2014
Leia os textos 1, 2 e 3 para responder às questões de 01 a 05.
Texto 1
Discurso do presidente do Uruguai, José Pepe Mujica, na Assembleia da ONU/2013
Sou do sul e venho do sul a esta Assembleia, carrego inequivocamente os milhões de compatriotas pobres, nas cidades, nos
desertos, nas selvas, nos pampas, nas depressões da América Latina, pátria de todos que está se formando.
Carrego as culturas originais esmagadas com os restos de colonialismo nas Malvinas, com bloqueios inúteis a este jacaré
sob o sol do Caribe que se chama Cuba. Carrego as consequências da vigilância eletrônica, que não faz outra coisa que
não despertar desconfiança. Desconfiança que nos envenena inutilmente. Carrego uma gigantesca dívida social com a
necessidade de defender a Amazônia, os mares, nossos grandes rios na América. Carrego o dever de lutar por pátria para
todos.
Nossa civilização montou um desafio mentiroso e, assim como vamos, não é possível satisfazer esse sentido de
esbanjamento que se deu à vida. Isso se massifica como uma cultura de nossa época, sempre dirigida pela acumulação e
pelo mercado.
Prometemos uma vida de esbanjamento, e, no fundo, constitui uma conta regressiva contra a natureza, contra a
humanidade no futuro. Civilização contra a simplicidade, contra a sobriedade, contra todos os ciclos naturais.
O pior: civilização contra a liberdade que supõe ter tempo para viver as relações humanas, as únicas que transcendem: o
amor, a amizade, aventura, solidariedade, família.
Civilização contra tempo livre que não é pago, que não se pode comprar, e que nos permite contemplar e esquadrinhar o
cenário da natureza. Arrasamos a selva, as selvas verdadeiras, e implantamos selvas anônimas de cimento. Enfrentamos o
sedentarismo com esteiras, a insônia com comprimidos, a solidão com eletrônicos, porque somos felizes longe da
convivência humana.
Ouvimos da biologia que defende a vida pela vida, como causa superior, e a suplantamos com o consumismo funcional à
acumulação.
A política, eterna mãe do acontecer humano, ficou limitada à economia e ao mercado. De salto em salto, a política não pode
mais que se perpetuar, e, como tal, delegou o poder, e se entretém, aturdida, lutando pelo governo. Debochada marcha de
historieta humana, comprando e vendendo tudo, e inovando para poder negociar de alguma forma o que é inegociável. Há
marketing para tudo, para os cemitérios, os serviços fúnebres, as maternidades, para pais, para mães, passando pelas
secretárias, pelos automóveis e pelas férias. Tudo, tudo é negócio.
Todavia, as campanhas de marketing caem deliberadamente sobre as crianças, e sua psicologia para influir sobre os adultos e
ter, assim, um território assegurado no futuro. Sobram provas de que essas tecnologias são bastantes abomináveis e que, por
vezes, conduzem a frustrações e mais.
O homenzinho médio de nossas grandes cidades perambula entre os bancos e o tédio rotineiro dos escritórios, às vezes
temperados com ar condicionado. Sempre sonha com as férias e com a liberdade, sempre sonha com pagar as contas, até
que, um dia, o coração para, e adeus. Haverá outro soldado abocanhado pelas presas do mercado, assegurando a
acumulação. A crise é a impotência, a impotência da política, incapaz de entender que a humanidade não escapa nem
escapará do sentimento de nação. Sentimento que está quase incrustado em nosso código genético.
Hoje é tempo de começar a talhar para preparar um mundo sem fronteiras. A economia globalizada não tem mais
condução que não seja o interesse privado, de muitos poucos, e cada Estado Nacional mira sua estabilidade continuísta, e
hoje a grande tarefa para nossos povos, em minha humilde visão, é o todo.
Talvez nosso mundo necessite menos de organismos mundiais, desses que organizam fóruns e conferências, que servem
muito às cadeias hoteleiras e às companhias aéreas e, no melhor dos casos, não reúnem ninguém e nem se transformam
em decisões.
Continuarão as guerras e, portanto, os fanatismos, até que, talvez, a mesma natureza faça um chamado à ordem e torne
inviáveis nossas civilizações. Talvez nossa visão seja demasiado crua, sem piedade, e vemos ao homem como uma criatura
única, a única que há acima da terra capaz de ir contra sua própria espécie. Volto a repetir, porque alguns chamam a crise
ecológica do planeta de consequência do triunfo avassalador da ambição humana. Esse é nosso triunfo e também nossa
derrota, porque temos impotência política de nos enquadrarmos em uma nova época. E temos contribuído para sua
construção sem nos dar conta.
A cobiça, tão negativa e tão motor da história, essa que impulsionou o progresso material, técnico e científico, que fez o que
é nossa época e nosso tempo, um fenomenal avanço em muitas frentes, paradoxalmente, essa mesma ferramenta, a cobiça,
que nos impulsionou a domesticar a ciência e transformá-la em tecnologia, nos precipita a um abismo nebuloso. A uma
1
história que não conhecemos, a uma época sem história, e estamos ficando sem olhos nem inteligência coletiva para seguir
colonizando e para continuar nos transformando.
Porque se há uma característica deste bichinho humano é a de que é um conquistador antropológico.
Parece que as coisas tomam autonomia e essas coisas subjugam os homens. De um lado a outro, sobram ativos para
vislumbrar tudo isso e para vislumbrar o rombo. Mas é impossível para nós coletivizar decisões globais por esse todo. A
cobiça individual triunfou grandemente sobre a cobiça superior da espécie. Aclaremos: o que é "tudo", essa palavra simples,
menos opinável e mais evidente? Em nosso Ocidente, particularmente, porque daqui viemos, embora tenhamos vindo do
sul, as repúblicas, que nasceram para afirmar que os homens são iguais, que ninguém é mais que ninguém, que os
governos deveriam representar o bem comum, a justiça e a igualdade. Muitas vezes, as repúblicas se deformam e caem no
esquecimento da gente que anda pelas ruas, do povo comum.
Não foram as repúblicas criadas para vegetar, mas, ao contrário, para serem um grito na história, para fazer funcionais as
vidas dos próprios povos e, portanto, as repúblicas que devem às maiorias e devem lutar pela promoção das maiorias.
Seja o que for, por reminiscências feudais que estão em nossa cultura, por classismo dominador, talvez pela cultura
consumista que rodeia a todos, as repúblicas frequentemente, em suas direções, adotam um viver diário que exclui, que se
distancia do homem da rua.
Ouçam bem, queridos amigos: em cada minuto no mundo se gastam US$ 2 milhões em ações militares nesta Terra. Dois milhões
de dólares por minuto em inteligência militar!! Em investigação médica de todas as enfermidades que avançaram enormemente,
cuja cura dá às pessoas uns anos a mais de vida, a investigação cobre apenas a quinta parte da investigação militar.
Amigos, creio que é muito difícil inventar uma força pior que nacionalismo chauvinista das grandes potências. A força é que
liberta os fracos. O nacionalismo, tão pai dos processos de descolonização, formidável para os fracos, se transforma em
uma ferramenta opressora nas mãos dos fortes e, nos últimos 200 anos, tivemos exemplos disso por toda a parte.
Até que o homem não saia dessa pré-história e arquive a guerra como recurso quando a política fracassa, essa é a larga
marcha e o desafio que temos daqui adiante. E o dizemos com conhecimento de causa. Conhecemos a solidão da guerra. No
entanto, esses sonhos, esses desafios que estão no horizonte, implicam lutar por uma agenda de acordos mundiais que
comecem a governar nossa história e superar, passo a passo, as ameaças à vida. A espécie como tal deveria ter um governo
para a humanidade que superasse o individualismo e primasse por recriar cabeças políticas que acudam ao caminho da
ciência, e não apenas aos interesses imediatos que nos governam e nos afogam.
Paralelamente, devemos entender que os indigentes do mundo não são da África ou da América Latina, mas da humanidade
toda, e esta deve, como tal, globalizada, empenhar-se em seu desenvolvimento, para que possam viver com decência de
maneira autônoma. Os recursos necessários existem, estão neste depredador esbanjamento de nossa civilização.
Há poucos dias, fizeram na Califórnia, em um corpo de bombeiros, uma homenagem a uma lâmpada elétrica que está acesa
há cem anos. Cem anos que está acesa, amigo! Quantos milhões de dólares nos tiraram dos bolsos fazendo deliberadamente
porcarias para que as pessoas comprem, comprem, comprem e comprem.
Mas esta globalização de olhar para todo o planeta e para toda a vida significa uma mudança cultural brutal. É o que nos
requer a história. Nosso dever biológico, acima de todas as coisas, é respeitar a vida e impulsioná-la, cuidá-la, procriá-la e
entender que a espécie é nosso “nós”.
Transcrição e tradução do discurso feitas por Kiko Nogueira.
Disponível em: <http://www.diariodocentrodomundo.com.br/>. Acesso em: 26 set. 2013. (Adaptado).
Texto 2
2
Os olhos de Sebastião Salgado já viram de tudo neste mundo (e isto talvez não seja exagero). Por oito anos, o fotógrafo
mineiro de 69 anos viajou por mais de 30 regiões extremas do globo, coletando imagens de dezenas de tribos, animais
em extinção e paisagens raras.
SALGADO, Sebastião. Disponível em: <www.estadao.com.br>. Acesso em: 2 out. 2013.
Disponível em: <ww1.folha.uol.com.br/ilustrada>. Acesso em: 2 out. 2013. (Adaptado).
Texto 3
Disponível em: <http://poavive.files.wordpress.com>. Acesso em: 2 out. 2013.
Questão 01
O Texto 1 é um trecho do discurso do presidente do Uruguai, José Mujica, na ONU.
a) Em relação às categorias de pessoa, tempo e espaço, quais recursos linguísticos marcam enunciativamente o gênero
"discurso" no texto? Dê exemplos.
b) Quais recursos linguísticos explicitam a presença do interlocutor no discurso de Mujica, contribuindo para sua inclusão
no plano da enunciação e para sua adesão às teses apresentadas pelo locutor? Exemplifique com uma frase do Texto 1.
Resolução:
a) O texto é um discurso de cunho político. Representante de um grupo de líderes de países que defendem uma ideologia contrária ao
capitalismo contemporâneo, o presidente uruguaio faz uso da primeira pessoa (singular e plural). Como o ponto de vista é sobre a
conjuntura atual, predomina o tempo presente. O espaço é marcado logo no início: “esta assembleia”, fórum internacional de
debates, na ONU, em que o discursante expõe argumentativamente suas ideias.
b) Para conseguir adesão de seus pares naquela assembleia da ONU, o presidente Mujica usa a primeira pessoa do plural, aliada aos
vocativos “amigos” e “amigo” em: “Ouçam bem, queridos amigos...”
Questão 02
Considerando o trecho "Porque se há uma característica deste bichinho humano é a de que é um conquistador antropológico"
(Texto 1),
a) explique a função de "porque" para o desenvolvimento da temática explorada por Mujica.
b) Além de bichinho, Mujica usa outra palavra no diminutivo. Transcreva-a do texto e explique o sentido que essa palavra
confere aos argumentos do presidente.
3
Resolução:
a) O conectivo que abre o parágrafo retoricamente reforça a ideia da contradição que marca a humanidade hoje: a ambição do
homem, que o levou a conquistas na ciência e na tecnologia, leva-o ao “abismo nebuloso”. Atualmente, segundo o discurso, valorizase a conquista individual em detrimento do avanço da coletividade.
b) “Historieta” (8º parágrafo) ”e “homenzinho” (10º parágrafo) são exemplos de vocábulos usados no diminutivo, com intenção
pejorativa. Assim como “bichinho”, os termos enfatizam a mediocridade da vida contemporânea, caracterizada pela valorização do
consumismo, da sociedade de mercado.
Questão 03
Explique por que o modelo de civilização apresentado por Sebastião Salgado (Texto 2) constitui um paradoxo em relação ao
modelo de civilização criticado por Mujica (Texto 1).
Resolução:
O paradoxo consiste na representação, no texto 2, de um modelo de civilização que vai de encontro ao modelo criticado pelo presidente
uruguaio. Na tela, os nativos são retratados em um vida em contato harmônico com a natureza, desfrutando coletivamente do tempo livre,
com total liberdade e alheios à mentalidade consumista.
Questão 04
O humor da charge (Texto 3) é criado por meio de uma ironia que incide sobre um argumento que não se sustenta.
a) Que argumento é esse? Explique por que esse argumento não se sustenta.
b) Cite um trecho do Texto 1 em que o presidente do Uruguai apresenta razões para a existência desse tipo de ironia.
Resolução:
a) A ironia se constrói sobre o argumento de que a perda da moradia seria compensada por um aumento de renda durante a Copa,
quando haveria maior quantidade de latinhas a serem recolhidas. Esse argumento não se sustenta, pois tal vantagem será temporária,
ao passo que a perda (da moradia) será definitiva.
b) “Debochada marcha de historieta humana, comprando e vendendo tudo, e inovando para poder negociar de alguma forma o que é
inegociável.”
Questão 05
A relação do homem com o tempo e o espaço está presente nos textos 1, 2 e 3. Nesse sentido, responda:
a) Como a noção de tempo livre é apresentada em cada um desses textos?
b) A palavra "selva" pode ser relacionada aos três textos apresentados, adquirindo diferentes sentidos em cada um deles.
Qual sentido essa palavra adquire em cada texto?
Resolução:
a) No texto 1, a noção de tempo livre é algo inacessível nos dias de hoje; no texto 2, apresenta-se como a essência de vida daqueles
nativos; e no texto 3, aparece implicitamente como uma referência irônica ao desemprego.
b) No texto 1, “selva” significa tanto o espaço natural, “as selvas verdadeiras”, - também representada na imagem do texto 2 -, quanto,
figurativamente, o espaço tomado pela urbanização (“selvas anônimas de cimento”) – ideia reforçada no texto 3.
Questão 06
Leia o poema a seguir.
MEU SONHO
Onde vais pelas trevas impuras,
Cavaleiro das armas escuras,
Macilento qual morto na tumba?...
Tu escutas... Na longa montanha
Um tropel teu galope acompanha?
E um clamor de vingança retumba?
Eu
Cavaleiro das armas escuras,
Onde vais pelas trevas impuras
Com a espada sanguenta na mão?
Por que brilham teus olhos ardentes
E gemidos nos lábios frementes
Vertem fogo do teu coração?
Cavaleiro, quem és? - que mistério,
Quem te força da morte no império
Pela noite assombrada a vagar?
Cavaleiro, quem és? o remorso?
Do corcel te debruças no dorso...
E galopas do vale através...
Oh! da estrada acordando as poeiras
Não escutas gritar as caveiras
E morder-te o fantasma nos pés?
O FANTASMA
Sou o sonho de tua esperança,
Tua febre que nunca descansa,
O delírio que te há de matar!...
AZEVEDO, Álvares de. Lira dos vinte anos. São Paulo: FTD, 1994. p. 209.
4
O poema transcrito emprega um recurso estrutural típico do gênero dramático e é representativo dos questionamentos
ultrarromânticos recorrentes nas faces Ariel/Caliban da poesia de Álvares de Azevedo. Considerando essa afirmação e a
análise do poema, responda:
a) que recurso estrutural típico do gênero dramático é utilizado no poema?
b) Que tema recorrente na obra de Álvares de Azevedo é abordado no poema?
Resolução:
a)
b)
A divisão do texto em duas falas representando o diálogo entre o “Eu” e o “Fantasma”. O nome que antecipa o discurso é uma
representação da estrutura dramática.
A evasão, o escapismo, representado no texto por um universo onírico que leva o eu-lírico a sonhar com um cavaleiro o qual
representa a proximidade da morte, revelada pela própria voz do Fantasma.
Questão 07
Leia o trecho a seguir.
Enquanto mamãe fazia os curativos eu só pensava no cavalinho que eu ia ganhar. Todos os dias quando acordava, a
primeira coisa que eu fazia era olhar se o pé estava desinchado. Seria uma maçada se vovô chegasse com o cavalinho e eu
ainda não pudesse montar [...].
Mas quando a gente é menino parece que as coisas nunca saem como a gente quer. Por isso é que eu acho que a gente
nunca devia querer as coisas de frente por mais que quisesse, e fazer de conta que só queria mais ou menos. Foi de tanto
querer o cavalinho, e querer com força, que eu nunca cheguei a tê-lo.
VEIGA, José J. Os cavalinhos de Platiplanto. In: Melhores contos J. J. Veiga. Seleção de J. Aderaldo Castello. 4. ed. São Paulo: Global,
2000. p. 30-31.
O trecho transcrito relata uma experiência vivida pelo protagonista do conto "Os cavalinhos de Plati-planto", da qual decorre
um sentimento negativo que será superado por meio da fusão entre os planos da realidade e da fantasia. Considerando o
trecho transcrito no contexto geral do conto, responda:
a) qual a experiência vivida pelo protagonista e o sentimento negativo dela decorrente?
b) Qual a estratégia utilizada para fundir os planos da realidade e fantasia e por que essa estratégia promove a superação
do sentimento negativo do protagonista?
Resolução:
a)
b)
O avô do protagonista lhe promete um cavalinho com arreio mexicano para que a criança deixe que seu pé seja lancetado. Com a
morte do avô, tal promessa não pode ser cumprida, gerando a frustração na criança.
A estratégia utilizada foi fugir da realidade por meio do sonho. Nesse a frustração de não ter o cavalinho prometido pelo avô, no
plano da realidade, acaba levando a criança a transpor para um universo mágico e imaginário o recebimento de vários cavalinhos
coloridos.
Questão 08
Liberdade, Liberdade, de Millôr Fernandes e Flávio Rangel, é uma peça que tematiza a restrição da liberdade no Brasil após o
golpe militar de 1964. Em sua composição, utilizam-se diversos gêneros textuais como canções, poemas, discursos políticos.
Considerando o exposto, responda:
a) no que se refere à temática, o que é discutido e o que é proposto a respeito da atitude política da sociedade brasileira?
b) No que se refere à composição, qual técnica artística e recurso de intertextualidade são empregados na peça?
Resolução:
a)
b)
A discussão gira em torno do posicionamento da sociedade brasileira vitimada pela opressão e a necessidade de buscar a liberdade.
A proposta é, por meio do teatro, despertar, alertar, discutir o papel do artista e da plateia em relação ao posicionamento político.
Quanto à composição, temos a originalidade de fundir personagem e atores por seus nomes unindo o plano da ficção ao da
realidade, um jogo de anti-ilusionismo.
O recurso da intertextualidade é constituído a partir da bricolagem, recortando e montando trechos de outras peças dentro da própria
peça, além do emprego da polifonia e do pastiche a partir de trechos da história.
5
Questão 09
Leia o poema e o trecho a seguir.
EU POSSO TRANSFORMAR O MUNDO
Tudo que está fora de mim é mais, muito mais do que eu.
Eu vi tudo, sem poder, eu vi sem alcançar seu vigor simples,
sua despojada beleza terrena.
Passaram por mim o dia, a luz, o tédio, a dignidade.
Eu estive sempre aquém de toda a beleza que cerca a vida.
Mas eu sou um homem, algo feito pelo que está aí fora
e por minha ideia e minhas mãos.
E posso transformar o mundo.
GARCIA, José Godoy. Poesias. Brasília: Thesaurus, 1999. p. 36.
[...] Em 1935, quatro anos depois de nossa chegada a Porto Alegre, eclodiu o fracassado levante que depois ficaria
conhecido como Intentona Comunista, dirigido contra o governo de Getúlio e chefiado por Luís Carlos Prestes. [...] Quatro
anos depois, em 1939, era assinado, pela União Soviética e pela Alemanha nazista, o pacto de não agressão que deixou
perplexos e confusos, quando não revoltados, os comunistas no mundo todo. E depois veio a denúncia dos crimes de Stálin
por Kruschev, a queda do muro de Berlim...
Muita gente nunca perdoou as mentiras, os enganos, a perda de seus sonhos. Não é meu caso. Na verdade, tenho mais
saudades do que rancores. Tenho saudades não do comunismo, que nunca cheguei a viver na prática, mas da visão do
comunismo que me animava, a visão de um mundo justo, igualitário.
SCLIAR, Moacyr. Eu vos abraço, milhões. 2. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2010. p. 246.
O eu lírico do poema e o protagonista do romance, nas obras citadas, distinguem-se tanto pela expectativa sobre o futuro
quanto pela forma de recomposição de suas memórias. Considerando o exposto, responda:
a) em relação à expectativa de futuro, em que se diferem os posicionamentos do eu lírico e do protagonista do romance?
b) Em relação às formas de recomposição da memória, em que se diferem as escolhas do eu lírico e do protagonista do
romance?
Resolução:
a)
b)
A expectativa de futuro do eu-lírico é positiva. Ele crê na capacidade própria de poder transformar o mundo com as próprias mãos. O
protagonista do romance, já velho, percebe que os sonhos adolescentes não foram transformadores para ele nem para o mundo.
O eu-lírico recompõe suas memórias a partir da ênfase dada mais ao social do que de si mesmo “tudo que está fora de mim é mais,
muito mais do que eu.” Enquanto o protagonista do romance recompõe a memória por um posicionamento mais pessoal do que
social. “Tenho saudades não do comunismo, que nunca chequei a viver na prática.”
Questão 10
Leia o trecho a seguir.
Mas o cortiço já não era o mesmo; estava muito diferente; mal dava ideia do que fora. O pátio, como João Romão
havia prometido, estreitara-se com as edificações novas; agora parecia uma rua, todo calçado por igual e iluminado por três
lampiões grandes simetricamente dispostos. [...] notavam-se por último na estalagem muitos inquilinos novos, que já não
eram gente sem gravata e sem meias. A feroz engrenagem daquela máquina terrível, que nunca parava, ia já lançando os
dentes a uma nova camada social que, pouco a pouco, se deixaria arrastar inteira lá para dentro.
AZEVEDO, Aluísio. O cortiço. 20. ed. São Paulo: Ática, 1997. p. 181-182.
O trecho transcrito ilustra as transformações física e social ocorridas no cortiço, que se relacionam com os novos rumos
estabelecidos por João Romão em sua vida. Considerando esse episódio no contexto geral do romance, responda:
a) que transformação física foi essa e qual sua causa imediata?
b) Que relação direta se estabelece entre as mudanças ocorridas na vida de João Romão e a transformação social dos
novos moradores do cortiço?
Resolução:
a)
b)
A transformação física foi a reconstrução do cortiço que foi iniciada após o segundo incêndio, provocado pela personagem Paula
(Bruxa)
A relação que se estabelece é a ascensão social e econômica de João Romão, que substitui, aos poucos, a forma da exploração para
atrair operários assalariados. Os novos moradores irão ocupar os mais de quatrocentos e cinquenta cômodos, configurando a nova
forma de exploração, a imobiliária.
6
1º DIA - GRUPO 2
Questão 11
Os campos magnéticos produzidos pelo corpo humano são extremamente tênues, variando tipicamente entre 10-15 T e 10-9 T .
O neuromagnetismo estuda as atividades cerebrais, registrando basicamente os sinais espontâneos do cérebro e as respostas
aos estímulos externos. Para obter a localização da fonte dos sinais, esses registros são feitos em diversos pontos. Na região
ativa do cérebro, um pequeno pulso de corrente circula por um grande número de neurônios, o que gera o campo magnético
na região ativa. As dificuldades em medir e localizar esse campo são inúmeras.
Para se compreender essas dificuldades, considere dois fios muito longos e paralelos, os quais são percorridos por correntes
de mesma intensidade i , conforme ilustrado no arranjo da figura acima. Desconsidere o campo magnético terrestre. Com
base no exposto,
Detector
h
60º
60º
i
i
a)
b)
calcule o módulo do campo magnético gerado pela corrente de cada fio no ponto em que se encontra o detector, em
função de h , i e  0 .
determine a intensidade da corrente i , em função de h , de  0 e do módulo do campo magnético B medido pelo
detector.
Resolução:
Detector
B2
30º
30º
30º
30º
30º
30º 30º
d
B1
d
h
60º
i1 = i
d
CO
hip
h 1 sen 60º
sen 60º   
d d
h
sen 60º 
1
3

d 2h
a)
B1  B2  B '
 0i
2d
 i  3
B'  0
4h
B' 
7
i2 = i
b)
B2
BR
B1

 
BR  B1  B2
BR2  B12  B22  2 B1B2 cos60º
BR2  B '2  B '2  2 B1B2 
1
 3 B '2
2
BR  B ' 3
0  i 3
 3
4h
B  4h
i
0  3
B
Questão 12
Os peixes da família Toxotidae, pertencentes à ordem dos Perciformes, naturais da Ásia e da Austrália, são encontrados em
lagoas e no litoral. Eles são vulgarmente chamados de peixes-arqueiros pela peculiar técnica de caça que utilizam. Ao longo
da evolução, tais peixes desenvolveram a extraordinária habilidade de atingir suas presas, geralmente insetos que descansam
sobre ramos ou folhas próximos à superfície da água, por meio de um violento jato de água disparado pela boca. Para
acertar seus alvos com tais jatos de água, instintivamente os peixes levam em conta tanto a retração da água quanto o ângulo
de saída do jato em relação à superfície da água. Conforme o exposto, considere um peixe-arqueiro que aviste um inseto a
uma distância d d e uma altura h , como indicado na figura.
Para os casos em que h  d ,
a) calcule a distância horizontal aparente, ou seja, a distância da presa percebida pelo peixe-arqueiro devido à refração,
supondo que a água possua um índice de retração n  2 ;
b) determine uma expressão para o módulo da velocidade inicial v0 do jato de água emitido pelo peixe-arqueiro em função de
d e da aceleração da gravidade g , supondo que a velocidade inicial forme um ângulo   60º com a superfície da água.
Resolução:
a)
x
h
45°
d
q
8
ar  sen 45º  a  sen 
2
 2  sen 
2
1
sen  
2
  30º
x
tg 30º 
h
x  h tg 30º
1
xh
3
3
b)
V
V0
V0y
60°
V0x
VOX
VOX
1
 VO  cos 60º  VO 
2
VO

2
VOY  VO  sen 60º  VO 
3
2
VO 3
2
Horizontal (mu)
S  SO  Vt
VOY 
S H  Vx  t
VO
t
2
2d
t
VO
d
Vertical (muv)
1
S  SO  VOt  at 2
2
1 2
SV  VoV t  aV t
2
d
 2d 
VO 3 2d 1

 g   

2
VO 2
 VO 
2 gd 2
VO 2
d  3d 
2 gd 
d
VO 2
VO 2 
VO 2 

2


3 1
2 gd

3 1
2 gd
VO  gd


3 1
2


3 1
9
Questão 13
A hibernação ou letargia é um mecanismo fisiológico utilizado por diferentes animais em condições climáticas adversas e em
caso de disponibilidade escassa de alimentos. As características da hibernação do urso-polar (Ursus Maritimus) tem sido
intensamente estudadas nos últimos 40 anos. Medidas realizadas por meio de técnicas de calorimetria indireta têm
demostrado que, no período de hibernação, os processos metabólicos, responsáveis pela produção da energia necessária à
sobrevivência do urso-polar, se reduzem essencialmente ao catabolismo de lipídios. Considere um urso-polar que
imediatamente antes do período de hibernação pese 600 kg e que perca 25% de sua massa corpórea ao final desse
período. De acordo com o exposto,
a) determine a quantidade de energia em calorias consumida pelo urso-polar durante a fase letárgica, sabendo que a
oxidação de 1 g de lipídios produz uma energia de aproximadamente 36 kJ e considerando que 1cal  4 J ;
b) o quociente respiratório QR de um organismo vivo é definido como a razão entre os volumes, por unidade de tempo, de
CO2 produzido e O2 absorvido. Diferentes estudos apontam que o QR é igual a 0, 7 no caso de ursos-polares em
hibernação. Sabendo que é produzida uma energia de aproximadamente 5 kcal por litro de oxigênio absorvido,
determine o volume total em m3 de CO2 produzido pelo urso-polar durante sua hibernação.
Resolução:
mlip  25% de mtotal  mlip 
1
 600
4
mlip  150 kg
a)
1g 
 9 kcal
150  103 g 
Q
36kJ  9 kcal
Q  1,35  109 cal
b)
5kcal 
1L
1,35  106 kcal 
VO2
VO2  0, 27  106 L
VO2  2,7  105 L
VCO2
QR 
VO2
VCO2  0,7  VO2  0,7  2,7  105
VCO2  1,89  105 L VCO2  1,89  105  103 m3
VCO2  189 m3
Questão 14
Leia o fragmento a seguir.
Após anos de resultados pouco expressivos, os números das exportações do setor automotivo voltaram a chamar a atenção
nos dados da indústria. De acordo com a Anfavea, as vendas para o exterior atingiram US $ 1, 67 bilhão em agosto. Este valor
apresenta um crescimento de 21, 7% em comparação ao mesmo mês de 2012.
FOLHA DE S. PAULO. São Paulo. 6 set. 2013, p. B1. (Adaptado).
De acordo com essas informações, calcule o valor das exportações do setor automotivo em agosto de 2012.
Resolução:
•
2013 (Agosto)  V  1,67 bilhões
•
 21,7%
2012 (Agosto)  V   ?
Temos:
V  1, 217  V 
1,67
V 
1, 217
V   1,37 bilhões
10
Questão 15
Na figura a seguir, as circunferências C1 , C2 , C3 e C4 , de centros O1 , O2 , O3 e O4 , respectivamente, e mesmo raio r , são
tangentes entre si e todas são tangentes à circunferência C de centro O e raio R .
Considerando o exposto, calcule em função de R , a área do losango cujos vértices são os centros O1 , O2 , O3 e O4 .
Resolução:
1
 2
Como as diagonais d1  d 2  2 R  2r o losango é um quadrado.
 2 
2r 2  2 R  2r
Rr r 2
Rr 2r r

2 1
R
2 1

2 1 2 1
r
r

R


2 1
2 1
 2r  2 R


2 1
S   2r    2 R

2

(Lado)

2 1 

2
(Área)


S  4R 3  2 2 
S  4R 2 2  2 2  1
2
Questão 16
Candidatos inscritos ao vestibular da UFG/2014-1 leram o livro O cortiço, com 182 páginas, de uma determinada edição,
iniciando-se na página 1 .
Considere que dois desses candidatos leram o livro do seguinte modo: o primeiro leu duas páginas no primeiro dia e, em
cada um dos dias seguintes, leu mais duas páginas do que no dia anterior, enquanto o segundo leu uma página no primeiro
dia e, em cada um dos dias seguintes, leu o dobro do número de páginas do dia anterior.
Admitindo-se que os dois candidatos começaram a ler o livro no mesmo dia e que o primeiro acabou a leitura no dia 26 de
outubro, determine em qual dia o segundo candidato acabou de ler o livro.
Dado: log 2 183  7, 6
Resolução:
•
L1  2;4;6;.......  PA{r  2
•
L2  1;2;4;8;.......  PG  {q  2
11
1
S1  182
 PA
*
an  a1   n  1 r
an  2   n  1 2  2n

 a1  an  n  182
2
2

 2n  n
2
 182
n  14  F 
n 2  n  182  0 
n  13
 2
S 2  182
a1  q n  1
q 1
 182
 1
 182
2 1
2n  1  182
2n  183
1
2
 PG 
n
log 2n  log183
 n log 2  log183
n  log 2 183
n  7,6  8
1
(L2)
(L1)
8
13
–5d
x
26 outubro
 x  26  5
x  21 outubro
1º DIA - GRUPO 1
Questão 11
O grafeno (forma alotrópica do carbono) é considerado um material de elevada transparência devido à baixa absorção de luz
( 2% ) por monocamada formada. Em um experimento, várias camadas de grafeno foram depositadas sobre uma placa de
vidro conforme apresentado na figura a seguir. Em uma das extremidades, um feixe de luz foi incidido na placa. A parte não
absorvida pelo material foi transmitida e detectada com uso de um sensor posicionado acima da placa, conforme ilustrado na
figura.
Com base nas informações fornecidas,
a) esboce um gráfico que represente a porcentagem de luz transmitida em função da quantidade de camadas de grafeno
quando a placa de vidro é deslocada conforme indicado na figura. Desconsidere qualquer interferência do vidro;
b) cite outras três formas alotrópicas do carbono.
12
Resolução:
a)
% de Luz
transmitida
100%
98%
96%
94%
92%
90%
88%
86%
b)



1
2
3
4
5
6
nº de
monocamadas
de Grafeno
Grafite
Diamante
Fulereno (buckyball)
Questão 12
Em um laboratório, um analista misturou 1 L de uma solução de ácido clorídrico 0 ,1 mol / L com 1 L de uma solução de
hidróxido de sódio 0 , 2 mol / L .
A partir das informações fornecidas,
a) escreva a equação química balanceada.
b) calcule a concentração molar e o valor do pH da solução resultante. Use log 5  0 , 70 .
Resolução:
a)
HCl aq   NaOH  aq   NaCl aq   H 2Ol 
b)
Cálculo das quantidades de ácido e base que foram misturadas.
1L
 HCl  0,1mol
1L
 NaOH  0,2 mol
HCl  NaOH  NaCl  H 2O
Início: 0 ,1mol 0,2mol
0
0
Reage
e Forma: 0 ,1mol 0 ,1mol 0,1mol 0,1mol
Final:
0
0,1mol 0,1mol 0,1mol
Cálculo da concentração do reagente em excesso.
 NaOH  
0 ,1
 5  102 mol/L  pOH   log OH  
2
 pOH   log 5  102
 pOH  1,3
Admitindo 25°C : pH  pOH  14
 pH  12,7
13
Questão 13
Reações de Grignard com compostos carbonílicos, em que o carbono da carbonila apresenta hibridização sp 2 , com
geometria trigonal planar, podem gerar isômeros ópticos como produtos, uma vez que o ataque do reagente pode ocorrer
por um lado 1 , ou outro  2  , da molécula, conforme esquema simplificado a seguir.
Diante do exposto, escolha um grupo alquila  R  do reagente de Grignard, de modo que os produtos apresentem atividade
óptica e um grupo alquila para que os produtos da reação não apresentem atividade óptica.
Resolução:
Para que o composto apresente atividade óptica o carbono da hidroxila deve apresentar quatro ligantes diferentes. Portanto, se escolhermos
como o grupo alquila  R  os substituintes metil  CH 3  ou etil  CH 2  CH 3  .
O produto não apresentará atividade óptica. Qualquer outro substituinte alquila implicará em atividade óptica.
Exemplo: propil  CH 3  CH 2  CH 2  
Questão 14
A equação da lei dos gases ideais, P  V  n  R  T , é uma equação de estado que resume as relações que descrevem a
resposta de um gás ideal a mudanças de pressão, volume, temperatura e quantidade de moléculas. Considerando o exposto,
demonstre, por meio de equações matemáticas, como a densidade de um gás qualquer varia em função da temperatura e
determine a massa molar de um gás considerando os dados a seguir.
Dados: d  0,97 g L1 ;T  210C; P  0 , 25 atm; R  62,36 L.torr.mol1 .K 1 ; 1 atm  760 torr .
Resolução:
P V  n  R  T
m
m
 R T  P  M   R T
M
V
PM
d
RT
Observa-se, nessa equação, que a densidade do gás é inversamente proporcional à temperatura.
PM
190  M
d
0 ,97 
RT
62,36  483
M  153,77 g/mol
P V 
Questão 15
A variação de entalpia  H  é uma grandeza relacionada à variação de energia que depende apenas dos estados inicial e
final de uma reação. Analise as seguintes equações químicas:
i)
C3 H 8  g   5 O2  g   3 CO2  g   4 H 2 O  l 
H o  2.220 kJ
ii)
C  grafite   O2  g   CO2  g 
H o  394 kJ
iii)
H 2  g   1 2 O2  g   H 2 O  l 
H o  286 kJ
14
Ante o exposto,
determine a equação global de formação do gás propano e calcule o valor da variação de entalpia do processo.
Resolução:
A reação de formação do propano é:
3C  graf   4 H 2 g   C3 H 8 g 
Tal equação pode ser obtida invertendo-se a equação (i), multiplicando-se a equação (ii) por três, a equação (iii) por quatro e somando-se
as etapas:
3 CO2 g   4 H 2O l   C3 H 8 g   502 g  H   2220 kJ
3C  graf   3O2 g   3CO2 g 
H  1182kJ
4 H 2  g   2O2 g   4 H 2Ol 
H  1144 kJ
3C  graf   4 H 2 g   C3 H 8 g 
H  106kJ
Questão 16
O ácido tereftálico é um composto orgânico formado de átomos de C, H e O. Ele é utilizado como precursor na síntese do
polímero polietileno tereftalato (PET), matéria-prima para a produção de garrafas plásticas. Esse ácido, também chamado de
p-dicarboxilbenzeno 1 , é produzido pela oxidação catalítica do p-dimetilbenzeno  2  com o oxigênio.
A partir das nomenclaturas,
a) desenhe as fórmulas estruturais planas dos compostos 1 e  2  ;
b)
represente a fórmula estrutural plana do monômero de adição formado pela reação de esterificação do ácido tereftálico
com 1,2-etanodiol.
Resolução:
a)
O
O
C
CH3
C
HO
OH
p – dicarboxilbenzeno
b)
CH3
O
O
C
C
p – dimetilbenzeno
O
CH2
CH2
O
n
NOTA: O polímero obtido é de condensação e não de adição
1º DIA - GRUPO 3 e 4
Questão 11
O projeto Icedream é uma iniciativa que tem como meta levar um iceberg das regiões geladas para abastecer a sede de
países áridos. A ideia do projeto é amarrar a um iceberg tabular uma cinta e rebocá-lo com um navio. A figura a seguir
representa a forma que o iceberg tem no momento em que é amarrada à cinta para rebocá-lo.
56
12
18
52
16
Considerando que o iceberg é formado somente por água potável e que, após o deslocamento, 10% do volume do bloco foi
perdido, determine qual a quantidade de água obtida transportando-se um iceberg com as dimensões, em metros, indicadas
na figura apresentada.
15
Resolução:
12
18
12
52
c
12
16
b
56
1
b  56  16  40
 2
c  52  18  34
V1 (volume inicial)
 40  34 
V1  56  52  12  
  12
 2 
V1  26.784  uc 
 3
3
Como ocorre 10% de perda, temos:
V2 (volume final)
V2  V1  10%V1  90%V1
V2 
90
3
 26.784  24.105,6  uc 
100
Questão 12
Um empresário mantém uma rotina diária repleta de atividades. Para gerenciar a sua agenda de eventos, ele controla o
tempo de forma meticulosa, chegando pontualmente aos seus compromissos e executando as suas tarefas em um tempo
determinado. Por exemplo:
•
7 horas diárias de sono
• 15 minutos destinados a higiene matinal (escovar os dentes etc.)
• 18 minutos para tomar café da manhã
• 14 minutos para deslocar-se até o escritório
Para ajudá-lo a controlar o tempo meticulosamente, além do seu smartphone, todos os seus utensílios domésticos e o seu
automóvel estão conectados à internet e podem trocar informações entre si.
Em um determinado dia, o gerenciador da agenda de eventos do smartphone recebeu as seguintes informações:
i) o seu primeiro compromisso, a reunião das 8 horas, foi remarcado para as 8 horas e 45 minutos;
ii) ocorreu um acidente na estrada e o trajeto para o escritório levará 23 minutos;e
iii) o automóvel acusou que precisa ser abastecido e que serão necessários 15 minutos para o abastecimento.
Considerando o exposto, determine o horário em que o empresário terá de acordar e calcule, em relação ao tempo de sono
diário, o porcentual de sono ganho ou perdido com a remarcação da reunião.
Resolução:
I)
Diariamente  8h (Início do trabalho)
Como: tI  15  18  14  47 min (Tempo gasto após despertar)
 DI  8h – 47 min  7 h 13min
II)
(Horário máximo, para acordar e realizar toda atividade)
Dia com imprevistos  8h 45 min (Início)
Como: tII  23  15  15  18  71min (Tempo após despertar)
DII  8h 45min – 71min  8h 45min – 1h 11min
DII  7 h 34 min
(Horário máximo para despertar e chegar no compromisso.)
Pelos valores DI e DII , observamos um ganho de 21min , portanto:
P
21min
21

 0,05  5%
7  60 min 420
16
Questão 13
Um quebra-cabeça de 100 peças mede 26 cm por 36 cm , enquanto outro quebra-cabeça de 2.000 peças mede 48 cm
por 136 cm . Nessas condições,
a) calcule a razão entre a área média de uma peça do quebra-cabeça de 100 peças e do quebra-cabeça de 2.000 peças,
nessa ordem.
b) Se uma pessoa gastou 10 horas para montar o quebra-cabeça de 100 peças e 360 horas para montar o quebracabeça de 2.000 peças, calcule a diferença entre a quantidade média de peças que ela colocou, por hora, para montar
cada um dos quebra-cabeças.
Resolução:
a)
x1 
•
26  36
 9,36 cm 2
100
r 
x1
x2
48  136
 3, 264 cm 2
2000
9,36 cm 2
r 
 r  2,87
3, 264 cm 2
x2 
•
b)
100
 10 peças  h 1
10
2000
•
P2 
 5,6 peças  h 1
360
 D  10  5,6
P1 
•
D  4, 4 peças  h 1
Questão 14
Um navio, que possui 20 m de altura sobre a água, passa por um canal e, em certo momento, o capitão da embarcação
avista uma ponte plana sobre o canal, a qual ele desconhece as dimensões e tem de decidir se o navio pode passar sob a
ponte. Para isso, ele inicia uma série de cálculos e medições. A primeira constatação que ele faz é a de que, a uma certa
distância, d , da projeção da base da ponte, a inclinação do segmento que une a parte retilínea inferior da ponte e o ponto
mais avançado do navio, que está a 4 m de altura sobre a água, é de 7 . Percorridos 102 m em linha reta em direção à
ponte, ele volta a medir a inclinação, obtendo um ângulo de 10 , e verifica que a distância entre a parte retilínea inferior da
ponte e o ponto mais avançado do navio é de 100 m , como ilustra a figura a seguir.
Ponte
20
4
102
10°
7°
100
h
d
Diante do exposto, admitindo que a superfície do rio é plana, determine a altura da ponte e conclua se esta é suficiente para
que o navio passe sob ela.
Dados: tg  7   0,12 e cos 10   0,98
Resolução:
Temos: H   20 m (altura total do navio com nível d’água)
100
4
h
10º
7º
102
x
17
H
1
 2
 3
x
 x  100  0,98  x  98 m
100
h
h
tg 7 

102  x 200
h  200  0,12  24 m
cos10 
H  h  4  24  4
H  28 m
Resposta: A ponte tem uma altura, aproximada, de 28 m e é suficiente para o navio passar.
Questão 15
Os gráficos a seguir apresentam os dados referentes ao comércio eletrônico no Brasil em 2013.
Os produtos mais vendidos no primeiro semestre de 2013, em %
13,7
12,3
12,2
9
Roupas e
Utensílios
Cosméticos
acessórios
domésticos
Evolução das vendas, em R$ bilhões
28
22,5
18,7
2011
2012
8,9
Eletrônicos
Livros e
revistas
2013*
*Projeção
R$ 12,74 bilhões foi o total vendido no
primeiro semestre de 2013.
FOLHA DE S. PAULO, São Paulo, 21 set. 2013, p. 1. (Adaptado).
De acordo com os dados apresentados nesses gráficos, considerando que os produtos mais vendidos no segundo semestre
mantenham o mesmo porcentual de vendas do primeiro semestre de 2013, calcule o valor correspondente às vendas de
produtos eletrônicos no segundo semestre de 2013.
Resolução:
22,5
28
1 SEM
2 SEM
2012
2013
VE(1)
●
●
VE(2)
9
 12,74  1,15 Bilhões
100
9
VF 
 28  2,52 Bilhões
100
VE 1 
Como:
VE 1  VE  2  VF
VE  2  2,52  1,15
VE  2  1,37 Bilhões . (Montante de vendas no 2º semestre para atingir projeção)
18
Questão 16
As tabelas a seguir apresentam os casos de dengue no Brasil e na região Centro-Oeste, no período de 1o de janeiro a 16 de
fevereiro de 2013.
Casos de dengue por região
Região
2013
80.876
Sudeste
12.420
Sul
80.976
Centro-Oeste
18.435
Norte
11.943
Nordeste
204.650
Brasil
Casos de dengue na região Centro-Oeste
Unidade Federativa
2013
População
42.015
2.587.269
MS
10.765
3.182.113
MT
27.376
6.434.048
GO
820
2.789.761
DF
Disponível em: <www.ibge.gov.br> e <g1.globo.com/bemestar/noticia/2013/02/casos-de-dengueno-pais-190-no-comeco-de-2013-dizgoverno.html>. Acesso em: 20 out. 2013. (Adaptado).
De acordo com essas informações,
a) calcule a diferença entre a média dos casos de dengue por unidade federativa da região Centro-Oeste e a média dos
casos de dengue por unidade federativa do Brasil no período considerado.
b) Sabendo que é considerado estado de epidemia quando há incidência maior do que 300 casos para cada 100 mil
habitantes, determine em quais unidades federativas da região Centro-Oeste ocorreu estado de epidemia de casos de
dengue no período considerado.
Resolução:
a)
80976
 20244
4
204.650
xF 
27
xCO 
D  xCO  xF  20244 
204650
27
546588  204650
27
341938
D
27
D  12664
D
b)
Taxa epidêmico = i 
300
 0,003
100.000
42.015
 0,016  i
2.587.269
10.765
•
iMT 
 0,0034  i
3.182.113
27.376
•
iGO 
 0,0043  i
6.434.048
820
•
iDF 
 0,0003  i
2.789.761
Ocorreu estado de epidemia em MS, MT, GO.
•
iMS 
19
Professores:
Física
Bruno Steger
Vinícius Miranda
Matemática
Luis Henrique
Química
Gildão
Thé
Everton
Literatura
Ádino
Julio César
César
Português
Zé Laranja
Argemiro
Divina
Colaboradores
Aline Alkmin
Carolina Chaveiro
José Diogo
Moisés Humberto
Leonardo Prudente
Ricardo Vilela
Digitação e Diagramação
Daniel Alves
Érika Rezende
João Paulo
Desenhistas
Luciano Barros
Rodrigo Ramos
Vinícius Ribeiro
Projeto Gráfico
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Supervisão Editorial
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