LEVANTAMENTO DAS ESPÉCIES E DO MEIO FÍSICO DA PRAÇA DÁRIO GASTÃO DE MAGALHÃES NO BAIRRO JARDIM PÉROLA EM GOVERNADOR VALADARES-MG Janaína Pantaleão de Souza - Tecnologia em Gestão Ambiental, Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia de Minas Gerais IFMG – Campus Governador Valadares. [email protected] Professor Orientador: Mestre Luiz Fernando da Rocha Penna - Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia de Minas Gerais IFMG – Campus Governador Valadares. [email protected] RESUMO As praças são entendidas como uma área verde indispensável a formação do indivíduo físico e mentalmente sadio, bem como a manutenção do equilíbrio ambiental de uma localidade. Diante disso, o presente artigo consiste em um levantamento das espécies e do meio físico da Praça Dário Gastão de Magalhães, no bairro Jardim Pérola em Governador ValadaresMG, cujo objetivo foi avaliar o espaço físico e realizar o levantamento das espécies arbóreas, arbustivas e rasteiras da Praça através de pesquisa e registro fotográfico. Após análise dos resultados obtidos, o estudo procura propor soluções e medidas preventivas a fim de proporcionar aos moradores os benefícios de uma área verde. Palavras-chave: praça; meio ambiente; área verde. ABSTRACT The squares are understood as essential to a green area of physical training and mentally healthy individual, as well as maintaining the environmental balance of a locality. Therefore, this paper consists of a survey of the species and the physical environment of the Square Dário Gastão de Magalhães, Jardim Pérola neighborhood of Governador Valadares, Minas Gerais, whose objective was to evaluate the physical space and conduct the survey of tree, shrub species and creeping through the Plaza of research and photographic record. After analyzing the results, the study seeks to propose solutions and preventive measures in order to provide residents the benefits of a green area. Keywords: square, the environment, green area. 1 INTRODUÇÃO O crescimento acelerado da população e da urbanização é na atualidade um dos problemas mais graves da humanidade, sendo visto como uma das principais causas da deterioração do meio ambiente, pois a concentração humana e de suas atividades provocam ruptura do funcionamento do ambiente natural (CAVALHEIRO, 1991). Diante disso Graziano (1994) entende que a vegetação urbana desempenha funções essenciais nos centros urbanos. Do ponto de vista fisiológico, melhora o ambiente urbano por meio da capacidade de produzir sombra; filtrar ruídos, amenizando a poluição sonora; melhorar a qualidade do ar, aumentando o teor de oxigênio e de umidade, e absorvendo o gás carbônico; amenizar a temperatura, entre outros aspectos. Além disso, segundo Milano e Dalcin (2000) deve-se considerar a existência de benefícios econômicos e sociais das árvores nas cidades, quer sejam de ordem ecológica (clima e poluição), biológica (saúde física do homem) ou psicológica (saúde mental do homem). Os benefícios econômicos indiretos, segundo Grey e Deneke (1978), podem ser sentidos na valorização de áreas e imóveis pela presença da vegetação. Nessa perspectiva, entende-se que as praças, jardins públicos, parques e áreas verdes em geral constituem ambientes relevantes para a garantia de equilíbrio ambiental e a manutenção da qualidade de vida da população que os rodeia. Entretanto é necessário conceituar esses espaços para uma melhor compreensão dos mesmos. Llardent (1982 apud LOBODA, 2009) conceitua as seguintes expressões: Sistemas de espaços livres: Conjunto de espaços urbanos ao ar livre destinados ao pedestre para o descanso, o passeio, a prática esportiva e, em geral, o recreio e entretenimento em sua hora de ócio. Espaço livre: Quaisquer das distintas áreas verdes que formam o sistema de espaços livres. Zonas verdes, espaços verdes, áreas verdes, equipamento verde: Qualquer espaço livre no qual predominam as áreas plantadas de vegetação, correspondendo, em geral, o que se conhece como parques, jardins ou praças. Embora possa haver semelhanças com Llrardent (1982) em alguns aspectos, Pereira (1994) propõe conceitos diferentes, estabelecendo assim, os seguintes termos: 1 Espaço livre: Trata-se do conceito mais abrangente, integrando os demais e contrapondo-se ao espaço construído em áreas urbanas. Área verde: Onde há o predomínio de vegetação arbórea, englobando as praças, os jardins públicos e os parques urbanos. Os canteiros centrais de avenidas e os trevos e rotatórias de vias públicas que exercem apenas funções estéticas e ecológicas, devem, também, conceituar-se como área verde. Entretanto, as árvores que acompanham o leito das vias públicas não devem ser consideradas como tal, pois as calçadas são impermeabilizadas. Parque urbano: É uma área verde, com função ecológica, estética e de lazer, no entanto com uma extensão maior que as praças e jardins públicos. Praça: É um espaço livre público cuja principal função é o lazer. Pode não ser uma área verde, quando não tem vegetação e encontra-se impermeabilizada. Arborização urbana: Diz respeito aos elementos vegetais de porte arbóreo dentro da cidade. Nesse enfoque, as árvores plantadas em calçadas fazem parte da arborização urbana, porém não integram o sistema de áreas verdes. De um modo geral, pode-se dizer que as praças são espaços livres urbanos utilizados como local público. São pontos de encontro cuja principal função é de incentivar a socialização e o lazer (LIMA et al., 1994; DEMATTÊ, 1997). Segundo Harder (2002), o termo áreas verdes é um termo geral que se aplica a diversos tipos de espaços urbanos desde que tenham em comum: serem abertos (ao ar livre); serem acessíveis; serem relacionados com saúde e recreação ativa e passiva e proporcionam interação das atividades humanas com o meio ambiente. Para Demattê (1997), praças são áreas verdes com dimensões, em geral, entre 100m² a 10 hectares, porém não se pode padronizar a praça quanto ao tamanho sem conhecer antes o seu entorno. As praças podem ser dotadas ou não de vegetação. Quando não possuem vegetação, são chamadas de praças secas e, no caso de terem vegetação, são consideradas jardins (LIMA et al., 1994). Demattê (1997) ainda afirma que por fazer parte da vida comunitária, a praça reflete os costumes, as crenças e outros aspectos da cultura de seus usuários. Planejada ou não, ela tem valores simbólicos ligados aos seus frequentadores. Cavalheiro e Del Picchia (1992), entendem que as áreas verdes englobam locais onde predominam a vegetação arbórea, praças, jardins e parques, e sua distribuição deve servir a toda a população, sem privilegiar qualquer classe social. Lamas (1993) define a praça como o lugar público intencional de permanência, de 2 encontro, de comércio e de circulação, funcionando ainda como palco para importantes acontecimentos festivos, comemorações e manifestações. Do ponto de vista ecológico, Sanches (2011) afirma que a população urbana carece de oportunidades de um maior contato com as áreas naturais, e a cidade, de abrigar maior biodiversidade, como corredores ecológicos, parques e áreas de conservação, sem falar nos serviços ambientais que as áreas verdes promovem, de minimização de enchentes, assoreamento, erosões, controle da temperatura e melhoria da qualidade do ar. Lynch (1999 apud PEREIRA, 2008) defende que: “as praças são espaços de encontro e lazer dos transeuntes, são locais de escape dentro do contexto urbano, onde proporcionar o bem-estar dos indivíduos é o principal objetivo.” Para tal, o mobiliário e os equipamentos urbanos como bancos, iluminação, fontes, cobertura vegetal, sombreamento são indispensáveis para atraírem a população e garantirem conforto no espaço público. Consoante, para Leitão (2002), as praças constituem unidades urbanísticas fundamentais para a vida urbana. Nessa perspectiva, Bezerra (2013) entende que o planejamento econômico, social e ambiental é fator decisivo para uso racional do território em escala municipal, estadual e federal. Sendo as intervenções humanas e a própria dinâmica dos elementos naturais que regulam o funcionamento da paisagem matérias-primas para o entendimento da relação sociedade natureza. De acordo com Loboda (2009), as praças são áreas verdes de extrema importância para a qualidade da vida urbana, pois agem simultaneamente sobre o lado físico e mental do Homem. Na mesma linha de pensamento, Cavalheiro e Del Picchia (1992), consideram que as áreas verdes têm um papel fundamental na qualidade de vida da população e são espaços destinados à preservação ou implantação de vegetação ou ao lazer público. Nessa abordagem, entende-se que as áreas verdes possuem diferentes funções na sociedade. Cavalheiro e Del Picchia (1992), apresentam ainda as seguintes funções das áreas verdes: Função social: possibilidade de lazer que essas áreas oferecem à população. Com relação a este aspecto, deve-se considerar a necessidade de hierarquização. Função estética: diversificação da paisagem construída e embelezamento da cidade. Relacionada a esse aspecto deve ser ressaltada a importância da vegetação. Função ecológica: provimento de melhorias no clima da cidade e na qualidade do ar, água e solo, resultando no bem estar dos habitantes, devido à presença 3 da vegetação, do solo não impermeabilizado e de uma fauna mais diversificada nessas áreas. Função educativa: possibilidade oferecida por tais espaços como ambiente para o desenvolvimento de atividades educativas, extraclasse e de programas de educação ambiental. Função psicológica: possibilidade de realização de exercícios, de lazer e de recreação que funcionam como atividade “antiestresse” e relaxamento, uma vez que as pessoas entram em contato com os elementos naturais dessas áreas. É importante salientar que a manutenção das áreas verdes é extremamente importante para que estas possam cumprir plenamente suas funções. Assim a pergunta que se faz é: Qual é o estado de conservação do meio físico da praça? Qual o quantitativo e quais as espécies existentes na praça? Nesse sentido, este trabalho torna-se importante, uma vez que irá levantar dados e informações no intuito de analisar a área, observar o estado de conservação do espaço físico e quais são as espécies existentes na praça. E posteriormente irá propor medidas de intervenção que possibilitem à praça atender satisfatoriamente a sua função como área verde. Portanto, esse trabalho tem como objetivo geral realizar um estudo das condições Praça Dário Gastão de Magalhães no bairro Jardim Pérola em Governador Valadares-MG. E como objetivos específicos: Analisar as condições do espaço físico da praça e realizar um levantamento quantitativo das espécies arbóreas, arbustivas e rasteiras. 2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 2.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO Governador Valadares está situado no Leste do Estado de Minas Gerais, na mesorregião do Vale do Rio Doce, conforme figura 1. A Princesa do Vale, como também é conhecida, conta atualmente com uma população aproximada de 263.689 habitantes (IBGE-2010). A altitude máxima é de 1.123m no Pico do Ibituruna, e a altitude mínima de 170 m na foz do Rio Doce. Possui uma área equivalente a 2.342,319 km² com densidade demográfica de 80,19 hab./km². Ainda segundo o IBGE (2010), bioma característico da cidade e região é a Mata Atlântica. 4 Figura 1- Localização geográfica do Município de Governador Valadares-MG. Fonte: IBGE (Out/2013); CRUZ (Out/2013) O Bairro Jardim Pérola possui cerca de 40 anos de existência e conta atualmente com aproximadamente 2.642 moradores distribuídos em 29 ruas. A praça objeto de estudo desse artigo é denominada Dário Gastão de Magalhães e está localizada na Rua Frederico Ozanan, nº 310. Com 18º52’31.67’’ Longitude Sul e 41º58’03.35’’ Latitude Oeste. A praça possui 86m de comprimento na rua Frederico Ozanan, 70m pela Rua Nova Lima e 41m pela Rua Resplendor conforme a figura 2. (Prefeitura Municipal de Governador Valadares). 5 Figura 2- Localização da Praça Dário Gastão de Magalhães em Governador Valadares-MG Fonte: Google Earth (Out/2013) 2.2 TIPO DE ESTUDO O presente trabalho consiste em uma pesquisa quantitativa (exploratória e descritiva) e qualitativa. Segundo Fonseca (2002), a pesquisa quantitativa considera que a realidade só pode ser compreendida com base na análise de dados brutos, recolhidos como auxílio de instrumentos padronizados e neutros. A pesquisa quantitativa recorre à linguagem matemática para descrever as causas de um fenômeno, as relações entre variáveis, e outros (FONSECA, 2002). De acordo com Cervo, Bervian, da Silva (2007), a pesquisa exploratória é designada como quase cientifica ou não cientifica. A mesma não requer a elaboração de hipótese a serem testadas no trabalho, restringindo-se a definir objetivos e buscar mais informações sobre determinado assunto de estudo. Sua finalidade é familiarizarse com o fenômeno estudado ou adquirir uma nova percepção dele. A pesquisa descritiva, observa, registra, analisa e correlaciona fatos ou fenômenos (variáveis) sem manipulá-los. Segundo Fonseca (2002) a pesquisa quantitativa se centra na objetividade e considera que a realidade só pode ser compreendida baseada na análise de dados brutos, recolhidos como auxílio de instrumentos padronizados e neutros. Lüdke e André (1986) afirmam que a pesquisa qualitativa tem o ambiente natural como sua fonte direta de dados e o pesquisador como seu principal 6 instrumento. Ainda segundo Lüdke e André (1986), os dados coletados são predominantemente descritivos, portanto a análise dos dados tende a seguir um processo indutivo em que o “significado” que as pessoas dão às coisas e à sua vida são focos de atenção especial pelo pesquisador. 2.3 TÉCNICAS DE COLETA E ANÁLISE DE DADOS A coleta de dados para elaboração desse trabalho foi feita nos dias 09 e 10 de setembro meidante visitas em loco com duração de 3h cada, totalizando 6h. Em seguida os dados foram identificados de acordo com Lorenzi (2001) e Lorenzi (2009) e lançados em planilhas do programa Excel® do pacote Office®, onde foram organizados em uma tabela contendo o nome popular, nome científico, família, origem (nativa ou exótica) e quantidade de indivíduos encontrados. Para o estudo dos espaços físico e natural, foi feito o registro fotográfico dos vegetais, bem como dos bancos, telefone público, piso, traçado dos caminhos da praça, higiene, segurança e observados os aspectos referentes à acessibilidade e segurança. 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO 3.1 DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DA PRAÇA DÁRIO GASTÃO DE MAGALHÃES - ESPAÇO FÍSICO. O presente trabalho se desenvolve baseado em alguns critérios avaliados, que resultaram nas seguintes premissas: A praça possui 04 canteiros e 02 bancos que estão em mau estado de conservação e distantes uns dos outros, o que pode comprometer o conforto da população (Figura 3). Figura 3- Banco parcialmente destruído. Fonte: Própria (Set/2013) 7 A iluminação é feita por 04 postes de iluminação e 08 luminárias esféricas. Sendo que 03 delas precisam ser trocadas, por estarem queimadas. Além disso, devido à falta de poda da copa, algumas árvores entram em conflito com a rede elétrica. Os postes de iluminação estão tomados de cartazes gerando poluição visual. Há apenas um telefone público na praça, em péssimo estado de conservação, aparentemente causado por vandalismo (Figura 4). Figura 4- Telefone Público Danificado. Fonte: Própria (Set/2013) Durante a visita nota-se que obras de arte, monumentos, estátuas e similares não fazem parte do contexto da praça. Esta por sua vez, possuía apenas uma placa de identificação, na qual fora inscrito o nome da praça e algumas informações a respeito da vida do Senhor Dário gastão de Magalhães cujo nome foi dado à praça e data de inauguração da mesma. Entretanto, por vandalismo, a placa com o nome foi arrancada e destruída (Figura 5). Figura 5- Ponto onde ficava a placa de identificação do nome da praça. Fonte: Própria (Set/2013) 8 Devido à falta de lixeiras e uma adequada manutenção da praça, a mesma vem acumulando lixo e folhas secas pelo chão. Também não há hidrantes e o piso da praça apresenta grandes buracos (Figura 6 e 7). Figura 6- Folhas secas e lixo acumulado no meio da praça. Fonte: Própria (Set/2013) Figura 7- Piso com buraco no meio da praça. Fonte: Própria (Set/2013) A Praça Dário Gastão de Magalhães também não possui trailers, barracas, banca de revista ou ponto de táxi. Há apenas um ponto de ônibus próximo da praça e não há rampas para acesso de deficientes físicos. Não há quadra esportiva, parque infantil, ou qualquer tipo de equipamentos para prática de exercícios físicos. Considerando que esta é a única praça do bairro jardim Pérola os moradores do bairro e proximidades não tem a oportunidade de 9 utilizar dos benefícios proporcionados por atividades de lazer e recreação em uma área verde. Tanto os aspectos físicos, quanto os naturais da praça são de extrema importância para conservação do meio ambiente e manutenção da qualidade de vida dos moradores do bairro. É por esse motivo que este trabalho procura elucidar tais critérios de forma clara e objetiva a fim de demonstrar a relevância desses aspectos. Em um contexto geral, a praça possui uma boa localização e facilidade de acesso, pois atende á vários bairros da região além do Jardim Pérola. Porém o estado de conservação dos elementos físicos da praça é crítico. Falta estrutura adequada, limpeza e manutenção periódica. Estes fatores podem causar inúmeros transtornos aos moradores do bairro, ou seja, causando o efeito contrário que se deseja para uma área verde. 3.2 IDENTIFICAÇÃO DAS ESPÉCIES ARBÓREAS, ARBUSTIVAS E RASTEIRAS DA PRAÇA DÁRIO GASTÃO DE MAGALHÃES. Em pesquisa foram identificados 39 indivíduos, distribuídos em 11 espécies diferentes, em um total de 08 famílias. A Tabela I abaixo mostra a relação de espécies identificadas, bem como nome científico,família, porte, origem e número de indivíduos. Tabela I: Espécies Identificadas na Praça Dário Gastão de Magalhães, no bairro Jardim Pérola em Governador Valadares-MG, no ano de 2013. Nome Nome popular científico Dama da Noite Fícus GramaEsmeralda Ipêamarelo Ixória Mini Ixória Família Porte Origem Qtde Cestrum nocturnum Solanaceae Arbustiva Exótica 03 Ficus benjamina Moraceae Arbustiva Exótica 1 Zoysia japonica Poaceae Rasteira Exótica - Bignoniaceae Arbórea Exótica 1 Ixora chinensis Rubiaceae Arbustiva Exótica 3 Ixora coccínea Rubiaceae Arbustiva Exótica 1 Handroanthus serratifolius 10 Oiti PalmeiraAreca PalmeiraFênix PalmeiraLeque Pingo de Ouro TOTAL Licania Chrysobalanaceae Arbórea Nativa 18 Arecaceae Arbórea Exótica 5 Arecaceae Arbórea Exótica 3 Washingtonia robusta Arecaceae Arbórea Exótica 3 Duranta repens aurea Verbenaceae Arbustiva Nativa 1 - - - - 39 tomentosa Dypsis lutescens Phoenix roebelenii Fonte: Própria (Set/2013). A dama da noite (Cestrum nocturnum) também conhecida como Flor-da-noite, Jasmim da noite, Jasmim-verde e Rainha-da-noite. (Figura 8). Figura 8- Dama da noite (Cestrum nocturnum). Fonte: Própria (Set/2013) O Fícus (Ficus benjamina) também é chamado de Figueira-benjamin e Berigan. A espécie rasteira encontrada na praça foi Grama-esmeralda (Zoysia japônica) não havia sido podada recentemente e havia lixo jogado sobre ela nos canteiros (Figura 9). 11 Figura 9- Grama-Esmeralda (Zoysia japonica) Fonte: Própria (Set/2013) Foi encontrado 01 Ipê-amarelo na praça. O Ipê-amarelo (Handroanthus serratifolius) pertence à família Bignoniaceae e também é conhecido como: pau-d’arco amarelo, piúva-amarela, opa, peúva, ipê-ovo-de-macuco, tamurá-tuíra, ipê-pardo, ipêdo-cerrado. É bastante comum no Brasil, devido a beleza da florada pode ser utilizada com destaque principalmente em praças e parques, porém também pode ser plantada em passeios largos e canteiros separadores de pistas (CEMIG, 2011). Foram encontradas duas espécies arbustivas da família Rubiaceae. Sendo elas: Ixora coccínea e Ixora chinensis, espécies exóticas muito apreciadas em regiões de clima quente. A Ixora chinensis (Figura 10) atinge até 2m de altura, enquanto a Ixora coccínea é conhecida como “Mini Ixória” pelo seu crescimento reduzido, pois atinge no máximo 0,80m. Figura 10 - Ixória (Ixora chinensis) Fonte: Própria (Set/2013) 12 De acordo com a CEMIG (2011) o Oiti (Licania tomentosa) também conhecido como oiti-da-praia, oiti-cagão, oiti-mirim e oitizeiro atinge até 20m de altura, com tronco de 30 a 50 cm de diâmetro; copa arredondada, densa, de folhagem semi-caduca, tronco reto, normalmente curto, ramificado a baixa altura. Floresce no inverno e se propaga por meio de sementes. Em relação ao seu uso na arborização, ainda de acordo com a CEMIG (2011) a árvore fornece ótima sombra devido a sua copa arredondada e densa, sendo ideal para locais como: praças, parques, estacionamentos, e mesmo em passeios e canteiros separadores de pistas. O Oiti foi a espécie mais encontrada na praça, estando todos os indivíduos plantados ao redor da praça. Alguns dos indivíduos estavam com a copa em confilto com a rede elétrica e a raiz destruindo parte da calçada, pois não havia uma distância mínima da raiz para o concreto do piso (Figura 11). Figura 11- Oiti (Licania tomentosa) em conflito com a rede elétrica. Fonte: Própria (Set/2013) Além do Oiti, foram encontradas na praça 3 tipos de palmeiras: Palmeira-Areca (Dypsis lutescens), Palmeira-fênix (Phoenix roebelenii) e Palmeira-leque (Washingtonia robusta) sendo que algumas das Palmeiras necessitam de poda conforme Figura 12. 13 Figura 12- Palmeira-Leque (Washingtonia robusta). Fonte: Própria (Set/2013) O pingo de ouro (Duranta repens) é um arbusto lenhoso, de origem nativa, pertencente à família Verbenaceae. Também chamado popularmente como Violeteiradourada; Duranta e Violeteira. Suas folhas possuem coloração amarelo-dourado, principalmente nas folhas jovens (Figura 13). Figura 13- Pingo de Ouro (Duranta repens aurea) Fonte: Própria (Set/2013) Das 11 espécies catalogadas na praça, 02 são nativas e 09 são exóticas. O que corresponde a 18% de espécies nativas e 82% de exóticas. Os conceitos de espécie nativa ou exótica são usados, em geral, como sinônimos de nacional e estrangeira. Sendo estendido, em alguns casos, para unidades geográficas ainda maiores, considerando-se exóticas as espécies vindas de outros países e continentes (SANTOS et al. 2008, apud RESENDE e SANTOS, 2010). 14 Paiva (2013) identificou na Praça Presidente Tancredo Neves em Marilac-MG um total de 285 indivíduos, sendo 20 espécies diferentes, em um total de 16 famílias. A maioria das espécies identificadas na praça são exóticas, sendo 30% das espécies nativas e 70% das espécies exóticas. Na cidade de Uberlândia-MG, Resende e Santos (2010), identificaram em Uberlândia um total de 196 indivíduos, foram identificadas também espécies nativas e exóticas, sendo que 63,73% dos indivíduos arbóreas são de origem exótica (RESENDE e SANTOS, 2010). Em um estudo da arborização urbana em Jampruca-MG, Cavalheiro Filho (2013) catalogou 304 indivíduos compreendendo 26 espécies, 16 famílias. A grande maioria é de origem exótica – 66%, os nativos somam 44%. Em Governador Valadares, no bairro Jardim Pérola, as espécies exóticas compunham. Pode-se notar que em ambas cidades mineiras (Governador Valadares, Marilac, Uberlândia e Jampruca) foi encontrada uma maioria de espécies exóticas. Nessa perspectiva, confirma-se o que diz Rangel (2005), onde afirma que 80% das cidades brasileiras são arborizadas com maioria de espécies exóticas. Pode-se verificar também que a Praça Dário Gastão de Magalhães em Governador Valadares, possui 05 espécies arbustivas, 05 espécies arbóreas e 01 espécie rasteira. 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS A Praça Dário Gastão de Magalhães tem pontos importantes a serem reparados a fim de proporcionar a população os benefícios de uma área verde. Nesse intuito, se fazem necessárias algumas medidas, tais como: Limpeza diária (ou semanal) da praça e ruas do entorno por parte da prefeitura, recuperação e acréscimo de bancos, melhoria na iluminação, diversificação e enriquecimento com espécies ornamentais, realização de poda das árvores regularmente; instalação de uma nova placa com identificação da praça; recuperação do piso, manutenção e irrigação da praça regularmente; colocação de lixeiras, manutenção do telefone público da praça, construção de rampas de acesso a deficientes e ação de combate ao vandalismo nas árvores e estrutura da praça, mediante campanha de Educação Ambiental dos moradores. A Praça Dário Gastão de Magalhães necessita de cuidados por parte do poder público. Entretanto nota-se que isso não soluciona todos os problemas, pois como se percebe, para a manutenção da praça em um estado desejável de conservação, é 15 necessária a conscientização da população a respeito do meio ambiente. É justamente nesta fase em que se pode observar a importância da educação ambiental. O estado de depredação em que lixeiras, bancos e telefones públicos se encontram são exemplos da falta de conscientização ambiental da população. Além do espaço físico da praça que se encontra bastante danificado, as árvores também são vítimas da depredação humana. Para impedir, ou minimizar isso fica a sugestão de realizar campanhas de educação ambiental que envolva a participação da população em atividades como: plantio de mudas na praça, palestras, exposição de vídeos e distribuição de cartilhas e panfletos educativos que divulguem o importante papel das áreas verdes no meio urbano como fator de saúde, física e mental dos cidadãos. Foram analisadas as condições do espaço físico da Praça e realizado o levantamento das espécies, assim consideramos que os objetivos propostos foram alcançados. 5 REFERÊNCIAS BEZERRA, A. F. Sistema de espaços livres públicos e índice de qualidade de áreas verdes (IQAV) da paisagem urbana de São Bernardo do Campo (SP). 2013. Tese (Doutorado em Geografia Física) - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, University of São Paulo, São Paulo, 2013. Disponível em: <http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8135/tde-17032014-115433/>. Acesso em: 2014-03-31. CAVALHEIRO, F. Urbanização e Alterações Ambientais. 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