
Food; 10,91% já frequentaram o restaurante
Dragão Chinês; 10,61% já frequentaram
o restaurante Búfalo Grill; 10,01% já
frequentaram o Krekos Restaurante; 8,82%
já frequentaram a Rotisserie Vittória;
8,67% já frequentaram o restaurante
Banzai; 8,22% já frequentaram a Pizzaria
Rimini; 6,28% já frequentaram o BarTO
Lanchonete e Restaurante; 6,28% já
frequentaram a Lanchonete Sampa; e
0,15% não opinaram. Referente a essa
questão, podemos perceber que o Blue
Chopp é o restaurante mais frequentado
pelas pessoas abordadas, pois possui
um cardápio diversificado e preços mais
acessíveis.
A sétima questão foi elaborada
com o objetivo de conhecermos quais dos
10 restaurantes da praça de alimentação
do Palmas Shopping são mais utilizados
pelos clientes, e não deveria permitir
múltiplas respostas. Mas, quando da
Revista Integralização Universitária Palmas v. 2 - n. 4 - abr./ out. de 2009
tabulação, notamos que grande parte dos
questionários obteve respostas múltiplas,
o que indica dificuldade em decidir qual
estabelecimento frequentar.
Na opinião dos clientes que
colaboraram com a pesquisa, 31,62%
responderam que preferem frequentar
o restaurante Blue Chopp; 20,51%
preferem utilizar o Giraffas; 10,26%
apontaram maior utilização do Búfalo
Grill Restaurante; 8,12% preferem o
restaurante Vittória Rotisserie; 4,27%
preferem frequentar a Pizzaria Rimini;
27% frequentam o restaurante Banzai com
maior freqüência; 2,99% apontaram o
BarTO Lanchonete e Restaurante; 2,56%
preferem a Lanchonete Sampa; e 0,43%
não opinaram.
Por meio dos demonstrativos,
percebemos que o restaurante Blue Chopp
é o preferido pelos clientes, porém é
importante comentarmos que o Giraffas
Fast Food, com apenas dois meses de
funcionamento, abalou significativamente
os números de refeições servidas
diariamente pelos demais restaurantes,
inclusive o Blue Chopp. O restaurante
Búfalo Grill também concentrou
grande número de clientes, diminuindo
a frequência de clientes nos demais
estabelecimentos.
A oitava questão foi elaborada com
o intuito de conhecermos a opinião dos
clientes quanto às instalações físicas dos
restaurantes que eles mais frequentam.
A pesquisa demonstra que 46,21%
dos clientes consideram que as instalações
físicas dos restaurantes são boas; 37,8%
apontam como regular; 15,15% acham
que as instalações são ruins; e apenas
0,76% consideram ótimas as instalações
dos restaurantes.
Assim percebemos que a maioria
das pessoas respondeu que as instalações
do restaurante que elas mais utilizam
são boas. Para um número significativo
de pessoas, as instalações são regulares,
assim como merece atenção os números
que representam as instalações como
48
ruins. Apenas uma pessoa apontou as
instalações do restaurante que ela mais
utiliza como ótima.
A nona questão foi elaborada para
conhecermos a opinião das pessoas quanto
ao nível de atendimento do restaurante que
elas mais utilizam.
Dos clientes entrevistados, 46,21%
consideram bom o atendimento; 31,06%
responderam que para eles o atendimento é
regular; 18,94% acham que o atendimento
é ruim; e apenas 3,79% consideram ótimo
o atendimento oferecido pelo restaurante
que mais frequentam.
O objetivo da décima questão
era conhecermos a opinião das pessoas
quanto ao nível de rapidez no atendimento
do restaurante que elas mais utilizam.
Para 43,18% dos clientes, o nível
de rapidez no atendimento é bom. Dos
demais, 37,12% apontaram a rapidez
como regular; 16,67% responderam que a
rapidez no atendimento é ruim; e apenas
3,03% consideram ótimo o nível de
rapidez no atendimento dos restaurantes
que mais frequentam.
A décima primeira questão foi
elaborada para conhecermos a opinião
das pessoas quanto aos preços praticados
pelos restaurantes que elas mais utilizam.
Para
52,27%
dos
clientes
abordados, os preços praticados são
considerados caros; 32,58% acham que os
preços são justos; 14,39% apontaram que
os preços praticados são bons; e 0,76%
não responderam a essa pergunta.
O décima segunda questão foi
elaborada para que pudéssemos conhecer
a opinião das pessoas quanto à comida
fornecida pelo restaurante que elas mais
utilizam.
Das pessoas que abordamos,
73,48% responderam que consideram
boa a comida fornecida. A comida foi
considerada razoável por 13,64% das
pessoas, e outras 11,36% responderam
que a comida é ótima. Apenas 0,76%
classificaram a comida fornecida como
ruim e 0,76% das pessoas não responderam
a essa pergunta.
O décima terceira questão
objetivava demonstrar a opinião das
pessoas sobre as características que elas
acham que sejam importantes que um
garçom apresente para atender aos clientes,
e permitia múltiplas respostas.
Dos que colaboraram com a
pesquisa, 55,73% responderam que a
educação e a gentileza são as características
mais importantes que um garçom deve
apresentar. Para 28,65%, um garçom deve
ser rápido no atendimento aos clientes;
10,42% responderam que a facilidade
para contornar situações é a característica
mais importante; e 5,21% apontaram que
a característica mais importante em um
garçom é a formalidade no atendimento.
A décima quarta questão foi
elaborada para que pudéssemos saber se as
pessoas que frequentam os restaurantes da
praça de alimentação do Palmas Shopping
já reclamaram ou sugeriram algo que
pudessem melhorar falhas observadas e
se foram atendidos em relações a essas
sugestões ou reclamações.
A pesquisa demonstra que
68,94% dos clientes entrevistados nunca
reclamaram ou sugeriram qualquer coisa;
15,15% sugeriram ou reclamaram e
obtiveram feed back; 6,82% sugeriram ou
reclamaram, mas não obtiveram resposta;
2,27% foram ignorados quanto às suas
sugestões ou reclamações; e 2,27% não
opinaram.
De acordo com a pesquisa,
percebemos que a maioria das pessoas que
frequentam os restaurantes da praça de
alimentação do Palmas Shopping prefere
não expor suas reclamações ou sugestões
mesmo quando insatisfeitas com algum
serviço, produto ou qualquer outro fator
que lhes possam causar incômodo. Esse
tipo de cliente é misterioso, pois muitas
vezes não é bem atendido, não recebe um
produto ou serviço de qualidade e, como
resposta, não reclama e não sugere nada.
Consequentemente, será um divulgador
dos serviços mal prestados e não voltará a
frequentar esse estabelecimento.
A décima quinta questão foi
elaborada para sabermos se as pessoas
se consideram importantes como
Revista Integralização Universitária Palmas v. 2 - n. 4 - abr./ out. de 2009
49
clientes, para os restaurantes da praça de
alimentação do Palmas Shopping.
89,39% responderam que sim, são
consideradas importantes como clientes
para os estabelecimentos; e 10,61%
responderam que não, pois não acreditam
que sejam considerados importantes como
clientes para os estabelecimentos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante do conhecimento da
importância do bom atendimento como
agente fundamental para o sucesso das
organizações, principalmente daquelas
que se dedicam a vender serviços, percebese que a preocupação com a melhora na
qualidade do atendimento e valorização do
cliente tem aumentado significativamente,
além de ter se transformado em um grande
desafio.
É notório que vivemos uma época
de concorrência voraz entre os diversos
segmentos de mercado e conquistar
clientes é o que todos almejam. Isso
ocorre principalmente em Palmas, pois
é uma capital nova que já comporta
muitos investimentos nos mais diversos
segmentos de mercado, mas ainda
apresenta deficiências em relação à
qualidade no atendimento. Fundamentado
nesse contexto é que este trabalho foi
realizado, visando a conhecer a opinião dos
clientes sobre a qualidade do atendimento
dos restaurantes da praça de alimentação
do Palmas Shopping.
Mediante aplicação de questionário,
pode-se perceber que o atendimento dos dez
restaurantes estudados foi classificado como
bom, mas que, por um percentual muito
pequeno, não foi classificado como regular.
Identificamos também que a estrutura física
do shopping compromete a excelência
no atendimento, pois muitas pessoas
apontaram a falta de mesas suficientes para
atender a demanda e o barulho excessivo
como fatores agravantes.
A praça de alimentação comporta,
além dos dez restaurantes, mais outras duas
lojas de segmentos diferentes, além da
própria administração do shopping. Essas
áreas poderiam ser mais bem aproveitadas
Revista Integralização Universitária Palmas v. 2 - n. 4 - abr./ out. de 2009
para atender ao público que deseja utilizar
os serviços dos restaurantes. Essas outras
lojas que não pertencem ao segmento
alimentício poderiam, com planejamento,
ser remanejadas para outro espaço mais
adequado. Sugerimos à administração do
shopping que analise as mesas da praça de
alimentação, pois todas elas dispõem de
quatro cadeiras, porém são pequenas para
quatro pessoas e grandes para somente
uma ou duas. É possível ganhar espaço
dispondo mesas com tamanhos mais
adequados.
O barulho excessivo é um
problema que causa incômodo aos clientes
que frequentam a praça de alimentação
e, provavelmente, também pode causar
desconforto aos demais clientes que estão
circulando pelo shopping, bem como às
pessoas que trabalham nas lojas. Sugerimos
que sejam instalados abafadores acústicos
no teto da praça de alimentação para que a
expansão de ruídos seja diminuída.
Aos proprietários dos restaurantes,
sugerimos proporcionarem cursos de
especialização a seus colaboradores para
que possa haver melhora não somente em
relação ao atendimento, mas em relação
ao comportamento em geral. Também
devem observar mais seus colaboradores
em relação ao atendimento dispensado
aos clientes, pois dessa maneira será
possível identificar algumas deficiências
que podem ser facilmente solucionadas,
como, por exemplo, o sorriso.
Em suma, concluímos que a análise
do atendimento se mostrou proveitosa e
positiva por se apresentar como ferramenta
capaz de apontar problemas e soluções que
podem colaborar para a melhoria contínua
dos serviços comercializados.
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Revista Integralização Universitária Palmas v. 2 - n. 4 - abr./ out. de 2009
51
ANÁLISES SENSORIAIS
COMPARATIVAS ENTRE LEITE
DE CABRA E LEITE DE VACA
PASTEURIZADOS
Clauber Rosanova1, Laina Pires Rosa2, Mirian Kariny Castro Silva3,
Vânia Mota Sousa4, Geovanne Ferreira Rebouças5
RESUMO
O leite de cabra é um alimento completo,
rico em proteínas, gorduras, vitaminas
e sais minerais, tem moléculas de
gordura de tamanho reduzido, apresenta
alta digestibilidade, se comparado aos
demais tipos de leites (MONTENGELLI,
2005). Um dos maiores desafios para a
popularização do leite de cabra é a grande
rejeição por parte do público consumidor
em potencial, devido ao forte odor, sabor
e preço elevado, comparado ao leite de
vaca pasteurizado. Outro empecilho é que
a produção de determinados derivados
necessita de tecnologia especial, de
acordo com as particularidades do leite
de cabra. Os derivados produzidos a partir
do leite cabra são poucos, e os mais
comercializados são o leite de cabra fluido,
leite de cabra em pó, queijos, iogurte etc.
Avaliou-se a aceitabilidade do leite de cabra
por jovens e adultos visando a verificar se
existem ou não diferenças organolépticas
perceptíveis ao paladar humano entre o
leite de cabra e o leite de vaca; e estudou-se
a atitude dos consumidores em relação às
características sensoriais do leite de cabra
pasteurizado, como sabor e aceitação do
produto.
minerals, possesses molecules of fat of
reduced size, presents high comparative
digestibilidade to the too much types of
milk (MONTENGELLI, 2005). One of the
biggest challenges for the popularizes of
the goat milk is the great rejection on the
part of the consuming public in potential,
which had to the strong odor, flavor and
high price compared with the pasteurized
milk of cow, another one empecilho is that
the derived determined production of needs
special technology, in accordance with
the particularitities of the goat milk. The
derivatives produced from milk goat are
few, being that the most commercialized
they are the goat milk fluid, milk of goat
in dust, cheeses, yoghurt, etc. Evaluated it
acceptability of the milk of goat for young
adult e aiming at to verify if they exist or
of perceivable sensorial differences to the
human palate the milk of goat and milk
of cow does not enter and to study the
attitude of the consumers in relation to the
sensorial characteristics of the pasteurized
milk of goat, as flavor and acceptance of
the product.
Palavras-chave: leite, análise sensorial,
consumidor.
1. INTRODUÇÃO
O leite de cabra é o produto
oriundo da ordenha completa, ininterrupta,
em condições de higiene adequada,
de cabras sadias, bem alimentadas e
descansadas (MAPA, 2000). Ainda de
ABSTRACT
The goat milk is a complete, rich food
in proteins, fats, vitamins and leaves
Revista Integralização Universitária Palmas v. 2 - n. 4 - abr./ out. de 2009
Key-words: milk, sensorial analyses,
consumer.
1
Professor Me. do Curso
Técnico em Agroindústria
com Área de Concentração
em Agropecuária do Instituto Federal de Educação
Ciência e Tecnologia do
Tocantins – IFTO, Professor do curso de Zootecnia
da Faculdade Católica do
Tocantins - FACTO. Email: clauber@catolica-to.
edu.br.
2,3,4
Alunas do Curso Técnico em Agroindústria com
Área de Concentração em
Agropecuária do Instituto
Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Tocantins – IFTO, módulo IV
Processamento de Leite e
Derivados.
E-mails: laininha_puff@
hotmail.com; kariny.ifto@
gmail.com;
vânia.ifto@
gmail.com.
5
Professor Me. do Curso
de Zootecnia da Faculdade Católica do TocantinsFACTO. E-mail: [email protected].
52
acordo com a mesma fonte, a produção e o
beneficiamento do leite de cabra no Brasil
foram regulamentados a partir de 2000,
com a Instrução Normativa 37, que fixou
as condições de produção, identidade e
requisitos mínimos para a obtenção de um
leite de qualidade, bem como critérios para
produtos pasteurizados e esterilizados.
Desde então, a caprinocultura leiteira
vem se consolidando no Brasil como
uma atividade rentável, o que desperta o
interesse de muitos produtores rurais em
diversas regiões do país, principalmente
no Nordeste, onde se produz 90% dos
22.000 litros de leite de cabra produzidos
diariamente no Brasil (BARROS, 2006).
O leite de cabra é um alimento
completo, rico em proteínas, gorduras,
vitaminas e sais minerais, tem moléculas de
gordura de tamanho reduzido e apresenta
alta digestibilidade, se comparado a outros
tipos de leite (MONTINGELLI, 2005). É
indicado para crianças que sofrem com
processos alérgicos de origem alimentar,
particularmente relacionados às proteínas
do leite de vaca, e para idosos, por sua
concentração de cálcio e maior absorção
que outros alimentos (FISBERG et al.,
1999).
Alguns dos fatores que podem
influenciar no sabor característico do
leite de cabra são sua maior concentração
de ácidos graxos livres e de cadeia curta
e compostos voláteis, como o ácido
4-etiloctanóico em sua composição
(LUIZ et al., 1999). Além disso, conforme
o mesmo autor, o bode também é um
produtor de odores desagradáveis, e
constitui um fator externo responsável
por defeitos de sabor no leite caprino.
Os odores dos bodes são provenientes da
secreção de pequenas glândulas sebáceas
localizadas na base dos chifres e o
componente principal é o 6-trans-noneal.
Todavia alguns cuidados básicos como a
utilização de regras rigorosas de higiene
durante a ordenha, a separação dos bodes
a uma distância mínima de 150m do local
de ordenha (em direção oposta ao vento)
e o consumo de leite recém ordenhado
podem minimizar a ocorrência de defeitos
de sabor no leite de cabra.
A industrialização do leite de
cabra e seus derivados ainda são restritos
devido a fatores como pequena produção
do leite in natura, hábito alimentar,
desconhecimento dos valores nutricionais,
preconceito quanto ao produto e seus
derivados, principalmente devido ao seu
odor, preço elevado em relação a produtos
similares de origem bovina - embora esteja
melhorando devido às técnicas de manejo
- melhoramento genético, entre outros
(RESENDE; TOSETTO, 2004).
Os principais produtos lácteos
industrializados com leite de cabra são o
leite de cabra pasteurizado, leite de cabra
esterilizado, leite de cabra UHT longa vida,
leite de cabra em pó, queijos, sorvetes,
iogurte etc. (CORDEIRO, 2001).
A análise sensorial é uma ciência
interdisciplinar na qual se convidam
avaliadores que utilizam a complexa
interação dos órgãos dos sentidos como
visão, gosto, tato e audição para medir as
características sensoriais e a aceitabilidade
dos produtos alimentícios e muitos outros
materiais (WATTS et al., 1992).
O objetivo deste trabalho foi
avaliar a aceitabilidade do leite de cabra
por jovens e adultos visando a verificar se
existem ou não diferenças organolépticas
perceptíveis ao paladar humano entre o
leite de cabra e leite de vaca, e estudar a
atitude dos consumidores em relação às
características sensoriais do leite de cabra
pasteurizado, como sabor e aceitação do
produto.
2. MATERIAIS E MÉTODOS
O trabalho foi conduzido no
período de fevereiro a junho de 2009,
com a realização de análises sensoriais
com 53 provadores não treinados, sem
restrição quanto à idade, classe social ou
sexo, compostos por alunos, funcionários
e professores do Instituto Federal
de Educação, Ciências e Tecnologia
Revista Integralização Universitária Palmas v. 2 - n. 4 - abr./ out. de 2009
53
do Tocantins, campus de Paraíso do
Tocantins.
Utilizou-se
leite
de
cabra
pasteurizado e leite de vaca pasteurizado
na realização das análises sensoriais.
O leite de cabra foi obtido no Laticínio
Leite Jalapão, localizado na cidade de
Palmas-TO; e o leite de vaca pasteurizado
foi obtido do Laticínio da Cooperativa
Agropecuária Tocantinense – CAT – na
cidade de Paraíso do Tocantins-TO.
Os materiais utilizados nas
análises foram bandejas de plástico, copos
descartáveis de 50 ml e 200 ml, jarra de
vidro e questionários para a avaliação.
O leite de cabra utilizado na análise
sensorial foi ordenhado e pasteurizado
no dia anterior à análise e conservado
congelado. O leite de vaca pasteurizado foi
adquirido no comércio próximo ao local
de realização das análises, com data de
fabricação de dois dias anterior à análise
e mantido sob refrigeração.
Os produtos utilizados na análise
sensorial foram preparados e manipulados
dentro dos padrões de higiene exigidos.
Os leites submetidos à avaliação sensorial
foram fervidos e resfriados. As amostras
foram servidas em temperatura ambiente
e em quantidades padronizadas para a
degustação.
Analisou-se o grau de aceitação do
leite de cabra pasteurizado juntamente com
o leite de vaca pasteurizado, comparandose as características sensoriais de cada
amostra. Apresentaram-se
amostras
codificadas com algarismos de três dígitos,
servidas em temperatura ambiente. No
intervalo entre as amostras, serviu-se água
em copo descartável para neutralização do
paladar. Usou-se o método de avaliação da
Escala Hedônica, que foi desenvolvida por
Peryam e Pilgrim (1957), para análises de
preferência e aceitação, para provadores
não treinados, com cinco pontos, variando
de gostei muito (5) a desgostei muito (1)
para os atributos de aceitabilidade global.
Solicitou-se aos julgadores a
ordenação das amostras de acordo com
Revista Integralização Universitária Palmas v. 2 - n. 4 - abr./ out. de 2009
sua preferência, marcando com um “X”
a amostra de maior preferência na frente
do código da amostra no formulário de
avaliação.
Realizou-se teste de intenção de
compra utilizando o método de Escala
Hedônica de cinco pontos, variando de:
compraria sempre que tivesse oportunidade
(5) a só compraria se não pudesse escolher
outro produto (1), exposto no formulário
de avaliação.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados obtidos nos testes de
Escala Hedônica, quanto à aceitabilidade
em relação ao sabor das amostras do leite
de cabra e do leite de vaca, atribuídos
pelos provadores consultados, foram:
90% aprovaram o leite de cabra e 94%
aprovaram o leite de vaca, ao responderem,
por meio das Escalas Hedônicas, “gostei
muito”, “gostei”, “indiferente”. Quanto
ao índice de rejeição, as amostras do leite
de cabra obtiveram 10 % dos resultados
para os atributos de “desgostei” e
“desgostei muito”, e as amostras do leite
de vaca obtiveram 6% dos resultados para
“desgostei”, conforme demonstrado nos
gráficos 1 e 2. Esses resultados mostraram
que houve pouca rejeição em relação
ao leite de cabra, comparado ao leite de
vaca. Resultado semelhante foi obtido
em pesquisa realizada por Liserre (2007),
em que se comparou leite de cabra e de
vaca acrescido de achocolatado, obtendo
resultados de aceitação superiores a 70%
e de rejeição menores que 3,5%.
Gráfico 1: Teste de aceitação leite de cabra
Teste de aceitação (leite de cabra)
6%
4%
23%
19%
48%
Gostei muito
Gostei
Indeferente
Desgostei
Desgostei muito
54
Gráfico 2: Teste de aceitação leite de vaca
Teste de aceitação (leite de vaca)
6% 0%
9%
40%
estavam nessa faixa, o que demonstra que
não houve grande diferença na aceitação
dos leites de cabra em relação ao leite
de vaca, independentemente da faixa
etária analisada, conforme os resultados
expressos nos gráficos 4 e 5.
Gráfico 4: Teste de preferência leite de cabra
45%
Teste de preferência (leite de cabra)
Gostei muito
Gostei
Indeferente
Desgostei
Desgostei muito
14%
9%
O gráfico 3 apresenta os
resultados da análise sensorial, porém
expressando a aceitabilidade global das
amostras dos leites pesquisados, nos
requisitos de aceitação, indiferença e
rejeição.
32%
13-22anos
23-32 anos
43-52 anos
Teste de preferência (leite de vaca)
Teste de Aceitação Global
10%
30
25
20
15
10
5
0
33-42 anos
Gráfico 5: Teste de preferência leite de vaca
Gráfico 3: Teste de aceitação global
3%
Leite de Cabra
Leite de Vaca
52%
o
13-22 anos
23-32 anos
33-42 anos
43-52 anos
De
sg
os
te
im
uit
te
i
e
sg
os
fe
de
De
re
nt
ei
st
In
Go
ei
m
uit
o
35%
st
Go
45%
Do grupo de 53 provadores que
participaram das análises sensoriais,
62,26% eram de pessoas do sexo masculino
e 37,74% do sexo feminino. Quanto à
faixa etária, 73,58% eram pessoas com
idade entre 13 e 30 anos e 26,42% eram
pessoas com idade acima de 30 anos.
Nas análises de preferência em
relação às faixas etárias, houve um número
bem maior de provadores com idade entre
13 e 32 anos, e 77% dos participantes que
tiveram preferência pelo leite de cabra
estavam nessa faixa; dos que tiveram
preferência pelo leite de vaca, 87%
Os gráficos 6 e 7 representam dados
de aceitação com relação ao sexo dos
participantes.
Gráfico 6: Teste de preferência feminino
Teste de preferência (feminino)
47%
53%
Leite de Cabra
Leite de Vaca
Revista Integralização Universitária Palmas v. 2 - n. 4 - abr./ out. de 2009
55
Gráfico 7: Teste de preferência masculino
Teste de preferência (masculino)
Gráfico 8: Teste de intenção de compra leite de
cabra
Teste de intenção de compra (leite de cabra)
38%
11%
9%
25%
21%
34%
62%
5 Compraria sempre que tivesse oportunidade
4 Compraria frequentemente
Leite de Cabra
Leite de Vaca
3 Compraria se tivesse acessível, mas não me esforçaria para isto
2 Raramente compraria
1 Só compraria se não pudesse escolher outro produto
Para as análises de preferência em
relação ao sexo dos provadores, para o
sexo feminino, não houve uma diferença
significativa nos resultados das amostras,
havendo boa aceitação de ambas as
amostras. Para o sexo masculino, houve
uma diferença significativa de mais de
20% pela preferência do leite de vaca em
comparação ao leite de cabra, e mais de
60% dos provadores analisados eram do
sexo masculino.
De acordo com a intenção de
compra dos provadores analisados, mais
de 50% manifestam intenção de compra
pelo leite de cabra, enquando mais de
70% manifestam intenção de compra pelo
leite de vaca. Observa-se que houve uma
diferença de 20% pela preferência dos
provadores pela aquisição do leite de vaca.
Analisando os parâmetros de compra em
relação à não aquisição dos produtos, o
leite de cabra obteve uma porcentagem de
rejeição de 20%, enquanto o leite de vaca
teve 14%, havendo uma variação pouco
significativa, de acordo com os resultados
expostos nos gráficos 8 e 9.
Liserre (2007) obteve em sua
pesquisa índices superiores a 70% de
intenção de compra do leite de cabra,
mas, segundo ele, apesar da intenção de
compra atingir índices positivos, um dos
problemas referentes à venda do leite de
cabra é o preço elevado, que é cerca de
duas vezes maior do que o leite de vaca.
Revista Integralização Universitária Palmas v. 2 - n. 4 - abr./ out. de 2009
Gráfico 9: Teste de intenção de compra leite de
vaca
Teste de intenção de compra (leite de vaca)
6% 8%
26%
15%
45%
5 Compraria sempre que tivesse oportunidade
4 Compraria frequentemente
3 Compraria se tivesse acessível, mas não me esforçaria para isto
2 Raramente compraria
1 Só compraria se não pudesse escolher outro produto
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A cadeia produtiva do leite de cabra
está em processo de desenvolvimento
e conquista cada vez mais espaço no
mercado. Porém necessita de uma
melhoria na organização de todos os elos
de sua cadeia.
Não
houve
uma
rejeição
significativa em relação ao leite de cabra
pelos provadores. Isso justifica que o
pouco consumo do leite de cabra e sua
baixa aceitação estão relacionados ao
preconceito, ao preço elevado dos produtos,
a hábitos culturais, entre outros fatores,
mas não em relação às características
organolépticas do leite de cabra.
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LISERRE, A. M. et al. Avaliação Sensorial
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< h t t p : / / w w w. c a p r i t e c . c o m . b r / p d f /
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maio 2009.
MONTINGELLI, N. M. M. Prédisposição do leite de cabra para
fabricação de queijos. Lavras - Minas
Revista Integralização Universitária Palmas v. 2 - n. 4 - abr./ out. de 2009
57
SPED CONTÁBIL: UMA ANÁLISE DOS
PONTOS POSITIVOS E NEGATIVOS
PROPORCIONADOS NA SUA
IMPLANTAÇÃO
Joice Silva de Paula1, Prof. Esp. Janio Elias Teixeira2
RESUMO
O Decreto nº 6.022/07 instituiu o SPED
– Sistema Público de Escrituração Digital
–, composto inicialmente por três pilares:
SPED Contábil, SPED Fiscal e Nota
Fiscal Eletrônica, que juntos integrarão os
dados dos contribuintes entre as esferas
tributárias, buscando a melhoria do controle
tributário no país. O presente trabalho
refere-se, em especial, ao SPED Contábil,
que é definido como a substituição dos
livros contábeis mercantis por equivalentes
digitais, cuja obrigação foi estendida, a
partir do ano-calendário 2008, às empresas
que apuram seus impostos pelo lucro real.
Tendo em vista a relevância do tema e a
quem se aplica, o objetivo principal desta
pesquisa é demonstrar os pontos positivos
e negativos que o SPED Contábil poderá
proporcionar às empresas participantes,
aos profissionais contábeis e ao fisco,
efetivado por intermédio de uma pesquisa
bibliográfica sobre o tema exposto e,
concomitantemente, uma pesquisa de
campo em Palmas/TO nos três níveis de
usuários em questão.
Palavras-chave: SPED, controle tributário
e escrituração contábil digital.
ABSTRACT
Decree No. 6.022/07 established the
SPED - Public System of Digital, was
comprised of three pillars: SPED, SPED
Revista Integralização Universitária Palmas v. 2 - n. 4 - abr./ out. de 2009
Tax and Electronic Invoice, which together
incorporate the data of taxpayers in the tax
sphere, seeking the improvement of tax
control in the country. This paper refers
particularly to the SPED, which is defined
as the replacement market accounting
books by digital equivalents, whose duty
was extended from calendar year 2008 to
companies which process your taxes for
taxable income. Given the relevance of
the issue and to whom it applies, the main
objective of this research is to demonstrate
the strengths and weaknesses that the SPED
can provide to participating companies, the
professional accounting and tax, effected
through a literature search on the theme
above, and concurrently, a field research
in Palmas / TO the three levels of users in
question.
Key-words: SPED, tax control and digital
bookkeeping.
1 INTRODUÇÃO
O Presidente da República Luíz
Inácio Lula da Silva, por meio do Decreto
n º 6.022, em janeiro de 2007, instituiu o
SPED - Sistema Público de Escrituração
Digital -, como parte do Programa de
Aceleração do Crescimento do Governo
Federal 2007-2010, que constitui mais um
avanço na informatização da relação entre
o fisco e os contribuintes.
Esse sistema é composto por três
principais pilares: o SPED Contábil ECD; o SPED Fiscal - EFD; e a Nota Fiscal
Eletrônica - NF-e. Esses pilares integrarão
1
Joice Silva de Paula
Centro
Universitário
Luterano de Palmas –
CEULP ULBRA
Avenida 01 Nº 1201 Setor
Aeroporto
Paraíso do Tocantins – TO
CEP: 77.600-000
63/8442-5925
E-mail: [email protected]
ou joice.contabeis@gmail.
com
2
Prof. Esp. Janio Elias
Teixeira
Centro
Universitário
Luterano de Palmas –
CEULP ULBRA
Palmas – TO
63/8402-7651
E-mail:
professorjaio@
gmail.com
58
os dados dos contribuintes entre as esferas
tributárias. Com o cruzamento de dados
contábeis e fiscais por intermédio de
auditorias eletrônicas e com a eliminação
das informações redundantes que os
contribuintes apresentam às autoridades
tributárias, o fisco busca um maior controle
tributário no país.
O SPED Contábil, tratado em
especial nesta pesquisa, tem como objetivo
promover a integração dos fiscos mediante
a padronização e o compartilhamento das
informações contábeis prestadas pelo
contribuinte, podendo ser definido como
“a substituição dos livros da escrituração
mercantil pelos seus equivalentes digitais”
(RFB, 2008, p. 4).
Com o que vem sendo exposto
pelas autoridades fiscais, percebese que o SPED pode mesmo oferecer
maior flexibilidade ao fisco, dando
transparência às operações realizadas
dentro das empresas e confiabilidade nas
informações. Assim o fisco poderá estar
sempre presente e acompanhar todas as
operações que a empresa executar por
meio de informações que ela mesma vai
lhe oferecer com uma velocidade nunca
vista antes, mas o que não se sabe é: isso
também vai ser bom para o contribuinte?
Nesse contexto, tornou-se essencial
buscar uma resposta à seguinte indagação:
quais os pontos positivos e negativos que
o SPED Contábil poderá proporcionar
ao fisco, às empresas e aos profissionais
contábeis?
Para isso foi estabelecido, como
principal objetivo, demonstrar os pontos
positivos e negativos que o SPED Contábil
poderá proporcionar às empresas, ao
fisco e aos profissionais contábeis, sendo
necessário compreender esse sistema com
base no Decreto n° 6022/07 e demais
legislações pertinentes, mapear a extensão
e o campo que essa ferramenta digital
abrange e, ainda, avaliar os reflexos que
sua implantação proporciona.
Na elaboração desse projeto,
adotou-se como metodologia a prática de
uma pesquisa bibliográfica, constituída em
coleta, seleção, análise e interpretação da
literatura especializada sobre o tema, por
meio de livros, revistas, consultas em sites
da internet, artigos científicos e periódicos.
Concomitantemente,
foi
realizada
uma pesquisa de campo que procede à
observação dos fatos que ocorrem na
realidade, à coleta de dados referentes
aos mesmos, em caráter exploratório e
reflexivo-crítico, por meio da aplicação de
questionários específicos, com questões
fechadas e abertas.
Sob modo de entrevista, a pequisa
de campo foi efetuada em Palmas-TO: nos
escritórios de contabilidade que prestam
serviços a empresas obrigadas à utilização
do SPED – para avaliação da visão do
profissional contábil; com os profissionais
contábeis que trabalham internamente
em empresas que apuram seus impostos
com base no lucro real (nomeados de
profissionais exclusivos) – para avaliação
de sua visão como contador baseada na
ótica da empresa; e nas receitas Federal,
Estadual e Municipal – para avaliação da
ótica do fisco.
Finalmente, após o mapeamento e
tabulação dos dados, foi feita uma análise
e interpretação dos mesmos, com base em
uma fundamentação teórica consistente,
com o objetivo de encontrar resposta
à indagação levantada e apresentar
sugestões e considerações a partir dos
dados analisados.
2 DESENVOLVIMENTO DO TEMA
2.1 Fundamentação Teórica
Temos presenciado, nos últimos
tempos, certo “pânico” nas classes
empresariais, uma vez que é necessário
estarem constantemente preocupados em
se adequarem às exigências do fisco, o
que realmente é motivo de apreensão. O
governo, preocupado com os ditos ilícitos
Revista Integralização Universitária Palmas v. 2 - n. 4 - abr./ out. de 2009
59
tributários, diariamente edita normas e
exigências novas a fim de cercar esses
supostos mal pagadores dos tributos.
Um fato que deve ser observado é
que essa preocupação dos contribuintes é
influenciada pela extensa lista de impostos,
contribuições, taxas e contribuições de
melhoria, que somam mais de 80 tipos de
tributos existentes no Brasil e mais de 5
000 leis para regulá-los, que sofrem uma
inacreditável média de três alterações
a cada 2 horas (PADUAN, 2008). Com
adaptações, de acordo com as informações
disponíveis no Portal Tributário).
Araújo (2009, p. 1) complementa
que
A verdade é que nunca tivemos tantas
normas. No Brasil, ocorre mais de uma
mudança tributária por hora, chegando-se a
um recorde mundial. E, para não ficar fora
desta corrida maluca, as empresas gastam
fortunas com o pagamento de tributos, para
não correr o risco de serem autuadas.
Conforme estudo realizado pela
IOB, simulando uma auditoria fiscal sobre
as operações desempenhadas em 2007 por
223 empresas, descobriu-se que quase todas
cometeram algum erro no relacionamento
com os órgãos arrecadadores. Os lapsos de
procedimento explicam parte considerável
das autuações federais. Pelo menos um
erro foi cometido por 94% das empresas
(PADUAN, 2008).
Portanto, para não cair no mesmo
conto do vigário, que em 2007 renderam
aos cofres públicos 95 bilhões de reais em
autuações, é necessário conhecer um pouco
do que é o Sistema Público de Escrituração
Digital – SPED –, sua abrangência, quem
está obrigado a adotá-lo e que pontos
positivos e negativos que a implantação
desse sistema pode proporcionar.
2.1.1 O que é Sistema Público de
Escrituração Digital – SPED?
Segundo a Receita Federal do
Revista Integralização Universitária Palmas v. 2 - n. 4 - abr./ out. de 2009
Brasil (2008, p. 3), o Sistema Público de
Escrituração Digital
[...] consiste na modernização da
sistemática atual do cumprimento das
obrigações acessórias, transmitidas pelos
contribuintes às administrações tributárias
e aos órgãos fiscalizadores, utilizando-se da
certificação digital para fins de assinatura
dos documentos eletrônicos.
Na prática, os contribuintes
deixam de ter notas fiscais e livros em
papel, e passam a enviar tais informações
por sistema digital on-line.
Art. 2º-O SPED é instrumento que unifica
as atividades de recepção, validação,
armazenamento e autenticação de livros e
documentos que integram a escrituração
comercial e fiscal dos empresários e das
sociedades empresárias, mediante fluxo
único, computadorizado, de informações
(Decreto 6.022 de 22 de Janeiro de 2007).
Mastersaf (2009. p. 1) ensina que
se “trata de uma solução tecnológica
que oficializa os arquivos digitais das
escriturações fiscal e contábil dos sistemas
empresariais dentro de um formato digital
específico e padronizado”.
Sabe-se que a contabilidade no
Brasil está passando da fase de papel para o
formato digital, a partir da implantação da
Nota Fiscal Eletrônica (NF-e ) e do SPED
fiscal e contábil nas empresas, em um
primeiro momento. O SPED é composto
do envio de movimentos contábeis e fiscais
para uma base de dados compartilhada
por diversas entidades brasileiras (Receita
Federal do Brasil, Secretarias da Fazenda
Estaduais, BACEN, CVM, entre outras)
formando a Escrituração Contábil Digital
- ECD - e a Escrituração Fiscal Digital EFD.
Dessa forma, espera-se que o SPED
venha contribuir para a redução dos custos
com o armazenamento de documentos,
pois os arquivos comporão uma base de
dados única e compartilhada pelo fisco e
órgãos autorizados, e que isso aconteça
60
sem que o contribuinte perca a segurança
de suas informações.
a) Usuários que compartilharão
das informações
São usuários do SPED o Governo
Federal, os Estados, Distrito Federal,
Municípios e Instituições Públicas. Esses
poderão acessar diretamente o sistema
para obter as informações desejadas,
observando suas competências, conforme
trata o Art. 3º do Decreto 6.022 de 2007:
São usuários do SPED:
I - a Secretaria da Receita Federal do
Ministério da Fazenda;
II - as administrações tributárias dos
Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, mediante convênio celebrado
com a Secretaria da Receita Federal; e
III - os órgãos e as entidades da administração
pública federal direta e indireta que tenham
atribuição legal de regulação, normatização,
controle e fiscalização dos empresários e
das sociedades empresárias.
Ibelli (2009, p. 1) argumenta que a
“Receita Federal deverá tornar pública a
lista dos fiscais e agentes do governo que
terão acesso às informações transmitidas
por intermédio do SPED”. Caso aconteça,
essa relação permitirá às empresas
enquadradas no projeto acompanhar
quais dados foram acessados e por quem,
deixando-as mais tranquilas. O autor
ressalta ainda que
O SPED vai compilar em arquivos digitais
as informações fiscais e contábeis de
empresas. Cruzando os dados disponíveis,
será possível levantar a ficha técnica de um
produto, como a matéria-prima e demais
componentes usados em sua produção. O
mesmo acontecerá em relação à carteira de
clientes de uma companhia ou aos eventuais
descontos obtidos por ela de fornecedores,
entre outras informações.
Todas as informações e os dados
da operacionalidade das empresas
participantes, inclusive seus segredos
empresariais, de negócios, estarão no
SPED na forma de dados digitais, e
circularão por uma rede informatizada,
disponibilizadas aos fiscos, e a quem
estes delegarem, por meio de convênio de
acordo com suas competências.
A RFB (2008, p. 2) afirma
que o “sistema deve oferecer garantia
aos empresários de que informações
estratégicas dos negócios não vazarão
para o mercado”, esse é um dos grandes
receios do empresariado nesse processo
de informatização do fisco.
O jurista Ives Gandra Martins
concorda que existe um risco de vazamento
de informações estratégicas. Ele cita, por
exemplo, dados do Imposto de Renda
pessoa Física (IRPF) que caíram nas mãos
de criminosos em anos anteriores, e foram
usados em golpes contra os contribuintes.
No entanto o jurista não vê ato ilegal
nesse processo de informatização das
Administrações Tributárias. “Ainformação
disponível no SPED é a mesma à qual o
fiscal já tinha acesso” (IBELLI, 2009, p.
2).
b) Principais Sub-Projetos
O Decreto nº 6.022/07 definiu o SPED
como um instrumento que unifica as atividades
de recepção, validação, armazenamento e
autenticação de livros e documentos que
integram a escrituração comercial e fiscal dos
empresários e das sociedades empresariais,
mediante fluxo único e computadorizado
Figura 1 - Pilares do SPED
Fonte: Franco Junior (2008, p. 8)
x
Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) – ambiente nacional
Primeiro projeto do SPED a entrar em vigor, prevê a substituição da nota fiscal
arquivo digital, validado no site do fisco.
x
Escrituração
Contábil
Digital Palmas
(ECD)v. 2 - n. 4 - abr./ out. de 2009
Revista Integralização
Universitária
Substituição dos livros da escrituração mercantil pelos seus equivalentes d
transmitido eletronicamente ao governo.
61
de informações, que se subdivide em três
projetos (Figura 1):
•
Nota Fiscal Eletrônica
(NF-e) – ambiente nacional
Primeiro projeto do SPED a entrar
em vigor, prevê a substituição da nota
fiscal por um arquivo digital, validado no
site do fisco.
•
Escrituração
Contábil
Digital (ECD)
Substituição dos livros da
escrituração mercantil pelos seus
equivalentes
digitais,
transmitido
eletronicamente ao governo.
•
Escrituração Fiscal Digital
(EFC)
Conjunto de documentos de
interesse dos fiscos, que deverá ser
assinado digitalmente e transmitido, via
internet, ao governo.
Dietschi (2009, p. 1) assevera que
São projetos bastante complexos e,
consequentemente, bastante onerosos,
tanto para a União e para os Estados como,
principalmente, para as milhares (centenas
de milhares) de empresas que têm de se
adaptar. O custo total está na casa de bilhões
de reais. Algo em torno de R$ 100 bilhões
nos próximos três anos.
Como toda essa “caixa de
ferramentas” que vão ter estará em breve
cheia de informações das operações
empresariais para “saciar a fome” das
entidades fiscais, não há motivos para
não aproveitar a riqueza de informações
gerenciais que podem ser extraídas
dos registros contábeis. Em um mundo
competitivo, nada pode ser desperdiçado,
principalmente informações. Duarte
(2007, p. 3) afirma que “assim, abre-se
um enorme campo para o trabalho da
contabilidade gerencial”.
Dessa forma, o projeto justifica-se
pela necessidade de investimento público
voltado para integração do processo de
controle fiscal, possibilitando:
Revista Integralização Universitária Palmas v. 2 - n. 4 - abr./ out. de 2009
melhor
intercâmbio
e
compartilhamento de informações
entre os fiscos;
• redução de custos e entraves
burocráticos,
facilitando
o
cumprimento das obrigações
tributárias e o pagamento de
impostos e contribuições;
• fortalecimento do controle e da
fiscalização.
Mesmo diante do exposto, é
necessário identificar, na ótica da empresa,
os problemas e desafios que ela poderá
vir a enfrentar, por estar submetida à
utilização desse sistema. Farias (2008, p.
2) acrescenta que
•
A implementação do SPED deverá fazer
com que os empresários passem a se
preocupar desde já com os fatos tributários
e a forma de tributação, porque os dados
poderão ser cruzados de forma eletrônica,
facilitando o exercício das funções das
administrações tributárias, para fins de
constituição do débito tributário. Isto,
porque a administração tributária, diante
de indício de crime de sonegação, pode
recorrer à quebra do sigilo de dados.
2.1.2 Assinatura com Certificado
Digital
A receita Federal do Brasil só
pode disponibilizar informações fiscais
para o próprio contribuinte ou para quem
ele autorizou. Como então utilizar a mais
poderosa ferramenta de comunicação
disponível, internet, sem que as pessoas
(físicas e jurídicas) possam ser identificadas
com precisão? Ribeiro (2008, p. 1) ensina
que
Em 2001, o governo brasileiro iniciou
estudos para regulamentar o uso de
certificados digitais no país, de modo que
as transações on-line entre os vários órgãos
públicos e seus fornecedores pudessem ter
valor legal, permitindo maior agilidade
no processo de compras e a diminuição
de custos com uso, gerenciamento e
armazenamento de documentos oficiais
sigilosos ou não.
O certificado digital (CD) foi o
mecanismo tecnológico selecionado para
62
suprir essa demanda. É como se fosse um
passaporte que identifica a PJ ou PF no
mundo virtual. Sobre isso, Cabral (2007,
p. 28) afirma que
A rapidez e flexibilidade que as redes
imprimiram
à
comunicação
estão
revolucionando a forma como as empresas
e governo trabalham e realizam negócios.
Com a certificação digital é possível
otimizar os sistemas, desburocratizar e
agilizar o acesso à serviços públicos.
a) O Que é Certificado Digital?
A Cartilha ITI (2009, p. 2) sobre a
Certificação Digital apresenta o seguinte
conceito:
A Certificação Digital é um conjunto de
técnicas e processos que propiciam mais
segurança às comunicações e transações
eletrônicas, permitindo também a guarda
segura de documentos. Utilizando-se da
Certificação Digital, é possível, por exemplo,
evitar que hackers/crackers interceptem ou
adulterem as comunicações realizadas via
Internet. Também é possível saber, com
certeza, quem foi o autor de uma transação
ou de uma mensagem, ou, ainda, manter
dados confidenciais protegidos contra a
leitura por pessoas não autorizadas.
As principais informações contidas
no Certificado Digital são:
• identificação da pessoa ou entidade
a ser associada à chave pública:
• período de validade do certificado;
• chave pública;
• número de série;
• nome e assinatura da entidade que
assinou o certificado.
Duarte (2007, p. 1) acrescenta que
“o Certificado Digital é um conceito que
compreende tecnologia, direito, gestão
e cultura. [...] a partir de sua utilização
em larga escala, as relações de consumo,
empresariais, governamentais e até
mesmo o exercício da cidadania sofrerão
profundas mudanças”.
b) Utilidade da Certificação Digital
A
Autoridade
Certificadora
PRODEMGE afirma que “documentos
que trafegam por meios eletrônicos,
para possuírem reconhecimento legal,
não mais precisam ser convertidos em
papel, assinados com reconhecimento
de firma dos signatários e enviados via
postal, diminuindo custos” (PORTAL
PRODEMGE).
Documentos eletrônicos assinados
com certificados digitais têm quatro
características fundamentais, atributos
aplicados a documentos eletrônicos
que tornam os documentos impressos e
assinados bastante obsoletos. São eles:
•garantia de autoria, ou seja,
facilmente é possível identificar
quem assinou o documento
digital.
•garantia de integridade, um
documento assinalado não pode
ser alterado;
•garantia de confidencialidade, em
determinadas situações, podese criptografar documentos,
garantindo seu sigilo;
•garantia de não repúdio.
c) Os tipos de Certificado Digital
Na ICP-Brasil, estão previstos oito
tipos de certificado, conforme descreve
Ribeiro (2008, p. 1):
São duas séries de certificados, com quatro
tipos cada. A série A (A1, A2, A3 e 4)
reúne os certificados de assinatura digital,
utilizados na confirmação de identidade na
Web, em e-mail, em redes privadas virtuais
(VPN) e em documentos eletrônicos
com verificação da integridade de suas
informações. A série S (S1, S2, S3 e S4)
reúne os certificados de sigilo, que são
utilizados na codificação de documentos, de
bases de dados, de mensagens e de outras
informações eletrônicas sigilosas. Os oito
tipos são diferenciados pelo uso, pelo nível
de segurança e pela validade.
Revista Integralização Universitária Palmas v. 2 - n. 4 - abr./ out. de 2009
na Web, em e-mail, em redes privadas virtuais (VPN) e em documentos eletrônicos
com verificação da integridade de suas informações. A série S (S1, S2, S3 e S4)
reúne os certificados de sigilo, que são utilizados na codificação de documentos, de
bases de dados, de mensagens e de outras informações eletrônicas sigilosas. Os oito
tipos são diferenciados pelo uso, pelo nível de segurança e pela validade.
Quadro 1 - Tipos de Certificados Digitais
Tipo de
certificado
Chave criptográfica
Tamanho
(bits)
Processo de geração
Mídia armazenadora
Validade
máxima (anos)
A1 e S2
1024
Software
Arquivo
1
A2 e S2
1024
Sofware
Smart card ou token, sem capacidade
de geração de chave
2
A3 e S3
1024
Hardware
Smart card ou token, com capacidade
de geração de chave
3
A4 e S4
2048
Hardware
Smart card ou token, com capacidade
de geração de chave
3
Fonte: Ribeiro (2008, p. 1)
2.1.3
Escrituração
Contábil
Digital
A RFB (2008, p. 4) define o
2.1.3 Escrituração
Contábil
Digital (ECD)
(ECD) De um modo geral, esse estudo visa a detectar
SPED
Contábil
maneira
bastante
o que
vem a ser de
positivo
e negativo
para
a empresa,
ao
profissional
contábil
e
ao
fisco
com
a
implantação
do
SPED
Contábil,
hoje
com
De um modo geral, esse estudo simplificada como “a substituição dos
obrigatoriedade
nas a organizações
mas que, mercantil
em um futuro
visa
a detectar oapenas
que vem
ser positivo de
e Lucro
livros Real,
da escrituração
pelosbem
seus
próximo,
poderá
se
tornar
uma
obrigação
de
todas
as
entidades
do
país.
negativo para a empresa, ao profissional equivalentes digitais”.
Esse estudo pode servir como fonte de conhecimento aos leitores e como base de
contábil
e ao fisco
com a implantação
do
futuras pesquisas
acadêmicas,
até mesmo direcionadas
aosFranco
avanços Junior
tecnológicos,
que têm
(2008,
p. sido
49),
SPED
Contábil, hoje
com obrigatoriedade
reconhecidamente
um caminho
sem volta, o que já
era
inevitável
diante
da
atual
globalização.
coordenador do Projeto SPED no Sistema
apenas nas organizações de Lucro Real,
Usiminas, apresenta algumas dicas para
O que
SPED
Contábil?
mas a)que,
emé um
futuro
bem próximo,
o sucesso
da implantação
SPED
(2009,
1) ensina de
quetodas
“a Escrituração
Contábil
Digital, ECD do
ou SPED
poderá Duarte
se tornar
umap.obrigação
Contábil:
Contábil
são do
termos,
as
entidades
país.sinônimos, que representam o registro de livros contábeis em formato
digital nas juntas comerciais”. Ou seja:
• configuração dos códigos de
Esse estudo [...]
pode
servir como
ao invés de imprimir diários, balanços, DRE’saglutinação;
e outros demonstrativos, a
fonte de
conhecimento
aosumleitores
empresa gera
arquivo digital no formato padrão. Esse arquivo é assinado com o
• preparo das contas do PC
do contabilista e dos representantes da empresa perante a Junta
e como base de certificado
futuras digital
pesquisas
Referencial visando e-lalur;
acadêmicas, até mesmo direcionadas
• tratar encerramento das
contas - Dezembro;
aos avanços tecnológicos, que têm sido
• oportunidade de rever o
reconhecidamente um caminho sem volta,
histórico;
o que já era inevitável diante da atual
• incluir
informações
globalização.
adicionais - ex.: auditores
a) O que é SPED Contábil?
Duarte (2009, p. 1) ensina que “a
Escrituração Contábil Digital, ECD ou
SPED Contábil são termos, sinônimos, que
representam o registro de livros contábeis
em formato digital nas juntas comerciais”.
Ou seja:
[...] ao invés de imprimir diários, balanços,
DRE’s e outros demonstrativos, a empresa
gera um arquivo digital no formato padrão.
Esse arquivo é assinado com o certificado
digital do contabilista e dos representantes
da empresa perante a Junta Comercial e,
após validá-los utilizando um software
disponibilizado pela Receita Federal
do Brasil (o PVA), é transmitido para o
sistema do SPED e para a Junta Comercial
(DUARTE, 2009, p. 1).
Revista Integralização Universitária Palmas v. 2 - n. 4 - abr./ out. de 2009
externos.
Compete aos usuários:
• gerar um arquivo digital dos seus
livros contábeis a partir do seu
sistema contábil;
• validar o arquivo contendo a
assinatura digital; e
• transmitir para o SPED e salvar o
recibo de entrega.
Compete ao SPED:
• extrair um resumo, com os termos
de abertura e encerramento; e
• enviar para Junta Comercial.
Compete à Junta Comercial:
• autenticar o livro; ou
63
64
• indeferi-lo, momentaneamente (sob
exigência).
As preocupações que mais rondam
os contribuintes obrigados quanto à entrega
da ECD ao SPED são, entre outras:
•
•
•
•
•
•
•
•
sigilo;
volume de dados;
treinamento de pessoal;
investimentos
iniciais
em
tecnologia;
contabilidade entregue nas mãos
do fisco;
carga tributária;
grande leque de legislação; e
revisão dos procedimentos
contábeis.
(Portal:
CONTABILIDADE NA TV)
b) Quem está obrigado?
A obrigatoriedade de entrega
está inicialmente relacionada às pessoas
jurídicas sujeitas ao acompanhamento
econômico-tributário diferenciado, e
tributadas pelo imposto de renda com
base no lucro real. “Estima-se que 20 mil
empresas com faturamento superior a R$
60 milhões anuais, seja o total dessas”
(BORGES, 2009, p. 1).
A Equipe
do Portal da
Contabilidade (2009) destaca que:
Assim, ficam estas empresas obrigadas a
utilizar a ECD para o tratamento dos dados
relativos aos fatos ocorridos a partir de 1º
de janeiro de 2008, sendo que as demais
empresas tributadas com base no lucro
real têm a obrigatoriedade de utilização do
sistema somente a partir de janeiro de 2009,
ficando facultado a adesão à ECD para as
demais pessoas jurídicas.
A obrigatoriedade da apresentação
da ECD, com base na redação dada pela
IN RFB n° 926/09, não atinge as pessoas
jurídicas não sujeitas ao registro em juntas
comerciais.
c) Plano de Contas Referencial
Conforme as regras de validação,
o registro I051, a utilização do plano de
contas referencial, não é obrigatório.
Definição:
É um plano de contas, elaborado com base
na DIPJ. As empresas em geral devem usar
o plano Publicado pela Receita Federal
pelo Ato Declaratório Cofis nº 36/07. As
financeiras utilizam o Cosif e as seguradoras
não precisam informar o registro I051.
Tem por finalidade estabelecer uma relação
(um DE-PARA) entre as contas analíticas
do plano de contas da empresa e um padrão,
possibilitando a eliminação de fichas da
DIPJ. O e-Lalur (Livro Eletrônico de
Apuração do Lucro Real, um dos projetos
do SPED) importará dados da escrituração
contábil digital e montará um “rascunho”
correspondente a várias das fichas hoje
existentes na DIPJ (RBF, 2009).
Esse processo, convencionalmente
chamado de “DE-PARA”, é o ato de
exportar as informações internas da conta
integrante do plano de contas utilizado na
contabilidade (DE) para a conta do plano
de contas referencial do SPED (PARA).
Assim recomenda-se que, na
medida do possível, haja uma proximidade
entre o plano de contas interno da empresa
e o plano de contas referencial. Isso, sem
dúvidas, auxiliará na execução do “DEPARA”.
Desse modo, quanto mais precisa
for a indicação dos códigos das contas
referenciais no registro do plano de
contas referencial, menor o trabalho
no preenchimento do e-Lalur. Mas,
caso aconteça quaisquer equívocos na
indicação do plano de contas referencial,
esses poderão ser corrigidos no e-Lalur.
A empresa pode entregar a ECD
sem fazer a relação “DE-PARA”, sem
problema algum, por enquanto. Sendo
assim, o plano de contas referencial é
opcional, tem apenas o objetivo de, quando
o e-Lalur estiver disponível, facilitar seu
preenchimento.
d) PVA - Programa Validador e
Assinador
A ECD deverá ser submetida ao
Programa Validador e Assinador (PVA),
especificamente desenvolvido para tal
fim, e ter as seguintes funcionalidades
principais:
• validação do arquivo digital da
Revista Integralização Universitária Palmas v. 2 - n. 4 - abr./ out. de 2009
65
•
•
•
•
escrituração contábil;
assinatura digital;
visualização da escrituração;
transmissão para o SPED;
consulta à situação da escrituração.
As regras de validação aplicáveis
aos campos, registros e arquivos integrantes
da ECD, e as tabelas de códigos internas
ao SPED a serem utilizadas pelo PVA
estão definidas nos Anexos I e II do ADE
Cofis nº 36/2007.
A Instrução Normativa 848/08
aprovou o PVA da ECD na versão 1.0 (PVA
SPED Contábil 1.0), substituído no dia 8 de
junho, quando foi liberada para download
a versão 2.0.1 (PVA SPED Contábil 2.0),
a ser utilizada pelas pessoas jurídicas
obrigadas, para fins de transmissão da
ECD. A versão atual disponível é a 2.1.5,
mas vale lembrar que as escriturações
validadas em versões anteriores podem
ser normalmente transmitidas.
e) Arquivos
Digitais
e
Armazenamento de Dados
Os
empresários,
sociedade
empresária e contabilistas usarão da
certificação digital, modelo 3A no padrão
ICP-Brasil, para assinarem digitalmente a
ECD e realizarem a entrega do documento
eletrônico via internet (on-line, em
condições normais, ou off-line, em caso de
contingência), no entanto é o contribuinte o
responsável legal pela guarda dos arquivos
digitais que conterão as escriturações.
A Receita Federal do Brasil
disponibilizou no portal um arquivo de
perguntas frequentes sobre o SPED, e uma
das perguntas constantes foi:
– Quem deve assinar a escrituração
contábil?
Devem assinar a escrituração, no mínimo,
dois signatários: a pessoa física que,
segundo os documentos arquivados na Junta
Comercial, tiver poderes para a prática de
tal ato e o contabilista. Assim, devem ser
utilizados somente certificados digitais
e-PF ou e-CPF, com segurança mínima tipo
A3. Não existe limite para a quantidade de
Revista Integralização Universitária Palmas v. 2 - n. 4 - abr./ out. de 2009
signatários e os contabilistas devem assinar
por último (RBF, 2008).
Quanto à numeração dos livros,
deve ser sequencial, por tipo de livro,
independentemente de sua forma (em
papel, fichas, microfichas ou digital), e
cada livro é um arquivo distinto, pois,
como regra geral, ECD é mensal.
No entanto o arquivo da
Escrituração Contábil Digital pode conter
mais de um mês, desde que não ultrapasse
1 GB. Como referência, a Receita Federal
do Brasil estima que em “1GB possam ser
inseridos até 1.100.000 registros da ECD.
Existem outros limites: todos os meses
devem estar contidos no mesmo ano e não
deve conter fração de mês, exceto nos casos
de abertura, cisão, fusão, incorporação ou
extinção (RBF, 2008).
As empresas que apresentarem
a Escrituração Contábil Digital não
precisam autenticar livros em papel, pois
são formas alternativas de escrituração:
em papel, em fichas, em microfichas ou
digital. Assim elas não podem coexistir
em relação ao mesmo período. Ou seja,
não podem existir, ao mesmo tempo,
dois livros diários em relação ao mesmo
período, independentemente do meio em
que foram “impressos”.
Vale lembrar que uma das
preocupações que se deve ter com os livros
contábeis em formato digital é quanto à
deterioração das mídias:
• requerimento
• recibo de entrega
f) Prazos e penalidades
O prazo de entrega dos livros
contábeis em formato digital foi fixado
pelo art. 5º da Instrução Normativa nº
787/07 em que se estipula que a ECD
será transmitida anualmente ao SPED até
o último dia útil do mês de junho do ano
seguinte ao ano-calendário a que se refira
a escrituração.
66
De acordo com Art. 10º da IN
787/07 que dispõe sobre as penalidades
àqueles que não entregarem dentro dos
prazos fixados, a ECD assevera que: “A
não apresentação da ECD no prazo fixado
no art. 5º acarretará a aplicação de multa
no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais)
por mês-calendário ou fração”.
O contribuinte, portanto, deve
ficar atento ao prazo de entrega da ECD,
sob pena de ter de arcar com a elevada
multa prevista na legislação em vigor.
Britto (2009, p. 1) acredita que
a multa imposta às empresas pela não
apresentação da ECD dentro do prazo é
um confisco:
Acabou-se por criar uma obrigação
principal travestida de obrigação acessória,
uma distorção que não se pode admitir-se.
A multa de R$ 5.000,00 por mês-calendário
por não entrega dos arquivos digitais, não
apontou qualquer justificativa para o valor
fixado como sanção, que poderia ter sido
de R$ 1,00 ou R$ 100.000,00 por mêscalendário, o que agride o Princípio da
Capacidade Contributiva.
Até porque nem todas as empresas têm
a mesma situação econômica - além
dos Princípios da Razoabilidade e da
Proporcionalidade, decorrentes do direito
ao devido processo legal - entendemos
que há um verdadeiro CONFISCO nessas
multas maior que pode ser definido por uma
situação em que um tributo, de tão gravoso,
dificulta sobremaneira a exploração das
atividades econômicas do contribuinte, que
acaba por inviabilizá-la.
Ainda no mesmo contexto de
penalidades, a Cartilha SPED Brasil
(2008) complementa:
•
•
•
A previsão para não entrega do SPED
Contábil (ECD) suprirá a IN86. A mesma
estará sujeita a penalidade pela não entrega
dos arquivos magnéticos abaixo citados:
Desatender a forma de apresentação: 0,5%
da receita bruta no período exigido.
Omissão e/ou incorreções das informações:
5% do valor da operação (até 1% da receita
bruta).
Atraso na entrega: 0,02% da receita bruta
por dia de atraso (até 1 da receita bruta).
g) Reflexos da ECD no ambiente
operacional das empresas e
escritórios de contabilidade
Com a implantação do SPED
Contábil, a Receita Federal espera ser
beneficiada devido à suposta agilidade
de processos, com a expectativa de ter
uma maior velocidade nas informações
recebidas e mais segurança na circulação
dessas informações, mas, acima de tudo,
preocupa-se quanto à desburocratização
nas relações do contribuinte com o fisco.
Os órgãos fiscalizadores e
autoridades fiscais apresentam o SPED
como uma ferramenta que melhorará o
processo de controle e auditoria fiscal
e eletrônica das empresas melhorando
a sistemática atual baseada em uma
transparência digital mútua, que pretende
resultar em uma redução significativa da
informalidade e adoção de procedimentos
em desacordo com a legislação.
As empresas e organizações, em
geral, esperam que o SPED Contábil
mude procedimentos que hoje “impõem
aos empreendedores grande perda de
tempo para atender às exigências das
autoridades fiscais” (FENACON, 2008,
p. 2) e que isso possa facilitar a gestão
organizacional de sua entidade, contando
com uma tecnologia que realmente
garanta confiabilidade e segurança quanto
às informações prestadas na sua forma
digital. No entanto essa dimensão pode
não ser tão positiva quanto é apresentada.
Sobre isso, Farias (2008, p. 2) declara
que
A implementação do SPED deverá fazer
com que os empresários passem a se
preocupar desde já com os fatos tributários
e a forma de tributação, porque os dados
poderão ser cruzados de forma eletrônica,
facilitando o exercício das funções das
administrações tributárias, para fins de
constituição do débito tributário. Isto,
porque a administração tributária, diante
de indício de crime de sonegação, pode
recorrer à quebra do sigilo de dados.
Armano (2008, p. 2) também
argumenta que
Revista Integralização Universitária Palmas v. 2 - n. 4 - abr./ out. de 2009
67
As empresas estão correndo para se adequar
à Escrituração Digital. Estão investindo
em sistemas, treinamentos, equipamentos
e pessoal. Cabe à Receita Federal fazer
a parte dela e garantir toda a segurança
necessária para que estes dados trafeguem
com a máxima segurança e que este avanço
não seja, no final das contas, mais uma dor
de cabeça para as empresas brasileiras.
Essas declarações mostram que o
assunto é sério e seus impactos já estão
realmente sendo significativos. Duarte
(2007, p. 1) acredita que “com o fisco de
olho em cada operação realizada, empresas
não podem se dar ao luxo de enviar
arquivos do SPED contendo operações
fraudulentas. O remédio para se prevenir
contra fraudes chama-se auditoria”.
Ainda neste contexto, Duarte
(2007, p. 1) menciona que
Por um lado, o trabalho dos contadores, no
que diz respeito à escrituração contábil (e
fiscal) tende a se reduzir drasticamente, uma
vez que toda movimentação poderá ser gerada
por sistemas automatizados integrados
(ERP´s). Mas, inquestionavelmente, surge
uma série de novas responsabilidades para
estes profissionais. Outras tarefas típicas
de contabilistas ressuscitam com muita
ênfase.
A auditoria contábil, a contabilidade fiscal
consultiva e a contabilidade gerencial em
seus diversos sabores saem do fundo do
baú para se tornarem as grandes vedetes do
momento.
Ao ver do fisco, as dificuldades a
serem superadas para efetuar a entrega da
ECD são apenas operacionais. Oda citado
pela revista do Grupo Brasil de Empresas
de Contabilidade ressalta que
Certamente os principais desafios e
dificuldades para as empresas se adequarem
a esse novo modelo serão vencer suas
barreiras internas, tecnológicas e culturais,
para migração e adaptação à escrituração e
assinatura digital de documentos eletrônicos
com validade jurídica (GBRASIL, 2008, p.
24).
Duarte (2007, p. 1) complementa
que “neste contexto, por um lado, o
trabalho dos contadores, no que diz
Revista Integralização Universitária Palmas v. 2 - n. 4 - abr./ out. de 2009
respeito à escrituração contábil tende a
se reduzir drasticamente, uma vez que
toda movimentação poderá ser gerada
por sistemas automatizados integrados ERP´s”.
Outros trabalhos característicos
dos profissionais da contabilidade estão
se mostrando cada vez mais essenciais,
como, por exemplo, a auditoria contábil,
a contabilidade fiscal consultiva e a
contabilidade gerencial, e outros diversos
estão prestes a se tornarem as grandes
tarefas do momento.
Por isso ressalta Duarte (2007, p.
2) que “surge uma enorme necessidade de
simulações e construções de cenários para
que a empresa tenha um planejamento
tributário adequado ao seu negócio”.
3. METODOLOGIA
Para fundamentar a elaboração
desse artigo, foi realizada uma pesquisa
bibliográfica, uma vez que o trabalho se
constituiu na coleta, na seleção, na análise
e na interpretação da literatura sobre o
assunto publicados em livros, periódicos,
artigos científicos, revistas e em sites da
internet. Concomitantemente, foi realizada
uma pesquisa de campo que procedeu
à observação dos fatos que ocorrem na
realidade, com:
•
profissionais
contábeis,
exclusivos e não exclusivos, sob
forma de entrevista com questionários
semiestruturados e específicos, contendo,
respectivamente, 15 e 16 questões,
variando entre abertas e fechadas, com
aplicação entre os dias 4 de maio a 3 de
junho de 2009;
•
fisco, sob modo de
entrevista, por meio de um questionário
semiestruturado, contendo 12 questões,
com a variação de abertas e fechadas,
realizada no dia 5 de junho de 2009, em
que o Srº João Herculano representou o
órgão da Receita Estadual.
Formaram o universo da pesquisa
116 profissionais da contabilidade de
68
Palmas – TO, todos registrados no
Conselho Regional de Contabilidade do
Tocantins. Desse universo, 47 afirmaram
prestar serviços a empresas do lucro real
– população relacionada, participaram da
pesquisa 66% dessa população, ou seja, 31
profissionais responderam ao questionário.
No entanto 2 foram descartados, restando
então 29 questionários a serem avaliados,
que correspondem a 25% do universo
da pesquisa e a 62% da população
relacionada.
Por fim, fez-se a análise e a
interpretação desses dados, com base em
fundamentação teórica consistente, com
o objetivo de compreender e explicar o
problema pesquisado. Essa coleta de dados
exigiu uma pesquisa mais apropriada à
natureza do tema e, ainda, a definição das
técnicas que foram empregadas para o
registro e análise. “A pesquisa de campo
é uma fase que é realizada após o estudo
bibliográfico, para que o pesquisador tenha
um bom conhecimento sobre o assunto”
(MARCONI; LAKATOS, 1996, p. 18).
Em caráter exploratório e reflexivocrítico, a pesquisa de campo foi efetuada
em escritórios de contabilidade que
prestam serviços a empresas obrigadas
à utilização do Sped Contábil – para
avaliação da visão do profissional contábil;
e também com os profissionais contábeis
que trabalham internamente em empresas
que apuram seus impostos com base no
lucro real (nomeados de profissionais
exclusivos) – para avaliação de sua
visão como contador baseada na ótica da
empresa; e nas receitas Federal, Estadual
e Municipal – para avaliação da ótica do
fisco; sendo toda essa pesquisa executada
em Palmas – TO, com utilização de técnicas
padronizadas e conhecimentos adquiridos
na pesquisa bibliográfica, com o propósito
de descrever, no desenvolvimento deste
artigo, se serão positivos ou negativos
os reflexos que a implantação do SPED
Contábil poderá trazer àqueles que estão
submetidos à sua utilização.
4. RESULTADOS E CONCLUSÕES
No
desenvolvimento
desta
pesquisa, todo o trabalho de explanar
sobre o SPED, seus subprojetos, enfocar
principalmente a Escrituração Contábil
Digital, mapear o campo a quem foi
estendida sua utilização obrigatória e,
ainda, observar os reflexos gerados no
processo de implantação do sistema, foi
motivado principalmente pela necessidade
de demonstrar quais seriam o pontos
positivos e negativos que esse sistema
poderia proporcionar às empresas, aos
profissionais da contabilidade e ao fisco.
De acordo com a opinião dos
entrevistados na pesquisa de campo,
realizada entre os dias 4 de maio a 3
de junho de 2009, os que mais irão se
beneficiar com a implantação do SPED
Contábil são as autoridades tributárias,
pois entre os vários pontos positivos
proporcionados a essas, os principais
são: maior controle tributário sobre as
empresas participantes, compartilhamento
de cadastros e informações, auditorias
eletrônicas por meio do cruzamento de
dados, redução de ilícitos tributários, o
que certamente resulta em um aumento da
arrecadação.
Para as empresas, o principal
ponto positivo identificado (média de
48% das respostas) é a redução dos gastos
com impressão, encadernação e guarda
dos livros mercantis, que passam a ser
em formato digital, guardados em mídias.
Com isso, pode-se também dar ênfase
à responsabilidade ambiental dessas
empresas pela minimização do consumo
de papel.
Um benefício comum para os
empresas e profissionais da contabilidade
é a agilidade, segurança e praticidade da
certificação digital, que já atinge 100%
dos profissionais exclusivos e a 59% dos
demais entrevistados.
Dos
pontos
positivos
proporcionados aos profissionais contábeis,
identificados a partir da pesquisa, os mais
significativos são: a informatização da
Revista Integralização Universitária Palmas v. 2 - n. 4 - abr./ out. de 2009
69
rotina antes utilizada para autenticação dos
livros contábeis, com 21%, e a agilidade
dos procedimentos, com 26%. Da
opinião dos entrevistados em escritórios
contábeis, a valorização da contabilidade
e daqueles que estiverem qualificados para
administrarem a implantação e utilização
desse sistema somam 27% da opinião dos
profissionais exclusivos.
Quanto aos problemas e desafios
proporcionados pelo SPED Contábil
às empresas, o que mais se mostrou
significativo foi o sentimento de
insegurança gerado pelo fato de que
todos os seus registros contábeis estarão
disponíveis em um ambiente virtual,
inclusive dados considerados de sigilo,
com 45% da opinião dos profissionais de
escritórios contábeis.
É um ponto negativo expressivo,
por ser comum às empresas e aos
profissionais contábeis a necessidade de
um aumento de recursos a serem aplicados
na área de TI, com 17% da opinião dos que
trabalham em empresas contábeis e 22%
da opinião dos contadores exclusivos.
Conforme os dados obtidos, para
os profissionais da área de contabilidade,
os principais pontos negativos a serem
superados são: a falta de conhecimento
sobre o assunto, pois quase 70% dos
profissionais ainda não iniciaram o
processo de implantação do sistema,
também pode ser citada a não clareza da
legislação (50% dos que trabalham em
empresas contábeis acham que a legislação
só responde razoavelmente às suas
dúvidas sobre o assunto). Alegam ainda
não terem acompanhamento por parte
dos órgãos administradores do sistema,
e têm dificuldade em encontrar pessoal
qualificado e informado para trabalhar
em meio a tantas mudanças que os órgãos
tributários impõem à classe.
O fisco, mesmo em meio a tantos
benefícios, também poderá enfrentar
alguns problemas nesse processo
de implantação do SPED Contábil
inicialmente. A dificuldade se resume
Revista Integralização Universitária Palmas v. 2 - n. 4 - abr./ out. de 2009
em fazer as empresas se adaptarem
ao sistema, em seguida recepcionar e
armazenar o grande volume de dados
gerados e enviados por essas empresas
participantes e, ainda, aprimorar a
TI para tratamento desses dados e,
respectivamente, transformá-los em
informações, com ênfase à manutenção
do sigilo dessas informações.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Sabe-se que constantes são as
mudanças que os profissionais contábeis
e empresários de hoje e também aqueles
que estão prestes a entrar no mercado
de trabalho enfrentam, e muito ainda
hão de enfrentar para desenvolver
corretamente sua função. O SPED é
uma dessas mudanças, uma revolução da
sistemática até então utilizada pelos órgãos
fiscalizadores, com intuito de estar a par
da situação financeira, fiscal e contábil dos
contribuintes, auditando eletronicamente
todo o trabalho feito pelo contador e sua
equipe, conforme os dados apresentados
pela empresa.
Campos (2009, p. 1) afirma que
“aceitar e nos adaptar às mudanças que
ocorrem à nossa volta, nem sempre é
confortável. Mudar, para alguns, acaba
sendo extraordinariamente complicado e
até traumático, pois se trata de fazer uma
re-análise dos conceitos e atitudes”.
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