EFEITO DO SNP L72M DA GRELINA E DO NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA SOBRE MARCADORES DE RISCO PARA DOENÇAS CARDIOVASCULARES 1 Autores 1 1 Luciane Viater Tureck , Luciana da Silva Timossi , Ana Claudia Vecchi Osiecki , Ricardo Lehtonen 1 1 Rodrigues Souza , Lupe Furtado Alle 1 Instituição UFPR - Universidade Federal do Paraná (Centro Politécnico. R:Cel H dos Santos, s/n Curitiba - PR) Resumo OBJETIVOS Este trabalho teve por objetivo avaliar os efeitos do polimorfismo L72M do gene grelina (GHRL) e dos níveis de atividade física sobre fatores de risco modificáveis para as doenças cardiovasculares (DCVs): marcadores bioquímicos (LDL-C, HDL-C, CT, TG, glicemia e insulina); clínicos (PAS e PAD); e de imagem (espessura médio intimal carotídea (EMI) e gordura visceral abdominal (GVA)), em uma amostra de indivíduos aparentemente saudáveis do estado do Paraná. MÉTODOS A genotipagem do SNP (realizada por ensaio TaqMan Applied Biosystems), e a medida das variantes bioquímicas foram obtidas do total da amostra (213 indivíduos). Deste total, 123 indivíduos tiveram seu nível médio de atividade física (AF) mensurado através da contagem do número de passos diários por meio da utilização de um pedômetro durante 7 dias ininterruptos, possibilitando classificá-los em 4 grupos: G1 sedentários (10.000 passos dia). Nestes mesmos indivíduos as variáveis de imagem foram obtidas por meio de ultrassonografia. As análises estatísticas incluíram a comparação de médias por teste t (variáveis paramétricas), teste de Mann Whitney (variáveis não paramétricas), e análise de covariância (ANCOVA). RESULTADOS O SNP L72M apresentou as seguintes frequências alélicas: L72 90,8% 0,004; M72 9,15% 0,004, e as suas frequências genotípicas estavam em equilíbrio de Hardy-Weinberg (p>0,05). Dentre todos os marcadores para as DCVs investigados, este SNP apresentou efeito somente sobre os níveis médios de HDL-C. Portadores do alelo 72M (L72M72 e M72M72) apresentaram níveis médios de HDL-C menores comparados aos homozigotos comuns (L72L72) (p=0,037). O efeito independente do SNP sobre esta lipoproteína foi corroborado pela ANCOVA (p=0,031). O número de passos diários apresentou efeito sobre as médias de EMI, GVA, insulina, glicose, HDL-C, LDL-C e TG. A média de EMI foi maior nos indivíduos do G2 comparados aos do G3 (p=0,019). A GVA foi maior no G1 comparada ao G3 e G4 (p=0,044; p=0,002, respectivamente); e maior no G2 comparado também ao G3 e G4 (p=0,028; p=0,003, respectivamente). A insulina foi maior no G1 comparado a G3 e G4 (p=0,013; p=0,033, respectivamente). A glicose foi maior no G1 e G2 comparados a G3 (p=0,042; p=0,0004, respectivamente), assim como no G2 comparado a G4 (p=0,020). HDL-C foi menor no G1 e G2 comparados a G4 (p=0,006; p=0,028, respectivamente). LDL-C foi maior no G1 comparado a G2 (p=0,044), assim como no G2 comparado a G4 (p=0,019). TG foi maior em G1 comparado a G3 e G4 (p=0,007; p=0,015, respectivamente). CONCLUSÃO Considerando a proteção que níveis elevados de HDL-C representam, o alelo 72M do gene GHRL configurou um fator de risco independente para as DCVs entre seus portadores, enquanto que a atividade física moderada e intensa (G3 e G4) demonstrou efeitos benéficos sobre estes marcadores, em comparação ao sedentarismo ou baixos níveis de atividade física (G1 e G2). Palavras-chaves: Doenças Cardiovasculares, Polimorfismo genético, marcadores de risco, Atividade física Agência de Fomento: CAPES