UNIVERSIDADE DO PLANALTO CATARINENSE - UNIPLAC
MESTRADO EM SAÚDE COLETIVA
JOÃO ALTAMIRO LOPES
PREVALÊNCIA DE ATIVIDADE FÍSICA INSUFICIENTE E
FATORES ASSOCIADOS EM ADULTOS NO MUNICÍPIO DE
LAGES, SANTA CATARINA: UM ESTUDO DE BASE
POPULACIONAL
Lages
2008
JOÃO ALTAMIRO LOPES
PREVALÊNCIA DE ATIVIDADE FÍSICA INSUFICIENTE E FATORES
ASSOCIADOS EM ADULTOS NO MUNICÍPIO DE LAGES, SANTA
CATARINA: UM ESTUDO DE BASE POPULACIONAL
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Saúde Coletiva para
obtenção do título de Mestre em Saúde
Coletiva.
Orientadora: Profa. Dra. Marina Patrício de
Arruda.
Lages
2008
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho aos meus filhos,
minha esposa, meus pais e amigos que me
acompanharam neste desafio. E a todos os
educadores
físicos
que
acreditam
na
possibilidade de atuação com vistas à qualidade
de vida.
4
AGRADECIMENTOS
Agradeço aos professores do Programa de Pós-graduação em Saúde
Coletiva, em especial, à coordenadora Izabella Barison de Matos pela compreensão
e paciência ao longo destes dois anos.
Á minha orientadora Marina Patrício de Arruda, agradeço o companheirismo
e responsabilidade no encaminhamento dessas idéias.
Ao prof. Boing, por me orientar na organização e compreensão dos dados
coletados para a pesquisa.
Aos colegas do mestrado – turma 2006/2008, pela amizade conquistada, os
conhecimentos e os momentos de ânimo e desânimo compartilhados.
Aos meus amigos e parentes, pela compreensão, apoio e incentivo.
Registro também o meu agradecimento a todos os participantes do estudo,
pela riqueza de dados fornecidos para que o estudo fosse concretizado.
SUMÁRIO
LISTA DE SIGLAS ................................................................................................5
RESUMO ...............................................................................................................7
ABSTRACT............................................................................................................8
INTRODUÇÃO .......................................................................................................9
CAPÍTULO I - REVENDO A LITERATURA........................................................13
1.1 A relação entre atividade física e qualidade de vida ...............................13
1.2 O paradigma do estilo de vida ativa ..........................................................16
1.3 Qualidade de vida e estratégias de intervenção ......................................18
CAPÍTULO II - OBJETIVOS DO ESTUDO ........................................................23
2.1 Objetivo geral ..............................................................................................23
2.2 Objetivos específicos ................................................................................23
CAPÍTULO III - METODOLOGIA DE PESQUISA ..............................................24
3.1 Procedimentos metodológicos ..................................................................25
3.2 Critérios de exclusão e perda para o estudo ...........................................27
3.3 Local do estudo ...........................................................................................28
3.4 Procedimentos éticos em pesquisa ..........................................................29
CAPÍTULO IV – RESULTADOS .........................................................................30
CAPÍTULO V – DISCUSSÃO..............................................................................33
CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................37
REFERÊNCIAS ...................................................................................................41
ANEXOS .............................................................................................................47
LISTA DE SIGLAS
AF
CEP
CNS
DCNT
Atividade Física
Comitê de Ética em Pesquisa
Conselho Nacional de Saúde
Doenças Crônicas Não-
IBGE
Transmissíveis
Instituto brasileiro de Geografia e
IC
IDH
LILASC
Estatística.
Intervalo de Confiança
Índice de Desenvolvimento Humano
Literatura Latino Americana e do
OMS
PNUD
Caribe em Ciências da Saúde
Organização Mundial da Saúde
Programa das Nações Unidas para o
PPGSC
MEDLINE
RDC
RS
SC
Desenvolvimento
Programa de Pós-Graduação em
Saúde Coletiva
Literatura Internacional em Ciências
da Saúde
Resolução da Diretoria Colegiada
Rio Grande do Sul
Santa Catarina
SUS
TCLE
UNIPLAC
Sistema Único de Saúde
Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido
Universidade do Planalto
Catarinense
RESUMO
O objetivo desse estudo foi estimar a prevalência de atividade física (AF) insuficiente na
população adulta do município de Lages (SC) em 2007 e testar sua associação com
variáveis independentes. Trata-se de um estudo transversal de base populacional. A
amostra foi obtida em múltiplos estágios de adultos entre 20 e 59 anos, de ambos os sexos
(n = 2.051). Empregou-se o Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ), versão
curta, para estimar a prevalência de AF insuficiente, definida como tempo gasto em
atividade física moderada ou vigorosa menor do que 150 minutos por semana. Considerouse como referência a semana anterior à entrevista. A prevalência de AF insuficiente foi de
30,2% (IC95%: 28,1%; 32,2%) e se associou positivamente com idade elevada, renda familiar
alta e obesidade. As prevalências de AF insuficiente foram menores do que as relatadas
pela maioria dos estudos brasileiros. Pesquisas que distingam diferentes tipos de atividade
física podem contribuir para melhor conhecer o perfil de uma população a fim de contribuir
para a implantação de políticas públicas que estimulem a população à prática regular de
exercícios.
Palavras-chave: Exercício Físico; Atividade Física; Epidemiologia; Estudos Transversais.
ABSTRACT
The goal of this study was to estimate the prevalence of insufficient physical activity and
associated factors in Lages, SC. A population-based cross-sectional study with subjects
aged 20-59 was carried out in 2007. A representative sample of households was selected in
multiple stages (n=2.051) and the individuals were measured and interviewed. Physical
activity was evaluated using the short version of International Physical Activity Questionnaire.
The insufficient physical activity was defined as time spent in moderate or vigorous physical
activity less than 150 minutes per week. The prevalence of insufficient physical activity was
30,2% (IC95%: 28,1;32,2). Higher age and higher family income were positive associated
with insufficient physical activity. After adjusting for confounding variables, the associated
factors with insufficient physical activity were to be male, obese, present higher income, and
negative self-perceived health condition. The prevalence of insufficient physical activity was
lower than reported by others Brazilian studies. Researches that distinguish different types of
physical activity can contribute to better understand the profile of population, in order to
contribute the implementation of public policies that encourage the practice of regular
exercises.
Key-words: Exercise; Motor Activity; Epidemiology; Cross-Sectional Studies.
INTRODUÇÃO
A presente pesquisa tem como objetivo central estimar a prevalência da
atividade física da população adulta da cidade de Lages SC. O interesse pelo estudo
sobre a interferência da prática de atividade física em relação à saúde articula-se à
possibilidade de trazer informações para a prevenção de doenças e a promoção da
saúde da população. Considera-se ainda o compromisso social do educador físico e
o seu papel como professor universitário que investiga a relação entre atividade
física e saúde, advinda do entrelaçamento de uma multiplicidade de questões.
Os relatórios sobre a saúde mundial (WHO, 1998) e da região das Américas
(OPAS, 1998) mostram que as condições de vida e saúde têm melhorado de forma
contínua, graças aos progressos políticos, econômicos, sociais e ambientais, assim
como aos avanços na saúde pública e na medicina. A literatura atual focaliza a
saúde não apenas como a ausência de doenças, mas a identifica como uma
multiplicidade de aspectos do comportamento humano voltados a um estado de
completo bem-estar físico, mental e social, conceito que identifica a atividade física
como parte desse processo. A clássica epidemiologia que entende o espaço como
um conjunto de determinantes, geralmente de natureza biológica ou natural, como
clima, vegetação, latitude (HEUNIS et al., 1995; SINHA & BENEDICT, 1996),
evidencia uma clara associação entre atividade física/exercício físico e saúde.
Entretanto os principais trabalhos, nessa perspectiva, são realizados no exterior
(PITANGA, 2002). Desta forma, a realização de pesquisas sobre o tema no Brasil
12
torna-se necessária tendo em vista que as características da população são
diferenciadas por fatores ambientais, comportamentais, sociais, entre outros.
No Brasil, a relação entre atividade física e saúde surge alicerçada em bases
médicas e em programas que visam formar o indivíduo “saudável” com uma boa
postura e aparência física (PITANGA, 2000). Na década de 1930, surgiu a tendência
militar nos programas de atividade física escolar, privilegiando a eugenia da raça. No
final da década de 1940, inspirada no discurso liberal da escola-nova, a Educação
Física ingressou a área pedagógica e, na década de 1970, influenciada pelo
sucesso de algumas equipes desportivas no exterior, emerge a tendência esportiva
na Educação Física, cujo pressuposto básico era formar equipes desportivas
competitivas. Em que pese à evolução desse processo histórico, a atividade física
relacionada à saúde nunca chegou a ser privilegiada no contexto nacional, mas,
segundo Testh (1988), ela aparece como um dos fatores que poderia modificar o
risco
dos
indivíduos
para
adoecerem.
Nessa
perspectiva,
os
estudos
epidemiológicos sobre atividade física apresentam tendências para desenvolvimento
de trabalhos sobre prevalência do sedentarismo em populações e sobre a teoria e
os determinantes para prática de atividades física (CRESPO, 2001.; GRZYWACZ,
2001.; MMWR, 2001). Os resultados desses estudos podem identificar estratégias
de intervenção para adoção e manutenção da atividade física, e seu impacto sobre a
saúde pública.
A adoção do estilo de vida fisicamente ativo, como parte do processo de
saúde, pode contribuir para a redução de diversos agravos à saúde. Maiores níveis
de prática de atividades físicas parecem ser um dos fatores determinantes da saúde
por influenciar na melhoria da qualidade de vida da população (PITANGA, 2004). A
atividade física apresenta-se, então como um antioxidante natural do corpo,
propiciando melhoria no estado de saúde das pessoas e, conseqüentemente, na
qualidade de vida. Esta prática pode ser determinada como o conjunto de ações que
um grupo de pessoas desenvolve para o gasto energético e alterações orgânicas,
exercícios que envolvam movimento corporal com a aplicação de uma ou mais
atividades físicas, associados à atividade mental e também social. A idéia é que se
obtenha benefícios para a saúde, melhorando a qualidade de vida com a diminuição
dos riscos de doenças (MONTTI, 1997).
13
Para Nahas (2003), a atividade física regular reduz o risco de uma pessoa
desenvolver algumas doenças cardiovasculares, ajuda no controle da pressão
arterial, mantém a autonomia e a independência do idoso, auxilia no controle de
peso corporal, promove o bem-estar psicológico, dentre outros. Alguns estudos
como o de Araújo (2002) reforçam ainda a idéia de que a prática regular de
atividades ou exercícios físicos contribui para a melhoria da qualidade de vida das
pessoas agindo nos níveis de sociabilidade, entre outros.
Considerando que a atividade física é importante por tratar de um conjunto
de atributos que se relacionam proporcionando diretamente a melhoria do nível de
saúde das pessoas, é que o presente estudo buscou estimar a prevalência de
atividade física (AF) insuficiente na população adulta do município de Lages (SC) em
2007.
Ao buscar dados acerca da prevalência da atividade física, essa dissertação
apresenta informações sobre os fatores associados à atividade física, subsídios para
a elaboração de políticas públicas saudáveis e desenvolvimento humano local.
Considera-se que a difusão ampla da relação entre saúde e atividade física, assim
como da construção de mecanismos de atuação eficientes, é uma estratégia da
promoção da saúde e de reivindicação por políticas públicas saudáveis. Dessa
forma, os inquéritos populacionais apresentam-se como instrumentos que
identificam os obstáculos existentes a uma maior cobertura e eqüidade da
assistência, do ponto de vista da população.
Esta investigação fez parte do estudo de base populacional nomeado Autoavaliação das condições de saúde e fatores associados: estudo de base
populacional em adultos de Lages (SC), realizado em 2007 pelos mestrandos do
Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (PPGSC) da UNIPLAC.
O estudo se justifica por apresentar dados que podem servir como
referencial para pesquisas posteriores que busquem avançar por este mesmo tema,
e por descrever a prevalência de atividade física insuficiente numa população adulta
urbana de um município de médio porte do sul do país considerando que, no Brasil,
pesquisas de base populacional regionais ainda são escassas (MATSUDO, 2002).
Esta dissertação está organizada em seis capítulos, quais sejam: o capítulo
da revisão de literatura pertinente ao tema; um capítulo com a apresentação dos
objetivos: gerais e específicos, outro reservado à metodologia do estudo,
posteriormente, de modo mais descritivo, o capítulo contendo os resultados da
14
pesquisa e outro reservado à discussão dos dados. Finalmente, de forma reflexiva,
as considerações finais sobre o estudo.
Cabe ainda mencionar que o Programa de Pós-Graduação em Saúde
Coletiva/PPGSC, em seu regimento interno, prevê que a dissertação, ora
apresentada, dê origem a um artigo científico a ser submetido para publicação em
periódico, definido pelo Colegiado do Programa.
CAPÍTULO I - REVENDO A LITERATURA
A concepção de vida urbana atual demanda hábitos de vida saudável. O
exercício físico/atividade física influencia diretamente a saúde física, o humor, e
indiretamente a vida social. Assim sendo, torna-se importante revisar conceitos que
fundamentam o estudo e que consideram a atividade física como parte integrante do
processo de saúde da população.
1.1 A relação entre atividade física e qualidade de vida
Nas últimas décadas, em grande parte, influenciadas pelo processo de
globalização econômica e cultural, verifica-se um aumento da pressão por
resultados cada vez mais rápidos e lucrativos em todos os setores da economia.
Nesse contexto, o fenômeno natural conhecido como estresse tornou-se
excessivamente elevado a ponto de causar sofrimento psíquico em um percentual
expressivo da população (SANTOS, 2006).
Uma outra conseqüência desse contexto é que, com o processo de
mecanização e automatização do trabalho, houve um aumento no número de
pessoas insuficientemente ativas fisicamente que buscam obter benefícios para a
saúde como forma de se de proteger dos transtornos gerados pelo novo modo de
vida imposto pelas mudanças no mundo do trabalho (BARROS, 1998.; NAHAS,
2003).
Assim, as condições de trabalho responsáveis pela mobilização das
16
capacidades físicas, cognitivas e afetivas para atingir os objetivos da produção
podem gerar uma sobrecarga excessiva nas funções psicofisiológicas do
trabalhador. Caso não haja tempo para a recuperação destas sobrecargas, sao
desencadeados sintomas clínicos que excplicariam os altos índices de afastamento
do
trabalho
por
transtornos
psiquicos
menores
em
diferentes
profissões
(GASPARINI et al.; 2005; GIL, 2004; GOETZEL et al.; 2002).
As evidências epidemiológicas têm mostrado que a atividade física pode ser
considerada uma ótima ferramenta para a saúde pública, em virtude da economia
direta e indireta que pode gerar no sentido de prevenir diversos transtornos de
saúde física, mental e social (MATSUDO & MATSUDO, 2000; NAHAS, 2003).
Contudo, afirma Nahas (2003), o comportamento do homem contemporâneo
evidencia que as pessoas utilizam cada vez menos suas potencialidades corporais e
que o baixo nível de atividade física é fator decisivo no desenvolvimento de doenças
degenerativas, inclusive, psíquicas.
Seja no trabalho ou em seu cotidiano, as pessoas que têm um estilo de vida
ativo, baseado numa prática constante de exercícios físicos, como crianças,
adolescentes, jovens, adultos e idosos, investem num dos melhores meios de
promoção de saúde e qualidade de vida, inclusive combatendo os diversos
estresses da vida diária (NAHAS, 2003). Entretanto, demonstrar que a atividade
física afeta a saúde e que esta influencia fortemente a qualidade de vida não é o
único desafio. Embora esta relação já tenha sido bastante discutida, restam muitas
questões a serem resolvidas e respondidas neste campo de investigação. Uma
destas questões diz respeito às intervenções que fazemos em nossa prática
profissional orientando e divulgando a necessidade de atividade física que, por si só,
não determina a saúde, mas que somada a outros fatores influencia a qualidade de
vida da população.
A revisão aqui realizada mostra com clareza os benefícios que a atividade
física regular proporciona à saúde. Entretanto, convém ressaltar a visão hegemônica
que aponta para um viés biológico e individualizado da doença. Hoje, já existem,
pesquisas com fortes evidências das relações entre condições sócio-econômicas e
estado de saúde (PALMA, 2000).
Considera-se ainda que as doenças crônicas não-transmissíveis (DCNT)
respondem, no início do século XXI, pelas mais elevadas taxas de morbidade e de
mortalidade em diversas regiões do mundo. Estima-se que no ano 2005, em torno
17
de 60% das 58 milhões de mortes que ocorreram em todo o mundo foram
decorrentes de DCNT (ARAÚJO, 2002). Tais agravos impactam severamente na
qualidade de vida dos doentes, causam grande quantidade de mortes prematuras e
acarretam volumosas perdas econômicas às famílias e às sociedades. Essa elevada
e crescente carga de doença contrasta com o conhecimento já estabelecido na
literatura científica de importantes fatores de risco para tais agravos, destacando-se
a inatividade física, o tabagismo e a dieta deficiente (ARAÚJO, 2002).
A atividade física, entendida como qualquer movimento corporal produzido
pelos músculos esqueléticos e que resulta em gasto energético maior que os níveis
de repouso (WHO, 2005), pode ser desempenhada, por exemplo, em atividades de
lazer, esportes recreativos, danças e jogos (PITANGA, 2002) ou também por meio
de movimentos corporais da vida diária, como caminhar para o trabalho ou subir
escadas (BRASIL, 2002). Mesmo quando desenvolvida em níveis moderados, a
atividade física regular está associada a menores taxas de morbidades por doenças
cardíacas, diabetes e determinados tumores, por exemplo (HEALTHY PEOPLE
2010, 2000). Estima-se que cerca de 1,9 milhão de pessoas morrem anualmente em
decorrência da inatividade física (ARAÚJO, 2002).
Apesar das vantagens na qualidade de vida e no perfil de morbi-mortalidade
que a atividade física regular pode representar, a prevalência de sedentarismo é
bastante elevada no Brasil. Ao analisarem dados de abrangência nacional, Monteiro,
et al, (MONTEIRO; CONDE; MATSUDO, 2003). Reportaram que apenas 13,0% dos
adultos brasileiros praticam 30 minutos de atividade física de lazer ao menos uma
vez por semana e que uma proporção ainda menor de pessoas, 3,3%, referiram
praticar atividade física por 30 minutos, cinco vezes por semana. Destaca-se, além
disso, o elevado custo econômico direto da inatividade física, valor que chegou a
1,06 bilhão de dólares no Reino Unido (ALLENDER; FOSTER; SCARBOROUGH,
RAYNER, 2007) e a 1,6 bilhão no Canadá (KATZMARZYK; JANSSEN, 2004)
acrescidos, neste país, mais 3,7 bilhões de custos indiretos. Apesar da literatura
internacional e nacional relacionada à epidemiologia da atividade física ter crescido
muito nos últimos anos (HALLAL; DUMITH; BASTOS; REICHERT; SIQUEIRA;
AZEVEDO, 2007), estudos de base populacional em municípios de pequeno e
médio porte ainda são escassos no Brasil.
18
1.2 O paradigma do estilo de vida ativa
“Paradigmas são as realizações científicas universalmente reconhecidas
que, durante algum tempo, fornecem problemas e soluções modelares para uma
comunidade de praticantes de uma ciência” (KUHN, 1997).
A par das evidências de que o homem contemporâneo utiliza-se cada vez
menos de suas potencialidades corporais e de que o baixo nível de atividade física é
fator decisivo no desenvolvimento de doenças degenerativas, sustenta-se a hipótese
da necessidade de se promoverem mudanças no seu estilo de vida, levando-o
incorporar a prática de atividades físicas ao seu cotidiano. Por conseguinte, o
interesse em conceitos como “Atividade Física”, “Estilo de vida” e “Qualidade de
vida” vem adquirindo relevância, ensejando a produção de trabalhos científicos
vários e constituindo um movimento no sentido de valorizar ações voltadas para a
determinação e operacionalização de variáveis que possam contribuir para a
melhoria do bem-estar do indivíduo por meio do incremento do nível de atividade
física habitual da população.
Da análise às justificativas presentes nas propostas de implementação de
programas de promoção da saúde e qualidade de vida por meio do incremento da
atividade física, depreende-se que o principal argumento teórico utilizado está
fundamentado no paradigma contemporâneo do estilo de vida ativa.
Tal estilo tem sido apontado, por vários setores da comunidade científica,
como um dos fatores mais importantes na elaboração das propostas de promoção
de saúde e qualidade de vida da população. Este entendimento fundamenta-se em
pressupostos elaborados dentro de um referencial teórico que associa o estilo de
vida saudável ao hábito da prática de atividades físicas e, conseqüentemente, a
melhores padrões de saúde e qualidade de vida. Este referencial toma a forma de
um paradigma na medida em que constitui o modelo contemporâneo no qual se
fundamentam a maioria dos estudos envolvendo a relação positiva entre atividade
física, estilo de vida e qualidade de vida. Identifica-se, neste paradigma, a interação
das dimensões da promoção de saúde, da qualidade de vida e da atividade física
dentro de um movimento denominado aqui de movimento vida ativa, o qual vem
sendo desencadeado no âmbito da Educação Física e Ciências do Esporte, cujo
eixo epistemológico centra-se no incremento do nível de atividade física habitual da
população em geral.
19
Entidades ligadas à Educação Física e às Ciências do Esporte como a
Organização Mundial de Saúde (OMS), o Conselho Internacional de Ciências do
Esporte e Educação Física (ICSSPE), o Centro de Controle e Prevenção de Doença
– USA (CDC), o Colégio de Medicina Esportiva (ACSM), a Federação Internacional
de Medicina Esportiva (FIMS), a Associação Americana de Cardiologia e o Centro
de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul (CELAFISCS)
preconizam que sessões de trinta minutos de atividades físicas por dia, na maior
parte dos dias da semana, desenvolvidas continuamente ou mesmo em períodos
cumulativos de 10 à 15 minutos, em intensidade moderada, já são suficientes para a
promoção da saúde, (MATSUDO1999). Nessa mesma direção, encontram-se
numerosos trabalhos de abordagem epidemiológica assegurando que o baixo nível
de atividade física intervém decisivamente nos processos de desenvolvimento de
doenças degenerativas (POWELL et al, 1985).
Uma crítica importante a este paradigma vem de Burnley (1998) ao lembrar
que, entre as teorias que buscam explicar as causas das doenças, a teoria do “estilo
de vida”, congruente com a ideologia dominante de saúde, sugere que a prevenção
é uma responsabilidade individual. Entretanto, diz o autor, este processo não é tão
simples assim. O conceito de saúde como qualquer categoria construída
socialmente precisa ser revisto e atualizado. Para tal, destaca a concepção de
saúde apresentada no relatório final da VIII Conferência Nacional de Saúde:
(...) saúde é o resultante das condições de alimentação, habitação, renda,
meio ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e
posse da terra e acesso aos serviços de saúde. É, assim, antes de tudo, o
resultado das formas de organização social da produção, as quais podem
gerar grandes desigualdades nos níveis de vida (MINAYO, 1992, p. 10).
Afora a relação entre condições sócio-econômicas e estado de saúde,
temos ainda o viés biológico (PALMA, 2000) que marca a atividade física e reduz as
suas possibilidades também articuladas à outras condições e relações sociais.
A inclusão de outros elementos que interferem na condição de saúde de um
indivíduo vem sendo possibilitada pelo processo de democratização dos direitos
sociais no país. A promulgação da Constituição de 1988, contempla, dentre outros
direitos sociais, o esporte e o lazer.
20
Dessa forma, é preciso questionar qual intervenção a educação física se
propõe a fazer em termos de saúde, por meio das atividades físicas. FARIA JR.
(1999) participa desses questionamentos, ao propor o conceito de atividade física
que inclua as questões sociais:
Qualquer movimento humano estruturado (organizado), não utilitário (no
sentido laboral ou ocupacional do termo) ou terapêutico, produzido por
músculos esqueléticos, produzindo substancial aumento de dispêndio de
energia, usualmente manifestado em jogos ativos, desportos, ginástica,
dança e formas de lazer ativo - cuidar do jardim, rastelar, passear o
cachorro, caminhar, correr, pedalar, nadar, etc. (p. 102).
1.3 Qualidade de vida e estratégias de intervenção
Recentemente, a relação atividade física e saúde vem sendo gradualmente
substituída pelo enfoque da qualidade de vida, o qual tem sido incorporado ao
discurso da Educação Física e das Ciências do Esporte. Os eventos científicos,
nacionais e internacionais realizados nos últimos anos, enfatizam esta relação.
Muitas são as declarações documentadas neste sentido.
O Simpósio Internacional de Ciências do Esporte realizado em São Paulo
em outubro de 1998, promovido pelo CELAFISCS, com o tema Atividade Física:
passaporte para a saúde, privilegiou em seu programa oficial a relação
saúde/atividade física/qualidade de vida destacando os seus aspectos funcionais e
anatomo-funcionais.
Os resumos e conferências publicadas nos anais do Congresso Mundial da
AIESEP realizado no Rio de Janeiro, em janeiro de 1997, cujo tema oficial foi a
Atividade Física na perspectiva da cultura e da Qualidade de Vida destacam a
relação da qualidade de vida com fatores morfo-fisiológicos da atividade física.
No I Congresso Centro-Oeste de Educação Física, Esporte e Lazer,
realizado em setembro de 1999, na cidade de Brasília, promovido pelas instituições
de ensino superior em Educação Física da região Centro-Oeste, o tema da atividade
física e saúde representou 20% dos trabalhos publicados nos anais. A temática da
atividade física e qualidade de vida foi objeto de discussão em conferências e mesas
redondas. Também nesse evento observa-se a ênfase dada aos aspectos
biopsicológicos da relação atividade física/saúde/qualidade de vida.
21
Vários autores e entidades ligados à Educação Física ratificam este
entendimento. Katch & Mcardle (1996) preconizam a prática de exercícios físicos
regulares como fator determinante no aumento da expectativa de vida das pessoas.
A Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte (1999), em posicionamento
oficial, sustenta que a saúde e qualidade de vida do homem podem ser preservadas
e aprimoradas pela prática regular de atividade física.
Matsudo & Matsudo (1999, 2000) reiteram a prescrição de atividade física
enquanto fator de prevenção de doença e melhoria da qualidade de vida. Lima
(1999), por sua vez, afirma que a atividade física tem, cada vez mais, representado
um fator de Qualidade de Vida dos seres humanos, possibilitando-lhes uma maior
produtividade e melhor bem-estar.
Nahas (1997) admite a relação entre a atividade física e qualidade de vida.
Citando Blair (1993) & Pate (1995), o autor identifica, nas sociedades
industrializadas, a atividade física enquanto fator de qualidade de vida quer seja em
termos gerais, quer seja relacionada à saúde.
Com base em estudos epidemiológicos e fisiopatológicos, formou-se o
consenso de que os exercícios físicos estimulam a saúde em diversos aspectos,
alívio de tensões emocionais, melhoria da composição sanguínea, redução da
pressão arterial, estímulo ao emagrecimento, aumento da densidade óssea,
aumento da massa muscular e desenvolvimento da aptidão física (NAHAS, 2003).
E, na atualidade, os principais estudos sobre epidemiologia da atividade
física continuam a investigar a relação entre sedentarismo e o estilo de vida ativa
fisicamente, agravos cardiovasculares (KOHL, 2001); câncer (FRIEDENREICH,
2001; THUNE & FURBERG, 2001), diabetes (HU et al, 2001) e saúde mental
(YAFFE et al, 2001). Embora, outro aspecto necessite ser conhecido; a intensidade
ideal da atividade física necessária para provocar associação ou relação de causaefeito em relação às variáveis citadas (SHEPHARD, 2001).
Após o êxito do Dia Mundial da Saúde 2002, a OMS – Organização Mundial
de Saúde passa a celebrar o Dia: “Por sua Saúde, Mova-se”. De acordo com BLAIR
(1995), o exercício físico é inversamente associado à morbidade e mortalidade por
diversas doenças crônico-degenerativas, como também altos níveis de atividade
física no tempo livre estão associados ao aumento da longevidade.
Afirmam ainda Adner & Castelli (1980) que numerosas reportagens de
estudos longitudinais sugerem um forte relacionamento inverso entre quantidade de
22
atividade física e incidência de doença arterial coronariana. Com relação ao
investimento em saúde pública, o Brasil gasta aproximadamente 55 dólares per
capita, valor similar aos gastos com saúde da Somália, um dos países mais pobres
do mundo. Além de gastar pouco com saúde pública, o Brasil investe de maneira
equivocada seus recursos. O investimento é mais concentrado nos atendimentos
cirúrgicos e tratamento das doenças já instaladas. Se o principal enfoque fosse o
trabalho de prevenção das doenças e promoção e saúde, certamente seria evitado o
surgimento dos agravos, e os gastos excessivos com saúde pública.
Em que pese todos esses estudos, vale atentar para o conceito de saúde já
apontado no texto observando que atividade física por si só não abona a qualidade
de vida. Ela faz parte do processo de saúde do qual não podemos desconhecer a
complexidade que lhe é peculiar. O ser humano não pode ser reduzido à dimensão
biológica (ao físico), pois é fruto de um processo e de relações sociais bem mais
amplas e abrangentes.
Considerando o modelo tradicional de planejamento de cuidados médicos,
as expectativas seriam curar e/ou recuperar todas as funções; as estratégias seriam
substituir órgãos e restaurar partes do corpo, enquanto que as atividades concretas
seriam cirurgias, imunizações e pílulas. Por outro lado, no modelo de planejamento
holístico de saúde para o bem-estar, crescimento e prevenção; as estratégias seriam
atividades físicas, consciência nutricional, gerenciamento do estresse, educação,
saneamento, renda familiar, etc.; enquanto que as atividades concretas seriam
correr, nadar, caminhar, pedalar, alimentos saudáveis e avaliações periódicas de
saúde (DEVER, 1988).
Nesse sentido, destaca-se a importância do gerenciamento ao estilo de vida
da população, quando a atividade física, alimentação e riscos ocupacionais da
produção podem contribuir de maneira significativa para a redução do surgimento de
diversas disfunções crônico-degenerativas.
Assim, as políticas públicas para a promoção de atividades físicas devem,
inicialmente, identificar a situação de saúde da população, os agravos com maior
prevalência e, em seguida, identificar a prevalência da atividade física insuficiente.
Esses dados deverão servir de subsídios para a elaboração das políticas públicas de
promoção de atividades físicas (PITANGA, 2004).
Dishman (1994), por sua vez, ressalta as principais variáveis consideradas
como determinantes para a prática de atividades físicas:
23
a) Variáveis
demográficas:
idade, sexo,
educação e
status
sócio-
econômico;
b) Variáveis cognitivo-comportamentais: identificação de barreiras para a
prática de atividades físicas, intenção para exercícios, distúrbios de
humor, percepção sobre atividade física e saúde e auto-deficiência;
c) Social: suporte da família, dos amigos e escola;
d) Ambientais: aspectos climáticos e existência/facilidade de acesso aos
locais apropriados para a prática de atividades físicas.
Com relação às estratégias de intervenção, Pitanga (2004) relata que existe
a necessidade de desenvolvimento de efetivas abordagens que encorajem a adoção
e manutenção da atividade física por longos períodos. Essas estratégias podem ter
início na escola, através de atividades que levem as crianças a adotarem um estilo
de vida ativo fisicamente até a fase adulta. Além disso, devem ser feitas propostas
de intervenção para vários subgrupos, incluindo mulheres, idosos e grupos especiais
em vários estágios de agravos à saúde, através da sistemática exploração dos
determinantes de atividade física: cognitivos, sociais, psicológicos, biológicos,
comportamentais e ambientais. Entende-se que uma das principais metas das
políticas públicas para promoção de atividades físicas, depois de identificada a
prevalência da atividade física insuficiente e os determinantes para adoção e
manutenção do estilo de vida fisicamente ativo, seria a criação de espaços
adequados para prática de atividades físicas.
Em conformidade com Pitanga (2004, p. 65):
Nessa proposta estaríamos trabalhando na perspectiva de mudança de
comportamento ou estilo de vida da população. Ao mesmo tempo, no
momento em que proporcionamos locais adequados para prática de
atividades físicas estaremos desenvolvendo atividades ambientais
(ecológicas).
Assim, as pessoas poderão desenvolver diversas práticas corporais,
culturais e sociais. E em se tratando de esporte, é preciso considerar que também
as atividades físicas regulares não competitivas devem ser estimuladas. Os coletivos
como o futebol, natação, basquete, vôlei, handebol e outros são recomendados por
trazerem maior sociabilização e aprendizado. O trabalhar em equipe é muito
24
importante para uma boa formação humana na vida adulta. Uma vitória ou uma
derrota será dividida entre todos, trazendo uma convivência harmoniosa.
Os benefícios da atividade física para a saúde só serão mantidos, caso ela
não seja abandonada. Jovens ativos que depois passaram a uma vida sedentária
quando adultos, tiveram alta incidência de doenças cardiovasculares, semelhante a
dos sedentários (GHORAYEB, 1999).
O tema qualidade de vida, já, há muito tempo, vem sendo discutido em
cursos e palestras sobre saúde no mundo. Cada vez mais as pessoas procuram
melhorar sua qualidade de vida, embora às vezes sejam mal orientadas. Vários são
os fatores que influenciam o processo de mudança.
A redução na mortalidade infantil, o incremento na esperança de vida, o
acesso à água e ao saneamento básico, o gasto em saúde, a fecundidade
global e o incremento na alfabetização de adultos foram função direta do
produto nacional bruto dos países.
Entretanto, demonstra que a
qualidade/condições de vida afeta a saúde e que influencia fortemente a
qualidade de vida não é o único desafio. Embora sobejamente
demonstradas, restam muitas questões a serem resolvidas e respondidas
neste campo de investigação, inclusive no que diz respeito ás intervenções
que, a partir do setor saúde, possam, mais eficazmente, influenciar de forma
favorável a qualidade de vida (BUSS, 2000).
A qualidade de vida encontra-se imbricada por diferentes fatores, dentre eles
está à prevalência da atividade física. Neste estudo, optou-se por se utilizar o termo
“Atividade Física Insuficiente” (HALLAL et al, 2007), definida como tempo gasto em
atividade física moderada ou vigorosa menor do que 150 minutos por semana
conforme recente estudo realizado no Brasil. Dados sobre esta atividade podem nos
fazer refletir sobre a questão das políticas públicas voltadas à promoção da
qualidade de vida da população e sobre um conceito menos reducionista para a
saúde.
CAPÍTULO II - OBJETIVOS DO ESTUDO
2.1 Objetivo geral
Estimar a prevalência de atividade física (AF) insuficiente na população
adulta do município de Lages (SC) em 2007.
2.2 Objetivos específicos
-
Explorar
as
variáveis
associadas
à
atividade
física
(condições
socioeconômicas, demográficas, sexo, idade, etc.,);
- Abordar a relação entre atividade física, saúde e qualidade de vida;
- Refletir sobre a responsabilidade social do educador físico.
CAPÍTLO III - METODOLOGIA DE PESQUISA
Este estudo se insere num estudo epidemiológico transversal observacional
mais amplo, intitulado Auto-avaliação das condições de saúde e fatores associados:
estudo de base populacional em adultos de Lages, SC, 2007, que investigou
diferentes aspectos socioeconômicos e de saúde auto-referida da população, da
zona urbana de Lages SC, e os fatores associados a estas condições. Ao longo do
1º semestre de 2007, os onze mestrandos do Programa de Pós-Graduação em
Saúde Coletiva/PPGSC, da UNIPLAC, junto ao corpo docente do referido Programa
e a 39 alunos dos cursos de graduação, realizaram todo o proceso de coleta de
dados.
Estudos de base populacional são hoje largamente utilizados em todo o
mundo, entre suas diversas funções. Este tipo de inquérito busca revelar o estado
de saúde e doença na população e ainda
(...)identificar, descrever, mensurar ou analisar a natureza dos processos
que levam à doença; as necessidades por diversos tipos de cuidados de
saúde, segundo a prevalência de doenças ou queixas; os comportamentos
e atitudes diante da doença; o grau de incapacidade resultante dos quadros
mórbidos; os gastos (tempo, esforço, dinheiro) individuais relacionados à
saúde e ao uso dos serviços; os efeitos dos cuidados; o acesso aos
serviços e aos recursos de saúde; a utilização dos serviços; a organização
do cuidado; a confiança da população no sistema de saúde; a efetividade
das intervenções em promover a saúde e reduzir a doença; e o consumo de
medicamentos (CAMPOS apud CARTWRIGHT, 1983; KROEGER, 1985;
WHITE, 1985).
27
Os inquéritos de saúde apresentam-se como
(...) um instrumento que permite priorizar as necessidades sanitárias da
população, tendendo a subordinar e, a médio prazo, substituir a dinâmica do
mercado pela lógica da epidemiologia. Epidemiologia que deve ser
entendida como instrumento técnico capaz de realizar diagnósticos coletivos
de saúde e de estabelecer um diálogo do saber técnico com os interesses
sociais e com a consciência sanitária dos cidadãos, servindo como princípio
orientador para a tomada de decisões no setor saúde (CAMPOS, 1989).
3.1 Procedimentos metodológicos
Trata-se de um estudo transversal, de base populacional, desenvolvido entre
maio e outubro de 2007 no município de Lages, Santa Catarina. A população de
referência do estudo foi constituída por adultos da faixa etária entre 20 e 59 anos de
idade, completos no momento da pesquisa, de ambos os sexos e residentes na
zona urbana do município. Esta faixa etária compreende aproximadamente 52% da
população total do município, perfazendo cerca de 86.998 pessoas no ano de 2006
(IBGE, 2007). Para o cálculo do tamanho da amostra, utilizaram-se como
parâmetros a população de referência igual a 86.998, nível de confiança de 95%,
prevalência esperada do fenômeno igual a 41%, erro amostral de 3,5 pontos
percentuais e efeito do desenho do estudo (amostra por conglomerados), estimado
como igual a 2. Adicionaram-se 10% a fim de compensar recusas e perdas e 20%
considerando a presença de variáveis de confusão. A amostra calculada foi de 1.985
adultos. Como o presente estudo fez parte de uma pesquisa que investigou outros
desfechos em saúde e fatores associados, a amostra efetivamente considerada foi
maior, equivalendo a 2.051 pessoas.
Para o cálculo do tamanho da amostra utilizou-se a fórmula para cálculo de
prevalência, através do programa Epi-Info, de domínio público que é:
n = N. z2. P (1-P)/d2. (N – 1) + z2. P (1-P) X deff + % de perdas estimadas
Onde:
n = Tamanho mínimo da amostra necessária para o estudo
N = Número da população de referência: 86.998
Z = nível de confiança (geralmente igual a 95%) expresso em desviospadrão (1,96)
P = prevalência esperada do fenômeno a ser investigado na população: 50%
28
(dados desconhecidos)
d = Erro amostral previsto (precisão): 3,5%
deff = efeito do desenho do estudo, por conglomerados, estimado como
igual a 2
% Perdas estimadas: 10%
% controle de fatores de confusão: 20%.
Por meio do processo amostral por conglomerados, foram sorteados,
através de amostragem casual simples, sessenta setores censitários do município
(unidade de primeiro estágio), dentre os 186 existentes. Posteriormente, dentro de
cada setor foi sorteado um quarteirão e neste, uma esquina a partir da qual se
iniciou a coleta de dados nos domicílios, que se configurou como a unidade de
segundo estágio. Em cada um dos domicílios selecionados todos os moradores com
idade entre 20 e 59 anos eram potencialmente elegíveis para participar do estudo.
Foram consideradas como perdas pessoas não encontradas nos domicílios
visitados pelo menos quatro vezes, incluída visita em finais de semana e no período
noturno, ou caso houvesse recusa em participar. Foram excluídos da amostra
gestantes (medidas antropométricas), indivíduos amputados, acamados, portadores
de aparelho gessado, portadores de distúrbios psiquiátricos e aqueles que, por
algum motivo, não apresentavam condições de permanecer na posição adequada
para aferição das medidas.
Para avaliar o nível de atividade física insuficiente foi utilizado o Questionário
Internacional de Atividade Física (IPAQ), na forma curta, versão 8. Foi considerada a
atividade física realizada na semana anterior à entrevista e o escore relativo à
mesma foi calculado como sendo a soma dos minutos de atividade moderada (por
exemplo, pedalar leve na bicicleta, dançar ou fazer serviços domésticos na casa, no
quintal ou no jardim) mais duas vezes os minutos de atividade vigorosa (por
exemplo, correr, fazer ginástica aeróbica e jogar futebol). O desfecho foi
dicotomizado em pessoas com atividade física insuficiente (com escore abaixo de
150 minutos de atividades por semana) e pessoas fisicamente ativas (escore ≥ 150
minutos por semana) (CRESPO, 2001).
As variáveis independentes selecionadas para a análise foram sexo, idade
(em anos completos e categorizada como 20-29 anos, 30-39 anos, 40-49anos e
50-59 anos), escolaridade em anos de estudo (0-4, 5-8, 9-11, 12 e mais); renda
mensal per capita em salários mínimos por quartis (0,026-0,500; 0,510–0,880;
29
0,890–1,580;
1,590–19,740);
estado
conjugal
(com
companheiro
e
sem
companheiro); percepção de saúde (avaliação positiva, regular e negativa) e estado
nutricional (eutrófico, sobrepeso e obeso). Para classificar o estado nutricional, foi
calculado o índice de massa corporal (IMC), obtido pelo quociente entre o peso (em
quilogramas-kg) e a estatura (em metros -m) elevada ao quadrado (IMC=kg/m 2). O
peso corporal foi aferido com os indivíduos trajando roupas leves, sem calçados,
posição ereta, pés juntos e braço posicionado ao longo do corpo. Para aferição do
peso, foram utilizadas balanças digitais portáteis com variação de 0,1 kg e
capacidade de até 130 kg; os participantes foram pesados uma única vez e os
valores registrados. A medida da estatura foi realizada com fita métrica inelástica,
fixada em superfície vertical sem rodapés a um ponto distante 100 cm do chão. A
estatura foi avaliada com o indivíduo sem calçados ou adornos na cabeça, de pé,
com os calcanhares unidos. Estes, os glúteos, ombros e cabeça tocavam a
superfície vertical da parede sendo que a linha de visão foi a horizontal no momento
da inspiração.
Os dados foram digitados por dois digitadores independentemente, sendo,
posteriormente, verificadas a consistência dos bancos. A análise dos dados foi
realizada no pacote estatístico Stata 9. Inicialmente foi realizada análise descritiva
através de médias, desvios-padrão, percentis, valores mínimos e máximos e
proporções. Para verificar as associações entre a variável dependente e cada
variável independente foi realizado o teste de qui-quadrado, adotando-se valor de
p<0,05 para identificar diferenças estatisticamente significantes. A pesquisa foi
aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Planalto
Catarinense sob protocolo nº. 01/2007.
3.2 Critérios de exclusão e perda para o estudo
Foram excluídas pessoas institucionalizadas (prisões, asilos, hospitais e
outras) e aquelas apresentando algum impedimento físico ou mental; também o não
consentimento para responder ao questionário, foi um critério de exclusão.
Convencionou-se que seriam consideradas como perdas: residentes em domicílios
visitados, no mínimo, quatro vezes incluída pelo menos uma visita em final de
semana e outra no período noturno, sem que se conseguisse localizar a pessoa a
ser aplicado o instrumento. Ou caso houvesse recusa dessa em participar. Cada um
30
desses tipos de perdas foi devidamente anotado na ficha do responsável pela
aplicação do questionário (anexo 1).
3.3 Local do estudo
O estudo foi desenvolvido na zona urbana do município de Lages, Santa Catarina. O
município de Lages situa-se na região serrana de Santa Catarina a 176,5 Km da
capital do estado, Florianópolis. Fundado em 1765, o município apresenta uma área
de 2651,4 Km2 com uma densidade demográfica de 59 habitantes por Km2. A
população do município no ano 2005 foi de 166.733 habitantes sendo 97,4% na
zona urbana (162.397 habitantes). No período 1996-2000 a taxa anual de
crescimento estimada foi de 1,4%.
Os menores de 15 anos representam 29,44% da população enquanto os entre 15 e
59 anos e os com 60 anos e mais atingem 62,33% e 8,23%, respectivamente. O
município apresenta uma razão de dependência de 53,8%. O índice de
desenvolvimento humano municipal (IDH-M) foi de 0,813 em 2000, alto índice de
desenvolvimento humano, colocando o município na 316a posição dentre todos os
municípios brasileiros e na 73a posição no estado de Santa Catarina. A mortalidade
infantil foi de 22,8/1000 nascidos vivos em 2004, a esperança de vida de 71,9 anos e
a taxa de fecundidade de 2,5 filhos por mulher, a média de anos de estudo foi de 6,6
e 8,4% foi à taxa de analfabetismo. A renda média em 2000 foi de R$ 335,4 e a
proporção de pobres foi de 22%. Pobres são considerados aqueles que vivem com
rendimento mensal per capita inferior a metade do salário mínimo, ou seja, R$ 75,5
em agosto de 2000.
Gráfico 1: Localização do município de Lages.
31
3.4 Procedimentos éticos em pesquisa
O projeto do inquérito Auto-avaliação das condições de saúde e fatores
associados: estudo de base populacional em adultos de Lages (SC) foi submetido
ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da UNIPLAC, sob Protocolo nº 001-07, em
fevereiro de 2007. O Termo de Avaliação e Aprovação desse Comitê encontra-se no
anexo 2. Para cada pessoa que respondeu ao questionário, foi solicitado
previamente o consentimento; se positivo, na seqüência, o Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido1 (anexo 3) era assinado em duas vias, sendo uma deixada com o
respondente. A outra cópia, devidamente assinada, foi anexada ao questionário
correspondente e ambos devidamente arquivados e guardados em local de acesso
restrito na Universidade. Assim, os procedimentos relativos à ética em pesquisa
envolvendo seres humanos foram seguidos.
1
O TCLE foi elaborado na disciplina de Bioética, durante o terceiro trimestre do curso de Mestrado do Programa
de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, em novembro de 2006, com a participação de docentes, alunos e
colaboração de membros do CEP da UNIPLAC.
CAPÍTULO 4 - RESULTADOS
Da amostra inicialmente calculada, foram efetivamente entrevistados 2.022
indivíduos. Destes, 87 não souberam reportar as questões referentes à atividade
física e foram excluídos da análise. Assim, compuseram a amostra final 1.935
pessoas. Do total, 748 (38,7%) eram homens, 52,9% das pessoas tinham entre 20 e
39 anos, 30,1% eram solteiros e 46,5% tinham no máximo 8 anos de estudo (tabela
1).
TABELA 1 – DISTRIBUIÇÃO DA AMOSTRA (N = 2.022) SEGUNDO NÍVEL DE
ATIVIDADE FÍSICA E VARIÁVEIS SÓCIO-DEMOGRÁFICAS, ESTADO
NUTRICIONAL E PERCEPÇÃO DE SAÚDE. LAGES, SANTA CATARINA, 2007
Variáveis
Insuficientement Suficientemen
e ativos
te ativos
Total
n (%)
n (%)
n
Sexo (n=1935)
Feminino
Masculino
345 (29,1)
239 (31,9)
842 (70,9)
509 (68,1)
1187
748
Idade (anos) (n=1931)
20-29
30-39
40-49
50-59
160 (26,9)
126 (29,7)
153 (29,9)
142 (35,5)
435 (73,1)
298 (70,3)
359 (70,1)
258 (64,5)
595
424
512
400
Escolaridade (n=1914)
0 -4
5–8
9 – 11
12 e mais
102 (30,1)
154 (28,2)
169 (28,7)
153 (34,9)
237 (69,9)
393 (71,8)
420 (71,3)
286 (65,1)
339
547
589
439
Renda (salários mínimos per
p*
0,178
0,037
0,101
0,002
33
capita) (n=1898)
0,02-0,50
0,60-0,88
0,89-1,58
1,59-10,74
124 (26,1)
143 (30,2)
138 (27,8)
167 (36,9)
351 (73,9)
330 (69,8)
359 (72,2)
286 (63,1)
453
497
473
475
Estado conjugal (n=1932)
Com companheiro
Sem companheiro
418 (30,9)
166 (28,7)
935 (69,1)
413 (71,3)
1348
584
Estado nutricional (n=1887)
Eutrófico
Sobrepeso
Obeso
216 (27,3)
195 (29,9)
154 (34,7)
575 (72,7)
457 (70,1)
290 (65,3)
791
652
444
Avaliação de saúde (n=1935)
Positiva
Regular
Negativa
409 (29,1)
144 (32,1)
31 (38,8)
998 (70,9)
304 (67,9)
49 (61,2)
1407
448
80
0,329
0,025
0,109
*: teste de qui-quadrado
A distribuição do escore de atividade física está demonstrada na figura 1 e é
caracterizada por uma curva descendente.
FIGURA 1 – DISTRIBUIÇÃO DO ESCORE DE ATIVIDADE FÍSICA (MINUTOS
0
10
%
20
30
40
POR SEMANA) EM ADULTOS DE LAGES, SANTA CATARINA, 2007
150
450
750
1050
1350
1650
Score de atividade física (min/sem)
1950 //
//: o eixo x foi interrompido no minuto 1.950. O gráfico não mostra dados acima desse valor (10% da
amostra). Os dados omitidos continuam em declínio.
A proporção de indivíduos com escore zero de atividade física por semana
foi de 10,43% entre os homens e de 11,63% entre as mulheres (tabela 2). Observou-
34
se grande variabilidade quanto ao número mínimo de minutos de atividade física por
semana, sendo o valor mínimo equivalente a 0 e o máximo a 5.760. A mediana de
minutos de atividade física por semana não foi significativamente diferente entre os
homens (317) e as mulheres (360) (tabela 2).
TABELA 2 – DESCRIÇÃO DO PADRÃO DE ATIVIDADE FÍSICA EM LAGES,
SANTA CATARINA, 2007
Parâmetro
Amostra total
Homens
Mulheres
726,80
795,34
683,60
1165,65
1162,66
846,60
25
105
100
110
Mediana*
340
317
360
960
900
990
Porcentagem com escore=0 (min sem )
11,16
10,43
11,63
Mínimo
0
0
0
Máximo
5760
5760
4980
Média score (min sem-1)
-1
Desvio-padrão (min sem )
Percentis
75
-1
*: a diferença entre os sexos não foi estatisticamente significante (teste de Mann-Whitney; p=0,62)
Verificou-se que 30,2% (IC95% 28,13; 32,22) da população investigada
apresentava nível de atividade física insuficiente. Identificou-se que a prevalência de
atividade física insuficiente foi maior entre aqueles com idade mais elevada
(p=0,037), maior renda (p=0,002) e obesos (p=0,025) (tabela 1). Maior prevalência
de atividade física insuficiente foi ainda, reportada entre os homens, aqueles com
doze ou mais anos de estudo, pessoas que avaliam negativamente a sua saúde e
aqueles com companheiro. Porém, tais diferenças não foram estatisticamente
significativas.
CAPÍTULO 5 - DISCUSSÃO
No presente estudo foram descritos a prevalência de atividade física
insuficiente e os fatores a ela associados em uma população adulta urbana de um
município de médio porte do sul do país. Quanto à mensuração da atividade física,
destaca-se que o IPAQ, tanto em sua versão longa quanto curta, já demonstrou
validade e reprodutibilidade satisfatórias (CRAIG et al, 2003; MATSUDO et al, 2001;
GRZYWACZ et al, 2001). No entanto, como limitações de suas aplicações são
citadas a dificuldade por parte do sujeito de pesquisa em estimar e quantificar em
freqüência e duração as sessões de pelo menos 10 minutos de atividade contínua e
determinar com precisão o que seria uma semana usual ou normal (MATSUDO et al,
2001; GRZYWACZ et al, 2001). Além disso, os valores reportados a partir do IPAQ
consideram as atividades físicas desenvolvidas não apenas no lazer, mas também
no trabalho, deslocamento e em serviços domésticos. Apesar do aspecto positivo de
tal agrupamento incorporar diferentes dimensões em que a atividade física pode ser
desenvolvida, a impossibilidade de se avaliar cada uma isoladamente impõe limites
na análise dos dados. Vale ressaltar, no entanto, que o IPAQ é o instrumento mais
utilizado em estudos brasileiros sobre atividade física e, por isso, permite
comparações entre diferentes pesquisas (CRESPO et al, 2001).
Comparações de prevalência de atividade física insuficiente devem ser
cautelosas, uma vez que os pontos de corte adotados nem sempre são os mesmos.
Ainda assim, dentre os estudos de base populacional com adultos e que também
empregaram o IPAQ, verificou-se que a prevalência global de atividade física
insuficiente nesta pesquisa foi inferior aos valores reportados na maior parte das
36
capitais brasileiras. Dentre 15 investigadas, em João Pessoa identificou-se a maior
prevalência de indivíduos com atividade física insuficiente (55,1%) e em Belém foi
descrita a menor proporção (27,4%) (INCA, 2005). Já Hallal, et al (2003)
descreveram prevalência de atividade física insuficiente em Pelotas (RS) igual a
41,1% e em Joaçaba (SC) o valor encontrado por Barreta, et al (2007) foi de 57,7%.
No âmbito internacional, Al-Hazzaa (2007) verificou na Arábia Saudita uma
proporção de 40,6%.
Apesar de grande parte dos estudos avaliarem apenas as atividades físicas
desenvolvidas no lazer, em países em desenvolvimento a importância do
deslocamento e do trabalho no total de atividades físicas realizadas pelo indivíduo
justifica a sua incorporação na presente análise (HALLAL et al, 2003). Tal
consideração é importante quando são comparadas as diferentes prevalências de
atividade física entre os extratos populacionais. Considerando apenas a dimensão
do lazer, por exemplo, é reportada maior atividade física entre os homens, sobretudo
nos jovens e adultos jovens, porém ela tende a se assemelhar entre ambos os sexos
quando incluídas as atividades relacionadas ao trabalho, deslocamento e serviços
domésticos (MONTEIRO et al, 2003). Hallal, et al (2003), ao não identificarem
diferença na prevalência de atividade física entre homens e mulheres destacaram a
importância dos trabalhos domésticos no total de atividades desempenhadas. Como
de maneira geral as mulheres estão mais envolvidas nessas práticas. Tal fato pode
ser importante fator para explicar a maior atividade física entre as mulheres
identificada no presente estudo.
De maneira análoga, a maior prevalência de atividades físicas entre as
pessoas com menor renda per capita pode estar relacionada com a maior carga de
atividades ocupacionais desempenhada por esse grupo socioeconômico, uma vez
que está sedimentado na literatura que os estratos mais privilegiados realizam mais
atividade física de lazer (SALMON et al, 2000; GAL et al, 2005). Ao comparar o nível
de atividade física entre regiões com diferentes condições socioeconômicas, VAN
LENTHE et al, 2005)
identificaram que os residentes em áreas mais
desprivilegiadas apresentaram maior chance de caminhar ou andar de bicicleta para
fazer compras ou ir trabalhar, porém menor probabilidade de executar tais atividades
no tempo de lazer ou de praticar esportes.
Verificou-se que houve maior prevalência de indivíduos com atividade física
insuficiente entre os obesos. No entanto, dado o delineamento transversal do
37
estudo, não é possível estabelecer relação causa-efeito dessa associação em razão
da possibilidade de causalidade reversa. Ressalta-se que o desenvolvimento de
atividades físicas é uma prática largamente recomendada para indivíduos obesos.
Estudos conduzidos no Brasil (HALLAL et al, 2003), Austrália (ATLANTIS et al,
2008), Índia (SINGH et al, 2007) e Canadá (KAPLAN et al, 2003) indicaram
associação positiva entre obesidade e atividade física insuficiente.
Brownson, et al (2005) descreveram a existência nas últimas décadas de
declínio na atividade física total entre a população dos Estados Unidos. Dos
componentes específicos, foi reportada queda nas atividades ocupacionais,
domésticas e para transporte, enquanto houve um estacionamento ou leve
acréscimo nas atividades físicas de lazer e um claro aumento de atividades
sedentárias. Tal comportamento, semelhante ao ocorrido em outros países,
certamente refletirá nos padrões futuros de morbi-mortalidade. Para subsidiar
políticas nacionais que promovam a atividade física, a Organização Mundial de
Saúde vem propondo ações e objetivos gerais a serem desempenhados pelos
estados membros. Nesse sentido, é ressaltada a importância, para que os indivíduos
assumam práticas saudáveis, de um contexto social, econômico e ambiental
favorável (WHO, 2006). Além disso, também devem ser assumidas práticas de
monitoramento, avaliação e vigilância das políticas adotadas a fim de aperfeiçoarem
as políticas públicas adotadas.
Na perspectiva de prevenção e controle das doenças crônicas não
transmissíveis, a OMS elaborou uma proposta de Estratégia Global para a
Promoção da Alimentação Saudável, Atividade Física e Saúde que se mostra como
uma oportunidade singular para a formulação e implementação de uma linha de
ação efetiva para reduzir substancialmente as mortes e doenças em todo o mundo.
Um dos objetivos é reduzir os fatores de risco para doenças crônicas não
transmissíveis advindas de alimentação inadequada e de falta de atividade física
através da ação em saúde pública e promoção da saúde e medidas preventivas.
Para tal, está sendo estimulada a criação de espaços urbanos que propiciem o
aumento da atividade física na população.
Em São Paulo foi desenvolvido o programa “Agita São Paulo”, uma iniciativa
que congregou governo e sociedade civil e propunha que as pessoas
desenvolvessem atividades físicas moderadas durante 30 minutos ao dia, na maior
parte dos dias da semana (MATSUDO et al, 2003). A proposta de incentivar
38
mudanças de comportamento que sejam factíveis aos indivíduos, numa escala
gradual e progressiva, é de grande relevância e tem mostrado indicadores de
avaliação positivos, mas deve estar acompanhada ao provimento de condições
estruturais para que as pessoas tenham condições de desempenhar essas práticas
positivas. Em Lages, uma importante experiência foi a recente criação de pequenas
academias nas praças públicas, contanto com aparelhos e educadores físicos que
auxiliam e incentivam a prática de atividade física na população. Estudos
longitudinais podem contribuir para avaliar o impacto dessa medida na saúde da
população do município.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao final, tecemos algumas considerações sobre a relação da saúde,
qualidade de vida e os resultados da prevalência de Atividade Física insuficiente
levantada por esse estudo. Considera-se que a atividade física por si só não
determina a qualidade de vida já que esta demanda outros fatores igualmente
influentes. A concepção de que a saúde é: "um estado de completo bem-estar físico,
mental e social e não apenas a ausência de doença ou enfermidade" definida pela
Organização Mundial de Saúde (OMS, 1986 apud PALMA 2001, p. 29) nos permite
incluir a atividade física no processo de saúde enquanto bem-estar físico e aqui
convém não deixar fora uma reflexão sobre o educador físico que como um
profissional da saúde se dedica à formação integral das pessoas e ao
desenvolvimento de estilos de vida ativos.
Até onde se pôde verificar pela revisão bibliográfica realizada, há uma
variedade de estudos que indicam a prática da atividade física como um fator que
influencia
vários
problemas
relacionados
à
saúde,
incluindo
as
doenças
cardiovasculares, a obesidade, o sedentarismo e outros.
Conforme já foi destacado, estudos sobre a prevalência no Brasil são raros.
Um desses estudos, realizados por pesquisadores das universidades Federal e
Católica de Pelotas (RS) (HALLAL et al, 2003), destacou que a prevalência de
sedentarismo ainda é elevada no Sul e no Nordeste: 31,8% dos adultos e 58% dos
idosos dessas regiões não praticam atividades físicas. Em Lages, verificou-se que
30,2% da população investigada apresentou nível de atividade física insuficiente o
40
que se associa aos índices da região sul. Identificou-se ainda que a prevalência de
atividade física insuficiente foi maior entre aqueles com idade mais elevada , maior
renda e obesos.
Observou-se que o sexo feminino é mais ativo que o sexo masculino, o que
pode ser explicado pelo fato das perguntas do questionário aplicado, contemplar
serviços domésticos mais relacionados às mulheres como, por exemplo, aspirar
cuidar do jardim, fazer serviços domésticos pesados. Ainda que a diferença
apresentada na tabela seja muito pequena não chegando a 2%.
O fator escolaridade não influenciou na prática da atividade física. Observouse que aqueles que têm de 0 – 4 anos de estudo são menos ativos, mas em outras
faixas existe uma alternância de resultados, o que não nos permite afirmar que
pessoas que têm menor grau de escolaridade fazem menos atividade física.
Quanto à renda, observou-se que quanto maior menos ativas são as
pessoas, fato que também pode estar relacionado às perguntas sobre os serviços
domésticos e também ao meio de locomoção utilizado por esta população
considerando que a topografia da cidade favorece a utilização de bicicleta e de
caminhadas. Caso houvesse perguntas mais relacionadas ao lazer este indicador
poderia mudar o resultado.
O estado conjugal também não foi significativo para a prática da atividade
física. Quanto à auto avaliação de saúde negativa, vale destacar que esta
observação diz respeito àqueles que fazem menos atividade física. E, ainda de
acordo com a figura 1 observou-se que quando aumenta o número de minutos de
atividade física diminui o percentual de indivíduos que a praticam.
De qualquer forma, a alta prevalência de atividade física insuficiente eleva o
custo, tanto diretos quanto indiretos, do sistema de saúde. Diminuir o sedentarismo
e promover estilos de vida mais ativos com a participação de profissionais da área
de Educação Física pode possibilitar a melhoria dos índices de saúde populacional e
amenizar os custos relacionados à gestão dos serviços.
O Manifesto Mundial da Educação Física (2000) da Fédération Internationale
D’Education Physique (FIEP), na defesa de um dos direitos fundamentais de todas
as pessoas refere-se a uma educação efetiva para a saúde e ocupação saudável do
tempo livre de lazer. Em que pese o fato do inquérito populacional de Lages não ter
envolvido também os idosos, pois a população alvo foi de adultos de 20 a 59 anos,
uma estratégia relevante para a prática da atividade física vem chamando a atenção
41
da população lageana de todas as idades. Instaladas nas praças públicas da cidade
de Lages SC, as chamadas "Academias da Terceira Idade", configuram-se em
espaços para a prática de atividade física ao ar livre e incluem horários em que
professores de Educação Física ficam à disposição dos praticantes. Este projeto foi
inicialmente implantado em Maringá/PR e com a implantação do Projeto ATI,
constatou-se entre pessoas acima de 60 anos, uma diminuição de 30% no número
de consultas e 27% nas solicitações de anti-inflamatórios no postos de saúde onde
foram implantados os aparelhos. Aqui em Lages, muito embora esse projeto esteja
voltado à prática de exercícios físicos de idosos, observou-se que os aparelhos vêm
sendo usados por pessoas de todas as idades.
Por essa particularidade, ressalta-se a importância da implementação de
políticas municipais, estaduais e nacionais com ênfase à projetos que envolvam a
população de um modo geral e a orientação efetiva de um educador físico.
Registramos em fotos algumas visitas realizadas a estes locais e nelas observamos
que jovens, adultos, idosos procuram orientações, diálogos e informações acerca da
atividade física (anexo 5). Desta forma, a reversão da alta prevalência de atividade
física insuficiente observada na comunidade pesquisada pode ganhar um aliado
capaz de orientar sobre um conceito de saúde amplo e fundamental na preservação
e promoção da saúde.
De acordo com o superintendente da Fundação Municipal de Esportes
(FME) da cidade de Lages, Marcelo Kowalski, atualmente, sete professores prestam
atendimento nas Academias da Terceira Idade. Para fazer uso das Academias, os
interessados
procuram
encaminhadas para um
os
professores
para se
atendimento médico
cujas
cadastrarem
e
recomendações
serem
são
adequadamente observadas. Nesse sentido, cada pessoa é atendida na sua
particularidade e orientada sobre os exercícios que cada um pode fazer. “É bom
lembrar aos interessados que o acompanhamento de um profissional de saúde é
importante" (http://www.lages.sc.gov.br/dinamica).
Assim, a Educação Física pode assumir um papel fundamental na promoção
da saúde e qualidade de vida da população. O educador físico surge como um
elemento articulador cuja responsabilidade social está em contribuir e orientar a
prática da atividade física como possibilidade de mudança de vida. Entretanto, é
preciso que sejam ampliados os espaços de “promoção da saúde”, espaços
propícios à sociabilidade humana, ao lazer, sem restrição à idade do cidadão e no
42
qual se possa também educar para a saúde.
Concordamos com Oléias (1999) quando diz que
É possível pensarmos, enquanto profissionais em Educação Física, numa
proposta política que não seja excludente e que proporcione a inserção da
maioria da sociedade em espaços possíveis para o desenvolvimento do
esporte e do lazer com a característica popular (p. 76).
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ANEXOS
ANEXO 1 - INSTRUMENTO DE PESQUISA – QUESTIONÁRIO
UNIVERSIDADE DO PLANALTO CATARINENSE - UNIPLAC
“AUTO-AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE SAÚDE E FATORES ASSOCIADOS:
estudo de base populacional em adultos de Lages (SC), 2007.
QUESTIONÁRIO
Setor censitário __ ___ ___
Número do domicílio: ___ ___ ___ ___
Nome _____________________________________________________________
Nome do entrevistador: _______________________________________________
Data da 1a visita: _____/ _____/ _____
Data da 2a visita: _____/ _____/ _____
Data da 3a visita: _____/ _____/ _____
Data da 4a visita: _____/ _____/ _____
Endereço completo __________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Telefones __________________________________________________________
Telefone de um parente/amigo próximo __________________________________
Ponto de referência do domicílio ________________________________________
Meu nome é <…> e estamos trabalhando para a UNIPLAC. Este ano estamos coletando
algumas informações sobre a saúde em geral dos adultos de Lages e precisamos de
sua colaboração e compreensão. Sua participação é muito importante. Podemos
conversar? (Se tiverem dúvidas é um bom momento para explicar – Entregar o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido. Agradecer se sim ou não. Se marcou p/outro dia – anotar
na planilha de campo Dia e Hora da entrevista agendada). Caso concordou ou ficou na dúvida
continue: gostaríamos de lhe fazer algumas perguntas sobre a sua saúde e também
tomar algumas medidas como, por exemplo, sua altura e peso. Este questionário não
possui respostas certas ou erradas. As informações dadas pelo Sr(a) não serão
divulgadas nem as respostas que o Sr(a) nos der.
1. Sexo do(a) entrevistado(a) (observar e marcar)
(1) masculino
(2) feminino
2. Quantos anos o(a) Sr(a) tem? (marcar os anos completos)
idade |__ __|
3. Neste momento o(a) Sr(a) está? (ler as alternativas)
(1)
casado/companheiro
(2) solteiro
(3) divorciado/separado
(4) viúvo
(9) IGN
4. Quantos filhos naturais (biológicos) a Sra tem ou teve? (só para
__ __ (88) NA
mulheres)
5. O(a) Sr(a) considera a sua cor da pele, raça ou etnia: (ler as
(1) branca
opções, exceto a alternativa 9)
(2) parda
(3) negra ou preta
(4) amarela
(5) indígena
(9) IGN
6. Quantas pessoas no total moram nesta casa?
npess |__ __|
(99) IGN
7. No mês passado, quanto receberam EM REAIS, as pessoas
renda 1|__________|
que moram na casa? (lembrar que inclui salários, pensões,
renda 2|__________|
mesadas, aluguéis, etc.).
renda 3|__________|
renda 4|__________|
renda 5|__________|
(9) IGN
8. O Sr(a) poderia me mostrar a sua última conta de luz? (ver na
kilow |________|
conta e anotar)
(888) NA (999) IGN
9 .O Sr(a) estudou na escola?
(1) sim
(2) não
(9) IGN
10. Até que ano o(a) Sr(a) completou na escola? (marcar o número anesc |__ __|
de anos de estudo)
(88) NA (99) IGN
AGORA EU VOU PERGUNTAR SOBRE A SUA CASA. O(A) SR(A) TEM?:
11. Rádio
(0) não (1) sim
12. Aparelho de som
(0) não (1) sim
13. Televisão
(0) não (1) sim
14. Carro
(0) não (1) sim
15. Aquecedor elétrico
(0) não (1) sim
16. Fogão à lenha, carvão , com madeira, esterco, palha, lareira
(0) não (1) sim
17. Aspirador de pó
(0) não (1) sim
18. Máquina de lavar roupa
(0) não (1) sim
19. Vídeo cassete ou DVD
(0) não (1) sim
20. Computador
(0) não (1) sim
21. Internet
(0) não (1) sim
22. Geladeira
(0) não (1) sim
23. Freezer separado, geladeira duplex
(0) não (1) sim
24. Banheiros na casa
(0) não (1) sim
25. Quantos banheiros com chuveiro têm na casa?
Banheiro|__ __|
26. Água encanada em casa
(0) não (1) sim
27. Quantos cômodos são usados para dormir?
Cômodos |__ __|
28. De que material é feita a sua casa?
(1) tijolo com reboco
(2) tijolo sem reboco
(3) apartamento
(4) madeira/material
(5) madeira regular
(6) madeira irregular
(7) papelão ou lata
(8) barro
AGORA UMA ÚLTIMA PERGUNTA SOBRE A SUA CASA
29.Nesta casa trabalha empregada doméstica mensalista?
(0) não (1) sim (9) IGN
AGORA VAMOS CONVERSAR SOBRE A SUA SAÚDE. EU GOSTARIA DE VERIFICAR
ALGUMAS MEDIDAS DO SR(A) E DEPOIS LHE FAZER ALGUMAS PERGUNTAS.
30. Peso (Kg)
peso |__ __ __, ___|
(999,9) IGN
31. Altura (cm)
alt |__ __ __, __|
(999,9) IGN
32. Perímetro da cintura (cm)
cint |__ __ ___, __|
(999,9) IGN
33. Pressão arterial sistólica (1a medida)
pas1 |__ __ __|
(999) IGN
34. Pressão arterial diastólica (1a medida)
pad1 |__ __ __|
(999) IGN
35. De um modo geral, em comparação com pessoas de sua idade (1) excelente
como o(a) Sr(a) considera seu estado de saúde. (ler as alternativas, (2) muito bom
exceto a alternativa 9)
36. O(a) Sr(a) usa remédio para emagrecer? (aguarde a resposta e,
em caso positivo, pergunte: sempre ou de vez em quando? E em
seguida marque a resposta)
37. O Sr(a) usou algum tipo de remédio nos últimos 15 dias, ou
ainda está usando? Caso positivo pedir para olhar a caixa do
medicamento ou, se não tiver mais, perguntar qual era o
medicamento e anotar o nome ao
lado.______________________________________
______________________________________________________
________________
______________________________________________________
_________________
38. O Sr(a) já teve alguma fraqueza ou paralisia em algum lado do
rosto/face, um braço ou uma perna, que durou mais de cinco
minutos?
39. O Sr(a) já teve perda marcante da visão em um olho ou forte
escurecimento ou embaralhamento da visão em ambos os olhos,
que durou mais de cinco minutos?
40. O Sr(a) já teve um período em que perdeu a fala ou a
capacidade de entender o que uma pessoa estava dizendo?
41. O Sr(a) já teve “derrame”? (se respondeu “não”, marque NA na
42)
42. Procurou atendimento médico por causa destes problemas?
43. Alguma vez o médico disse que o Sr(a) teve derrame, ou AVC
(Acidente Vascular Cerebral)?
44. O médico ou outro profissional de saúde alguma vez lhe disse
que o Sr(a) tinha Diabetes?
45. O(a) Sr(a) toma remédio para controlar a pressão alta?
(3) bom
(4) regular
(5) ruim
(9) IGN
(1) não uso
(2) sim uso, sempre
(3) sim, uso de vez em
quando
(9) IGN
(1) não
(2) sim
(9) IGN
(0) não (1) sim (9) IGN
(0) não (1) sim (9) IGN
(0) não (1) sim (9) IGN
(0) não (1) sim (9) IGN
(0) não (1) sim (8) NA
(9) IGN
(0) não (1) sim (9) IGN
(0) não (1) sim (9) IGN
(0) não (1) sim (9) IGN
VOU LHE FAZER ALGUMAS PERGUNTAS AGORA SOBRE SUA RESPIRAÇÃO E SEUS PULMÕES.
RESPONDA SIM OU NÃO, SE POSSÍVEL. SE TIVER DÚVIDA, RESPONDA NÃO.
46. O(a) Sr(a) costuma ter tosse, sem estar resfriado(a)? (Se
“sim”, pergunte Questão 47; se “não”, vá para a questão 50 e
marque NA de 47 a 49)
47. Existem meses em que o(a) Sr(a) tosse na maioria dos dias ou
quase todos os dias ? (Se “sim”, pergunte Questão 48; se “não”,
vá para a questão 50 e marque NA de 48 e 49)
48. O(a) Sr(a) tosse na maioria dos dias, no mínimo por três meses,
a cada ano?
49. Há quantos anos o(a) sr(a) vem tendo essa tosse ?
50. O(a) Sr(a) geralmente tem catarro que vem do seu pulmão, ou
catarro difícil de por para fora, mesmo sem estar resfriado(a)?(Se
“não”, vá para a questão 54 e marque NA de 51 a 53)
51. Existem meses em que o(a) sr(a) tem esse catarro na maioria
dos dias ou quase todos os dias ? [se “sim”, continue; se “não”, vá
para a questão 54 e marque NA nas 52 e 53)]
52. O(a) Sr(a) tem esse catarro na maioria dos dias, no mínimo por
três meses, a cada ano ?
53. Há quantos anos o(a) Sr(a) vem tendo esse catarro ?
(0) não (1) sim (9) IGN
(0) não (1) sim (8) NA
(9) IGN
(0) não (1) sim (8) NA
(9) IGN
(1) <2 anos
(2) entre 2 e 5 anos
(3) mais do que 5 anos
(8) NA
(9) IGN
(0) não (1) sim (9) IGN
(0) não (1) sim (8) NA
(9) IGN
(0) não (1) sim (8) NA
(9) IGN
(1) <2 anos
(2) entre 2 e 5 anos
(3) mais do que 5 anos
(8) NA
(9) IGN
54. O Sr(a) teve chiado no peito, alguma vez, nos últimos 12 meses? (0) não (1) sim (9) IGN
(se “sim”, pergunte as questões 55 e 56; se “não”, vá para a
questão 57 e marque NA nas 55 e 56)
55. O(a) Sr(a) teve esse chiado no peito, nos últimos 12 meses,
(0) não (1) sim (8) NA
somente quando esteve resfriado?
(9) IGN
56. Alguma vez, nos últimos 12 meses, o(a) Sr(a) teve um ataque
(0) não (1) sim (8) NA
(crise) de chiado no peito com falta de ar?
(9) IGN
57. O(a) Sr(a) tem algum problema que não o(a) deixa andar, sem
(0) não (1) sim (9) IGN
ser problema de pulmão ou coração ? (se “sim”, por favor, diga
Qual?_____________
qual é esse problema, então vá para a questão 63 marcando NA de
58 a 62; se “não”, vá para a questão 58).
58. O(a) Sr(a) sente falta de ar quando anda (caminha) mais rápido (0) não (1) sim (8) NA
no chão reto e/ou quando anda numa pequena subida? (Se
(9) IGN
respondeu “não”, marque NA até a 62)
ATENÇÃO! Se responder “sim” para qualquer questão entre 59 até 62, vá para a
questão 63 e marque NA nas restantes; se “não”, pergunte a próxima.
59. O(a) Sr(a) tem que andar (caminhar) mais devagar no chão reto, (0) não (1) sim (8) NA
do que pessoas da sua idade, por causa da falta de ar ?
(9) IGN
60. O(a) Sr(a) já teve que parar de andar (caminhar), no chão reto,
(0) não (1) sim (8) NA
para puxar o ar, no seu passo normal ?
(9) IGN
61. O(a) Sr(a) já teve que parar de andar (caminhar) no chão reto
(0) não (1) sim (8) NA
para puxar o ar, depois de andar uns 100 metros ou alguns
(9) IGN
minutos ?
62. A sua falta de ar é tão forte que não deixa o(a) Sr(a) sair de casa (0) não (1) sim (8) NA
ou não deixa o(a) Sr(a) trocar de roupa ?
(9) IGN
63. O médico alguma vez lhe disse que o(a) Sr(a) tem enfisema nos (0) não (1) sim (8) NA
seus pulmões?
(9) IGN
64. O médico alguma vez lhe disse que o(a) Sr(a) tem asma, (0) não (1) sim (8) NA
(9) IGN
ou bronquite asmática ou bronquite alérgica ? (se “sim”,
pergunte a questão 65; se “não”, vá para a questão 66 e
marque NA na 65)
65. O(a) Sr(a) ainda tem asma ou bronquite asmática ou bronquite
alérgica?
66. O médico alguma vez na vida lhe disse que o(a) Sr(a) tem
bronquite crônica? (se “sim”, pergunte a questão 67; se “não”, vá
para a questão 68 e marque NA na 67)
67. O(a) Sr(a) ainda tem bronquite crônica?
(0) não (1) sim (8) NA
(9) IGN
(0) não (1) sim (8) NA
(9) IGN
(0) não (1) sim (8) NA
(9) IGN
68. O médico alguma vez na vida lhe disse que o(a) sr(a) tem
(0) não (1) sim (8) NA
doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC)?
(9) IGN
69. O(a) Sr(a) alguma vez na vida trabalhou por um ano ou mais em (0) não (1) sim (8) NA
um trabalho com poeira ou pó? (se “sim”, vá para a questão 70, se (9) IGN
“não”, vá para a questão 71 e marque NA na 70)
70. Por quantos anos o(a) Sr(a) trabalhou em lugar assim?
________ anos (88)
NA
71. Alguma vez o médico lhe disse que o (a) Sr(a) tinha
(0) não (1) sim (8) NA
Tuberculose?
(9) IGN
(0) não (1) sim (8) NA
72. O(a) Sr(a) esteve internado quando criança(≤9 anos) por
(9) IGN
problemas de pulmão?
73. O médico ou outro profissional de saúde lhe disse que seu pai,
(0) não (1) sim (8) NA
mãe ou irmãos tiveram Enfisema, ou bronquite crônica ou DPOC?
(9) IGN
74. Na sua casa, por mais de 6 meses em toda a sua vida, usaram
(0) não (1) sim (9) IGN
fogão com carvão para cozinhar? Na média, quantos anos?
_______anos
75. O(a) Sr(a) AGORA fuma cigarro industrializado (pronto) ou feito (0) não (1) sim (8) NA
a mão? (se “sim”, pergunte a questão 76 e marque NA na 77 e na (9) IGN
79. Se “não”, pule para 77 e marque NA na 76)
76. Quantos cigarros o Sr(a) fuma por dia?
77. Alguma vez na vida o(a) Sr(a) fumou regularmente?(se “não”,
pule para 80 e marque NA na 78 e 79)
78. Que idade o(a) Sr(a) tinha quando começou a fumar
regularmente?
79. Que idade o(a) Sr(a) tinha quando parou totalmente de fumar
cigarros?
____ cigarros (88) NA
(0) não (1) sim (8) NA
(9) IGN
___________anos (88)
NA
___________anos (88)
NA
MAIS ALGUMAS PERGUNTAS SOBRE SAÚDE
80. O Sr(a) sabe o que é Fisioterapia?
81. O Sr(a) sabe o que um fisioterapeuta faz?
82. O médico ou outro profissional de saúde alguma vez lhe indicou
os serviços de fisioterapia?
83. O Sr(a) já utilizou serviços de fisioterapia? Se sim, para quê?
_________________
Caso “sim”, marcar NA na 84, Caso “não”, marcar NA na 85 e
na 86
84. Por que não utilizou o serviço de Fisioterapia quando foi
necessário? (marque NA para quem nunca utilizou)
85. O Sr(a) fez uso dos serviços de Fisioterapia através: (ler as
opções, ou marcar NA para quem não usou o serviço)
(0) não (1) sim
(0) não (1) sim (8) NA
(0) não (1) sim (9) IGN
(0) não (1) sim (9) IGN
_________________
(8) NA (9) IGN
(1) convênios/particular
(2) SUS
(8) NA (9) IGN
86. Onde o Sr(a) recebeu este atendimento? (ler as opções, ou
(1) Posto de Saúde
marcar NA para quem não recebeu atendimento)
(2) Hospital
(3) Clínica/ Consultório
(4) Domicílio
(5) Outro. Qual?
_____________
(8) NA
(9) IGN
87. Nos últimos 12 meses o Sr (a) consultou com médico? (se (1) Sim (2) Não (9) IGN
“não”, vá para 92 e marque NA na 88 a 91)
88. Qual o motivo da última consulta neste período? (anotar o ___________________
motivo principal)
___________________
____
89. O Sr (a) fez esta última consulta através de: (ler as opções,
(1) convênios/particular
exceto as alternativas 8 e 9)
(2) SUS
(8) NA
(9) IGN
90. Onde o Sr(a) recebeu esta última consulta? (Espere a resposta (1) Posto de Saúde
e marque o que for relatado, não leia as alternativas).
(2) Hospital
(3) Clínica/ Consultório
(4) Domicílio
(5) Outro. Qual?
_____________
(8) NA
(9) IGN
91. Na última vez que o(a) senhor(a) foi ao médico, o senhor achou (1) Muito Bom
o atendimento?
(2) Bom
(Ler a resposta e marque a opção escolhida)
(3) Razoável
(4) Ruim
(5) Muito ruim
(8) NA (9) IGN
92. Nos últimos 12 meses o(a) Sr (a) recebeu orientações dos
(0) não (1) sim
profissionais de saúde sobre cuidados com sua saúde, como por
(8) NA (9) IGN
exemplo: atividade física, alimentação saudável, tabagismo, uso de _________________
álcool e outros? Aguarde a resposta e, caso positivo, pergunte
orientação sobre o quê e anote ao lado?
93. O seu pai é ou era gordo?
(0) não (1) sim (8) NA
94. A sua mãe é ou era gorda?
(9) IGN
(0) não (1) sim (8) NA
(9) IGN
(0) não (1) sim (8) NA
(9) IGN
95. O Sr(a) costuma tomar bebida de álcool? (Espere a resposta e
marque o que for relatado, não leia as alternativas. Se “não”, vá
para a 100 e marque NA nas 96 a 99)
96. Alguma vez o sr(a) sentiu que deveria diminuir a quantidade de (1) Sim (2) Não (8) NA
bebida alcoólica ou parar de beber?
(9) IGN
97. As pessoas o(a) aborrecem porque criticam o seu modo de
(1) Sim (2) Não (8) NA
tomar bebida alcoólica?
(9) IGN
98. O Sr (a) se sente chateado(a) consigo mesmo (a) pela maneira (1) Sim (2) Não (8) NA
como costuma tomar bebida alcoólica?
(9) IGN
99. O Sr(a) precisa tomar bebidas alcoólicas pela manhã para
(1) Sim (2) Não (8) NA
diminuir o nervosismo ou ressaca?
(9) IGN
AS PRÓXIMAS PERGUNTAS ESTÃO RELACIONADAS AO TEMPO QUE O SR(A) GASTOU
FAZENDO ATIVIDADE FÍSICA NA ÚLTIMA SEMANA.
100. Em quantos dias da última semana o Sr(a) caminhou por pelo
Dias _________ por
menos 10 minutos contínuos em casa ou no trabalho, como forma
semana
de transporte para ir de um lugar para outro, por lazer, por prazer ou ( ) Nenhum (999)
como forma de exercício?
IGN
101. Nos dias em que o Sr(a) caminhou por pelo menos 10 minutos horas: ______ Minutos:
contínuos quanto tempo no total o Sr(a) gastou caminhando por
_____
dia? (marcar o menor tempo)
(888) NA (999) IGN
102. Em quantos dias da última semana, o Sr(a) realizou atividades Dias _________ por
MODERADAS por pelo menos 10 minutos contínuos, como, por
SEMANA
exemplo, pedalar leve na bicicleta, nadar, dançar, fazer ginástica
( ) Nenhum
aeróbica leve, jogar vôlei recreativo, carregar pesos leves, fazer
(888) NA
serviços domésticos na casa, no quintal ou no jardim como varrer,
(999) IGN
aspirar, cuidar do jardim, ou qualquer atividade que fez aumentar
moderadamente sua respiração ou batimentos do coração (POR
FAVOR, NÃO INCLUA CAMINHADA)
103. Nos dias em que o Sr(a) fez essas atividades moderadas por
Horas: _______
pelo menos 10 minutos contínuos, quanto tempo no total o Sr(a)
Minutos: ______
gastou fazendo essas atividades por dia?
(888) NA
(999) IGN
104. Em quantos dias da última semana, o Sr(a) realizou atividades Dias ________ por
VIGOROSAS por pelo menos 10 minutos contínuos, como por
SEMANA
exemplo correr, fazer ginástica aeróbica, jogar futebol, pedalar
( ) Nenhum
rápido na bicicleta, jogar basquete, fazer serviços domésticos
(888) NA
pesados em casa, no quintal ou cavoucar no jardim, carregar pesos (999) IGN
elevados ou qualquer atividade que fez aumentar MUITO sua
respiração ou batimentos do coração
105. Nos dias em que o Sr(a) fez essas atividades vigorosas por
horas: ______ Minutos:
pelo menos 10 minutos contínuos quanto tempo no total o Sr(a)
_____
gastou fazendo essas atividades por dia?
(888) NA (999)IGN
AGORA GOSTARIA DE CONVERSAR SOBRE OS SEUS DENTES
106. Alguma vez o(a) Sr(a) precisou ir ao dentista? (se “não”,
marque NA na107)
107. Quando o(a) Sr(a) precisou ir ao dentista, conseguiu
atendimento? (Aguarde a resposta e, se “não”, pergunte o por
quê?)
108. Quando Sr(a) foi ao dentista pela última vez? (Espere a
(1) Sim (2) Não (9) IGN
(1) Sim
(2) Não, era longe
(3) Não, não tinha vaga
(4) Não, não tinha
dinheiro
(5) Não, o dentista não
estava no dia
(6) Não outros
motivos:__________
(8) NA (9) IGN
(1) menos de 1 ano
resposta e marque o que for relatado, não leia as alternativas.
Atenção! Perguntar se foi em razão de acompanhamento de
aparelho ortodôntico e se “sim”, não considerar)
(2) De 1 ano a 2 anos
(3) 3 anos ou mais
(4) Nunca foi ao
dentista
(9) IGN
109. Onde foi a última consulta no dentista? (Espere a resposta e (1) Posto de Saúde
marque o que for relatado, não leia as alternativas)
(2) UNIPLAC
(3) Clínica/ Consultório
(4) Pronto Socorro
(5) Outro. Qual?
_____________
(8) NA (9)IGN
110. Qual foi o motivo da última consulta? (espere a resposta e
(1) Consulta de
assinale ao lado)
rotina/reparos/manuten
ção
(2) Dor
(3) Sangramento
gengival
(4) Cárie
(5) Extração/tirar um
dente
(6)
Outros_____________
__(8) NA
(9) IGN
111. Na última vez que o(a) senhor(a) foi ao dentista, o que achou (1) Muito Bom
do atendimento? (ler as opções)
(2) Bom
(3) Razoável
(4) Ruim
(5) Muito ruim
(8) NA (9) IGN
112. O(a) Sr(a) considera que o seu problema foi resolvido neste
(1) Sim (2) Não (8)
atendimento?
NA(9) IGN
113. Com relação aos teus dentes o(a) senhor(a) está (ler as
(1) Muito satisfeito
alternativas, exceto as alternativas 8 e 9)
(2) Satisfeito
(3) Nem satisfeito nem
insatisfeito
(4) Insatisfeito
(5) Muito insatisfeito
(8) NA (9) IGN
114. O Sr(a) considera que necessita tratamento dentário
(1) Sim (2) Não (9) IGN
atualmente?
115. Lembrando dos seus dentes de cima, o Sr(a) tem: (ler as
(1) 10 dentes naturais
alternativas, exceto as alternativas 9. Se a resposta for: tenho
ou mais
todos os dentes naturais, marcar alternativa 1)
(2) < 10 dentes naturais
(3)
nenhum
dente
natural
(9) IGN
116. Lembrando dos seus dentes de baixo, o Sr(a) tem: (ler as
(1) 10 dentes naturais
alternativas, exceto a alternativa 9. Se a resposta for: tenho todos ou mais
os dentes naturais, marcar alternativa 1)
(2) < 10 dentes naturais
(3) nem dente natural
(9) IGN
117. Faz mais de 6 meses que o(a) Sr(a) perdeu todos os dentes? (1) Sim (2) Não (8) NA
(só para quem não tem TODOS os dentes)
(9) IGN
118. O Sr(a) usa chapa (dentadura)? (só para quem não tem
(1) Sim (2) Não (8) NA
TODOS os dentes embaixo ou em cima)
(9) IGN
119. O Sr(a) acha que precisa de chapa (dentadura, próteses total)? (1) Sim, embaixo
(só para quem não tem TODOS os dentes. Se a resposta for sim,
(2) Sim, em cima;
pergunte imediatamente se em cima e/ou embaixo)
(3) Em cima e embaixo
(4) Não
(8) NA
(9) IGN
120. Nos últimos 6 meses, isto é, desde <MÊS>, o Sr(a) teve dor de (1) Sim (2) Não (8) NA
dente?
(9) IGN
121. Nas últimas 4 semanas o Sr(a) teve dor de dente?
(1) Sim (2) Não (8) NA
(9) IGN
122. O Sr(a) poderia apontar na linha ao lado o quanto esta dor te
(88) NA (99) IGN
doeu? 0 (zero) significa nenhuma dor e 10 (dez) uma dor muito forte 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
(mostrar a escala e anotar o número diretamente na escala)
123. Esta dor que o Sr(a) sentiu impediu de realizar alguma
(0) Não
atividade? Se sim, qual?
(1) Trabalhar
(2) Realizar os
trabalhos domésticos
(3) Dormir
(4) Mastigar certos tipos
de alimentos
(5) Conversar com
outras pessoas
(6) Estudar
(7)
Outros_____________
__
(8) NA
(9) IGN
AGORA EU GOSTARIA DE VERIFICAR NOVAMENTE SUA PAS 2 |__ __ __|
PRESSÃO
PAD 2 |__ __ __|
AGORA ALGUMAS PERGUNTAS SOBRE A SUA ALIMENTAÇÃO
124. Quantos dias da semana o (a) sr(a) costuma comer frutas? (Se (1) todos os dias
marcar alternativa 3 ou 4, pular para a questão 126 e marcar NA na (2) 5 a 6 dias
125)
(3) 1 a 4 dias
(4) quase nunca ou
nunca
125. Nestes dias, quantas vezes o(a) sr(a) come frutas?
(1) 1 vez no dia
(2) 2 vezes no dia
(3) 3 ou mais vezes no
dia
(8) NA
126. Quantos dias na semana o(a) sr (a) costuma comer saladas
(1) todos os dias
cruas, como exemplo: alface, tomate, pepino? (Se marcar
(2) 5 a 6 dias
alternativa 3 ou 4, pular para a questão 128 e marcar NA na 127)
(3) 1 a 4 dias
(4) quase nunca ou
nunca
127. Nestes dias, o(a) sr(a) come saladas cruas: (ler as alternativas) (1) no almoço,
(2) no jantar
(3) no almoço e no
jantar.
(8) NA
128. Quantos dias na semana o(a) sr (a) costuma comer verduras e (1) todos os dias
legumes cozidos, como couve, cenoura, chuchu,
(2) 5 a 6 dias
berinjela,abobrinha, sem contar batata ou mandioca? (Se marcar
(3) 1 a 4 dias
alternativa 3 ou 4, pular para a questão 130 e marcar NA na 129)
(4) quase nunca ou
nunca
129. Nestes dias, o(a) sr(a) come verduras e legumes cozidos: (ler
(1) no almoço,
as alternativas)
(2) no jantar
(3) no almoço e no
jantar
(8) NA
130. Quantos dias da semana o (a) sr(a) come feijão?
(1) todos os dias
(inclusive sábado e
domingo)
(2) 5 a 6 dias por
semana
(3) 3 a 4 dias por
semana
(4) 1 a 2 dias por
semana
(5) quase nunca
(6) nunca
131. Em quantos dias da semana o (a) sr(a) toma refrigerante? (Se (1) todos os dias
marcar alternativa 5 ou 6, pular para a questão 134 e marcar NA na (2) 5 a 6 dias por
132 e 133)
semana
(3) 3 a 4 dias por
semana
(4) 1 a 2 dias por
semana
(5) quase nunca
(6) nunca
132. Que tipo?
(1) normal (2) diet/light
(3) ambos (8) NA
133. Quantos copos/latinhas costuma tomar por dia? (anotar o
_________(88) NA
número)
(99) IGN
134. O sr(a) costuma tomar leite? (não vale soja) (Se “não”, pule
(1) sim (2) não
para questão 136 e marque NA 135)
135. Quando o sr(a) toma leite, que tipo de leite costuma tomar?
(1) integral
(2) desnatado ou semidesnatado
(3) os dois tipos
(4) não sabe
(8) NA
136. O sr(a) costuma comer carne de boi ou porco?(Se “não”, pule (1) sim, (2) não
para questão 138)
137. Quando o sr(a) come carne de boi ou porco com gordura, o(a) (1) tirar sempre o
sr(a) costuma: (ler as alternativas)
excesso de gordura
(2) comer com a
gordura
(3) não come carne
vermelha com muita
gordura
138. O sr(a) costuma comer frango? (Se “não”, marcar NA na
(1) sim, (2) não
questão139)
139. Quando o sr(a) come frango com pele, o(a) sr(a) costuma:
(3) tirar sempre a pele
(4) comer com a pele
(5) não come pedaços
de frango com pele (8)
NA
AGORA VAMOS FALAR SOBRE ALGUMAS QUESTÕES RELACIONADAS À SAÚDE DA
MULHER (só para mulheres. Se for homem marcar NA em todas as outras questões
seguintes, agradecer e encerrar a entrevista).
140. Nos últimos 12 meses, a Srª. teve marido, noivo, namorado, ou (1) Sim (2) Não (8) NA
qualquer outro tipo de relacionamento amoroso? (Se a resposta for (9) IGN
“não”, pule para a questão 179)
141. Algum destes relacionamentos durou um mês ou mais?(1)
(SeSim
a (2) Não (8) NA (9) IGN
resposta for “não”, pule para a questão 178)
AS PRÓXIMAS PERGUNTAS SÃO SOBRE A ÚLTIMA PESSOA COM QUEM A SRª.
RELACIONOU-SE POR UM MÊS OU MAIS DESDE <MÊS> DE 2006.
Entrevistador: Antes de começar as perguntas, tente falar com suas palavras a
informação do quadro abaixo. Ressalte a importância das perguntas que se seguem e
garanta a confidencialidade.
Agora eu gostaria de conversar um pouquinho sobre como a Sra e o seu companheiro
resolvem os desentendimentos e desavenças do dia-a-dia. Nós sabemos que algumas
das próximas perguntas podem ser delicadas e pessoais e que, as vezes, parece difícil
falar sobre elas. Mas é muito importante para nossa pesquisa que a Srª. faça um
esforço para relembrar com a gente como vocês se entenderam no último ano. Eu
queria lembrar que tudo que será dito aqui ficará somente entre nós.
Entrevistador, leia o quadro abaixo:
Não importa como as pessoas se relacionem, tem horas que elas discordam, ficam
irritadas ou brigam umas com as outras só por estarem de mau-humor, cansadas ou
por qualquer outra razão. Nesses momentos, as pessoas têm muitas maneiras de tentar
resolver suas diferenças e desavenças.
Agora eu vou ler uma lista de coisas que podem acontecer quando existem diferenças e
desavenças entre pessoas que se relacionam. Para cada uma das coisas que vou dizer
a seguir, eu gostaria que a Srª. me dissesse se já aconteceu em momentos de
discussão e brigas entre vocês.
142. Nos últimos 12 meses, quer dizer, desde <mês> de 2006, nos (1) Sim
(2) Não
momentos de discussão e brigas entre vocês, como a Srª reagiu: a (8) NA
(9) IGN
Srª discutiu o problema calmamente?
143. E ele, discutiu o problema calmamente?
(1) Sim (2) Não (8)
NA (9) IGN
144. A sra. procurou conhecer melhor o modo dele pensar?
(1) Sim (2) Não (8)
NA (9) IGN
145. E ele, procurou conhecer melhor o seu modo de pensar?
(1) Sim (2) Não (8)
NA (9) IGN
146. A Srª trouxe, ou tentou trazer alguém para ajudar a acalmar as (1) Sim (2) Não (8)
coisas?
NA (9) IGN
147. E ele trouxe, ou tentou trazer alguém para ajudar a acalmar as (1) Sim (2) Não (8)
coisas?
NA (9) IGN
148. A Srª xingou ou insultou ele?
(1) Sim (2) Não (8)
NA (9) IGN
149. E ele xingou ou insultou a Srª?
(1) Sim (2) Não (8)
NA (9) IGN
150. A Srª ficou emburrada ou não falou mais no assunto?
(1) Sim (2) Não (8)
NA (9) IGN
151. E ele ficou emburrado ou não falou mais no assunto?
(1) Sim (2) Não (8)
NA (9) IGN
152. A Srª retirou-se do quarto, da casa ou do local?
(1) Sim (2) Não (8)
NA (9) IGN
153. E ele retirou-se do quarto, da casa ou do local?
(1) Sim (2) Não (8)
NA (9) IGN
154. A Srª fez ou disse coisas só para irritar ele?
(1) Sim (2) Não (8)
NA (9) IGN
155. E ele fez ou disse coisas só para irritar a Sra?
(1) Sim (2) Não (8)
NA (9) IGN
156. A Srª ameaçou bater ou jogar coisas nele?
(1) Sim (2) Não (8)
NA (9) IGN
157. E ele ameaçou bater ou jogar coisas na Srª?
(1) Sim (2) Não (8)
NA (9) IGN
158. A Srª destruiu, bateu, jogou ou chutou objetos?
(1) Sim (2) Não (8)
NA (9) IGN
159. E ele destruiu, bateu, jogou ou chutou objetos?
(1) Sim (2) Não (8)
NA (9) IGN
160. A Srª jogou coisas sobre ele?
(1) Sim (2) Não (8)
NA (9) IGN
161. E ele jogou coisas sobre a Srª?
(1) Sim (2) Não (8)
NA (9) IGN
162. A Srª empurrou ou agarrou ele?
(1) Sim (2) Não (8)
NA (9) IGN
163. E ele empurrou ou agarrou a Srª?
(1) Sim (2) Não (8)
NA (9) IGN
164. A Sra deu um tapa ou bofetada nele?
(1) Sim (2) Não (8)
NA (9) IGN
165. E ele deu um tapa ou bofetada na Sra?
(1) Sim (2) Não (8)
NA (9) IGN
166. A Srª chutou, mordeu ou deu um murro nele?
(1) Sim (2) Não (8)
NA (9) IGN
(1) Sim (2) Não (8)
NA (9) IGN
168. A Srª bateu ou tentou bater nele com objetos?
(1) Sim (2) Não (8)
NA (9) IGN
169. E ele bateu ou tentou bater na Srª com objetos?
(1) Sim (2) Não (8)
NA (9) IGN
170. A Srª espancou ele?
(1) Sim (2) Não (8)
NA (9) IGN
171. E ele espancou a Srª?
(1) Sim (2) Não (8)
NA (9) IGN
172. A Srª estrangulou ou sufocou ele?
(1) Sim (2) Não (8)
NA (9) IGN
173. E ele estrangulou ou sufocou a Sra?
(1) Sim (2) Não (8)
NA (9) IGN
174. A Sra ameaçou ele com faca ou arma?
(1) Sim (2) Não (8)
NA (9) IGN
175. E ele ameaçou a Srª com faca ou arma?
(1) Sim (2) Não (8)
NA (9) IGN
176. A Sra usou faca ou arma contra ele?
(1) Sim (2) Não (8)
NA (9) IGN
177. E ele usou faca ou arma contra a Sra?
(1) Sim (2) Não (8)
NA (9) IGN
Entrevistador: observar se houve respeito à privacidade,
(1) Sozinha (2)
ou seja, a informante foi entrevistada:
Presença do cônjuge
ou companheiro
(3) Na presença de
filhos/ou pais
(4) Na presença de
outras pessoas Qual?
__________
EU GOSTARIA DE FAZER UMAS PERGUNTAS SOBRE AS CRIANÇAS DESTA CASA (só
para mulheres)
178. A Sra tem filhos com idade entre 0 e 12 anos? (Se a resposta (1) Sim (2) Não (8)
for “não”, marcar 8(NA) nas demais questões e encerre a NA
entrevista.)
179. Quantos?
Filhos____________
(88) NA
EU GOSTARIA DE CONVERSAR UM POUCO SOBRE OS SEUS FILHOS DE 0 A 12 ANOS.
PARA FACILITAR A NOSSA CONVERSA, PODERIA, POR FAVOR , ME DIZER O
PRIMEIRO NOME DE CADA UM, COMEÇANDO PELO MAIS VELHO?
180. Seu(s) filho(s) (entre 0 e 12 anos) usam ou usaram a chupeta? Filho 1 (1) Sim (2) Não
(marcar para cada filho, escrevendo o seu 1º nome e iniciando pelo (8) NA (9) IGN
mais velho)
Filho 2 (1) Sim (2) Não
(8) NA (9) IGN
Filho 3 (1) Sim (2) Não
(8) NA (9) IGN
Filho 4 (1) Sim (2) Não
(8) NA (9) IGN
Filho 5 (1) Sim (2) Não
(8) NA (9) IGN
Filho 6 (1) Sim (2) Não
(8) NA (9) IGN
Filho 7 (1) Sim (2) Não
(8) NA (9) IGN
Filho 8 (1) Sim (2) Não
(8) NA (9) IGN
Havendo crianças que usam ou usaram a chupeta aplicar o questionário até o fim, caso
contrário, marcar a alternativa(8) NA nas próximas questões, agradecer e encerrar a
entrevista.
167. E ele chutou, mordeu ou deu um murro na Srª?
181. Com que idade começaram a usar a chupeta? (marcar para Filho
cada filho, com idade entre 0 e 12 anos,.. Após a entrevista, 1_______________ (8)
transformar cada resposta em dias.
NA (9) IGN
Filho
2_______________ (8)
NA (9) IGN
Filho
3_______________ (8)
NA (9) IGN
Filho
4_______________ (8)
NA (9) IGN
Filho
5_______________ (8)
NA (9) IGN
Filho
6_______________ (8)
NA (9) IGN
Filho
7_______________ (8)
NA (9) IGN
Filho
8_______________ (8)
NA (9) IGN
182. A chupeta foi levada para a maternidade? (marcar para cada Filho 1 (1) Sim (2) Não
filho)
(8) NA (9) IGN
Filho 2 (1) Sim (2) Não
(8) NA (9) IGN
Filho 3 (1) Sim (2) Não
(8) NA (9) IGN
Filho 4 (1) Sim (2) Não
(8) NA (9) IGN
Filho 5 (1) Sim (2) Não
(8) NA (9) IGN
Filho 6 (1) Sim (2) Não
(8) NA (9) IGN
Filho 7 (1) Sim (2) Não
(8) NA (9) IGN
Filho 8 (1) Sim (2) Não
(8) NA (9) IGN
183. A chupeta foi usada em conjunto com a amamentação? Filho 1 (1) Sim (2) Não
(marcar para cada filho)
(8) NA (9) IGN
Filho 2 (1) Sim (2) Não
(8) NA (9) IGN
Filho 3 (1) Sim (2) Não
(8) NA (9) IGN
Filho 4 (1) Sim (2) Não
(8) NA (9) IGN
Filho 5 (1) Sim (2) Não
(8) NA (9) IGN
Filho 6 (1) Sim (2) Não
(8) NA (9) IGN
Filho 7 (1) Sim (2) Não
(8) NA (9) IGN
Filho 8 (1) Sim (2) Não
(8) NA (9) IGN
184. Por que a chupeta foi oferecida? (esperar a resposta e anotar
EXATAMENTE a fala da mãe)
______________________________________________________
______________________________________________________
(8) NA
______________________________________________________
______________________________________________________
________________________________
185. A Sra. acredita que a chupeta pode: (leia as alternativas e
aguarde
a resposta. Se a resposta não corresponder às
alternativas, anote abaixo EXATAMENTE a fala da mãe)
______________________________________________________
___
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
________________________________
186. Quem indicou o uso da chupeta? (aguardar a resposta, não ler
as alternativas)
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
________________________________________________
AGRADEÇA E ENCERRE A ENTREVISTA
(1) acalmar o bebê
(2) ajudar o bebê a
dormir
(3) tranqüilizar a mãe
(4) todas as anteriores
(8) NA
(9) IGN
(1) avó
(2) outros parentes
(3) amigas
(4) pediatra
(5) dentista
(6) ninguém, já tinha
comprado ou ganhou a
chupeta
(8) NA
(9) IGN
63
ANEXO 2 - CÓPIA DO TERMO DE AVALIAÇÃO E APROVAÇÃO DO COMITÊ DE
ÉTICA EM PESQUISA (CEP) DA UNIPLAC
64
ANEXO 3 – CÓPIA DO TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
(TCLE)
UNIVERSIDADE DO PLANALTO CATARINENSE
CEP – COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA COM SERES
HUMANOS
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)
Você está sendo convidado(a) a participar da pesquisa AUTO-AVALIAÇÃO DAS
CONDIÇÕES DE SAÚDE E FATORES ASSOCIADOS: ESTUDO DE BASE
POPULACIONAL EM ADULTOS DE LAGES, SC, 2007, cujo objetivo é avaliar as
condições de saúde de adultos da zona urbana de Lages. Sua colaboração neste
estudo é MUITO IMPORTANTE, mas a decisão de participar é VOLUNTÁRIA, o que
significa que o(a) senhor(a) terá o direito de decidir se quer ou não participar, bem
como de desistir de fazê-lo a qualquer momento.
Garantimos que será mantida a CONFIDENCIALIDADE das informações e o
ANONIMATO. Ou seja, o seu nome não será mencionado em qualquer hipótese ou
circunstância, mesmo em publicações científicas. NÃO HÁ RISCOS quanto à sua
participação e o BENEFÍCIO será conhecer a realidade da saúde dos moradores de
Lages, a qual poderá melhorar os serviços de saúde em sua comunidade.
Será realizada uma entrevista e também verificadas as seguintes medidas: pressão
arterial (duas vezes), peso, altura e diâmetro da cintura, que não causarão prejuízos
à sua saúde. Para isso será necessária uma hora.
Em caso de dúvida o(a) senhor(a) poderá entrar em contato com GIANA ZARBATO
LONGO, coordenadora de campo da pesquisa, no Programa de Pós-Graduação em
Saúde Coletiva – Mestrado, na UNIPLAC, na Av. Castelo Branco, 170 – Bloco do
Centro de Ciências Jurídicas/CCJ (piso térreo), ou pelo telefone (49) 3251 11 08, ou
e-mail: [email protected]
Eu..............................................................................................,
declaro
estar
esclarecido(a) sobre os termos apresentados e consinto por minha livre e
espontânea vontade em participar desta pesquisa e assino o presente documento
em duas vias de igual teor e forma, ficando uma em minha posse.
Lages, _____ de _________________ de 2007.
_________________________________
(assinatura do participante )
65
ANEXO 4 – FOTOS DAS ACADEMIAS AO AR LIVRE PARA A 3ª IDADE
LAGES SC
Foto 1 – Academia ao ar livre para a terceira idade Lages SC.
Foto 2 – As academias estão sendo utilizadas também pelos mais jovens.
66
Foto 3 – O educador físico orienta e acolhe também os mais jovens.
Foto 4 – Jovens e idosos partilham a prática da atividade física. Criam formas de sociabilidade adequadas para
relacionar-se com distintas pessoas e grupos.
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prevalência de atividade física insuficiente e fatores