JUAN PABLO ZUMARRAGA MONTAÑO Correlação entre os valores séricos de fosfatase alcalina e de desidrogenase lática e a porcentagem de necrose tumoral pósquimioterapia no osteossarcoma Dissertação apresentada à Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Mestre em Ciências. Programa de Ortopedia e Traumatologia Orientador: Prof. Dr. Olavo Pires de Camargo SÃO PAULO 2014 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Preparada pela Biblioteca da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo reprodução autoriza Zumarraga Montaño, Juan Pablo Correlação entre os valores séricos de fosfatase alcalina e de desidrogenase lática e a porcentagem de necrose tumoral pós quimioterapia no osteossarcoma / Juan Pablo Zumarraga Montaño. -- São Paulo, 2014. Dissertação(mestrado)--Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Programa de Ortopedia e Traumatologia. Orientador: Olavo Pires de Camargo. Descritores: 1.Osteosarcoma 2.Fosfatase alcalina 3.L-lactato desidrogenase 4.Fatores de necrose tumoral 5.Quimioterapia 6.Prognóstico USP/FM/DBD-036/14 Ah! Meu Senhor e Deus! Eis que tu fizeste os céus e a terra com o teu grande poder e com teu braço estendido, não te é maravilhosa demais alguma coisa. Tu usas de benignidade com milhares e tornas a maldade dos pais ao seio dos filhos depois deles, tu és o grande e poderoso Deus cujo nome é SENHOR dos Exércitos, grande em conselho e magnífico em obras, porque os teus olhos estão abertos sobre todos os caminhos dos filhos dos homens, para dar a cada um segundo os seus caminhos e segundo o fruto das suas obras. Tu puseste sinais e maravilhas na terra do Egito até o dia de hoje, tanto em Israel como entre os outros homens, e te criaste um nome, qual é o que tens neste dia. (Jeremias 32, 17-20) Dedicatória DEDICATÓRIA Aos meus pais, Juan Diego e Maria Aparecida, pelo amor incondicional e por guiar meu caminho na verdade divina de Deus. À minha mulher, Ana Sofia, pela inspiração diária e por fazer de mim um homem melhor. Juan Pablo Zumarraga Montaño Agradecimentos AGRADECIMENTOS Ao Prof. Dr. Olavo Pires de Camargo, pelo estimulo ao aprendizado continuo e pelo apoio na realização deste trabalho. Ao Dr. André Mathias Baptista, pela sua orientação permanente, as oportunidades e pela confiança em mim depositada. Ao Dr. Marcelo Tadeu Caiero, pelo apoio, incentivo e amizade, por ser um exemplo para a minha vida. Aos Drs. Luiz Filipe Marques Correia e Daniel Cesar Seguel Rebolledo, pela amizade e ensinamentos contínuos. Às secretarias Rosana Moreno Costa e Tânia Maria Borges, pelo auxilio e participação no processo e na realização deste trabalho. Juan Pablo Zumarraga Montaño Normalização Adotada NORMALIZAÇÃO ADOTADA Esta dissertação ou tese está de acordo com as seguintes normas, em vigor no momento desta publicação: Referências: adaptado de International Committee of Medical Journals Editors (Vancouver). Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina. Divisão de Biblioteca e Documentação. Guia deapresentação de dissertações, teses e monografias. Elaborado por Anneliese Carneiro da Cunha, Maria Julia de A. L. Freddi, Maria F. Crestana, Marinalva de Souza Aragão, Suely Campos Cardoso, Valéria Vilhena. 3a ed. São Paulo: Divisão de Biblioteca e Documentação; 2011. Abreviaturas dos títulos dos periódicos de acordo com List of Journals Indexed in Index Medicus. Juan Pablo Zumarraga Montaño Sumário SUMÁRIO Lista de abreviaturas, símbolos e siglas Lista de quadros e figuras Lista de tabelas e gráficos Resumo Summary 1 INTRODUÇÃO........................................................................................ 1 2 OBJETIVO................................................................................................ 5 3 REVISÃO DE LITERATURA................................................................. 7 3.1 Osteossarcoma........................................................................................... 8 3.2 Exames laboratoriais................................................................................. 12 3.2.1 Desidrogenase lática.................................................................................. 13 3.2.2 Fosfatase alcalina...................................................................................... 14 3.3 Necrose tumoral pós-quimioterapia.......................................................... 15 3.4 Prognóstico nos doentes com osteossarcoma............................................ 18 4 MÉTODOS............................................................................................... 22 4.1 Ética........................................................................................................... 23 4.2 Amostra..................................................................................................... 23 4.3 Critérios de inclusão.................................................................................. 24 4.4 Critérios de exclusão................................................................................. 24 4.5 Casuísta..................................................................................................... 24 4.6 Método...................................................................................................... 26 4.7 Análise estatística...................................................................................... 27 5 RESULTADOS......................................................................................... 29 5.1 Avaliação dos valores de fosfatase alcalina e desidrogenase lática com a porcentagem de necrose tumoral............................................................ 30 5.2 Alterações dos valores iniciais da medição de fosfatase alcalina e desidrogenase lática após a quimioterapia pré-operatória........................ 31 6 DISCUSSÃO............................................................................................. 36 7 CONCLUSÃO.......................................................................................... 46 Juan Pablo Zumarraga Montaño Sumário 8 ANEXOS................................................................................................... 48 9 REFERÊNCIAS........................................................................................ 54 Juan Pablo Zumarraga Montaño Abreviaturas, Símbolos e Siglas ABREVIATURAS, SIMBOLOS E SIGLAS < Menor que = Igual a > Maior que % Porcentagem CTx Telopeptídeo C-terminal DHL Desidrogenase lática DP Desvio padrão Dr. Doutor Dra. Doutora FA Fosfatase alcalina FMUSP Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo HC Hospital das Clínicas IOT Instituto de Ortopedia e Traumatologia NT Necrose tumoral OC Osteocalcina OMS Organização Mundial da Saúde OS Osteossarcoma Prof. Professor QT Quimioterapia RM Ressonância magnética TC Tomografia computadorizada axial Juan Pablo Zumarraga Montaño Lista de Quadros e Figuras LISTA DE QUADROS E FIGURAS QUADROS Quadro 1 Resposta do tumor a quimioterapia (Índice de Huvos).................... 17 FIGURAS Figura 1 Osteossarcoma de tipo telangectásico (200 X-HE).......................... 9 Figura 2 Classificação dos osteossarcomas de acordo com a Organização Mundial da Saúde da classificação de tumores................................ 10 Figura 3 Estrutura molecular da desidrogenase lática.................................... 13 Figura 4 Estrutura molecular da fosfatase alcalina......................................... 14 Figura 5 Preparação de uma peça cirúrgica com sua radiografia para análise anatomopatológica utilizando o método de Huvos.............. 16 Figura 6 Fotomicrografia mostrando necrose tumoral pós-quimioterapia segundo o Índice de Huvos.............................................................. 17 Juan Pablo Zumarraga Montaño Lista de Tabelas e Gráficos LISTA DE TABELAS E GRÁFICOS TABELAS Tabela 1 Descrição das características dos pacientes e da doença................. 21 Tabela 2 Descrição das enzimas, suas variações com a quimioterapia e a porcentagem de necrose tumoral da peça cirúrgica......................... 25 Tabela 3 Resultado das correlações do índice de Huvos com os valores da DHL e FA, e entre as enzimas em cada momento da avaliação e suas variações após quimioterapia................................................... 26 GRÁFICOS Gráfico 1 Diagrama de dispersão entre FA pré e FA pós-quimioterapia........ 27 Gráfico 2 Diagrama de dispersão entre DHL pré e DHL pós-quimioterapia.. 27 Gráfico 3 Diagrama de dispersão entre DHL pré e FA pré-quimioterapia..... 28 Gráfico 4 Diagrama de dispersão entre DHL pós e FA pós-quimioterapia.... 28 Gráfico 5 Diagrama de dispersão entre Huvos e FA pré e pós-quimioterapia 29 Diagrama de dispersão entre Huvos e DHL pré e pós Gráfico 6 quimioterapia................................................................................... 29 Juan Pablo Zumarraga Montaño Resumo RESUMO Montaño JPZ. Correlação entre os valores séricos de fosfatase alcalina e de desidrogenase lática e a porcentagem de necrose tumoral pós quimioterapia no osteossarcoma [dissertação]. São Paulo: Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo, 2014. INTRODUÇÃO: A resposta do osteossarcoma (OS) à quimioterapia (QT) préoperatória é atualmente o indicador mais sensível para o prognóstico de sobrevida dos pacientes diagnosticados com OS. Esta resposta é avaliada mediante a porcentagem de necrose encontrada pelo patologista após a extração da peça na cirurgia, utilizando- se o índice de necrose tumoral de Huvos, no qual a necrose é expressada percentualmente. Existem estudos correlacionando os valores da fosfatase alcalina (FA) e da desidrogenase lática (DHL) com a sobrevida do paciente. Neste trabalho foi pesquisada a relação que existe entre os valores sanguíneos, pré e pós QT, de FA e DHL, com a porcentagem de necrose tumoral encontrada na peça cirúrgica após a realização da QT pré-operatória. MÉTODOS: Foram estudados 647 prontuários de pacientes tratados pelo Grupo de Oncologia Ortopédica do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, no período de 1990 até o inicio de 2013, com diagnóstico anatomopatológico de OS. Destes, 510 foram excluídos por não apresentarem dados completos para a análise posterior. Foram incluídos um total de 137 prontuários. Os valores da FA e da DHL dos pacientes incluídos foram obtidos da realização do estadiamento, antes da QT pré-operatória e dos valores reportados após a finalização da QT pré-operatória. Também foi coletado o grau de necrose tumoral de cada peça extraída na cirurgia de cada paciente. Classificamos os resultados da FA e DHL obtidos em dois grupos. No grupo I os pacientes com valores normais de FA e DHL, no grupo II, os pacientes com valores acima do limite de normalidade. A classificação utilizada para agrupar os valores de sorológicos em investigação foi adaptado do trabalho realizado por Bramer et. al. Foi reportada a porcentagem de necrose tumoral descrita pelos patologistas, obtida das peças extraídas nas cirurgias realizadas pós QT. Esta porcentagem foi classificada de acordo com a classificação de Huvos. Foram calculadas as correlações da necrose da peça cirúrgica (Huvos) com as enzimas pré, pós e alteração (pós-pré) QT e também entre as enzimas, com uso de correlações de Spearman para verificar a existência de correlação entre elas. RESULTADOS: Tanto a FA como a DHL diminuíram nos pacientes estudados, quando comparados os valores pré QT e pós QT. A média da diferença da FA obtida pré QT e pós QT foi de 795,12 U/L sendo o valor pré QT maior ao valor pós QT. A diferença entre os valores da DHL pré QT e pós QT foi em média de 437,40 U/L, sendo o valor pré QT maior ao valor pós QT. Não houve correlação estatisticamente significativa entre o índice de Huvos e os valores de FA e DHL. A ausência da relação foi observada tanto com os valores pré-quimioterapia, quanto com os valores pós-quimioterapia, não obtendo correlação com a alteração das enzimas após a quimioterapia (p < 0,05). CONCLUSÃO: A medição de FA e da Juan Pablo Zumarraga Montaño Resumo DHL não são fatores preditivos sobre a resposta tumoral à quimioterapia préoperatória em pacientes portadores de osteossarcoma. DESCRITORES: Osteosarcoma; Fosfatase alcalina; L-lactato desidrogenase; Fatores de necrose tumoral; Quimioterapia; Prognóstico. Juan Pablo Zumarraga Montaño Summary SUMMARY Montaño JPZ. Correlation between the serum values of alkaline phosphatase and lactate deshydrogenase and the chemotherapy-induced necrosis percentage in osteossarcoma [dissertation]. São Paulo: “Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo”; 2014. BACKGROUND AND AIMS: The osteosarcoma´s (OS) response to pre surgical chemotherapy (CT) is actually the most sensible predictor for life prognosis in patients diagnosed with OS. This response is evaluated by the chemotherapy-induced necrosis percentage found by the pathologist after the removal of the surgical piece, using the Huvos tumor necrosis (TN) index, in which the necrosis is expressed in percentage. There are studies that correlate the alkaline phosphatase (AP) and the lactate deshydrogenase (LDH) with the patient’s life prognosis. In this study we researched the relationship between the serum levels of pre and post CT of AP and LDH and the percentage of TN found in the surgical piece after the pre surgical CT. METHODS: This is a retrospective study in which we studied 647 medical history files with anatomopathologic diagnosis of OS, treated by the Orthopedic oncology group of the Orthopedic and Traumatology Institute of the Hospital das Clinicas of the Medical School of the University of São Paulo between 1990 and 2013. Out of these, 510 were excluded for not having complete data for posterior analyses. We included 137 files in the study. The AP and the LDH values were obtained before and after pre surgical CT. We also obtained the degree of chemotherapy-induces TN obtained from the surgical piece. We classified the AP and the LDH into two groups. In the first group the patients with normal AP and LDH values and in the second group those with values above normal limit. This classification was adapted from the study published by Bramer et al. We classified the percentage of TN obtained from the removed surgical pieces after CT, using the Huvos index. We calculated the correlation between the TN with the pre, post and pre-post difference CT enzymes, using the Spearman correlation. RESULTS: The AP and the LDH decreased when comparing the pre CT values to the post CT values. The mean of the difference was of 795.12 U/L, the pre CT value being higher than the post CT. The difference between the LDH values pre and post CT was of 437.40 U/L, being the pre CT higher than the post CT. There was no statistically significant correlation between the Huvos index and the AP and LDH values. This was observed with the pre CT as well as with the post CT values (p < 0,05). CONCLUSIONS: The values of AP and LDH are not predictors for the tumor’s chemotherapy-induced necrosis to pre surgical CT in patients with osteosarcoma. DESCRIPTORS: Osteosarcoma; Alkaline Phosphatase; L-Lactate Dehydrogenase; Tumor Necrosis Factors; Drug Therapy; Prognosis. Juan Pablo Zumarraga Montaño 1. INTRODUÇÃO 2 Introdução 1 INTRODUÇÃO O osteossarcoma (OS) convencional, tumor primário no qual as células neoplásicas produzem tecido osteóide, é o tumor maligno primário não hematopoiético mais comum do osso. Tem uma incidência estimada de quatro a cinco para cada milhão de habitantes, sem apresentar uma associação importante com a etnia. Principalmente afeta jovens adultos de até 25 anos de idade e tem uma leve predisposição para o sexo masculino1, 2, 4, 5. A doença não tratada é inevitavelmente fatal. O crescimento local descontrolado e agressivo, em conjunto com a disseminação sanguínea rápida, indicam o curso da enfermidade. O lugar mais frequente de metástase é o pulmão, seguido pelo osso, o que se considera um evento avançado na história natural da doença47, 48. Até o final dos anos 70, na maioria dos serviços de oncologia ortopédica, os pacientes com diagnóstico de OS eram tratados unicamente com a amputação do membro acometido. Observou-se que aproximadamente 90% evoluíam para o óbito em 12 meses. Atualmente, o prognóstico dos pacientes com OS, principalmente nos indivíduos nos quais a doença ainda está localizada, apresenta melhora22 24. A partir dos anos 80, após estudos randomizados, observou-se que a associação de quimioterapia ao tratamento cirúrgico melhorava significativamente o prognóstico Juan Pablo Zumarraga Montaño 3 Introdução destes pacientes, obtendo-se valores de 60 a 70% de índice de sobrevida em cinco anos nos casos de doença localizada45, 46. A identificação de fatores de prognóstico do OS tem sido objetivo de ampla investigação científica. Vários fatores foram identificados, e alguns deles foram incorporados na estratégia do tratamento. As variáveis tradicionalmente usadas são: idade, gênero, localização anatômica, tamanho do tumor e os valores laboratoriais da fosfatase alcalina (FA) e da desidrogenase lática (DHL) que se encontram elevados em mais de 50% dos pacientes com este diagnóstico15, 20, 23. A resposta do tumor à quimioterapia pré-operatória é atualmente o indicador mais sensível para o prognóstico de sobrevida dos pacientes diagnosticados com OS. Esta resposta é avaliada mediante a porcentagem de necrose ou quantidade de células tumorais viáveis encontradas pelo patologista após a extração da peça na cirurgia. É utilizado o índice de necrose tumoral de Huvos, no qual a necrose é expressada percentualmente, e dividida em quatro grupos27, 29, 44. Nos grupos I e II, considera-se que o tumor teve uma má resposta a quimioterapia pré-operatória. Nos grupos III e IV, consideramos que existiu uma boa resposta ao tratamento. Existem estudos correlacionando os valores da FA e da DHL (dos fatores prognósticos sorológicos) com a sobrevida do paciente. Porém, poucos trabalhos estão focados na medição destes fatores laboratoriais como prognóstico direto para a Juan Pablo Zumarraga Montaño 4 Introdução porcentagem de necrose tumoral, após a realização de quimioterapia pré-operatória. Visando cobrir esta falta de informação na literatura, neste trabalho foi pesquisada a relação entre os valores sanguíneos, pré e pós-quimioterapia, de fosfatase alcalina e desidrogenase lática, com a porcentagem de necrose tumoral encontrada na peça cirúrgica após a realização da quimioterapia pré-operatória. Juan Pablo Zumarraga Montaño 2. OBJETIVO 6 Objetivo 2 OBJETIVO O objetivo deste estudo é avaliar a relação entre os valores séricos de FA e DHL e a porcentagem de necrose tumoral pós-quimioterapia presente na peça cirúrgica. Juan Pablo Zumarraga Montaño 3. REVISÃO DA LITERATURA 8 Revisão da Literatura 3 REVISÃO DA LITERATURA 3.1 Osteossarcoma O osteossarcoma é definido pela presença de células mesenquimais malignas produtoras de tecido osteóide. A Organização Mundial da Saúde (OMS) define o osteossarcoma como “tumor maligno primário intramedular de alto grau no qual as células neoplásicas produzem osteóide mesmo que em pequenas quantidades”1-3. O osteossarcoma é um tumor formador de osso no qual os padrões histológicos predominantes são: clássico de alto grau, justacortical e periosteal de superfície1-4. Ocorre caracteristicamente em adolescentes e adultos jovens, na segunda década de vida. Tem predileção pelo sexo masculino e acredita-se que tal ocorrência seja devido aos homens apresentarem maior tempo de crescimento e maior estatura45 . Atualmente o OS representa 20% dos sarcomas, e é considerado o tumor maligno primário do osso mais comum, sem associação significante com etnia ou raça. Há diversas predisposições genéticas, como o retinoblastoma hereditário, a síndrome de Li Fraumeni e a síndrome de Rothmund-Thomson1-5. Juan Pablo Zumarraga Montaño 9 Revisão da Literatura O osteossarcoma é um tumor que pode acometer qualquer osso do corpo, preferencialmente afetando a região metafisária dos ossos longos. Estatisticamente, os Osteossarcomas acometem as metáfises dos ossos longos em 91% dos casos, e o restante ocorre nos ossos chatos ou nas epífises. Entretanto, no Brasil, há dificuldade em se obter um registro fidedigno da ocorrência de casos de OS2-6. A OMS classifica os osteossarcomas em primários ou secundários (Figura 1). Os primários estão divididos em osteossarcoma clássico, osteossarcoma telangiectásico, osteossarcoma de células pequenas, osteossarcoma central de baixo grau, osteossarcoma parostal, osteossarcoma periosteal e osteossarcoma superficial de alto grau. Figura 1. Osteossarcoma de tipo telangectásico (200 X-HE) Fonte: Bispo Júnior, 200951 Juan Pablo Zumarraga Montaño 10 Revisão da Literatura O osteossarcoma primário clássico se encontra subdividido de acordo com o tipo de matriz óssea predominante encontrada na biópsia, sendo estes tipos o osteoblástico, condroblástico e fibroblástico. Existem outras formas de osteossarcomas pouco comuns, porém, por estes não terem propriedades específicas, são considerados só como formas ou subtipos destes três grupos mencionados. Alguns exemplos são o osteossarcoma semelhante ao osteoblastoma, o osteossarcoma rico em células gigantes e o osteossarcoma de células claras4-10. Figura 2. Classificação dos osteossarcomas de acordo com a Organização Mundial da Saúde da Classificação de Tumores Fonte: Raymond et al., 20021 Juan Pablo Zumarraga Montaño 11 Revisão da Literatura Não existem sinais ou sintomas específicos para o diagnóstico de OS. Em muitos casos, o paciente refere ter sofrido algum episódio traumático, e o sintoma mais comum é a dor. O crescimento tumoral palpável, com aumento de calor local, alterações cutâneas, limitação da função do membro afetado e diminuição da amplitude de movimento articular também podem estar presentes3-5. Para o estadiamento do OS são necessários exames de imagem, de laboratório e estudo anatomopatológico (realizado através da biópsia do osso). Inicialmente, se realizam as radiografias do osso acometido, nos quais se observa na maioria das vezes, imagens características de agressividade como raios de sol e triângulo de Codman, assim como produção de matriz óssea. A tomografia computadorizada (TC) ajuda na avaliação da destruição e da produção óssea. Nas cinturas escapular e pélvica, a TC é de grande utilidade já que nas radiografias simples ocorre muita sobreposição de imagens. Outro método de vital importância é a ressonância magnética (RM), já que mediante este exame de imagem conseguimos uma avaliação real dos tecidos moles, estruturas neuro-vasculares e da placa de crescimento da epífise. É o exame mais importante para o planejamento cirúrgico, inclusive para a detecção de metástase saltitante (skip metastasis)5,8,12-14. Também são necessários os exames para a investigação de possíveis metástases. Especialmente à realização de TC de tórax, já que como mencionado anteriormente, o pulmão geralmente é o primeiro órgão a apresentar metástase. Juan Pablo Zumarraga Montaño 12 Revisão da Literatura A cintilografia óssea tem a função principal de descobrir outras áreas do esqueleto envolvidas. É um exame de diagnóstico realizado com bifosfonados marcados com tecnécio 99-m. O radioisótopo se incorpora ao osso em formação. Existe também uma elevada concentração do radioisótopo nos locais com vascularização aumentada na fase de fluxo. Outro ponto importante a ser abordado refere-se à biópsia óssea que, com a colaboração dos patologistas, ajuda a concluir o diagnóstico. Neste tipo de tumor é realizada uma biópsia percutânea, extraindo assim uma quantidade suficiente de material que permita a observação da celularidade da lesão. É o último passo do estadiamento12-14. O tratamento convencional do OS segue o seguinte plano: após o estadiamento, realiza-se a quimioterapia pré-operatória (neoadjuvante), para depois realizar a cirurgia definitiva, e finalmente concluir com quimioterapia pós-operatória25-28. 3.2 Exames laboratoriais Na atualidade, os valores dos exames laboratoriais apresentam especificidade limitada para o diagnóstico do OS. Contudo, são importantes para o prognóstico do mesmo. As duas enzimas mais utilizadas no diagnóstico e seguimento do osteossarcoma são a desidrogenase láctica (DHL) e a fosfatase alcalina (FA)3,7,14-17. Juan Pablo Zumarraga Montaño 13 Revisão da Literatura 3.2.1 Desidrogenase lática A DHL é uma enzima presente em uma ampla variedade de organismos. Existem quatro classes distintas, sendo duas delas do citocromo C (enzimas dependentes, agindo em ambos D-lactato e L-lactato) e as outras duas são dependentes de enzimas as quais agem iguais às anteriores. As classes estudadas no ser humano são as enzimas dependentes. A DHL catalisa a conversão reversível do acido láctico no músculo em acido pirúvico, que finalmente é um passo essencial na produção de energia celular. Em estudos atuais, a dosagem de DHL representa um índice de avaliação importante na evolução do osteossarcoma. Os limites de normalidade de DHL oscilam entre 24 e 480U/L2,11,17-20. Figura 3. Estrutura molecular da desidrogenase lática Fonte: Read et al., 200149 Juan Pablo Zumarraga Montaño 14 Revisão da Literatura 3.2.2 Fosfatase alcalina A fosfatase alcalina (FA) é uma hidrolase que tem como função principal remover os grupos fosfato de um grande número de moléculas, incluindo os nucleotídeos, as proteínas e os alcalóides. Este processo é conhecido como desfosforilação. O valor de FA no osteossarcoma encontra-se elevado em aproximadamente 50% dos pacientes. Os estudos realizados por Thorpe et al. (1979)52 sugerem que a FA é um indicador de prognóstico do tumor, sendo este melhor nos pacientes com valores normais, semelhante ao que acontece com a DHL. Os limites de normalidade de FA são de 35 e 130U/L2,11,21-23. Figura 4. Estrutura molecular da fosfatase alcalina Fonte: Kim e Wyckoff, 199150 Juan Pablo Zumarraga Montaño 15 Revisão da Literatura 3.3 Necrose tumoral pós-quimioterapia O prognóstico dos pacientes diagnosticados com osteossarcoma, inicialmente depende do tamanho do tumor. No Brasil, os pacientes com tumores não metastáticos menores que 12 cm apresentam uma sobrevida de 65% em cinco anos, enquanto os que apresentam tumores maiores que 12 cm têm uma sobrevida de 52% em cinco anos3-5. O prognóstico também dependerá da resposta a quimioterapia neo-adjuvante, assim como das margens cirúrgicas conseguidas no procedimento operatório. Sabemos que os pacientes com mais de 90% de necrose tumoral e com margens livres ao estudo da peça extraída na cirurgia, apresentam taxa de sobrevida acima de 65% em dez anos de seguimento. Entretanto, os não respondedores (necrose < 90%) tem um índice de sobrevida 15% menor no mesmo tempo de seguimento15,28,30-32. Após a ressecção do tumor, este será encaminhado para análise anatomopatológica, na qual se realizará o estudo da resposta do tumor à quimioterapia. O patologista analisará as amostras do tumor, utilizando uma amostra parcial da massa extraída, estudando em cada um dos quadrantes a porcentagem de células viáveis, ou seja, avaliando em cada uma das lâminas a porcentagem de necrose ou destruição do tumor, utilizando o índice de Huvos27,29. Juan Pablo Zumarraga Montaño 16 Revisão da Literatura Figura 5. Preparação de uma peça cirúrgica com sua radiografia para análise anatomopatológica utilizando o método de Huvos Fonte: Huvos, 199127 O índice de Huvos foi desenvolvido em 1977, quando Huvos et al.33 visaram obter um método de avaliação do grau de necrose tumoral. Este grau foi obtido como porcentagem no estudo anatomopatológico das peças cirúrgicas extraídas, após realizada a quimioterapia pré-operatória. Este estudo analisa a resposta do tumor à quimioterapia, baseada na avaliação percentual de necrose e destruição do tumor após a realização da mesma (Quadro 1)4, 33. Juan Pablo Zumarraga Montaño 17 Revisão da Literatura Quadro 1. Resposta do tumor a quimioterapia (índice de Huvos) Índice de Huvos Grau I Houve mínimo ou nenhum efeito da quimioterapia pré-operatória no tumor (< 50%). Grau II A resposta foi parcial, com 51 a 90 % de necrose Grau III Houve mais do que 90% de necrose, mas focos de tumor viável são vistos em algumas lâminas (90 a 99 %). Grau IV Não se encontrou nenhuma área de tumor viável (100 %). Figura 6. Fotomicrografia mostrando necrose tumoral pós-quimioterapia segundo o Índice de Huvos Fonte: Bispo Júnior, 200951 Juan Pablo Zumarraga Montaño 18 Revisão da Literatura 3.4 Prognóstico nos doentes com osteossarcoma Além do tamanho do tumor e da resposta do mesmo à quimioterapia neoadjuvante, existem estudos realizados com o objetivo específico de pesquisar se existe uma relação entre os valores da FA e da DHL e o prognóstico dos pacientes diagnosticados com osteossarcoma. No estudo para avaliar o prognóstico dos pacientes com osteossarcoma, Bramer et al.21, em 2005, classificaram os mesmos em três grupos, os quais foram divididos pelos valores sorológicos da FA obtidos no inicio do seguimento clínico; antes da quimioterapia pré-operatória, antes da cirurgia e depois da quimioterapia pós-operatória. No grupo 1 ou normal, foram incluídos os pacientes com valores normais da FA, no grupo 2 ou alto, foram incluídos os pacientes com valores entre 100% e 200% do valor normal da FA, e no grupo 3, ou muito alto, os pacientes com valores maiores que 200% do valor normal da FA. Foram estudados 89 pacientes, todos maiores que 18 anos de idade e sem apresentar metástase. Bramer et al.21 concluíram que os pacientes com diminuição do valor da FA na medição após a quimioterapia pré-operatória, teriam um prognóstico de sobrevida melhor, sendo que os pacientes com aumento no valor da FA na medição pós-operatória, teriam uma pior resposta ao tratamento da doença. Ambroszkiewicz et al.17, em 2010, utilizaram como prognóstico para o osteossarcoma em adolescentes, os valores reportados de alguns marcadores ósseos Juan Pablo Zumarraga Montaño 19 Revisão da Literatura como a FA, osteocalcina (OC) e o telopeptídeo C-terminal (CTx), na monitorização da doença durante o tratamento do osteossarcoma. No estudo foram comparados os valores dos marcadores ósseos mencionados entre um grupo de 55 pacientes com diagnóstico de OS e um grupo de 60 pacientes sem OS. A idade média dos pacientes incluídos no estudo foi de 15 anos. Eles observaram que os valores da FA nos pacientes com OS antes do tratamento e os pacientes sem OS eram similares. Estes valores de FA durante a quimioterapia diminuíram em até 30% em relação aos valores iniciais. Também foi observado que nos pacientes nos quais a doença progrediu, os valores da FA aumentaram. Com esses dados Ambroszkiewicz et al., 201017, concluíram que os pacientes de menor resposta ao tratamento e com pior prognóstico de sobrevida, apresentaram valores mais altos de FA quando comparados com os pacientes com a doença em remissão. O prognóstico dos pacientes com metástase continua sendo desfavorável. Os valores sorológicos da DHL foram utilizados por López-Aguilar et al.20, em 1996, para investigar o prognóstico com relação a metástase pulmonar nos pacientes diagnosticados com OS. Neste estudo, os autores estudaram os valores de DHL em 18 pacientes com diagnóstico de OS. Os pacientes foram divididos em dois grupos: A e B. No grupo A foram incluídos dez pacientes com valores elevados de DHL e no grupo B, oito pacientes com valores normais de DHL. Após 12 meses de seguimento foi observado que nove dos dez pacientes com o valor de DHL elevado, apresentaram metástase pulmonar. Os autores concluíram que o valor elevado de DHL está associado a um pior prognóstico nos pacientes com OS. López-Aguilar et al., 200620, também consideraram que a DHL como medida isolada teria valor Juan Pablo Zumarraga Montaño 20 Revisão da Literatura limitado no prognóstico da doença, sendo também necessário considerar outros fatores como o subtipo do OS, a idade do paciente e o tamanho do tumor entre outros. Também os valores de FA e a DHL foram utilizados como marcadores tumorais de prognóstico em outros tumores ósseos malignos além do OS. Nos trabalhos publicados por Brozmanová et al.22, em 1973 e Bacci et al.18,19, em 1988 e 1999, os autores também sugerem que quando os valores destes marcadores tumorais se encontram elevados, o prognóstico do paciente piora. Brozmanová et al.22, 1973, estudaram os valores da FA como prognóstico para o sarcoma de Ewing, osteosarcoma, condrosarcoma e fibrosarcoma enquanto Bacci et al.18,19, 1988 e 1999, estudaram a relação de DHL com o sarcoma de Ewing. Apesar de haver estudos correlacionando os valores FA e DHL com o prognóstico dos doentes com osteossarcoma, existe uma lacuna na literatura quando pesquisamos a correlação direta destes valores com a porcentagem de necrose tumoral pós-quimioterapia. Não existe um estudo no nosso meio que pesquisou se existe uma relação entre estas variáveis ou não. A importância de constatar se existe ou não esta relação é importante, já que permitiria um maior entendimento do curso da doença em cada paciente, possibilitando a divisão destes doentes em grupos de alto e baixo risco, baseados nos valores séricos de FA e DHL. Portanto, esta relação é de grande importância ao conhecimento desta doença. Juan Pablo Zumarraga Montaño 21 Revisão da Literatura Neste contexto, o objetivo deste estudo é correlacionar a porcentagem de necrose tumoral pós-quimioterapia com os valores séricos da FA e da DHL, sendo estas mensuradas no início do estadiamento e logo após a quimioterapia préoperatória em pacientes com osteossarcoma atendidos em nosso serviço, justificando assim a realização deste estudo para um melhor entendimento do curso desta doença em nosso meio. Juan Pablo Zumarraga Montaño 4. MÉTODOS 23 Métodos 4 MÉTODOS 4.1 Ética O projeto de pesquisa foi devidamente aprovado pelo Comitê de Ética para Análise de Projetos de Pesquisa (CAPPesq) da Diretoria Clínica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (Anexo D). 4.2 Amostra Este trabalho é um estudo retrospectivo transversal e foram utilizados os prontuários de pacientes diagnosticados com osteossarcoma que foram tratados pelo Grupo de Oncologia Ortopédica do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (IOTHC-FMUSP), no período de 1990 até o inicio de 2013. Juan Pablo Zumarraga Montaño 24 Métodos 4.3 Critérios de inclusão Pacientes diagnosticados com osteossarcoma, mediante estudo anatomopatológico, que tenham registrado a medição sanguínea de FA e DHL antes e depois da quimioterapia pré-operatória e a necrose pós-quimioterapia da peça. 4.4 Critérios de exclusão Prontuários incompletos. 4.5 Casuísta Foram estudados 647 prontuários de pacientes com diagnóstico anatomopatológico de OS. Obtivemos dos prontuários as seguintes informações epidemiológicas: gênero, localização anatômica do tumor, diagnóstico histológico e idade do paciente (ANEXO A). Destes, 510 foram excluídos por não apresentar dados completos para a análise posterior. Foram incluídos no total 137 prontuários. Os valores séricos da FA e da Juan Pablo Zumarraga Montaño 25 Métodos DHL dos pacientes incluídos foram obtidos na realização do estadiamento, antes da quimioterapia pré-operatória e os valores reportados após a finalização da quimioterapia pré-operatória. Também foi coletado o percentual de necrose tumoral de cada peça extraída na cirurgia. Os dados descritivos da amostra foram expressos na Tabela 1. Com 46,4%, o osteossarcoma osteoblástico foi o diagnóstico anatomopatológico prevalente seguido por osteossarcoma clássico (21,7%), condroblástico (13%), telangiectásico (5,8%). Os outros diagnósticos reportados foram todos menores aos 5%. A idade média dos pacientes foi de 23 anos, com um desvio padrão de + 14,5 anos. A maioria dos pacientes foi do sexo masculino, com uma porcentagem de 65,9%, sendo o sexo feminino só o 34,1%. A localização mais freqüente foi o fêmur com 56,5%, seguido da tíbia com 18,8%. Não houve diferença estatística enquanto ao local do tumor. Juan Pablo Zumarraga Montaño 26 Métodos Tabela 1 - Descrição das características dos pacientes e da doença Variável Idade (anos): 14,6 Gênero Feminino Masculino Local Tumor COSTELA ESCAPULA FEMUR FIBULA ILIACO JOELHO MANDIBULA PERNA TIBIA ULNA UMERO Lateralidade Direito Esquerdo TOTAL Frequência % 47 90 34,3 65,7 1 2 78 9 4 3 1 1 25 1 12 0,7 1,5 56,9 6,6 2,9 2,2 0,7 0,7 18,2 0,7 8,8 69 68 137 50,4 49,6 100 Média 2,01, DP Legenda: DP: desvio padrão 4.6 Método Classificamos os resultados da FA e DHL obtidos em dois grupos. No grupo 1 os pacientes com valores normais de FA e DHL, segundo os valores de referencia do laboratório do HCFMUSP (DHL entre 24 e 480U/L, FA entre 35 e 130U/L, análise realizada pela máquina COBAS modular da Roche/Hitachi). No grupo 2, os Juan Pablo Zumarraga Montaño 27 Métodos pacientes com valores acima do limite de normalidade. A classificação utilizada para agrupar os valores sorológicos em investigação foi adaptada do trabalho realizado por Bramer et. al. em 200521. Foi reportada a porcentagem de necrose tumoral descrita pelos patologistas, obtida das peças extraídas nas cirurgias realizadas pós quimioterapia. Esta porcentagem foi utilizada de acordo com a classificação de Huvos, dividindo o grau de necrose em quatro grupos. Huvos I: pequeno efeito da quimioterapia, até 50%. Huvos II: resposta parcial, representada de 51 - 90% de necrose tumoral. Tumor viável está presente. Huvos III: de 90 - 99% do tumor se encontra necrótico, no entanto focos de células tumorais (possivelmente viáveis) são encontrados. Huvos IV: houve um máximo efeito quimioterápico, 100% de necrose. Nenhuma célula tumoral é encontrada (Quadro 1). Os dados foram expressos através de média e desvio-padrão. 4.7 Análise estatística Para verificar a existência da relação da porcentagem de necrose tumoral (classificação mediante o índice de Huvos) com os valores séricos das enzimas, pré e pós-quimioterapia ou variação com a mesma, foram feitas as seguintes analises estatísticas: Juan Pablo Zumarraga Montaño 28 Métodos Foram descritas as características nominais dos pacientes com uso de frequências absolutas e relativas. As idades dos pacientes foram descritas com uso de média e desvio padrão (Kirkwood e Sterne, 2006)53. Os valores da FA e DHL e suas variações com a quimioterapia assim como a porcentagem de necrose tumoral da peça cirúrgica, foram descritas com uso de medidas resumo (média, desvio padrão, mediana, mínimo e máximo)53. Foram calculadas as correlações da necrose da peça cirúrgica (Huvos) com as enzimas pré, pós e alteração (pós - pré) quimioterapia e também entre as enzimas, com uso de correlações de Spearman para verificar a existência de correlação entre elas53. Os testes foram realizados com nível de significância de 5%. Os softwares utilizados para a avaliação estatística foram o SPSS 20.0 (Statistical Program for Social Science for Windows versão 20.0) e o Microsoft Excel 2008. Juan Pablo Zumarraga Montaño 5. RESULTADOS 30 Resultados 5 RESULTADOS 5.1 Avaliação dos valores de fosfatase alcalina e desidrogenase lática com a porcentagem de necrose tumoral Tanto a FA como a DHL diminuíram nos pacientes estudados quando comparado o valor pré-quimioterapia e pós-quimioterapia. A média da diferença da FA obtida pré-quimioterapia e pós-quimioterapia foi de 795,12 U/L sendo o valor pré QT maior ao valor pós QT. A diferença entre os valores da DHL préquimioterapia e pós-quimioterapia foi de menos 437,40 U/L, sendo o valor pré QT maior ao valor pós QT. A média do valor da porcentagem de necrose tumoral foi de 34,12 % (DP 24,09). O valor mínimo e máximo variou de 0% a 100% de necrose tumoral, respectivamente (Tabela 2). Juan Pablo Zumarraga Montaño 31 Resultados Tabela 2 - Descrição das enzimas, suas variações com a quimioterapia e a porcentagem de necrose tumoral da peça cirúrgica Variável FA pré (U/L) FA pós (U/L) Variação FA (pós - pré) (U/L) DHL pré (U/L) DHL pós (U/L) Variação DHL (pós - pré) (U/L) Huvos (%) Média DP Mediana Mínimo Máximo 3418,53 5125,13 1717,0 48 31282 2636,47 3647,75 1567,0 48 23170 N 137 137 -782,07 4131,78 -7,0 -24682 11056 137 6815,58 7046,09 6378,18 9231,30 5833,0 5900,0 55 193 39149 94613 137 137 -437,40 9427,05 35,0 -28665 87730 137 28,00 0 100 137 34,10 24,184 Legenda: FA: fosfatase alcalina; DHL: desidrogenase lática; DP: desvio padrão; N: número 5.2 Alterações dos valores iniciais da medição de fosfatase alcalina e desidrogenase lática após a quimioterapia pré-operatória Não houve correlação estatisticamente significativa entre o índice de Huvos e os valores da FA e DHL. A ausência da relação foi observada tanto com os valores pré-quimioterapia, quanto com os valores pós-quimioterapia, não obtendo correlação com a alteração das enzimas após a quimioterapia (p< 0,05). Entre a FA e a DHL houve correlação direta em cada momento de avaliação assim como relação entre o valor pré com o pós-quimioterapia na mesma enzima (p<0,05). Estes resultados se encontram na Tabela 3 e nos Gráficos 1- 6. Juan Pablo Zumarraga Montaño 32 Resultados Tabela 3 - Resultado das correlações do índice de Huvos com os valores da DHL e FA, e entre as enzimas em cada momento da avaliação e suas variações após quimioterapia Correlação FA pré FA pós Variação FA (pós - pré) DHL pré DHL pós Variação DHL (pós - pré) r p N r p N r p N r p N r p N r p N Huvo FA pré FA pós -0,119 0,166 137 -0,100 0,244 137 0,044 0,613 137 -0,123 0,151 137 -0,054 0,527 137 0,089 0,301 137 0,804 <0,001 137 -0,351 <0,001 137 0,836 <0,001 137 0,717 <0,001 137 -0,232 0,006 137 0,171 0,046 137 0,701 <0,001 137 0,788 <0,001 137 0,094 0,276 137 Variação FA (pós - pré) -0,229 0,007 137 0,027 0,757 137 0,471 <0,001 137 DHL pré 0,773 <0,001 137 -0,386 <0,001 137 DHL pós 0,185 0,030 137 Legenda: FA: fosfatase alcalina; DHL: desidrogenase lática; N: número Juan Pablo Zumarraga Montaño 33 Resultados Gráfico 1 - Diagrama de dispersão entre FA pré e FA pós-quimioterapia 25000 20000 FA pós 15000 10000 5000 0 0 5000 10000 15000 20000 25000 30000 35000 FA pré Legenda: FA: fosfatase alcalina Gráfico 2 - Diagrama de dispersão entre DHL pré e DHL pós-quimioterapia 100000 90000 80000 70000 DHL pós 60000 50000 40000 30000 20000 10000 0 0 5000 10000 15000 20000 25000 30000 35000 40000 45000 DHL pré Legenda: DHL: desidrogenase lática Juan Pablo Zumarraga Montaño 34 Resultados Gráfico 3 - Diagrama de dispersão entre DHL pré e FA pré-quimioterapia 35000 30000 FA pré 25000 20000 15000 10000 5000 0 0 5000 10000 15000 20000 25000 30000 35000 40000 45000 DHL pré Legenda: FA: fosfatase alcalina; DHL: desidrogenase lática Gráfico 4 - Diagrama de dispersão entre DHL pós e FA pós-quimioterapia 25000 20000 FA pós 15000 10000 5000 0 0 10000 20000 30000 40000 50000 60000 70000 80000 90000 100000 DHL pós Legenda: FA: fosfatase alcalina; DHL: desidrogenase lática Juan Pablo Zumarraga Montaño 35 Resultados Gráfico 5 - Diagrama de dispersão entre Huvos e FA pré e pós-quimioterapia 35000 30000 25000 FA 20000 15000 10000 5000 0 0 20 40 60 80 100 120 Huvos Pré Pós Legenda: FA: fosfatase alcalina Gráfico 6 - Diagrama de dispersão entre Huvos e DHL pré e pós quimioterapia 100000 90000 80000 70000 DHL 60000 50000 40000 30000 20000 10000 0 0 20 40 60 80 100 120 Huvos Pré Pós Legenda: DHL: desidrogenase lática Juan Pablo Zumarraga Montaño 6. DISCUSSÃO 37 Discussão 6 DISCUSSÃO O OS é o tumor ósseo primário mais comum, se apresentando com maior frequência nas diáfises dos ossos longos, e tendo predileção pelo sexo masculino com aparecimento geralmente na segunda década da vida. Este conhecimento sobre a doença é universalmente aceito, já que esta informação é similar em todos os textos e estudos que abordam qualquer tipo de investigação sobre o OS1-8. No presente estudo, os resultados são compatíveis aos encontrados na literatura. Dos 137 pacientes com diagnóstico de OS, 65,7% foram do sexo masculino. Também observamos que os ossos longos foram os locais mais frequentes de acometimento do tumor, com 91,9%. Da mesma forma, a média da idade dos pacientes que fizeram parte do estudo foi de 23,1 anos. Assim, observou-se que esses dados são congruentes com a casuística observada na literatura. O intuito principal deste estudo foi verificar se existe correlação entre os valores séricos de FA e DHL e a porcentagem de necrose tumoral pós-quimioterapia. Encontramos diversas publicações nas quais foram medidos os valores de diversos marcadores ósseos para correlacionar com o prognóstico do paciente com OS. Ambroszkiewicz et al.17, em 2010, utilizaram como prognóstico para o OS em adolescentes, os valores reportados de FA, osteocalcina (OC) e telopeptídeo Cterminal (CTx), na monitorização da doença durante o tratamento. Concluíram que Juan Pablo Zumarraga Montaño 38 Discussão os pacientes com menor resposta ao tratamento, e com pior prognóstico de sobrevida, apresentaram valores mais altos de FA quando comparados com os pacientes com a doença em remissão. No trabalho de Bramer et al.21, em 2005, para avaliar o prognóstico dos pacientes com OS, classificaram os pacientes em três grupos. No grupo 1 ou NORMAL, foram incluídos os pacientes com valores normais da FA, no grupo 2 ou ALTO, incluíram os pacientes com valores entre 100% e 200% do valor normal da FA, e no grupo 3 ou MUITO ALTO, os pacientes com valores maiores a 200% do valor normal da FA. No presente estudo, os pacientes foram divididos em dois grupos. O grupo 1 foi formado com os pacientes que apresentaram valores normais da FA e DHL. Da mesma forma, o grupo 2 foi formado com os pacientes que apresentaram valores elevados da FA e da DHL. É importante mencionar que neste estudo foram obtidos os valores de FA e DHL tanto pré-quimioterapia como pós-quimioterapia. Bramer et al.21, em 2005 estudou 89 pacientes, todos maiores que 18 anos de idade e sem apresentar metástase. A conclusão foi que os pacientes com diminuição do valor da FA na medição após a quimioterapia pré-operatória, teriam um prognóstico de sobrevida melhor, sendo que os pacientes com aumento no valor da FA na medição pós-operatória, teriam um pior prognóstico. Juan Pablo Zumarraga Montaño 39 Discussão Na presente investigação, foram incluídos 137 pacientes, sem discriminação de idade, e o único critério de inclusão foi o diagnóstico de OS confirmado mediante biópsia. A conclusão foi que não existe relação entre os valores de FA e DHL com a porcentagem de necrose tumoral calculada pelo índice de Huvos. Isto indica que os valores de FA e DHL não apresentam correlação com o prognóstico de sobrevida do paciente. No estudo de González-Billalabeiti et al.34, em 2009, foram avaliados 66 pacientes com diagnóstico de OS num período de 25 anos (junho de 1977 até março de 2003), a média da idade dos pacientes foi de 15 anos. Neste trabalho eles avaliaram a significância dos valores de DHL como fator prognóstico na sobrevida dos pacientes. Os pesquisadores utilizaram os valores da DHL pré-quimioterapia dos prontuários. Concluíram que os pacientes que apresentaram níveis altos da DHL tiveram um pior prognóstico de sobrevida no seguimento, tanto no período livre da doença, como no período de sobrevida global do OS. No trabalho aqui apresentado, foram estudados 137 pacientes num período de 23 anos. Os prontuários escolhidos iniciaram no ano de 1989 e finalizaram em mediados de 2013. Como mencionado anteriormente, a média da idade foi de 23,1 anos. Colhemos os valores séricos da DHL tanto pré como pós-quimioterapia, com o intuito de observar a significância desses valores em relação a porcentagem de necrose tumoral reportada pelos patologistas. Concluímos, que ao contrario de González-Billalabeitia et al.34 (2009), não existe relação entre os valores séricos da Juan Pablo Zumarraga Montaño 40 Discussão DHL e a porcentagem de necrose tumoral; o que indica que a sobrevida do paciente não se correlaciona com os valores deste marcador ósseo. Em uma publicação similar à de González-Billalabeitia et al.34 (2009), Bacci et al.35 (2004), obtiveram os valores séricos da DHL dos prontuários por um período de 30 anos, obtendo os valores desse marcador ósseo em 1421 pacientes. O objetivo do estudo foi avaliar a correlação entre os valores da DHL pré-quimioterapia com o prognóstico da doença em relação ao estádio clínico e a sobrevida global da mesma. Eles reportaram que os valores de DHL sempre foram maiores nos pacientes com a doença em estádios mais avançados (metastática), não sendo assim nos pacientes com a doença localizada. Também reportaram que nos pacientes em estádios avançados do OS, o prognóstico foi pior quando o nível de DHL estava elevado. Por último, eles concluíram que nos pacientes com a doença localizada, os valores da DHL não têm uma relação direta com o prognóstico do paciente. No presente estudo, como o critério de inclusão era ter medições da DHL pré e pós-quimioterapia, foram excluídos 510 pacientes. O objetivo foi correlacionar os valores séricos da DHL pré e pós-quimioterapia com a porcentagem de necrose tumoral expressada através do índice de Huvos. Não foram discriminados os pacientes pelo estádio da doença, sendo esta outra diferença importante com o estudo de Bacci et al.35, em 2004. Finalmente concluímos que não existe relação entre os valores séricos de DHL com o prognóstico de sobrevida global do paciente, sendo esta conclusão concordante com a reportada por Bacci et al.35 (2004). Juan Pablo Zumarraga Montaño 41 Discussão López-Aguilar et al.20, em 1996, publicaram um trabalho no qual investigaram se a DHL seria um fator prognóstico para a metástase pulmonar do OS. A investigação incluiu 18 pacientes divididos em dois grupos. No grupo A incluíram pacientes com valores elevados de DHL e no grupo B pacientes com valores normais. Foi observado que 90% dos pacientes do grupo A, apresentaram metástase pulmonar, sugerindo que o valor elevado de DHL indicaria um pior prognóstico nos pacientes com OS. Eles também consideraram que a DHL como fator isolado teria valor limitado no prognóstico da doença. Nosso estudo também divide os pacientes em dois grupos. O grupo com os valores de DHL dentro de parâmetros normais e o grupo com os valores de DHL elevada. Novamente uma diferença importante é que este trabalho apresenta duas medições de DHL, a pré-quimioterapia e a pós-quimioterapia. Finalmente obtivemos uma conclusão similar, a DHL não pode ser considerada como um fator prognóstico de importância no OS. Bacci et al.36, em 2002, realizaram um estudo no qual mediram os valores séricos da FA em 560 pacientes com OS. O objetivo do estudo foi avaliar a correlação entre os valores da FA pré-quimioterapia com o prognóstico da doença em relação ao tratamento utilizado. Encontraram valores altos de FA em 46% dos pacientes estudados. Não reportaram uma diferença significativa no prognóstico dos pacientes em relação aos valores da FA. Concluíram que o prognóstico varia dependendo do protocolo de quimioterapia que é utilizado. Juan Pablo Zumarraga Montaño 42 Discussão No presente estudo não consideramos os diferentes protocolos de quimioterapia utilizados para o tratamento do OS. Incluímos valores de FA tanto pré como pós-quimioterapia. A conclusão de forma similar não indica que o marcador mencionado mantém uma relação direta com o prognóstico do OS. Limmahakhun et al.37, em 2011, realizaram um estudo para analisar a importância de diversos marcadores ósseos na progressão e no prognóstico dos pacientes com OS. Eles compararam no estudo os valores pré-tratamento de FA e DHL em 28 pacientes com OS e em 30 pacientes sem a doença. Concluíram que unicamente a FA apresentou valores elevados nos pacientes com OS. No entanto, o valor foi normal nos pacientes sem a doença. Para a DHL foram descritos valores normais tanto em pacientes doentes como em pacientes saudáveis. Finalmente, também descrevem que os marcadores sorológicos não devem ser considerados como fatores prognósticos de grande importância no OS. No presente estudo, também medimos os valores de FA e DHL em pacientes com OS, porém não incluímos um grupo controle de pacientes saudáveis. Reportamos valores normais e elevados de ambos os marcadores nos pacientes. Concluímos igualmente que a FA e a DHL não tem relação intima com o prognóstico da doença mencionada. Na publicação de Adamkova Krakorova et al.38, em 2012, foram estudados 36 pacientes com idade média de 28.5 anos, diagnosticados com OS. O 70% dos pacientes tiveram uma resposta pobre a quimioterapia, tendo um tempo de sobrevida Juan Pablo Zumarraga Montaño 43 Discussão de 23 meses aproximadamente. Como parte do seguimento, foram obtidos valores de FA e DHL durante a evolução da doença. Como resultado, os valores dos marcadores estudados não foram de importância significativa na evolução do OS, sendo que a resposta à quimioterapia, assim como o resultado da cirurgia, foram mais fidedignos. No trabalho aqui apresentado, foi estudada a resposta à necrose tumoral como fator prognóstico, correlacionando a mesma com os valores encontrados de FA e DHL tanto pré como pós-quimioterapia. Concluímos que o índice de necrose tumoral não tem relação com os marcadores mencionados, concordando com que a FA e a DHL não tem grande valor prognóstico no OS. Em dois trabalhos publicados por Meyers et al.39-40, em 1992 e em 1993, diversos fatores como a idade, o sexo, a localização, a resposta à quimioterapia e os valores medidos de FA e DHL. Foram analisados como prognóstico do OS tanto em pacientes com a doença localizada, como nos que já tinham metástase. Eles concluíram que a idade, o sexo e a localização não têm valor prognóstico para pacientes com a doença localizada ou metastática. A resposta à quimioterapia e os valores de FA e DHL teve valor prognóstico importante no OS. Descreveram que tanto em pacientes com a doença localizada como com metástase, a sobrevida diminuía se os valores de FA e DHL eram altos. No presente estudo, observamos fatores como idade, sexo e localização do tumor, sem a intenção de estudar o valor prognóstico dos mesmos. As medições de Juan Pablo Zumarraga Montaño 44 Discussão FA e DHL foram correlacionadas com o grau de necrose tumoral que apresentou a peça cirúrgica. Também foram obtidas medidas dos marcadores antes e depois do tratamento quimioterápico. O resultado foi que o valor da FA e da DHL não tem relação com a necrose tumoral reportada, não sendo fatores prognósticos do OS. Ferrari et al.41-42, em 2001 e 2006, utilizaram as medições dos valores da FA e a DHL com o propósito de analisar se os marcadores mencionados eram fatores prognósticos de importância para pacientes com OS localizado e para pacientes com recidiva. A conclusão foi que os marcadores não são fatores fundamentais no prognóstico da doença, mesmo quando em estádios avançados. Neste trabalho o resultado foi similar. A FA e a DHL não são fatores importantes para o índice de Huvos reportado das peças cirúrgicas dos pacientes estudados. Por este motivo, também concluímos que os marcadores mencionados não são fatores prognósticos importantes para o seguimento do OS. Durnali et al.43, em 2013, realizaram um estudo multicêntrico retrospectivo com a finalidade de avaliar os fatores prognósticos de pacientes diagnosticados com OS. Foram incluídos 240 pacientes com idade media de 20 anos, os quais apresentaram a doença entre março de 1995 e setembro de 2011. Não foi discriminado o estádio da doença, o sexo, a idade ou a localização do tumor. Os pacientes foram divididos em três grupos de acordo com os valores apresentados de FA e DHL, pré-quimioterapia, imitando o modelo de Bramer et al.21, em 2005, estudo antes mencionado. Não foi estudada a resposta à necrose tumoral mediante o Juan Pablo Zumarraga Montaño 45 Discussão índice de Huvos. Concluíram que a FA e a DHL são fatores prognósticos importantes para o seguimento do avanço do OS. Os resultados em nosso estudo nos levaram a uma conclusão diferente, sendo que a resposta da necrose tumoral não teve correlação com os valores de FA e DHL, fazendo que mencionados marcadores não sejam importantes indicadores do prognóstico do OS. Finalmente este estudo é o primeiro em nosso meio que avalia a correlação entre os valores séricos de FA e DHL com a resposta do tumor ao tratamento, ou seja, a porcentagem de necrose tumoral medida a través do índice de Huvos. Também é um dos poucos que avalia tanto os valores de FA e DHL pré como pósquimioterapia. Apesar de nós termos estudado a porcentagem de necrose tumoral com a sobrevida; é provável que exista essa correlação como diversos estudos já provaram, mas não foi o objetivo do trabalho. Juan Pablo Zumarraga Montaño 7. CONCLUSÃO 47 Conclusão 7 CONCLUSÃO Os níveis séricos de FA e da DHL não são fatores preditivos sobre a resposta tumoral à quimioterapia pré-operatória em pacientes portadores de osteossarcoma. Juan Pablo Zumarraga Montaño 8. ANEXOS 49 Anexos 8 ANEXOS ANEXO A Juan Pablo Zumarraga Montaño 50 Anexos ANEXO B DECLARAÇÃO Declaro para os devidos fins que estou ciente e concordo com as etapas previstas para serem realizadas junto a Disciplina de Oncologia Ortopédica do DOT-FMUSP, relativas ao Projeto de Pesquisa intitulado "Correlação entre os valores séricos de fosfatase alcalina e de desidrogenase lática e a porcentagem de necrose tumoral pós quimioterapia no osteossarcoma” proposto pelo(a) pesquisador(a) Juan Pablo Zumárraga Montaño e que os respectivos procedimentos são factíveis nos prazos exigidos desde que respeitando o cronograma proposto. São Paulo, 23 de Novembro de 2011. ___________________________________________ Assinatura e Carimbo do Chefe da Disciplina Juan Pablo Zumarraga Montaño 51 Anexos ANEXO C DEPARTAMENTO DE ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA FMUSP COMISSÃO CIENTÍFICA CONTROLE DE PROTOCOLOS DE PESQUISA No Protocolo Uso Reservado à Comissão Científica Assessor da Comissão Cientifica Aprovação Conselho DOT Aprovação da CAPPesq / Início / / / DATA: ASSINATURA: de de 200 / / / Aprovação Comissão Científica Aprovação Câmara de Custos Publicado - Final / / / / / / Título do Projeto de Pesquisa: "Correlação entre os valores séricos de fosfatase alcalina e de desidrogenase lática e a porcentagem de necrose tumoral pós quimioterapia no osteossarcoma ” Pesquisador Responsável: Prof. Dr. Olavo Pires de Camargo E-Mail: [email protected] Pesquisador Executante: Dr. Juan Pablo Zumárraga Montano CPF: 231.730.478-18 E-Mail: [email protected] Endereço Completo: Rua Alves Guimarães 518 Apt 164 Pinheiros SP Tel. Residência ( ) Celular (x) 11-94546662 Cons./outros IOT-HC-FMUSP DOT-FMUSP Outros: Motivo da Pesquisa: Iniciação Científica / Estágio Curricular Título de Especialista (SBOT) ( ) Vínculo x Aprimoramento / Aperfeiçoamento (CAP) x Mestrado Projeto Regular (Grupos / Disciplinas) Doutorado Estágio Médico Livre-Docência Financiamento externo (empresa contratante): Acordo / Convênio: Outros: Linha de Pesquisa: Modelos para análise de lesões do sistema nervoso Desenvolvimento de ensaios e modelos para substituição articular Ensaios sobre instabilidades articulares x Modelos clínicos e epidemiológicos das alterações degenerativas e estruturais do aparelho locomotor Análise experimental da regeneração músculoesquelética Modelos clínicos e experimentais da análise funcional do movimento humano Juan Pablo Zumarraga Montaño 52 Anexos Tipo da Pesquisa Científica: Revisão Sistemática da Literatura / Metanálise x Ensaio Randomizado (controlado, duplo-cego, etc) Est. Prospectivo com Controle, Não Randomizado / Coorte Outras Instituições Participantes: Outras Unidades HC, FMUSP ou USP: Instituições de Ensino e Pesquisa Externas: Instituições Privadas: Estudo Retrospectivo / Prontuários / Relato de Caso Opinião de Especialista / Consenso / Atualização / Revisão Não Científica:________________________ Nome do Grupo: Grupo de Oncologia Ortopédica do IOT HCFMUSP Nome do Chefe do Grupo: Prof. Dr. Olavo Pires de Camargo Os autores, abaixo assinados, declaram para os devidos fins que estão cientes e concordam com o protocolo de pesquisa em anexo e confirmam a participação como pesquisador envolvido (co-autor). 1 RELAÇÃO DE AUTORES EM ORDEM DE APARECIMENTO NA PUBLICAÇÃO Nome: Prof. Dr. Olavo Pires de Camargo Assinatura: 2 Nome: Dr. André Mathias Baptista Assinatura: 3 Nome: Dra. Cláudia R.G.C.M. de Oliveira Assinatura: 4 Nome: Dr. Marcelo Tadeu Caiero Assinatura: 5 Nome: Assinatura: 6 Nome: Assinatura: 7 Nome: Assinatura: 8 Nome: Assinatura: Os planos de pesquisa executados fora do complexo HCFMUSP, deverão ser aprovados anteriormente pela Comissão de Ética do Hospital / Instituição onde será desenvolvido e enviado posteriormente para a aprovação da CAPPesq. Qualquer alteração no Plano de Pesquisa, ou do Título, deverá ser comunicado a esta Comissão Científica. O processo deverá ser instruído conforme os itens relacionados no Anexo I. Deverá entregar o protocolo de pesquisa, conforme o MANUAL DE INSTRUÇÃO PARA O ENCAMINHAMENTO DE PROJETOS DE PESQUISA PARA A CAPPesq (segundo a instrução de serviço HC nº 01/98). Conhecer os REQUISITOS UNIFORMES PARA ORIGINAIS SUBMETIDOS A REVISTAS BIOMÉDICAS Comitê Internacional de Editores de Revistas Médicas. Uniform requirements for manuscripts submitted to biomedical journals (http://www.acponline.org). Juan Pablo Zumarraga Montaño 53 Anexos Para as pesquisas com novos fármacos, medicamentos, vacinas ou testes diagnósticos deverá ser observada a Norma de Pesquisa Envolvendo Seres Humanos na Área Temática de Novos Fármacos, Medicamentos, Vacinas e Testes Diagnósticos – CEP / CONEP / MS (Resolução do Conselho Nacional de Saúde No 251, de 7 de agosto de 1997). Para as pesquisas envolvendo seres humanos deverá ser observada a resolução sobre os Aspectos Éticos da Pesquisa em Humanos – CEP / CONEP / MS (Resolução do Conselho Nacional de Saúde no 196 de 10/10/1996) AO ENTREGAR O PROTOCOLO DE PESQUISA PARA APROVAÇÃO DA CAPPESQ / HCFMUSP, O(A) INTERESSADO(A) DEVERÁ FICAR COM UMA CÓPIA DE TODA A DOCUMENTAÇÃO. O protocolo de pesquisa por mim proposto, não apresenta vínculo de qualquer natureza, inclusive financeiro, com instituição pública ou privada. Neste ato obrigo-me a comunicar formalmente ao Instituto de Ortopedia e Traumatologia do HC-FMUSP qualquer alteração que contrarie esta declaração no transcorrer e mesmo após o término do projeto; estando ciente das responsabilidades legais e sanções institucionais no descumprimento do presente termo. (ex.: equipamentos, ferramental, instrumental, material de consumo, viagens, medicamentos, doações, testes, divulgação, ajuda de custo, etc). Não assinalar este item implica na admissão de patrocínio. São Paulo, 23 de Novembro de 2011 ____________________________________ Assinatura do Pesquisador Responsável: Juan Pablo Zumarraga Montaño 9. REFERÊNCIAS 55 Referências 9 1. REFERENCIAS Raymond AK, Ayala AG, Knuutila S. Conventional osteossarcoma. In: Fletcher CDM, Unni KK, Mertens F, editors. Pathology and genetics of tumours of soft tissue and bone. Lyon: IARC Press; 2002. p.264-70. (World health organization classification of tumours, 4). 2. Hornicek FJ. Osteosarcoma of bone. In: Schwartz HS, editor. Orthopaedic knowledge update 2: musculoskeletal tumors. 2ed. Rosemont: American Academy of Orthopaedic Surgeons; 2007. p.163-74. 3. Dorfman HD, Czerniak B, editors. Bone tumor. St. Louis: Mosby; 1998. p.128-252: Osteosarcoma. 4. Garcia Filho RJ. Diagnóstico e tratamento de tumores ósseos. Rio de Janeiro: Elsevier; 2005. p.125-200: Tumores produtores de tecido ósseo. 5. Garcia Filho RJ, organizador. Clínica ortopédica da SBOT: tumores ósseos e sarcomas de tecidos moles. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2009. p.32-41: Tumores osteoblásticos: osteossarcoma. 6. IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo demográfico 2000. Disponível em: http://www.ibge.gov.br. Acessado em 2013 abr 12. Juan Pablo Zumarraga Montaño 56 Referências 7. Dorfman HD, Czerniak B, editors. Bone tumor. St. Louis: Mosby; 1998. p.607-36: Ewing's sarcoma and related entities. 8. Garcia Filho RJ, organizador. Clínica ortopédica da SBOT: tumores ósseos e sarcomas de tecidos moles. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2009. p.75-82: Tumor de Ewing - PNET. 9. Garcia Filho RJ. Diagnóstico e tratamento de tumores ósseos. Rio de Janeiro: Elsevier; 2005. p.311-55: Tumores da medula óssea. 10. Ushigome S, Machinami R, Sorensen PH. Ewing sarcoma/primitive neuroectodermal tumour (PNET). In: Fletcher CDM, Unni KK, Mertens F, editors. Pathology and genetics of tumours of soft tissue and bone. Lyon: IARC Press; 2002. p.297-300. (World health organization classification of tumours, 4). 11. Patterson FR, Basra SK. Ewing's sarcoma. In: Schwartz HS, editor. Orthopaedic knowledge update 2: musculoskeletal tumors. 2ed. Rosemont: American Academy of Orthopaedic Surgeons; 2007. p.175-84. 12. Aboulafia AJ, Levine AM, Schimdt DP. Biopsy. In: Schwartz HS, editor. Orthopaedic knowledge update 2: musculoskeletal tumors. 2ed. Rosemont: American Academy of Orthopaedic Surgeons; 2007. p.3-11. Juan Pablo Zumarraga Montaño 57 Referências 13. Garcia Filho RJ. Diagnóstico e tratamento de tumores ósseos. Rio de Janeiro: Elsevier; 2005. p.83-98: Biópsia. 14. Garcia Filho RJ. Diagnóstico e tratamento de tumores ósseos. Rio de Janeiro: Elsevier; 2005. p.1-54: Diagnóstico dos tumores ósseos e sarcoma de partes moles. 15. Davis AM, Bell RS, Goodwin PJ. Prognostic factors in osteosarcoma: a critical review. J Clin Oncol. 1994 Feb;12(2):423-31. 16. Ambroszkiewicz J, Gajewska J, Klepacka T, Chełchowska M, Laskowska- Klita T, et al. A comparison of serum concentrations of biochemical bone turnover markers in patients with osteosarcoma with good and poor prognosis. Pol Merkur Lekarski. 2010 Jul;29(169):19-26. 17. Ambroszkiewicz J, Gajewska J, Klepacka T, Chełchowska M, Laskowska- Klita T, et al. Clinical utility of biochemical bone turnover markers in children and adolescents with osteosarcoma. Adv Med Sci. 2010;55(2):266-72. 18. Bacci G, Avella M, McDonald D, Toni A, Orlandi M, Campanacci M. Serum lactate dehydrogenase (LDH) as a tumor marker in Ewing's sarcoma. Tumori. 1988 Dec 31;74(6):649-55. Juan Pablo Zumarraga Montaño 58 Referências 19. Bacci G, Ferrari S, Longhi A, Rimondini S, Versari M, Zanone A, et al. Prognostic significance of serum LDH in Ewing's sarcoma of bone. Oncol Rep. 1999 Jul-Aug;6(4):807-11. 20. López-Aguilar E, Rivera-Márquez H, Cerecedo-Díaz F, Peniche-Villalpando L. Lactic dehydrogenase as a prognostic factor in the development of pulmonary metastatic disease in patients with osteossarcoma. Gac Med Mex. 1996 JulAug;132(4):363-6. 21. Bramer JA, Abudu AA, Tillman RM, Carter SR, Sumathi VP, Grimer RJ. Pre and post-chemotherapy alkaline phosphatase levels as prognostic indicators in adults with localised osteosarcoma. Eur J Cancer. 2005 Dec;41(18):2846-52. 22. Brozmanová E, Skrovina B. Serum alkaline phosphatase in malignant bone tumours (osteosarcoma, chondrosarcoma, fibrosarcoma, Ewing's sarcoma. Neoplasma. 1973;20(4):419-25. 23. Schönau E, Glöckel U, Beck HJ, Kruse K. High-molecular-mass or macromolecular alkaline phosphatase in sera of children with solid tumors. Klin Padiatr. 1994 Jan-Feb;206(1):36-9. 24. Garcia Filho RJ, organizador. Clínica ortopédica da SBOT: tumores ósseos e sarcomas de tecidos moles. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2009. p.14-20. Biópsia do tecido ósseo. Juan Pablo Zumarraga Montaño 59 Referências 25. Smeland S, Müller C, Alvegard TA, Wiklund T, Wiebe T, Björk O, Stenwig AE, et al. Scandinavian Sarcoma Group Osteosarcoma Study SSG VIII: prognostic factors for outcome and the role of replacement salvage chemotherapy for poor histological responders. Eur J Cancer. 2003 Mar;39(4):488-94. 26. Tuy BE. Adjuvant therapy for malignant bone tumors. In: Schwartz HS, editor. Orthopaedic knowledge update 2: musculoskeletal tumors. 2ed. Rosemont: American Academy of Orthopaedic Surgeons; 2007. p.205-18. 27. Huvos AG. Bone tumors: diagnosis, treatment and prognosis. 2ed. Philadelphia: W.B. Saunders Company; 1991. 28. Hudson M, Jaffe MR, Jaffe N, Ayala A, Raymond AK, Carrasco H, et al. Pediatric osteosarcoma: therapeutic strategies, results, and prognostic factors derived from a 10-year experience. J Clin Oncol. 1990 Dec;8(12):1988-97. 29. Huvos AG, Rosen G, Bretsky SS, Butler A. Telangiectatic osteogenic sarcoma: a clinicopathologic study of 124 patients. Cancer. 1982 Apr 15;49(8):167989. 30. Bieling P, Rehan N, Winkler P, Helmke K, Maas R, Fuchs N, et al. Tumor size and prognosis in aggressively treated osteosarcoma. J Clin Oncol. 1996 Mar;14(3):848-58. Juan Pablo Zumarraga Montaño 60 Referências 31. Bacci G, Longhi A, Versari M, Mercuri M, Briccoli A, Picci P. Prognostic factors for osteosarcoma of the extremity treated with neoadjuvant chemotherapy: 15-year experience in 789 patients treated at a single institution. Cancer. 2006 Mar 1;106(5):1154-61. 32. Bramer JA, van Linge JH, Grimer RJ, Scholten RJ. Prognostic factors in localized extremity osteosarcoma: a systematic review. Eur J Surg Oncol. 2009 Oct;35(10):1030-6. 33. Huvos AG, Rosen G, Marcove RC. Primary osteogenic sarcoma: pathologic aspects in 20 patients after treatment with chemotherapy en bloc resection, and prosthetic bone replacement. Arch Pathol Lab Med. 1977 Jan;101(1):14-8. 34. González-Billalabeitia E, Hitt R, Fernández J, Conde E, Martínez-Tello F, Enríquez de Salamanca R, Cortés-Funes H. Pre-treatment serum lactate dehydrogenase level is an important prognostic factor in high-grade extremity osteosarcoma. Clin Transl Oncol. 2009 Jul;11(7):479-83. 35. Bacci G, Longhi A, Ferrari S, Briccoli A, Donati D, De Paolis M, et al. Prognostic significance of serum lactate dehydrogenase in osteosarcoma of the extremity: experience at Rizzoli on 1421 patients treated over the last 30 years. Tumori. 2004 Sep-Oct;90(5):478-84. Juan Pablo Zumarraga Montaño 61 Referências 36. Bacci G, Longhi A, Ferrari S, Lari S, Manfrini M, Donati D, Forni C, et al. Prognostic significance of serum alkaline phosphatase in osteosarcoma of the extremity treated with neoadjuvant chemotherapy: recent experience at Rizzoli Institute. Oncol Rep. 2002 Jan-Feb;9(1):171-5. 37. Limmahakhun S, Pothacharoen P, Theera-Umpon N, Arpornchayanon O, Leerapun T, Luevitoonvechkij S, et al. Relationships between serum biomarker levels and clinical presentation of human osteosarcomas. Asian Pac J Cancer Prev. 2011;12(7):1717-22. 38. Adamkova Krakorova D, Vesely K, Zambo I, Tucek S, Tomasek J, Jureckova A, et al. Analysis of prognostic factors in osteosarcoma adult patients, a single institution experience. Klin Onkol. 2012;25(5):346-58. 39. Meyers PA, Heller G, Healey J, Huvos A, Lane J, Marcove R, et al. Chemotherapy for nonmetastatic osteogenic sarcoma: the Memorial Sloan-Kettering experience. J Clin Oncol. 1992 Jan;10(1):5-15. 40. Meyers PA, Heller G, Healey JH, Huvos A, Applewhite A, et al. Osteogenic sarcoma with clinically detectable metastasis at initial presentation. J Clin Oncol. 1993 Mar;11(3):449-53. Juan Pablo Zumarraga Montaño 62 Referências 41. Ferrari S, Bertoni F, Mercuri M, Picci P, Giacomini S, Longhi A, et al. Predictive factors of disease-free survival for non-metastatic osteosarcoma of the extremity: an analysis of 300 patients treated at the Rizzoli Institute. Ann Oncol. 2001 Aug;12(8):1145-50. 42. Ferrari S, Briccoli A, Mercuri M, Bertoni F, Cesari M, Longhi A, et al. Late relapse in osteosarcoma. J Pediatr Hematol Oncol. 2006 Jul;28(7):418-22. 43. Durnali A, Alkis N, Cangur S, Yukruk FA, Inal A, Tokluoglu S, et al. Prognostic factors for teenage and adult patients with high-grade osteosarcoma: an analysis of 240 patients. Med Oncol. 2013;30(3):624. 44. Tomer G, Cohen IJ, Kidron D, Katz K, Yosipovitch Z, Meller I, et al. Prognostic factors in non-metastatic limb osteosarcoma: a 20-year experience of one center. Int J Oncol. 1999 Jul;15(1):179-85. 45. Muñoz Villa A, Ocete G, Aymerich ML, Maldonado S, Otheo E, Calvo M, et al. Preoperative and postoperative chemotherapy of osteogenic sarcoma of the limbs in children. Med Clin (Barc). 1996 Jun 29;107(5):161-4. 46. Ferrari S, Bacci G, Picci P, Mercuri M, Briccoli A, Pinto D, et al. Long-term follow-up and post-relapse survival in patients with non-metastatic osteosarcoma of the extremity treated with neoadjuvant chemotherapy. Ann Oncol. 1997 Aug;8(8):765-71. Juan Pablo Zumarraga Montaño 63 Referências 47. Ilić I, Manojlović S, Cepulić M, Orlić D, Seiwerth S. Osteosarcoma and Ewing's sarcoma in children and adolescents: retrospective clinicopathological study. Croat Med J. 2004 Dec;45(6):740-5. 48. Wu PK, Chen WM, Chen CF, Lee OK, Haung CK, Chen TH. Primary osteogenic sarcoma with pulmonary metastasis: clinical results and prognostic factors in 91 patients. Jpn J Clin Oncol. 2009 Aug;39(8):514-22. 49. Read JA, Winter VJ, Eszes CM, Sessions RB, Brady RL. Structural basis for altered activity of M- and H-isozyme forms of human lactate dehydrogenase. Proteins. 2001 May 1;43(2):175-85. 50. Kim EE, Wyckoff HW. Reaction mechanism of alkaline phosphatase based on crystal structures. Two-metal ion catalysis. J Mol Biol. 1991 Mar 20;218(2):44964.t 51. Bispo Júnior RZ. Fatores prognósticos da sobrevida no osteossarcoma primário: grau I versus II de Huvos [Tese]. São Paulo: Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo; 2009. 52. Thorpe WP, Reilly JJ, Rosenberg SA. Prognostic significance of alkaline phosphatase measurements in patients with osteogenic sarcoma receiving chemotherapy. Cancer. 1979 Jun;43(6):2178-81. Juan Pablo Zumarraga Montaño 64 Referências 53. Kirkwood BR, Sterne JAC. Essential medical statistics. 2nd ed. Blackwell Science: Massachusetts, 2006 p.502. Juan Pablo Zumarraga Montaño