O Estado do Maranhão São Luís, 19 de novembro de 2015. Quinta-feira POLÍCIA 5 Justiça aumenta condenação do assassino de Décio Sá Jhonatan Silva recebeu pena de 27 anos e cinco meses; recursos de réus foram julgados ontem, pela 2ª Câmara Criminal, que também anulou julgamento de Marcos Bruno e adiou decisão sobre júri popular de outros acusados Biné Morais ISMAEL ARAÚJO Da editoria de Polícia FIQUE SABENDO A 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça (TJ) decidiu aumentar para 27 anos e 5 meses (um acréscimo de 2 anos e dois meses) a pena de Jhonatan de Sousa Silva, o Sula, pela morte do jornalista e blogueiro Décio Sá, na época com 42 anos, ocorrida na noite do dia 23 de abril de 2012, na Avenida Litorânea. Assassino confesso, Jhonatan já havia sido condenado pelo juiz Osmar Gomes, em fevereiro de 2014. Na sessão, foi anulado o julgamento em que Marcos Bruno Silva de Oliveira foi condenado a 18 anos e 3 meses de cadeia, também por envolvimento no assassinato de Décio Sá. A 2ª Câmara Criminal também despronunciou Shirliano Graciano de Oliveira, o Balão, a ir a júri popular pelo mesmo crime, e adiou para o dia 2 de dezembro deste ano o julgamento do recurso impetrado pelos outros envolvidos no crime para não ir júri popular. A sessão ocorreu no Tribunal de Justiça e teve como relator o desembargador José Luiz de Almeida; como presidente e revisor dos processos o magistrado Vicente de Paula Gomes, e também participaram do julgamento o desembargador José Bernardo Silva e o procurador Joaquim Henrique de Carvalho Lobato. Como advogados de defesa, atuaram Pedro Jarbas e José Berilo de Freitas. Um dos processos em pauta era a apelação criminal impetrada pelos advogados de Jhonatan Silva e Marcos Bruno Silva. A defesa pedia a diminuição de pena do assassino confesso, que tinha sido condenado em 1º grau a 25 anos e 3 meses, em regime fechado. Alegava que o material midiático (a gravação feita no dia do julgamento Envolvidos no assassinato de Décio Sá Jhonatan de Sousa Silva: foi preso dia 5 de junho, numa chácara em São José de Ribamar, por tráfico de drogas. Transferido para um presídio federal em Campo Grande (MS). Gláucio Alencar Pontes Carvalho: tem 35 anos e é filho de José Miranda. Ele e o pai são empresários do ramo de merenda escolar e forneciam para prefeituras do Maranhão, do Pará e do Piauí. São os agiotas que financiaram o crime. José de Alencar Miranda Carvalho: Teria encomendado a morte do jornalista por R$ 100 mil. Membros da 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça julgou ontem os recursos dos envolvidos no crime SAIBA MAIS Execução e esquema de agiotagem Décio Sá era repórter da editoria de Política do jornal O Estado e autor de um dos blogs mais acessados do Maranhão. Foi executado com seis tiros de pistola ponto 40 pelo matador de aluguel Jhonatan de Sousa Silva, no bar Estrela do Mar, na Avenida Litorânea. Durante a investigação do crime, a polícia descobriu uma rede de agiotagem no estado coordenada pelos mandantes da execução, dos réus, no Fórum Desembargador Sarney Costa) estava danificado e pedia a anulação do julgamento de Marcos Bruno Silva. Para chegar à pena total, o relator considerou a reanálise das circunstâncias judiciais e definiu uma pena de 27 anos e 5 meses, a ser José e Gláucio Miranda. Há suspeita de envolvimento de mais de 40 prefeituras do Maranhão no esquema de agiotagem, inclusive a da capital. Uma comissão de delegados da Polícia Civil investiga o esquema que chegou a desviar, segundo a polícia, dezenas de milhões de reais por ano dos cofres públicos. Esses criminosos também estão envolvidos na morte do empresário Fábio Brasil, ocorrida em Teresina, no Piauí. cumprida inicialmente em regime fechado. Em relação ao julgamento de Marcos Bruno Silva, o desembargador acatou as alegações da defesa e anulou a decisão proferida pelo juiz Osmar Gomes. “O material midiático está apresentando defeito e isso acaba prejudicando Acusado de matar fiscal da Fazenda ainda está foragido Crime completa um ano sem que o executor de José de Jesus Gomes Saraiva seja localizado; Jak Douglas continua sendo procurado pela polícia Após um ano da morte do proprietário da autoescola Saraiva e auditor fiscal da Secretaria Estadual da Fazenda, José de Jesus Gomes Saraiva, um dos envolvidos no crime, Jak Douglas Viana Matos, ainda está foragido. Para marcar a data, a família celebrará missa na igreja do Vinhais, às 20h de hoje. Segundo a polícia, Jak Douglas efetuou os disparos de arma de fogo contra a vítima, no dia 19 de novembro do ano passado, e abando- nou o corpo do empresário no meio do matagal, na Vila Maracujá, zona rural de São Luís. O caso, na época, foi investigado pela Delegacia de Homicídios, sob a responsabilidade dos delegados Guilherme de Sousa Filho e Jeffrey Furtado, e ficou constatado que o crime teria relação com o trabalho de fiscalização de uma carga de arroz avaliada em R$ 100 mil. Jeffrey Furtado disse que os principais suspeitos eram Elionay Silva Costa, o Nanai, e Jak Douglas Viana Matos. Segundo Jeffrey Furtado, foi realizada perícia em um caminhão carregado de arroz originário de Santa Catarina pelos peritos do Icrim, e a polícia constatou que essa carga seria distribuída para uma empresa fantasma, em São Luís, de propriedade de Jak Douglas Viana. O delegado também declarou que, no decorrer da investigação, a polícia obteve um vídeo que mostra o carro da vítima passando a análise do processo, pois há depoimentos de testemunhas que não conseguimos entender. Inclusive, esse material passou pelo setor técnico eletrônico deste tribunal. Na verdade, estou propondo que Bruno Marcos tenha um novo julgamento e que tenha cuidado com o material midiático”, explicou o desembargador. Júri popular O desembargador José Luiz de Almeida indeferiu a ida do réu Shirliano Graciano a júri popular, por considerar que não foi comprovada a materialidade da participação dele na morte do jornalista. Para o magistrado, uma ligação telefônica de envolvidos para a esposa de Shirliano Graciano, identificada como Adriana Silva de Oliveira, e o encontro dele com outros indiciados não provam seu envolvimento. “Não encontrei elementos suficientes para que esse indiciado possa ir a júri popular. Esse inquérito foi muito malconduzido”, declarou. Os desembargadores Vicente de Paula e José Bernardo concordaram com o voto de José pela avenida principal da Vila Maracujá, indo até uma estrada sem saída. Neste ponto, aparece uma caminhonete, Jak Douglas sai do veículo e atira na vítima. Em seguida, Elionay Silva pega papéis brancos dentro do carro do fiscal da Fazenda e foge em companhia do atirador. Crime teria relação com fiscalização No dia 24 de novembro, a polícia prendeu Elionay Silva em uma residência na zona rural de São Luís. Ele disse à polícia que levou a vítima ao local do crime, mas quem efetuou os disparos foi Jak Douglas. José Raimundo Sales Chaves Júnior: O Júnior Bolinha, de 39 anos. É empresário do ramo de automóveis. Segundo a polícia, foi o intermediário do assassino Jhonatan de Sousa com Gláucio e José Miranda. Fábio Aurélio Saraiva Silva: O Fábio Capita. Era subcomandante do Batalhão de Choque da PM-MA. Para a polícia, ele forneceu a Júnior Bolinha – de quem é amigo de infância – a pistola ponto 40 usada para executar Décio Sá. Fábio Aurélio do Lago e Silva: O Buchecha, de 32 anos. Trabalhava para Júnior Bolinha. Teria ajudado na operacionalização do assassinato de Décio Sá. Alcides Nunes da Silva e Joel Durans Medeiros: Investigadores da Seic. Teriam dado suporte a Gláucio e José Miranda. Ronaldo Ribeiro: Advogado ligado a Gláucio e José Miranda. Apontado como braço jurídico do grupo de agiotas. Elker Farias Veloso: O Diego, de 27 anos. Ainda foragido, foi indiciado e denunciado por dar apoio logístico a Jhonatan Silva. Shirliano Graciano de Oliveira: O Balão, de 27 anos. Teria ajudado na operacionalização do assassinato de Décio Sá. Marcos Bruno da Silva Oliveira: Segundo a polícia, o verdadeiro “piloto de fuga” de Jhonatan de Sousa Silva. Luiz de Almeida. José Luiz Almeida pediu o adiamento, para o dia 2 de dezembro deste ano, do julgamento do recurso apresentado pela defesa dos réus Fábio Aurélio Saraiva Silva, Alcides Nines da Silva, Joel Durans Medeiros, José Raimundo Sales Chaves Júnior, Elker Farias Veloso, Fábio Au- rélio do Lago e Silva e José de Alencar Miranda Carvalho. O desembargador alegou que o processo tem uma grande quantidade de páginas e materiais para análise criteriosa. Os acusados foram pronunciados a júri popular pelo juiz Osmar Gomes pelos crimes de homicídio e formação de quadrilha. Dois homens são assassinados em SL Crimes cometidos ontem por desconhecidos ocorreram no São Cristóvão e Bairro de Fátima Duas mortes violentas ocorreram ontem, na Região Metropolitana de São Luís. Uma das vítimas foi Rubenilson Nunes Ramos, de 26 anos, morto a tiros por homens não identificados, no São Cristóvão. Os criminosos estavam em um veículo Corsa Classic prata, de placas OJJ 9752, usado em assalto a loja de brinquedos. A motivação do crime é desconhecida, mas, segundo a polícia, a vítima estava no carro com outros dois homens, na tarde de ontem. Ao passar pela Rua Eliézio da Silva, eles começaram a discutir. Rubenilson Nunes foi alvejado ao sair do veículo e faleceu no local. Os suspeitos tomaram rumo ignorado. Na tarde de quarta-feira, 18, Kleiton Santos, o Tom, de 28 anos, foi baleado no abdômen, no Bairro de Fátima, e faleceu a caminho do Socorrão I. Ele estava sentado na calçada da residência vizinha à dele, na Rua Dagmar Desterro, quando foi alvejado por dois homens, que fugiram de bicicleta.