ISSN 2236-3866 © 2011 Evolução e Conservação da Biodiversidade e autores Acesso livre em www.simposiodabiodiversidade.com.br/ecb COLEÇÕES PARTICULARES DE ORQUÍDEAS NA CIDADE DE RIO PARANAÍBA E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA IDENTIFICAÇÃO DOS GÊNEROS NATIVOS DA REGIÃO PRIVATE ORCHID COLLECTION IN RIO PARANAIBA CITY AND A ITS CONTRIBUTION FOR IDENTIFICATION NTIFICATION OF NATIVE NATIV GENERA FROM REGION Herika Paula Pessoa1, Ana Cláudia Silva Lima1, Dinaíza Abadia Rocha Reis1, Rayra Fernanda Argento1, Marlon Corrêa Pereira2 1 Graduando em ciências biológicas, Campus de Rio Paranaíba – Universidade Federal de Viçosa Professor Adjunto, Campus de Rio Paranaíba – Universidade Federal de Viçosa. [email protected] 2 RESUMO Orchidaceae é uma das maiores famílias entre as angiospermas. angiospermas. Estima-se Estima no Brasil de 2500 a 3000 espécies e aproximadamente 25% destas são encontradas no bioma cerrado. No entanto, o desbravamento de áreas naturais e o aumento da coleta predatória são fatores que ameaçam a diversidade das orquídeas. Objetivou-se Objetivou neste trabalho avaliar a existência de colecionadores de orquidáceas na cidade de Rio Paranaíba e entrevista-los entrevista los quanto aos vários aspectos das plantas colecionadas. Quando coletadas na região, buscou-se buscou se identificar o gênero e confirmar a presença nos fragmentos fragmentos de Cerrado citados. O hábito de realizar coletas irregulares de orquídeas é bastante comum entre moradores de Rio Paranaíba (39,7% dos entrevistados). Os gêneros identificados foram: Cyrtopodium, Cattleya, Cattleya Oncidium e Sophronites. Nas visitas ao campo, indivíduos desse gênero não foram encontrados, o que indica a necessidade de ações de educação ambiental que visem proteger a biodiversidade da família. Palavras chave: Orchidaceae, Cerrado, coleta predatória, Alto Paranaíba. ABSTRACT Orchidaceae is one of the largest families of angiosperms. It is estimated 2500 to 3000 species in Brazil and approximately 25% of these are found in Cerrado. However, the clearing of natural areas and increased predation are factors that threaten the diversity of orchids. The objective of this study was to evaluate the existence of orchid collectors in Rio Paranaíba city and interview them regarding various aspects of collected plants. When collected in the region, we sought to identify the genus and confirm their presence in Cerrado fragments reported. The habit of irregular collections of orchids is quite common among residents of Rio Paranaíba (39.7% of respondents). The genera identified were: Cyrtopodium, Cattleya, Oncidium and Sophronitis. Sophronitis During field visits, individuals dividuals representing these genera were not found, indicating the requirement to develop environmental education activities aiming to protect the biodiversity of this family. Key words: Orchidaceae,, Cerrado, predatory collects, Alto Paranaiba. Evolução e Conservação da Biodiversidade |Volume 2 Nº 1 | 2011 29 ISSN 2236-3866 © 2011 Evolução e Conservação da Biodiversidade e autores Acesso livre em www.simposiodabiodiversidade.com.br/ecb INTRODUÇÃO A família Orchidaceae é considerada uma das maiores dentre as angiospermas, seu grupo compõe compõe-se de aproximadamente 785 gêneros e o número estimado de espécies varia de 25000 a 30000 sendo que podem ser plantas epífitas - grande parte -,, rupícolas ou terrestres (Mabberley 1997, Cribb et al. 2003, Pinheiro et al. 2004). As orquídeas possuem características morfológicas e reprodutivas bastante variadas e especializadas, este é provavelmente ovavelmente um dos fatores que lhes permitiram espalhar-se se em uma grande variedade de ambientes na natureza (Benzing et al. 1981, 1982). São encontradas em todos os ambientes, com exceção das regiões polares e desérticas, e os principais centros de diversidade diversi são as regiões tropicais da América e Ásia (Christenson 2004). No Brasil, estima-se se que ocorram 195 gêneros e entre 2500 a 3000 espécies distribuídas por todos os biomas (Barros ( 1996, Nogueira 2004). É o terceiro país mais rico em espécies, depois da d Colômbia e do Equador (Barros 1996, Dressler 1981, 1993). Orchidaceae tem sido apontada como uma das cinco famílias mais representativas da flora do Cerrado, sendo que aproximadamente 25% (500-600) (500 das espécies de Orquídeas encontradas no Brasil estão neste ste bioma (Pabst e Dungs 1975, Mendonça et al. 1998). Rio Paranaíba encontra-se se em um local privilegiado por apresentar em suas proximidades biomas ricos em biodiversidade. Esses, no entanto, têm sofrido grandes ameaças, uma vez que a região se tornou fronteira teira agrícola nos anos 70/80. A vegetação nativa está sendo substituída pelas plantações, além disso, a mineração, outra atividade responsável pela degradação ambiental, ainda existe especialmente nos afluentes do rio Abaeté. Embora bastante explorados, restam r resquícios de Cerrado e Mata Atlântica na região, os quais precisam ser restaurados e preservados. As orquidáceas são alvos freqüentes de coletas irregulares, pois suas flores apresentam um grande potencial ornamental que atrai a atenção de colecionadores adores e movimentam o mercado de plantas ornamentais (Pereira ( 2001, Rocha & Waechter 2006, Bechtel et al. 1992). Dessa forma, este trabalho teve como objetivo avaliar a existência de colecionadores de orquídeas entre os moradores da cidade de Rio Paranaíba e entrevistá-los los para verificar a origem das plantas colecionadas, a visão que têm das conseqüências ambientais provocadas pelas coletas irregulares e identificar alguns dos gêneros de orquídeas ocorrentes na região do Alto Paranaíba a partir de espécimes nativos da região mantidos nas coleções. MATERIAL E MÉTODOS Foram realizadas entrevistas aleatórias aos moradores ores de quatro regiões distintas de Rio Paranaíba com o intuito de descobrir pessoas que possuem exemplares de orquídeas em suas residências. Os bairros visitados foram Centro, Novo Rio, São Francisco e Alto Santa Cruz. Em cada bairro foram abordados morad moradores de aproximadamente dez casas. Todas as pessoas entrevistadas foram “identificadas” através de seu endereço e responderam a um questionário com perguntas direcionadas paras se obter as seguintes informações: posse ou não de uma coleção de orquídeas; em m casos afirmativos, qual a origem dessas plantas; se nativas, onde coletadas; qual a visão dos entrevistados quanto aos impactos da coleta predatória e quais cuidados especiais eles possuem com suas plantas. Nas residências em que os colecionadores afirmaram ram posse de orquídeas nativas da região do Alto Paranaíba, os exemplares foram fotografados, com a permissão dos proprietários, e posteriormente identificados em nível de gênero através de literatura específica (Miller et al. 2003). Evolução e Conservação da Biodiversidade |Volume 2 Nº 1 | 2011 30 ISSN 2236-3866 © 2011 Evolução e Conservação da Biodiversidade e autores Acesso livre em www.simposiodabiodiversidade.com.br/ecb A fim de realizar uma análise superficial de equivalência entre a quantidade e diversidade de espécies de orchidaceae encontradas nas coleções particulares com as espécies observadas em seu ambiente natural, três locais citados por muitas pessoas como pontos de coleta foram visitados: itados: Morro do Peão, Fazenda Imaculada e “pocinho” da Rita. RESULTADOS Através dos questionários foi possível concluir que o hábito de colecionar orquídeas é bastante difundido entre os moradores de Rio Paranaíba. Em todos os bairros pesquisados verificou-se a existência de coleções particulares. No bairro Alto Santa Cruz 78% das casas visitadas possuem orquídeas, no bairro Novo Rio 72%, no bairro São Francisco 50% e no centro 65%. Foram encontrados diversos tipos de coleções de orquídeas: compostas compost apenas por plantas coletadas, compostas apenas por plantas compradas e mistas com parte coletada e parte comprada. As orquídeas compradas correspondem a 60,3% do total de espécimes analisados, no entanto a maioria das coleções encontradas são mistas. Oss colecionadores detêm grande conhecimento dos cuidados necessários para o desenvolvimento das orquídeas que possuem, por exemplo: a freqüência com que o substrato deve ser trocado, a quantidade de luz e água ideais, quais produtos químicos que devem ser utilizados tilizados no caso de sintomas de uma ou outra patologia, etc. Além disso, conhecem a distribuição das orquídeas na região, apontando locais com mais incidência de um ou outro tipo. A partir das fotos feitas dos espécimes presentes nas coleções particulares foi possível identificar quatro gêneros de orquídeas presentes na região: Cattleya, Cyrtopodium,, Oncidium e Sophronites. Nas visitas realizadas a locais citados como pontos de coleta identificouidentificou se poucos ou nenhum exemplar de orquídea. Em alguns locais, observou-se a coleta de xaxins, que são freqüentemente utilizados como substrato para cultivo das orquídeas retiradas da natureza. DISCUSSÃO E CONCLUSÕES Os colecionadores detêm um grande saber popular no que diz respeito às orquideas do Alto Paranaíba. Esse deve ser explorado a fim de se obter um maior conhecimento da distribuição e demais características de indivíduos da família Orchidaceae na região. Este tipo de estudo é praticamente inexistente em fragmentos florestais de áreas de Cerrado, sendo encontradas apenas informações sobre estudos florísticos para o Distrito Federal (Proença et al. 2000, 2001). Entre os moradores de Rio Paranaíba o hábito de realizar coletas irregulares nos fragmentos florestais é comum, de forma que muitos espécimes são retirados de seu ambiente natural. Isso certamente traz prejuízos para o ambiente onde as orquídeas estavam inseridas e reduz o número de espécimes no campo. Segundo Suzuki (2005) as orquídeas constituem excelentes bioindicadores ambientais, sejam elas terrestres, epífitas ou rupículas, pois são sensíveis às interferências antrópicas em virtude da ocupação de nichos especializados. Após os anos setenta, a produção agropecuária cresceu expressivamente na região do Alto Paranaíba, o que demandou a derrubada de áreas naturais para o plantio das lavouras. Com isso, a diminuição da abundância e diversidade de orquídeas observadas nos fragmentos florestais pode ser uma resposta aos impactos ambientais gerados por esta expansão agrícola e não somente conseqüência da coleta predatória. A perturbação de áreas naturais acarreta redução da riqueza de epífitos vasculares como indicam os estudos de Budowski (1965), Pinto et al. (1995) e Barthlot et al. (2001), no entanto, a baixa diversidade de orquídeas verificada ve nas Evolução e Conservação da Biodiversidade |Volume 2 Nº 1 | 2011 31 ISSN 2236-3866 © 2011 Evolução e Conservação da Biodiversidade e autores Acesso livre em www.simposiodabiodiversidade.com.br/ecb áreas visitadas podem ter outras causas. Os fragmentos visitados podem, por exemplo, ser de mata secundária em desenvolvimento, e por isso, as orquídeas não foram encontradas porque ainda não colonizaram o ambiente. Para que o processo de colonização co aconteça, as sementes diminutas e com pouca reserva nutricional das orchidaceae, devem obrigatoriamente estar associadas a fungos simbiontes (Arditti 1990, Rasmussen 1995, Peterson et al. 1998, Pereira et al. 2003). Esta associação apresenta diferentes rentes níveis de especificidade a depender da espécie de orquídea, sendo que, a colonização da planta pelo fungo adequado é indispensável para a germinação das sementes, para o desenvolvimento do protocórmio e da plântula, e também é um importante fator na distribuição das orquídeas na natureza (Hadley e Pegg 1989, Rasmussen 1995, Mckendrick et al. 2001, Peterson et al. 1998, 2004). Assim, uma hipótese a ser testada em futuros trabalhos, seria a inexistência de fungos simbiontes adequados nos fragmentos visitados, itados, o que teria impossibilitado o desenvolvimento de orquídeas nestas áreas. Entre os moradores entrevistados uma pequena quantidade demonstrou possuir consciência efetiva dos impactos ambientais que a coleta predatória provoca. Grande maioria se mostrou mostr receoso em responder a esta pergunta e em vários casos foi possível perceber que embora saibam que não é correto coletar não estão dispostos a abandonar seu hábito. Isso aponta para a necessidade do desenvolvimento imediato de ações de educação ambientall que alcancem a todas as camadas da sociedade de Rio Paranaíba, para que informando e conscientizando se garanta a manutenção da biodiversidade não apenas das orquídeas, mas também de outras espécies de interesse que ocorrem nos fragmentos nativos da região. regi AGRADECIMENTOS A Universidade Federal de ViçosaViçosa Campus Rio Paranaiba por oferecer todo o suporte necessário à conclusão do trabalho. REFERÊNCIAS Arditti J, Ernst R, Yam TW, Glabe C. (1990) The contributions of orchid mycorhrizae fungi to seed germination: a speculative review. Lindleyana, 5(4): 249-255. 255. Barros F. (1996) Notas taxonômicas para as espécies brasileiras dos gêneros Epidendrum, Platystele, Platyste Pleurothallis e Scaphyglottis (Orchidaceae). Acta Botanica Brasilica,, 10: 139-151. 139 Barros F. (1987) Orchidaceae. Pp. 125-130. 125 In: A.M. Giulietti; N.L. Menezes; J.R. Pirani; M. Meguro & M.G.L. Wanderley (eds.). 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