página 6 A Profa. Andréa Marques e as alunas Karoline Martins (esquerda) e Caroline de Assis premiadas na Febrace 2010 impresso JOÃO MARCO PROCÓPIO Discentes e docentes da instituição participam, com destaque, de mostras de ciência e tecnologia no Brasil e no exterior Belo Horizonte • # 6 • abril 2010 cefetmg é notícia Informativo do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais Campeões do conhecimento SÍLVIO SANTOS DE SOUZA Alunos do CEFET-MG, vencedores de importantes competições estaduais e nacionais, contam sobre os bastidores das disputas e as emoções da conquista do pódio. Páginas 4 e 5 Esperança para crescimento profissional e pessoal Instituição desenvolve projetos para ampliar a inclusão e a acessibilidade de portadores de necessidades especiais página 3 Gerenciar melhor o tempo e estudar diariamente podem ajudar no aprendizado e a garantir um ano letivo sem apertos VANESSA MOL página 8 Os medalhistas apontaram o aprendizado em sala de aula como diferencial para a vitória Aprendizado cultural e tecnológico na França ARQUIVO PESSOAL página 7 A pedagoga Maria Adélia convida os alunos a reverem velhos hábitos que prejudicam o desempenho escolar No Editorial, desvela-se os cenários da educação superior no CEFET-MG página 2 As obras do novo Campus de Varginha serão concluídas no segundo semestre deste ano página 7 Os estudantes do CEFET-MG participaram de aulas teóricas e práticas orientados pelos franceses 2 | CEFET-MG é notícia abril | 2010 opinião Cenários da Educação Superior no CEFET-MG Profª Ivete Peixoto Pinheiro Silva Diretora de Graduação do CEFET-MG A Diretoria de Graduação (Dirgrad) realiza, desde 2007, trabalho de reestruturação curricular, visando à adequação dos Projetos Pedagógicos dos Cursos de Graduação às Diretrizes Curriculares Nacionais e às da Instituição. As discussões sobre o tema acontecem desde 2004, por meio de palestras e reuniões, com participação ativa da comunidade docente. A estrutura dos novos Projetos Pedagógicos dos Cursos de Graduação do CEFETMG baseia-se na análise da realidade contemporânea, caracterizada pela diversidade e constante transformação, aspectos que têm balizado a produção do conhecimento e a definição dos conteúdos curriculares. Esse processo de reestruturação curricular tem como fundamentos a valorização do ser humano, sua inserção na sociedade e a conscientização da sua responsabilidade social. Um grande avanço dos novos Projetos Pedagógicos foi a inclusão das atividades complementares como: iniciação científica, monitoria, participação em eventos científicos, visitas técnicas, cursos extracurriculares, seminários, notas feiras, atividades culturais, dentre outras. A participação do aluno nas atividades complementares propiciará o desenvolvimento da sua capacidade de inovação, solução de problemas e ampliação dos conhecimentos adquiridos, mediante experiências em espaços externos. Visando tornar a formação do aluno da graduação mais abrangente houve investimentos em projetos de internacionalização, convênios e acordos de cooperação com várias instituições de ensino e pesquisa na Alemanha, França, Itália e Portugal, através da Secretaria de Relações Internacionais (SEAI). Um dos grandes esforços da Dirgrad nos últimos anos tem sido a expansão dos cursos de graduação e ampliação do número de vagas. De 2006 para 2010, houve um aumento de 9 para 15 cursos, sendo 4 ofertados nos campi do interior. Quanto ao número de vagas ofertadas, houve ampliação de 492 para 850, um aumento de 73%. A Dirgrad, através da Coordenação Geral de Fomento organiza eventos visando o aprimoramento do ensino, tais como Encontro de Professores da Graduação, Seminário de Substitutos e Workshops com temas de relevância para Heloísa Filardi Mostra da Graduação 2010 acontece nos dias 10 e 11 de maio Pela primeira vez, a instituição abre suas portas para a Mostra da Graduação. O evento ocorrerá no Campus II, nos dias 10 e 11 de maio de 2010, quando se espera a visita de 8 mil estudantes do ensino médio e de pré-vestibulares, em salas temáticas, visitas guiadas e mini palestras relacionadas aos cursos de graduação, além de palestras com representantes da indústria. O evento é gratuito e aberto ao público. Patrocínio: Campus de Araxá comemora 18 anos O Campus de Araxá completou 18 anos no dia 16 de março. A data foi comemorada por meio de um ato cívico, marcado pelos hasteamento das bandeiras do Brasil, de Minas Gerais, de Araxá e do CEFETMG. O evento, que contou com a participação de estudantes, professores e servidores (foto), foi dirigido pelo Diretor do Campus, Prof. Vicente Donizetti o processo de ensino-apredizagem que possibilitem práticas pedagógicas inovadoras no Ensino de Graduação. No processo de avaliação dos cursos pelo INEP/MEC, ressalta-se o empenho da Dirgrad, por meio da Coordenação Geral de Avaliação do Ensino de Graduação, que vem preparando as coordenações de cursos para receber as comissões avaliadoras, além de auxiliá-las no estabelecimento de práticas e rotinas que contribuam para o aumento permanente da eficácia da educação. A Coordenação também acompanha o processo de divulgação e orientação dos alunos participantes do Enade. A melhoria contínua do processo de ensino-aprendizagem implica na avaliação permanente dos processos de ensino, da organização escolar, dos recursos materiais entre outros aspectos. Além de um permanente processo de discussões coletivas no âmbito dos cursos de graduação, que são avaliados segundo as diretrizes do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior – Sinaes. O CEFET-MG realiza a auto-avaliação desde 2007. Essas ações contribuem para consolidar a implantação dos novos Cursos e para o aprimoramento contínuo dos Cursos de Graduação do CEFET-MG. da Silva. A aluna Amanda Borges, do segundo ano de Mecânica, proferiu uma mensagem em nome dos estudantes. “Parabenizo o Campus de Araxá pelo importante trabalho desenvolvido na região na qualificação de jovens. Para nós, do Grêmio Estudantil, ser do CEFET-MG é poder participar de uma das melhores instituições de ensino do país”. REGINA GASPAR Processos seletivos do 2º semestre de 2010 O período de inscrição nos processos seletivos do 2º semestre de 2010 do CEFET-MG será de 20 de abril a 20 de maio, somente pelo sítio www.copeve.cefetmg.br. As provas para os cursos de graduação acontecem nos dias 19 e 20 de junho e para os cursos de educação profissional técnica de nível Médio no dia 4 de julho. Os livros adotados para o processo seletivo do ensino superior são Contos de Aprendiz, de Carlos Drummond de Andrade, Editora Record; e Destino Poesia, organizado por Ítalo Mariconi, Editora José Olympio. Cursos e Vagas Cursos técnicos Cursos Eletrônica Eletrotécnica Estradas Química Transporte e Trânsito Concomitância externa 14 vagas 6 vagas 6 vagas 9 vagas 6 vagas Subsequente 22 vagas 14 vagas 12 vagas 21 vagas 12 vagas Cursos superiores Bacharelado em Administração – 40 vagas Engenharia Ambiental – 40 vagas Engenharia de Computação – 40 vagas Engenharia de Materiais – 40 vagas Engenharia de Produção Civil – 40 vagas Engenharia Elétrica – 40 vagas Engenharia Mecânica – 40 vagas Química Tecnológica – 40 vagas Engenharia de Controle e Automação (Leopoldina) – 30 vagas Fórum das Ipes mineiras homenageia parlamentares FOCA LISBOA O Fórum das Instituições Públicas de Ensino de Minas Gerais (Ipes) homenageou os parlamentares da bancada mineira no Congresso Nacional, em solenidade realizada no dia 8 de março, na Reitoria da UFMG. O Diretor-Geral do CEFET-MG, Prof. Flávio Santos, participou do evento (foto), que contou com a presença de dirigentes e representantes de 12 das 14 instituições de ensino superior públicas de Minas Gerais. Foram homenageados os deputados federais Ademir Camilo (PDT), Jaime Martins (PR), Lincoln Portela (PR), Reginaldo Lopes (PT) e Vírgilio Guimarães (PT). Os deputados Leonardo Monteiro (PT) e Mário Henringer (PDT), e o Sena- dor Eduardo Azeredo (PSDB) enviaram representantes. Segundo os números do Fórum das Ipes, de 2004 até o ano passado, as 14 instituições mineiras receberam cerca de R$ 150 milhões em recursos provenientes de emendas parlamentares. Nos últimos quatro anos, o número de vagas nas instituições de ensino público mineiras subiu de 15.274 para 30.141, enquanto os cursos de graduação passaram de 281 para 490 nas instituições federais do estado. Em 2012, a expectativa é que haja 300 mil estudantes matriculados nos cursos superiores dessas instituições. Errata: na edição anterior, faltou o crédito de João Marco Procópio na matéria “Trânsito da Capital em Debate”. expediente Informativo do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais Diretor-Geral Prof. Flávio Antônio dos Santos Chefe da Ascom Cláudia Murta Vice-Diretora Profa. Maria Inês Gariglio Jornalista responsável Nelson Nunes - MG07944JP Chefe de Gabinete Prof. Henrique Elias Borges Estagiário João Marco Procópio Edição Nelson Nunes, Heloísa Filardi, Vanessa Mol e Clésio Teixeira Revisão Marília Dinis Editoração Fabrício Passos - SPM Av. Amazonas, 5253 • Nova Suíça Belo Horizonte • MG • CEP 30.421-169 Tel. (31) 3319-7004 • [email protected] www.cefetmg.br Impressão MJR - Editora Gráfica Tiragem 2.500 exemplares abril | 2010 CEFET-MG é notícia | 3 inclusão CEFET-MG auxilia pessoas com necessidades especiais Instituição desenvolve projetos específicos e surge como esperança para crescimento profissional e pessoal de pessoas com deficiências físicas e mentais JOÃO MARCO PROCÓPIO João Marco Procópio Pessoas com necessidades especiais representam uma grande parcela da população no Brasil, mas ainda possuem poucas oportunidades de trabalho e estudo. Nos últimos anos, o CEFETMG tem desenvolvido diversos projetos e atividades com o intuito de ampliar a inclusão e a acessibilidade dessas pessoas. Atualmente, o Ministério da Educação (MEC) gere o Programa Educação, Tecnologia e Profissionalização para Pessoas com Necessidades Especiais (TecNep), uma ação implementada no CEFET-MG desde 2004 pela Profa. Vera Lúcia de Souza e Lima. A finalidade do programa é inserir essas pessoas nos cursos de formação inicial e continuada de nível técnico e tecnológico das instituições federais de educação tecnológica. Para coordenar e articular institucionalmente tais ações, o TecNep conta com o Núcleo de Apoio às Pessoas com Necessidades Educacionais Especiais (Napne). Localizado no Campus VI, em Belo Horizonte, o órgão visa à criação da cultura de educação para convivência. A Coordenadora do Napne, Profa. Percília Melgaço de Morais, conta que nos últimos anos foram desenvolvidas diversas atividades. O Projeto Despertando Talentos, que contou com duas edições, ofereceu cursos de Libras (Língua Brasileira de Sinais) a surdos, enquanto os deficientes mentais tiveram a oportunidade de se aprimorar com aulas de info-inclusão, na área de construção civil, de pintura imobiliária e assentamento de piso cerâmico. Além disso, foi oferecido curso de Libras com duração de 60 horas para servidores do CEFET-MG. As oportunidades oferecidas tiveram sucesso garantido, tanto que o MEC enviou uma nova verba para o Despertando Talentos. Cerca de 50% dos alunos estão incluídos na construção civil, atuando na mão-de-obra, de acordo com a Profa. Percília. Não apenas o fato de estar no mercado de trabalho é apontado como ponto positivo. “Esse curso fez com que o deficiente mental percebesse que ele é capaz, despertando na cabeça de cada um o desejo e uma segurança maior”, observa. A Coordenadora do Napne relata ainda o sentimento de desenvolver um trabalho com deficientes. “Sou professora do CEFET-MG há alguns e nunca me senti tão realizada quanto agora. Você percebe que a atenção dessas pessoas é muito maior. É uma chance única pra eles”. De acordo com ela, uma oportunidade que contou com o auxílio de outros docentes, funcionários, estagiários e mães e que só foi possível ser colocada em prática pela vontade de vencer dos próprios deficientes. ARQUIVO CEFET-MG A Profa. Percília Malgaço se considera realizada pelo trabalho desenvolvido na instituição Projeto inovador é referência em inclusão O projeto “Inclusão de Pessoas com Deficiência Auditiva no Mercado da Construção Civil Através do Ensino de Desenho Arquitetônico” já é referência no que diz respeito à inclusão de pessoas com necessidades especiais na educação. O trabalho, orientado pela Profa. Vera Lúcia Lima, envolvendo estudantes surdos é o único de iniciação científica no Brasil que trabalha com esse tipo de aluno. Trata-se de um projeto de criação de um manual de ensino de desenho arquitetônico pra surdos e um glossário de termos técnicos em Libras da mesma área, iniciado há cerca de 1 ano e meio. A idéia partiu da dificuldade que os surdos tinham em lidar com termos técnicos empregados na arquitetura. Muitas das palavras eram desconhecidas e, por isso, era necessária a soletração por sinais, o que atrasava o aprendizado. Compõem a equipe os alunos da Escola Estadual Maurício Murgel Bárbara Neves da Silva, Marcos Vinícius Oliveira da Silva, Giselle Nogueira de Jesus e Rafael Coelho Tavares. Além deles, há outros dois bolsistas surdos, os estudantes Ademar Alves de Oliveira Júnior da escola de Arquitetura da Puc Minas, Thaís Magalhães Abreu do curso de Letras Libras da UFSC/CEFET-MG e duas alunas ouvintes do curso de Edificações do CEFET-MG, Thaís Juliane da Cunha e Natália Batista. A Profa. Vera Lúcia explica os motivos que a levaram a propor um projeto de pesquisa com bolsistas com necessidades especiais. “Achei interessante pegar o surdo pelo fato de ele não saber bem o português. Percebi que não há barreira pior do que a da língua. Além disso, queria reali- zar uma ação de inclusão enraizada na instituição com esses alunos”, conta. Também participam do projeto as professoras do CEFET-MG Maria Cristina Ramos de Carvalho e Regina Célia Guedes Leite e o intérprete de Libras Renato Messias Ferreira Calixto. Prêmios O projeto recebeu as premiações Projeto Inovação, na Feira Inovatec, realizada pela Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sectes) e Prêmio Sociedade e Cidadania na V Semana da Ciência e Tecnologia do CEFET-MG. “Esse projeto demonstra nossa capacidade na condição de surdos de desenvolver uma pesquisa e nos preparar para nosso futuro profissional”, avaliou o bolsista Marcos Vinícius. Despertando talentos proporciona inclusão de deficientes mentais JOÃO MARCO PROCÓPIO Graduação em Letras Libras Inclusão começa antes do ingresso na instituição Segundo a integrante da Comissão Permanente de Vestibular do CEFET-MG (Copeve) Profa. Janice Cardoso, existe um trabalho de acolhimento para que os portadores de necessidades especiais participem do processo seletivo em condições de igualdade com os demais candidatos. No 1º semestre de 2010, 85 PNEs participaram da prova para ingressar no ensino técnico e 10 para ingressar no superior. Os PNEs se identificam no formulário de inscrição e são contatados. “Procuramos um por um, às vezes pessoalmente, para descobrir a necessidade deles e adaptar de modo a facilitar a realização da prova”. disse a docente. São realizadas ações como ampliação de provas para portadores de visão subnormal, adaptação física do ambiente e contratação de intérprete de Libras para alunos surdos. Projeto para surdos recebe certificado da V Semana C&T Outra conquista do CEFET-MG foi a incorporação de uma turma de graduação em Letras/Libras, em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Oferecido a distância, por meio de videoconferência, o Letras/Libras possui duas modalidades: Licenciatura, para formar professores surdos, e Bacharelado, para habilitar intérpretes. Não há mais ingresso no curso, e a turma que começou em 2008 será graduada em 2012. 4 | CEFET-MG é notícia abril | 2010 conhec Conheça os alunos do CEFET-MG que se destacaram em olimpíadas nacionais de Física, Matemática, Química e História. Em entrevista, eles falam sobre os bastidores dessa conquista e detalham as etapas das competições. O valor de SÍLVIO SANTOS DE SOUZA Vanessa Mol e Nelson Nunes Vêm aí as Olimpíadas Científicas 2010, voltadas para estudantes do ensino médio. Para participar, não é necessário ser o melhor velocista do país ou recordista em salto em altura. O atleta desse tipo de competição precisa mesmo é entender e gostar de disciplinas como Física, Matemática, História e Química. Não é difícil encontrar, no CEFET-MG, alunos com esse perfil. Apaixonados por conhecimento e pelo desafio em testá-lo em competições acirradas, eles têm trazido muitas medalhas para a instituição. Só em 2009, foram seis importantes conquistas. Os vencedores Jonhy Kenned Gomes Ferreira, que concluiu no ano passado o curso de Eletrônica, em Belo Horizonte, faturou a medalha de ouro na Olimpíada de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP) 2009. Depois de ganhar bronze, em 2007, e prata, em 2008, só faltava mesmo o ouro para sua coleção ficar completa. “É muito gratificante quando me lembro que, desde mais novo, eu já gostava de matemática e hoje me dou conta aonde cheguei com isso”, declarou. Na mesma competição, o também aluno do curso de Eletrônica do Campus I Marcelo Augusto Sousa ganhou a medalha de prata. Para ele, a segunda etapa foi a mais difícil pelo alto nível dos concorrentes. “Cerca de 19 milhões de estudantes fizeram a primeira fase, e apenas 5% passaram para a segunda, o que equivale a um milhão de pessoas. Ficar entre os mil, aproximadamente, melhores do Brasil que fizeram o nível três deixa a nós, medalhistas, orgulhosos”. Medalhista de bronze na Olimpíada Brasileira de Química e de prata na Olimpíada Mineira, Hans Peter Van Putten, aluno do curso de Química do Campus I, prefere não se considerar um gênio no assunto. “É uma ciência muito abrangente. Está ligada à física, matemática, biologia. Com certeza tenho muito a aprender”, disse. No entanto, revela uma grande satisfação por ter conhecimento nessa área: “saber que você tem o poder de transformar a matéria de forma a obter realização pessoal ou realizar favores à humanidade dá certa sensação de poder”. Na Olimpíada Brasileira de Física, o CEFET-MG também faturou medalhas de prata e bronze com, respectivamente, os estudantes Victor Antonio Diniz, do curso de Mecânica, e William Teixeira Miranda, do curso de Química, ambos do Campus I. Para Victor, um dos maiores desafios foi vencer o nervosismo. “São milhares de concorrentes e estar nervoso nessas situações só dificulta”, declarou . Outro título E não é só na área de exatas que a instituição tem alcançado o pódio. Na 1ª Olimpíada Nacional em História do Brasil, a equipe Cavalo Branco de Napoleão, formada por quatro alunos de Mecatrônica da Unidade de Varginha, conquistou o segundo lugar. O líder do grupo, Denys Luiz Ferreira, defende a importância do título para a carreira. “O certificado foi emitido pela Unicamp, reconhecida como uma das maiores universidades do país, o que acrescenta peso ao currículo. Além disso, essa vontade de participar de discussões que vão além do foco principal do curso mostra aos nossos futuros chefes que temos facilidade em trabalhar com temas além daqueles que nos são exigidos”, justificou. Bons alunos sim, “nerds” não Se sair bem em competições que requerem conhecimento ou tirar notas altas em algumas disciplinas nem sempre são feitos que podem ser atribuídos a estudantes “nerds”. Victor Diniz se considera “apenas” uma pessoa responsável, revelando se esforçar para não deixar de lado o lazer. No entanto, quando não é possível seguir o planejado, ele prefere não sofrer: “para fazer as provas da competição, tive que abrir mão do final de semana, mas valeu a pena”. Jonhy Kenned diz que até gostaria de ser reconhecido como “nerd”, mas prefere atribuir sua vitória na OBMEP à facilidade em compreender a matemática. “Para estudar para a Olimpíada, não deixei de fazer nada, pelo contrário. Sinceramente é muito bom parar um pouquinho e se divertir, com muita moderação”, disse. Já Hans confessa ter deixado de lado os videogames e até hoje não voltou a jogá-los. Sobre o rótulo de “nerd”, ele não se considera como tal porque seus conhecimentos não abrangem a área de humanas. “Também não sou fã desses RPGs, Star Trek e esses fatores que também definem um nerd”, justificou. Em sentido horário, os medalhistas em Olimpíadas William (canto superior direito), Victor, Jonhy e Hans Competições apostam no raciocínio GEANINE NOGUEIRA As Olimpíadas Científicas geralmente são divididas em fases e compostas por provas com questões fechadas e/ou abertas. Na Brasileira de Física, por exemplo, a primeira etapa, realizada no CEFET-MG, consistiu em um teste de múltipla escolha com 30 questões, sendo que o competidor deveria resolver 20 delas. Na segunda etapa, no Colégio Marista, foi aplicada uma prova aberta com 16 perguntas, oito delas deviam ser solucionadas. Por fim, em Juiz de Fora, o participante precisou fazer uma prova prática e outra teórica, ambas abertas. A Olimpíada Nacional em História do Brasil foi composta por seis fases – somente a última foi presencial, as demais aconteceram pela internet, por meio da aplicação de um questionário de múltipla escolha. De acordo com Denys, ao fim das perguntas on-line, sempre havia uma tarefa extra, como organizar cronologicamente fotos e elaborar um texto documentando um monumento histórico local. O Prof. Hércules Alves, que acompanhou a equipe do Campus VIII, acrescentou que havia também questões de interpretação de texto, em forma de charges, algumas remetiam à análise de documentos, a analogias históricas e ao conhecimento de todo o processo histórico brasileiro. “A fase final é que foi o ponto alto. Todas as questões Marcelo Sousa, medalhista na OBMEP Nacional: “Ninguém sabe tudo de matemática, ela é assim como seus números: infinita” foram dissertativas e sem nenhum tipo de consulta. Esse foi o nosso diferencial”, contou. Já a OBMEP Nacional contou com uma primeira etapa realizada em dia letivo, com aplicação de prova para todas as turmas; e uma segunda etapa, promovida no sábado, com prova aberta contendo seis questões que precisavam ser explicadas passo-a-passo. Os interessados devem se apressar, pois algumas olimpíadas já estão com inscrições abertas. Além de disputas nacionais, há também regionais, como a Olimpíada Mineira de Química, com inscrições previstas para agosto, e a Olimpíada Mineira de Matemática, cujo site oficial é www.mat.ufmg.br/olimpiada/. Informe-se com o seu professor ou pela internet. abril | 2010 CEFET-MG é notícia | 5 cimento Para além da ciência exata e da educação uma medalha ARQUIVO PESSOAL Para Fernanda Garrides, ao centro, os laços de amizade formados com os jovens dos outros países foram o grande ganho Além das Olimpíadas Científicas, uma série de outras competições, das mais diversas áreas do conhecimento, acontecem anualmente no país. Em 2009, três foram vencidas por alunos do CEFET-MG. Uma delas é o torneio nacional Bancos em Ação, promovido pela ONG Junior Achievement, com apoio do Citibank. Yargo Teixeira Gomes de Melo, ex-aluno do curso de Estradas, e Igor Gomes Pereira, ex-aluno do curso de Mecatrônica, ambos do Campus I, sagraram-se campeões da disputa. Com a vitória, eles representaram o Brasil na final latino-americana, no Peru. Cada dupla precisava administrar um banco como gerente. Para isso, trabalharam com taxas de juros, poupança, cheque especial, Certificado de Depósito Bancário – CDB, financiamento, marketing e outras operações. Venceu quem conseguiu o maior lucro. Segundo Yargo Melo, em casa a notícia foi recebida com muita alegria. No entanto, para ele, a grande recompensa foi a experiência vivenciada em São Paulo e no Peru. “Conhecer novas culturas e expor a nossa foi incrível”, revelou. GEANINE NOGUEIRA Caminhos da Liberdade A aluna do curso técnico em Equipamentos Biomédicos do Campus I Fernanda Esthefane Garrides Oliveira obteve uma conquista diferente para a instituição: foi um dos quatro estudantes brasileiros premiados no concurso Caminhos da Liberdade 2009, promovido pela Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI) e pela Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec) do Ministério da Educação. O concurso teve como objetivo estimular o resgate da memória histórico-cultural do processo de independência do Brasil. Com o trabalho, “Da liberdade teórica à liberdade crítica”, ela pensou a liberdade, tanto do indivíduo quanto da nação. “É muito apagado o sentimento de ser brasileiro, fui buscar o que é isso, o que é ser um país livre”, detalhou. Como prêmio, ela viajou ao Paraguai e à Espanha. “Conviver durante algum tempo com pessoas de realidades tão diferentes, uma troca de cultura, de costumes, de língua é um acréscimo muito grande para a vida de qualquer pessoa”, destacou. Calendário das principais olimpíadas nacionais Olimpíada Alunos participantes Período de Inscrição Brasileira de Matemática www.obm.org.br Do 6º ano do ensino fundamental ao 3º ano do ensino médio e universitários De março a maio Brasileira de Matemática de Escolas Públicas www.obmep.org.br Do 6º ano do ensino fundamental ao 3º ano do ensino médio De março a maio Brasileira de Física www.sbf1.sbfisica.org.br/olimpiadas 9º ano do ensino fundamental e ensino médio Agosto Língua Portuguesa - escrevendo o futuro olimpiadadelinguaportugues.mec.gov.br 5º e 9º anos do ensino fundamental e ensino médio De fevereiro a abril Nacional de História do Brasil www.mc.unicamp.br Todos os anos do ensino fundamental e médio Maio Brasileira de Química www.obq.ufc.br 8º e 9º anos do ensino fundamental e ensino médio Agosto Brasileira de Biologia www.abiojovem.org.br Ensino médio De março a abril Brasileira de Informática olimpiada.ic.unicamp.br Todos os anos do ensino fundamental e médio De Abril a agosto Brasileira de Robótica HTTP://obr.ic.unicamp.br Todos os anos do ensino fundamental e médio De abril a agosto Brasileira de Saúde e Meio Ambiente www.fiocruz.br/olimpiada 6º ao 9º ano do ensino fundamental e ensino médio Dezembro Raissa Salvador, Jovem Embaixadora do Brasil nos EUA. Jovens Embaixadores O Programa Jovens Embaixadores 2010 foi outra iniciativa interessante. Ex-aluna de Edificações do Campus I, Raíssa Salvador Costa Machado foi um dos 35 estudantes de escolas públicas brasileiras escolhidos para representar o Brasil no programa, que é de responsabilidade social da Embaixada dos Estados Unidos. Como premiação, ela ganhou uma viagem de três semanas aos Estados Unidos com todas as despesas pagas. Para conquistarem a vaga, os estudantes passaram por provas escrita e oral de inglês e foram avaliados quanto à liderança comprovada, atitude positiva, consciência cidadã e excelência acadêmica. 6 | CEFET-MG é notícia abril | 2010 pesquisa Presença marcante em feiras nacionais e internacionais Alunos e docentes da instituição participam anualmente, com destaque, de mostras de ciência e tecnologia no Brasil e no exterior ARQUIVO PESSOAL João Marco Procópio Ano após ano, o CEFET-MG participa das principais feiras de ciência e tecnologia no Brasil, onde fatura diversos prêmios, e no exterior. A cultura da instituição, que estimula a pesquisa e a capacidade dos alunos, e a orientação dedicada dos professores despontam como os principais ingredientes para o sucesso. A última Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), a principal do país, realizada de 9 a 13 de março, na Universidade de São Paulo, apresentou números que comprovam tal afirmação. Dos 21 trabalhos finalistas de Minas Gerais, 12 eram de alunos do CEFET-MG. Ao todo, foram 15 premiações contabilizadas, além de brindes como Ipods e notebooks e, sobretudo, classificações para feiras internacionais. A estudante do 3º ano de Edificações em Belo Horizonte Karoline Elis Lopes Martins obteve grande destaque. Seu projeto “Construção de um canal com garrafas Pet acoplado ao concentrador solar: Sistema de fluxo contínuo de água solarizada com alternativa para desinfecção microbiológica em estação de tratamento de água” faturou o 1º lugar na modalidade Engenharia, na categoria Individual, e o direito de participar da principal feira internacional desse segmento, a Intel International Science and Engineering Fair (Intel ISEF), a ser realizada em maio, na Califórnia, Estados Unidos. Karoline foi a única de Minas Gerais a se classificar para a mostra internacional. Na expectativa para a viagem, ela conta que seu projeto, que tem o objetivo de obter um maior aproveitamento da água por meio de desinfecção microbiológica em estação de tratamento de água de baixo custo, possui enfoque social. ”Tem uma aplicação muito boa”, observa. Outros alunos do CEFET-MG faturaram prêmios significativos na nona edição da Febrace. Fernando Augusto Gouvêa Reis e Caroline Francisca de Assis Costa, ambos de Belo Horizonte, conquistaram, respectivamente, o 2º lugar na categoria Ciências da Saúde e 1º lugar em Ciências Biológicas. Com a pontuação obtida, Caroline participará, em outubro, da Feira Explora na Colômbia. De acordo com a Profª Ana Elisa Ribeiro, Coordenadora Geral de Divulgação Científica e Tecnológica, o destaque que o CEFET-MG conquistou só foi possível devido à política da instituição de incentivo a produção acadêmica e científica. “As listas de finalistas apresentam nossa sigla várias vezes. Enquanto houver gente trabalhadora, dedicada e curiosa, haverá trabalhos que ganharão prêmios”, ressalta. O Prof. Alex Fernandes e os alunos Gustavo Novaes, Mauro Lúcio Filho e Carla Rezende durante a participação na Intel ISEF Participação internacional O CEFET-MG continuamente classifica-se para feiras internacionais, como a Mostra Internacional de Ciência e Tecnologia (Mostratec), a International Movement for Leisure Activities in Science and Technology (Milset) e a Intel Isef. O trabalho da estudante Karoline Martins assegurou vaga na etapa continental da Milset, que será realizada em São Luis, no Maranhão, devido ao Prêmio Especial ganho na Mostratec 2009. Essas feiras são uma grande oportunidade de interação, o que contribui para o enriquecimento da cultura e do aprendizado. “É importante participar de um evento desse porte, porque se aprende muito, observa-se o que outros estudantes de outras instituições estão fazendo”, conta a Profa. Ana Elisa. Em 2008, os estudantes da Unidade de Leopoldina Gustavo Montes Novaes, Mauro Lúcio Ruy de Almeida Filho e Carla Rezende Barbosa Bonin e o Prof. Alex Fernandes da Veiga Machado, com o projeto “Heurísticas Para Resolução de Problemas NP-Completos no Domínio de Jogos”, participaram da Intel ISEF, em Atlanta, nos Estados Unidos. Segundo Mauro, a experiência de participar de uma feira internacional foi diferente de qualquer outro evento desse tipo. “É outro patamar, um intercâmbio que vale a pena. Havia pessoas de mais de 50 países. Foi proveitoso tanto para o crescimento pessoal como para o currículo”, avalia. A Profa. Andréa Marques Guimarães, orientadora e coorientadora dos dois projetos mais premiados do CEFET-MG na Febrace 2010, relata que existe um grau de disputa muito elevado na Intel Isef. Contudo, os estudantes aproveitam a feira para socializar com pesquisadores de outros países. “É o momento que eles mais gostam, sem dúvida. Eles aproveitam para interagir e ver que em que nível estão”, observa. Projetos do CEFET-MG premiados na Febrace 2010 BELO HORIZONTE • Análise das condições de comercialização de plantas medicinais do mercado popular de Belo Horizonte - Minas Gerais Fernando Augusto Gouvêa Reis Fátima de Cássia Oliveira Gomes (Orientador) Andréa Rodrigues Marques Guimarães (Co-Orientador) Prêmios Organização FEBRACE * 2º Lugar em Ciências da Saúde (Categoria Projetos Individuais) Prêmios Internacionais ** RICOH Corporation - 2010 Regional Ricoh Sustainable Development Award (Prêmio Regional Ricoh 2010 em Desenvolvimento Sustentável). • Clarice Lispector e Octavio Paz: Poesia e erotismo no contexto da atual crise epistemológica Thaís Tunes Santos, Daiane Oliveira Santos Olga Valeska Soares Coelho (Orientador) Prêmios de Empresas e Organizações Científicas Editora da Universidade de São Paulo - EDUSP Prêmio Editora da USP • Construção de um canal com garrafas pet acoplado ao concentrador solar: Sistema de fluxo contínuo de água solarizada com alternativa para desinfecção microbiológica em estação de tratamento de água Karoline Elis Lopes Martins Guilherme Fernandes Marques (Orientador) Andréa Rodrigues Marques Guimarães (Co-Orientador) Prêmios Organização FEBRACE 1º Lugar em Engenharia (Categoria Projetos Individuais) Prêmios FEBRACE 3º Lugar em Destaque Rigor Científico Feiras e Intel ISEF *** Selecionada para participar da Intel ISEF, que será realizada de 9 a 14 de Maio, em San Jose Rrosse, na Califórnia, EUA. Prêmios Internacionais Association for Women Geoscientists Student Awards for Geoscience Excellence (Prêmio Estudantil para Excelência em Geociências). Prêmios de Empresas e Organizações Científicas Associação de Apoio ao Jovem Cientista - AAJC Prêmio AAJC de Incentivo ao Jovem Cientista. • Defesa química, germinação e dinâmica do banco de sementes de leucaena leucocephala (lam.) de wit.: Espécie exótica que ameaça a biodiversidade dos ecossistemas Caroline Francisca de Assis Costa, Fábio Soares dos Santos Andréa Rodrigues Marques Guimarães (Orientador) Fátima de Cássia Oliveira Gomes (Co-Orientador) Prêmios Organização FEBRACE 1º Lugar em Ciências Biológicas (Categoria Projetos em Grupo) Feiras e Intel ISEF Prêmios Mercosul do Ministério de Ciência e Tecnologia Participação na FEIRA EXPLORA da Colômbia. Prêmios de Empresas e Organizações Científicas Departamento de Botânica IB da USP Prêmio Semente Científica. • O Origami arquitetônico como recurso didático Marina Luiza Nunes Diniz Érico Anderson de Oliveira (Orientador) Rosália Caldas Sanábio de Oliveira (Co-Orientador) Prêmios Patrocinadores **** Centro Paula Souza Prêmio Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza VARGINHA • Desenvolvimento de jogos multiplayer em XNA para Xbox 360 Bruno Ongaro Faria, Gustavo Andrade Penha, Gustavo Henrique Sarto Alex Fernandes da Veiga Machado (Orientador) Douglas Machado Tavares (Co-Orientador) Prêmios Internacionais Intel Excellence in Computer Science (Excelência em Ciência da Computação). LEOPOLDINA • Conversor Boost em modo descontínuo aplicado a reatores eletrônicos com elevado fator de potência Josimar Ribeiro Nolasco Ricardo Henrique Rosemback (Orientador) Prêmios de Empresas e Organizações Científicas Fundação Atech Prêmio de Inovação Atech. Editora Saber Prêmio Editora Saber. Prêmios Patrocinadores Instituto de Logística de Aeronáutica (*) Prêmios da Organização da FEBRACE referentes à Classificação Geral dos participantes nas 7 categorias do conhecimento (**) Prêmios internacionais destinados aos Projetos que mais se destacaram em aspectos específicos (***) Contemplados que receberam como prêmio a participação em feiras e mostras científicas e, em destaque, a participação na Feira Internacional Intel ISEF (****) Prêmios concedidos por Sociedades Científicas e Empresas estabelecidas no Brasil, aos Projetos que se destacaram em aspectos específico abril | 2010 CEFET-MG é notícia | 7 unidades Varginha entra no quarto ano com novas expectativas Campus, que faz parte do plano de expansão da rede federal, terá sede própria ainda este ano e projeta cursos superiores; atualmente, são oferecidos os cursos técnicos em Edificações, Mecatrônica e Informática Industrial, em três modalidades ARQUIVO CEFET-MG Clésio Teixeira Criada em 2006, a Unidade do CEFET-MG em Varginha entra no quarto ano de fundação com a expectativa de mudança para a sede própria ainda no segundo semestre de 2010, e com isso expandir a oferta de cursos, além de melhorias da infraestrutura e conforto dos estudantes e funcionários. Atualmente, o Campus oferece os cursos técnicos em Edificações, Mecatrônica e Informática Industrial, nas modalidades integrado, concomitância externa e subseqüente, com 537 alunos, 28 professores efetivos e 23 substitutos. Nos planos da comunidade acadêmica do Campus VIII está a criação e implantação do curso superior de Engenharia de Sistemas Mecatrônicos e do primeiro curso de Engenharia Civil público a ser oferecido no Sul de Minas Gerais. “A região tem excelente capacidade econômica e responde muito bem a esses investimentos”, ressalta o Diretor da Unidade, Prof. Fernando Teixeira. O dirigente aponta ainda que a instituição tem como foco a verticalização do ensino, mantendo para isso em sua grade cursos técnicos, superiores e de pós-graduação. A Unidade finaliza os entendimentos com outras instituições de ensino para oferecer cursos de pós-graduação lato sensu. A parceria com outras instituições de ensino superior do Sul de Minas também possibilitará a implantação de um curso de mestrado na região. “Sozinhos não teríamos condições para oferecer o curso, mas podemos repetir aqui parcerias como a existente entre o CEFET-MG e a Universidade Federal de São João Del-Rei (UFSJ)”, disse o diretor. As obras do novo campus serão concluídas no segundo semestre de 2010 SÍLVIO SANTOS DE SOUZA Novo Campus no 2º semestre Atualmente, o Campus VIII é dividido em duas sedes, uma administrativa, localizada no Centro de Varginha, e uma escolar, localizada no bairro Vila Pinto. O primeiro imóvel é cedido pela Prefeitura, sem ônus, e o segundo é alugado. Conforme o Prof. Fernando Teixeira, com a conclusão do novo Campus, prevista para o segundo semestre deste ano, a ser utilizado no 1º semestre de 2011, haverá uma enorme economia nos gastos. “Só ano passado gastamos R$ 144 mil com aluguel”, disse. O Campus de Varginha, em construção no Bairro São Sebastião, na Avenida Imigrantes, em um terreno de 58 mil m2, é composto por quatro prédios: escolar, administrativo, de portaria e outro para sociabilidade. O prédio escolar contará com 10 salas de aula e 14 laboratórios. Tão logo sejam concluídas as obras físicas, segundo o diretor, terá início o processo de aquisição dos equipamentos que serão implantados nos laboratórios. Estão previstos espaços para laboratórios de elétrica e eletrotécnica automação industrial, dois laboratórios de informática, laboratório de soldagem, topografia, usinagem, metalografia e tratamento térmico e materiais de construção civil. Campus em Números • 537 alunos • 27 professores efetivos • 22 professores substitutos • 17 técnicos administrativos • 100% do corpo docente com mestrado e 33% com doutorado De 30 a 40% dos alunos são oriundos do curso Pró-Técnico Curso Pró-Técnico facilita acesso Durante os últimos três anos, a Unidade de Varginha ofereceu o curso Pró-Técnico aos alunos da rede pública municipal. “Nos processos seletivos do CEFET-MG cerca de 30 a 40% dos nossos alunos são oriundos do curso Pro Técnico, que visa auxiliar os alunos da rede pública a obterem um bom desempenho no processo seletivo”, afirmou o Diretor da Unidade. Cursos oferecidos • Edificações • Mecatrônica • Informática Industrial (modalidades integrado, concomitância externa e subsequente). Aprendizado cultural e tecnológico no continente europeu Alunos do CEFET-MG conhecem um novo mundo ao participar de intercâmbio nas cidades francesas de Tours e Paris ARQUIVO PESSOAL Novo mundo Nelson Nunes Liberdade, igualdade e fraternidade, Torre Eiffel, Napoleão e Carla Bruni (que é italiana). Se for só isso que você conhece sobre a França, esqueça. Em Tours, cidade com 142.000 habitantes, situada na região central do país europeu, os participantes da Operação França descobriram um novo mundo. De 6 de março a 4 de abril, cinco alunos de Engenharia de Produção Civil, nove de Edificações, um de Estradas, os professores Antônio de Pádua Nunes Tomasi e Antônio Libério de Borba e a técnica-administrativa Jussara Teles da Silva participaram dessa aventura. Eles fizeram parte da primeira edição do projeto, desbravando a cultura e a tecno- A equipe da Operação França durante a estadia no interior francês logia francesa em Tours e Paris. Durante a estadia em Tours, a equipe participou de um curso técnico de construção civil na escola de Lycée Martin Nadaud Saint Pierre des Corps, que in- cluiu aulas e visitas técnicas. Os discentes entram em contato com as tecnologias aplicadas no país e conheceram equipamentos e materiais utilizados nas obras e construções francesas. Do Brasil a Tours, foram quase 24 horas entre avião e ônibus. A primeira viagem internacional da grande maioria dos alunos. Na chegada ao interior da França, coordenadores e participantes da Operação Brasil (projeto da ONG francesa Opération Brésil, parceira do CEFET-MG) e familiares receberam a delegação. Na escola, outra recepção. “No primeiro dia, tivemos uma aula inaugural na qual nos foi apresentado o modelo de divisão do ensino francês em comparação com o modelo brasileiro”, disse Jussara Teles. Os alunos foram divididos em grupos de quatro e assistiram a aulas de manhã e de tarde em laboratórios e aulas teóricas da área da construção civil. Receberam o material didático e atenção especial quando não entendiam o conteúdo, que foi passado em francês. E o ensino extrapolava as paredes da escola. “Visitamos uma parte da cidade com construções positivas que estão sendo pensadas com aspectos da sustentabilidade”, contou Jussara Teles. O contato com as famílias no fim de semana proporcionou maior interação cultural aos participantes. Os alunos aprenderam sobre comidas, costumes, roupas e modos. “Adorei a viagem, foi de grande aprendizado, tanto na parte de cultura francesa como na escolar, porque aprendemos algumas coisas que não vimos no CEFET-MG. Ficar com os franceses foi um aprendizado imenso”, observou o aluno Marcus Vinicius Almeida. 8 | CEFET-MG é notícia abril | 2010 entrevista Organização nos estudos contribui para aprendizado A pedagoga Maria Adélia convida os alunos a reverem velhos hábitos que prejudicam o desempenho escolar. Gerenciar melhor o tempo e estudar diariamente podem ajudar no aprendizado e a garantir um ano letivo sem apertos VANESSA MOL sempre perto o material que vai utilizar, evitando ficar levantando a toda hora para procurá-lo, pois isso tira a concentração e faz o rendimento cair. Vanessa Mol Atenção! Se você é um daqueles alunos que prefere estudar para a prova aos 48 minutos do segundo tempo, leia com atenção esta entrevista. A pedagoga do CEFET-MG, Maria Adélia Costa, alerta ser este um hábito não recomendado para o estudante que deseja aprender, ter boas notas e, principalmente, tranquilidade ao fim do ano/semestre letivo. Nesta entrevista, Maria Adélia procura elencar algumas dicas para que os alunos gerenciem melhor o tempo, aprendam com mais facilidade e até encontrem alternativas para conciliar as atividades escolares com o lazer. Aproveite que o ano letivo começou há pouco e mãos à obra. O CEFET-MG é considerado uma instituição rigorosa em avaliações e na carga horária de ensino... Oferecer o ensino técnico de nível médio com matriz curricular única pode contribuir com essa visão de “arrocho”. Os alunos têm em média 37 aulas semanais, o que representa aulas de segunda a sexta em um turno completo, mais três ou quatro partes do outro turno. Aqui também é comum haver mais de uma avaliação por dia, considerando que são, em média, 15 disciplinas por série e que nem sempre as atividades avaliativas são avisadas com antecedência, o que pressupõe que o aluno esteja sempre em dia com seus estudos. Geralmente os alunos das primeiras séries demoram um tempo, o equivalente ao 1º bimestre, para se acostumarem com a rotina e as “regras” da escola. Como os alunos devem se organizar para cumprirem as atividades escolares, estudarem para as provas e, ainda, obterem boas notas? A primeira coisa é aprenderem a gerir bem o tempo. Não deixar acumular atividades extra-escolares e não estudar só na véspera das provas. O aluno que consegue se comprometer com os estudos diários terá maiores facilidades na realização das provas e, consequentemente, poderá obter melhores notas. Rever conteúdos, sobretudo aqueles em que apresentarem maior dificuldade de compreensão ou aprendizagem. Como conciliar toda essa rotina com as atividades pessoais e de lazer? O aluno que se organizar e não deixar acumular tarefas poderá ter mais tempo nos finais de semana para o lazer e/ou outras atividades que julgar interessantes. Muito importante dizer que o curso técnico de nível médio tem de estar liderando a lista de prioridades, porque só assim o aluno Estudo em grupo é válido? Em que medida? Estudar em grupo é um modo produtivo de fazer render ao máximo o esforço do aprendizado. E é uma das maneiras de os estudantes se ajudarem. Tivemos experiências exitosas de grupos de estudo em 2009 nos cursos de Edificações e Informáticas. Os alunos se reuniam nos dias de “folga” e se organizavam para estudar as disciplinas na qual havia maior número de estudantes com dificuldades de aprendizagem. Tínhamos o que chamávamos de monitoria voluntária em Química, Física e Linguagem de Programação. Fazer exercício pode ajudar na compreensão da matéria? Muito. Porque ao realizar as atividades você tem a noção do seu nível de conhecimento sobre a matéria. Se você tiver dificuldade de compreensão, quer dizer que necessita da ajuda do professor para esclarecer as dúvidas. E quanto mais exercícios você faz mais possibilidades você tem de apreender o conteúdo A pedagoga Maria Adélia defende que, com organização, é possível conciliar estudo e lazer “Não tenho um dado científico, mas acredito que o aluno que se dedicar duas ou três horas por dia não terá seus finais de semana comprometidos e estará diariamente se preparando para a realização das provas” fará com que sua trajetória escolar seja trilhada pelo compromisso, dedicação e responsabilidade, que são aspectos fundamentais para o seu sucesso na instituição. Há alguma dica que contribua para maior aprendizado em sala de aula? Existem várias dicas interessantes e importantes. Pensando em uma forma de contribuir com os estudos dos alunos em sua trajetória pelo CEFET-MG, a Coordenação Pedagógica elaborou um “Manual de Orientações de Estudo”, que será trabalhado com os alunos. Nesse manual, o aluno encontrará dicas de como estudar em sala, em casa, como elaborar resumos, como realizar trabalhos em grupo, etc. Qual a melhor forma para se ter um estudo produtivo? Ter foco. Estabelecer um ho- “Tanto a má alimentação quanto as noites mal dormidas podem influenciar em quase todas as atividades de nossa vida. O que não é diferente com os estudos” rário e lugar fixos para o estudo. A organização de um horário de estudo é, muitas vezes, útil para estabelecer hábitos regulares de estudo. Determinar um tempo diário de estudo, em um local tranquilo, de modo que não haja a dispersão também é fundamental. Nesse local deverá manter todo o material necessário aos estudos (livros, apostilas, bloco anotações etc.). Resumos são úteis para o estudo? Muito, porque o ato de fazer o resumo é uma forma de estudar os conteúdos. Ao elaborar o texto o aluno revê os conteúdos e, portanto, tem a oportunidade de dar-lhes outros significados. Há outras técnicas de estudo que facilitem o aprendizado? Sim. Tanto que temos diferentes literaturas disponíveis no mercado literário. O manual que a CP estará disponibilizando aos alunos é uma compilação de diferentes técnicas de estudo. Podemos citar, em sala de aula: prestar atenção nas aulas solicitando esclarecimento do assunto sempre que não entender; anotar, de forma clara, os esquemas dados pelo professor, bem como fazer anotações sobre os assuntos discutidos; esclarecer, de imediato, as dúvidas que surgem com o professor da disciplina. E em casa? Em casa, podemos citar: resolver o maior número possível de exercícios e rever as tarefas antes de considerá-las prontas; ter um mesmo horário do dia estabelecido para estudar; assim será mais fácil criar o hábito de fazer as tarefas diariamente; manter em ordem o material escolar; ser organizado, deixar Qual a antecedência ideal para iniciar o estudo para uma prova? O ideal é que o estudo seja contínuo. Estudar só para prova pode não atingir o objetivo de obtenção de êxito, ou seja, de alcançar uma boa nota. É possível conseguir boas notas e obter um aprendizado consistente estudando somente durante a semana? Com certeza. O aluno que for organizado, comprometido, responsável, que sabe aproveitar as aulas e mantém o hábito de estudo diário não deixará acumular atividades para os fins de semana. Claro que alguns finais de semana podem ficar comprometidos, mas nem todos. Além do livro didático, há outras fontes de pesquisa que podem contribuir para o aluno tirar suas dúvidas e melhorar o aprendizado? Quais? Visitar a biblioteca. Isto é importantíssimo e deveria fazer parte da rotina do aluno. O hábito de estudo e pesquisa é fundamental para a aquisição de novos conhecimentos. Existem bons sites também, mas é importante nunca se esquecer de visitar o bom e velho amigo “livro”. Veja mais dicas no “Manual de Orientações de Estudo”.