Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação
Edifício Pernambuco: espacialidades da música ao vivo no projeto
ExcentriCidades através de uma constelação de conceitos
Pernambuco Building: spacialities of live music in the ExcentriCidades
project through a constellation of concepts
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Jeder Silveira Janotti Junior / Laís Barros Falcão de Almeida
Resumo: A reocupação do Edifício Pernambuco, localizado no centro de Recife,
por negócios criativos, traz uma nova forma de territorializar o consumo de
música na cidade e levanta questionamentos conectados com as ideias de espaço,
cena cultural e multiterritorialidade. Uma “constelação de conceitos” então é
evocada buscando a compreensão das espacialidades criadas pela música no
projeto ExCentricidades, organizado pelo Coletivo Sexto Andar, no Edifício
Pernambuco. A música que atravessa o evento faz parte de uma rede que, através
de escutas conexas em meio a uma multiplicidade de expressões artísticas, exige
dos músicos um enfretamento do espaço, do ruído, desconstruindo aquilo que se
espera de um show em sentido tradicional. Assim, os eventos musicais do
ExcentriCidades criam paisagens culturais, em outras palavras, representações ou
emulações espaciais e, por outro lado, criam múltiplas possibilidades de entrar
e/ou sair das cenas culturais que são acionadas durante esses eventos.
Palavra chave: Espaço, Multiterritorialidade, Cena Cultural, ExcentriCidades,
Escuta Conexa
Abstract: The reoccupation of Pernambuco building, located in the center of
Recife, for creative businesses, brings a new form of territorialize the consumption
of music in the city and raises questions connected with the idea of space, cultural
scene and multiterritorialities. A "constellation of concepts" then is evoked seeking
the understanding of spatialities created by music in ExcentriCidades project,
organized by the Coletivo Sexto Andar, in Pernambuco building. The music that
crosses the event is part of a network that, through connected listening amid a
multiplicity of artistic expressions, requires a coping space of the musicians, noise,
deconstructing what is expected of a show in the traditional sense. Thus, the
musical events of ExcentriCidades creates cultural landscapes, in other words,
spatial representations or spatial emulations and, on the other hand, create
multiple possibilities to enter and/or to exit cultural scenes that are activated
during these events.
Keywords: Space,
Connected Listening
Cultural
Scene,
Multiterritorialities,
ExcentriCidades,
As questões que assombram este texto surgiram a partir de modos diferenciados de habitar
culturalmente o Recife que os novos condôminos do Edifício Pernambuco, um prédio na região
central da cidade, passaram a projetar na paisagem cultural da cidade. O prédio, localizado na
esquina da Avenida Dantas Barreto com a Rua da Roda, no bairro de Santo Antônio, em pleno
centro comercial de Recife, vem sendo reocupado desde 2012 e hoje abriga em seus doze andares,
produtores, arquitetos, designers, estilistas, fotógrafos, cineastas, artistas plásticos e jornalistas
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integrados em negócios de base criativa, coletivos, atividades e eventos artísticos, reconhecido por
seus ocupantes e pela crítica[1] como “edifício criativo”, “epicentro de produção cultural”, “estado
da arte”, “artes integradas” e peça importante no processo de territorialização do consumo de
música em Recife.
É a partir desse cenário que este texto procurará articular as ideias de espaço, cena cultural
e multiterritorialidade como uma “constelação de conceitos” que possibilitam a compreensão do
modo como a presença da música no projeto ExCentricidades - organizado pelo Coletivo Sexto
Andar, no Edifício Pernambuco - passa a fazer parte de uma rede que, através de escutas conexas
transformam as apresentações musicais em um elemento a mais em meio a uma multiplicidade de
expressões artísticas, projetando assim novas dinâmicas na circulação da música pela cidade.
Desde já cabe acentuar que não se quer restringir o caso apresentado como descrição de um
evento singular cuja alcance se esgotaria em seu mapeamento. Pelo contrário, o agenciamento da
música, através de sua espacialização no evento ExCentricidades, procura refletir de maneira ampla
as transformações do consumo da música em seus aspectos multiterritoriais.
Nesta direção, guardadas as devidas proporções, ao acionar a ideia de “constelação de
conceitos” estamos pensado com Deleuze e Guatarri, para quem “todo conceito, tendo um número
finito de componentes, bifurcará sobre outros conceitos, compostos de outra maneira, mas que
constituem outras regiões do mesmo plano, que respondem a problemas conectáveis, participam de
uma co-criação”(1992:30). Assim pensa-se o conceito de escuta conexa, como práticas auditivas
que agenciam sonoridades projetando espaços e redes sócio-técnicas, como elementos centrais nos
processos de escuta, e não como simples intermediações entre sujeitos e sonoridades.
Nesse sentido, em Geografia, podemos propor “espaço” como categoria, nosso
conceito mais geral, e que se impõe frente aos demais conceitos- região, território,
lugar, paisagem...Esses comporiam assim a “constelação” ou “família” (como
preferia Milton Santos) geográfica de conceitos” (HAESBAERT, 2014, p.22)
Em Cena o Edifício Pernambuco
Construído em 1953, o Edifício Pernambuco é produto da arquitetura modernista das
capitais brasileiras[2] que durante os anos cinquenta e sessenta tinha o centro das cidades como sua
região nevrálgica. O edifício foi erguido durante o processo de feitura da Avenida Dantas Barreto,
uma das principais vias nas teias que formam o centro comercial da capital pernambucana, fazendo
parte do processo de reestruturação desta região em 1950. Na década de 1970 as metrópoles
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brasileiras sofreram uma mudança na localização de atividades de comércio e serviços mais
valorizados economicamente, que migraram das áreas centrais das cidades para outros bairros,
transformando as regiões centrais em áreas desvalorizadas, por não serem mais alvo de interesse do
setor imobiliário, apenas do comércio popular.
Contudo, com a acentuação da vida nos subúrbios e da circulação nos shopping centers
longe da área central, não se notou necessariamente uma desterritorialização absoluta dos outros
bairros centrais, como aconteceu no Recife Antigo, pois apesar de seu esvaziamento durante a
noite, e do aspecto decadente (prédios mal cuidados, limpeza urbana e iluminação precárias), os
bairros São José e Santo Antônio permaneceram importantes para o comércio popular e pequenas
atividades financeiras, a exemplo o Edifício Pernambuco, que desde de sua construção abrigou
atividades comerciais, até que em 1993, a Secretaria de Educação do Estado alugou sete andares do
edifício para acomodar parte de seus departamentos. Assim, as regiões centrais continuaram a ser
pontos de referência para a circulação de pedestres e dos transportes públicos nas grandes cidades.
E foi assim, talvez por não ter se tornado um deserto urbano durante o horário comercial
que ao final do século XX, iniciou-se a retomada de certa vivacidade artística e noturna na região
central. Aos poucos, uma parcela da chamada indústria criativa (artistas plásticos, produtores
culturais, músicos, editores de audiovisual, designers, arquitetos) começou a perceber que o centro
oferecia espaços amplos, preços acessíveis, transporte público para quase todos os pontos da cidade
e possíveis interações sociais normalmente dificultadas pelos isolamento nos shoppings e
condomínios. Seguimos aqui o geógrafo Rogério Haesbaert:
Com efeito, consideramos a região como “artefato”. Assim, ela pode ser tratada, em
certo sentido, como um instrumento analítico e recurso metodológico, mas que não
identifica “recortes” espaciais de qualquer gênero, buscando o reconhecimento de
coesões ou coerências espaciais (na conjugação entre seu caráter ora mais material,
ora mais simbólico) capazes de manifestar, pelo menos em parte, o efetivo jogo das
dinâmicas sociais que produzem uma determinada articulação diferenciada do
espaço. (2014, p.42).
As transformações no modo de habitar o edifício tiveram início em 2010 quando Belmiro
Araújo, um dos herdeiros e neto do usineiro e primeiro proprietário do edifício, Francisco de Paulo
Correia de Araújo, resolveu retornar ao Recife em 2010 para cuidar e habitar o prédio. Assim, além
o
de assumir a administração do condomínio, Belmiro fundou a cervejaria artesanal Risoflora no 11
andar, dando início à reconfiguração dos modos de habitar o edifício, contando inicialmente com
seu tio, o artista plástico Eduardo Araújo que montou seu ateliê-residência na cobertura do edifício.
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Diante da deterioração e baixo valor comercial[3], destacando a localização privilegiada do imóvel,
Belmiro Araújo resolveu convidar alguns artistas amigos a ocupar os andares vazios com ateliês. O
modelo logo deu visibilidade ao “empreendimento cultural”, pois começou-se a ser percebido
como o Edifício Pernambuco estava sendo revitalizado através de uma espécie de cooperativa de
artistas.
Para se notar a importância do Edifício Pernambuco para a projeção de um novo espaço
cultural no Recife começaremos por observar a articulação através de suas passagens, elementos
constituintes das vivências enredadas na chamada região central do Recife. Durante o dia, em
frente ao prédio circulam ônibus, veículos particulares, táxis e caminhões. Atrás, à direita do
imóvel fica a Rua da Concórdia, ponto do Recife de intensa circulação de pedestres para fins
comerciais, circundada por pequenos bares e restaurantes populares. Ao lado, na Rua das Rodas,
fica a Praça dos Sebos, com inúmeros alfarrábios e botecos. Em frente ao edifício fica a Praça da
Independência, ou pracinha do Diário (antiga sede do Diário de Pernambuco). A praça é cheia
durante o dia pois é cercada por pontos de ônibus, isto sem falar na própria Dantas Barreto, que
acabou se transformando em uma mistura de corredor de ônibus e referência do comércio de rua do
Recife. É essa articulação em que podemos situar o Edifício Pernambuco como parte da região
central do comércio recifense.
Nesta cartografia, a região central não é mero entrono ao Edifício Pernambuco, é uma rede,
na qual o próprio prédio, sua estrutura, os trânsitos, veículos, pedestres, pontos de ônibus, imóveis
e instituições comerciais, bares, restaurantes e vendedores ambulantes projetam a ideia de uma
região como um “espaço vivido”, um lugar que é atravessado também pela novos habitares do
Edifício Pernambuco, reterritorializando parte do centro do Recife, pois “se o espaço é essa rede
móvel de coisas e humanos, de lugares em mutação, de comunicação entre objetos e humanos, não
há nunca uma coisa meramente local ou global” (LEMOS, 2013, p.194).
O primeiro andar do prédio é ocupado pelo Instituto de Costura, onde são oferecidos cursos
o
de moda e costura; no 2 andar encontra-se uma escola de formação técnica para soldadores,
eletricistas, etc. (Pontes Cursos). Na verdade, os dois primeiros pavimentos, afora a entrada do
edifício, seguem o padrão típico que se espera encontrar nos prédios da região central do Recife.
Tanto a escola de costura como a de formação técnica não fazem parte de territorializações
culturais que iremos abordar, mas podemos pensar em uma gama de possibilidades que podem
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ocorrer com essa co-habitação. Por exemplo, alguém que faz um dos cursos profissionalizantes
pode se interessar em comparecer a um evento cultural nos outros andares anunciados através dos
cartazes afixados nos elevadores. Desde já é fundamental reconhecer que,
Território, assim, em qualquer acepção, tem a ver com poder, mas não apenas com o
tradicional poder político. Ele diz respeito tanto ao poder no sentido mais explícito,
de dominação, quanto ao poder no sentido mais implícito ou simbólico, de
apropriação. Lefebvre distingue apropriação de dominação (“possessão”,
“propriedade”), o primeiro sendo um processo muito mais simbólico, carregado das
marcas do vivido, do valor de uso, o segundo mais objetivo, funcional e vinculado ao
valor de troca. (HAESBAERT, 2014, p.57).
Deste modo, também é possível pensar uma separação classista em que jovens das
periferias circulam nos dois primeiros andares durante o dia, enquanto nos outros andares
encontraremos universitários, artistas e produtores, onde o ponto de articulação seriam os breves
contatos nos elevadores, lugar de reconhecido silêncio distintivo. Assim pode-se penetrar na
complexidade do Edifício Pernambuco através de sua multiterritorialidade como paisagem,
território e cena cultural, bem como um “dispositivo coletivo de cultura”, daí a importância de se
pensar suas articulações com a região central do recife e o que isto pode significar como potência
(devir) e como limite, visto que:
(...) dispositivos culturais produzem mapas através da produção de alteridade, eles
são dispositivos de diferenciação. A produção da alteridade toma duas formas
distintas: a produção da diferença e a produção da distância (fronteiras). A primeira é
a produção de uma grade sistemática, interligada, ou rede, de investimentos afetivos
como relações do mesmo e do diferente, ou melhor, de identidade e de diferença
entre eles. A segunda é o efeito da produção de uma grade, um mapa, suas divisões.
Fronteiras dividem espaços, criam distâncias entre aqui e lá, o dentro e o fora, nós e
eles. Entretanto, essencialmente, essas categorias de alteridade- diferenças e
fronteiras- não descrevem possibilidades únicas, existem muitos mapas de diferenças
e distâncias. Eles podem unir bem como também dividir; de fato, eles podem fazer
ambos, de diferentes modos e em diferentes graus, em todo e qualquer instante.
(GROSSBERG, 2010, p. 200).
No 3º andar funciona o Coletivo Terceiro Andar ligado à produção de livros; no 4º tem o
Espaço Fonte, um centro de investigação em arte e convivialidade; no 5º andar, a REC Produtores,
uma produtora reconhecida no mercado de cinema e televisão em Pernambuco; no 6º andar, o
Coletivo Sexto Andar conta com a assessoria de comunicação e produtora Corujas, Anilina
Produções e Soluções Criativas. No 7º andar, habitam o Ateliê Ideias, o Coletivo Três Por Meia
Dúzia, o estúdio de tatuagem Leão Bravo, Batebit Artesania Digital com produção de instrumentos
musicais, coletivo Mistura Ativa de produção cultural, brechó e o laboratório cultural Caramiolas
Lab, que oferece o ambiente para eventos, cursos, oficinas e workshops; no 8º andar, ORBE
Coworking, ambiente com recursos de escritório para quem precisa de um lugar para trabalhar,
realizar reuniões, encontros informais e pequenos eventos; 9º andar, Coletivo Nono Andar, cujos
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integrantes atum nas áreas de design, produção cultural e fotografia; no 10º andar está o Ateliê
Paulo Meira; no 11º andar, Cerveja Risoflora, fabricada artesanalmente adicionando a flor que
nasce nos mangues; por fim, no 12º andar é moradia e ateliê do artista plástico Eduardo Araújo.
FIGURA 1 – Infográfico com a imagem do Edifício Pernambuco ilustrando as atrações de
cada andar para o evento Sobe Aí.
FONTE – Diário de Pernambuco.
Como é possível imaginar pela descrição das inúmeras atividades culturais concentradas no
prédio, há grandes possibilidades de formação de redes culturais através da circulação não só dos
atores humanos, bem como dos objetos artísticos e dos próprios dispositivos que possibilitam sua
produção. A diferente ocupação dos andares, os aparatos necessários para seu funcionamento, o
design interior, portas, janelas, móveis, elevadores, bicicletas e sujeitos humanos podem ser visto
como actantes que: “É, na realidade, o ator da expressão ‘ator-rede’. Ele é o mediador, o
articulador que fará a conexão e montará a rede nele mesmo e fora dele em associação com outros”
(LEMOS, 2013, p.42) Essas redes podem ser melhor visualizadas quando navegamos pelos
territórios informacionais do Edifício Pernambuco, entendidos aqui como áreas em que o fluxo de
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informação na intersecção entre o ciberespaço e o espaço urbano se controla digitalmente
(LEMOS, 2007), através de dispositivos móveis, como telefones celulares, tablets e notebooks,
conectados à internet sem fio, disponibilizada em quase todos os andares, aderindo uma membrana
informacional e criando uma nova função híbrida e dinâmica ao lugar.
Nesta direção a rede social Facebook figura como uma das mais importantes interconexões
entre o espaço físico do Edifício Pernambuco e seus espaços virtuais, utilizado como ferramenta de
produção e divulgação de informações, também age como mediador e agente mobilizador de ações
fundamentais para a ocupação no prédio, criando demarcações e trocas simbólicas entre os andares,
eventos, mídias locativas e a cidade do Recife. Ao todo são 16 páginas e 2 perfis disponibilizados
na rede social sobre o Edifício Pernambuco. Para facilitar nosso percurso pelos territórios
informacionais do edifício, as páginas serão listadas abaixo, com suas respectivas curtidas, visitas e
avaliações, com exceção dos perfis Jacaré Jaca (278 amigos), do 6º andar e Caramiolas Lab (2.197
amigos) do 7º andar, onde essas informações não são disponibilizadas.
FIGURA 2 - Gráfico mostrando a quantidade de curtidas das páginas no Facebook sobre o
Edifício Pernambuco.
TABELA 1
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Média das avaliações feitas pelos visitantes das páginas no Facebook sobre o Edifício
Pernambuco.
A quantidade de curtidas mostra os milhares de usuários que seguem as publicações das
páginas sobre o Edifício Pernambuco no Facebook e as centenas de visitas recentes comprovam o
interesse das pessoas em acompanhar as páginas, o que ocasionalmente se converte em curtidas,
comentários e compartilhamentos de publicações, como também em avaliações positivas
publicadas nas páginas. As páginas com mais curtidas, visitas e avaliações positivas são aquelas
que são atualizadas com mais frequência, com publicações, fotos e eventos: Edifício Pernambuco
(local), REC Produções (5º andar), Sexto Andar (coletivo) e ORBE coworking (8º andar).
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Para além de informações digitais, podemos encontrar nessas páginas o que Giuliana Bruno
(2007) chama de narrativas do espaço, espaços ocupados e espaços para ocupação, espaços vívidos
narrados pelo movimento, como é o caso do Edifício Pernambuco. Esses tipos de ocupação sempre
constroem subjetividades, modos de consumir espaço, usando e apropriando-se, visto que envolve
paripatetismo no edifício, ida ao evento, deslocamento físico. A absorção do sujeito objeto dentro
da narrativa do espaço envolve uma série de transformações de personificações, são lugares para
existência e para biografia. Uma relação é solidificada entre lugares, eventos e músicas que
formam e transformam a narrativa do edifício, de acordo com as associações dos atores e suas
sequência de movimentos na cidade.
ExcentriCidades
O Projeto ExcentriCidades nasceu na onda de projetos de artes integradas no último ano em
Recife, realizados por coletivos nos chamados espaços criativos. O projeto é organizado pelo
Coletivo Sexto Andar (A Firma, Anilina Produções e Soluções Criativas, Bruna Rafaella, Corujas,
Clarissa Saraiva, Carlota Produções, Casa Navio, Eric Gomes, Jacaré Video, João Nascimento,
Paula K e Renata Pires Fotografia), localizado no Edifício Pernambuco.
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FIGURA 2 - Coletivo Sexto Andar
FONTE - desconhecida
Servindo de fio condutor para a produção do projeto ExcentriCidades, ao mesmo tempo
sendo suporte e produto da ligação entre seus integrantes, a música é vista como objeto de
apreciação pelos representantes do coletivo Sexto Andar, que podem ser considerados amadores,
no sentido sério e reflexivo proposto por Antoine Hennion (2011). Como se observa na declaração
de Aslan Cabral, artista plástico e membro do coletivo, em entrevista realizadas pelos
pesquisadores para produção deste artigo:
O próprio formato do ExcentriCidades também foi algo em que foi resolvido se
experimentar de uma maneira, e se chegou à conclusão de que a música seria um
gancho interessante para fazer com que algumas pessoas também tivessem acesso a
uma produção de talentos que não fazem parte ainda do mainstream. Então, tipo, os
amigos que têm bandas, que têm projetos... (2015).
Assim aconteceu a primeira edição do projeto ano passado com o show ao vivo de Isadora
Melo e a exposição “Epecuén – Retratos de uma ambição”, de Lais Rodrigues. Na quarta edição o
evento contava com o show de Juliano Holanda (participação de Poeta Miró e Gilú Amaral), com
exposição dos desenhos de Bruna Rafaella, agora com o DJ Aslan Cabral após o pocket show, o
que seguiu na 5º edição do projeto Excentricidades, quando acabou a apresentação do músico Hugo
Linns (participação de Renata Rosa) e a intervenção do grupo de desenho vivo Risco!, DJ Carlota
Pereira assumiu o som no espaço.
A sétima edição do projeto ExcentriCidades ocorreu durante a programação do evento
“Sobe Ai” que reuniu vários andares do edifício e múltiplos eventos durante um domingo, com a
apresentação de Aninha Martins, exposição e projeção fotográficas de Eric Gomes e Renata Pires;
desenhos, pinturas e gravuras de Carlota Pereira, Pedro Andrade, Bruna Rafaella e Aslan Cabral;
projeções da Jacaré Vídeo; exposição de Cadernos e camisas de Joana Velozo; e Mostra de
Cartazes A Firma. Cerca de duas mil pessoas circularam gratuitamente por oito, dos doze andares
da construção, durante tarde e noite do último domingo de novembro do ano passado, participando
de oficinas, workshops, comprando produtos, comidas e bebidas e também assistiram a
apresentações musicais, exposições fotográficas, exibições de vídeos, jam sessions, performances e
do projeto ExcentriCidades.
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FIGURA 3 – Show de Aninha Martins no sexto andar do Edifício Pernambuco, no projeto
ExcentriCidades, durante o evento Sobe Aí.
FONTE - DeBagagem.com
Contudo, a grande quantidade de pessoas no evento trouxe algumas dificuldades de
acomodação, o local ficou muito cheio e quente, por isso o coletivo decidiu limitar o número de
pessoas na temporada do projeto em 2015, que teve em sua primeira edição Siba, Juliano Holanda
e Jam da Silva tocando juntos um repertório baseado no álbum solo Avante (2012) e duas
performances teatrais, Tu sois de onde?, de Lineu Gabriel e ANDADA, de Aslan Cabral. Foram
vendidos 120 ingressos antes do dia do evento, no valor de dez reais. Antes a entrada era gratuita,
os músicos passavam o chapéu após as apresentações. Os participantes do coletivo até então, não
recebiam nenhuma remuneração para produzir o evento, nem contavam com apoio de editais
públicos. A ideia é fazer com que o dinheiro arrecadado pague os músicos e que uma pequena parte
seja utilizada para dar sustentabilidade ao ExcentriCidades.
Todas as apresentações musicais seguiram o formato Pocket Show, conhecido também
como “ensaio aberto”, uma performance musical curta, em média 40 minutos e com poucos
músicos e instrumentos. Esse formato de show se adequa a arquitetura e design do sexto andar em
configuração de loft, no sentido de planta aberta, sem paredes dividindo o espaço, onde o palco é o
próprio chão, com amplitude suficiente para acomodar de 100 a 120 pessoas em pé ou sentadas, e
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por ser de curta duração, pode ser associado com linguagens diferentes, exposições fotográficas,
performances teatrais, entre outras. Essa ambientação exige dos músicos um enfretamento do
espaço produzido no encontro entre sua obra e a disposição do Sexto Andar, como reflete o músico
Ângelo Souza, da banda Graxa, sobre o modo como arranjou o set list e os instrumentos para sua
apresentação na sexta edição do evento:
Eu tenho essa coisa de cada show procurar fazer diferente. Não ser um show
diferente, mas ter uma música diferente, entendeu? E esse daí a gente teve que fazer
essas músicas que a gente não toca...Como a gente toca um negócio mais elétrico,
assim, lá rolou mais violão, esse tipo de coisa. Fizemos um formato e um repertório
de acordo com o espaço. Gosto muito também disso: de acordo com o espaço, fazer o
set. Como é um lugar que eu conheço, eu já tinha ideia de como era. Quando eu não
conheço, eu gosto de ir antes de fazer a passagem do som e para ver qual é o espaço
para adequar de acordo com o que eu creio que fique melhor para o local. (SOUZA,
2015).
A música então passa a fazer parte de uma rede, sendo comparada a noção de arquitetura de
Giuliana Bruno (2007), ela só poderá ser vivenciada quando atravessada por escutas conexas e
apenas vívida quando atravessável. Na medida que a música atravessa o ExcentriCidades, novas
dinâmicas de circulação musical vão sendo construídas, transformando a própria paisagem cultural
do Recife. Mas esse processo não é tão simples, sem enfretamentos de modos de escuta
tradicionais e sem um certo estranhamento por parte dos músicos, como pode-se perceber nos
depoimentos do líder da banda Graxa e da cantora Aninha Martins:
Eu achei interessante, saca? No Sexto Andar, tudo o que acontece lá, o espaço
físico... Então, qualquer tipo de expressão de arte que se apresentar, é muito bom.
Não houve diferença em relação à recepção do público, porque eu acho que está todo
mundo ali querendo conhecer as coisas que estão acontecendo e absorver tudo o que
está sendo oferecido lá. Foi interessante. A única coisa, assim, que foi um pouco
chato, que na hora eu não fiz questão, foi a conversa que ficava rolando na hora do
show. E com a acústica do lugar, quando o pessoal começava a falar, aí ficava muito
ruído e não dava para ficar com um retorno legal, entendeu? (SOUZA, 2015).
No momento que você se apresentou estava tento exposição de quadros,
pinturas, gravuras e esculturas no projeto ExcentriCidades. Como foi sua
experiência com essas outras linguagens? Eu não consegui ver tudo. Além de tá
cheio... Depois do show eu já estava muito cansada porque realmente foi muito
desgastante fisicamente, por que estava quente. Eu tive que chegar tarde por que eu
tive que pegar os equipamentos. Você se sentiu incomodada com o fato do público
não estar apenas focado na sua apresentação, mas estar ali disperso olhando
outras linguagens? Não, não me incomodou não. O único problema, a única coisa
que me incomodou foi o barulho no próprio show. As outras linguagens estavam
interagindo de boa. O problema era dentro do espaço, que era um pedacinho meu, as
pessoas estarem conversando muito. (MARTINS, 2015).
É interessante perceber como o incômodos dos músicos mostram uma série de paradoxos
ligados à escuta conexa que parece caracterizar parte dos eventos do ExcentriCidades. O ruído,
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uma certa desatenção não são aqui da ordem do barulho supostamente não-controlável e nãointencional, não é uma música que toca em um reprodutor de baixa qualidade e que se mistura com
outras músicas, sonoridades de carros, ônibus, corpos humanos, etc. De fato, esse ruído é parte do
evento em sua multiterritorialidade, pois o ExcentriCidades é pensado com um evento em que a
música ocorre ao mesmo tempo que pinturas, consumo de cerveja, circulação de pessoas, objetos.
Estamos então diante da ideia de que como fenômeno comunicacional a música pode ser um
acessório ou um som entre outros. Isso abre a caixa preta do que se espera de um show em sentido
tradicional: focos, luzes, sons, músicos e públicos dispostos a focar a atenção da escuta na
execução do palco.
A escuta ruidosa também pode apontar para possibilidades de nos tirar da repetição
cotidiana, das escutas “amaciadas” ao longo de mais de um século de gravações formatadas pela
ideia de escuta dedicada que regem a configuração de um show em sentido tradicional. Nesse
sentido pode-se observar as apresentações no ExcentriCidades como de outra ordem para além da
comunicação como partilha. “Comunicação não é um fenômeno que precisamos domesticar; ao
contrário, é de seu caráter ‘selvagem’ que iremos extrair a experiência do novo” (MARCONDES
FILHO, 2010, p. 94).
Se os eventos musicais do ExcentriCidades criam paisagens culturais, ou seja,
representações ou emulações espaciais, por outro, territorializa, cria múltiplas possibilidades de
entrar e/ou sair das cenas culturais que são acionadas durante os eventos.
Nesta direção, pode-se abrir uma ampla frente de discussões da relação desse evento com
as cenas culturais e musicais do Recife, bem como com suas multiterritorialidades. Se como afirma
Straw (2013), “Cena é um meio de falar da teatralidade da cidade – da capacidade que a cidade tem
para gerar imagens de pessoas ocupando o espaço público de formas atraentes”, podemos
considerar que o próprio Edifício Pernambuco materializa-se como cena em cada evento do
ExCentricidades, ao mesmo tempo em que aciona, por exemplo, cenas musicais do Recife como
parte de sua “rede cultural”.
Apesar da diversidade de músicos que se apresentaram ao longo das sete edições do
ExcentriCidade em 2014, há linhas em comum. Na verdade, são músicos conectados tanto em
termos geracionais como poéticos aos produtos audiovisuais e culturais que habitam o próprio
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Edifício. Podemos inclusive agrupá-los em dois rótulos que circularam recentemente como
aglutinadores da produção da nova música popular pernambucana e do rock na capital recifense:
Pernambuco Contemporâneo e Cena Beto.
De modos diferentes, mas interligados, Pernambuco Contemporâneo aglomera músicos que
trazem da MPB a possibilidade de atravessar gêneros musicais diferentes (Isadora Melo, Juliano
Holanda, Hugo Lins), enquanto a “Cena Beto” possui um comum na base rock (Graxa, Aninha
Martins, Mateus Mota). Muitos desses músicos têm atividades de trabalho no próprio Edifício
Pernambuco. As principais publicações críticas ligadas a esses “aglomerados” circulam, são
vendidas e lançadas no Edifício, como as revistas Outros Críticos e Revista MI[4]. Duas das
produtoras de vídeo relacionadas à “Cena Beto” são parte do edifício: Ostra Monstra e Jacaré
Filmes. Claro que esse é um percurso esperado, que aponta para redes, aquilo que forma cenas,
movimentos; mas esses “ajuntamentos” servem pra pensar que as paisagens culturais geradas a
partir dos eventos musicais no prédio são uma só uma parte da escutas conexas dos Recifes. Afinal,
paisagem é um modo de enfatizar um sentido, criar uma certa perspectiva em torno da
representação de um espaço (HAESBAERT, 2014).
Por exemplo, a formação da Cena Beto, uma espécie de coletivo autonomeado, que ganhou
corpo na cidade do Recife a partir de uma matéria do crítico musical Sílvio Essinger publicada no
Jornal Globo (Rio de Janeiro) em março de 2013[5] tem muito a ver com o movimento de coletivos
que deu outras vidas ao Edifício Pernambuco, daí a presença de parte de seus músicos não só no
ExcentriCidades bem como parte dos transeuntes do prédio.
Antes de serem uma espécie de ocupação sentimental ou emocional da urbe ou de espaços
virtuais, as cenas pressupõem agenciamentos de sujeitos e objetos que afetam e são afetados
mutuamente por essas conexões. Nesse caso, o Edifício Pernambuco através de seus eventos e
estruturas materializa movimentos e cenas musicais. Assim, uma das balizas deste trabalho é que
“O delineamento de grupos é não apenas uma das ocupações dos cientistas sociais, mas também a
tarefa constante dos próprios atores. Estes fazem sociologia para os sociólogos, e os sociólogos
aprendem deles o que compõe seu conjunto de associações” (LATOUR, 2012, p. 56), como a
relação da cantora Aninhas Martins com os integrantes do Coletivo Sexto Andar:
Você considera o Edifício Pernambuco uma cena cultural na cidade de recife ou
acha que ele faz parte da cena beto, da qual você faz parte? A cena Beto dialoga
com ela, mas acho que ela é maior. Eu fico em dúvida por que o edifício tem tantas
pessoas, tantas áreas que eu nem conheço a maioria, conheço mais a galera do sexto,
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do sétimo, do oitavo, do terceiro, mas tem ainda muitos outros que eu não conheço.
Se o ExcentriCidades abre as portas pra gente, ele está dialogando com a gente.
Quando é na área de vídeo... Tinha a Ostra Monstra lá que muitas das coisas que a
gente fez vieram deles. Eles são uma área maior porque tem vários tipos de artes
misturadas no sexto andar e no ExcentriCidades. Vai ter Siba agora, teve Graxa o ano
passado, teve Isadora. Eles estão dialogando, mas eles estão um pouco mais abertos...
É muito também do que eu vejo, a cena Beto ela também não pode me prender só
nela, entendeu? Eu tenho um diálogo com a galera da banda Rua, com outras áreas,
em Teatro mesmo. Eles dialogam com teatro também... Acho que o ExcentriCidades
está um pouco mais além, sabe? (MARTINS, 2015).
Claro que o ExcentriCidades, assim como o Edifício Pernambuco, não tem obrigação de
abrir os agenciamentos que criam suas próprias marcações, mas essas reterritorializações talvez nos
faça perceber que uma cena cultural é, em sentido forte, um lugar, ou seja: “um microcosmo. É
onde cada um de nós se relaciona com o mundo e onde o mundo se relaciona com o Mundo”
(RELPH apud HAESBAERT 2015, p.45). Parte de um universo cheio de som e fúria, mas não o
mundo todo com todas as suas contradições. Uma parte dele, certamente, percebido através das
escutas conexas.
1
Doutor, Pesquisador com Bolsa Produtividade do CNPq, professor do Departamento de
Comunicação e do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal de
Pernambuco (UFPE) e coordenador do Laboratório de Análises de Música e Audiovisual
(L.A.M.A). Entre as publicações destaca-se Heavy Metal com Dendê (EPapers, 2003;
Comunicação e Música Popular Massiva (Edufba, 2007, organizado com João Freire Filho),
Comunicação e Estudos Culturais (Edufba, 2011, organizado com Itânia Gomes) e Rock me Like
the Devil: a assinatura das cenas musicais e das identidades metálicas (Livrinho de Papel
Finíssimo, 2014), [email protected]
2
Mestanda, em Estética e Culturas da Imagem e Som na Universidade Federal de Pernambuco
(UFPE), bolsista da Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco
(Facepe) e integrante do grupo de pesquisa Laboratório de Análise de Música e Audiovisual
(L.A.M.A)., [email protected]
1 A matéria está disponível em <http://jconline.ne10.uol.com.br/canal/cultura/noticia/2014/11/29/edificio-pernambucoabre-suas-portas-e-promove-atividades-em-oito-andares-158438.php>, último acesso 29/07/2014.
2 Há algumas controvérsias em relação ao ano de construção do Edíficio Pernambuco, neste artigo opta-se pela data que
consta nos registros do Dircon (Diretoria de Controle Urbano da Prefeitura do Recife).
3 O imóvel é parte da Zona de Proteção de Patrimônio Histórico e Cultural (ZEPH) da Prefeitura da Cidade do Recife, o
que significa que a fachada do prédio, a menos que passa por um burocrático processo de autorização oficial, não pode ser
alterada e/ou modificada.
4 <outroscríticos.com> <mioline.com.br>
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5 A matéria está disponível em < http://oglobo.globo.com/cultura/recife-revela-cena-musical-da-periferia-7934282>,
último acesso 29/07/2014.
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Arquivo PDF gerado pela COMPÓS
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