POVOS PRÉ-COLOMBIANOS
O que as fotos têm em
comum?
•
•
Em que são diferentes?
A que povo pertence
cada uma delas?
•
Qual é a origem da
palavra “índio” ?
•
•
O que se conclui?
Professora: Mercedes Danza Lires Greco
Concluindo: os povos indígenas são diferentes entre si.
Cada um deles se vê como um todo. Um xavante, um asteca,
um inca, um guarani, um yanomani, mesmo em contato com a
nossa sociedade, continua se vendo como xavante, asteca,
inca, guarani, yanomani.
Fontes usadas para o conhecimento dos povos précolombianos:
• Cultura material: templos, palácios, objetos de cerâmica,
esculturas, pinturas rupestres etc.
• Escritas: códices (escritos e desenhos deixados por alguns
povos americanos) e textos escritos por europeus que viveram
na América.
• Orais: entrevistas e testemunhos de pessoas que descendem
de povos que viviam antes da chegada dos europeus.
Por volta do final do século XV,
estima-se que cerca de 54 milhões
de indígenas viviam na América,
incluindo povos em diferentes graus
de desenvolvimento técnico –
desde antropófagos seminômades
até avançadas civilizações urbanas.
Essas pessoas pertenciam a povos
bem diferentes entre si: no nome,
na aparência e no modo de viver e
de pensar.
O IMPÉRIO ASTECA
ORIGEM DO POVO ASTECA OU MEXICA:
• Mitológica: viviam no norte da América e, certo dia, por serem um povo
andarilho, decidiram deixar Astlán, sua terra natal, e caminhar em direção
ao sul. Depois de muito vagar, avistaram uma águia empolada num cacto,
que trazia uma cobra presa no bico e em uma de suas patas. Os sacerdotes
astecas consideraram aquela águia um sinal dado pelo deus
UITZILOPOCHTLI, de que era ali que eles deviam se fixar e recomeçar a
vida.
• Historiográfica: os astecas deixaram o norte da América em busca de
terras férteis por volta do século XII. Depois de uma longa caminhada,
chegaram ao fértil vale do Anahuac (atual vale do México) e ocuparam as
ilhas ocidentais do lago Texcoco. Numa dessas ilhas, em 1325, os astecas
ergueram a cidade de Tenochtitlán.
TENOCHTITLÁN, a capital do
Império Asteca
O Império Asteca resultou da conquista
de outros povos da região e de suas
culturas.
A riqueza de Tenochtitlán vinha dos
pesados impostos cobrados aos povos
vencidos.
O pagamento de impostos era feito
em mercadorias (mantas, vestes
cerimoniais, feixes de plumas, colares
e sacas de cacau).
Quando os espanhóis chegaram à América, Tenochtitlán possuía cerca
de 200 mil habitantes. Era cortada por dezenas de canais, por onde
circulavam barcos carregados de mercadorias, e aquedutos, que traziam
água doce das montanhas. Possuía templos, ruas retas e amplas e um
mercado central rico e movimentado.
Reprodução da fantástica Tenochtitlán
Mercados astecas
Até 1521, quando Tenochtitlán foi invadida e conquistada pelos
espanhóis, o Império Asteca abrangia praticamente todo o centro do
atual território do México e estendia-se do Oceano Pacífico ao Golfo
do México.
POLÍTICA:
• Tinham um soberano, o tlatoani, que assumia as autoridades
religiosa, judiciária e militar.
• Estabeleceram uma organização política fortemente
centralizada a partir de campanhas militares. Cobravam
impostos dos povos vencidos e usavam a força militar para
assegurar suas conquistas.
• No seu apogeu, o império asteca era formado por 38
províncias.
• A consolidação do império aconteceu
sob o comando de Montezuma I (14401469) e Montezuma II (1502-1519)
SOCIEDADE: rigidamente militar, pela belicosidade do povo.
 imperador: considerado um ser
semidivino.
 nobres: sacerdotes, altos funcionários
públicos e militares. Estes tinham
enorme prestígio. Os mais valentes
ingressavam nas importantes ordens
militares, como a dos cavaleiros-águia.
 comerciantes: os mais importantes eram os atacadistas, principalmente os
que trabalhavam com artigos de luxo. Incentivavam o casamento de seus
filhos com os filhos dos nobres a fim de adquirir prestígio social.
 artesãos: trabalhavam com plumas e ourivesaria.
 agricultores e soldados: maioria da população.
 escravos: prisioneiros de guerra, condenados pela justiça e envolvidos com
o jogo ou bebida.
ECONOMIA: a principal atividade econômica era a agricultura, praticada com
o auxílio de canais de irrigação e orientada pelo calendário solar. Plantavam
milho, feijão, batata, algodão, frutas, cacau etc. Do cacau, extraíam uma bebida
forte, o xocoalt (origem do chocolate).
Chinampas:
ilhas
flutuantes
construídas no lago Texcoco. Eram
produzidas através de cercados de
estacas, sobre os quais eram
colocados junco e esteiras de modo
a formar uma plataforma. Sobre
essa plataforma, espalhavam lama,
extraída do fundo do lago. Nelas
cultivavam diversos produtos.
O artesanato e o comércio eram bem desenvolvidos. Usavam a semente de
cacau como moeda.
RELIGIÃO: politeísta, sendo o deus TEZCATLIPOCA (deus do Sol e
da guerra) uma importante divindade. Praticavam sacrifícios humanos
para agradar aos deuses.
CULTURA:
• Possuíam grandes conhecimentos de Matemática, Astronomia,
Engenharia e Arquitetura.
• Usando a pedra, construíram palácios, templos e pirâmides, nas
quais realizavam cerimônias religiosas.
• Desenvolveram um calendário solar.
• Criaram uma escrita pictográfica;
Pirâmide da Lua, em Teotihuacan
Pirâmide do Sol, em Teotihuacan
A cidade de Teotihuacan, no atual México.
Calendário solar
asteca
Escrita pictográfica
ESPORTE:
Os astecas tinham admiração pelo esporte e praticavam vários jogos.
Um deles era o tlaschtli: as duas equipes adversárias se enfrentavam
em um campo em forma de “I” ou “T”. A bola, de borracha e bastante
pesada, só podia ser tocada e lançada com os joelhos ou os quadris.
Os jogadores esforçavam-se para fazê-la passar entre dois anéis de
pedra fixados nas muralhas laterais, mais ou menos como nas cestas
de basquete.
Montealbán, no México
SAÚDE:
• Desenvolveram tratamentos eficientes a partir do
conhecimento da flora e da fauna locais.
• As doenças eram atribuídas à vontade dos
deuses.
• Usavam a adivinhação e a oração, mas sabiam
curar fraturas, feridas e fazer remédios à base de
gordura animal e plantas.
México: terra onde viveram os mexicas e os povos
por eles dominados até a chegada de Fernão
Cortez.
OS MAIAS
LOCALIZAÇÃO: Viviam na Península de Yucatán, situada no sul do
México, e territórios atualmente pertencentes à Guatemala,
Honduras, Belize e El Salvador.
POLÍTICA: Os maias nunca formaram um império unificado, mas
construíram grandes cidades que competiam entre si: Chichen-Itzá,
Mayapán, Palenque, Tikal, Copán, Uxmal. Cada uma delas era um
pequeno Estado independente, ou seja, tinha governos, leis e
costumes próprios. Possuíam palácios, estradas com até 10 metros de
largura e templos na forma de pirâmide.
Templo de Kukulkan (El
Castilho) é uma das ruínas
maias da cidade PréColombiana de ChichénItzá. As pirâmides maias
serviam de base para os
templos religiosos,
erguidos no seu topo. Os
sacerdotes desses templos
consideravam-se, assim,
mais próximos dos deuses.
SOCIEDADE:
• Rei (Hala-Unic) – era o governante máximo de cada cidade. Era visto pelo
povo como representante dos deuses.
• Sacerdotes, militares e administradores - dirigentes das cerimônias
religiosas e os responsáveis pela defesa e cobrança de impostos.
• Comerciantes
• Artesãos
• Camponeses – constituíam a maior parte da população. Acreditavam
que, para conseguir boas colheitas, tinham que pagar impostos ao
governo “sagrado”. Os impostos eram pagos com produtos e com
trabalhos gratuitos.
ECONOMIA:
A agricultura tinha grande importância, pois a maior parte dos maias vivia
em aldeias. Cultivavam feijão, abóbora, algodão, cacau, abacate e milho
(base da sua alimentação) com o auxílio de canais de irrigação. Praticaram
intenso comércio com as regiões vizinhas. Não conheciam o ferro nem a
roda. As cargas eram transportadas pelas pessoas, pois não possuíam
animais de carga.
CULTURA:
As artes e as ciências alcançaram grande desenvolvimento, principalmente
na matemática e na astronomia. Utilizaram um sistema de numeração de
base 20 e desenvolveram o conceito do zero.
Na medicina conheciam a anestesia, praticavam a assepsia, estudavam
plantas, ervas e raízes, e realizavam cirurgias.
Na astronomia previram eclipses solares e tinham conhecimento do
planeta Vênus.
Na engenharia construíram canais de irrigação, caminhos de pedra,
edifícios de vários andares.
Na arquitetura construíram templos, palácios e pirâmides. As
construções mais importantes eram feitas para homenagear os
deuses.
As quatro faces do templo de Kukulkan estão voltadas para os pontos cardeais e
representam as estações do ano. Nos dias 21 de março e 23 de setembro, quando o dia
tem exatamente a mesma duração da noite, o sol (que incide às 17h e 30min sobre o
templo em forma de pirâmide) projeta uma sombra nos degraus que forma a imagem
de Kukulkan, o deus da serpente emplumada.
Calendários
TZOLK’IN (calendário religioso), de base lunar, era composto por 260
dias(13 meses de 20 dias) Era usado para determinar o momento de
eventos religiosos e cerimoniais;
HAAB’ (calendário solar), composto por 365 dias, isto é 18 meses de 20
dias mais um período de 5 dias no final do ano conhecidos como Wayeb’.
Esses dias eram considerados perigosos. Para afastar os maus espíritos, os
maias tinham costumes e rituais que eram praticados durante o Wayeb’.
Por exemplo, as pessoas evitavam sair de casas e lavar ou pentear o
cabelo.
Escrita
Possuíam uma escrita baseada na representação de
objetos e ideias. Os glifos eram pintados em cerâmica,
paredes ou papel casca, esculpidos em madeira, pedra ou
estuque. Os símbolos individuais podiam representar
uma palavra ou uma sílaba.
RELIGIÃO: Acreditavam que o destino era regido pelos deuses.
Itzamna, senhor do céu, era o deus mais importante. Cultuavam
ainda os deuses do Sol, da Lua, da Chuva, do Vento, da vida e da
morte, além de divindades ligadas à caça e à agricultura, como o
deus do milho. Às divindades eram oferecidos diversos alimentos e
sacrifícios animais e humanos, em cerimônias que incluíam danças e
representações teatrais.
IXCHEL, deusamãe
deus Sol
Sabe-se que, a partir do ano 900, os maias abandonaram suas
cidades e espalharam-se pela região, misturando-se a outros
grupos, mas não se sabe ao certo a razão. Fala-se em esgotamento
da terra, em epidemia, em chuvas torrenciais e prolongadas. Apenas
hipóteses para aprofundar as pesquisas.
O IMPÉRIO INCA
ORIGEM:
Religiosa: Atribuem a criação do mundo a Viracocha, criador do sol, da lua, das
estrelas, das montanhas. A mitologia inca diz que o sol enviou seu filho, Manco
Capac e Mama Ocilla, filha da lua, sua mulher e irmã, para uma Terra caótica e
escura. Em busca de um lugar para estabelecer seu reino, seguiram para
noroeste, até o vale do rio Huatanay. Ali, Manco revirou a terra com seu cajado,
encontrou solo espesso e fértil e chamou o local de Cuzco (“umbigo do mundo”).
A cidade se tornou o centro do poder, da religião e da cultura inca.
Historiográfica:
• Em 1400, os incas eram humildes camponeses e pastores nas terras altas das
imediações da atual cidade de peruana de Cuzco.
• Em 1438, o grupo de língua quíchua tomou a cidade de Cuzco e impôs o seu
domínio aos povos que habitavam a região do vale.
• Pachakuti (1438-1471) e seus sucessores promoveram a expansão do império,
tanto para o norte quanto para o sul.
• No seu apogeu, o Império abrigava cerca de 10 milhões de pessoas que
pertenciam a cerca de uma centena de povos distintos (quíchuas, aimaras e
chimús), e falavam cerca de 20 idiomas diferentes.
LOCALIZAÇÃO:
O Império do deus Sol ocupava no
século XVI uma área de 4 mil
quilômetros e abrangia territórios
hoje pertencentes ao Equador, Peru,
Bolívia, Chile e Argentina.
Nessa região desenvolveram-se
várias culturas, como Chavín, Chimu,
Paracas e Nazca. Todas elas foram
incorporadas pelos incas (quíchuas).
POLÍTICA: era um império constituído de cidades
e aldeias. Sua capital, Cuzco, estava situada a
3.000 metros de altitude. À época da conquista
tinha cerca de 100.000 habitantes.
SOCIEDADE:
• Imperador: era conhecido como Inca ou Sapa Inca ou “Filho do
Sol” – era visto como semidivino, possuía enormes poderes e
privilégios; seu cargo era hereditário.
• Nobres: sacerdotes (contribuíam para manter a dominação
social), alta burocracia estatal e chefes militares.
• Artesãos (tapeceiros, ceramistas, ourives), curandeiros e
soldados e contabilistas. Viviam nas cidades e eram sustentados
pelo governo.
• Camponeses: maior parte da população.
• Escravos: geralmente eram prisioneiros de guerra.
ECONOMIA:
• Plantavam milho (base da alimentação), feijão, batata, dentre outros.
•Utilizavam um sistema de canais de irrigação e um sistema de
terraços.
• O Estado era dono de todas as terras, cultivadas pelas comunidades
camponesas. Cada aldeia era formada por um conjunto de famílias
camponesas unidas por laços de parentesco → ayllu. O chefe do ayllu
era o kuraka. Os habitantes do ayllu plantavam e pastoreavam
lhamas, alpacas e vicunhas, utilizando-as para o transporte de cargas
pequenas e aproveitando sua lã para fazer tecidos.
• As terras de cada ayllu eram divididas em 3 partes:
o Terras do imperador. As sobras da produção de alimentos
eram estocadas em armazéns espalhados por todo o
império e distribuídas à população nos períodos de fome
causados por invernos rigorosos, chuvas torrenciais, pragas
ou epidemias.
o Terras dos deuses (sacerdotes).
o Terras dos camponeses. Os camponeses além de
trabalharem todas as terras, ainda prestavam serviços
gratuitos ao Estado → mita. Trabalhavam por um período
de 3 a 12 meses, reformando e construindo estradas,
construindo templos e palácios etc. Recebiam vestimentas,
alimentos, animais ou lã.
RELIGIÃO:
• Politeísta, associada a elementos da natureza. Os deuses recebiam
oferendas, inclusive de sacrifícios. O deus criador era Viracocha,
pai do deus-Sol – Inti. Este era representado com três raios atrás
da cabeça e serpentes nos braços. A Lua, irmã e esposa do Sol, era
chamada Quilla, protetora das mulheres.
• Acreditavam na vida após a morte, o que explica o cuidado com a
mumificação, especialmente das pessoas mais proeminentes
[importantes]. Junto às múmias era enterrada grande quantidade
de objetos do gosto ou utilidade do morto. De suas sepulturas,
acreditavam que as múmias poderiam conversar com os
ancestrais ou outros espíritos. Afirmavam que as almas dos nãopecadores, juntamente com as dos membros da natureza, viviam
no céu, com o Sol.
Múmias incas (uma adolescente de 13 anos, um rapaz
mais jovem e uma menina de 4 ou 5 anos de idade)
enterradas em um santuário perto do cume de 6.739
metros de altura do vulcão Llullaillaco, na Argentina.
Seus restos datam de cerca de 500 anos atrás.
CULTURA:
Os incas quase nada inovaram no que se refere à cultura porque
foram depositários de um longo passado cultural, isto é, assimilaram
a cultura dos povos que viveram anteriormente no seu território.
Os incas não tinham escrita. A produção literária que chegou até os
nossos dias foi preservada pela tradição oral até a conquista
espanhola e depois transcrita pelos espanhóis. Narrativas míticas,
relatos de grandes feitos dos imperadores, preces dirigidas às
divindades e poesias sentimentais são exemplos da literatura do
povo inca.
Os sacerdotes observavam os corpos celestes porque acreditavam na
sua influência sobre os homens. A posição da Lua no céu indicava
fomes, guerras e epidemias.
Foram grandes arquitetos e urbanistas. Templos e palácios eram
construídos a partir de uma base retangular. Construíram estradas,
ao longo das quais havia postos de correio (um posto a cada 30 km),
além de pontes, balsas, jangadas, barcos de junco e terraços
(espécie de degraus nas encostas das montanhas, sobre os quais
plantavam. Utilizavam a pedra, que era talhada por instrumentos de
cobre ou bronze e polida com areia úmida. Trabalhavam o barro
(cerâmica), a madeira, o cobre, o ouro e a prata.
Machu Picchu – a cidade
sagrada dos incas está localizada
a 2.400 metros de altitude. Foi
construída no século XV sob as
ordens de Pachacuti.
Quipos: Era um sistema de registro (produtos armazenados,
quantidade de armazéns, datas, número de pessoas, animais).
Era um cordão no qual estavam amarrados vários cordões menores
de cores e tamanhos variados, onde se faziam diferentes tipos de
nós.
As cores dos cordõezinhos permitiam identificar os tipos de objetos.
Os nós indicavam quantidades e datas. O nó mais próximo da ponta
do cordãozinho correspondia à unidade, o seguinte referia-se às
dezenas e assim sucessivamente.
O correio inca:
No seu apogeu, o Império inca possuía cerca de dezesseis mil
quilômetros de estradas. As duas mais importantes eram duas
estradas paralelas. A primeira percorria a costa litorânea, enquanto
a outra atravessava o altiplano. Em diversos pontos foram
construídas estradas secundárias ligando as duas principais.
Essas estradas eram percorridas por corredores (chasquis) a serviço
do governo, que eram treinados para levar e trazer informações,
assim como produtos de várias partes do império. Em apenas duas
semanas, uma ordem do imperador era transmitida por toda a
extensão do império.
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