PANORAMA DAS INTERNAÇÕES POR CONDIÇÕES SENSÍVEIS À ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SANTARÉM-PA Tarcys Mallony Teixeira Printes Camila Santos do Amaral Fernando Costa Araújo Zilma Nazaré de Souza Pimentel BELÉM 2013 INTRODUÇÃO A OMS aponta as Doenças Crônicas Não Transmissíveis como responsáveis por 58,5% de todas as mortes no mundo e por 45,9% da carga global de doenças. No Brasil elas são responsáveis por aproximadamente 62% dos óbitos (OMS, 2008). Existem, ainda, poucos estudos que avaliem a qualidade da atenção básica por meio das internações hospitalares por condições sensíveis a atenção primária. O estudo aborda o impacto da ESF no percentual de internações durante 6 anos, dos casos registrados de Diabetes, Hipertensão, Asma e Pneumonias. Santarém é um município localizado no Oeste do Pará, com população estimada de 291.122 habitantes, 31.633 da zona rural (30,35% da população). OBJETIVOS GERAL Avaliar o impacto gerado pela atuação das equipes da Estratégia Saúde da Família nas internações hospitalares ocorridas entre os anos de 2006 a 2011 relacionadas a pneumonias, asma, hipertensão e diabetes no município de Santarém. OBJETIVOS ESPECÍFICOS Construir um mapa de Santarém identificando quais áreas/bairros recebem assistência da Estratégia Saúde da Família e quais recebem outro tipo de assistência, incluindo a área rural do município. Identificar o percentual da população de Santarém que é atendido pela ESF e o percentual que recebe outra assistência em saúde na atenção básica. Verificar o percentual de casos das doenças elencadas em relação ao total de internações ocorridas no período que compreende os anos de 2006 a 2011. Fazer o comparativo, no que se refere ao total de internações, e a comparação com as doenças elencadas no período de 2006 a 2011, entre os bairros atendidos pela ESF e os que recebem outro tipo de atendimento. MÉTODO estudo quantitativo-descritivo, de caráter transversal, retrospectivo baseado em dados secundários a respeito das internações hospitalares (IHs) ocorridas nos anos de 2006 a 2011 fornecidos pelo setor de estatística do Hospital Municipal de Santarém (HMS) Foi feita a associação das Internações por Condições sensíveis á Atenção Primária (ICSAP) com a qualidade da atenção primária ofertada pela Estratégia Saúde da Família (ESF) no período de 2006 a 2011 no município de Santarém. Coleta dos dados – HOSPUB/HMS; Banco de dados HMS; SIAB; SEMSA. Critérios de inclusão e exclusão RESULTADOS E DISCUSSÃO TABELA 1 – SITUAÇÃO ATUAL DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA EM SANTARÉM – PA – POPULAÇÃO URBANA COBERTA PELA ESF. SITUAÇÃO DOS BAIRROS POPULAÇÃO (%) COM COBERTURA DA ESF 45,13% SEM COBERTURA DA ESF 54,87% FONTE: SISTEMA DE INFORMAÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA; GOOGLE EARTH E SEMSA FIGURA 1 – IDENTIFICAÇÃO DAS ÁREAS DE ATUAÇÃO DA ESF EM SANTARÉM DE ACORDO COM BAIRRO DE LOCALIZAÇÃO E ABRANGÊNCIA DE CADA USF. FONTE: SISTEMA DE INFORMAÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA; GOOGLE EARTH E SEMSA TABELA 2 – DISTRIBUIÇÃO DAS EQUIPES DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA DE ACORDO COM OS BAIRROS DE LOCALIZAÇÃO E MODALIDADE DE UNIDADES DE SAÚDE DA FAMÍLIA – 2011 ÁREA VERDE Nº EQUIPES 1 MOD. USF P DIAMANTINO 2 P; P 6.200 3,02 ESPERANÇA 2 P; P 5.242 2,56 FLORESTA JADERLÂNDIA JARDIM SANTARÉM MAICÁ 1 1 P P 3.340 3.192 1,63 1,56 2 P; 1 9.997 4,87 1 2 6.128 2,99 MARACANÃ 2 P; 1 9.697 4,73 MARARU 1 1 3.284 1,60 MATINHA 2 P; 1 4.660 2,27 SANTANA 2 P; 2 7.701 3,75 SANTARENZINHO 2 P; 2 8.810 4,29 URUARÁ 2 P; 1 6.906 3,37 TOTAL 21 - 77.884 37,96 BAIRRO DA USF POP. COBERTA 2.727 %POP 1,33 FONTE:SEMSA E IBGE TABELA 3 – DISTRIBUIÇÃO DE EQUIPES DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA CONFORME LOCALIDADE E MODALIDADE DE UNIDADES DE SAÚDE DA FAMÍLIA - 2012. LOCALIDADE DA USF Nº EQUIPES MOD. USF POP. COBERTA %POP. ABARÉ I 1 2 2944 3,29 ALTER DO CHÃO 1 2 3625 4,05 CIPOAL 1 1 3798 4,25 JACAMIM 1 1 2826 3,16 MOJUI DOS CAMPOS 1 1 4908 5,49 SÃO BRAZ 1 P 3429 3,83 TABOCAL 1 P 2094 2,34 TOTAL 7 - 23624 26,42 FONTE:SEMSA E IBGE FIGURA 2 – DISTRIBUIÇÃO DAS INTERNAÇÕES HOSPITALARES DEVIDAS A DIABETES SEGUNDO BAIRROS DE PROCEDÊNCIA NOS ANOS DE 2006 A 2011. 59,2% 40,8% 18,4% 12,6% 9,8% 9,2% 7,5%6,9% 8,0% 6,3% 9,2% 4,0% 4,6%3,4% 2006 2007 2008 2009 Bairros não cobertos 2010 2011 Total Bairros cobertos FONTE: HOSPUB – HOSPITAL MUNICIPAL DE SANTARÉM (HMS). FIGURA 3– DISTRIBUIÇÃO DAS INTERNAÇÕES HOSPITALARES DEVIDAS A CRISE HIPERTENSIVA SEGUNDO BAIRROS DE PROCEDÊNCIA NOS ANOS DE 2006 A 2011. 57,7% 42,3% 16,3% 13,8% 13,8% 11,4% 6,5% 6,5%5,7% 5,7% 5,7%5,7%6,5% 2,4% 2006 2007 2008 2009 Bairros não cobertos 2010 2011 Total Bairros cobertos FONTE: HOSPUB – HOSPITAL MUNICIPAL DE SANTARÉM (HMS). FIGURA 4 – DISTRIBUIÇÃO DAS INTERNAÇÕES HOSPITALARES DEVIDAS A ASMA/PNEUMONIA E SEGUNDO BAIRROS DE PROCEDÊNCIA NOS ANOS DE 2006 A 2011. 56,0% 44,0% 10,9% 9,6% 8,5%6,2%6,6% 6,2%9,3%7,9% 9,7%6,4% 7,7%11,0% 2006 2007 2008 2009 Bairros não cobertos 2010 2011 Total Bairros cobertos FONTE: HOSPUB – HOSPITAL MUNICIPAL DE SANTARÉM (HMS). FIGURA 5 – DISTRIBUIÇÃO PERCENTUAL DAS INTERNAÇÕES HOSPITA-LARES PARA TRATAMENTO DE ASMA E PNEUMONIA SEGUNDO LOCAL DE PROCEDÊNCIA ENTRE OS ANOS DE 2006 E 2011. 8,1% 23,7% SANTARÉM URBANA ZONA RURAL OUTROS MUNIC.. 68,3% FIGURA 6 – DISTRIBUIÇÃO PERCENTUAL DAS INTERNAÇÕES HOSPITA-LARES PARA TRATAMENTO DE CRISE HIPERTENSIVA SEGUNDO LOCAL DE PROCEDÊNCIA ENTRE OS ANOS DE 2006 E 2011. 14,4% SANTARÉM URBANA ZONA RURAL OUTROS MUNIC.. 14,9% 70,7% FIGURA 7 – DISTRIBUIÇÃO PERCENTUAL DAS INTERNAÇÕES HOSPITA-LARES PARA TRATAMENTO DE DIABETES SEGUNDO LOCAL DE PROCEDÊNCIA ENTRE OS ANOS DE 2006 E 2011. 14,4% SANTARÉM URBANA ZONA RURAL OUTROS MUNIC.. 18,9% 66,7% FIGURA 8 – TOTAL GERAL EM MILHARES DE INTERNAÇÕES OCORRIDAS NO PERÍODO DE 2006 E 2011 E PERCENTUAL DE INTERNAÇÕES DE ÁREAS NÃO COBERTAS E COBERTAS PELA ESF. CONCLUSÃO Uma alta taxa de internações por condições sensíveis à atenção primária – indicador para se avaliar a efetividade de programas e ações governamentais. Áreas atendidas por pelo menos uma equipe de ESF são, visivelmente, as que menos se apresentam como procedência dos casos de hospitalização. Resultado da pesquisa ficou aquém do esperado Equipes de ESF contam com uma área de abrangência que não corresponde ao seu número de recursos humanos. CONCLUSÃO Infraestrutura. Acreditamos que execução de programas e atendimentos livres voltados à prevenção e promoção da saúde é o carro-chefe da medicina moderna. Quebrando o ciclo exposição-causa-consequência, conseguiremos deter o evitável. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALFRADIQUE, Maria Elmira. et al. Internações por condições sensíveis à atenção primária: a construção da lista brasileira como ferramenta para medir o desempenho do sistema de saúde (Projeto ICSAP – Brasil) Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/csp/v25n6/16.pdf, acesso em 10 de junho de 2011. CONILL, Eleonor Minho. Ensaio histórico-conceitual sobre a Atenção Primária à Saúde: desafios para a organização de serviços básicos e da Estratégia Saúde da Família em centros urbanos no Brasil. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 2008 . Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo .php?script=sci_ arttext&pid=S0102-311X2008001300002&lng=en&nrm=iso>. acesso em 10 June 2011. doi: 10.1590/S0102-311X2008001300002 BARCELÓ, Alberto. et al. The cost of diabetes in Latin America and the Caribbean. 2003 Disponível em: http://www.who.int/bulletin/ Barcelo0103.pdf. Acesso em 10 de junho de 2011. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). Fatos. Recife, 2006. Disponível em : http://www.who.int/respiratory/gard/events/Fact%20sheet%20 Launch%20Brazil%20Portuguese.pdf. Acesso em 10 de junho de 2011. OBRIGADO!